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3-Propriedades Periodicas

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br Propriedades Periódicas dos Elementos Químicos 10


CONTEÚDO TEÓRICO
OS ÁTOMOS: Suas Características e Suas Interações

PROPRIEDADES PERIÓDICAS DOS ELEMENTOS QUÍMICOS


Por que a classificação dos elementos • Elementos de um mesmo período têm a mesma
quantidade de camadas, no entanto, da esquerda para a
químicos é chamada de periódica? direita ocorre um aumento no número atômico
(quantidade de prótons no núcleo). Quanto maior a
Observe, por exemplo, que os períodos da tabela quantidade de prótons, maior a força de atração para
começam com um metal (exceto o 1H - hidrogênio) e terminam com os elétrons, fazendo com que ocorra diminuição de
em um gás nobre. Sempre antes de um gás nobre temos um raio atômico, causado pela aproximação dos elétrons ao
halogênio e após um gás nobre, um metal alcalino. núcleo.
3Li 4Be 5B 6C 7N 8O 9F 10Ne
Essas propriedades que se repetem regularmente e II
0,134nm 0,125nm 0,090nm 0,077nm 0,075nm 0,073nm 0,071nm 0,065nm
que podem ser previstas na tabela periódica, denominam-se
propriedades periódicas.

RAIO ATÔMICO No período, o RAIO ATÔMICO cresce da direita para a esquerda, pois nesse sentido ocorre uma
O raio atômico é a medida da distância entre o diminuição na força de atração entre prótons e elétrons.

núcleo do átomo e o elétron (de sua eletrosfera) mais distante.


Entretanto, sabemos que o átomo não é uma esfera rígida. Os
RAIOS ATÔMICOS IMPORTANTES (pm)
elétrons estão em constante movimento. Então, os valores
medidos são na verdade uma média entre várias distâncias Famílias
medidas. 1 2 13 14 15 16 17
• RAIO COVALENTE (AMETAIS): metade da Li Be B C N O F
2
distância entre os núcleos dos respectivos átomos 157 112 88 77 74 66 64
ligados de forma covalente. Na Mg Aℓ Si P S Cℓ
3

Períodos
• RAIO METÁLICO (METAIS): metade da distância 191 160 143 118 110 104 99
entre os núcleos mais próximos de dois átomos K Ca Ga Ge As Se Br
4
metálicos em seu retículo cristalino. 235 197 153 122 121 117 114
• RAIO IÔNICO: é a parte na distância entre íons 5
Rb Sr In Sn Sb Te I
vizinhos em um sólido iônico. Na prática, toma-se o 250 215 167 158 141 137 133
raio do íon óxido (O2-) como sendo 140pm e calcula- Cs Ba Tℓ Pb Bi Po
6
se o raio dos outros íons com base nesse valor. Os 272 224 171 175 182 167
cátions sempre têm raio menor que o raio de seu
átomo neutro, ao passo que os ânions sempre
têm raios maiores que seus átomos neutros. ENERGIA DE IONIZAÇÃO (EI) OU
• RAIO DE VAN DER WAALS: metade da distância POTENCIAL DE IONIZAÇÃO (PI)
entre os núcleos de dois átomos (mais próximos) de
moléculas diferentes. Ionizar significa "transformar em íon". Entendamos
Na prática, mede-se a distância entre 2 núcleos esse "íon" como sendo a espécie que perde elétron (cátion).
vizinhos e divide o valor encontrado por 2. Vimos que, pelo modelo atômico de Bohr, ao
Flúor Flúor Flúor receber energia, o elétron "pula" para níveis mais externos. Se
a energia absorvida por ele for suficiente para distanciá-lo do
núcleo a tal ponto de não mais ocorrer a atração nuclear,
r = d/2
dizemos que o átomo perdeu seu elétron, isto é, ionizou-se.
Portanto,
Energia de ionização (EI) é a energia necessária para se
arrancar o elétron de um átomo no estado gasoso.
d
∆E = Energia de Ionização
0,128nm + -
0,64nm X(g)  X (g) + 1 e
+
X(g) + energia  X (g) + 1 (∆H > 0)
O raio atômico pode ser medido em nanômetro (nm) que representa -
e Processo Endotérmico
10-9m ou picômetro (pm), representado por 10-12m.
Podemos prever o raio atômico apenas observando
a posição dos elementos na tabela periódica: Na retirada de elétrons, vários fatores devem ser
levados em conta para determinar a energia necessária, tais
• Elementos de uma mesma família têm seus elementos
como:
preenchendo maior número de camadas se observarmos
de cima para baixo. Ora, quanto maior a quantidade de • raio atômico: quanto mais afastado estiver o elétron
camadas, maior o raio atômico. do núcleo, menor será a energia para arrancá-lo,
pois existirá menor atração. À medida que o raio
(17/7 A) atômico cresce, menor energia será necessária
9F
para se retirar o elétron do átomo. Assim, é mais
0,064nm fácil arrancar elétrons de metais do que de
17Cl
ametais.
0,099nm • carga nuclear: quanto maior a carga nuclear, maior
35Br
será a atração para com os elétrons e maior energia
0,114nm será necessária para arrancar o elétron da última
53I
camada.
0,133nm • repulsão intereletrônica: pelo efeito de blindagem, a
85At
repulsão entre elétron na camada de valência pode
0,140nm acarretar uma menor energia para retirar um desses
elétrons.
Na família, o RAIO ATÔMICO cresce de cima para
baixo, pois nesse sentido ocorre um aumento no • estabilidade de orbitais e subnível: um orbital
número de camadas de energias dos átomos da pode conter 1 ou 2 elétrons. Quando possuir 2, o
família. orbital (diamagnético) será magneticamente estável.

QUÍMICA NÃO SE DECORA, COMPREENDE! – Professor Fabiano Ramos Costa


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CONTEÚDO TEÓRICO
OS ÁTOMOS: Suas Características e Suas Interações

De 25eV para 54eV não é uma diferença muito


Orbital com estabilidade
↑ intermediária
grande, então, acredita-se que os 2 elétrons do He pertençam
ao mesmo nível.
Orbital com máxima estabilidade
↑↓ magnética 1ª ENERGIAS DE IONIZAÇÃO
Porém, o subnível “p”, por exemplo, pode IMPORTANTES (kJ.mol-1)
apresentar duas situações de estabilidade:
Orbital com estabilidade Famílias
↑ ↑ ↑ intermediária 1 2 13 14 15 16 17
Li Be B C N O F
2
Orbital com máxima 519 900 799 1090 1400 1310 1680
↑↓ ↑↓ ↑↓ estabilidade magnética Na Mg Aℓ Si P S Cℓ
3

Períodos
494 736 577 786 1011 1000 1255
Na 1ª situação, embora os orbitais não estejam
diamagnetizados, o subnível ainda apresenta a K Ca Ga Ge As Se Br
4
mesma quantidade de carga em todas as direções, 418 590 577 784 947 941 1140
respeitando assim a simetria do subnível. Rb Sr In Sn Sb Te I
5
Na 2ª situação, os orbitais encontram-se 402 548 556 707 834 870 1080
magneticamente estabilizados, e o subnível Cs Ba Tℓ Pb Bi Po At
6
apresenta nas três orientações espaciais (px, py e pz) 376 502 590 716 703 812 1037
a mesma carga (simetria dos orbitais no subnível).
AFINIDADE ELETRÔNICA
De uma maneira geral, quanto maior o raio, menor a
energia de ionização. Porém, devido à estabilidade dos (ELETROAFINIDADE)
orbitais, algumas anomalias contradizem essa regra. Observe
os elementos do 2º período da tabela periódica: A eletroafinidade apresenta duas possibilidades de
Elemento 3Li 4Be 5B 6C 7N 8O 9F 10Ne definição. Sendo uma mais convencional e outra mais
Raio (pm) 157 112 88 77 74 66 64 moderna. Embora ambas definam esta propriedade,
Observe que o raio atômico está diminuindo da esquerda para a direita. fundamentalmente, implica, de maneira similar, a pequena
1ª EI (kJ.mol-1 519 900 799 1090 1400 1310 1680 2080 diferença entre as definições, filosoficamente, implica numa
Orbital 2s1 2s2 2p1 2p2 2p3 2p4 2p5 2p6 interpretação mais adequada do fenômeno da afinidade
Estável?? sim sim não não sim não não Sim eletrônica pela definição atual, além de que a definição mais
De uma maneira geral, a 1ª Energia de Ionização aumentou com a moderna facilita muito a compreensão das anomalias desta
diminuição do raio atômico. As anomalias surgiram devido à estabilidade propriedade por permitir o raciocínio paralelo e análogo à
dos orbitais “s” e “p”. Observe o gráfico: energia de ionização. Por estas razões, este material
apresentará ambas as definições porém, utilizará apenas a
definição atual.
2250 • Definição Convencional: Eletroafinidade é a
Ne
ôn

energia liberada quando um elétron é recebido por


io

2000
um átomo no estado gasoso e fundamental.
1ª Energia de Ionização (kJ/mol)

X(g) + 1e-  X-(g) ∆H = Eletroafinidade (∆H < 0)


Flú

1750
or
Ni


tro

Definição Moderna: Eletroafinidade é a energia


Ox

1500
nio

igê
nio

mínima necessária para remover um elétron de um


Ca

1250
rbo

ânion monovalente no estado gasoso.


no

X-(g)  X(g) + 1e- ∆H = Eletroafinidade (∆H > 0)


Be

1000
ríli
o

Bo
ro

750
Apesar de ser considerada uma propriedade
periódica, a eletroafinidade apresenta um comportamento com
Lít
io

500
tantas anomalias, que fica muito difícil se definir uma regra de
250 variação para esta propriedade.
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
A eletroafinidade, embora seja uma grandeza cuja
Z dos elementos 2º período
medição é possível de ser feita para qualquer elemento, é
uma propriedade usada preferencialmente para o estudo de
ametais, o estudo desta propriedade envolvendo os metais
ENERGIA DE IONIZAÇÃO COMO será feito apenas com finalidade didática.
EVIDÊNCIA DA EXISTÊNCIA DAS Fundamentalmente, esta energia depende dos
mesmos fatores que a energia de ionização, e o seu
CAMADAS comportamento fica mais bem esclarecido quando os
primeiros elementos forem analisados um a um.
O valor da energia de ionização é uma evidência da Para analisar a eletroafinidade, será utilizada a definição
existência das camadas de energia (níveis). Observe: atual desta propriedade, e assim quando quisermos
avaliar a eletroafinidade de um elemento X deveremos
Átomo de Hélio (2He): 1s2 medir a energia gasta na retirada de um elétron do ânion
Os 2 elétrons do He pertencem à mesma camada X -.
de energia: K, portanto, possuem energias aproximadas. -
Fornecendo uma energia de 25eV (eV é uma 1H2 ↑↓ Difícil retirada
unidade de energia que representa 1,6.10-19J) ao He 1s
conseguimos retirar 1 dos elétrons. -
Após a saída do 1º elétron temos 2 prótons (no 2He
2 1
↑ Fácil Retirada
núcleo) atraindo um único elétron. Aumentou-se a atração e, 1s 2s
-
3Li
por conseguinte, o raio diminuiu.
Essa diminuição do raio (ou aumento da atração) ↑↓ Difícil Retirada
1s 2s2
2
faz com que seja necessária maior quantidade de energia
-
para se retirar o 2º elétron (2ª EI). 42 Be ↑↓ ↑ Fácil Retirada
Experimentalmente, verificou-se que são 1s 2s 2p1
2

necessários 54eV para se retirar o 2º elétron do He.

QUÍMICA NÃO SE DECORA, COMPREENDE! – Professor Fabiano Ramos Costa


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CONTEÚDO TEÓRICO
OS ÁTOMOS: Suas Características e Suas Interações

1ª AFINIDADES ELETRÔNICAS (kJ.mol-1) AFINIDADE ELETRÔNICA


Eletroafinidade ou afinidade
Famílias eletrônica é a energia
1 liberada quando um elétron
H
é recebido por um átomo no
1 72,7
2 13 14 15 16 17 estado gasoso e
Li Be B C N O F fundamental.
2 ELETRONEGATIVIDADE
59,63 ≈ -100 26,7 121,85 ≈ -9 140,97 328,0
É a medida da capacidade
Períodos

Na Mg Aℓ Si P S Cℓ
3 que um determinado átomo
52,87 ≈ -30 42,5 133,6 72,03 200,41 349,0
K Ca Ga Ge As Se Br tem em atrair o elétron de
4 outro átomo para sua
≈ 48 - ≈ 30 ≈ 120 ≈ 77 ≈ 195 324,7
Rb Sr In Sn Sb Te I eletrosfera quando
5
≈ 47 - ≈ 30 ≈ 121 ≈ 101 ≈ 190 295,16 participante de uma ligação
Cs Ba Tℓ Pb Bi Po At química.
6
≈ 45 - ≈ 30 ≈ 110 ≈ 110 ≈ 183 ≈ 270
Algumas propriedades físicas dos elementos:
Para a eletroafinidade ocorre uma anomalia no volume atômico, densidade, temperatura de fusão e
comportamento esperado, quando se comparam as temperatura de ebulição, variam de uma forma irregular,
eletroafinidades dos elementos do 2º período com os pois a relação entre elas e a estrutura eletrônica não é direta.
elementos do mesmo grupo, porém, do 3º período. Para essas propriedades, não teceremos maiores
O que ocorre é que no segundo período os átomos comentários, apenas a variação delas na Tabela Periódica.
são muito pequenos, e a acomodação de mais um elétron em VOLUME ATÔMICO
sua eletrosfera não é tão fácil como nos do 3º período. A Volume atômico é o espaço
repulsão intereletrônica para os átomos do 2º período é tão ocupado (em mL ou cm3)
intensa que mesmo o último elétron estando bem próximo do por 6,02.1023 átomos de um
núcleo, sua retirada é facilitada. elemento na fase sólida.
DENSIDADE
ELETRONEGATIVIDADE Sabemos que densidade é
dada por d = m/V. Quanto
É a medida da capacidade que um determinado maior o volume, menor a
átomo tem em atrair o elétron de outro átomo para sua densidade e, quanto maior Os

eletrosfera quando participante de uma ligação química. a massa, maior a


Mede a atração que o núcleo exerce sobre o par densidade.
eletrônico de uma ligação química. TEMPERATURA DE
FUSÃO
Nota-se que quanto menor o raio atômico, maior TEMPERATURA DE
será esse poder de atração. EBULIÇÃO
Essa característica, "eletronegatividade", será mais Com exceção dos
bem entendida quando do estudo das ligações químicas. elementos das famílias W
1/1A e 2/2A, a t.f. e a t.e.
aumentam conforme o
ALGUMAS ELETRONEGATIVIDADES crescimento da densidade.
RELATIVAS: (átomo padrão – flúor)
O EFEITO DO PAR INERTE
H
Embora o alumínio e o índio estejam ambos no
2,1
grupo 13, o alumínio forma íons Aℓ3+, enquanto que o índio
Li Be B C N O F forma íons In+ e In3+. A tendência a formar íons com carga
1,0 1,5 2,0 2,5 3,5 3,5 4,0 duas unidades mais baixa do que a esperada para o número
Na Mg Al Si P S Cl do grupo é chamada de efeito do par inerte. Outro exemplo
1,0 1,2 1,5 1,8 2,1 2,5 3,0 do efeito do par inerte é encontrado no grupo 14 com o
K Ca Ga Ge As Se Br chumbo (Pb) formando cátions Pb2+ e Pb4+.
0,9 1,0 1,7 1,9 2,1 2,4 2,8 O efeito do par inerte em parte é devido à diferença
Rb Sr In Sn Sb Te I de energia entre os elétrons de valência S e p. Nos últimos
0,9 1,0 1,6 1,8 1,9 2,1 2,5 períodos da Tabela Periódica, os elétrons de valência s têm
energia muito baixa por causa de sua boa penetração e baixa
Cs Ba Tl Pb Bi Pó At capacidade de blindagem dos elétrons d. Os elétrons s de
0,8 1,0 1,6 1,7 1,8 1,9 2,1 valência podem então permanecer ligados ao átomo.
Fr Ra O efeito do par inerte é mais pronunciado entre os
0,8 1,0 membros pesados de um grupo, onde a diferença de energia
entre os elétrons s e p é maior.
Até agora podemos instrumentalizar as O efeito do par inerte é a tendência de formar
propriedades periódicas assim: íons duas unidades mais baixas em carga que o
RAIO ATÔMICO esperado pelo numero do grupo; e isto é mais
Medida da distância entre o pronunciado nos elementos pesados no bloco p.
núcleo e o último elétron na
eletrosfera de um átomo
neutro no estado
fundamental. In+ Sn2+ Sb3+
ENERGIA DE IONIZAÇÃO In3+ Sn4+ Sb5+
. Energia de ionização (EI) é
a energia necessária para Tl+ Pb2+ Bi3+
se arrancar o elétron de um Tl3+ Pb4+ Bi5+
átomo no estado gasoso.

QUÍMICA NÃO SE DECORA, COMPREENDE! – Professor Fabiano Ramos Costa

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