Apostila EE 2008
Apostila EE 2008
Apostila EE 2008
ENGENHARIA ECONÔMICA
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1º SEMESTRE DE 2008
Índice
Página
Referências Bibliográficas....................................................................................................70
CAPÍTULO 1
JUROS SIMPLES
1.1 Introdução
O nível do juro é fixado pelo mercado em função do equilíbrio das forças de oferta e
procura, tal qual acontece com os preços dos demais bens econômicos.
Juro
Juro puro
Risco
Taxa de juro é definida como a razão entre o juro recebido ao final de um certo
período de tempo e o capital inicialmente aplicado.
J
i= (1)
P
3
Exemplo:
Determine a taxa de juro cobrada num empréstimo de $1.000,00 a ser quitado por
$1.200,00. (R: 20%)
Capitalização simples
Neste regime os juros são gerados exclusivamente pelo capital inicial. A taxa de
juro não incide, pois, sobre os juros acumulados. Neste regime de capitalização a taxa varia
linearmente em função do tempo, ou seja, se quisermos converter a taxa diária em mensal,
basta multiplicarmos a taxa diária por 30, e assim por diante.
Num intervalo unitário de tempo temos que o juro é calculado isolando-se a variável
J da fórmula (1) acima e dado por J = P.i.
Assim, temos que o juro gerado ao final do primeiro intervalo de tempo será
calculado por: J1 = P.i. Ao final do segundo intervalo de tempo o juro será: J2 = P.i. Ao
final do terceiro intervalo de tempo o juro será: J3 = P.i, e assim sucessivamente, até o juro
gerado ao final do n ésimo intervalo de tempo, que será dado por: Jn = P.i.
o que origina a fórmula para o cálculo dos juros no regime de capitalização simples:
J = P.i.n (2)
4
O montante (ou valor futuro), que vamos indicar por F, é igual à soma do capital
inicial mais os juros referentes ao período de aplicação:
F=P+J (3)
F = P(1 + i.n)
(tempo)
Juro exato considera o ano civil com 365 dias e os meses com os números efetivos
de dias. Já o juro comercial considera o ano comercial, com 360 dias e o mês com 30 dias.
Exemplo:
Um capital de $30.000 é aplicado por 5 dias à taxa de juros simples de 15% ao mês. Obter
o juro exato e o juro comercial, sabendo-se que o mês da operação tem 31 dias.
Solução:
Exemplo:
Uma empresa recebe um empréstimo de $5milhões através de uma operação de hot money.
Supondo que essa operação seja renovada por dois dias úteis, calcule o montante, supondo
que no 1o dia a taxa da operação seja de 2,46% a.m. e no 2o dia a taxa de operação seja de
2,49% a.m. (não leve em conta o IOF).
2. Qual o montante de uma aplicação de $600.000 a juros simples, durante 5 meses à taxa
de 80% a.a.?
3. Um capital de $1.000 é aplicado por um dia, a juros simples e à taxa de 1,5% a.m.
Obtenha os juros dessa aplicação, considerando um mês de 30 dias.
4. Bruno aplicou $300.000 pelo prazo de 6 meses e recebeu $90.000 de juros. Calcule a
taxa de juros simples semestral da aplicação.
5. Numa aplicação de $3.000, à taxa de juros simples de 10% a.a., o montante recebido foi
de $4.800. Determine o prazo da aplicação.
6. Paula aplicou uma certa quantia à taxa de juros simples de 10% a.m., durante 4 meses,
resgatando um montante de $740. Obtenha o juro auferido nesta aplicação.
7. Mara aplicou $800 a juros simples e à taxa de 12% a.a. Se ela recebeu $384 de juros,
obtenha o prazo da aplicação.
8. Uma geladeira é vendida $5.000 ou então por $1.500 de entrada, mais uma parcela de
$4.250 após 4 meses. Qual a taxa mensal de juros simples do utilizada?
9. Um vestido de noiva é vendido a vista por $4.000 ou então por $1.000 de entrada mais
uma parcela de $3.500 após 5 meses. Qual a taxa mensal de juross simples do
financiamento?
10. Durante quanto tempo um capital deve ser aplicado a juros simples e à taxa de 8%
a.a.para que duplique?
11. (Concurso Controlador da Arrecadação Federal) Um capital aplicado à taxa de juros
simples e 8% a.m. triplica em que prazo?
9
CAPÍTULO 2
OPERAÇÕES DE DESCONTO
D=N–P (1)
Assim como no caso dos juros, o valor do desconto está associado a uma taxa e a
um determinado período de tempo.
Como salienta Vieira Sobrinho (1997, p.47), embora seja freqüente a confusão entre
juros e descontos, trata-se de dois critérios distintos, claramente caracterizados. Assim,
enquanto no cálculo dos juros a taxa referente ao período da operação incide sobre o capital
inicial ou valor presente, no desconto a taxa do período incide sobre o seu montante ou
valor futuro.
Um determinado título (nota promissória, letra de câmbio, duplicata etc.) com valor
nominal N pode ser resgatado antes da data de seu vencimento por um valor inferior a esse
valor nominal.
D=Nxixn (2)
P=N–D (3)
Exemplo 1:
Um título que tem um valor nominal de $2.000 é descontado em um banco 90 dias antes do
vencimento, à taxa de 2,5% ao mês. Qual o valor do desconto simples?
Dados:
N = $2.000
n = 90 dias = 3 meses
i = 2,5% a.m.
D=?
Solução:
Exemplo 2:
Uma duplicata no valor de $6.800 é descontada por um banco, gerando crédito de $6.000
na conta do cliente. Sabendo-se que a taxa cobrada pelo banco é de 3,2% ao mês,
determinar o prazo e vencimento da duplicata.
Dados:
N = $6.800
11
P = $6.000
i = 3,2%
n=?
Solução:
Como D = N x i x n, vem:
800
Portanto, n = = 3,6765 meses ou 110 dias
6800 x 0,032
t1 + t n
DT = N m i (4)
2
Exemplo:
Calcular o desconto total correspondente ao valor de 5 títulos, no valor de $1.000 cada um,
com vencimentos de 30 a 150 dias (1 a 5 meses) respectivamente. Sabendo-se que o banco
cobra uma taxa de desconto de 3% ao mês.
Dados:
Duplicata Valor Prazo até o vencimento D
1 $1.000 1 mês 1.000x0,03x1 = 30
2 $1.000 2 1.000x0,03x2 = 60
3 $1.000 3 1.000x0,03x3 = 90
4 $1.000 4 1.000x0,03x4 = 120
5 $1.000 5 1.000x0,03x5 = 150
Σ = 450
Solução:
12
1+ 5
D T = 1.000 x 5 x 0,03 x = $450
2
Exemplo:
Uma duplicata de valor igual a $6.000 é descontada em um banco dois meses antes do
vencimento, à taxa de desconto comercial ou simples de 2% ao mês. Sabendo que o banco
cobra 1% de despesas administrativas e que o IOF é de 0,0041% ao dia sobre o valor
financeiro da operação, calcular o valor obtido pelo portador do título.
Dados:
N = 6.000
i = 2% a.m
n = 2 meses
Solução:
1. Uma duplicata de $70.000,00, com 90 dias a decorrer até o seu vencimento, foi
descontada por um banco à taxa de 2,70% ao mês. Calcular o valor líquido entregue ou
creditado ao cliente. ($64.330,00)
2. Calcular o valor do desconto de um título de $100.000,00, com 115 dias a vencer,
sabendo-se que a taxa de desconto é de 3% ao mês. ($11.500,00)
3. Sabendo-se que o desconto de uma duplicata no valor de $25.000,00, com 150 dias a
vencer, gerou um crédito de $22.075,06 na conta do cliente, determinar a taxa mensal
de desconto. (2,34%)
4. Um título de $140.000,00 foi descontado a 33% ao ano, 5 meses antes do seu
vencimento. Determinar o valor líquido entregue ao seu portador. ($120.750,00)
5. Determinar o valor nominal ou de face de um título, com 144 dias para o seu
vencimento, que descontado à taxa de 48% ao ano proporcionou um valor atual (valor
líquido creditado) de $38.784,00. ($48.000,00)
6. Sendo de $3.419,44 o valor do desconto, uma duplicata, descontada à taxa de 3,55% ao
mês, 120 dias antes do seu vencimento, calcular o valor creditado na conta do cliente.
($20.661,12)
7. Determinar quantos dias faltam para o vencimento de uma duplicata, no valor de
$9.800,00, que sofreu um desconto de $548,50, à taxa de 32% ao ano. (63 dias)
8. Uma empresa desconta uma duplicata no valor de $44.000,00 e com 60 dias de prazo
até o vencimento. Sabendo-se que o banco cobra uma taxa de desconto de 5,3% ao mês,
calcular o valor creditado na conta dessa empresa e a taxa efetiva de juros, calculada de
acordo com o regime de capitalização composta, cobrada nessa operação. ($39.336,00 e
5,76% a.m.)
9. Determine o desconto bancário sofrido por uma promissória de $1.000,00 à taxa de 8%
a.m. 3 meses antes do seu vencimento. (Resp.: $240,00)
10. Qual o custo efetivo da operação acima, já que você recebeu $760,00 por um título que
vale $1.000,00? Use juros compostos! (Resp.: 9,58% a.m.)
14
CAPÍTULO 3
JUROS COMPOSTOS
F = P(1+i)n (1)
F Juros compostos
Juros simples
$100
n
1 2 3 4 5...
Exemplos:
1. Determine o valor futuro de $1.000,00 aplicados a uma taxa de 10% a. m. por três
meses, a juro composto.
Dados:
P = 1.000,00
n = 3 meses
i = 10% a. m.
F=?
Solução:
Usando-se a fórmula fundamental para juros compostos, o montante após três períodos de
tempo será de:
F → FV (future value)
P → PV (present value)
n → n (número de períodos)
16
2. Miguel aplicou $200 a uma taxa de 15% a.m., por 3 meses. Quanto obteve de juros e
quanto resgatou?
Dados:
P ou PV= 200,00
n = 3 meses
i = 15% a. m.
Queremos FV = ?
Dizemos que uma taxa mensal (im) é equivalente a uma taxa anual (ia) quando
aplicadas a um mesmo capital inicial produzem o mesmo montante final. Graficamente,
temos a seguinte situação:
im, 12 vezes
P F
1/jan 31/dez
ia, 1 vez
P F
1/jan 31/dez
para determinar a taxa anual equivalente a uma taxa mensal qualquer, temos:
para determinar a taxa mensal equivalente a uma taxa anual qualquer, temos:
Exemplo:
1. Determinar a taxa anual equivalente a 0,5% a.m. (caderneta de poupança).
Dados:
im = 0,5%
ia = ?
Solução:
ia = (1 + 0,005)12 – 1
ia = 0,0617 ou 6,17% a.a.
Dados:
ia = 60,103%
im = ?
Solução:
im = (1 + 0,60103)1/12 – 1
im = 0,04 ou 4% a.m.
18
3. Dada a taxa over de 23% ao ano, determine a taxa equivalente diária. Use 252 dias
úteis.
Dados:
Solução:
id = (1 + 0,23)1/252 –1 =
id = 0,000822 ou 0,0822% ao dia
Taxa nominal
Chama-se taxa nominal de juros à taxa onde o período ao qual ela está referenciada
não coincide com o período de tempo em que os juros são capitalizados. Por exemplo, a
caderneta de poupança paga uma taxa de 6% ao ano com capitalização mensal. Este tipo de
taxa é muito mencionada no mercado financeiro nacional e internacional. Observa-se que
nos cálculos financeiros é necessário calcular a taxa em que os juros são efetivamente
capitalizados.
Taxa efetiva
Define-se taxa efetiva de juros como a taxa onde o período ao qual ela está
referenciada coincide com o período de tempo em que os juros são capitalizados. Por
exemplo, a taxa de 0,5% ao mês com capitalização mensal é uma taxa efetiva. É prática do
mercado, para o caso de taxas efetivas, não especificar o período no qual os juros são
capitalizados. Assim, no exemplo acima, diz-se apenas que a taxa efetiva é de 0,5% ao mês.
Saber determinar o valor da taxa efetiva de um contrato é importante, pois é ela que
representa o verdadeiro custo de uma operação financeira.
Exemplos
1. Calcule a taxa efetiva, sabendo-se que a taxa nominal é de 60% ao ano com
capitalização mensal.
Solução:
60%
ie = = 5%
12
19
2. Dada uma taxa nominal de 12% ao ano com capitalização trimestral, determine a
taxa efetiva.
Solução:
12%
ie = = 3%
4
20
1. Uma pessoa toma $100.000 emprestado, a juros de 2% a.m., pelo prazo de 10 meses
com capitalização composta. Qual o montante a ser devolvido? (Resp.: $121.899,40)
2. Quanto deve ser aplicado hoje para que se configurem $10.000,00 de juros ao fim de 5
anos, se a taxa de juros for de 4% a.trimestre? (Resp.: $8.395,44)
3. Qual a taxa efetiva anual cobrada em relação a 18% a.a. capitalizados mensalmente?
(Resp.: 19,56%)
4. Qual a taxa efetiva mensal de 24% ao ano com capitalização semestral? (Resp.: 1,9%)
5. Rishi Singh tem $1500 para investir. Seus conselheiros de investimentos sugerem um
investimento que não pague juros determinados, mas que gere um retorno de $2000 ao
final de três anos.
a. Qual a taxa de retorno que o senhor Rishi terá ganho com esse investimento?
(Resp.: 10,06% a.a.)
b. O senhor Rishi está considerando outros investimentos, de igual risco, os quais
geram um retorno de 8% ao ano. Qual o investimento deve ser realizado e por
quê?
6. João esteve procurando um empréstimo para financiar a compra de seu carro novo.
Encontrou três possibilidades que parecem atraentes e deseja selecionar aquela que
apresenta taxa de juros mais baixa. As informações disponíveis com relação a cada uma
das três alternativas de empréstimos de $5.000 seguem baixo:
a. Determine a taxa de juros relativa a cada um dos empréstimos. (Resp. 11%; 9%;
10%)
b. Qual empréstimo o senhor João deveria realizar?
7. René deseja determinar o valor futuro ao final de dois anos, de um depósito de $15.000
feito em uma conta que paga taxa de juros nominal anual de 12%. Encontre o valor
futuro do depósito de René, supondo que os juros sejam capitalizados: (1) anualmente;
(2) trimestralmente; (3) mensalmente; (4) continuamente.
(Resp.: $18816,00; $19001,55; $19046,02; $19068,74)
14
CAPÍTULO 3
JUROS COMPOSTOS
F = P(1+i)n (1)
F Juros compostos
Juros simples
$100
n
1 2 3 4 5...
Exemplos:
1. Determine o valor futuro de $1.000,00 aplicados a uma taxa de 10% a. m. por três
meses, a juro composto.
Dados:
P = 1.000,00
n = 3 meses
i = 10% a. m.
F=?
Solução:
Usando-se a fórmula fundamental para juros compostos, o montante após três períodos de
tempo será de:
F → FV (future value)
P → PV (present value)
n → n (número de períodos)
16
2. Miguel aplicou $200 a uma taxa de 15% a.m., por 3 meses. Quanto obteve de juros e
quanto resgatou?
Dados:
P ou PV= 200,00
n = 3 meses
i = 15% a. m.
Queremos FV = ?
Dizemos que uma taxa mensal (im) é equivalente a uma taxa anual (ia) quando
aplicadas a um mesmo capital inicial produzem o mesmo montante final. Graficamente,
temos a seguinte situação:
im, 12 vezes
P F
1/jan 31/dez
ia, 1 vez
P F
1/jan 31/dez
para determinar a taxa anual equivalente a uma taxa mensal qualquer, temos:
para determinar a taxa mensal equivalente a uma taxa anual qualquer, temos:
Exemplo:
1. Determinar a taxa anual equivalente a 0,5% a.m. (caderneta de poupança).
Dados:
im = 0,5%
ia = ?
Solução:
ia = (1 + 0,005)12 – 1
ia = 0,0617 ou 6,17% a.a.
Dados:
ia = 60,103%
im = ?
Solução:
im = (1 + 0,60103)1/12 – 1
im = 0,04 ou 4% a.m.
18
3. Dada a taxa over de 23% ao ano, determine a taxa equivalente diária. Use 252 dias
úteis.
Dados:
Solução:
id = (1 + 0,23)1/252 –1 =
id = 0,000822 ou 0,0822% ao dia
Taxa nominal
Chama-se taxa nominal de juros à taxa onde o período ao qual ela está referenciada
não coincide com o período de tempo em que os juros são capitalizados. Por exemplo, a
caderneta de poupança paga uma taxa de 6% ao ano com capitalização mensal. Este tipo de
taxa é muito mencionada no mercado financeiro nacional e internacional. Observa-se que
nos cálculos financeiros é necessário calcular a taxa em que os juros são efetivamente
capitalizados.
Taxa efetiva
Define-se taxa efetiva de juros como a taxa onde o período ao qual ela está
referenciada coincide com o período de tempo em que os juros são capitalizados. Por
exemplo, a taxa de 0,5% ao mês com capitalização mensal é uma taxa efetiva. É prática do
mercado, para o caso de taxas efetivas, não especificar o período no qual os juros são
capitalizados. Assim, no exemplo acima, diz-se apenas que a taxa efetiva é de 0,5% ao mês.
Saber determinar o valor da taxa efetiva de um contrato é importante, pois é ela que
representa o verdadeiro custo de uma operação financeira.
Exemplos
1. Calcule a taxa efetiva, sabendo-se que a taxa nominal é de 60% ao ano com
capitalização mensal.
Solução:
60%
ie = = 5%
12
19
2. Dada uma taxa nominal de 12% ao ano com capitalização trimestral, determine a
taxa efetiva.
Solução:
12%
ie = = 3%
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20
1. Uma pessoa toma $100.000 emprestado, a juros de 2% a.m., pelo prazo de 10 meses
com capitalização composta. Qual o montante a ser devolvido? (Resp.: $121.899,40)
2. Quanto deve ser aplicado hoje para que se configurem $10.000,00 de juros ao fim de 5
anos, se a taxa de juros for de 4% a.trimestre? (Resp.: $8.395,44)
3. Qual a taxa efetiva anual cobrada em relação a 18% a.a. capitalizados mensalmente?
(Resp.: 19,56%)
4. Qual a taxa efetiva mensal de 24% ao ano com capitalização semestral? (Resp.: 1,9%)
5. Rishi Singh tem $1500 para investir. Seus conselheiros de investimentos sugerem um
investimento que não pague juros determinados, mas que gere um retorno de $2000 ao
final de três anos.
a. Qual a taxa de retorno que o senhor Rishi terá ganho com esse investimento?
(Resp.: 10,06% a.a.)
b. O senhor Rishi está considerando outros investimentos, de igual risco, os quais
geram um retorno de 8% ao ano. Qual o investimento deve ser realizado e por
quê?
6. João esteve procurando um empréstimo para financiar a compra de seu carro novo.
Encontrou três possibilidades que parecem atraentes e deseja selecionar aquela que
apresenta taxa de juros mais baixa. As informações disponíveis com relação a cada uma
das três alternativas de empréstimos de $5.000 seguem baixo:
a. Determine a taxa de juros relativa a cada um dos empréstimos. (Resp. 11%; 9%;
10%)
b. Qual empréstimo o senhor João deveria realizar?
7. René deseja determinar o valor futuro ao final de dois anos, de um depósito de $15.000
feito em uma conta que paga taxa de juros nominal anual de 12%. Encontre o valor
futuro do depósito de René, supondo que os juros sejam capitalizados: (1) anualmente;
(2) trimestralmente; (3) mensalmente; (4) continuamente.
(Resp.: $18816,00; $19001,55; $19046,02; $19068,74)
PROGRESSÕES, LOGARITMOS E MATEMÁTICA FINANCEIRA
A primeira parte desta apostila contém um resumo do conteúdo da referência [1] que conta a
história do logaritmo. Acrescentamos atividades que têm como objetivo ajudar a compreender as
idéias envolvidas na criação dos logaritmos. Na segunda parte relacionamos essa teoria à matemática
financeira e ao número e.
A tabela a seguir mostra uma Progressão Geométrica (PG) colocada ao lado de uma Progressão
Aritmética (PA), de modo que o número 1 na PG corresponda ao número 0 na PA.
PG PA
1/9 -4
1/3 -2
1 0
3 2
9 4
27 6
81 8
243 10
729 12
2.187 14
6.561 16
19.683 18
Nessa tabela notamos, por exemplo, que o número 27, na primeira coluna, corresponde ao número
6 na segunda; o número 243 corresponde ao número 10; e o produto 27 × 243 = 6561 corresponde à
soma 6 + 10 (confira!). Notamos também que 91 × 9 = 1 corresponde a −4 + 4 = 0, que 243 × 31 = 81
corresponde a 10 + (−2) = 8, e ainda que 34 = 81 corresponde a 2 × 4 = 8.
1
Atividade 1.
1. Invente uma nova tabela com termos consecutivos de uma PG na primeira coluna e de uma
PA na segunda, fazendo corresponder ao número 1 da PG o número 0 na PA.
2. Para essa nova tabela, experimente calcular vários produtos de termos da PG e a soma dos
termos correspondentes na PA. Verifique se os resultados se correspondem.
3. Verifique se seus colegas chegaram à mesma conclusão e responda à pergunta (c) acima.
A conclusão à qual você deve ter chegado na Atividade 2 foi percebida em meados do século
XVI. De fato, em 1554, Michael Stifel, em seu livro Arithmetica Integra, colocou lado a lado uma
progressão geométrica e uma aritmética, e estabeleceu as seguintes relações (embora usando outra
terminologia):
produto na primeira corresponde a adição na segunda;
quociente na primeira corresponde a diferença na segunda;
potência na primeira corresponde a produto na segunda;
raiz na primeira corresponde a quociente na segunda.
Para os padrões atuais é exigido maior rigor para que seja aceito um fato como verdade. Vamos
provar o primeiro dos resultados acima enunciados na seguinte atividade. Os demais resultados
podem ser provados de forma análoga.
Atividade 2.
5. Com base no resultado obtido nos itens anteriores, como você responde a questão (a) acima?
Tudo leva a crer que esta maneira de relacionar as progressões tenha inspirado a criação dos
logaritmos.
Conside agora a Tabela 2 a seguir. Trata-se de uma tabela de “logaritmos de base 2”. A cada
número à esquerda corresponde um número à direita, chamado seu logaritmo. Por exemplo, dizemos
que o logaritmo de 512 na base 2 é 9. Para obtermos o produto de dois números que estão na
coluna da esquerda primeiramente somamos seus logaritmos. O resultado dessa soma é o logaritmo
2
do produto. Para achar o produto, basta ler na tabela, da direita para a esquerda, qual o número
que tem aquele logaritmo. Por exemplo, calculemos o produto 8 · 128 :
128 → 7
× → +
8 → 3
− − −− −−−
(1.024) ← 10
Note que deixamos de fazer diretamente a multiplicação e, em vez disso, efetuamos uma adição.
Repare que a maneira como escolhemos para indicar o que foi feito não é a convencional, mas
acreditamos que seja sugestiva. Na notação usual (e rigorosa) de logaritmos, escreverı́amos:
Como
log2 (8 · 128) = log2 8 + log2 128 = 3 + 7 = 10 = log2 1.024
concluı́mos que
8 · 128 = 1.024
Tabela 2
P.G. P.A.
1 0
2 1
4 2
8 3
16 4
32 5
64 6
128 7
256 8
512 9
1.024 10
2.048 11
4.096 12
8.192 13
16.384 14
32.768 15
65.536 16
131.072 17
262.144 18
524.588 19
1.048.576 20
Atividade 3. Calcular as operações indicadas sem efetuá-las diretamente, mas usando a tábua
de logaritmos.
3
(i) 256 · 16 = (ii) 512 · 2.048 =
(iii) 32 · 1.024 = (iv) 16.384 · 16 =
(v) 2562 = (vi) 643 =
(vii)8.192 ÷ 512 = (viii) 1.048.576 ÷ 2.048 =
√ 1
(ix) 3 32.768 = (x) 1.024 5 =
Atividade 4. Use a tábua anterior para verificar que a média aritmética dos números 5 e 9
(na coluna da direita) corresponde à média geométrica dos números correspondentes na coluna da
esquerda.
Será que foi coincidência ou é um fato geral?
Os alunos, em geral, decoram-nas sem conseguir fornecer um argumento que explique porque elas
são verdadeiras. Devemos ter consciência de que as demonstrações dessas propriedades em toda sua
generalidade exige raciocı́nio bastante abstrato e, portanto, de difı́cil compreensão. Entretanto, a
demonstração pode ser simples e acessı́vel em alguns casos especiais, e vale à pena ser feita com os
alunos para que eles aproveitem a oportunidade de desenvolver esse tipo de habilidade.
Vamos ver como fica a demonstração da primeira propriedade dos logaritmos no caso em que
x = bn e y = b m .
4
Notemos primeiramente que logb (bn ) = n e, portanto teremos que logb x + logb y = logb bn +
logb bm = n + m. Assim,
Uma grande descoberta envolve a solução de um grande problema, mas há uma semente
de descoberta na solução de qualquer problema. Seu problema pode ser modesto; porém,
se ele desafiar sua curiosidade e fizer funcionar sua capacidade de criar, e caso você
o resolva sozinho, então você poderá experimentar a tensão e o prazer do triunfo da
descoberta.
George Polya
O que é logaritmo?
Os logaritmos foram inventados, de maneira independente, por John Napier (1550 - 1617), barão
escocês, teólogo e matemático, e por Jost Bürgi (1552 - 1632), suı́ço, matemático e fabricante de
instrumentos astronômicos. Sem que nenhum tivesse conhecimento do outro, tabelas de logaritmos
foram publicadas por Napier em 1614 e por Bürgi em 1620. Ambos procuravam resolver o problema
de simplificar as longas operações de multiplicação e divisão que os recentes desenvolvimentos da
Astronomia e da Navegação vinham exigindo, tanto envolvendo números muito grandes como frações
muito pequenas.
É importante saber que, no final do século XVI, não havia a notação de potências para abreviar
produtos repetidos de mesmo valor.
5
Para que a tabela seja útil, temos que fazê-la muito maior, de modo que possamos calcular qualquer
produto como, por exemplo, 47 × 520.
A idéia de Napier e de Bürgi foi justamente a de tornar a tabela mais completa, de modo que se
pudesse calcular vários produtos e não apenas os produtos de potências naturais da base. Em outras
palavras, eles conseguiram escrever qualquer número x como potência (não necessariamente inteira)
da base b.
Iremos agora conhecer um pouquinho de como o problema foi resolvido, para que possamos
entendê-lo e apreciá-lo. Isto requer considerar potências com outros expoentes além dos naturais:
expoentes fracionários, negativos ou até irracionais. Não faremos aqui um estudo sobre potências
com tais expoentes, mas iremos usá-los a partir daqui. O leitor interessado em aprofundar o esse
tópico poderá encontrar no capı́tulo 2 de [2] um texto bastante completo sobre potências.
Também será necessário usar um processo de aproximações sucessivas. Trata-se de um pro-
cedimento que envolve idéias muito ricas, bastante usadas em resoluções de problemas numéricos
importantes.
Napier publicou três tabelas que, juntas, calculavam com precisão até a sétima casa decimal,
os logaritmos dos números 4.998.609, 4034 a 10.000.000. Ele trabalhou 20 anos para produzir esse
trabalho. Briggs (1556 - 1630), um professor de matemática em Oxford, empolgado com a idéia de
Napier quis conhecê-lo pessoalmente, sugeriu algumas modificações e continuou o trabalho de Napier,
produzindo tabelas de logaritmo na base 10 com precisão de 15 casas decimais.
Reproduzimos abaixo um pequenı́ssimo trecho da tabela de Briggs, copiando os valores apenas
até a sexta casa decimal.
a log10 a
1 0
1, 074608 0, 031250
1, 154782 0, 062500
1, 333521 0, 125000
1, 778279 0, 250000
3, 162277 0, 500000
10 1
Olhando a primeira coluna da tabela acima, percebemos que 1, 5 “ se encaixa “ entre os números
1, 333521 e 1, 778279, cujos logaritmos são dados. Precisamente, temos que
6
ou também (em frações):
1
. . . . . . < log(1, 5) < . (7)
4
Seja q1 o número racional obtido fazendo a média aritmética dos dois logaritmos conhecidos da
linha (3). Então q1 = . . . . . . .
Verifique, usando uma calculadora, que 10q1 é aproximadamente 1, 539927.
Como q1 é a média aritmética de dois elementos do lado direito da tabela, então 10q1 é a média
geométrica dos números correspondentes à direita. Você sabe por que?
A tabela agora cresceu um pouquinho. Veja:
a log a
.. ..
. .
1
1, 333521
8
3
1, 539927
16
1
1, 778279
4
.. ..
. .
1
Como 1, 5 está entre 1, 333521 e 1, 539927, concluı́mos que log(1, 5) está entre
= 0, 125000 e
8
3
= 0, 187500. Com isso já sabemos que a primeira casa decimal do número procurado é 1!
16
Em outras palavras, uma aproximação, com uma casa decimal de precisão, para log(1, 5)
é 0, 1.
Ainda não conhecemos a segunda casa decimal. Só podemos perceber que deve estar entre 2 e 8.
Para aumentar a precisão, basta repetir o processo. Vamos lá: vemos, na tabela, que
1, 333521 < 1, 5 < 1, 539927 (8)
então
1 3
< log(1, 5) < (9)
8 16
Escolho o racional q2 tomando a média aritmética dos racionais conhecidos na linha acima e verifico
que 10q2 é aproximadamente igual a 1, 433013. Como
1, 433013 < 1, 5 < 1, 539927, (10)
7
concluı́mos que
Note que a segunda casa decimal ainda não estabilizou. Por isso, temos que continuar o processo.
Fica como informação e incentivo a continuar os cálculos, saber que temos que usar o processo mais
duas vezes, encontrando
11
q3 = = 0, 171875 ; 10q3 ≈ 1, 485508 ;
64
23
q4 = = 0, 179688 ; 10q4 ≈ 1, 512473.
128
Vamos conferir? Mãos à obra!
Com isso, descobrimos que, como 1, 5 está entre 1, 485508 e 1, 512473, o valor de log(1, 5) está
entre 0, 171875 e 0, 179688. Mais precisamente, escrevemos
Assim, temos certeza de que a segunda casa decimal de log(1, 5) é 7, ou seja, log(1, 5) ≈ 0, 17.
Sobre a terceira casa temos uma imprecisão enorme: está entre 1 e 9, conforme mostra a última
desigualdade acima. Você já tem uma idéia do trabalho que dá achá-la à mão.
Devemos admirar e respeitar os matemáticos, navegadores, astrônomos do século XVII não só
pela engenhosidade, mas também pela paciência com que dedicaram anos de suas vidas fazendo
cálculos como os que mostramos acima para que a humanidade pudesse depois fazer outros cálculos
mais rápida e facilmente.
Durante quase 4 séculos que sucederam à descoberta dos logaritmos, sua utilidade revelou-se
decisiva na Ciência e Tecnologia. Recentemente, com o uso cada vez mais comum de computadores
e calculadoras, as tábuas de logaritmos não são mais úteis como instrumento de cálculo. Entretanto
o estudo dos logaritmos é fundamental, pois o desenvolvimento da Matemática e das ciências em
geral veio mostrar que diversos fenômenos fı́sicos, quı́micos, biológicos e econômicos são modelados
por funções logarı́tmicas e por funções exponenciais.
Finalmente, devemos mencionar que a definição de logaritmo do modo como é ensinado hoje
na escola (logb a = c ⇔ bc = a) levou cerca de 200 anos para ser formulada. Todo esse tempo é
certamente um sinal do grau de dificuldade que o conceito abarca.
É muito importante que os alunos aprendam a usar as propriedades, que são exclusivas, dos
logaritmos. Também é bastante útil o conhecimento das funções logaritmo e sua inversa, a função
exponencial, e seus gráficos. Esse conhecimento permitirá que os estudantes compreendam melhor
vários outros assuntos. Eles entenderão melhor biologia, quı́mica, fı́sica, além da própria matemática.
Existem duas modalidades bastante conhecidas de ganhos de juros sobre um capital. São chama-
dos juros simples os valores obtidos na situação em que, ao longo do tempo, apenas o capital inicial
8
rende juros. Já nos juros compostos, após cada perı́odo de tempo a que se refere a taxa contratada,
os juros ganhos são capitalizados (somados ao capital), passando a render juros também.
A tabela abaixo mostra os montantes (total do capital inicial mais os juros ganhos) no final de
cada perı́odo de duas aplicações, ambas com um capital inicial de R$ 1000,00 aplicados a uma taxa
de 10% ao mês. Na terceira coluna estão os montantes do capital aplicado a juros simples e na
segunda, os montantes do capital aplicado a juros compostos.
Observe que, na terceira coluna, o valor do montante apresentado em cada linha é a soma do
valor anterior com 10% do valor da linha correspondente ao mês 0.
Na segunda coluna, o valor do montante em cada linha é a soma do valor anterior com 10% desse
valor anterior. Também podemos pensar que o valor do montante em cada linha da segunda coluna
é o valor do montante da linha anterior multiplicado por 1,1. Logo, a seqüência de números na
terceira coluna é uma Progressão Aritmética de razão 100, e na segunda coluna, é uma Progressão
Geométrica de razão 1,1.
Perguntas.
1. Se, em vez de 10% de juros, fossem 5%, ainda terı́amos uma PG na segunda coluna? Em caso
afirmativo, qual seria a razão?
2. Os valores dos montantes em juros simples formam sempre progressões aritméticas? Por quê?
(a) a uma taxa de 12% ao mês. Qual será o montante após um mês?
(b) a uma taxa de 6 % a cada 15 dias. Qual será o montante após um mês?
(c) a uma taxa de 4 % a cada 10 dias. Qual será o montante após um mês?
12
(d) a uma taxa diária de 30
%. Qual será o montante após um mês?
Você deve ter reparado que o montante, ao final de 1 mês, aumenta, conforme aumenta a
freqüência com que os juros são capitalizados. Será que, se subdividirmos mais e mais o perı́odo
9
de tempo, o montante crescerá indefinidamente? Ou seja, será que, se tivermos os juros capitaliza-
dos, a cada hora, ou a cada minuto, etc..., o montante irá crescer, tendendo a infinito, ou irá parar
em algum valor máximo?
Essa questão é histórica, tendo sido formulada pela primeira vez em 1683 por Jacob Bernoulli
(1654-1705) e respondida por Leonhard Euler (1707-1783).
1
Imagine que haverão n capitalizações ao mês com taxas (a juros compostos) de % em cada
n
perı́odo. Temos que calcular, em função de n, qual o montante no final de um mês, e observar o que
acontece quando n cresce indefinidamente. Para isso é necessário calcular o valor de (1 + n1 )n , para
valores crescentes de n.
Usando a fórmula do binômio de Newton, é possı́vel provar que, qualquer que seja o número n,
esse valor está entre 2 e 3. Tente fazer isso!
1
Exercı́cio 8. Calcule (1+ )n para n = 1, 2, 3, 4, 5, 6. Esses valores encontrados são aproximações
n
para o número e.
O número e é definido como sendo
1 n
e = lim (1 + )
n→∞ n
Euler provou que o número e é um número irracional e chegou a calcular uma aproximação com
18 casas decimais:
e ≈ 2, 718281828459045235
O número e acima é a base do chamado logaritmo natural, usualmente indicado por ln, isto
é, loge x = ln x. Por suas aplicações, e principalmente por causa do Cálculo Diferencial e Integral, a
função y = ln x se tornou a função logaritmo mais importante no mundo cientı́fico.
Referências
4. http://www-gap.dcs.st-and.ac.uk/~history/HistTopics/e.html#s19
10
21
CAPÍTULO 4
SÉRIES DE PAGAMENTOS
4.1 Introdução
Exemplo 1:
João recebe seu salário no primeiro dia do mês, recebe também o aluguel de uma sala
comercial no dia 20 do mês, a qual ainda está pagando o financiamento ao final de cada
mês (dia 30) e faz seus outros pagamentos nos dias 5, 10 e 20. Apresente o fluxo de caixa
correspondente.
Representação Gráfica:
0 1 5 10 20 30 dias
Exemplo 2:
Um banco concede um empréstimo de $40.000 a um cliente, para pagamento em 6
prestações iguais de $9.000. Represente o FC do ponto de vista do banco e do ponto de
vista do cliente.
9.000
Banco:
40.000
40.000
Cliente:
9.000
22
10 20 30 40 50 dias
b) os valores dos termos (ou fluxos de caixa) que compõe a série podem ser:
- variáveis:
pmt1 pmt2
mês 1 mês 2
0 início do período ( leasing)
1 2 meses
P
23
a) Equivalência entre P e F:
F
F = P(1+ i) n
ou P=
(1+ i)n
0 n
Qual o valor a ser investido hoje, a determinada taxa de juros, para se obter
uma quantia F após certo tempo?
(1 + i) n − 1 i
F = PMT ou PMT = F
i (1 + i) n − 1
PMT
Qual será o valor futuro produzido por uma série de pagamentos periódicos,
dada uma determinada taxa de juros?
Exemplo:
Quanto terá, no final de quatro anos, uma pessoa que aplicar $500 por mês, durante esse
prazo, em um “Fundo de Renda Fixa”, à taxa de 3% ao mês?
Representação do FC:
0 1 2 3 4
500
(1 + 0,03) 48 − 1
F = 500 x = 500 x 104,4084 = 52.204,20
0,03
Visor
Usando a HP 12C: 1) f clear FIN
2)200 CHS PMT - 500,00
3) 3 I 3,00
4) 48 n 48,00
5) FV 52.204,20
Exemplo:
Quanto uma pessoa terá que aplicar mensalmente num fundo de renda fixa, durante 5 anos,
para que possa resgatar $200.000 no final de 60 meses, sendo que o fundo proporciona um
rendimento de 2% ao mês?
F = 200.000
0 1
Representação do FC: 60 meses
PMT =?
25
i 0,02
PMT = F = 200.000 x = 200.000 x 0,0088 = $1.753,59
(1 + i) − 1
n
(1,02) 60
Usando a HP 12C: Visor
1) f clear FIN
2) 200.000 FV 200.000,00
3) 2 i 2,00
4) 60 n 60,00
5) PMT -1.753,59
(1 + i) n x i (1 + i) n − 1
PMT = P (Tabela Price) ou P = PMT
(1 + i) n − 1 (1 + i) n x i
PMT
Exemplo:
Um empréstimo de $30.000 é concedido por uma instituição financeira para ser liquidado
em 12 prestações iguais, mensais e consecutivas. Sabendo-se que a taxa de juros é 3,5% ao
mês, calcular o valor da prestação.
26
PMT
( 1 + 0,035) 12 x 0,035
PMT = 30.000 x = 30.000 x 0,10348 = $3.104,52
(1 + 0,035) 12 − 1
Usando a HP 12C: Visor
1) f clear FIN
2) 30.000 PV 30.000,00
3) 3,5 i 3,50
4) 12 n 12,00
5) PMT -3.104,52
Exemplo:
Calcular o valor atual de uma série de 24 prestações iguais, mensais e consecutivas de
$3.500 cada uma, considerando uma taxa de 5% ao mês.
P=? i = 5% a.m.
Representação do FC: 0 24meses
pmt = 3.500
( 1 + 0,05) 24 - 1
P = 3.500 x = 3.500 x 13,79864 = $48.295,25
(1 + 0,05) 24 x 0,05
27
Visor
Usando a HP 12C: 1) f clear FIN
2) 3.500 PMT 3.500,00
3) 5 i 5,00
4) 24 n 24,00
5) PV -48.295,25
Determinar a que taxa anual foi firmada uma operação de empréstimos de $100.000, para
ser liquidada em 18 prestações mensais, iguais e consecutivas de $7.270,87 cada uma.
PMT = 7.270,87
Fluxo de Caixa:
0
18meses
P = 100.000 i=?
( 1 + i) n - 1 (1 + i)18 − 1
P = PMT x ⇒ 100.000 = 7.270,87
(1 + i) n x i (1 + i) 18 x i
Solução:
1) por tentativa e erro
P 100.000
2) usando uma tabela financeira → = = 13,7535 → i = 3% a.m.
PMT 7.270,87
3) usando uma calculadora financeira como a HP 12C → 3% a.m.
( 1 + i) 18 - 1 (1 + i) 18 − 1 100.000
100.000 = 7.270,87 x ⇒ = = 13,7535
(1 + i)18 x i (1 + i)18 x i 7.270,87
Regra de três:
16,3982
A
13,7535
D
11,6896
B E C
i = 1% i=x% i=5%
5 −1 5- x 4 5-x
= ⇒ = ⇒
16,3982 − 11,6869 13,7535 − 11,6896 4,7086 2,0639
x = 3,2467% a.m.
d) Perpetuidades
Uma perpetuidade é uma série uniforme com uma vida infinita. Este conceito é
muito usado para o cálculo de aposentadorias e mensalidades de clubes. Alguns governos já
emitiram títulos que pagam juros periódicos para sempre. É o caso das consols emitidas
pelo governo britânico, onde o titular desses bônus nunca receberão o principal, somente
recebem os juros periódicos.
Pode-se determinar a equação que relaciona uma série uniforme perpétua e seu
valor presente através da fórmula inversa da tabela Price, fazendo-se o número de períodos,
n, tender a infinito, como mostrado abaixo.
(1 + i) n − 1 PMT
P = Lim PMT =
n →∞
(1 + i) n i i
PMT
0
1 2 3 ... ∞
P
29
Exemplo:
João pretende se aposentar e receber anualmente, ao final de cada ano, um valor fixo de
$10.000,00. Quanto ele deverá acumular ao final de sua vida de trabalho para que possa
usufruir de tal benefício durante sua aposentadoria? Suponha uma taxa real de juros de 6%
ao ano.
Dados:
PMT = 10.000,00
i = 6 % a.a.
Solução:
PMT 10.000
P= = = $166.666,67
i 0,06
(1 + i) n − 1 (1 + i) n − 1
De F = PMT para F = PMT (1 + i)
i i
(1 + i) n . i P (1 + i) n .i
De PMT = P para PMT =
(1 + i) n - 1 (1 + i) (1 + i) n - 1
30
Exemplo 1:
Quanto terá de aplicar mensalmente, a partir de hoje, para acumular no final de 36 meses
um montante de $300.000, sabendo-se que o rendimento firmado é de 34,489% ao ano
(taxa efetiva!) e que as prestações são iguais e consecutivas e em número de 36?
(1 + im)12 = (1 + ia)
(1 + im)12 = 1,34489 ⇒ im = (1,34489)1/12 – 1 = 2,5%
F i
PMT = x
(1 + i) (1 + i) n − 1
300.000 0,025
PMT = x = $5.107,77
1,025 (1,025) 36 − 1
Exemplo 2:
Determinar qual o valor de um terreno financiado em 24 prestações iguais de $5.054,03
sabendo-se que a taxa de juros cobrada é de 3,5% ao mês e que o primeira prestação é paga
no ato da assinatura do contrato.
Fluxo de Caixa : PMT = 5.054,03
0
23 24meses
P=? i = 3,5%
( 1 + i) n - 1
P = PMT x (1 + i)
(1 + i) n . i
( 1,035) 24 - 1
P = 5.054,03 x 1,035 x = $84.000,05
(1,035) 24 . 0,035
31
1 – Quanto uma pessoa terá que aplicar mensalmente num banco, para que possa resgatar
$200.000,00 ao final de 60 meses, sabendo-se que o banco oferece uma taxa de 2% ao mês?
(Resp.: $1.753,59)
Pede-se:
CAPÍTULO 5
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
5.1 Introdução
(1 + i) n . i
PMT = P
(1 + i) n − 1
Exemplo:
Solução:
Valor da prestação:
(1,03) 10 x 0,03
PMT = 8.530,20 x = $1.000
(1,03)10 − 1
As fórmulas usadas para a construção da planilha acima são muito simples e dadas por:
At = A1(1+i)t-1
J 2 = i x P1
o
2 Período P1 = P0 − A 1
A = PMT − J
2 2
35
J t = i x Pt -1
n-ésimo Período
A t = A 1 (1 + i) t -1
(1 + i) n - t − 1
Pt = PMT
(1 + i) n − t i
a) Calcular o valor do saldo devedor existente no final do 6o mês (após o pagamento desta
prestação):
Solução:
(1 + i) 10 − 6 − 1 1,03 4 − 1
P6 = PMT = 1.000 = 3.717,10
(1 + i) 10 − 6 . 0,03 1,03 4 . 0,03
(1 + i) 10 −3 − 1 1,03 7 − 1
P3 = PMT = 1.000 = 6.230,28
(1 + i) 10 −3 . 0,03 1,03 7 . 0,03
Neste sistema, a parcela de juros decresce com o tempo, ao passo que a parcela de
amortização aumenta com o tempo. Graficamente pode-se apresentar este comportamento
da seguinte maneira:
Representação da Prestação:
$
Juros
Prestação
Amortização
n
Saldo
devedor
Exercício 1:
Exercício 2:
Montar a planilha financeira para um financiamento de $1.000, a 3% ao mês, com prazo de
meses, amortizável em 4 prestações mensais. Calcular também o saldo devedor
imediatamente após a 2a prestação, mas sem o uso da planilha.
37
(1 + 0,03) 4 . 0,03
Cálculo de prestação: PMT = 1.000 ≅ 296,00
(1 + 0,03) 4 - 1
a (1 + 0,03) 4− 2 - 1
Cálculo do Saldo devedor aos a 2 prestação: P2 = 269 ≅ 514,72
(1 + 0,03) 4−2 . 0,03
Exercício 3:
Representação da Prestação:
$
Juros
Prestação
Amortização
n
38
Saldo
devedor
Exemplo:
Um empréstimo de $800.000 deve ser devolvido em 5 prestações semestrais pelo SAC à
taxa de 4%a.s. Obtenha a planilha.
Solução:
Planilha (x 1.000)
t Saldo devedor (Pt) Amortização (At) Juros (Jt) Prestação
0 800,00 0 0 0
1 640,00 160,00 32,00 192,00
2 480,00 160,00 25,60 185,60
3 320,00 160,00 19,20 179,20
4 160,00 160,00 12,80 172,80
5 0,00 160,00 6,40 166,40
800,00 96,00 896,00
Exercícios (SAC)
Este sistema de amortização foi criado pelo antigo Banco Nacional de Habitação
(BNH), em 1979, e se constitui num misto entre a Tabela Price e o SAC. O SAM é um
plano de pagamentos composto por prestações cujos valores são resultantes da média
aritmética dos valores das prestações calculadas pela Tabela Price e o SAC,
correspondentes aos respectivos prazos. Os valores das parcelas de amortização e juros
resultam da mesma regra.
PMTTP + PMTSAC
PMTSAM =
2
40
A TP + A SAC
A SAM =
2
J TP + J SAC
J SAM =
2
Price
Saldo SAM
SAC
Devedor
Exemplo:
Exemplo:
Por empréstimo de 800mil dólares, um cliente se propõe a devolver o principal daqui a dois
anos, pagando semestralmente somente os juros à taxa de 4% ao semestre. Obtenha a
planilha pelo Sistema Americano:
Solução:
Para uma determinada taxa de juros todos os sistemas são equivalentes. Ou seja,
para uma dada taxa de juros o valor presente dos fluxos de desembolso de cada sistema será
igual ao valor financiado, P.
Por exemplo, o SAC e a Tabela Price são equivalentes, mesmo observando-se que
as prestações calculadas pelo SAC são maiores no início do plano e menores ao final.
5.7 Exercício
a) 240.904,00
b) 250.908,00
c) 264.995,00 *
d) 270.843,00
42
CAPÍTULO 6
6.1 Introdução
Ativo Passivo
Circulante Circulante
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo
Permanente Patrimônio Líquido
-investimentos -capital
-imobilizado -lucros acumulados
-diferido
Antes de se tomar a decisão sobre qual a melhor alternativa, é preciso estar ciente de
alguns princípios qualitativos básicos que fundamentam a engenharia econômica, tais
como:
É claro que ao se levar em conta na análise apenas o que pode ser transformado em
valores monetários, deixa-se de lado aspectos imponderáveis, tais como a política
econômica geral, a estratégia da empresa, a satisfação dos empregados etc., que muitas
vezes podem alterar bastante a escolha entre as várias alternativas de investimento.
Payback
Métodos não exatos Payback descontado
Retorno contábil médio
ano A B C D
0 -1.500 -1.500 -1.500 -1.500
1 150 0 150 300
2 1.350 0 300 450
3 150 450 450 750
4 -80 1.050 600 750
5 -50 1.950 1.875 900
45
Vantagens:
simplicidade e rapidez;
é uma medida de risco do investimento, pois quanto menor o período de
payback, mais líquido é o investimento e, portanto menos arriscado.
Desvantagens:
não considera o valor do dinheiro no tempo;
não considera os fluxos de caixa após o período de payback;
não leva em conta o custo de capital da empresa.
Use o payback descontado para analisar os projetos. Use como taxa de desconto a
TMA da empresa de 10%.
46
Projeto A:
Projeto B:
766
a
4 b 5
444
1 ano 1
2,73 = ⇒a= = 0,37 anos
a 2,73
Portanto, o valor procurado será igual a 4 anos mais 0,37 anos, ou 4,37 anos.
47
TMRCC = 90,00%
TMRCD = 84,00%
Vantagens:
Simples e rápido de calcular;
Dados facilmente acessíveis com o sistema de contabilidade da empresa.
Desvantagens:
utilização de dados contábeis em vez de fluxos de caixa;
não considera o valor do dinheiro no tempo;
escolha arbitrária de uma data limite para a projeção dos lucros.
48
Este método consiste em trazer para a data zero, usando como taxa de desconto a
TMA da empresa ou projeto, todos os fluxos de caixa do investimento e soma-los ao valor
do investimento inicial. Matematicamente, pode ser dado pela equação abaixo:
FC1 FC 2 FC n
VPL = − FC0 + + +L+
(1 + i) (1 + i)
1 2
(1 + i) n
Vantagens:
Desvantagens:
A partir a tabela com os dados dos quatro projetos, calculamos o VPL de cada projeto:
Projeto VPL
A -220,92
B 766,05
C 796,42 melhor
D 778,80
É a taxa de desconto que zera o valor presente líquido dos fluxos de caixa de um
projeto, ou seja, faz com que todas as entradas igualem todas as saídas de caixa do
empreendimento. Matematicamente, esta taxa (TIR) pode ser encontrada resolvendo-se a
seguinte equação:
FC1 FC 2 FC n
0 = − FC0 + + +L+
(1 + TIR) (1 + TIR) 2
(1 + TIR) n
Vantagens:
Desvantagens:
pressupõe a reinversão dos fluxos (benefício) à própria TIR, o que acaba distorcendo os
resultados;
não obedece ao princípio de aditividade do valor;
pode haver múltiplas taxas de retorno ou mesmo não ter solução quando o fluxo de
caixa não é convencional;
necessita a análise do investimento “incremental” quando se compara várias alternativas
mutuamente exclusivas;
Não se recomenda em situações com múltiplas alternativas.
se os projetos forem mutuamente exclusivos, deve-se escolher aquele com maior TIR,
desde que ela seja maior que a TMA da empresa.
Projeto TIR
A 0,74%
B 22,92%
C 22,75%
D 25,38% melhor
50
Exercício:
Uma empresa dispõe de $18.000 e conta com duas alternativas de investimento em um tipo
de equipamento industrial:
equipamento de marca A, que exige um investimento inicial de $14.000 e proporciona
um saldo líquido anual de $5.000 por sete anos;
equipamento de marca B, que exige um investimento inicial de $18.000 e proporciona
um saldo líquido de $6.500 por sete anos.
Calcule qual a alternativa mais econômica, sabendo-se que a TMA da empresa é de 30% ao
ano.
Este método consiste em achar a série uniforme (PMT) anual equivalente ao fluxo
de caixa do projeto, descontado à TMA.
Graficamente temos:
1) 0 5 = 0 5
P0
PMT ou VAUE
P4 P5 PMT ou VAUE
2) P1 P2
0 5 = 0 5
P0 P3
51
Exemplo:
No exercício anterior, usar o método do VAUE para achar a alternativa mais econômica.
18.000
Exemplo:
Pelo método do VPL diga qual é a melhor alternativa entre os projetos representados pelos
dois fluxos de caixa abaixo:
52
A) 90 90 ou B) 64 64 64
0 1 2 0 1 2 3
TMA = 10% TMA = 10%
118 120
90 90 90 90 90 90
A) 0 VPLA = $95,86 ← melhor!
1 2 3 4 5 6
64
B) 0 VPLB = $68,58
1 2 3 4 5 6
120 120
A) 90 90
B) 64
Se a TMA da empresa for de 12% a.a. e a máquina tiver uma vida útil de 5 anos,
após a qual terá valor residual nulo, calcule se é econômica a compra da máquina. Obs:
deve-se escolher a alternativa com menor custo anual!
Solução: Alternativa A: continuar com a produção manual.
VAUEA = $113.000 (custo anual!)
Alternativa B: comprar a máquina.
VAUEB = 30.000 + 20.000 + VAUE ($200.000)
VAUEB = 30.000 + 20.000 + 55.482 = $105.482
Na escolha entre dois ou mais investimentos, o critério de decisão pelo VPL sempre
será escolher o investimento com maior VPL. Com a TIR, isso não acontece, pois este
método trabalha com valores relativos (taxas). Assim, uma das maneiras para
compatibilizar os resultados obtidos pela TIR com os obtidos pelo VPL é o uso da técnica
do “investimento incremental”.
Uma empresa cuja TMA é de 6% ao ano, dispõe de duas alternativas para introduzir
uma linha de fabricação para um dos componentes de seu principal produto. A alternativa
X é para um processo automatizado que exigirá um investimento de $20.000 e
proporcionará saldos anuais de $3.116 durante dez anos. A alternativa Y é para um
processo semi-automatizado, com investimento mais baixo ($10.000), mas, devido ao uso
mais intenso de mão-de-obra, propiciará um saldo anual de $1.628, também durante dez
anos. Qual é a melhor alternativa? Utilize o método do VPL e da TIR.
Técnica X Y X –Y
VPL $2.934,03 $1.982,22 -
TIR0 9% 10% ~ 8%
“Regra”
Para que os dois investimentos acima sejam iguais é necessário que o investimento
incremental (X–Y) renda 8%. Como a TMA da empresa é de 6%, menor que a
rentabilidade exigida pelo investimento incremental, conclui-se que o projeto X é o melhor!
O gráfico do VPL x TIR para cada projeto poderá elucidar melhor a técnica do
investimento incremental. Observamos, no gráfico, que para uma taxa de desconto de 8%,
os dois projetos proporcionam o mesmo VPL. Para uma taxa de desconto abaixo (acima) de
8% o projeto X (Y) sempre será melhor. O ponto onde os dois projetos apresentam o
mesmo VPL é denominado de ponto de intersecção de Fisher.
55
VP
11.16
X
4.060 Ponto de Fisher
Y
8% 9% 10%
TMA
A B
investimento inicial 5.000 4.000
receita anual 500 708
vida útil 10 anos 10 anos
valor residual 5.000 0
(R: TIRA = 10%; VPLA = 1.930,43; TIRB = 12%; VPLB = 1.466,99 e TIRA-B = 7,5%)
I II III IV V VI
Investimento
100.000 130.000 152.000 184.000 220.000 260.000
inicial
Resultado
8.200 16.300 21.900 25.900 29.200 31.200
anual
Valor
100.000 130.000 152.000 184.000 220.000 260.000
residual
Vida útil
10 10 10 10 10 10
(anos)
Como se supõe que os projetos são independentes, é possível a escolha dos seguintes
portfólios, que são as combinações possíveis entre os quatro projetos viáveis, dado o limite
orçamentário de $390.000:
a) nenhum projeto
b) projeto II
c) projeto III
d) projeto IV
e) projeto V
f) projetos II e III
g) projetos II e IV
h) projetos II e V
i) projetos III e IV
j) projetos III e V
57
Pela tabela acima, percebe-se que o portfólio vencedor é o que contém os projetos III e IV,
com um investimento inicial de $336.000 e um VPL de $42.256.
Resolva o mesmo problema, mas agora com uma restrição orçamentária de $410.000.
MAX ∑ w j Vj
j
sujeito a ∑c
j
tj w j ≤ Ct
w j ≤ 1,0
58
6.8 Exercícios
Boa parte do desafio encontra-se em saber qual a análise quantitativa a ser gerada de início.
Suponha que você seja um novo analista de orçamento de capital em uma empresa que está
considerando a realização de investimentos nos oito projetos listados na Tabela 1. O
principal executivo financeiro de sua empresa lhe pediu para ordenar os projetos e
recomendar quais a empresa deveria aceitar.
1. Você poderia classificar os projetos apenas pela simples inspeção dos fluxos de caixa?
2. Qual critério usaria para classificar os projetos? Qual é a melhor técnica de
classificação neste caso? Por que?
3. Qual foi a classificação que você encontrou usando esses métodos quantitativos? Essa
classificação diferiu daquela obtida por simples inspeção dos fluxos de caixa?
4. Que tipos de projetos teriam fluxos de caixa similares aos encontrados na Tabela 1?
2
Este caso foi redigido por Robert F. Bruner, a partir de um caso anterior preparado sob a orientação de
Gordon Donaldson.
Copyright © 1988, by Darden graduate School Foundation, Charlottesville, VA, EUA. Este caso destina-se à
discussão em sala de aula para exemplificar práticas empresariais, eficazes ou não.
59
Número do 1 2 3 4 5 6 7 8
Projeto
Investimento ($2.000) ($2.000) ($2.000) ($2.000) ($2.000) ($2.000) ($2.000) ($2.000)
inicial
Ano 1 $330 $1.666 $160 280 $2.200* $1.200 ($350)
2 330 334* 200 280 900* (60)
3 330 165 350 280 300 60
4 330 395 280 90 350
5 330 432 280 70 700
6 330 440* 280 1.200
7 330* 442 280 2.400*
8 1.000 444 280*
9 446 280
10 448 280
11 450 280
12 451 280
13 451 280
14 452 280
15 $10.000* (2.000) 280
Somatório dos $3.310 $2.165 $10.000 $3.561 $4.200 $2.200 $2.560 $4.300
benefícios do
fluxo de caixa
Excesso de $1.310 $165 $8.000 $1.561 $2.200 $200 $560 $2.300
fluxo de caixa
sobre o
investimento
inicial
* indica o ano em que se completa o retorno (payback)
60
CAPÍTULO 7
SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS1
7.1 Introdução
Exemplos:
1
Este capítulo foi baseado em Casarotto e Kopittke (1996, cap.11) e Souza e Clemente (2001, cap.10 e 11)
61
Exemplo:
Supondo que a taxa de mínima atratividade antes do imposto de renda é de 10% a.a.
determinar quando o ativo deverá ser vendido.
Solução:
A manutenção do ativo no próximo ano implica em investir $400.000,00 agora (deixar de
receber é no caso, o mesmo que investir) para receber $300.000,00 mais $160.000,00
(240.000 - 80.000)
460.000
0 10 ano
1
400.000
460.000
VP1 = −400.000 + = 18.181,82 > 0
(1 + 0,1)
Como VP1 > 0, o ativo deverá ser mantido no primeiro ano. Manter o ativo no segundo ano
implica em um investimento de $300.000,00 para receber $200.000,00 mais $120.000,00
um período após:
62
320.000
0 20 ano
2
300.000
320.000
VP1 = −300.000 + = -9.090,91
(1,1)
Como VP2 < 0, o ativo deverá ser vendido no final do primeiro ano.
Ano 1 2 3 4 5
Revenda 500 440 380 300 230
Custos 10 16 24 34 46
O preço do carro novo é 580, a TMA é de 10% a.a.. Qual a vida econômica do carro?
63
Solução:
500
10
580
CAUE1 = 148
440
10 16
580
CAUE2 = 137,52
64
A política de manter o carro por dois anos é mais econômica que mantê-lo por apenas um
ano.
380
0 1 2 3
10 16 24
580
CAUE3 = 134,65
Como se vê, a política de manter o carro por três anos é ainda mais econômica do que a de
mantê-lo por dois anos.
300
0 1 2 3 4
10 16 24 34
580
CAUE4 = 138,39
A partir do terceiro ano não vale a pena manter o carro pois seus custos estão aumentando.
Para confirmar, será considerada ainda, a 5a. alternativa.
0 1 2 3 4 5
10 16 24
46
580
CAUE5 = 139,63
O resultado deste exercício pode ser melhor visualizado através de um modelo gráfico que
represente a vida no eixo da abscissas e o CAUE no eixo das ordenadas.
VP
C AUE
150
140
130 Vida
econôm ica Vida útil
1 2 3 4 5
É de se observar que neste exercício, considerou-se um ativo que não influi diretamente na
produção e conseqüente geração de receita.
CAPÍTULO 8
8.1 Introdução
Probabilidade
B
VPL Retorno
15
100
A taxa interna de retorno e o valor presente líquido, para uma TMA de 10% serão:
34 34 64
O FC será:
100
100
TIR
21
13,5
10 TMA
6
Pto de
equilíbrio
Pelo gráfico vê-se que se a empresa não conseguir vender mais que 8.500
pares/mês, sua TIR será inferior à sua TMA, ou seja, estará no prejuízo!
PLANO DE ENSINO
EMENTA:
Juros Simples, Juros Compostos, Descontos Simples e Composto. Taxas. Rendas. Amortização de dívidas.
Análise e seleção de alternativas de Investimento.
OBJETIVOS
3. Ser capaz de aplicar os fundamentos básicos de Matemática Financeira na solução de problemas que
envolvam o valor do dinheiro no tempo;
4. Ser capaz de racionalizar e simplificar a visão das alternativas econômicas através da ferramenta
fluxo de caixa;
5. Ser capaz de desenvolver a utilização adequada dos métodos de Engenharia Econômica nos limites
da estratégia empresarial;
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
CRONOGRAMA
1 1-2 Conceito de juros simples, capital e taxa de juros. Cálculo de juros simples e
do montante.
12 23-24 Método do valor uniforme equivalente (VAUE) – valor uniforme líquido (VUL)
Método do valor presente líquido (VPL)
METODOLOGIA
AVALIAÇÃO
• A aprovação na disciplina fica condicionada à freqüência do aluno de pelo menos 75% (setenta
e cinco por cento) nas aulas e à nota da avaliação de conhecimentos.
HIRSCHFELD, Henrique. Engenharia Econômica e Análise de Custos. São Paulo. Ed Atlas, 2000.
BRUNI, Adriano Leal; FAMA, Rubens. Matemática Financeira com HP 12 e Excel. São Paulo. Ed. Atlas,
2004.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
PILÃO, Nivaldo Elias; HUMMEL, Paulo Roberto Vampré. Matemática Financeira e Engenharia Econômica.
São Paulo. Ed. Thomson, 2004.
SOUZA, A. B. (2003) Projetos de Investimentos de Capital: Elaboração, Análise e Tomada de Decisão. São
Paulo: Atlas.
a) Um capital, aplicado por 2 meses, elevou-se a 3/2 de si próprio. Qual foi a taxa
linear considerada?25% ao m.
mensal de juro composto. Qual seria o montante a ser pago por um empréstimo de
crédito de $ 5.776,40 na conta do cliente. Sabendo-se que a taxa cobrada pelo banco é
dias, cujo valor de resgate é de $ 1.000,00 e cujo valor atual é de $ 880,00 ? Resp.: 3%
ao mês
sabendo-se que o banco está cobrando nesta operação uma taxa de desconto bancário
empresa. Sabendo-se que esse título tem um prazo a decorrer de 75 dias até o seu
vencimento e que o banco cobra uma taxa de desconto bancário de 5,2% ao mês nessa
10.000,00
taxa de desconto por fora cobrada é de 3% ao mês, calcular o valor do desconto global
vencimento em 5 meses. Sabendo que esses títulos podem ser descontados à taxa de
1,3 % ao mês, qual o valor nominal comercial do novo título no regime de capitalização
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo descrever de forma simplificada as características dos
sistemas disponíveis de cogeração, demonstrar como a cogeração pode trazer benefícios para
indústrias, prédios de escritórios e hospitais; fazendo as estimativas preliminares e verificando
a rentabilidade do investimento através da análise de viabilidade econômica em plantas de
cogeração.
3. A COGERAÇÃO
Cogeração é um vocábulo de origem americana empregada desde os anos setenta para
designar os processos de produção combinada de calor e potência, com uso seqüencial da
energia liberada por uma mesma fonte combustível, qualquer que seja o ciclo termodinâmico
empregado.
A cogeração também é denominada de produção combinada de calor e trabalho. Tal
combinação representa atualmente uma das mais racionais formas de utilização de
combustível. Ela valoriza da melhor maneira a energia de cada combustível, gerando formas
mais nobres de energia e minimizando os terríveis efeitos da segunda lei da termodinâmica,
que anuncia uma perda obrigatória quando da transformação de uma forma de energia em
outra.
Atualmente temos algumas diferenças de cogeração, a qual podemos chamar de
cogeração tradicional e cogeração moderna, a cogeração tradicional tem como motivação
básica auto-suficiência de energia elétrica e a cogeração moderna tem como motivação à
venda de excedentes e reduções de emissões.
As centrais de cogeração distinguem-se pelo tipo de acionamento empregado: motor
alternativo, turbina a vapor, turbina a gás e suas possíveis combinações, dependendo do nível
da demanda de eletricidade e da relação, para a oferta e a demanda, entre fluxos de energias
elétrica e térmica. Já a cogeração classifica-se em Ciclo Topping ou Bottoming, a depender de
sua inserção no processo energético.
Em um ciclo Topping ocorre primeiro o aproveitamento da geração de energia mecânica
e depois a recuperação do calor residual para geração de vapor. Nos ciclos Bottoming vem
primeiro a geração de vapor, geralmente de alta pressão e alta temperatura, e depois as outras
formas de energia, utilizando ou não o próprio vapor.
Tradicionalmente, os setores promissores para implantação de sistemas de cogeração se
caracterizam por apresentar razoáveis potências instaladas por unidade de consumo, fatores de
carga elevados e uma demanda térmica importante, sob temperaturas inferiores a 200 ºC.
Assim, a indústria sucroalcooleira (Walter, Nogueira, 1993) e de papel e celulose, exatamente
por mostrarem tais características, oferecem contextos favoráveis a cogeração e tem sido alvo
de diversos estudos para a realidade brasileira (Silveira, Nogueira, 1994). A indústria
petroquímica também apresenta os mesmos fatores favoráveis à implantação de sistemas de
cogeração. Outro setor promissor é a utilização de sistemas de cogeração em lugares com
menor potência instalada como é o caso de shoppings e hospitais (Marimon, 2000). Esta foi a
principal motivação para o presente trabalho: avaliar a cogeração no âmbito da viabilidade
técnica, econômica e financeira para a implantação e divulgação das vantagens deste sistema
de cogeração em hospitais.
Dado este contexto favorável e estimulante a cogeração e implementação do combustível
gasoso à geração de eletricidade, existem duas grandes responsabilidades a serem cumpridas:
a primeira é do Estado, na remoção de barreiras e obstáculos legais, permitindo a viabilização
dos projetos de novas termelétricas; e a segunda é nossa, como engenheiros interessados no
desenvolvimento e bem estar da sociedade, estudando e criando novos projetos e trabalhos,
visando o melhor aproveitamento possível desta nova tendência energética nacional.
4. DESENVOLVIMENTO
Capacidade Porcentagem
Hidrelétrica 59.432 MW 87,7 %
Termelétrica 8.351 MW 12,3 %
Angra 1 e 2 966 MW 2,9 %
TOTAL 67.783 MW 100 %
Fonte: Plano Decenal 1999/2008
Mas atualmente a geração hídrica está sendo responsável por mais de 90% da geração de
energia elétrica consumida no Brasil, devido ao atraso e nas construções de novas usinas
termelétricas.
Como era de se prever uma análise da atual situação da oferta de eletricidade indica altos
riscos de falta de energia à curto prazo na região mais desenvolvida do país, e isto é o que
acontece na atual crise energética brasileira.
Por isto, é urgente que no Brasil imediatamente se tenha um programa de obras
emergenciais, acelerando novas usinas termelétricas e ampliando linhas e subestações de
transmissão e incentivo a construção de centrais de cogeração em empresas e no setor
terciário. Onde o governo criou um programa de termelétricas que previa a construção de 49
usinas, mas apenas 9 ficarão prontas no prazo, devido ao problema político, a falta de
licitações e de documentos normativos para compra e venda do gás natural, e compra e venda
de energia cogerada.
Atualmente com a entrada de gás natural da Bolívia o governo acredita poder alavancar
os processos de construções de usinas termelétricas e incentivar indústrias e empresas do setor
terciário a utilizar este gás na autoprodução de energia elétrica através de sistemas de
cogeração.
Ciclos Bottoming
Nas instalações industriais de uma forma geral, os fluxos de energia rejeitada estão
associados a descargas de gases quentes, fluxos de água aquecida e em alguns casos de vapor.
Muitas vezes, no entanto, existem restrições que impedem o seu reaproveitamento, restrições
estas que podem ser de ordem econômica, técnica, ou até mesmo decorrentes da simples
ausência de alternativas para seu uso.
As tecnologias de cogeração “bottoming” concorrem com técnicas de conservação de
energia, que envolvem recuperação de calor residual. As técnicas de recuperação de calor
residual são consideradas mais vantajosas em relação a cogeração, exclusivamente do ponto
de vista econômico, para fluxos residuais que possuem temperatura inferior a 370 ºC – 700 F
(Kehlhofer,1991).
A utilização de turbinas a gás pode ocorrer com o aproveitamento direto do fluxo dos
gases de exaustão, ou a partir da utilização de um trocador de calor gás-vapor. Essa última
solução, de maior custo de capital, pode ser importante quando houver o risco da presença de
materiais abrasivos ou corrosivos junto aos gases.
Ciclo topping
Nos ciclos “topping” o calor rejeitado pelo sistema de geração de potência é utilizado no
atendimento dos requisitos de energia térmica. São possíveis ciclos “topping” de cogeração
utilizando como equipamentos motores, as turbinas a vapor, turbinas a gás, uma combinação
destas, o chamado ciclo combinado ou motores de combustão interna.
Turbinas a vapor
O emprego de turbinas a vapor é a opção tecnológica mais difundida em indústrias e
sistemas de rede de calor. Vapor na faixa de 20 a 100 bar, produzido em geradores de vapor
convencionais, é utilizado no acionamento de turbinas a vapor para geração de potência. O
vapor de escape ou de extração, na faixa de 2 a 20 bar, é empregado como calor de processo.
A grande difusão dos sistemas de cogeração com turbinas a vapor pode ser parcialmente
atribuída às vantagens da longa vida útil e à adequação desses equipamentos ao uso de uma
grande variedade de combustíveis (Walter, Llagostera, Gallo, 1994).
Turbinas a gás
As turbinas a gás de ciclo aberto são sistemas de potência relativamente simples, de bom
nível de desenvolvimento tecnológico e que permitem uma fácil recuperação de calor residual
de média e alta temperatura, portanto, de maior disponibilidade termodinâmica. Em uma
instalação de cogeração, os gases de exaustão de uma turbina a gás, que estão numa faixa
típica de 480 a 600 ºC, são utilizados:
- numa caldeira de recuperação, com ou sem queima suplementar de combustível,
pois com uma concentração de oxigênio da ordem de 15%, os gases de exaustão
podem viabilizar a combustão sem necessidade de fornecimento de ar adicional;
- aquecimento de fluidos de processo;
- processos de secagem;
- no pré-aquecimento de cargas de fornos;
- produção de frio pelo ciclo de Absorção.
A produção de frio no ciclo de absorção é um sistema de absorção que transforma o calor
em frio por meio de transformações de solução. Em função da temperatura de entrada no
sistema é possivel a operação de um ciclo (ou estágio) em cascata. A temperatura do calor de
entrada é maior quanto maior o número de estágios.
Este rendimento é medido em COP, sistema em inglês para “coeficiente de desempenho”,
que é a carga de refrigeração em kW dividida pela eletricidade demandada, vide Tabela I
(Poole & Poole 2000).
Tabela 3 - Resumo dos sistemas de absorção.
Condições do vapor Vapor utilizado*
Equipamentos COP
Temp. ( C°) Pressão (psig) (kWt/100 TR)
1 estágio 110-120 5-15 0,6-0,7 (0,65) 538
2 estágios 160-185 65-145 0,9-1,2 (1,05) 333
3 estágios 215 305 1,55 226
Fonte: Eletricidade Moderna n°314 Maio de 2000 Cogeração.
* Supõe o valor de COP dado entre parênteses. Em termos de fluxo de calor 1 TR=3,5 kW
No sistema de absorção têm-se um investimento maior do que o de compressão, porém,
os custos de manutenção são menores. Estes também são silenciosos e têm o mérito
ambiental, pois não utilizam CFCs, HCFCs ou outros que refrigerantes que atacam o ozônio
(Koblitz,1998). Abaixo temos um esquema de um sistema de absorção, Figura 2.
Ciclo combinado
Os sistemas em ciclo combinado são constituídos por turbinas a gás de ciclo aberto -
colocadas em série com caldeiras de recuperação – com ou sem queima auxiliar -, nas quais é
gerado vapor a alta e/ou média pressão. Esse vapor é, então, expandido numa turbina de
contrapressão ou de extração/condensação, permitindo que o vapor de escape seja utilizado
como vapor de processo.
Os sistemas em ciclo combinado apresentam uma grande flexibilidade na relação de
produção de eletricidade e calor, face às várias possibilidades de arranjo destes sistemas. Em
comparação com grande parte das tecnologias apresentadas anteriormente, a de ciclos
combinados permite, de uma maneira geral, uma maior extração de potência por unidade de
calor.
Ciclos com motores a gás ou diesel
Os sistemas que empregam motores de combustão interna são utilizados de maneira mais
disseminada no setor terciário e nas pequenas indústrias. Nesses sistemas, o aproveitamento
de calor ocorre com a utilização da energia contida nos gases de exaustão e/ou nos fluidos de
refrigeração e lubrificação. Um esquema de uma instalação é apresentado na Figura 3.
Essa tecnologia apresenta de uma forma geral, rendimento térmico superior às demais
tecnologias como turbinas a gás e vapor, embora também tenham graves restrições associadas
à recuperação de calor, face aos baixos níveis de temperatura. A viabilidade de aplicação dos
motores em cogeração é limitada aos casos em que o processo requer uma quantidade
relativamente grande de calor a baixas temperaturas (Nogueira, 1996). A quantidade de calor
que pode ser efetivamente recuperada depende do tipo de motor em consideração – porte e se
o motor é turbo alimentado ou de aspiração natural -, assim como do regime operacional. A
recuperação de calor dos óleos lubrificantes e do fluido de refrigeração dos turbo-
compressores , usualmente disponível a cerca de 70 ºC, é limitada para finalidades de
produção de água quente, que pode ser empregada em uso doméstico, em processos de
lavagem e na alimentação de caldeiras.
Já os gases de escape, com temperaturas de até 700 ºC, representam a segunda fonte mais
importante para a recuperação de calor de um motor. O problema está no fato de que não é
recomendável reduzir sua temperatura abaixo de 150 a 180 ºC – para evitar:
- refluxo de condensados para o motor;
- a corrosão prematura de componentes do sistema de escape;
- a elevação da área da superfície de troca de calor, limitando a recuperação a
aproximadamente 50% do disponível.
Fatores econômicos
Os sistemas de cogeração devem ser submetidos a uma detalhada análise técnico-
econômica para verificação de sua viabilidade. O levantamento das cargas elétricas e térmicas
deve ser o mais fiel possível. Em sistemas existentes, o melhor procedimento é a verificação
das contas de energia por um período mínimo de 12 meses, seu pique de demanda e sua curva
horária, semanal e mensal de consumo (Mata, 2001).
Em sistemas novos, em fase de projeto, o mesmo tipo de informação é necessária, porém
deve ser avaliada sempre que possível com auxilio de programas de computador para
simulação energética.
A simulação deverá analisar de forma dinâmica fatores como a meteorologia da região,
diferentes formas de tarifação de energia elétrica, sazonalidade das cargas elétricas e térmicas,
e o desempenho dos equipamentos que compõe cada alternativa (inclusive em carga parcial).
Os fatores de custo inicial a serem considerados incluem:
- Custo do capital;
- Custo inicial do sistema de cogeração, incluindo os elementos auxiliares, tais como
caldeiras, trocadores de calor, unidades de absorção, bombas, controladores, etc;
- Dedução do valor do custo inicial dos elementos substituídos pelo sistema de cogeração
(caldeiras convencionas, chillers elétricos, geradores de emergência, no-breaks, etc.);
- Redução de custos de componentes correlatos tais como os derivados da redução de
tamanho da subestação elétrica, cabos, chaves, etc.
Os elementos básicos de custo operacional são:
- Análise dos custos de energia (elétrica e térmica) no sistema convencional e no de
cogeração;
- Valor de manutenção e operação (pessoal, materiais etc.) para as duas alternativas.
Não deve ser esquecido que a análise de energia deve incluir todos os produtos gerados
pelo sistema de cogeração (vapor, água quente, água gelada, frio, etc.), não se limitando a
energia elétrica.
Os elementos de análise financeira incluem o capital próprio investido, a taxa de juros
para financiamento, correção monetária, os prazos de carência, incentivos (depreciação
acelerada, impostos, etc).
A composição econômica de todos os elementos acima, tais como custo inicial,
operacional, manutenção e custos financeiros por um determinado prazo (em geral de quinze
anos), deve ser então comparada nas duas alternativas, e os números em geral procurados
como indicadores são a TIR (Taxa Interna de retorno) e o prazo de amortização.Um
importante elemento a ser considerado na análise econômica é o financiamento do BNDES,
em torno de 85% do total, dependendo da linha de crédito. Taxas de juros atrativas com
prazos de amortização e carência adequados estão disponíveis hoje em dia para os projetos de
cogeração.
Fatores operacionais
Após o levantamento dos perfis de consumo sazonal acima torna-se possível a escolha do
sistema mais apropriado que, em grande parte dos casos, não é dimensionado para a
capacidade máxima de energia elétrica requerida. A razão disto é sempre tentar que o sistema
de cogeração opere em "base-load", ou seja, tenha sempre o máximo de carregamento elétrico
e térmico, operando como sistema básico, em geral, com uma carga estável durante todo o
dia.
Tarifas específicas para demanda e consumo nestas situações, com valores de acordo com
a classificação do fornecimento (classe A4, A3, etc.) são publicadas pela ANEEL.
O requisito de manter o fator de potência no mínimo em 92% pode ser alcançado pela
produção de reativos nos turbo-geradores, podendo substituir bancos de capacitores para
correção do fator de potência.
3,5
2,5
MW
1,5
0,5
0
0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,900 1,000
% Tempo ( Horas Anuais)
Frio (MW) Potência Elétrica (MW)
Equipamentos
Grupo Gerador
Fabricante Modelo Tipo Combustível Rotação Wo Qo Rendimento
(MW) (MW) (%)
ALLISON 501-KB3 E G 12850 2,83 4,91 35
Fonte Teixeira, 1997.
Considerando o Preço de: 850,00 US$/kW instalado Fonte: Gás Turbine HandBook
Potência Instalada: 2834 kW
Preço Total da Turbina em Dolar: US$ 2.408.900,00
Cotação do Dólar p/ Análise: R$ 2,50 / US$
Preço Total da Turbina em Reais: R$ 6.022.250,00
Equipamentos Auxiliares
Caldeira de Recuperação
Custo R$ Capacidade MW Capacidade Mínima MW Capacidade Máxima MW Fator de escala
336260,00 2,69 0,87 11,61 0,75
Chiller de Absorção
COP Custo Capacidade Capacidade
1,5 2183000,00 3,86 1100
Fonte Teixeira, 1997.
Abaixo será demonstrado o consumo de combustível por ano para a geração de energia e
calor proporcionada pela Turbina escolhida, sendo então calculado o custo deste consumo.
Dados Iniciais:
Energia Elétrica Requerida: 2.800 kW
Rendimento da Turbina a Gás: 0,35
Energia Requerida na Entrada da Turbina: 8.000 kW
Poder Calorífico Inferior do Gás: 9583 kcal/m3 Fonte Gás Petro 2001
3
Poder Calorífico Inferior do Gás: 40.122.104,40 J/m
Consumo de Gás Natural: 0,199391 m3/s
Contrato Consumos
Demanda Contratada de Ponta 3300 kW Ponta Seca 1326,73 MWh/ano
Demanda Contratada Fora de Ponta 3800 kW Ponta Úmida 968,484 MWh/ano
Fator de Carga 0,92 - Fora de Ponta Seca 8087,996 MWh/ano
Horas de Operação de Ponta Seca 437 Horas Fora de Ponta Ümida 11805,992 MWh/ano
Horas de Operação de Ponta Úmida 319 Horas
Horas de Operação Fora de Ponta Seco 4627 Horas
Horas de Operação Fora de Ponta Úmido 3377 Horas
Fluxo de caixa:
investimento: -8.541.510,00 Depreciação financ. 7260283,50 -1281226,50 Renda Trib. IR Amortização -1281226,50
econ. ano 1 1648742,90 -854151,00 juros 1 871234,02 777508,88 -76642,12 -26824,74 0,00 804333,62
econ. ano 2 1648742,90 -854151,00 juros 2 871234,02 777508,88 -76642,12 -26824,74 1452056,70 -647723,08
econ. ano 3 1648742,90 -854151,00 juros 3 696987,22 951755,68 97604,68 34161,64 1452056,70 -534462,66
econ. ano 4 1648742,90 -854151,00 juros 4 522740,41 1126002,49 271851,49 95148,02 1452056,70 -421202,23
econ. ano 5 1648742,90 -854151,00 juros 5 348493,61 1300249,29 446098,29 156134,40 1452056,70 -307941,81
econ. ano 6 1648742,90 -854151,00 juros 6 174246,80 1474496,10 620345,10 217120,78 1452056,70 -194681,39
econ. ano 7 1648742,90 -854151,00 1648742,90 794591,90 278107,16 1370635,73
econ. ano 8 1648742,90 -854151,00 1648742,90 794591,90 278107,16 1370635,73
econ. ano 9 1648742,90 -854151,00 1648742,90 794591,90 278107,16 1370635,73
econ. ano 10 1648742,90 -854151,00 1648742,90 794591,90 278107,16 1370635,73
econ. ano 11 1648742,90 1648742,90 1648742,90 577060,01 1071682,88
econ. ano 12 1648742,90 1648742,90 1648742,90 577060,01 1071682,88
econ. ano 13 1648742,90 1648742,90 1648742,90 577060,01 1071682,88
econ. ano 14 1648742,90 1648742,90 1648742,90 577060,01 1071682,88
econ. ano 15 1648742,90 1648742,90 1648742,90 577060,01 1071682,88
VPL R$ 6.976.826,82
TIR 20%
Tabela 11 – Resultado
Sensibilidade
90
80
70
60
TIR
50
40
30
20
10
0
2 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3
Investimento U$$ 900 Investimento U$$850 Investimento U$$ 800 Investimento U$$750
Investimento U$$ 700 Investimento U$$ 650 Investimento U$$ 600
Figura 6 – Sensibilidade
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Referências bibliográficas:
Casarotto Filho, Nelson; Kopittke, Bruno H. Análise de investimentos. 7a. Ed. São Paulo:
Atlas, 1996.
Copeland, Thomas E.; Weston, J. Fred Financial theory and corporate policy. 3a. ed., New
York, Addson-Wesley, 1988
Securato, José R. Cálculo financeiro das tesourarias – bancos e empresas. 2a. Ed. São
Paulo: Saint Paul Institute of Finance, 2000.
Souza, Alceu; Clemente, Ademir Decisões Financeiras e Análise de investimentos. 4a. Ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
Vieira Sobrinho, José Dutra Matemática Financeira. 6a.Ed. São Paulo:Atlas, 1997.