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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE ENGENHARIA QUMICA

TERMODINMICA DE
MATERIAIS

Recife, novembro de 2011.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO


PROGRAMA DE ENGENHARIA QUMICA

GASES NO IDEAIS
Trabalho realizado como requisito de
nota para a matria termodinmica de
materiais, administrada pelo professor
Dr. Felipe Cardoso.

Recife, novembro de 2011.


SUMRIO

Introduo

Reviso Bibliogrfica

Gs Ideal

Gs Real

Concluso

Referncias Bibliogrficas

INTRODUO

A diferena entre gs e vapor dada a partir da temperatura crtica. O vapor a matria


no estado gasoso, estado esse que pode ser liquefeito com o aumento da presso. Com o gs no

ocorre o mesmo. Ele um fluido impossvel de ser liquefeito com um simples aumento de
presso. Isso faz com que o gs seja diferente do vapor.
Uma determinada substncia no estado gasoso um gs se a sua temperatura for superior
temperatura crtica. Se a temperatura for igual ou inferior temperatura crtica, a substncia
vapor.
Os gases reais que normalmente conhecemos como, por exemplo, o hlio, o nitrognio e
o oxignio, apresentam caractersticas moleculares diferentes e particulares de cada um.
Contudo, se eles forem colocados a altas temperaturas e baixas presses, eles passam a
apresentar comportamentos muito semelhantes. No estudo dos gases adota-se um modelo
terico, simples e que na prtica no existe, com comportamento aproximado ao dos gases reais.
Essa aproximao cada vez melhor quanto menor for a presso e a maior temperatura. Esse
modelo de gs de denominado de gs perfeito.
Por volta do sculo XVII e XIX, trs cientistas (Jacques Charles, Louis J. Gay Lussac e
Paul E. Clayperon), aps estudarem o comportamento dos gases, elaboraram leis que regem o
comportamento dos gases perfeitos, tambm chamados de gases ideais.

As leis por eles

determinadas estabelecem as regras do comportamento externo do gs perfeito, levando em


conta apenas as grandezas fsicas que esto associadas a eles, grandezas essas que so: volume,
temperatura e presso.

REVISO BIBLIOGRFICA

Os gases que encontramos na natureza apresentam desvios em relao ao modelo de gs


ideal. Os experimentos de Boyle, Charles e Gay-Lussac foram feitos h mais de dois sculos e
desde ento novas equaes e relaes que descrevem o comportamento dos gases tem sido
desenvolvidas. A lei do gs ideal uma lei limite, e os desvios dos gases reais so grandes em
relao a ela, principalmente para altas presses e para baixas temperaturas, notadamente nos
pontos onde o gs se aproxima da liquefao.
Os desvios que os gases reais apresentam em relao ao modelo do gs ideal devem-se as
interaes moleculares. As foras repulsivas entre as molculas contribuem para a expanso do
gs e as foras atrativas, para a compresso. Estas duas interaes aparecem e desviam o
comportamento do gs do modelo do gs ideal.
As foras repulsivas agem principalmente quando as molculas do gs esto muito
prximas, quase em contato. So interaes de curto alcance, geralmente na escala de tamanho
das interaes moleculares. Por conta de serem de curto alcance so importantes quando os gases
esto em alta presso, momento em que um grande nmero de molculas ocupa o mesmo espao.
J as foras atrativas tem alcance relativamente grande e se manifestam em distncias
vrias vezes maiores que o dimetro molecular. Se manifestam principalmente nas distncias
intermedirias.
Com objetivos didticos e/ou cientficos, muitos trabalhos foram desenvolvidos visando
explicar e esclarecer o desvio de comportamento de um gs real quando comparado a um gs
ideal. Ainda motivo de grande discusso a visualizao das diferenas bsicas entre gs ideal,
perfeito e real.
Gs Ideal
A definio, segundo a termodinmica, de um gs ideal refere-se aquele gs cujas
propriedades esto relacionadas pela equao de estado

Esta equao conhecida por Equao de Clayperon, para quaisquer valores de presso
e temperatura.
Nesse caso, P a presso, T a temperatura, V o volume ocupado pelo gs, n a quantidade
de matria do gs e R a constante universal dos gases. A exatido da Equao de Clayperon
tanto maior quanto menor for a presso do gs.
Um gs ideal pode ser caracterizado pelas seguintes propriedades:
o possui um nmero muito grande de molculas, consideradas esferas rgidas de
dimetro d, s quais apresentam movimento aleatrio ou desordenado, regido
pelas Leis de Newton;
o as partculas possuem massa m maior que zero e volume individual desprezvel,
quando comparado ao volume do recipiente que as contm;
o as interaes intermoleculares, de atrao e de repulso, so desprezveis, exceto
quando ocorrem colises mtuas e com as paredes do recipiente;
o a energia interna encontra-se na forma de energia cintica translacional;
o as molculas se propagam em linha reta; e as colises so perfeitamente elsticas
- a energia cintica no conversvel outra forma de energia - e de curto tempo
de durao.
Dessa forma, as propriedades macroscpicas evidentes de um gs ideal so
conseqncias principalmente do movimento independente da molcula. Quando as medidas de
presso, volume molar e temperatura no admitem a relao prevista pela Equao de Clayperon,
dentro da exatido das medidas, o gs desvia-se da idealidade, ou seja, apresenta um
comportamento no ideal. Esses desvios, em valores absolutos, so pequenos e so observados
em gases puros e em misturas gasosas no reagentes. temperatura ambiente e baixa presso
praticamente no ocorre desvios da idealidade, porm, medida que a presso aumenta o
comportamento desses gases divergem.

Gs Real
Um gs real existe sob a maioria das condies de temperatura e presso e constitudo
por partculas materiais dotadas de movimento catico, sujeitas s foras de atrao longa
distncia e foras de repulso curta distncia. Portanto, o gs real formado por partculas que
possuem massa m > 0, volume V > 0 e fora de interao entre partculas f 0.
Gases e vapores com baixa massa especfica apresentam comportamento prximo
daquele dos gases perfeitos. Nessa situao, pode-se utilizar a equao (1) para avaliar o
comportamento P-V-T desses gases e vapores. Por outro lado, a avaliao de comportamento
para um gs real pode ser feita por meio da equao de estado de van der Waals

Onde:
a e b = constantes caracterstica de cada gs;
P = presso;
V = volume;
T = temperatura
R = constante universal dos gases.
Os valores das constantes a e b dependem apenas da composio do gs, podendo ser
determinados pelas expresses:

Tc e Pc so a temperatura e a presso crticas, respectivamente.


de suma importncia o conhecimento da faixa de massa especfica em que a equao
dos gases perfeitos pode predizer o comportamento de um gs real com boa preciso e, tambm,
o quanto o comportamento de um gs real desvia-se daquele do gs ideal, a uma dada presso e
temperatura. Segundo van Wylen et al. (2003), essas informaes podem ser esclarecidas a partir
do conceito de fator de compressibilidade Z, o qual definido pela relao

Verifica-se, por meio da equao acima, que quando se trata de um gs ideal Z = 1, e que
o afastamento de Z, em relao unidade, uma medida do desvio de comportamento do gs
real. Por meio de observaes feitas em diagramas de compressibilidade para substncias puras,
verificou-se que todos apresentam caractersticas semelhantes entre si, principalmente sob o
aspecto qualitativo. Porm, todos se diferenciam quantitativamente, uma vez que as temperaturas
e presses crticas das diferentes substncias variam.
Os modelos de gases reais so todos adaptaes do modelo ideal para cada necessidade
em questo. Estes modelos tentam por elementos que levem em considerao a atrao e
repulso que existe entre as partculas do gs.
Alguns modelos de gases reais:
o Van der Waals (1873);
o Clausius (1980);
o Berthelot (1899);
o Redlich-Kwong (1949);
o Wilson (1964);
o Borner (1966);
o Soave (1972);
o Lee-Erbar-Edmister (1973);
o Peng-Ronbinson (1976);
o Schmidt-Wenzel (1980);

o Harmens-Knapp (1980);
o Heyen (1980);
o Elliott, Suresh, Donohue (1990);
o Beattie-Bridgman;
o Dieterici;
o Virial.
Equaco de Virial
A equao de van der Waals, apesar de suas vantagens, est longe de ser a equao que
representa qualquer substncia gasosa, e seria muito esperar que assim o fosse com uma forma
to simples. Por conta disto existem outras equaes, muito mais complexas e geralmente
resultado de adequao de resultados experimentais. Uma das equaes mais teis a equao
do virial.
Nos volumes molares grandes e temperaturas elevadas as isotermas experimentais pouco
diferem do comportamento previsto pela equao do gs ideal. Esta pequena diferena sugere
que a equao dos gases perfeitos seja, na verdade, apenas o primeiro termo de uma expresso
mais complexa:
PV = nRT (1 + B/V + C/V2 + D/V3...)
Onde:
B, C, D, etc. so os segundos, terceiros, etc. coeficiente de virial.
Outra expresso da equao de virial :
PV = nRT (1+ BP + CP + DP...)

Para um gs ideal dZ/dP = 0. Para um gs que segue a equao de virial sempre existe
uma temperatura onde Z = 1 e o gs tem o comportamento de gs ideal. Esta temperatura
chamada de temperatura Boyle (TB).
Os coeficientes de virial, que dependem da temperatura B(T), C(T), etc. so
encontrados ajustando dados experimentais a equao. Embora a equao de virial seja exata,
muitas vezes no temos os dados dos coeficientes.
Outras equaes de estado para gases reais
Em aplicaes prticas so necessrias equaes mais precisas, ajustadas para o
comportamento dos gases. Algumas destas equaes so apresentadas a seguir:
Equao de Berthelot:

Equao de Peng-Robinson:

Equao de Redlich-Kwong:

possvel encontrar equaes com muitos mais termos, mas quanto mais complexa a
equao, mas difcil determinar os valores dos parmetros, e assim menos acessveis estes so.

CONCLUSO

Este trabalho foi de suma importncia para o entendimento sobre gs real, bem como os
diversos modelos existentes. Com a realizao desse trabalho, foi possvel observar a diferena
entre cada modelo, e suas aplicaes.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

Atkins, P.; Jones, L. Princpios de qumica: questionando a vida moderna e o meio


ambiente. Trad. Ignez Caracelli. Bookman. Porto Alegre, 2001;
Costa, D. M. A, Anlise do desvio de comportamento entre gs real e gs ideal, Holos,
Ano 22, 2006;
Russel, J. B. Qumica Geral. Traduo e reviso tcnica: Mrcia Guekezian, volume 1. 2
ed. So Paulo: Pearson Education do Brasil, 1994;
Van Ness, H. C.; Abbott, M. M. Termodinmica. Editora McGraw-Hill. Portugal, 1992;
Van Wylen, G.; Sonntag, R.; Borgnakke C. Fundamentos da Termodinmica Clssica.
Traduo da 4 edio Americana. Editora Edgard Blcher Ltda. So Paulo, 2003.

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