O documento discute a relação entre arte e mundo percebido segundo Merleau-Ponty. A arte, especialmente a pintura, nos reconduz à visão das próprias coisas ao invés de representações conhecidas. As obras não se resumem a temas, mas à maneira como constituem objetos. Cinema e literatura também criam mundos próprios através de elementos como ritmo e linguagem poética.
O documento discute a relação entre arte e mundo percebido segundo Merleau-Ponty. A arte, especialmente a pintura, nos reconduz à visão das próprias coisas ao invés de representações conhecidas. As obras não se resumem a temas, mas à maneira como constituem objetos. Cinema e literatura também criam mundos próprios através de elementos como ritmo e linguagem poética.
O documento discute a relação entre arte e mundo percebido segundo Merleau-Ponty. A arte, especialmente a pintura, nos reconduz à visão das próprias coisas ao invés de representações conhecidas. As obras não se resumem a temas, mas à maneira como constituem objetos. Cinema e literatura também criam mundos próprios através de elementos como ritmo e linguagem poética.
O documento discute a relação entre arte e mundo percebido segundo Merleau-Ponty. A arte, especialmente a pintura, nos reconduz à visão das próprias coisas ao invés de representações conhecidas. As obras não se resumem a temas, mas à maneira como constituem objetos. Cinema e literatura também criam mundos próprios através de elementos como ritmo e linguagem poética.
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UNIVERSIDADE SO JUDAS TADEU
FACULDADE DE CINCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE FILOSOFIA Introduo Filosofia - Prof Dr. Hlio Salles Gentil 22/10/2013 Lucas F. de Novais Renata C. Pereira Captulo VI - A arte e o mundo percebido (MERLEAU-PONTY, Maurice. Conversas. So Paulo : Martins Fontes, 2004) 1 Introduo Nesse pargrafo, Ponty retoma as ideias discutidas nos captulos anteriores e aponta que para revivermos o mundo percebido, escondido pelos sedimentos do conhecimento e da vida social, recorremos pintura, pois esta "torna a nos situar imperiosamente diante do mundo vivido." (pg. 55) O autor cita a pintura de Czanne, Juan Gris, Braque e Picasso para exemplificar e explicar sua teoria acerca do mundo percebido. Nesses pintores, os objetos aparecem no como j bem conhecidos, mas, ao contrrio, detm o olhar e colocam-lhe questes. A pintura nos reconduz viso das prprias coisas. Assim, tambm, deve ser pensada uma filosofia da percepo. 2 O Mundo da Percepo No mundo da percepo, aprendemos que impossvel separar as coisas de sua maneira de aparecer. Para explicar tal afirmao, Ponty estabelece a distino entre definir e perceber: quando possvel alcanar como que a essncia de um objeto e quando o que desperta interesse a maneira singular com que esse objeto aparece ao indivduo, respectivamente. Para o autor, a obra de arte uma totalidade tangvel escrava de todos os detalhes que a manifestam para o indivduo, e que nenhuma anlise ou definio ser capaz de substituir a experincia perceptiva que se tem ao estar diante dela, a obra de arte. 3 A Pintura no Mundo Percebido Ponty aponta que, a princpio, essa totalidade no to evidente, haja vista que durante muito tempo as obras de arte, em especial a pintura, eram vistas como meras representaes do mundo, ou seja, seu significado era empregado a partir do tema, de algo que estava fora da obra. Esse tipo de representao, nomeada por Ponty de trompe-l'oeil (estilo de criar a iluso de objetos reais em relevo). Para o autor, a distino entre tema e procedimento, no que tange ao fazer artstico, no legtima, pois "para a experincia esttica, todo o tema reside na maneira" (pg. 59) pela qual o objeto constitudo pelo pintor. Ou seja, forma e contedo, o que se diz e a maneira pela qual se diz no podem existir separadamente. Como argumento final, Ponty diz, ainda, que possvel imaginar um objeto inexistente, mas no uma pintura, devido a seus componentes nicos de todas as partes.
4 O Cinema no Mundo Percebido Ao estabelecer a relao entre mundo percebido e cinema, Ponty afirma que este ainda no produziu obras que sejam do comeo ao fim obras de arte, um filme que seja plenamente filme, pelo fato de, muitas vezes, estar preso presena de grandes estrelas, a uma bela fotografia ou a um dilogo espiritual. Para o autor, o que constitui a beleza cinematogrfica a escolha dos episdios, das cenas, a extenso dada a esses elementos, o ritmo. Alm disso, Ponty diz que com o futuro (nosso presente), poderemos criar uma lgica do cinema em que, por meio de nossa experincia com as obras, enxergaremos o valor de cada cena em um filme e teremos, assim, uma experincia perceptiva, de fato. 5 A Msica no Mundo Percebido Nesse pargrafo, a msica tida como a arte que no fala, mas que atravs dos sons, faz aparecer em nossa mente uma frase, e, de frase em frase, um conjunto, at chegarmos no que o autor (ao citar Proust) chama de regio Debussy ou reino Bach . A msica consegue criar um mundo prprio ao redor de si, onde devemos apreci-la sem nos voltar a fatores externos como sentimentos ou lembranas, da mesma forma que a percepo observa as coisas por si s, sem se voltar aos nossos sonhos. 6 A Literatura no Mundo Percebido A literatura aproxima-se da msica, apesar de empregar palavras (tambm utilizadas para retratar coisas naturais). Ponty cita o poeta Mallarm para distinguir a "tagarelice cotidiana da utilizao potica da linguagem" (pg. 64). O tagarela s diz o nome de algo para indicar o que , ao contrrio do poeta, que substitui essa designao mundana por um gnero de expresso que nos descreve a essncia da coisa (sem mesmo nos dar seu nome). A poesia inteiramente transportada pela linguagem, sem referncia ao mundo, verdade da prosa, razo; uma criao da palavra que no se traduz para ideias. Nela, assim como nas coisas percebidas, no podemos separar contedo da forma. 7 Consideraes finais O texto finalizado com Ponty supondo que, se suas observaes acerca da arte e do mundo percebido so corretas e que a obra de arte por si prpria percebida, uma filosofia da percepo encontra-se liberada dos mal-entendidos que podem se opor a ela como objees. O mundo percebido no apenas o mundo natural, mas o mundo das artes em geral, chamado pelos alemes de mundo cultural. "Ao mergulhar no mundo percebido, longe de termos estreitado nosso horizonte e de nos termos limitado ao pedregulho ou gua, encontramos os meios de contemplar as obras de arte da palavra e da cultura em sua autonomia e em sua riqueza originais".