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Mudancas Climaticas

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mud.climaticas 16.03.

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INTRODUÇÃO À MUDANÇA
CLIMÁTICA GLOBAL
desafios atuais e futuros

Rachel Biderman Furriela


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Créditos

D i re t o r a E xe c u t i v a I PA M
Dra. Oriana Almeida Av. Rui Barbosa, 136
Prainha, Santarém-Pará
C o o rd e n a d o r d o P rog r a m a d e 66.005-080
Mudanças Climáticas Telefax: 55 93 522.5538
Dr. Paulo Moutinho
SCLN 210 Bloco C - Sala 211
A s s i s t e n t e d e Pe s q u i s a Brasília-DF
Erika Pinto 70.862-530
Telefax: 55 61 340.9992
C a p a e P ro j e t o G r á f i c o
Raruti Comunicação e Design Av. Nazaré, 669
Diretora de Arte: Cristiane Dias Nazaré, Belém-Pará
66.035-170
Ilustração da capa Telefax: 55 91 3283.4343
Ana Biderman Furriela

M e u s ag r a d e c i m e n t o s
Ao IPAM, Ford Foundation, JICA e USAID, pelo apoio e confiança. Ao Fernando, Ana e Maria
Clara, pela paciência e carinho. Ao Paulo Moutinho e Erika Pinto, pela visão e oportunidade.

Dedicatória
Ao Observatório do Clima - Rede Brasileira de ONGs e Movimentos Sociais em Mudanças
Climáticas. Aos Fóruns Brasileiro e Paulista de Mudanças Climáticas.
À Sociedade Brasileira. Aos jovens e crianças do Brasil.
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Pre f á cio

Um dos grandes desafios no combate ao maior problema ambiental da história


da humanidade, a mudança global do clima, é o da informação. Governantes
bem informados, instituições conscientizadas e sociedade preparada são
condições fundamentais para qualquer país enfrentar e se adaptar a mudança que
já está em curso: o aquecimento exagerado do planeta. Neste sentido, o IPAM,
em colaboração com o Observatório do Clima – Rede de ONGs e Movimentos
Sociais em Mudanças Climáticas – tem a satisfação de lançar, com apoio especial
da JICA, este volume de autoria de Rachel Biderman Furriela. Como advogada,
educadora, escritora e ativista, Rachel tem atuado como defensora ferrenha do
direito à informação sobre mudanças climáticas, um tema ainda pouco
conhecido e debatido pela sociedade civil, mas de fundamental importância para
as gerações futuras. Seu histórico reflete esta determinação. Participou como
membro do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (2001-2002) onde
coordenou as ações de disseminação de informações e educação e, mais tarde,
ajudou a fundar o Observatório do Clima, com o qual colabora até hoje. É autora
de livros infantis sobre mudanças climáticas e de textos relacionados às políticas
públicas necessárias para enfrentar o problema. Surge agora com mais esta
excelente contribuição. Na verdade, trata-se de um guia acessível a qualquer
cidadão que queira saber um pouco mais sobre a problemática envolvendo as
mudanças do clima geradas pela emissão de poluentes e, em especial, sobre o que
podemos fazer para contribuir com soluções. Num mundo onde as informações
sobre o tema são disseminadas em outras línguas ou de forma complexa, a
contribuição de Rachel, com este seu mais recente trabalho, representa uma
oportunidade excelente para o exercício de cidadania.

Paulo Moutinho
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M en s a g e m d a J I C A

A Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) é o órgão do governo


Japonês responsável pela cooperação técnica para os países em desenvolvimento.
A sua atuação no Brasil é regulamentada pelo acordo de cooperação Brasil-Japão,
assinado em 1971. Desde então, a JICA já recebeu mais de 7.800 bolsistas
brasileiros no Japão, trouxe 2.200 peritos japoneses para apoiar projetos no Brasil
e já realizou um total de 53 projetos e estudos com duração média de 5 anos.
Entre as linhas de apoio ao Brasil destaca-se o meio ambiente. Tema este que a
partir de 1992, com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, tem despertado maior atenção
da comunidade internacional.
Dentro desse contexto, o governo do Japão tem se colocado como um grande
apoiador desse processo em busca do desenvolvimento sustentável, sendo que em
junho de 1997, o então primeiro ministro Japonês Ryutaro Hashimoto anunciou
perante a Assembléia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque a “Iniciativa para
o Desenvolvimento Sustentável no Século 21” e em dezembro do mesmo ano, o
Japão foi sede da COP 3, na qual foi anunciada a “Iniciativa Kyoto”.
Um ator fundamental nesse processo de implementação de tais compromissos do
governo Japonês é a JICA, que na sua atuação através de cooperação com países
em desenvolvimento, tem dado grande atenção a temática ambiental.
Dessa forma, ciente da importância de discussões sobre as mudanças do clima,
bem como a difusão de informações e capacitação de pessoas e lideranças, esta
Agência, através de seu fundo de meio ambiente, vem apoiar a iniciativa liderada
pelo IPAM e parabenizar a todos que direta e indiretamente foram responsáveis
por esta publicação.

Hyogen Komatsu
Coordenador de Cooperação Técnica do Japão no Brasil
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sumário
01 | I n t roduçã o a o Te ma da Mudança C limát ic a 7
G l o ba l : A Ciê nci a
Causas
Efeitos

02 | S o l u çõ e s Enco ntra da s e m Nível Int ernac ional: 13


Regimes Legais e Instituições
A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima e o Protocolo de Quioto
O Protocolo de Quioto

03 | Medidas para Conter Mudanças Climáticas 19


Globais
Setor Energético
Setor de Transportes
Setor Doméstico
Setor Industrial
Setor Público
Setor Agropecuário
Setor Florestal e de Uso do Solo

04 | O P ape l do Cida dã o 29

05 | O P ape l da So ci e da de Civ il O rganizada 33

06 | A r t i go s de Jo rna i s e o utros Veíc ulos de 37


C o muni ca çã o

07 | S i t e s na Inte rne t pa ra Pe s quisa 41

08 | Fo n t e s de Co nsulta pa ra C onfec ç ão dest a 43


Publicação
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I n tro d u ç ão a o t e ma d a M ud ança
Clim á tic a G l o b a l : A C i ê n c ia

Desde a década de 1980, têm-se intensificado o estudo e as discussões a respeito


de um fenômeno ambiental que afeta o planeta com graves implicações para a
economia e vida em sociedade. Trata-se do fenômeno cunhado pelas Nações
Unidas como “Mudanças Climáticas Globais”. A Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima, aprovada em 1992, define esse fenômeno da
seguinte forma: “Mudança que possa ser direta ou indiretamente atribuída à
atividade humana, que altere a composição da atmosfera mundial e que se some
àquela provocada pela variabilidade climática natural observada ao longo de
períodos comparáveis.”
O clima no planeta sempre sofreu alterações naturais e sobrevive às mudanças
climáticas há milhões de anos. A escala de tempo em que ocorriam essas
mudanças, no entanto, era outra. Atualmente, mudanças climáticas globais vêm
ocorrendo no intervalo de poucas décadas.
Um painel intergovernamental de cientistas criado no âmbito das Nações
Unidas, o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC), assegura
que o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera do planeta,
resultante do crescimento demográfico e econômico acelerado desde o advento
da revolução industrial, está alterando a variabilidade natural do clima e
causando uma mudança climática global irreversível. Em 1995, ao lançar seu
Segundo Relatório, o IPCC confirmou que “as evidências indicam que existe
uma influência detectável da atividade humana sobre o clima global”. O relatório
previu que a temperatura média da superfície da Terra iria aumentar entre 1 e
3,5o C em 2100, o índice mais rápido de mudança desde o final da última era
glacial. No relatório, os cientistas previram, também, que o nível médio dos
oceanos iria aumentar entre 15 e 95 cm, em 2100, ocasionando inundação de
muitas áreas costeiras baixas. Além disso, previram alterações nos padrões de
chuvas, o que aumentará a possibilidade de secas, inundações e tempestades
fortes em muitas regiões.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) apresentou
alguns dados preocupantes sobre o século XX, em termos de mudanças no clima
do planeta. Confirmou que a temperatura média global da superfície da Terra
subiu em 0,6o Celsius nesse período e identificou os anos de 1990 como sendo
os mais quentes daquele século. Apontou que 1998 foi o ano mais quente desde

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

1861. Informou que dados de satélite demonstram que pode ter havido
decréscimo de 10% da cobertura de gelo da Terra desde o final da década de
1960 e que a elevação média do nível do mar no século XX foi de 0,1 a 0,2
metros.
O sistema climático terrestre é bastante complexo, e muito resta a ser
compreendido pelos cientistas com relação a magnitude, tempo e impactos das
mudanças climáticas. É inquestionável, no entanto, a existência do fenômeno, e
os cientistas, ambientalistas e governos têm buscado alertar a sociedade sobre os
impactos dramáticos das mudanças no clima sobre a saúde humana e dos
ecossistemas, segurança alimentar, atividade econômica, recursos hídricos e infra-
estrutura física. O planeta todo sofrerá com tais mudanças, mas certamente as
populações mais pobres, dos países mais vulneráveis, são as mais suscetíveis aos
seus impactos negativos.

Causas
Ao longo de dois séculos, tendo como ponto inicial a Revolução Industrial, a
concentração de gases de efeito estufa na atmosfera como vapor d’água, dióxido
de carbono, ozônio, metano e óxido nitroso, vem aumentando devido à
intensificação da atividade agrícola, industrial e de transporte, principalmente
pelo uso de combustíveis fósseis. De fato, são atividades dos seres humanos que
estão provocando o aumento da temperatura média do planeta. Alguns exemplos
dessas atividades intensivas na geração de gases de efeito estufa são:

l queima de carvão, petróleo e gás natural pela indústria e sistemas de trans-


porte, que causam grande emissão de gás carbônico
l destruição das florestas e diferentes tipos de vegetação e mudanças no padrão
de uso do solo, pois o carbono armazenado na vegetação e no solo escapa para
a atmosfera.2
l criação de gado e cultivo de arroz, atividades que emitem metano, óxido
nitroso e outros gases de efeito estufa.

Todos os países produzem gases de efeito estufa e são, portanto, fontes de


emissões de CO2 , o principal desses gases. Porém, a magnitude e a proporção das
fontes variam de acordo com o país e a região. Além disso, é importante salientar

2. O consumo de combustíveis fósseis é o principal causador do efeito estufa, porém, a mudança do uso do solo
e as atividades florestais contribuem com cerca de 20-25% do total de emissões antrópicas anuais de gás
carbônico, o principal gás de efeito estufa.
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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

que a contribuição dos países tem sido diferente ao longo do tempo. A maior
parte do carbono emitido historicamente por queima de combustíveis fósseis tem
origem nos países industrializados, ou seja, nos países mais ricos, considerados
mais desenvolvidos. No entanto, as emissões nos países em desenvolvimento vêm
crescendo muito e, com a confirmação dessa tendência, na segunda década deste
século, mais da metade das emissões terão origem nesses países. Os
desmatamentos e alterações de uso do solo são as principais fontes de emissão de
CO2 (dióxido de carbono) nos países em desenvolvimento. Outro fator
preocupante tem sido a intensidade do aumento das emissões dos antigos países
do bloco comunista, principalmente a China, em decorrência de novos padrões
de consumo e produção.
Se as emissões continuarem aumentando no ritmo atual, é quase certo que os
níveis de dióxido de carbono na atmosfera passarão a ser, no século 21, duas vezes
maiores do que as concentrações do período pré-industrial. De acordo com um
consenso científico, o resultado mais importante seria um “aquecimento global”
de 1º a 3,5º C durante os próximos 100 anos.

E fe i t o s
Todas essas alterações geram impactos significativos sobre o Planeta e ocasionarão
a necessidade de adaptação de sistemas produtivos, modos e locais de vida das
populações humanas e de suas atividades.

Alguns dos efeitos previsíveis da mudança do clima no planeta são:


Os padrões regionais de chuva podem mudar. Poderá chover mais e a chuva
poderá evaporar mais depressa, o que deixará os solos mais secos em algumas
estações do ano. A mudança do padrão de chuva poderá acarretar novas secas,
ou secas mais rígidas, e afetar a saúde pública. Algumas regiões tornar-se-ão mais
secas e outras mais chuvosas.
Zonas climáticas e agrícolas poderão migrar em direção aos pólos. O aumen-
to da secura nos verões poderá afetar a produção agrícola e é possível que grandes
áreas produtoras de grãos (como as grandes planícies dos Estados Unidos)
passem a sofrer secas e ondas de calor mais freqüentes. Outras regiões poderão
beneficiar-se de temperaturas mais altas e aumentar sua produtividade.
O derretimento de geleiras e a dilatação térmica da água dos oceanos causarão
elevação nos níveis dos mares, ameaçando as zonas costeiras, áreas densamente
povoadas, e também pequenas ilhas. Se o nível atual de emissões de gases de
efeito estufa continuar, o aumento do nível do mar poderá ser de 65cm acima
dos níveis atuais, no ano de 2100. Bangladesh, cuja costa é sujeita a inundações

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

avassaladoras, será um dos países mais vulneráveis, assim como pequenos países-
ilha, como as Maldivas e Tuvalu.
As tempestades tropicais ficarão mais intensas, o que causará chuvas e ventos
fortes, e deixará grande saldo de desabrigados e mortos, como já ocorreu em
1998, quando o furacão Mitch ocasionou a morte de 10 mil pessoas e deixou 2
milhões desabrigadas em Honduras, ou por ocasião das cheias dos rios Elba e
Danúbio na Europa, em 2002. Ambos eventos foram associados, pelos cientis-
tas, às mudanças climáticas globais.
As doenças propagadas por vetores associados à alteração de temperatura, como
dengue e malária, poderão ter sua incidência potencializada.
Os impactos sobre os recursos hídricos aumentarão a escassez da água para seus
usos múltiplos.
Os países em desenvolvimento ou menos desenvolvidos não terão recursos
suficientes para precaverem-se contra os impactos ou minimizar seus efeitos,
o que gerará enormes impactos sociais e econômicos.
As regiões áridas poderão transformar-se em desertos, e regiões secas poderão
tornar-se ainda mais áridas.
Poderá haver redução do potencial de produção alimentícia, o que irá gerar
maiores problemas de fome e miséria.
A variabilidade climática poderá causar impactos sobre diferentes ecossis-
temas, o que causará o eventual desaparecimento de espécies de fauna e flora.
Ecossistemas mais sensíveis, como os recifes de corais, já estão seriamente dani-
ficados pelo aumento da temperatura da água do mar.
Num país reconhecido como detentor de megabiodiversidade, como é o Brasil,
cumpre destacar ainda mais os potenciais impactos das mudanças climáticas
sobre a diversidade biológica, ou biodiversidade, já bastante ameaçada.
Além de enfrentarem os problemas de degradação e perda de habitat, poluição e
exploração irracional de recursos, as espécies e sistemas naturais enfrentam
também o desafio de adaptarem-se aos novos regimes climáticos, decorrentes do
fenômeno do aquecimento global. Sabe-se que inúmeras espécies irão
desaparecer em função das mudanças climáticas e que ecossistemas migrarão ou
terão seus regimes alterados. Há estudos que indicam que a Amazônia deverá
ficar mais quente e mais seca, o que geraria mais incêndios e impactos sobre a
fauna e flora. Desprovida da vegetação, com o solo exposto e destruído pela
erosão, poderá iniciar-se um processo de desertificação em alguns pontos da
região.
Algumas instituições e, particularmente, o Programa das Nações Unidas para o

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

Meio Ambiente, têm-se dedicado a estudar implicações das mudanças climáticas


para a biodiversidade. Segundo previsões do Programa das Nações Unidas em
parceria com o World Conservation Monitoring Centre, dentre os impactos
decorrentes das mudanças climáticas sobre ecossistemas e formas de vida,
destacam-se:
l O aumento da temperatura pode eliminar a grande maioria das áreas úmi-
das existentes e ocasionar alterações nos seus ciclos hidrológicos, o que causaria
impacto à diversidade de vida em seu interior.
l O aumento do nível do mar e o aumento de intensidade e freqüência de
episódios de tempestades poderão afetar as zonas costeiras, o que causará perdas
de habitat nos estuários e deltas, e afetará também espécies migratórias.
l A mudança de padrões de chuvas, temperatura e evapo-transpiração, além
do aumento de incêndios e tempestades, afetará os ecossistemas florestais, e oca-
sionará, eventualmente, o desaparecimento de algumas formações florestais e
causará impacto sobre a fauna local.
l As alterações de temperatura, o aumento da incidência e severidade de incên-
dios e tempestades e a alteração das estações climáticas afetarão as florestas bore-
ais, que estarão mais sujeitas a incêndios e ataques de pestes, e poderão migrar
para áreas do Ártico.
l Os habitats da região do Ártico estarão sujeitos a mudanças em sua vege-
tação, com perda da extensão de florestas e de tundra.
l As regiões dos Alpes sofrerão derretimento maior das geleiras e aumento na
duração das estações do ano, o que causará a migração de habitats.
l A inundação de ilhas e países baixos, com o aumento do nível do mar, oca-
sionará perda de áreas de terra e de colônias de procriação de pássaros, impon-
do também maior demanda e pressão sobre outras terras para realojamento das
populações.
l As áreas áridas e semi-áridas sofrerão alteração de seus padrões de precipi-
tação, e calcula-se que os desertos tornar-se-ão mais quentes e mais secos, o que
aumentará sua extensão. Haverá mais processos de salinização nessas áreas, além
de perda de pastos e terras aráveis.
l Os recifes de corais poderão desaparecer com o aumento das temperaturas.
A elevação da temperatura do mar mata as algas que dão cor e vida aos corais.
Com a morte dos corais, a estrutura dos recifes desintegra-se e deixa de proteger
as costas das marés. Isso foi observado em grandes áreas dos Oceanos Pacífico e
Índico em 1998.
l Os mangues poderão diminuir de área por causa de inundação de áreas
costeiras.

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So lu çõ e s E n c o n t rad a s e m Ní vel Int er naci onal :


Regimes Legais e Instituições

A C o nvençã o Qua dro da s Na ções U nidas sobre


M u d a n ç a do Cli ma e o Pro to colo de Q uiot o
As tratativas internacionais em torno do tema do aquecimento global tiveram
início no final da década de 1980, quando as Nações Unidas apoiaram a criação
de um painel internacional de cientistas para estudar e confirmar o fenômeno.
Esse painel tem se reunido desde então, e lançou em 2001 seu terceiro relatório,
em que confirma haver efetivo aumento da temperatura média do planeta
decorrente de ações promovidas pelos seres humanos. Os cientistas reunidos no
Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Climas publicaram seu primeiro
relatório em 1990, anunciando um consenso sobre a alteração do clima em
decorrência das atividades humanas. O relatório foi muito criticado, mas foi
suficiente para que, a partir dessa constatação, as Nações Unidas patrocinassem
um debate e organizassem esforços para a formulação da Convenção sobre
Mudança do Clima, que foi lançada para adesão das nações na Cúpula da Terra,
no Rio de Janeiro, em 1992.
São dois os principais tratados que disciplinam as iniciativas para conter efeitos
do fenômeno das mudanças climáticas: a Convenção Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima e o Protocolo de Quioto, adendo a essa convenção que
a regulamenta. Além desses dois documentos principais, a Agenda 21,
documento internacional de recomendações e metas, porém não vinculativo,
traçou importante plano de ação para a promoção do desenvolvimento
sustentável no Planeta, e aborda as variações climáticas no seu capítulo 9 sobre a
Proteção da Atmosfera.
A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima , conhecida
por sua sigla em inglês “UNFCCC” (United Nations Framework Convention on
Climate Change), estabeleceu um compromisso geral de redução da emissão de
gases de efeito estufa. A Convenção foi adotada em 9 de maio de 1992 na sede
das Nações Unidas, em Nova York, e foi aberta para assinatura no mesmo ano na
Cúpula da Terra (ou “ECO 92”), no Rio de Janeiro. Foi assinada, nesse encontro,
por chefes de Estado e outras autoridades de 154 países e a Comunidade
Européia. Entrou em vigor em 21 de março de 1994. O Brasil assinou a

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

Convenção durante a Cúpula da Terra (ou Rio 92), em 04 de junho de 1992, e


ratificou-a em 28 de fevereiro de 1994.3

O objetivo da Convenção, definido em seu artigo 2º é:


“Alcançar a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num
nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático. Esse
nível deverá ser alcançado num prazo suficiente que permita aos ecossistemas
adaptarem-se naturalmente à mudança do clima, que assegure que a produção de
alimentos não seja ameaçada e que permita ao desenvolvimento econômico prosseguir
de maneira sustentável.”
A Convenção representa importante marco e acordo das Nações, porém
não estabelece obrigações vinculantes de redução de emissões. Dentre os
principais aspectos e compromissos contidos na Convenção, alguns
devem ser destacados. Nesse acordo, os países reconhecem, pela primeira
vez, que o problema do aquecimento global existe, o que foi considera-
do um passo significativo para a adoção posterior de plano de ação para
conter o acirramento do efeito estufa. A Convenção estabelece o objeti-
vo geral de estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na
atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica (provoca-
da pelo homem) perigosa no sistema climático. E especifica que “esse
nível deverá ser alcançado num prazo suficiente que permita aos ecossistemas
adaptarem-se naturalmente à mudança do clima, que assegure que a pro-
dução de alimentos não seja ameaçada e que permita ao desenvolvimento
econômico prosseguir de maneira sustentável”. Dentre as obrigações
impostas pelo acordo internacional, consta a obrigatoriedade do desen-
volvimento de programas nacionais que atenuem a mudança do clima. A
Convenção estimula seus países membros a compartilharem tecnologias
e a cooperarem de outras maneiras para a redução das emissões de gases
de efeito estufa. A Convenção estabelece a obrigação para os países
realizarem e atualizarem periodicamente seus inventários de gases de
efeito estufa e listarem suas fontes nacionais e “sumidouros” (florestas e
outros ecossistemas naturais, que absorvem os gases causadores do efeito
estufa da atmosfera).
Um importante princípio adotado pela Convenção foi a atribuição aos países
industrializados (coincidentemente também os mais ricos) da maior cota de

3. A Convenção foi ratificada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no 1, de 3 de
fevereiro de 1994.
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Soluções Encontradas em Nível Internacional:


Regimes Legais e Instituições

responsabilidade no combate à mudança do clima e também a maior parte da


“conta a pagar”, já que se industrializaram há mais tempo e suas emissões atuais
são mais relevantes. A maioria dos países da OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e os países da Europa Central e do
Leste, conhecidos como países do Anexo 1 da Convenção, obrigaram-se a adotar
políticas e medidas para a redução de suas emissões de gases efeito estufa para os
níveis de emissão do ano de 1990, até o ano 2000.
A Convenção estipula obrigações específicas de transferências financeiras e
tecnológicas aos 24 países desenvolvidos da OCDE, que concordam em apoiar
as atividades relativas à mudança do clima nos países em desenvolvimento ao
fornecer ajuda financeira, além de qualquer assistência que a tais países já seja
prestada.
Outro importante princípio constante da Convenção é o reconhecimento de que
as nações mais pobres têm direito ao desenvolvimento econômico e que a parcela
de emissões de gases de efeito estufa originárias de países em desenvolvimento
aumentará à medida que esses países ampliem suas indústrias para melhorar as
condições sociais e econômicas de seus habitantes.
A Convenção reconhece e reforça o conceito de “desenvolvimento sustentável”,
segundo o qual a humanidade tem que encontrar caminhos para aliviar a pobreza
de um número enorme e crescente de pessoas, sem destruir o ambiente natural
do qual depende toda a vida humana; é o desenvolvimento que atende às
necessidades das presentes sem comprometer o atendimento das necessidades das
futuras gerações. Exige também que tecnologias e conhecimentos técnicos
ambientalmente sadios sejam desenvolvidos e compartilhados.

O P ro t o c o lo de Quio to
Em Dezembro de 1997, a Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança
do Clima aprovou em Quioto, no Japão, um Protocolo que passou a ser
conhecido como “Protocolo de Quioto”. Esse tratado estabelece compromissos e
metas concretas para os países desenvolvidos no que tange à redução das emissões
de gases de efeito estufa.
Apesar das metas estabelecidas no Protocolo não serem suficentes para a
completa solução do problema, já que não poderão combater o fenômeno
integralmente, elas resultaram do acordo possível naquele momento. Esse
acordo representou um importante passo na direção certa em
busca da contenção do fenômeno.

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

O Protocolo estabelece que os países desenvolvidos terão a obrigação de reduzir


suas emissões coletivas de seis gases de efeito estufa em pelo menos 5%, se
comparados aos níveis de 1990, para o período entre os anos 2008-2012.4
Segundo o Protocolo, os países terão certa flexibilidade no estabelecimento de
medidas para o cálculo e a redução das emissões. O Protocolo estabeleceu alguns
Mecanismos de Flexibilização para implementação das obrigações pelos países
com metas de redução de emissões, o que lhes permite patrocinar parte da
obrigação de redução das emissões fora de seu território.
Esses mecanismos são:

Execução Conjunta (JI – Joint Implementation) – entre países industri-


alizados do Anexo 1 (Artigo 6).

Comércio de Emissões (ET – Emission Trade) – entre países do


Anexo 1 (artigo 17).

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM – Clean Development


Mechanism) – será implementado com a participação dos países
signatários, setores público e privado.

De maior interesse para o Brasil é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo


(MDL), criado a partir de uma proposta dos representantes do país nas
negociações. O Mecanismo já pode ser implementado oficialmente desde a
entrada em vigor do Protocolo. Na realidade, o chamado “mercado de carbono”
já encontrava-se operando de fato, a partir de iniciativas piloto que pretendiam
ser reconhecidas com a oficialização do mercado.
O Protocolo de Quioto foi aberto para assinatura em 16 de março de 1998.
Entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, 90 dias após sua ratificação por
no mínimo, 55 Partes da Convenção, incluindo os países desenvolvidos que
contabilizaram pelo menos 55% das emissões totais de dióxido de carbono, em
1990.

4. É importante notar, no entanto, que após o acordo de Bonn, em Julho de 2001, na COP 6, (Segunda
Parte), alguns cientistas e ambientalistas têm afirmado que as concessões feitas nas negociações teriam impli-
cado, na prática, a redução desse percentual mínimo para 2%.

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Soluções Encontradas em Nível Internacional:


Regimes Legais e Instituições

O M ec a n ismo de De se nvo lviment o Limpo


O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo deve assistir às Partes não incluídas
no Anexo I (países em desenvolvimento) para que atinjam o desenvolvimento
sustentável e contribuam para o objetivo final da Convenção, e assistir as Partes
incluídas no Anexo I (países industrializados) para que cumpram seus
compromissos quantificados de limitação e redução de emissões.
Segundo o MDL, as Partes não incluídas no Anexo I (países em
desenvolvimento) beneficiar-se-ão de atividades de projetos que resultem em
reduções certificadas de emissões; e as Partes incluídas no Anexo I (países
industrializados) podem utilizar as reduções certificadas de emissões, resultantes
de tais atividades de projetos, para contribuir com o cumprimento de parte de
seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões.
O mecanismo de desenvolvimento limpo deve sujeitar-se à autoridade e
orientação da Conferência das Partes e à supervisão de um Conselho Executivo
(Executive Board). Este foi criado na 7ª Conferência das Partes, em novembro de
2001, em Marrakech.
As reduções de emissões resultantes de cada atividade de projeto (realizadas por
entidades privadas ou públicas) devem ser certificadas por entidades operacionais
a serem designadas pela Conferência das Partes com base em:

(a) Participação voluntária aprovada por cada Parte envolvida;


(b) Benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo, relacionados com a
mitigação da mudança do clima;
(c) Reduções de emissões que sejam adicionais às que ocorreriam na
ausência da atividade certificada de projeto.
Hoje existem alguns projetos que estão sendo testados mundo afora em tentativa
de abrir caminho para a regulamentação dos projetos de MDL. Existem também
incipientes experiências de se estabelecer um mercado de carbono a partir de
iniciativas nos EUA (ex: Chicago Climate Exchange), Reino Unido e Holanda.
Em 2005 tornou-se operacional o regime europeu de comércio de emissões.
Além disso, o Prototype Carbon Fund, estabelecido por iniciativa do Banco
Mundial e de alguns países industrializados, encontra-se operativo, selecionando
e apoiando projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa, que terão
importante papel na definição das “regras do jogo”.

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03
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Medidas para Conter as Mudanças


Climáticas Globais

A resolução do problema do aquecimento global não é simples. Depende do


engajamento e compromisso de todos os atores relevantes, incluindo governos,
iniciativa privada, instituições de pesquisa e a cidadania. Deter as mudanças
climáticas ou minimizar seus impactos depende da alteração dos hábitos de
consumo, sistemas de produção e de geração de energia, entre outras medidas.
Tal mudança do modelo atual dos sistemas de produção e consumo é o grande
desafio que esse fenômeno ambiental global impõe, e as resistências para alterar
o paradigma desenvolvimentista são enormes, por razões de ordem econômica,
social, política e geopolítica, principalmente. Mas há governos, instituições de
pesquisa, instituições não-governamentais e empresas que estão investindo em
alternativas, procurando encontrar soluções. Cita-se aqui alguns exemplos de
medidas concretas que podem auxiliar na alteração do modelo atual e migração
para um modelo de desenvolvimento sustentável, compatível com a
sobrevivência do Planeta e das formas de vida que dependem do equilíbrio
climático global.
Algumas medidas que podem ser adotadas para promover os objetivos da
Convenção sobre Mudança do Clima e contornar os problemas gerados pelo
agravamento do fenômeno do efeito estufa no Planeta, exemplificados a partir de
setores da economia e das atividades humanas, estão elencados a seguir. Muitas
dessas medidas já estavam sendo adotadas em diversas partes do mundo, em
maior escala em alguns países europeus, que estavam adequando-se às exigências
e antecipando-se à entrada em vigor do Protocolo de Quioto.

Setor Energético
Queima de carvão, petróleo e gás para geração de energia são as principais causas
do aumento das emissões de dióxido de carbono na atmosfera, o principal gás de
efeito estufa. Procura-se otimizar o uso dessas fontes de energia, cuja tendência é
de substituição gradual, para que se reduzam as emissões de gases de efeito estufa
e seus efeitos nocivos sobre o planeta. O problema do efeito estufa está
impulsionando uma lenta, porém real, transição para uma nova matriz energética
para o planeta.
Os governos e a iniciativa privada estão começando a investir em fontes

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

energéticas renováveis como vento, sol, marés e hidrogênio. Outras fontes


renováveis como recursos hídricos, madeira e outros tipos de biomassa também
são explorados como alternativas nesse processo de transição. A fonte energética
considerada mais polêmica é a nuclear, que tem sido rejeitada por muitos países
e negociadores em nível internacional, por seu alto grau de risco de acidentes e
incidentes nucleares, bem como pelo potencial de uso não-pacífico da tecnologia
nuclear.
As fontes energéticas consideradas mais limpas são as “novas renováveis”, como
as fontes eólica (dos ventos), solar, das marés, biomassa, dentre outras. Tais
opções ainda não são exploradas em grande escala comercial, pois não se dispõe
de tecnologia acessível num custo viável. Faltam investimentos e pesquisa
tecnológica para que se tornem verdadeiramente competitivas no mercado. No
entanto, a capacidade de geração de energia utilizando essas fontes tem crescido.
Alemanha, Espanha, Dinamarca e Reino Unido são exemplos de países que têm
investido muito para aumentar sua produção de energia eólica. Grandes empresas
do setor energético estão investindo nesse novo mercado que deverá assumir
proporções maiores nos anos vindouros. Empresas como a Shell e a British
Petroleum investem em geração de energia solar e eólica, pois pretendem manter
seu papel de grandes provedoras de energia numa escala de tempo maior. O
Brasil tem potencial de exploração da energia eólica principalmente nas zonas
litorâneas do nordeste e sul do país.
Eis alguns exemplos de ações a serem adotadas no setor energético a fim de
combater-se o agravamento do efeito estufa no planeta e promover-se a
sustentabilidade socioambiental deste setor :
l Promoção de medidas de eficiência e conservação energética
l Eliminação de subsídios aos combustíveis fósseis

l Diminuição de emissões de carbono no setor de geração de energia


elétrica
l Estímulo a projetos de co-geração de alta eficiência (combined heat
and power)
l Incentivo para a produção de tecnologias e desenvolvimento de proje-
tos de geração de energia a partir de fontes renováveis e alternativas,
como solar, eólica, hidroelétrica, térmica, biomassa, geotérmica, das
marés, células de combustível, biodiesel, dentre outras
l Substituição gradual de carvão como fonte energética (principalmente
o carvão mineral)

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Medidas para Conter as Mudanças Climáticas Globais

l Eliminação gradual da contribuição de energia nuclear na matriz


energética
l Estabelecimento de incentivos econômicos para geração de energia
proveniente de fontes renováveis ou alternativas
l Consideração de objetivos sociais e ambientais pelas agências regulado-
ras
l Redução da geração de metano em aterros sanitários e promoção de
sua utilização como fonte energética
l Promoção de programas de eficiência energética em edifícios comerci-
ais, públicos e privados, e em residências
l Promoção de programas de consumo sustentável de energia, incluin-
do a rotulagem de produtos e processos mais eficientes sob o ponto de
vista energético

S e t o r de Tra nspo r te s
O setor de transportes é importante gerador de emissões de gases de efeito estufa.
Torna-se cada vez mais relevante na medida em que o padrão de consumo de
veículos de transporte individual se amplia. É preciso reverter essa tendência e
algumas medidas vislumbradas são:

l Avaliação das emissões dos diferentes setores de transportes com o


objetivo de estabelecer estratégia de minimização de emissões
l Ampliação da oferta e incentivo ao uso do transporte público
l Estabelecimento ou compatibilização de sistemas intermodais de
transporte público
l Desincentivo ao uso de transporte individual
l Taxação sobre combustíveis
l Promoção de maior eficiência dos combustíveis
l Promoção de alternativas aos combustíveis fósseis
lPromoção de tecnologias para montagem de veículos mais eficientes e
menos poluentes
l Estabelecimento de metas de redução de CO2 dos veículos automo-
tores
l Estabelecimento de metas e incentivos para frotistas adquirirem veícu-

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

los mais eficientes, sob o ponto de vista de consumo de combustíveis e


menos poluentes
l Realização de campanhas de conscientização a respeito dos impactos
locais e globais do uso de veículos automotores e do transporte indivi-
dual, com ênfase em questões relacionadas às opções de transporte, con-
gestionamento, relação entre poluição local e impacto global, impactos
sobre a saúde, dentre outros
l Compatibilização de limites de velocidade em rodovias e vias públicas
com objetivos ambientais
l Promoção de estratégias para minimização de emissões dos setores de

aviação, transporte fluvial, marítimo, rodoviário e ferroviário


l Adoção de políticas de transporte sustentável
l Incentivo a medidas de consumo sustentável
l Transição gradual do consumo de combustíveis fósseis ao consumo de
hidrogênio ou outros menos poluentes, promovendo os investimentos
necessários

Setor Doméstico
Nos lares e locais de trabalho e produção, muitas medidas podem ser adotadas,
inclusive com baixo custo. É preciso ampliar a conscientização da sociedade a
respeito disso e gerar incentivos para realização dessas metas. Eis alguns exemplos
de medidas possíveis:

l Adoção de políticas e implantação de medidas para promoção da con-


servação e eficiência energética doméstica
l Promoção de campanhas sobre conservação e eficiência energética para
conscientização da comunidade e dos consumidores
l Produção de aparelhos domésticos mais eficientes sob o ponto de vista

energético, com custo acessível


l Promoção de políticas e campanhas para implementação efetiva da
coleta seletiva de lixo biodegradável e sua minimização, visando otimiza-
ção de recursos e redução de emissões de metano nos aterros sanitários
l Promoção de incentivos econômicos para aparelhos domésticos menos

impactantes sob o ponto de vista das mudanças climáticas globais

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Medidas para Conter as Mudanças Climáticas Globais

l Minimização e redução gradual do uso de hidrofluorcarbonos (HFCs)


como gás de refrigeração em aparelhos domésticos
l Incentivo à Arquitetura Ecológica
l Promoção do Consumo Sustentável

Setor Industrial
As indústrias constituem uma das fontes mais importantes de emissão de gases
de efeito estufa. Muitas mudanças e adaptações do sistema produtivo deverão ser
realizadas a fim de combater o fenômeno do efeito estufa e minimizar os
impactos sobre as sociedades humanas e ecossistemas. Algumas medidas
necessárias são:

l Adoção de matriz energética mais limpa e promoção da gradual


eliminação dos combustíveis fósseis como fonte energética
l Adoção de medidas de conservação e eficiência energética
l Promoção da reutilização, coleta seletiva e reciclagem de materiais
l Estabelecimento de programas de boas práticas com o objetivo de
atingir maior eficiência energética
l Investimento e incremento da tecnologia de controle de poluição nos

diferentes setores produtivos


l Promoção de ações para reduzir a emissão de metano dos rejeitos
industriais
l Promoção de medidas para redução das emissões de HCFCs,
PFCs e SF6
l Adoção de medidas voluntárias de redução de emissões
l Realização e publicação de relatórios sobre emissões
l Estímulo à implantação de um mercado de carbono
l Estabelecimento de gerências ambientais nas unidades operativas
l Estímulo ao intercâmbio de informação sobre eficiência energética e

medidas de controle e redução de emissões entre indústrias de um


mesmo setor produtivo, ou entre setores
l Aproveitamento do metano eliminado em processos industriais como

fonte energética

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

l Promoção do Consumo Sustentável


l Adoção de medidas de sustentabilidade empresarial, a partir de mo-

delos de melhores práticas e incorporação de iniciativas de “reporting”,


balanços sociais, entre outros.

Setor Público
O papel dos governos é fundamental no combate às mudanças climáticas globais.
Devem formular e aprovar normas, criar sistemas de monitoramento e aplicação
das mesmas, e sobretudo, promover a ampla conscientização da população. Trata-
se de um setor que interage com todos os outros, seja através da regulamentação,
execução e exigência de cumprimento de normas, seja como agente de
convencimento, de estímulo e apoio à pesquisa e ciência, fundamentais para a
adoção de novas tecnologias. Como consumidor de grande poder de influência
que é, dado o volume de compras e contratos que promove, o Estado pode
promover a licitação sustentável com objetivo de promover medidas em prol do
equilíbrio climático global, por exemplo, ao adquirir para seu próprio uso energia
proveniente de fontes renováveis, ou meios de transporte menos poluentes,
dentre outros. Alguns exemplos de medidas a serem promovidas pelo setor
público são:
l Ampliação da capacidade de observação sistemática e modelagem
climática, geração e divulgação de informações para tomada de decisões
l Avaliação dos impactos das mudanças climáticas sobre a saúde humana

e promoção de medidas para mitigar ou evitar tais impactos


l Minimização da produção de metano em aterros sanitários
l Utilização de metano gerado em aterros sanitários para geração de
energia
l Promoção de medidas de conservação e eficiência energética em todo

o aparato de infra-estrutura sob gestão do Estado, principalmente em


prédios públicos, iluminação pública, escolas, hospitais, entre outros
l Estabelecimento de boas práticas com o objetivo de promover a efi-

ciência energética em todos os setores e regiões do país, incluindo a


definição de padrões mínimos de eficiência energética para produtos e
processos

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Medidas para Conter as Mudanças Climáticas Globais

l Promoção de programas e medidas com o intuito de adequar o trans-


porte público sob o ponto de vista da qualidade ambiental e mudanças
climáticas
l Minimização da geração de resíduos
l Promoção de coleta seletiva e reciclagem de materiais e estímulo a
campanhas e medidas para reduzir o volume de resíduos enviados para
aterros sanitários
l Estabelecimento de padrões rígidos de qualidade do ar
l Investimento em aparelhamento para fiscalização e punição de ativi-
dades poluidoras
l Definição de ambiente estratégico para investimento em projetos
MDL no país
l Promoção de acesso à informação e participação pública na tomada de

decisão sobre temas, direta ou indiretamente, relacionados ao equilíbrio


climático planetário
l Criação de incentivos econômicos para setores produtivos que
assumam compromissos de redução de emissões ou absorção por sumi-
douros
l Regulamentação e fiscalização do mercado de energia para que respeite
os princípios e objetivos previstos nos tratados internacionais sobre
mudanças climáticas para, assim, estimular-se a criação de um mercado
de energia ambientalmente adequado
l Estímulo à implantação de um mercado de carbono
l Criação de gerências ambientais em suas unidades operativas
l Negociação e aprovação de políticas públicas e normas tendo em vista
os objetivos dos tratados internacionais sobre mudanças climáticas
l Promoção do Consumo Sustentável (ou licitações sustentáveis sob o
ponto de vista sócio-ambiental)

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

S e t o r Ag ro pe cuá rio
São diversas as atividades agropastoris que geram impactos climáticos. Os setores
produtivos e os governos devem estar atentos, procurar entender os impactos
desse setor, e adotar medidas para adequá-lo ao novo padrão que se impõe, em
função do fenômeno das mudanças climáticas globais. Dentre as medidas
possíveis, eis alguns exemplos:

lAdoção de boas práticas no setor agropecuário sob o ponto de vista das


mudanças climáticas
l Adoção de políticas e medidas para minimizar emissões de carbono

decorrentes do manejo do solo


l Adoção de políticas e medidas para minimizar o uso de fertilizantes
inorgânicos reduzindo, assim, emissões de Nox
l Promoção e aumento dos sumidouros agrícolas e florestais nas pro-
priedades rurais
l Incremento da dieta de criadouros animais para buscar a redução de
emissões
l Minimização de emissões decorrentes de dejetos animais
l Promoção de campanhas para conscientização de produtores agrope-
cuários sobre a relação entre a produção agropecuária e as mudanças
climáticas, bem como a respeito da necessidade de adoção de modelos de
agricultura sustentável
l Promoção de pesquisa no setor agropecuário com vista aos objetivos
da estabilização climática
l Promoção de produção agrícola com vista à geração de energia a par-
tir da biomassa
l Estabelecimento de incentivos e desincentivos econômicos no setor
agropecuário com vista ao equilíbrio climático
l Promoção de projetos agrícolas demonstrativos para permitir melhor

entendimento do ciclo de carbono em atividades agrícolas


l Promoção de medidas de eficiência energética e conservação de ener-

gia nas atividades agropecuárias


l Promoção de medidas para contenção e eliminação gradual do uso do
fogo em atividades agropecuárias
l Promoção do Consumo Sustentável

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Medidas para Conter as Mudanças Climáticas Globais

S e t o r F l o re sta l e de Uso do Solo


Diversos são os desafios para um país com grande território, diversidade de
biomas, e ampla cobertura florestal como o Brasil, cujas principais emissões são
decorrentes de desmatamento e alteração de usos do solo. Nesse setor são
recomendáveis inúmeras medidas, dentre as quais destacam-se:

l Desenvolvimento de modelos para demonstração do papel das flo-


restas no ciclo do carbono e de como as mudanças climáticas afetarão as
florestas e ecossistemas no país
l Desenvolvimento e promoção da silvicultura de forma ecologicamente
sustentável, com vista aos objetivos de estabilização climática
l Promoção de medidas de combate a incêndios florestais
l Promoção de projetos de sumidouros
l Incremento da capacidade de fiscalização e exercício do poder de poli-

ciamento
l Promoção do Zoneamento Ecológico Econômico
l Criação e Implementação de Unidades de Conservação e áreas pri-

vadas de proteção (ou Reservas Particulares do Patrimônio Natural -


RPPNs)
l Estabelecimento de incentivos à conservação de florestas e ecossistemas
l Incentivo à Pesquisa e Produção de Conhecimento
l Incentivo à divulgação de informações e à conscientização ambiental

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O Pap el d o C i d ad ã o

O cidadão comum pode contribuir para minimizar os impactos das mudanças


climáticas principalmente através da alteração de seus hábitos de consumo. O
cidadão que procura consumir produtos gerados de forma a respeitar o meio
ambiente, e particularmente, gerados a partir de processos produtivos que
impliquem a redução ou eliminação das emissões de gases de efeito estufa, poderá
contribuir nesse processo que requer uma cidadania global ativa. Mesmo que se
queira, muitas vezes não é fácil adotar uma postura “amiga do ambiente”, ou
consciente no sentido de evitar o efeito estufa, pois o cidadão depende de uma
atitude consciente de outros atores relevantes nesse processo, como os setores
produtivo e público. Ou seja, não se pode falar em consumo sustentável, se não
houver produção e políticas públicas sustentáveis. Contudo, o cidadão é ator
fundamental para cobrar e incentivar tais medidas.

Imaginemos uma situação muito comum: um cidadão precisa comprar um carro


para utilizá-lo como meio de transporte, pois não há transporte público
disponível para o percurso entre trabalho, escola e sua casa e, ao buscar um
veículo que utilize um combustível que não cause emissões (de GEE), ou que
implique redução de emissões de gases efeito estufa, se comparado aos
tradicionais modelos movidos a gasolina ou diesel, não o encontra, porque a
indústria ainda não produz tal alternativa. Então, mesmo querendo, não
consegue contribuir. Numa situação assim, depositam-se as esperanças na
mudança tecnológica que as indústrias automobilísticas devem promover para
que se faça a transição para um modelo menos intensivo no consumo de
combustíveis fósseis, e nos governos, que devem adotar políticas de incentivo ao
transporte público sustentável. No Brasil, já é possível optar-se por veículos
movidos a gás ou a álcool, mas ainda não são produzidos em escala suficiente
para atender toda a demanda. Muitas das grandes empresas automobilísticas
estão investindo na criação de carros movidos a hidrogênio, mas muito resta para

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

que essa alternativa se torne viável em escala mundial, o que resolveria, em parte,
os problemas relativos às mudanças climáticas. Também há enorme pressão e
resistência imposta pela indústria petrolífera, que será a maior perdedora quando
a economia mundial finalmente vier a fazer transição para uma matriz energética
mais limpa. Isso mais parece utopia, mas é o que se busca, já que se provou que
o intenso consumo desses combustíveis está causando a alteração climática
global. Em países onde pode-se escolher a fonte de combustível que se usa para
o aquecimento dos lares, como na Califórnia, nos EUA, por exemplo, já é
possível o cidadão optar por uma fonte de energia mais limpa, pois pode escolher
qual fonte e empresa contratar. Temos que caminhar para que se construam
modelos e se faça a transição da matriz energética dos países para uma alternativa
menos intensiva no consumo e nas emissões de carbono. O Brasil, que tem
enorme potencial de geração de energia renovável a partir de fontes como a água,
sol e vento, por exemplo, deve procurar direcionar seu planejamento energético,
levando em consideração a sustentabilidade socioambiental dessa matriz. Para
tanto, é fundamental que o cidadão consciente pressione e cobre medidas nesse
sentido.

Outra forma do cidadão consciente atuar de forma a minimizar os impactos de


atividades humanas sobre o clima, seria evitar o consumo de produtos que
acarretem o desmatamento e alteração do uso do solo em biomas como
Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Muito do carbono retirado do solo e da
vegetação desses biomas é emitido para atmosfera, acumulando-se e formando o
cobertor que envolve e aumenta a temperatura do planeta. Sempre que possível,
é aconselhável consumir produtos de origem florestal que sejam certificados por
entidades sérias, atestando que sua forma de produção é sustentável sob o ponto
de vista ambiental e social.

Além de atitudes como consumidor, o cidadão pode contribuir muito ao


organizar-se, participar de mobilizações, integrar quadros de ONGs, voluntária
ou profissionalmente, atuar como educador, conscientizar a sociedade sobre os
problemas inerentes às mudanças climáticas, e como contorná-los. O cidadão

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O Papel do Cidadão

pode contribuir também simplesmente ao exercer seu direito de votar,


escolhendo políticos que defendam as causas socioambientais. Ou ainda,
recorrendo ao Judiciário, quando couber, para exigir posturas condizentes com
normas legais que possam implicar a redução obrigatória da emissão de gases de
efeito estufa. Há movimentos de advogados ambientalistas hoje ao redor do
mundo, por exemplo, que estão procurando mover processos judiciais para
assegurar que empresas deixem de emitir gases de efeito estufa. Ainda é difícil, no
entanto, encontrar respaldo legal no ordenamento jurídico dos países para
sustentar ações de tal natureza.

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O Pap el d a S o c i e d ad e C i v il O r gani zad a

Um segmento bastante relevante no combate às mudanças climáticas globais são


os movimentos sociais e as organizações não-governamentais (ONGs). Há
muitas ONGs ao redor do mundo que acompanham a discussão das mudanças
climáticas e têm feito enorme pressão sobre os países e as Nações Unidas para que
se adote um regime legal eficaz para a contenção do problema das mudanças
climáticas. Exemplos de ONGs que acompanham de perto e têm influenciado as
negociações internacionais substancialmente são: o Greenpeace, a WWF e a
Amigos da Terra. Muitas ONGs têm-se reunido através de redes para organizar
suas ações e torná-las mais contundentes e conseqüentes. No nível internacional,
a rede mais conhecida é a CAN - Climate Action Network. No Brasil, existe o
Observatório do Clima - Rede Brasileira de ONGs e Movimentos Sociais em
Mudanças Climáticas e um Grupo de Trabalho em Mudanças Climáticas do
Fórum de Ongs e Movimentos Sociais em Desenvolvimento Sustentável, que se
articulam para influenciar os processos de negociação, forçar a adoção de
políticas públicas, promover a conscientização e mobilização da sociedade em
torno do tema, dentre outros objetivos.
O Observatório do Clima, que é a Rede Brasileira de Organizações Não-
Governamentais e Movimentos Sociais em Mudanças Climáticas, foi criado no
Brasil em 2002. Trata-se de uma associação informal, constituída por entidades
brasileiras, que conta com apoio de indivíduos especialistas, representativos do
terceiro setor e academia. Busca promover o debate, a conscientização, a
mobilização e organização da sociedade no tema das Mudanças Climáticas, bem
como a discussão e a aprovação de políticas públicas. Uma das prioridades do
Observatório é levar a questão do desmatamento – responsável por dois terços
das emissões nacionais de gases de efeito estufa – ao epicentro do debate sobre
mudanças climáticas no Brasil. Busca também promover discussão sobre as
implicações da mudança da matriz energética do país sobre as emissões de gases
de efeito estufa. O Observatório do Clima atua em quatro grandes áreas
temáticas, a saber: Energia e Mudanças Climáticas; Uso do Solo, Mudança do
Uso do Solo, Florestas e Biodiversidade; Desenvolvimento Sustentável e
Informação e Comunicação. Dentre as atividades que a rede promove, destacam-
se: capacitação do terceiro setor e da sociedade em geral sobre temas afetos às
mudanças climáticas; inserção de ONGs e movimentos no debate sobre o tema;

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

contribuição para discussões e pesquisas na área científica; acompanhamento e


participação na discussão de critérios e indicadores para implementação de
projetos dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil;
acompanhamento e proposta de políticas públicas na área de mudanças
climáticas.
São 26 as entidades e movimentos signatários da carta de fundação da rede
representativos de todo o país.5 Dentre suas atuais preocupações, apresentadas em
recente carta de alerta (2003) ao governo Brasileiro, constam:
l Necessidade de manutenção do Programa Brasileiro de Mudanças Climáticas,

previsto no Orçamento da União e no PPA, ampliação de seu alcance, sua base


orçamentária e investimento na ampliação e capacitação da equipe .
l Promoção de ampla discussão, dentro e fora do governo, sobre as medidas que

o país deve adotar para contribuir para a minimização e gradual eliminação das
causas do efeito estufa, e fortalecimento dos canais de interlocução existentes,
como o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e os movimentos da
sociedade civil.
l Promoção de amplo programa de informação e sensibilização sobre o tema

das mudanças climáticas e suas causas e conseqüências para o Brasil, a fim de


ampliar o nível de conscientização e mobilização da sociedade sobre a questão.
l Divulgação do conteúdo da Comunicação Nacional e do Inventário sobre

fontes de emissão e sumidouros, já elaborados pelo governo federal, e investi-


mento na atualização permanente e completa desses instrumentos.
lPromoção de discussão de um marco regulatório e institucional sobre a imple-
mentação competitiva e sustentável de projetos de Mecanismo de

5. Lista das entidades signatárias: 13) Instituto do Homem e Meio Ambiente da


1) Aliança para a Conservação da Mata Atlântica Amazônia – IMAZON
2) Amigos da Terra – Amazônia Brasileira 14) Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia –
3) APREMAVI IPAM
4) Associação de Proteção a Ecossistemas Costeiros – 15) Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ
APREC 16) Instituto Ecoar para Cidadania – ECOAR
5) Comissão Pastoral da Terra – Amazonas – 17) Instituto Pró-Natura – IPN
CPT-AM 18) Instituto Pró-Sustentabilidade – IPSUS
6) Coordenação das Organizações Indígenas da 19) Instituto Socioambiental – ISA
Amazônia Brasileira – COIAB 20) Núcleo Amigos da Terra – Brasil
7) Grupo de Trabalho Amazônico – GTA 21) Sociedade Brasileira de Direito Internacional do
8) Associação Civil Greenpeace – GREENPEACE Meio Ambiente – SBDIMA
9) Instituto Centro de Vida – ICV 22) Sociedade Nordestina de Ecologia – SNE
10) Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da 23) SOS AMAZÔNIA
Bahia – IESB 24) Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e
11) Instituto Ecológica Educação Ambiental – SPVS
12) Instituto Internacional de Educação do Brasil – 25) TNC do Brasil
IIEB 26) WWF – Brasil

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O Papel da Sociedade Civil Organizada

Desenvolvimento Limpo, que poderão ensejar investimentos novos no país e


estabelecer mecanismos claros de participação da sociedade civil.
l Fomento à pesquisa em todas as áreas correlatas às mudanças climáticas
globais, em particular nos temas afetos à mitigação, vulnerabilidade e adaptação,
e nas áreas de energia renovável, silvicultura, saúde ambiental, desmatamentos e
alterações de uso do solo, tecnologias limpas e controle ambiental.
l Promoção de mecanismos para reduzir o nível de desmatamento e queimadas

da vegetação florestal e fomentar o uso sustentável do solo de forma a minimizar


a contribuição do Brasil para o problema das mudanças climáticas.
l Adoção de políticas públicas em todos os setores a fim de que todas as áreas

de governo ajam de forma sintonizada e coerente com os propósitos da


Convenção sobre Mudança do Clima e do Protocolo de Quioto.
l Restrição à geração de energia não-renovável e fóssil, em especial a queima de

carvão mineral e à energia nuclear, eliminando subsídios e incentivos para tais


fins.
l Fomento à geração de energia a partir de fontes renováveis para que o país
possa avançar rumo à sustentabilidade socioambiental de sua matriz energética.

Em sua reunião anual de 2004 a rede divulgou carta aberta à sociedade,


contendo as seguintes declarações6:

C a r t a de A nto nina – Muda nça s C limát ic as Globais


As entidades integrantes do Observatório do Clima, Rede Brasileira de
Organizações não-governamentais e Movimentos Sociais em Mudanças
Climáticas, presentes no terceiro encontro anual da rede, realizado na Reserva
Natural do Cachoeira, mantida pela SPVS na APA de Guaraqueçaba, em
Antonina-Paraná, entre os dias 26 e 28 de agosto de 2004, debateram questões
prementes sobre o tema das mudanças climáticas, e resolveram manifestar
algumas considerações ao Governo Federal e à sociedade brasileira indicadas a
seguir:
l É fundamental que o governo divulgue imediatamente os resultados do
Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa em sua
totalidade.
l Em face da ocorrência de diferentes ações de formulação e discussão de pro-
postas de uma “Política Nacional sobre Mudança Climática” (Projeto de Lei do
Deputado Ronaldo Vasconcelos, estudo do Fórum Brasileiro de Mudanças

35
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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

Climáticas, discussão pelo Grupo de Trabalho do CONAMA), é de vital


importância que tais iniciativas sejam amplamente discutidas e de forma coor-
denada, a fim de incorporarem as sugestões da sociedade, e que se processe uma
rápida aprovação pelo Congresso Nacional de uma lei sobre a matéria. O
Observatório do Clima pretende apresentar sugestões a respeito dessa questão
oportunamente.
l Considerando que esforços para o entendimento de causas e impactos causa-
dos pelas mudanças climáticas globais e propostas de sua mitigação e de adap-
tação dependem de investimento maciço em capacitação da sociedade, é funda-
mental que as agências financiadoras brasileiras (p.e.CNPQ, FNMA, Fundos ou
Fundações Estaduais e Setoriais), dêem prioridade a projetos de pesquisa de
longa duração, de capacitação e treinamento, de produção e disseminação de
conhecimento, para permitir participação efetiva e de qualidade dos diversos
segmentos sociais nos debates e na busca de soluções para os problemas causa-
dos pelas mudanças climáticas globais.
l É necessária e urgente a revitalização do Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas como espaço de interlocução do governo com a sociedade civil no
tema das mudanças climáticas.
l É fundamental que o governo brasileiro continue a negociação das atividades
de pequena escala de florestamento e reflorestamento do MDL, visando redução
e implementação dos custos.

6. Entidades Signatárias: Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ


Amigos da Terra – Amazônia Brasileira Instituto Ecoar para Cidadania – ECOAR
ANAMA – Ação Nascente Maquiné Instituto Ecológica
APREMAVI – Associação de Preservação do Meio Instituto ECOPLAN
Ambiente do Alto Vale do Itajaí Instituto Internacional de Educação do Brasil – IEB
Associação de Proteção a Ecossistemas Costeiros – Instituto Pró-Natura – IPN
APREC Instituto Pró-Sustentabilidade – IPSUS
Coordenação das Organizações Indígenas da Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais
Amazônia Brasileira – COIAB Sociedade Brasileira de Direito Internacional do
GERMEN Meio Ambiente – SBDIMA
Instituto Bioatlântica Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação
Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Ambiental – SPVS
Bahia – IESB Sociedade Nordestina de Ecologia – SNE
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – SOS Amazônia
IPAM TNC do Brasil

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A r t i gos d e Jornai s e out ros Veí cul os
d e C omu n i c aç ã o

O tema das alterações climáticas globais já ocupa lugar de destaque na cobertura


da mídia impressa e eletrônica. Contribuem para essa ampla cobertura os
recentes fenômenos climáticos que têm atingido diversas partes do planeta, como
a onda de chuvas que aconteceu no verão europeu de 2002. Alguns exemplos
dessa cobertura jornalística em meio impresso são destacados a seguir, a título de
ilustração dos temas abordados nesta publicação. É importante que se atente
também para a importância da atuação dos meios de comunicação no
esclarecimento sobre as causas e conseqüências do fenômeno, bem como para
informar a opinião pública para que possa agir e cobrar de seus dirigentes ações
positivas de contenção do problema. É fundamental que a mídia amplie os
espaços, destaque e forme seus profissionais para a cobertura desses e outros
temas relevantes para a sustentabilidade da vida no Planeta de forma mais
contundente e conseqüente. Hoje, são pouquíssimos os profissionais da área de
jornalismo que conseguem profissionalizar-se em tais matérias, pois é cada vez
mais raro e limitado o espaço para cobertura desses temas.
Abaixo estão reproduzidos os títulos e “leads” (parágrafos iniciais) de artigos
veiculados na imprensa, para ilustrar a importância da cobertura jornalística
sobre o assunto, a fim de indicar temas prementes e fontes adicionais de
informações para o leitor.

B i rd i n i c i a ne go ci a çã o de ca rbono
Fonte: Valor Econômico, 5/9/2002
Por: Taciana Collet
O Banco Mundial (Bird) e a indústria siderúrgica Plantar assinaram ontem um
acordo que dá início ao mercado brasileiro de Certificados de Emissões
Reduzidas, ou os chamados créditos de carbono, mecanismo previsto no
Protocolo de Quioto. A Plantar, de Minas Gerais, comprometeu-se a reduzir as
emissões de gases do efeito estufa com a substituição do carvão mineral pelo
carvão vegetal e, com isso, poderá comercializar aproximadamente US$ 30
milhões em certificados pelo serviço ambiental durante os próximos 20 anos.

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

S e g u r a d o r a s se a dapta m à s mudanç as climát ic as –


E m p resa s j á tive ra m pe rda s com c at ást rofes provocadas
p el o c l i m a e pro cura m o po r tun idades onde os out ros
v êe m ap ena s ri sco
Fonte: Agência Estado, 19/8/2002
Roberto Kishinami
São Paulo – Um dos lemas do capitalismo é procurar oportunidades onde os
outros vêem apenas riscos. Se isso for verdade, o mercado premia quem explora
as oportunidades de ganho onde outros percebem apenas riscos de perda. A
indústria de seguros é um exemplo de pessoas que acreditam nisso. Há dez anos,
as grandes seguradoras viram os seus riscos crescendo perigosamente nas
catástrofes provocadas por mudanças climáticas globais. Em 1992, por exemplo,
o furacão Andrew varreu a Flórida e boa parte da costa leste dos Estados Unidos,
provocando perdas econômicas calculadas em US$ 20 bilhões, dos quais US$ 17
bilhões estavam segurados.

E n c h e n t es: China se pre pa ra para c at ást rofe , enquant o


A l e m a n h a j á re spira a l ivia da
Fonte: Reuters, 20/8/2002
Magdeburg, Alemanha – Enquanto a Alemanha respira aliviada com a
diminuição do volume das enchentes – as águas pouparam a cidade histórica de
Magdeburg nesta terça-feira, a China anunciou que a iminência de uma
catástrofe por conta do aumento brusco do nível das águas do Lago Dongting.
Dez milhões de pessoas estão ameaçadas, enquanto uma tempestade tropical
castiga a região, disseram nesta terça-feira a imprensa oficial e residentes da área.

I l h a s d o Pa cí fico de saprova m EUA por não rat ific arem


Kyo t o
Fonte: Reuters, 15/8/2002
Suva – As nações de ilhas do Oceano Pacífico, a maioria sob o risco de ficar
debaixo d’água com o aumento dos níveis do mar, desaprovaram os Estados
Unidos hoje por não ratificarem o Protocolo de Kyoto e pediram à Austrália que
faça mais para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

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Artigos de Jornais e outros Veículos de Comunicaçãoa

Mundo pode ter em 2002 ano mais quente da história


Fonte: Reuters, 1/8/2002
Londres – Os primeiros seis meses deste ano registraram a segunda maior média
de temperaturas da história e a média final para 2002 pode ser a maior já
registrada, afirmaram meteorologistas britânicos na quinta-feira. O Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, um órgão que aconselha
governos a respeito das variações de longo prazo no clima, responsabiliza o
aquecimento global, provocado pelo aumento das emissões de gases do efeito
estufa, pela elevação das temperaturas.

F H a ssi n a ra tifi ca çã o do Pro to colo de Q uiot o


Fonte: Jornal do Brasil, 24/7/2002
Dez anos depois da Rio-92, a reunião das Nações Unidas sobre problemas do
meio ambiente realizada no Rio de Janeiro, o presidente Fernando Henrique
Cardoso assinou ontem, em solenidade no Planalto, a carta que ratifica o
compromisso do país com o Protocolo de Quioto. Adotado em 1997, no Japão,
o documento obriga os países signatários a diminuir a emissão de gases poluentes
na atmosfera, responsáveis pelo aquecimento global do planeta (efeito estufa). A
expectativa é que em dez anos as emissões de gases sejam 5,2% menores do que
as registradas em 1990.

A c o rdo de Kyo to pa ssa a se r lei no B rasil


Fonte: O Estado de S. Paulo, 24/7/2002
O presidente Fernando Henrique Cardoso promulgou ontem a ratificação do
protocolo que prevê até 2012 a redução, pelos países ricos, de 5,2% nas emissões
de gases poluentes, quando comparadas aos níveis de 1990. Sem mencionar
diretamente George W. Bush, o presidente criticou a posição do seu colega
americano, por se recusar a aderir ao Protocolo de Kyoto. “A resposta à mudança
climática não admite atitudes unilaterais e isolacionistas porque esse tema é
global e afeta todos os povos e todas as regiões”, cobrou o presidente. O Brasil faz
parte do grupo de 77 países que já ratificaram o acordo.

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

C a o s n o cl ima g e ra dúvida s e desast res


Fonte: GloboNews, 8/7/2002
Rio – O primeiro sinal foi sutil, quase inofensivo. Em 1979, cientistas
perceberam o branqueamento dos recifes de corais. Com o aumento da
temperatura da água, algas microscópicas que dão cor aos corais começaram a
morrer, deixando-os brancos. Outros fenômenos mais sérios não demorariam a
surgir: chuvas intensas aumentando o risco de inundações e deslizamentos,
furacões violentos, verões mais quentes e invernos mais frios, e secas afetando o
curso dos rios e provocando crises energéticas. Há duas décadas, o mundo colhe
provas de que a atmosfera está se aquecendo e provocando mudanças nos seres
vivos.

D e Kyo t o a Ma rra ke sh – uma longa jornada


Fonte: O Estado de S. Paulo, 16/11/2001
Por: Ronaldo Mota Sardenberg
Após quatro anos de penosas negociações, encerrou-se com êxito, às 6 horas da
manhã de sábado último, a Conferência de Marrakesh. Seu objetivo era
completar a regulamentação do Protocolo de Kyoto e, assim, criar condições
políticas e técnicas para sua ratificação pela comunidade internacional.

Pro t o c o l o de Kyo to a go ra e stá “rat ific ável”


Fonte: Folha de S. Paulo, 26/7/2001
O acordo de Bonn sobre o Protocolo de Kyoto sofreu um último susto ontem,
depois que discussões técnicas atrasaram uma aprovação final, pelas Nações
Unidas, do compromisso político alcançado segunda-feira para salvar o
protocolo, acordo internacional contra o efeito estufa.

A c o rdo de Bo nn sa l va Kyo to
Fonte: Jornal do Brasil, 26/7/2001
Os países signatários do Protocolo de Kyoto, para redução na emissão de gases
causadores do efeito estufa, assinaram em Bonn o acordo que salvou o tratado do
clima. Os 180 países que firmaram o acordo na Alemanha garantiram a
sobrevivência da política adotada contra o aquecimento global, que corria o risco
de ruir depois que os Estados Unidos abandonaram Kyoto.

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07
S i t e s n a I n t e rn e t par a Pes qui s a

Organizações Governamentais European Council for an Energy Efficient


Economy: www.eceee.org
Nacionais
Agência Nacional de Energia Elétrica: Australian Greenhouse Office (AGO):
www.aneel.gov.br www.greenhouse.gov.au
Agência Nacional do Petróleo: Programa do Governo Australiano
www.anp.gov.br (Departamento de Desenvolvimento de
Energia Sustentável): www.greenpower.cm.au
Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social: www.bndes.gov.br U.S. National Assessment of the Potential
Consequences of Climate Variability and
Centro Nacional de Referência em Change for the Nation: www.nacc.usgcrp.gov
Biomassa: www.cenbio.org.br
Financiadora de Estudos e Projetos: U.S. Global Change Research Program:
www.finep.gov.br www.usgcrp.gov
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: United States Environmental Protection
www.inpe.br Agency – EPA: www.epa.gov
Instituto Brasileiro de Geografia e European Environment Agency:
Estatística: www.ibge.gov.br www.eea.eu.int
Instituto de Pesquisa Econômica Internacionais (ONU)
Aplicada: www.ipea.gov.br Conferência das Partes da Convenção
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Quadro sobre Mudança do Clima:
dos Recursos Naturais Renováveis – www.unfccc.int
IBAMA: www.ibama.gov.br Regras sobre CDM (Clean Development
Ministério da Ciência e Tecnologia Mechanism): http://unfccc.int/cdm/
(Programa de Mudança Climática): Global Environmental Facility – Banco
www.mct.gov.br/clima Mundial: www.gefweb.org
Ministério das Minas e Energia:
www.mme.gov.br Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC): www.ipcc.org
Ministério do Meio Ambiente:
www.mma.gov.br Programa das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento (PNUD):
Petrobras: www.petrobras.org.br www.undp.org
Programa das Nações Unidas sobre Meio
Organizações Governamentais ambiente (PNUMA): www.unep.org
Estrangeiras e Internacionais
Conferência das Nações Unidas sobre
Estrangeiras Comércio e Desenvolvimento
Federal Department of The Environment (UNCTAD): www.unctad.org/ghg/
(Bélgica): www.environment.fgov.be Organização Mundial de Saúde (World
Energy Information Administration – Health Organization – WHO): www.who.int
Departamento de Energia dos Estados Organização Meteorológica Mundial
Unidos:www.eia.doe.gov/oiaf/forecastingja (World Meterological Organization
va.html –WMO): www.wmo.ch

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

Programa de treinamento em mudanças Instituto Pró-Sustentabilidade:


climáticas da ONU: www.unitar.org/cctrain www.ipsus.org.br
Amigos da Terra – Amazônia Brasileira:
Organizações não-Governamentais www.amazonia.org.br/ef
e Instituições de Pesquisa
Estrangeiras e Internacionais
Nacionais American Council for an Energy-Efficient
Instituto de Pesquisa Ambiental da Economy: www.aceee.org
Amazônia – IPAM : www.ipam.org.br
CICERO – Center for International
Observatório do Clima – Rede Brasileira Climate and Environmental Research –
de ONGs e Movimentos Sociais em Oslo : www.cicero.uio.no
Mudanças Climáticas : www.clima.org.br
David Suzuki Foundation:
Centro de Estudos em Sustentabilidade www.clickforcleanair.org
da Escola de Administração de Empresas
de São Paulo – Fundação Getúlio Vargas Center for International Environmental
– http://ces.fgvsp.br/ Law: www.ciel.org
Biblioclima – Biblioteca Virtual sobre Climate Action Network:
Mudanças Climáticas (Fórum Brasileiro www.climatenetwork.org/
de Mudanças Climáticas): Friends of the Earth: www.foe.org
http://www.biblioclima.socinfo.org.br/)
Greenpeace: www.greenpeace.org
Brasil Sustentável (BRASUS): www.brasus.net
International Council for Local
Ciênciaonline: www.cienciaonline.org Environmental Initiatives (ICLEI):
Conselho Empresarial Brasileiro para o www.iclei.org
Desenvolvimento Sustentável: www.cebds.com Experimento de Grande Escala da
Centro de Estudos Integrados sobre Meio Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA):
Ambiente e Mudanças Climáticas: www.lba.cptec.inpe.br/lba
www.centroclima.org.br International Emissions Trading
Centro Brasileiro de Energia Eólica/ Association – IETA: www.ieta.org
UFPE: www.eolica.com.br Pew Center – Global Climate Change:
Fórum Social Mundial: www.pewclimate.org
www.forumsocialmundial.org.br Prototype Carbon Fund:
Fundação Brasileira para o Desenvolvi- www.prototypecarbonfund.org
mento Sustentável: www.fbds.org.br Winrock International Institute for
Fórum Brasileiro de Mudanças Agricultural Development:
Climáticas: www.forumclimabr.org.br www.winrock.org.br
Greenpeace: www.greenpeace.org.br World Wildlife Fund – WWF: www.wwf.org
Instituto Nacional de Eficiência Worldwatch Institute:
Energética – INEE: www.inee.org.br www.worldwatch.org
Sociedade Brasileira para o Progresso da World Business Council for Sustainable
Ciência: www.sbpcnet.org.br Development – WBCSD: www.wbcsd.org
Universidade Livre do Meio Ambiente: World Resources Institute: www.wri.org
www.unilivre.org.br Woods Hole Research Center:
WWF-Brasil : www.wwf.org.br www.whrc.org

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08
Fon t e s d e c on s ul t a par a confecção
desta Publicação

Acordos de Marrakesh da Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações


Unidas sobre Mudança do Clima, Novembro de 2001
BNDES/UNCTAD; O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – Guia de
Orientação; FGV Editora; Dezembro 2002
Broadbent, Heather; Study of the Dutch, French and British Climate Change
Programmes
Euronatura – Programa Clima e Eficiência Energética; Portugal; Janeiro 2001
Canada’s Perspective on Climate Change – Taking on the Challenge; Government of
Canada; 1999
Clean Development Mechanism, Introduction to the CDM; UNEP (PNUMA); Riso
National Laboratory, Roskilde, Dinamarca.
Climate Activities in Australia, A Report on Australian Participation in International
Scientific Climate Programs; Department of the Environment and Heritage, Bureau
of Metereology; Melbourne, Australia; 2001
Climate 2012, Status and Perspectives for Denmark’s Climate Policy; The Ministry of
the Environment and Energy; Dinamarca; Março 2001.
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima; Ministério de
Ciência e Tecnologia; Brasília; 2001
Department of the Environment, Transport and the Regions (DETR); UK Climate
Change Programme – Consultation Paper; 1998
Feldmann, Fabio, org. Protocolo de Kyoto: O Brasil em Apoio ao Planeta, Publicação
do I Seminário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas; Junho 2001
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas; A Regulamentação do Protocolo de
Quioto – Principais Instrumentos; 2002
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas; CD-ROM; 2002
Furriela, Rachel Biderman, “Mudanças Climáticas Globais e Biodiversidade”, artigo
do livro de coletâneas “Seria Melhor Ladrilhar? Biodiversidade – Como, Para que, por
quê”, org. Nurit Bensusan, Editora UNB (Universidade de Brasília) e Instituto
Socioambiental; Março 2002

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Introdução às Mudanças Climáticas Globais

Government of Canada Action Plan 2000 on Climage Change; Government of


Canada;

Global Environment Outlook 3 (GEO 3), Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (UNEP), Ed. Earthscan; 2002

Mudanças Climáticas, Guia de Informação, Versão em Português do Original do


Programa das Nações Unidas e do Secretariado da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas; Edição do Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas; 2002

Pearce, Fred; O aquecimento global: causas e efeitos de um mundo mais quente; Série
Mais Ciência; Publifolha; 2002

The UNFCCC Process: 1995-2000, CD-ROM do Site Oficial do Secretariado da


Convenção sobre Mudança do Clima; Outubro 2000

Understanding Climate Change: A Beginner’s Guide to the UN Framework


Convention, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente; Suíça;
Outubro 1999

Protocolo de Quioto; Ministério de Ciência e Tecnologia; Brasília; 2001

US Climate Action Report 2002; Third National Communication of the United


States of America; 2002

Sites
Coordenação de Mudanças Globais do Ministério de Ciência e Tecnologia:
www.mct.gov.br/clima

Biblioteca Virtual sobre Mudanças Climáticas: www.biblioclima.socinfo.org.br

Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas: www.forumclimabr.org.br

Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas: www.ipcc.org

Secretariado da Convenção sobre Mudança do Clima: www.unfccc.de

World Conservation Monitoring Centre – www.wcmc.org.uk/climate

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