Base Do cp3
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Secundria
Dr. Francisco
F er na nd es Lo pes
Direco Regional de
Educao do Algarve
sociais
de
Contedos:
- Noo de preconceitos e estereotipos dominates;
-Distino e inter-relao dos conceitos de estereotipo e de preconceito;
-Identificao de comportamentos de preconceito na relao com a diferena, nomeadamente quanto a:
etnias, religies, gnero, portadores de necessidades especiais, grupos profissionais, grupos sociais entre
outros.
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constantemente,
comportamentos
padronizados
relativamente
manifestaes
de
afectividade, aos conceitos de bem e de mal, forma de ver e pensar... Em suma, aquilo que ns somos
condicionado pela cultura em que estamos inseridos e pelas normas que ela nos dita. Isto porque, desde
que nascemos, passamos por um processo de aculturao ou assimilao da cultura.
A aculturao diz respeito ao complicado processo de contacto cultural em que cada um de ns vai
assimilando hbitos e valores culturais novos; a aculturao consiste no conjunto de mudanas culturais
que ocorrem num modelo cultural original, devido ao contacto contnuo com outros modelos diferentes.
Por exemplo, um emigrante ter de alterar prticas, costumes e crenas de acordo com os valores e
normas do pas em que se procura integrar.
Atitudes
As atitudes so tendncias, predisposies adquiridas e relativamente estveis que levam o indivduo a
reagir positiva ou negativamente em relao a qualquer objecto de natureza social. Este objecto
bastante diversificado, j que podemos assumir atitudes face a ideias (justia, liberdade), a situaes
(acidente, cena de violncia), a instituies (famlia, escola, Estado), a objectos materiais (computador,
carro), a pessoas (jornalista, poltico)...
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Allport (1890-1976), na sua obra Atitudes, sintetiza este conceito, afirmando que uma atitude gostar
ou no gostar de alguma coisa ou de algum. A atitude influencia o nosso comportamento e a partir
deste que inferimos as atitudes que esto por detrs dele, mas h que distinguir atitude e
comportamento, pois a atitude apenas uma reaco potencial relativamente a um objecto.
Podemos diferenciar trs componentes nas atitudes:
1. A componente cognitiva - a atitude inclui um conjunto de ideias, juzos e crenas sobre determinado
objecto, ou seja, aquilo que acreditamos ser verdadeiro relativamente ao objecto.
2. A componente afectiva - a atitude engloba sentimentos positivos ou negativos face ao objecto, engloba
uma dimenso emocional, o nosso sistema de valores.
3. A componente comportamental - a atitude faz com que a pessoa se comporte de determinada maneira,
constituda pelo conjunto de reaces em relao ao objecto.
A origem das atitudes de ntida influncia social, no nascemos com atitudes pre-estabelecidas, mas,
atravs do processo de socializao, vamos adquirindo a noo do bom e do mau, do permitido e do
proibido...
Assim, podemos falar da influncia da famlia, da escola e do grupo de pares:
Infncia - os pais desempenham o papel de modelos perante a criana, que tambm influenciada por
outros adultos, como professores, padres ou outras pessoas com quem a criana mantm uma relao
afectiva significativa.
Adolescncia - o adulto vai perdendo credibilidade e os pais, os professores e outros adultos so
substitudos pelos amigos; o grupo de pares (amigos) contribui de forma preponderante para a mudana
de atitudes desta fase; a escola e a educao tambm assumem um papel fundamental ao nvel da
aquisio de conhecimentos e ao nvel social e valorativo.
Idade adulta - mais estvel relativamente s atitudes, ocorre uma cristalizao das mesmas, no
sendo muito fcil a mudana de comportamentos a partir dos 30, 35, pelo menos ao nvel das atitudes
fundamentais (as de ndole poltica, religiosa e moral).
Os factores que levam mudana de atitudes so muito diversos, sendo, contudo, mais fcil mudar de
atitude relativamente a um objecto do qual se tem um sentimento fraco ou sobre o qual se tem pouca
informao. Pessoas, situaes e objectos que no fazem parte da nossa experincia prxima conduzem,
tambm, mais facilmente mudana de atitudes. Uma experincia traumtica poder levar modificao
de atitudes. A propaganda e a publicidade emitem mensagens com o objectivo de nos persuadir no sentido
de tomar esta ou aquela atitude. Organizaes estatais ou instituies no governamentais levam a cabo
campanhas de sensibilizao do pblico para promover a mudana de atitudes face a uma srie de
aspectos - preveno rodoviria, violncia, sida...
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Proposta de trabalho
A - "Quando identificamos as atitudes como predisposies adquiridas para agir, pensar e sentir de certa
maneira, estamos a indicar que elas so aprendidas; contudo a maioria das atitudes no adquirida formal
ou conscientemente. Pelo contrrio, elas so adquiridas incidentalmente do nosso meio social. A maioria
das nossas atitudes so absorvidas dos que nos cercam sem que estejamos conscientes do facto".
Sawrey e Telford
Leia atentamente o texto e responda s seguintes questes:
1 - Defina atitude.
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2 - Distingua as diferentes componentes das atitudes.
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3 - Relacione o processo de formao das atitudes com o processo de socializao.
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4 - Identifique os agentes de formao das atitudes.
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Estereotipo e preconceito
Os esteretipos de gnero constituem um subtipo dos esteretipos sociais, sendo definidos como um
conjunto de crenas estruturadas acerca dos comportamentos e caractersticas particulares do homem e
da mulher. Estes esteretipos podem estar relacionados com papis de gnero ou com traos de gnero.
Os primeiros designam as crenas sobre actividades tidas como tpicas do homem e da mulher e os
segundos, as caractersticas psicolgicas que o distinguem um do outro. Trata-se, portanto, das crenas
sociais sobre o que o homem e a mulher devem fazer e ser. Ora, estas so indissociveis umas das outras,
j que se estabelece uma rede de inferncias recprocas entre ambas.
Assim, frequente ouvirmos dizer, por exemplo, que so as mulheres que cuidam das crianas porque so
mais carinhosas e sensveis. Assim como se dir que os estivadores so homens porque so mais fortes.
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O preconceito uma atitude ou sentimento que faz com que um indivduo veja, pense, sinta e actue com
base num juzo desfavorvel, infundadamente constitudo. Podemos falar de preconceitos raciais, tnicos
ou sexistas, em que as pessoas discriminam um grupo por caractersticas que julgam que este possui, no
se interessando pelas caractersticas das pessoas desse grupo enquanto seres individuais. As ideias que
se tem acerca dos ciganos, homossexuais, prostitutas e outros podem gerar comportamentos de evitao
e violncia relativamente aos membros destes grupos.
Os preconceitos constituem um pseudoconhecimento (falso conhecimento), infundado e no comprovado.
Eles so uma forma perigosa de atacar os outros, que pode esconder uma necessidade de afirmao, de
elevao de estatuto e de defesa de uma pretensa integridade.
T i p o s
d e
P r e c o n c e i t o
Lista com alguns dos tipos de preconceito mais praticados na sociedade actual.
Racial, ou Racismo:
O racismo a tendncia do pensamento, ou do modo de pensar em que se d grande
importncia noo da existncia de raas humanas distintas e superiores umas s outras
Preconceito social:
uma forma de preconceito a determinadas classes sociais. uma atitude ou ideia
formada antecipadamente e sem qualquer fundamento razovel; o preconceito um juzo
desfavorvel em relao a vrios objectos sociais, que podem ser pessoas, culturas.
Preconceito Religioso:
Hoje em dia, o maior exemplo deste preconceito so os conflitos no Oriente Mdio. A
luta entre judeus e islmicos custa dezenas de vidas diariamente. Grupos extremistas
no Iraque matam inocentes cruelmente somente porque so de outra religio.
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ACTIVIDADES
1 - Caracterize, a partir dos trs primeiros pargrafos do texto, o conceito de "representao social".
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2 - Identifique no texto um esteretipo e um preconceito.
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3 - Justifique a escolha anterior.
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Preconceitos Raciais
O poema Lgrima preta, de Antnio Gedeo, apresenta-se como um ponto de partida para desocultar as
experincias individuais relativas com o tema em anlise. Pois, ao reflectir sobre os preconceitos raciais,
permite um distanciamento crtico relativamente a este problema social que ainda continua a afectar a
sociedade portuguesa actual.
Lgrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lgrima
para a analisar.
Recolhi a lgrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os cidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que costume:
Nem sinais de negro,
nem vestgios de dio.
gua (quase tudo)
e cloreto de sdio
Antnio Gedeo
Proposta de Debate:
O psiclogo norte-americano Bogardus construiu uma Escala de distncia social, atravs da qual nos
permitido descobrir se somos ou no preconceituosos relativamente a outras pessoas, grupos, etnias e/ou
culturas. Tendo em considerao que os maiores preconceitos sociais, raciais e culturais da sociedade
portuguesa actual esto dirigidos aos pobres, negros, homossexuais, idosos, doentes mentais, alentejanos,
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loiras, ciganos, imigrantes de leste, judeus, chineses, negros, rabes e comunistas.., identifique e reflicta
sobre a (i)legitimidade dos seus preconceitos a partir das seguintes questes, que, de alguma forma,
poderiam cristalizar a referida Escala de distncia social:
4 - Ou exclu-lo-ia do pas?
1. Casaria com um membro deste grupo?
2. Aceit-lo-ia como "amigo ntimo", "colega de escritrio" ou "vizinho do lado"?
3. Aceit-lo-ia como turista no pas?
4. Ou exclu-lo-ia do pas?
Como tpico para a desconstruo dos seus preconceitos, no se esquea que, segundo a Declarao
Universal dos Direitos Humanos, os princpios da igualdade e da dignidade humana so extensveis a todos
os homens independentemente do grupo, comunidade, cultura e religio a que pertenam.
Como tpico para a desconstruo dos seus preconceitos, no se esquea que, segundo
a"RACISTA, EU?"
Comisso
Europeia
A Unio Europeia considera que deve combater as discriminaes em razo do sexo, raa, origem tnica,
religio e crena, deficincia, idade ou orientao sexual.
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"O racismo comea quando a diferena, real ou imaginria, usada para justificar uma agresso. Uma
agresso que assenta na incapacidade para compreender o outro, para aceitar as diferenas e para se
empenhar no dilogo".
Preconceito: opinio desfavorvel relativamente a uma pessoa ou um grupo formada sem conhecimento,
razo ou causa.
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e inclui o poder de pr os preconceitos racistas em aco. A maioria tem poder sobre a minoria e pode,
intencionalmente ou no, praticar actos racistas. Assim, o racismo implica ter o poder para discriminar e
prejudicar as pessoas sob pretexto de serem diferentes."
Existe um certo nmero de etapas que conduzem discriminao activa, violncia e mesmo
purificao tnica e ao genocdio.
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Actividade:
Aps a visualizao do documentrio: Esteretipos e relaes raciais: xadrez das cores.
Cida (Zezeh Barbosa), uma mulher negra de quarenta anos, vai trabalhar para Maria (Mirian
Pyres), uma velha de oitenta anos, viva e sem filhos, que extremamente racista. A relao entre
as duas mulheres comea tumultuada, com Maria tripudiando em cima de Cida por ela ser negra.
Cida atura a tudo em silncio, por precisar do dinheiro, at que decide se vingar atravs de um
jogo de xadrez.
1.Relacione os preconceitos com os processos de discriminao. Apresente exemplos.
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dependentemente do grupo, comunidade, cultura e religio a que pertenam.