Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Teoria Da Ação Comunicativa

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 13

Teoria da Ação Comunicativa

Racionalidade Comunicativa

Marcio Pereira Basilio

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• Segundo Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.21) Habermas interpreta o
esclarecimento dos filósofos do sec. XVIII e XIX como sendo um
projeto da modernidade, dividido em duas tarefas complementares:
desenvolver, de um lado, três esferas distintas de potenciais racionais e
cognitivos, a saber, a esfera das ciências objetivizantes,
objetivizantes a das bases
universalistas do direito e da moral e a da arte autônoma.
autônoma De outro
lado, utilizar estes potenciais cognitivos, assim condensados, em
benefícios de uma formação racional da vida humana numa sociedade
libertada, emancipada.
• “Habermas aventa a hipótese de que existe na própria modernidade um
discurso crítico voltado à modernidade, um contra-discurso, o qual tem
inicio na obra de Kant, e que procura esclarecer o esclarecimento sobre
os seus limites e sua ignorância”.(Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.22) )
FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• Habermas não busca um conceito totalmente novo,
revolucionário, de filosofia e de racionalidade, estabelecido
solidamente a priori, do qual fosse possível extrair
dedutivamente princípios certos e normas seguras, capazes de
proporcionar a reconstrução crítica dos elementos que foram
reprimidos na história inacabada da liberdade humana, em
especial dos elementos comunicativos.(Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.54) )
• A teoria crítica da sociedade, apoiada no paradigma do agir comunicativo,
refere-se a estruturas do mundo vivido.(Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.56) )

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• O conceito de “Mundo vital”:
– “Husserl utiliza o conceito mundo da vida como sinonimo de
“corrente da vida” e de horizonte vivo da consciência que
reflete...” Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.117)
– “Em ª Schutz e M. Heidegger o mundo da vida constitui um
conjunto de referencias do mundo cotidiano de atores sociais, as
quais são dados e experimentadas previamente.” Siebeneicher(1989,
Siebeneicher
p.117)
– Habermas delineia o conceito de mundo vital em traços mais
amplos, abrangendo não somente o horizonte da consciência, mas
também o contexto da comunicação lingüística, a práxis
comunicativa do dia-a-dia, isto é, o contexto que é possível obter
através da fala. (Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.117-118)

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• O mundo vivido é o pano de fundo comum a todos os atores
envolvidos numa mesma situação. Partindo do conceito husserliano de
horizonte, Habermas distingue entre o horizonte individual e o
coletivo. (Freitag (2005, p.43))
– O primeiro é o conjunto de convicções de base, de saber pessoal e social,
de experiência vivida, de intuição, mas especialmente de cultura e
linguagem, que permitem ao ator se movimentar de forma inquestionada,
numa situação concreta;
– O horizonte social se compõe do que é partilhado por todos os atores
dessa situação, compondo-se da experiencia comum, das mesmas
tradições, da língua e da cultura compartilhada por todos e a todos
acessível.

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• Habermas define dois tipos básicos de ação humana:
– 1) O modo de agir racional com relação a fins categoria que ele empresta a
M. Weber, sobrecarregando com tintas do agir instrumental de
Horkheimer e Adorno; e o
– 2) Modo de agir comunicativo, orientado para o entendimento e o
consenso racional através da linguagem (Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.73)

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• O conceito de razão comunicativa ou racionalidade comunicativa
pode, pois, ser tomado como sinônimo de agir comunicativo,
comunicativo porque
ela constitui o entendimento racional a ser estabelecido entre
participantes de um processo de comunicação que se dá sempre
através da linguagem os quais podem estar voltados, de modo geral,
para compreensão de fatos do mundo objetivo, de normas e de
instituições sociais ou da própria noção de subjetividade.
Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.66)

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• Características do processo comunicativo:
– A comunicação constitui sempre uma ação social;
– Para o agir comunicativo são constitutivos somente os
atos de fala aos quais o falante une pretensões de
validade criticáveis;
– A variedade de ações comunicativas é ordenada
exatamente de acordo com os três tipos básicos de atos
de fala: “constatativos”,
constatativos “regulativos”
regulativos e “expressivos”.
expressivos
Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.67)

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• Habermas não procura somente sistematizar uma teoria pragmática da
racionalidade comunicativa e das ações comunicativas, mas também
aplica-lá e testa-lá numa teoria da sociedade centrada na ação
social.(Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.68) ;

• Segundo Zajdsznajder(1999, p. 108-109) Habermas reestruturou a


dicotomia entre trabalho e interação em quatro tipos de atividades:
– Ação teleologica;
– Ação reguladas por normas;
– Ação dramatúrgica; e
– Ação comunicativa.

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa

• Ação instrumental x Ação comunicativa


Habermas leva-nos a considerar que, se enfocar-mos a atividade do
homem em relação com a natureza, podemos descobrir que ele sente,
de um lado, necessidade de apropriar-se dela sob o aspecto da
utilidade, isto é, ele tenta subjugar a natureza às suas necessidades
básicas, sob o ponto de vista “racional com relação a fins”
fins – trata-se
em primeiro lugar de uma atividade instrumental,
instrumental teleológica. De outro
lado, porém, esse processo de apropriação da natureza por parte do
homem é também social e comunicativo,
comunicativo necessitando da linguagem
para ser realizado e bem sucedida. Siebeneicher(1989,
Siebeneicher p.78-79)

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• Segundo Freitag(2005, p. 46) a revisão da Teoria da História forneceu a
Habermas o conceitual teórico incorporado na teoria da ação comunicativa e
necessário para elaborar uma teoria moderna da evolução. Este conceitual é
constituído pelos conceitos-chave de “ação comunicativa” e de “sociedade”,
que abrange os dois aspectos – o do “mundo vivido”e o do “sistema”.
• A “teoria da ação comunicativa” sustentada por este aparelho conceitual tem
como objetivo principal revelar aspectos do processo histórico, omitidos nas
analises anteriores, corrigir o que fora falsamente diagnosticado, e reinterpretar
os fatos;
• Sua descoberta mais significativa é a existência na sociedade capitalista – de
potenciais de racionalidade latentes em concepções de mundo, imersas nas
estruturas, plenamente ativas em certos subsistemas societários.

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Teoria da Ação Comunicativa
• Existem, segundo a concepção anteriormente mencionada, áreas nos próprios
subsistemas da reprodução material que comportam reservas de racionalidade
comunicativas, apesar do predomínio e, por vezes, da prioridade absoluta, da
racionalidade instrumental ou estratégica.(Freitag(2005, p. 46) )
• Como por exemplo:
– Os cafés comunitários, e os conselhos de segurança comunitários que são
realizados mensalmente entrre os Comandantes das Unidades Operacionais e
os lideres comunitários de suas respectivas áreas de atuação.

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública
Bibliografias utilizadas
• Freitag,
Freitag Bárbara: Dialogando com Jürgen Habermas; Rio de Janeiro:
Tempo Brasileiro, 2005;
• Siebeneichler,
Siebeneichler Flávio Beno: Jünger Habermas: razão comunicativa e
emancipação – Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989; e
• Zajdsznajder,
Zajdsznajder Luciano: Ética, estratégia e comunicação na passagem
da modernidade à pós-modernidade – Rio de Janeiro: Editora FGV,
1999.

FGV - EBAPE
10/1/2010
Mestrado Adm. Pública

Você também pode gostar