Apostila de D. Empresarial OAB/RJ
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Teoria da Empresa - Empresa é uma atividade exercida pelo empresário, que pode ser
pessoa física ou pessoa jurídica – sociedade empresária. Todos os comerciantes hoje são
empresários e incluem os prestadores de serviços.
Surgiu na Itália
Atividade + econômica + organizada
Atividade Econômica – atividade lucrativa, produtiva, gera riqueza, na pratica gera
emprego e gera e arrecada tributos.
Organizada – sentido técnico - quando ela possa unir para fim profissionais níveis
diferentes. Pode ser constituída num orgranogramo. Ex.: Curso Jurídico (professores,
coordenadores, secretárias).
A empresa em atividade nasce quando se reúnem profissionais diferentes.
Prestadores de Serviço – não é ato de intermediação, não é ato de comércio. Quando não
tinham grande relevância no mundo jurídico, quando não faziam a riqueza circular, não
tinha regulamentação.
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Exceção:
Sociedade por ações: é sempre empresária, independentemente de seu objeto
(atividade), mesmo exercendo atividade filantrópica.
– Pode designar a reunião de sócio com a existência de outros, deve vir sempre no
final como complemento do nome empresarial.
Quem pode ser empresário individual? Capaz, que não esteja impedido por lei
(proibição legal). Art. 972 CC
Quem tem proibição legal? O militar na ativa, Juiz, Funcionário público, Falido,
Chefes de Estado (Presidente, governador, Prefeito), Chefes Religiosos.
O empresário individual tem responsabilidade ilimitada. Sócio não é empresário.
Menor pode ser empresário? Uma vez emancipado (relativamente incapaz) art. 5º
CC. Autorizado pelo juiz. Art. 974 CC.
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Observações Importantes:
Sociedade Empresária (S.A.) – é sempre empresária independente de seu objeto, é
empresaria e ponto final.
Qualquer pessoa física pode ser empresária, desde que tenha capacidade e não seja
impedido.
Não pode constituir empresa, militar na ativa, falido, juiz, religiosos, chefe de
estado, diplomata.
Empresário Individual tem responsabilidade ilimitada, inclusive sua esposa.
O menor pode ser empresário, desde que seja emancipado (art. 5º CC) e autorizado
(art. 974 CC).
Cia + nome; S/A + nome; nome + S/A é diferente (==/==) nome + Cia.
Sociedade Limitada pode escolher a Firma ou a Denominação sem que isso altere as
denominações sociais. Art. 1158 CC
Patente =/= Marca
Lei 8934/94 – lei de registro de empresas - DNRC – Departamento Nacional de Registro
Comercial
WWW.DNRC.GOV.BR
WWW.JUCERJA.RJ.GOV.BR
Título do Estabelecimento
Capital Social=/= patrimônio
Capital Social – conjunto (somatório) das contribuições dos sócios.
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Objeto = atividade
- A expressão sociedade sem fim lucrativo é erro gravíssimo.
- A sociedade existe para desenvolver ou não. A sociedade empresária pode
ser: S/A, LTDA, COMANDITA (Simples ou Por Ações), NOME COLETIVO
CAPITAL e INDUSTRIA, SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO,
SOCIEDADE COMUM.
Sociedade Empresária (art. 983 CC) – adota uma das formas acima. Uma sociedade
simples pode adotar a forma de sociedade simples ou a forma de sociedade empresária.
Classificações:
• Ato ao Objeto.
• Ato ao Registro (art. 985 CC) – O registro tem natureza declaratória, pois o que
constitui o empresário é o exercício da atividade econômica organizada e não o
registro.
• Só o produtor rural tem registro facultativo – Art. 971 CC.
• Sociedade Despersonificada - sociedade sem registro – sociedade comum; sociedade
em conta de participação.
• Sociedade Personificada – sociedade com registro.
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O juiz pode decretar falência da filial estrangeira de uma Sociedade com sede fora do País?
Sim, conforme o art. 3º da lei de falência – lei 11101/05.
Sociedade de Capital e Industrial – o único tipo societário que não esta no Código Civil –
não tem previsão legal, não pode ser criada. O código civil dá prazo para a transformação
– adequação desta sociedade a um outro tipo societário sem alterarem a sua essência. Se
não optarem pela transformação as mesmas podem ser extinguir. Art. 2031 CC. Prazo 11
de agosto de 2007 – alterar no Código Civil.
Não se transformam automaticamente
É uma sociedade onde há um sócio capitalista (contribui com o dinheiro e responde
ilimitadamente) e o outro sócio (de industria) que contribui com a força do trabalho mas
não assume responsabilidade patrimonial.
Ex.: Dono de prédio que constitui Sociedade com uma Construtora. Despersonificada não
por culpa dos sócios. Art. 993 CC.
Sociedade Ltda que não levou o contrato a registro é uma sociedade Ltda,
despersonificada=sociedade em comum.
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Existe o Sócio Oculto e o Ostensivo pode existir um contrato que deve ser registrado no
Cartório de Títulos e documentos, mas o mesmo não confere personalidade jurídica. Art.
991, 922, 993 + impl CC
Características:
- Todos os sócios respondem com o patrimônio pessoal.
- Todos respondem solidariamente, ilimitadamente e subsidiariamente.
- Todos os sócios têm que ser pessoas físicas. (art. 1039 CC)
- Pelo fato da responsabilidade ser ilimitada adota firma social = razão social (art. 1041 CC)
- A sociedade é administrada pelo administrador, que tem o poder de usar a firma e
manifesta o poder de sociedade é o sócio. Qualquer sócio pode ser administrador. (art.
1042 CC)
Sociedade LTDA
Regulada pelo código civil a partir do artigo 1052 CC.
Toda sociedade tem responsabilidade ilimitada. O que é LTDA é a responsabilidade dos
sócios. A responsabilidade dos sócios é sempre limitada, no entanto atinge-se o
patrimônio pessoal do sócio.
1) Caso o mesmo cometa fraude. Usa-se a desconsideração da personalidade jurídica
da pessoa jurídica e existe para que o sócio que agiu com fraude responda com seu
patrimônio pessoal. Não estabelece em qual tipo de sociedade será aplicada. Art. 50
CC.
2) Responsabiliza-se patrimonialmente e sócio quando o mesmo é remisso – é o que
subscrever, mas não integralizou suas cotas. Sócio remisso (inadimplente). Quem
pode cobrar o valor das cotas? A sociedade, invadindo o patrimônio pessoal.
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Exceção em que o terceiro não pode cobrar da pessoa jurídica, cobra direto do
administrador. Art. 1015, § único CC, que estabelece as três hipóteses.
Inciso I - A pessoa jurídica escreveu o que o administrador podia ou não fazer no
Contrato Social e o terceiro tem o que deveria ser feito (sendo registrado, ocorreu
a publicidade e o terceiro deveria saber do que se trata o contrato social).
Inciso II - Provando que o terceiro sabia que o administrador não poderia agir de
tal forma.
Inciso III - Tratando-se de atos estranhos à Sociedade.
A sociedade funcionará normalmente não se extingue nem se dissolve, pela saída, morte
ou exclusão do sócio. A mesma se resolve em relação ao sócio, art. 1028 CC e seguintes e
art. 1053 CC.
No caso de morte, a sociedade deve apurar quanto vale as cotas do morto e levar para o
inventário. Na S. A, o herdeiro passa a ser acionista. A morte do sócio leva a liquidez das
cotas (art. 1031 CC) e o valor das cotas será levada ao inventário.
Retirada: o sócio pode exercer seu direito de retirada quando quiser. A sociedade calcula
quanto vale as cotas e paga ao sócio que se retira em dinheiro no prazo de 90 dias.
Exclusão - os outros sócios quiseram – o sócio foi retirado da sociedade por falta grave ou
incapacidade superveniente, quando abala o vinculo com a sociedade. (art. 1031, § 2° CC)
Sócio Remisso
Sociedade Comandita por ações a partir do art. 280 a 284 da lei das S. A.
Sociedade Anônima – divide o capital social em ações, sempre limitada a valor das ações
do acionista por ser remisso responde pelo patrimônio pessoal.
S.A – Cia aberta ou capital aberto – aberta ao público – art. 4º da Lei das S. A.
Capital Fechado – não negociada ao público. Quando negocia a ações, deve pedir a
autorização do capital na bolsa a CVM (autoriza a venda das ações na bolsa).
Mercado de Balcão – quando a CVM não autoriza a venda das ações na bolsa, negocia-se
no mercado de balcão.
Caso não esteja no estatuto o aumento do capital terá que fazer uma assembléia
deliberativa para o aumento do capital.
Diretoria – função de executar a vontade da Cia o que é decidido pela assembléia. Art. 138
e seguintes das leis das S. A.
Conselho Fiscal – é o órgão de exercício facultativo. Art. 161 e seguintes da Lei das S. A.
Titulo de Crédito
Legislação Básica
LUG (lei uniforme de Genebra) – decreto 57.663/66
DUPLICATA – lei 5474/68 – regula duplicata
CHEQUE – lei 7357/85 – regula os cheques.
Obs.: esta incompatível com lei que regula o CPMF.
PROTESTO – lei 9492/97 – não regula título
CÓDIGO CIVIL – lei 10.406/2002
LUG – regula letra de câmbio, nota promissória, aceite, endosso, aval, vencimento,
pagamento.
Quando a lei especial não dispuser do tema, usa-se Código Civil, se entrar em conflito vale
a lei especial, conforme o art. 903 CC e art. 887 CC.
Titulo de crédito é um documento necessário para o exercício do Direito.
Princípios
Da Cartularidade – necessidade do título por direito, é o papel, o título e o
documento.
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– Subdivide-se em:
• Abstração – se depreende quando o título circula, se livra da sua causa,
através do endosso, que faz o título esta purificado.
Letra de Câmbio
É ordem de pagamento.
Aceite – é dado apenas pelo sacado e quando o sacado aceita passa a ser chamado de
aceitante, que tem a responsabilidade de pagar, porque se vinculou ao título.
• É possível aceite parcial, mas sua validade o mesmo deve ser expressa.
• Se assinar como aceitante parcial tem que esta expressa, caso contrário passa a ser
total, pelo Princípio da Literalidade. Prova-se o falta do aceite.
• Caso o sacado se recusar a pagar o título o beneficiário cobra direito do sacador.
• No caso de recuso do aceite, antecipa o pagamento do título, decorrente da recusa
total ou parcial do aceite. (art. 43 LUG.)
• Para cobrar do sacador terá que haver o Protesto do Título, prova a falta de aceite ou
seja recusa do aceite. O aceite é na frente do título, e o endosso é no verso
• O endosso é ato cambial porque tem esta no Título de Crédito
• Cambial é típico de titulo de crédito
• Endossante quem endossa e transfere o título e o crédito deixa de ser credor
• É o endossatário quem recebe a transferência do título e passa para o credor.
• O art. 12 LUG diz que o endosso parcial é nulo.
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Aval – se obrigará para pessoa indeterminada paga ao portador ou seja quem apresentar
o título, porque o título circular – só existe em título de crédito.
Semelhança entre a Fiança e Aval – a necessidade a ortoga uxória, art. 1647, III CC, tanto
aval com fiança existe a autorização do conjugue.
O aval parcial tem que estar expressa, caso contrário será aval total.
A diferença entre o Aval Simultâneo o Aval Sucessivo – o caminho a ser seguido esta na
ação de regresso.
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Cruzamento em Branco ou Geral – não tem nada escrito entre os dois traços
paralelos. Art.44 § 1º - lei 7357-85
Cheque um prazo de apresentação, mesma praça ou de praça diferente, local aonde vem
escrito, é o local de pagamento do cheque.
Mesma praça local de emissão = local de pagamento = 30 dias
Praça diferente do local da emissão = 60 dias
Foi apresentado dentro do prazo e não houve fundos, terá o prazo de seis meses para
apresentá-lo no prazo prescricional. O cheque foi apresentado fora do prazo prescricional
o banco paga.
A diferença é que o correntista tinha fundos no prazo nas depois passou a não ter mais
fundos por razões alheias. Depois da pessoa .............................
§ 2º - Hipótese de extinção do processo antigo é inicio de outra de acordo com a NLF. Isso
se dá quando em um processo que está de acordo com alei antiga, o autor pede a
recuperação judicial – instituto da nova lei.
É empresária e preenche os requisitos do art. 48, lei 11101/05 ele pode propor aos credores
por escrito, e voto ou não o plano de recuperação (recuperação judicial).
Autos Conclusos
Juiz defere ou indefere
Fim
O empresário, esta autorizado a cumprir o plano, nos dois primeiros anos em juízo e
fiscalização do MP e dos credores.
Se dentro de dois anos não cumprir o juiz convola em falência. Art 73, IV
Se ele cumprir o plano dentro dos dois anos o juiz encerra o processo, mas o empresário
cumprido o plano com o acompanhamento dos credores. Art. 62
Se o empresário deixar de cumprir após os dois anos o credor tem duas opção requer a
execução do plano ou a falência do empresário. Art. 61
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Inciso III – Atos de fraude (que na lei anterior se chamava de Atos de Fraude ao
credor)
2) Fase Cognitiva:
O administrador vai conhecer o ativo e o passivo, arrecadando os bens do
empresário é tudo e catalogado, e as dívidas através da habilitação dos credores ao
mesmo da extra judicial quando habilita os credores no Quadro Geral de Credores
E se arrecadou um bem que o empresário tinha a posse mas não a propriedade?
Resp.: Vai ser arrecadado, mas o proprietário, procurando a propriedade pode
mover uma Ação de Restituição (art. 85 e seguintes).
Petição Inicial
Autor = proprietário
Réu = massa falida
Distribuída por dependência = autos em apenso
Obs.: Se o bem já tiver sido vendido, pedir devolução do bem no valor do bem.
3) Fase de Liquidação:
Dois objetivos principais:
A venda do bem
Por leilão, proposta, pregão (art. 142, I, II, III), depositado numa conta judicial
em nome do administrador como corre o pagamento dos credores no quadro
geral de credores, conforme ordem do art. 83.
O crédito trabalhista tem privilégio até 150 Salários Mínimos, caso seja mais do
que 150 salários mínimos, passa a ser crédito de quirografário.
Os credores do art. 83 são credores do falido são chamados Credito Concursal.
Antes do credor falido receberem, recebe aquele que trabalharam para a massa
falida conforme o art. 84.
Pagamento dos credores. É feito na ordem e na mesma classe, caso não ocorrer
pó princípio Par Conditio Creditorum.
Pagamento por Rateio – se não tiver dinheiro para pagar o total da dívida toda a
classe, o pagamento vai ser proporcional.
Do encerramento do processo:
• Se cometeu crime falimentar – 10 anos
• Se não cometeu crime falimentar – 5 anos
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