Consórcio Milho-Brachiaria
Consórcio Milho-Brachiaria
Consórcio Milho-Brachiaria
Milho-Braquiria
Editor Tcnico
Gess Ceccon
Embrapa
Braslia, DF
2013
Alceu Richetti
Administrador, M.Sc. em Administrao, analista
(pesquisa) da Embrapa Agropecuria Oeste,
Dourados, MS
alceu.richetti@embrapa.br
der Comunello
Engenheiro-agrnomo, doutorando em
Engenharia de Sistemas Agrcolas,
pesquisador da Embrapa Agropecuria Oeste,
Dourados, MS
eder.comunello@embrapa.br
Emerson Borghi
Engenheiro-agrnomo, Dr. em Agricultura,
pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura,
Palmas, TO
emerson.borghi@embrapa.br
Germani Conceno
Engenheiro-agrnomo, Dr. em Fitotecnia,
pesquisador da Embrapa Agropecuria Oeste,
Dourados, MS
germani.concenco@embrapa.br
Gess Ceccon
Engenheiro-agrnomo, Dr. em Agricultura,
analista (pesquisa) da Embrapa
Agropecuria Oeste, Dourados, MS
gessi.ceccon@embrapa.br
Heitor Cantarella
Engenheiro-agrnomo, Ph.D em Fertilidade
do Solo e Nutrio de Plantas,
pesquisador cientfico do Instituto Agronmico
de Campinas, Campinas, SP
cantarella@iac.sp.gov.br
Joo Kluthcouski
Engenheiro-agrnomo, Dr. em Fitotecnia,
pesquisador da Embrapa Arroz e Feijo/
Cerrados, Planaltina, DF
joao.kluthcouski@embrapa.br
Liana Jank
Engenheira-agrnoma, Ph.D em Melhoramento
de Plantas, pesquisadora da Embrapa
Gado de Corte, Campo Grande, MS
liana.jank@embrapa.br
Priscila de Oliveira
Engenheira-agrnoma, Dra. em Fitotecnia,
pesquisadora da Embrapa Cerrados,
Planaltina, DF
priscila.oliveira@embrapa.br
Ulysses Cecato
Engenheiro-agrnomo, Dr. em Zootecnia,
professor da Universidade Estadual de
Maring, Maring, PR
ucecato@uem.br
15
25
47
69
89
113
143
163
Consrcio Milho-Braquiria
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Braquiria na Agropecuria
Brasileira: uma Histria de Sucesso
Joo Kluthcouski
Luiz Adriano Maia Cordeiro
Gess Ceccon
Priscila de Oliveira
A sustentabilidade na agropecuria brasileira est relacionada com
a integrao de sistemas de produo, com a integrao lavourapecuria (ILP), com a integrao lavoura-pecuria-floresta
(ILPF) e agricultura de baixa emisso de carbono (Plano ABC).
Tanto a pecuria quanto a agricultura brasileira se desenvolveram
em sistemas extrativistas: a pecuria, com espcies forrageiras
nativas ou naturalizadas, de baixo valor nutricional ou de baixa
capacidade de suporte, como o capim-gordura (Melinis minutiflora
P. Beauv.), capim-amargoso (Digitaria insularis (L.) Fedde), capimjaragu (Hiparrhenia rufa (Nees) Stapf.), entre outros, enquanto a
agricultura embasava-se em sistemas de monocultivo com intensa
movimentao do solo.
Na agricultura conservacionista, os primeiros registros de aes
com plantio direto no Brasil so de 1972, em Rolndia, Paran
(FISCHER, 2012). Com a inteno de combater a eroso, diminuir
o escorrimento superficial da gua da chuva e facilitar a sua
infiltrao no perfil do solo, o plantio direto vem sendo desenvolvido
no Brasil, com domnio de tecnologias para produzir alimentos em
solos de baixa fertilidade natural, tais como boa parte dos solos de
Cerrado (CARDOSO, 2000).
Na pecuria, a Brachiaria decumbens foi introduzida na regio
Centro-Oeste a partir da dcada de 1960; em anos subsequentes
18
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
19
sequeiro, pelo fato de que este tambm era adaptado a solos cidos
e de baixa fertilidade. Dessa forma, a combinao da agricultura
com a pecuria foi denominada de integrao lavoura-pecuria.
importante salientar que mesmo com o crescente uso do
Sistema Plantio Direto (SPD), este no se trata, na maioria das
vezes, de Sistema Plantio Direto na Palha (SPDP), o qual somente
foi possvel com a utilizao da B. ruziziensis como planta de
cobertura do solo (CECCON, 2007).
Com base na experincia dos produtores rurais, que j usavam a
ILP, na dcada de 1980 iniciaram-se os estudos sobre a interao
entre agricultura e pecuria, culminando com o lanamento do
Sistema Barreiro, em 1991 (OLIVEIRA et al., 1996). Este sistema
composto por um conjunto de tecnologias e prticas de recuperao
de pastagens em degradao, embasadas no consrcio arrozpastagem, que previa reduzir os riscos da cultura do arroz e deixar
resduos de adubo para o pasto consorciado e formado aps a
colheita da cultura granfera (OLIVEIRA et al., 1996).
No final dos anos 1990 surgiram vrias propostas para produo
de gros, as quais envolviam o uso de sistemas de ILP com
rotao lavoura-pastagem, e em 2001 foi lanado o Sistema Santa
F. Este sistema se fundamenta na produo consorciada de
culturas de gros, especialmente o milho (Zea mays L.), o sorgo
(Sorghum spp.), o milheto (Pennisetum americanum L.) e a soja
(Glycine max L.), com forrageiras tropicais, principalmente do
gnero Brachiaria, em reas de lavoura com solo parcial ou
totalmente corrigido; tem como objetivo produzir forragem para a
entressafra, palha em quantidade e qualidade para o SPD e plantio
convencional (KLUTHCOUSKI et al., 2000).
Esses sistemas foram cognominados com o nome das fazendas
onde foram desenvolvidos. Assim, o Sistema Santa F presta uma
homenagem Fazenda Santa F, em Santa Helena de Gois, GO,
onde foram desenvolvidos os primeiros estudos e experimentos
deste consrcio, e o Sistema Barreiro foi desenvolvido na
Fazenda Barreiro, em Professor Jamil, GO.
20
Consrcio Milho-Braquiria
(1)
Engenheiro-agrnomo, fundador e presidente da Fundao Agrisus Agricultura
Sustentvel.
(2)
Engenheiro-agrnomo, pesquisador e professor norte-americano e ganhador do Prmio
Nobel da Paz, em 1970.
Consrcio Milho-Braquiria
21
(3)
Comunicao fornecida por Paulo Roberto Herrmann, Engenheiro-agrcola, presidente da
John Deere Brasil, Ipameri, GO, 31 mar 2013.
22
Consrcio Milho-Braquiria
Referncias
BITTAR, I. M. Modernizao do cerrado brasileiro e desenvolvimento
sustentvel: revendo a histria. Revista Verde, Mossor, v. 6, n. 1, p. 2638, 2011. Disponvel em: <http://www.gvaa.com.br/revista/
index.php/RVADS/article/viewFile/535/pdf_160>. Acesso em: 20 out.
2013.
BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Portaria n.
345, de 2 de dezembro de 2009. Dirio Oficial [da] Repblica
Federativa do Brasil, Braslia, DF, n. 231, 3 dez. 2009a. Seo 1, p. 10.
Disponvel em: <http://www.jusbrasil.com.br/diarios/1558892/pg-10secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-03-12-2009/pdfView>. Acesso
em: 17 out. 2013.
BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Portaria n.
364, de 4 de dezembro de 2009. Dirio Oficial [da] Repblica
Federativa do Brasil, Braslia, DF, n. 233, 7 dez. 2009b. Seo 1, p. 4.
Disponvel em: <http://www.jusbrasil.com.br/diarios/1560114/pg-4secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-07-12-2009/pdfView>. Acesso
em: 17 out. 2013.
BROCH, D. L.; PITOL, C.; BORGES, E. P. Integrao agriculturapecuria: plantio direto da soja sobre pastagem na integrao
agropecuria. Maracaju: Fundao MS, 1997. 24 p. (Fundao MS.
Informativo tcnico, 1/97).
CARDOSO, F. Plantio direto - ano 2000. Informaes Agronmicas,
Piracicaba, n. 90, p. 12-13, jun. 2000. Disponvel em: <http://www.ipni.net/
publication/ia-brasil.nsf/0/ 4193EC96713370F883257AA30069BCF3/
$FILE/page12-13-90.pdf>. Acesso em: 17 out. 2013.
CECCON, G. Milho safrinha com solo protegido e retorno econmico em
Mato Grosso do Sul. Revista Plantio Direto, Passo Fundo, ano 17, n. 97,
p. 17-20; jan./fev. 2007.
FIETZ, C. R.; CECCON, G.; COMUNELLO, E.; SOUZA, F. R. de.
Demanda hdrica do consrcio milho e braquiria em Mato Grosso do Sul.
In: SEMINRIO NACIONAL DE MILHO SAFRINHA, 10., 2009, Rio
Verde. Anais... Rio Verde: FESURV, 2009. p. 298-303.
Consrcio Milho-Braquiria
23
Consrcio Milho-Braquiria
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Modalidades e Mtodos de
Implantao do Consrcio
Milho-Braquiria
Gess Ceccon
Emerson Borghi
Carlos Alexandre Costa Crusciol
Introduo
O consrcio entre culturas anuais e forrageiras perenes,
denominado Sistema Barreiro (OLIVEIRA et al., 1996), foi
desenvolvido na safra de vero, na dcada de 1990, e consistia na
correo e fertilizao do solo, com preparo mecanizado
antecedendo a cultura de vero. Em 2001, foi divulgado o
consrcio de milho (Zea mays L.) com Brachiaria, denominado
Sistema Santa F (KLUTHCOUSKI et al., 2000), que levou este
nome por ter sido avaliado na Fazenda Santa F, em Santa Helena
de Gois, GO. Este sistema utilizava a B. brizantha cv. Marandu
com a finalidade de reformar pastagens degradadas e tem sido
amplamente pesquisado no Brasil (BORGHI; CRUSCIOL, 2007;
CRUZ et al., 2009; GIMENES, 2007; PARIZ et al., 2011;
SEVERINO et al., 2005; TSUMANUMA, 2004).
O consrcio milho-braquiria tem sido avaliado no outono-inverno
utilizando a B. ruziziensis, com o objetivo de produzir gros de
milho e de soja em Sistema Plantio Direto, mantendo o solo
permanentemente coberto (BATISTA et al., 2011; CECCON et al.
2005, 2007, 2009; CONCENO et al., 2012; SEREIA et al., 2012).
Este sistema proporciona efeitos positivos tanto para a soja quanto
para o milho safrinha, cultivados em sucesso (CECCON et al.,
28
Consrcio Milho-Braquiria
29
Consrcio Milho-Braquiria
Momento
Mtodo de implantao
Posio
Palha
Anterior
Duas semeaduras
Nas linhas
Forragem
Simultnea
Nas entrelinhas
Palha e forragem
Defasada
Em rea total
Objetivos do Consrcio
O consrcio de milho com forrageira tem como objetivos a
produo de palha para cobertura do solo e a produo de
forragem para alimentao de animais. A diferena entre um e
outro objetivo consiste basicamente na populao e distribuio de
plantas: maiores populaes so usadas para a formao de pasto
e, menores, para a produo de palha. No caso de altas
populaes de plantas, para evitar perdas na produtividade do
milho torna-se importante a aplicao de um herbicida, para
supresso inicial da forrageira (CECCON et al., 2010,
KLUTHCOUSI et al., 2000). Importante salientar, ainda, que no
milho safrinha cultivado em sucesso com a soja inevitavelmente,
deve-se fazer uma aplicao de herbicida para eliminao da soja
remanescente; entretanto, esse herbicida pode tambm causar
certa diminuio no crescimento da forrageira.
30
Consrcio Milho-Braquiria
Taxa de Semeadura
A quantidade de sementes por rea calculada em funo do valor
cultural das sementes [(pureza x germinao)/100)] (REGRAS...,
2009). Sempre que possvel, recomenda-se adquirir sementes de
empresas idneas, registradas no Ministrio da Agricultura,
Pecuria e Abastecimento (Mapa) e que contenham todas estas
informaes disponveis na etiqueta colada embalagem.
No entanto, para calcular a quantidade de sementes por rea, a ser
utilizada no estabelecimento de uma determinada populao de
plantas, torna-se importante considerar o peso das sementes
(peso de mil sementes) visto que esta informao no
considerada no valor cultural (VC) das sementes, e diferente
entre as espcies.
Profundidade de Semeadura
A melhor profundidade de semeadura para o estabelecimento
planejado de plantas depende da temperatura, umidade e tipo de
solo. Em condies de safrinha, as melhores emergncias de
plantas de braquiria tm sido verificadas nas profundidades de
3 cm a 6 cm (FOLONI et al., 2009, PAULINO et al, 2004; ZANON et
al., 2012). Na distribuio superficial das sementes, a germinao
de plantas depende da intensidade da chuva aps a semeadura, e
da movimentao superficial do solo pela operao de plantio
(MAKINO et al., 2012); em profundidades maiores, a garantia de
emergncia uniforme de plantas depende tambm da utilizao de
sementes com alto vigor.
Quando as sementes so misturadas ao adubo, devem ser
tomados cuidados relativos ao perodo compreendido entre a
mistura, o plantio e a profundidade de ambos (CRUSCIOL et al.,
2009; FOLONI et al., 2009; LIMA et al., 2010; SADER et al., 1991),
a fim de estabelecer a populao planejada de plantas.
Consrcio Milho-Braquiria
31
Momento de Implantao
A semeadura da braquiria pode ser realizada antes, durante ou
depois da semeadura do milho. Quando antecipada e sem a
supresso com herbicidas, a forrageira pode causar redues
significativas na produtividade do milho. Recomenda-se a
implantao simultnea de milho e braquiria (BORGHI;
CRUSCIOL, 2007; CECCON et al., 2013; CRUSCIOL et al., 2009;
KLUTHCOUSKI et al., 2000) a fim de reduzir os custos com
operaes de semeadura. No entanto, a semeadura defasada da
braquiria em relao do milho, em at 14 dias, uma alternativa
para diminuir a competio da braquiria com o milho (CECCON et
al., 2009; JAKELAITIS et al., 2006). Mesmo com menor produo
de massa, quando comparado ao cultivo simultneo, esta
modalidade de consrcio vivel para a formao de cobertura do
solo em SPD e, dependendo da regio e das condies
pluviomtricas, uma opo para produo de forragem como
estratgia de suplementao animal no perodo de outonoprimavera.
32
Consrcio Milho-Braquiria
Modalidades de Consrcio
A escolha e seleo das modalidades de consrcio podem ser
variadas, dependendo do ponto de partida para sua identificao,
bem como seu objetivo, momento e mtodo de implantao, e
posio das sementes de braquiria em relao s linhas do milho
(Tabela 1).
Considerando as combinaes de consrcio apresentadas na
Tabela 1, so possveis 81 modalidades de consrcio. Enquanto a
maioria dessas combinaes no tem exequibilidade tcnica ou
operacional, algumas modalidades se consolidam como
tecnologias regionais. O primeiro passo a definio do objetivo
do consrcio e em seguida realizar os demais procedimentos
necessrios para implantao desse consrcio, de acordo com a
disponibilidade da estrutura local.
33
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
(a)
(b)
(c)
(d)
34
Consrcio Milho-Braquiria
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Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
37
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Consrcio Milho-Braquiria
Modalidade em linhas
O consrcio entre milho e braquiria, ambos na mesma linha
(Figura 6), pode ser indicado para cultivos de milho em
espaamento reduzido, tanto para produo de palha quanto para
produo de forragem. Nesta modalidade, utiliza-se uma caixa
exclusiva para sementes de braquiria (caixa adicional ou terceira
caixa); a sada das sementes deve ser posicionada juntamente
com as sementes de milho, podendo ser na mesma profundidade,
visando a garantir o estabelecimento das duas espcies (BORGHI;
CRUSCIOL, 2007).
Consrcio Milho-Braquiria
39
40
Consrcio Milho-Braquiria
(a)
(b)
(d)
Consrcio Milho-Braquiria
41
Consideraes Finais
O consrcio de milho com braquiria uma prtica agrcola que
pode ser usada em diferentes sistemas de produo para
minimizar os problemas relacionados ao solo, atravs da sua
cobertura com plantas; melhorar sua capacidade produtiva e,
tambm, para o estabelecimento de pastagens.
A escolha entre as vrias modalidades deste tipo de consrcio vai
depender do objetivo que se pretende, da disponibilidade de
mquinas para semeadura, do investimento em sementes e da
poca de implantao do consrcio.
Quando se objetiva a produo de palha, menores quantidades de
sementes devem ser utilizadas; porm, quando o objetivo a
formao de pastagem, as quantidades usadas devem ser
maiores.
O uso da linha intercalar com disco de braquiria e semeadura
simultnea pode ser utilizada para a produo de palha, pois
apresenta maior economia e eficincia com as sementes de
braquiria.
42
Consrcio Milho-Braquiria
Referncias
BATISTA, K.; DUARTE, A. P.; CECCON, G.; DE MARIA, I. C.;
CANTARELLA, H. Acmulo de matria seca e de nutrientes em
forrageiras consorciadas com milho safrinha em funo da adubao
nitrogenada. Pesquisa Agropecuria Brasileira, Braslia, DF, v. 46,
n. 10, p. 1154-1160, out. 2011.
BORGHI, E.; CRUSCIOL, C. A. C. Produtividade de milho, espaamento
e modalidade de consorciao com Brachiaria brizantha no Sistema
Plantio Direto. Pesquisa Agropecuria Brasileira, Braslia, DF, v. 42, n.
2, p. 163-171, fev. 2007.
BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Portaria n.
364, de 4 de dezembro de 2009. Dirio Oficial [da] Repblica
Federativa do Brasil, Braslia, DF, n. 233, 7 dez. 2009a. Seo 1, p. 4.
Disponvel em: <http://www.jusbrasil.com.br/diarios/1560114/pg-4secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-07-12-2009/pdfView>. Acesso
em: 17 out. 2013.
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Consrcio Milho-Braquiria
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Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
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Identificao e Caractersticas de
Forrageiras Perenes para Consrcio
com Milho
Lus Armando Zago Machado
Ulysses Cecato
Liana Jank
Jaqueline Rosemeire Verzignassi
Cacilda Borges do Valle
50
Consrcio Milho-Braquiria
Brachiaria e Paspalum
Panicum e Sorghum
Capim-colonio, P.
maximum, cv. Massai,
cv. Aruana, cv.
Mombaa, cv. Tanznia,
sorgo-forrageiro
Espcie
Nome
comum
e/ou
cultivar
B. decumbens, B.
brizantha cv. Marandu,
cv. Piat, cv. Xaras,
cv. Paiagus, B.
humidicola
b) Racemosa com
rquis persistente
a) Laxa
Pennisetum
Milheto,
campim-elefante
Capim-andropogon,
capim-jaragu, B.
humidicola, cv.
Hemarthria
d) Contrada
Andropogon
c) Racemosa com
rquis desarticulada
Tipos de pancula
Capim-estrelaafricana, C. dactylon,
cv. Tifton, capimcoast-cross
Cynodon
e) Digitada
Consrcio Milho-Braquiria
51
52
Consrcio Milho-Braquiria
Espigueta
pedicelada
Rquis
Espigueta
sssil
Muito curta
Muito curta
cv. Llanero
cv. Tupi
(1)
Intermediria
Estreita
Estreita
Estreita
Estreita
Estreita
Estreita
Larga
Intermediria
Plana
Decumbente
Ereta
Decumbente
Ereta
Ereta
Ereta
Ereta
Decumbente Eret
Ereto
Ondulada
Plana
Plana
Plana
Plana
Plana
Plana
Plana
Plana
Ondulada
(2)
Borda
Ereto
Decumbente
(1)
Porte
Decumbente Eret
Folha
Intermediria
Estreita
Largura
Ausente
Esparsa
Esparsa
Ausente
Ausente
Ausente
Esparsa
Esparsa
(3)
Bisseriado
Bisseriado
Bisseriado
Bisseriado
Unisseriado
(3)
Unisseriado
Unisseriado
Unisseriado
(3)
(3)
Bisseriado
Bisseriado
Arranjo da
espigueta
Presente
Intensa
Pilosidade
da bainha
3-8
2-4
3-6
2-4
3-4
3-4
3-12
3-6
3-4
3-5
3-7
Nmero
Curto
Curto
Curto
Curto
Intermedirio
Longo
Longo
Longo
Longo
Intermedirio
Curto
Comprimento
Racemo
1,5 2,0
1,0
1,0
1,0
1,0 1,5
1,0 1,5
1,0 1,5
1,0 1,5
1,0 1,5
1,5 2,0
3,5 4,0
Largura da
rquis (mm)
Esta caracterstica pode variar em funo de disponibilidade luz, gua e nitrognio. Nas folhas com porte decumbente h um arqueamento das folhas e ereto pode haver a quebra da folha
(2)
(3)
ou da nervura central, formando ngulo. Algumas folhas apresentam ondulao na margem. As espiguetas normalmente so unisseriadas; porm, algumas so bisseriadas na base da
rquis.
Fonte: adaptado de Machado et al. (2011) e Seiffert (1980).
Intermediria
Muito curta
Comum
Intermediria
cv. MG 4
Longa
cv. Piat
Intermediria
Longa
cv. Xaras
cv. Paiagus
Longa
Curta
Intermediria
Comprimento
cv. Marandu
B. plantaginea
B. humidicola
B. brizantha
B. decumbens
cv. Basilisk
Brachiaria ruziziensis
Espcie/cultivar
Consrcio Milho-Braquiria
53
54
Foto: Lus Armando Zago Machado
Consrcio Milho-Braquiria
Racemo
Lmina
foliar
Colmo
Bainha
Rquis
Espigueta
(semente)
Figura 2. Morfologia de uma planta do gnero Brachiaria.
Fonte: Machado et al. (2011).
.
55
Consrcio Milho-Braquiria
(a)
(b)
56
Consrcio Milho-Braquiria
57
Consrcio Milho-Braquiria
Rquis
] B. ruziziensis
Espigueta bisseriada
] B. decumbens
B. brizantha
Espigueta unisseriada
Figura 5. Racemos de trs espcies de Brachiaria.
Fonte: Machado et al. (2011).
58
Consrcio Milho-Braquiria
(a)
(b)
Consrcio Milho-Braquiria
59
0,9
2,5
1,8
3,5
4,1
Mombaa
Massai
Aruana
Atlas
ries
Milnio
Zuri
39
55
38
70
97
77
99
Comprimento
(cm)
Ausente
Mdia
Pouca
Pouca
Pouca
Mdia
Pouca
Ausente
Ausente
Pilosidade
Folha
Decumbente
Decumbente
Decumbente
Ereto
Decumbente
Decumbente/
quebradia
Ereto/
quebradia
Decumbente
Ereto/
quebradia
Presente
Alta
Mdia
Ausente
Mdia
Mdia
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Presente
Presente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Presente
Cerosidade
Colmo
Pilosidade
Estas caractersticas podem variar em funo da disponibilidade de gua, luz e fertilidade do solo.
.
2,6
Tanznia
(1)
2,9
Largura
(cm)
Colonio
Cultivar
1,5
1,7
0,9
1,1
0,8
0,6
1,7
1,2
1,4
Altura da
planta (m)
Poucas
Ausente
Poucas
Poucas
Poucas
Mdias
Poucas
Muitas
Poucas
Mancha roxa
na espigueta
60
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
(c)
(d)
Figura 7. Porte da folha decumbente nos capins aruana (a) e tanznia (b) e ereto, nos capins mombaa (c) e
colonio (d).
(a)
Consrcio Milho-Braquiria
61
Consrcio Milho-Braquiria
62
(b)
(c)
(d)
(e)
Figura 9. Colorao e formato das panculas dos capins massai (a), aruana (b), tanznia (c), mombaa (d) e
colonio (e).
(a)
Consrcio Milho-Braquiria
63
64
Consrcio Milho-Braquiria
Cobertura do solo
Se o objetivo apenas a cobertura do solo, deve ser escolhida uma
forrageira com facilidade de dessecao, que produza massa
suficiente para cobrir o solo; porm, no convm que tenha
crescimento em excesso e tambm apresente baixo custo de
sementes.
A B. ruziziensis a forrageira que melhor preenche esses prrequisitos; isto porque suas plantas emitem colmos decumbentes,
que enrazam nos ns e cobrem espaos vazios nas entrelinhas.
uma espcie fcil de dessecar (FERREIRA et al., 2010), j que
-1
com 3 L ha de herbicida glyphosate as plantas atingem controle
superior a 70%, aos 14 dias aps a aplicao do produto,
possibilitando a realizao do plantio direto de outra cultura, em
anos com boa precipitao. Suas sementes custam, em geral,
metade do preo das demais.
Na aquisio das sementes deve ser comparado o preo por
percentagem de sementes puras e de percentagem de
germinao ou de viabilidade pelo teste de tetrazlio; essas
informaes devem constar na embalagem do produto (BRASIL,
2005). Quando a semente for revestida, deve ser considerado o
volume de revestimento, que pode chegar a 73% do peso total
(VERZIGNASSI et al., 2013).
Consrcio Milho-Braquiria
65
66
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
67
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68
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
71
Introduo
O consrcio milho-braquiria uma tecnologia desenvolvida para
o Sistema Plantio Direto (SPD), visando renovao de pastagens
e/ou o incremento de palha. Porm, muitas vezes esta tecnologia
implantada de maneira inadequada, o que pode ocasionar perdas
excessivas de rendimento na cultura do milho ou formao
deficiente da pastagem. Perdas de produtividade da cultura podem
ser observadas quando o estabelecimento da forrageira
consorciada com o milho ocorre sob condies de competio
entre elas, principalmente quando em semeadura simultnea.
Assim, nem sempre se obtm sucesso, por causa do efeito
competitivo de uma cultura sobre a outra. Para evitar perdas de
produtividade na cultura do milho necessrio manejar
adequadamente a braquiria, o que inclui ajustar a densidade e o
arranjo de semeadura e realizar a correta supresso qumica da
forrageira, quando necessrio.
Dentre muitos fatores, o uso de herbicidas se destaca como um
ponto-chave do consrcio e pode contribuir para o sucesso e/ou
fracasso desta tecnologia. Muitos produtores, por falta de
conhecimento, optam por no fazer uso de herbicidas com ao
graminicida por receio de ocasionar a morte da forrageira.
Jakelaitis et al. (2005) observaram que o uso exclusivo de atrazine
reduz, aproximadamente, em 20% a produtividade do milho
quando comparado ao uso deste herbicida associado subdose
de nicossulfuron.
72
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
73
74
Consrcio Milho-Braquiria
75
Consrcio Milho-Braquiria
400
1 ano
(A)
350
300
250
200
150
100
50
0
Milho
90 cm
Milho
45 cm
Milho + Brachiaria
Brachiaria
Feijocaupi
Tratamento
400
350
3 anos
Nmero de
plantas (m2)
de espcies
infestantes
(B)
300
Massa seca
(g m-2) da parte
area da
comunidade
infestante
250
200
150
100
50
0
Milho
90 cm
Milho
45 cm
Milho + Brachiaria
Brachiaria
Feijocaupi
Tratamento
76
Consrcio Milho-Braquiria
77
Consrcio Milho-Braquiria
Similaridade (%)
Com base no
Coeficiente de Jaccard
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
M90-1
MB-1
C-3
M90-3
M45-3
C-1
M45-1
MB-3
B-3
B-1
0,6
Cultura/Manejo
Figura 2. Anlise multivariada de agrupamento para as dez reas
submetidas a distintos cultivos sem rotao de culturas.
Nota: o agrupamento foi estabelecido com base no mtodo UPGMA. M90 = milho solteiro a
90 cm entre linhas; M45 = milho solteiro a 45 cm entre linhas; MB = consrcio milhobraquiria em linhas intercaladas, espaadas em 45 cm; B = braquiria solteira; C = feijocaupi. Nmeros ao final indicam tempo de cultivo, sendo 1 = primeiro ano de cultivo, e 3 =
terceiro ano de cultivo.
Fonte: Conceno et al. (2013).
78
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
79
80
Consrcio Milho-Braquiria
RMB
(kg ha-1)
RGM
(kg ha-1)
14
3.011 b(2)
5.230 (2)
Mesotrione 60 + leo
14
3.153 b
4.562
Mesotrione 60 + leo
24
2.944 b
5.430
14
3.319 b
5.365
24
2.744 b
5.290
Nicosulfuron 8
14
2.247 c
5.906
Nicosulfuron 8
24
1.597 d
5.827
Nicosulfuron 16
14
1.222 d
5.745
Nicosulfuron 16
24
1.278 d
5.601
Sem herbicida
5.241 a
5.491
5.622
Tratamento
-1 (2)
Consrcio Milho-Braquiria
81
82
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
83
(1)
CECCON, G.; CONCENO, G. Produtividade de massa e dessecao de forrageiras
perenes para integrao lavoura-pecuria. Artigo aprovado para publicao na revista
Planta Daninha, em 2014.
84
Consrcio Milho-Braquiria
Consideraes Finais
Para que o consrcio expresse todos os seus benefcios
necessrio que se tenha ateno aos detalhes abordados ao longo
deste captulo. O manejo de plantas daninhas e o uso de
herbicidas para controlar o crescimento da braquiria devem ser
executados de maneira correta, visando garantir mxima
produtividade do sistema com o mnimo de risco econmico e
ambiental.
O uso do consrcio milho-braquiria se expressa em nveis
reduzidos de infestao por plantas daninhas nas safras
subsequentes, com reduo na ocorrncia de espcies
Consrcio Milho-Braquiria
85
Referncias
ADEGAS, F. S.; VOLL, E.; GAZZIERO, D. L. P. Manejo de plantas
daninhas em milho safrinha em cultivo solteiro ou consorciado
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Temperado, 2002. p. 659.
86
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
87
Consrcio Milho-Braquiria
91
Risco Climtico do
Consrcio Milho com Braquiria
em Mato Grosso do Sul
Carlos Ricardo Fietz
der Comunello
Gess Ceccon
Danilton Luiz Flumignan
Paulo Cesar Sentelhas
Introduo
A agricultura suscetvel a vrios tipos de riscos que afetam direta
ou indiretamente a produo e, consequentemente, o retorno
econmico da atividade. Os principais tipos que influenciam a
produo agrcola podem ser classificados em: 1) tecnolgicos,
relacionados defasagem ou carncia tcnica; 2) biolgicos,
particularmente no que se refere ocorrncia de pragas e
doenas; e 3) climticos, relacionados a eventos adversos, tais
como deficincia hdrica, excesso de chuva e geadas. Dentre
esses, os riscos climticos so os que historicamente tm causado
maiores prejuzos atividade agrcola, por reduzir a produo.
Esse fato ocorre pela dificuldade em se definir pocas de
semeadura que proporcionem menor probabilidade de ocorrncia
de deficincia hdrica nas fases crticas das culturas.
Em condies de milho safrinha, a irrigao em carter
complementar uma alternativa para evitar os riscos de
deficincia hdrica, mas nem sempre o uso desta prtica se traduz
em maior renda lquida (PEGORARE et al., 2009).
92
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
93
94
Consrcio Milho-Braquiria
Deficincia Hdrica
A deficincia hdrica em Mato Grosso do Sul a principal causa de
perdas, tanto em milho solteiro quanto consorciado com braquiria,
pois nos meses em que essas culturas so cultivadas comum a
ocorrncia de veranicos e estiagens. Com o objetivo de determinar
pocas de semeadura mais favorveis com relao ao fator
deficincia hdrica, avaliou-se o risco climtico do consrcio milho
com braquiria em Mato Grosso do Sul. A metodologia adotada foi
a mesma do zoneamento agrcola, que utiliza o programa SARRA
(Sistema de Anlise Regional dos Riscos Agroclimticos),
Consrcio Milho-Braquiria
95
96
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
97
98
Consrcio Milho-Braquiria
99
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
20S
22S
58W
56W
54W
100
200 km
52W
CAD
60mm
58W
56W
100
200 km
52W
24S
20S
22S
22S
20S
18S
(d)
18S
(c)
54W
24S
CAD
40mm
CAD
40mm
58W
56W
54W
Alto risco
100
200 km
52W
Risco moderado
(fase reprodutiva)
CAD
60mm
58W
56W
Risco moderado
(implantao)
54W
100
200 km
52W
Baixo risco
24S
24S
22S
20S
18S
Ilustrao: E. Comunello
(a)
100
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
20S
22S
58W
56W
54W
100
200 km
52W
CAD
60mm
58W
56W
100
200 km
52W
24S
20S
22S
22S
20S
18S
(d)
18S
(c)
54W
24S
CAD
40mm
CAD
40mm
58W
56W
54W
Alto risco
100
200 km
52W
Risco moderado
(fase reprodutiva)
CAD
60mm
58W
56W
Risco moderado
(implantao)
54W
100
200 km
52W
Baixo risco
24S
24S
22S
20S
18S
Ilustrao: E. Comunello
(a)
101
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
20S
22S
58W
56W
54W
100
200 km
52W
CAD
60mm
58W
56W
100
200 km
52W
24S
20S
22S
22S
20S
18S
(d)
18S
(c)
54W
24S
CAD
40mm
CAD
40mm
58W
56W
54W
Alto risco
100
200 km
52W
Risco moderado
(fase reprodutiva)
CAD
60mm
58W
56W
Risco moderado
(implantao)
54W
100
200 km
52W
Baixo risco
24S
24S
22S
20S
18S
Ilustrao: E. Comunello
(a)
102
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
20S
22S
CAD
40mm
58W
56W
54W
Alto risco
100
200 km
52W
Risco moderado
(fase reprodutiva)
CAD
60mm
58W
56W
Risco moderado
(implantao)
54W
100
200 km
52W
Baixo risco
24S
24S
22S
20S
18S
Ilustrao: E. Comunello
(a)
103
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
20S
22S
58W
56W
54W
100
200 km
52W
CAD
60mm
58W
56W
100
200 km
52W
24S
20S
22S
22S
20S
18S
(d)
18S
(c)
54W
24S
CAD
40mm
CAD
40mm
58W
56W
54W
Alto risco
100
200 km
52W
Risco moderado
(fase reprodutiva)
CAD
60mm
58W
56W
Risco moderado
(implantao)
54W
100
200 km
52W
Baixo risco
24S
24S
22S
20S
18S
Ilustrao: E. Comunello
(a)
104
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
20S
22S
58W
56W
54W
100
200 km
52W
CAD
60mm
58W
56W
100
200 km
52W
24S
20S
22S
22S
20S
18S
(d)
18S
(c)
54W
24S
CAD
40mm
CAD
40mm
58W
56W
54W
Alto risco
100
200 km
52W
Risco moderado
(fase reprodutiva)
CAD
60mm
58W
56W
Risco moderado
(implantao)
54W
100
200 km
52W
Baixo risco
24S
24S
22S
20S
18S
Ilustrao: E. Comunello
(a)
105
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
20S
22S
58W
56W
54W
100
200 km
52W
CAD
60mm
58W
56W
100
200 km
52W
24S
20S
22S
22S
20S
18S
(d)
18S
(c)
54W
24S
CAD
40mm
CAD
40mm
58W
56W
54W
Alto risco
100
200 km
52W
Risco moderado
(fase reprodutiva)
CAD
60mm
58W
56W
Risco moderado
(implantao)
54W
100
200 km
52W
Baixo risco
24S
24S
22S
20S
18S
Ilustrao: E. Comunello
(a)
106
Consrcio Milho-Braquiria
(b)
20S
22S
CAD
40mm
58W
56W
54W
Alto risco
100
200 km
52W
Risco moderado
(fase reprodutiva)
CAD
60mm
58W
56W
Risco moderado
(implantao)
54W
100
200 km
52W
Baixo risco
24S
24S
22S
20S
18S
Ilustrao: E. Comunello
(a)
107
Consrcio Milho-Braquiria
Janeiro
11-20
21-31
01-10
Fevereiro
11-20
21-28
Maro
01-10
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Consrcio Milho-Braquiria
Janeiro
11-20
21-31
01-10
Fevereiro
11-20
21-28
Maro
01-10
109
Consrcio Milho-Braquiria
Alcinpolis
Amambai
Anglica
Antnio Joo
Aral Moreira
Bandeirantes
Bela Vista
Bonito
Brasilndia
Caarap
Camapu
Campo Grande
Caracol
Cassilndia
Chapado do Sul
Coronel Sapucaia
Costa Rica
Coxim
Deodpolis
Douradina
Dourados
Eldorado
Ftima do Sul
Figueiro
Glria de Dourados
Guia Lopes da Laguna
Iguatemi
Inocncia
Itapor
Itaquira
Ivinhema
Japor
Jaraguari
Jardim
Jate
Juti
Laguna Carap
Maracaju
Mundo Novo
Navira
Nova Alvorada do Sul
Nova Andradina
Novo Horizonte do Sul
Paranhos
Pedro Gomes
Ponta Por
Porto Murtinho
Rio Brilhante
So Gabriel do Oeste
Selvria
Sete Quedas
Sidrolndia
Sonora
Tacuru
Taquarussu
Trs Lagoas
Vicentina
Janeiro
11-20
21-31
01-10
Fevereiro
11-20
21-28
Maro
01-10
110
Consrcio Milho-Braquiria
Janeiro
11-20
21-31
01-10
Fevereiro
11-20
21-28
Maro
01-10
Consrcio Milho-Braquiria
111
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112
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
115
Introduo
O cultivo do milho, denominado de milho safrinha, na segunda
safra sob sequeiro, em sucesso de culturas, expandiu
rapidamente no Brasil a partir de 1990. Nas ltimas duas dcadas
a rea evoluiu de inexpressiva para mais de 8 milhes de hectares,
e a produtividade mdia dobrou para aproximadamente
5 toneladas por hectare, devido principalmente consolidao do
Sistema Plantio Direto (SPD), antecipao da poca de
semeadura e ao lanamento de hbridos adaptados.
O emprego de adubao especfica para este sistema peculiar de
produo de milho tambm contribuiu para o aumento da
produtividade, com destaque para a aplicao de frmulas
concentradas em nitrognio no sulco de semeadura, para
assegurar o crescimento inicial vigoroso das plantas. Porm, h
necessidade de melhorar essas frmulas, para suplantar os nveis
atuais de produtividade e manter a sustentabilidade do sistema de
produo do milho safrinha. preciso ainda adequar a adubao
s novas tecnologias em uso na cultura, como a distribuio a
lano dos fertilizantes, o cultivo em espaamento reduzido e o
consrcio com plantas forrageiras.
O consrcio com braquiria, com uma linha intercalar ou
distribuio a lano das sementes, uma tecnologia desenvolvida
para o milho safrinha, cuja caracterstica principal a semeadura
116
Consrcio Milho-Braquiria
117
Consrcio Milho-Braquiria
Extrao
Exportao
Exportao
relativa
kg t-1 gros
Nitrognio
Fsforo
Potssio
Enxofre
28,0
4,5
18,0
2,6
15,0
3,6
4,7
1,2
%
54
80
26
46
g t -1 gros
Zinco
43,0
30,0
70
118
Consrcio Milho-Braquiria
Estabelecimento
Perodo vegetativo
Florescimento
Maturao
119
Consrcio Milho-Braquiria
Concentrao de macronutrientes
(g kg-1)
Tanznia
Ruziziensis
Brizantha
Decumbens
35
30
25
20
15
10
5
0
120
Consrcio Milho-Braquiria
Navira
35
-1
Concentrao de macro (g kg ) e
-1
micronutrientes (mg kg )
Dourados
30
25
20
15
10
5
0
Consrcio Milho-Braquiria
121
122
Consrcio Milho-Braquiria
N (1,50%)
P2O5 (0,36%P)
K2O (0,47%K)
220
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
Consrcio Milho-Braquiria
123
124
Consrcio Milho-Braquiria
20
0
50
30
1995 (5)
4.470
4.570ns
4.440
4.550ns
-1
125
Consrcio Milho-Braquiria
Sem NPK
Produtividade de gros
(kg ha-1)
3.000
2.500
+103%
+19%
2.000
+22%
1.500
+56%
+85%
1.000
3.500
Pedrinhas
Flornea
Maraca
Campos
Novos
Palmital
126
Consrcio Milho-Braquiria
Produtividade de gros
-1
(kg ha )
Locais e anos
127
Consrcio Milho-Braquiria
Produtividade
de gros
Semeadura
esperada
t/ha
<4
30
4-6
30 a 40*
6-8
30
0-6
<4
4-6
6-8
nr
nr
nr
0 0,7
<4
4-6
6-8
50
60
nr
>40
20
30
40
> 3,0
0
20
30
(1)
128
Consrcio Milho-Braquiria
6.500
6.000
Sem N: y = 6,31x + 5151R2 = 0,96
5.500
5.000
7.000
Produtividade de gros
(kg ha-1)
Produtividade de gros
(kg ha-1)
7.000
6.500
6.000
Sem N: y = -0,1706x2 + 27,84x + 5495 R2
5.500
= 0,99
5.000
30
60
90
N em cobertura em V5
(kg ha-1)
30
60
90
N em cobertura em V5
(kg ha-1)
Consrcio Milho-Braquiria
129
130
Consrcio Milho-Braquiria
131
Consrcio Milho-Braquiria
-1
6.000
5.000
4.000
^
y = 2.680
3.000
2.000
5.000
^
y
= 5.110 + 234,9**x0,5 - 18,89**x
2
R = 0,995
4.000
2
^
y = 2.333 + 9,828*x R = 0,723
3.000
2.000
0
20
40
60
80
N (kg ha-1)
6.000
Gros de milho (kg ha )
6.000
5.000
^
y
= 5.281 + 2,686**x R2 = 0,903
4.000
^
y = 2.830
3.000
2.000
0
25
50
75
100
20
40
60
80
-1
K2O (kg ha )
132
Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
133
134
Consrcio Milho-Braquiria
3.000
^
y = 2.419
2.000
1.000
0
20
40
60
N (kg ha-1)
80
^
y = 3.546
-1
3.000
2.000
y = 2.064 + 13,71**x 2
0,08902*x
R2 = 0,987
1.000
0
4.000
^
y = 3.458
-1
4.000
-1
4.000
3.000
2.000
^
y
= 2.357 + 55,98*x0,5 - 6,377*x
R2 = 0,927
1.000
0
25
50
75
100
20
40
60
80
-1
K2O (kg ha )
Consrcio Milho-Braquiria
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Consrcio Milho-Braquiria
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Consrcio Milho-Braquiria
2011
Ano
2012
2013
Acumulado
kg ha-1
1. Sem adubao
3.171 b
4.629 a
4.795 b
12.595 b
3.427 ab
4.778 a
5.490 ab
13.696 ab
3. 20N+110P+110K (ml)
4.202 a
4.996 a
5.564 ab
14.761 a
4. 20N+110P+110K (sj)
3.278 ab
4.830 a
5.030 ab
13.138 ab
5. 20N+50P+50K (ml)
3.792 ab
5.240 a
5.641 a
14.673 a
6. 20N+110P (ml)
4.073 ab
4.849 a
5.092 ab
14.014 ab
7. 20N+110K (ml)
3.682 ab
5.159 a
5.236 ab
14.077 ab
Mdia
Coeficiente de variao (%)
3.661
24,2
4.926
13,2
5.264
13,7
13.851
11,3
Nota: adubao de N, P2O5 e K2O (kg ha-1) na cultura de soja (sj) e/ou milho (ml). Mdias
seguidas de mesma letra minscula na coluna, no diferem entre si pelo teste de Tukey
(P<0,05).
Fonte: adaptado de Kurihara et al. (2009).
Consideraes Finais
Conclui-se que, por ser muito responsivo ao fsforo, fundamental
aplicar fertilizante fosfatado no milho safrinha, mesmo em doses
relativamente baixas. A adubao potssica, por sua vez,
importante principalmente em lavouras consorciadas com
braquiria; isso acontece porque o potssio reciclado pela
forrageira e disponibilizado para a soja, alm de possibilitar, em
solos de baixa e mdia fertilidade, o aumento da produo de massa
seca para cobertura do solo. Considerando que a abordagem da
adubao em sistemas produtivos relativamente nova, sugere-se
continuar as pesquisas sobre o tema para aprimorar o manejo da
adubao das culturas da soja e do milho safrinha consorciado com
braquiria, procurando melhorar a eficincia de uso dos nutrientes e
no somente o rendimento das operaes agrcolas.
138
Consrcio Milho-Braquiria
Referncias
BATISTA, K.; DUARTE, A. P.; CECCON, G.; DE MARIA, I. C.;
CANTARELLA, H. Acmulo de matria seca e de nutrientes em
forrageiras consorciadas com milho safrinha em funo da adubao
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n.10, p.1154-1160, out. 2011.
BOER, C. A.; ASSIS, R. L.; SILVA, G. P.; BRAZ, A. B. P.; BARROSO, A. L.
L.; CARGNELUTTI FILHO, A.; PIRES, F. R. Ciclagem de nutrientes por
plantas de cobertura na entressafra em um solo de cerrado. Pesquisa
Agropecuria Brasileira, Braslia, DF, v.42, n. 9, p.1269-1276, set. 2007.
BORGHI, E.; CRUSCIOL, C. A. C. Produtividade de milho, espaamento
e modalidade de consorciao com Brachiaria brizantha no sistema
plantio direto. Pesquisa Agropecuria Brasileira, Braslia, DF, v. 42,
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SEMINRIO SOBRE A CULTURA DO MILHO "SAFRINHA", 3., 1995,
Assis. Resumos... Campinas: Instituto Agronmico, Centro de
Desenvolvimento do Vale do Paranapanema, 1995. p. 21-27.
CANTARELLA, H.; DUARTE, A. P. Manejo da fertilidade do solo para a
cultura do milho. In: GALVO, J. C. C.; MIRANDA, G. V. (Ed.).
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p. 139-182.
CANTARELLA, H.; DUARTE, A. P. Tabela de recomendao de
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SEMINRIO SOBRE A CULTURA DO MILHO SAFRINHA, 4., 1997,
Assis. Anais... Campinas: Instituto Agronmico, Centro de
Desenvolvimento do Vale do Paranapanema, 1997. p. 65-70.
CASAGRANDE, J. R. R.; FORNASIERI FILHO, D. Adubao nitrogenada
na cultura do milho safrinha. Pesquisa Agropecuria Brasileira,
Braslia, DF, v. 37, n. 1, p. 33-40, jan. 2002.
CECCON, G. Milho safrinha com braquiria em consrcio. Dourados:
Embrapa Agropecuria Oeste, 2008. 6 p. (Embrapa Agropecuria Oeste.
Comunicado tcnico, 140).
Consrcio Milho-Braquiria
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Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
141
Consrcio Milho-Braquiria
145
Introduo
Nematoides so organismos invertebrados que compreendem um
dos maiores grupos de animais da face da terra. Embora sejam
prioritariamente reconhecidos como parasitos de plantas, os
nematoides apresentam grande diversidade de hbitos
alimentares, contribuindo para vrios processos biolgicos. So
ainda importantes componentes de ecossistemas, ao reciclarem
nutrientes. Vrios nematoides ditos de vida livre, ou seja, que no
parasitam plantas, animais ou insetos, podem exercer relevantes
funes na degradao da matria orgnica, alimentando-se de
bactrias, fungos ou outros pequenos invertebrados (FERRIS;
FERRIS, 1998).
Comunidades de nematoides respondem de forma muito rpida a
estmulos externos, sejam fatores fsicos e ambientais
(temperatura, umidade, textura do solo) ou prticas agrcolas
(rotao e sucesso de culturas, destruio de restos culturais,
plantio direto). Muitos desses estmulos resultam no aumento da
populao de nematoides fitoparasitos (NILES; FRECKMAN,
1998), sendo a suscetibilidade (ou hospitalidade) das culturas a de
maior impacto sobre a dinmica da populao desse grupo de
nematoides (SEINHORST, 1970). Isso reflete sobre o grande
potencial da resistncia de cultivares (aqui entendida como a
limitao reproduo de determinada espcie de nematoide) e
da rotao de culturas como prticas de manejo de reas
infestadas. A presena e sequncia de culturas suscetveis atuam
de forma definitiva para o aumento da densidade populacional de
146
Consrcio Milho-Braquiria
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Consrcio Milho-Braquiria
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M. javanica
M. incognita
H. glycines
R. reniformis
P. brachyurus
milho
+++
++
+++
+++
+++
soja
+++
+++
algodoeiro
++
milho
Virulncia/agressividade (2)
(2)
++ (4)
+
++
algodoeiro
++
++
soja
++
milho
Disponibilidade de variedades
resistentes (3)
S : patognico; N : no patognico.
- : no patognico; + : pouco virulento/agressivo; ++ : virulento/agressivo; +++ : muito virulento/agressivo.
(3)
-: no patognico; + : pouca ou nenhuma patogenicidade; ++ : mdia patogenicidade; +++ : alta patogenicidade.
(4)
Principalmente para as raas 3 e 1 de H. Glycines.
(1)
algodoeiro
soja
Nematoide
Patogenicidade (1)
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Consrcio Milho-Braquiria
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Consrcio Milho-Braquiria
++
++
++++
+++
+++
++++
Heterodera glycines
Rotylenchulus reniformis
Pratylenchus brachyurus
+++
++++
+++
++++
++
++
++++
+++
++++
+++
+++
+++
+++
++
++
++
+++
+++
+++
++
primavera.
S : soja; M : milho; Mb : consrcio milho- braquiria; A : algodoeiro; Mi : milheto; b : braquiria; Na : nabo forrageiro; (v) : vero; (o) : outono; (p) :
++
+++
Meloidogyne incognita
(1)
++
++
S(v) M(o) S(v) Mb(o) S(v) A(o) S(v) A(o) Mi(p) S(v) b(o) A(v) Mi(o) M(v) Na(o)
Meloidogyne javanica
Nematoide
Tabela 2. Efeito esperado de diferentes sucesses anuais de cultivos sobre o aumento da densidade
populacional de cinco espcies de nematoides fitoparasitos em reas infestadas.
Consrcio Milho-Braquiria
155
156
Consrcio Milho-Braquiria
O caminho Frente
Ao se considerar reas j infestadas, o manejo de nematoides
fitoparasitos em culturas anuais baseia-se em poucas alternativas.
Embora haja algumas iniciativas interessantes com o uso de
agentes biolgicos de controle e o empenho da indstria em
desenvolver nematicidas que atendam aos quesitos tcnicos,
ambientais e de sade pblica, os melhores resultados ainda so
obtidos com o uso de cultivares resistentes e/ou tolerantes e a
rotao de culturas.
O uso de resistncia gentica tem como grande limitao a pouca
disponibilidade de cultivares que aliem resistncia a uma ou mais
espcies de nematoides com caractersticas agronmicas
exigidas pelo setor. Tomando como exemplo a cultura da soja
uma das que apresenta maior nmero de cultivares resistentes a
nematoides, das 258 cultivares comerciais registradas no Registro
Nacional de Cultivares, apenas 7,7% so resistentes a M. javanica;
15% a M. incognita; 14,3% a H. glycines; 1% a R. reniforme; e
nenhuma resistente a P. brachyurus (TECNOLOGIAS..., 2011). A
situao no muito diferente nas culturas do algodoeiro e milho.
Conforme discutido em itens anteriores, so poucas as culturas
anuais cultivadas no vero e, por consequncia, poucas as
possibilidades de uso da prtica da rotao. O uso de milho em
cultivo de vero alternativa muito interessante no aspecto do
manejo da maioria dos fitonematoides no encontra espao na
maioria das propriedades infestadas por nematoides, por motivos
relativos aos menores resultados econmicos imediatos,
comparados com os obtidos com as culturas de soja e algodoeiro.
Assim, uma importante alternativa seria a insero de espcies
teis para o manejo de nematoides, tais como crotalria, naboforrageiro ou estilosantes, por exemplo, em perodos de
entressafra das culturas de vero. Para isso, h necessidade de
estabelecer novos modelos de produo prioritariamente
baseados em consrcios dessas espcies teis com gramneas
forrageiras, de forma a conciliar os benefcios destas como
Consrcio Milho-Braquiria
157
Referncias
ANDRADE, N. C. de; PONTE, J. J. da. Efeito do sistema de plantio em
camalho e do consrcio com Crotalaria spectabilis no controle de
Meloidogyne incognita em quiabeiro. Nematologia Brasileira, Braslia,
DF, v. 23, n. 1, p. 11-16, jun. 1999.
ASMUS, G. L.; ISHIMI, C. M. Flutuao populacional de Rotylenchulus
reniformis em solo cultivado com algodoeiro. Pesquisa Agropecuria
Brasileira, Braslia, DF, v. 44, n. 1, p. 51-57, jan. 2009.
BRITO, J. A. de; FERRAZ, S. Antagonismo de Brachiaria decumbens e
Panicum maximum cv. Guin a Meloidogyne javanica. Nematologia
Brasileira, Piracicaba, v. 11, p. 270-285, 1987.
CARNEIRO, R. G.; MORITZ, M. P.; MNACO, A. P. A.; NAKAMURA, K.
C.; SCHERER, A. Reao de milho, sorgo e milheto a Meloidogyne
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Braslia, DF, v. 31, n. 2, p. 67-71, ago. 2007.
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Fundo, ano 17, n. 102, p. 3-7, nov./dez. 2007.
DIAS-ARIEIRA, C. R.; FERRAZ, S.; FREITAS, L. G.; MIZOBUTSI, E. H.
Avaliao de gramneas forrageiras para controle de Meloidogyne
incognita e M. javanica (Nematoda). Acta Scientiarum: agronomy,
Maring, v. 25, n. 2, p. 473-477, July/Dec. 2003.
158
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Consrcio Milho-Braquiria
Consrcio Milho-Braquiria
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Consrcio Milho-Braquiria
Introduo
O milho safrinha cultivado em pequenas, mdias e grandes
propriedades, onde o nvel de investimento (adubao, tratamento
de sementes, controle de plantas daninhas e de pragas) varia
conforme o nvel tecnolgico do processo produtivo, com a poca
de semeadura e de acordo com a tendncia dos preos de
mercado do produto. Salienta-se que o plantio do milho safrinha
uma atividade de risco, seja pela incidncia de pragas ou doenas,
seja pela ocorrncia de deficincia hdrica durante o outono, ou,
ainda, pela possibilidade de geadas durante o ciclo da cultura,
principalmente nos cultivos tardios.
A recomendao de um sistema de produo no pode prescindir
das anlises econmicas dos resultados alcanados, pois no
basta a uma tecnologia em particular ou a um determinado sistema
de produo ser eficiente somente do ponto de vista tcnico. Para
compor uma recomendao com amplas possibilidades de adoo
pelos agricultores, deve-se ter a anlise econmica da tecnologia.
O estudo de sistemas de produo alternativos e diversificados
de fundamental importncia para o desenvolvimento de uma
agricultura competitiva e autossustentvel, com preservao
ambiental e reduo de custos, principalmente quando se requer
mais eficincia na produo de alimentos para garantir o
abastecimento interno e mais competitividade da agricultura
brasileira no cenrio internacional.
166
Consrcio Milho-Braquiria
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Consrcio Milho-Braquiria
PLANEJAMENTO
MANEJO DA REA
Corretivos
Seleo da rea
Capital
Dessecantes
SEMEADURA
Sementes
Tratamento das sementes
Inoculante
Mo de obra
Adubo
Insumos
TRATOS CULTURAIS
COLHEITA
Plantas daninhas
Insetos-praga
-
Transporte
Colheita
Doenas
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Consrcio Milho-Braquiria
Manejo da rea
Consorciado
Custo atual
(R$ ha-1)
Solteiro
Participao
(%)
Custo atual
(R$ ha-1)
Participao
(%)
169,53
3,30
169,52
3,40
2.418,00
47,50
2.346,39
46,90
Tratos culturais
460,00
9,10
459,91
9,20
Colheita
466,29
9,20
455,66
9,10
Depreciao
403,78
7,90
403,78
8,10
Custo de oportunidade
1.168,26
23,00
1.163,32
23,30
Custo total
5.085,92
100,00
4.998,59
100,00
Plantio
Consrcio Milho-Braquiria
171
172
Consrcio Milho-Braquiria
Unidade
kg ha-1
kg ha-1
kg ha-1
R$ ha-1
Consorciado
Solteiro
3.840
4.200
4.800
4.200
3.420
3.000
3.528,00
3.430,00
R$ ha-1
R$ ha-1
2.565,00
2.250,00
5.995,00
5.680,00
R$ ha-1
R$ ha-1
1.007,08
681,41
2.175,34
1.844,73
19,80
13,63
1,20
1,14
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Consrcio Milho-Braquiria
Unidade
Consorciado
%
%
anos
15,81
11,58
8,49
1,67
67,06
Unidade
Consorciado
Solteiro
14,09
10,76
9,51
1,55
55,16
Solteiro
174
Consrcio Milho-Braquiria
Consideraes Finais
Com a implantao do sistema consorciado h melhorias no
sistema de produo das propriedades, principalmente em relao
sustentabilidade ambiental e econmica das culturas. Dessa
forma, haver reduo dos riscos de perdas de lavoura em
consequncia de veranicos e obteno de incrementos
significativos de produtividade com as culturas cultivadas em
sucesso.
O custo de produo do sistema consorciado maior que o do
solteiro por causa do uso da semente de B. ruziziensis. Apesar de o
custo ser maior, o consorciado tem maior produtividade e,
consequentemente, maiores receita e renda lquida.
Em termos de eficincia, o cultivo consorciado superior ao cultivo
solteiro em todas as variaes de preos e de quantidades
produzidas. Essa superioridade reflete a maior produtividade
observada no cultivo consorciado.
Somando-se o ndice de lucratividade e a taxa de rentabilidade,
percebe-se que o investimento feito no sistema consorciado mais
atraente que aquele realizado com o sistema solteiro. Da mesma
forma, o prazo necessrio para se recuperar o investimento com as
atividades maior no sistema solteiro.
O pleno conhecimento da viabilidade econmica dos sistemas de
produo contribui para melhorar a tomada de deciso, bem como
para verificar a rentabilidade do negcio.
Consrcio Milho-Braquiria
175
Referncias
BORTOLINI, C. G. Sistema de produo de milho safrinha no Estado do
Mato Grosso: evoluo e sustentabilidade. In: SEMINRIO NACIONAL
DE MILHO SAFRINHA, 11., 2011, Lucas do Rio Verde. De safrinha a
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2011. 1 CD-ROM.
CECCON, G. Milho safrinha com solo protegido e retorno econmico em
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CGPE 10953