Caju
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Caju - Amilton Gurgel Guerra
1. APRESENTAÇÃO
Este livro apresenta o agronegócio do caju e sua dinâmica na fruticultura, no Brasil e no mundo. A cultura do cajueiro mostra-se como uma cultura que gera renda e emprego, tanto no meio rural como nas áreas urbanas na confecção de sucos, polpas, doces, geleias, compotas entre outras.
O cajueiro era cultivado em áreas dependentes de chuva, com genótipos desconhecidos que nem sempre produziam frutos com as características desejadas pelo mercado consumidor, fosse ele beneficiado ou para mercado de frutas frescas. Nessas áreas, a tecnologia adotada era rudimentar. Além disso, o ciclo de produção limitava-se a três ou quatro meses no ano, dependendo do período chuvoso.
A produção por área era baixa e variável e, dificilmente ultrapassava as 400 kg/ha/ano. No entanto, o cajueiro sempre foi um dos sustentáculos da indústria de beneficiamento de castanhas no Nordeste brasileiro, chegando a fornecer cerca de 90% da produção de castanha no Brasil.
Considerada uma das frutas mais preferidas e consumidas pelos apreciadores, seja na forma da industrialização, como ao natural.
1. IMPORTANCI ECONÔMICA –
Situação no Brasil.
O Nordeste é a principal região produtora de castanha de caju, com uma área de 584.866 hectares e uma produção de 213 mil toneladas. A área de produção do Nordeste é centrada na Chapada do Apodi e (RN) e Ceara, é responsável por mais de 90% da produção nacional (Agrianual, 2017).
A castanha de caju é o segundo produto agrícola mais importante, em valor, da pauta de exportações do Rio Grande do Norte, sendo ultrapassado pelo petróleo, pelo melão e pelo camarão. O Brasil exportou cerca de 1.515 toneladas de Castanha de Caju, em 2016.
Na castanha, aproveita-se a casca, a película e a amêndoa (o produto mais nobre). A casca é o pericarpo, onde se encontra o Líquido da Casca da Castanha (LCC), usado na fabricação de tintas, vernizes e esmaltes. Esse produto é usado em mais de duzentas aplicações industriais referidas na literatura. Depois de extraído o LCC, a torta é utilizada como combustível. A película serve tanto como componente de rações animais como fonte de tanino para curtumes (Lopes Neto, 1997).
O cajueiro, pela sua importância cultural e econômica, tem merecido inúmeros estudos. O pedúnculo é muito aproveitado, em polpas, sorvetes, doces etc. A medicina caseira também está sendo esquecida antes que os cientistas dela se apropriem, testando e aprimorando os conhecimentos de nossos ancestrais.
O Brasil é o maior produtor mundial de castanha de caju, como apresentado na Tabela 1 (Agrianual, 2017), tendo produzido, em 2016, 55.950 mil sacas. Vietnã e Colômbia vêm em seguida, ressalta a importância da exportação desses dois países, enquanto o Brasil exporta 62,96%, o Vietnã e Colômbia exportam, 99,7% e 93,2%, respectivamente (Tabela 1). Este comportamento pode ser atribuído ao tipo de mercado nesses países, pois muitos se beneficiam do Fair Trade ou mercado justo.
Observando os dados da Tabela 2, verifica-se que a exportação brasileira, apesar de ser a mais alta, necessita elevar em termos percentuais, isso faz com que o país tenha produção superior ao Vietnã e um percentual de exportação bem menor, enquanto o Vietnã apresenta uma exportação quase duas vezes superior à obtida no Brasil.
A participação brasileira é significativa nesse comércio e representa cerca 62,96% no comércio de exportação. Atualmente, a valorização do dólar está influenciando a elevação no valor exportado e contribuindo para o interesse dos processadores no ramo. A quantidade exportada pelo Brasil foi de 35.230 mil sacas de 60 kg (Tabela 1).
Entre os países importadores destaca-se a União Europeia e Estados Unidos, com mais da metade das importações de castanha de caju, com 34,48% e 19,37%, respectivamente e Japão que representou apenas 6,45% do mercado importador (Tabela 2).
Observando a Tabela 3, verifica-se que a produção de castanha de caju do Brasil está concentrada na região Nordeste e representa quase a totalidade da produção do país. Vale salientar que, em 2016, existem outros estados que também produzem, caso do Pará, que a partir de 2014 começou a fazer parte da lista de produtores novamente (Agrianual, 2017).
Na referida tabela, verifica-se que o principal produtor de castanha de caju é o Ceará, com aproximadamente 69,16% da produção nacional e com 65,94% da área. O Piauí vem em seguida e o Rio Grande do Norte em terceiro.
Vale ressaltar, nesse contexto, que, apesar do Piauí incentivar o incremento na cultura, em 2006, com agregação de tecnologias no sistema produtivo, por isso, o salto de área de 142 mil ha, em 1999 para 167 mil ha, em 2006. Por outro lado,