Exercícios Do Romantismo
Exercícios Do Romantismo
Exercícios Do Romantismo
Questo 01)
Leia o seguinte fragmento de I-Juca Pirama, de Gonalves Dias.
II
Em fundos vasos d'alvacenta argila
Ferve o cauim;
Enchem-se as copas, o prazer comea,
Reina o festim.
O prisioneiro, cuja morte anseiam,
Sentado est,
O prisioneiro, que outro sol no ocaso
Jamais ver!
A dura corda, que lhe enlaa o colo,
Mostra-lhe o fim
Da vida escura, que ser mais breve
Do que o festim!
Contudo os olhos d'ignbil pranto
Secos esto;
Mudos os lbios no descerram queixas
Do corao.
Mas um martrio, que encobrir no pode,
Em rugas faz
A mentirosa placidez do rosto
Na fronte audaz!
DIAS, Gonalves. I-Juca Pirama. In: I-Juca Pirama seguido de Os Timbiras.
Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 13.
Durante o Romantismo, foram simultaneamente escritos poemas com caractersticas lricas e
picas. Nessa perspectiva, o fragmento de I-Juca Pirama constitui uma mistura de gneros por
a) descrever o ambiente de sacrifcio e as caractersticas fsicas do prisioneiro.
b) contar o que se passa no corao dos Timbiras e no corao do prisioneiro.
c) apresentar a preparao do sacrifcio do prisioneiro e o seu estado de esprito.
d) mostrar a vontade dos Timbiras em matar seu prisioneiro, descrevendo as suas
condies fsicas.
e) evitar descrever o estado de nimo dos Timbiras e se abster de apresentar o do
prisioneiro.
Questo 02)
Acerca da protagonista do romance Iracema, de Jos de Alencar, pode-se dizer que
I.
uma herona romntica, tanto por sua proximidade com a natureza, quanto por agir em
nome do amor, a ponto de romper com a sua prpria tribo e se entregar a Martim.
II. uma personagem integrada natureza, mas que se corrompe moralmente depois que
se apaixona por um homem branco civilizado e se entrega a ele.
III. possui grande beleza fsica, descrita com elementos da natureza, o que faz da
personagem uma representao do Brasil pr-colonizado.
Est(o) correta(s)
a)
b)
c)
d)
e)
apenas I.
apenas I e II.
apenas I e III.
apenas II e III.
todas.
Questo 03)
Leia os dois excertos da poesia de Castro Alves.
Texto 1
Senhor Deus dos Desgraados!
Dizei-me Vs, senhor Deus!
Se loucura...se verdade
Tanto horror perante os cus...
Texto 2
Na selva sombria de tuas madeixas,
nos negros cabelos de moa bonita,
fingindo a serpente que enlaa a folhagem,
formoso enroscava-se o lao de fita.
Sobre esses versos e seu autor, podemos afirmar:
1. os excertos representam as duas tendncias da sua poesia: social/condoreira e
lrico/amorosa.
2. superando o individualismo dos romnticos brasileiros, Castro Alves deu a sua arte um
sentido social e revolucionrio, como podemos ver no excerto 1.3. seu lirismo amoroso
poetizou as mulheres em ardentes versos, como vemos no excerto 2, em linguagem muito
rebuscada.
Esto corretas:
a)
b)
c)
d)
e)
1, 2 e 3
1 apenas
2 apenas
3 apenas
1 e 2 apenas
Questo 04)
Em relao ao Romantismo correto afirmar que
a) os smbolos nacionais so exaltados e idealizados como expresso de amor Ptria e
formao de uma identidade.
b) valoriza, na obra literria, o indivduo e toda a sua complexidade, enfatizando a
necessidade do controle racional.
c) os textos literrios traam o perfil de anti-heris que agem, sofrem e superam obstculos
para se qualificarem como exemplares.
d) a literatura romntica combate os valores burgueses, dentre os quais esto a honra, o
trabalho, a sinceridade e o herosmo.
e) a linguagem dos textos romnticos marcada pela rigidez, em que as frmulas literrias
contribuem para a expresso dos sentimentos.
Questo 05)
Assinale a alternativa correta sobre a prosa romntica no Brasil.
Ultra-Romantismo.
Indianismo.
Condoreirismo.
Medievalismo.
Individualismo.
Questo 07)
Em relao ao Romantismo, verdadeiro afirmar que foi uma corrente literria
a) da segunda metade do sculo XVII que se caracterizou pela total obedincia s regras
vigentes na poca.
b) cujos seguidores eram contra o arrebatamento lrico e preconizavam a arte pela arte, o
virtuosismo tcnico e o primado da razo sobre o sentimento.
c) cujas principais caractersticas foram a liberdade de criao, a primazia da emoo sobre
a razo, o subjetivismo, o culto da natureza, a evaso no tempo e no espao.
d) surgida logo aps a Primeira Guerra Mundial e caracterizada por obras em prosa
profundamente marcadas pela angstia daexistncia e pelo absurdo da condio humana.
e) extremamente rica, que veio luz na poca do Renascimento e cujas primeiras
manifestaes revalorizavam os ideais clssicos de beleza, tais como: o equilbrio, a harmonia
e a clareza de expresso.
Questo 08)
Leia o trecho abaixo, extrado de Navio Negreiro, de Castro Alves, e as alternativas.
Era um sonho dantesco!... o tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de aoite...
Legies de homens negros como a noite,
Horrendos a danar...
Negras mulheres, suspendendo s tetas
Magras crianas, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mes:
Outras, moas, mas nuas e espantadas,
I e II.
I e IV.
II e III.
III e IV.
I, III e IV.
Questo 09)
O Romantismo, no Brasil, nasceu com o projeto de secriar uma literatura nacional, diversa da
portuguesa e, principalmente, da que fora cultivada nos trs primeiros sculos da
colonizao. Dentro desse discurso de autonomia literria e identidade nacional, assinale a
alternativa correta sobre a prosa e a poesia romntica brasileira.
a) O fervor religioso, trao caracterstico da formao do carter brasileiro, marca
predominantemente a poesia de Gonalves de Magalhes, Gonalves Dias e Machado de
Assis.
b) Os poetas vo buscar na antiguidade clssica o modelo de literatura ideal para compor a
nova literatura ptria.
c) Sendo uma literatura que busca construir uma identidade nacional (no caso, a brasileira),
podemos constatar na prosa romances e contos , particularmente nos personagens
principais, ora heris de origens africanas, ora de origens portuguesas.
d) na prosa de Jos de Alencar, tanto pela natureza quanto pela extenso dos temas
abordados, que vamos encontrar o projeto romntico mais bem acabado de autonomia
literria.
e) Em mais de uma dezena de romances publicados entre os anos de 1860 e 1870, Jos de
Alencar tem sua prosa marcada e perpassada, em quase totalidade, pela figura do Bom
Selvagem como personagem principal.
Questo 10)
Conhecido como o poeta dos escravos, Castro Alves marca sua poesia pela forte indignao
para com a condio degradante e sub-humana do cativo. Porm, vamos encontrar tambm
na sua poesia versos que falam dos encantos da mulheramada, do progresso e da tcnica.
Dentre os poemas abaixo, assinale qual deles pertence ao poeta baiano.
a) Alma cheia de fogo e mocidade
Que ante a fria dos reis no se acobarda,
Sonhava nesta gerao bastarda
Glrias e liberdade.
b) A praia to longa! E a onda bravia
As roupas de gaza te molha de escuma;
De noite aos serenos a areia to fria,
mostram aspectos da vida social da poca, tais como danas, vida em famlia e eventos
religiosos (procisses, por exemplo).
Questo 12)
Representante mximo do ultra-romantismo, lvares de Azevedo escreveu no s poemas,
mas tambm teatro e prosa narrativa o caso de Noite na Taverna.
Sobre esse livro e seu autor, assinale a alternativa correta.
a) Trata-se de um romance em que o protagonista um tpico heri romntico, sentimental e
melanclico.
b) Essa prosa toda construda num clima de sonho e de delrio, ressaltando-se a dimenso
fantstica to cara aosbyronianos.
c) Como era prprio arte romntica, os personagens dessa obra expressam a crena nos
valores sociais, morais e religiosos, alicerces de uma cultura civilizada.
d) Todos os personagens perseguem o amor sensual e o gozo fsico, constituindo essa ao o
motor do enredo em Noite na Taverna, cujo desfecho aponta para a satisfao de todos os
rapazes da histria.
e) Pelo estilo de crnica que assume a prosa em Noite na Taverna, pode-se classific-la como
prrealista, como foram os romances Senhora, de Alencar, e Memrias de um Sargento de
Milcias, de Almeida.
Questo 13)
Leia as seguintes afirmaes sobre as trs geraes romnticas da literatura brasileira e
assinale a resposta correta.
I. A primeira gerao, tambm conhecida como nacionalista, busca recuperar o
medievalismo do Velho Continente, reconformando, para tanto, a figura do ndio brasileiro,
que se torna europeizado.
II. A segunda gerao conhecida como byroniana, de extremo idealismo, subjetividade,
negativismo e morbidez da infncia.
III. A terceira gerao, chamada de condoreira, tem em Castro Alves seu principal
representante. Sua poesia social tem teor libertrio.
IV. A terceira gerao tinha ndole burguesa, com valores assentados na valorizao da
propriedade rural e no escravagismo.
V. A primeira gerao, ao implantar o Romantismo no Brasil, serve-se de valores da Idade
Mdia, valores cristos, portanto, alinhando-se a uma concepo demundo teocntrica.
VI. A segunda gerao tambm chamada de ultra-romntica, pois apresentava extremo
pessimismo, egocentrismo, exaltao da morte, supremo desencanto e desiluso.
Esto corretas somente as afirmativas:
a) I, II, III e IV
b) I, III, V e VI.
c) I, II, V e VI.
d) II, III, V e VI.
e) II, IV, V e VI.
Questo 14)
A poesia Romntica desenvolveu-se em trs geraes: Nacionalista ou Indianista, do Mal-dosculo e Condoreira. O Indianismo de nossos poetas romnticos :
a) um meio de reconstruir o grave perigo que o ndio representava durante a instalao da
Capitania de So Vicente.
b) um meio de eternizar liricamente a aceitao, pelo ndio, da nova civilizao que se
instalava.
c) uma forma de apresentar o ndio como motivo esttico; idealizao com simpatia e
piedade; exaltao de bravura, herosmo e de todas as qualidades morais superiores.
d) uma forma de apresentar o ndio em toda a usa realidade objetiva; o ndio como elemento
tnico da futura raa do Brasil.
e) um modelo francs seguido no Brasil; uma necessidade de exotismo que em nada difere
do modelo europeu.
Questo 15)
A produo potica do Romantismo brasileiro apresentou caractersticas variadas, muitas
vezes divergentes entre si. Assinale, abaixo, a alternativa que associa corretamente uma
caracterstica do nosso Romantismo e o poeta romntico que melhor a representa:
a) indianismo lvares de Azevedo
b) nacionalismo Toms Antnio Gonzaga
c) expresso do mal-do-sculo Gonalves Dias
d) denncia da realidade sociopoltica Castro Alves
e) abolicionismo Cruz e Sousa
Questo 16)
O Romantismo foi um movimento marcado pelo individualismo e pelo egocentrismo. Com
freqncia, o destino da grandeza individual dos escritores romnticos era o distanciamento
pessoal da vida em sociedade, atravs da solido voluntria.
Considerando esse aspecto, leia o poema de Castro Alves e analise as questes a seguir.
O livro e a Amrica
Oh! Bendito o que semeia
Livros, livros mo cheia...
E manda o povo pensar...
O livro caindo nalma
germe que faz a palma,
chuva que faz o mar.
(Castro Alves)
a) Castro Alves supera o extremo individualismo dos poetas anteriores de sua gerao,
dando ao Romantismo um sentido social e revolucionrio.
b) Atravs do isolamento e da fuga realidade, Castro Alves traduz o desinteresse dos
poetas romnticos pelo pblico leitor.
c) Castro Alves no apenas realizou uma poesia humanitria, participando de toda a
propaganda abolicionista e republicana, como celebrou a instruo.
d) O poeta v a leitura como um instrumento de libertao.
e) A poesia de Castro Alves pertence ao Realismo, e no ao Romantismo.
Questo 17)
Com relao ao Romantismo brasileiro, INCORRETO afirmar que
a) a sua instaurao no Brasil coincidiu com o processo de consolidao da independncia
do Pas.
b) as trs geraes desse movimento literrio so: gerao nacionalista ou indianista,
gerao do mal-do-sculo e gerao condoreira.
c) os romnticos cultivam o nacionalismo atravs da exaltao da natureza, da Ptria, do
retorno ao passado histrico e da criao do heri nacional.
d) os narradores do Romantismo mostravam um homem que no se adaptava vida na
Colnia e que denunciava veemente as mazelas da corte.
e) a razo, para o romntico, fica em segundo plano; sua maneira de analisar e expressar a
realidade obedece ao sentimento, considerado como grande valor da vida do indivduo.
Questo 18)
Considerando Lira dos vinte anos, de lvares de Azevedo, assinale a alternativa correta:
a) Lira dos vinte anos, de lvares de Azevedo, utiliza- se de uma linguagem marcada pela
dualidade, em que se debatem duas formas distintas de ver e pensar a realidade.
b) Lira dos vinte anos, de lvares de Azevedo, divide- se em trs partes, em que se pode
surpreender uma concepo esttica e homognea de literatura.
c) Lira dos vinte anos, de lvares de Azevedo, vale- se de uma linguagem de tom
essencialmente descritivista.
d) Lira dos vinte anos, de lvares de Azevedo, caracteriza- se pelo uso de uma linguagem
que busca inspirao nos modelos da Antigidade clssica.
e) Lira dos vinte anos, de lvares de Azevedo, traz um eu lrico que, diferentemente de seus
contemporneos, atinge a plena realizao amorosa.
Questo 19)
Leia ofragmento potico a seguir:
Lembrana de morrer
[...]
De meu pai... de meus nicos amigos,
Poucos, bem poucos e que no zombavam
Quando, em noites de febre endoidecido,
Minhas plidas crenas duvidavam.
[...]
Descansem o meu leito solitrio
Na floresta dos homens esquecida,
sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta sonhou e amou na vida.
CANDIDO, Antonio. Melhores poemas de lvares de Azevedo. 5. ed. So Paulo: Global, 2002.
p. 45-46.
O significado do ttulo Lembrana de morrer e a prpria construo textual revelam o
carter diferenciador da poesia ultra-romntica de lvares de Azevedo, que se expressa
nesses versos pela
a) idealizao amorosa.
b) tenso reflexivo-crtica.
c) veia humorstico-satnica.
d) manifestao ertico-sensual.
e) celebrao do amor demonaco.
Questo 20)
No Brasil, infelizmente, ainda esta revoluo potica se no fez completamente sentir, nossos
vates renegam sua ptria, deixam de cantar as belezas das palmeiras, as virgens das
florestas, para saudarem os deuses do politesmo greco-romano.
Adaptado de J.M.P.Silva
Essa crtica, publicada em 1836, contesta um estilo literrio exemplificado pelo seguinte
fragmento:
a) Crioula! o teu seio escuro / Nunca deste ao beijo impuro! (Castro Alves)
b) ltima flor do Lcio, inculta e bela, / s, a um tempo, esplendor e sepultura: (Olavo Bilac)
c) Vnus desmaia na infinita altura. (Alberto de Oliveira)d) Falam Deuses nos cantos do
Piaga, (Gonalves Dias)
e) Vem, Cupido, soltar-me destes laos: (Alvarenga Peixoto)
Questo 21)
Em relao ao Romantismo brasileiro, todas as afirmaes so verdadeiras, exceto:
a) expresso de nacionalismo atravs da descrio de costumes e regies do Brasil.
b) desenvolvimento do teatro nacional.
c) anlise crtica e cientfica dos fenmenos da sociedade brasileira.
d) expresso potica de temas confessionais, indianistas e humanistas.
e) caracterizao do romance como forma de entretenimento e moralizao.
Questo 22)
Quem examina a atual literatura brasileira reconhece-lhe logo, como primeiro trao, certo
I
Descansem o meu leito solitrio
Na floresta dos homens esquecida,
sombra de uma cruz e escrevam nela;
Foi poeta, sonhou e amou na vida.
II
Tarde, a vida me ensina
esta lio discreta:
a ode cristalina
a que se faz sem poeta.
III
Poetas! Amanh ao meu cadver
Minha tripa cortai mais sonorosa!...
Faam dela uma corda e cantem nela
Os amores da vida esperanosa!
Desses fragmentos, pertence(m) esttica Romntica:
a) somente o I.
b) apenas o I e o II.
c) apenas o I e o III.
d) nenhum deles.
e) todos eles.
Questo 26)
NO prprio do Romantismo:
a) Valorizar o indivduo, o seu mundo interior, os seus sentimentos;
b) Explorar assuntos nacionais como Histria, tradies, folclore, etc;
c) Idealizar a mulher, tornando-a perfeita em todos ossentidos;
d) Valorizar temas fnebres e soturnos.
e) Apresentar personagens construdos sob a tica determinista, condicionados pela
hereditariedade, meio ambiente e momento notrio;
Questo 27)
TEXTO
Iracema, a virgem dos lbios de mel, que tinha os cabelos mais negros do que a asa da
grana, e mais longos que seu talhe de palmeir.
O favo da jati no era doce como o seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu
hlito perfumado.
Mais rpida que a ema selvagem, a morena virgem corria o serto e as matas do Ipu, onde
campeava sua guerreira tribo, da grande nao tabajara. O p grcil e nu, mal roando,
alisava apenas a verde pelcia que vestia a terra com as primeiras guas.
(ALENCAR, Jos de. Iracema. So Paulo: Scipione, 1994, p. 10)
Aps a independncia, sculo XIX, a nova nao precisava ajustar-se aos padres de
modernidade da poca. [] Havia a necessidade de auto-afirmao da Ptria que se
formava.
(NICOLA, Jos de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. So Paulo: Scipione, 1998.
p. 125.)
No
a)
b)
c)
d) bucolismo neoclassicista
e) nativismo modernista
Questo 28)
TEXTO
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a virao, movendo as folhas,
J nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Gonalves Dias
O texto confirma que:
a) os poetas romnticos afastaram-se da rigidez dos modelos clssicos, buscando a
adequao entre contedo emotivo e linguagem musical.
b) a temtica regionalista, explorada criticamente pelo Romantismo, representou a busca
das origens autenticamente nacionais.
c) somente a partir da segunda gerao romntica os autores brasileiros conseguiram
tematizar aspectos da cultura nacional, afastando-se da tradio europia.
d) a representao lrica da exuberante natureza brasileira o aspecto mais significativo da
poesia da terceira gerao romntica.
e) a primeira gerao romntica, no Brasil, tem como traos estilsticos caracterizadores o
egocentrismo exacerbado, o tom lrico confessional e o erotismo amoroso.
Questo 29)
TEXTO
01Os encantos da gentil cantora eram ainda realados pela singeleza, 02e diremos quase
pobreza do modesto trajar. Um vestido de chita 03ordinria azul-clara desenhava-lhe
perfeitamente com encantadora 04simplicidade o porte esbelto e a cintura delicada, e
desdobrando-se-05lhe em roda em amplas ondulaes parecia uma nuvem, do seio da 06qual
se erguia a cantora como Vnus nascendo da espuma do mar, ou 07como um anjo surgindo
dentre brumas vaporosas. (...) 08Entretanto, abre-se sutilmente a cortina de cassa de uma
dasportas 09interiores, e uma nova personagem penetra no salo. Era tambm uma
10formosa dama ainda no vio da mocidade, bonita, bem feita e elegante. 11(...) Mas com
todo esse luxo e donaire de grande senhora nem por isso 12sua beleza deixava de ficar
algum tanto eclipsada em presena das 13formas puras e corretas, da nobre singeleza (...) da
cantora. Todavia 14Malvina era linda, encantadora mesmo, e posto que vaidosa de sua
15formosura e alta posio, transluzia-lhe nos grandes e meigos olhos 16azuis toda a nativa
bondade de seu corao.
Bernardo Guimares
Obs.: donaire = graa no manejo do corpo, no andar; distino.
Assinale a alternativa que apresenta significativo trao do estilo romntico comprovado com
passagem do texto.
a) A conteno emotiva, que caracteriza a descrio panormica, aliada ao uso de clich da
tradio mitolgica: Vnus nascendo da espuma do mar (ref. 06).
b) A associao de caractersticas da figura feminina a imagens fluidas e volteis nuvem,
espuma do mar, brumas vaporosas (ref. 05, 06 e 07) , criando atmosfera de envolvente
devaneio.
c) O contraste que se estabelece entre matria e esprito: a idealizao do esplendor
fsico da mulher aristocrtica, em oposio frivolidade de seu carter (vaidosa de sua
formosura e alta posio, ref. 14 e 15).
d) A opo pela prosa descritiva permite as divagaes egocntricas (emamplas ondulaes
parecia uma nuvem, ref. 05), em detrimento de um registro de aspectos do mundo social.
e) A descrio pormenorizada e crtica de um universo feminino, caracterizado por
personagens que se deixam dominar pelos instintos e valores materialistas da sociedade
burguesa: os requintes da beleza fsica, por exemplo (formosa dama... bonita, bem feita e
elegante, ref. 10).
Questo 30)
TEXTO I
Alm, muito alm daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lbios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da grana, e
mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati no era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu
hlito perfumado.
Mais rpida que a cora selvagem, a morena virgem corria o serto e as matas do Ipu, onde
campeava sua guerreira tribo, da grande nao tabajara. O p grcil e nu, mal roando,
alisava apenas a verde pelcia que vestia a terra com as primeiras guas.
Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra
da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da accia silvestre esparziam
flores sobre os midos cabelos. Escondidos na folhagem os pssaros ameigavam o canto.
(ALENCAR, Jos de. Iracema. So Paulo: tica, 1994, cap 2.)
TEXTO II
(Iracema voou)
Iracema voou
Para a Amrica
Leva roupa de l
E anda lpida
V um filme de quando em vez
No domina o idiomaingls
Lava cho numa casa de ch
Tem sado ao luar
Com um mmico
Ambiciona estudar
Canto lrico
No d mole pra polcia
Se puder, vai ficando por l
Tem saudades do Cear
Mas no muita
Uns dias, afoita,
Me liga a cobrar:
Iracema da Amrica.
(HOLANDA, F. Buarque. As cidades. Rio de Janeiro: BMG, 1998.)
A respeito do Romantismo na literatura brasileira, assinale a afirmativa correta.
a) Alencar utiliza-se de vocabulrio erudito e castio, argumentando literariamente em
defesa da permanncia da lngua portuguesa tal como falada em Portugal, tema que ser
retomado pelos modernistas.
b) O trao ufanista do Romantismo impede que suas obras contribuam para uma reflexo
sobre o que seja o Brasil, resultando estril seu projeto nacionalista.
c) O tema do ndio comea a ser tratado na literatura brasileira a partir do Romantismo, sc.
XIX, at ento somente a geografia e as riquezas naturais interessavam aos escritores que
aqui produziam.
d) O tema da terra e do regional na perspectiva socioeconmica, prpria do Romantismo,
b)
c)
d)
e)
Questo 33)
No poema O Navio Negreiro, Castro Alves expe a sua indignao diante da situao do
negro-escravo e essa obra uma das muitas manifestaes poticas que, ao longo da nossa
Literatura e desde o Barroco at nossos dias tiveram um apelo centrado no(a):
a) engajamento nas lutas classistas operrias
b) revolta contra o colonizador portugus
c) comprometimento com a problemtica social
d) indignao com o desgoverno e a impunidade
e) irreverncia diante do descomprometimento social
Questo 34)
TEXTO
Leia o trecho do romance Senhora, de Jos de Alencar, em que Aurlia fala com Seixas, e
responda.
Mas o senhor no me abandonou pelo amor de Adelaide e sim por seu dote, um mesquinho
dote de trinta contos! Eis o que no tinha o direito de fazer, e que jamais lhe podia perdoar!
Desprezasse-me embora, mas no descesse da altura em que o havia colocado dentro de
minha alma. Eu tinha um dolo; o senhor abateu-o de seu pedestal, eatirou-o no p. Essa
degradao do homem a quem eu adorava, eis o seu crime; a sociedade no tem leis para
puni-lo, mas h um remorso para ele. No se assassina assim um corao que Deus criou
para amar, incutindo-lhe a descrena e o dio.
No trecho, observa-se uma crtica sociedade burguesa do sculo XIX, no que se refere
a) infidelidade das esposas.
b) supervalorizao do trabalho.
c) s unies por dinheiro e no por amor.
d) ao conformismo da classe operria.
e) falta de ambio dos homens.
Questo 35)
Leia os versos a seguir.
minha amante, minha doce virgem,
Eu no te profanei, e dormes pura:
No sono do mistrio, qual na vida,
Podes sonhar apenas na ventura.
Associe o movimento literrio caracterstica literria, considerando-os em relao aos
versos lidos.
I. Arcadismo
II. Romantismo
III. Modernismo
a. subjetivismo
b. idealizao da mulher
c. bucolismo
A associao correta est expressa em:
a) I-a.
b)
c)
d)
e)
I-c.
II-b.
II-c.
III-b.
GABARITO:
1.
C
2.
C
3.
E
4.
A
5.
E
6.
B
7.
C
8.
E
9.
D
10. E
11. E
12. B
13. B
14. C
15. D
16. VFVVF
17. D
18. A
19. B
20. E
21. C
22. B
23. FVVVV
24. A
25. E
26. E
27. C
28. A
29. B
30. E
31. C
32. D
33. C
34. C
35. C