Seminário Sobre Heresiologia Completo
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INTRODUO
A era que presenciou o advento de Jesus Cristo foi uma poca rica de religies, que iam desde o
Animismo crasso e dos rituais sexuais adoptados em grande parte do mundo, at os pantees romanos, com
seus deuses, e as misteriosas crenas dos gregos. O Judasmo cessara com suas actividades missionrias, j
que os judeus se achavam debaixo do taco de ferro do paganismo romano que lhes era adverso. Seus
escribas e rabinos haviam interpretado e reinterpretado tanto a lei de Deus e acrescentado a ela tantas
emendas que Jesus chega a dizer o seguinte, aos lderes religiosos de seus dias: "Por que transgredis vs
tambm o mandamento de Deus, por causa da vossa tradio?... E assim invalidastes a palavra de Deus,
por causa da vossa tradio". (Mt 15.3,6.).
E foi no meio desse torvelinho de filosofias humanas deterioradas e de revelao divina deturpada
que apareceu o Filho de Deus e, com seus ensinamentos e exemplo, revelou o homem divino, e com seu
poder miraculoso, sua morte vicria e sua ressurreio corprea, abriu UM CAMINHO no emaranhado de
dvidas e temores dos homens, quando levantado da terra para atrair todos a si. Acertadamente algum j
disse que o homem tem liberdade para aceitar ou rejeitar a Jesus Cristo, e a Bblia como Palavra de Deus;
tem liberdade para fazer oposio a ele e at para desafi-lo. Mas no tem liberdade para alterar a
mensagem essencial das Escrituras: a boa-nova de que Deus ama os perdidos e ama tanto que enviou ao
mundo seu Filho unignito para que todos pudssemos viver por intermdio dele.
Cristo revelou que haveria falsos profetas. O Filho de Deus no tinha dvida de que isso ocorreria.
E as heresias dos primeiros cinco sculos da era crist comprovam a veracidade de suas predies. Cristo
disse ainda que os frutos dos falsos profetas seriam visveis e que a igreja iria identific-los prontamente.
No nos esqueamos de que os frutos de uma rvore m, alm de ticos e morais, podem ser tambm
doutrinrios. Talvez uma pessoa possa ser at tica e moralmente correta, segundo os padres humanos.
Mas se der as costas a Jesus Cristo, rejeitando-o como Senhor e Salvador, o fruto dela ser ruim, e dever
ser repudiado, pois no passa de um simulacro da verdade. O apstolo Joo compreendeu bem isso quando
disse: "Eles saram de nosso meio, entretanto no eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos,
teriam permanecido connosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles dos
nossos". (1 Jo 2.19.). Ento a Bblia de facto fala de falsos cristos, falsos profetas e falsos apstolos, bem
como de "obreiros fraudulentos, transformando-se em apstolos de Cristo. E no de admirar, porque o
prprio Satans se transforma em anjo de luz. No muito, pois, que os seus prprios ministros se
transformem em ministros de justia; e o fim deles ser conforme as suas obras (2 Co 11.13-15).
Ento a perspectiva bblica com relao a esses falsos profetas e seus falsos ensinos a de que
devemos ter compaixo e amor por aqueles que foram envolvidos nos ensinos deles, mas tambm
precisamos nos opor vigorosamente s doutrinas, com o supremo objectivo de ganhar a alma do indivduo,
e no de discutir com ele. No devemos esquecer que os adeptos dessas seitas so almas pelas quais Jesus
morreu, pois "ele a propiciao pelos nossos pecados, e no somente pelos nossos prprios, mas ainda
pelos do mundo inteiro" (1 Jo 2.2).
Assim sendo, meu propsito com este opsculo despertar maior interesse entre o povo de Deus
para esse importante campo missionrio que so os adeptos das seitas, apontar as falhas de seus diversos
sistemas doutrinrios e fornecer recursos aos crentes para que saibam responder correctamente, quando
abordados por eles, e ao mesmo tempo apresentar-lhes as bases do Evangelho de Cristo, com uma forte
preocupao pela salvao deles. Outra meta deste material deixar o leitor bem familiarizado com as
restauradoras verdades do Evangelho, para que ele possa enxergar a maravilhosa herana que temos na f
crist e se sinta inspirado a viver para o Salvador e a testemunhar dele de modo eficaz.
Osias 4.6
Como identificar uma heresia?
No muito difcil identificar uma heresia. Existem alguns aspectos bsicos que observados,
mostraro a moderna estratgia do diabo que a conquista das mentes. A batalha encetada no momento em
todo o mundo uma batalha mental, onde as falsas ideologias, filosofias e crnas subestimam a Palavra de
Deus.
1. Unilateralidade de apreciao doutrinria.
Em muitos casos a heresia caracterizada pelo facto de "escolher" uma doutrina para nela
descarregar suas mentiras, em detrimento das outras. Por exemplo:
Olha-se mais para a divindade de Cristo, abandonando-se a sua humanidade ou vice-versa.
Jo 1.1; 10. 30; Fp 2.5-11; Cl 2.9
D-se nfase a unidade de Deus e se obscurece a Doutrina da Trindade. Gn 1.1; Dt 6.4; Mt
28.19; 1 Co 12.4-6.
H mais preocupao com o corpo do homem e esquece-se de sua alma ou do seu espirito.
Jo 4.24; 1 Ts 5.23;
Rejeita-se a divindade e a personalidade do Esprito Santo, rebaixando-O ao simples papel
de fora activa. J 33.4; Jo 14.16; 16.13; At 5.3; Ap 2.11.
2. Contradio com os factos.
Histrias e doutrinas baseadas em factos que nao fornecem base para tal; incredulidade para com
ensinamentos baseados em factos reais, bblicos ou com razes bblicas. Infelizmente bons cristos tm sido
enganados por coisas desta natureza.
3. Incoerncia lgica.
Nada impede que o bom senso e a razo sejam usados em matria da F. A maioria das heresias no
resiste a um confronto lgico com a histria, cincia, Bblia ou com a religio propriamente dita.
Caractersticas das seitas.
Apresentam novas "revelaes", Gl 1.6-9
Apresentam novas interpretaes da Bblia, 2 Pd 1.19-21;
Apresentam um outro Jesus, 1 Co 2.1-2;
Rejeitam o Cristianismo Ortodoxo, Rm 12.1-2;
Possuem uma liderana muito forte, dominante, Fp 2.3;
Mudam constantemente sua teologia, Mc 13.31; Lc 21.33;
Apresentam falsas profecias, 1 Jo 4.1-3;
Garantem salvao pelas obras, Ef 2.8-9;
Possuem um conceito elevado de fraternidade restrito a prpria seita, Hb 13.1;
A base escriturstica em algumas seitas a Bblia e as "doutrinas" do fundador, 2 Tm 3.16; Hb 4.12;
Acentuado esprito proselitista, Mc 9.38-40;
Presena dos lderes carismticos, novos profetas ou gurus (guia ou lder espiritual que a sua volta
congrega seguidores, as vezes fanticos), 1 Tm 4.1-3.
Como identificar as seitas?
Alm de conhecer as suas caractersticas, as seitas tambm podem sem identificadas pelos seus
argumentos extrabblicos e antibblicos.
Argumento extrabblico: que no tem base bblica;
Argumento antibblico: aquele que fere, torce, subtrai, acrescenta ou choca com as
verdades da Palavra de Deus.
Existem muitos crentes sinceros que esto verdadeiramente confundidos com essa doutrina errnea.
Porm, a Bblia ensina claramente a Trindade e apresenta o Pai, o Filho e o Esprito Santo como Pessoas
coexistentes, mas distintas. Observe os seguintes exemplos:
a. O Pai d testemunho do Filho como um Ser existente e independente (Mt 3.17);
b. O Pai d testemunho de si mesmo (Ex 20.2);
c. O Pai d testemunho do Esprito (Zc 4.6);
d. O Filho d testemunho do Pai (Jo 14.12);
e. O Filho d testemunho de si mesmo (Jo 14.16);
f. O Filho d testemunho do Esprito Santo (Jo 16.13,14);
g. O Esprito Santo d testemunho do Pai (Hb 3.7-11);
h. O Esprito Santo d testemunho do Filho (Jo 16.14,15);
i. O Esprito Santo nunca d testemunho de si mesmo (Jo 16.13).
O grfico seguinte h de explicar melhor a doutrina bblica da Trindade, em contraposio
doutrina esposada pelo movimento denominado S Jesus ou Nova Luz ou ainda, pelos Unicistas.
O PAI
Devemos perceber que a posio correcta acerca de Deus, pelas Escrituras Sagradas, a que
considera um Deus pessoal tanto imanente quanto transcendente, que existe nas Trs Pessoas
distintas da Trindade.
Pantesmo: a crna de que Deus est em todas as coisas e todas as coisas so Deus. Confundindo
Criador com criao (negao da transcendncia).
Politesmo: Crna na existncia de vrios deuses. Para o pantesmo tudo deus, para o politesmo h
muitos deuses. Basicamente, as duas crnas se misturam.
Animismo: uma das caractersticas do pensamento primitivo, que consiste em atribuir a todos os seres da
natureza uma ou vrias almas. Segundo Edward Burnett Taylor (1832-1917) e tambm toda a doutrina de
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ndole espiritualista, em oposio ao materialismo. Esta teoria considera a alma a causa primria de todos
os factos (1 Ts 5.23).
Humanismo: E a filosofia que busca separar o homem e todo o seu relacionamento, da ideia de Deus. O
homem, nessa filosofia, o centro de todas as coisas, o centro do universo e da preocupao filosfica. O
surto se verificou no fim do sculo XIV. Marx o fundador do humanismo comunista (Jr 17.9).
Liberalismo: a liberdade mental sem reservas. Esse sistema afirma que o homem em si mesmo bom,
puro e justo. No h inferno literal. O nosso futuro incerto, a Bblia falvel e Deus um Pai universal,
de todos, logo, por criao somos todos seus filhos, tendo nossa felicidade garantida (Jo 1.11-12; 14.6; Gl
5.13; 1 Pd 2.16).
Materialismo: Afirma que a filosofia deve explicar os fenmenos no por meio de mitos religiosos, mas
pela observao da prpria realidade. Segundo essa filosofia, a alma faz parte da natureza e obedece as
mesmas leis que regem seu movimento e o homem matria, como todas as demais coisas (Gn 2.7; Ez
37.1-10; Mt 6.11,19-21,33-34).
Positivismo: Doutrina filosfica pregada por Auguste Comte (1798-1857) que foi inspirado a criar uma
religio da humanidade. Em 1848 fundou a Sociedade Positivista, da qual se originou a Igreja Positivista.
O positivismo religioso ensina que nada h de sobrenatural ou transcendente. Suas crenas so todas
baseadas na cincia, com culto, templos e prticas litrgicas. o culto das coisas criadas em lugar do
Criador (1 Co 2.6-16; 2 Co 12.2-4).
Racionalismo: A expresso racionalismo deriva-se do substantivo razo e como indica o prprio termo, a
filosofia que sustenta a primazia da razo, da capacidade de pensar. Considera a razo como a essncia do
real, tanto natural quanto histrico. Ensina que no se pode crer naquilo que a razo desconhece ou no
pode esquadrinhar (Rm 1.17; 14.23; 2 Co 5.7; Hb 11.6).
Evolucionismo: O evolucionismo uma filosofia cientfica que ensina que o Cosmos desenvolveu-se por
si mesmo, do nada, bem como o homem e os animais que existem por desenvolvimento do imperfeito at
chegar ao presente estado avanado. Tudo por meio de suas prprias forcas. preciso mais f para crer nas
hipteses da evoluo, do que para crer nos ensinamentos da Bblia, isto , que foi Deus quem criou todas
as coisas (Gn 1.1,21,24-25).
Existem ainda tantas outras teorias que por razo de espao no sero abordadas aqui. Mas convido-lhe a se
aprofundar neste assunto, pesquisando tambm sobre Ascetismo, Ceticismo, Dualismo, Ecletismo,
Empirismo, Epicurismo, Estoicismo, Esoterismo, Espiritualismo, Monismo, Pietismo, Universalismo,
Unitarismo, e tantas outras correntes que achar necessrio.
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CONCLUSO
As heresias so um mal que esto devorando a Igreja de Cristo, destruindo a essncia do verdadeiro
Evangelho. Se ele no for extirpado agora as consequncias sero catastrficas.
As seitas constituem um desafio para que a Igreja afirme mais uma vez os grandes princpios e
fundamentos do Evangelho de Cristo, tornando-os relevantes para a atual gerao. No h dvida de que o
rumo geral que as religies esto tomando hoje em dia o do sincretismo, isto , de uma homogeneizao
das crenas.
H pessoas que esto sempre tentando convencer-nos, por meio de livros, artigos de revistas e
jornais, de pronunciamentos em conclios e congressos ecumnicos, que "devemos dar menos valor s
questes que nos separam e mais nfase quelas que temos em comum uns com os outros, e que actuam
como elos de ligao entre ns e eles". Estamos de acordo com a sugesto desde que aquilo que nos une a
outros seja uma firme base doutrinria, uma verdade moral e tica, e que essa unidade de que se fala seja a
unio verdadeira do corpo de Cristo. Mas, se como querem alguns, esse factor de ligao se ampliar mais,
para incluir tambm aqueles que no se acham em harmonia com os princpios essenciais do Cristianismo,
ento temos de nos opor decisivamente idia.
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BIBLIOGRAFIA
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Deus no Brasil, Grfica Lex Ltda., 1 Edio-Ago/2010
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Bblia de Estudo Almeida, Verso ARA, SBB/1999
Bblia de Estudo Plenitude, Verso ARC, SBB
Bblia de Estudo Pentecostal Verso ARA, SBB
Dicionrios
Dicionrio Eletrnico Houaiss da Lngua Portuguesa, verso 2.0a, Abril 2007
Dicionrio Integral da Lngua Portuguesa, Texto Editores, Luanda/2012
Livros
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MARTIN, Walter. O Imprio das Seitas Vol II. Editora Betnia, MG/Brasil 1992
OLIVEIRA, Raimundo. Seitas e Heresias, Um Sinal do Fim dos Tempos. CPAD, 23 edio,
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GRENZA, Stanley, J. Ps-Modernismo Um guia para entender a Filosofia do Nosso Tempo,
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