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o Cortico

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AULA - O CORTIO

obra, ele retorna ao Rio de Janeiro, onde, com ajuda de


amigos influentes, consegue o cargo de oficial-maior da
Secretaria de Negcios do Estado do Rio de Janeiro.
Em 1895, entra na carreira diplomtica e deixa de
escrever.

TEORIA
O Cortio (1890), de Alusio Azevedo, a obra
mais bem acabada do Naturalismo brasileiro. Nela, o
autor se atece a sequncia de descries muito
precisas, em que cenas coletivas e tipos
psicologicamente primrios fazem, no conjunto, do
cortio a personagem mais convincente do nosso
romance naturalista.

2.2 Sua Obra


A obra de Alusio de Azevedo composta de
romances realistas/natrualistas e romnticos, alm de
contos e peas teatrais. No entanto, a parte mais
significativa de sua obra a produo naturalista, em
que o autor mostra sua maestria. Neste tipo de
produo, o autor apresenta as caractersticas comuns
de um autor do naturalismo (j citadas anteriormente).
Vale destacar, tambm, o fato de que o autor no
buscava atenuar as situaes degradantes, feias,
pervertidas, por meio de palavras mais suaves e
eufemismos. Pelo contrrio, ele, de fato, choca o leitor
mostrando em muitos casos frieza frente a situaes,
narrando-as como se fossem algo normal de se ver.

1 O NATURALISMO
1.1 Breve Histrico
Em meados do sculo XIX, inicia-se na Europa
a disseminao das idias do Socialismo Cientfico,
aps a publicao do Manifesto Comunista de Karl
Marx. Alm disso, a Segunda Revoluo Industrial j
estava acontecendo. No entanto, o desenvolvimento
tecnolgico
no
era
acompanhado
de
um
desenvolvimento social. Isso, juntamente com as vrias
correntes cientficas (Positivismo, Determinismo,
Darwinismo) contribuiram para o pensamento dos
escritores Realistas.
No Brasil, como esperado, essas ideias s
vingam mais tarde, no final do sculo XIX, quando
principia-se o Movimento Abolicionista e o Republicano.

3 A OBRA
3.1 Dados
A obra se trata de um romance naturalista
escrito em 1890. considerado um romance
experimental pelo fato de o ser humano ser uma
experincia, um caso a ser analisado.

1.2 Principais Caractersticas


O Naturalismo existiu praticamente em paralelo
ao Realismo. Dessa forma, os dois movimentos tendem
a ter caractersticas bem parecidas. No entanto, o
enfoque diferente. Podemos citar como principais
caractersticas:

3.2 Personagens
As principais bpersonagens do Romance so:
Joo Romo (vendeiro), Bertoleza, Miranda, Dona
Estela, Zulmira, Pombinha, Jernimo, Piedade e Rita
Baiana. Considera-se o prprio cortio como sendo um
organismo vivo e, portanto, o protagonista da histria.

Linguagem simples;
Preocupao com mincias, descritivismo;
Impessoalidade;
Objetivismo cientfico;
Determinismo;
Temas de patologia social;
Despreocupao com a moral;
Literatura engajada;

3.3 Espao e Tempo


O Romance se passa no Rio de Janeiro, no
final do sculo XIX. Os principais cenrios so todos
localizados ao redor do Cortio de Joo Romo (que
fica localizado no bairro do Botafogo): O Cortio, a
venda de Joo Romo, a pedreira e a casa do Miranda.
O Tempo da narrativa cronolgico, com a presena de
alguns flashbacks e digresses.

2 ALUSIO AZEVEDO

3.4 Narrador

2.1 Breve Biografia

O narrador do romance de terceira pessoa


onisciente. Esse tipo de foco narrativo um artifcio
muito utilizado pela escola literria para garantir uma
narrativa mais objetiva e fazer uma denncia de forma
isenta e impessoal. Alm disso, a oniscincia do
narrador permite-o analisar os sentimentos e as
motivaes das pessoas e, dessa forma, estudar a
situao (uma patologia social, por exemplo).

O autor da obra O Cortio, Alusio Azvedo (1857


1913), foi um dos principais expoentes da literatura
naturalista brasileira. Nasceu em So Lus. Em 1876,
se transferiu para o Rio de Janeiro, onde prossegue os
estudos na Academia Imperial de Belas-Artes. Com o
falecimento do pai em 1879, ele retorna ao Maranho e,
para sustentar a famlia, ingressa na carreira literria,
com a publicao do romance Uma Lgrima de Mulher.
Em 1881, d incio ao Naturalismo com a publicao de
O Mulato, que choca a sociedade pela forma que
desenvolve a narrativa. Nesta obra, ele j se mostra um
grande abolicionista. Devido m repercusso de sua

3.5 Resumo do Enredo


No incio do livro, narrado como foi a trajetria
do protagonista, Joo Romo, para acumular dinheiro.
Para isso, ele explora seus empregados, pratica
1

irregularidades, vive uma vida avarenta (economizando


sempre que possvel) e tudo o que necessrio para
atingir a riqueza. Ele possue uma venda, um corio e
uma pedreira, de onde vinha sua receita. Ele possue
uma amante, Bertoleza, escrava fugitiva que pensa que
o amado havia pagado sua alforria (mas na verdade a
enganara para ficar com o dinheiro). Ela ajuda-o,
sempre trabalhando bastante e, tambm, levando uma
vida de conteno de gastos.
Joo Romo tem um vizinho, o Miranda, que
um comerciante rico. Miranda cria uma inimizade com o
vizinho por querer um pedao de terra para fazer um
quintal, o que foi prontamente recusado. Joo Romo,
por sua vez, tinha inveja do Miranda por este ter uma
condio social elevada. Quando o Miranda consegue o
ttulo de baro, o vizinho o inveja mais ainda e deseja
obter o mesmo status e percebe que seria necessrio
gastar o dinheiro se quizesse isso (no apenas juntlo).
O cortio de Joo Romo era um ambiente
muito precrio, dessa forma, os seus moradores eram
todos pessoas de classe social baixa. Entre eles,
destacam-se Jernimo e Piedade (dois portugueses) e
Rita Baiana e Firmo (dois brasileiros). Jernimo um
portugus trabalhador e honesto, um exmplo de
pessoa. No entanto, se perde ao cair nas graas de
Rita Baiana, mostrando como o determinismo age.
Alm disso, vale destacar Pombinha, que era uma das
moradroas do cortio que tinha tudo para ter uma vida
boa, porm, ela acaba se tornando prostituta.
A relao entre Miranda e Joo Romo acaba
melhorando aps aquele receber o ttulo de baro e,
assim, passar a ter certa superioridade sobre o seu
rival. Este, para no ficar para trs, comeara a querer
mudar de vida e se parecer mais com o vizinho.
Portanto, comeara a realizar mudanas em sua casa,
na venda e at mesmo no cortio, que passa a se
chama Vila Joo Romo. Como os dois estavam mais
ou menos na mesma classe social agora, podiam ser
mais amigos.
Joo Romo decide pedir a mo da filha do
Miranda em casamento, e este aceita prontamente.
(Observa-se o jogo de interesses da sociedade da
poca). No entanto, havia um problema: Bertoleza. A
negra amante do vendeiro iria atrapalhar, certamente.
De fato, o que acontece. Ela percebe que seu homem
estava querendo se separar dela e logo comea a lhe
fazer vrias exigncias (tambm queria melhorar de
vida e usufruir da riqueza do marido). Em um golpe
final, Joo Romo denuncia Bertoleza como uma
escrava foragida. Quando ela est prestes a ser
capturada, ela se mata com uma faca que estava
usando para cortar um peixe. Joo Romo fica, ento,
livre para se casar com a filha do Miranda e,
ironicamente, ainda recebe um diploma de scio
benemrito de uma comisso de abolicionistas.

3.6 Resumo Estendido


O Resumo Estendido apresenta um resumo
de cada captulo da obra.
CAP I Joo Romo era um homem pobre que se
enriqueceu economizando dinheiro do pequeno salrio

que ganhava em uma venda e devido ao dono desta


venda ter partido para Portugal e lhe deixado o
estabelecimento. Ele conheceu uma escrava,
Bertoleza, que trabalhava para um senhor prximo
sua casa. Foi tornando-se amigo dela e, quando o
senhor morreu, tomou-a para si, incluindo seu dinheiro
que havia economizado para a alforria. Joo Romo
finge que lhe comprara a alforria, mas na verdade
apenas rabiscou em um pedao de papel e entregoulhe dizendo que era a carta de alforria. Bertoleza
representava agora ao lado de Joo Romo o papel
trplice de caixeiro, de criada e de amante.
Os dois trabalhavam muito e gastavam pouco.
Com isso, Joo conseguiu ir comprando terras nos
fundos de sua venda e, com material roubado da
pedreira ao lado, construa casebres que originaria o
seu cortio futuro.
Na mesma poca, um sobrado ao lado foi
vendido ao Miranda, um comerciante portugus que se
mudara sobre o pretexto de no se adaptar muito bem
ao centro da cidade (sendo que, na verdade, o objetivo
era afastar sua mulher, Dona Estela, dos seus
amantes). Ele e sua mulher se odiavam. A filha,
Zulmira, s os fez se odiarem mais. No a amavam.
Tinham relaes ainda, apesar do desprezo mtuo.
Um dia, Miranda ofereceu a Joo Romo
dinheiro por um pedao de sua terra, para que ele
pudesse fazer um quintal no seu sobrado. Joo Romo
no quis ceder, e ainda lhe ofereceu dinheiro por parte
do terreno dele. Ningum cedeu nada. Ficaram inimigos
desde ento. Joo Romo tinha um plano: a criao e
uma estalagem em ponto enorme, uma estalagem
monstro, sem exemplo, destinada a matar toda aquela
miualha de cortios que alastravam por Botafogo.
Joo Romo, por fim construiu o cortio,
ampliou a venda a um verdadeiro mercado, a quitanda
a quase um restaurante e comprou a pedreira. Criou,
tambm, um local para lavadeiras lavarem suas roupas
(a um certo valor pago). Tanto o cortio quanto as tinas
para lavar eram bastante disputadas. Miranda ficou
irado devido ao barulho vindo das instalaes e pela
desvalorizao de seu sobrado. E naquela terra
encharcada e fumegante, naquela umidade quente e
lodosa, comeou a minhocar, a esfervilhar, a crescer,
um mundo, uma coisa viva, uma gerao, que parecia
brotar espontnea, ali mesmo, daquele lameiro, e
multiplicar-so como larvas no esterco.
II Miranda, alm de detestar o cortio, sentia inveja de
Joo Romo e de seu sucesso. No podia chegar
janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e
sensual, que o embebedava com o seu fartum de
bestas no coito. Miranda resolve por comprar um ttulo
de nobreza, para restituir sentido a sua vida. O narrador
descreve Zulmira: tinha doze para treze anos e era o
tipo acabado da fluminense: plida, magrinha, com
pequeninas manchas roxas nas mucosas do nariz, das
plpebras e dos lbios, .... Henrique, o filho de um
grande cliente de Miranda vem para o Rio completar
seus estudos e fica hospedada na casa dele no
Botafogo. Na casa, havia um escravo, Valentim, de
quem a me gostava mais do que a prpria filha. Esta
sentia cimes.

ETEC FRANCISCO MORATO

Morava, tambm, com eles Botelho, um velho


parasita que trabalhara com Miranda e agora era intil e
se aproveitava da boa vida que tinha na casa. Botelho
sentia raiva do Brasil, pois, na sua opinio, s tinha
uma serventia: enriquecer os portugueses, e que, no
entanto, o deixara, a ele, na penria. A vida era
amargurada e ele odiava tudo e todos. Gostava, porm,
dos militares. Um dio particular, tinha por Valentim. S
no demonstrava mais para agradar a Dona Estela. Ele
convivia bem com os Dona Estela e Miranda, sendo
amigo dos dois ouvindo seus lamrios. Uma mulher
naquelas condies (...) representa nada menos que o
capital, e um capital em caso nenhum a gente
despreza!. Desgraadamente para ns, mulheres de
sociedade, no podemos viver sem esposo, quando
somos casadas; de forma que tenho de aturar o que me
caiu em sorte, quer goste dele quer no goste!. Um
dia, ele pegou Henrique e Dona Estela tendo relaes e
prometeu no dizer nada.

enfermia e nervosa ao ltimo ponto; loura, muito


plida, com uns modos de menina de boa famlia. (...)
Tinha o seu noivo, o Joo da Costa, moo do comrcio,
estimado do patro e dos colegas, com muito futuro, e
que a adorava e conhecia desde pequenita. Como
Pombinha ainda no era mulher (no havia
menstruado ainda) D. Isabel no consentia, ainda, o
casamento mas queria muito que isso acontecesse,
assim como o pessoal do cortio, que sempre a
perguntava se j havia vindo (a menstruao).
Fechava a fila das primeiras lavadeiras, o
Albino, um sujeito afeminado, fraco, cor de espargo
cozido e com um cabelinho castanho, deslavado e
pobre que lhe caa, numa s linha at ao pescocinho
mole e fino. Era lavadeiro e vivia sempre entre as
mulheres.
O Delporto, o Pompeo, o Francesco e o Anra
eram mascates. As lavadeiras falam de Rita Baiana
que tambm era lavadeira e que havia se metido em
uma folia com o Firmo sem ter dado conta das roupas.
Descrio de um dia no cortio, na venda, no
restaurante, etc.

III Eram cinco horas da manh e o cortio acordava,


abrindo, no os olhos, mas a sua infinidade de portas e
janelas alinhadas. A primeira que se ps a lavar foi a
Leandra, por alcunha a Machona, portuguesa feroz,
berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal
do campo. Tinha duas filhas, uma casada e separada
do marido, Ana das Dores (...), das Dores, e outra
donzela ainda, a Nenen, e mais um filho, o Agostinho,
menino levado dos diabos, que gritava tanto ou melhor
que a me.
Ao lado da Leandra foi colocar-se tina a
Augusta Carne-Mole, brasileira, branca, mulher de
Alexandre, um mulato de quarenta anos, soldado de
polcia, pernstico, de grande bigode preto, queixo
sempre escanhoado e um luxo de calas brancas
engomadas e botes limpos na farda, quando estava
de servio. Tambm tinham filhos, mas ainda pequenos,
um dos quais, a Juju, vivia na cidade com a madrinha
que se encarregava dela. Esta madrinha era uma
cocote (prostituta) de trinta mil-ris pra cima, a Lonie,
com sobrado na cidade. Alexandre era honesto
...honestidade sem mrito, porque vinha da indolncia
do seu temperamento e no do arbtrio do seu carter.
Junto dela ps-se a trabalhar a Leocdia,
mulher de um ferreiro chamado Bruno, portuguesa
pequena e socada, de carnes duras, com fama terrvel
de leviana entre as suas vizinhas. Seguia-se Paula,
uma cabocla velha, meio idiota, a quem respeitavam
todos pelas virtudes que s ela dispunha para benzer
erisipelas e cortar febres por meio de rezas e feitiarias.
Era extremamente feia, grossa, triste, com olhos
desvirados, (...). Chamavam-lhe Bruxa. Depois
seguiam-se a Marciana e mais a sua filha Florinda. A
primeira mulata antiga, muito sria e asseada em
exagero: a sua casa estava sempre mida das
consecutivas lavagens. (...) A bonitos dentes, olhos
luxuriosos de macaca. Toda ela estava a pedir homem,
mas sustentava ainda a sua virgindade e no cedia,
nem mo de Deus Padre, aos rogos de Joo Romo,
que a desejava apanhar a troco de pequenas
concesses....
Fala-se de Dona Isabel, que j tivera posses,
antes de o marido suicidar-se. A filha era a flor do
cortio. Chamavam-lhe Pombinha. Bonita, posto que

IV Jernimo vai venda de Joo Romo para


trabalhar em sua pedreira. Ele pede um salrio alto,
70mil ris, que Joo no quer pagar. Mas, depois que
aquele analisa a pedreira e diz-lhe vrias coisas que
deveria mudar para ganhar mais dinheiro, este acaba
aceitando o salrio sabendo que o homem se
mudaria para o cortio e compraria em sua venda.
V Jernimo e sua mulher, Piedade, se instalam no
cortio. Sua situao era melhor que a dos demais
moradores, que comentaram isso quando chegaram.
Jernimo viera de Portugal para o Brasil trabalhar nas
lavouras, mas, no dando muito certo, mudou-se para o
Rio, onde arrumou emprego em uma pedreira. Evoluiu
bastante at conseguir arrumar um bom salrio. Sua
mulher lavava roupas. Mas no foram s o seu zelo e
a sua habilidade o que o ps assim para a frente; duas
outras coisas contriburam muito para isso: a fora de
touro que o tornava respeitado e temido por todo o
pessoal dos trabalhadores, como ainda, e, talvez,
principalmente, a grande seriedade do seu carter e a
pureza austera dos seus costumes. A filha, a Marianita,
era muito bem cuidada e estudava em colgio. Logo, os
dois se tornaram muito respeitados no cortio, na
pedreira e na venda (nem se roubava deles nos pesos).
Mas ainda sentiam saudades de Portugal. E o canto
daquela guitarra estrangeira era um lamento choroso e
dolorido, eram vozes magoadas, mais tristes do que
uma orao em alto-mar...
VI O autor descreve um dia de domingo no cortio.
Rita Baiana volta para o cortio. Todos ficam felizes
com a notcia e perguntam-lhe o que ocorrera. A mulata
explica e pede pelas novidades do cortio. Pombinha
escrevia e enviava cartas para o pessoal do cortio.
VII Rita Baiana e a das Dores fizeram festas em suas
casas para seus amigos. Os italianos mascates
faziam uma festa em separado. Quase todos do cortio
compareceram (exceto Jernimo e Piedade) a uma ou
a outra. Foi um fim de tarde muito festivo, com muita
3

comida, msica (s os italianos cantavam bem) e


dana. O vizinho, Miranda, chateado com o barulho,
praguejou contra o pessoal e ameaou chamar a
polcia. O pessoal do cortio vaiou-lhe e voltou para as
festas. O velho Librio era um judeu muito avarento e
vivia de parasitar os outros. Aproveitou a festa para
comer.
Aps o trmino da festa, todos foram para o
quintal do cortio conversar. Falaram mal da famlia do
Miranda, sobretudo de D. Estela. Falaram que a filha
andava de namorado na rua. Jernimo comea a tocar
uma msica triste e todos fazem uma rodinha para
tocar essas msicas. Depois, Firmo comea a tocar um
samba mais animado e todos se voltam para danar e
se divertir. Jernimo se encanta com Rita Baiana
danando e, a partir da, sente muita atrao por ela.
VIII Jernimo fica meio aturdido devido s vises que
tem de Rita Baiana. Sua mulher acha que ele est
doente e tenta arrumar algo para ajud-lo. Ele muda
completamente seu estilo: comea a responder mal,
no gosta mais tanto da mulher, etc. Todos no cortio
se preocupam, pois gostavam do casal. Rita Baiana vai
visit-lo (ele fica bem contente). Ela receita um caf,
uma cachaa (que Jernimo no gostava) e ele aceita
tomar. Piedade fica com cime. Jernimo diz que
melhora.
Henrique ganhara um coelinho e prope a
Leocdia d-lhe o bicho se ela aceitasse ter relaes
com ele. Ela aceita. No meio do ato, o marido, Bruno,
descobre-a em tal situao Henrique foge antes que
Bruno possa-o ver. O marido trado expulsa a mulher de
casa e joga suas coisas pela janela. Leocdia tambm
joga as coisas do marido. Todos do cortio
acompanham a confuso. Por fim, Rita acompanha a
amiga para encontrar-lhe um emprego e um lugar para
ficar.
IX Jernimo, de fato, mudou bastante. Trocou os
hbitos honestos, caseiros e portugueses. ...Jernimo
abrasileirou-se. Piedade, percebendo a diferena,
comeou a se mostrar preocupada, mas j no era
mais tratada bem por seu marido. Ela, com cimes de
Rita, procurou a Bruxa para lhe ajudar a manter o
marido.
Marciana descobre que sua filha, Florinda,
estava grvida. Aps muito insistir, descobre que o pai
era o caixeiro de Joo Romo, Domingos. Todos do
cortio ficam sabendo e vo tirar satisfao com
Domingos, que no queria se casar. Aps muita
presso, Joo Romo diz que Domingos pagar o dote,
se no se casar.
Lonie visita sua comadre com sua afilhada,
Juju. Todos do cortio admiravam-na e ficam surpresos
ao ver o novo estilo de Juju estava loira. Lonie
convida Pombinha e sua me para almoarem com ela.
X Miranda d uma festa para comemorar o baronato.
Joo Romo fica com inveja do vizinho, pela primeira
vez. Por isso comea a tratar todos mal. Marciana vai
cobrar o dote de sua filha, mas o vendeiro diz que no
lhe pagar nada. Bruxa foi a nica que ficou do lado da
mulher a noite j havia diminudo a fria do pessoal.
Como a mulher insistia, ele a expulsa do cortio.
4

Marciana, fica com raiva da filha e comea a perseguila para bater nela. Ela acaba fugindo. Joo Romo
comea a pensar em se tornar algum mais refinado,
em entrar para a sociedade. O dinheiro ele tinha, mas
no o consentira, at ento, gast-lo com coisas do
tipo.
A festa na casa do Miranda continuava. O
pessoal do cortio comea uma roda de samba.
Jernimo se encanta por Rita e Firmo percebendo cada
vez mais a proximidade dos dois desafia o adversrio.
Os dois brigam, mas o desafiante fere Jeromo com uma
navalha. Devido confuso, alguns policiais tentam
invadir o cortio. Joo Romo diz a todos para se
mobilizarem para no deix-los entrar se recusavam
a isso, pois eles sempre depredavam o patrimnio
deles. Criaram barricadas e quando os guardas
tentaram entrar, foram agredidos. Quando estavam
quase sendo expulsos, ouviu-se um grito havia um
incndio no cortio. Todos deixam seus postos para
salvar seus bens. Com isso, a polcia consegue entrar e
se vinga dos amotinados.
XI A Bruxa, por influncia sugestiva da loucura de
Marciana, piorou do juzo e tentou incendiar o cortio.
Ningum descobre o responsvel pelo incndio. Joo
Romo, j calculando os prejuzos, vai polcia
acompanhado de grande parte do pessoal do cortio.
Todos tentam falar ao mesmo tempo e ningum
entende nada querendo acusar os policiais. Por fim,
nada aconteceu.
Pombinha no se sentia bem. O passeio casa
de Lonie no lhe fizera bem. Lonie tentara ter
relaes com ela. Apesar dos esquivos da menina, ela
a cocote insistira. Nesse dia, ela sentia dores uterinas
fortes. Resolve dar um passeio no capinzal e, ao deitarse, delira em um sonho metafrico da borboleta e a
rosa. Por fim, a menstruao vem.
XII Dona Isabel comemora a vinda da menstruao
da filha. Ela d uma festa no cortio para todos. Todo o
cortio fica feliz pela novidade.
Bruno pede que Pombinha escreva uma carta a
Leocdia. Ele diz que sente falta e pede que ela volte.
Pombinha filosofa sobre como o homem dependente
da mulher e no o contrrio. Com isso, chega
concluso de que no amava seu noivo. Ah! No o
amaria decerto, porque o Costa era como os outros,
passivo e resignado, aceitando a existncia que lhe
impunham as circunstncias, sem ideais prprios, sem
temeridades de revolta, sem atrevimentos de ambio,
sem vcios trgicos, sem capacidade para grandes
crimes; era mais um animal que viera ao mundo para
propagar a espcie.... Chega o dia do casamento e
todos lhe desejam felicidade.
XIII Surge na mesma rua um novo cortio: o Cabeade-Gato. Com medo da concorrncia, Joo Romo
comea a criar um clima de rivalidade dentro do seu
cortio. Logo, as pessoas dos dois cortios se tornam
rivais. ...os habitantes do Cabea-de-Gato tomaram
por alcunha o ttulo do seu cortio, e os de So
Romo, tirando o nome do peixe que a Bertoleza mais
vendia porta da taverna, foram batizados de
Carapicus. Firmo e Porfiro foram morar no Cabea-

ETEC FRANCISCO MORATO

de-Gato. Como Joo Romo viu que o cortio novo no


prejudicava seus negcios, deixou isso de lado e voltou
sua preocupao principal: o Miranda.
Joo Romo comea a mudar seus hbitos:
usava boas roupas, fazia passeios, ia ao teatro, comia
e bebia coisas caras, parou de trabalhar na venda, etc.
O Miranda olhava-lhe de outra forma j. O Botelho
tambm. Este at disse-lhe que o ajudaria a conseguir
a mo de Zulmira, a filha do Miranda a troco de 20
contos de ris. O vendeiro tentou negociar, mas por fim
pagou. O Botelho conseguiu Joo logo foi convidado
para um jantar na casa do Miranda.
Joo estava bastante confiante, mas havia um
problema: Bertoleza. Pensou em vrias formas de se
livrar da negra, mas nada de muito til.

XIX Comearam-se as reformas no cortio. Bertoleza


sente-se muito rejeitada pelo amigo que no lhe dava
mais carinho. Botelho diz a Joo Romo que pea a
mo de Zulmira em casamento estava na hora. Rita e
Joo mudaram-se, este de emprego tambm. Eles
gastaram muito para comprar coisas novas e para
manter seus luxos. Piedade ficou ruim: desleixou-se no
trabalho e passou a beber. A filha comeou a visitar a
me nos fins de semana e o pessoal do cortio
comeou a gostar dela. ...porque em toda aquela gente
havia uma necessidade moral de eleger para mimosa
da sua ternura um entezinho delicado e superior, a que
eles privilegiavam respeitosamente, como sditos a um
prncipe. Crismaram-na logo com o cognome de
Senhorinha. Jernimo, a princpio, no queria que a
filha fosse visitar o cortio, mas, por fim, consentiu, por
ser a nica coisa que Piedade havia.
Chegou uma conta atrasada do colgio,
ameaando expulsar a menina. Piedade vai ter com
Jernimo. Este estava envergonhado e, chorando,
disse que iria pagar. Tratou-a muito bem. No pagou e
a menina foi expulsa. Piedade foi novamente ter com o
ex-marido, mas, dessa vez, foi mal-tratada. Saiu com a
filha da casa sem conseguir que Jernimo pagasse a
dvida.

XIV Rita est cada vez mais afastada de Firmo. A


situao agrava quando, um dia, ela no vai ao
encontro firmado por eles. Firmo descobre que
Jernimo havia sado do hospital. Jernimo contrata
alguns homens para dar uma lio em Firmo.
XV Pataca, um dos amigos contratado por Jernimo,
encontra Florinda no bar onde encontrariam Firmo. Ela
diz que estivera este tempo todo amigada a pessoas
diferentes. Estava bem, por hora. Quando Firmo sai,
Pataca o conduz a um local, dizendo que Rita estava
de graa com outra pessoa. Nesse lugar, os trs
matam-no.
Depois, Jernimo volta pra casa, mas no
queria ver Piedade. Logo, ele vai para a casa de Rita.
Ele diz que matara Firmo e ela estava livre. Chama-a
para fugir com ele. Ela no queria, por pena de
Piedade, aceita, porm, quando o homem diz que
deixaria a mulher de qualquer jeito. Eles tm relaes.

XX O cortio cresceu bastante. Agora, j havia dois


andares de cmodos para alugar. A casa de Albino era
de longe a mais arrumada entre as do cortio. Bruno
vivia muito bem com a mulher, Leocdia. Esta ainda o
traa, mas o fazia sem ningum perceber. Augusta
defendia Leocdia pois entendia que aquele
assanhamento por homem no era maldade dela; era
praga de algum boca do diabo que a quis e a
pobrezinha no deixou. Augusta e Alexandre tiveram
vrios filhos um atrs do outro. Pataca e Z Carlos os
cmplices de Jernimo se instalaram no cortio de
So Romo tambm.
O cortio comeara a se transformar em uma
estalagem mais digna. Pessoas de uma nova camada
social iam se instalando ali: estudantes pobres,
funcionrios pblicos subalternos, caixeiros, artistas de
teatro,
condutores
de
bondes.
Os
italianos
monopolizaram a zona esquerda do cortio e deixaramna imunda. O sobrado de Joo Romo ultrapassara o
de Miranda.
Agora ao invs de Estalagem de So Romo
lia-se Avenida So Romo. O Cabea-de-Gato
estava vencido finalmente, vencido para sempre. As
festas ao ar livre foram proibidas. Numa festa na casa
da das Dores, Piedade se embriaga de parati e acaba
danando a noite toda j havia se tornado uma
alcolatra. Joo Romo agora defendia um pouco a
moral e os bons costumes. Ao ver a humilhao de
Piedade, manda a festa acabar e todos para suas
casas. No final, Piedade acaba indo com Pataca para
sua casa. Eles tm relaes e a filha de Piedade os v.
Aps isso, a me desmaia de bbada e a filha vai
assustada acudir me.

XVI Piedade fica esperando o marido chegar, mas ele


no chegava. Ela fica a noite toda preocupada. No
outro dia, como o marido no chegara, ela comea a
perguntar a todos no cortio, mas sem sucesso. Ento,
ela decide sair pela rua procurando indcios do marido e
descobre toda a histria. Ao encontrar Rita no cortio
comea a tirar satisfaes. As duas brigam e com isso
comea uma briga entre portugueses e brasileiros. Os
moradores do Cabea-de-Gato vo para o cortio de
Joo Romo vingar a morte de Firmo.
XVII Comea o conflito entre os dois grupos rivais. No
auge do conflito, inicia-se um incndio no cortio. O
confronto para os cabeas-de-gato vo embora. A
Bruxa realizara seu sonho de louca incendiar o
cortio. No meio das chamas, a velha morre. Os
bombeiros chegam e apagam o fogo.
XVIII No meio do incndio, Joo Romo segue Librio
em sua casa e rouba-lhe algumas garrafas cheias de
dinheiro. O velho morre no incndio. Um filho de
Augusta morrera pisoteada. Rita aproveitou o tumulto
para fugir com Jernimo. Miranda vai visitar Joo
Romo e para lhe dar os psames. No meio do dinheiro
roubado do Librio, havia dinheiro antigo o vendeiro
pragueja revoltado com a estupidez do velho.

XXI Joo Romo pensa em um jeito de se livrar de


Bertoleza. Agostinho morre brincando na pedreira. O
Botelho, em visita casa do vizinho, diz-lhe que urge
em se tomar uma providencia em relao negra.
5

Bertoleza ouve e diz que o vendeiro no se livrar to


facilmente dela. Eles tm a idia de denunci-la ao
dono e, assim, se livrariam daquele estorvo. Joo paga
200mil-ris a Botelho para que ele se encarregasse
disso.
XXII O negcio de Joo Romo prosperava bastante.
Os preos dos quartos aumentara e os que no tinham
mais condio de bancar iam para o Cabea-de-gato.
Florinda voltara para o So Romo, acompanhada de
seu amigo, um despachante da estrada de ferro sua
me, Marciana, havia morrido no hospcio. A Machona
estava mais calma e os pretendentes de Nenen
comearam a aparecer. Alexandre foi promovido a
sargento. Pombinha traiu o marido, que a largou. Ela
vai ficar com Lonie e ser prostituta. Enriqueceu-se
como a outra. Ela ajudava bastante as pessoas do
cortio, sobretudo, a filha de Piedade, a quem tinha um
carinho especial. A cadeia continuava e continuaria
interminavelmente; o cortio estava preparando uma
nova prostituta naquela pobre menina desamparada,
que se fazia mulher ao lado de uma infeliz me bria.
Piedade e a filha so expulsas do cortio por Joo
Romo e vo para o Cabea-de-Gato. Descrio muito
podre do cortio.
XXIII Joo Romo e a famlia do Miranda vo tomar
caf em uma confeitaria. O dono de Bertoleza chega e
reclama-a. Vendo-se encurralada, ela se mata. Joo
Romo recebe, por fim, uma carta da comisso de
abolicionistas, dando-lhe o diploma de scio
benemrito.

4 ANLISE

Tradicionalmente considera-se o cortio no s


como sendo um espao, mas, tambm, como uma
personagem viva. Pode-se perceber pelas seguintes
passagens:
E naquela terra encharcada e fumegante, naquela
umidade quente e lodosa, comeou a minhocar, a
esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma
gerao, que parecia brotar espontnea, ali mesmo,
daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no
esterco.
Eram cinco horas da manh e o cortio acordava,
abrindo, no os olhos, mas a sua infinidade de portas e
janelas alinhadas.

4.3 A zoomorfizao
No romance, as personagens humanas so
comparadas a animais. O narrador parece ser um
pesquisador (romance experimental) que se utiliza de
suas cobaias para observar seus comportamentos por
meio de suas atitudes e, at mesmo, dos pensamentos.
Alm disso, os seres so descritos de forma bastante
primitiva, como uma raa sujeita aos instintos, como se
fossem, de fato, animais que simplesmente comem,
bebem, acasalam, lutam, brigam por territrio, etc.

4.4 As doutrinas filosficas/cientficas


O naturalismo, de forma geral, segue as
seguintes
doutrinas
cientficas:
positivismo,
evolucionismo,
determinismo,
cientificismo
e
materialismo. Elas esto presentes em O Cortio da
seguinte forma:

4.4.1 Determinismo
4.1 O choque naturalista
Nesta obra, como pode-se observar, Alusio
Azevedo uma fazia anlise fria dos ocorridos, como se
fossem cotidianos. O fato de o casal Miranda e D.
Estela se odiarem e, tambm, de detestarem sua filha
um exemplo disso, como vemos a seguir:
Odiavam-se [Miranda e Estela]. Cada qual sentia pelo
outro um profundo desprezo, que pouco a pouco se foi
transformando em repugnncia completa. (...)Uma bela
noite, porm, o Miranda, que era homem de sangue
esperto e orava ento pelos seus trinta e cinco anos,
sentiu-se em insuportvel estado de lubricidade. Era
tarde j e no havia em casa alguma criada que lhe
pudesse valer. Lembrou-se da mulher, mas repeliu logo
esta idia com escrupulosa repugnncia. Continuava a
odi-la. Entretanto este mesmo fato de obrigao em
que ele se colocou de no servir-se dela, a
responsabilidade de desprez-la, como que ainda mais
lhe assanhava o desejo da carne, fazendo da esposa
infiel um fruto proibido. Afinal, coisa singular, posto que
moralmente nada diminusse a sua repugnncia pela
perjura, foi ter ao quarto dela.
(O Cortio, Alusio Azevedo, Cap. I)

4.2 O Cortio

Certamente a doutrina mais evidente na obra,


pois as personagens so definidas pelo meio
degradante em que vivem: o cortio. Alm desse
determinismo do meio, h tambm certo determinismo
de raa, ou seja, o ser humano tem seus prprios
instintos e acaba se sujeitando a eles. Ou seja, devido
ao meio em que vivem e aos seus instintos intrnsecos,
acabam se perdendo.

4.4.2 Evolucionismo
A ideia de que os mais adaptados sobrevivem
, tambm, bastante difundida na obra. Observa-se, por
exemplo, que Joo Romo, por sua esperteza acaba
por ficar rico e, assim, se d bem na vida, enquanto
Bertoleza, uma pobre escrava sem conhecimento
enganada pelo amante e acaba se matando para no
voltar a ser escrava. Outro episdio que marca isso, o
fato de Rita Baiana ter escolhido ficar com Jernimo em
vez de Firmo, evidenciando certa superioridade do
portugus, europeu, sobre o brasileiro, americano.
Nessas duas situaes (e em outras do livro) como se
a natureza escolhesse os melhores para se darem
bem.

4.4.3 Cientificismo
Em suma, essa doutrina quer dizer que tudo
pode ser explicado pela cincia. De fato, a proposta do
narrador acaba sendo estudar as relaes humanas por

ETEC FRANCISCO MORATO

meio de uma anlise biolgica dos comportamentos


desses, ou seja, de forma cientfica.

4.4.4 Materialismo
Em suma, essa doutrina quer dizer que tudo
formado por matria e, portanto, tudo se resume a
interaes entre matrias. De fato, isso est presente,
em menor escala, pelo fato de o autor considerar as
personagens como entidades biolgicas se interagindo
devido a reaes qumicas simplesmente.

4.4.5 Positivismo
Esta doutrina no est muito presente na obra.
Em suma, ela acredita em uma evoluo da sociedade
por meio do desenvolvimento da cincia. Cr-se,
portanto, que a cincia o caminho certo para o
desenvolvimento da humanidade.

EXERCCIOS PROPOSTOS

4.5 As classes populares

Nvel I

Como bastante comum nos romances


naturalistas, em O Cortio o enredo foca em
personagens pobres (em sua maioria). No entanto,
pode-se perceber que h personagens ricas, como o
Miranda e sua familia.

1. (UNILAVRAS) Pode-se afirmar corretamente com


relao ao romance O Cortio, exceto:
a) um romance urbano.
b) O Autor admite a influncia do meio no
comportamento do indivduo.
c) Alcana a poca da escravido.
d) Romo tudo, menos um ingrato.
e) O protagonista no se contenta com a ascenso
econmica, quer a social tambm.

4.6 Personagens-tipo
As personagens da obra, de forma geral,
representam uma classe social. No possuem
profundidade psicolgica (diferente do realismo) e
simplesmente agem segundo seus instintos (suas
atitudes no so surpreendentes personagens
planas). Afinal, as personagens no so to
importantes; o importante o conjunto o cortio.

2. (UNILAVRAS) Com relao obra O Cortio, de


Alusio Azevedo:

4.7 A viso da mulher


Observa-se no romance uma viso de mulher
totalmente diferente do romantismo (no idealizada)
ou do realismo (com uma profundidade psicolgica).
Elas so simplesmente ou um objeto de uso (sexual
ou de trabalho) ou so independentes (lavadeiras e
prostitutas).

I - uma obra que pertence ao Naturalismo brasileiro.


II - Como uma obra Naturalista, faz uma abordagem
patolgica do homem.
III - Por ser escrita no sculo XIX uma obra romntica.
a) Apenas a afirmativa I est correta.
b) Apenas a afirmativa II est correta.
c) Apenas a afirmativa III est correta.
d) Apenas as afirmativas I e II esto corretas.
e) Apenas as afirmativas II e III esto corretas.

Dicas para o Vestibular


bem comum que as questes de O Cortio
abordem as doutrinas cientficas (sobretudo o
determinismo) e, tambm, o estilo naturalista, em
detrimento do conhecimento do enredo. Portanto,
primordial ter conhecimento da esttica Naturalista e o
estilo do autor.

3. (UFAM) Assinale a alternativa incorreta feita a


propsito do romance O Cortio, de Alusio Azevedo:
a) tambm uma histria de corrupo, centrada na
animalizao humana estimulada pelo sexo e pelo
dinheiro.
b) O verdadeiro protagonista desse romance uma
comunidade popular explorada em proveito da
burguesia ascendente da poca.
c) Observam-se stiras a alguns tipos predominantes
na poca: o comerciante rico e grosseiro, a velha beata
e raivosa, o cnego relaxado e comilo.
d) O enredo no gira em funo de pessoas, havendo
muitas descries precisas onde cenas coletivas e tipos
psicologicamente primrios fazem o conjunto.
e) Existe uma diviso clara entre a vida dos que
venceram, como Joo Romo, senhor da pedreira e do
7

cortio, e a labuta dos humildes que se exaurem na luta


pela sobrevivncia.
4. (Tssio)
a) O romance O Cortio, de Alusio Azevedo, um dos
principais representantes da literatura naturalista
brasileira. Cite duas caractersticas da obra que a faa
ser caracterizada como tal.
b) Contudo, o autor Alusio Azevedo tambm escreveu
obras romnticas. D pelo menos dois motivos para
que O Cortio no seja considerada uma obra
romntica.

Nvel II
5. (ITA) Leia as proposies acerca de O Cortio.
I.
Constantemente,
as
personagens
sofrem
zoomorfizao,
isto
,
a
animalizao
do
comportamento humano, respeitando os preceitos da
literatura naturalista.
II. A viso patolgica do comportamento sexual
trabalhada por meio do rebaixamento das relaes, do
adultrio, do lesbianismo, da prostituio etc.
III. O meio adquire enorme importncia no enredo, uma
vez que determina o comportamento de todas as
personagens, anulando o livre-arbtrio.
IV. O estilo de Alusio Azevedo, dentro de O Cortio,
confirma o que se percebe tambm no conjunto de sua
obra: o talento para retratar agrupamentos humanos.
Est(o) correta(s):
a) todas.
b) apenas I.
c) apenas I e II.
d) apenas I, II e III.
e) apenas III e IV.

7. (UFLA) Relacione os trechos da obra O Cortio, de


Alusio
de
Azevedo,
s
caractersticas
realistas/naturalistas seguintes que predominam nesses
trechos e, a seguir, marque a alternativa CORRETA:
1. Detalhismo.
2. Crtica ao capitalismo selvagem.
3. Fora do sexo.
( ) (...) possuindo-se de tal delrio de enriquecer, que
afrontava resignado as mais duras privaes. Dormia
sobre o balco da prpria venda, em cima de uma
esteira, fazendo travesseiro de um saco de estepe
cheio de palha.
( ) (...) era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor
vermelho das sestas de fazenda; era o aroma quente
dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas
brasileiras.

6. (UFV-MG) Leia o texto abaixo, retirado de O Cortio,

e faa o que se pede:


Eram cinco horas da manh e o cortio acordava,
abrindo, no os olhos, mas a sua infinidade de portas e
janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma
assentada, sete horas de chumbo.[].
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos
os dias acentuava-se; j se no destacavam vozes
dispersas, mas um s rudo compacto que enchia todo
o cortio. Comeavam a fazer compras na venda;
ensarilhavam-se discusses e rezingas; ouviam-se
gargalhadas e pragas; j se no falava, gritava-se.
Sentia-se naquela fermentao sangnea, naquela
gula viosa de plantas rasteiras que mergulham os ps
vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer
animal de existir, a triunfante satisfao de respirar
sobre a terra.
AZEVEDO, Alusio. O cortio. 15. ed. So Paulo: tica, 1984. p. 28

Assinale a alternativa que NO corresponde a uma


possvel leitura do fragmento citado:
a) No texto, o narrador enfatiza a fora do coletivo. Todo
o cortio apresentado como um personagem que, aos
poucos, acorda como uma colmia humana.
b) O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao
enfatizar os elementos visuais, olfativos e auditivos.
c) O discurso naturalista de Alusio Azevedo enfatiza
nos personagens de O Cortio o aspecto animalesco,
rasteiro do ser humano, mas tambm a sua vitalidade
e energia naturais, oriundas do prazer de existir.
d) Atravs da descrio do despertar do cortio, o
narrador apresenta os elementos introspectivos dos
personagens, procurando criar correspondncias entre
o mundo fsico e o metafsico.
e) Observa-se, no discurso de Alusio Azevedo, pela
constante utilizao de metforas e sinestesias, uma
preocupao em apresentar elementos descritivos que
comprovem
a
sua
tese
determinista.

( ) E seu tipo baixote, socado, de cabelos escovinha,


a barba sempre por fazer (...) Era um pobre diabo
caminhando para os setenta anos, antiptico, muito
macilento.
a) 2, 1, 3
b) 1, 3, 2
c) 3, 2, 1
d) 2, 3, 1
e) 1, 2, 3
(Unifesp) Leia o seguinte texto para responder s
questes 8, 9 e 10:
O cortio
Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte
daquelas cem casinhas ameaadas pelo fogo. Homens
e mulheres corriam de c para l com os tarecos ao
ombro, numa balbrdia de doidos. O ptio e a rua
enchiam-se agora de camas velhas e colches
espocados. Ningum se conhecia naquela zumba de
gritos sem nexo, e choro de crianas esmagadas, e

ETEC FRANCISCO MORATO

pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa


do Baro saam clamores apoplticos; ouviam-se os
guinchos de Zulmira que se espolinhava com um
ataque. E comeou a aparecer gua. Quem a trouxe?
Ningum sabia diz-lo; mas viam-se baldes e baldes
que se despejavam sobre as chamas.
Os sinos da vizinhana comearam a badalar.
E tudo era um clamor.
A Bruxa surgiu janela da sua casa, como boca de
uma fornalha acesa. Estava horrvel; nunca fora to
bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia
que nem metal em brasa; a sua crina preta,
desgrenhada, escorrida e abundante como as das
guas selvagens, dava-lhe um carter fantstico de
fria sada do inferno. E ela ria-se, bria de satisfao,
sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no
meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia
a sonhar em segredo a sua alma extravagante de
maluca.
Ia atirar-se c para fora, quando se ouviu estalar o
madeiramento da casa incendiada, que abateu
rapidamente, sepultando a louca num monto de
brasas. (Alusio Azevedo. O cortio)
8. Em O Cortio, o carter naturalista da obra faz com
que o narrador se posicione em terceira pessoa,
onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma
viso crtico-analtica dos fatos. A sugesto de que o
narrador testemunha pessoal e muito prxima dos
acontecimentos narrados aparece de modo mais direto
e explcito em:

distanciamento entre a enunciao e os fatos


enunciados.
e) Explorao de um tema em que o ser humano
aviltado pelo mais forte; predominncia de elementos
anticientficos, para ajustar a narrao ao ambiente
degradante dos personagens.

a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte


daquelas cem casinhas ameaadas pelo fogo.
b) Ningum sabia diz-lo; mas viam-se baldes e baldes
que
se
despejavam
sobre
as
chamas.
c) Da casa do Baro saam clamores apoplticos...
d) A Bruxa surgiu janela da sua casa, como boca de
uma
fornalha
acesa.
e) Ia atirar-se c para fora, quando se ouviu estalar o
madeiramento da casa incendiada...

Justamente por essa ocasio vendeu-se tambm um


sobrado que ficava direita da venda, separado desta
apenas por aquelas vinte braas; e de sorte que todo o
flanco esquerdo do prdio, coisa de uns vinte e tantos
metros, despejava para o terreno do vendeiro as suas
nove janelas de peitoril. Comprou-o um tal Miranda,
negociante portugus, estabelecido na rua do Hospcio
com uma loja de fazendas por atacado.

10. No fragmento, rico em efeitos descritivos e solues


literrias que configuram imagens plsticas no esprito
do leitor, Alusio Azevedo apresenta caractersticas
psicolgicas de comportamento comunitrio. Aponte a
alternativa que explicita o que os dois trechos tm em
comum:
a) Preocupao de um em relao tragdia do outro,
no primeiro trecho, e preocupao de poucos em
relao tragdia comum, no segundo trecho.
b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, e
desprezo de todos por si prprios, no segundo trecho.
c) Angstia de um no poder ajudar o outro, no primeiro
trecho, e angstia de no se conhecer o outro, por
quem se ajudado, no segundo trecho.
d) Desespero que se expressa por murmrios, no
primeiro trecho, e desespero que se expressa por
apatia, no segundo trecho.
e) Anonimato da confuso e do salve-se quem puder,
no primeiro trecho, e anonimato da cooperao e do
todos por todos, no segundo trecho.
11. (UEL) A questo refere-se aos trechos a seguir.

E durante dois anos o cortio prosperou de dia para


dia, ganhando foras, socando-se de gente. E ao lado o
Miranda
assustava-se,
inquieto
com
aquela
exuberncia brutal de vida, aterrado diante daquela
floresta implacvel que lhe crescia junto da casa, por
debaixo das janelas, e cujas razes piores e mais
grossas do que serpentes miravam por toda parte,
ameaando rebentar o cho em torno dela, rachando o
solo e abalando tudo.

9. O carter naturalista nessa obra de Alusio Azevedo


oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso pas,
no final do sculo XIX. Pe em evidncia a competio
dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as
camadas de baixo, compostas de brancos pobres,
mestios e escravos africanos. No ambiente de
degradao de um cortio, o autor expe um quadro
tenso de misrias materiais e humanas. No fragmento,
h vrias outras caractersticas do Naturalismo. Aponte
a alternativa em que as duas caractersticas
apresentadas so corretas:

(AZEVEDO, Alusio. O Cortio. 26. ed. So Paulo: Martins, 1974. p.


23; 33.)

Com base nos fragmentos citados e nos conhecimentos


sobre o romance O Cortio, de Alusio Azevedo,
considere as afirmaes a seguir.

a) Explorao do comportamento anormal e dos


instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais
contemporneos ao escritor.
b) Viso subjetivista dada pelo foco narrativo; tenso
conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente.
c) Preferncia pelos temas do passado, propiciando
uma viso objetiva dos fatos; crtica aos valores
burgueses e predileo pelos mais pobres.
d) A oniscincia do narrador imprime-lhe o papel de
criador, e se confunde com a idia de Deus; utilizao
de preciosismos vocabulares, para enfatizar o

I. A descrio do cortio, feita atravs de uma


linguagem metafrica, indica que, no romance, esse
espao coletivo adquire vida orgnica, revelando-se um
ser cuja fora de crescimento assemelha-se ao
poderio de razes em desenvolvimento constante que
ameaam tudo abalar.
II. A inquietao de Miranda quanto ao crescimento do
cortio deve-se ao fato de que sua casa, o sobrado,
ainda que fosse uma construo imponente, no
9

possua uma estrutura capaz de suportar o crescimento


desenfreado do vizinho, que ameaava derrubar sua
habitao.
III. No obstante a oposio entre o sobrado e o cortio
em termos de aparncia fsica dos ambientes, os
moradores de um e outro espao no se distinguem
totalmente, haja vista que seus comportamentos se
assemelham em vrios aspectos, como, por exemplo,
os de Joo Romo e Miranda.
IV. Os dois ambientes descritos marcam uma oposio
entre o coletivo (o cortio) e o individual (o sobrado) e,
por extenso, remetem tambm estratificao
prresente no contexto do Rio de Janeiro do final do
sculo XIX.
Esto corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
12. (Fuvest 2010)
Gente que mamou leite romntico pode meter o dente
no rosbife* naturalista; mas em lhe cheirando a teta
gtica e oriental, deixa logo o melhor pedao de carne
para correr bebida da infncia. Oh! meu doce leite
romntico!
Machado de Assis, Crnicas.
*Rosbife: tipo de assado ou fritura de alcatra ou fil bovinos, bem
tostado externamente e sangrante na parte central, servido em fatias.

a) A imagem do rosbife naturalista empregada, com


humor, por Machado de Assis, para evocar
determinadas caractersticas do Naturalismo poderia
ser utilizada tambm para se referir a certos aspectos
do romance O cortio? Justifique sua resposta.
b) A imagem do doce leite romntico, que se refere a
certos traos do Romantismo, pode remeter tambm a
alguns aspectos do romance Iracema? Justifique sua
resposta.
13. (Tssio)
Esses meses, durante as obras, foram uma poca
especial para a estalagem. O cortio no dava ideia do
seu antigo carter, to acentuado e, no entanto, to
misto: aquilo agora parecia uma grande oficina
improvisada, um arsenal, em cujo fragor a gente s se
entende por sinais. (...) Joo Romo, agora sempre de
palet, engravatado, calas brancas, colete e corrente
de relgio, j no parava na venda, e s acompanhava
as obras na folga das ocupaes da rua.
(O Cortio, Alusio Azevedo)

Observa-se no trecho acima o relato de uma profunda


mudana na vida de Joo Romo, protagonista da
obra.
a) O que motivou a ocorrncia dessa mudana?
b) No que essa mudana beneficiou Joo Romo no
seu plano de se casar com a filha do vizinho Miranda?

Nvel III
14. (Unicamp 2010) Leia o seguinte comentrio a
respeito de O Cortio, de Alusio Azevedo:
Com efeito, o que h n' O Cortio so formas primitivas
de amealhamento*, a partir de muito pouco ou quase
nada, exigindo uma espcie de rigoroso ascetismo
inicial e a aceitao de modalidades diretas e brutais de
explorao, incluindo o furto (...) como forma de ganho
e a transformao da mulher escrava em companheiramquina. (...) Alusio foi, salvo erro meu, o primeiro dos
nossos romancistas a descrever minuciosamente o
mecanismo de formao da riqueza individual. (...) N' O
Cortio [o dinheiro] se torna implicitamente objeto
central da narrativa, cujo ritmo acaba se ajustando ao
ritmo da sua acumulao, tomada pela primeira vez no
Brasil como eixo da composio ficcional.
(Antonio Candido, De cortio a cortio. In: O discurso e a cidade. So
Paulo: Duas Cidades, 1993, p. 129-3.)

*amealhar: acumular (riqueza), juntar (dinheiro) aos


poucos
a) Explique a que se referem o rigoroso ascetismo
inicial da personagem em questo e as modalidades
diretas e brutais de explorao que ela emprega.
b) Identifique a mulher escrava e o modo como se d
sua transformao em companheira-mquina.
15. (UFAM) Das frases abaixo, apenas uma, por no
conter caractersticas do Naturalismo, no expressar
com acerto uma parte do enredo ou no conter o nome
de um dos personagens de O Cortio, NO pertence a
esse romance. Assinale-a:
a) A mulata era o prazer, era a volpia, era o fruto
dourado (...) onde a alma de Jernimo aprendeu
lascvias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro
sensual dos bodes.
b) A primeira que se ps a lavar foi a Leandra, por
alcunha a Machona, portuguesa feroz, berradora,
pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do
campo.
c) As corridas at venda reproduziam-se,
transformando-se num verminar constante de
formigueiro assanhado.
d) Um bruxuleio barato no fundo da biboca dos
retirantes, que, perdida na amplido do latifndio, ficava
menor, semelhando um ninho cado, modificava-lhes a
impresso da vida.
e) De repente, veio enorme borboleta de fogo adejar
luxuriosamente em torno da imensa rosa, em cujo
regao a virgem permanecia com os peitos
franqueados.
16. (Fuvest 2011)
Considere o seguinte excerto de O cortio, de Alusio
Azevedo, e responda ao que se pede.
(...) desde que Jernimo propendeu para ela,
fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal

10

ETEC FRANCISCO MORATO

bom e forte, o sangue da mestia reclamou os seus


direitos de apurao, e Rita preferiu no europeu o
macho de raa superior. O cavouqueiro, pelo seu lado,
cedendo s imposies mesolgicas, enfarava a
esposa, sua congnere, e queria a mulata, porque a
mulata era o prazer, a volpia, era o fruto dourado e
acre destes sertes americanos, onde a alma de
Jernimo aprendeu lascvias de macaco e onde seu
corpo porejou o cheiro sensual dos bodes.

Augusta, ao ver a sua pequena, a Juju, como vinha to


embonecada e catita, ficou com os dela arrasados de
gua.

Tendo em vista as orientaes doutrinrias que


predominam na composio de O cortio, identifique e
explique aquela que se manifesta no trecho a e a que
se manifesta no trecho b, a seguir:

a) Lucola e Lonie so ambas prostitutas, no entanto,


observa-se uma diferena de descrio destas duas
personagens. Que diferena essa?
b) As obras O Cortio e Lucola pertencem a perodos
literrios diferentes. Como esse fato contribui para se
observar a diferena do item anterior?
c) De que forma o fato de o narrador ser de primeira
pessoa (e homem) no texto 1 e de terceira pessoa no
texto 2 pode contribuir para essa diferena?

a) o sangue da mestia reclamou os seus direitos de


apurao.
b) cedendo s imposies mesolgicas.

(O Cortio, Alusio Azevedo)

No texto 1, encontramos uma descrio da personagem


Lcia pelo narrador do romance Lucola de Jos de
Alencar Paulo que se apaixona por esta. Na obra,
Lcia uma prostituta de luxo que vive no Rio Janeiro.

GABARITO

17. (Tssio) Leia os seguintes textos.


Texto 1
A lua vinha assomando pelo cimo das montanhas
fronteiras; descobri nessa ocasio, a alguns passos de
mim, uma linda moa, que parara um instante para
contemplar no horizonte as nuvens brancas esgaradas
sobre o cu azul e estrelado. Admirei-lhe do primeiro
olhar um talhe esbelto e de suprema elegncia. O
vestido que o moldava era cinzento com orlas de
veludo castanho e dava esquisito realce a um desses
rostos suaves, puros e difanos, que parecem vo
desfazer-se ao menor sopro, como os tnues vapores
da alvorada. Ressumbrava na sua muda contemplao
doce melancolia e no sei que laivos de to ingnua
castidade, que o meu olhar repousou calmo e sereno
na mimosa apario.
(Lucola, Jos de Alencar)

Texto 2
Lonie, com as suas roupas exageradas e barulhentas
de cocote francesa, levantava rumor quando l ia e
punha expresses de assombro em todas as caras. O
seu vestido de seda cor de ao, enfeitado de
encarnado sangue de boi, curto, petulante, mostrando
uns sapatinhos moda com um salto de quatro dedos
de altura; as suas lavas de vinte botes que lhe
chegavam at aos sovacos; a sua sombrinha vermelha,
sumida numa nuvem de rendas cor-de-rosa e com
grande cabo cheio de arabescos extravagantes; o seu
pantafaudo chapu de imensas abas forradas de
velado escarlate, com um pssaro inteiro grudado
copa; as suas jias caprichosas, cintilantes de pedras
finas; os seus lbios pintados de carmim; suas
plpebras tingidas de violeta; o seu cabelo
artificialmente louro; tudo isto contrastava tanto com as
vestimentas, os costumes e as maneiras daquela pobre
gente, que de todos os lados surgiam olhos curiosos a
espreit-la pela porta da casinha de Alexandre;
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1. d
2. d
3. c
4. Discursiva
5. a
6. d
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12. Discursiva
13. Discursiva
14. Discursiva
15. d
16. Discursiva
17. Discursiva

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