Derivados Do Leite
Derivados Do Leite
Derivados Do Leite
Gilvan Silva
Arglia Maria Arajo Dias Silva
Maria Presciliana de Brito Ferreira
Processamento de leite
ISBN 978-85-7946-123-1
UFRPE
Universidade
9 788579 461231
Federal Rural
de Pernambuco
Processamento de leite
Gilvan Silva
Arglia Maria Arajo Dias Silva
Maria Presciliana de Brito Ferreira
UFRPE/CODAI
2012
Equipe de Produo
Secretaria de Educao a Distncia / UFRN
Vice-Reitor da UFRPE
Prof. Marcelo Brito Carneiro Leo
Reitora
Profa. ngela Maria Paiva Cruz
Diretor do CODAI
Prof. Jures Jos Gomes
Vice-Reitora
Profa. Maria de Ftima Freire Melo Ximenes
Equipe de Elaborao
Colgio Agrcola Dom Agostinho Ikas CODAI / UFRPE
Coordenadora Institucional
Profa. Arglia Maria Arajo Dias Silva CODAI / UFRPE
Coordenadora do Curso
Profa. Claudia Mellia CODAI / UFRPE
Coordenador Adjunto
Prof. Paulo Ricardo Santos Dutra CODAI / UFRPE
Reviso
Camila Maria Gomes
Cristinara Ferreira dos Santos
Emanuelle Pereira de Lima Diniz
Eugnio Tavares Borges
Jnio Gustavo Barbosa
Vernica Pinheiro da Silva
Professores-Autores
Gilvan Silva
Arglia Maria Araujo Dias Silva
Maria Presciliana de Brito Ferreira
Diagramao
Ana Paula Resende
Arte e Ilustrao
Anderson Gomes do Nascimento
Carolina Costa de Oliveira
Projeto Grco
e-Tec/MEC
Ficha catalogrca
Setor de Processos Tcnicos da Biblioteca Central - UFRPE
S586p
Silva, Gilvan
Processamento de leite / Gilvan Silva , Arglia Maria
Araujo Dias Silva, Maria Presciliana de Brito Ferreira;
[coordenadora institucional Argelia Maria Araujo Dias
Silva].
Recife : EDUFRPE, 2012.
167 p. : il. (Curso tcnico em alimentos)
978-85-7946-123-1
1. Iogurte 2. Queijos 3. Doce de leite I. Silva, Gilvan
II. Ferreira, Maria Presciliana de Brito III. Ttulo IV. Srie
CDD 637.1
e-Tec Brasil
Indicao de cones
Os cones so elementos grcos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.
Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.
e-Tec Brasil
Sumrio
Palavra do professor-autor
Apresentao da disciplina
11
Projeto instrucional
13
15
15
25
25
26
26
28
34
39
39
40
61
61
63
64
66
69
Aula 5 Queijos
5.1 Histria do queijo
75
75
76
5.3 Denio
77
78
5.5 Classicao
79
e-Tec Brasil
83
83
85
86
97
97
98
107
107
8.2 Generalidades
108
109
110
117
117
118
127
127
128
10.3 Classicao
128
129
130
147
147
147
148
149
11.5. Classicao
151
151
153
e-Tec Brasil
162
Referncias
165
169
Palavra do professor-autor
Ol, tudo bem? Nossa disciplina tem algumas questes chave: Quem nunca
tomou leite? Ou conhece algum que gosta muito de leite e o consome diariamente? Ento, que produto esse to presente em nossas mesas?
Para responder a essas e outras questes sobre o leite, voc dever empreender uma caminhada ao longo deste livro. Compreenderemos um pouco
sobre os fatores relacionados evoluo da cadeia produtiva do leite e de
que forma o Brasil avana no cenrio nacional e internacional quando o assunto esse alimento e os seus derivados como o queijo, doce de leite etc.
Vamos l!
e-Tec Brasil
Apresentao da disciplina
Na Aula 1, voc ir estudar a cadeia produtiva do leite, seus dados dos ndices produtivos e a qualidade desse alimento produzido no Brasil.
Na Aula 2, voc ir conhecer a denio e composio do leite, bem como
as suas recomendaes de consumo e composio.
Em seguida, na Aula 3, voc ver como feita a obteno higinica do leite.
J na Aula 4, voc ir observar o leite no laticnio, ou seja, essa aula uma
continuao da Aula 3 com informaes de todo o percurso que o leite faz,
desde sua obteno at os diversos tratamentos ocorridos na indstria de
processamento.
Na Aula 5, voc ir aprender mais sobre o queijo e, posteriormente, nas
Aulas 6, 7 e 8 sobre os diversos tipos de queijos e suas particularidades, com
enfoque no queijo coalho, manteiga e ricota.
J Aula 9, voc obter informaes sobre outro queijo muito consumido: o
requeijo. Em seguida, reconhecer seu processamento e obteno.
Por m, nas Aulas 10 e 11, voc ir observar a elaborao do doce de leite
cremoso e o processo de fabricao do iogurte e, consequentemente, descobrir que esses gostosos alimentos so muito fceis de fazer e melhor ainda
de consumir.
11
e-Tec Brasil
Projeto instrucional
Disciplina: Processamento de Leite
Carga horria: 120h
AULA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1. Estudo da cadeia
produtiva do leite,
dados dos ndices produtivos e a qualidade
do leite produzido no
Brasil
2. Leite: denio,
recomendaes de
consumo e composio
3. Obteno higinica
do leite
4. O leite no laticnio
CARGA
HORRIA
(horas)
10
10
10
13
e-Tec Brasil
5. Queijos
6. Queijo coalho
10
7. Queijo de manteiga
20
8. Processamento do
queijo ricota
10
9. Elaborao do
requeijo cremoso
10
10
11. Processo de
Fabricao do Iogurte
e-Tec Brasil
14
Denir iogurte.
Diferenciar os tipos de iogurtes produzidos e comercializados.
Descrever as etapas de fabricao do iogurte em escala industrial.
Saber a ao benca do consumo de iogurte para pessoas intolerantes a lactose
20
15
e-Tec Brasil
Percentual do
Total (%)
Queijos
6,3
34
4,9
26
Leite em p
3,3
18
Leite pasteurizado
1,3
Leite condensado
0,9
Leites fermentados
1,3
0,6
Produto
Outro exemplo tpico com relao grande procura (constatada pelo aumento no consumo) de alimentos de melhor qualidade como do leite longa
vida (Quadro 2), que pode ser atribuda, dentre outros aspectos, praticidade de utilizao desse produto.
Quadro 1.2: Produo do leite longa vida no ano de 1990 a 2006
Ano
Milhes de litros
Produo Interna
Importao
Exportao
1990
187
187
1991
204
204
1992
355
355
1993
449
456
1994
713
17
730
1995
1.014
36
1.050
1996
1.614
86
1.700
1997
2.330
120
2.450
1998
2.965
135
3.100
1999
3.300
125
3.425
2000
3.504
96
3.600
2001
3.912
39
3.951
2002
4.193
28
4.221
2003
4.225
4.227
2004
4.402
4.403
2005
4.802
4.804
2006
5.050
16
5.066
Fonte: Associao Brasileira do Leite Longa Vida ABLV, MDIC - Atualizado em maio/2008.
e-Tec Brasil
16
Processamento de leite
17
e-Tec Brasil
evidente que esse quadro de soerguimento, adaptao e controle da produo e produtividade leiteira no foi conquistado de forma satisfatria e
uniforme em todo o Brasil. O que aconteceu com as regies Norte e Nordeste, em decorrncia das vrias diculdades inerentes a essas regies, tais
como: clima, solos e pastagens degradadas, o no acesso a tecnologias e a
capacitaes apropriadas melhoria da produo, a falta de um rebanho
leiteiro especializado, o grande nmero de pequenos produtores de baixa
renda, colocando-os em diculdades para adquirirem mquinas e equipamentos necessrios adequao desses ao Programa Nacional de Melhoria
da Qualidade de Leite (PNQL). Embora algumas regies mostrem um cenrio
desfavorvel, so cada vez maiores os esforos por parte dos rgos governamentais, setor acadmico e iniciativa privada para reduzir a distncia que
separa o processo de modernizao do setor leiteiro do informal.
1. Quais acontecimentos inuenciaram a chamada revoluo produtiva do
leite? Comente cada um deles.
e-Tec Brasil
18
Processamento de leite
Como exemplo, temos o norte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina, sudeste do Paran, centro-sul de Minas Gerais, Zona da Mata Mineira,
Tringulo Mineiro, Vale do Rio Doce e Vale do Mucuri em Minas Gerais,
centro-sul de Gois, Rondnia, leste do Acre, centro-leste do Par e centrooeste do Maranho. Por essas conquistas, a valorizao da nossa atividade
leiteira est conduzindo o Brasil para posies cada vez maiores no ranking
mundial e consolidando nossa primeira posio com relao aos pases da
Amrica do Sul.
Conforme apresentado pelos dados de produo a seguir: Brasil - 25,3 bilhes de litros; Argentina - 8,1; Colmbia - 6,7; Equador - 2,5; Chile -2,4;
Uruguai -1,8; Peru -1,3; Venezuela -1,3; Paraguai - 0,3 e Bolvia - 0,2 (Rosangela Zoccal, 2008). Assim, observa-se tambm ao longo dos anos um
aumento quantitativo na exportao de derivados lcteos (Quadro 1.3).
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
402-Leite em p
2.532
4.774
8.422
27.213
35.577
55.311
61.791
43.495
404-Soro de leite
1.028
2.416
2.270
2.122
3.180
6.406
10.987
5.149
406-Queijos e Requeijo
92
360
1.710
4.402
1.803
3.064
1.904
2.060
401-Leite in natura
510
1.248
3.978
5.991
2.198
2.378
1.844
883
403-Iogurte
82
99
2.958
370
1.656
1.068
1.816
1.195
405-Manteiga e derivados
154
31
34
25
30
12
22
Total do 1 Semestre
1.653
4.263
4.607
17.108
13.366
22.238
32.762
43.444
TOTAL
4.398
8.928
19.371
40.123
44.444
68.240
78.364
52.786
19
e-Tec Brasil
Vacas Ordenhadas
(mil cabeas)
Produtividade (litros/
vaca/ano)
1980
11.162
16.513
676
1981
11.324
16.492
687
1982
11.461
16.387
699
1983
11.463
16.276
704
1984
11.933
16.743
713
1985
12.078
17.000
710
1986
12.492
17.600
710
1987
12.996
17.774
731
1988
13.522
18.054
749
1989
14.095
18.673
755
1990
14.484
19.073
759
1991
15.079
19.964
755
1992
15.784
20.476
771
1993
15.591
20.023
779
1994
15.783
20.068
786
1995
16.474
20.579
801
1996
18.515
16.274
1138
1997
18.666
17.048
1095
1998
18.694
17.281
1082
1999
19.070
17.396
1096
2000
19.767
17.885
1105
2001
20.510
18.194
1127
2002
21.643
18.793
1152
2003
22.254
19.256
1156
2004
23.475
20.023
1172
2005
24.621
20.820
1183
2006
25.398
20.943
1213
2007
26.134
21.122
1237
*2008
27.083
21.484
1261
Ano
Fonte: IBGE (PPM) / Elaborado por R. Zoccal - Embrapa Gado de Leite / Atualizao: dezembro/2008.
(*) Estimativa Embrapa Gado de Leite.
e-Tec Brasil
20
Processamento de leite
Produo de Leite
(milhes de litros)
Produtividade (Litros/
vaca)
Produtividade
(litros/hab.)
Minas Gerais
7.275
1.463
377
2.944
2.222
278
Paran
2.701
1.998
263
Gois
2.639
1.154
467
Santa Catarina
1.866
2.321
318
So Paulo
1.627
1.078
41
Bahia
966
546
69
Ano
Rondnia
708
714
487
Pernambuco
662
1.385
78
10
Mato Grosso
644
1.140
226
11
Par
643
637
91
12
490
974
216
13
Rio de Janeiro
463
1.129
30
14
Esprito Santo
438
1.126
131
15
Cear
416
816
51
16
Maranho
336
642
55
Sergipe
252
1.273
130
18
Alagoas
243
1.389
80
19
214
849
71
20
Tocantins
214
463
172
21
Paraba
170
798
47
22
Acre
80
544
122
23
Piau
76
396
25
24
Distrito Federal
36
1.800
15
25
Amazonas
20
513
26
Amap
750
10
27
Roraima
333
15
Brasil
26.134
1.237
142
17
Fonte: IBGE Pesquisa da Pecuria Municipal/ Elaborado por R. ZOCCAL - Embrapa Gado de Leite / Atualizado em dezembro/2008
Contudo, mesmo com esse cenrio futurista de melhoria da produo e novas conquistas no mercado internacional, muito temos por fazer para quebrar as barreiras que separam os entraves prejudiciais evoluo produtiva
da conquista dos bons resultados esperados.
21
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
22
Processamento de leite
Grande parte do leite produzido oriunda de vrios pequenos produtores rurais, que sem orientao tcnica adequada mantm sua criao
(plantel) com baixa produtividade, susceptveis a doenas e, por consequncia, com maiores riscos e custos.
A falta de capacitao tcnica por parte dos pequenos produtores devido a no procura ou no oferta por cursos relacionados com essa rea
conduz, em muitas vezes, a uma atividade leiteira de forma emprica
com muitos problemas higinico-sanitrios, no s com relao ao rebanho, bem como ao leite produzido sob ms condies higinicas. Para
a indstria lctea, essa matria prima pode no ter valor qualitativo devido ao risco de se ofertar ao consumidor um produto com inocuidade
comprometida. Pode ainda trazer prejuzo para a indstria por fabricar
produtos com baixo rendimento produtivo, de qualidade comprometida
e sem padro de exportao.
A limitada condio nanceira dos pequenos produtores de leite descarta
a possibilidade de investimentos necessrios (como compra de insumos,
equipamentos, maquinrios, utenslios, tanque de resfriamento exigido
por Lei etc.), levando esses produtores a no conseguirem adequar-se
s novas normas de produo de leite, como as descritas na IN51 Instruo Normativa de nmero 51, do Ministrio de Agricultura Pecuria
e Abastecimento (MAPA). Como exemplo, podemos citar a falta de um
taque de resfriamento (tanque de expanso) na propriedade ou comunitrio, impossibilitando o resfriamento ps-ordenha do leite. Assim acontecendo, a probabilidade de acidicao de todo leite armazenado de
forma inadequada na propriedade muito grande, em funo do tempo
que os microrganismos tm para se multiplicarem. Consequentemente,
toda produo pode ser rejeitada pelo laticnio devido pssima qualidade do leite entregue.
Outro fator intrnseco m qualidade do leite a falta de uma maior
scalizao pelos rgos reguladores em toda cadeia produtiva. Havendo
por esse motivo um descontrole no padro de qualidade do leite produzido o que leva ao aumento da comercializao desse leite no mercado
informal e consequentemente fora da scalizao.
23
e-Tec Brasil
Resumo
Bom pessoal, com essas informaes est nalizada nossa aula 1. Com ela,
voc conheceu um pouco da histria da evoluo da cadeia produtiva do leite, entendeu por que houve a necessidade de se criar o PNQL (Programa Nacional da Qualidade do Leite), percebeu que o Brasil cresce a cada ano com
a atividade leiteira, viu que conquistamos posies importantes no ranking
de produo em escala mundial. Mas, compreendeu que existe muito por
fazer para superarmos nossos obstculos na melhoria da qualidade do leite.
Agora, s responder as atividades de xao de aprendizado e seguir compreendendo a respeito do leite nas aulas seguintes. At a prxima!
Atividades de aprendizagem
1. A partir de quando ocorreu a revoluo produtiva do leite e quais os motivos que levaram melhoria desse setor?
2. Em que o PNQL se baseia para a crescente melhora na cadeia produtiva
do leite?
3. Com a insero do Brasil no MERCOSUL e o aumento do poder aquisitivo da populao, houve um aumento signicativo da procura por novos
produtos ofertados pelos laticnios. Quais foram esses alimentos?
4. Com o surgimento do agronegcio do leite, que mudanas ocorreram
para o produtor rural?
5. Quais os fatores que podem ser considerados como inuenciadores na
condio de m qualidade do leite produzido no Brasil?
e-Tec Brasil
24
Processamento de leite
Leite
O termo leite aplicado
segundo a legislao ao leite
da espcie bovina, ou seja,
automaticamente entendemos
que esse termo est se referindo
ao leite dessa espcie, no
havendo a necessidade de
descrev-la. Porm, o leite das
outras espcies tem que vir
acompanhado do nome da
espcie. Ex. Leite de Cabra,
Leite de Bfala, Leite de Ovelhas.
25
e-Tec Brasil
Legal, agora que voc j conhece o leite pela sua denio, vamos prosseguir nos nossos estudos conhecendo um pouco desse produto atravs da
suas recomendaes de ingesto e pela sua composio.
e-Tec Brasil
26
Processamento de leite
gua
Protenas
Lpidios
H. Carbono
Vitaminas e minerais
~ 88 %
Leite
gua (87,5%)
Gordura (3,5%)
Protena (3,5%) principal Casena
Lactose (4,7%) acar carboidrato
Minerais (0,8%).
_________________
= 12.5% - Extrato Seco Total (EST).
27
e-Tec Brasil
Densidade
gua
Protenas
Gordura
Lactose
Extrato seco
Sais Minerais
Mulher
1.031
88,12
1,90
4,50
5,30
11,88
0,18
gua
1.031
88,80
2,70
2,50
5,50
11,20
0,50
Cabra
1.032
87,54
3,70
4,20
4,00
12,46
0,56
Ovelha
1.038
80,41
6,52
6,86
5,23
19,59
0,98
Jumenta
1.033
90,45
1,70
1,55
5,80
9,55
0,50
Bfala
1.034
Vaca
1.030
Fonte: Katiani et al (2007).
82,05
4,00
7,98
5,18
17,95
0,79
87,25
3,50
3,80
4,80
12,75
0,65
e-Tec Brasil
28
Processamento de leite
29
Triglicerdeos
Os triglicerdeos so os principais constituintes dos leos
vegetais e das gorduras de
origem animal. Por exemplo:
leos de amendoim, soja, milho,
manteiga, toucinho e sebo. Diferena entre leos e gorduras.
Os leos (cidos graxos insaturados sem dupla ligao)
so lquidos temperatura
ambiente. As gorduras (cidos
graxos saturados com uma
ou mais duplas ligaes) so
slidas nas mesmas condies.
Essa diferena se d devido
estrutura qumica dos triglicerdeos (KARINA et al, 2010).
e-Tec Brasil
1. O que so triglicerdeos?
2. Qual a funo da gordura na formao do leite?
3. Qual a funo da gua na formao/composio do leite?
4. Fale sobre o processo de separao da gordura abordado anteriormente.
Protenas: elementos de grande valor nutricional, as protenas so constitudas pela variao no agrupamento de diversos aminocidos (20 aminocidos
ao todo). Elas exercem diversas funes no organismo, tais como: estrutural (colgeno e queratina); transporte (hemoglobina e lipoprotena); defesa
(trombina e brinognio); nutricional (ovoalbumina e casena). (KARINA et
al, 2010).
No leite, as protenas esto presentes em uma quantidade com pouca variao 3.0 a 4.0%. Tais variaes podem ser em consequncia da raa do
animal, doena, alimentao etc. A protena mais presente no leite de vaca
(em termos quantitativos) a casena, com 80% de participao e, por ser
insolvel, est em suspenso na parte coloidal do leite. Os outros 20% so
formados/constitudos pelas protenas albuminas ou lactas - albuminas (16%)
e globulinas (4%) que so solveis em gua. Por essa razo, esto presentes
no soro do leite e assim so conhecidas como as protenas do soro.
Quem transmite ao leite a cor branca opaca que ele possui a protena. Para
os laticnios, esse componente tambm se apresenta com grande valor de
utilizao tecnolgica, porque dela que se origina a formao de uma massa branca (quando coagulamos o leite) para fabricao dos queijos. Entre
outras funes importantes das protenas para a indstria, podemos citar:
solubilidade, absoro e reteno de gua e de gordura, capacidade emulsicante e estabilidade das emulses, geleicao, melhoria nas propriedades
sensoriais e na aceitao dos produtos (MODLER, 2000; WONG et al, 1996
apud VALDEMIRO, 2005). Em seguida conheceremos as diversas maneiras
ou possibilidades tcnicas para precipitarmos/coagularmos a casena presente no leite:
Atravs da precipitao natural devido ao da ora microbiana comum ao leite.
Pela inoculao de fermento lctico.
e-Tec Brasil
30
Processamento de leite
Pela adio ao leite do coalho composta pela enzima renina, tambm conhecida por quimosina (ao enzimtica veja abaixo a ateno).
Alterao na temperatura (no leite, necessrio 1 hora a 120c para sua
coagulao; porm, se o leite estiver levemente cido, pouco calor j
suciente para sua coagulao).
Reduo do pH a protena precipita-se em sua forma pura, livre de clcio e fosfatos, por acidicao do leite at pH 4,6 - 4,7 (adio de cidos
diludos ou ao de microrganismos).
A ao enzimtica na coagulao (quebra) da protena ocorre devido ao
catalisadora (funo de s acelerar a reao qumica, sem compor o produto
nal) das enzimas proteases atravs de uma reao de hidrlise.
Outro produto derivado lcteo que tem como matria prima principal a casena associada a outros componentes do leite o leite em p.
J no caso da albumina e globulina (que so as protenas solveis do leite e,
por esta razo, esto presentes no soro ex. soro oriundos do processo de elaborao de queijo) e por serem solveis na gua, no se coagula pelo coalho,
mas pelo calor (desnatura a temperaturas superiores a 74C) e pelos cidos.
Esse fato perfeitamente observado quando fabricamos queijos do tipo Coalho ou Minas frescal, que aps seu processo libera o soro. Nesse soro obtido
da preparao desses queijos, h a presena das protenas tambm contidas
no leite, albumina e globulina. Mas, como poderemos detectar a existncia
dessas protenas? Isso fcil de perceber quando processamos outro queijo,
a ricota, fabricada da massa adquirida pelo aquecimento e acidicao desse
soro at a precipitao das duas protenas.
Entre as protenas do leite, encontram-se tambm um nmero bastante elevado de enzimas, muitos dos quais tem notvel importncia na industrializao
do leite e seus derivados. Destacam-se, entre outros: lipases (responsveis pela
ocorrncia do rano); fosfatase (permite controlar o aquecimento do leite na
zona de pasteurizao); lactoperoxidase e lisozima (possuem certa ao bactericida e protegem o leite imediatamente aps a ordenha); catalase e redutase
(permitem avaliar a qualidade higinica do leite).
31
e-Tec Brasil
A ricota tida como queijo de dieta por apresentar baixssimo teor de gordura e suas protenas so compostas por aminocidos de grande valor nutricional e alta digestibilidade.
1. Fale sobre a ao enzimtica na coagulao (quebra) da protena visto
anteriormente.
2. Caracterize as vrias formas existentes para precipitarmos/coagularmos a
casena presente no leite.
3. Fale sobre as enzimas encontradas no leite de forma detalhada.
Lactose: presente no leite em uma proporo relativamente constante, em
mdia 4,7%. A lactose (acar formado por uma molcula de glicose +
galactose) o carboidrato com maior quantidade contida no leite e responsvel pelo leve sabor adocicado. Para a indstria, sua importncia est na
condio de ser o precursor do cido lctico originado da fermentao
microbiana ou da acidicao do leite. Ocorre da seguinte forma:
Hidrlise (quebra) da lactose pela enzima lactase transformando-a em
cido Lctico.
Na indstria, a fermentao da lactose por ao microbiana ocupa lugar de
maior destaque, pois o nmero elevado de microrganismos transforma a
lactose em cido lctico, uma molcula de lactose transforma-se em 4 molculas de cido lctico. E, para o processamento do leite nos laticnios, esse
cido lctico tem, dentre outras funes importantes, evitar ou eliminar a
carga de microrganismos indesejveis (pelo rebaixamento do pH do meio) e
precipitar as protenas coagulao do leite.
Outro grande benefcio para a indstria est na possibilidade de podermos
induzir a fermentao da lactose (atravs da acidicao do leite em altas
temperaturas), pela utilizao de fermento lcteo inoculado ao leite com
determinado tipo de cultura (microrganismos) selecionada em funo da
caracterstica do produto que se quer elaborar, tais como: iogurte, leites
acidicados, queijos etc.
Outra importncia produtiva da lactose para a indstria a sua utilizao na
fabricao do doce de leite, leite condensado e sorvetes. A lactose tambm
empregada (como matria prima) para elaborao de produtos especcos,
e-Tec Brasil
32
Processamento de leite
tais como: leites maternizados, medicamentos, e ainda como meio de cultura utilizado em laboratrios.
No leite in natura, a sua acidicao (conhecido popularmente como leite
azedo) um fato comum de acontecer devido existncia de uma ora natural de microrganismos, presentes na regio interna do bere/tetas da vaca
e de outras espcies lactantes, os quais so carreados pelo leite no momento
da ordenha. Esses microrganismos desenvolvem-se favoravelmente em temperaturas ambientes +- 300C. Assim, aps algumas horas fora de quaisquer
condies de conservao, o leite apresentar uma grande quantidade de
microrganismos contaminantes sucientes para efetuar a deteriorao desse
produto ao transformar a lactose em cido lcteo, que ir atravs da reduo do pH do meio acidicar o leite. Porm, uma das formas de se evitar
ou retardar essa acidicao natural o processo de conservao trmica,
chamado de pasteurizao, ou pelo resfriamento do leite.
Sais minerais e vitaminas: o leite contm quase todas as vitaminas conhecidas, tais como, as lipossolveis (associadas gordura), vitaminas A, D, E e
K; e as hidrossolveis, B1, B2, B6, B12, cido pantotnico, niacina e vitamina
C. Contudo, as quantidades dessas vitaminas anteriormente citadas e que
esto presentes neste alimento ocorrem de forma bastante reduzida. Outro
fator a considerar que quando o leite sofre tratamento trmico vrias dessas vitaminas so perdidas (destrudas), principalmente a C. Por essas razes,
as indstrias lcteas adicionam (enriquecem) em alguns dos seus leites beneciados e produtos derivados diversos tipos de vitaminas com o intuito de
devolver ao leite esse contedo nutricional to importante.
Com relao aos sais minerais, no leite existem em quantidades signicativas
fsforo, cloro, sdio, clcio, potssio e magnsio. Alm de apresentar em
menor quantidade o ferro, alumnio, zinco e mangans. Os sais minerais
ocorrem nos leites solubilizados ou agregados a outros componentes do
leite como, por exemplo, as protenas (clcio e fsforo associados casena)
estabilizando-as.
Para a indstria lctea, a importncia em exercer uma instabilidade das protenas est em provocar uma coagulao do leite (coagulao da casena),
conseguida atravs da acidicao do meio (pH do leite) pela ao da renina, o que faz com que com que haja a perda da capacidade dos fosfatos
xarem o clcio e, consequentemente, deixar esse clcio livre. Na sequncia
33
e-Tec Brasil
das reaes, por estar livre, o clcio se unir s micelas da casena atravs
de pontes salinas, formando assim o paracaseinato de clcio, um cogulo
que dar origem massa para fabricao de queijo.
1. Fale sobre a lactose presente no leite. Qual a sua contribuio? Qual a
sua proporo?
2. Qual a funo das protenas no leite? Quais suas medidas ideais?
3. Comente e explique o seguinte esquema Hidrlise (quebra) da lactose
pela enzima lactase transformando-a em cido Lctico.
4. Por que as indstrias lcteas adicionam vitaminas em seus produtos ofertados no mercado consumidor?
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Processamento de leite
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e-Tec Brasil
Resumo
Bem, chegamos ao nal da nossa aula, nela voc teve oportunidade de
aprender o conceito de leite sob aspecto legal, teve tambm noo das
quantidades necessrias de ingesto dirias para atender as nossas exigncias nutricionais. Estudou sobre a composio e percentuais de participao
de cada componente do leite, como tambm entendeu a importncia desses
constituintes com suas respectivas reaes no processo de fabricao dos
derivados lcteos.
e-Tec Brasil
36
Processamento de leite
Atividades de aprendizagem
1. Qual a denio de leite, segundo o RIISPOA (Regulamento de Inspeo
Industrial e Sanitrio de Produtos de Origem Animal) no seu Artigo 475?
2. Qual a composio (mdia) do leite para que ele seja aceito pelos laticnios?
3. A composio do leite pode variar em funo de quais fatores?
4. Quais as principais protenas contidas no leite?
5. Como ocorre a fermentao da lactose no leite?
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Objetivos
Conhecer a importncia da ordenha higinica para a cadeia produtiva do leite.
Descrever as etapas da obteno higinica do leite.
Vericar os fatores que inuenciam na qualidade do leite.
Relacionar as doenas obtidas com a m higiene do leite.
Fonte: <http://www.jovemprata.com.br/noticias_skynet.
php?noticia=2025&titulo=Curso%20de%20manuten%E7%E3o%20em%20ordenha%20em%20Nova%20Prata%20do%20Igua%E7u>. Acesso em: 8 ago. 2011.
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40
Processamento de leite
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42
Processamento de leite
Vamos continuar vendo outros elementos. Lembre que importante relacionar cada etapa desta
c) Equipamentos e utenslios - Nessa atividade so utilizados diversos tipos de utenslios (conforme guras a seguir), como caneca telada de fundo escuro para teste de mastite, coadores de nylon ou de inox, baldes,
de preferncia semiabertos, lates, mangueiras de asperso etc. Sendo
que os equipamentos de custo mais elevado so as ordenhadeiras mecnicas e os tanques de resfriamento (expanso) de inox.
Todos os equipamentos e utenslios envolvidos no sistema de ordenha devem
estar previamente limpos e o procedimento de sanitizao dos que sero
usados tem que ser realizado todas as vezes momento antes dessa atividade.
As dosagens recomendadas de diluies do produto utilizado na sanitizao
ou desinfeco devem obedecer s orientaes do fabricante.
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Fonte: <mdeoliveira.blogspot.com>.
Acesso em: 8 ago. 2011.
Fonte: <purinutre.com.br>.
Acesso em: 8 ago. 2011.
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44
Processamento de leite
1. Dena o que obteno higinica do leite, bem como por que se deve
obter o leite a partir dessa prtica.
2. Fale sobre a importncia do correto manejo de:
a) Higiene do ordenhador
b) Equipamentos e utenslios
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Crebro
Ncleo vagal
Alimento ingerido
Nervos vagais
Estmago
3
2
Liberao de hormnios
do estmago
bere
Medula espinhal
1
Nervos sensoriais
Ao da ejeo do reexo do leite a estimulao da regio da glndula mamria, causada pela fora da transmisso do impulso nervoso via
cordo espinhal para a glndula pituitria (localizada na regio posterior do
crnio animal), onde a oxitocina produzida e depois transportada para o
bere atravs do sangue.
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46
Processamento de leite
Figura 3.12: (a) Lavagem e secagem das tetas; (b) Lavagem e secagem das tetas (bere)
Fonte: (a) <caprileice.com.br>; (b) <cooper.sitesecia.com.br>. Acesso em: 8 ago. 2011.
Aps a lavagem das tetas, imergi-las (mergulhar) em soluo desinfetante base de iodo ou iodo glicerinado, o mais utilizado. Esse
procedimento conhecido por pr-dipping, que tem como vantagens
principais criar uma barreira protetora na regio das tetas para minimizar
as possveis ocorrncias de mastite no animal, alm de diminuir a possibilidade de contaminao do leite.
47
e-Tec Brasil
Fonte: <zootecniae10.blogspot.
com>. Acesso em: 8 ago. 2011.
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48
Processamento de leite
Vermelhido,
inchao, irritao
no bere
A. Mastite clnica
(com sintomas)
B. Mastite subclnica
(frequentemente sem
sintomas)
Flocos de
sangue ou
cogulos
no leite
Diagnosticada
atravs de exames
laboratoriais ou pela
contagem de clulas
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Processamento de leite
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1.000.000 UFC/mL
100.000 UFC/mL
750.000 UFC/mL
750.000 clulas/mL
400.000 clulas/mL
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Processamento de leite
forte de forragem (capim), queijos com odor e/ou sabor de bode, pelo
fato do reprodutor estar prximo no momento da ordenha etc.
Quando nos referimos s instalaes, o local deve ser limpo aps cada ordenha, com a remoo de fezes, urina, leite, restos de rao e papel-toalha
usado. Lavar o piso com jatos de gua, usando vassoura ou esfrego. Se
necessrio, lavar as paredes.
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e-Tec Brasil
Aps a ordenha - realizar a primeira reteno de sujidade ao coar o leite, utilizando-se coadores de nilon, alumnio, ao inoxidvel ou plstico
atxico. Deve-se ter o cuidado de evitar ao mximo o uso de pano.
Depois de coado (Figura 3.23), o leite dever ser levado imediatamente
para o tanque de refrigerao (ou expanso) para ser armazenado em
baixa temperatura at o momento de ser transportado para os laticnios.
Tal procedimento objetiva evitar a proliferao da carga microbiana do
leite e, por consequncia, preservar sua qualidade. Conforme preconizado pela IN 51, o leite dever ser conservado a 40C e estocado em tanque
de expanso na propriedade por um perodo no superior a 48 horas.
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54
Processamento de leite
3. Comente a frase a seguir e explique por que deve-se ter este cuidado:
a) No ordenhar os animais em ambientes que apresentam muita sujidade
e fortes odores.
4. Por que se deve coar e resfriar o leite imediatamente? Explique.
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e-Tec Brasil
b) O leite, que dever ser transportado das unidades produtoras (fazendas ou granjas leiteiras) para os laticnios em caminhes isotrmicos especcos para o translado de leite a granel, deve chegar
fbrica na temperatura mxima de 70C.
Esse servio ter que ser realizado por funcionrios (motorista e colaborador) treinados para a execuo de procedimentos padres, como: saber operar de forma
higinica durante a transferncia do leite do tanque de expanso para o tanque
do veculo; conhecer os procedimentos necessrios para coleta de amostra do
leite de cada propriedade; identicar e registrar as amostras do leite; controlar a
temperatura de resfriamento do tanque do caminho para que o leite no sofra
variaes trmicas at sua chegada ao laticnio; saber realizar os chamados testes
rpidos do leite (ex.: teste de acidez) para avaliar as condies qualitativas em
que se encontra essa matria-prima antes e depois do transporte.
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56
Processamento de leite
57
e-Tec Brasil
4. Para limpeza das ordenhadeiras mecnicas, obedecer s instrues dos representantes de produtos de higienizao para esse tipo de equipamento.
d) Envio das amostras de leite para anlises nos laboratrios credenciados ao PNQL
Amostras de leites coletados nas fazendas so enviadas aos laboratrios credenciados - Devido aos interesses comuns, tanto os produtores como os laticnios
precisam saber ocialmente das reais condies da qualidade do leite negociado. Como do nosso conhecimento, atualmente a forma de remunerao do
leite ao produtor, estipulada pelo PNQL, tem como base a qualidade na composio fsico-qumica e microbiolgica do mesmo. Por isso, regularmente (em
geral uma vez por ms) so enviadas amostras dos leites adquiridos pelas indstrias aos laboratrios de sua regio que integram o Programa do Leite. Esses laboratrios so conhecidos como Rede Brasileira de Qualidade do Leite ou Rede
Brasileira de Laboratrios de Controle de Qualidade do Leite (RBQL). De posse
do resultado das anlises do seu leite, o produtor, a indstria e o Ministrio da
Agricultura Pecuria e Abastecimento (MAPA) monitoram em tempo real a qualidade do leite produzido no Brasil, bem como possibilitam rastrear as condies
sanitrias do rebanho leiteiro nacional.
a
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Processamento de leite
Resumo
Nesta aula, voc teve oportunidade de conhecer e relacionar alguns dos problemas
que levam contaminao do leite in natura. Voc tambm viu como distinguir
os tipos de microrganismos e as condies em que eles podem contaminar
o leite. Bem como compreendeu quais so os problemas que ocasionam
a baixa qualidade do leite produzido no Brasil e obteve conhecimentos que
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e-Tec Brasil
Atividades de aprendizagem
1. Para voc, o que vem a ser obteno higinica do leite?
2. Qual o objetivo dos laticnios em empregar o Programa de Anlise de
Perigos e Pontos Crticos de Controle - APPCC ou HACCP nas suas unidades produtivas?
3. Quais os cuidados necessrios que devemos ter antes da ordenha?
4. Com qual objetivo (depois de coado), o leite dever ser levado imediatamente para o tanque de refrigerao ou expanso?
5. Qual a quantidade total bacteriana mxima admitida no leite cru refrigerado na indstria de laticnios, segundo a IN 51 na regio Nordeste a
partir de 01/07/2010?
e-Tec Brasil
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Processamento de leite
Objetivos
Descrever o uxo do leite dentro do laticnio com relao s etapas
no processo de tratamento de sua descontaminao.
Conhecer todos os tipos de tratamentos trmicos realizados no leite
dentro da fbrica.
Demonstrar as principais anlises de rotina realizadas no leite na
plataforma de recepo da indstria.
Apresentar os equipamentos utilizados nos procedimentos de padronizao e tratamento trmico do leite.
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e-Tec Brasil
Transporte
Laticnio
Padronizao do leite
Setor de elaborao
de derivados lcteos
Setor de envase
Doce de leite, Iogurte, Bebida
lctea, Queijos, Requeijo etc.
Comercializao
Comercializao
e-Tec Brasil
62
Processamento de Leite
Em seguida, com o auxlio de mangueira e bomba sanitria, o leite transferido para o tanque de expanso, tambm chamado de tanque de resfriamento
Figura 4.2, onde submetido a uma primeira ltrao atravs de peneiras
para remoo das sujidades de partculas maiores. O resfriamento a que o leite
precisa ser mantido deve corresponder a uma temperatura mdia de 40C a 50C,
conforme estabelecido pela Instruo Normativa de nmero 51.
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e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
64
Processamento de Leite
Quando se deseja conhecer com exatido a acidez do leite, essa determinao realizada no laboratrio do laticnio, utilizando-se o processo Dornic,
que consiste em saber at que ponto a lactose transformada em cido
lctico. Observe o esquema abaixo:
Microrganismos
Lactose
cido Lctico
Reduo do Ph
Acidez do leite .
A acidez do leite ocorre porque os microrganismos presentes no leite consomem a lactose como fonte de energia, convertendo-a em cido lctico. Essa
concentrao elevada de acido lctico reduz o pH do meio provocando por
conseqncia a acidez do leite.
Determinao da densidade do leite
Consiste em determinar se houve fraude no leite por adio de gua ou
retirada de gordura (desnate prvio). Assim, se for adicionada gua, haver
abaixamento da densidade, uma vez que a gua tem densidade menor que a
do leite. Se houve desnate prvio, haver aumento da densidade, tendo em
vista que retirado do leite o componente menos denso. Pode ocorrer uma
dupla fraude quando se adiciona gua e retira-se gordura ou adiciona-se
junto com a gua um reconstituinte de densidade (amido, urina, sacarose,
sal de cozinha), que a faz car dentro dos padres da densidade na faixa da
normalidade. Observa-se que a alterao na densidade (alta ou baixa) um
indicativo de fraude, mas quando normal haver necessidade de outras anlises complementares, como a determinao de gordura e Extrato Seco Total
(EST) para conrmar a qualidade do leite ausente ou no de adulteraes.
Segundo a IN 51, a densidade mdia do leite compreende o intervalo de
1,028 a 1,034, podendo ser expressa em g/cm3 ou em g.L (graus lactodensmetro). Para transformar uma em outra necessrio apenas retirar ou acrescentar o valor de 1,0. Exemplo: 1,032 g/cm3 = 32 g.L.
Para a determinao da densidade, utiliza-se o equipamento denominado de
termolactodensmetro (Figura 4.5 a seguir), uma proveta e amostra de leite
65
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
66
Processamento de Leite
Leite *Pasteurizado
Tipo A, B ou C
Produtos
Gordura (%)
Padronizado
3,0
Semidesnatado
Desnatado
Queijos (diversos)
Iogurte
0,6 - 2,9
0,5 (mximo)
0,5 (desnatado)
Derivados lcteos
Leite em p
Doce de leite
1,5
Creme
Manteiga
Sorvete
Creme de leite
67
Tecnicamente, o procedimento
de pasteurizao s deve
ocorrer aps o leite ter passado
previamente pelo processo de
desnate, que a separao/
retirada da gordura (em forma
de creme). Tendo como objetivo
(do desnate) padronizar, ou
seja, uniformizar a composio
de toda matria-prima que
ser utilizada na elaborao
de vrios produtos lcteos com
suas devidas especicaes de
composio.
e-Tec Brasil
Fonte: <http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/
default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataS
erver,getBlog&uf=1&local=&template=3948.
dwt§ion=Blogs&post=118554&blog=36
9&coldir=1&topo=3994.dwt>. Acesso em: 25
ago. 2011.
O principal objetivo da padronizao do leite a obteno de um produto com composio qumica denida, a qual atenda aos requisitos bsicos
para elaborao de diversos produtos lcteos, conforme citados no esquema
demonstrado anteriormente. Por isso necessrio conhecer a composio
qumica do leite que chega ao laticnio, no apenas em relao ao seu teor
de gordura (o que geralmente fazemos por ser o componente com maior
possibilidade de variao), mas para que o produto nal apresente composio dentro dos padres legais e a padronizao ocorra de forma eciente.
Assim, necessrio que o laticnio dena qual o produto a ser produzido e
qual ser sua composio. Para que, de posse dessas informaes, ocorra o
ajuste necessrio no percentual de participao do componente a ser adicionado ou removido. O exemplo prtico desses clculos ser visto por voc na
aula sobre processamento de doce de leite.
Vale salientar que se o objetivo do laticnio produzir produtos como o leite
integral, o uso da desnatadeira dispensado. Uma vez que do tanque de
expanso o leite segue direto para o pasteurizador e, posteriormente, para
o envase, armazenamento e expedio. Porm, para a indstria lctea esse
e-Tec Brasil
68
Processamento de Leite
procedimento no vivel economicamente por apresentar perdas de produo de outros derivados do leite.
69
e-Tec Brasil
4.5.1 Pasteurizao
Uma matria-prima de m
qualidade vai resultar em um
produto de igual padro e,
nesse caso, a aplicao da
pasteurizao no vai conseguir
reverter essa condio na
qualidade do leite. Por isso,
a qualidade do leite cru
(composio fsico-qumica
e carga microbiana) est
diretamente relacionada
qualidade do leite pasteurizado
e conseqentemente de seus
derivados lcteos.
Vamos comear nossa aula sobre o processo de pasteurizao. Preste ateno sobre o conceito:
Entende-se por pasteurizao o emprego conveniente do calor, com o
m de destruir totalmente a ora microbiana patognica sem alterao
sensvel da constituio fsica e do equilbrio do leite, sem prejuzos dos
seus elementos bioqumicos, assim como de suas propriedades organolpticas normais (Art. 517 do RIISPOA/MAPA, 1952).
4.5.2 Esterilizao
J esterilzao pode ser denida como:
Os microrganismos que podem
sobreviver pasteurizao so
principalmente os termodricos.
Entre eles, encontram-se
as bactrias esporuladas e
as bactrias termlas no
esporuladas (ex. algumas
espcies de lactobacilos,
Streptoccocus termophilus
etc).
e-Tec Brasil
Entende-se por leite UAT ou UHT (Ultra Alta Temperatura ou Ultra Higt
Temperature) o leite homogeneizado (veja explicao a seguir) submetido durante 2 a 4 segundos a uma temperatura entre 1300 a 1500C,
mediante processo trmico de uxo contnuo, imediatamente resfriado a
uma temperatura inferior a 320C e envasado sob condies asspticas em
embalagens estreis e hermeticamente fechadas. (Brasil, 1997).
70
Processamento de Leite
Uma das vantagens do tratamento trmico de esterilizao comercial comparado ao de pasteurizao que no caso do UHT o produto processado e
acabado no precisa ser refrigerado. A indstria se benecia comercialmente
devido ao menor custo de estocagem e transporte, uma vez que o produto
pode ser levado a longas distncias sem sofrer perdas de qualidade.
Leite homogeneizado um processo fsico que consiste em submeter o
leite a uma presso e velocidade elevadas resultando no rompimento dos
glbulos de gordura, subdivididos em glbulos de menor dimetro. De tal
forma, que as gorduras no conseguem mais aglutinar-se em novas placas
lipdicas no meio aquoso do leite.
71
e-Tec Brasil
No uma prtica obrigatria nos laticnios, por exigir equipamento relativamente caro, sendo utilizada quase que exclusivamente em indstria com elevada produo (Figuras 4.14 e 4.15).
Dentre vrias vantagens do processo de homogeneizao, podemos destacar:
Impede a formao de nata no leite pasteurizado.
Melhora a consistncia e o sabor.
Nos produtos fermentados diminui a perda de soro e impede a formao
de sobrenadantes de gordura (nata).
Proporciona aumento na digestibilidade da parte lipdica no organismo,
devido ao aumento da superfcie de contato dos glbulos de gordura.
Agora voc j sabe por que o nosso leite de caixinha (UHT) suporta tanto
tempo de vida de prateleira? Sem saber, algumas pessoas leigas atribuem a
eles at adio de formol imagine s que pensamento errneo e comprometedor! Mas, com base no que voc estudou, sabemos que tais condies
de longevidade acontecem devido associao do tratamento com temperatura elevada e o acondicionamento em embalagens estreis hermeticamente fechadas, ok!
e-Tec Brasil
72
Processamento de Leite
Lenta
Esterilizao
Rpida
Pouca na indstria
Ideal em condies de alta pro- Indstria de grande porte
Vivel para pequenos laticnios (queija- duo de leite e produtos deriria e outros produtos artesanais)
vados
Mdia
95,0%
99,5%
99,9%
Perda nutricional
Baixa
Mdia
Observao
Permite estocagem
Resumo
Nesta aula, voc conheceu todos os procedimentos que so realizados com
o leite ao chegar indstria, desde seu recebimento na plataforma de recepo, passando pelo seu acondicionamento em baixas temperaturas, at as
anlises fsico-qumicas a que submetido para averiguar a qualidade dessa
matria-prima. Observando o uxo do leite dentro da indstria, voc obteve
informaes sobre os processos de tratamentos trmicos aplicados ao leite
para mant-lo livre de microrganismos patognicos, garantindo seu controle
de qualidade. Compreendeu ainda as caractersticas relacionadas a cada tipo
de tratamento trmico e visualizou os principais equipamentos utilizados nos
laticnios para realizarem esses procedimentos de conservao do leite. Nas
prximas aulas, o convido a conhecer os processos que transformam essa
matria-prima em vrios produtos lcteos de bastante aceitao comercial.
At l!
73
e-Tec Brasil
Atividades de aprendizagem
1. O que um tcnico da indstria lctea deve realizar com o leite quando
este chega plataforma de recepo da fbrica?
2. Qual a importncia do tanque de refrigerao ou de expanso na atividade leiteira?
3. De que forma realizada a prova de alizarol na anlise do leite quando
ele chega ao laticnio? Como so interpretados seus dados?
4. Qual o principal objetivo na padronizao do leite?
5. Quais as vantagens para a indstria lctea em submeter o leite ao
processo de homogeneizao?
e-Tec Brasil
74
Processamento de Leite
Aula 5 Queijos
Objetivos
Identicar um pouco da histria do queijo.
Listar os principais pases produtores de queijo no mundo e descrever
um breve histrico da produo no Brasil.
Distinguir as formas de classicao dos queijos.
Reconhecer as etapas de fabricao de alguns tipos de queijos.
Aula 5 Queijos
75
e-Tec Brasil
Estados Unidos
4.275
Alemanha
1.994
Frana
1.858
Itlia
1.154
Pases Baixos
714
Polnia
579
Brasil
495
Egito
462
Argentina
425
395
Austrlia
Fonte: Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e a Agricultura. Disponvel em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Queijo>. Acesso em: 8 mar. 2011.
Nossa produo, contudo, ainda no nos permitiu galgar posies de destaque no cenrio mundial com relao ao comrcio de exportao desse produto, colocando o Brasil fora das dez primeiras posies internacionais, conforme
demonstrado na Tabela 5.2 do ranking dos maiores pases exportadores desse
derivado. Isso demonstra o quanto ainda temos para melhorar nesse setor.
Tabela 5.2: Pases exportadores de queijos
Pases
e-Tec Brasil
Alemanha
17,23
Frana
15,28
Holanda
14,08
Itlia
8,38
Dinamarca
6,35
76
Processamento de leite
Continuao
da Tabela
5.2
Tabela 5.2:
Pases
exportadores de queijos
Nova Zelndia
4,46
Austrlia
3,42
Blgica
3,32
Irlanda
2,83
Polnia
2,30
Fonte: COMTRADE (2008). Adaptada pelos autores.
queijo
5%
7%
leite em p
34%
leite pasteurizado
leite condensado
18%
26%
leite fermentado
outros produtos
5.3 Denio
Entende-se por queijo o produto fresco ou maturado que se obtm por separao parcial do soro do leite ou leite reconstitudo (integral, parcial ou
totalmente desnatado), ou de soros lcteos, coagulados pela ao fsica do
coalho, de enzimas especcas, de bactria especca, de cidos orgnicos,
isolados ou combinados, todos de qualidade apta para uso alimentar, com
ou sem agregao de substncias alimentcias e/ou especiarias e/ou condimentos, aditivos especicamente indicados, substncias aromatizantes e
matrias corantes (BRASIL, 1996). Vejamos algumas denies desta mesma
Portaria (n0 146, de 7 de maro de 1996):
Aula 5 Queijos
77
e-Tec Brasil
Entende-se por queijo fresco o que est pronto para consumo logo
aps sua fabricao.
Entende-se por queijo maturado o que sofreu as trocas bioqumicas e
fsicas necessrias e caractersticas da variedade do queijo.
A denominao Queijo est reservada aos produtos em que a base
lctea no contenha gordura e/ou protenas de origem no lctea.
e-Tec Brasil
78
Processamento de leite
5.5 Classicao
Os queijos podem ser classicados de diversas formas. Mas por via de regra,
a legislao os classica quanto ao teor de gordura e pelo teor de umidade.
Tambm podem ser classicados quanto ao tratamento aplicado na massa.
A seguir, so descritas vrias formas de classificao dos queijos.
Quadro 5.1: Classicao de acordo com o teor de gordura
Classicao
Extragordo ou duplo creme
Gordura (%)
Exemplo
Mnimo de 60%
Gordos
45,0 e 59,9%
Semigordo
25,0 e 44,9%
Parmeso
Magros
10,0 e 24,9%
Cottage, petit-suisse
Menos de 10,0%
Ricota
Desnatados
Fonte: Adaptado de RIISPOA (1996).
Exemplo
At 35,9
Queijo parmeso
36,0 e 45,9
Queijo prato
46,0 e 54,9
Acima de 55,0
Minas frescal
No entanto, ainda podemos classicar os queijos de acordo com o tratamento dado massa, as formas de coagulao, e a obteno da massa, entre
outras. H queijos que participam de mais de uma classicao.
Quadro 5.3: Classicao de acordo com o tratamento dado massa
Classicao
Exemplo
Massa cozida
Mussarela, provolone
Massa semicozida
Massa crua
A partir do soro
Aula 5 Queijos
Ricota
79
e-Tec Brasil
Exemplo
Requeijo mineiro, requeijo do norte
Boursin, quark, cottage
Minas (padro e frescal), prato parmesso, edam, gouda, gorgonzola, roquefort, stilton, provolone,
limburgo, itlico
Exemplo
Queijo fundido
Resumo
Nesta aula, voc conheceu um pouquinho da histria de como surgiu o primeiro queijo na histria da humanidade, teve conhecimento da posio do
Brasil no ranking mundial de produo de queijo e, com isso, vericou que
mesmo com alta produo o nosso pas precisa ainda melhorar suas relaes
comerciais de exportao desse produto. Voc tambm aprendeu sobre o
que o queijo atravs de sua denio, informou-se dos ingredientes que
so utilizados na elaborao da maioria desse produto e teve noo de como
estabelecida a classicao dos queijos processados. Legal, no? Agora
convido voc a conhecer nossas prximas aulas, as quais lhe ensinaro como
fazer alguns queijos. At breve!
Atividades de aprendizagem
1. Tecnicamente, qual a explicao para o leite ter se transformado em
queijo aps ter sido transportado em um recipiente feito do estmago
de um ruminante?
e-Tec Brasil
80
Processamento de leite
Aula 5 Queijos
81
e-Tec Brasil
Objetivos
Conhecer o processo de elaborao e produo de queijo no Brasil.
Caracterizar o queijo coalho.
Saber o processo de produo do queijo coalho.
83
e-Tec Brasil
Hoje, com o desenvolvimento da tecnologia de produo industrial dos alimentos, os queijos so produzidos em lacticnios ou em queijarias artesanais que obedecem a todo um controle de qualidade e segurana alimentar.
A escala de produo industrial, os utenslios onde se coloca o leite so
tanques de inox e no preparo do queijo o coagulante usado o coalho industrial. As frmas nas quais so moldados os queijos so retangulares e de
polietileno, as prensas utilizadas para o dessoramento so peas de ao inox
com utilizao de presso mecnica de ar comprimido ou manual atravs de
pesos tambm confeccionados em ao inox. Atendendo aos aspectos legais
de produo segura, os queijos so conservados em temperaturas de refrigerao em torno de 50C. Para a embalagem dos queijos, utilizam-se sacos
plsticos resistentes e apropriados para fechamento a vcuo.
e-Tec Brasil
84
Processamento de leite
85
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
86
Processamento de leite
gordura entre 2,8 e 3,0%. Dever apresentar acidez mxima de 17D para
proporcionar uma melhor consistncia do produto nal.
Logo aps a adio de cada ingrediente (com o auxlio de paletas ou mexedores), homogeneizar o leite por cerca de dois a trs minutos.
Obs.: H tcnicas de fabricao de queijo coalho que recomendam adicionar fermentos lcticos para que o queijo fabricado a partir de leite pasteurizado que com o sabor prximo ao processado com leite cru. Vale salientar
que em geral no comum a utilizao do fermento lctico na fabricao do
queijo coalho pela maior parte dos produtores.
At agora voc viu trs etapas de fabricao do queijo, cite cada uma delas
e caracterize-as
87
e-Tec Brasil
(Figura 6.6), cortando no sentido horizontal e vertical, o que deixa a coalhada em forma de cubos com tamanho mdio de 1,5 a 2,0 cm. Essa etapa
muito importante na textura e no rendimento do queijo.
e-Tec Brasil
88
Processamento de leite
89
e-Tec Brasil
O tipo de salga que iremos adotar nesta aula como exemplo a salga na
massa. A quantidade de sal recomendada a ser adicionada de 1,2 a 1,5%
de sal sob o volume de leite inicial. Ou seja, 1,2 a 1,5 kg de sal para cada 100
litros de leite processado. O preparo da salga consiste em diluir o sal em uma
parte do soro retirada durante a dessoragem ou em gua e depois aquecer
essa mistura a uma temperatura de 75oC. Em seguida, deixa-se a massa em
salga por um perodo de 15 minutos e aps esse tempo retira-se o excesso
de soro para depois realizar a pr-prensagem.
A pr-prensagem consiste em direcionar a massa para o lado contrrio
abertura do tanque (sada) para o escoamento do soro, colocando sobre a
massa placas perfuradas de ao inoxidvel, sendo uma vertical e outra horizontal, e peso sobre a placa horizontal de at duas vezes o peso da massa,
por um perodo de 15 minutos, conforme demonstrado na Figura 6.11.
e-Tec Brasil
90
Processamento de leite
91
e-Tec Brasil
Agora voc viu mais 3 etapas de fabricao do queijo. Explique cada uma delas:
a) Coagulao do leite e corte da coalhada
b) Mexedura da coalhada
c) Dessoragem, salga e pr-prensagem da coalhada/massa
Quando o queijo coalho apresenta olhaduras em formas circulares - buracos um sinal caracterstico de cmaras de gs causado pelas fermentaes microbiolgicas de bactrias indesejveis/ contaminantes ao leite (por
exemplo, os coliformes em geral).
Normalmente, um leite cru ou mal pasteurizado pode ser a causa; pode ser
tambm uma ps-contaminao que ocorre na pasteurizao, nesse caso,
pode ser o prprio pasteurizador, as tubulaes, o tanque de produo e
principalmente o manuseio que esse alimento sofre no procedimento da enformagem. Por outro lado, pequenas quantidades de olhaduras em formato
achatado (retangular) se formam ou podem vir a ocorrer no momento da
enformagem do queijo. Caracterizando um defeito de prensagem da massa, pois se ela estiver fria, no cola (no se compacta direito), formando
esses buracos que chamamos de olhaduras mecnicas. Segue a seguir as
imagens com as caractersticas de um queijo contaminado e outro sem contaminao (Figuras 6.14 e 6.15).
e-Tec Brasil
92
Processamento de leite
6.3.7
Aps a pr-prensagem, realizam-se cortes na massa (Figura 6.17) em formato retangulares no tamanho das frmas que sero utilizadas. A seguir,
coloca-se a massa nas frmas que podem ser de material a base de polietileno ou inox. Forradas com um tecido de nylon (dessoradores) que auxilia no
processo da sada do soro retido na massa. Essas frmas sero empilhadas
na prensa pneumtica (Figura 6.18), em las de at 12 frmas sobrepostas.
Permanecendo entre uma a uma hora e trinta minutos sob presso de 40
libras. Quando a prensa manual (empilhar at 12 frmas sobrepostas),
coloca-se um peso de aproximadamente 15 kg na ltima frma e deixa prensando por volta de 2 a 3 horas. Vale salientar que durante o perodo de
prensagem realizada uma viragem da massa do queijo na prpria frma
onde esto sendo prensado.
93
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
94
Processamento de leite
95
e-Tec Brasil
Fale sobre:
a) Enformagem e prensagem dos queijos.
b) Embalagem, rotulagem e armazenamento.
Resumo
Bem pessoal, chegamos ao nal da nossa aula sobre queijo coalho. Com
ela, aprendemos um pouco sobre a origem desse produto genuinamente
brasileiro e conhecemos de forma simplicada como se deu a evoluo na
qualidade da produo tecnicamente segura desse alimento. Voc tambm
obteve conhecimentos prticos e de fcil entendimento sobre cada etapa do
processo de elaborao desse queijo, que certamente bastante apreciado
por todos ns. Um grande abrao e at a prxima aula!
Atividades de aprendizagem
1. Como era produzido o queijo coalho na sua origem?
2. Qual o uxograma de processamento do queijo coalho?
3. Qual a temperatura recomendada para se adicionar os ingredientes durante o processamento do queijo coalho?
4. Qual a importncia de se adicionar o cloreto de clcio ao leite na fabricao do queijo?
5. Quais as formas de se realizar a salga de queijos?
6. Quais as caractersticas padro de identicao de qualidade do queijo
coalho?
e-Tec Brasil
96
Processamento de leite
Objetivos
Denir queijo manteiga e compreender as generalidades.
Compreender as etapas de elaborao do queijo de manteiga.
97
e-Tec Brasil
Desnate
Coagulao
Aquecimento e dessoragem
Enformagem
Embalagem / rotulagem
e-Tec Brasil
98
Processamento de leite
7.2.1
7.2.2
2a Etapa Desnate
Aps a recepo no local de produo, o leite in natura (cru) dever ser bombeado, passando por ltros para que sejam eliminadas as sujidades do leite
e assim, seguir ao processo de desnate em uma centrfuga desnatadeira /
padronizadora.
Observao: O momento do desnate poder ser realizado tambm na etapa aps o amaciamento da massa, quando se faz adio de 20% de leite
desnatado. Nesse momento feita uma agitao na massa que proporcionar a liberao da nata.
99
e-Tec Brasil
7.2.3
e-Tec Brasil
100
Processamento de leite
7.2.4
4a Etapa Coagulao
7.2.5
101
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
102
Processamento de leite
103
e-Tec Brasil
7.2.8
7.2.9
9a Etapa Enformagem
Ao atingir o ponto, a massa ser colocada em formas retangulares ou circulares, e quando ela alcanar a temperatura ambiente ou car em repouso at
o dia seguinte, o queijo estar pronto para ser desenformado.
e-Tec Brasil
104
Processamento de leite
7.2.10
Resumo
Nesta aula, tivemos a oportunidade de saber que o queijo de manteiga genuinamente brasileiro, sobretudo, de origem das regies Norte e Nordeste. Aprendemos tambm que na elaborao deste queijo existe uma particularidade, que
a de no necessitar da pasteurizao do leite. Acompanhamos de forma simples
e objetiva todo processo de elaborao desse produto, constatando que se trata
de um queijo de massa cozida. Que saboroso, no? Por esse motivo, convido
voc a aprender como se processa outros tipos de queijos nas prximas aulas.
105
e-Tec Brasil
Atividades de aprendizagem
1. O que voc entende por queijo de manteiga?
2. Qual o percentual mdio de gordura que o queijo de manteiga deve
apresentar no nal da sua elaborao?
3. Descreva a vantagem de se adicionar soro fermentado no processo de
fabricao do queijo de manteiga?
4. Cite o intervalo de tempo necessrio para que ocorra a coagulao natural do leite no processo de obteno da massa para elaborao do queijo
de manteiga.
5. Quais os ingredientes que so adicionados massa durante a preparao do queijo de manteiga? E qual a sua temperatura no momento de
sua fundio?
e-Tec Brasil
106
Processamento de leite
Objetivos
Denir o queijo ricota de acordo com a legislao vigente.
Conhecer o uxograma de fabricao desse queijo.
Compreender cada processo das etapas de fabricao da ricota.
8.1 Denio
Vamos comear denindo esse tipo de queijo. Ricota fresca o produto
obtido da albumina do soro de queijos, adicionado de leite at 20% do seu
volume. Tratado convenientemente, ele deve apresentar:
formato: cilndrico;
peso: 0,300g a 1.000kg (trezentos gramas a um quilograma);
crosta: rugosa, no formatada ou pouco ntida;
consistncia: mole, no pastosa;
textura: fechada ou com alguns buracos mecnicos;
cor: branco ou branco-creme;
odor e sabor prprios.
No esquea: esses parmetros foram institudos pelo Regulamento de
Inspeo Industrial e Sanitria de Produtos de Origem Animal RIISPOA
Art. 610.
107
e-Tec Brasil
8.2 Generalidades
A ricota teve sua origem na Itlia e, pelas suas caractersticas e boa aceitao
foi um produto que se expandiu com facilidade por todo o mundo.
No Brasil, esse queijo tambm conhecido como queijo albumina, porque
constitudo basicamente da protena do soro lactoalbumina e, em bem menor quantidade da lactoglobulina. Sendo este soro, um subproduto oriundo
da fabricao de queijos tipo coalho, Minas frescal, mussarela ou de queijos
que tm em seu processo uma coagulao rpida.
Por ser rico das protenas anteriormente citadas, ter baixo ter de gordura,
pouca ou ausncia de sal e apresentar outros componentes importantes na
sua composio, o queijo ricota confere a qualidade de um alimento de alto
valor nutritivo e de fcil digestibilidade. Devido a essas caractersticas, esse
produto indicado para pessoas em regime de dieta alimentar.
um queijo que apresenta caractersticas organolpticas como: maciez, consistncia mole (devido ao seu alto teor de umidade aproximadamente 70%),
sabor levemente cido e adocicado e de odor suave. Para indstria, um
produto de simples elaborao porque as protenas desse soro (as lactoalbuminas e lactoglobulinas) so facilmente desnaturadas e precipitadas pela
ao do calor associada acidicao do meio, o que constitui o princpio
bsico da fabricao da ricota (MORAIS et al, 2006).
a
bb
e-Tec Brasil
108
Processamento de leite
3. Adio do leite
4. Aquecimento
5 Acidicao
6. Aquecimento
7. Interrupo do aquecimento/oculao
9. Embalagem
1. Qual o componente do leite que ser a matria-prima bsica para a elaborao do queijo ricota?
2. Devido o queijo ricota apresentar um alto teor de umidade, informe que
caractersticas organolpticas esse teor transmite ao queijo.
3. Descreva em que etapa do processo de elaborao obtido o soro do
leite que originar o queijo ricota. Qualquer dvida consulte a aula de
processamento do queijo coalho ou Minas frescal.
109
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
110
Processamento de leite
Figura 8.3 Medindo cido lctico, ctrico ou actico para adicionar ao soro
Fonte: <http://www.kakuri.com.br/laticinios-fabricacao.php>. Acesso em: 19 jan. 2012.
111
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
112
Processamento de leite
pretenda adicionar sal ricota, voc dever distribuir a massa em um recipiente e adicionar o sal e/ou condimentos a gosto.
Na sequncia do processo, coloca-se a massa em formas de polietileno circulares. Podendo usar o dessorador de nylon para forrar as formas. Aps a
massa da ricota atingir a temperatura ambiente, ela deve ser levada ainda na
forma e, em processo de dessoramento, para a cmara fria at o dia seguinte.
a
Figura 8.6: (a) Retirada dos sculos da ricota com uma escumadeira (b) Ricota sendo
enformada
Fonte: Autoria prpria.
Figura 8.7: (a) Enformagem; (b) processo de dessoramento e envio para a cmara fria
Fonte: Autoria prpria.
113
e-Tec Brasil
8. Etapa Embalagem
Aps a dessoragem, a ricota deve ser desenformada, pesada, embalada em
saco plstico, selada a vcuo e rotulada. Em seguida, deve ser conservada
sob refrigerao a 4 - 5o C. O prazo de validade da ricota de at 30 dias.
As guras a seguir mostram as atividades desenvolvidas na etapa de embalagem (aps o perodo de dessoragem), constituda de: desenformagem
do queijo, corte padro das peas, embalagem Figura (a) e, no processo
seguinte, Figura (b) pesagem para que o produto a ser comercializado
apresente peso mdio aproximado de 500g.
e-Tec Brasil
114
Processamento de leite
a) Rendimento
O rendimento da fabricao da ricota de aproximadamente 4 a 5% em
relao ao volume de soro utilizado para sua fabricao. Exemplo, para cada
10 litros de soro so produzidos 400 a 500g de ricota.
Parabns, agora que voc j sabe produzir esse queijo, convido voc a prosseguir estudando com nosso livro as tecnologias de fabricao de outros
produtos originados do leite. At breve!
Resumo
Nesta aula, voc aprendeu todas as etapas da fabricao do queijo ricota e
observou a importncia da correo de acidez para melhorar o rendimento
desse alimento, acompanhando todos os detalhes do processamento de fabricao no interior do laticnio.
Atividades de aprendizagem
1. Quais as protenas que fazem parte da composio do leite envolvida no
processo de elaborao do queijo ricota?
2. Quais as caractersticas nutricionais do queijo ricota que conferem a este
a condio de ser um alimento de alta digestibilidade?
115
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
116
Processamento de leite
9.1.1 Generalidades
O requeijo cremoso um tipo de queijo que se originou no Brasil. Por ser
de fcil elaborao, processado e aceito em todo o territrio nacional.
Bem como, conferida a esse tipo de queijo a possibilidade de pequenas
variaes no seu processo para que se adaptem a algumas caractersticas
tecnolgicas tpicas da regio ou da unidade processadora onde est sendo
fabricado. De toda forma, devem-se resguardar (independentemente da forma na qual est sendo processado) as caractersticas organolpticas bsicas,
tais como: cor branca, textura macia e viscosa. Outro fator importante para
seu grande consumo que esse queijo bastante utilizado em pratos culinrios do tipo: salgados, tortas e, principalmente em pizzas.
Um dos ingredientes importantes e indispensveis em produtos fundidos,
como o requeijo cremoso, o sal fundente (esse ingrediente ou aditivo
possui a capacidade de transformar a massa rme em uma massa na forma
de pasta sob ao do calor). A dosagem no deve ultrapassar 30 gramas
para cada 1 quilo de massa. Podendo ser adicionado lentamente medida
que a massa vai se transformando em pasta.
117
butter oil
Esta expresso est includa
na denio deste queijo pela
portaria do governo.
Sal fundente
um emulsicante e
estabilizante a base de
polifosfato de sdio, cido ctrico,
citrato de sdio e ortofosfato
de sdio. Os citratos em
associao com os ortofosfatos
ou polifosfatos funcionam como
reguladores e tampes de pH.
Os polifosfatos ainda possuem o
poder de cremicao. Esses sais
devem deslocar o pH de 5,3-5,5
para 5,6-5,8 e caso seu uso no
seja suciente para corrigir o
pH, pode-se utilizar ainda um
corretor de pH. Os corretores
utilizados para elevao do pH
so bicarbonato de sdio ou
outro produto com o mesmo m.
Para diminuio do pH, pode-se
utilizar cido ctrico. Utiliza-se
sal para intensicar o sabor do
produto.
Fonte: <http://www.enq.ufsc.br/
disci/eqa5216/material_didatico/
requeijao_cremoso.htm>. Acesso
em: 29 abr. 2011.
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
118
Processamento de leite
9.2.2
Aps a pasteurizao, o leite ser coagulado, podendo ser atravs da coagulao natural ou coagulao enzimtica.
Coagulao natural - o leite aps a pasteurizao transferido para o
tanque de fermentao, permanecendo em repouso para coagular por um
perodo de 18 a 24 horas. Depois de passado esse tempo, o leite estar coagulado. Porm, esse processo de coagulao natural pouco utilizado pelos
lacticnios por demandar muito tempo.
Coagulao enzimtica - aps a pasteurizao, o leite colocado em um
tanque; em seguida, realizado o ajuste da temperatura entre 32 a 35C ideal para a inoculao do fermento mesoflico na quantidade de 01 a 1,5%.
Em seguida, adiciona-se o cloreto de clcio, na quantidade recomendada
pelo fabricante (devendo ser previamente dissolvido em gua no clorada).
Logo aps a adio de cada ingrediente, com o auxlio de ps ou mexedores,
homogeneiza-se o leite por cerca de dois a trs minutos. Por ltimo, adiciona-se o coalho na quantidade indicada pelo fabricante para coagular o leite
em um perodo compreendido entre 40 a 50 minutos (tambm previamente
dissolvido em gua no clorada e homogeneizado por 2 a 3 minutos).
Aps a coagulao por um desses mtodos, a coalhada ser cortada e dessorada.
119
e-Tec Brasil
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120
Processamento de leite
9.2.4
9.2.5
121
e-Tec Brasil
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122
Processamento de leite
9.2.7
Colocados a massa e os ingredientes na panela Stfani, que dever ser fechada, o motor e a bomba de vcuo devem ser ligados sob rotao lenta.
Quando a temperatura da massa atingir 75C, altera-se a velocidade de giro
para alta rotao, mantendo por mais 1 minuto. O vapor deve ser desligado quando a temperatura atingir 88C, ento, abre-se o equipamento e
observa-se a massa do requeijo, estando ela homognea e sem bolhas,
fecha-se a panela e prossegue-se a fundio por mais 2 minutos quando
ento o processo nalizado. A temperatura observada no painel (quadro)
de comando da panela Stfani.
123
e-Tec Brasil
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124
Processamento de leite
9.2.8
8a Etapa Envase
Resumo
Bem, nesta aula sobre o queijo requeijo, tivemos a oportunidade de conhecer sua origem, suas caractersticas e composio. Tivemos a oportunidade
de acompanhar o processo de sua fabricao e visualizar os equipamentos
especcos utilizados pelos laticnios na elaborao do queijo. Sendo assim,
encerramos a aula apresentando para voc alguns tipos de queijos mais
consumidos por ns, vimos tambm que os processos realizados para sua
fabricao, na grande maioria, so a base para fabricao de diversos tipos
de outros queijos no citados na nossa aula. Agora, seguiremos os estudos
desta disciplina ensinando como transformar o leite em outros derivados
lcteos, Vamos continuar!
125
e-Tec Brasil
Atividades de aprendizagem
1. De acordo com a denio (legal) do requeijo, quais as caractersticas
principais desse tipo de queijo?
2. Qual a funo do sal fundente no processo de elaborao do requeijo?
3. Aps a adio do coalho, quanto tempo necessrio para ocorrer a coagulao do leite?
4. Qual o nome do principal equipamento utilizado pelos laticnios para ser
utilizado no processo de elaborao do requeijo?
5. Ao serem usados 8 a 10 litros de leite in natura, qual o rendimento mdio
nal na fabricao do requeijo?
e-Tec Brasil
126
Processamento de leite
10.1 Denio
Vamos iniciar a nossa aula com a denio do que entendemos tecnicamente por doce de leite:
Entende-se por doce de leite o produto com ou sem adio de outras
substncias alimentcias, obtido por concentrao e adio de calor a
presso normal ou reduzida do leite ou leite reconstitudo, com ou sem
adio de slidos de origem lctea e ou creme e adicionado de sacarose parcialmente substituda ou no por monossacardeos e ou outros
dissacardeos. (RIISPOA, art. 659).
127
e-Tec Brasil
Reconstitudo
Entende-se por leite
reconstitudo o resultado
da dissoluo em gua,
adicionado ou no, de gordura
lctea, at atingir o
teor gorduroso xado
para cada tipo, seguido
de homogeneizao e
pasteurizao. Ver mais em:
<http://www.agais.com/
telomc/b022_processamento_
bovinoleite.pdf>. Acesso em: 6
fev. 2012.
a) O produto deve apresentar consistncia cremosa ou pastosa, sem cristais perceptveis sensorialmente. A consistncia poder ser mais rme
no caso do doce de leite para confeitaria e/ou sorveteria. Poder ainda
apresentar consistncia semisslida ou slida e, parcialmente, cristalizada
quando a umidade no supera 20% m/m.
b) Cor: castanho-caramelado proveniente da reao de Maillard. No caso
do doce de leite para sorveteria, a cor poder corresponder ao corante
adicionado.
c) Sabor e odor: doce caracterstico, sem sabor e odores estranhos.
1. O que voc entende por doce de leite?
2. De acordo com o que voc estudou nesta aula, quais os ingredientes
bsicos usados na composio do doce de leite?
10.3 Classicao
Aps voc ter compreendido os aspectos da composio bsica do doce de
leite e seu conceito, vamos conhecer sua classicao.
e-Tec Brasil
128
Processamento de leite
Bem, de acordo com o contedo de matria gorda, o doce de leite se classica em: doce de leite e doce de leite com creme, cujos requisitos fsico-qumicos esto descritos na Tabela 1.
Tabela 10.1: Classicao do doce de leite de acordo com o teor de gordura
Requisitos
(g/100g)
Doce de leite
Umidade
Mx. 30,0
Mx. 30,0
Matria gorda
6,0 a 9,0
Maior de 9,0
Cinza
Mx. 2,0
Mx. 2,0
Protena
Mn. 5,0
Mn. 5,0
Funo
Concentrao mxima
no produto nal
Sorbitol
Umectante
5g/100g
cido srbico
Conservante
1000 mg/Kg
Goma Arbica
Espessante/estabilizante
5000 mg/kg(*)
Gelatina
Espessante/estabilizante
5000 mg/kg(*)
Carboximetilcelulose
Espessante/estabilizante
5000 mg/kg(*)
* O uso desses estabilizantes/espessastes quando utilizado em mistura no pode ser superior a 20.000 mg/Kg do produto nal.
Fonte: Adaptado de <http://www.ufrgs.br/alimentus/laticinios/legislacao/354_01.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2012.
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Fluxograma
Adio do leite
Neutralizao da acidez
Adio de acar
Adio de ingredientes
Resfriamento
Envase e rotulagem
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Processamento de leite
Aps chegar na plataforma de recepo e ser pasteurizado, o leite transferido por tubulaes para um tanque de inox, onde ca sob resfriamento em
temperatura de 4 a 50 C. No momento da produo, o produto removido
para os lates de polietileno com capacidade de 50 litros (previamente higienizado), atravs do auxilio de mangueira e bomba sanitria (Figura 10.1),
de forma a quanticar o volume de leite a ser utilizado. Em seguida, transferido para o tacho aberto com camisa dupla que deve estar com os dois
registros fechados de descargas de vapor: um localizado na parte inferior do
tacho, e o outro na parte superior da camisa do tanque.
Na prtica, alguns laticnios adotam um procedimento de adio do leite ao
tacho de forma fracionada, ou seja, em um tacho com capacidade de 150 litros de leite so colocados, por etapas, 30 litros com intervalos mdios de 10
minutos por cada adio at completar a capacidade do tacho (150 litros).
Importncia da adio do leite de forma fracionada
Esse procedimento adotado tem por objetivo facilitar na melhor homogeneizao do acar ao leite, evitando perdas por extravasamentos (derrames)
durante seu aquecimento, o que, em geral, ocorre quando o tacho est
totalmente cheio no incio do processo.
a
Figura 10.2: Transferncia do leite do tanque para o lato e, em seguida, para o tacho
Fonte: Autoria prpria.
131
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132
Processamento de leite
------------- 100%
Alm disso, o bicarbonato tem a funo de auxiliar na padronizao da colorao do produto nal, promovendo uma ligeira elevao do pH, o que tem
inuncia direta na intensicao da reao de Maillard, tornando o doce
com uma cor mais escura na proporo em que aumenta sua concentrao
no alimento produzido.
Quando tentamos fazer, em nossa casa, de forma artesanal o doce de leite
a partir de um leite que no conseguimos identicar sua acidez, mas pelas
suas caractersticas organolpticas podemos observar que se encontra com
uma acidez elevada. No optando pela adio do bicarbonato de sdio para
133
Reao de Maillard
A reao de Maillard foi
descrita em 1912 por LouisCamille Maillard. Trata-se de
uma reao que ocorre entre
os aminocidos ou protenas
e os acares (carboidratos)
redutores. Nesse contexto,
quando o alimento aquecido
(cozido), o grupo carbonila
(=O) do carboidrato interage
com o grupo amino (-NH2) do
aminocido ou protena e, aps
vrias etapas, produz melanoidinas, que do a cor e o aspecto
caractersticos dos alimentos
cozidos ou assados. No leite
reagem as protenas casena,
lactoalbumina e lactoglobulina
e o acar lactose.
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Processamento de leite
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Processamento de leite
Glicose
A glicose, que o acar de milho, deve ser utilizada na proporo de 2,5%
(do quantitativo de leite iniciado), colocando-a diretamente no tacho quando
adquirida na forma de xarope de glicose (Figura 10.7) ou dissolvida em gua
quando em p antes de ser adicionada ao tacho. Portanto, ao usar esse produto, devemos ter ateno nas orientaes de diluio recomendadas pelo fabricante. Utilizada com a principal nalidade de retardar o processo de cristalizao e, consequentemente, aumentar a vida til de prateleira do produto. Alm
disso, a glicose tambm tem a funo de melhorar alguns aspectos sensoriais
por produzir um doce de paladar mais no, com maior brilho e viscosidade,
contribuindo com a melhoria da aparncia geral do produto.
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Sorbato
Sua utilizao principal voltada para fabricao do doce de leite a de conservante, na forma de sorbato de potssio. A dosagem recomendada de
1 g/ kg de produto.
Outros ingredientes
Aps atingir a concentrao de slidos, o momento de adicionar os ingredientes ou no, se a opo for fazer um doce de leite simples. Ao utilizar frutas,
devemos observar se elas esto em tima qualidade: limpas, ntegras e sem
sinal de fermentao. Diversas so as frutas utilizadas na composio do doce
de leite, sendo as mais comuns: coco ralado, ameixa em pasta ou polpa (sem
acidez), castanhas ou cacau em p e amendoim torrado e modo. Dependendo
do ingrediente, pode-se acrescentar de 5 a 30% ao produto nal.
Figura 10.9: (a) Colocao do doce de leite no refratmetro (b) Leitura do grau Brix
no refratmetro
Fonte: Autoria prpria.
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Processamento de leite
Teste com copo com gua De posse de um copo de vidro transparente com gua, coloca-se algumas gotas do doce, se elas no se dissolverem
at carem no fundo do copo um indicativo que o mesmo est pronto.
Figura 10.10: Quando h formao de pingos o momento ideal para o doce ser retirado
Fonte: Autoria prpria.
10.5.7 Resfriamento
Aps a vericao do momento ideal para retirada do doce de leite do aquecimento, deve-se fazer o desligamento do equipamento industrial (tacho) da
seguinte maneira:
a) Fechar o registro de vapor de aquecimento do tacho.
b) Abrir os dois registros de descarga: de vapor inferior e superior da
camisa do tacho.
c) Conectar e ligar a mangueira de gua fria ao registro de descarga de
vapor inferior ao tacho, que dotado de parede dupla, o que possibilita
a circulao de gua na camisa do tacho. A gua que sai pelo registro
de descarga de vapor lateral da camisa, promovendo o resfriamento do
doce de leite a uma temperatura mdia de 70C.
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d) Em seguida, fechar o registro da mangueira de gua e remover a mangueira do registro de descarga de vapor inferior do tacho.
e) Desligar o agitador do tacho e preparar para o envase.
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Processamento de leite
Dentre as diversas variveis em processos industriais, devemos sempre estabelecer parmetros para que tenhamos um controle mais eciente da produo. Nesse contexto, devemos sempre estar atentos ao clculo do rendimento de nossos produtos. A seguir, vamos demonstrar como se calcula o
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---------- 100% ST
X 81kg doce de leite
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Processamento de leite
143
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b) Aspecto talhado
Acontece pelo uso de leite com acidez elevada e excesso de acar. Esse
defeito se corrige selecionando a matria-prima e utilizando corretores de
acidez, como bicarbonatos e fosfatos. Recomenda-se tambm a utilizao
de citrato de sdio em substituio ao bicarbonato, porque alm de redutor,
ele atua como estabilizante, impedindo a desnaturao de protenas em exposio ao calor durante o processamento.
c) Textura aucarada
Deriva de uma adio excessiva de sacarose (acar) em relao ao extrato
seco do leite.
d) Doce decantado
Acontece por causa do excesso de glicose e o doce se apresenta separado
em duas camadas, doce na parte superior e gua na parte inferior.
e) Crescimento de mofo na superfcie
Acontece, geralmente, pela baixa concentrao, originando uma umidade
elevada e uma atividade da gua prxima de 1. O crescimento de mofos
causado por fatores como umidade relativa do ambiente de armazenamento
que no retm a umidade do produto. Pode ser causado tambm por falhas
de higiene dos utenslios utilizados na produo, principalmente, na etapa
de envase. Nesta etapa, fundamental a prvia de higienizao do ambiente
e utenslios, alm de rigoroso controle de temperatura de envase, respeitando sempre a etapa de se inverter o pote para que do produto aquecido
realize um tratamento trmico no selo, alm de impedir a condensao de
vapor sob o selo.
f) Cristalizao
a limitao de maior ocorrncia e de mais difcil controle, tornando-se aparente a partir de 45 dias de estocagem do produto. Resulta da presena de
cristais de lactose, perceptveis somente ao tato e ao paladar. Algumas das
formas de minimizar a ocorrncia de cristalizao so: utilizar uma menor
porcentagem de acar e de glicose, e estocar o produto por, no mximo,
60 dias. Para minimizao desse problema, pode-se realizar a fabricao do
doce com leite integral, reduzir o teor de acar e evitar a utilizao de soro
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Processamento de leite
Resumo
Nesta aula, voc aprendeu os princpios bsicos da elaborao do doce de
leite, compreendeu a denio do produto a partir dos requisitos preconizados pela legislao vigente, teve noo da utilizao dos equipamentos
utilizados na fabricao do doce e conheceu todas as etapas do uxograma
de elaborao desse alimento. J que aprendemos a fabricar o doce de leite,
convido voc a seguir com nossos conhecimentos tcnicos de processamento do leite para elaborar outro produto derivado lcteo, o qual ser abordado na prxima aula.
Atividades de aprendizagem
1. De acordo com a legislao, como podemos denir o doce de leite?
2. Quais os ingredientes utilizados na fabricao do doce de leite?
3. Descreva de que maneira so aplicados os ingredientes na fabricao do
doce de leite.
4. Quais as etapas do uxograma de fabricao do doce de leite cremoso?
Explique cada uma delas.
5. Descreva pelo menos 3 possveis defeitos que podem ocorrer no doce
de leite.
145
e-Tec Brasil
11.1 Denio
Vamos iniciar a nossa aula com a denio do que entendemos tecnicamente por fabricao de iogurte:
Entende-se por iogurte o produto obtido pela fermentao lctea atravs da ao de duas espcies de microrganismos: Lactobacillus bulgaricus e Streptococos thermophilus sobre o leite integral, desnatado ou padronizado. (RIISPOA, art. 682).
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e-Tec Brasil
Poder ser consumido por pessoas intolerantes a lactose Algumas pessoas no produzem (ou possuem em pequena quantidade) em seu organismo a enzima lactase que tem a funo de hidrolisar a lactose e, por essa
razo, sofre distrbios digestivos. Presentes em alimentos fermentados,
inclusive o iogurte, as bactrias lcteas realizam a ao de transformarem
a lactose em cido lctico, no causando problemas gastrointestinais.
Alimento rico em vitaminas e sais minerais Alm da sua composio natural, podem ser enriquecidos por meio da adio de pedaos de frutas,
polpas e outros.
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Processamento de leite
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Pr-tratamento
do leite
Padronizao,
adio de leite em
p, acar, etc.
Homogeneizao
Tratamento
trmico
Resfriamento
a 40-45 C
Inoculao do
fermento
Cultura lctica
(fermento)
Iogurte
tradicional
Iogurte
batido
Iogurte
para beber
Adio de
aromas
Incubao em
tanques
Incubao em
tanques
Embalagem
Resfriamento
Resfriamento
Incubao
Adio de frutas,
aromas etc.
Homogeneizao/
adico de aromas
Resfriamento
Embalagem
Embalagem
Estocagem
Estocagem
Estocagem
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Processamento de leite
11.5. Classicao
Existem variaes nos tipos de iogurte em funo do seu teor de gordura. No
entanto, as indstrias buscam uma padronizao para esse alimento a m
de atender legislao por meio do Regulamento tcnico de identidade do
iogurte. Um dos recursos (tcnicas) adotados para atingir esse objetivo
utilizar leite desnatado no processamento. No Quadro 1, so demonstrados
diferentes tipos de iogurte (atravs dos padres estabelecidos pela legislao) em funo do seu teor de gordura:
Quadro 11.1: Diferentes tipos de iogurte em funo do teor de gordura
Tipos de Iogurte
Com creme
Integral
Parcialmente desnatado
Desnatado
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Processamento de leite
Fluxograma
Recepo do leite
Etapa de formulao
Homogeneizao/tratamento trmico
Fermentao
Resfriamento
Quebra do gel
Adio de aromas
Envase
Armazenamento
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Conservante
Sorbato de potssio
0,04%
Estabilizante
Citrato
0,03%
Espessante
Carragena
0,2%
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Processamento de leite
Figura 11.6: (A) Pr-mistura dos aditivos (B) Sala de formulao para utilizao de
aditivos ao leite
Fontes: autoria prpria.
A etapa do tratamento trmico tem como objetivo destruir os microrganismos patognicos e desnaturar as protenas do soro albumina e globulina,
melhorando as propriedades do leite como substrato para as bactrias da
cultura lctea inoculada. Outra vantagem assegurar que o cogulo do produto fermentado seja rme, e impedir ou reduzir a formao de sinrese
(separao da massa do produto do soro do leite) no produto nal.
A seguir, descrevemos, conforme Tabela 2, as faixas de temperaturas mais
utilizadas pelos laticnios nos tratamentos trmicos empregados no processamento do iogurte:
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Pasteurizao
Temperatura
0
Tempo
50 55 C
5 minutos
800C
850C
900C
950C
30 minutos
8 minutos e 30 segundos
3 minutos e 30 segundos
1 minuto e 30 segundos
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Processamento de leite
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30
S. thermophillus
L. bulgaricus
20
10
4 horas
5a Etapa Resfriamento
Posteriormente ao perodo de incubao com durao mdia de 4 a 6 horas,
o produto submetido ao resfriamento na prpria fermenteira, passando
de 40 a 420C para 100C. Esse processo no dever ocorrer de forma brusca
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158
Processamento de leite
(rpida), o que deve acontecer em um espao de tempo de, aproximadamente, 1 (uma) hora. Tal procedimento tem por objetivo evitar a retrao da
coalhada para no ocorrer seu dessoramento defeito no produto acabado.
Essa etapa considerada um dos pontos mais crticos e difceis de ser controlado na produo do iogurte. Tem como funo reduzir a atividade metablica dos microrganismos controlando a acidez do produto, ou seja,
evitar a contnua formao de cido lctico e, consequentemente, aumento
da acidez do produto acabado. A falta dos cuidados necessrios nessa etapa
poder resultar em alteraes indesejveis ao produto elaborado como aroma e acidez muito elevadas.
Ao trmino dessa fase, o produto dever apresentar um pH de 4,5 - 4,6 ou
uma acidez de 70 - 720D, e apresentar uma massa com consistncia rme,
lisa, compacta (sem separao do soro), aroma e sabor caractersticos que iro
evidenciar-se ainda mais aps 12 horas do produto acabado e sob refrigerao.
6a Etapa Quebra do gel
Logo aps o trmino do perodo de resfriamento da massa a uma temperatura mdia de 100C por uma hora (conforme visto anteriormente) e pH
4,65, tem incio uma nova etapa no procedimento de fabricao do iogurte,
ao que chamamos de quebra do gel. Ao essa realizada pelas hlices
localizadas no interior da fermenteira e, com movimentos lentos circulatrios
acionados por controle automtico do equipamento ou de forma manual,
vo modicando a estrutura coloidal da massa. O que possibilita uma melhor reabsoro do soro pelas micelas de casena evitando a sinrese.
Ateno: Essa etapa da quebra do gel no se aplica ao iogurte tradicional.
7a Etapa Adio de aromas
Em seguida a etapa de quebra do gel, o produto transferido para tanques de
inox de menor capacidade para realizar adio de aromas, sabores e ou pedaos de frutas. Vale salientar que nos pequenos laticnios a adio desses ingredientes realizada tambm diretamente na fermenteira aps a quebra do gel.
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8a Etapa Envase
Aps adio dos diferentes aromas e sabores, o produto desce, por gravidade, por meio de tubulaes para o setor de envase que realizado em
equipamentos automticos especcos para diferentes tipos de produtos e
embalagens.
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Processamento de leite
Figura 11.13: (a) Cmara de resfriamento (b) Caminhes de transporte dos produtos
Fonte: autoria prpria.
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Possveis causas
Demasiado tempo de conservao.
Excesso de fermento adicionado massa.
Contaminao por bactrias proteolticas.
Gosto a bolor
Sabor de malte
Sabor metlico
Baixa acidez
Excesso de acidez
Rancidez
Sabor oxidado
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Processamento de leite
Quadrodo11.2:
Continuao
Quadro Tipos
11.2
Sabor de gordura
Sinrese - decantao
Produo de gs
Colnias na superfcie
Camadas de natas
Produto no homogeneizado
Falta de rmeza
Muito lquido
M incubao.
Pouco teor de slidos totais.
Fermentos de m qualidade.
Frutas ou aromas no sucientemente concentrados.
Textura arenosa
Pessoal, nalizamos nossa aula 11. Por isso, desde j convido vocs para, nas
prximas disciplinas, elaborarmos juntos outros alimentos tambm bacanas
com o leite. At breve!
Resumo
Nesta aula voc aprendeu a distinguir os vrios tipos de iogurtes, identicou
as bactrias que so utilizadas na fabricao desse alimento, obteve conhecimento dos equipamentos usados na fabricao do iogurte, percebeu a
importncia dos tratamentos trmicos para se obter produtos de to boa
qualidade e, o que melhor, aprendeu o passo a passo da fabricao dessa
bebida lctea to gostosa. Viu como fcil?
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e-Tec Brasil
Atividades de aprendizagem
1. Quais os microrganismos (bactrias lcteas) utilizados no processo de elaborao do iogurte?
2. Com relao ao teor de gordura, qual o percentual existente desse componente no iogurte tipo integral?
3. Qual a temperatura ideal para a inoculao das bactrias lcteas no processo
de fabricao do iogurte?
4. Quanto tempo necessrio para a mistura car em repouso (sob fermentao) na elaborao do iogurte?
5. Quais os objetivos desejados no procedimento de resfriar a massa do iogurte, uma vez que essa uma das etapas mais crticas na sua fabricao?
e-Tec Brasil
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Processamento de leite
Referncias
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Produo Alimentcia
Gilvan Silva
Arglia Maria Arajo Dias Silva
Maria Presciliana de Brito Ferreira
Processamento de leite
ISBN 978-85-7946-123-1
UFRPE
Universidade
9 788579 461231
Federal Rural
de Pernambuco