Sombrios Umbrais A Transpor
Sombrios Umbrais A Transpor
Sombrios Umbrais A Transpor
Janice Gonalves
So Paulo
2006
UNIVERSIDADE DE SO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CINCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTRIA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM HISTRIA SOCIAL
Janice Gonalves
Orientadora:
Profa. Dra. Ana Maria de Almeida Camargo
So Paulo
2006
Ao meu pai,
Armindo Gonalves,
com a saudade perene que a morte traz
minha me,
Oflia Nascimento Gonalves,
com a saudade ligeira que um interurbano ameniza
AGRADECIMENTOS
Profa. Dra. Ana Maria de Almeida Camargo, que acompanha minha trajetria
desde a graduao, agradeo, com admirao e afeto, pela confiana sempre renovada.
Aos professores da banca de qualificao, Prof. Dr. Elias Thom Saliba e Profa.
Dra. Sylvia Bassetto, pelas sugestes e alertas.
Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC, pela concesso de
afastamento das atividades pedaggicas, por dois anos (de agosto de 2004 a julho de 2006), e
pelo apoio financeiro a projeto de pesquisa relacionado tese, antes do afastamento (de
agosto de 2002 a julho de 2004).
A Felipe Matos, bolsista de pesquisa entre 2002 e 2004, dedicado, incansvel e
risonho.
A todos os entrevistados, gentis, atenciosos e generosos: Antnio Dario Neves,
Carlos Humberto Pederneiras Corra, Fbio Andreas Richter, Jali Meirinho, Joana Maria
Pedro, Jos Bento Rosa da Silva, Maria Bernardete Ramos Flores, Nelma Baldin, Neusa
Rosane Damiani Nunes, Raquel S.Thiago, Sueli Maria Vanzuita Petry. Um agradecimento
adicional a todos, entre esses, que facilitaram o acesso aos acervos sob sua responsabilidade.
Agradeo ainda a Iaponan Soares de Arajo, Vera Pecego Estork e Walter Fernando Piazza,
com quem tambm conversei, e a Lauro Junkes, que permitiu acesso aos dossis dos
acadmicos, na Academia Catarinense de Letras.
Pela amizade e pelo prazer da troca de idias, a Jos Roberto Severino, sempre
solidrio, e aos integrantes do Grupo de Estudos sobre Patrimnio Cultural, com variados
ndices de comparecimento s reunies: Adelson, Elisiana, Jos Ricardo, Karla, Janete,
Jefferson, Fbio, Daniela. E Priscila, que faz parte do grupo de ex-alunos queridos.
famlia em Santo Andr Oflia, Joana, Celso, Raquel, Roberta -, sempre
oferecendo conforto e carinho nas idas e vindas entre Santa Catarina e So Paulo.
Ao Nelson, por tudo e sempre mais.
RESUMO
ABSTRACT
This thesis aims an understanding of the process of definition and constitution of two
professional and knowledge fields - the historiographic field and the archivistic field - as well
as their reciprocal interactions, in Twentieth Century Santa Catarina. Part I focus on the
historiography on Santa Catarina, discussing the tensions between the new generation
(strongly identified to the University environment) and the representatives of the traditional
history (usually associated to the Santa Catarina Institute for History and Geography Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina/IHGSC), investigating the places and
conditions in which works of historical nature were produced, as well as their dissemination.
Part II investigates the atempts to build policy, common legislation and collaborative
networks for the archives of Santa Catarina, especially after the 1980's. There are also studies
on the role of the State Archives of Santa Catarina (Arquivo Pblico do Estado de Santa
Catarina) and, after the 1970's, on the legislation on City Archives. Part III has a closer focus
on four City Archives - Blumenau, Joinville, Itaja and Florianpolis Archives-, highlighting
their relation with the ways memory is produced, with the elaboration and validation of
historical narratives, with administrative efficiency and with the warranty of access to
documents as a condition for effective citizenship.
NDICE DE QUADROS
Quadro 1 -
214
218
220
SUMRIO
Introduo
11
Parte I: Narrar
Captulo I: A nova gerao
18
53
95
129
Captulo II: Papis do governo de Santa Catarina: o lugar do Arquivo Pblico do Estado 165
Captulo III: Arquivos pblicos municipais: entre a memria-culto e a memria- direito
203
233
260
288
313
Referncias
316
Apndices
336
Introduo
Como muitas teses, esta nasceu da curiosidade e da inquietao, mas sob o foco
de um olhar estrangeiro. Chegada a Santa Catarina, em 1999, eu retornaria s aulas de histria
depois de vrios anos lidando mais diretamente com questes pertinentes ao patrimnio
cultural e, em especial, ao patrimnio arquivstico. A curiosidade acerca da histria dos
lugares que aos poucos conhecia (e sigo conhecendo) tornou-se dever de ofcio. Havia
tambm a vontade de conhecer de perto os arquivos pblicos das localidades. Por outro lado,
a aproximao em relao histria de Santa Catarina era difcil: sem muitas referncias,
parecia-me excessiva a preocupao com temas como identidades, etnicidade, festas, turismo.
Tambm a reiterada rejeio a um fazer historiogrfico tradicional confundia e incomodava
afinal, quem fazia essa histria? em que livros, e por meio de quais autores fora ela
delineada?
O incmodo aumentava na medida em que a caracterizao da histria
tradicional estabelecia vnculos grosseiros entre seus historiadores e os documentos de
arquivo (sobretudo os pblicos). A histria tradicional seria aquela para a qual a histria no
existe sem documentos. Estaria, ento, no domnio da chamada Escola Metdica? Mas, ao
mesmo tempo, tambm se dizia que a histria tradicional tomava os documentos como
verdades, sem crtica e o que parecia ter ficado claro voltava a turvar: pois os metdicos
no ensinavam justamente a sempre duvidar dos documentos? Pior: a histria tradicional
confundia-se com uma histria oficial (subentendida como elitista, excludente, fruto da
dominao), posto que baseada em documentos oficiais! Uma percepo to simplificadora
dos documentos pblicos essencialmente, documentos pblicos de arquivo, produzidos por
rgos governamentais no levava em conta que os governos necessariamente interagem
com os governados e, conseqentemente, produzem tambm registros de aproximaes,
distanciamentos, negociaes, tenses, conflitos abertos. Aparentemente, uma histria notradicional deveria ser pensada longe dos arquivos oficiais. Se a lgica da argumentao
estava sendo bem interpretada, que implicaes teria essa postura para os arquivos pblicos,
enquanto locais de pesquisa histrica?
12
MELOT, Michel. Des archives consideres comme une substance hallucinogne. Traverses, Paris, v.36,
janvier 1986, p.14-19.
2
Ibidem, p.18.
3
NORA, Pierre. Missions et enjeux des archives dans les socits contemporaines. Comma, Paris, n.2-3, 2003,
p.48.
13
como diriam os arquivistas) venha a ganhar um valor simblico significativo (ou seja, um
valor secundrio ou mediato), o arquivo conserva qualquer coisa dessa marca de nascena:
fora de uso.4
Refletir, portanto, sobre o papel dos arquivos (enquanto conjuntos documentais e
instituies) nas sociedades contemporneas, e sobre sua relao com os processos de
produo de memria social (com nfase na produo historiogrfica), foram objetivos gerais
da pesquisa que resultou na tese. Mas toda a discusso partiu de questionamentos relativos
aos arquivos e historiografia que se percebem vinculados a questes propriamente
catarinenses.
Cabe esclarecer que Santa Catarina est sendo tomada aqui, antes de tudo, em
sua dimenso poltico-administrativa a Santa Catarina unidade da federao, articulando
limites territoriais e fronteiras da mquina governamental. As instituies que foram
examinadas no processo de pesquisa, e que se definiram como de Santa Catarina (como o
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, o Instituto Histrico e Geogrfico de Santa
Catarina - IHGSC, a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC), tomaram essa
dimenso como referncia. O que no significa que tenham se limitado a ela: no processo de
pesquisa, vrios foram os elementos levantados e identificados como valores catarinenses
defendidos por uns, questionados por outros, em distintos momentos. Mas grande a fora de
coeso e agregao que a dimenso poltico-administrativa exerce.5 Alm disso, no sculo XX
Santa Catarina ter seus limites territoriais por mais de uma vez contestados, o que, ao menos
da parte dos historiadores do IHGSC, levar articulao da defesa dos interesses
catarinenses. A reafirmao das fronteiras territoriais e a legitimao dessa dimenso polticoadministrativa de Santa Catarina sero, portanto, importantes na atuao de um dos grupos de
historiadores aqui em causa.
Se o processo de pesquisa esteve atento forma como diferentes experincias, no
campo da histria e no campo arquivstico, inscreveram-se em um dado recorte espacial
4
Ibidem, p.48.
Bourdieu, discutindo a noo de regio, e apoiado em Benveniste, procurou demonstrar que a regio
resultado do regere fines isto , do ato de estabelecer limites para o territrio, realizado pela autoridade
mxima, rex. Ou seja, reger remete, ao mesmo tempo, a governar, controlar, delimitar. Diz ele, ainda: Este ato
de direito que consiste em afirmar com autoridade uma verdade com fora de lei constitui um ato de
conhecimento que, por estar fundado, como qualquer poder simblico, no reconhecimento, produz a existncia
do que enuncia [...]. BOURDIEU, Pierre. A fora da representao. In:-. A economia das trocas lingsticas: o
que falar quer dizer. S.Paulo: EDUSP, 1998. p.109.
5
14
Angela de Castro Gomes indicou os muitos problemas que carrega a categoria gerao, mas nem por isso
deixou de us-la - entendeu-a significativa se combinada noo de sociabilidade e mesmo de campo:
entendemos que a utilizao da noo de geraes, que se operacionaliza pelo recurso categoria de
sociabilidade, converge para a idia de campo intelectual. GOMES, Angela de Castro. Histria e
historiadores: a poltica cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 1996.p.42.
15
Boiteux). No terceiro captulo da primeira parte, faz-se um esforo para discutir, mais
amplamente, as condies do fazer historiogrfico em Santa Catarina no sculo XX, tendo em
vista os lugares sociais aos quais os historiadores acabavam por se vincular, em funo de
suas ocupaes e interesses. Os depoimentos de historiadores entrevistados no processo de
pesquisa esto mais presentes neste captulo do que nos demais; tambm foram bastante
utilizados os materiais que constam dos dossis de acadmicos da Academia Catarinense de
Letras (vrios acadmicos foram - ou so - historiadores).
A segunda parte - Dispor - estuda as maneiras pelas quais se buscou, em Santa
Catarina, tratar dos documentos pblicos de arquivo de forma integrada, tendo em vista o
estabelecimento de uma poltica, de uma legislao comum, de uma rede de intercmbios. O
primeiro captulo estuda iniciativas de articulao da rea arquivstica por meio de encontros
regulares de profissionais que nela atuassem - os encontros catarinenses de arquivos - e de um
sistema (no caso, subsistema) estadual de arquivos. Predominam a, entre as fontes, os anais
dos encontros. J o segundo captulo procura examinar de forma mais detida o papel do
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina no meio arquivstico catarinense, inclusive
discutindo aspectos de seu lento processo de institucionalizao. A revista gora e os
relatrios, falas e mensagens do governo de Santa Catarina (tanto no Imprio como na
Repblica) foram bastante empregadas neste captulo. O terceiro captulo da segunda parte faz
um mapeamento das leis que, em municpios catarinenses, institucionalizaram seus arquivos,
tentando detectar permanncias e rupturas.
A terceira parte - Produzir - focaliza mais detidamente as trajetrias de quatro
instituies arquivsticas municipais de Santa Catarina: os arquivos de Blumenau, Joinville,
Itaja e Florianpolis. Para alm da formalizao de sua existncia por meio de legislao,
procura-se salientar processos sociais que produziram ou buscam produzir vocaes
especficas para tais instituies. De um lado, h a nfase nos arquivos como depositrios de
heranas preciosas para determinados segmentos das populaes locais (particularmente no
caso de Joinville e Blumenau). De outro, os arquivos tambm so produzidos como
laboratrios de histria (por meio de seus usurios, sem dvida, mas tambm pelos
instrumentos de pesquisa priorizados e disponibilizados, e pelos temas e perodos ressaltados
nas exposies e nas publicaes promovidas - em Joinville, Blumenau e Itaja). Destaca-se
ainda a tentativa de constituir os arquivos como instrumento e espelho da razo administrativa
(como em Florianpolis e Itaja). Os dados relativos trajetria das instituies foram obtidos
16
PARTE I:
NARRAR
18
Parte I
Captulo 1
A nova gerao
No foi bem assim: livro rene ensaios de nova gerao de historiadores. A Notcia, Joinville (SC), 3 maio
1999 (caderno Anexo). Autores dos ensaios: Ana Brancher, Amrico Augusto da Costa Souto, Cludia
Mortari, Cynthia Machado Campos, Cristina Scheibe Wolff, Henrique Luiz Pereira Oliveira, Hermetes Reis
Arajo, Joo Batista Bitencourt, Karen Cristine Rechia, Luiz Felipe Falco, Paulino de Jesus Francisco Cardoso,
Reinaldo Lindolfo Lohn, Rodrigo Lavina.
2
Nova gerao de historiadores: grupo lana Histria de Santa Catarina no sculo 19. A Notcia, Joinville
(SC), 12 dez.2001 (caderno Anexo). Autores presentes no volume sobre o sculo XIX: Ana Brancher, Antonio
Carlos Gttler, Antnio Manoel Elbio Junior, Henrique Lus Pereira Oliveira, Itamar Siebert, Janine Gomes da
Silva, Paulo Pinheiro Machado, Reinaldo Lindolfo Lohn, Rosngela Miranda Cherem, Slvia Maria Fvero
Arend, Vanderlei Machado.
3
Autores presentes no volume relativo ao perodo colonial: Ana Paula Wagner, Antnio Luiz Miranda, Fbio
Kuhn, Luiz Felipe Falco, Marcelo Gonzalez Brasil Fagundes, Marlon Salomon, Norberto Dallabrida, Reinaldo
Lindolfo Lohn, Rodrigo Lavina.
19
que em geral ficam relegados a segundo plano, ir alm da historiografia oficial para tentar
entender uma poca levando em conta suas complexidades - como a cultura, as formas de
saber e o imaginrio de sua gente.4
Na cobertura jornalstica dos lanamentos, os indcios quanto a uma histria que
no pretende ser assumida pela nova gerao: aquela contada pelos vencedores, pouco
atenta diversidade cultural, marginalizadora de determinados atores da histria. Os
prprios livros em especial, suas apresentaes ajudam a compor um quadro mais ntido
da histria a ser renovada e ultrapassada: uma histria que,
em linhas gerais, caracteriza-se por um tratamento factual, enfatizando a
histria poltica. Por pretender manter uma posio de no interveno
(neutralidade) e para reforar a idia de recuperao fiel do passado, no
explicitada nem a metodologia, nem as questes que norteiam tal
investigao. Neste sentido, para os que seguem esta concepo de histria,
tudo o que evidencie o trabalho do historiador deve desaparecer, de modo a
transparecer a objetividade da narrativa. 5
A histria sob um novo olhar. Dirio Catarinense, Florianpolis, 9 nov. 2004 (capa do caderno Variedades).
BRANCHER, Ana, OLIVEIRA, Henrique L. Pereira. Apresentao. In: BRANCHER, Ana (org.). Histria de
Santa Catarina: estudos contemporneos. Florianpolis: Letras Contemporneas, 1999. p.8.
6
Ibidem.
7
OLIVEIRA, Henrique Luiz Pereira. Prefcio. In: BRANCHER, Ana; AREND, Slvia Maria Fvero (orgs.).
Histria de Santa Catarina: sculos XVI a XIX. Florianpolis: Ed da UFSC, 2004. p.9-10.
20
FERREIRA, Cristina, FRTSCHER, Mri (orgs.). Vises do Vale: perspectivas historiogrficas recentes.
Blumenau (SC): Nova Letra, 2000. p.7. Autores presentes no volume: Andr Voigt, Cristina Ferreira, Cristina
Scheibe Wolff, Joo Klug, Jos Roberto Severino, Marlon Jaison Salomon, Marlus Niebuhr, Mri Frotscher,
Norberto Dallabrida, Roberto Marcelo Caresia, Roseli Zimmer, Rosilene Alves, Rute Coelho Zendron.
9
Ibidem, p.8.
10
Ibidem, p.8.
11
CARDOSO, Paulino de Jesus. Apresentao. In: CARDOSO, Fernando Henrique. Negros em Florianpolis:
relaes sociais e econmicas. Florianpolis: Insular, 2000. p.21. Grifos meus.
21
Ibidem, p.20-21.
LEITE, Ilka Boaventura. Descendentes de africanos em Santa Catarina: invisibilidade histrica e segregao.
In: LEITE, Ilka B. (org.). Negros no sul do Brasil: invisibilidade e territorialidade. Florianpolis: Letras
Contemporneas, 1996. p.43.
14
PEDRO, Joana Maria et al. Escravido e preconceito em Santa Catarina: histria e historiografia. In: LEITE,
Ilka B. (org.). Negros no sul..., op.cit., p.233.
13
22
15
Ibidem, p.235. Dissertao de mestrado realizada junto ao Programa de Ps-Graduao em Histria da UFSC
destacou justamente a questo da presena/ausncia das populaes afrodescendentes na produo de Cabral e
Piazza: FREITAS, Patrcia de. Margem da palavra, silncio do nmero: o negro na historiografia de Santa
Catarina. Florianpolis: 1997. Dissertao (Mestrado em Histria). Universidade Federal de Santa Catarina.
16
No trabalho de 1988, l-se, ao final, o seguinte comentrio: So extremamente raras, e quase sempre pouco
convincentes, as publicaes histricas e sociolgicas que tratam da escravido e das relaes raciais em Santa
Catarina. E este silncio, sem dvida alguma, no fortuito. PEDRO, Joana Maria et al. Negro em terra de
branco: escravido e preconceito em Santa Catarina no sculo XIX. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988. p.62.
17
FVERI, Marlene de. Personagens beira de um porto: mulheres de Itaja. In: MORGA, Antonio (org.).
Histria das mulheres de Santa Catarina. Florianpolis: Letras contemporneas, Chapec (SC): Argos, 2001.
p.31. Autores presentes na coletnea: Antonio Emlio Morga, Arlene Renk, Carlos Renato Carola, Carmen
Susana Tornquist, Cristina Scheibe Wolff, Janine Gomes da Silva, Karen Christine Rchia, Karla Leonora Dahse
Nunes, Maria Bernardete Ramos Flores, Maria Teresa Santos Cunha, Marlene de Fveri.
18
Dissertaes e teses tambm tm sido publicadas: ver, a respeito, o Apndice I-4.
23
abordadas por meio de vidas banais, obscuras, sem arroubos, de protagonistas annimas da
Histria, fazendo emergir das entranhas do escrito, das memrias do vivido, representaes
de um tempo e de um lugar. E destacou, mais adiante: outra Histria est sendo
construda!19
Os exemplos poderiam continuar, sendo citadas outras coletneas responsveis
por divulgar a produo de uma gerao de historiadores que se quer nova.20 Dois aspectos
ganham relevo: de um lado, a prpria insistncia na afirmao - veiculada em diversas
publicaes, na ltima dcada - da existncia de uma nova gerao de historiadores, em
Santa Catarina; de outro, a necessidade de, nesse processo de afirmao, contrapor a histria a
ser feita pela nova gerao a uma outra histria. De forma explcita ou subentendida, essa
histria a ultrapassar seria a histria tradicional.
, alis, a crtica histria tradicional (no caso, a uma histria tradicional
essencialmente ocupada com a poltica) que permite dar algum sentido presena de Amrico
Augusto da Costa Souto no livro Histria de Santa Catarina: estudos contemporneos. Livredocente pela UFSC e professor aposentado pela mesma universidade, dificilmente seria
identificado como integrante dessa nova gerao. Em seu texto, mobilizando
simultaneamente conceitos marxistas e inspirao braudeliana, Costa Souto buscou resgatar
a Histria Econmica, pois a assim chamada Nova Histria voltou-se, agora, para outras
reas21. Na apresentao da coletnea, indica-se que Costa Souto dela participa na condio
de homenageado: apresentado como inspirador de uma gerao de novos historiadores,
uma vez que o trabalho por ele coordenado, Evoluo histrico-econmica de Santa
19
CUNHA, Maria Teresa Santos. Apresentao. In: PEDRO, Joana Maria (org.). Prticas proibidas: prticas
costumeiras de aborto e infanticdio no sculo XX. Florianpolis: Cidade Futura, 2003. p.6-7. Autores presentes
na publicao: Aniele Fructuoso da Costa, Cristiani Bereta da Silva, Eliana Izabel Hawerroth, Joana Maria
Pedro, Luciana Rosar Fornazari Klanowicz, Maria Conceio de Lacerda, Maristela Moreira de Carvalho, Ncia
Alexandra Silva de Oliveira, Roselane Neckel, Vanderlei Machado.
20
RAMPINELLI, Waldir Jos (org.). Histria e poder: a reproduo das elites em Santa Catarina.
Florianpolis: Insular, 2003 (autores: Afrnio Boppr, Cristiane Manique Barreto, Delmir Jos Valentini, Iara
Andrade Costa, Luci Choinacki, Marli de Oliveira Costa, Mri Frotscher, Pedro Uczai, Telmo Marcon, Waldir
Jos Rampinelli). Tambm: FLORES, Maria Bernardete Ramos et al. (orgs.). A casa do baile: esttica e
modernidade em Santa Catarina. Florianpolis: Fundao Boiteux, 2006 (autores: Aldonei Machado, Cynthia
Machado Campos, Edgar Garcia Jr., Eloah Rocha M. de Castro, Evandro Andr de Souza, Fernando C. Boppr,
Jacqueline Wildi Lins, Jos Henrique Nunes Pires, Joseane Zimmermann, Lucsia Pereira, Luciene Lehmkuhl,
Mara Rbia SantAnna, Maria Bernardete Ramos Flores, Marilange Nonenmacher, Mrio Csar Coelho, Miriam
Tesserolli, Rosngela M. Cherem, Vera Collao).
21
SOUTO, Amrico Augusto da Costa. Industrializao de Santa Catarina: o vale do Itaja e o litoral de So
Francisco, das origens ao mercado nacional (1850-1929). In: BRANCHER, Ana (org.). Histria de Santa
Catarina..., op.cit., p.115.
24
22
BRANCHER, Ana; OLIVEIRA, Henrique L. Pereira. Apresentao, op.cit., p.8. O carter inovador dos
trabalhos de Amrico da Costa Souto, no contexto catarinense, foi discutido em: DALLABRIDA, Norberto. A
historiografia catarinense e a obra de Amrico da Costa Souto. Revista Catarinense de Histria, Florianpolis,
n.4, 1996, p.9-19.
23
Ibidem, p.8-9.
24
SOUTO, A.da Costa, DALLABRIDA, N. Prefcio. In: BRANCHER, Ana, AREND, Slvia M. F.(orgs).
Histria de Santa Catarina no sculo XIX. Florianpolis: Editora da UFSC, 2001. p.10.
25
Neste como em outros pontos, os autores compartilharam uma viso acerca das
transformaes da produo de carter histrico, em Santa Catarina, que havia sido
sistematizada em texto de 1994 e que foi, alis, o primeiro, entre os autores da nova
gerao, a propor uma apreciao mais detida sobre a historiografia catarinense.
25
26
26
Wolff baseou sua definio de histria tradicional na discusso feita por Peter
Burke a respeito da nova histria e, por conseqncia, sobre o paradigma tradicional em
Histria.27 Em linhas gerais, a histria articulada ao paradigma tradicional, apresentando uma
ambio de objetividade, seria marcada pela narrativa de acontecimentos, sem
problematizao, enfatizando a esfera do poltico e a perspectiva das elites (histria vista de
cima), privilegiando os registros oficiais (conforme Burke, emanados do governo e
preservados em arquivos28) bem como os personagens que neles so mais constantes. Assim,
de acordo com Wolff, autores como Walter Piazza, Oswaldo Cabral (particularmente em
Histria de Santa Catarina), Jali Meirinho e Carlos Humberto Corra seriam historiadores
tradicionais, s que mais afinados com a abordagem estadual tradicional. J um autor como
Licurgo Costa, estudioso da regio de Lages, integraria a vertente tradicional local29. Uma
caracterstica que articularia as vrias vertentes da corrente tradicional, embora
acentuadamente as obras mais gerais, seria o hbito de omitir as fontes utilizadas e os
arquivos nos quais poderiam ser encontradas, dificultando bastante o trabalho de verificao e
de aprofundamento do estudo.30 A respeito desse ltimo comentrio da autora, cabe ponderar
que, entre os trabalhos citados, encontravam-se obras originalmente concebidas como de
referncia ou didticas, e que os historiadores em questo lidaram de forma diferenciada com
a citao de fontes, conforme o veculo ou a finalidade da publicao de seus textos.31
De forma similar ao que acontece com o texto de Peter Burke, no artigo de
Cristina Scheibe Wolff as caractersticas da historiografia tradicional so melhor definidas do
que as da historiografia a ela contraposta - em Burke, a nova histria, em Wolff, a
historiografia de abordagem temtica. A abordagem temtica abarcaria diferentes recortes
no interior da disciplina (histria demogrfica, histria econmica) e diferentes
27
BURKE, Peter. Abertura: a nova histria, seu passado e seu futuro. In: BURKE, Peter (org.). A escrita da
Histria: novas perspectivas. S.Paulo: Editora da UNESP, 1992. (Biblioteca bsica) esp. p.8-15.
28
Ibidem, p.13. Burke acrescenta: Os registros oficiais em geral expressam o ponto de vista oficial. Para
reconstruir as atitudes dos hereges e dos rebeldes, tais registros precisam ser suplementados por outros tipos de
fonte.
29
WOLFF, Cristina Scheibe. op.cit., p.8-10.
30
Ibidem, p.9.
31
A Histria de Santa Catarina, por exemplo, de Oswaldo Cabral, publicada em 1968 e alvo constante de
crticas dos novos historiadores, foi escrita com o intuito de servir de suporte s atividades de professores do
que hoje chamamos de ensino fundamental e mdio, em funo de alteraes curriculares que tornaram
obrigatrio o ensino de histria de Santa Catarina. No prefcio primeira edio, Cabral esclarece ter procurado
reunir e compilar os fatos j narrados pelos clssicos das nossas letras histricas, alm dos que ele mesmo teria
reconstitudo atravs de documentao original que, em mais de trinta anos, compulsara nos arquivos e nos
velhos jornais. CABRAL, Oswaldo R. Histria de Santa Catarina. 4 ed. Florianpolis: Lunardelli, 1994. p.8.
27
posicionamentos tericos (tanto historiadores marxistas como, a partir de fins dos anos 1980,
historiadores que valorizam o fragmentrio, os sujeitos habitualmente excludos do discurso
histrico e a diversidade cultural). Em relao a este ltimo grupo, Wolff destacou o papel
inovador de dissertaes e teses defendidas entre fins da dcada de 1980 e incios da de 1990,
como a de Hermetes Reis Arajo (dissertao defendida em 1989), a de Henrique Luiz Pereira
Oliveira (dissertao de 1990), a de Maria Bernardete Ramos Flores (tese de 1991) e a de
Joana Maria Pedro (tese de 1992).32
A proposta de classificao de Cristina Scheibe Wolff, vista at mesmo pela
autora como provisria, sem pretenses de ser absoluta, experimental33, cabvel, e
mesmo assim com restries, para variados trabalhos de carter histrico. Mas certamente no
pode ser estendida in totum a seus autores. Se historiadores como Oswaldo Cabral e Walter
Piazza dedicaram-se a escrever histrias gerais de Santa Catarina, no o fizeram de forma
exclusiva, produzindo tambm textos mais voltados para uma histria de dimenso local34 ou
para temas especficos35. Alm disso, a autora, ao remeter-se ao debate sobre a chamada
nova histria (a partir de texto-sntese de Peter Burke), articulou-se a uma rede de
armadilhas simplificadoras. De um lado, so detectveis as interpretaes reducionistas que
autores da nova histria montaram e disseminaram intensamente desde a dcada de 1960,
nas quais a histria a combater aparece como a histria tradicional e positivista; de outro,
os ecos, nos debates, de questionamentos anteriores feitos sobretudo por Lucien Febvre, no
32
28
36
Para Le Goff, a histria nova nasceu em grande parte de uma revolta contra a histria positivista do sculo
XIX, tal como havia sido definida por algumas obras metodolgicas por volta de 1900 [referindo-se a textos de
Langlois e Seignobos]. LE GOFF, Jacques. A histria nova. In: LE GOFF, Jacques (org.). A histria nova. So
Paulo: Martins Fontes, 1998. p.28. Le Goff, portanto, filia a histria nova aos combates dos primeiros
Annales contra a histria historizante, em defesa da histria-problema. Para uma crtica das posies dos
Annales a este respeito, ver: NADER, Pedro Eduardo Portilho de. Histrias adversas: a confrontao entre a
histria dos Annales e a chamada histria positivista. Revista USP, So Paulo, n.23, set.-nov.1994, p.63-67.
37
Rogrio Forastieri da Silva, destacando a fora dos investimentos que tentaram distinguir a boa histria dos
Annales do resto, considerou que provavelmente geraes e geraes de profissionais se recusaram a tomar
contato com a chamada histria positivista, ou a chamada histria tradicional, ou simplesmente a ignoraram.
Os juzos foram suficientemente severos para se desqualificar qualquer outra forma de histria que no estivesse
conforme as propostas dos Annales. SILVA, Rogrio Forastieri da. Histria da historiografia: captulos para
uma histria das histrias da historiografia. Bauru (SC): Edusc, 2001. p.142.
38
Ver, por exemplo: GOMES, Angela de Castro. Histria e historiadores... , op.cit., p.12 (ressalta, como
generalizante e empobrecedor, o postulado de uma historiografia positivista, to profcua em informaes
minuciosas e inteis, quanto parca em interpretaes abrangentes e interessantes.); REIS, Jos Carlos. A
histria, entre a filosofia e a cincia. 2 ed. So Paulo: tica, 1999. p.20 (aponta as crticas contundentes da
escola dos Annales, que transformavam os positivistas em portadores de uma anti-histria, e os congelavam em
uma descrio caricatural).
39
Segue aqui um exemplo ligado ao caso catarinense. Graduado e na condio de mestrando em Histria pela
UFSC, Camilo Buss Arajo publicou, em 2004, livro sobre o trabalho do padre Vilson Groh na comunidade
Mont Serrat (morro da Cruz, Florianpolis), no qual comentou: [...] essas populaes [grupos populares] foram
desconsideradas pela historiografia tradicional, que privilegiou os grandes acontecimentos polticos bem como
os cidados ilustres. Deparamo-nos, portanto, com o problema da ineficcia das fontes oficiais cujo contedo
pouco esclarece a nossa problemtica. A invisibilidade dessas pessoas perante os documentos oficiais nos fez
buscar outros tipos de fontes, como jornais, entrevistas, panfletos e informativos comunitrios com o objetivo de
dar voz queles que fazem parte da histria de Florianpolis, porm foram, na maioria das vezes, silenciados.
Mais adiante, entendeu como insuficiente a concepo positivista que considera que o documento , sobretudo,
um texto. ARAJO, Camilo Buss. A sociedade sem excluso do padre Vilson Groh: a construo dos
movimentos sociais na comunidade do Mont Serrat. Florianpolis: Insular, 2004. p.17 e 89. Grifos meus.
40
BRANCHER, Ana, OLIVEIRA, Henrique L. Pereira. Apresentao, op.cit. p.9.
29
comentrio mais direto foi feito na mesma Revista Catarinense de Histria, por Norberto
Dallabrida, dois anos depois da publicao do artigo de Wolff.41
Dallabrida no se ateve apenas historiografia catarinense recente, fazendo um
esforo maior de periodizao, em que podem ser percebidas convergncias com a
perspectiva de Walter Piazza, principalmente aquela presente em texto de 1981.42 Da mesma
forma como em Piazza podem ser percebidas quatro vertentes historiogrficas, no texto de
Dallabrida o leitor apresentado a quatro momentos da historiografia catarinense. No entanto,
se para Piazza a historiografia catarinense teve incio com cronistas e viajantes do perodo
colonial, para Dallabrida ela teria seu momento inicial entre meados do sculo XVIII e incios
do sculo XX, quando a histria de Santa Catarina foi escrita por membros da elite
administrativa, militar e eclesistica viso com a qual Piazza concordaria ao menos em
parte43.
A partir de incios do sculo XX, ainda segundo Dallabrida, teria surgido um
novo momento historiogrfico, marcado pela produo da chamada histria tradicional,
caracterizada pela
narrativa de acontecimentos essencialmente polticos, administrativos e
militares de indivduos da elite e pela utilizao quase exclusiva de
documentos escritos - geralmente oficiais -, visando atingir a objetividade.44
41
30
Ibidem, p.13. Piazza entende que a primeira metade do sculo XX caracterizou-se por uma produo de carter
histrico veiculada em revistas voltadas para esse tipo de estudos (como a revista do IHGSC); sugere, no
entanto, que estudiosos como Lucas Boiteux e Oswaldo Cabral, em seu esforo de sntese da histria de Santa
Catarina, estabeleceram uma linha de continuidade com os autores dos sculos XVIII e XIX. Cf.: PIAZZA,
Walter F. Historiografia de Santa Catarina [1981], op.cit., p.63-66 e 72-73.
46
DALLABRIDA, Norberto. op.cit., p.13-14.
47
PIAZZA, Walter F. Historiografia de Santa Catarina [1981], op.cit., p.58.
48
FONTES, Henrique da Silva. Pensamentos, palavras e obras: Primeiro caderno - Da Faculdade de Filosofia.
Florianpolis: [Edio do Autor], 1960. p.18.
49
Fora sentida a necessidade de revisar a histria de Santa Catarina, no no sentido de demolir o que era
apresentado pelos vrios estudiosos da Histria, mas de completar determinados quadros ou preencher alguns
claros, notadamente, no que tange Histria Social e Econmica. PIAZZA, Walter F. Historiografia de Santa
Catarina [1981], op.cit., p.73.
31
derivaes. J no artigo de Dallabrida, a nfase dada s rupturas. Do ponto de vista tericometodolgico, a primeira ruptura importante estaria representada por Amrico da Costa Souto
e seu vis braudeliano de abordagem da economia catarinense50. Em seguida, e mais
propriamente a partir de fins dos anos 1980, houve a emergncia de
uma nova conjuntura historiogrfica catarinense - ps-moderna? -, marcada
pela explorao de novos objetos histricos, que demandam novas
abordagens. A partir de novos olhares, a Histria catarinense passa a se
sintonizar cada vez mais com o mundo, principalmente por influncia das
universidades paulistas.51
50
32
Para lio Cantalcio Serpa54, Valter Gomes procurou detectar tal pensamento
historiogrfico em funo do pressuposto de uma identidade catarinense a partir da qual
demandas e anseios da populao de Santa Catarina poderiam ser interpretados e defendidos.
Neste sentido, Serpa vislumbrou no trabalho de Valter Gomes a postura predominante entre
os membros do Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina, no que se refere a uma
preocupao marcante com a questo identitria, em termos regionais (Gomes , alis, scio
do IHGSC, assim como seu orientador). Valter Gomes associa os diferentes momentos da
historiografia catarinense evoluo ltero-cientfica de Santa Catarina, sua proposta de
periodizao seguindo de perto as fases da literatura catarinense, conforme estudiosos como
Osvaldo F. Melo e Celestino Sachet.55 A fase mais recente, ou quinto perodo, estaria
marcada pelo dinamismo cultural, a partir de 1948 (criao da revista modernista Sul,
realizao do 1. Congresso de Histria Catarinense, expanso de meios de comunicao rdios, jornais - , criao da Universidade). Para Gomes,
[...] no quinto perodo nasceu a historiografia de Santa Catarina: formou-se
uma comunidade cientfica, controladora, inovadora, incentivadora; o
historiador passou a cultivar uma severa autocrtica, tanto em relao
seriedade da pesquisa, quanto utilizao dos conceitos e adoo de valores
[...]56
54
SERPA, lio Cantalcio. A identidade catarinense nos discursos do Instituto Histrico e Geogrfico de Santa
Catarina. Revista de Cincias Humanas, Florianpolis, v.14, n.20, 1996, p.63-79.
55
GOMES, Valter Manoel. Formas do pensamento..., op.cit., p.38. Embora Gomes baseie sua periodizao na
da histria da literatura catarinense, cabe esclarecer que Celestino Sachet fez uma proposta diferenciada para os
estudos histricos em Santa Catarina, dividindo-os em trs etapas: apresentao do fato histrico como
simples acontecimento provocado pelo indivduo, at fins do sculo XIX; preocupao com os aspectos
sociolgicos e culturais da colonizao, at a dcada de 1960; estudos setorializados, com o rigor da pesquisa
cientfica na coleta de dados e respectiva interpretao. SACHET, Celestino. A literatura catarinense.
Florianpolis: Lunardelli, 1985. p.306.
56
Ibidem, p.47.
33
34
60
Ressalte-se que esto sendo aqui enfocadas as dissertaes e teses que, relativas histria de Santa Catarina,
foram desenvolvidas e defendidas em programas de ps-graduao em Histria. certo, todavia, que muitos
trabalhos referentes histria catarinense vem sendo desenvolvidos junto a programas de ps-graduao de
outras reas do conhecimento.
61
Convm esclarecer que a consulta e a anlise dos trabalhos no foi feita em sua plenitude: das dissertaes e
teses de todos os programas de ps-graduao em Histria em que foram identificados trabalhos sobre Santa
Catarina, o material consultado representa 73% do total (186 dissertaes, em 241, e 27 teses, em 51). As
dissertaes e teses consultadas da UFSC representam 84% do total (164 dissertaes, em 191, e 7 teses, em 12).
Em relao UFSC, a maior parte do material no consultado refere-se ao perodo de 2004-2005. A indicao do
material consultado foi feita no Apndice I-1 (ltima coluna). Cabe ainda informar que parcela significativa das
dissertaes e teses foi levantada e consultada durante a realizao do projeto de pesquisa Arquivos e
Historiografia sobre Santa Catarina (1977-2002), coordenado por mim e desenvolvido entre agosto de 2002 e
julho de 2004, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Foi fundamental, no desenvolvimento do
projeto, a participao do bolsista de iniciao cientfica Felipe Matos, bem como o apoio institucional da
UDESC.
35
no elegia Santa Catarina como foco, e sim a Histria Oral.62 A segunda defesa ocorreu em
1978, assistindo-se a um verdadeiro boom em 1979: vinte ao todo, sendo dezenove sobre
Santa Catarina.63 Um nmero de defesas to significativo, em relao a trabalhos sobre a
histria catarinense, s seria retomado a partir de meados da dcada de 1990. Nesse conjunto,
sempre predominaram os trabalhos voltados para Santa Catarina, embora o Programa de PsGraduao em Histria da UFSC tenha abrigado estudos relativos a outras reas do pas Rio
Grande do Sul e Paran, principalmente, mas tambm Cear, Esprito Santo, Minas Gerais,
Maranho, Roraima e Rio de Janeiro. Relativamente histria de Santa Catarina, o Programa
gerou, entre 1977 e 2005, 191 dissertaes e 12 teses (estas ltimas, defendidas entre 2002 e
2005 - ver Apndice I-2).
Nos anos iniciais do Programa, atuaram alguns professores estrangeiros (na
maioria, norte-americanos) e pesquisadores com vnculos estreitos com o Instituto Histrico e
Geogrfico de Santa Catarina - a comear por seu ativo primeiro coordenador, Walter
Fernando Piazza.64 As primeiras vinte dissertaes sobre Santa Catarina foram defendidas
entre 1978 e 1979, dezenove delas nesse ltimo ano; outras vinte dissertaes seriam a elas
somadas, porm, dez anos depois (ver Apndice I-2). Analisando-se dados relativos aos
orientadores (ver Apndice I-3), na primeira dcada do Programa, percebe-se que alguns dos
professores estrangeiros (Errol Dean Jones, George Philip Browne, Kendall Walker Brown,
Lawrence James Nielsen, Roger Frank Colson), assim como o gegrafo Paulo Lago e o
socilogo Nereu do Vale Pereira, no mais estiveram, aps 1980, entre os orientadores de
pesquisas sobre Santa Catarina. Essa tarefa coube, at 1993 (pelo que indicam as dissertaes
defendidas), apenas a Carlos Humberto Corra, Marly Anna Fortes Bustamante Mira, Rufino
Porfrio Almeida (ao final do perodo) e Walter Piazza (o ltimo trabalho por ele orientado
sendo defendido em 1985), bem como aos professores estrangeiros Anbal Abadie-Aicardi
(uruguaio) e Ernesto Anbal Ruiz (argentino).
62
CORRA, Carlos H. P. O documento de histria oral como fonte histrica: uma experincia brasileira.
Florianpolis, 1977. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. A orientao foi de Walter F. Piazza.
63
Para um levantamento sistemtico de todas as dissertaes do Programa at 1997, ver: UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA. Centro de Filosofia e Cincias Humanas. Departamento de Histria
Programa de Ps-Graduao em Histria Catlogo de dissertaes: rea de concentrao - Histria Cultural.
Florianpolis: 1998.
64
Ver, a respeito: PIAZZA, Walter. Uma idia e os seus resultados. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SANTA CATARINA. Centro de Filosofia e Cincias Humanas. Departamento de Histria. Programa de PsGraduao em Histria. Catlogo de dissertaes, op.cit., p.17-20.
36
Por Lawrence James Nielsen: BARROS, Edy A. C. de. A freguesia de Nossa Senhora das Necessidades e
Santo Antnio: 1841 a 1910 a sua transio demogrfica, 1979; FARIAS, Vilson Francisco. A freguesia da
Enseada de Brito: evoluo histrico-demogrfica de 1778 a 1907, 1980. Por Marly Mira: BARRETO, Maria T.
S. Os poloneses do Alto Vale do rio Tijucas: um estudo de histria demogrfica (1880-1950), 1979; FLORES,
Maria Bernardete Ramos. Histria demogrfica de Itaja, 1979; PERARDT, Joaquim F. Histria demogrfica
de Angelina (1860-1950), 1990; LAZZARINI, Srgio. Histria demogrfica da parquia de So Joo Batista de
Campos Novos (1876-1940), 1993; LUZ, Srgio R. da. Nossa Senhora da Lapa do Ribeiro da Ilha e sua
populao (1810-1930), 1994; SANTOS, Joaquim G. dos. A freguesia de So Miguel da Terra Firme: aspectos
histricos e demogrficos (1750-1894), 1996. Lawrence Nielsen e Marly Mira tambm orientaram dissertaes
relativas a outras regies e temas.
66
Por George Philip Browne: COLOMBI, Luiz V. Industrializao de Blumenau: o desenvolvimento da
Gebrder Hering, 1880-1915, 1979; PACHECO, Darcy. Um estudo sobre a Junta da Real Fazenda de Santa
Catarina, perodo 1817-1831, 1979. Por Kendall Walker Brown: CZESNAT, Lgia de Oliveira. As estruturas
das atividades comerciais da empresa de Carl Hoepcke & Cia. no contexto catarinense, 1980. Por Roger Frank
Colson: ALMEIDA, Rufino Porfrio. Um aspecto da economia de Santa Catarina a indstria ervateira: o
estudo da Companhia Industrial, 1979; BOSSLE, Ondina P. Henrique Lage e o desenvolvimento sulcatarinense, 1979; HILLESHEIM, Anselmo A. O crescimento do mercado interno numa colnia do Imprio: o
caso de Blumenau, 1850-1880, 1979; HBENER, Laura. O movimento comercial do porto de Nossa Senhora do
Desterro no sculo XIX, 1979; MARTINS, Valmir. A contribuio do imigrante para o desenvolvimento das
relaes capitalistas de produo no sul do Estado de Santa Catarina, 1979; PEDRO, Joana M. O
desenvolvimento da construo naval em Itaja, SC: uma resposta ao mercado local, 1900-1950, 1979; Por
Ernesto Ruiz: SENA, Walmor B. de. A poltica do cooperativismo de eletrificao rural em Santa Catarina,
1980; PRATES, Arlete. Atuao estatal no cooperativismo agrcola catarinense: o caso da Cooperativa
Regional Alfa (1957-1979), 1981; COELHO, Pedro. O desenvolvimento da pecuria bovina de Lages, 1982;
DIAS, Maria de Ftima S. Sindicalismo e Estado corporativista: o caso do Sindicato dos Trabalhadores nas
Indstrias de Fiao e Tecelagem de Blumenau (1941-1950), 1985. Por Rufino Almeida: SCHWAB, Aparecida
B. O movimento operrio: evoluo do Sindicato dos Trabalhadores nas Indstrias de Fiao e Tecelagem de
Blumenau (1950-1988), 1991; FERNANDES, Maria Luiz. Partidos e sindicatos, um estudo de caso: o Sindicato
dos Trabalhadores na Indstria de Extrao do Carvo de Cricima, 1992; SANTOS, Nelvio. Trentinos em
Santa Catarina: a evoluo econmica de Nova Trento (1875-1960), 1993; CAMPOS, Marlia. Marisol S.A,
indstria do vesturio: sua evoluo (1964-1992), 1994. George Philip Browne, Kendall Walker Brown, Ernesto
Ruiz e Rufino Almeida tambm orientaram trabalhos sobre outros temas ou regies.
67
Por Carlos Humberto P. Corra: BOPPR, Maria Regina. Regime eleitoral e realidade poltico-social no
Imprio: o caso do altiplano catarinense nas primeiras eleies diretas (1881-1889), 1983; LAUS, Snia P. A
UDN em Santa Catarina, 1985; DUTRA, Ricardo. Florianpolis - a organizao poltico-administrativa: a
Intendncia Distrital (1889-1932), 1994; VIEIRA, Jaci G. Histria do PCB em Santa Catarina: da sua gnese
at a Operao Barriga Verde (1922-1975), 1994; Por Walter Piazza: BALDIN, Nelma. A Intendncia de
Marinha de Santa Catarina e seu papel na ocupao da Provncia Cisplatina (1817-1832), 1979; MEIRINHO,
Jali. A Repblica em Santa Catarina, 1979; S.THIAGO, Eneida Raquel. Um caso de liderana luso-brasileira
na regio de Joinville: Abdon Baptista, 1884-1922, 1983. Carlos H. P. Corra e Walter Piazza tambm
orientaram trabalhos sobre outros temas.
37
SILVEIRA, Adlia dos Santos. Catlogo analtico-descritivo dos jornais do Desterro (1850-1894): o jornal
como fonte histrica, 1981; CUNHA, Maria Teresa S. A contribuio historiogrfica de Lucas Alexandre
Boiteux no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro (1911-1957), 1982; MORAES, Laura do N. R. Catlogo
analtico descritivo dos jornais de Florianpolis (1894-1914): o jornal como fonte histrica, 1985;
SCHLICHTING, Ada Melo. Catlogo analtico- descritivo dos jornais de Florianpolis (1914-1930): o jornal
como fonte histrica, 1989; TEIXEIRA, Arilton. Catlogo analtico-descritivo dos jornais lagunenses (18641900): o jornal como fonte histrica, 1991. Anbal Abadie-Aicardi tambm orientou trabalhos sobre outros
temas.
69
Por Errol Dean Jones: MONTEIRO, Jaecyr. Nacionalizao do ensino em Santa Catarina (1930-1940), 1979;
PICK, Reinaldo J. O Colgio Catarinense, um marco na histria da educao em Santa Catarina, 1979. Por
Paulo Lago: VIEIRA, Amazile de H. O Instituto Polytechnico no contexto scio-cultural de Florianpolis, 1979.
70
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Centro de Filosofia e Cincias Humanas.
Departamento de Histria. Programa de Ps-Graduao em Histria. Catlogo de dissertaes, op.cit., p.22-23.
A partir de 1998 o Programa passa tambm a ter o Doutorado.
71
A respeito, ver: RAGO, Margareth. A nova historiografia brasileira. Anos 90, Porto Alegre, n.11, jul. 1999,
p.73-96; CARDOSO, Ciro F.; VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domnios da Histria: ensaios de teoria e
metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997; DIEHL, Astor Antnio. A cultura historiogrfica brasileira nos
anos 1980: experincias e horizontes. 2 ed. rev. ampl. Passo Fundo (RS): Universidade de Passo Fundo, 2004.
p.224-292; FICO, Carlos, POLITO, Ronald. A historiografia brasileira nos ltimos 20 anos: tentativa de
avaliao crtica. In: MALERBA, Jurandir (org.). A velha histria: teoria, mtodo e historiografia. Campinas
(SP): Papirus, 1996. p.189-208.
38
72
Trata-se, alis, da primeira tese de doutorado em Histria referente a Santa Catarina: Santa Catarina: um
Estado entre duas repblicas (a luta poltica num perodo de mudanas ideolgicas, 1930-1935), de Carlos
Humberto P. Corra, defendida em 1982.
39
73
GALLO, Ivone C. Dvila. O Contestado: o sonho do milnio igualitrio, 1992; MACHADO, Paulo
Pinheiro. Um estudo sobre as origens sociais e a formao poltica das lideranas sertanejas do Contestado
(1912-1916), 2001.
40
Foram, assim, 241 dissertaes e 51 teses sobre Santa Catarina defendidas em dez
programas de ps-graduao em Histria de universidades do pas.
As universidades so habitualmente valorizadas como loci de produo da
renovao, e as dissertaes de mestrado e teses de doutorado, como alguns de seus principais
instrumentos. Esse pressuposto tem sido enfatizado no que se refere rea de Histria, e isso
no apenas no caso de Santa Catarina74. Como salientado, muitos pesquisadores interessados
na histria de Santa Catarina buscaram aperfeioar sua formao em universidades de outros
estados. Na dcada de 1990, o prprio Programa de Ps-Graduao em Histria da UFSC teria
passado a estimular a renovao de prticas historiogrficas. Em que medida novos
historiadores teriam sido efetivamente gerados nos anos 1990?
Ver, por exemplo: FICO, Carlos, POLITO, Ronald. A historiografia brasileira nos ltimos 20 anos: tentativa
de avaliao crtica. op.cit., p.190; ARRUDA, Jos Jobson, TENGARRINHA, Jos Manuel. Historiografia
luso-brasileira contempornea. Bauru (SP): EDUSC, 1999, p.48-61.
75
Para dados mais completos sobre os trabalhos adiante citados, ver Apndice I-1.
41
Ricardo Aldo Dutra, sobre a Intendncia Distrital em Florianpolis. Esta ltima, no entanto (e
revelando as limitaes da classificao), prende-se muito fortemente a discusses de histria
poltica. Por outro lado, trabalhos como o de Antonio Luiz Miranda, defendido em 1998, e o de
Viviani Poyer, defendido em 2000, ambos sobre a Penitenciria Estadual, em Florianpolis,
estabeleceram vnculos com os anteriores, pois refletiram sobre a concepo e efetivao de
polticas governamentais (no ltimo caso, voltadas para a questo da criminalidade). Os
recortes temporais so significativos: as dissertaes mais recuadas referem-se praticamente ao
mesmo perodo (Baldin: 1817-1832; Pacheco: 1817-1831), enquanto que as demais debruamse sobre perodos mais recentes (Dutra: 1889-1932; Miranda: 1930-1940; Poyer: 1935-1945).
Grosso modo, essa adeso a perodos de estudo cada vez mais recentes uma tendncia
perceptvel no quadro geral das dissertaes e teses.
No somente instituies governamentais foram enfocadas, percebendo-se
particular ateno para instituies de ensino, o que sugere a conformao de um campo
especfico de preocupaes ligadas histria da educao: o caso das dissertaes sobre o
Colgio Catarinense (de Reinaldo Pick) e sobre o Instituto Politcnico (de Amazile Vieira), em
1979; da dissertao sobre o Instituto Maria Auxiliadora, em 1993 (de Neide Areco); da
dissertao sobre a Fundao do Ensino Superior, em Itaja, em 1995 (de Edison dvila) e,
mesmo, da tese de doutorado sobre o Ginsio Catarinense, em 2001 (de Norberto Dallabrida).
Embora os enfoques sejam diferenciados (a tese de Dallabrida tem vis
foucaultiano, ausente nos demais), os trabalhos apresentam esse ponto em comum, que o de
tomar como norte da discusso a trajetria histrica de uma determinada instituio, em um
determinado perodo, seja ela um rgo governamental ou uma instituio educacional de
carter particular.76
Nem tudo o que poderia ser abarcado em uma rea de histria da educao diz
respeito, entretanto, a instituies de ensino especficas (ou restringe-se a elas): veja-se, por
exemplo, o trabalho de Jaecyr Monteiro sobre a nacionalizao do ensino em Santa Catarina,
76
Ainda no campo da histria das instituies, podem ser citadas as dissertaes de Osvaldo Hack, sobre a Igreja
Presbiteriana (1979), a de Slvia Ackermann, sobre o Abrigo de Menores do Estado, em Florianpolis, defendida
em 2002, e mesmo a tese de Jacqueline Schmitt sobre o Lar dos Velhinhos Irmo Erasto, defendida em 2005.
certo, porm, que h nestas duas ltimas dissertaes menos preocupao com a histria institucional do que
com as experincias daqueles que viram suas vidas atreladas a elas. Em 1991, a dissertao de mestrado de Joo
Klug dedicou-se ao estudo da Igreja Luterana, havendo tambm trabalhos voltados para as escolas paroquiais e
confessionais (como, por exemplo, a dissertao de Moacir Heerdt, defendida em 1992).
42
Em 2002, Nilton Jos Cristofolini discutiu, em sua dissertao de mestrado defendida na UFSC, a
nacionalizao do ensino em Joinville.
43
44
recitam, lembranas que se refazem (1997); espao e memria (1997); tenses, trabalho e
sociabilidades (1997); espaos de sobrevivncia e sociabilidades (1997); cidadania e
identidade na sociedade teuto-brasileira (1998); Itaja e a identidade aoriana (1998);
memrias das famlias da Vila Operria Prspera Cricima (1999); cotidiano e
sobrevivncia em uma colnia pesqueira (2000); conflitos e alianas guardados pela
memria (2001); imprensa, governo e memria (2001); memrias de trabalhadores e
trabalhadoras (2001); memrias de uma (outra) guerra: cotidiano e medo durante a Segunda
Guerra em Santa Catarina (2002); um lugar de memria (2002); poltica cultural e
identidade em Santa Catarina (2004); histrias e memrias sobre a cidade de Joinville
(2004); outras histrias, memrias e sociabilidades em um bairro operrio em Blumenau
(2005).
Quanto aos recortes temporais e espaciais efetuados nos trabalhos, bem como s
fontes consultadas, a anlise de dois conjuntos significativos de dissertaes as 19 defendidas
em 1979, e as 16 defendidas em 1997 oferece indicaes relevantes, por corresponderem, as
primeiras, fase inicial do Programa, e as ltimas, fase em que estavam sendo vivenciadas
mudanas significativas no corpo docente e nas linhas de pesquisa.
As 19 dissertaes de 1979 tenderam a abordar, predominantemente, o perodo
entre a segunda metade do sculo XIX e a dcada de 1930, embora alguns trabalhos tenham
includo explicitamente o tempo presente em suas reflexes (como as dissertaes de Sueli
Petry e Reinaldo Pick) e outros tenham recuado ao sculo XVIII (caso das dissertaes de
Vilson Francisco Farias e de Sara Regina Silveira de Souza). Como recorte espacial, houve
predomnio da capital de Santa Catarina e seu entorno, da regio norte-nordeste (com destaque
para o vale do Itaja) e da regio sul. Como muitos trabalhos fizeram girar sua anlise em torno
da histria de determinadas instituies, os respectivos arquivos foram elemento-chave nas
pesquisas, da mesma forma que os documentos de arquivo de parquias e cartrios, para os
trabalhos de demografia. Alm dessa documentao especfica, foram tambm bastante
citados, pelos autores, documentos governamentais (relatrios, incluindo falas e
mensagens; correspondncia; legislao; levantamentos estatsticos) e peridicos (sobretudo
jornais).
Uma constante, nos comentrios dos autores das dissertaes de 1979, foram as
referncias falta de organizao da documentao compulsada, aos arquivos perdidos, ao
extravio ou dificuldade de localizao de documentos, s dificuldades de acesso a esses
45
78
PETRY, Sueli Maria Vanzuta. Os clubes de caa e tiro em Blumenau. Florianpolis, 1979. Dissertao
(Mestrado em Histria). UFSC. p.1-2.
79
VIEIRA, Amazile de Hollanda. O Instituto Polytechnico no contexto scio-cultural de Florianpolis.
Florianpolis, 1979. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p.3.
80
ALMEIDA, Rufino Porfrio. Um aspecto da economia de Santa Catarina: a indstria ervateira o estudo
da Companhia Industrial. Florianpolis, 1979. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p.1.
81
Ibidem, p.4.
46
Colombi, por sua vez, informou que suas fontes fundamentais - os livros contbeis
da empresa Gebrder Hering alm de serem em pequeno nmero, cronologicamente
apresentam grandes lacunas, dificultando a anlise econmica e financeira da mesma.84
Valmir Martins, na dissertao em que analisou a constituio e desenvolvimento
da empresa Colnia Gro-Par, entre 1882 e 1892, no municpio de Tubaro, ressaltou ser
possvel que ttulos tenham sido extraviados ou que seus dados tenham informaes
duvidosas.85 Pesquisando a documentao do Arquivo do Museu da Imigrao Conde dEu,
acrescentou: As fontes histricas, amontoadas em um depsito sem um mnimo de
organizao, apresentam srias dificuldades para sua utilizao.86
No que diz respeito aos trabalhos de histria demogrfica, os registros existentes
nas parquias, no Arquivo Histrico Eclesistico, em Florianpolis, bem como nos cartrios,
foram essenciais. Nesses estudos, particularmente, as lacunas documentais podiam representar
graves problemas, uma vez que as pesquisas objetivavam o tratamento serial dos dados.
Conforme Edy Barros, em sua dissertao: os registros para o perodo estudado (1841-1910)
82
BALDIN, Nelma. A Intendncia da Marinha de Santa Catarina e seu papel na ocupao da Provncia
Cisplatina (1817-1832). Florianpolis, 1979. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p. i.
83
BOSSLE, Ondina P. Henrique Lage e o desenvolvimento sul-catarinense, Florianpolis, 1979. Dissertao
(Mestrado em Histria). UFSC. p.15.
84
COLOMBI, Luiz Vendelino. Industrializao de Blumenau: o desenvolvimento da Gebrder Hering,
1880-1915. Florianpolis, 1979. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p.2.
85
MARTINS, Valmir. A contribuio do imigrante para o desenvolvimento das relaes capitalistas de
produo no sul do Estado de Santa Catarina. Florianpolis, 1979. Dissertao (Mestrado em Histria).
UFSC. p.3.
86
Ibidem, p.4.
47
so, de uma maneira geral, completos, com eventuais lacunas que no chegam a
comprometer.87 J Maria Bernardete Ramos Flores ponderou que, em seu estudo, pretendia
arrolar todos os dados desde 1828, quando a parquia [de Itaja] conservou o
seu primeiro livro de registro. Porm, constatou-se que, at 1866, existem
vrias falhas, ou porque os livros foram perdidos, ou talvez a parquia tenha
ficado sem vigrio por determinado tempo.88
87
BARROS, Edy lvares Cabral de. A freguesia de Nossa Senhora das Necessidades e Santo Antnio: 1841
a 1910 - a sua transio demogrfica). Florianpolis, 1979. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p.36.
88
FLORES, Maria Bernardete Ramos. Histria demogrfica de Itaja - uma populao em transio, 18661930. Florianpolis, 1979. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p.35.
89
BARRETO, Maria Theresinha S. Os poloneses do Alto Vale do Tijucas: um estudo de histria
demogrfica (1880-1950). Florianpolis, 1979. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p.7 e 17 (sobre os
livros de registros de bitos) e 137 (sobre as lpides morturias).
90
SILVA, Janine Gomes da. Tenses, trabalho e sociabilidades: histria de mulheres em Joinville no sculo
XIX. Florianpolis, 1997. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC.
48
relatrios
BITENCOURT, Joo B. Clio positivada: a artesania da cidade histrica de Laguna. Florianpolis, 1997.
Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC.
92
ZIMMER, Roseli. Pomerode, a cidade mais alem do Brasil - as manifestaes de germanidade em uma
festa teuto-brasileira. Florianpolis, 1997. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC.
93
[...] os jornais da poca foram outro tipo de fonte que tornou possvel a complementao das informaes
obtidas nos relatos orais. MARIA, Maria das Graas. Imagens invisveis de fricas presentes: experincias
negras no cotidiano da cidade de Florianpolis (1930-1940). Florianpolis, 1997. Dissertao (Mestrado em
Histria). UFSC. p.23.
49
coletivos) foram a chave do trabalho: explorei a histria oral como um meio privilegiado para
recuperar a prtica cotidiana desses trabalhadores e trabalhadoras. Contudo, como assinalou o
pesquisador, as fontes textuais no foram esquecidas: utilizou-as lado a lado, no decorrer da
pesquisa, mesmo constatando que eram extremamente parcas, e por motivos variados at mesmo uma enchente teria colaborado para silenciar registros que poderiam fornecer
pistas valiosas.94
Foi principalmente a inteno de dar voz a sujeitos histricos ausentes de verses
anteriores sobre a histria de Santa Catarina, e muitas vezes da prpria documentao, que
levou tais pesquisadores histria oral. Segundo Lucy Ostetto: por no haver documentao
escrita sobre os sujeitos desta histria, encontro nas entrevistas uma possibilidade de
historicizar suas experincias.95
Ao lado das fontes orais e dos peridicos (marcadamente, jornais), os registros
fotogrficos (tratados individualmente ou como coleo) aparecem como fontes privilegiadas
nas dissertaes defendidas em 1997. Tais fontes foram provavelmente compreendidas como
mais capazes de fornecer respostas a seus questionamentos, que, como j apontado, ligavam-se
muito fortemente aos temas da identidade, da memria, do cotidiano e das sociabilidades.
Observa-se quase uma inverso, portanto, do quadro anterior, no qual a documentao textual
de carter arquivstico (pblica ou privada, conforme os interesses de pesquisa) tinha papel
mais destacado. H indcios, assim, de que a dcada de 1990 produziu, no mbito do Programa
de Ps-Graduao em Histria da UFSC, no somente novos temas e abordagens, mas tambm
mudanas na relao dos pesquisadores com os documentos pblicos de arquivo.
NIEBUHR, Marlus. Memria e cotidiano do operrio txtil na cidade de Brusque/SC: a greve de 1952.
Florianpolis, 1997. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p.17 e 21.
95
OSTETTO, Lucy Cristina. Vozes que recitam, lembranas que se refazem: narrativas de descendentes de
italianos(as) - Nova Veneza, 1920-1950). Florianpolis, 1997. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p.7.
50
96
MOSIMANN, Joo Carlos. Academicismo e engodo. Dirio Catarinense, Florianpolis, 20 nov. 2004
(Caderno Cultura, p.15).
51
BRANCHER, Ana; AREND, Slvia Maria Fvero. Leviandade e ressentimento. Dirio Catarinense,
Florianpolis, 4 dez. 2004 (Caderno Cultura, p.13). Seria Mosimann, ento, um colecionador de curiosidades?
O website da Enciclopdia Simpozio (http://www.simpozio.ufsc.br/Port/1-enc/y-mega/RevFilosofia/
7460y004.htm; acesso em: 16 jan. 2006) identifica Joo Carlos Mosimann como professor de engenharia e
historiador, alm de membro da Academia Catarinense de Filosofia. autor de Tragdia e mistrio na Villa
Renaux: o caso criminal que abalou Santa Catarina (Florianpolis: Insular, 2000), Porto dos Patos, 1502-1582:
a fantstica e verdadeira histria da Ilha de Santa Catarina na era dos descobrimentos (Florianpolis: Ed. do
Autor: Fundao Franklin Cascaes, 2002; 2. edio revista publicada em 2004 pela Eletrosul); Ilha de Santa
Catarina, 1777-1778: a invaso espanhola (Florianpolis: Ed. do Autor: 2003).
98
MOSIMANN, Joo Carlos. De polmicas e medievais carapuas: uma trplica a respeito de Histria de Santa
Catarina sculos XVI a XIX. Dirio Catarinense, Florianpolis, 11 dez. 2004 (Caderno Cultura, p.16).
99
No toa, o volume da trilogia que foi objeto da polmica tratava do perodo colonial - como visto, pouco
estudado pela nova gerao. Autor ligado ao IHGSC, Jali Meirinho salientou: na ltima dcada do milnio
que findou, a historiografia caminhou para a diversificao, embora a concentrao dos estudos esteja centrada
no contemporneo. MEIRINHO, Jali. Momentos da historiografia catarinense. Revista do IHGSC,
Florianpolis, 3. fase, n.20, 2001, p.21.
100
MOSIMANN, Joo Carlos. Uma histria mal contada. Dirio Catarinense, Florianpolis, 29 jan. 2005
(Caderno Cultura). Outra manifestao contundente do autor acerca da histria de Santa Catarina e seus
historiadores desta vez, relativamente a tema associado seara tradicional - foi publicada em fins de 2005:
MOSIMANN, Joo Carlos. O duplo assassinato de Dias Velho. Dirio Catarinense, Florianpolis, 26 nov.
2005 (Caderno Cultura, capa).
52
pesquisa superficial dos fatos, fontes secundrias que erraram antes de ns,
traduo errnea de documentos, e assim por diante. Por isso, quando
consultadas isoladamente, as fontes secundrias so perigosas.101
101
Parte I
Captulo 2
Os velhos
54
pesquisadores
escritores,
compreensivelmente
com
interesses,
enfoques
posicionamentos distintos. Entre eles: Caio Prado Jr., Nelson Werneck Sodr e Hlio Viana,
Mrio de Andrade, Prudente de Morais Neto e Rubens Borba de Morais, Rodrigo Melo
Franco de Andrade, Manuel Bandeira, Srgio Buarque de Holanda e Srgio Milliet, Edison
Carneiro, Jorge Goulart e Fernando de Azevedo, Roberto Simonsen, Octvio Tarqunio de
Sousa e Jos Maria Bello, Mcio Leo, Cassiano Ricardo, Vianna Moog e Gustavo Barroso.
A diversidade da sua produo ligava-se ampliao do que era entendido como histria
brasileira, ou do que deveria ser abarcado nos estudos a ela relativos: A nova histria social
e cultural animada do sentido de totalidade humana que faltou quase sempre outra,
pretendia pr em relevo
[...] tudo o que viva e diretamente relacionado com o desenvolvimento dos
homens e dos grupos de homens que formaram o Brasil: com os seus
esforos, com o seu trabalho, com as suas crenas, com a sua arte.5
CANDIDO, Antonio. O significado de Razes do Brasil [datado de dezembro de 1967]. In: HOLANDA, Srgio
Buarque de. Razes do Brasil. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1986. p.xxxix. Os livros referidos foram
publicados, respectivamente, em 1933, 1936 e 1942. A publicao de Evoluo poltica do Brasil, em 1933,
permite, entretanto, situar Caio Prado Jr. no contexto de renovao dos anos 1930. Ainda a respeito dos autores
esquerda, Francisco Iglsias ressaltou a publicao do primeiro livro de Nelson Werneck Sodr em 1938
Histria da literatura brasileira. Cf.: IGLSIAS, Francisco. Historiadores do Brasil: captulos de
historiografia brasileira. 2. impr. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2000. p.214.
4
CANDIDO, Antonio. O significado..., op.cit., p.xli.
5
FREYRE, Gilberto. Importncia dos estudos..., op.cit., p.85.
55
6
7
56
H vrios estudos sobre o perodo, em Santa Catarina, marcadamente sobre a campanha de nacionalizao.
Aqui, baseamo-nos principalmente em: FALCO, Luiz Felipe. Entre ontem e amanh: diferena cultural,
tenses sociais e separatismo em Santa Catarina no sculo XX. Itaja (SC): Editora da UNIVALI, 2000. esp.
p.167-205; FVERI, Marlene de. Memrias de uma (outra) guerra: cotidiano e medo durante a Segunda
Guerra em Santa Catarina. Florianpolis: Ed. da UFSC, Itaja (SC): Ed. da UNIVALI, 2004. esp. 205-289.
57
58
13
Ibidem, p.124.
GOMES, Angela de Castro. Histria e historiadores: a poltica cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro:
Editora da Fundao Getlio Vargas, 1996. p.16, 127.
15
Ibidem, p.187-188.
16
Ibidem, p.140-143, 160-163.
14
59
da
60
A nfase era ainda maior para os imigrantes de origem germnica, associados ao desenvolvimento econmico
de municpios como Blumenau e Joinville. Cabe lembrar que, nessas e em outras localidades, imigrantes de
outras procedncias estiveram presentes (bem como no-imigrantes). Mais recentemente, a contribuio de um
nmero maior de etnias tem sido destacada na composio histrica da populao catarinense, lidando com a
idia de mosaico cultural. Veja-se, por exemplo, comentrio contido em publicao de 2004, de clara
orientao turstica: O mosaico tnico catarinense formado por muitos povos, que moldaram o rosto
multifacetado da atual populao de Santa Catarina portugueses, alemes, italianos, espanhis, negros,
indgenas, poloneses, austracos, ucranianos, japoneses, franceses, russos, hngaros.... ZOTZ, Werner;
KAISER, Jakzam. Santa Catarina retratos: gente e paisagens. Florianpolis: Letras brasileiras, 2004. p.15. A
seqncia das etnias indicadas particularmente significativa.
21
SOUZA, Sara Regina Silveira de. Oswaldo R. Cabral: pginas de um livro de memrias. Florianpolis: Ed.
da UFSC, UDESC, 1993. p.49-53; Ficha de registro do acadmico Oswaldo Rodrigues Cabral Academia
Catarinense de Letras. Florianpolis, 14 de abril de 1963. Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi
Oswaldo R. Cabral.
61
Pereira).22 Nessa fase, publicou, nos dois nmeros de 1943 da Revista do IHGSC, outro
estudo sobre os aorianos, dividido em duas partes: Os aorianos e Decadncia agrcola do
aoriano. Provavelmente em funo do pblico-alvo (diferente do pblico de Cultura
Poltica), Cabral abordou de forma mais aprofundada as circunstncias que cercaram a vinda
de aorianos para o sul do Brasil, entre 1748 e 1756, bem como seu estabelecimento,
apoiando-se em diversos documentos oficiais. Mas a nfase, nestes artigos, recaiu novamente
sobre a ndole do colono aoriano, sua incapacidade agrcola, sua falta de pendor para o
trabalho rural. De tais artigos esto ausentes as comparaes com outros grupos de
colonizadores. J em Os aorianos, trabalho apresentado por Cabral no 1. Congresso de
Histria Catarinense, em 1948, e posteriormente publicado como separata, muitas das frases
vibrantes acerca dos aorianos, presentes em A vitria..., so retomadas, com ligeiras
modificaes, no fecho do texto.23
Convm esclarecer que, em 1943, a publicao da Revista do IHGSC estava sendo
retomada, embora por breve perodo (1943-1944). Sua trajetria foi, alis, acidentada desde o
incio: depois dos dois primeiros nmeros, em 1902, os nmeros seguintes foram publicados
apenas a partir de 1913, mantendo-se at 1920, quando houve nova interrupo.24 Nas duas
dcadas iniciais do sculo XX, tinha periodicidade trimestral, tal como a Revista do Instituto
Histrico e Geogrfico Brasileiro: era a Revista Trimensal do Instituto Histrico e
Geogrfico de Santa Catarina e, como afirmava o editorial do segundo volume, relativo ao
1o. e 2o. trimestres de 1913, aps a quase fatal letargia de dez anos mantinha-se
desfraldando o mesmo estandarte sob o qual combateu em sua primeira fase, sendo a
histria e a geografia, com as cincias correlatas, mormente no que se relacione com a terra
22
Segundo o que a prpria Revista do IHGSC registra, a partir do volume relativo ao segundo semestre de 1943
Eliezer dos Santos Saraiva foi substitudo por J. Batista Pereira; quanto ao segundo semestre de 1944, indica
apenas seu diretor, no mais seus redatores (o mesmo volume, pgina 61, registra o falecimento de Eliezer dos
Santos Saraiva em 19 de junho daquele ano).
23
CABRAL, Oswaldo R. Decadncia agrcola do aoriano (do livro Nossa Senhora do Desterro"). RIHGSC,
Florianpolis, 2o. semestre de 1943. p.22-25; Os aorianos (Separata do volume II dos Anais do I Congresso de
Histria Catarinense). Florianpolis: Imprensa Oficial, 1950. esp. p.86.
24
A interrupo da Revista entre 1902 e 1913 foi mais tarde desprezada na definio de suas fases, consideradas
oficialmente trs (1902-1920, 1943-1944, 1979 atualidade). Sobre a revista, ver: PIAZZA, Walter Fernando.
Santa Catarina - sua Histria. Florianpolis: Ed. da UFSC, Lunardelli, 1983, p.27-31; PIAZZA, Walter F. O
Instituto Histrico e a sua Revista. In: SOARES, Iaponan, PRAZERES, Lda Maria d'vila da Silva (orgs.).
ndice analtico da Revista do Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina: 1902-1987.
Florianpolis: IHGSC, 1988. p.5-7; GOMES, Valter Manoel. Revista do IHGSC, 3. fase: algumas
consideraes crticas. RIHGSC, Florianpolis, 3. fase, n.8, 1989. p.56-71; SERPA, lio Cantalcio. A
identidade catarinense nos discursos do Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina. Revista de Cincias
Humanas, Florianpolis, v.14, n.20, 1996, p.66.
62
catarinense, o seu campo de ao.25 Mas, nas dcadas de 1920 e 1930, ainda uma vez
sobreveio a quase fatal letargia. Em fins da dcada de 1930, surgiram sinais de mudana,
confirmados, na Revista, no primeiro volume de 1943: na nota de apresentao (In Limine),
sua republicao era contextualizada em nova fase do Instituto,
[...] de intensa atividade desde os primeiros meses de 1938, graas aos
esforos e dedicao de seu ilustre presidente, exmo. Sr. Des. Henrique da
Silva Fontes, e ao franco e valiosssimo apoio recebido do governo do
eminente catarinense, exmo. Sr. Dr. Nereu Ramos.26
63
64
Carlos da Costa Pereira era diretor da Biblioteca Pblica do Estado (cargo que ocupou entre
1938 e 1958) e integrava a Comisso de Estudos do Servio Pblico Estadual (CESPE),
juntamente com Batista Pereira, diretor da Imprensa Oficial (Costa Pereira presidiu a CESPE
de maro de 1943 a janeiro de 1951).34 Henrique Fontes, ento presidente do IHGSC e que, na
Primeira Repblica, ocupara cargos destacados no Executivo estadual (Diretor da Instruo
Pblica, entre 1919 e 1926, e Secretrio da Viao e Obras Pblicas, entre 1926 e 1929), era
poca desembargador do Tribunal de Justia do Estado.35
O tema dos aorianos, ao articular-se aos poderosos mecanismos de propaganda
do Estado Novo e intensa campanha de nacionalizao de Nereu Ramos, marcou a definitiva
reaproximao do Instituto em relao ao governo estadual, resignificando o papel da
entidade como locus da produo, simultaneamente, dos discursos da brasilidade e do
catarinensismo.36
Mas h que destacar, tambm, na recuperao dos aorianos e das tradies de
origem portuguesa, um movimento de aproximao, por meio de Oswaldo Rodrigues Cabral,
em relao nova histria social e cultural discutida por Freyre (que, convm lembrar,
deveria valorizar a contribuio de indivduos e grupos para a formao do Brasil, no que se
referia a seus esforos, seu trabalho, suas crenas, sua arte). E os aorianos, sujeitos
coletivos, haviam contribudo, como destacou Cabral, para essa formao. A valorizao dos
aorianos na histria catarinense era, sua maneira, uma proposta de histria dos vencidos
34
Cf.: SACHET, Celestino. A literatura catarinense. Florianpolis: Lunardelli, 1985, p. 311-312; PEREIRA,
Carlos da Costa. Minhas memrias. Florianpolis: Ed. da UFSC, FCC Edies, 1996. esp. p.76-86. Carlos da
Costa Pereira, alm das funes pblicas acima referidas, tambm exerceu a de secretrio de Governo durante a
administrao estadual de Udo Deeke (1946-1947).
35
Antes de desembargador do Tribunal, foi Procurador Geral do Estado (1934-1937). Cf.: JAMUND,
Theobaldo Costa. Catarinenses ilustres. In: Histria de Santa Catarina. Curitiba: Grafipar, 1970. v. 2, p.23-24.
36
Embora o termo catarinensimo tenha tido ampla circulao a partir dos anos 1970, certo ter sido utilizado
em momentos anteriores, no necessariamente com as mesmas acepes. A expresso, segundo Walter Piazza,
foi divulgada primeiramente por Lucas A. Boiteux em 1920, ao elaborar um Lxico de catarinensismo:
PIAZZA, Walter F. Catarinensismo. In: Aspectos da vida e da obra de Lucas Alexandre Boiteux.
Florianpolis: Conselho Estadual de Cultura, 1981. p.33. Na dcada de 1940, nas pginas da Revista do IHGSC,
Ildefonso Juvenal referiu-se ao sentimento de catarinensismo como sentimento cvico e patritico em prol de
Santa Catarina (RIHGSC, Florianpolis, 2o. sem. 1943, p.177). Thiago Sayo considerou que o
catarinensismo, a partir dos anos 1970, significou uma guinada nas posies anteriormente assumidas por
intelectuais catarinenses, pois englobava, na histria catarinense, um espectro mais amplo de etnias
(caracterizando o mosaico): SAYO, Thiago J. Nas veredas do folclore: leituras sobre poltica cultural e
identidade em Santa Catarina (1948-1975). Florianpolis: 2004. 106p. Dissertao (Mestrado em Histria).
UFSC. p.28-29. Ver tambm: SERPA, lio C. A identidade catarinense nos discursos..., op.cit.
65
37
A incisiva insero dos grupos aorianos na histria catarinense era tambm uma forma de reabilitar o
homem do litoral, como destacou Maria Bernardete R. Flores (FLORES, Maria Bernardete Ramos. op.cit. esp.
p.130-132). Contrapunha-se a um discurso que enfatizava a pujana das reas de colonizao alem (como
Blumenau e Joinville), fruto do trabalho, do esforo e da dedicao dessas populaes, e que destacava o
atraso das demais reas, principalmente as litorneas (associadas, por sua vez, a populaes indolentes e
indisciplinadas).
38
A respeito das investigaes referentes ao folclore, ver: SAYO, Thiago J. Nas veredas do folclore..., op.cit.
39
GUIMARES, Manoel Lus Salgado. Nao e Civilizao nos Trpicos: o Instituto Histrico e Geogrfico
Brasileiro e o projeto de uma histria nacional. Estudos Histricos, Rio de Janeiro, n.1, 1988, p.6 e 20-21.
40
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. A interiorizao da metrpole (1808-1853). In: MOTA, Carlos Guilherme
(org.). 1822: dimenses. So Paulo: Perspectiva, 1972. p.160-184.
66
A estreita relao do Instituto com o governo era outro ponto em comum, embora
os posicionamentos polticos predominantes fossem diversos. Como assinalou Carlos
Humberto Corra, o Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina foi criado sob a gide
e o patrocnio da Repblica e o amparo do Positivismo republicano, diferena significativa
em relao aos incios do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro, que a partir da dcada de
1850 passara a contar com a presena do prprio imperador em suas reunies.43 Mais
especificamente, o IHGSC surgiu em momento poltico delicado, em que ainda estavam
bastante presentes, particularmente na capital do Estado, as tenses e traumas da represso
Revoluo Federalista de 1893. Figuras polticas de especial relevo, nos primeiros momentos
41
H controvrsias quanto data de fundao do IHGSC: Carlos Humberto P. Corra informa que registros em
jornal (o jornal Repblica, de Florianpolis) do conta de reunio de fundao realizada em 17 de dezembro de
1894. No entanto, segundo o pesquisador (que membro do Instituto), no foram localizados documentos a este
respeito nem no arquivo do Instituto nem do seu ento secretrio, Jos Boiteux (sendo que o arquivo pessoal de
Jos Boiteux faz parte do acervo do IHGSC). Em 1896, quase dois anos depois, houve novo convite para reunio
de fundao da entidade, em 7 de setembro, data reconhecida pelo Instituto como sendo de sua fundao
oficial. CORRA, Carlos Humberto P. Histria da cultura catarinense..., op.cit., p.81-87.
42
Ibidem, p.82. Convm comparar tais objetivos com as principais diretrizes do IHGB, conforme discurso do
primeiro-secretrio, Janurio da Cunha Barbosa, proferido a 25 de novembro de 1838: a coleta e publicao de
documentos relevantes para a histria do Brasil e o incentivo ao ensino pblico, de estudos de natureza histrica
(GUIMARES, Manoel Lus Salgado. op.cit., p.8). Manoel L.S. Guimares ainda destacou o estmulo a viagens
(expedies cientficas) ao exterior (Portugal e Espanha, em especial) e ao interior do Brasil, com vistas a
coletar material que subsidiasse a escrita da histria nacional (p.23). Instituies congneres, no pas, tambm
adotaram objetivos similares: o Instituto Arqueolgico e Geogrfico Pernambucano tinha por finalidade coligir
documentos, monumentos e tradies histricas, sobretudo os relativos s reas das antigas capitanias de
Pernambuco e Itamarac, desde o perodo colonial; o Instituto Histrico e Geogrfico de So Paulo objetivava
promover os meios de estudar documentos por meio dos quais se pudesse conhecer a origem dos mais
importantes feitos de nossos antepassados, esclarecer equvocos ou preencher lacunas informativas. Cf.:
SCHWARCZ, Lilia M. O espetculo das raas: cientistas, instituies e questo racial no Brasil, 1870-1930.
So Paulo: Companhia das Letras, 1995, p.119, 127.
43
CORRA, Carlos Humberto P. Histria da cultura catarinense..., p. 89; GUIMARES, Manoel Lus
Salgado. op.cit., p.9-10.
67
Vrios outros polticos de projeo, no perodo, eram tambm scios do IHGSC: Vidal Jos de Oliveira
Ramos, Flvio Aducci, Antonio Pereira da Silva e Oliveira, Jos Arthur Boiteux. Ver: Relao completa dos
scios do Instituto..., op.cit., p.452-459.
45
SERPA, lio Cantalcio. A identidade catarinense nos discursos..., op.cit., p.66-67.
46
RHIGSC, Florianpolis, 2. sem.1944.
47
CORRA, Carlos H. P. O Primeiro Congresso de Histria Catarinense e as mudanas de olhar o passado.
Dilogo com Clio: ensaios de histria poltica e cultural. Florianpolis: Insular, 2003. p 188-189.
68
48
Citado por FLORES, Maria Bernardete Ramos. op.cit., p.117. Segundo Corra, a ereo do marco caiu no
esquecimento atravs dos tempos (CORRA, Carlos H. P. O Primeiro Congresso..., op.cit., p.189).
49
GUALBERTO, Luiz. Francisco Dias Velho. RIHGSC, Florianpolis, 2o. semestre de 1943, p.107-116.
50
Ibidem, p.107 (comentrios extrados da apresentao que antecede o estudo de Luiz Gualberto).
69
Cf.: SACHET, Celestino. A literatura catarinense, op.cit., p.83, 311-312; PEREIRA, Carlos da Costa.
Minhas memrias, op.cit., p.51-65, 86-87. O mesmo volume dos Anais do Museu Paulista em que Costa
Pereira publicou seu estudo tambm continha o trabalho Paulistas em Santa Catharina seiscentista - Dias Velho,
o colonizador, do catarinense Lucas Alexandre Boiteux. Cf.: Annaes do Museu Paulista, So Paulo, tomo IV,
1931, p.429-479.
52
GUALBERTO, Luiz. op. cit., p.107, 109, 113-116.
53
Citado por: BOITEUX, Lucas Alexandre. Paulistas em Santa Catharina seiscentista..., op.cit., p.435.
70
ABUD, Ktia Maria. O sangue intimorato e as nobilssimas tradies: a construo de um smbolo paulista
- o bandeirante. So Paulo, 1985. Tese ( Doutorado em Histria). FFLCH-USP. p.3.
55
Ibidem, p.77-78, 98.
56
Ibidem, p.206-207.
57
Ibidem, p.3, 208 e 382.
58
RICARDO, Cassiano. O Estado Novo e o seu sentido bandeirante. Cultura Poltica, Rio de Janeiro, v.1, n.1,
maro de 1941, p.110-132. Baslio de Magalhes, na mesma revista, lanara mo da metfora do
bandeirantismo cultural, a ser realizado no territrio desconhecido das tradies populares. Cf.: GOMES,
Angela de Castro. op.cit., p.162.
71
72
acenava para o passado-presente (em que a herana lusitana, formadora da alma brasileira,
revelava-se nos costumes, na lngua, nas tradies) e para o passado-pretrito, j vivido por
homens concretos em momentos concretos. Uma imagem, portanto, integradora das duas
faces do passado, vislumbradas por Angela de Castro Gomes, nos discursos vinculados
construo do esprito nacional durante o Estado Novo, especialmente na revista Cultura
Poltica. Mas a imagem apontava tambm, naqueles anos sombrios, para o presente imediato,
em que a ascendncia portuguesa, mesmo que longnqua, era instrumento de projeo social e
poltica de determinados grupos, servindo ao controle e dominao de grupos de
ascendncia distinta. As tenses do presente - um momento de guerra mundializada -,
penetraram os textos da Revista do IHGSC.
H que ressaltar ainda que os bandeirantes-fundadores, embora admirveis,
tambm podiam carregar, em suas trajetrias, dimenses de fracasso. Um texto de Cabral
como Os aorianos pe em xeque a real importncia de suas aes. A respeito de Desterro,
afirmou que a vida naquela vila teve incio,
[...] em verdade, quando os aorianos emigraram das suas ilhas abruptas e se
transferiram para a de Santa Catarina.
Porque, at ento, o que houve no passou de tentativas insignificantes para
povoar no s esta [ilha] como tambm o continente em torno, com
reduzidos povoadores que no puderam resistir s condies inevitveis de
isolamento e de abandono. 62
73
64
ANHEZINI, Karina. Museu Paulista e trocas intelectuais na escrita da Histria de Afonso de Taunay. Anais
do Museu Paulista, So Paulo, N. Sr., v.10/11, 2002-2003, p.37-60; BREFE, Ana Cludia Fonseca. O Museu
Paulista: Affonso de Taunay e a memria nacional, 1917-1945. So Paulo: Ed. da UNESP, Museu Paulista,
2005, esp; p.224-285; PIAZZA, Walter F. Dois historiadores catarinenses: Afonso dE. Taunay e Lucas A.
Boiteux. RIHGSC, Florianpolis, 3. fase, n.6, 1985, p.74-84. Sobre a correspondncia, ver tambm Parte I,
Captulo 3.
65
Apud ANHEZINI, Karina. Fundamentos da escrita da histria de Afonso de Taunay ou como se escrevia a
histria nas primeiras dcadas do sculo XX. In: ASSOCIAO Nacional de Histria - ANPUH, XXIII
Simpsio Nacional de Histria - Histria: Guerra e Paz, 17 a 22 de julho de 2005 - Anais suplementares.
Disponvel em: <http://www.anpuh.uepg.br/xxiii-simposio/anais/textos/KARINA%20%20ANHEZINI.pdf>
Acesso em 20 de outubro de 2005.
74
66
75
Saudao de Henrique Fontes na sesso especial em homenagem a Roger Bastide. RIHGSC, Florianpolis,
1o. sem. 1944, p.165.
76
estudo elaborado por Manoel da Silva Mafra, e publicado em 1899: a Exposio histricojurdica por parte do Estado de Santa Catarina sobre a questo de limites com o Estado do
Paran, submetida, por acordo de ambos os Estados, deciso arbitral, pelo advogado
Conselheiro Manoel da Silva Mafra). Lucas Alexandre Boiteux, irmo de Jos Arthur, foi
membro da comisso de demarcao de limites com o Estado do Paran, entre 1918 e 1922.71
A inteno de defender os legtimos limites territoriais de Santa Catarina tambm
ficaria registrada na Revista do IHGSC: na deciso de republicar estudos produzidos no sculo
XIX, de interesse para o estudo dessas questes (caso das Cartas acerca da Provncia de
Santa Catarina, de Jos Gonalves dos Santos Silva, que apareceram em vrios volumes da
Revista, entre 1913 e 1918), ou na divulgao de artigos dos scios, como Vieira da Rosa
(Questo de limites, publicado na Revista de 1916) e Lucas Alexandre Boiteux (Limites
com o Rio Grande, publicado em seis partes, entre 1917 e 1919). Para garantir a integridade
do territrio catarinense, a histria fornecia o fundamento do direito, e os arquivos, as provas:
Lucas Alexandre Boiteux, quanto s questes territoriais de Santa Catarina com o Rio Grande
do Sul, afirmou:
Por felicidade os nossos arquivos ainda guardam, embora maltratados pelo
tempo, os documentos indispensveis para a prova cabal do nosso direito.
Corramos, pois, aos arquivos e, armados dos elementos indispensveis,
faamos face desmedida pretenso do Estado gacho. [...] o nosso direito,
escudado em documentos autnticos de mr valia, histrico, honesto e
incontestvel.72
Cf.: CORRA, C.H.P. Histria da Cultura Catarinense..., op.cit., 1997; Aspectos da vida e da obra de
Lucas Alexandre Boiteux..., op.cit., p.16. Convm destacar que o IHGSP teve preocupao similar, realizando
incurses analticas que faziam uso da histria para legitimar demandas territoriais em curso, fosse com o
Paran, com Minas Gerais ou com o Mato Grosso. Cf.: FERREIRA, Antonio Celso. A epopia bandeirante:
letrados, instituies, inveno histrica (1870-1940). So Paulo: Ed. da UNESP, 2002. p.113.
72
BOITEUX, Lucas A. Limites com o Rio Grande. RTIHGSC, Florianpolis, 1o. trim.1918, p.78-79 e 88.
73
BOITEUX, Lucas Alexandre. Notas para a histria catharinense. Florianpolis: Typ. a vapor da Livraria
Moderna, 1912.
77
Amar Santa Catarina e narrar sua histria eram aes que se confundiam: muito
significativamente, uma das duas epgrafes do primeiro captulo de Fustel de Coulanges: O
verdadeiro patriotismo no somente o amor terra, mas o amor ao passado, o respeito pelas
geraes que nos precederam. Terra e ptria tornadas indissociveis: conforme Lucien
Febvre, a palavra ptria tem ressonncias carnais e sentimentais profundas, evocando, de
um lado, a terra, esse grande ossurio dos mortos (terra patria , assim, a terra dos
ancestrais, a terra que os nutriu antes de nutrir aos vivos) e, de outro, as experincias
humanas que se prendem a ela ( a substncia vivida que preenche a noo da pequena
ptria, bem como a noo de grande ptria, permitindo sua evocao nostlgica).74
No prefcio quele mesmo livro, Lucas Boiteux manifestou o desejo de que sua
modesta coletnea de notcias e apontamentos sobre a fecunda e prdiga terra catarinense
fosse de algum modo til terra natal.75 J na Pequena histria catarinense, editada em
1920, Boiteux lanou mo, no prefcio, de duas citaes de mile Faguet, ambas tematizando
o patriotismo:
O amor da pequena Ptria a prpria essncia do patriotismo, porque a
pequena Ptria a que amamos instintivamente e que no precisa de ser
admirvel para ser admirada nem de ser amvel para ser amada.
Pode o historiador no ser um patriota, mas, em que lhe pese, ser um
semeador de patriotas.76
Eram, alis, trabalhos preparados para uso escolar, com ntida inteno de, atravs
da histria de Santa Catarina, estimular o amor pela pequena ptria - esforo, alis, em si
mesmo patritico.
74
FEBVRE, Lucien. Honra e ptria. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1998. p.152-153.
BOITEUX, Lucas Alexandre. Notas para a histria catharinense...., op.cit. p. V-VI.
76
BOITEUX, L.A. Pequena historia catharinense (adoptada oficialmente). Florianpolis: Officinas a elect.
da Imprensa Official, 1920. Um ano antes da publicao da Pequena histria..., Lucas Boiteux publicou, pela
editora Melhoramentos, de So Paulo, a Histria de Santa Catarina: resumo didtico (adotado oficialmente).
A Histria... seria reeditada, pela mesma editora, em 1930.
75
78
77
Mensagem apresentada Assemblea Legislativa do Estado de Santa Catharina pelo cidado tenentecoronel Elyseu Guilherme da Silva, 1. Vice-presidente do Estado, em 7 de agosto de 1893. Desterro:
Gabinete Sul-Americano, s.d. p.16.
78
Constituio do Estado de Santa Catarina de 1892. In: Colleco de leis do Estado de Santa Catharina 1892. Florianpolis: Gab. Typ. dO Dia, 1914.
79
80
considerando as leituras acerca das guerras (principalmente aquelas em que a ptria dos
leitores estivesse envolvida) elemento estimulador do sentimento patritico.82 Na Revista do
IHGSC, a guerra contempornea no foi objeto de discusso alentada - nem a Segunda, nem
a Primeira Guerra Mundial -, embora estivesse presente em notcias e aluses mais ou menos
diretas (estas ltimas feitas sobretudo em discursos e conferncias). Mas os conflitos blicos
no deixaram de estar presentes. As guerras tematizadas foram, contudo, mais prximas no
espao, mais distantes no tempo, como as guerras do sculo XIX a guerra contra o Paraguai,
ou as campanhas no sul, nos conflitos de fronteira com o domnio espanhol.
Sobre a guerra contra o Paraguai, os materiais contidos na Revista do Instituto, no
perodo da Primeira Guerra Mundial, incluem um artigo de Larcio Caldeira e as cartas que o
combatente Fernando Machado de Souza escreveu para a esposa. H tambm, em 1917,
destaque para a esttua de Fernando Machado de Souza, ento recentemente inaugurada.83
Nos anos 1943-44, existem textos sobre o conflito no Paraguai em todos os quatro nmeros:
foram publicados os apontamentos de Joo Machado de Souza, oficial catarinense que nele
combateu, alm de artigo (no assinado) sobre o mesmo oficial.84 Referncia guerra contra o
Paraguai tambm aparece em conferncia sobre o marechal Joo Pedro Xavier da Cmara,
feita por Custdio de Campos em maio de 1943 (nessa guerra as nossas foras armadas
cobriram-se de louros, consolidando ali a gente catarinense pela espada de seus bravos a
conquista do epteto glorioso de Barriga Verde).85 E em palestra de Othon dEa, sobre o
visconde de Taunay, so feitos vrios comentrios acerca dA Retirada da Laguna, inclusive o
seguinte depoimento, precioso pela relao que estabelece entre histria, narrativa, guerra e
patriotismo:
82
Foi o caso de Joaquim Manoel de Macedo, em seus compndios sobre a histria ptria, publicados
originalmente em 1861 e 1863, e que tomaram as guerras holandesas como referncia da construo da
nacionalidade. A guerra foi ento concebida como panteo da nacionalidade (mostrando os bons e maus
brasileiros) e instrumento de difuso do patriotismo. Cf. MATTOS, Selma Rinaldi de. O Brasil em lies. Rio
de Janeiro: Access, 2000. esp. p. 109-112.
83
CALDEIRA, Larcio. Contribuio para a histria dos Voluntrios da Ptria de Santa Catarina. RTIHGSC,
Florianpolis, 1o. a 4o. trim. 1916. As cartas que o combatente Fernando Machado de Souza escreveu para a
esposa esto na revista de 1913 e 1914 (RIHGSC, Florianpolis, 1o. e 2o. trim. 1913, e 1o. e 2o. trim. 1914). Para
a esttua de Fernando Machado de Souza, ver: RIHGSC, Florianpolis, 1o. trim. 1917. No perodo, h tambm
vrios estudos e relatos sobre a Repblica Juliana.
84
Cf.: Campanha do Paraguai - apontamentos de um oficial catarinense (Joo Machado de Souza). RIHGSC,
Florianpolis, 1o. e 2 o. sem. 1943, p.109-124; 1o. e 2 o. sem. 1944, p.65-75; O capito Joo Machado de Souza,
RIHGSC, Florianpolis, 2 o. sem. 1943, p.123-125.
85
RIHGSC, Florianpolis, 2o. sem. 1943, p.118.
81
Eu confesso que foi em um livro de Taunay - essa epopia sem igual nos
fastos militares do mundo contemporneo - a Retirada da Laguna - que o
meu patriotismo adquiriu uma conscincia e a minha f uma convico.
Errando sem rumo e descrendo, aos vinte anos, do herosmo que nos
compndios escolares, nos discursos dos polticos e nas odes oficiais
estourava de adjetivos e de retrica - no mais perdia o meu tempo a folhear
a patritica paspalheira que procurava demonstrar a abnegao do alferes
Xavier ou a ttica de Barbacena no combate do passo do Rosrio.
Para mim - e creio que para todos os rapazes do meu tempo - tanto fazia
morrer em Itoror, de uma bala de canho, como de uma chifrada nas
virilhas na brincadeira do Boi-na-Vara.
[...] Foi com o esprito fora do meu pas e da sua beleza histrica, que eu
consegui ler, dominando largos escrpulos e desconfiado como um bugre - a
Retirada da Laguna.
Quanta emoo!
Como me encheram de orgulho aqueles homens abnegados, aqueles bravos
como no houvera iguais nem mesmo no Grande Exrcito e que pareciam
sados da galeria de Heris de Carlyle!86.
82
88
83
92
A Geografia e a Histria romntica[s] estudadas no passado, necessrias e importantes para uma poca, do
lugar Histria e Geografia cientficas do presente, com o fim de trazer luz e de estimular novas pesquisas e
trabalhos. RIHGSC, Florianpolis, 3. fase, n.1, 1979, p.3.
84
Assim, em 1992, toda a parte inicial da Revista do IHGSC passa a ser dedicada ao
seu ano acadmico, ou seja, aos discursos proferidos nas sesses solenes, s conferncias,
s palestras, s mesas-redondas - promovidas, quase sempre, por ocasio de efemrides
(centenrios
de
nascimento/falecimento
de
autores
catarinenses,
aniversrios
de
93
Podem ser citados, por exemplo: Centenrio de Altino Flores, Centenrio do Prof. Trindade, Centenrio
do Prof. Alfredo X. Vieira, Centenrio do Instituto Estadual de Educao, Centenrio do jornalista Osvaldo
Melo, Centenrio de Bayer Filho, Centenrio de Ildefonso Juvenal, Centenrio de D. Jaime de Barros
Cmara, Centenrio de Irineu Bornhausen, Bicentenrio de Santos Silva. Ressalte-se que, nos eventos
ento promovidos, no foram, em geral, os jovens pesquisadores universitrios (mesmo sendo scios do
Instituto) aqueles que falaram em seu nome.
85
Retomando, catorze anos depois, o texto de Sachet, o gegrafo Victor Peluso Jr.,
ento presidente do IHGSC, problematizou a identidade catarinense, relacionando-a ao
catarinensismo e catarinizao.97 Forjada pelos hbitos culturais e polticos que
marcariam a comunidade que vive dentro dos limites do Estado de Santa Catarina, a
identidade catarinense articulava-se, no entender de Peluso Jr., tanto aceitao desses
vnculos comunitrios (catarinensismo) como aos processos de atrao, para o seio da
comunidade, da parte do povo que se encontre dela afastado (catarinizao).98 Na anlise
de Peluso, as fragilidades da identidade catarinense eram indicadas, em vrias regies, por
baixos ndices de catarinensismo (ou, a rigor, de sentimento de pertencimento a um coletivo
94
SACHET, Celestino. Fundamentos da literatura catarinense. In: SILVA, Jaldyr B. Faustino da. Fundamentos
da cultura catarinense. Rio de Janeiro: Laudes, 1970. p.80-83.
95
JAMUND, Theobaldo Costa. Catarinensismos. Florianpolis: UDESC, EDEME, 1974. p.16.
96
Ibidem, p.43.
97
PELUSO JR., Victor A. A identidade catarinense. RIHGSC, Florianpolis, 3. fase, n.5, 1984, p.259-280.
98
Ibidem, p.259.
86
catarinense), e em grande medida justificadas pela trajetria histrica das relaes entre os
cidados e os governos (a percepo de afastamento ou isolamento, dada a ausncia ou o
pequeno nmero de aes do poder pblico estadual em prol de certas localidades).99 Em
Peluso, o catarinensismo surge como sentimento que existe se estimulado o estmulo
partindo, sobretudo, do Estado. Da que, para Peluso, as aes governamentais (do governo
estadual catarinense, em princpio) tivessem papel-chave na difuso do catarinensismo e, por
conseqncia, no fortalecimento da identidade catarinense.
Em sentido amplo, uma dimenso patritica tambm estava presente no discurso
de posse de Carlos Humberto Corra como presidente do IHGSC, em 1997. Apesar de propor
uma srie de mudanas em orientaes que prevaleceram durante muitos anos na entidade, o
novo presidente, ao detectar responsabilidades para o Instituto nas dimenses tica,
cientfica, social, poltica, acadmica revisitou o empenho cvico-patritico presente na
entidade desde os seus primeiros tempos: defender os valores mais expressivos da identidade
catarinense, analisar questes fundamentais da realidade catarinense, difundir os
conhecimentos gerados, inclusive para subsidiar aes na resoluo de problemas do
presente.100
Outro tema candente, na trajetria do Instituto a definio dos limites do
territrio e a defesa de sua integridade , tambm foi retomado com fora na fase mais recente
da trajetria da instituio, a partir dos debates em torno do Estado de Iguau.
Elaborado, em 1991, projeto de decreto legislativo que propunha a realizao de
plebiscito sobre a criao do Estado do Iguau, em reas dos territrios de Santa Catarina e
Paran, o Instituto no s lanou um manifesto sobre a questo, em julho daquele ano, como
preparou estudo encaminhado trs meses depois ao governador do estado, Vilson
Kleinubing.101
No manifesto, em termos similares aos de discursos e textos de membros do
Instituto em dcadas mais recuadas, a entidade denunciou o projeto, no apenas aos
catarinenses e paranaenses, mas a todos os brasileiros, como crime de lesa-ptria, com
99
Um exemplo extremo era dado pelo municpio de Porto Unio, cujos servios pblicos bsicos eram de
responsabilidade de empresas e rgos pblicos do Paran.
100
Discurso de posse do presidente do IHGSC, Carlos Humberto P.Corra. RIHGSC, Florianpolis, 3. fase,
n.16, 1997. p.151-152 e 160-161.
101
Cf.: Estado do Iguau, um crime contra Santa Catarina Manifesto do Instituto Histrico e Geogrfico
de Santa Catarina. Florianpolis, 10 de julho de 1992; Projeto Estado do Iguau anlise feita pelo
Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina. Florianpolis, outubro de 1992. Acervo da Academia
Catarinense de Letras, Dossi Walter F. Piazza. Walter Piazza era, naquele momento, presidente do IHGSC.
87
102
88
idias de formao de uma nova Nao no atual e queira Deus para sempre
Brasil Meridional.106
Ibidem, fl. 11-12. Em fins dos anos 1980 e incios dos anos 1990, movimentos separatistas emergiram com
fora no pas. Entre os que surgiram no sul, teve grande penetrao em Santa Catarina o movimento O Sul o
meu pas. A respeito, ver: FALCO, Luiz Felipe. op.cit., p.283-357. Luiz Felipe Falco, em nota, e apoiado em
dissertao de mestrado de Raquel Mombelli, indicou que parte significativa da populao da rea abarcada pela
proposta do Estado de Iguau manifestava-se favoravelmente idia de sua criao. A aprovao vinha
sobretudo de grupos de ascendncia italiana provenientes do Rio Grande do Sul, que viviam um processo de
resignificao da sua identidade cultural, mesclando gauchismo e italianidade (p.346, nota 17).
107
Ressalte-se que a polmica no foi de conhecimento apenas dos leitores da Revista Trimensal do IHGSC:
antes de ser nela publicado, o artigo de Lucas Alexandre Boiteux, que a integra, apareceu no semanrio A poca
(conforme RTIHGSC, Florianpolis, 1o-4o. trim. 1919, p.10).
89
Ressaltou os obstculos consulta ao arquivo municipal de Florianpolis obstculos que, tudo indica, foram oferecidos por autoridade municipal (algum que depois
precisou de suas pobres Notas para rechear um relatrio assaz florido). Reconheceu,
entretanto, o prejuzo que isso teria causado sua pesquisa: o meu trabalho ressente-se em
vrios pontos dessas fontes to preciosas.110
Os sombrios umbrais dos arquivos de Santa Catarina - foi essa a expresso
utilizada por Lucas Boiteux. Mais ou menos difceis de transpor, segundo seu depoimento,
conforme o maior ou menor grau de gentileza daqueles que tinham poder de autorizar a
108
Segundo Jacinto de Mattos, uma excurso pelos velhos registros ainda existentes nos arquivos de nossas
igrejas, que para muitos poderia parecer lida estril e improfcua, trazia a oportunidade de rever determinados
aspectos dos estudos sobre a histria de Santa Catarina - ou, mais especificamente, oportunidade do confronto
com datas e incidentes histricos, tidos como lquidos e consumados em livros de reputao feita. MATTOS,
Jacinto de. Material Histrico II. RTIHGSC, Florianpolis, 1o. trim. 1918, p.67.
109
BOITEUX, Lucas Alexandre. Commentrios Histria Catharineta. RTIHGSC, Florianpolis, 3o. trim.
1918, p. 329.
110
Ibidem.
90
consulta dos documentos. J em estudo tambm publicado na Revista, acerca das Caldas do
Cubato, outro scio do Instituto, Ismael da Rocha, comentara que, tendo coligido antigos e
preciosos manuscritos que jaziam ignorados no Arquivo da Secretaria do Governo e na
Biblioteca Pblica, alm de outros materiais que lhe foram obsequiosamente confiados,
considerou oportuno de alguma forma divulg-los, dado que tais documentos esparsos no
se achavam ao alcance de todos.111
Gentileza, para Boiteux, ou obsquio, para Ismael da Rocha uma e outro
remetiam ao domnio das prticas de favor, distantes de uma lgica propriamente
republicana que, por suposto, deveria ter se instalado em fins do sculo XIX, ao menos nos
rgos governamentais, e que em princpio garantiria acesso equnime dos cidados coisa
pblica. Cabe reter esse ponto, para que possa ser retomado nos captulos seguintes.
Mas o que mais pode ser encontrado na Revista do IHGSC sobre os arquivos
existentes em Santa Catarina?
Nos vrios momentos da Revista, as indicaes neste sentido ressaltam em geral
seu estado de extrema desorganizao e pssimo estado de conservao. Nos primeiros anos,
os comentrios a respeito so feitos principalmente por Lucas Boiteux e Henrique Fontes. Em
1918, as referncias foram pontuais mas persistentes: falou-se nos documentos esquecidos j
em nossos confusos arquivos112; nos infelizmente, j desfalcados arquivos estadual,
municipal e eclesistico113; em documento de meados do sculo XVIII de tal modo cortado
pelas traas que impossvel ler-se.114 A mais significativa foi feita por Henrique Fontes: em
discurso pronunciado em maro de 1913, informou que ele e Lucas Boiteux haviam buscado o
primeiro livro de vereanas de Desterro. Em vo, contudo, revolveram a montoeira dos
livros do arquivo municipal, pois o volume desejado no apareceu. E acrescentou, em
seguida, uma denncia e uma proposta:
Deus sabe se [o livro de vereanas] no foi queimado ou despedaado por
velho e intil, o que no de admirar, pois crimes desta natureza - crimes
111
ROCHA, Ismael. Caldas da Imperatriz (Caldas do Cubato) na Provncia de Santa Catarina. RTIHGSC,
Florianpolis, 1916, p.3.
112
Nota bibliogrfica, provavelmente escrita por Lucas Alexandre Boiteux. RTIHGSC, Florianpolis, 1o.
trim.1918, p.114.
113
BOITEUX, Lucas Alexandre. Commentrios Histria Catharineta. op.cit, p. 327.
114
Novamente, Lucas Alexandre Boiteux. RTIHGSC, Florianpolis, 4. trim. 1918, p.450.
91
Discurso proferido por Henrique da Silva Fontes na sesso comemorativa do 187. aniversrio da criao da
vila de Nossa Senhora do Desterro, em 26 de maro de 1913. RTIHGSC, Florianpolis, 1o.-2 o. trim. 1913,
p.117.
116
RIHGSC, Florianpolis, 3. fase, n.7, 1986-1987, p.245.
92
Um captulo da histria recente do Estado de Santa Catarina. RIHGSC, Florianpolis, 3. fase, 1984, p.15.
Depoimento de Carlos Humberto Pederneiras Corra, em 4 de novembro de 2005 - verso transcrita.
Fl. 3. Arquivo pessoal de Janice Gonalves.
118
93
94
Parte I
Captulo 3
Novos e velhos: ser historiador em Santa Catarina
LE GOFF, Jacques. Antigo/moderno. In: -. Histria e memria. Campinas (SP): UNICAMP, 1996. esp.
p.174-179.
2
SACHET, Celestino. As transformaes esttico-literrias dos anos 20 em Santa Catarina. Florianpolis:
UDESC, Edeme, 1974, esp. p.57-129; SACHET, Celestino. A literatura catarinense. Florianpolis: Lunardelli,
1985. esp. p.55-104.
96
97
Neste sentido, o Instituto, em seus incios, pode ser pensado como um dos
instrumentos de acomodao das tenses e, simultaneamente, de legitimao de novos agentes
na arena poltica. Entre os elementos da nova gerao, no s pelos vnculos tnues ou
inexistentes com a poltica local, at a Repblica, mas tambm pela juventude, salientaram-se
figuras como Lauro Mller e Jos Arthur Boiteux.
Mller foi nomeado por Deodoro da Fonseca, em fins de 1889, para governar
Santa Catarina, e Jos Boiteux acompanhou-o na viagem da capital federal para a capital
catarinense, na condio de seu oficial de gabinete. Ambos nascidos em Santa Catarina, mas
no na capital, tinham ligaes importantes com polticos republicanos de projeo nacional,
que puderam conhecer na Corte, em funo de seus estudos (inexistiam, poca, instituies
catarinenses de ensino superior). Em 1889, Lauro Mller, nascido em Itaja, tinha 25 anos e
conclura recentemente o curso de engenharia na Escola Militar, no Rio de Janeiro, tendo ali
estudado com Benjamin Constant e, ao que tudo indica, aderido, por sua influncia, ao ideal
republicano.8 Mller marcaria a poltica catarinense da Primeira Repblica, dividindo com
Herclio Luz a liderana republicana no estado.
MEIRINHO, Jali. Repblica e oligarquias: subsdios para a histria catarinense - 1889-1930. Florianpolis:
Insular, 1997. p.123.
7
CHEREM, Rosngela Miranda. op.cit., p.337.
8
MEIRINHO, Jali. op.cit., p.57; CHEREM, Rosngela. op.cit., p.307.
98
Por seu turno, Jos Boiteux, com 23 anos em 1889, nascera na cidade catarinense
de Tijucas; para estudar Medicina (que cursou apenas at o 2o. ano), passara a viver no Rio de
Janeiro. Naquela cidade, associou-se, entre 1884 e 1885, a trs clubes abolicionistas: Clube
Abolicionista Preparatoriano, Centro Abolicionista Castro Alves e Centro Abolicionista 6 de
Junho. Passou a estudar Direito, em So Paulo, a partir de 1887. Na capital paulista foi revisor
do jornal Dirio Mercantil, sem deixar de colaborar com jornais de Santa Catarina.9 No Rio
de Janeiro, chegou a ser hospedado por Antnio Justiniano Esteves Jr., destacado poltico que
reunia em torno de si significativo nmero de catarinenses, particularmente aqueles sensveis
s idias republicanas, estivessem eles de passagem pela cidade ou fossem ali residentes.10
Em 1887, Jos Boiteux participou, com Esteves Jr., da fundao do Clube Republicano
Catarinense.11 Foi provavelmente Esteves Jr. o elo entre Lauro Mller e Jos Boiteux.
Definitivamente engajado na nova ordem republicana, Jos Arthur Boiteux esteve
afastado de Santa Catarina entre 1891 e 1894 (quando os federalistas conseguiram o controle
do governo), perodo em que retornou ao Rio de Janeiro. Voltou a Santa Catarina em 1894,
logo assumindo a Secretaria de Governo, na administrao de Herclio Luz.12 Enfronhado na
poltica partidria e no jornalismo, seria o principal articulador da criao do IHGSC.
BAHIA, Eliana Maria. Perfil de Jos Arthur Boiteux, um construtor da cultura catarinense. Florianpolis,
1994. Dissertao (Mestrado em Histria). UFSC. p.12-15, 24-25.
10
CORRA, Carlos Humberto P. Histria da cultura catarinense - v.1: O Estado e as Idias. Florianpolis:
Ed. da UFSC, Dirio Catarinense, 1997. p.74-75.
11
BAHIA, Eliana Maria. Perfil de Jos Arthur Boiteux..., op.cit., p.25.
12
CORRA, Carlos Humberto P. Histria da cultura catarinense..., op.cit., p.74, 78-79 e 81.
99
jornalistas, dois oficiais de marinha, dois industriais, dois senadores, um funcionrio pblico
federal, um funcionrio pblico estadual, um guarda-livros, um negociante e um capitalista.13
Equilbrio saudvel entre os representantes da mquina burocrtica estatal e os profissionais
liberais?
As meras informaes quanto s ocupaes ou formaes profissionais podem ser
enganadoras, pois, com exceo dos scios identificados como senadores (Gustavo Richard e
Herclio Pedro da Luz), no explicitam a atuao poltico-partidria (que, na prtica,
significava igualmente proximidade das instncias de governo e de representao poltica). O
negociante Antnio Pereira da Silva e Oliveira, o mdico Luiz Antnio Ferreira
Gualberto e o engenheiro civil Polidoro Olavo de S. Thiago, por exemplo, tinham sido
eleitos deputados para o Congresso Representativo de 1891 (Polidoro de S. Thiago seria,
inclusive, em 1894, eleito vice-governador). O engenheiro militar Felipe Schmidt exercera
o mandato de deputado federal e encerrava o de governador, eleito que fora para o perodo
1898-1902. O jornalista Jos Arthur Boiteux, como visto, j assessorara o governador
Lauro Mller (1889-1891), tambm elegendo-se por trs vezes deputado estadual, nos anos
1890, e deputado federal para o perodo 1900-1902.14 Entre os scios efetivos e os
correspondentes, vrios tinham atuao poltico-partidria marcante.
Como abordado no captulo anterior, o IHGSC procurou e freqentemente
recebeu o apoio do governo do Estado, algo provavelmente facilitado pela circunstncia de
vrios governantes pertencerem aos quadros da entidade. Na Revista do Instituto da dcada de
1910, folha de rosto e capa indicavam que a publicao era feita sob os auspcios do governo
do Estado. Em 1913, o scio Joaquim David Ferreira Lima assinalou, em discurso, que o
governador Vidal Ramos, ao presidir a entidade, emprestava-lhe seu valioso apoio, as luzes
do seu cultivado esprito, o prestgio do seu nome acatado e venerado (o discurso, diga-se de
passagem, foi proferido na presena do prprio governador).15
Outro aspecto importante da relao do Instituto com os governos (antes de tudo,
o estadual, mas tambm o do municpio, em Florianpolis) foi a questo da sede da entidade.
13
100
Em fins da dcada de 1910, ela teria sido concedida por ato do governo estadual.16 No final da
dcada de 1920, foi prevista por lei estadual a construo de edifcio que abrigaria o Instituto
e outras instituies culturais, como a Academia Catarinense de Letras - todos englobados na
Casa de Santa Catarina -, sendo o terreno cedido pela Prefeitura Municipal de Florianpolis.
A construo, contudo, no foi efetivada. Na primeira metade da dcada de 1940, membros
do Instituto, tentando efetivar a existncia da Casa de Santa Catarina, solicitaram a ocupao,
na capital, do antigo Clube Germnia, desapropriado pelo governo estadual.17 A prpria
Constituio Estadual de 1947 teria estabelecido que o prdio do antigo clube servisse como
sede das associaes de alta cultura do Estado, bem como da Associao de ExCombatentes do Brasil, e o prdio teria sido entregue guarda do Instituto Histrico e
Geogrfico de Santa Catarina em agosto de 1951.18 Entretanto, com problemas de
conservao, o prdio ruiu em 1966, em meio a fortes chuvas,19 causando srios prejuzos
principalmente aos acervos das instituies ali abrigadas o Instituto, a Academia
Catarinense de Letras, a Comisso Catarinense de Folclore e a Associao dos ExCombatentes. Segundo depoimento de Walter Piazza, registrado no Jornal da Semana, em
1980,
A Casa era um prdio velho, abandonado, e as instituies no tinham verba
para mant-la. O que a mantinha era o idealismo dos intelectuais dirigentes,
uma vez que o Governo Estadual e o Federal despendiam apenas migalhas
de dinheiro, que em pouca coisa ajudavam. Devido s pssimas condies,
durante uma enxurrada o prdio desabou, e a biblioteca do Instituto
Histrico e Geogrfico ficou inutilizada.20
16
17
101
[...] ns j mudamos umas sete ou oito vezes. Cada mudana era a destruio
de meia biblioteca. O Instituto j teve um museu [...]. Quando estava aqui na
[rua] Tenente Silveira, onde a Biblioteca Pblica hoje, na poca em que eu
dirigia o museu que funcionava l, a certa altura uma parede toda da [rua]
lvaro de Carvalho caiu, que era a parede do Instituto Histrico. Ento,
praticamente todo o acervo da biblioteca e do museu foi perdido. [...] Foi
numa noite de chuva, o que no foi perdido porque a parede caiu, a gua que
entrou...21
21
102
25
103
29
Depoimento de Jali Meirinho..., op.cit., fl. 2. Sua prpria produo historiogrfica est focada
fundamentalmente na histria poltica republicana. Entre seus livros: A Repblica em Santa Catarina (1982),
Dicionrio poltico catarinense (1985), Datas histricas de Santa Catarina (1985), Nereu Ramos (1988). Mais
recentemente, Jali Meirinho vem se dedicando tambm ao estudo da historiografia catarinense.
30
Discurso do acadmico Jali Meirinho, na sua posse (Cadeira n.30). Florianpolis, 13 de julho de 1995.
Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi Jali Meirinho.
104
31
A Imprensa, a Poltica e os Partidos em SC [entrevista concedida por Oswaldo Rodrigues Cabral a Moacir
Pereira, em 15 de setembro de 1976]. A Ponte, Florianpolis, maio de 1981 (1. semana), p.5. Sobre as
dificuldades de estudar pocas mais recentes, teria afirmado Cabral, na entrevista: difcil registrar fatos
recentes. H muita gente viva, h os parentes, as famlias. Naturalmente, sou membro da comunidade, no vivo
fora dela. Vivo no seu meio e isto influi. Da poca passada, no, porque so documentos de um perodo j
distante, frios, apanhados do jornal. O julgamento mais perfeito, mais preciso. (p.5-6)
32
SOUZA, Sara Regina Silveira de. Oswaldo Cabral: pginas de um livro de memrias. Florianpolis: Ed.da
UFSC, UDESC, 1993. p.66, 73.
33
No primeiro caso, pode ser citado o artigo Mania de pichar, envolvendo uma tpica polmica entre
historiadores do IHGSC: a data de fundao de Desterro. No artigo, Cabral denuncia estar sendo usado em
polmica que tinha o intuito de promover livro a ser lanado (ao que tudo indica, o livro A fundao de
Florianpolis, de Evaldo Pauli) e comenta, irnico: Eu vou continuar esperando pelo livro que nos dir quando
foi que Dias Velho fundou o Desterro. Cf.: CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Mania de pichar. O Estado,
Florianpolis, 23 dez. 1972. Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi Oswaldo Rodrigues Cabral.
34
Carlos da Costa Pereira foi ainda eleito suplente do senador Ivo dAquino, em 1946. PEREIRA, Carlos da
Costa. Minhas memrias, op.cit., p.95.
35
SOUZA, Sara Regina Silveira de. Oswaldo R. Cabral...., op.cit., p.97-99.
36
Ibidem, p.107-108.
105
37
A Imprensa, a Poltica e os Partidos em SC, op.cit., p.4-6. A obra foi posteriormente concluda pela sobrinha
de Cabral e editada em quatro volumes: CABRAL, Oswaldo R. A Histria da Poltica em Santa Catarina
durante o Imprio. Florianpolis: Ed. da UFSC, Assemblia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 2004. 4v.
38
Entrevista de Walter Piazza [concedida a Jeferson Lima]. A Notcia, Joinville (SC), 15 jan. 2004 (Anexo,
capa).
39
Duas palavras. Archivo Catharinense - revista mensal illustrada, Rio de Janeiro, n.1, 1908, p.1.
106
Jos Arthur e seu irmo Henrique Boiteux assinaram textos nessa breve
publicao, que teve apenas seis nmeros, circulando entre julho e dezembro de 1908, extinta
pelo no-pagamento por parte dos que se comprometeram a assinar o jornal.40
Outro peridico destacou-se nos anos de 1910, saindo luz seu primeiro volume
antes da retomada da Revista Trimensal do IHGSC: a Revista Catharinense, criada por Jos
Johanny e publicada no municpio catarinense de Laguna. Seus fascculos, reunidos,
resultaram em trs volumes de aproximadamente 400 pginas cada um, relativos aos anos de
1911-1912, 1912-1913 e 1914. De acordo com o texto de apresentao contido no primeiro
deles, era o principal objetivo da Revista Catharinense
[...] arquivar e divulgar documentos histricos, notas estatsticas, pginas
literrias e informaes de ordem econmica, financeira, cientfica, poltica,
artstica etc, referentes s coisas e aos homens de Santa Catarina. Como
parte acessria ocupar-se-, tambm, de todo e qualquer outro assunto
interessante e de atualidade.
40
Dos 445 assinantes, apenas 124 pagaram as assinaturas. Cf.: BOITEUX, Jos. Declaraes necessrias.
Archivo Catharinense - revista mensal illustrada, Rio de Janeiro, n.6, 1908, p.14.
41
Revista Catharinense, Laguna (SC), 1911-1912, sem indicao de pgina.
42
Em texto elaborado em virtude da morte de Johanny (em 25 de fevereiro de 1915), a Revista Trimensal do
IHGSC assinalou a importncia desse peridico, caracterizado como precioso repositrio de notcias e
memrias sobre homens e fatos catarinenses, mantido com enormes sacrifcios por trs anos. RTIHGSC,
Florianpolis, 1915, p.48-49.
43
Sobre Blumenau em Cadernos, ver Parte III, Captulo 2.
107
Do historiador-jornalista ao historiador-professor
Referncia, por muitas razes, no cenrio historiogrfico catarinense, Oswaldo
Cabral personagem emblemtico de um momento de transio: da era de predomnio do
historiador-jornalista para a de predomnio do historiador-professor.
certo que Cabral, antes de ser mdico, foi professor professor primrio.
Instituiu-se como historiador, contudo, por meio de suas leituras, pesquisas e trabalhos
publicados. Reconhecido como importante pesquisador, na dcada de 1950 tornou-se
professor da Faculdade de Direito (disciplina de Medicina Legal) e da Faculdade Catarinense
de Filosofia (Histria Antiga e Histria Medieval) faculdades que, na dcada de 1960,
foram incorporadas Universidade Federal de Santa Catarina. Um dos primeiros egressos do
curso de Histria ( poca, Histria e Geografia) foi Walter Piazza, prximo a quem Cabral
trabalharia, no s em atividades na Faculdade como nas pesquisas e atividades da
44
Foi localizado, na Biblioteca Pblica do Estado de Santa Catarina, um nico exemplar, datado de abril de
1964. Os Cadernos, cujo redator responsvel era Adolfo Bernardo Schneider, so identificados como boletim
informativo do Crculo Joinvilense de Pesquisas Histricas.
45
No caso de Lucas Alexandre Boiteux, e nos anos iniciais sculo XX, pode-se assinalar a presena de textos
seus ao menos no Anurio de Santa Catarina para 1901 (Relao de todos os jornais publicados no Estado de
Santa Catarina, desde 1830 at os nossos dias) e no Anurio Catarinense para 1904 (Histria catarinense Joo Henriques). O Anurio Catarinense, publicado entre os anos de 1948 e 1956, apresenta contribuies
regulares de Lucas Boiteux. Cabe ressaltar que, no tocante histria naval, Lucas Boiteux publicou vrios
estudos na Revista Martima Brasileira. Teve produo significativa tambm veiculada no Jornal do Comrcio
(tais artigos foram objeto da dissertao de mestrado de Maria Teresa Santos Cunha, A contribuio
historiogrfica de Lucas Alexandre Boiteux no Jornal do Comrcio do Rio de Janeiro, 1911 e 1957,
realizada no mbito do Programa de Ps-Graduao em Histria da UFSC e defendida em 1982).
108
46
SOUZA, Sara Regina Silveira. Oswaldo Cabral...., op.cit., p.181. Piazza tornou-se bacharel em Histria e
Geografia pela Faculdade Catarinense de Filosofia em 1957, licenciando-se em 1960. Na Faculdade, pouco
depois de formado, foi auxiliar de pesquisas da cadeira de Histria Antiga (1957) e auxiliar de ensino das
cadeiras de Histria Medieval e Antropologia e Etnografia (1960). Cf.: Curriculum vitae Walter F. Piazza,
op.cit.
47
TERNES, Apolinrio. Walter F. Piazza, historiador [entrevista]. A Notcia, Joinville (SC), 25 nov. 1996, p.E2,
(A Notcia Especial, Grandes entrevistas). Note-se, porm, que a ficha de registro de Cabral na Academia
Catarinense de Letras registra que foi professor interino de Histria de Santa Catarina, na Faculdade
Catarinense de Filosofia. Ficha de registro do acadmico Oswaldo Rodrigues Cabral. Florianpolis, 14 de
abril de 1963. Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi Oswaldo R. Cabral.
48
PEREIRA, Carlos da Costa. Minhas memrias, op.cit., p.31-40.
109
49
110
Oswaldo Cabral, Jaldyr Faustino da Silva, Valter Gomes, Oswaldina Gomes, Walter Piazza e
Amrico da Costa Souto.
[...] era um nmero bastante reduzido em termos de profissionais nessa rea.
No se tinha nomes que tivessem grandes obras publicadas, exceo do
Cabral. Todos estavam ainda em um perodo de iniciao, por assim dizer.
[...] o Walter Piazza, nessa [minha] fase como aluno, ele j era professor. Eu
falei do Cabral, mas o Walter teve uma produo que at hoje um marco
dentro desse contexto da histria de Santa Catarina. Ele tambm foi, dentro
l do Departamento, um dos grandes incentivadores, foi quem criou,
inclusive, um Curso de Especializao, depois o Mestrado, dentro do
contexto do Departamento de Histria da Universidade Federal.51
Educao, dei aula no Instituto durante muito tempo. Dei aula no Colgio de
Aplicao tambm. E paralelamente a isso, em 67, acho que foi 67, eu dava
aula em Joinville. Durante dez anos eu ia toda quarta-feira a Joinville. [...]
Era uma poca que no tinha asfalto daqui a Joinville. Saa uma hora da
tarde aqui para dar aula s sete, chegava s sete para dar aula. Acabava a
aula s dez horas, voltava, e s vezes chegava aqui quatro horas, trs horas
da manh, com aula para dar no dia seguinte, aqui. [...] amos daqui, de
Florianpolis, vinte e seis professores. Toda a Faculdade de Filosofia de
Joinville era mantida por professores daqui. [...] A, do Ginsio de Aplicao
eu passei para o Departamento de Histria [da UFSC]. E fiquei l durante 32
anos.52
51
52
111
Mas, por que fazer a graduao em Histria, em fins da dcada de 1960 e incios
da de 1970?
53
Depoimento de Raquel S.Thiago, em 18 de novembro de 2005 - verso transcrita. fl.1-2. Arquivo pessoal
de Janice Gonalves.
54
Depoimento de Sueli Petry, em 17 de novembro de 2005 - verso transcrita. fl.1. Arquivo pessoal de
Janice Gonalves; Depoimento de Maria Bernardete Ramos Flores, em 19 de abril de 2006 - verso
transcrita. fl.1. Arquivo pessoal de Janice Gonalves.
55
Depoimento de Maria Bernardete Ramos Flores..., op.cit., fl.1.
112
56
Depoimento de Joana Maria Pedro, em 19 de abril de 2006 - verso transcrita. fl.1. Arquivo pessoal de
Janice Gonalves.
113
estava na Hermes Macedo quando fiz o vestibular para Histria, e fui fazer
Histria.57
Mas a forte paixo pela Histria no est ausente, como salienta Sueli Petry:
Eu sempre gostei de Histria, j desde criana. E a minha leitura bsica sabe
qual foi? A revista O Cruzeiro, aquela Selees e aquelas colees de livros
quilomtricos, como O mundo pitoresco - eu lia tudo! Tinha aquele O
tesouro da juventude, eu li tudo!60
57
Ibidem, fls.1-2.
Depoimento de Maria Bernardete Ramos Flores..., op.cit., fl.1.
59
Ibidem.
60
Depoimento de Sueli Petry..., op.it., fl.28.
58
114
Segundo Maria Bernardete Ramos Flores, o Prof. Walter Piazza cria o Mestrado
aqui [em Florianpolis] e incentiva as suas alunas, os seus alunos de Itaja a virem fazer a PsGraduao.63
Nos depoimentos concedidos, Walter Piazza no aparece apenas incentivando os
graduados a ingressarem no Mestrado: era algum que despertava vocaes para a pesquisa.
Ex-alunas como Sueli Petry e Raquel S.Thiago externaram esse reconhecimento:
[...] quem eu gostava muito e me motivou muito, e que eu devo tambm a ele
essa estimulao pela Histria, foi o Walter Piazza, o professor Walter
Piazza. Sem eu perceber eu estava sendo levada aos meandros da Histria
por ele.64
[...] o professor Piazza me marcou bastante [...] quando eu vi o professor
Piazza contar como ele pesquisava, eu me encantei: Eu quero ser um
61
115
professor assim, que produz o conhecimento e conta para os alunos como ele
produziu e onde ele foi.65
Encontros e desencontros
Os historiadores ligados ao IHGSC tiveram na entidade um de seus principais
canais de trocas intelectuais, tendo convivido tambm em espaos reservados ao exerccio da
poltica nas redaes de jornais, nos partidos, nas reparties governamentais e nos rgos
legislativos. Mas esses historiadores souberam igualmente criar vnculos com outras entidades
e profissionais da rea de Histria, e sua correspondncia, mesmo que examinada de forma
bastante fragmentada, d indcios de interaes significativas. Uma delas foi a estabelecida
com Afonso d Escragnolle Taunay.66
No caso dos irmos Boiteux, as relaes com Taunay assumiram o carter de
amizade e compadrio. Consultas profissionais e notas denotando relaes de afetividade
combinam-se e confundem-se em carta de 1932, de Taunay para Jos Boiteux:
Recebo os seus diversos bilhetes com os projetos submetidos minha
aprovao para o emblema da Faculdade de Direito de S.Catarina. Achei-os
todos bons, perfeitamente em condies de serem aceitos. [...] Agora tive a
grata surpresa da sua carta de Santos, pena que o Sr. no possa subir a
S.Paulo com sua Snra. Nem que seja por horas. Teria muito prazer em
cumpriment-lo. [...] Assim, pois, penso que no projeto n.3 deveria ser num
65
66
116
dos escudos ovalados aproveitada a idia do Dr. Fontes: para mim o projeto
n.3 assim constitudo ficar esplndido, muito melhor do que os de n.1 e 2.
Desejo-lhe muito feliz estada no Rio. Recebi os jornais que me mandou,
obrigado pelas palavras gentis sobre o escudo d[e] Laguna, fao muitos
votos pela prosperidade do seu Instituto.
Muito obrigado pelas palavras amveis relativas ao artigo do Cruzeiro.
Quem sabe talvez nos vejamos. Meus respeitos a sua Snra. E aceite um
abrao do admr. e amo.67
Carta de Afonso Taunay ao desembargador Boiteux. 13 de maio de 1932. Quanto ao escudo de Laguna,
cabe esclarecer que Taunay desenhou o braso desse municpio bem como os de outros trs municpios
catarinenses: Joinville, Blumenau e So Francisco. Cf.: PIAZZA, Walter F. Dois historiadores catarinenses:
Afonso dE. Taunay e Lucas A. Boiteux. RIHGSC, Florianpolis, 3. fase, n.6, 1985, p.77. Em 1926, Jos
Boiteux enviou a Taunay, para integrar o acervo do Museu Paulista, bandeira que conduzira um dos fanticos
em combate contra as foras do Governo na campanha do ex-Contestado. Bilhete de Jos Boiteux a Afonso de
Taunay, encaminhando bandeira do movimento do Contestado. Florianpolis, 5 de abril de 1926. Tanto a
carta de 1932 quanto o bilhete de 1926 esto no Arquivo Permanente do Museu Paulista, Fundo Museu Paulista,
Grupo Direo e Administrao, Subgrupo Comunicao e Intercmbio.
68
Carta de Afonso de Taunay a Lucas Boiteux. 24 de fevereiro de 1931. Arquivo Permanente do Museu
Paulista, Fundo Museu Paulista, Grupo Direo e Administrao, Subgrupo Comunicao e Intercmbio.
69
Joo Batista Bitencourt salientou: O ensaio Laguna, por exemplo, chegou a ser criticado por Afonso
dE.Taunay, por conter afirmaes impossveis, fora o fato de que, para o crtico, a narrativa estava
romanceada. Cabral teria acatado a crtica. BITENCOURT, Joo Batista. Estado Novo, cidade velha: o
governo ditatorial de Vargas desde Laguna. Porto Alegre, 2002. Tese (Doutorado em Histria). UFRGS. p.247.
117
70
A biblioteca de Lucas Alexandre Boiteux, adquirida pela Universidade Federal de Santa Catarina, foi
dispersada pelas vrias reas temticas do acervo.
71
BOITEUX, Lucas A. Figuras do passado catarinense: o capito-mr Domingos de Brito Peixoto, senhor da
Laguna sua prole e seus servios. Florianpolis: 1954.
72
CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Mestre Altino. O Estado, Florianpolis (SC), 6 fev. 1972. p.1; CABRAL,
Oswaldo Rodrigues. Em busca da perfeio e o Mea Culpa (1, 2, 3 e 4). O Estado, Florianpolis (SC), abr.
1974. Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi Oswaldo Rodrigues Cabral.
73
CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Mestre Altino, op.cit. Cabral refere-se tambm correspondncia entre Carlos
da Costa Pereira e Altino Flores, bem como admirao de ambos pelos mestres lusitanos.
118
74
CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Mania de pichar. op.cit.. Lus Edmundo, escritor que integrou a Academia
Brasileira de Letras, provavelmente inspirou Cabral pelas seguintes obras: O Rio de Janeiro do tempo dos vicereis (1938), A Corte de D.Joo VI no Rio de Janeiro (1940), O Rio de Janeiro do meu tempo (1940).
75
CABRAL, Oswaldo R. Introduo: Carlos da Costa Pereira; sua vida sua obra. In: PEREIRA, Carlos da
Costa. A Revoluo Federalista de 1893 em Santa Catarina. Florianpolis: Governo do Estado de Santa
Catarina, 1976. p.13-14.
119
Oito anos depois, escrevendo a Nereu Corra, Cabral apontava estar a Academia
prestes a acordar de seu sono hibernal. Contudo, no seu entender, o Instituto detinha o
facho sagrado: No fora ele e tudo estaria estagnado na pasmaceira, ouvindo o coaxar de
uma ou outra r beira da lagoa das letras.78
Vrios foram os historiadores do IHGSC representados na Academia Catarinense
de Letras, ocupando em geral as cadeiras 4, 17, 30 e 31: os irmos Boiteux (Jos Arthur,
Henrique e Lucas Alexandre), Henrique Fontes, Carlos da Costa Pereira, Oswaldo Cabral,
Walter Piazza, Carlos Humberto Corra, Jali Meirinho.
Na segunda metade da dcada de 1940, a interrupo da Revista talvez possa ser
creditada aos trabalhos de organizao do 1. Congresso de Histria Catarinense, realizado em
76
77
120
79
PTSICA, Paschoal A. Henrique Fontes: o historiador. RIHGSC, 3. fase, n.6, 1985. p.85-93.
SOUZA, Sara Regina Silveira. Oswaldo Cabral...., op.cit., p.185 e 218.
81
Jornal de Santa Catarina, Florianpolis, 2 out. 1975. Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi
Walter F.Piazza.
80
121
122
reflexes de Piazza, no obstante sua suposta guinada cientfica, favorecida pela formao
universitria. Segundo Piazza:
[...] no h vencedores nem vencidos na Histria de Santa Catarina. No h
vencedores nem vencidos, principalmente nas reas de povoamento e
colonizao. [...] ns temos que olhar sempre que o agricultor, o povoador, o
colonizador, fosse ele aoriano, fosse ele italiano ou alemo das reas
agrcolas, nem sempre ele um vencido. muito bonito falar da histria dos
vencidos. Eu gosto de falar da histria dos vencidos. Daqueles que so
humildes, daqueles que todos pensam ser os vencidos. s vezes so os
vencedores culturalmente. So os quem marcam. E ns no podemos
esquecer que o aoriano deixou o substrato cultural que amalgamou,
aculturou os italianos primeiramente, os alemes, em grande parte. [...] Na
realidade, ns temos um sobrenome italiano, um sobrenome alemo, mas no
fundo, culturalmente, ns somos aorianos.86
123
homens reais em sociedade, e no apenas a histria dos mitos, dos heris da classe
dominante; e Henrique Luiz Pereira Oliveira, na condio de coordenador do Ncleo de
Histria de Santa Catarina, apesar da ressalva quanto aos diversos trabalhos novos, com
novas perspectivas, destacou o quanto a produo historiogrfica referente a Santa
Catarina carecia de novos enfoques que incorporassem os instrumentos tericos e
metodolgicos desenvolvidos nas diversas reas da Cincias Humanas, de abordagens que
propiciassem a reflexo dos agentes sociais sobre o processo histrico, contribuindo para o
entendimento da realidade que esses indivduos vivem.89 Formas distintas de conceber e
pensar a histria estavam em jogo, em convivncia e tenso.
No encontro seguinte, em 1988, os anais ainda registraram a presena de Walter
Piazza, na mesa redonda sobre escravido negra no Brasil.90 Mas a ANPUH, e seus
encontros regionais, tornaram-se privilegiadamente espaos de encontro de profissionais de
Histria, no havendo lugar para diletantes. Mesmo os primeiros graduados e ps-graduados
em Santa Catarina, distanciando-se da ANPUH, passaro a eleger os encontros da Sociedade
Brasileira de Pesquisa Histrica (SBPH) para apresentao de trabalhos e encaminhamento de
discusses de seu interesse. As razes disso prendem-se a divergncias quanto aos rumos da
entidade e ao tensionamento maior entre os diferentes grupos de historiadores. Na perspectiva
de Jali Meirinho, que participa da SBPH desde a sua fundao,
A SBPH no restringiu em termos de ideologia, o problema foi a formao.
A ANPUH comeou a abrir para aluno e o que se queria era uma entidade a
nvel de professor. E naqueles anos tambm eram momentos diferentes. A
coisa agora, a partir de uns quatro, cinco anos para c, o quadro est
mudando em termos gerais, de Brasil, no h mais aquela radicalizao,
acho. [...] Eu no tenho nenhuma restrio a quem quer que seja, qualquer
ponto de vista, ideologia, sei l o que. Eu sempre estive aberto, gostando de
conhecer tudo.91
Anais do I Encontro Estadual de Histria..., op.cit., p.16-17, 52, 86, 129-130, 142.
Anais do II Encontro Estadual de Histria Florianpolis, 22 a 26 de agosto de 1988. Florianpolis:
1990. p.49-56.
91
Depoimento de Jali Meirinho..., op.cit, fl.15-16.
90
124
92
125
Uma histria das coisas que aconteceram, mas tambm uma histria dos
modos de construir as coisas que aconteceram.94
Apresentao [do Conselho Editorial]. Revista Catarinense de Histria. Florianpolis, n.1, maio 1990. p.5.
O Conselho Editorial era ento formado por Cynthia Machado Campos, Evaristo Kiatowski, Henrique Luiz
Pereira Oliveira e Maria de Ftima Sabino Dias. A revista continua a ser editada mas, desde 1998, passou a ser
denominada Fronteiras Revista Catarinense de Histria.
95
Cartas. Dirio Catarinense, Florianpolis, 20 jul. 1993, p.2. Acervo da Academia Catarinense de Letras,
Dossi Walter F. Piazza.
96
A respeito da apropriao privada de documentos pblicos por pesquisadores da histria de Santa Catarina, ver
Parte III, Captulos 2 e 3.
126
Passada uma dcada dos embates mais ferrenhos, desenham-se gestos que talvez
sejam tmidas aproximaes: veja-se que o IHGSC concedeu, em dezembro de 2005, o
prmio Lucas Alexandre Boiteux para o livro Memrias de uma (outra) guerra, de Marlene
de Fveri professora universitria e representante da nova gerao.98 Livro que resultou
de tese de doutorado defendida justamente no Programa de Ps-Graduao em Histria da
UFSC, sob orientao de Joana Maria Pedro.
Por seu turno, o preto e o branco da imagem da histria tradicional ganharam
nuances de cinza. Ao menos, entre aquelas que foram agentes principais da inovao, no
Mestrado em Histria da UFSC. Maria Bernardete Ramos Flores, em livro recente sobre a
presena espanhola na ilha de Santa Catarina em fins do sculo XVIII, prestou
[...] uma homenagem e um tributo aos historiadores de Santa Catarina:
Oswaldo Rodrigues Cabral, Walter Piazza, Lucas Boiteux e, a mais jovem,
Maria de Ftima Piazza, entre outros, menos conhecidos entre ns [...], que
se dedicaram a procurar, colecionar documentos, ler, compreender, falar
deles, indignar-se, a julgar tambm a histria, afinal a ilha de Santa Catarina
passou por um episdio de guerra [...]99
98
127
***
Naquele mesmo livro sobre o final do sculo XVIII na ilha de Santa Catarina,
Maria Bernardete Ramos Flores quis homenagear os guardadores de arquivos: Zelosos,
cuidam do campo da escrita, quer dizer, dos documentos, onde permanece, no silncio das
pastas, a matria da qual se extrai a narrativa histrica.101
Para os historiadores ligados ao IHGSC, o ofcio de historiador estava (e ainda
est) em grande medida traduzido na lida com os documentos. O enfrentamento do p dos
arquivos, o trato da documentao, seu conhecimento e crtica (no sentido que a chamada
Escola Metdica emprestou crtica) faziam (e fazem) de algum um historiador, ou, em
imagem cara a Lucas Boiteux, um escavador. Mas, em meio s transformaes do campo
historiogrfico catarinense, ao longo do sculo XX, qual a trajetria das instituies
arquivsticas de Santa Catarina? Teriam ficado menos sombrios os umbrais dos arquivos?
Seriam mais facilmente transpostos?
100
101
PARTE II:
DISPOR
A imobilidade das coisas que nos cercam talvez lhes seja imposta
por nossa certeza de que essas coisas so elas mesmas e no outras,
pela imobilidade de nosso pensamento perante elas.
Marcel Proust
(No caminho de Swann)
129
Parte II
Captulo 1
Arquivos em Santa Catarina:
buscando definir uma poltica
Se os portugueses fossem gente que curasse de documentos; se os brasileiros no tivessem herdado este
descuido de seus avs; existiria hoje uma grande soma de papis de muita importncia para a nossa histria.
ABREU, Joo Capistrano. Gravetos de Histria Ptria [1881]. In: Ensaios e estudos: Crtica e Histria (4.
srie). Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, Braslia: INL, 1976. p. 310. O foco de Capistrano de Abreu, no
artigo publicado na Gazeta de Notcias, eram os documentos relativos s sesmarias.
130
131
A respeito, ver: FONSECA, Maria Odila. Arquivologia e cincia da informao. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2005. p.67-72 e 101; JARDIM, Jos Maria. Sistemas e polticas pblicas de arquivos no Brasil. Niteri
(RJ): EdUFF, 1995. p.60-63; JARDIM, Jos Maria. A produo do conhecimento arquivstico: perspectivas
internacionais e o caso brasileiro. In: JARDIM, Jos Maria, FONSECA, Maria Odila (orgs.). A formao do
arquivista no Brasil: I Reunio Brasileira de Ensino de Arquivologia (REBRARQ). Niteri (RJ): EdUFF, 1999.
esp. p. 87-111. Aps a extino dos ncleos regionais da AAB, em julho de 1998, foram criadas vrias
associaes regionais autnomas, como a Associao de Arquivistas de So Paulo - ARQ-SP (a primeira a ser
criada, em outubro de 1998), a Associao dos Arquivistas do Estado do Rio Grande do Sul - AARS, a
Associao Brasiliense de Arquivologia ABARQ, a Associao dos Arquivistas da Bahia - AABA, a
Associao de Arquivistas do Estado do Rio de Janeiro AAERJ e a Associao de Arquivistas do Esprito
Santo ARQES. Sobre as associaes regionais, ver: <http://www.arqsp.org.br>, <http://www.aargs.com.br>,
<http://www.aaerj.org.br>, <http://abarq.blogspot.com>, <http://www.arquivistasbahia.org>. Acesso em: 21
mar. 2006.
5
O Dicionrio de Terminologia Arquivstica produzido pelo Ncleo Regional de So Paulo da Associao dos
Arquivistas Brasileiros, publicado em 1996, prefere o termo Arquivstica para designar a disciplina que tem
por objeto o conhecimento da natureza dos arquivos [enquanto conjuntos documentais] e das teorias, mtodos e
tcnicas a serem observados na sua constituio, organizao, desenvolvimento e utilizao; indica, porm, que
a Arquivstica tambm conhecida como arquivologia. BELLOTTO, Helosa L., CAMARGO, Ana Maria de
Almeida (coord.). Dicionrio de Terminologia Arquivstica. So Paulo: AAB-SP, 1996. J o Dicionrio
Brasileiro de Terminologia Arquivstica, elaborado pelo Arquivo Nacional e publicado em 2005, d
preferncia ao termo Arquivologia, entendendo-a como a disciplina que estuda as funes do arquivo
[enquanto instituio] e os princpios e tcnicas a serem observados na produo, organizao, guarda,
preservao e utilizao dos arquivos [enquanto conjuntos documentais]. Dicionrio Brasileiro de
Terminologia Arquivstica. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005. No obstante os cursos de graduao na
rea, no Brasil, utilizarem o termo Arquivologia, ser dada preferncia, no presente trabalho, ao termo
Arquivstica, considerando-se no s sua adoo em portugus (amplamente, em Portugal) como tambm em
outras lnguas (espanhol, francs, italiano).
132
disputas acirradas entre profissionais de distintas formaes que atuavam (e atuam) na rea de
arquivos.
Paralelamente, as transformaes provocadas pela intensa disseminao de novas
tecnologias da informao e de comunicao, em nvel mundial, trouxeram, para a rea
arquivstica, forte preocupao com a informatizao dos procedimentos tcnicos de
tratamento da documentao e com os desafios gerados pelo universo digital. Como
decorrncia dessas transformaes, a figura do especialista em informtica ganhou grande
visibilidade social, tendendo a obscurecer, ou mesmo a apagar, o papel de profissionais que
tradicionalmente lidavam com o tratamento de documentos (ou de informaes registradas).
Na rea de administrao, por outro lado, inovaes nos processos de gesto tenderiam a
atropelar procedimentos arquivsticos, quer criando programas de qualidade amplamente
difundidos nas organizaes (como o programa 5 S), quer abrindo novas frentes de atuao
(como a gesto da informao e a gesto do conhecimento).6
Em termos mundiais, grosso modo, a dcada de 1990 pode ser considerada um
momento de crise do campo arquivstico e, sintomaticamente, a literatura da rea, nos vrios
pases, passa a abrigar o questionamento de seus princpios fundamentais, tidos como
anacrnicos. Para alguns autores, anunciava-se a transio de uma era de documentao
arquivstica maciamente (embora no exclusivamente) produzida em papel para uma era
digital, com o predomnio de documentos gerados diretamente (e mantidos) em meio
eletrnico. Viveramos uma transio de paradigmas: do paradigma custodial, caracterstico
de uma Arquivstica preocupada com documentos, para um paradigma ps-custodial,
prprio de um momento em que importam, sobretudo, as informaes, que passam a migrar
6
133
Os autores que assumem essa perspectiva em geral compreendem a Arquivstica como integrada Cincia da
Informao. Em portugus, ver: FONSECA, Maria Odila. Informao, arquivos e instituies arquivsticas.
Arquivo & Administrao, Rio de Janeiro, v.1, n.1, jan-jul.1998, esp. p.33-35; FONSECA, Maria Odila.
Arquivologia e cincia da informao. op.cit. esp. 9-12 e 55-66; JARDIM, Jos Maria. As novas tecnologias
da informao e o futuro dos arquivos. Estudos Histricos, Rio de Janeiro, v.5, n.1, p.251-60, 1992; JARDIM,
Jos Maria. A produo do conhecimento arquivstico: perspectivas internacionais e o caso brasileiro. Op. cit,
p.95; SILVA, Armando Malheiro da, et al. Arquivstica: teoria e prtica de uma cincia da informao. Porto:
Afrontamento, 1999. esp. p.35-42 e 213-214.
8
A bibliografia a respeito extensa. Tomo como referncias, sobretudo: SILVA, Armando Malheiro da, et al.
Arquivstica..., op.cit., , 1999; COOK, Terry. Archival science and postmodernism: new formulations for the
old concepts. Archival Science, Dordrecht, v.1, n.1, 2001, p.3-24; COOK, Terry. Arquivos pessoais e arquivos
institucionais: para um entendimento arquivstico comum da formao da memria em um mundo ps-moderno.
Estudos Histricos, Rio de Janeiro, v.11, n.21, 1998, p.129-149; COOK, Terry. What is past is prologue: a
history of archival ideas since 1898, and the future paradigm shift. Archivaria, n.43, 1997. Disponvel em:
<http://www.mybestdocs.com/cookt-pastprologue-ar43fnl.hm>. Acesso em: 24 jan. 2006; SCHWARTZ, Joan
M.; COOK, Terry. Arquivos, documentos e poder: a construo da memria moderna. Registro, Indaiatuba
(SP), n.3, jul.2004, p.18-33; DURANTI, Luciana. Registros documentais contemporneos como provas de ao.
Estudos Histricos, Rio de Janeiro, v.7, n.13, 1994, p.49-64; DURANTI, Luciana. The impact of digital
technology on archival science. Archival Science, Dordrecht, v.1, n.1, 2001, p.25-37; MENNE-HARITZ,
Angelika. Access: the reformulation of an archival paradigm. Archival Science, Dordrecht, v.1, n.1, 2001, p.5782; MENNE-HARITZ, Angelika. What can be achieved with archives? In: The concept of record: report from
the Second Stockholm Conference on Archival Science and the Concept of Record, 30-31 May 1996.
Stockholm: Riksarkivet, 1998. p.11-24.
134
A Lei Complementar n. 284 de 28 de fevereiro de 2005 estabeleceu o Arquivo Pblico do Estado como uma
diretoria da Secretaria de Estado da Administrao (a saber, a Diretoria de Gesto do Arquivo Pblico). Para
acompanhamento dos promotores e apoiadores dos eventos, ver Apndice II-2.
135
Arquivo: criada em 1985, sempre teve, na composio de seus rgos (diretoria e conselhos),
participao significativa da direo e do corpo de funcionrios do Arquivo Pblico do Estado
(ver Apndice II-8).10
Na rede de apoios aos encontros, houve participaes mais regulares, como a de
rgos ligados ao Executivo estadual ou municipal. No caso das administraes pblicas
municipais, seu envolvimento foi mais marcante nos eventos realizados fora da capital, e se
fez principalmente por meio dos arquivos municipais (a exceo foi Joaaba, que sediou um
dos encontros sem que tivesse arquivo municipal institucionalizado por lei; neste caso, houve
a colaborao da Prefeitura Municipal). Mesmo na capital, a Prefeitura Municipal de
Florianpolis chegou a apoiar o evento, ao menos em 1996 e 2002. Apoios mais pontuais
igualmente existiram: de universidades (Universidade do Vale do Itaja - UNIVALI,
Fundao Universidade Regional de Blumenau - FURB), de entidades da sociedade civil
(Associao Catarinense de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais, Sindicato dos
Trabalhadores na Indstria do Vesturio de Jaragu do Sul) e de empresas (ACECO). Entre
1992 e 1996, rgos pblicos mais diretamente ligados questo do turismo tambm deram
apoio realizao dos encontros (ver Apndice II-2).
Percebidos como espao e ocasio de intercmbio de informaes, idias e
experincias, os encontros de arquivos em Santa Catarina tiveram, nos anos 1980,
preocupao mais ntida com o que seria prprio da situao catarinense. A orientar o
primeiro encontro, a inteno de diagnosticar a situao da rea arquivstica, em Santa
10
136
Catarina, de forma a desenhar para ela uma poltica prpria, que viesse a preservar a
memria catarinense, o patrimnio documental catarinense e, at mesmo, a identidade
catarinense.11 A nfase na perspectiva patrimonial estava articulada, nos encontros de 1988
e 1990, s demandas de implantao do Subsistema Estadual de Arquivos (criado, alis, em
1988). Neste sentido, o Arquivo Pblico do Estado, ao persistentemente promover tais
eventos, acaba por ser institudo como locus de coordenao das atividades arquivsticas
catarinenses, para onde deveriam convergir as informaes que permitiriam proceder s
mudanas necessrias. J a partir de 2000 (ao menos no que explicitado como conjunto de
objetivos), os encontros aparecem menos como instrumento de aes governamentais e mais
como espao de aperfeioamento de profissionais especializados (da o destaque para o
aprimoramento tcnico dos conhecimentos arquivsticos). So percebidos ainda como
meios de socializao de reflexes de todos aqueles engajados na preservao da memria
(seja ela a memria documental, seja a das comunidades).
Seria essa mudana, nos objetivos gerais dos encontros, indcio de sucesso no
empreendimento de constituio e autonomizao do campo arquivstico, em Santa Catarina?
Ou sinal de fracasso na tarefa de aprofundamento do debate arquivstico na esfera
governamental? Para melhor avaliar tais possibilidades, ser preciso no apenas lembrar dos
impasses e desafios colocados no perodo que medeia os dois momentos, conforme j
apontado anteriormente, como conhecer mais de perto as questes, os personagens e as falas
que marcaram os encontros.
Preservao, patrimnio (documental, arquivstico ou cultural), memria,
cidadania e identidade so palavras recorrentes nos anais dos vrios encontros, e so de tal
maneira e to freqentemente interligadas, em nmero to significativo de falas e trabalhos,
que acabam por configurar variaes de um mesmo tema: o tema do salvamento dos arquivos,
que, apesar de importantes e valiosos, so relegados ao abandono ou destruio. Aqueles
termos so combinados de maneira a postular a importncia dos arquivos, e justific-la; mas,
11
Para comentrios acerca dos objetivos do primeiro encontro, bem como dos demais, ver Apndice II-3. Em
1984, o ento diretor do Arquivo Pblico do Estado, Iaponan Soares, articulou o encontro s metas da Carta dos
Catarinenses, texto programtico do governo Esperidio Amin (1983-1987). Na Carta, o compromisso em
relao rea de cultura era preservar a identidade catarinense, basicamente atravs de trs aes: preservar a
memria cultural, apoiar a produo e a troca de bens culturais e divulgar os valores da cultura catarinense.
Um dos encaminhamentos previstos era o incentivo, s Prefeituras municipais, para que preservassem o
patrimnio histrico-arquitetnico. Cf.: AMIN, Esperidio, FONTANA, Victor. Carta dos Catarinenses:
Santa Catarina - um compromisso com o futuro. [Florianpolis]: S.c.p., [1982].
137
simultaneamente, servem para identificar sujeitos que assumem ou no essa valorizao (que
tem ou no conscincia do valor dos arquivos). Seja anunciado de forma plena, seja apenas
esboado, o tema tem, ele mesmo, o poder de forjar um vnculo entre os profissionais
reunidos nos encontros (uma vez que o compartilhem), delineando o campo arquivstico ao
menos em uma dimenso discursiva comum.
Isso perceptvel desde o primeiro encontro de arquivos, em 1984, nas falas de
profissionais ligados a instituies de Santa Catarina e de outras unidades da federao.
Assim, o conferencista Jos Maria Jardim, representando o Arquivo Nacional, desejou xito
ao encontro, no sentido de que colaborasse para a preservao do patrimnio arquivstico de
Santa Catarina e, portanto, para o patrimnio documental do Brasil. Destacou a importncia
de adequado tratamento tcnico nas duas primeiras fases de vida do documento, sem o que
seria impossvel constituir e preservar o patrimnio documental arquivstico de um pas, de
um estado, de um municpio. Inseriu, ainda, as aes do Arquivo Nacional no horizonte de
expectativa da produo de um conhecimento arquivstico brasileiro, estimulando a
preservao do patrimnio documental e a democratizao da informao.12 Outra
conferencista, Lia Temporal Malcher, representando, por sua vez, a Associao dos
Arquivistas Brasileiros, considerou:
[...] ao Poder Pblico cabe a misso de conservar os registros da atuao do
Estado, nos seus vrios nveis, assim como garantir a preservao do
patrimnio cultural e artstico nacional. necessrio, entretanto, que esta
conscincia seja assumida por aqueles a quem a sociedade entrega a tarefa
de administrar e gerir a coisa pblica.
E seguiu afirmando:
A vida cultural de uma nao que honra sua prpria histria e que honra as
lutas e tradies de seu povo, no movimento histrico de construo de
nacionalidade, no pode prescindir de arquivos, bibliotecas e museus,
corretamente equipados, a servio da cidadania.
12
JARDIM, Jos Maria. Poltica Nacional de Arquivos. In: SOARES, Iaponan (org.). Arquivos & Documentos
em Santa Catarina. Florianpolis: Secretaria da Justia, Arquivo Pblico do Estado, 1985. p.15, 17 e 20. Nos
anais e programas dos encontros, os termos conferncia e palestra so em geral empregados para indicar as
exposies dos convidados, e comunicao e trabalho, para as apresentaes inscritas e selecionadas. As
apresentaes sero aqui identificadas apenas como conferncias e comunicaes.
138
MALCHER, Lia Temporal. O arquivo pblico como agente de difuso cultural. In: SOARES, Iaponan (org.).
Arquivos & Documentos..., op.cit., p.22. A conferencista apontou, entretanto, o pouco peso dos arquivos nas
aes relativas ao patrimnio cultural brasileiro, destacando que a importncia dos arquivos transcendia o
aspecto patrimonial: Em que pese o reconhecimento do esforo que vem sendo empreendido pelo Governo
Federal na conservao do riqussimo patrimnio cultural da Nao, numa anlise realista da situao dos nossos
arquivos constatamos que ainda grande o descaso quanto ao significado administrativo, cvico e cultural dos
arquivos, assim como o desconhecimento da importncia e das novas dimenses assumidas pelos arquivos
modernos, na dinmica da administrao pblica. (p.22-23)
14
BARBOSA, Eni. Tcnicas arquivsticas. In: SOARES, Iaponan (org.). Arquivos & Documentos..., op.cit., p.30.
15
PIAZZA, Walter F. Fontes arquivais para a histria de Santa Catarina. op.cit. In: SOARES, Iaponan (org.).
Arquivos & Documentos..., op.cit., p.35-42. Piazza, no mesmo encontro, criticou acordo Brasil-Portugal para
microfilmar todos os documentos brasileiros existentes em Portugal [sic], algo que em grande medida j teria
sido feito por pesquisadores subvencionados pelo CNPq e CAPES. Cf.: Ata da conferncia de Frederico
Michel Litto. [Florianpolis], 20 de setembro de 1984; documento manuscrito. Acervo do Arquivo Pblico do
Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.7. f.21.
16
NIELSEN, Lawrence James. A situao dos arquivos eclesisticos em Santa Catarina. In: SOARES, Iaponan
(org.). Arquivos & Documentos..., op.cit., p.47.
139
17
PETRY, Sueli M. V. Arquivo Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva. In: SOARES, Iaponan (org.). Arquivos
& Documentos..., op.cit., respectivamente p.72 e 75.
18
SENA, Valmor B. Plano Nacional de Microfilmagem de Peridicos Brasileiros - Coordenao em Santa
Catarina. In: SOARES, Iaponan (org.). Arquivos & Documentos..., op.cit., respectivamente p.116 e 118.
19
Relatrio do relator do segundo dia de sesses do I Encontro Catarinense de Arquivos. op.cit.
20
Do painel, coordenado por Walter Fernando Piazza, participaram instituies de diferentes perfis: biblioteca
universitria, arquivos municipais e eclesisticos, museus municipais, centros culturais e de pesquisa. Ata do
Painel realizado durante o segundo encontro de arquivos catarinenses. Florianpolis, 19 de setembro de
1986; documento datilografado. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo
Pblico, GIV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.7.
140
fecundo em prol da memria escrita nacional.21 Ou, de forma mais acabada, na fala do ento
Coordenador de Documentao e Publicaes do governo estadual, Walter Piazza, acerca do
Subsistema Estadual de Arquivos:
O vandalismo de geraes tem depauperado os arquivos da Nao Brasileira,
quer destruindo os acervos quer no dando a devida proteo aos mesmos.
Por isso urge, neste instante, que se desenvolva uma poltica ampla de
preservao documental. [...]
preciso criar uma mentalidade em todos os nveis sociais e em todas as
faixas etrias da nossa populao, visando defender o nosso patrimnio
documental. 22
21
PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro de Arquivos Catarinenses; I Painel de Arquivos SulBrasileiros. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Coordenadoria de Documentao e
Publicaes, Arquivo Pblico, 1986. p.3.
22
PIAZZA, Walter F. O Subsistema Estadual de Arquivos. In: PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III
Encontro..., op.cit., p.9.
23
NUNES, Neusa Rosane Damiani. Proposta para a nova estrutura organizacional do Arquivo Pblico do Estado
de Santa Catarina. In: PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro..., op.cit., p.22.
24
GHANEM, Valria Gouva. Fundo privado: Jorge Lacerda. In: PIAZZA, Walter F. (org.), Anais do III
Encontro..., op.cit., p.59. Os documentos do arquivo de Jorge Lacerda foram depositados no APESC em funo
deste projeto.
141
25
OLIVEIRA, Maria Izabel de. Arquivo Nacional: por uma poltica de gesto de documentos In: Anais do IV
Encontro de Arquivos Catarinense; II Painel de Arquivos Sul-Brasileiro - [Joaaba], 3 a 5 de julho de
1990. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, 1990. p.3.
26
Ibidem, p.5.
27
A primeira destaca, contudo, as dificuldades de efetuar at mesmo o diagnstico dos arquivos da
administrao estadual, com o no preenchimento, ou preenchimento inadequado, dos questionrios de
levantamento de dados preparados para esse fim. A segunda constata o caos documental da UFSC; em funo
disso, o Sistema de Arquivos e Controle de Documentos serviria como base de trabalho para aqueles que vo
dar incio organizao de seus Arquivos e Protocolos, sem esquecer da massa documental acumulada na
Diviso do Arquivo Central, necessitando de uma rigorosa anlise e seleo de documentos e do
estabelecimento urgente da Tabela de Temporalidade [...]. Cf., respectivamente: NUNES, Neusa Rosane
Damiani. Levantamento preliminar da documentao da administrao direta e indireta do governo de Santa
Catarina para elaborao da Tabela de Temporalidade; LUZ, Eliane Pinto da. Sistema de arquivos e controle de
documentos para a Universidade Federal de Santa Catarina. In: Anais do IV Encontro..., op.cit., esp. p. 9, 11 e
56.
28
PIAZZA, Walter F. As lies de preservao documental. In: Anais do IV Encontro..., op.cit., p.13-14. O
historiador a retoma uma idia que lhe era cara: a associao entre lacunas documentais e lacunas na
interpretao da Histria. Saliente-se que naquele momento Piazza j no era mais Coordenador de
Documentao e Publicaes. Sua sucessora no cargo, Eliana Bahia, faz no discurso de encerramento do evento
um agradecimento especial a ele, idealizador deste encontro, com sua luta para melhorar a poltica
arquivstica do nosso Estado [...]. Cf.: Anais do IV Encontro..., op.cit., p.74. Sobre a atuao de Eliana Bahia
como coordenadora, ver os mesmos Anais do IV Encontro..., p.31.
142
143
destacou o papel dos arquivos municipais e da promoo de atividades que estreitem os laos
que prendem o Arquivo comunidade, educando nossas crianas, nossos jovens para o
exerccio da cidadania livre e consciente.32 Wanda Ritta informou que os documentos do
poder pblico municipal de So Jos estavam em local no apropriado e sem o menor
critrio de organizao, denotando falta de conscientizao de um modo geral, e
especialmente no que se refere guarda e preservao de documentos.33
Claro est que a articulao patrimnio-memria-identidade-cidadania-arquivos
foi, nos encontros, insistentemente vinculada (desde 1984) a atitudes conscientes,
partilhadas pelos participantes, sendo freqente que coubesse a eles lamentar a falta de
conscincia de outros atores sociais (autoridades, depositrios de acervos, cidados em geral)
ou delegar a si prprios o papel de conscientizadores.34 V-se que, neste sentido, a
insistncia no tema do salvamento dos arquivos um mecanismo de positivao da atuao
dos profissionais da rea, cujos esforos so freqentemente associados a palavras como
luta, resgate, proteo, defesa.
Conscincia, arquivos e identidade reaparecem no discurso de Norberto Ungaretti,
presidente da Associao de Amigos do Arquivo Pblico, na abertura do sexto encontro, em
1994:
Todos sabemos que, na sociedade e freqentemente na prpria administrao
pblica, ainda no existe o desejvel nvel de conscincia sobre o que
significam os arquivos, e quanto a defesa e conservao da memria
valiosa at mesmo para que se preserve a identidade das pessoas, das
famlias, das comunidades, das associaes, das empresas, das instituies.35
MANZAN, Maria A.R. Arquivo Pblico de Uberaba. Anais do 5o. Encontro..., op.cit., p.21 e 23.
RITTA, Wanda. A preocupao com a preservao do patrimnio documental do Municpio de So Jos.
Anais do 5o. Encontro..., op.cit., p.59.
34
Mesmo na rea de preservao do patrimnio cultural, porm, haveria indcios de uma conscincia precria:
em breve comunicao, Eliane Veras da Veiga, tcnica do Instituto de Planejamento Urbano de Florianpolis
(IPUF), informou, em 1992, que o tombamento municipal de edifcio que abrigou a Inspetoria de Rios e Portos
no abarcou o acervo mvel razoavelmente significativo, notadamente o acervo documental, que se encontrava
em seu interior. Cf.: VEIGA, Eliane Veras da. O acervo documental da antiga Inspetoria de Rios e Portos. In:
Anais do 5o. Encontro..., op.cit., p.60.
35
Palavras do Presidente da Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado, Sr. Desembargador Norberto
Ungaretti. Anais do VI, VII e VIII Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Secretaria de Estado da
Administrao, Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado, 2000. p.3.
32
33
144
145
38
PIAZZA, Walter F. O Subsistema Estadual de Arquivos. In: PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III
Encontro..., op.cit., p.14.
39
SANTOS, Jos Carlos dos. Projeto de modernizao do Arquivo do Tribunal de Justia do Estado de Santa
Catarina. In: PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro..., op.cit., p.38.
146
CORDEIRO, Miguel Aldo Gutierrez. Arquivos especiais - documentao de engenharia da ELETROSUL. In:
PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro..., op.cit., p.48. Os anais contm apenas o esquema da
comunicao.
41
PELLIZZARO, Flvio Cndido. Microfilmagem na Secretaria da Educao. In: PIAZZA, Walter F. (org.).
Anais do III Encontro..., op.cit., p.64.
42
BIANCHETTI, Carlos Roberto Andrades. Perspectivas de microfilmagem em hospitais estaduais. In:
PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro..., op.cit., p.68. Os anais contm apenas o esquema da
comunicao.
43
PELIN Jr., Leopoldo. Microfilme & Arquivo. In: PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro..., op.cit.,
p.70. Os anais contm apenas o esquema da comunicao.
44
SALVATO, Gilberto Jos. Experincias e propostas da FATMA para a organizao de documentos e
informaes. In: PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro..., op.cit., p.71-73. No caso da FATMA, os
procedimentos de microfilmagem aparecem articulados aos de informatizao.
45
NUNES, Neusa R. D. Levantamento preliminar da documentao da administrao direta e indireta do
governo de Santa Catarina para elaborao da Tabela de Temporalidade; PRAZERES, Lda M. D'vila da Silva.
O Arquivo e a comunidade; NUNES, Neusa R. D. Organizao: Arquivo Pblico; GHANEM, Valria G.
Instrumentos de pesquisa no Arquivo Pblico; SOARES, Talita de A. T. et al. Arquivo Pblico do Estado de
Santa Catarina: Laboratrio de Patologia dos Documentos; GHANEM, Valria G. Documentao privada:
experincia do Arquivo Pblico. In: Anais do IV Encontro..., op.cit., p.8-12, 18-34 e 57-58.
46
DVILA, Edison. Os instrumentos de pesquisa e o acesso informao do Arquivo: a proposta de um
Guia para o Arquivo Histrico de Itaja; TERNES, Apolinrio. Arquivo Histrico de Joinville; ZACARON,
Maria Dolores. Diagnstico do Arquivo Municipal de Joaaba; NAREOLINI, Maria. Arquivo Municipal de
Curitibanos; OLIVEIRA, Pedro Lopes de. A rede, os peixes, o arquivista e o historiador [sobre o arquivo
municipal de Imaru]; BAGGIO, Eloiza Maria. Arquivo Histrico de Campos Novos Dr. Valdemar Rupp:
histrico e situao atual. In: Anais do IV Encontro..., op.cit., p.36-53. O suposto arquivo de Curitibanos , no
respectivo texto, identificado como Arquivo do Museu Histrico Antnio Granemann de Souza. Previa-se,
para Imaru, a inaugurao prxima de prdio reunindo Biblioteca e Arquivo Municipais (p.50).
47
PAGNOCCA, Ana Maria P.M. Avaliao e seleo de documentos - paralelo entre a teoria e a prtica. In:
Anais do 5o. Encontro..., op.cit., p.44-50.
147
nacional e estadual, bem como no contexto de polticas pblicas voltadas para a rea48. Ainda
ficou demonstrado um cuidado especial, em ateno ao tema geral do evento (Arquivos
Municipais: as atuais metodologias de organizao), com experincias envolvendo os
arquivos municipais, e no apenas os de Santa Catarina.49 Nos trabalhos que constam dos
anais do encontro seguinte (em 1994), observa-se a nfase na apresentao e discusso de
procedimentos tcnicos adotados na organizao de documentos50. Mas a questo das novas
tecnologias no est totalmente ausente dos encontros entre 1990 e 1994: os anais do
encontro de 1992 trazem ao menos duas notcias de tratamento informatizado de
documentao arquivstica, relativas ao arquivo da Cmara Municipal de Curitiba e ao
Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina.51
O VII Encontro Catarinense de Arquivos, em 1996, poderia representar, neste
sentido, um ponto de virada, pois, segundo a ento gerente do Arquivo Pblico, Neusa Rosane
Damiani Nunes, tomou como eixo, ao lado dos documentos em suporte papel, o microfilme,
os meios magnticos e pticos. Na fala de abertura do encontro, a gerente considerou:
A adoo dessas novas tecnologias para a produo e armazenamento da
informao [...] exige por parte do poder pblico cuidados especiais, para
BELLOTTO, Helosa Liberalli. Polticas governamentais de documentao. In: Anais do 5o. Encontro...,
op.cit., p.35-43.
49
Constam dos anais: MANZAN, Maria Aparecida Rodrigues. Arquivo Pblico de Uberaba; NUNES, Neusa
Rosane Damiani. Guia de arquivos municipais do Estado de Santa Catarina; PETRY, Sueli M. V. Subsdios para
a formao de arquivos [Arquivo de Blumenau]; RITTA, Wanda. A preocupao com a preservao do
patrimnio documental do Municpio de So Jos; SILVA, Helena de Ftima Nunes et al. Sistema de
Recuperao de Informaes Histricas do Arquivo da Cmara Municipal de Curitiba; CHRISTOFOLLI,
Angelo Ricardo. O Arquivo Histrico do Balnerio Cambori; ESTORK, Vera Lcia de N.P. Arquivo Histrico
de Itaja: fundos e fotos; LOCATELLI, Nedi Terezinha. Projeto Imprensa [Arquivo de Ipumirim]. Em relao a
So Jos e Balnerio Cambori, foi informada a inteno de implantao de arquivos municipais. Cf.: Anais do
5o. Encontro..., op.cit., p.21-34, 51-55, 59, 61-63, 71-79.
50
MARTINS, Cleuza Regina Costa, CONCEIO, Maria Cristina d'Ea Neves Luz da. A Biblioteca Apoio do
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina; ESTORK, Vera Lcia de Nbrega Pecego. Jornais itajaienses: no
passado, a Histria; na preservao, o futuro; SOARES, Maria Jos Silveira. Sistema de Documentao do
Patrimnio Cultural Brasileiro; ZUGNO, Vera Lcia. Metodologia de ordenao da documentao da Irmandade
Santa Casa de Misericrdia e Porto Alegre; SILVA, Helena de Ftima N., PAZIN, Rosina A., BREDA, Sonia M.
Indexao de Atas da Cmara Municipal de Curitiba; FERREIRA, Cristina. A pesquisa histrica atravs do
acervo fotogrfico do Arquivo Histrico de Blumenau. Cf.: Anais do VI, VII e VIII Encontro..., op.cit., p.1944, 51-66, 79-83. Curiosamente, foram destacados conjuntos documentais no-arquivsticos, que conformam,
mais propriamente, colees (de jornais, de fotografias, de materiais bibliogrficos).
51
SILVA, Helena de Ftima Nunes et al. Indexao de Atas da Cmara Municipal de Curitiba; ARAJO, Ana
Maria S. M. de, SALVATO, Gilberto J. Informatizao do inventrio analtico da sub-srie resultado de eleio:
descrio automatizada mini-micro CDS/ISIS. In: Anais do 5o. Encontro..., op.cit., p.61 e 64-65.
48
148
149
BELLOTTO, Helosa L. Perspectivas do profissional da informao para o sculo XXI. In: Anais do VI, VII
e VIII Encontro..., op.cit., esp. p.127-128 e 132.
60
Previstos no programa: LEAL, Joo E. F. O projeto Resgate, a memria histrica e o catlogo de
documentao; STRAUPE, Ernani Costa. Registro e recuperao de informaes de fotos histricas via sistema
de computador. In: Anais do VI, VII e VIII Encontro..., op.cit. p.407 e 409 (indicados no programa do
encontro).
61
ARAJO, Maria Hilda Pinto de, SILVA, Maria Leonilda Reis da. Arquivo central da Fundao Getlio
Vargas; GONALVES, Janice. Processos de requerimentos de cidados s Prefeituras Municipais: uma proposta
de classificao; SOARES, Talita de A.Telemberg. Organizao de um arquivo intermedirio: a experincia do
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina; BORTOLOTTO, Luciana Baggio, GARCIA, Olga Maria Correa.
A avaliao de documentos no Hospital Universitrio de Santa Maria; PAULO, Rosemary Gomes de. Arquivos
X Administrao Central da Universidade Federal Fluminense: padronizao de critrios. In: Anais do VI, VII e
VIII Encontro..., op.cit., p.271-343 e 410.
62
OLIVEIRA, Dase Apparecida. Arquivos municipais: normalizao. In: Anais do VI, VII e VIII Encontro...,
op.cit., p.405 (trabalho indicado no programa do encontro).
63
CASTANHO, Denise Moln, ROSSATTO, Ricardo. A poltica de pesquisa no Arquivo Pblico do Estado do
Rio Grande do Sul no perodo de 1987 a 1997. In: Anais do VI, VII e VIII Encontro..., op.cit., p.353-376.
64
OHIRA, Maria Lourdes Blatt. Arquivstica: produo bibliogrfica catarinense. In: Anais do VI, VII e VIII
Encontro..., op.cit., p.251-263.
65
ROSA, Enedy Ftima Padilha da. Sociedade Camponovense: um estudo de caso; SALEMA, Yvonne Torres.
Hemeroteca: arquivo atuante para problemas emergentes. In: Anais do VI, VII e VIII Encontro..., op.cit.,
respectivamente p. 264-270 e 344-352.
150
66
Em 2000, previstos os seguintes trabalhos: REMDIO, Maria Aparecida. Controle do ataque de insetos
utilizando CO2: uma experincia; BREDA, Sonia et al. Formao profissional em conservao e restaurao:
iniciativas da Universidade Federal do Paran em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura;
BERTOLLETTI, Esther C. A reproduo de documentos de arquivo - tecnologias de digitalizao e
microfilmagem; SOUZA, Luiz A. Cruz. Conservao e preservao de acervos documentais (conferncia no
apresentada). In: Caderno de resumos do IX Encontro Catarinense de Arquivos e IV Painel de Arquivos
Municipais - 6 a 8 de novembro de 2000. Blumenau (SC): 2000. Em 2002: SILVA, Srgio Conde de Albite.
Tecnologias e polticas de preservao na digitalizao de acervos; ANDRADE, Ana Clia. Tecnologias para
preservao e acesso a arquivos permanentes; BREDA, Sonia M. Preservao como objeto de ensino;
SICHMANN, Mirdza C. Conservao preventiva de acervos documentais; transformando teoria em prtica;
SANTOS, Paulo Xavier dos, S, Ivone P. de. O impacto das novas tecnologias em instituies de arquivo e
documentao (no apresentado). In: Caderno de resumos do X Encontro Catarinense de Arquivos e V
Painel de Arquivos Municipais - 2 a 4 de setembro de 2002. Florianpolis (SC): 2002. Em 2004:
GUIMARES, Lygia. Preservao de Acervos; OHIRA, Maria Lourdes Blatt. Arquivos Pblicos do Brasil: da
realidade virtualidade. Cf.: Programa do XI Encontro Catarinense de Arquivos - 13 a 15 de setembro de
2004. [2004]. Folder.
67
Em 2000, os seguintes trabalhos: BERNARDES, Ieda P. Avaliao de documentos de arquivo e elaborao de
tabela de temporalidade; GONALVES, Janice. Tabelas de temporalidade, bancos de dados e Intranet: um
estudo de caso; BAHIA, Eliana et al. Tabela de temporalidade da UFSC; OLIVEIRA, Lcia M. V. Tabela de
temporalidade de documentos para as reas fim e meio: a experincia do Arquivo da Fundao Casa de Rui
Barbosa; FERREIRA, Neusa. M. T. Padronizao e redao dos atos oficiais; LIRA, Rsia C.Silva. Sistema PTA
- Mdulo de eliminao de documentos autuados; FLORES, Daniel, OLIVEIRA, Carla A. B. de. Anlise das
novas formas de arquivos gerados pelas tecnologias da informao: a tecnologia dos documentos e a introduo
de novas formas de documentos no gerenciamento eletrnico de documentos [sic]. Caderno de resumos do IX
Encontro... op.cit.. Em 2002: SANTOS, Marcelo J. dos. Estudo sobre a destinao final da documentao do
Poder Judicirio Estadual [Bahia]; DI BERNARDI, Reinaldo et al. Procedimentos para elaborao de tabela de
temporalidade; FERREIRA, Neusa M. T. Sistema de Informao RAI Eletrnica - SIRE; MASSON, Slvia M.
Projeto SIMAP-SIMAI. In: Caderno de resumos do X Encontro..., op.cit. Em 2004: SILVA, Jaime A. da.
Gesto de Documentos: recurso estratgico para a modernizao dos servios governamentais; KURTZ, C.,
AGOSTINI, M. L. F. Projeto de Modernizao dos Arquivos da Prefeitura Municipal de Canoas: uma viso
sistmica dos Arquivos; WINKLER, U., LAZZARI, M.. Reestruturao do Arquivo Geral da Cooperativa
Agrria Mista Entre Rios; ESTORK, V.L.N.P., DESCHAMPS, Paola. Gesto de Documentos na Administrao
Pblica do Municpio de Itaja. In: Programa do XI Encontro..., op.cit.
68
Em 2000: FERNANDES, Maria Cristina K. Organizao do acervo da represso poltica. In: Caderno de
resumos do IX Encontro..., op.cit. Em 2002: BELEM, Lgia A. et al. Padronizao da descrio documental
com vistas construo de uma base de dados: aplicao da norma ISAD; GONALVES, Janice. Fontes para a
histria de Santa Catarina: acervos arquivsticos em Florianpolis; FERNANDES, Simone S. As normas
ISAD(G) aplicadas em acervos de centros de documentao universitrios; KITA, Slvia R.T., TOFOL, Vera de.
Arranjo do Fundo Administrativo [Arquivo de Jaragu do Sul]; ESTORK. Vera L.de N. P. et al. Banco de dados
de fotografias digitalizadas. In: Caderno de resumos do X Encontro..., op.cit. Em 2004: SOARES, Talita. A.
Telemberg. A Associao de Amigos e o Projeto Resgate dos Documentos Oficiais do Estado sobre Educao
nos sculos XIX e XX; PETRY, Sueli. Acervo de Imagem de Blumenau: uma experincia; OHIRA, Maria
Lourdes Blatt. Arquivos Pblicos no Brasil: da realidade virtualidade. In: Programa do XI Encontro..., op.cit.
151
Em 2000: OLIVEIRA, Dase A. Cooperao e integrao dos arquivos municipais brasileiros; PAES,
Marilena L. Subsdios para a implantao de uma poltica municipal de arquivos: o arquivo municipal a servio
dos cidados; OHIRA, Maria Lourdes B. Arquivos Pblicos Municipais Catarinenses: instrumentos de exerccio
da cidadania. Cf.: Caderno de resumos do IX Encontro..., op.cit. Em 2002: OLIVEIRA, Dase Apparecida.
Arquivos municipais: a modernizao da gesto pblica; OHIRA, Maria Lourdes Blatt. Arquivos Pblicos
Municipais Catarinenses: instrumentos de exerccio da cidadania. In: Caderno de resumos do X Encontro...,
op.cit. Em 2004: OLIVEIRA, Dase Apparecida. O Arquivo Municipal na Amrica Latina: estratgias de
modernizao da Administrao Pblica. In: Programa do XI Encontro..., op.cit. Em todos os eventos, devem
ser consideradas tambm as breves comunicaes feitas por representantes de instituies arquivsticas
municipais catarinenses, no Painel de Arquivos Municipais de Santa Catarina.
70
Em 2000: LEAL, Clarisse. Empreendedorismo: acendendo as prprias luzes. In: Caderno de resumos do IX
Encontro..., op.cit. p.5. Em 2002: LORO, lvaro Jorge. Vivendo melhor, convivendo melhor, trabalhando
melhor: reflexes sobre motivao, qualidade de vida, felicidade. In: Caderno de resumos do X Encontro...,
op.cit. Em 2004: SOUZA, Rosali Demboski de. O ponto de vista da administrao pblica frente
documentao. In: Programa do XI Encontro..., op.cit.
71
Presena de representantes prevista em 1984, 1990, 1992, 1996, 1998, 2000 e 2004 (ver Apndice II-4); talvez
tambm em 1986 (poucos dados disponveis sobre o II Encontro no permitiram confirm-la). Note-se que, se
Jos Maria Jardim, Maria Izabel de Oliveira e Carlos Augusto Ditadi representaram o Arquivo Nacional, Jaime
Antunes da Silva e Marilena Leite Paes tinham ligaes tanto com o Arquivo Nacional quanto com o CONARQ.
152
Na condio de diretora do Arquivo Histrico do Municpio de So Paulo, tambm participou dos encontros
de 1992 (conferncia e oficina) e 1994 (oficina): ver Apndice II-5. Note-se que, do encontro de 1990, tambm
teria participado, como indicou Eliana Bahia, ao agradecer a presena da Diretora Municipal de So Paulo [sic],
Profa. Dra. Dase (In: Anais do IV Encontro..., op.cit., p.74). Os anais no contm, contudo, texto de
conferncia ou comunicao de Dase A. Oliveira. Cabe esclarecer que Dase Oliveira presidente do Frum
Nacional de Dirigentes de Arquivos Municipais desde a sua criao, na dcada de 1990; dedica-se h muitos
anos s questes pertinentes aos arquivos municipais brasileiros.
73
Um indcio dessa valorizao a participao das quatro profissionais tanto proferindo conferncias como
ministrando oficinas: ver Apndice II-5. Helosa Bellotto tambm participou do segundo encontro, em 1986
(mas, nos documentos consultados durante a pesquisa, no foi possvel confirmar se participou como
conferencista).
74
A respeito, ver Apndice II-5. Quanto a Edison dvila, convm lembrar que foi tambm presidente e 1o.
secretrio da Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina (ver Apndice II-8). Entre
os conferencistas, um caso especial o de Gelci Jos Coelho, profissional da rea de museus vinculado ao
Museu de Antropologia Oswaldo Rodrigues Cabral, da Universidade Federal de Santa Catarina. Gelci Coelho foi
conferencista nos dois encontros mais recentes (2002 e 2004), ambos realizados em Florianpolis, e suas falas,
longe de abordar questes arquivsticas, narraram as histrias fabulosas acerca da ilha de Santa Catarina
recolhidas pelo pesquisador Franklin Cascaes. Cf.: Caderno de resumos do X Encontro..., op.cit ; Programa
do XI Encontro..., op.cit.
75
Em 2000, estava prevista a conferncia de profissional ligado ao Centro de Conservao e Restaurao de
Bens Culturais, da Universidade Federal de Minas Gerais; o conferencista, no entanto, no compareceu.
153
76
Arquivo de Uberaba (MG), em 1994 (objeto de conferncia em 1992); UnB (DF), em 1996; UFPA, em 2000;
GT Arquivos do Poder Judicirio (DF), em 2002 (ver Apndice II-4).
77
Tive a oportunidade de acompanhar pessoalmente a realizao dos painis, bem como dos encontros, a partir
de 1998.
154
78
Todos os profissionais mencionados so mestres em Histria pela Universidade Federal de Santa Catarina (ver
Apndice I-1). Maria Aparecida de Lima apresentou comunicaes em 1994, 1998 e 2000 (ver Apndice II-5).
Eneida Raquel S. Thiago apresentou comunicao em 1988 e, segundo essa mesma comunicao, tambm no
ano anterior. Cf.: RAQUEL, Eneida. Arquivo Histrico de Joinville. In: PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III
Encontro..., op.cit., p.41.
79
Alm de participar dos encontros com comunicaes, conferncia e coordenao de painel, Piazza foi ainda o
organizador dos anais do III Encontro de Arquivos Catarinenses (1988).
80
PIAZZA, Walter F. Fontes arquivais para a histria de Santa Catarina. op.cit. p.35.
155
Aps a sada de cena de Walter Piazza, em 1994 (no que se refere aos encontros
estaduais de arquivos), nenhum outro historiador-pesquisador de arquivos (apresentando-se
sobretudo com essas credenciais, bem entendido) teve presena destacada. Nas conferncias,
comunicaes, oficinas, e mesmo nas manifestaes do pblico, nenhum sinal dos
historiadores pretensamente integrantes da nova gerao. Na ausncia, talvez, um indcio
de que algo realmente mudara na relao historiadores-arquivos, em Santa Catarina.
81
Ibidem, p.42.
156
157
86
O atual governo estadual teria projeto de construir prdio prprio para o Arquivo Pblico do Estado; apesar
disso, resolveu s pressas, em maio de 2006, transferi-lo para edifcio a ser adaptado. Cf.: LIMA, Jferson.
Mudana conturbada. A Notcia, Joinville (SC), 6 jun.2006. Sobre as mudanas de endereo do Arquivo Pblico
do Estado, ver: PIAZZA, Walter F. Arquivo Pblico: retrospectiva e prospectiva. In: Arquivo Pblico do
Estado de Santa Catarina 30 anos (1960-1990). Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, 1990.
p. 8; gora, Florianpolis, n.1, jun.1985, p.10-14.
158
87
A sucessora imediata de Walter Piazza na Coordenadoria de Documentao e Publicaes, Eliana Bahia, era
outra conscia do IHGSC. Jali Meirinho foi assistente de diretor e diretor da Diviso de Cincias do
Departamento de Cultura da Secretaria de Estado da Educao e Cultura, entre 1960 e 1985 (Cf.: Curriculum
Vitae Jali Meirinho. Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi Jali Meirinho).
88
PIAZZA, Walter F. O Subsistema Estadual de Arquivos. In: PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III
Encontro de Arquivos Catarinenses..., op.cit., p. 11-12. Rumo nova sociedade catarinense foi o programa
do candidato a governador, eleito, Pedro Ivo Campos, que governou entre 1987 e 1990; sua morte, em fevereiro
de 1990, fez com que o vice-governador, Casildo Maldaner, estivesse frente do ltimo ano da gesto.
159
Decreto n.1.444, de 23 de maro de 1988. In: SANTA CATARINA. Legislao estadual 1988.
Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Coordenadoria de Documentao e Publicaes, 1989.
90
A Lei federal n. 8.159/1991 diferencia documentos pblicos correntes, intermedirios e permanentes (art.
8.). Para consulta lei, ver anexo contido em: JARDIM, Jos Maria. Sistemas e polticas pblicas de arquivos
no Brasil. Niteri (RJ): Editora da UFF, 1995. p.183-188.
91
Na Lei federal n. 8.159/1991, so considerados inalienveis e imprescritveis apenas os documentos de valor
permanente (Art. 10). Cabe ressaltar que o Decreto estadual n. 1.444/1988, em um de seus artigos, veda a
eliminao, mais especificamente, aos documentos que compem arquivos permanentes (Art. 13). A impreciso
presente no Art. 1., contudo, gera ambigidade.
160
161
O Sistema Estadual de Arquivos do Estado de So Paulo SAESP foi criado pelo Decreto estadual n.22.789,
de 19 de outubro de 1984, e envolvia necessariamente rgos do Poder Executivo estadual, alm de, mediante
celebrao de convnios, rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio Estaduais, das Administraes
municipais, as Fundaes institudas pelo Poder Pblico, as Empresas nas quais o Estado tenha participao
majoritria e demais Entidades de Direito privado. (Art. 5.) O rgo central do Sistema seria o Arquivo do
Estado de So Paulo ou, como estava ento identificado, na estrutura administrativa, a Diviso de Arquivo do
Estado, do Departamento de Museus e Arquivos da Secretaria de Cultura (Art. 4.). Cf.: Arquivo: boletim
histrico e informativo, So Paulo, v. 5, n. 4, out-dez. 1984, p.133-139.
96
Em relao aos arquivos privados, caberia ao Arquivo Pblico do Estado proceder ao seu levantamento (por
meio de um Registro Geral) e, a partir disso, identificar os que tivessem interesse pblico. Tal classificao
no significaria desapropriao nem recolhimento automtico ao Arquivo Pblico. Em caso de alienao,
contudo, o Estado teria prioridade na aquisio, sendo os documentos abrigados naquela instituio arquivstica
estadual.
162
Decreto n. 29.745, de 14 de maio de 1991. Revista do Arquivo Municipal, So Paulo, n. 199, 1991, p.153158.
98
Conforme editorial do boletim informativo do Arquivo Pblico do Estado, o projeto da Lei n. 9.747/94 teria
sido elaborado pelos tcnicos do Arquivo. Cf.: Editorial. Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de
Santa Catarina/Associao de Amigos do Arquivo Pblico], Florianpolis, n.8-9, jul-dez. 1994, p.1.
99
Decreto n. 3.585, de 7 de outubro de 2005. Disponvel em: <www.pge.sc.gov.br/Legislao>. Acesso em: 25
maio 2006. Deve-se salientar que, antes do decreto, a Instruo Normativa 01/2003 DARP/SEA introduziu
uma diferenciao importante em relao a vrios sistemas de arquivos vigentes no pas, que costumam prever
um arquivo intermedirio geral, quase sempre vinculado ao Arquivo Pblico municipal, ou estadual, ou mesmo
ao Arquivo Nacional (conforme a esfera administrativa em questo). A IN 01/2003 fez com que as funes de
arquivamento intermedirio fossem assumidas pelas vrias secretarias, fundaes e autarquias, por meio do
arquivo central que cada uma deveria possuir (Art. 2.) Os respectivos arquivos centrais das secretarias,
autarquias e fundaes, por sua vez, ficaram incumbidos dos levantamentos referentes avaliao dos
documentos e do cumprimento da destinao dada a eles (Art. 3.). Uma outra instruo normativa (a 011/2003
SEA) estabeleceu que os documentos de arquivo produzidos e acumulados por rgos extintos deveriam ser
assumidos pelo rgo que assumiu sua funo (sendo sua transferncia acompanhada pelo Arquivo Pblico do
Estado, que receberia os documentos de carter permanente Art. 2.).
163
164
sistema vigente busca sucesso justamente equacionando a gesto dos documentos do governo
estadual e, com isso, reposiciona o Arquivo Pblico do Estado no campo arquivstico: os
laos com instituies de outras esferas administrativas deixam de ser prioritrios. Mais uma
mudana na trajetria atribulada da instituio.
Parte II
Captulo 2
Papis do governo de Santa Catarina:
o lugar do Arquivo Pblico do Estado
Em nvel internacional, o Conselho Nacional de Arquivos, criado em 1950, junto UNESCO, tornou-se a
entidade da qual passaram a emanar as principais diretrizes para a rea (quer em termos tcnicos, quer em termos
de poltica de arquivos). No caso brasileiro, grosso modo, o Arquivo Nacional, em especial sob a direo de Jos
Honrio Rodrigues, destacou-se em fins da dcada de 1950 e na dcada de 1960; na dcada de 1970, emergiu
com fora a Associao dos Arquivistas Brasileiros; a dcada de 1980 teve o Arquivo Nacional buscando
reocupar liderana na rea arquivstica, compartilhada, a partir da dcada de 1990, com o Conselho Nacional de
Arquivos (CONARQ). Cf.: FONSECA, Maria Odila. Arquivologia e cincia da informao. Rio de Janeiro:
Editora FGV, 2005. p.67-72; JARDIM, Jos Maria. Sistemas e polticas pblicas de arquivos no Brasil.
Niteri (RJ): EdUFF, 1995. p.60-63; SILVA, Armando Malheiro da, et al. Arquivstica: teoria e prtica de uma
cincia da informao - v.1. Porto: Afrontamento, 1999. p.136; IGLSIAS, Francisco. Jos Honrio Rodrigues
e a historiografia brasileira. Acervo, Rio de Janeiro, v.2, n.2, esp. p.6-7.
166
diretores, acerca de suas gestes, publicados no primeiro nmero da revista gora, em junho
de 1985, so, neste sentido, significativos.2
Segundo Santos Verani, coronel do Exrcito que dirigiu o Arquivo Pblico entre
1971 e 1976, o estado do acervo era ento catico, em funo de seguidas transferncias de
sede, naquele perodo. Apesar disso, pessoas interessadas na consulta dos documentos eram
atendidas (mas 99% delas saam sem obter o que buscavam).3 Wilmar Pacheco, o diretor
que sucedeu Santos Verani, relatou que, ao assumir a direo do Arquivo Pblico do Estado
de Santa Catarina, defrontou-se com
[...] verdadeiros amontoados de papis e volumes vergonhosamente jogados
s traas num casaro velho da rua Almirante Alvim, inadequado s causas
arquivsticas, alm de milhares de documentos atirados nos pores da
Secretaria da Administrao, isso em abril de 1976.
A revista gora foi lanada pela Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina
(criada no mesmo ano de 1985). No primeiro nmero, afirmava-se a inteno de que fosse veculo de
divulgao e debate sobre os problemas pertinentes ao Arquivo Pblico e, por extenso, da memria
catarinense. gora, Florianpolis, n.1, jun. 1985, p.3.
3
VERANI, Santos. O Arquivo, de meados de 1971 a meados de 1976. gora, Florianpolis, n.1, jun.1985, p.12.
No perodo, o Arquivo deixou uma sala na parte trrea do Palcio do Governo para ocupar duas salas pequenas
cedidas provisoriamente pela Imprensa Oficial, no Saco dos Limes; na seqncia, duas salas no Edifcio das
Diretorias e, posteriormente, um prdio alugado na Rua Almirante Alvim. Ibidem, p.10.
4
PACHECO, Wilmar. Minha passagem pelo Arquivo Pblico. gora, Florianpolis, n.1, jun.1985, p.14.
Pacheco, com formao em Direito, esteve frente do Arquivo Pblico do Estado entre 1976 e 1982 (ver
Apndice II-7). Ewaldo Vilela dirigiria o Arquivo Pblico do Estado entre maio de 1982 e maro de 1983; foi
tambm diretor da Penitenciria do Estado.
5
ARAJO, Ana Maria Soares Martins de; NUNES, Neusa Rosane Damiani. Nossa experincia no Arquivo
Pblico. gora, Florianpolis, n.1, jun.1985. p.16. As estagirias tornaram-se funcionrias do Arquivo e
mantm-se na instituio.
167
A estratgia de positivao tem bases que ficam visveis j nesse artigo. Antes de
tudo, o prprio acervo que empresta importncia ao Arquivo, considerando-se, em especial,
o volume de documentos e suas raridades (como um documento de 1703). Outro ponto: se
os problemas no podem ser negados (como em relao ao prdio), importante que se
demonstre iniciativa para resolv-los ou, ao menos, atenu-los: contra, por exemplo, a
dotao quase ridcula, criatividade: convnios e parcerias com instituies pblicas e
6
168
entidades privadas buscavam conseguir mais pessoal e apoio financeiro para atividades
desenvolvidas pelo Arquivo Pblico do Estado.8 E, finalmente, a certeza de que a instituio
encontrava-se sob a responsabilidade de profissionais empenhados e a ela dedicados. Quanto
a este ltimo ponto, salienta-se a figura de Iaponan Soares.
Natural do Rio Grande do Norte, Iaponan Soares de Arajo (ou simplesmente
Iaponan Soares, como costuma assinar a maioria de seus trabalhos) residia em Santa Catarina
desde 1956 e, embora sua atuao profissional no estado estivesse inicialmente ligada ao
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, enveredara para os estudos literrios,
debruando-se sobre escritores catarinenses. Integrou, inclusive, o Grupo Litoral, cuja revista
procurou divulgar textos de novos autores de Santa Catarina. Quando assumiu a direo do
Arquivo Pblico do Estado, em maro de 1983, tinha alguns livros publicados. Mais
importante: tambm integrava um certo circuito intelectual, sendo membro da Academia
Catarinense de Letras e do Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina.9
Biblifilo que, dedicado literatura, tinha boas relaes no meio jornalstico,
Iaponan Soares, frente do Arquivo Pblico do Estado, procurar transform-lo em uma boa
notcia, ocupando as pginas de jornais da capital atravs de textos de sua autoria ou de
entrevistas concedidas. As atividades promovidas pela instituio tambm ofereciam motivo
para notas e reportagens. Didaticamente, demonstrar a importncia do Arquivo, para a
administrao, para os cidados em geral e para os pesquisadores da Histria em particular.10
Apontar os problemas causados pela ausncia, no pas, de legislao especfica de proteo
aos documentos de arquivo11. Destacar a necessidade de pessoal tcnico capacitado para as
tarefas de conservao de livros e documentos e salientar o quanto a divulgao do
169
patrimnio documental base de sua preservao.12 E, ainda, sempre que possvel, enfatizar
a inadequao do prdio ocupado pelo Arquivo.13
Na gesto de Iaponan Soares, ao lado de seu nome podemos freqentemente
encontrar o de Walter Fernando Piazza, ele tambm professor e historiador, ele tambm
apaixonado pelo Arquivo Pblico do Estado.14 Igualmente ocupou os jornais com artigos,
mas seu vis foi menos positivador do Arquivo Pblico do que o do diretor Iaponan Soares.
Veja-se que, em artigo de 1986, embora destacasse o movimento cultural em torno dos
arquivos, a partir dos encontros de arquivos catarinenses, indicava os vrios problemas
vividos pela instituio:
Est o nosso Arquivo Pblico do Estado sem instalaes prprias e
adequadas, sem quadro tcnico-funcional altura dos seus contedos
arquivsticos, sem a preservao dos seus acervos por processos mecnicos,
enfim, h ali muito que fazer para que possa bem e eficientemente cumprir a
sua destinao.15
SOARES, Iaponan. A preservao de bens culturais. Dirio Catarinense, Florianpolis, 23 jun. 1986;
SOARES, Iaponan. Nossos arquivos e nossa identidade. Dirio Catarinense, Florianpolis, 30 jun. 1986.
Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi Iaponan Soares de Arajo.
13
Em artigo de 28 de junho de 1986: [...] o Arquivo conta com apenas 700 metros quadrados para abrigar um
acervo com cerca de 10 milhes de documentos. O diretor Iaponan Soares afirma que este o maior problema
enfrentado pela instituio. (Um arquivo de 10 milhes..., op.cit.) O novo prdio, porm, seria construdo nas
imediaes da servido Adlio Silva, localizada entre o Centro Integrado de Cultura e a Universidade Federal.
At mesmo nessa questo Iaponan Soares tende a apresentar uma perspectiva positiva, pois em julho de 1986
informava: [...] j se encontra em elaborao final o projeto para a sede definitiva do Arquivo Pblico do
Estado, que se espera no tarde o dia de ter espao condizente para abrigar seu valioso acervo. SOARES,
Iaponan. Documentao e Histria. Dirio Catarinense, Florianpolis, 28 jul.1986. Acervo da Academia
Catarinense de Letras, Dossi Iaponan Soares de Arajo.
14
Arquivo Pblico, ainda pobre..., op.cit.
15
PIAZZA, Walter F. Um evento, uma reflexo. Dirio Catarinense, Florianpolis, 6 de setembro de 1986.
Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi Walter F. Piazza.
16
A informao est presente em ofcios circulares expedidos aos membros da Academia no ano de 1984.
Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi Walter F. Piazza.
170
17
PIAZZA, Walter F., SOARES, Iaponan. O Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina (fundos referentes ao
Poder Legislativo Estadual). Memria da V Semana da Histria 3 a 7 [de] outubro [de] 1983, campus de
Franca. Franca (SP): Universidade Estadual Paulista, Instituto de Histria e Servio Social, 1984. p.395-398.
18
Ofcio de Paschoal Apstolo Ptsica, presidente da Academia Catarinense de Letras, ao governador eleito
Pedro Ivo Campos. Florianpolis, 18 fev. 1987. Reforando o pedido, um ofcio do presidente da Assemblia
Legislativa, Juarez Furtado, datado de 19 de fevereiro de 1987, argumenta: o meu recomendado [Iaponan
Soares] no tem exercido nenhum tipo de militncia poltica ou partidria, mas tem executado zelosamente um
trabalho de natureza cientfica que goza de reconhecimento geral e, a meu ver, no deve sofrer soluo de
continuidade. Acervo da Academia Catarinense de Letras, Dossi Iaponan Soares de Arajo.
171
172
requisito importante, porm, a maior proximidade ou, mesmo, intimidade com o trato dos
documentos. Tal abertura, se tinha justificativa nas frgeis condies de formao tcnica
disponveis em Santa Catarina, tambm ancorava-se nas reas de formao ou atuao e nos
valores partilhados pelos personagens-chave da constituio do campo arquivstico no estado.
No governo Pedro Ivo Campos, o poder de interveno de Walter Piazza, na
questo dos arquivos, aumentaria, uma vez que passou a ocupar o cargo de Coordenador de
Documentao e Publicaes, dentro da estrutura da Secretaria de Estado da Administrao
(Coordenadoria qual ficou subordinado o Arquivo Pblico do Estado, conforme apontado
no captulo anterior).
A partir de dezembro de 1988, quando Iaponan Soares deixou a direo do
Arquivo Pblico do Estado, os diretores da instituio (ou gerentes, nos anos 1990)
passaram a ser escolhidos entre os funcionrios da instituio (e isso at 2003). Mais
propriamente: entre suas funcionrias, dado que o corpo tcnico foi, ao longo do perodo,
quase que exclusivamente feminino. Os primeiros anos da dcada de 1990 tambm
assinalariam, por sua vez, o gradual afastamento de Walter Piazza do Arquivo Pblico e dos
embates arquivsticos. Primeiramente, deixa o cargo de Coordenador de Documentao e
Publicaes, pouco depois da morte do governador Pedro Ivo Campos, ocorrida em fevereiro
de 1990. Na Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, por sua
vez, aps 1992 no mais assumiria cargos na diretoria ou nos conselhos. Sem esses dois
importantes divulgadores Iaponan Soares e Walter Piazza, ambos com acesso ao circuito
jornalstico, literrio e poltico, mais marcadamente na capital - o poder de difuso miditica
positiva do Arquivo Pblico do Estado foi sensivelmente reduzido, na dcada de 1990.
173
23
Como exemplos: o manual de conservao e restaurao publicado no n. 13, de julho de 1991; a relao de
instrumentos de pesquisa publicada no n. 14, de dezembro de 1991, alm de texto sobre o papel, do ponto de
vista da conservao, no mesmo nmero; tambm o manual de arquivo, publicado no n. 17, de julho de 1993.
Para informaes sobre o contedo da revista gora, ver Apndice II-9.
24
Entre as excees de praxe, Rosemari Conti Gonalves (em 1999) e Walter Piazza (que no deixou de
colaborar com a revista - 2002): ver Apndice II-9. Na dcada de 1990, perceptvel a presena de vrios artigos
de alunos de graduao e ps-graduao, em especial da Universidade Federal de Santa Catarina, e no s da
rea de Histria.
25
Acrescente-se que a revista gora com certa freqncia encontrou (e encontra) dificuldades para sua
publicao.
174
Iaponan Soares nem com Walter Piazza, de forma prxima, para divulgar seus objetivos, suas
atividades, seus problemas. O boletim buscou, ento, a divulgao que estava ao alcance do
seu corpo de funcionrios (que, como mencionado no captulo anterior, preenchiam parte
significativa dos cargos da Associao de Amigos). Trimestralmente, notcias acerca das
atividades cotidianas da instituio passaram a ser disseminadas a todos os associados da
Associao de Amigos, a instituies arquivsticas atuantes em Santa Catarina e em outros
estados, a bibliotecas e instituies afins. Trazia, basicamente, informaes sobre o acervo
(doaes, transferncias, recolhimentos, organizao de conjuntos documentais), seu pblico
(atendimento, temas de pesquisa), visitas recebidas, demandas atendidas quanto a assessoria
ou consultoria tcnica, exposies realizadas, eventos dos quais o Arquivo participara por
intermdio de funcionrios. Concomitantemente, informaes de interesse geral para os
profissionais da rea de arquivos, relativas ao Brasil e a outros pases (normas, leis, cursos,
encontros). At 2003, o boletim conseguiu dar visibilidade ao Arquivo Pblico do Estado e
aos arquivos de Santa Catarina, sendo um canal importante de comunicao e interao entre
profissionais e instituies.26
O Arquivo Pblico editou ainda, nos anos 1980, alguns livros e opsculos (estes
ltimos, divulgando documentos na ntegra).27 Entre os livros, trs tematizando a histria
poltica catarinense, dois deles frutos de dissertaes havia pouco tempo defendidas no
Programa de Ps-Graduao em Histria da Universidade Federal de Santa Catarina, focados
no tema do coronelismo (ver Apndice II-10). O terceiro, edio fac-similar de trabalho de
Henrique Boiteux (historiador que era, alis, tio de Walter Piazza), foi publicado tendo em
vista os 150 anos do movimento farroupilha e da proclamao, em Santa Catarina, da
Repblica de Piratini. Ainda nos anos 1980 - mais precisamente, em 1985 -, o Arquivo
Pblico, em conjunto com a UFSC, publicou livro sobre a Secretaria da Justia ( qual o
Arquivo j estivera vinculado).
Nos anos 1990, as poucas publicaes no-peridicas do Arquivo Pblico do
Estado voltaram-se para a prpria instituio (seus 30 anos) e para os arquivos municipais
26
O boletim, at o nmero 43 (jan.-jul. 2003), circulou, em geral, com 12 pginas (em formato A4). A partir do
nmero 44, passou a circular como folder, o que reduziu substancialmente o seu teor informativo (os dados sobre
o atendimento ao pblico e sobre os temas de pesquisa dos usurios foram excludos, embora estes ltimos
tenham sido incorporados revista gora).
27
Em 1984, Sesmarias concedidas por Manoel Escudeiro Ferreira de Souza - 1753; em 1985, Relatrio e
fala no governo de Santa Catarina, 1833-1835 (ambos compondo a coleo Jos Arthur Boiteux).
175
(um guia das instituies em Santa Catarina).28 Do lado da Associao, assinalaram-se obras
ligadas histria de dois municpios catarinenses (Biguau e Laguna), dois opsculos
literrios (compreensveis em funo dos interesses literrios do ento diretor do Arquivo) e
um inventrio da produo intelectual do Arquivo, este ltimo com ntidos sinais de
publicao de final de governo, no estilo de propaganda das realizaes, pois cobria
justamente o perodo 1983-1986 (ver Apndice II-10).
A preocupao com a histria poltica, ou poltico-administrativa, mais ntida na
dcada de 1980, guarda relao com o perfil da instituio (que , afinal, custodiadora de
documentos do governo de Santa Catarina, quando capitania, provncia e estado). Mas
provavelmente mais compreensvel a partir da relao do Arquivo Pblico do Estado com o
Programa de Ps-Graduao em Histria da UFSC, que tinha uma de suas linhas de pesquisa
voltadas para a questo.29 Entre as duas instituies, Walter Piazza era o principal elo (ver
Parte I, Captulo 3). Por outro lado, a divulgao de aspectos da histria dos municpios
estava relacionada no s importncia que, neste sentido, era atribuda ao acervo do Arquivo
Pblico do Estado, como perspectiva de uma necessria ao para preservao dos acervos
governamentais municipais. A respeito, assim se posicionou o diretor do Arquivo, em 1985:
A histria dos municpios catarinenses s possvel de ser escrita com
critrio cientfico a partir do conhecimento das fontes existentes no acervo
do Arquivo Pblico, uma vez que a maioria desses municpios j no dispe
de documentao original. Nesse particular o Arquivo rico em informaes
envolvendo o sculo XIX e incio deste, perodo em que as cmaras
municipais mantinham estreita ligao com a chefia do Poder Executivo
Provincial ou Estadual.30
28
Houve ainda a publicao, pelo Senado Federal, de instrumento de pesquisa elaborado na instituio, por uma
de suas funcionrias, relativo a fundo privado integrante de seu acervo: GHANEM, Valria Gouva (org.).
Inventrio analtico do fundo privado do ex-governador Jorge Lacerda. Braslia: Ed. do Senado Federal,
1993.
29
Histrico do Programa [de Ps-Graduao em Histria UFSC]. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SANTA CATARINA. Centro de Filosofia e Cincias Humanas. Departamento de Histria. Programa de PsGraduao em Histria. Catlogo de dissertaes. Florianpolis: 1998. p.21-23.
30
SOARES, Iaponan. O Arquivo Pblico do Estado. op.cit.
176
fosse o acervo do Arquivo Pblico, estes municpios j no teriam como contar sua
histria.31
A presena, no acervo, de documentao relativa aos municpios, tornava mais
consistente a idia de que a documentao do Arquivo Pblico do Estado remetia Memria
Catarinense (como afirmava-se na apresentao do nmero 1 da revista gora, em junho de
1985) ou que a entidade fosse identificada como o Arquivo dos Catarinenses, em boletim
informativo de 1998.32
A forma como o potencial do acervo para a pesquisa histrica foi percebido pela
instituio nos ltimos vinte anos fica mais clara quando so examinados os temas das
exposies promovidas (ver Apndice II-11). Novamente, diferenas significativas so
observveis entre as dcadas de 1980 e 1990: variando de seis a dez exposies anuais, entre
1985 e 1990, elas tornam-se mais raras a partir de 1991. Na segunda metade da dcada de
1980, prevalece, na abordagem do acervo e da histria, a lgica da efemride, muito prpria
do Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina (ver Parte I, Captulo 2): so
aniversrios de criao de freguesias e de rgos estaduais, de fundao de municpios, de
instalao de cmaras municipais, de nascimento ou falecimento de ex-governantes
catarinenses (com nfase nos presidentes da provncia) e de personalidades ilustres. Sem
esquecer dos grandes acontecimentos, regionais ou nacionais os 150 anos da Revoluo
Farroupilha, os 100 anos da Abolio, o centenrio da proclamao da Repblica.
Embora a lgica da efemride no tenha se ausentado do temrio das exposies,
visvel, entre 1990 e 1992, a inteno regular de divulgar determinados conjuntos
documentais do acervo (documentos governamentais relacionados sade, educao,
31
Um arquivo com 10 milhes..., op.cit. Trata-se de citao de entrevista, no corpo da reportagem. Tambm na
comunicao feita na Sociedade Brasileira de Pesquisa Histrica, em 1988, afirmou: Hoje, como a grande
maioria dos municpios catarinenses no esto preservando a sua documentao permanente, essa
correspondncia das Cmaras com a chefia do Poder Executivo fonte importante [de] que o pesquisador ainda
dispe para reconstituir a histria dessas comunas. SOARES, Iaponan. Arquivo Pblico do Estado de Santa
Catarina (1983-1986): uma experincia de ao co-participativa. Anais da VII Reunio da Sociedade
Brasileira de Pesquisa Histrica. So Paulo: 1988. p.40. Alguns anos mais tarde, elaborando trabalho sobre o
bairro do Estreito, de Florianpolis, Iaponan Soares teria destacado que a histria daquele municpio estava
restrita aos acontecimentos ocorridos no ncleo administrativo, faltando documentao relativa s outras reas.
Da a opo por colher depoimentos de moradores e provavelmente, a razo de o trabalho no ser considerado
uma histria do Estreito, mas vida e memria do bairro (integrava, alis, a coleo Memria de
Florianpolis). Cf.: Uma memria para Florianpolis. op.cit.
32
O editorial informava que a gerente, Neusa Rosane Damiani Nunes, alm de trs servidores, haviam
participado do XII Congresso Brasileiro de Arquivologia, em Joo Pessoa, representando o Arquivo dos
Catarinenses. Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina / Associao de Amigos
do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina], Florianpolis, n.23, abr.-jun.1998, p.1.
177
A exposio Antologia de uma artista, de Dirca Binder, supostamente alusiva s comemoraes dos 275
anos de aniversrio da Capital Catarinense, reuniu fotos, documentos, livros, peridicos, trajes (capas
cerimoniais), quadros, convites e instalaes do Po por Deus e do Divino Esprito Santo. Dirca Binder
descrita como algum que se dedica, h muitos anos, a estudos e pesquisas sobre a cultura luso-aoriana,
especialmente o Po por Deus e a Festa do Divino. Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de
Santa Catarina / Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina], Florianpolis,
n.34, jan.-mar.2001, p.5.
34
FLORES, Maria Bernardete Ramos. A farra do boi: palavras, sentidos, fices. Florianpolis: Ed. da UFSC,
1997. p.133. O livro resultado da tese de doutoramento Teatros da vida, cenrios da histria: a Farra do Boi
e outras festas na Ilha de Santa Catarina leitura e interpretao, defendida em 1991 no Programa de PsGraduao em Histria da PUC-SP.
178
35
Depois de Walter Piazza, assumiram a presidncia da Associao: Maria Regina Boppr (1989-1990), Edison
dvila (1991-1992), Norberto Ulyssa Ungaretti (1993-1995), Geraldo Gama Salles (1995-2005), Carlos
Osvaldo de Farias (2005-2007). Com exceo do atual presidente (que dirigiu o Arquivo entre 2003 e 2005),
todos os demais so membros do IHGSC (ver Apndice II-8).
179
As funcionrias mais presentes nesses eventos foram, em geral, Cleuza Regina Costa Martins e Neusa Rosane
Damiani Nunes. Similarmente forma como a preservao dos arquivos aparece nos discursos dos participantes
dos encontros de arquivos catarinenses, o estudo e difuso da cultura aoriana tambm aparece como misso: a
reunio do Ncleo de Estudos Aorianos NEA, realizada em dezembro de 1998, teria sido encerrada com
confraternizao que integrou todos os que se dedicam causa da cultura aoriana em Santa Catarina. Boletim
informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina / Associao de Amigos do Arquivo Pblico do
Estado de Santa Catarina], Florianpolis, n.25, out.-dez. 1998, p.2.
37
Lembro que Gelci Coelho, conforme apontado no captulo anterior, proferiu conferncias nos encontros
catarinenses de arquivos de 2002 e 2004, sobre o folclore da ilha de Santa Catarina. Uma nota pessoal: tendo
participado do encontro catarinense de 2002 como ministrante de oficina, a convite dos organizadores, recebi, ao
trmino do evento (como os demais convidados), um presente: uma pequena Bernncia, em cermica. A
Bernncia (ou Bernuna) um dos personagens do Boi-de-mamo, dana dramtica apontada como de
origem aoriana.
38
As visitas de turmas de estudantes de cursos universitrios (das reas de Histria, Biblioteconomia,
Arquitetura, Letras e at mesmo Secretariado Executivo, conforme o Apndice II-13) esto provavelmente mais
ligadas inteno de conhecimento do acervo e das atividades realizadas para sua organizao.
180
O fundo privado de Vieira da Rosa composto por apenas 39 documentos (da, talvez, ter sido contemplado
com sua rpida descrio). Um ndice onomstico dos memoriais de lotes e ttulos definitivos e provisrios de
terras foi elaborado mais recentemente (a partir de 1997).
181
182
183
semanas aps a deciso, o atendimento foi suspenso, com previso de ser retomado, talvez,
apenas em agosto do mesmo ano.
Com a deciso, o Arquivo Pblico do Estado volta a ocupar, como na dcada de
1970, um espao antes utilizado pela Imprensa Oficial do Estado, no bairro Saco dos Limes.
A transferncia dos anos 1970, de uma sala central no trreo do Palcio do Governo para
duas salas pequenas cedidas provisoriamente pela Imprensa Oficial, foi feita, segundo o
ento diretor, Santos Verani, atabalhoadamente. Em relao mudana de 2006, sabe-se
que, no tendo o prdio destinado ao Arquivo sido concebido para abrigar uma instituio
arquivstica, e havendo pressa na desocupao do prdio alugado, as adaptaes necessrias
tiveram que ser feitas sob o signo da velocidade. As autoridades ligadas Secretaria de
Estado da Administrao provavelmente orientaram-se pela otimizao de gastos e
racionalizao de espaos fsicos mas, teriam levado em conta que o Arquivo Pblico do
Estado, sendo uma de suas unidades administrativas, no existe apenas para atender aos
interesses da Secretaria?
Papis do governo
Muito antes que o Arquivo Pblico do Estado estivesse subordinado a uma
Secretaria de Estado da Administrao (bem antes inclusive de existir, por lei, enquanto
instituio), os conjuntos documentais que hoje compem a maior parte de seu acervo foram
produzidos. Por conseqncia, mobilizavam funcionrios no seu registro e arquivamento. As
atividades que diziam respeito a seu gerenciamento tambm j existiam, em grande medida.
Tudo indica que o Arquivo Pblico criado em 1960 herdou fundamentalmente os
conjuntos documentais que, no perodo imperial, foram acumulados pela Secretaria da
Presidncia da Provncia.45 Falas, discursos e relatrios dos presidentes da provncia de Santa
45
No Paran, um arquivo pblico foi criado em 1855, mas sintomaticamente anexo Secretaria do Governo
(funcionando, inclusive, em uma de suas salas). Cf. Lei [provincial] n. 33 de 7 de abril de 1855. Boletim da
Associao dos Amigos do Arquivo Pblico [do Paran]. Curitiba, n.6, 2001. p.1; Regulamento do Archivo
Publico [11 de julho de 1855]. Boletim do Arquivo do Paran. Curitiba, Ano 2, n.1, 1977. p.17.
184
46
Relatrio com que o Exm. Snr. Doutor Theodoreto Carlos de Faria Souto abriu a sesso da vigessima
quarta legislatura da Assembla Provincial de Santa Catharina em 25 de maro de 1883. Cidade do
Desterro: Typographia do Caixeiro, 1883. p.74. Em 1889, Joaquim E. de Medeiros lembrou que a Secretaria era
a nica Repartio Provincial que trabalhava com todos os Ministrios, sendo aquela sobre a qual pesava,
igualmente, maior soma de responsabilidade. Relatrio com que o Exm. Sr. Cnego Joaquim Eloy de
Medeiros, 2. Vice-presidente passou a administrao da provncia ao Exm. Sr. Dr. Abdon Baptista, 1.
Vice-presidente, em 26 de junho de 1889. Desterro: Typographia da Republica, 1890. p. 34. Cabe esclarecer
que nem todas as falas, discursos e relatrios de presidentes da provncia contm referncias Secretaria da
Presidncia.
185
47
Antes de 1842, algumas notas dissonantes so assinalveis, ficando patente a impossibilidade de combinar
poucos funcionrios, baixas remuneraes, trabalho volumoso e servio em dia. Em 1836, Jos Mariano de
Albuquerque Cavalcanti destacava: o nmero de Oficiais de pena desta [Secretaria da Presidncia]
insuficiente, e por isso a mido acontece que ficam em atraso os seus trabalhos. Joo Carlos Pardal, em 1839,
declarava estarem os trabalhos da Secretaria em grande atraso. Em 1840, igualmente, estavam muitos
trabalhos atrasados atraso que ainda tentava ser eliminado em 1841. A respeito, ver: Relatrio do presidente
da provncia de Santa Catharina, Jos Mariano de Alburquerque, na abertura da 1a. Legislatura
Provincial em 5 de abril de 1836. S.L.p., s.c.p., s.d.. p.1-2; Discurso pronunciado na abertura da Assemblea
Legislativa da Provncia de Santa Catharina na segunda sesso ordinria da Segunda Legislatura
Provincial, em 1839, pelo respectivo presidente, o brigadeiro Joo Carlos Pardal. Cidade do Desterro: Typ.
Provincial, 1839. p.1; Discurso pronunciado pelo presidente da provncia de Santa Catharina, o marechal
de campo Francisco Joz de Souza Soares dAndrea, na sesso ordinria do anno de 1840 aberta no
primeiro dia do mez de maro. Cidade do Desterro: Typ. Provincial, 1840. p.6; Falla que o presidente da
Provncia de Santa Catharina, o brigadeiro Antero Joz Ferreira de Brito dirigio Assembla legislativa
da mesma provncia na abertura da sua sesso ordinria em o 1. de maro de 1841. Cidade do Desterro:
Typographia Provincial, 1841. p.2.
186
Quanto aos pronunciamentos dos presidentes, ver: Discurso pronunciado pelo presidente da provncia de
Santa Catharina, o marechal de campo Francisco Joz de Souza Soares dAndrea..., op.cit, p.5; Falla que o
presidente da provincia de Santa Catharina, o marechal de campo graduado Antero Joz Ferreira de
Brito, dirigio Assemblea Legislativa da mesma provincia na abertura da sua sesso ordinaria em o 1.o
de maro de 1842. Cidade de Desterro, Typ. Provincial, 1842. p.4; Falla que o presidente da provincia de
Santa Catharina, o marechal de campo Antero Joz Ferreira de Brito, dirigio Assemblea Legislativa da
mesma provincia na abertura da sua sesso ordinaria, em o 1.o de maro de 1843. Cidade do Desterro, Typ.
Provincial, 1843. p.2; Falla que o presidente da provincia de Santa Catharina, o marechal de campo Antero
Joz Ferreira de Brito, dirigio Assemblea Legislativa da mesma provincia na abertura da sua sesso
ordinaria, em o 1. de maro de 1844. Cidade do Desterro, Typ. Provincial, 1844. p.3; Falla que o presidente
da provncia de Santa Catharina, dr. Joo Jos Coutinho, dirigio Assemblea Legislativa Provincial no
acto da abertura de sua sesso ordinria em o 1. de maro de 1857. Rio de Janeiro: Typ. Imp. e Const. de J.
Villeneuve e C., 1857. p.6. Quanto aos perodos de governo: CABRAL, Oswaldo R. Histria de Santa
Catarina. 4 ed. Apndice de Celestino Sachet. Florianpolis: Lunardelli, 1994. p.383-385.
49
Relatrio do presidente da provncia de Santa Catharina Francisco Carlos de Arajo Brusque,
apresentado Assemblea Legislativa Provincial na 1. sesso da 10. Legislatura. Rio de Janeiro:
Typographia do Correio Mercantil, 1860. p.40. A figura do oficial arquivista apareceria efetivamente a partir de
1861.
187
188
por meio de comunicaes (entendendo-se que seriam necessariamente conhecidos por outros
meios, inclusive a necessria publicao impressa); alm disso, as informaes solicitadas s
reparties deveriam passar a ser escritas margem dos requerimentos ou ofcios
despachados pela Presidncia.53 As medidas, que buscaram reduzir a massa documental
produzida e, conseqentemente, o tempo despendido pelos empregados da Secretaria nessa
produo, no parecem ter sido suficientes para garantir melhores condies para a
organizao da documentao. Indica isso a fala de Joo Rodrigues Chaves, em 1881:
segundo ele, fazia-se necessria a reorganizao do arquivo da Repartio, uma vez que era
ento difcil procurar-se qualquer documento; sugeria ainda que os papis de uma
Repartio de tanta importncia deveriam estar cronologicamente arrumados.54 Em fins de
1887, o presidente Francisco Jos da Rocha informava Assemblia o quadro desolador em
que encontrara o arquivo da Secretaria:
O Arquivo estava em completa desordem e sem os necessrios utenslios
para a conservao e coordenao dos documentos. Por proposta do Dr.
Secretrio, mandei fazer quanto era preciso, e passar temporariamente para a
Secretaria o Arquivista adido ao Tesouro a fim de auxiliar na sistematizao
do trabalho.
Secretaria mandei tambm fornecer alguns mveis indispensveis para os
livros e papis, e outros reparos foram feitos com o fim de a tornar mais
higinica. Os cmodos so acanhados e os empregados no tm ali o
desejvel conforto.55
53
Falla com que o Exm. Sr. Dr. Joo Capistrano Bandeira de Mello Filho abrio a 1. sesso da 21.
Legislatura da Assembla Legislativa da Provncia de Santa Catharina em 1. de maro de 1876. Cidade do
Desterro: Typ. de J.J. Lopes, 1876. p.121-122.
54
Falla com que o Exmo. Snr. Doutor Joo Rodrigues Chaves abriu a segunda sesso da vigesima segunda
Legislatura da Assembla Provincial de Santa Catharina, em 2 de fevereiro de 1881. Cidade do Desterro:
Typ. E Lith de Alex Margarida, 1881. p.43-44.
55
Relatrio apresentado Assembla Legislativa Provincial de Santa Catharina na 2. sesso de sua 26.
legislatura pelo presidente Francisco Jos da Rocha, em 11 de outubro de 1887. Rio de Janeiro: Typ. da
Unio de A.M. Coelho da Rocha & C., 1888. p.406.
189
56
Falla com que o exm. sr. Doutor Joo Rodrigues Chaves abriu a segunda sesso da vigsima segunda
legislatura da Assembla Provincial de Santa Catharina em 2 de fevereiro de 1881. Cidade do Desterro:
Typ. e Lith. de Alex. Margarida, 1881. (anexo: Trabalhos da Secretaria, datado de 31 de dezembro de 1880 e
elaborado pelo secretrio Jos Aureliano Cidade).
57
Foram 1.769 documentos elaborados e expedidos, envolvendo tambm 1.395 minutas, alm de 1.395 registros,
sem contar a correspondncia reservada (61 ofcios elaborados e expedidos, alm de 42 minutas e 42 registros).
58
Falla que o presidente da provncia de Santa Catharina, dr. Joo Jos Coutinho..., op.cit., p.5-6. Na fala
de Coutinho, cabe ressaltar a atribuio de valor histrico aos documentos da Assemblia.
190
59
191
parciais de seus subordinados.62 Para o que aqui nos interessa, mais significativos so os
relatrios apresentados aos presidentes de estado, ou governadores, pelos secretrios de
governo.
Apesar disso, as mensagens, sobretudo nos incios republicanos, contm vrias
referncias relevantes quanto inadequao das reparties nova ordem polticoinstitucional, e necessidade de reforma ou reestruturao administrativa. Em meio a esse
debate, que procedimentos teriam sido adotados em relao a toda a documentao gerada
pelo governo? Qual o destino dado aos documentos acumulados pela antiga Secretaria da
Presidncia da Provncia?
Mensagem apresentada em agosto de 1893, por Eliseu Guilherme da Silva,
apontava a necessidade de uma nova reorganizao dos servios a cargo das diversas
reparties pblicas do Estado. Segundo seu juzo,
Ainda modeladas pelo antigo sistema, as nossas reparties no
correspondem s necessidades resultantes das novas instituies adotadas, e
deixam muito a desejar no desempenho de seus mltiplos e variados
encargos.
H uma verdadeira anarquia em todos os servios, fora confess-lo,
indispensvel se torna uma reforma radical.63
192
competncias das antigas reparties (extintas nessa ocasio). Pelo que pode ser deduzido a
partir da leitura da lei, as atribuies da Secretaria do Governo (que, em princpio, nos anos
iniciais da Repblica, substitura, em suas funes, a Secretaria da Presidncia da Provncia)
seriam absorvidas por uma das diretorias da Secretaria do Interior. Cinco anos depois da
reforma do Servio Administrativo, foram novamente criadas duas secretarias, a do Interior e
Justia e a das Obras Pblicas e Finanas (Lei estadual n. 328, de 23 de setembro de
1898). Os funcionrios da antiga Secretaria do Governo seriam aproveitados, pelo que indica
o quadro funcional previsto, em uma das trs diretorias da Secretaria do Interior e Justia
(justamente a Diretoria do Interior e Justia).
A reorganizao no foi aprovada pelo governador seguinte: para Felipe Schmidt,
era urgente seu aperfeioamento, desfazendo-se a confuso implantada nos seus diversos
departamentos.64 Em 1899, nova lei reorganizou as Secretarias de Estado (Lei estadual no.
445, de 13 de outubro de 1899), continuando a existir duas grandes secretarias, sendo agora a
dos Negcios do Interior e a dos Negcios da Fazenda. primeira ficariam ligados
todos os servios da administrao pblica, excetuados os da arrecadao, fiscalizao,
contabilidade, escriturao da receita e despesa do Estado (Art. 3o.). Nova modificao em
1901 (Lei estadual no. 518, de 4 de setembro de 1901), sendo criada uma nica grande
Secretaria, a Secretaria Geral dos Negcios do Estado, dividida em trs diretorias: do
Interior e Justia; da Instruo Pblica; de Viao, Terras e Obras Pblicas. Foi restabelecido
o Tesouro do Estado, em lugar da Secretaria da Fazenda, ento extinta. O Secretrio Geral
seria o intermedirio entre o governador e todos os demais chefes de repartio (Art. 8o.),
centralizando todos os documentos a ele dirigidos, e encaminhando ao governador s aqueles
que, como Secretrio, no pudesse resolver diretamente (Art. 9o.).
Em meio s diversas propostas de reforma e reorganizao administrativa das
duas primeiras dcadas republicanas, o Arquivo da Secretaria Geral foi mencionado uma vez,
na mensagem lida por Gustavo Richard, em agosto de 1909. Dizia o ento governador:
64
Mensagem apresentada ao Congresso Representativo em 10 de agosto de 1899 pelo Dr. Felippe Schmidt,
governador do Estado. Florianpolis: Typ. da Livraria Moderna, 1899. p.5.
193
65
Mensagem lida pelo Exmo. Sr. Coronel Gustavo Richard, Governador do Estado, na 2. Sesso da 7.
Legislatura do Congresso Representativo em 2 de agosto d 1908. Joinville (SC): Typ. Boehm, 1908. p. 16.
Um indcio de identificao entre o Arquivo da Secretaria Geral e o que seria o Arquivo Pblico est presente
em livro publicado por Lucas Boiteux, em 1912: nele afirma que, durante o governo de Gustavo Richard a
Biblioteca e o Arquivo foram tambm mais bem instalados. BOITEUX, Lucas Alexandre. Notas para a
histria catharinense. Florianpolis: Typ. a vapor da Livraria Moderna, [1912]. p.430.
194
qual ficaria subordinado o Arquivo, subordinao confirmada pelo Decreto estadual no. 1170,
de 28/09/1918).66
Distintas interpretaes quanto ao valor administrativo ou histrico da
documentao a ser abrigada pelo Arquivo Pblico e da importncia de sua organizao
parecem ter caracterizado, porm, as relaes entre o Poder Executivo e o Legislativo,
naquele momento: veja-se que a lei oramentria relativa ao exerccio de 1919 (Lei estadual
no. 1.235, de 01/11/1918) no previu dotao especfica para o Arquivo Pblico do Estado
(mas previu o pagamento de vencimentos de um oficial arquivista, na Diretoria de Interior e
Justia). Nos anos seguintes, nas mensagens ao Congresso Representativo, o governador em
exerccio Herclio Luz insistiu, sem sucesso, na necessidade de que fosse prevista verba na lei
oramentria para a organizao do Arquivo do Estado.67
Onze anos depois, em fins de 1929, o Regulamento Geral da Administrao
Estadual previa que na Secretaria de Estado do Interior e Justia estariam, entre outros, os
servios relativos estatstica e ao arquivo (Art. 2 o.). No Captulo III, no entanto, torna-se
patente que uma parte da documentao arquivstica estaria alheia alada da Secretaria do
Interior e Justia: os arquivos da Presidncia do Estado, sob a guarda do Secretrio da
Presidncia (Cap. III, Art. 11). O regulamento prev procedimentos quanto ao controle da
documentao administrativa: servio de protocolo (Art. 111); registro e classificao de
documentos (Art. 104, inciso IX); ordenao cronolgica de vrios deles (Art.15, inciso V);
66
Para Walter Piazza, a criao do Arquivo Pblico seria uma das principais metas de Jos Arthur Boiteux, e a
lei de 1918 teria o sentido de uma vitria pessoal: Como homem pblico, intimamente ligado ao Partido
Republicano Catarinense, desde antes da Proclamao da Repblica, e aos seus lderes nas terras catarinenses,
[Jos Arthur Boiteux] batalha pela criao do Arquivo Pblico do Estado. Atuante, no se descuida do valor da
documentao. [...] no descansa enquanto no v o ato de criao do Arquivo Pblico do Estado de Santa
Catarina. A sua satisfao deve ter sido imensa ao ver promulgada, pelo Governador Felipe Schmidt, a Lei n.
1.196, de 26 de setembro de 1918, criando em seu artigo 5., diretamente subordinado ao Secretrio do Interior e
Justia, o Arquivo Pblico do Estado. uma vitria que lhe deve ter satisfeito parcialmente, porquanto significa,
to somente, o acumular de papis no vetusto Palcio do Governo ( Praa Quinze de Novembro), em sua ala
direita, onde funcionava aquela Secretaria de Estado. PIAZZA, Walter F. Archivo Catharinense: um ideal
proposto. gora, Florianpolis, n.12, dez. 1990, p.5-6.
67
Na mensagem apresentada em 22 de julho de 1919, Herclio Luz, indicando que a organizao do Arquivo
Pblico era necessidade alis inadivel para que este ramo do servio possa corresponder aos seus fins,
apontava igualmente como necessria a incluso de verba suficiente na lei oramentria futura. Na mensagem
apresentada dois anos depois ao Congresso Representativo, o mesmo governador fazia solicitao de igual teor,
acrescentando que a remodelao do Arquivo era proveitosa e urgente. Mensagem apresentada ao
Congresso Representativo, em 22 de julho de 1919, pelo Engenheiro Civil Herclio Pedro da Luz, ViceGovernador, no exerccio do cargo de Governador do Estado de Santa Catharina. S. l. p., s.c.p., s.d. p.40;
Mensagem apresentada ao Congresso Representativo, em 22 de julho de 1921, pelo Engenheiro Civil
Herclio Pedro da Luz, Vice-Governador, no exerccio do cargo de Governador do Estado de Santa
Catharina. S. l. p., s.c.p., s.d. p.32.
195
formao de processos, a partir dos documentos, de modo a evitar, entre outros aspectos, a
disposio tumulturia dos documentos (Art.112); arquivamento (Art. 104, inciso X).
Pode-se considerar um desdobramento desse regulamento, apesar das importantes
alteraes poltico-administrativas que ocorreram na administrao do Estado em decorrncia
da chamada Revoluo de 1930, o decreto estadual publicado em maro de 1931, que criou o
servio de protocolo nas reparties pblicas do Estado. Nele possvel notar, alm da
ambio de maior controle dos documentos que entrassem e sassem das reparties, o
interesse na agilizao das decises (Nenhuma autoridade ou funcionrio poder conservar
em seu poder qualquer documento por espao superior a 48 horas Decreto estadual n. 83,
de 6 de maro de 1931, Art.1, inciso VI).
Em fins do mesmo ano de 1931, foi criado o Arquivo Pblico Estadual, pelo
Decreto estadual no. 186, de 28 de dezembro de 1931, subordinado Secretaria do Interior e
Justia. neste momento que aparece, em texto de carter legal, a relevncia histrica dos
documentos abrigados neste rgo. Nos considerandos desse decreto, a criao do Arquivo
Pblico Estadual era justificada, primeiramente, por seu carter imprescindvel, do ponto de
vista administrativo e histrico:
[...] o servio de Arquivo Pblico [...] imprescindvel no s para acautelar
os legtimos interesses nas relaes de direito privado e de direito
administrativo, como tambm para manter uma fonte de seguras informaes
acerca dos acontecimentos que constituem a vida, tradio e histria do
Estado, nas diferentes pocas e em seus mltiplos aspectos.
No Imprio, tiveram arquivos institucionalizados as provncias do Amazonas (1852) e do Paran (1855); nos
incios republicanos, a institucionalizao de arquivos estaduais ocorre na Bahia (1890), em So Paulo (1892),
no Par (1894), em Minas Gerais (1895), no Mato Grosso (1896), no Rio Grande do Sul (1906) e em Sergipe
(1923). Cf.: JARDIM, Jos Maria. Instituies arquivsticas: estrutura e organizao; a situao dos arquivos
estaduais. Revista do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional. Rio de Janeiro, n. 21, 1986, p.39-42.
196
Pblico seria fonte de renda uma vez que cobrasse pelas certides emitidas a partir de
documentos cartoriais. Em funo da presena de tais documentos no Arquivo, o quadro de
funcionrios comportaria trs cartorrios, alm de dois datilgrafos, um porteiro, um
contnuo-servente, um amanuense-conservador e um diretor (Art.6).69
Provavelmente devido lei de criao do Arquivo, decreto publicado no ano
seguinte extinguiu o cargo de Oficial Arquivista, da Diretoria do Interior e Justia (Decreto
estadual no. 242 de 18 de abril de 1932). No entanto, j em meados de 1933 o Arquivo
Pblico tambm foi extinto, voltando seu servio antiga organizao (Decreto estadual no.
349 de 10/05/1933, Art.2). No decreto, a extino justificada em funo de o servio criado
destinado guarda e conservao de documentos de natureza de ordem administrativa e
judiciria - no ser de natureza inadivel, alm de sua manuteno significar despesas
incompatveis com a situao financeira do Estado. Mas h ainda referncia a outro fator,
que talvez tenha sido o determinante: a execuo do Decreto que criou o Arquivo
prejudicaria a serventurios de Justia, com a diminuio de rendas, no tendo sido
compensados, pecuniariamente, como em outros Estados.
O mesmo decreto aprovava o regulamento do Arquivo (que, infelizmente, no foi localizado nem em verso
impressa nem na legislao autgrafa existente no acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina).
70
Regulamento que d nova organisao Secretaria da Presidncia [datado de 2 de maro de 1867]. [S.l.p.,
S.c.p., s.d.]. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina.
197
(Art. 31, pargrafo 5o.). Portanto, em 1867, no tocante ao arquivo da Secretaria da Presidncia
da Provncia de Santa Catarina, o acesso era regulado de acordo com uma percepo, em
relao documentao, de valores eminentemente administrativos e jurdico-legais.
Um desdobramento importante, quanto ao acesso, diz respeito aos instrumentos de
controle da documentao, tambm mencionados no regulamento: um livro prprio para nele
lanar diariamente a entrada de todos os papis que se deverem arquivar, com resumida
declarao do seu contedo (Art. 31, pargrafo segundo) e um catlogo completo e bem
detalhado dos livros, mapas e documentos que houver no Arquivo (sendo que uma cpia
autntica do catlogo deveria estar em poder do Secretrio - Art. 31, pargrafo sexto).
Supe-se que, no catlogo, estariam indicados os locais de guarda dos documentos no
depsito.
O mesmo regulamento de 1867 manifesta preocupao em relao circulao de
pessoas na repartio, que deveria ser restrita aos funcionrios: cabia ao oficial-maior impedir
que nela tivessem ingresso as partes ou quaisquer outras pessoas, permitindo apenas a
entrada no gabinete do Secretrio, com a devida autorizao prvia, para objeto de servio
(Art.28). Na prtica, essa proibio era exercida diretamente pelo porteiro (Art. 32, pargrafo
stimo). A lgica do segredo em relao s questes de Estado explicitada: oficiais,
amanuenses e todos os outros empregados (portanto, tambm o porteiro e o contnuo)
deveriam guardar inviolvel segredo de todos os negcios, e de quanto se passar na
Repartio. (Art. 30, pargrafo 3o.)
Cabe aqui um parntese. H que ter claro que, no tocante aos documentos
produzidos no mbito das estruturas estatais, foram historicamente produzidas diferenciaes
quanto aos tipos de documentos que deveriam ter ampla difuso, aqueles que poderiam ter
difuso restrita e aqueles que no deveriam de nenhuma forma ser consultados (ou ainda, que
poderiam ser consultados apenas por agentes do Estado). Mesmo nos mais fechados regimes
polticos, documentos como leis e instrumentos jurdicos correlatos s tm sentido se
amplamente difundidos e de conhecimento generalizado. O acesso pontual e restrito a
documentos, como aquele feito por meio de certides ou cpias de documentos pblicos
(principalmente aqueles com valor probatrio de direitos a serem exercidos por particulares),
pode ser localizado, por sua vez, em pocas bastante recuadas: estava previsto, por exemplo,
198
72
199
jurdico, como ttulos, contratos, diplomas; a garantia de consulta ampla aos documentos
estaria justamente em sua transferncia para bibliotecas, ento percebidas como o espao
privilegiado de pesquisa.74 A abertura dos documentos arquivsticos governamentais
consulta pblica envolver, portanto, uma modificao no conceito de arquivo.
Os obstculos encontrados pelos historiadores, quanto ao acesso aos documentos
pblicos de arquivo, fazem inclusive com que tenhamos uma outra perspectiva das vrias
iniciativas que, ao longo do sculo XIX, tratariam da reunio e publicao de grandes
colees de documentos, como os Monumenta Germaniae Historica, a partir de 1826, a
Collection de documents indits sur l'histoire de France, em 1835, os Monumenta historiae
patriae italianos, em 1836, seguidos dos Documenti di storia italiana, em 1867.75 Do
mesmo modo, poderamos repensar as iniciativas de publicao de documentos efetuadas pelo
Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro e pelos institutos histricos regionais, como o
Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina.
Clia Costa entendeu que a atuao do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro
no levantamento e coleta de documentos colaborou para fragilizar o Arquivo Pblico imperial
(futuro Arquivo Nacional), tornando-o mero lugar de memria do prprio Estado.76 Mas
no seriam os arquivos pblicos, em cada instncia do Estado, e em funo de acumularem
documentos produzidos por essas mesmas instncias, em decorrncia de suas atividades, seus
lugares de memria por excelncia? No permitiriam eles o acesso a outras memrias
apenas de forma enviesada, em leituras a contrapelo, e somente na medida em que os registros
contemplem tambm as relaes que os governos estabelecem com variados sujeitos sociais?
Por outro lado, a mesma autora destacou que o Arquivo Pblico imperial - cuja existncia
estava prevista na Constituio de 1824, tendo sido criado somente em 1838 - restringia o
acesso aos seus documentos pblicos burocracia do Estado, perpetuando a poltica de sigilo
oficial dos tempos coloniais.77 certo, porm, que a subordinao do acesso lgica do
segredo de Estado no era algo presente apenas no Estado brasileiro de ento, como atestam
os exemplos anteriores, relativos Alemanha e Frana do sculo XIX.
74
Ibidem, p.250; SILVA, Armando Malheiro da, et al. op.cit., p.102. GALLAND, Bruno. Conserver pour
lhistoire: une nouvelle dimension pour les Archives Nationales de France. [Convegno Archivi e storia
nellEuropa
del
XIX
secolo,
Archivio
di
Stato
di
Firenze].
Disponvel
em:
<http://www.archiviodistato.firenze.it/atti/aes/galland.pdf>. Acesso em: 8 out. 2005.
75
LE GOFF, Jacques. Histria e memria. Campinas (SP): Editora da UNICAMP, 1996. p.537-538.
76
COSTA, Clia. O Arquivo Pblico do Imprio: o legado absolutista na construo da nacionalidade. Estudos
histricos, Rio de Janeiro, v.14, n.26, 2000, p.224.
77
Ibidem, p.226.
200
O direito informao governamental foi assegurado em vrios pases a partir de ento: em 1951, na
Finlndia; em 1966, nos Estados Unidos; em 1970, na Dinamarca e Noruega; em 1978, na Frana, Holanda e
Espanha; em 1982, na Austrlia, Nova Zelndia e Canad; em 1985, na Colmbia; em 1993, na Hungria. Cabe
ressaltar que, antes mesmo da Frana, a Sucia, no bojo de preocupaes com a liberdade de imprensa, teria
garantido, em 1766, livre acesso aos documentos oficiais a todo cidado sueco. DUCHEIN, Michel. Les
obstacles l'accs, l'utilisation et au transfert de l'information contenue dans les archives: une tude
RAMP. Paris: UNESCO, 1983. p.11; JARDIM, Jos Maria. Transparncia e opacidade do Estado no Brasil:
usos e desusos da informao governamental. Niteri (RJ): Editora da UFF, 1999. p.70-71.
79
Regulamento para a Secretaria de Estado dos Negocios do Interior e da Justia. Florianpolis: Typ. da
Livraria Moderna, 1899; Regulamento para a Secretaria de Estado dos Negocios do Interior - 1900.
Florianpolis: Typ. da Republica, s.d.; Regulamento para a Secretaria Geral dos Negcios do Estado 1902. Florianpolis: Gab. Typ. de M. Callado, s.d.
201
certides, cpias autenticadas e fotocpias, mediante pagamento de custas; consulta direta sob
fiscalizao, quando motivada por questes entre partes; consulta direta autorizada pelo
Secretrio do Interior e Justia, quando motivada por fins culturais; difuso por meio de
publicao.80 Na lei h nitidamente a atribuio, aos documentos pblicos da administrao
estadual, de valores outros que no os meramente administrativos (visveis em vrias das
finalidades do Arquivo, aqui no mencionadas) ou probatrios - so atribudos,
documentao, valores culturais ou, mais propriamente, histricos. Contudo, o intervalo
entre a inteno de acesso mais amplo, contida na lei, e sua concretizao, pode ser
constatado nos relatrios da Secretaria dos Negcios do Interior e Justia apresentados ao
governador. Em relatrio de maro de 1962, por exemplo, o Secretrio esclarece que o
Arquivo, no obstante preenchido o respectivo quadro de funcionrios, teve de ser recolhido
Secretaria do Interior e Justia, por ausncia de boas condies das instalaes que lhe
haviam sido destinadas de incio.81 S em fins dos anos 1970, conforme j referido, o
Arquivo passaria a funcionar, efetivamente, como instituio aberta pesquisa.82
Ou, conforme o texto da lei, no que se refere s finalidades do rgo: facilitar, por todos os meios, as
consultas pelas partes interessadas, em recinto apropriado, sob fiscalizao e mediante o pagamento dos devidos
emolumentos (Art. 2o., inciso III); fornecer certides, cpias autenticadas e fotocpias a quem as requerer, de
qualquer documento existente no Arquivo, mediante o pagamento das devidas custas (Art. 2o., inciso IV);
publicar, quando for possvel, os documentos que possam contribuir para vulgarizao cultural, sobre assunto
histrico, relacionado com a evoluo poltica de Santa Catarina (Art. 2o., inciso V). Determinava ainda a lei
que teria ingresso franqueado no Arquivo a pessoa que, para elaborao de obra de divulgao cultural e
histrica de Santa Catarina, o requeresse ao Secretrio do Interior e Justia, com o fim de realizar pesquisas e
estudos na documentao ali existente (Art. 4o.).
81
Relatrio da Secretaria do Interior e Justia, referente ao exerccio de 1961, apresentado pelo Secretrio
Paulo Macarini ao governador do Estado Celso Ramos. Florianpolis, maro de 1962; datilografado. Acervo
do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina (Relatrios de rgos diversos, I.J., r, 1961, 38-4, cx.114).
82
Essa tambm a viso de Walter Piazza. Ver: PIAZZA, Walter Fernando. Arquivo Pblico: retrospectiva e
prospectiva. In: Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina - 30 anos (1960-1990). Florianpolis:
Secretaria de Estado da Administrao, 1990. p.8.
202
da instituio.
Parte II
Captulo 3
Arquivos pblicos municipais:
entre a memria-culto e a memria-direito
Sendo um dos alvos principais das aes que visaram conformar o campo
arquivstico em Santa Catarina (sobretudo a partir da dcada de 1980, com a atuao do
Arquivo Pblico do Estado), os arquivos pblicos municipais catarinenses tiveram sua
trajetria de institucionalizao marcada pela identificao com questes pertinentes
memria (no sentido de memria coletiva ou social). Mais precisamente, caracterizaram-se
por um movimento pendular entre a memria identificada com o culto ao passado e a
memria como direito contemplado no exerccio da cidadania.
A este respeito, a anlise da legislao de criao de tais instituies apresenta
especial interesse, sobretudo se tentarmos estabelecer as conexes que os textos legais
guardaram entre si, os elos que mantiveram com leis estaduais e federais correlatas e,
simultaneamente, suas relaes com debates, prticas e aes que incidiram sobre o campo
arquivstico, dentro e fora do estado de Santa Catarina. Tal anlise certamente poderia ganhar
aprofundamento com o estudo pontual do contexto de produo dessas leis e decretos, no
mbito de cada municpio o jogo de foras em causa, os debates ento encaminhados etc.
Afinal, toda lei ou decreto costuma ser fruto de negociaes entre a esfera do Executivo e do
Legislativo, bem como entre segmentos da sociedade civil e setores da administrao pblica.
No entanto, consideraes desse tipo ampliariam em muito o escopo do presente trabalho, e
no sero aqui contempladas.
Pelos dados apurados na pesquisa, 25 foram os municpios catarinenses que
formalizaram, por meio de legislao, a existncia de uma instncia administrativa
responsvel pelos documentos produzidos pela administrao pblica municipal.1 Esto sendo
considerados, nesse cmputo, os arquivos efetivamente criados na esfera pblica. O Museu e
Arquivo Histrico do Vale do Itaja-Mirim (conhecido como Casa de Brusque), por
1
204
exemplo, no foi aqui includo, embora abrigue documentao pblica: mantido, desde ao
menos 1971, por entidade particular, a Sociedade Amigos de Brusque (criada em 1953 por
Ayres Gevaerd).2 Tambm foi excludo o Museu Thiago de Castro, em Lages, apesar de
dispor, igualmente, de documentos pblicos referentes ao municpio (trata-se de instituio
privada, mantida pelos familiares de Danilo Thiago de Castro, seu idealizador).3
Os primeiros arquivos pblicos municipais criados por lei foram os de Jaragu do
Sul (1971), Joinville e Blumenau (1972) e Itaja (1976). Com exceo dos arquivos
municipais de So Bento do Sul e Indaial, criados respectivamente em 1983 e 1986, os
demais surgiram a partir de 1988: Ipumirim (1988), Itaipolis, Campos Novos e Porto Unio
(1989), Tubaro (1990), Concrdia (1991), Pinheiro Preto, Biguau e So Jos (1992),
Chapec e Balnerio Cambori (1993), Florianpolis e Rio do Sul (1994), Serra Alta (1995),
Canoinhas (1997), Nova Erechim, Cricima e Ibirama (1998), Capivari de Baixo (2003).4
Em termos geogrficos, tais arquivos municipais podem ser localizados em cinco
reas de distribuio: uma longa faixa ao norte (Joinville, Jaragu do Sul, So Bento do Sul,
Itaipolis, Canoinhas e Porto Unio); uma rea que segue do litoral para o vale do Itaja
(Balnerio Cambori, Itaja, Blumenau, Indaial, Ibirama e Rio do Sul); uma faixa que se
estende do meio-oeste para o oeste do Estado (Campos Novos, Pinheiro Preto, Concrdia,
Ipumirim, Chapec, Nova Erechim e Serra Alta); na rea litornea, um pequeno ncleo na
Grande Florianpolis (Florianpolis, So Jos e Biguau); ao sul, um ncleo tambm
integrado por apenas trs arquivos (Tubaro, Cricima e Capivari de Baixo).
Ver: NUNES, Neusa Rosane D., TERTITCHNIJ, Maria Tereza (orgs.). Guia dos arquivos municipais.
Florianpolis: Arquivo Pblico do Estado, 1992, p.23; STEIN, Letcia L. K. Histria e lingstica de uma cidade
[sobre Brusque]. Revista Voz das Letras [Universidade do Contestado], Concrdia (SC), n.2, 1. sem. 2005.
Disponvel em: <http://www.nead.uncnet.br/2004/revistas/letras/2/4.pdf >. Acesso em: 12 fev. 2006.
3
Informao disponvel em: <http://www.cidadelages.com.br/cidade/pontos_turisticos.php>. Acesso em: 29 out.
2005.
4
Maria Lourdes Blatt Ohira e Priscila Martinez apontam datas distintas para a institucionalizao dos arquivos
de So Bento do Sul, Cricima, Balnerio Cambori e Indaial, que teriam sido criados, respectivamente, em
1971, 1983, 1992 e 1994. No caso dos trs primeiros arquivos, entretanto, os instrumentos legais de criao
identificados pelas prprias autoras so posteriores a tais datas e coincidem com aqueles mencionados no
Apndice II-18. Cf.: OHIRA, M. L. B., MARTINEZ, P. A. Acessibilidade aos documentos nos arquivos
pblicos municipais do Estado de Santa Catarina Brasil. 1. Integrar: Congresso Internacional de Arquivos,
Bibliotecas, Centros de documentao e Museus: textos. So Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002. p. 344.
205
Por contencioso arquivstico entende-se situao de conflito de jurisdio arquivstica, sendo a jurisdio
arquivstica, por sua vez, competncia legalmente atribuda a uma instituio quanto entrada, custdia,
propriedade, transferncia, eliminao e recolhimento de arquivos. BELLOTTO, Helosa L., CAMARGO, Ana
Maria de Almeida (coord.). Dicionrio de Terminologia Arquivstica. So Paulo: AAB-SP, 1996.
206
culturais
articuladas
folclore,
perspectiva
no
meramente
O estatuto da Fundao Gensio Miranda Lins foi aprovado pelo Decreto municipal [Itaja] n. 1.543, de 27 de
janeiro de 1977. Note-se, contudo, que a Fundao Gensio Miranda Lins era ento identificada como pessoa
jurdica de direito pblico, com funo tcnica desvinculada da Administrao Municipal e com a finalidade
exclusivamente cultural. (Lei municipal [Itaja] n. 1.515, de 1 de dezembro de 1976, Art. 1.). A Fundao
Casa Dr. Blumenau estava claramente vinculada administrao municipal: o Art. 22 de seu estatuto previa
que a Fundao manteria com a Prefeitura relaes de coordenao, devendo operar de tal sorte que no haja
duplicidade de programas ou paralelismo de atividades entre as duas entidades. (Decreto municipal [Blumenau]
n. 221, de 20 jun. 1972).
7
Lei municipal [Blumenau] n. 1.835, de 7 de abril de 1972, Art. 2.; Decreto municipal [Itaja] n. 1.543 de 27
de janeiro de 1977, Art. 3. Grifos meus.
207
o trecho do texto legal que dispe sobre a possibilidade do Arquivo de Joinville coletar
documentos dos demais municpios da Regio geo-econmica da qual Joinville forma o
centro: o objetivo seria transform-lo em um centro de pesquisas histricas para toda a
Regio Norte-Nordeste do Estado de Santa Catarina. Com isso, entendia-se dar cumprimento
ao
desideratum que inspirou o Compromisso de Braslia, quando
recomenda que o culto do Passado o elemento bsico para a formao da
conscincia nacional e ainda aponta o interesse de se transmitir s novas
geraes e conscincias o interesse do [sic] ambiente histrico-cultural.8
Lei municipal n.1.182 [Joinville], 20 de maro de 1972, Art. 7., pargrafo nico. No caso de So Bento do
Sul, o texto sofreu pequenas alteraes: alm da substituio das referncias a Joinville por So Bento do Sul,
projetou-se o arquivo como centro de pesquisas histricas para toda a Regio Norte do Estado de Santa
Catarina (Decreto municipal [So Bento do Sul] n. 246, de 1 de abril de 1985, Art. 11, pargrafo nico). O
culto ao passado e ao antigo seria revelado, de forma mais prosaica, nas atividades ento previstas para a
Associao do Arquivo de So Bento do Sul, entre elas: auxiliar na publicao do jornalzinho O Passado;
preparar encontros de pessoas idosas com o intuito de faz-las falar do passado; lembrar os aniversrios das
pessoas idosas, mandando-lhes um carto e flores; visitar periodicamente estas pessoas. (Art. 7.)
9
Compromisso de Braslia. In: Cartas patrimoniais. Braslia: Ministrio da Cultura, IPHAN, 1995. p.166.
Nenhum representante de outra unidade da federao foi explicitamente mencionado no documento.
208
Assim, o encontro fixou, em seu documento final, ser competncia dos estados e
municpios, com a orientao tcnica da DPHAN, a proteo dos bens culturais de valor
regional (item 2). O mesmo documento, em seu item 9, entendeu ser o culto do passado
elemento bsico da formao da conscincia nacional (passagem citada na lei de criao do
Arquivo de Joinville). Quanto aos arquivos, recomendou, no item 11, a defesa de seu acervo,
de modo a ser evitada a destruio de documentos, ou tendo por fim preserv-los
convenientemente, sendo para isso aprecivel a colaborao do Arquivo Nacional com as
congneres reparties estaduais e municipais.
Dois pontos do Compromisso so ainda significativos, no que tange s possveis
influncias nas polticas culturais catarinenses. No item 10, entende-se caber s
universidades o entrosamento com bibliotecas e arquivos pblicos nacionais, estaduais,
municipais, bem assim os arquivos eclesisticos e de instituies de alta cultura,
incentivando a pesquisa quanto melhor elucidao do passado e avaliao de inventrios
dos bens regionais cuja defesa se propugna. No item 20, recomenda-se utilizao
preferencial, para casas de cultura ou reparties de atividades culturais, dos imveis de valor
histrico e artstico cuja proteo incumbe ao poder pblico.11 Ecos da valorizao do papel
10
11
Ibidem, p.167.
Ibidem, p.163-165.
209
12
Compromisso de Salvador. In: Cartas patrimoniais, op.cit., p.173 (respectivamente itens 16 e 19).
Programa da poltica de assistncia cultural do Departamento de Cultura da Secretaria de Governo do Estado
de Santa Catarina. In: CABRAL, Oswaldo R., et al. Povo e tradio em Santa Catarina. Florianpolis:
EDEME, [1971]. (Realidade Catarinense) p.128. Teriam contribudo significativamente para a elaborao do
programa Jali Meirinho, Theobaldo Costa Jamund e Augusto N. Souza, poca diretores de diviso do
Departamento de Cultura (p.120).
13
210
Corra assinalava, tambm, aspectos que coincidiam com algumas das linhasmestras da historiografia catarinense ligada ao IHGSC (entidade qual seria admitido como
scio efetivo em 1973): de um lado, a perspectiva cvico-patritica; de outro, a defesa da
pesquisa histrica fundamentada em documentao (sobretudo arquivstica). Considerou:
[...] o centro-oeste catarinense, principalmente, alm de outras regies,
mostra provas da no-utilizao de seus arquivos pela falta ou pela
inexistncia de uma sria pesquisa histrica, no s com o objetivo de
desenvolver o amor pela prpria terra, atravs de exemplos de homens que
por ela passaram, mas principalmente encontrar os verdadeiros alicerces
culturais e as relaes existentes entre Santa Catarina e os Estados vizinhos.
Assim, como elemento importante dos objetivos da programao cultural,
devem ser includos direta ou indiretamente processos incentivadores
pesquisa histrica atravs da documentao municipal.14
14
Citaes extradas de: CORRA, Carlos Humberto. A problemtica da difuso e do planejamento cultural em
Santa Catarina. In: CABRAL, Oswaldo R., et al. Povo e tradio..., op.cit., respectivamente p.116 e 117.
15
Decreto municipal [Itaja] n. 1.543, de 27 de janeiro de 1977, Art. 3. Grifos meus.
211
16
212
Joinville: mapas, leis, jornais, monografias, textos literrios, cartes postais, filmes, registros
fotogrficos... Enfim,
[...] qualquer documento, em qualquer lngua, de qualquer poca de sua
Histria, impresso, manuscrito, fotocopiado ou filmado, que sirvam [sic]
para elucidar qualquer fato ocorrido em qualquer poca de sua Histria, ou
tambm dos fatos que conduziram sua Fundao.18
18
Lei municipal [Joinville] n. 1.182, de 20 de maro de 1972, Art. 7. O mesmo artigo, com pequenas
alteraes, aparece no decreto de So Bento do Sul anteriormente referido (Art. 11); a maior parte dos
documentos que aparecem na lei de Joinville tambm referida nesse decreto.
19
No foram esquecidos, por exemplo, listas telefnicas (Lei municipal [Joinville] n. 1.182, de 20 de maro de
1972, Art. 3., inciso XVII), selos e estampas relativos a festas e eventos comemorativos (mesmo artigo, inciso
XXI), manifestos e panfletos, de carter poltico ou no (Art. 4. , inciso II).
20
Ibidem, Art. 3., inciso III e Art. 4., inciso III. No Decreto municipal [So Bento do Sul] n. 246, de 1. de
abril de 1985, a Guerra do Paraguai foi excluda, mas includa a Primeira Guerra Mundial (Art. 4., inciso XVI).
21
Lei municipal [Joinville] n. 1.182, de 20 de maro de 1972, Art. 5. Ainda uma vez, vale salientar a emulao,
por parte de So Bento do Sul: seu Arquivo municpio aceitaria tambm, para guarda e conservao,
documentos ligados s famlias tradicionais sobentenses, de qualquer origem [...] reunindo dessa forma uma
documentao histrica, a mais completa possvel, sobre as famlias e os vultos mais notveis do passado de So
Bento do Sul, seja no setor administrativo, econmico e tambm cultural (Decreto municipal [So Bento do Sul]
n. 246, de 1 de abril de 1985, Art.5. Grifos meus).
213
J aberto consulta pblica, portanto, no incio dos anos 1950, no final daquela
mesma dcada o Arquivo de Blumenau sofreria um revs que marcaria indelevelmente toda a
sua trajetria posterior: em fins de 1958, incndio destruiu a documentao, alm de parte do
edifcio da Prefeitura Municipal (onde tambm estava abrigado o Frum). Segundo relatrio
do prefeito municipal:
22
214
Aps o incndio, parte do contedo dos materiais originais foi recuperada a partir
de cpias anteriormente feitas por pesquisadores, como Jos Ferreira da Silva e Oswaldo
Cabral, ganhando divulgao por meio do peridico Blumenau em Cadernos.24
Ainda quanto aos arquivos municipais institucionalizados na dcada de 1970,
cabe destacar que o decreto que regulamenta o Arquivo de So Bento do Sul, em tantos
pontos assemelhado lei de criao do Arquivo de Joinville, apresenta, contudo, aspectos
peculiares, e que parecem assinalar, por assim dizer, a transio para um outro momento das
discusses que, no pas, envolveram os arquivos. Elaborado em 1985, o decreto de So Bento
do Sul antecipa em parte o Decreto estadual n. 1.444, de 23 de maro de 1988. Assim:
Quadro 1
Similaridades entre o Decreto municipal (So Bento do Sul) n. 246/1985
e o Decreto estadual n. 1.444/1988
Decreto municipal (So Bento do Sul)
n. 246, de 01/04/1985
23
Relatrio dos negcios administrativos do Municpio de Blumenau referente ao ano de 1958, apresentado
Cmara Municipal pelo Prefeito Frederico Guilherme Busch Jnior. Blumenau (SC): Tipografia e Livraria
Blumenauense, s.d. p.7.
24
Relatrio apresentado por Jos Ferreira da Silva ao Prefeito Municipal [de Blumenau], Dr. Carlos
Zadrozny, sobre os setores culturais do governo municipal, 20 de janeiro de 1966. Cpia carbono,
datilografada. Acervo: Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva. s.p. Tambm: Blumenau em Cadernos,
Blumenau (SC): t.I, n.11, nov.1958, p.214-217; t.I, n.12, dez. 1958, p.221; t. II, n.8, ago.1959, p.155. No
Blumenau em Cadernos de agosto de 1959, Frederico Kilian informou: Por um feliz acaso, achamos entre os
escombros e cinzas do prdio do Frum e Arquivo de Blumenau, destrudos pelo incndio do dia 8 de
novembro de 1958, e salvamos, vrios livros de atas da Cmara de Blumenau, que, embora carbonizados nas
partes externas e nas margens, ainda permitem leitura, em grande parte, das atas neles lavradas. (p.155).
215
Como j referido (Parte II, Captulo 1), foi provavelmente o projeto de lei sobre a
poltica nacional de arquivos elaborado na dcada de 1980 (que daria origem Lei federal n.
8.159/1991) a matriz do decreto estadual de 1988. O mesmo teria ocorrido, ao que tudo
indica, no caso do decreto sobentense. Cabe descartar, como possveis referncias, os
decretos federais referentes ao Sistema de Servios Gerais dos rgos civis da administrao
federal e ao Sistema Nacional de Arquivos (SINAR)25: neles h apenas dispositivos relativos
ao funcionamento dos sistemas e articulao entre seus rgos, no havendo preocupao
em conceituar arquivos, estabelecer deveres do Poder Pblico em relao a eles ou, ainda,
dispor sobre a guarda e eliminao de documentos pblicos. Um outro modelo possvel seria
o projeto Arquivos, elaborado no mbito da Associao Brasileira de Normas Tcnicas, em
1982, e que teria tido ampla circulao no meio arquivstico brasileiro.26 Mais provvel,
porm, como base, mesmo o Projeto de Lei n.4.895-A/84, relativo a uma poltica nacional
25
216
COSTA, Clia Maria Leite, FRAIZ, Priscila Moraes V. Acesso informao nos arquivos brasileiros.
Estudos histricos, Rio de Janeiro, v.2, n.3, 1989, esp. p. 69-70.
28
Ver, a este respeito, na lei federal de 1991: dever do poder pblico a gesto documental e a proteo
especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio administrao, cultura e ao desenvolvimento
cientfico e como elemento de prova e informao. (Art. 1); Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei,
os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por rgos pblicos, instituies de carter pblico e
entidades privadas, em decorrncia de exerccio de atividades especficas, bem como por uma pessoa fsica,
qualquer que seja o suporte da informao ou a natureza dos documentos. (Art.2.); Os documentos de valor
permanente so inalienveis e imprescritveis. (Art. 10); Ficar sujeito responsabilidade penal, civil e
administrativa, na forma da legislao em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor
permanente ou considerados de interesse pblico e social. (Art. 25). O texto completo da lei est disponvel,
entre outras publicaes, em: JARDIM, Jos Maria. Transparncia e opacidade do Estado no Brasil: usos e
desusos da informao governamental. Niteri (RJ): Editora da Universidade Federal Fluminense, 1999. p.217221.
29
A subordinao administrativa no explicitada no caso do Arquivo de So Bento do Sul. Ver Apndice II-19.
217
Ver Apndice II-19. O Decreto municipal [Concrdia] n. 2.892, de 19 de dezembro de 1991, previa a
existncia de um Arquivo Central do Municpio, sendo que a Secretaria de Administrao, por intermdio da
Coordenadoria de Documentao e Publicaes, definiria as diretrizes da poltica arquivstica do Municpio.
(Art.18). A mesma incumbncia, por intermdio de Coordenadoria similar, caberia Secretaria de
Administrao de So Jos (Lei municipal n. 2.436, de 10 de dezembro de 1992, Art. 22). A meno a uma
Coordenadoria de Documentao e Publicaes aponta que, nos dois casos, o decreto estadual de 1988 serviu
como referncia.
31
Ver Apndice II-20.
32
Ver Apndice II-20. Na legislao em causa, a rea da cultura, quando no mbito das secretarias, geralmente
estava integrada de educao e de esportes.
33
Ver Apndice II-20. Em Canoinhas, a lei apenas cria o arquivo, ficando prevista regulamentao pelo
Executivo Municipal (Lei municipal n. 2.903, de 22 de outubro de 1997, Art.2.).
34
Lei municipal [Chapec] n. 3.536, de 10 de agosto de 1993 (Art. 3o,, pargrafo nico); Lei municipal [Serra
Alta] n. 314, de 25 de outubro de 1995 (Art. 3o,, pargrafo nico); Lei municipal [Nova Erechim] n. 890, de 10
de maro de 1998 (Arts. 1. e 3.).
218
Textos legais
219
Obs.:
* O Arquivo Pblico e Histrico de Itaipolis estava subordinado ao Executivo Municipal.
** Na lei de criao do Arquivo Pblico Municipal de Ibirama, o texto sofre pequena alterao na
aluso s doaes, referidas a documentos de entes jurdicos ou de pessoas fsicas, cujo teor contribua
para o resgate da histria do Municpio.
Esse compromisso tambm est na lei que criou o Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis (Lei
municipal [Florianpolis] n. 4.491, de 14 de setembro de 1994, Art. 5.). O texto da lei referente composio
do acervo rigorosamente o mesmo presente na lei de criao do Arquivo de Cricima, de 1998. O Arquivo de
Florianpolis, porm, estava vinculado Secretaria Municipal de Administrao.
220
Quadro 3
Composio dos acervos dos arquivos municipais catarinenses, segundo a legislao
posterior a 1988: arquivos entre as esferas cultural e administrativa
Composio do acervo de cada arquivo municipal
Textos legais
Acervo composto pelo conjunto de documentos produzidos Lei municipal [Chapec] n. 3.536, de
ou recebidos por instituies governamentais de mbito
10 de agosto de 1993 (Art. 2o).
municipal, em decorrncia de suas funes administrativas,
Lei municipal [Serra Alta] n. 314, de
legislativas e, no que couber, judicirias.
25 de outubro de 1995 (Art. 2o.).
Lei municipal [Nova Erechim] n. 890,
de 10 de maro de 1998 (Art. 2o.).
221
39
Lei municipal [Serra Alta] n. 314, de 25 de outubro de 1995 (Art. 12); Lei municipal [Nova Erechim] n.
890, de 10 de maro de 1998 (Art. 10).
40
O Arquivo de Capivari de Baixo, diretamente vinculado ao Gabinete do Prefeito, teria, entre suas
competncias, localizar, recolher, reunir, recuperar, organizar e preservar documentao pblica e particular em
geral, centralizando-a a fim de que possa ser utilizada, pesquisada e divulgada por qualquer forma, com o
objetivo de resguardar a memria do municpio e de sua gente. Lei municipal [Capivari de Baixo] n.892, de 1
de julho de 2003 (Art. 2., item a). Nesse aspecto, a lei de Capivari de Baixo bastante prxima das de
Itaipolis, Tubaro e Rio do Sul.
41
Lei municipal [Jaragu do Sul] n. 1.464, de 10 de maio de 1991 (Art. 8o.).
222
Caberia ao Arquivo desenvolver poltica de gesto de documentos adequados [sic] realidade municipal [e]
compatvel com todas as necessidades de agilizao da informao e eficincia administrativa; promover a
integrao das diferentes fases do ciclo de vida dos documentos; assegurar condies de conservao, proteo
e acesso ao patrimnio documental. Lei municipal [Balnerio Cambori] n. 1.293, de 29 de novembro de 1993
(Art. 2o.).
43
Arquivo Histrico de Jaragu do Sul; Arquivo Histrico Municipal de Joinville; Arquivo Histrico do
Municpio de Blumenau (mais tarde Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva); Arquivo Histrico do Municpio
de Itaja; Arquivo Histrico Municipal de So Bento do Sul; Arquivo Histrico do Municpio de Indaial (mais
tarde Arquivo Histrico Municipal Theobaldo Costa Jamund); Arquivo Histrico Municipal Ipumirense;
Arquivo Pblico e Histrico de Itaipolis; Arquivo Histrico de Campos Novos; Arquivo Pblico e Histrico de
Porto Unio; Arquivo Pblico e Histrico de Tubaro; Arquivo Histrico de Concrdia; Arquivo Histrico
Municipal de Pinheiro Preto; Arquivo Histrico Municipal de Biguau; Arquivo Histrico de So Jos; Arquivo
Histrico do Municpio de Balnerio Cambori; Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis (mais tarde
Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis Professor Osvaldo Rodrigues Cabral); Arquivo Pblico
Histrico de Rio do Sul; Arquivo Histrico de Canoinhas; Arquivo Histrico do Municpio de Cricima;
Arquivo Pblico e Histrico do Municpio de Capivari de Baixo. As excees: Arquivo Pblico Municipal de
Chapec; Arquivo Pblico Municipal de Serra Alta; Arquivo Pblico Municipal de Nova Erechim; Arquivo
Pblico Municipal de Ibirama.
44
Lei municipal [Ibirama] n. 2.031, de 18 de dezembro de 1998 (Arts. 3. e 4.). Pelos critrios da Arquivstica
contempornea, a punio seria cabvel se os documentos no tivessem sido adequadamente avaliados ou se
fossem considerados de carter permanente.
223
registrou
preocupao
em
articul-los
documentao
produzida
Na rea de arquivos, a teoria das trs idades entende que os documentos de um conjunto documental
arquivstico vivem momentos diferentes, de acordo com os valores primrios e secundrios neles percebidos.
Tais valores no s podem ser diferentes, ao longo do tempo, como variar de intensidade. No caso de arquivos
institucionais, quando os valores primrios (ou seja, diretamente ligados s razes de produo dos documentos)
so entendidos como altos, os documentos em geral mantm sua vigncia e possuem consulta freqente, por isso
permanecendo prximos aos rgos de origem (considera-se estarem na fase corrente). Os valores primrios e
secundrios (isto , aqueles agregados aos primrios) determinaro o tempo durante o qual os documentos sero
conservados: reduzidos ou findos os valores primrios, os valores secundrios podero garantir a guarda dos
documentos, quer temporariamente (nos arquivos intermedirios) quer definitivamente (nos arquivos
permanentes). Note-se que as trs fases do ciclo documental esto referidas na Lei federal n. 8.159/91, Art. 8.
46
A gesto documental, a rigor, engloba a avaliao, alm de outros procedimentos tcnicos: seria um conjunto
de medidas e rotinas visando racionalizao e eficincia na criao, tramitao, classificao, uso primrio e
avaliao de arquivos. BELLOTTO, Helosa L., CAMARGO, Ana Maria de Almeida (coord.). Dicionrio de
Terminologia Arquivstica. op.cit..
47
Decreto municipal [Concrdia] n. 2.892, de 19 de dezembro de 1991 (Arts. 3. , 4., 17). O Arquivo Histrico
de Concrdia seria criado no Arquivo Central em 1996 - Decreto municipal [Concrdia] n. 3.779, de 28 de
novembro de 1996 (Art. 1.).
48
Lei municipal [So Jos] n. 2.436, de 10 de dezembro de 1992 (Art. 8).
49
Lei municipal [Pinheiro Preto] n. 623, de 20 de maio de 1992 (Art. 1, 1.); Lei municipal [Biguau] n. 714,
de 22 de maio de 1992 (Art. 1., 1); Lei municipal [Chapec] n. 3.536, de 10 de agosto de 1993; Lei
municipal [Serra Alta] n. 314, de 25 de outubro de 1995; Lei municipal [Nova Erechim] n. 890, de 10 de maro
de 1998. Em cada municpio, a funo do arquivo intermedirio seria receber a documentao municipal
futuramente abrigada (em parte) no arquivo permanente. Sutilezas das discusses arquivsticas escaparam a
certos legisladores, e a redao das leis s vezes torna imprecisos, ambgos ou inadequados alguns dispositivos.
Em Chapec, estabeleceu-se que o Arquivo Pblico Municipal reuniria documentos municipais do Executivo, do
Legislativo e, no que coubesse, do Judicirio (Art. 2.), mas tambm que seria composto por arquivo corrente,
intermedirio e permanente (Art. 4.); a redao do Art. 4. sugere referncia aos documentos acumulados pelo
prprio Arquivo, em decorrncia de suas funes, e no ao conjunto de documentos municipais. O mesmo
problema est presente nas leis de Serra Alta e Nova Erechim.
224
produtor a
apreciao de outros
profissionais.53
As comisses
Tanto na lei relativa a Pinheiro Preto (Art. 5.) como na relativa a Biguau (Art. 5.), seria o arquivo
permanente o responsvel pela elaborao de tabela de temporalidade (ou seja, pelo instrumento que definiria
prazos de guarda - temporria ou definitiva - e eliminao dos documentos, bem como mecanismos de
reproduo e eventuais restries de acesso).
51
Lei municipal [Florianpolis] n. 4.491, de 14 de setembro de 1994; Lei municipal [Cricima] n. 3.670, de 11
de setembro de 1998 (Art. 9.).
52
MACHADO, Helena Corra. Contribuio ao estabelecimento de critrios para avaliao de documentos de
arquivo. In: CASTILHO, Ataliba Teixeira de (org.). A sistematizao de arquivos pblicos. Campinas (SP):
Editora da UNICAMP, 1991. p.75. O texto de Helena Corra Machado circulara, desde 1988, em forma de
apostila de aula (cpia eletrosttica a partir de original datilografado). Praticamente a mesma composio da
equipe interdisciplinar adotada em publicao tcnica posterior, promovida pelo Arquivo Nacional:
INDOLFO, Ana Celeste et al. Gesto de documentos: conceitos e procedimentos bsicos. Rio de Janeiro:
Arquivo Nacional, 1995. p.19.
53
INOJOSA, Rose Marie. Tabelas de temporalidade. In: CASTILHO, Ataliba Teixeira de (org.). A
sistematizao..., op.cit., p.91.
54
Lei municipal [Jaragu do Sul] n. 1.464, de 10 de maio de 1991 (Art. 8., 2).
225
55
Segundo Helena Corra Machado, a avaliao de documentos de arquivo deveria ter como resultados:
reduo, ao essencial, da massa documental dos arquivos; aumento do ndice de recuperao da informao;
garantia de condies de conservao da documentao de valor permanente; orientao para normalizar o
processo de produo documental, bem como no emprego de suportes adequados para o registro de informao;
conquista de espao fsico e reduo de peso; melhor aproveitamento de recursos (pessoal e material),
valorizao dos arquivos correntes. MACHADO, Helena Corra. op.cit., p.71.
56
Pela Resoluo n. 5 (CONARQ), de 30 de setembro de 1996, os editais para eliminao de documentos, uma
vez publicados, deveriam aguardar de 30 a 45 dias para aplicao, prazo dado para possveis manifestaes ou
para possibilitar s partes interessadas requererem, a suas expensas, o desentranhamento de documentos ou
cpias de peas de processos. (Art. 2.). A publicidade de editais de cincia de eliminao de documentos
tambm foi prevista na Resoluo n. 7 (CONARQ), de 20 de maio de 1997 (Art. 5.). Cf.: BERNARDES, Ieda
Pimenta. Como avaliar documentos de arquivo. So Paulo: Associao de Arquivistas Brasileiros Ncleo
Regional de So Paulo, Arquivo do Estado, 1998. (Projeto Como fazer, 1). p.84-87.
226
avaliao documental, bem como a um Arquivo Intermedirio (ento criado)57, remetem tanto
aos decretos que, em Florianpolis, buscaram implantar uma poltica de gesto documental no
municpio58, como provvel matriz de todos esses textos legais a saber, o Decreto
municipal n. 29.745/1991 que, em So Paulo, estabeleceu normas de avaliao e destinao
para os documentos pblicos municipais (ver Parte II, Captulo 1).
Em Florianpolis, a coordenao das atividades arquivsticas em mbito
municipal foi claramente concebida de forma sistmica: objetivava-se a implantao de um
Sistema nico de Arquivos Municipais, e os esforos neste sentido seriam, no entender do
ento prefeito, Srgio Grando, uma conquista no direito da cidadania plena.59 Concrdia,
por sua vez, transpondo para a realidade municipal o Decreto estadual n. 1.444/1988,
concebeu, em 1991, um Subsistema Municipal de Arquivos, que teria como rgo central
(com funo de coordenao) a Coordenadoria de Documentao e Publicaes, apoiada pela
Comisso Municipal de Arquivos (rgo consultivo e de assessoramento tcnico).60
Com ou sem sistema de arquivos, com ou sem avaliao de documentos, o certo
que a legislao referente aos arquivos municipais catarinenses buscou garantir o acesso dos
cidados documentao pblica. Acesso nem sempre livre, nem sempre amplo, nem sempre
gratuito: restries foram feitas, conforme a categoria dos documentos ou o perfil do usurio.
A documentao de carter sigiloso foi objeto de ressalvas: em Jaragu do Sul,
embora a consulta aos documentos reservados pudesse ser autorizada pelo diretor do Arquivo,
as razes do interesse deveriam ser explicadas curiosamente, no pelo prprio interessado,
mas pelo responsvel pela instituio qual pertencesse o pesquisador (supondo-se,
portanto, um pesquisador acadmico ou profissional).61 Em Concrdia, So Jos, Chapec,
Serra Alta e Nova Erechim previa-se o direito de livre acesso e pesquisa com referncia a
documentos de arquivos permanentes, enquanto que tambm anunciavam-se normas para
consulta a documentos sigilosos ou que, por sua natureza e condies, impusessem
57
Lei municipal [Itaja] n.3.343, de 27 de novembro de 1998 (Arts. 5., 9., 13 e 14).
Aps a lei de criao do Arquivo de Florianpolis, os decretos municipais n. 622/1995 e n. 623/1995. Cf.:
PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANPOLIS. Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis. Plano
de destinao e implantao da Poltica de Gesto e Administrao da Documentao Municipal: para
entendimento da Poltica de Gesto e Administrao da Documentao Pblica - desde a produo at o destino
final. Florianpolis: 1995. Sobre a questo, ver tambm Parte III, Captulo 3.
59
GRANDO, Srgio. Apresentao. In: PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANPOLIS. Arquivo
Histrico do Municpio de Florianpolis. Plano de destinao..., op.cit. Srgio Grando foi candidato eleito pela
coligao Frente Popular, tendo governado a capital entre 1993 e 1996.
60
Decreto municipal [Concrdia] n. 2.892, de 19 de dezembro de 1991 (Arts. 11 e 12).
61
Lei municipal [Jaragu do Sul] n. 1.464, de 10 de maio de 1991 (Art. 8., 5., alnea b).
58
227
Decreto municipal [Concrdia] n. 2.892, de 19 de dezembro de 1991 (Art. 5.); Lei municipal [So Jos] n.
2.436, de 10 de dezembro de 1992 (Art. 9.); Lei municipal [Chapec] n. 3.536, de 10 de agosto de 1993 (Art.
6.); Lei municipal [Serra Alta] n. 314, de 25 de outubro de 1995 (Art. 6.); Lei municipal [Nova Erechim] n.
890, de 10 de maro de 1998 (Art. 6.). Ao invs de sigilosos, as leis de Chapec, Serra Alta e Nova Erechim
usam o termo especiais.
63
Lei municipal [Chapec] n. 3.536, de 10 de agosto de 1993 (Art. 8.); Lei municipal [Serra Alta] n. 314, de
25 de outubro de 1995 (Art. 8.); Lei municipal [Nova Erechim] n. 890, de 10 de maro de 1998 (Art. 8.).
228
64
229
68
MACHADO, Helena Corra; CAMARGO, Ana Maria de Almeida. Roteiro para implantao de arquivos
municipais. So Paulo: Porto Calendrio, 1996. p.16.
69
Ibidem, p.13-14. Ver tambm: CAMARGO, Ana Maria de Almeida. Metropolitan Archives in Federative
Countries: the Case of Brazil. In: ROBERTS, M.V. (ed.). Archives and the Metropolis. London: Corporation
of London, Guildhall Library Publications, 1998. p.169-170.
70
CAMARGO, Ana Maria de Almeida. Metropolitan Archives..., op.cit., p.169-170; CAMARGO, Ana Maria de
Almeida. Arquivos municipais: problemas de jurisdio. Boletim do Centro de Memria UNICAMP,
Campinas (SP), v.1, n.2, jul-dez. 1989. p.18-19.
71
Sobre a questo, ver: CAMARGO, Ana Maria de Almeida. O pblico e o privado: contribuio para o debate
em torno da caracterizao de documentos e arquivos. Arquivo: boletim histrico e informativo, So Paulo,
v,9, n.2, jul-dez. 1988, p.57-64.
72
BRESCIANI, Maria Stella. Cidade e histria. In: OLIVEIRA, Lcia Lippi (org.). Cidade: histria e desafios.
Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002. p.30.
230
cada um o historiador de si mesmo, como quis Pierre Nora73. Uma cultura da memria,
como a denominou Andras Huyssen74, verdadeira maquinaria patrimonial que, para HenriPierre Jeudy, deseja eliminar o acaso na transmisso cultural: no h espao para escolha,
tudo deve ser transmitido graas a uma operao prvia de conservao.75 Ou, ainda, o que
Michel Melot, com humor, caracterizou como alucinao da conservao absoluta da
Histria protegida.76
No toa, a prpria arquivstica foi alcanada pela onda memorialstica, com
questionamentos bastante contundentes s prticas de avaliao consolidadas a partir do
sculo XIX. Especialmente nos EUA, no Canad e na Austrlia, vrios arquivistas tm
defendido a idia de que os arquivos devem documentar os mltiplos aspectos da ordem
social. Para o canadense Terry Cook, por exemplo, no caberia apenas estudar, no processo de
avaliao, as grandes funes que condicionam a existncia das instituies e o perfil dos
conjuntos documentais arquivsticos, mas compreend-las como referenciais de processos
sociais mais amplos. Entende que o arquivista-avaliador (e certamente tem como referncia o
arquivista frente de uma instituio pblica) precisa detectar quais funes esto
pobremente documentadas nos arquivos institucionais e devem ser complementadas ou
suplementadas por manuscritos privados, outras mdias arquivsticas, projetos de histria oral
e documentao no-arquivstica [...]77.
A inteno de acentuar a relao dos arquivos com a memria, dando-lhes a
funo de documentar a sociedade (represent-la), talvez consiga torn-los gigantescos,
mas no impedir que sejam necessariamente incompletos nem eliminar a arbitrariedade das
complementaes. Pe de lado, ao mesmo tempo, a especificidade dos arquivos, e atribui ao
Estado o papel de organizador da memria social. Uma tal orientao, em relao aos
73
NORA, Pierre. Entre memria e histria: a problemtica dos lugares. Projeto Histria, So Paulo, n.10,
dez.1993. p.17.
74
HUYSSEN, Andras. Seduzidos pela memria: arquitetura, monumentos, mdia. Rio de Janeiro: Aeroplano,
2000. p.14-15.
75
JEUDY, Henri-Pierre. Espelho das cidades. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2005. p.16.
76
MELOT, Michel. Des archives consideres comme une substance hallucinogne. Traverses, Paris, v. 36,
janvier 1986, p.15.
77
COOK, Terry. Archival appraisal and collection: issues, challenges, new approaches [Special Lecture Series,
University
of
Maryland
and
NARA
Staff,
21-22
April
1999].
Disponvel
em:
<http://www.mybestdocs.com/cookt-nara-990421-2.htm>. Acesso em: 24 de maro de 2005. Para uma
abordagem crtica de tais posies, ver: MENNE-HARITZ, Angelika. Appraisal or documentation: can we
appraise archives by selecting content? The American Archivist, Chicago, v.57, 1994, p.528-542.
231
PARTE III:
PRODUZIR
233
Parte III
Captulo 1
Arquivos: depositrios de heranas
Em meio a uma atmosfera tumulturia que tudo parece querer arrastar para a
mudana, h quem persista, insista, preserve. Nas tenses entre ruptura e continuidade, teima
aquele que se coloca ao lado da permanncia. Preservar , ento, uma prova de resistncia.
No toa, vrios rgos de preservao do patrimnio cultural se intitulam de defesa: tratase de opor foras ao que lido como ameaa de destruio e perda. Nessa clave, Elly
Herkenhoff alude, em 1985, preservao de valores autnticos, preservao que
simultaneamente luta e transmisso. Mas que valores autnticos estariam em causa? De onde
falava Elly Herkenhoff? E a quem se dirigia?
O trecho que serve de epgrafe a esse captulo foi extrado de texto relativamente
longo sobre a trajetria do Arquivo Histrico de Joinville, publicado no boletim daquela
instituio. Elly Herkenhoff, joinvilense ento com 79 anos, ocupava no Arquivo de Joinville,
desde fins da dcada de 1970, o cargo de historiadora. As razes do texto ligam-se a momento
particularmente importante: a construo de um prdio prprio para o Arquivo. As
expectativas eram as melhores: tratava-se de, em breve, desocupar uma sala h muito
superlotada, que no oferecia a mnima segurana contra os mltiplos perigos, como roubo,
incndio e inundaes, e passar a moderno edifcio, seguro contra incndio e enchente.1
1
HERKENHOFF, Elly. O Arquivo Histrico de Joinville: seus tesouros suas deficincias - suas possibilidades.
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.2, n.6, set.1985, p.10. O mesmo texto foi
inserido entre os documentos da urna agregada, em 1985, s fundaes do prdio atualmente ocupado pelo
Arquivo.
234
Ibidem, p.4-9. Ressalte-se que a autora tambm menciona, embora com menor nfase, documentos
relacionados s funes da Cmara Municipal (ou a ela delegadas), a partir de 1870: livros de atas, livros
copiadores, relatrios, bem como estatsticas e listas de eleitores. Ainda, documentos de ncleos de colonizao
que antes integravam o Domnio Dona Francisca e que hoje correspondem a reas de outros municpios (como
So Bento do Sul, Guaramirim, Jaragu do Sul e Corup). Igualmente, como previa a lei de criao do Arquivo,
documentos relativos a conflitos ou revoltas que extrapolaram as fronteiras do municpio, mas dos quais
Joinville de alguma forma participou: a guerra contra o Paraguai, a chamada Revoluo Federalista, o
movimento de 1930.
235
O boletim do Arquivo Municipal de Joinville, editado entre 1983 e 1998, uma importante fonte de
informao sobre suas atividades, inclusive publicando relatrios da instituio. A publicao foi iniciada em
outubro de 1983, sendo bimestral at 1985, passando a trimestral entre 1985 e 1988; no foi editada em 1989,
sendo retomada em 1990, semestralmente, at 1992. Aps nova interrupo (o boletim no foi publicado nem em
1993 nem em 1994), teve trs nmeros (semestrais) entre 1995 e 1996; depois disso, apenas um nmero em 1998
(do qual, alis, esto completamente ausentes referncias ao Arquivo, pois trata apenas do Festival de Dana de
Joinville).
236
Esplios
Em Joinville, os relatos referentes aos documentos reunidos para custdia pelo
Arquivo Histrico pem em destaque dois personagens: Adolfo Bernardo Schneider e Carlos
Ficker.
Quanto ao primeiro, estaria muito estreitamente vinculado prpria
institucionalizao do Arquivo, em 1972.5 Assim estabeleceu (e consagrou) Apolinrio
Ternes, em cerimnia que, por ocasio dos 20 anos do Arquivo Histrico de Joinville, em
maro de 1992, homenageou Schneider (primeiro diretor do Arquivo) e Harald Karmann
(prefeito, em 1972). A luta de Schneider pela criao do Arquivo de Joinville seria, alis,
muito anterior dcada de 1970: para Ternes, ento diretor do Arquivo, a inspirao [...]
daquele ato administrativo retrocede em anos e tem no nome [sic] do historiador Adolfo
Bernardo Schneider o seu principal protagonista.6
Quatro anos depois desse discurso, o prprio Adolfo Schneider, no mesmo
boletim do Arquivo, apresentou sua verso: nomeado diretor da Biblioteca Municipal, teria
4
TERNES, Apolinrio. Breve histria do Arquivo. Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville
AHMJ, Joinville (SC), n.10, jun.1992. p.4-5). Modificando ligeiramente mas de forma decisiva o previsto na
lei de criao do Arquivo (a saber, que fosse um centro de pesquisas histricas para toda a regio), em abril de
1984 a diretora da instituio, Sarah Gomes, afirmou o intuito de montar no Arquivo Histrico de Joinville um
Centro de Documentao da Histria de Joinville e Regio da Antiga Colnia Dona Francisca. (grifos meus).
Cf. GOMES, Sarah. Editorial. Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.1, n.4,
abr.1984. p.1.
5
Note-se que iniciativa anterior, no concretizada, teria ocorrido nos anos 1930, segundo Elly Herkenhoff,
conforme se verifica por um convite nas colunas do Kolonie Zeitung daquela poca. A autora no esclarece de
quem era a iniciativa, mas o alvo principal parece ter sido, tambm, a documentao vinculada aos antigos
colonos de origem germnica. O projeto, por motivos ignorados, no pde ser concretizado. Cf.
HERKENHOFF, Elly. O Arquivo Histrico de Joinville: seus tesouros..., op.cit., p.7.
6
Arquivo comemora 20 anos e presta homenagem aos dois principais idealizadores [discurso de Apolinrio
Ternes]. Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.10, jun.1992, p.13.
No mesmo nmero do boletim (p.3), em texto intitulado Breve histria do Arquivo, Ternes destaca Schneider
como o principal responsvel pelo surgimento da Instituio, como resultado de anos de intenso lobby junto
ao poder pblico municipal, mostrando a dramtica necessidade e importncia do surgimento de um rgo
destinado a criar mecanismos de preservao da memria histrica do municpio. Note-se que, j no primeiro
nmero do boletim do Arquivo (quando ainda no tinha o nome de boletim), Adolfo Bernardo Schneider
identificado como escritor e historiador de Joinville, sempre frente de iniciativas culturais de vulto. Cf.:
GOMES, Sarah M.I. Apresentao. Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.1,
n.1, out.1983, p.I.
237
procurado dar destino adequado a documentos postos de lado pelas bibliotecrias, tidos como
sem interesse, e geralmente reservados em um armrio jornais de Joinville, os Dirios
Oficiais da Unio e do Estado e outras coisas mais , alm de colees de jornais
joinvilenses que, com autorizao do prefeito, adquirira da viva D. Rola Schwartz, e que
estavam guardados, por sua vez, no sto.7 Mas sua preocupao fundamental estava ligada
aos documentos sob a guarda de Carlos Ficker. Segundo Schneider, Ficker, quando presidente
da Comisso do Museu Nacional de Colonizao e Imigrao, teria transferido para sua casa
particular, localizada no Morro Fritz Alt, a documentao relativa Colnia Dona Francisca,
antes guardada no chal existente ao lado do Palcio dos Prncipes. Discordando dessa
apropriao, e entendendo que a documentao deveria estar disponvel para consulta pblica,
Schneider teria proposto a criao do Arquivo de Joinville, inclusive elaborando a lei
posteriormente aprovada pela Cmara Municipal, sem qualquer emenda.8
Os embates em torno da posse da documentao do Domnio Dona Francisca
ajudariam a compreender, portanto, porque tais documentos foram to enftica e
detalhadamente relacionados como integrantes do acervo do Arquivo Histrico de Joinville,
na lei que o criou (ver, a respeito, Parte II, captulo 3). A circunstncia de ser Adolfo
Schneider, em 1972, diretor da Biblioteca Municipal, esclareceria, ainda, as razes de
instalao do arquivo recm-criado em uma das salas daquele rgo. Em um primeiro
momento, entretanto, a documentao abrigada no Arquivo Histrico de Joinville no teria
ido muito alm daquela que j estava, inicialmente, no prdio da Biblioteca. Segundo
Schneider, faltava o motivo real da criao do Arquivo: a documentao histrica guardada
no chal do Domnio Dona Francisca. Mas relaes pessoais particularmente tensas entre
Schneider e Ficker no facilitariam negociaes no sentido de preencher essa lacuna.9
SCHNEIDER, Adolfo Bernardo. A criao do Arquivo Histrico Municipal de Joinville. Boletim do Arquivo
Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.14, jun.1996, p.8.
8
SCHNEIDER, Adolfo Bernardo. op. cit., p.8. Elly Herkenhoff destacou ser a criao do Arquivo de Joinville
o primeiro passo decisivo da parte de nossas autoridades, em concordncia com o Compromisso de Braslia de
03 de abril de 1970, para a preservao do tesouro documental da imigrao alem em Joinville. Cf.
HERKENHOFF, Elly. O Arquivo Histrico de Joinville: seus tesouros..., Op.cit., p.1.
9
As divergncias com o referido senhor [Carlos Ficker] j duravam perto de 20 anos e aparentemente no se
vislumbrava alguma soluo. SCHNEIDER, Adolfo Bernardo. op. cit., p.9. Alm disso, Ficker tambm teria a
coleo completa do Kolonie Zeitung, aparentemente obtida de Max Boehm, ltimo scio da editora daquele
jornal. Quando Prefeito de Joinville, e supostamente por insistncia de Schneider, Pedro Ivo Campos teria
declarado a coleo como sendo de utilidade pblica, mas o processo de desapropriao ficou encalhado. (p.910)
238
Contudo, um relatrio do prefeito Helmut Fallgatter, relativo ao perodo de 19611965, apresenta informaes diferentes acerca da questo. Em 1961 foi firmado convnio
entre a prefeitura e o Ministrio da Educao e Cultura para dar concretizao lei federal
que, em 1957, criou o Museu Nacional de Imigrao e Colonizao. O antigo Palcio dos
Prncipes foi reformado e inaugurado ainda durante a administrao de Fallgatter, que
designou uma comisso para dirigi-lo, formada por Carlos Ficker (presidente), Hilda Krisch
(tesoureira), Ingo Jordan (secretrio) e Helga Schmidt, Edith Weizel, K. Rosenberger, Joo
dos Santos Neves e J.J.Puls.10 Carlos Ficker teria sido incumbido de organizar, como parte
integrante do Museu, uma biblioteca especializada com arquivo histrico, contendo todos os
documentos, mapas, livros e publicaes sobre a imigrao e colonizao na antiga Colnia
Dona Francisca, hoje Joinville. Acrescenta o prefeito:
Os entendimentos havidos com o Ministrio da Educao e Cultura e o
Patrimnio Histrico e Artstico Nacional confirmaram definitivamente a
absoluta necessidade da organizao do Arquivo Histrico e sua instalao,
prova de incndio e fogo, numa dependncia da Biblioteca Municipal de
Joinville. 11
O que foi, poca, denominado de Arquivo Histrico, era uma soluo para
organizar as numerosas doaes de documentos e publicaes relativas a Joinville
encaminhadas ao Museu. Da a idia de que reunisse um conjunto bastante amplo de
documentos (e a relao de materiais colecionveis assemelha-se a um rascunho da lei de
criao do Arquivo, de 1972).12 Complemento do acervo do Museu, o Arquivo Histrico
teria, neste sentido, um tema como elemento organizador, e no uma entidade produtora
(como a administrao municipal), nem uma forma de acumulao especfica (orgnica, em
termos propriamente arquivsticos). Criado por lei municipal em 1972, o Arquivo Histrico de
10
Prefeito Helmut Fallgater presta contas de seus 5 anos de administrao 1961-1965. Joinville (SC):
s.c.p., s.d. p.116.
11
Ibidem, p. 296.
12
Dentro desse Arquivo Histrico devero ser colecionados: 1) Livros sobre imigrao e colonizao,
especialmente quando citada Joinville ou feita descrio da Colnia Dona Francisca; 2) Peridicos, jornais e
revistas de interesse histrico; 3) Relatrios e publicaes oficiais sobre a colonizao, especialmente sobre a
Colnia Dona Francisca e Joinville; 4) Manuscritos, cartas e papis escritos mo, com referncia a Joinville; 5)
Mapas e plantas originais ou litografados do tempo da colonizao, mostrando o desenvolvimento da cidade; 6)
Iconografia de Joinville, quadros e fotografias de todas as pocas; 7) Diversos, como filmes, notas e contas
antigas de firmas comerciais, rtulos de fbricas, clichs, etc. etc. Ibidem.
239
15
SCHNEIDER, Adolfo Bernardo. op. cit., p.10; TERNES, Apolinrio. Patrimnio arquivstico. Boletim do
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.14, jun.1996, p.14. Segundo Ternes, a
deciso de adquirir o acervo Ficker teria sido tomada em 1977 pelo ento prefeito Luiz Henrique da Silveira.
Texto de Sarah Gomes e Maria Thereza Bbel (Levantamento inicial do acervo), contido no boletim de
fevereiro de 1984, informa ter a aquisio ocorrido em 1979. Cf. Arquivo Histrico Municipal de Joinville
AHMJ, Joinville (SC), v.1, n.3, fev.1984. p.2.
14
TERNES, Apolinrio. Breve histria do Arquivo. op.cit. p.4.
15
Arquivo comemora 20 anos..., op.cit., p.14-15.
16
TERNES, Apolinrio. Breve histria do Arquivo. op.cit., p.4.
240
17
TERNES, Apolinrio. Patrimnio arquivstico. op.cit., p.14. Grifos meus. No fica claro o que entende o autor
por material realmente documental. Talvez fizesse referncia a documentos de carter propriamente
arquivstico.
18
Decreto municipal [Joinville] n. 5.994, de 14 de novembro de 1988: declara de interesse pblico documentos
histricos relacionados com as atividades da Colnia Dona Francisca. Em seu Artigo 1., o decreto classifica
como arquivos privados de interesse pblico os documentos histricos relacionados com as atividades da
Colnia Dona Francisca, atualmente de propriedade de Aldo Franzoi, titular do Domnio Dona Francisca Ltda.,
remetendo s disposies a isso relativas do Decreto Estadual n. 1.444 de 23 de maro de 1988. Publicado no
jornal A Notcia, de Joinville, de 15 de novembro de 1988; cpia gentilmente fornecida por Ilanil Coelho.
19
Apolinrio Ternes foi diretor do Arquivo Histrico de Joinville ao menos em duas ocasies, entre 1977 e 2000
(ver Apndice III-1).
241
Senna, professor da UFSC e diretor regional do Plano.20 Trechos do Kolonie Zeitung foram
publicados regularmente no boletim do Arquivo, quer com traduo de Maria Thereza Bbel
(as Curiosidades traduzidas do Kolonie Zeitung, ou apenas Curiosidades do Kolonie
Zeitung), quer por Rosa Herkenhoff (textos reunidos sob a rubrica Subsdios histricos). O
editorial da primeira edio, de 20 de dezembro de 1862, foi igualmente traduzido e publicado
no boletim de abril de 1984.
A valorizao do Jornal da Colnia contribuiu para estabelecer uma forte
identificao entre o Arquivo e a histria dos primeiros imigrantes que formaram a Colnia
Dona Francisca, instalada em terras do Prncipe de Joinville. A partir de abril de 1985, esse
esforo de identificao foi reforado, pois o boletim do Arquivo, apesar de continuar a ser
mimeografado, ganhou uma capa impressa e que reproduzia, justamente, a primeira pgina
do nmero inicial do Kolonie Zeitung, contendo o editorial (na rea interna da capa, lia-se sua
traduo).21
Mencionadas como parte do acervo, nos primeiros nmeros do boletim do
Arquivo, as chamadas listas de imigrantes (ou seja, listas de passageiros de navios que
embarcaram de Hamburgo para a Colnia Dona Francisca) foram objeto de atividades
institucionais de carter permanente. Eram, alis, documentos de difcil leitura e transcrio
(por estarem escritos em letra gtica). As listas chegaram a dar corpo, mais tarde, a um dos
setores da instituio (o Setor de Imigrao), bastante consultado no s por estudiosos de
genealogia como por interessados em obter a cidadania alem.22 Na instituio, o trabalho de
traduo, transcrio e organizao das listas ficou em geral a cargo da funcionria Maria
Thereza Bbel, cuja trajetria profissional esteve profundamente marcada pela proximidade
20
242
Maria Thereza Bbel publicou vrios textos, no boletim do Arquivo, relacionados s listas. No boletim n. 5, de
1984, Lista de imigrantes metodologia de pesquisa (em co-autoria com Sarah Gomes); nos boletins de
setembro e dezembro de 1987, a Relao das listas de navios de imigrantes existentes no nosso acervo, por ela
organizada; em novembro de 1990, novo texto sobre as listas de imigrantes, bem como no de junho de 1996 (O
potencial arquivstico do Arquivo Histrico de Joinville, em que ressalta a crescente procura por dados ali
contidos, tanto para fins de genealogia quanto para dar entrada no processo para obteno da cidadania alem,
da ter surgido muito cedo a necessidade de se traduzir estas listas. p.21). As listas tambm tiveram destaque
nas poucas apresentaes feitas pelo Arquivo Histrico de Joinville em encontros catarinenses de arquivos:
Maria Thereza Bbel apresentou o trabalho Histrias que nos contam as listas de imigrantes, em 1988. Cf.:
PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro de Arquivos Catarinenses; I Painel de Arquivos SulBrasileiros. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Coordenadoria de Documentao e
Publicaes, Arquivo Pblico, 1986. p.25. Em conjunto com Raquel S.Thiago, Maria Thereza Bbel ainda
elaborou o livro Joinville os pioneiros: Documento e Histria, lanado em 2001, e que tem por base as
listas de imigrantes. Cf.: GROTH, Marlise. Livro resgata a vida dos pioneiros. A Notcia, Joinville (SC), 11 de
junho de 2001.
24
Sobre o intercmbio com o Arquivo de Hamburgo, ver: GOMES, Sarah M.I. Apresentao. Arquivo
Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.1, n.1, out.1983, p.I-II; BBEL, Maria Thereza.
Projeto Intercmbio de informaes entre o Arquivo Histrico de Joinville e a Repblica Federal da
Alemanha. Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.7, nov.1990.
p.3-6. Maria Thereza Bbel, no texto de 1990, informa tambm que Richter, historiador pela Universidade de
Hamburgo e Arquivista pela Escola Superior de Marburgo, teria prestado ainda valioso auxlio ao Arquivo
Histrico de Joinville, orientando quanto ao arranjo dos nossos cinco principais fundos, quatro dos quais
ligados ao processo de imigrao e colonizao de Joinville e regio. (p.3)
243
25
244
29
No mesmo texto em que alude modernizao do Arquivo Histrico de Joinville, Raquel S. Thiago comenta,
alis, que o intercmbio com a Alemanha estava em vias de reatamento: surgiam possibilidades concretas de
microfilmagem da documentao a que, em 1989, no tnhamos acesso (a saber, os documentos existentes em
cidades da ento Alemanha Oriental). S.THIAGO, Raquel. AHJ um testemunho. op.cit., p.19.
245
Heranas e herdeiros
S.THIAGO, Raquel. Um menino de dez anos. A Notcia, 27 de julho de 2001. Disponvel em:
<http://www.an.com.br/2001/jul/27/0opi.htm> . Acesso em 8 de maio de 2004.
31
Ibidem.
246
32
SCHNEIDER, Adolfo Bernardo. A criao do Arquivo Histrico Municipal de Joinville. op.cit. p.7.
Ibidem, p.11-12; Boletim [IHGSC], Florianpolis (SC), n.52, jul.2002, p.8. O Museu Nacional de Imigrao e
Colonizao foi criado em 1957, por lei federal. Anos mais tarde mais precisamente, em novembro de 1962 o
Cemitrio dos Imigrantes seria tombado pelo IPHAN. Cf.: SILVA, Janine Gomes da. Tempo de lembrar,
tempo de esquecer...: as vibraes do Centenrio e o perodo da Nacionalizao: histrias e memrias sobre a
cidade de Joinville. 295 p. Florianpolis, 2004. Tese (Doutorado em Histria). Universidade Federal de Santa
Catarina; p.119, 134.
34
SILVA, Joo Francisco da. Uma testemunha da histria e suas recordaes. A Notcia, Joinville (SC), 2001.
Neste depoimento e no texto publicado no boletim do Arquivo de 1986, Schneider entende que a perseguio aos
alemes e as proibies que lhes foram impostas, no perodo Vargas, geraram uma situao pior que o
apartheid sul-africano.
35
HERKENHOFF, Elly. Joinville nosso teatro amador (1858-1938). Joinville (SC): Arquivo Histrico de
Joinville, 1989; ANACLETO, Antnio. Historiadora recebe ttulo. A Notcia, Joinville (SC), 29 de setembro de
1999; WEBER, Betina. Morre, aos 98 anos, Elly Herkenhoff. A Notcia, Joinville (SC), 19 de setembro de 2004;
HERKENHOFF, Joo Baptista. Uma existncia dedicada imigrao alem. A Notcia, Joinville (SC), 23 de
setembro de 2004.
33
247
36
SILVA, Janine Gomes da. Tempo de lembrar, tempo de esquecer..., Op.cit. p.21-22.
SCHULZ, Albano [presidente da Sociedade Amigos de Joinville]. Prefcio. lbum histrico do Centenrio
de Joinville. Joinville (SC): [Sociedade Amigos de Joinville], 1951. p.7.
37
248
249
GOMES, Sarah M.I. Apresentao. Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.1,
n.1, out.1983. p.II. Significativamente, o assunto utilizado como exemplo destaca justamente um dos elementoschave de identificao da herana germnica, em Santa Catarina: as casas enxaimel. A este respeito, Paul
Keller, nas comemoraes do centenrio de Joinville (em 1951), afirmou ser a casa de enchamel um tipo
arquitetnico predominante nas construes joinvilenses, tipo esse que nos vem desde os primeiros tempos de
fundao da cidade. KELLER, Paul Hellmuth. lbum histrico do Centenrio de Joinville. Joinville (SC):
[Sociedade Amigos de Joinville], 1951. p.67.
41
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.1, n.3, fev.1984. p.2.
250
destaque para curso de atualizao realizado pela diretora da instituio, em julho de 1984,
referente AACR2 (segunda edio das Anglo American Cataloging Rules), curso este visto
como imprescindvel para os trabalhos de catalogao em [sic] documentos que precisam ser
preservados para que estudiosos faam pesquisas e planos de organizao, para geraes
atuais e futuras.42
Deixando o Arquivo de ocupar uma das salas da Biblioteca Municipal, passando a
prdio especialmente construdo para abrigar seu acervo, bem como as atividades que lhe
dissessem respeito, a organizao do acervo tambm ganhou novo impulso. Os problemas de
compreenso do que seria prprio do tratamento tcnico arquivstico, entretanto, parecem ter
persistido: informes sobre o processo de organizao do conta, em dezembro de 1986, de
atividades relativas arquivstica, sendo a este respeito mencionadas a confeco de
listagem de peridicos e a remontagem dos jornais encadernados.43 Aparentemente, por
arquivstica entendia-se o conjunto de atividades de controle, conservao e organizao
dos documentos, independentemente da forma como tivessem sido acumulados. H indcios
de que essa perspectiva permanecia em meados de 1987, mesmo havendo, naquele perodo,
assessoria
do
Pr-Documento
na
organizao
dos
Documentos
manuscritos
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.1, n.6, ago.1984. p.7.
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.4, n.1, dez.1986, p.16.
44
Em junho de 1987, na parte do relatrio de atividades do Arquivo referente Arquivstica, menciona-se a
organizao, nas estantes, dos dirios oficiais, alm da identificao de fotografias e do incio da organizao dos
documentos manuscritos e datilografados. Cf.: Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville
(SC), v.4, n.3, jun.1987, p.22. A assessoria do Pr-Documento era feita, inicialmente, por intermdio da
arquivista Mnica Medrado. p.16. Cf. Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.4,
n.2, mar.1987, p.16.
45
Tcnicos do Pr-Documento visitaram o Arquivo Histrico de Joinville em 27 de novembro de 1987 e em
fevereiro de 1988 (coordenador de informtica). Ver: Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ,
Joinville (SC): v.5, n.1, dez.1987, p.17; v.5, n.2, mar.1988, p.18.
43
251
46
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.5-6, n.3-5, abr.-dez.1988. p.13;
Boletim do Arquivo Histrico de Joinville, Joinville (SC), n.6, mar.1990, p.22. Em 1988, livros e peridicos
aparecem como pertinentes ao setor de Biblioteca; em maro de 1990, os mapas j no aparecem no rol de
documentos da parte Arquivstica.
47
Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC): n.7, nov.1990, p.23; n.9,
dez.1991, p.17. Tambm CORRA, Roseana Maria. O acervo particular do ex-senador Carlos Gomes de
Oliveira. Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.10, jun.1992, p.23.
Note-se a inconstncia de caracterizao do acervo Ficker, como coleo ou arquivo: em 1984, foi identificado
como Arquivo Ficker (Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.2, n.1-2, outdez. 1984. p.4).
48
Ver, por exemplo, no primeiro semestre de 1996, a concluso, por parte da funcionria Terezinha Fernandes
da Rosa, do Curso de Especializao em Organizao e Administrao em Arquivos, promovido pela UFSC.
Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.14, jun.1996. p.56.
49
Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.12, jul.1995. p.50.
252
rea cultural.50 Raquel S. Thiago, em texto publicado em boletim de junho daquele ano,
pronunciou-se a respeito do pessoal tcnico do Arquivo da seguinte forma:
Em 1986, quando da inaugurao do prdio, escrevi, para um encarte
comemorativo, no jornal A Notcia, um artigo intitulado Um sonho
realizado. Referia-me s novas instalaes [do Arquivo Histrico de
Joinville], necessidade mais imediata. Um ano depois, em julho de 1987,
quando completou-se o primeiro ano de funcionamento, publiquei outro
artigo, O sonho no acabou, que refletia minha angstia e as de colegas
pela carncia de profissionais qualificados que possibilitassem ao Arquivo o
cumprimento da sua misso... [...] Aps dez anos, vale a pena festejar:
procura-se fornecer, pelo menos em parte, resposta ao problema, com a
criao de cargos de Historiador, Arquivologista [sic], Encadernador,
Tradutor e Restaurador de Documentos, o que significa a garantia de
funcionrios qualificados para desenvolverem projetos que correspondam s
necessidades de Joinville e Regio.51
50
Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.14, jun.1996. p.55.
S.THIAGO, Raquel. AHJ um testemunho. Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville
AHMJ, Joinville (SC), n.14, jun.1996. p.20.
52
Tomaram posse em 1995, como integrantes do Grupo: Raquel S.Thiago, Sandra P.L.C.Guedes e Iara Andrade
Costa (historiadoras), Paulo Unger (gegrafo), Maria Nazar Fabel (bibliotecria), Antnio Nascimento
(advogado), Sueli Cagneti (literata) e as funcionrias Ilanil Coelho (diretora), Terezinha Fernandes da Rosa e
Dietlinde Clara Rothert. Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.12,
jul.1995. p.49.
51
253
53
TERNES, Apolinrio. Breve histria do Arquivo. op.cit. p.6. Sobre as dimenses da sala ocupada na
Biblioteca Pblica, h informaes ligeiramente divergentes: 100m2 (HERKENHOFF, Elly. O Arquivo Histrico
de Joinville: seus tesouros..., op.cit., p.1) ou 120m2 (GOMES, Sarah M.I. Apresentao. op.cit., p.I).
54
GOMES, Sarah M.I. Apresentao. Op.cit., p.I.
55
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.1, n.6, ago.1984. p.6. Jos Antonio
Vieira era o engenheiro responsvel pela execuo da obra, segundo o boletim de out-dez. de 1984 (Arquivo
Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.2, n.1-2, out-dez.1984. p.6.).
56
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.1, n.5, jun.1984. p.1; Arquivo
Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.2, n.1-2, out-dez.1984. p.1-2. A informao acerca
do local de construo confirmada no boletim de abril de 1985 (ao lado da Casa da Cultura, Av. Brasil,
antes do DNOS - Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.2, n.4, abr.1985. p.3)
e no de setembro de 1985 (no terreno ao lado da Casa da Cultura, margeando o Rio Cachoeira - Arquivo
Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.2, n.6, set.1985. p.14).
254
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.2, n.1-2, out-dez.1984. p.3-4. Os
equipamentos utilizados na secagem foram secadores de cabelo e ventiladores (os ltimos, emprestados de vrios
rgos municipais).
255
58
Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.2, n.6, set.1985. p.13. A seu modo, a
urna do Arquivo, alm de entregar o presente ao futuro, de alguma forma estabelecia pontes com o passado: pois
tambm os primeiros imigrantes deixaram sua cpsula do tempo. Os documentos da urna da pedra
fundamental da Igreja da Paz, lanada a 1. de junho de 1857, e encontrados em 1960, durante a reforma da
Igreja, foram microfilmados e os microfilmes incorporados ao acervo do Arquivo Histrico de Joinville. Alguns
desses documentos foram publicados no boletim do Arquivo (Arquivo Histrico Municipal de Joinville
AHMJ, Joinville (SC): v.3, n.2, mar.1986, p.9; v.4, n.1, dez.1986, p.9-11).
59
Em comentrio acerca da sede prpria do Arquivo Histrico de Joinville, esse aspecto destacado por Sandra
P.L. de Camargo Guedes, que o estende tambm a museus e bibliotecas de grandes capitais como So Paulo e
Rio de Janeiro. GUEDES, Sandra P.L. de Camargo. Consideraes sobre a Histria Nova e o Arquivo Histrico
de Joinville. Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.14, jun.1996,
p.40.
60
Ibidem, p.14-15.
256
Quanto prometia o novo prdio! Novos horizontes poderiam ser abertos para a
pesquisa histrica em Joinville, com documentos melhor conservados e organizados, alm de
mais diversificados. Tamanha era a importncia atribuda a ele que um nmero inteiro do
boletim foi dedicado a comemorar os dez anos de sua ocupao. Segundo a diretora de ento,
Ilanil Coelho,
A construo do atual prdio, equipado com sistema central de ar
condicionado, climatizao ambiente e alarmes contra incndio e roubo,
colocou o AHJ, desde a inaugurao, em 1986, em posio de destaque no
contexto nacional, j que poucas cidades do pas possuem instalaes e
prdios adequados a abrigar o seu patrimnio arquivstico. Porm, o mais
importante que este prdio, enquanto produo cultural, foi e continua
61
S.THIAGO, Raquel. O Novo Arquivo Histrico: um sonho realizado. Arquivo Histrico Municipal de
Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.3, n.4, set.1986, p.5.
257
62
COELHO, Ilanil. Apresentao. Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville
(SC), n.14, jun.1996, p.5.
63
GROTH, Marlise. Na enfermaria. A Notcia, Joinville (SC), 10 de agosto de 2003. A reportagem informa,
ainda: Com o sistema de ventilao quebrado, alguns tcnicos tiveram irritao nos olhos, nuseas, tontura,
dores de cabea e problemas estomacais. De acordo com o presidente da Fundao Cultural de Joinville, a
variao de temperatura provocou a proliferao de fungos no local. Isso, associado ao pesticida em suspenso e
falta de equipamentos adequados para o manuseio do material, causou os problemas nos funcionrios.
258
GROTH, Marlise. Arquivo Histrico de Joinville fecha portas por quatro meses. A Notcia, Joinville (SC), 30
de agosto de 2004.
65
CIA, Andr Lus. Arquivo Histrico reabre na segunda. A Notcia, Joinville (SC), 18 de maro de 2006,
caderno Cidade. Nota assinada pelo advogado Rogrio Zuel Gomes, publicada no mesmo jornal em 25 de
maro de 2006 (Contestao, na seo Opinio), questiona pontos da reportagem de 18 de maro, e assinala
que Maria Thereza Bbel entrara com ao indenizatria contra a municipalidade em funo da doena.
66
ARGOLO, Carla. Limpeza no tesouro do passado. Dirio Catarinense, Florianpolis, 19 de janeiro de 2006,
caderno Variedades, p.3; Arquivo Histrico reaberto. Dirio Catarinense, Florianpolis, 21 de maro de
2006. Reaberto Arquivo Histrico de Joinville, aps 4 anos. A Notcia, Joinville (SC), 21 de maro de 2006,
caderno Geral.
259
Parte III
Captulo 2
Arquivos: laboratrios de Histria
Sur une forme dhistoire qui nest pas la ntre: lhistoire historisante - texto traduzido em: MOTA, Carlos
Guilherme (org.). Lucien Febvre: Histria. 2 ed. So Paulo: tica, 1992. p.103-107 (a aluso aos celeiros de
fatos encontra-se na p.107).
2
Mesmo longa, vale a citao: [Em italiano] Provare significa, por um lado, validar e, por outro,
experimentar, como observou Montaigne falando de seus prprios Ensaios. A linguagem da prova a de quem
submete os materiais da pesquisa a uma aferio permanente: provando e confirmando, como rezava a famosa
divisa da Academia [cientfica florentina] del Cimento. A frmula correspondente em ingls moderno trial and
error evoca na palavra trial a verificao (test) e a tentativa (attempt), o tribunal e a Casa da Moeda. Quem
controla as ligas metlicas o saggiatore (em ingls the assayer): a palavra que agradou a Galileu. Caminhamos
s apalpadelas, como o luthier que bate delicadamente, com os ns dos dedos, na madeira do violino: uma
imagem que Marc Bloch contraps perfeio mecnica do torno, para sublinhar o inextirpvel componente
artesanal do trabalho do historiador. GINZBURG, Carlo. Relaes de fora: histria, retrica, prova. So
Paulo: Companhia das Letras, 2002. p.11-12.
261
A Histria buscada
Ao longo do tempo, os arquivos de Blumenau, Itaja e Joinville nem sempre
adotaram os mesmos critrios para o controle de atendimento ao pblico, mudando ainda a
maneira de divulgar tais dados, o que impe vrios limites anlise. Tendo-se como
referncia um perodo para o qual foram obtidos dados sobre o atendimento relativos a todas
as trs instituies a saber, o perodo de 1987 a 1992 -, essas limitaes tornam-se visveis.
Neste perodo, os relatrios de atividades do Arquivo Histrico de Blumenau
indicam o nmero de pesquisadores, de alunos (ou escolares) e de visitantes (tanto os
ilustres como os representantes de municpios procura de orientao tcnica). No so
fornecidos, contudo, dados quanto ao tipo de pesquisas, nem especificados os materiais
consultados (ver Apndice III-7). Com isso, no possvel saber em que medida os
escolares apenas visitaram o Arquivo, em turmas, ou procederam a pesquisas. Note-se que,
em anos anteriores (1983, 1984), os relatrios diferenciaram as pesquisas escolares (do
ensino fundamental e mdio) das pesquisas de ps-graduao, distintas, por sua vez, das
voltadas para reportagens jornalsticas e das genealgicas.
Isso no significa afirmar que o controle mais detalhado do atendimento e das
demandas de pesquisa no fosse feito pela instituio. Em 1987, a responsvel pelo Arquivo
Histrico de Blumenau, Sueli Petry, publicou artigo em que apresentava uma classificao
das demandas de pesquisa e seus respectivos percentuais, alm de dados sobre a ocupao
profissional dos pesquisadores e vnculos institucionais.3 Embora algo imperfeita, por dividir
o mesmo conjunto de demandas ora por um critrio (rea de interesse) ora por outro
(materiais consultados), a classificao relevante: entre agosto de 1986 e junho de 1987, 208
pesquisadores teriam freqentado o Arquivo Histrico de Blumenau, 37,3% deles
3
PETRY, Sueli Maria Vanzuita. O perfil do pesquisador do Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva.
Blumenau em Cadernos, Blumenau (SC), t. XXVIII, n.10, out. 1987, p.327.
262
No possvel saber, a partir da classificao das atividades dos usurios, se nas categorias estudantes e
professores estavam includos apenas os de ensino fundamental e mdio ou tambm os de graduao e psgraduao; no fica claro o critrio de classificao dos historiadores (formao universitria em Histria?
produo historiogrfica publicada?).
263
Relatrio de atividades relativo ao ano de 1986, apresentado pelo presidente da Fundao Gensio
Miranda Lins, Edison dvila. Itaja (SC), janeiro de 1987; Relatrio de atividades relativo ao ano de 1987,
apresentado pelo presidente do Conselho Curador, Edison dvila. Itaja (SC), janeiro de 1988. Acervo:
Centro de Documentao e Memria Histrica/Arquivo Pblico de Itaja.
6
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 1996. Itaja (SC), [1997];
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 1998. Itaja (SC), [1999].
Acervo: Centro de Documentao e Memria Histrica/Arquivo Pblico de Itaja.
7
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 2001 Itaja (SC), [2002].
Acervo: Centro de Documentao e Memria Histrica/Arquivo Pblico de Itaja.
264
265
inventrio analtico dos documentos do acervo nos anos de 1839 a 1883,9 o primeiro
instrumento de pesquisa publicado, no incio de 1989, foi justamente um guia. Esperava-se
que os 300 exemplares do Guia do Arquivo possibilitassem ao pesquisador ter conhecimento
e orientao do acervo documental do arquivo.10 Atualmente, procura-se fornecer
informaes sobre o acervo atravs da Internet na perspectiva da diretora de Patrimnio
Histrico-Museolgico, Sueli Petry, que mantm-se responsvel pelo Arquivo Histrico, o
ideal a perseguir o da disponibilizao de todos os instrumentos de pesquisa (que hoje so
muitos) no website da Fundao Cultural de Blumenau, de modo a agilizar o atendimento aos
pesquisadores.11
As informaes constantes do website da Fundao Cultural de Blumenau sobre
os instrumentos de pesquisa apontam a preocupao em dar acesso documentao do sculo
XIX mais diretamente relacionada a imigrantes e seus descendentes. Atende-se, assim, tanto a
pesquisas acadmicas de carter histrico sobre imigrao e colonizao como a pesquisas de
carter genealgico: h listas de imigrantes, cobrindo o perodo 1851-1922, lista de
moradores da Colnia Blumenau (1869), listas de membros da Comunidade Evanglica
(1857-1896), relao de casamentos celebrados pela Igreja Evanglica (1857-1879), alm de
um guia dos lotes e linhas coloniais (1887-1934) e de um catlogo de documentos referentes
colonizao (1850-1884). H tambm um guia de todos os dossis temticos, integrados pelos
documentos doados instituio ao longo dos anos (conjunto que recebeu o nome de Fundo
Memria da Cidade), alm de guia do fundo Prefeitura Municipal de Blumenau e catlogos
das diversas colees (peridicos, fotografias, mapas, documentos udio-visuais, livros). O
volume de documentos pblicos municipais menor em relao aos documentos doados e
colecionados, em funo do incndio do arquivo da Prefeitura, na dcada de 1950, e de
enchentes subseqentes, alm do envolvimento continuado de parcela dos moradores
sobretudo, os de ascendncia alem - na constituio do acervo. Segundo Sueli Petry,
Relatrio anual do Arquivo Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva 1983. Blumenau (SC), [1984]. Acervo:
Arquivo Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva.
10
Relatrio trimestral das atividades desenvolvidas pelo Arquivo Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva
jan.-fev. 1989. Blumenau, [1984]. Ver tambm: Relatrio das atividades do Arquivo Histrico Prof. Jos
Ferreira da Silva 1988. Blumenau (SC), dez. 1988. Acervo: Arquivo Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva.
11
Depoimento de Sueli Petry, em 17 de novembro de 2005 verso transcrita. Fl. 24. Arquivo pessoal de
Janice Gonalves. Ao menos at julho de 2006, os instrumentos de pesquisa estavam apenas relacionados no
website (http://www.fcblu.com.br/arquivo/arquivoh/index.asp).
266
[...] esse Arquivo todo atpico, acredito eu, porque ele uma mescla de
vrios documentos reunidos por temas. Ele no est seguindo um fundo. A
questo do fundo s vai aparecer mais tarde, que o que ns estamos
coletando, o que vem da Prefeitura, de forma aleatria [...]; no est
seguindo, assim, uma fluidez, como deveria ser, uma gesto documental.
[..] Na realidade, ns fomos reunindo aquilo que a comunidade nos deu.
Ento, uma documentao que me parece que d uma direo para
famlias. A inteno no era essa. [...] Hoje, existem no acervo mais de 75
mil fotografias, do sculo XIX aos tempos atuais. E essa documentao foi
doada por quem? Pelas famlias. Elas querem se ver. E qual o tipo de
pesquisa que mais domina aqui conosco? Genealogia. E voc v que a
comunidade est ajudando a construir esse Arquivo a tal ponto, que ns
temos pessoas que nos ajudam a traduzir gratuitamente livros de registro da
Igreja, digitam, e vo cruzando as informaes de bito, nascimento e
casamento.12
267
Relatrio de atividades relativo ao ano de 1986, apresentado pelo presidente da Fundao Gensio
Miranda Lins, Edison dvila. op.cit.; Relatrio de atividades relativo ao ano de 1987, apresentado pelo
presidente do Conselho Curador, Edison dvila. op.cit.; Relatrio de atividades relativo ao ano de 1988,
encaminhado ao Prefeito Municipal, Joo Omar Macagnan, pelo Conselho Curador da Fundao Gensio
Miranda Lins. Itaja (SC), maio de 1989; Relatrio de atividades relativo ao ano de 1989, encaminhado ao
Prefeito Municipal, Joo Omar Macagnan, pelo presidente da Fundao Gensio Miranda Lins, Edison
dvila. Itaja (SC), julho de 1990; Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins referente ao
ano de 1990. Itaja (SC), janeiro de 1991; Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins
referente ao ano de 1991. Itaja (SC), janeiro de 1992; Relatrio de atividades da Fundao Gensio
Miranda Lins referente ao ano de 1992. Itaja (SC), janeiro de 1993; Relatrio de atividades da Fundao
Gensio Miranda Lins referente ao ano de 1993. Itaja (SC), janeiro de 1994; Relatrio de atividades da
Fundao Gensio Miranda Lins referente ao ano de 1994. Itaja (SC), [1995]; Relatrio de atividades da
Fundao Gensio Miranda Lins referente ao ano de 1995. Itaja (SC), [1996]; Relatrio de atividades da
Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 1996. op.cit; Relatrio de atividades da Fundao
Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 1998. op.cit. Acervo: Centro de Documentao e Memria
Histrica/Arquivo Pblico de Itaja.
15
Na dcada de 1990, esse vis aoriano - emprestado, em alguma medida, s atividades do Arquivo Histrico e,
mais amplamente, da Fundao Gensio Miranda Lins torna-se mais visvel. Em abril de 1992, o Arquivo
Histrico de Itaja, representado por Edison dvila, participou da III Semana de Estudos Aorianos (Dvila
apresentou a comunicao Manoel Antonio Fontes um aoriano tardio na histria de Itaja). Tambm nos
anos 1990 a Fundao participou da AOR Festa Aoriana de Santa Catarina, tal como o Arquivo Pblico do
Estado. Cf.: Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins referente ao ano de 1992. op.cit;
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins referente ao ano de 1995. op.cit; Relatrio de
atividades da Fundao Gensio Miranda Lins referente ao ano de 1998. op.cit. Note-se que uma pequena
publicao da Fundao Gensio Miranda Lins (Festas e tradies populares de Itaja), feita em 1994, e de
autoria de Edison dvila e Mrcia dvila, procurou destacar a herana lusitana, quando no especificamente
aoriana, nas manifestaes de cultura popular em Itaja. Sobre a Marejada no contexto das tradies
inventadas das festas de outubro catarinenses, ver: SEVERINO, Jos Roberto. Itaja e a identidade aoriana:
a maquiagem possvel. Itaja (SC): Editora da UNIVALI, 1999.
16
Edison dvila freqentou em 1990 o Curso de Especializao em Organizao de Arquivos, promovido
pela Universidade de So Paulo, atravs do Instituto de Estudos Brasileiros. Vera Estork, bibliotecria e
arquivista, passou a atuar no Arquivo Histrico de Itaja a partir de 1991. Cf.: Relatrio de atividades da
Fundao Gensio Miranda Lins referente ao ano de 1990, op.cit.; Relatrio de atividades da Fundao
Gensio Miranda Lins referente ao ano de 1991, op.cit.; Relatrio de atividades da Fundao Gensio
Miranda Lins referente ao ano de 1992. op.cit.
268
A Histria exposta
Em texto seminal sobre a relao entre a exposio museolgica e o conhecimento
histrico, Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses salientou que a Histria, enquanto forma do
conhecimento, no pode ser visualizada. E isso porque
A Histria no algo que possa ser apreendido sensorialmente modo
padro de estmulo na exposio. Exclui-se, portanto, da responsabilidade do
museu histrico preservar ou restituir o passado quaisquer que sejam as
motivaes. Tudo que se fizer nessa direo estar, inelutavelmente,
permeado de ideologia e mascaramentos.18
Certamente outras atividades no esto descartadas. Veja-se que o Arquivo Histrico de Joinville, ao longo de
1990, e por meio de seu Laboratrio de Histria Oral, preparou dezenas de boletins com curiosidades [sic] da
histria de Joinville, de Santa Catarina e do Brasil, alm de algumas notas sobre os trabalhos desenvolvidos no
Arquivo Histrico, para divulgao mensal na Rdio Cultura/FM. Boletim do Arquivo Histrico Municipal
de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.7, nov.1990, p.24.
18
MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. Do teatro da memria ao laboratrio da Histria: a exposio
museolgica e o conhecimento histrico. Anais do Museu Paulista, So Paulo, Nova Srie, v.2, jan.-dez.1994,
p.38.
19
Ibidem, p.27.
269
quanto podem ser relevantes para a compreenso de variados temas e questes de interesse
coletivo. Ao valorizarem a documentao, igualmente promovem a valorizao da instituio
arquivstica. Mas no s isso: como apontou Susanna Vela,
[...] tambm so uma possibilidade de enriquecer os fundos com a entrada de
novos fundos privados, de projetar e fazer avanar linhas de trabalho e de
demonstrar a utilidade da investigao nos arquivos.20
VELA, Susanna. La organizacin de exposiciones. In: ALBERCH, Ramon et al. Archivos y cultura: manual
de dinamizacin. Gijn (Espana): Trea, 2001. p.85.
21
Em 1893, no transcurso da Revoluo Federalista, os distritos de Gaspar e de Indaial foram desmembrados de
Blumenau; em 1930, houve o desmembramento dos distritos de Bela Aliana e Tai, que formaram o municpio
de Rio do Sul; em fevereiro de 1934, foram desmembrados os distritos de Hamnia e Gaspar, seguidos de
Indaial e Timb. Cf.: SILVA, Jos Ferreira da. Histria de Blumenau. 2 ed. Blumenau (SC): Fundao Casa
Dr. Blumenau, 1988. p.139, 162-163, 167.
270
271
pelo Arquivo.22
Se comparadas s exposies promovidas pelo Arquivo Histrico de Joinville,
entre 1984 e 1992, as exposies do Arquivo Histrico de Blumenau revelam estratgias
institucionais de divulgao algo distintas.
H convergncia, claro, na eleio do municpio como tema recorrente: veja-se,
em Joinville, uma primeira exposio, em 1984, sobre a Histria de Joinville, alm do
recurso freqente grande exposio preparada em 1986, quando da inaugurao do prdio
especialmente construdo para o Arquivo. Foi grande, alis, o investimento nessa exposio
Joinville seus tempos, seus lugares, sua gente, inclusive com deslocamentos da
funcionria Maria Thereza Bbel para o Rio de Janeiro (objetivando a compra de materiais) e
de funcionrio do Pr-Documento, do Rio de Janeiro para Joinville, apenas para a sua
montagem.23 Essa exposio de antigas fotografias de Joinville foi, no todo ou em parte,
exibida ao menos onze vezes, entre 1986 e 1991 (e ainda uma vez em 1995 - ver Apndice
III-9).
Outras exposies foram retomadas mais de uma vez, como Nossos
compositores 1900-1940 (duas vezes em 1987 e uma vez em 1988) e Nossas escolas
(quatro vezes, entre 1988 e 1989), alm de Retratos de Joinville hoje (trs vezes, em
1989).24 Nossos compositores procurou divulgar a coleo de partituras do Arquivo de
Joinville, sobretudo aquelas que registravam composies de msicos locais. Foi inaugurada,
em maro de 1987, com apresentao musical em que foram executadas algumas das
composies cujas partituras estavam expostas.25 Nossas escolas, por sua vez, favoreceu o
22
Em 1983, o Arquivo Histrico de Blumenau foi transferido para a antiga sede da Cmara Municipal de
Vereadores, em carter provisrio (Relatrio anual do Arquivo Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva
1983. Blumenau, [1984]). Em 1985, comeou a ser construdo o prdio que abrigaria as dependncias do
Arquivo Histrico, Administrao e Biblioteca Pblica. O projeto do prdio foi elaborado sem participao de
especialistas na rea da Arquivstica e Biblioteconomia (Relatrio anual das atividades do Arquivo Histrico
durante o ano de 1985. Blumenau, janeiro de 1986. Acervo do Arquivo Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva).
O prdio, planejado logo aps as enchentes de 1983-1984, e inaugurado em 1987, foi construdo com recursos de
vrias empresas, conforme Sueli Petry (Depoimento de Sueli Petry..., op.cit., fl.7).
23
Maria Thereza Bbel viajou para o Rio, entre 25 e 27 de junho de 1986; Lus Alberto Ziga foi o funcionrio
do Pr-Documento incumbido de sua organizao e montagem. Arquivo Histrico Municipal de Joinville
AHMJ, Joinville (SC), v.3, n.3, jun.1986, p.14. A nova etapa, no prdio prprio, seria marcada pelas visitas
tcnicas: Srgio Burgi, do InFoto, esteve em Joinville para orientar montagem de Laboratrio Fotogrfico;
Raquel S.Thiago, por sua vez, visitou o Arquivo do Municpio de Rio Claro (com Maria Thereza Bbel), em So
Paulo, e a UFSC, em Florianpolis (neste ltimo caso, interessada em informaes sobre Laboratrio de Histria
Oral). Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.3, n.4, set.1986, p.19.
24
Joinville seus tempos, seus lugares, sua gente, Nossos compositores 1900-1940 e Nossas escolas
tambm foram previstas na programao do Arquivo Histrico de Joinville para 1995.
25
Arquivo Histrico de Joinville, Joinville (SC), v.4, n.2, mar.1987, p.17.
272
O prdio parece ter atrado visitantes de fora de Joinville: em 1984, mencionam-se turistas de vrias
procedncias, inclusive de Buenos Aires, interessados em conhecer o Arquivo(Arquivo Histrico Municipal
de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.1, n.5, jun.1984, p.2), bem como turistas do pas e do exterior, sempre
surpresos e encantados com nossas preciosidades, e muito interessados na nossa histria. (Arquivo Histrico
Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.2, n.1-2, out-dez.1984, p.6-7); em 1986 h referncias aos
meses de frias, em que o Arquivo recebia vrias visitas de turistas, brasileiros como estrangeiros, que
mostravam interesse e curiosidade em conhecer a nossa histria, a origem de nossos imigrantes etc. (Arquivo
Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), v.3, n.2, mar.1986, p.15).
273
pudessem ser associadas cultura germnica (August Sander e Erich Salomon, dois
precursores da fotografia alem, Franz Kafka, De Gutenberg eletrnica, Cartilha da
guerra Bertolt Brecht, Cincias naturais e tcnicas a Alemanha no sculo XIX,
Grafites do muro de Berlim, Mozart 1756-1791).
Quanto ao ltimo ponto, convm salientar que algumas dessas exposies no
foram concebidas e elaboradas diretamente pelo Arquivo Histrico de Joinville (outra
diferena em relao a Blumenau): ao menos duas delas foram organizadas pelo Instituto
Goethe de Curitiba, e uma pelo Instituto Cultural Brasil-Alemanha. Essa abertura a parcerias e
a uma maior amplitude temtica das exposies emprestou instituio uma imagem mais
genericamente cultural, e para alm da de instituio custodiadora e divulgadora de acervos.
importante salientar, entretanto, que algumas das exposies organizadas por outras
entidades serviram para que o Arquivo Histrico de Joinville marcasse apoio institucional a
iniciativas de identificao do municpio germanidade.27
Identificao reforada em 1992, nas comemoraes dos vinte anos de
institucionalizao do Arquivo Histrico de Joinville. Para a ocasio, uma grande exposio
foi organizada, reunindo, segundo seu ento diretor, Apolinrio Ternes, as preciosidades, as
raridades, os documentos originais e nicos dos nossos diferentes acervos. Com isso, teria
sido possvel aos joinvilenses, pela primeira vez, ver documentos de excepcional raridade
e intraduzvel importncia histrica.28 Raridade, preciosidade e importncia histrica - assim
saberiam os visitantes da exposio -, entendidas maneira dos colecionadores, geralmente
apegados ao que visto como antigo, a tudo aquilo que pode ser tido como primeiro, aos
rastros dos proprietrios, aos pertences dos ilustres e de seus familiares (entre eles, os de
origem germnica). Assim, foram postos em exposio, entre outros documentos: o primeiro
livro tratando sobre a Colnia Dona Francisca (o de Rodowicz, de 1853); um livro de autoria
da me do filsofo Schopenhauer, de 1831; uma carta do prncipe de Joinville a seu cunhado,
D.Pedro II; uma carta da princesa Dona Francisca a seu irmo Pedro; uma caderneta de
campo do engenheiro August Wunderwald, de 1868; o diploma de farmacutico de Hugo
27
Como abordado anteriormente (Parte III, Captulo 1), o Arquivo Histrico de Joinville manteve estreitos laos
com a Alemanha, que foram decisivos no s para a construo do prdio prprio como para o apoio a projetos,
inclusive de intercmbio. O Intercmbio Joinville-Langenhagen foi objeto de exposio em 1996.
28
Discurso de Apolinrio Ternes em 7 de maro de 1992. Boletim do Arquivo Histrico Municipal de
Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.10, jun.1992, p.13-14.
274
Ibidem, p.14.
Nstor Garcia Canclini, tendo como referencial os museus, tem acentuado a necessidade de estudos sobre o
pblico, ou ainda, sobre os consumidores culturais. Ver: GARCIA CANCLINI, Nestor. O patrimnio cultural
e a construo imaginria do nacional. Revista do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional, Rio de Janeiro,
n.23, 1994. p.105-106; GARCIA CANCLINI, Nestor. Culturas hbridas: estratgias para entrar e sair da
modernidade. So Paulo: EDUSP, 1997. esp.p.144-157.
275
A Histria editada
Os arquivos municipais podem ainda dar seu aval a determinadas interpretaes
histricas por meio da promoo de publicaes. As publicaes peridicas, caso existam,
tm, neste sentido, particular relevncia.
Entre 1983 e 1995, o boletim do Arquivo Histrico de Joinville foi importante
instrumento de divulgao de suas atividades e de seu acervo, apesar das interrupes na
publicao, em 1989 e 1993-1994.32 No boletim foram divulgados, com regularidade, vrios
textos da funcionria-historiadora Elly Herkenhoff (ver Parte III, Captulo 1), que teve
igualmente trabalhos publicados na forma de livro.33 O Arquivo Histrico de Florianpolis,
Ofcio no. 41, de Nelma Baldin, diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, ao
presidente do Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina. Florianpolis, 29 de novembro de 1995.
Nelma Baldin solicitou permisso para reproduzir fotografias do acervo do IHGSC, para atender necessidade
que tem o Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, para a sua inaugurao e montagem do seu prprio
acervo documental fotogrfico em sua sede, sita a rua General Bittencourt, 223, Centro de Florianpolis.
Arquivo corrente do Arquivo Histrico de Florianpolis, Ofcios expedidos - 1995.
32
O contedo do nmero publicado em julho de 1998 no tinha nenhuma relao com o Arquivo e foi utilizado
como mero veculo de propaganda do Festival de Dana de Joinville.
33
O Arquivo Histrico de Joinville publicou, de Elly Herkenhoff: Nossos Prefeitos, 1869-1903 (1984); Era uma
vez um simples caminho (1987), Joinville - nosso teatro amador - 1858-1938 (1989). A Histria da imprensa de
Joinville (1998) foi, a rigor, publicada pela Fundao Cultural de Joinville, em parceria com a UFSC. Tambm
foram publicados pelo Arquivo vrios outros trabalhos, no formato de livros ou opsculos: de Cyro Ehlke, A
maonaria no passado histrico joinvilense - a loja manica 'Deustche Freundschaft zum sdlichen Kreuze',
Amizade alem ao Cruzeiro Sul (1990); de Hilda Krisch, Histria do Cemitrio dos Imigrantes e da Casa da
Memria do Imigrante (1991); de Creso Coimbra, Franois d'Orleans, Principe de Joinville: o coronel Lutherod
e o homem do chapu grande (1991); de Slvia Heinzelmann, Fritz Alt (1991); de Rodowicz, Colnia Dona
Francisca (1992); sob a coordenao de Roseana Maria Corra e Terezinha Fernandes da Rosa, Histria dos
bairros de Joinville (1992). Em 1981, o Arquivo Histrico de Joinville publicou a traduo, feita por Elly
Herkenhoff, de uma carta de Ottokar Doerffel (Joinville - ontem e hoje).
31
276
por seu turno, publicaria breves boletins (informaes contidas em folder), embora apenas a
partir dos anos 2000, e de forma irregular.34 O Arquivo Histrico de Itaja nunca teve boletim
prprio, e o peridico associado Fundao Gensio Miranda Lins o Anurio de Itaja, com
publicao iniciada em 1998 no serviu como veculo regular de divulgao de suas
atividades.35 Quanto ao Arquivo Histrico de Blumenau, sua principal publicao tem sido a
revista Blumenau em Cadernos.
Blumenau em Cadernos teve Jos Ferreira da Silva como fundador. Professor,
jornalista, prefeito nomeado de Blumenau entre 1938 e 1941, historiador especialmente
dedicado histria da regio do vale do Itaja, Ferreira da Silva tambm dirigiu, nos anos
1960, a Biblioteca Pblica Municipal, sendo mais tarde diretor executivo da Fundao Casa
Dr. Blumenau ( qual estava vinculado o Arquivo Histrico de Blumenau). Mas mais
freqentemente lembrado pelos anos de dedicao a Blumenau em Cadernos, revista cujo
primeiro nmero circulou em novembro de 1957, e que Ferreira da Silva dirigiu at sua morte,
em dezembro de 1973, quando contava 76 anos.36 O nmero duplo da revista relativo a
janeiro e fevereiro de 1974, subseqente sua morte, prestou homenagem ao fundador e exdiretor, firmando o compromisso de dar continuidade publicao. No nmero seguinte, de
maro de 1974, a revista, dirigida por Federico Carlos Allende, j aparecia como propriedade
da Fundao Casa Dr. Blumenau.37 Da em diante, seria assumida pela Prefeitura Municipal
de Blumenau, atravs da Fundao Casa Dr. Blumenau (e, posteriormente, da Fundao
Cultural de Blumenau). O Arquivo Histrico de Blumenau, vinculado Fundao,
responsabilizou-se pela edio.38
No primeiro nmero, Blumenau em Cadernos, definido como mensrio dedicado
histria e aos interesses do vale do Itaja, apresentava suas intenes:
34
No acervo da Biblioteca Pblica do Estado de Santa Catarina foi encontrado um exemplar do boletim
informativo do Arquivo Histrico de Florianpolis publicado em abril de 2001 (era o nmero 4); em 2005
passaram a ser publicados boletins trimestrais.
35
Um nico artigo referiu-se ao Arquivo Histrico de Itaja: de autoria de Vera Lcia de Nbrega Pecego Estork,
ento coordenadora do Arquivo, consta do Anurio de Itaja de 2000. Note-se que o peridico, ao adotar o nome
de Anurio de Itaja homenageou publicaes de mesmo ttulo editadas em 1924, em 1949 e em 1959-1960.
Cf.: Anurio de Itaja 1998 [Fundao Gensio Miranda Lins]. Itaja (SC), n.1, 1998, p.7.
36
Note-se, contudo, que a revista sugere seu afastamento em 1960, quando passou a residir em Curitiba referese a ele como colaborador. Cf.: Um apelo. Blumenau em Cadernos, Blumenau (SC), t.III, n.11, nov. 1960,
p.212.
37
Cf.: No podemos parar. Blumenau em Cadernos, Blumenau (SC), t.XV, n.1-2, jan.-fev.1974, p.1;
Blumenau em Cadernos, Blumenau (SC), t.XV, n.3, mar.1974.
38
Cabe informar que, em dezembro de 1972, a Lei municipal n. 1.895 tornara a revista Blumenau em Cadernos
de utilidade pblica. Cf.: Blumenau em Cadernos, Blumenau (SC), t.XIV, n.1, jan. 1973, p.2.
277
39
A que viemos. Blumenau em Cadernos, Blumenau (SC), t.I, n.1, nov. 1957, p.1.
278
40
CABRAl, Oswaldo R. Em memria de um amigo. Blumenau em Cadernos, Blumenau (SC), t.XV, n.3, mar.
1974, p.4.
41
Relatrio dos negcios administrativos do municpio de Blumenau, referente ao ano de 1950,
apresentado Cmara Municipal pelo Prefeito Frederico Guiherme Busch Junior. S.l.p., s.c.p., s.d.
42
Jos Gonalves, Sueli Petry e Cristina Ferreira, devido ao envolvimento direto com a produo da revista,
tambm tiveram diversos textos publicados. Para um levantamento sistemtico dos artigos publicados, at 1995,
ver: FIORI, Neide Almeida; PETRY, Sueli Maria V. (orgs.). ndice da revista Blumenau em Cadernos
1957-1995: referncias de autores e ttulos. Blumenau (SC): Arquivo Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva,
Florianpolis: Editora da UFSC, 1996.
279
43
44
280
demogrfico, seja no que diz respeito sua vida econmica, social, poltica e
cultural.45
45
Relatrio apresentado por Jos Ferreira da Silva ao Prefeito Municipal [de Blumenau], Dr. Carlos
Zadrozny, sobre os setores culturais do governo municipal. Blumenau, 20 de janeiro de 1966. Cpia carbono,
datilografada. Acervo: Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva. O comentrio est contido na rubrica Arquivo
Histrico. No mesmo relatrio, Ferreira da Silva informava estar trabalhando em uma histria de Blumenau
voltada para o pblico escolar. Sua Histria de Blumenau foi publicada primeiramente em 1972 conforme
esclarece o autor, na prpria obra, por conta dos cofres municipais. SILVA, Jos Ferreira da. Histria de
Blumenau..., op.cit., p.5.
46
Entre suas obras: O padre Jacobs (1928); A colonizao do vale do Itaja (1931); Fritz Mller (1931); Entre a
enxada e o microscpio: o colono Fritz Mller (1971); O dr. Blumenau (1933); Histria do municpio da Penha
(1959); As terras do Itaja e Vasconcellos Drummond (1963); Itaja, a fundao e o fundador (1967);
Cronografia do dr. Blumenau (1964); A bandeira do Brasil (1967); Blumenau pequeno guia turstico (1971);
Histria de Blumenau (1972); A imprensa em Blumenau (publicao pstuma, 1977). Cf.: SACHET, Celestino.
A literatura catarinense. Florianpolis: Lunardelli, 1985. p.318-319.
281
47
ZILLIG, Cezar. Dear Mr. Darwin: a intimidade da correspondncia entre Fritz Mller e Charles Darwin.
Blumenau (SC): 43 Grfica e Ed., 1997. 241p.; BLUMENAU, Hermann. Um alemo nos trpicos. Org.
Cristina Ferreira e Sueli M. V. Petry. Blumenau (SC): Instituto Blumenau 150 anos, Cultura em Movimento,
1999. 280 p. (edio bilnge); BLUMENAU, Hermann. A colnia alem Blumenau na Provncia de Santa
Catarina no sul do Brasil. Org. Cristina Ferreira. Blumenau (SC): Instituto Blumenau 150 anos, Cultura em
Movimento, 1999. Note-se que, em 1996, foi publicado livro em homenagem a Jos Ferreira da Silva: PETRY,
Sueli M.V.; FERREIRA, Cristina (org.). Jos Ferreira da Silva: centenrio de nascimento. Blumenau:
Fundao Cultural de Blumenau, 1996. O Arquivo Histrico de Blumenau teve envolvimento em todas essas
publicaes.
282
do que fosse de interesse pblico (mesmo que, na origem, privado) frente privatizao do
que fosse originalmente pblico. Certamente pode-se detectar a uma disputa de autoridade
acerca da histria de Joinville. Disputa que se fez sentir, por exemplo, em Blumenau em
Cadernos: tendo Adolfo Bernardo Schneider publicado texto acerca da data de fundao de
Joinville, em maro de 1962, Carlos Ficker contestou-o no ms de maio, destacando uma srie
de equvocos e imprecises.48 Segundo Ficker, Schneider teria se baseado na tradio,
adotando verses e teorias de outros autores, sem antes verificar-lhes a exatido, sem ir-lhes
[sic] S FONTES, como convm proceda todo pesquisador.49 Suas crticas foram feitas,
conseqentemente, a bem da verdade histrica.50
Carlos Ficker baseava a autoridade de seu trabalho na pesquisa emprica, no
recurso documentao. Teria, alis, em vrios acervos, deixado rastros de seu trabalho de
verificao das fontes. Na revista gora, Klaus Richter, em 1989, informou ter detectado,
na chamada Coleo Ficker do Arquivo Histrico de Joinville, livros de contabilidade e
documentos mais significativos sobretudo quanto Colnia Dona Francisca na Sociedade
Colonizadora de Hamburgo, de 1849 a 1897, e que estavam anteriormente guardados na
administrao do Domnio Dona Francisca. Igualmente, localizou, naquela coleo, sete dos
doze livros copiadores da Hansetica, e que faltavam ao acervo do Museu Eduardo de Lima
e Silva Hoerhan.51 Na mesma revista, mas em dezembro de 1990, Beat Meier indicou ter
encontrado, tambm em pesquisas na Coleo Ficker, vrios documentos pblicos:
Todos estes documentos faltam no Arquivo Pblico de Santa Catarina e j
fizeram falta a muitos pesquisadores!
No quero saber como estes documentos saram do acervo do Arquivo
Pblico e quem o responsvel por isso, j que Carlos Ficker comprou
vrios documentos, como me informou uma funcionria do Arquivo
48
SCHNEIDER, Adolfo Bernardo. A data da fundao de Joinville. Blumenau em Cadernos, Blumenau (SC),
t. V, n.3, mar.1962, p.54-55; FICKER, Carlos. A data da fundao de Joinville. Blumenau em Cadernos,
Blumenau (SC), t.V, n.5, maio 1962, p.86-90.
49
FICKER, Carlos. A data..., op.cit., p.86.
50
Ibidem, p.90.
51
RICHTER, Klaus. Recuperao de fontes para a colonizao alem no norte de Santa Catarina. gora,
Florianpolis, n.9, jan.1989, p.17.
283
52
MEIER, Beat Richard. Duas descobertas de documentos primrios do sculo passado a respeito de vrias
colnias alems hoje meio esquecidas como Santa Isabel, Piedade, So Pedro de Alcntara e
Terespolis. gora, Florianpolis, n.12, dez. 1990, p.24-25.
53
COMBE, Sonia. Archives interdites: les peurs franaises face lHistoire contemporaine. Paris: Albin
Michel, 1994. esp. p.145-165 (Lautorisation exceptionelle de consultation).
284
54
O Arquivo Histrico de Florianpolis no tem historiadores em seu quadro funcional (sua lei de criao prev
apenas diretor e assistente, o que at hoje no foi alterado). Isso, entretanto, no impediu (nem impede) que nele
atuem estagirios da rea de Histria ou funcionrios que, deslocados de outros setores para atuar no Arquivo,
tenham formao na rea de Histria.
55
Quanto aos diretores e responsveis pelos arquivos aqui estudados, ver os Apndices III-1, III-2, III-4 e IIII-5.
285
outras e o lado historiadora foi ficando para trs. Hoje eu quero correr atrs
do tempo perdido, fazendo as leituras que eu no fiz, procurando recuperar.56
57
286
2005), Jos Bento Rosa da Silva assumiu a coordenao do atual Centro de Documentao e
Memria Histrica de Itaja/Arquivo Pblico, buscando imprimir um novo sentido para a
instituio, uma outra perspectiva histrica:
[...] Itaja uma cidade politicamente muito conservadora, e eu penso que
tanto o Museu como o Arquivo [ligados Fundao Gensio Miranda Lins]
so fontes de preservao desse conservadorismo. A memria oficial da
cidade est no Museu e est no Arquivo. E so essas histrias que so
veiculadas nos meios de comunicao, nas escolas, em tudo que parte.
Ento ns vamos aproveitar esse lugar oficial de memria para trazer as
outras memrias.
[...] aqui deve ser um lugar de histria viva. A gente est relacionando
sempre a documentao escrita, as fontes, tambm com aquilo que est se
fazendo na contemporaneidade. [...] E nesse sentido que estamos
investindo prioritariamente, neste momento, na memria dos bairros. [...]
Trata-se de contar a histria de Itaja a partir dos olhares que vm dos
bairros. [...] Todas as pessoas que quisessem contar o que elas soubessem
sobre o bairro, sobre a cidade, sobre a histria, a partir da tica delas e da
memria delas, independente da faixa etria, independente do segmento
social, ns listamos, e agora estamos executando essas entrevistas.59
59
Depoimento de Jos Bento Rosa da Silva, em 6 de outubro de 2005 verso transcrita. Fl. 1 e 4. Arquivo
pessoal de Janice Gonalves.
287
lembrado.60 No toa, o direito memria encontra abrigo nessa instituio hbrida: Centro
de Documentao e Memria Histrica de Itaja/Arquivo Pblico. Pende, no entanto, mais
para o primeiro do que para o segundo. Residiria aqui o limite dos arquivos enquanto
laboratrios de Histria?
60
No folder relativo ao projeto Memria dos Bairros, l-se: A cidade no feita apenas de matria concreta.
As trajetrias da cidade residem tambm em nossas memrias. por isso que a Fundao Gensio Miranda Lins
desenvolve este projeto: para que as lembranas, fazeres e saberes dos grupos sociais no se percam no tempo,
no se afastem da vida. A memria um direitos de todos.
Parte III
Captulo 3
Arquivos: instrumento e espelho da razo administrativa
289
290
colunista social que publica a nota, emocionou a doadora a ponto de faz-la tremer. Como se
traduz o valor do presente? Na sua pertinncia: trata-se de documento intimamente associado
histria do municpio marca a passagem de vila a cidade. Sem aprofundar-se no
significado poltico-administrativo dessa passagem, o colunista esclarece aos leitores: trata-se
da certido de nascimento da cidade. O valor reside tambm na autoridade emprestada ao
documento por quem o assina: o imperador (mesmo que o colunista, ou talvez o responsvel
final pela impresso do texto, tenha confundido o pai com o filho). Sim, assinado de prprio
punho pelo imperador! Por ser documento do sculo XIX, perodo predileto de Cabral em
seus estudos, certamente seria particularmente valioso para o historiador, o que eleva mais um
pouco a generosidade do gesto de doao. Alm disso, havia o fator surpresa: se o decreto
imperial no era, obviamente, desconhecido, aquele documento, manuscrito, original autntico, enfim - ningum conhecia. E por que? Fecho da narrativa: o documento fora
salvo (resgatado) e conservado at os nossos dias porque posto sob a proteo de Cabral (e,
posteriormente, da herdeira de seu acervo). Caberia agora Prefeitura (naquele ato
representada pela prefeita, ngela Amin), mas em especial ao Arquivo Histrico de
Florianpolis, a guarda e preservao do precioso bem.
Convm, contudo, examinar mais atentamente essa troca de presentes: trata-se,
ento, de uma devoluo, mal disfarada em doao. A posse privada de documento pblico
foi positivada, pois fruto de resgate. Mas por que Oswaldo Cabral teria resgatado o
documento? A nota Raridade, inserida na coluna de Moacir Pereira, nA Notcia de 27 de
novembro, acrescenta mais elementos ao enredo:
O documento integrava o acervo do professor Oswaldo Cabral,
homenageado com o nome do centro [sic]. Seria queimado por ordem do
prefeito de Florianpolis na dcada de 40.
No gesto de Sara Regina Poyares dos Reis, talvez, a indicao de que, se prefeito
anterior j quisera eliminar documentos cujo valor no sabia reconhecer, o mesmo no
acontecia com a ento prefeita, ento concedendo lugar digno para as atividades do Arquivo
Histrico de Florianpolis.
As condies do resgate ficaram por esclarecer. Mas o pouco apreo pela
documentao municipal (ou ainda, a ausncia de percepo de seu valor para a prpria
291
AMBONI, Narcisa de Ftima. Biblioteca Universitria, Setor de Santa Catarina: organizao e funcionamento.
In: SOARES, Iaponan (org.). Arquivos & Documentos em Santa Catarina. Florianpolis: Secretaria da
Justia, Arquivo Pblico do Estado, 1985. p.103. Aparentemente transcrevendo a portaria, Narcisa Amboni
informou, no I Encontro de Arquivos Catarinenses: Em 4 de julho de 1960 o Prefeito Municipal Oswaldo
Machado, atravs da Portaria n. 51, resolve: no uso de suas atribuies, fazer cesso ao Departamento de
Documentao Histrica da Faculdade Catarinense de Filosofia, do Arquivo Histrico do Municpio, ou seja, do
Arquivo da Cmara Municipal. A portaria no foi localizada em nenhum dos acervos consultados no processo
de pesquisa.
6
SILVA, Elizabeth Farias da. Ontogenia de uma universidade: a Universidade Federal de Santa Catarina
(1962-1980). 291p. So Paulo, 2000. Tese (Doutorado em Educao) - Faculdade de Educao, USP. p.11;
FONTES, Henrique da Silva. Pensamentos, palavras e obras: Primeiro caderno - Da Faculdade de Filosofia.
Florianpolis: [Edio do Autor], 1960. p.5-21.
7
FONTES, Henrique da Silva. Pensamentos..., op.cit., p.19-21.
292
dcada de 1940. Contudo, uma hiptese que tornaria compreensvel a presena do documento
no acervo de Oswaldo Cabral seria justamente o fato de ter sido abrigado na Faculdade em
que era professor. Ficando no Departamento de Documentao Histrica os documentos
municipais cedidos pela Prefeitura de Florianpolis, pode-se supor a grande proximidade que
os pesquisadores ligados Faculdade teriam com eles, sem os obstculos que, em instituies
arquivsticas, costumam ser impostos sua manipulao, cpia ou emprstimo (este ltimo,
alis, costumeiramente vedado). No difcil imaginar que, utilizados para atividades com os
alunos ou para pesquisas dos docentes, os documentos pudessem com certa freqncia
migrar do Departamento de Documentao Histrica para os escritrios dos professores em
suas residncias. Afinal, o gesto que envolveu a sua cesso Faculdade de Filosofia indica
terem sido considerados em seu valor puramente cultural, isentos de valor administrativo ou,
mesmo, jurdico. E quem poderia duvidar do apreo e do cuidado que seriam dedicados aos
documentos por pesquisadores reconhecidamente voltados para a histria de Santa Catarina?
Com a implantao da Universidade Federal de Santa Catarina, a Faculdade de
Filosofia deixaria de existir de forma autnoma, integrando-se nova instituio. E os
documentos pblicos municipais foram posteriormente transferidos para a Biblioteca
Universitria, criada em 1976.8 Referida com freqncia nas dissertaes em Histria
relativas a Santa Catarina (em especial as defendidas no Programa de Ps-Graduao em
Histria da Universidade Federal de Santa Catarina), a Biblioteca Universitria certamente
teve parte das consultas regulares devidas presena daqueles documentos em seu acervo.
Tais documentos teriam permanecido na Universidade Federal at meados da
dcada de 1990, com exceo de 36 pastas com tipos documentais diversos da Cmara
Municipal de Desterro, que em junho de 1986 teriam sido enviadas ao Arquivo Pblico do
Estado.9 Atingidos por enchente que afetou parte do acervo da Biblioteca Universitria, em
1995, os documentos retornaram guarda do Executivo municipal, uma vez que poderiam ser
abrigados no Arquivo Histrico de Florianpolis.10
293
11
RIBEIRO, Marilene Filomeno Machado. op.cit., p.201-202. No mesmo texto (provavelmente por problemas
de editorao) h duas datas distintas para a inaugurao: 1. de dezembro (p.201) e 19 de dezembro (p. 202) de
2005.
12
As funcionrias do Arquivo Pblico do Estado teriam auxiliado ainda na elaborao do regimento do Arquivo
e no Plano de Destinao de Documentos. Depoimento de Nelma Baldin, em 15 de novembro de 2005
verso transcrita. Fls. 10 e 12. Arquivo pessoal de Janice Gonalves.
13
Relatrio de atividades referente a 1994, elaborado por Nelma Baldin, diretora do Arquivo Histrico do
Municpio de Florianpolis. Florianpolis, s.d. [janeiro de 1995?].Arquivo corrente do Arquivo Histrico
Municipal de Florianpolis Oswaldo Rodrigues Cabral AHMF, Ofcios expedidos, 1995.
14
Depoimento de Nelma Baldin, op.cit., fl. 10.
294
A casa no nmero 223 da rua General Bittencourt foi alugada pouco antes da
inaugurao do Arquivo. Antes disso, outras alternativas foram buscadas, enquanto o Arquivo
funcionava, formalmente, em uma sala do Gabinete do Prefeito.15
A inteno inicial parece ter sido ocupar o prdio da antiga Portobrs, sito rua
Almirante Lamego Centro, tendo sido feitas consultas ao Instituto de Planejamento Urbano
de Florianpolis IPUF, quanto viabilidade de ocupao, antes mesmo de aprovada a lei de
criao do Arquivo, e novamente em fevereiro de 1995.16 Poucos meses depois, em agosto de
1995, tinha-se j outro prdio em vista: aquele ento ocupado pela sede da OAB/SC, no
centro da cidade. Nelma Baldin solicitou ao IPUF que fosse feito estudo no sentido de
verificar a possibilidade de ocupao do prdio para sede do Arquivo Histrico do Municpio
de Florianpolis e, tambm, de parte das atividades da Fundao Franklin Cascaes: a Casa da
Memria de Florianpolis.17
O insucesso em ocupar prdio que, sendo tombado, pudesse conferir ao Arquivo a
legitimidade de seu carter histrico, provavelmente levou a opes mais pragmticas.
Assim, em setembro de 1995, houve ainda a tentativa de alugar parte de imvel situado na rua
Arcipreste Paiva, que contaria com 120 m2 para o Arquivo, alm de 46 m2 de rea comum18 o que tambm no se efetivou. A opo pelo imvel da rua General Bittencourt em rea de
menor movimento e possivelmente de aluguel inferior ao do outro prdio - parece ter se dado
15
Ofcio circular s/n, da diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, Nelma Baldin.
Florianpolis, 29 de setembro de 1995. Arquivo corrente do AHMF, Ofcios expedidos, 1995. O ofcio
consultado foi enviado a funcionria do IPUF, e mencionava a sala onde atualmente funciona a sede do
Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, nas instalaes do Gabinete do Prefeito (na bilheteria do Art
7). O website da Prefeitura Municipal de Florianpolis, na pgina relativa ao Arquivo Histrico, informa que o
funcionamento inicial da instituio se deu em uma pequena sala no antigo prdio da Prefeitura, na rua
Almirante Alvim. Disponvel em: http://www.pmf.sc.gov.br/arquivo_historico. Acesso em: 17 out. 2005.
16
Ofcio da diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, Nelma Baldin, ao diretorpresidente do IPUF, Jos Lcio de Arruda Gomes. Florianpolis, 23 de fevereiro de 1995. Arquivo corrente
do AHMF, Ofcios expedidos, 1995. Ofcio anterior teria sido enviado em 1. de agosto de 1994. A consulta ao
IPUF se fez em funo do rgo estar incumbido da preservao do patrimnio edificado, uma vez que o prdio
em questo antiga Inspetoria de Rios e Portos havia sido tombado pelo municpio em 1992. Informao
disponvel em: http://www.ipuf.sc.gov.br. Acesso em: 13 ago.2005.
17
Ofcio no. 15, da diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, Nelma Baldin, ao diretorpresidente em exerccio do IPUF, Luiz Antonio M. Maciel Dantas. Florianpolis, 1. de agosto de 1995.
Arquivo corrente do AHMF, Ofcios expedidos, 1995. O prdio em questo seria, portanto, aquele efetivamente
ocupado pela Casa da Memria, a partir de maro de 2004, na esquina da rua Padre Miguelinho com a rua Anita
Garibaldi, e tombado em nvel municipal e estadual.
18
Contrato de locao de imvel proposto para o Arquivo Histrico do Municpio [encaminhado com
comunicao interna da diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, de Nelma Baldin, para
funcionrio da Secretaria Municipal da Administrao, Carlos Alberto da Silva]. Florianpolis, 28 de setembro
de 1995. Arquivo corrente do AHMF, Documentos recebidos, 1994-1996.
295
19
296
297
Teria contado com o apoio, tambm, do Movimento Socialista Revolucionrio (MSR). Cf.: FONTANA,
Remy. Introduo: uma novidade poltica. In: GRANDO, Srgio (org.). Florianpolis de todos. Florianpolis:
Insular, 2000. p.11 e 31.
298
28
299
31
300
35
A Portaria no. 23/95, de 9 de outubro de 1995, da Fundao Municipal de Esportes, constitui a Comisso
Setorial de Avaliao, composta por Janete Ely, Rosana dos Santos e Zenir Terezinha Guesser; Ofcio GS
no.540/95, de 30 de novembro de 1995, da Secretaria Municipal de Educao, indica os funcionrios Neusa
Grotto, Nilzomar da Silva e Maria Madalena Decker; Ofcio GAB/481/95, de 12 de dezembro de 1995, da
Secretaria de Sade e Desenvolvimento Social, indica os funcionrios Ada Aurora Belzer Martins e Ilso Adenor
Godinho. Arquivo corrente do AHMF, Documentos recebidos, 1994-96.
36
Autorizao da Prefeita Municipal, ngela Amin, para a diretora do Arquivo Histrico do Municpio de
Florianpolis, Leda Rosa Cardoso Vieira. Florianpolis, 14 de maro de 1997. Arquivo corrente do AHMF,
Circulares recebidas, 1997 e 1998.
37
Relatrio de atividades de 1997, assinado por Leda Rosa Cardoso Vieira. Florianpolis, 22 de janeiro de
1998. Arquivo corrente do AHMF, Ofcios expedidos em 1998 para o Secretrio da Administrao.
38
Ofcio no. 433/07 - GS/SUSP, do Secretrio Municipal de Urbanismo e Servios Pblicos diretora do
Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, Leda Rosa Cardoso Vieira. Florianpolis, 3 de julho de
1997. Arquivo corrente do AHMF, Ofcios recebidos/expedidos, 1997.
301
Em conjunto com outros documentos do perodo 1993-1997, foram encaminhados para serem colocados em
guarda permanente do arquivo histrico. Ofcio G.S no. 1119/99, da Secretria Municipal de Administrao
ao Chefe da Unidade de Apoio da Secretaria Municipal de Administrao. Florianpolis, 27 de dezembro de
1999. Arquivo corrente do AHMF, Ofcios recebidos - diversos 1999.
40
Ofcios de no. 15/99 a 28/99, encaminhados pelo Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis a
vrios rgos municipais. Florianpolis, 30 de maro a 7 de abril de 1999. Arquivo corrente do AHMF,
Membros da CCAD/ Tabela de temporalidade 1999.
41
Ofcios no. 41 a 56/99, de junho de 1999, e ofcios no. 60 a 74/99, de julho de 1999, da diretoria do
Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis a vrios rgos municipais, convocando para reunies.
Arquivo corrente do AHMF, Membros da CCAD/ Tabela de temporalidade - 1999.
42
Ofcio circular no. 38/99, do Secretrio Municipal de Administrao a vrios rgos municipais.
Florianpolis, 27 de dezembro de 1999. Arquivo corrente do AHMF, Membros da CCAD/Tabela de
Temporalidade - 1999.
43
Ofcio no. 26/02, da diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, Suely V. Quinteiro, ao
Secretrio Municipal de Transportes e Obras. Florianpolis, de 18 de abril de 2002. Arquivo corrente do
AHMF, Ofcios enviados - 2002.
302
Cabe esclarecer que, em meio primeira gesto da prefeita ngela Amin (19972000), a situao do Arquivo Histrico de Florianpolis mudara tambm em termos de
instalaes fsicas, o que parece apontar para uma percepo diferenciada do Arquivo, em
relao gesto anterior. Com o Arquivo na casa da rua General Bittencourt, o governo
Srgio Grando tentava dar efetividade a uma instituio arquivstica compreendida como
instrumento do exerccio de direitos (como o direito memria e o direito informao,
ambos convergindo para o exerccio da cidadania); era preciso, portanto, garantir espao para
a consulta pblica dos documentos. A consulta, porm, levando-se em conta os nmeros
Comunicao interna no. 113/04, da diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, Suely
V. Quinteiro, ao Secretrio Municipal de Administrao. Florianpolis, s.d. Arquivo corrente do AHMF,
Comunicao interna enviada - 2004. Embora a comunicao interna no esteja datada, deduz-se que seja do
segundo semestre, em funo da aluso ao pouco tempo para concluso de certas atividades antes do
encerramento da atual gesto.
45
Ofcio no. 17/03, da diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, Suely V. Quinteiro, ao
Secretrio Municipal de Administrao. Florianpolis, 30 de abril de 2003. Arquivo corrente do AHMF,
Ofcios enviados - 2003.
46
Ibidem.
44
303
apresentados pela diretora Leda Vieira, relativamente a 1997 e 1998, era mnima: ao longo de
1997, 46 pesquisadores, consultando 182 documentos; em 1998, 38 pesquisadores e 191
documentos consultados.47 Motivo talvez suficiente para deslocar o Arquivo Histrico de
Florianpolis para prdio onde estivessem concentrados diversos rgos municipais, inclusive
o Gabinete da Prefeita. Assim, no final de 1998, decidiu-se instalar o Arquivo em prdio na
rua Conselheiro Mafra, ento transformado em principal endereo da Prefeitura Municipal.48
O espao a ocupar seria, contudo, reduzido e pouco adequado: Leda Vieira, em janeiro de
1999, destacou ser insuficiente at mesmo para o material do Arquivo, alm de mido e
afetado por luz intensa.49 Pequeno para o acervo, ele tambm abrigaria, com dificuldade,
pesquisadores. Com isso, o Arquivo Histrico de Florianpolis passaria a estar
fundamentalmente a servio da administrao.50
A vocao do Arquivo para a pesquisa histrica seria reafirmada, todavia, em
meados da segunda gesto ngela Amin, juntamente com a recuperao da idia de uma
Casa da Memria.51 A atuao da diretora Suely Quinteiro, neste sentido, teve relevncia em especial sua iniciativa de encaminhar projeto voltado para a conservao preventiva de
documentos histricos da Prefeitura Municipal de Florianpolis ao programa ADAI (Apoyo
al Desarrollo de Archivos Iberoamericanos), sustentado pelo Ministrio da Educao,
Cultura e Desporto da Espanha. Aprovado no mbito do programa, o projeto obteve, em 2003,
47
Relatrio de atividades, 1997-1998, encaminhado por Leda Rosa Cardoso Vieira. Florianpolis, 27 de
novembro de 1998. Arquivo corrente do AHMF, Ofcios expedidos em 1998 para o Secretrio da Administrao.
48
Ofcio circular no. 30/98, do Secretrio Municipal da Administrao. Florianpolis, 9 de outubro de 1998.
Arquivo corrente do AHMF, Ofcios recebidos - 1998.
49
Ofcio no. 03/99, da diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, Leda Rosa C. Vieira,
ao Secretrio Municipal de Administrao. Florianpolis, 26 de janeiro de 1999. Arquivo corrente do AHMF,
Ofcios expedidos - 1999.
50
Nota pessoal: em 2000, visitei o Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis, no andar trreo da rua
Conselheiro Mafra n. 656, e conversei com sua diretora, Leda Rosa Cardoso Vieira. O Arquivo possua duas
escrivaninhas, para a diretora e para sua assistente (todo o quadro de pessoal da instituio) e uma mesa de
tampo redondo, com duas cadeiras, para os usurios; havia tambm uma pequena rea de depsito e uma saleta
para higienizao. Documentos da Prefeitura de produo mais recente estavam localizados no subsolo.
Inexistiam instrumentos de pesquisa. O Arquivo contava ainda com seis estagirios (graduandos das reas de
Histria, Administrao, Biblioteconomia e Direito) e, para os servios de limpeza, era atendido por duas
serventes da Prefeitura.
51
[...] h tambm um estudo de instalao da Casa da Memria, fazendo com que o espao fsico hoje ocupado,
que inadequado, seja remanejado para outro local [sic], tornando o Arquivo mais amplo, de maneira que possa
atender suas necessidades e objetivos reais. QUINTEIRO, Suely Veiga. Arquivo Histrico do Municpio de
Florianpolis. In: Caderno de resumos do X Encontro Catarinense de Arquivos e V Painel de Arquivos
Municipais - 2 a 4 de setembro de 2002. Florianpolis: 2002. p.26-27.
304
305
56
Boletim informativo do Arquivo Histrico Municipal de Florianpolis. Florianpolis, jul-set. 2005. Folder.
Depoimento de Antonio Dario Neves e Fbio Andras Richter, em 11 de novembro de 2005 verso
transcrita. Fls. 1 e 3. Arquivo pessoal de Janice Gonalves.
57
306
307
60
BOITEUX, Lucas Alexandre. Commentarios Historia Catharineta. RTIHGSC, 1918, 3o. trim., p. 329.
Discurso proferido pelo sr. Bacharel Henrique da Silva Fontes na sesso commemorativa do 187o. anniversario
da creao da villa de Na. Sa. do Desterro, sesso realizada a 26 de maro de 1913. RTIHGSC, 1913, 1o.-2 o.
trim., p.117.
61
308
diretor e assistente.62 E, ao lado disso, reforar seu papel como instrumento e espelho da razo
administrativa: nas palavras do atual diretor, Antonio Dario Neves,
[...] no h um Arquivo distante da Prefeitura. Ns somos um Arquivo
dentro de uma Secretaria Administrativa. A Secretaria Administrativa h de
ser uma Secretaria de peso dentro da administrao da Prefeitura. E ela h de
reconhecer que o Arquivo no pode ser um peso morto, um lugar de jogar
documentos fora.63
309
a lei de 1998, pode-se supor que a organizao desses conjuntos documentais consistisse em
identificao para posterior avaliao. O Arquivo de Itaja tambm recebeu, provenientes do
arquivo intermedirio da Prefeitura, documentos fotogrficos e udio-visuais.68 Prestou ainda
assessoria tcnica a rgos da administrao municipal (como a Secretaria de Educao e a
Secretaria de Administrao) quanto organizao de documentos arquivsticos.69
Foi talvez a inteno de firmar o Arquivo Histrico de Itaja como instncia
vinculada a todas as fases da documentao arquivstica municipal que fez com que, na virada
para o sculo XXI, passasse a ser denominado de Arquivo Pblico.70 Na condio de
Arquivo Pblico de Itaja, a instituio assessorou e acompanhou, em 2002, o processo de
construo da sede do Arquivo Intermedirio da Prefeitura, inaugurado em outubro daquele
ano. Durante a realizao da obra, o Arquivo Pblico de Itaja recebeu temporariamente a
documentao de carter intermedirio, responsabilizando-se pelo atendimento s solicitaes
de documentos feitas por secretarias e demais rgos municipais.71 Em 2003, prosseguiu com
o assessoramento tcnico na organizao do Arquivo Intermedirio da Prefeitura, e em 2004,
ficou responsvel pelo seu gerenciamento.72
A vitria do candidato do Partido dos Trabalhadores para o cargo de prefeito de
Itaja, nas ltimas eleies municipais, acarretaria, iniciado o governo, uma srie de alteraes
na Fundao Gensio Miranda Lins. De um lado, na sua estrutura, resultando na extino do
Conselho Curador e na criao de um Conselho Deliberativo, bem como de uma
Superintendncia e de diretores para cada unidade da Fundao. Pelo novo estatuto, o
Arquivo, a rigor, deixou de existir, pois, alm dos museus, foi apenas mencionado o Centro de
68
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 1999, op.cit., p.14.
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 2001. Itaja (SC), [2002],
p.13, 15-16. Acervo: Centro de Documentao e Memria Histrica/Arquivo Pblico de Itaja.
70
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 1999, op.cit.; Relatrio
de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 2001. op.cit.; Relatrio de atividades
da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 2002 Itaja (SC), [2003]. Acervo: Centro de
Documentao e Memria Histrica/Arquivo Pblico de Itaja. No relatrio referente s atividades de 2002, um
trecho do Histrico da Fundao Gensio Miranda Lins assinala: O Arquivo Histrico, hoje Arquivo Pblico
[...]. Tudo indica que a mudana de denominao ocorreu em 2001, em funo da ocupao da Casa Lins; o
relatrio de atividades relativo ao ano de 2000 no foi localizado.
71
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 2002. op.cit., p.20 e 22.
72
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 2003. Itaja (SC), [2004],
p.5. Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 2004. Itaja (SC),
[2005]. p.40. Acervo: Centro de Documentao e Memria Histrica/Arquivo Pblico de Itaja.
69
310
Lei municipal [Itaja] no. 4.263, de 16 de maro de 2005; Decreto municipal [Itaja] no. 7.575, de 19 de julho
de 2005. O Centro de Documentao citado no Art. 8o. do decreto.
74
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 1999, op.cit., p.5;
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 2001. op.cit., p.12;
Relatrio de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativo ao ano de 2002. op.cit., p.5.
311
Arquivo Pblico de Itaja parece ter pendido, mais recentemente, para esta ltima.75
Em Joinville e Blumenau, a gesto documental h vrios anos foi lanada como
meta a ser perseguida. Em Joinville, na cerimnia de comemorao dos vinte anos do Arquivo
Histrico, Apolinrio Ternes, seu diretor, declarou:
Agora tempo da instituio ampliar as suas funes, deixando a
caracterstica de Arquivo Histrico, para se transformar num Arquivo
Pblico. Precisamos incorporar, com urgncia, os conjuntos documentais da
prefeitura e da Cmara, assim como j incorporamos os arquivos do Poder
Judicirio. O Arquivo precisa se transformar no gestor de toda a
documentao da administrao pblica e, para isto, deve mudar sua
filosofia operacional. Precisamos de
especialistas em
arquivstica.
75
Isso no significa que as atividades relacionadas gesto documental tenham sido interrompidas: em abril de
2006, teve incio o curso Gesto de documentos: da classificao destinao, promovido pela Fundao
Gensio Miranda Lins e pela Fundao de Educao Profissional e Administrao Pblica de Itaja, voltado para
os servidores municipais. Foi ministrado at maio do mesmo ano por Euclides Jos da Cruz e Vera Lcia Estork,
funcionrios da Fundao Gensio Miranda Lins. Disponvel em: http://fgml.itajai.sc.gov.br/noticiasp_det.php?
id_noticia=3522. Acesso em: 19 jun. 2006.
76
Boletim do Arquivo Histrico Municipal de Joinville AHMJ, Joinville (SC), n.10, jun.1992, p.17.
312
77
Depoimento de Sueli Petry, em 17 de novembro de 2005 verso transcrita. Fl. 3, 14, 15. Arquivo pessoal
de Janice Gonalves.
Concluso:
moda de coda
314
flutuaes ou mudanas expressivas em sua obra. Convm dar aos historiadores, como
apontou Joana Pedro, o direito temporalidade, o direito historicidade.
Embora a indicao de uma dimenso patritica na histria construda pelo
IHGSC no seja propriamente original, entendi que deveria ser posta em relevo, por
estabelecer um elo fundamental entre os inmeros trabalhos ligados entidade. E preciso
lembrar que esses historiadores foram (e talvez ainda sejam), antes de tudo, homens de ao
inclusive em decorrncia de seu devotamento pequena ptria.
Homens de ao, homens de letras as mulheres comearam a inscrever-se
na histria da historiografia em Santa Catarina h poucas dcadas (eis a uma das vertentes de
investigao que emergiram do processo de pesquisa).
Mas o que fizeram, ento, os homens de ao? Investigaram a histria de Santa
Catarina, e tambm forjaram instituies, aglutinaram pessoas em torno de projetos,
coordenaram equipes, participaram da grande e da pequena poltica, engajaram-se em lutas de
defesa do patrimnio cultural catarinense. E ocuparam-se de arquivos.
Com trajetria de institucionalizao bastante acidentada, o Arquivo Pblico do
Estado de Santa Catarina foi objeto das preocupaes dos historiadores quando ainda era
Arquivo do Palcio documentos se perdiam, segundo eles, por descuido, por descaso, por
desleixo. O que fazer? Na primeira metade do sculo XX, a sada parecia ser copi-los, e
divulg-los atravs da Revista do IHGSC. Na dcada de 1980, as preocupaes
transformaram-se em aes capazes de alterar o estatuto do velho depsito, tornado espao de
pesquisa e de exerccio da cidadania. A reestruturao do Arquivo Pblico do Estado, nos
anos 1980, a criao de um Subsistema Estadual de Arquivos, a promoo dos encontros
catarinenses de arquivos: todas essas aes, encaminhadas em grande medida por membros do
IHGSC, contriburam para colocar Santa Catarina no mapa da Arquivstica brasileira.
Mas, se o campo historiogrfico, em Santa Catarina, d sinais de crescimento e
consolidao, o mesmo no pode ser dito do campo arquivstico. Nas universidades, continua
muito ligado esfera da Biblioteconomia, inexistindo curso especfico de graduao; os
encontros catarinenses de arquivos, at 2004 realizados a cada dois anos, tiveram, mais
recentemente, pouca participao de instituies arquivsticas catarinenses, principalmente no
que se refere aos arquivos pblicos municipais. Estes, alis, continuam a ser poucos, e a onda
de leis de criao dos anos 1980-1990 no foi renovada.
315
Referncias
Documentos de arquivo gerados pelas prprias instituies
Academia Catarinense de Letras (Florianpolis, SC).
Dossis de acadmicos: Carlos da Costa Pereira, Carlos Humberto P. Corra, Henrique Boiteux,
Henrique Fontes, Iaponan Soares de Arajo, Jaldyr B..F. da Silva, Jali Meirinho, Jos A. Boiteux, Jos
Johanny, Lucas Alexandre Boiteux, Oswaldo R. Cabral, Walter F. Piazza.
317
Museu Paulista
Arquivo permanente, Fundo Museu Paulista, Grupo Direo e Administrao, Subgrupo
Comunicao e Intercmbio*:
Bilhete de Jos Boiteux a Afonso de Taunay, encaminhando bandeira do movimento do Contestado.
Florianpolis, 5 de abril de 1926.
Carta de Afonso de Taunay a Lucas Boiteux. 24 de fevereiro de 1931.
Carta de Afonso de Taunay ao desembargador Boiteux. 13 de maio de 1932.
* Agradeo a Karine Anhezini pela colaborao, enviando cpia digital de material consultado durante suas
pesquisas.
318
319
Dissertaes e teses sobre Santa Catarina produzidas no mbito de Programas de PsGraduao em Histria
As dissertaes e teses consultadas foram discriminadas no Apndice I-1 (ltima coluna
direita, indicao cs).
320
321
322
323
324
Falla que o presidente da provincia de Santa Catharina, o marechal de campo graduado Antero
Joz Ferreira de Brito, dirigio Assemblea Legislativa da mesma provincia na abertura da sua
sesso ordinaria em o 1.o de maro de 1842. Cidade de Desterro, Typ. Provincial, 1842.
Falla que o presidente da provincia de Santa Catharina, o marechal de campo Antero Joz
Ferreira de Brito, dirigio Assemblea Legislativa da mesma provincia na abertura da sua sesso
ordinaria, em o 1.o de maro de 1843. Cidade do Desterro, Typ. Provincial, 1843.
Falla que o presidente da provincia de Santa Catharina, o marechal de campo Antero Joz
Ferreira de Brito, dirigio Assemblea Legislativa da mesma provincia na abertura da sua sesso
ordinaria, em o 1. de maro de 1844. Cidade do Desterro, Typ. Provincial, 1844.
Mensagem apresentada Assemblea Legislativa do Estado de Santa Catharina pelo cidado
tenente-coronel Elyseu Guilherme da Silva, 1. Vice-presidente do Estado, em 7 de agosto de
1893. Desterro: Gabinete Sul-Americano, s.d.
Mensagem apresentada ao Congresso Representativo em 10 de agosto de 1899 pelo Dr. Felippe
Schmidt, governador do Estado. Florianpolis: Typ. da Livraria Moderna, 1899.
Mensagem apresentada ao Congresso Representativo, em 14 de agosto de 1917, pelo Dr. Felippe
Schmidt, Governador do Estado de Santa Catarina. S.l.p., s.c.p., s.d..
Mensagem apresentada ao Congresso Representativo, em 22 de julho de 1919, pelo Engenheiro
Civil Herclio Pedro da Luz, Vice-Governador, no exerccio do cargo de Governador do Estado
de Santa Catharina. S. l. p., s.c.p., s.d.
Mensagem apresentada ao Congresso Representativo, em 22 de julho de 1921, pelo Engenheiro
Civil Herclio Pedro da Luz, Vice-Governador, no exerccio do cargo de Governador do Estado
de Santa Catharina. S. l. p., s.c.p., s.d..
Mensagem lida pelo Exmo. Sr. Coronel Gustavo Richard, Governador do Estado, na 2. Sesso
da 7. Legislatura do Congresso Representativo em 2 de agosto de 1908. Joinville (SC): Typ.
Boehm, 1908.
Mensagens lidas na abertura do Congresso Constituinte a 28 de abril de 1891 e na abertura do
Primeiro Congresso Legislativo a 29 de setembro de 1891. Desterro: Typ. do Jornal do Commercio,
1892.
Relatrio apresentado Assembla Legislativa Provincial de Santa Catharina na 2. sesso de
sua 26. legislatura pelo presidente Francisco Jos da Rocha, em 11 de outubro de 1887. Rio de
Janeiro: Typ. da Unio de A.M. Coelho da Rocha & C., 1888.
Relatrio com que o Exm. Snr. Doutor Theodoreto Carlos de Faria Souto abriu a sesso da
vigessima quarta legislatura da Assembla Provincial de Santa Catharina em 25 de maro de
1883. Cidade do Desterro: Typographia do Caixeiro, 1883.
Relatrio com que o Exm. Sr. Cnego Joaquim Eloy de Medeiros, 2. Vice-presidente passou a
administrao da provncia ao Exm. Sr. Dr. Abdon Baptista, 1. Vice-presidente, em 26 de junho
de 1889. Desterro: Typographia da Republica, 1890.
Relatrio com que o Exm. Sr. Dr. Joaquim Bandeira de Gouva passou a administrao da
provncia de Santa Catharina ao Exm. Sr. Dr. Guilherme Cordeiro Coelho Cintra, 1. Vicepresidente da mesma, em 7 de janeiro de 1872. Cidade do Desterro: Typ. De J. J. Lopes, 1872.
Relatrio da Secretaria do Interior e Justia, referente ao exerccio de 1961, apresentado pelo
Secretrio Paulo Macarini ao governador do Estado Celso Ramos. Florianpolis, maro de 1962;
datilografado. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina (Relatrios de rgos diversos,
I.J., r, 1961, 38-4, cx.114).
325
Legislao
ASSOCIAO DOS ARQUIVISTAS BRASILEIROS. Arquivologia: textos e legislao. Rio de
Janeiro: 1979.
Constituio do Estado de Santa Catarina de 1892. In: Colleco de leis do Estado de Santa
Catharina - 1892. Florianpolis: Gab. Typ. dO Dia, 1914.
Decreto estadual n o. 21 de 19 de agosto de 1890. In: ESTADO DE SANTA CATHARINA. Decretos
e resolues de 17 de novembro de 1889 a 31 de dezembro de 1890. Florianpolis: Typ.; da Escola
[de] Artfices, 1915.
326
Decreto estadual n. 1.444, de 23 de maro de 1988. In: SANTA CATARINA. Legislao estadual
1988. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Coordenadoria de Documentao e
Publicaes, 1989.
Decreto estadual no. 1170, de 28 de setembro de 1918. In: ESTADO DE SANTA CATARINA.
Colleco de leis, decretos e resolues de 1918. Florianpolis: Officina da Imprensa Official, 1919.
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no Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina].
Decreto municipal [Concrdia] n. 2.892, de 19 de dezembro de 1991. [Cpia eletrosttica disponvel
no Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina].
Decreto municipal [Concrdia] n. 3.779, de 28 de novembro de 1996.*
Decreto municipal [Itaja] n. 1.543, de 27 de janeiro de 1977. [Cpia eletrosttica disponvel no
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina].
Decreto municipal [Itaja] no. 7.575, de 19 de julho de 2005. [Cpia eletrosttica disponvel no Centro
de Documentao e Memria Histrica/Arquivo Municipal de Itaja].
Decreto municipal [Joinville] n. 5.994, de 14 de novembro de 1988. A Notcia, de Joinville, de 15 de
novembro de 1988.
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disponvel no Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina].
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Lei municipal [Blumenau] n. 1.835, de 7 de abril de 1972. [Cpia eletrosttica disponvel no Arquivo
Pblico do Estado de Santa Catarina].
Lei municipal [Chapec] n. 3.531, de 25 de junho de 1993.*
Lei municipal [Chapec] n. 3.536, de 10 de agosto de 1993.*
Lei municipal [Cricima] n. 3.670, de 11 de setembro de 1998.*
Lei municipal [Florianpolis] n. 4.491, de 14 de setembro de 1994.*
Lei municipal [Ibirama] n. 2.031, de 18 de dezembro de 1998.*
Lei municipal [Itaja] n. 1.515, de 1 de dezembro de 1976. [Cpia eletrosttica disponvel no Arquivo
Pblico do Estado de Santa Catarina].
Lei municipal [Itaja] no. 4.263, de 16 de maro de 2005. [Cpia eletrosttica disponvel no Centro de
Documentao e Memria Histrica/Arquivo Municipal de Itaja].
Lei municipal [Itaja] n.3.343, de 27 de novembro de 1998. [Cpia eletrosttica disponvel no Centro
de Documentao e Memria Histrica/Arquivo Municipal de Itaja].
Lei municipal [Jaragu do Sul] n. 1.464, de 10 de maio de 1991. [Cpia eletrosttica disponvel no
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina].
Lei municipal [Joinville] n. 1.182, de 20 de maro de 1972. [Cpia eletrosttica disponvel no
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina].
Lei municipal [Nova Erechim] n. 890, de 10 de maro de 1998.*
Lei municipal [Pinheiro Preto] n. 623, de 20 de maio de 1992.*
Lei municipal [So Jos] n. 2.436, de 10 de dezembro de 1992 .*
Lei municipal [Serra Alta] n. 314, de 25 de outubro de 1995.*
328
Noticirio de imprensa
(excludos os materiais contidos em dossis de acadmicos da Academia Catarinense de Letras)
A histria sob um novo olhar. Dirio Catarinense, Florianpolis, 9 nov. 2004 (capa do caderno
Variedades).
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ANACLETO, Antnio. Historiadora recebe ttulo. A Notcia, Joinville (SC), 29 de setembro de 1999.
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Arquivo Pblico guarda trs sculos de histria de SC. Gesto em foco, Florianpolis, n.2, ago.2001,
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BIANCHINI, Fbio. Uma outra sede para a Academia. Dirio Catarinense, Florianpolis, 20
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Florianpolis, 4 dez. 2004 (Caderno Cultura, p.13).
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Entrevista de Walter Piazza [concedida a Jeferson Lima]. A Notcia, Joinville (SC), 15 jan. 2004
(Anexo, capa).
GROTH, Marlise. Arquivo Histrico de Joinville fecha portas por quatro meses. A Notcia, Joinville
(SC), 30 de agosto de 2004.
GROTH, Marlise. Livro resgata a vida dos pioneiros. A Notcia, Joinville (SC), 11 de junho de 2001).
GROTH, Marlise. Na enfermaria. A Notcia, Joinville (SC), 10 de agosto de 2003.
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Apndices
Parte I
Apndice I-1: Dissertaes de mestrado e teses de doutorado (em Histria) sobre Santa Catarina (1974-2005)
338
Apndice I-2: Instituies em que foram defendidas dissertaes e teses (em Histria) sobre Santa Catarina (1974-2005)
356
Apndice I-3: Orientadores das dissertaes e teses (em Histria) relativas a Santa Catarina defendidas na UFSC (1977-2005)
357
Apndice I-4: Publicaes em livro de dissertaes de mestrado e teses de doutorado (em Histria) sobre Santa Catarina
359
Apndice I-5: IHGSC: Scios que assumiram cargos na Diretoria e em algumas comisses e conselhos
361
Parte II
Apndice II-1: Edies dos encontros catarinenses de arquivos
367
368
370
372
Apndice II-5: Participantes que integraram a programao dos encontros catarinenses de arquivos
376
380
386
Apndice II-8: Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina: pessoas que assumiram cargos na Diretoria e Conselhos
Fiscal e Editorial (1985-2007)
387
Apndice II-9: Artigos, manuais, instrumentos de pesquisa e documentos do acervo publicados na revista gora (por ordem de autor)
389
Apndice II-10: Publicaes do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina e da Associao de Amigos do Arquivo Pblico
396
397
Apndice II-12: Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina presena de representantes da instituio em eventos (1998-2005)
402
336
Apndice II-13: Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina visitas de grupos/ turmas de estudantes (1998-2002)
406
Apndice II-14: Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina estatstica de atendimento ao pblico (1998-2003)
408
Apndice II-15: Instrumentos de pesquisa produzidos pelo Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina
409
415
Apndice II-17: Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina consultoria /atendimento tcnico a instituies (1998-2002)
419
Apndice II-18: Legislao relativa institucionalizao dos arquivos pblicos municipais de Santa Catarina
423
Apndice II-19: Vinculao administrativa dos arquivos pblicos municipais de Santa Catarina de acordo com a legislao de institucionalizao
426
Apndice II-20: Sedes dos arquivos pblicos municipais de Santa Catarina de acordo com a legislao de institucionalizao
429
Parte III
Apndice III-1: Arquivo Histrico de Joinville: diretores, coordenadores e responsveis.
431
432
Apndice III-3: Composio do Conselho Curador da Fundao Gensio Miranda Lins (Itaja)
433
434
435
436
437
438
440
443
337
Apndice I-1
Dissertaes de mestrado e teses de doutorado (em Histria) sobre Santa Catarina (1974-2005)
Autor(a)
BLASCHKE, Helga.
EDUARDO, Rosemari
Pozzi.
PELLIZZETTI, Beatriz.
KROETZ, Lando Rogrio
ANDRADE, Djanira Maria
Martins de
LOCH, Cenilde
PIAZZA, Maria de Ftima
Fontes
ALMEIDA, Rufino Porfrio
BALDIN, Nelma
BARRETO, Maria
Theresinha Sobierajski
BARROS, Edy lvares
Cabral de
BOSSLE, Ondina Pereira
COLOMBI, Luiz Vendelino
FLORES, Maria Bernardete
Ramos
HACK, Osvaldo Henrique
HILLESHEIM, Anselmo
Antonio
HBENER, Laura
Ttulo
Ano de
defesa
1974
1974
Dissertao
Dissertao
1974
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
UFPR
UFPR
cs.
cs.
Dissertao
UFPR
cs.
1975
1978
Dissertao
Dissertao
UFPR
UFSC
cs.
cs.
1978
Dissertao
PUC-RS
Olvio Manfroi
1978
Dissertao
UnB
cs.
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1979
1979
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
cs.
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1979
1979
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
1979
Dissertao
UFSC
cs.
338
Autor(a)
MARTINS, Valmir
MEIRINHO, Jali
MONTEIRO, Jaecyr
PACHECO, Darcy
PEDRO, Joana Maria/
[Joana Maria Pedro
Machado]
PETRY, Sueli Maria
Vanzuita
PICK, Reinaldo Joo
SANTOS, Roselys Izabel
Corra dos
VIEIRA, Amazile de
Hollanda
CZESNAT, Lgia de
Oliveira
FARIAS, Vilson Francisco
SCHAPPO, Vera Lcia
SENA, Walmor Bonifcio
de
SOUZA, Sara Regina
Silveira de
HEIDEMANN, Eugnia
Exterkoetter
PRATES, Arlete Maria
Maykot
SILVEIRA, Adlia dos
Santos
Ttulo
Ano de
defesa
Orientador(a)
Obs
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1979
1979
1979
Dissertao
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
UFSC
cs.
cs.
cs.
1979
Dissertao
UFSC
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1979
Dissertao
UFSC
cs.
1980
Dissertao
UFSC
cs.
1980
Dissertao
UFSC
cs.
1980
Dissertao
UFPR
cs.
1980
Dissertao
UFSC
cs.
1980
Dissertao
UFSC
cs.
1981
Dissertao
UFPR
cs.
1981
Dissertao
UFSC
cs.
1981
Dissertao
UFSC
Anbal Abadie-Aicardi
cs.
Modalidade Instituio
339
Autor(a)
Ttulo
Ano de
defesa
1982
Dissertao
1982
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
UFSC
cs.
Tese
USP
cs.
1982
Dissertao
UFSC
1983
Dissertao
UFSC
cs.
1983
Dissertao
UFSC
cs.
1985
Tese
USP
cs.
1985
Tese
USP
cs.
1985
Dissertao
UFSC
1985
1985
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
cs.
1985
Dissertao
UFSC
Anbal Abadie-Aicardi
cs.
1985
Tese
USP
Laima Mesgravis
cs.
1985
Dissertao
UFSC
Anbal Abadie-Aicardi
cs.
1988
1988
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
cs.
1988
Tese
USP
1989
Dissertao
PUC-SP
cs.
cs.
cs.
340
Autor(a)
Ttulo
Ano de
defesa
1989
Tese
USP
1989
Dissertao
UFSC
cs.
1989
Dissertao
UFSC
Anbal Abadie-Aicardi
cs.
1989
1990
Dissertao
UFSC
Dissertao UNISINOS
cs.
1990
Dissertao
PUC-SP
cs.
1990
Dissertao
UFSC
cs.
1990
Dissertao
UFSC
Anbal Abadie-Aicardi
cs.
1991
Dissertao
UFSC
cs.
1991
Dissertao
UFSC
cs.
1991
Tese
PUC-SP
cs.
1991
Dissertao
UFSC
cs.
1991
Dissertao
UFSC
Anbal Abadie-Aicardi
cs.
1991
Tese
USP
cs.
1991
Dissertao
UFSC
cs.
1991
Dissertao
UFSC
Anbal Abadie-Aicardi
cs.
1991
1992
Dissertao
Dissertao
PUC-SP
PUC-RS
Da Ribeiro Fenelon
Dorivaldo Walmor Poletto
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
341
Autor(a)
CAMPOS, Cynthia
Machado
DACAMPORA, Mrcia
FERNANDES, Maria Luiza
GALLO, Ivone Ceclia
D'Avila
GUEDES, Sandra Paschoal
Leite de Camargo
HEERDT, Moacir
PEDRO, Joana Maria
RAUH, Rachel Cavalcanti
RIBAS, Janete Jane Goulart
Taborda
WERLANG, Alceu Antnio
ARECO, Neide de Souza
Moreira
DALLA COSTA, Armando
Joo
DALLABRIDA, Norberto
LAZZARINI, Srgio
MEURER, Bellini
NECKEL, Roselane
[Roselane Neckel Kupka]
SANTOS, Nelvio Paulo
Dutra
Ttulo
Ano de
defesa
1992
Dissertao
1992
1992
Tese
USP
Nanci Leonzo
cs.
1992
1992
Dissertao
Tese
UFSC
USP
cs.
cs.
1992
Dissertao
UFSC
cs.
1992
Dissertao
UFSC
cs.
1992
Dissertao
UFSC
cs.
1993
Dissertao
UFSC
cs.
1993
Dissertao
UFPR
cs.
1993
Dissertao
UFSC
cs.
1993
Dissertao
UFSC
cs.
1993
1993
Dissertao
Dissertao
PUC-SP
PUC-SP
cs.
1993
Dissertao
UFSC
cs.
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
PUC-SP
cs.
Dissertao
UFSC
cs.
1992
Dissertao
UFSC
cs.
1992
Dissertao UNICAMP
342
Autor(a)
SERPA, lio Cantalcio
BAHIA, Eliana Maria
CAMPOS, Marlia
Hafermann Netto
CHEREM, Rosngela
Miranda
DUTRA, Ricardo Aldo
FERREIRA, Srgio Luiz
GTLER, Antnio Carlos
HEINSFELD, Adelar
LAVINA, Rodrigo
LUZ, Srgio Ribeiro da
SILVA, Jos Bento Rosa da
VIEIRA, Jaci Guilherme
AMARAL, Maria Madalena
Velho do
DVILA, Edison
MARQUES, Ana Maria
MORGA, Antonio Emlio
RADIN, Jos Carlos
ROCHA, Sandra Vieira da
SANTOS, Roselys Izabel
Corra dos
Ttulo
Ano de
defesa
1993
Tese
USP
Augustin Wernet
1994
1994
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
cs.
1994
Dissertao
USP
cs.
1994
Dissertao
UFSC
cs.
1994
1994
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
cs.
1994
Dissertao
PUC-RS
Ren E. Gertz
1994
Dissertao UNISINOS
1994
1994
Dissertao
Dissertao
UFSC
PUC-SP
cs.
1994
Dissertao
UFSC
cs.
1995
Dissertao
PUC-RS
Klaus Hilbert
1995
Dissertao
UFSC
Valberto Dirksen
cs.
1995
Dissertao
UFSC
cs.
1995
1995
1995
1995
Dissertao
Dissertao
Dissertao
Tese
USP
UFSC
UFSC
USP
cs.
cs.
cs.
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
343
Autor(a)
SIEBERT, Itamar
ANDERMANN, Adriane
Schroeder
CAMPIGOTO, Jos
Adilon
COSTA, Iara Andrade.
FVERI, Marlene de
FREITAS, Dnia Anjos de
LEHMKUHL, Luciene
MATA, Maria Margarete
Sell da
PAIM, Elison Antonio
PEREIRA, Ivonete
SANTANNA, Mara Rbia
SANTOS, Joaquim
Gonalves dos
SILVA, Osvaldo Paulino da
SOUZA, Rogrio Luiz de
VALERIM, Vera Regina
Alves
VOIGT, Mrcio Roberto
ZIMMERMANN, Joseane
BARRETO, Cristiane
Manique
BITENCOURT, Joo
Batista
BRUHNS, Katianne
Ttulo
Ano de
defesa
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
1995
Dissertao
UFSC
Anbal Abadie-Aicardi
cs.
1996
Dissertao
UFSC
cs.
1996
Dissertao
UFSC
cs.
1996
1996
Dissertao
Dissertao
UFPR
UFSC
Euclides Marchi
Joana Maria Pedro
cs.
cs.
1996
1996
Dissertao
Dissertao
UFPR
UFSC
cs.
cs.
1996
Dissertao
UFSC
Valberto Dirksen
cs.
1996
1996
1996
1996
Dissertao
Dissertao
Dissertao
Dissertao
PUC-SP
UFSC
UFSC
UFSC
cs.
cs.
cs.
1996
1996
Dissertao
Dissertao
PUC-RS
UFSC
cs.
1996
Dissertao
UFSC
cs.
1996
Dissertao
UFSC
Valberto Dirksen
cs.
1996
1997
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFRGS
cs.
1997
Dissertao
UFSC
Srgio Schmitz
cs.
1997
Dissertao
UFSC
cs.
344
Autor(a)
Ttulo
Ano de
defesa
Orientador(a)
Obs
1997
Dissertao
UFSC
cs.
1997
1997
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
cs.
1997
Dissertao
UFSC
cs.
1997
Tese
USP
Augustin Wernet
cs.
1997
Dissertao
UFSC
Srgio Schmitz
cs.
1997
Dissertao
UFSC
cs.
1997
Dissertao
UFSC
cs.
1997
Dissertao
UFSC
cs.
1997
Dissertao
UFSC
cs.
1997
Dissertao
UFSC
1997
Dissertao
UFSC
1997
Dissertao
UFSC
cs.
1997
Dissertao
PUC-RS
Valberto Dirksen;
Joana Maria Pedro
(co-orientadora)
Nncia S. de Constantino
1997
Dissertao
UFSC
1997
Dissertao
UFSC
Valberto Dirksen;
Joo Klug (co-orientador)
Modalidade Instituio
cs.
cs.
cs.
345
Autor(a)
ALVES, Elza Daufenbach
BASTOS, Maria do Carmo
dos Santos
CAMPOS, Cynthia
Machado
CAVALETT, Lauc
Aparecida
CHEREM, Rosngela
Miranda
COMERLATO, Fabiana
ESPIG, Mrcia Janete
FALCO, Luiz Felipe
FERREIRA, Cristina
FROTSCHER, Mri
GASCHO, Maria de Lurdes
GROSSELLI, Renzo
LIMA, Maria Aparecida de
MARCON, Frank Nilton
MAY, Patrcia Zumblick
Santos
MIRANDA, Antnio Luiz
RCHIA, Karen Christine
SANTANGELO, Beatriz
Koneski
SERPA, Ivan Carlos
Ttulo
Ano de
defesa
1998
Dissertao
1998
Dissertao
1998
Tese
1998
Dissertao
UFSC
Joo Klug
cs.
1998
Tese
USP
cs.
1998
Dissertao
PUC-RS
cs.
1998
1998
Dissertao
Tese
UFRGS
USP
1998
Dissertao
UFSC
Joo Klug
cs.
1998
Dissertao
UFSC
cs.
1998
Dissertao
UFSC
cs.
1998
1998
1998
1998
Tese
PUC-RS
Dissertao
UFSC
Dissertao UNISINOS
Dissertao
UFSC
1998
Dissertao
UFSC
Srgio Schmitz
cs.
1998
Dissertao
UFSC
cs.
1998
Dissertao
UFSC
cs.
1998
Dissertao
UFSC
Srgio Schmitz
cs.
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
UFSC
cs.
UFSC
Srgio Schmitz
cs.
Nncia S. de Constantino
Joana Maria Pedro
Helosa Jochim Reichel
Joana Maria Pedro
cs.
cs.
cs.
346
Autor(a)
SEVERINO, Jos Roberto
SOUZA, Sirlei de
TESSEROLLI, Mirian
VENDANA, La Maria
Ferreira
VERSSIMO, Marise da
Silveira
ZANELATTO, Joo
Henrique
ALVES, Mrcia
CAMPOS, Emerson Csar
de
COSTA, Marli de Oliveira
FERNANDES, Maria Luiza
KROTH, Sirlei Antoninha
MACHADO, Aldonei
MACHADO, Vanderlei
MARCON, Telmo
MORAES, Laura do
Nascimento Rtolo
NODARI, Eunice Sueli
PIRES, Jos Henrique
Nunes
VOIGT, Andr Fabiano
ZANELA, Claudia Cristina
Ttulo
Ano de
defesa
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
1998
1998
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
cs.
1998
Dissertao
UFSC
cs.
1998
Dissertao
UFSC
1998
Dissertao
UFSC
cs.
1998
Dissertao
UFSC
cs.
1999
Dissertao
UFSC
cs.
1999
Dissertao
UFSC
cs.
1999
Dissertao
UFSC
cs.
1999
1999
Tese
Dissertao
USP
PUC-SP
Nanci Leonzo
Denise Bernuzzi SantAnna
cs.
1999
Dissertao
UFSC
cs.
1999
Dissertao
UFSC
cs.
1999
1999
Tese
Tese
PUC-SP
PUC-RS
cs.
1999
1999
Tese
Dissertao
PUC-RS
UFSC
cs.
cs.
1999
Dissertao
UFSC
Joo Klug
cs.
1999
Dissertao
UFSC
Srgio Schmitz
cs.
347
Autor(a)
ALVES, Rosilene Maria
ANDRADE Jr., Lourival
ANDRADE, Santino
ASSIS, Leonora Portela de
CURTA, Domingos Luiz
Costa
ELBIO Jr., Antnio
Manoel
GERBER, Diana Mara
LUZ, Rogrio Silva
MORTARI, Cludia
NIEHUES, Valdete
Daufenback
OLIVEIRA, Josiane Roza
de
PEREIRA, Karen
Parmigiani
POYER, Viviani
SOUZA, Evandro Andr de
VIEIRA, Alexandre Sard
ALBINO, Jos Francisco
BEHS, Edelberto
BRANCO, Juara de Souza
Castello
Ttulo
Ano de
defesa
2000
Dissertao
2000
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
UFSC
Joo Klug
cs.
Dissertao
UFSC
cs.
2000
Dissertao
UFSC
Srgio Schmitz
cs.
2000
Dissertao
UFSC
cs.
2000
Dissertao
PUC-SP
2000
Dissertao
UFSC
Srgio Schmitz
cs.
2000
2000
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
2000
Dissertao
PUC-RS
2000
Dissertao
UFSC
2000
Dissertao
PUC-SP
2000
Dissertao
UFSC
2000
Dissertao
UFSC
Srgio Schmitz
cs.
2000
2000
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
cs.
2001
Dissertao
UFSC
Valberto Dirksen
cs.
2001
2001
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
Joo Klug
Valberto Dirksen
cs.
cs.
cs.
348
Autor(a)
BRAUN Neto, Francisco
Alfredo
CRUZ, Ecleides de Ftima
Bleichuvel
DALLABRIDA, Norberto
FARIAS, Deisi Scunderlick
Eli de
FORNAZARI, Luciana
Rosar
IZIDRO, Juliane Maria
MACHADO, Paulo
Pinheiro
MIRANDA, Silmara
Luciane
NUNES, Karla Leonora
Dahse
OLIVEIRA, Eveli Souza
D'Avila de
OLIVEIRA, Ncia
Alexandra Silva de
PEREIRA, Lucsia
RODRIGUES, Rogrio
Rosa
SCHMITT, Jaqueline
Aparecida Martins Zarbato
SILVA, Jos Bento Rosa da
SILVA, Maurcio Higino da
SOUZA, Rogrio Luiz de
WERLE, Andr Carlos
Ttulo
Ano de
defesa
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
2001
Dissertao
UFSC
cs.
2001
Dissertao
PUC-RS
Ren E. Gertz
2001
Tese
USP
Augustin Wernet
2001
Dissertao
PUC-RS
Klaus Hilbert
2001
Dissertao
UFSC
cs.
2001
2001
Dissertao UNISINOS
Tese
UNICAMP
cs.
2001
Dissertao
UFSC
2001
Dissertao
UFSC
cs.
2001
Dissertao
UFSC
cs.
2001
Dissertao
UFSC
cs.
2001
Dissertao
UFSC
2001
Dissertao
UFSC
Srgio Scmitz
cs.
2001
Dissertao
UFSC
cs.
2001
Tese
UFPE
2001
Dissertao
UFSC
cs.
2001
2001
Tese
Dissertao
UFPR
UFSC
Euclides Marchi
Valberto Dirksen
cs.
cs.
cs.
349
Autor(a)
ACKERMANN, Slvia
Regina
AMORIM, Christiano
Schaufert
BITENCOURT, Joo
Batista
BRANCO, Mirian Adriano
CARESIA, Roberto
Marcelo
CARVALHO, Liliane Edira
Ferreira
CASTRO, Eloah Rocha
Monteiro
COSTA, Sandro da Silveira
CRISTOFOLINI, Nilton
Jos
FVERI, Marlene de
GALLO, Ivone Ceclia
D'Avila
GARCIA Jr., Edgar
GAVRON, Eva Lcia
GRUNER, Clvis
IUNKOVSKI, Roberto
JOCHEM, Toni Vidal
Ttulo
Ano de
defesa
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
2002
Dissertao
UFSC
cs.
2002
Dissertao
UFSC
cs.
2002
Tese
UFRGS
cs.
2002
Dissertao
UFSC
cs.
2002
Dissertao
UFSC
Joo Klug
cs.
2002
Dissertao
UFSC
cs.
2002
Tese
UFSC
cs.
2002
Dissertao
UFSC
cs.
2002
Dissertao
UFSC
Valberto Dirksen
cs.
2002
Tese
UFSC
cs.
2002
Tese
UNICAMP
2002
2002
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
2002
Dissertao
UFPR
2002
Dissertao
UFSC
Srgio Nadalin;
Ana Maria Burmester
(co-orientadora)
Valmir Francisco Muraro
2002
Dissertao
UFSC
cs.
350
Autor(a)
KASPARY, Alceu
LOHN, Reinaldo Lindolfo
MATTOS, Dbora Michels.
NONNENMACHER,
Marilange
SALOMON, Marlon Jeison
SANTOS, Maurcio Aurlio
dos
SCHWENGBER, Valdir
Luiz
SILVA, Clailton Mrcio da
SORATTO, Delotide
Cristina Flores
WAGNER, Ana Paula
BERNARDI, Paulo
BRIGNOL, Juliani Moreira
CAMPOS, Emerson Csar
de
CARVALHO, Maristela
Moreira de
DOLZAN, Janiane Cinara
FERREIRA, Giovana
Callado
Ttulo
Ano de
defesa
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
2002
Dissertao
UFSC
cs.
2002
Tese
UFRGS
cs.
2002
Dissertao
USP
cs.
2002
Dissertao
UFSC
cs.
2002
Tese
UFSC
cs.
2002
Tese
USP
cs.
2002
Dissertao
PUC-RS
Klaus Hilbert
2002
Dissertao
UFSC
cs.
2002
Dissertao
UFSC
cs.
2002
Dissertao
UFPR
2003
Tese
UFSC
2003
Dissertao
UFSC
Rosngela M. Cherem
cs.
2003
Tese
UFSC
cs.
2003
Dissertao
UFSC
cs.
2003
2003
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
351
Autor(a)
FROTSCHER, Mri
MACHADO, Fabiana Ferret
MENEGOL, Dilene
Magalhes Pinto
SILVA, Cristiani Bereta da.
SIMONI, Karine
SPRCIGO, Antnio Csar
VENERA, Raquel
Alvarenga Sena
BANDEIRA, Dione da
Rocha
CARDOSO, Paulino de
Jesus Francisco
CAROLA, Carlos Renato
COLLAO, Vera Regina
Martins
COSTA, Glaucia Dias da
DIAS, Haylor Delambre
Jacques
HEUER, Johanna Wolfram
LUNA, Gloria Alejandra
Guarnizo
MORGA, Antonio Emlio
Ttulo
Ano de
defesa
2003
Tese
2003
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
UFSC
cs.
Dissertao
PUC-RS
2003
Dissertao
PUC-RS
Klaus Hilbert
2003
Tese
UFSC
2003
2003
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
cs.
cs.
2003
Dissertao
UFSC
cs.
2004
Tese
UNICAMP
2004
Tese
PUC-SP
2004
Tese
USP
2004
Tese
UFSC
2004
Dissertao
UFSC
2004
Dissertao
UFSC
2004
Dissertao
UFSC
2004
Dissertao
UFSC
2004
Tese
USP
cs.
cs.
cs.
352
Autor(a)
SANTOS, Johanna Steiner
dos
SANTOS, Manoel P.R.
Teixeira dos
SAYO, Thiago Juliano
SCHUH, Marcos Batista
SEVERINO, Jos Roberto
SILVA, Adriano Larentes
da
SILVA, Janine Gomes da
VIEIRA, Edna Elza
VOJNIAK, Fernando
ALVES, Elza Daufenbach
ANGELO, Elis Regina
Barbosa
ANNUSECK, Ellen
AREND, Slvia Maria
Fvero
BEM, Fernanda
BORGES, Nilsen Christiani
Oliveira
CESCO, Susana
Ttulo
Ano de
defesa
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
2004
Dissertao
UFSC
2004
Dissertao
UFSC
Joo Klug
cs.
2004
Dissertao
UFSC
cs.
2004
Dissertao
UFSC
2004
Tese
USP
2004
Dissertao
UFSC
2004
Tese
UFSC
2004
2004
Dissertao
Dissertao
UFSC
UFSC
2005
Tese
UFSC
Joo Klug
2005
Dissertao
PUC-SP
2005
Dissertao
UFSC
2005
Tese
UFRGS
2005
Dissertao
UFSC
2005
Dissertao
UFSC
2005
Dissertao
UFSC
cs.
353
Autor(a)
Ttulo
Ano de
defesa
COMERLATO, Fabiana
FARIAS, Deisi Scunderlick
Eloy de
LAZARIN, Katiuscia Maria
2005
2005
Tese
Tese
PUC-RS
PUC-RS
2005
Dissertao
UFSC
2005
Dissertao
UFSC
2005
Dissertao
PUC-SP
Olga Brites
2005
Tese
UFSC
2005
Dissertao
UFSC
2005
Tese
UFRGS
2005
Tese
UFRGS
Francisco Marshall
2005
Dissertao
UFSC
2005
Tese
UFSC
2005
Dissertao
UFRGS
2005
Dissertao UNICAMP
MEDEIROS, Rangel de
Oliveira
NUNES, Eduardo Silveira
Netto
OTTO, Clarcia
PENA, Clemente Gentil
ROSSATO, Luciana
SANTANNA, Mara Rbia
SARD, Juliana
SCHMITT, Jaqueline
Aparecida Martins Zarbato
TO, Marcelo Robson
WITTMANN, Lusa
Tombini
Modalidade Instituio
Orientador(a)
Obs
Onde: cs = consultada
Fontes:
CAPELATO, Maria Helena Rolim (coord). Produo histrica no Brasil (1985-1994): catlogo de dissertaes e teses dos Programas e Cursos de Ps-Graduao em Histria So
Paulo: Xam, 1995. v. 1-3.
CORRA, Carlos Humberto P. Catlogo das dissertaes e teses dos cursos de ps-graduao em Histria, 1973-1985. Florianpolis: Editora da UFSC, 1987.
FICO, Carlos, POLITO, Ronald. A Histria no Brasil (1980-1989): sries de dados. Ouro Preto: Editora UFOP, 1994.
354
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Centro de Filosofia e Cincias Humanas. Departamento de Histria Programa de Ps-Graduao em Histria Catlogo de
dissertaes: rea de concentrao - Histria Cultural. Florianpolis: 1998.
Website da CAPES (http://www.capes.gov.br; acessos em set. 2003, fev.2004, jul. 2005, mar. 2006).
Website da PUC-RS (http://www.pucrs.br; catlogo on-line do sistema integrado de bibliotecas; acessos em 03 set.2003, 8 maio 2004, 5 ago.2005, 9 jul.2006)
Website da PUC-SP (http://www.pucsp.br; catlogo on-line do sistema integrado de bibliotecas; acessos em 03 set.2003, 8 maio 2004, 5 ago.2005, 9 jul.2006)
Website da UFPR (http://www.ufpr.br; catlogo on-line do sistema integrado de bibliotecas; acessos em 03 set.2003, 8 maio 2004, 5 ago.2005, 9 jul.2006)
Website da UFRGS (http://www.ufrgs.br; catlogo on-line do sistema integrado de bibliotecas; acessos em 03 set.2003, 8 maio 2004, 5 ago.2005, 9 jul.2006)
Website da UFSC (http://www.ufsc.br; catlogo on-line do sistema integrado de bibliotecas; acessos em 03 set.2003, 8 maio 2004, 5 ago.2005, 9 jul.2006)
Website da UNICAMP (http://www.unicamp.br; catlogo on-line do sistema integrado de bibliotecas; acessos em 03 set.2003, 8 maio 2004, 5 ago.2005, 9 jul.2006)
Website da UNISINOS (http://www.unisinos.br; catlogo on-line do sistema integrado de bibliotecas; acessos em 03 set.2003, 8 maio 2004, 5 ago.2005, 9 jul.2006)
Website da USP (http://www.usp.br; catlogo on-line do sistema integrado de bibliotecas; acessos em 03 set.2003, 8 maio 2004, 5 ago.2005, 9 jul.2006)
Website do Banco de teses da USP (http://www.teses.usp.br; Acessos em 9 ago. 2002; 03 dez.2003, 8 maio 2004, 5 ago.2005, 9 jul.2006)
355
Apndice I-2
Instituies em que foram defendidas dissertaes e teses (em Histria) sobre Santa Catarina (1974-2005)
74 75 76 77 78
PUC-RS
79
80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93
1D
1D
PUC-SP
UFPE
UFPR
1D 1D 1D 1D 2D
1T
94
95
96
97
98
1D
1D
1D
1D
1D
1T
1D
1D
99
2T
1D
1T
00
01
02
03
1D
2D
1D
2D
04
05
2T
2D
2D
1T
1T
3D 1D
1D 1D
1D
2D
2D
1T
UFRGS
1D
UFSC
1D 19D 4D 2D 2D 2D
UnB
UNICAMP
1D
5D
2D 3D 2D 6D 6D 4D
7D
1D
1D
2T
3T
5D 12D 16D 18D 8D 12D 14D 15D 7D 11D 8D
3T 4T 2T 3T
1D
UNISINOS
USP
1D
1T
Total 3D 1D
3D 19D 5D 3D 2D 2D
1T
3T
-
5D
3T
1T 1T
-
1D
1D
1D
1T 2T 1T
1T
1D
1D
1T
1T
2T
1T
1D
1T
1T
1T
1T
1D
1T
3T
2T 2T 1T
1T
1T
4T
4T
4T
7T
4T
7T
8T
Total
13D
5T
13D
3T
1T
11D
1T
3D
5T
191D
12T
1D
2D
4T
4D
3D
20T
241D
51T
356
Apndice I-3
Orientadores das dissertaes e teses (em Histria) relativas a Santa Catarina defendidas na UFSC (1977-2005)
77
Adriano Luiz Duarte
Ana Lcia Vulfe Ntzold
Anbal Abadie-Aicardi
Artur Csar Isaia
Beatriz Gallotti Mamigonian
Carlos Humberto P.Corra
Cristina Scheibe Wolff
Cynthia Machado Campos
lio Cantalcio Serpa
Ernesto Anibal Ruiz
Errol Dean Jones
Eunice Sueli Nodari
Fernando Dias de vila Pires
George Philip Browne
Joana Maria Pedro
Joo Klug
Kendall Walker Brown
Henrique Luiz Pereira Oliveira
Lawrence James Nielsen
Luiz Felipe Falco
Maria Bernardete R. Flores
Maria de Ftima Fontes Piazza
Maria Teresa Santos Cunha
Marly Anna F.B. Mira
Nereu do Vale Pereira
Paulo Fernando Arajo Lago
Paulo Pinheiro Machado
Renata Palandri Sigolo Sell
Roger Frank Colson
Rogrio Luiz de Sousa
Rosngela Miranda Cherem
78 79 80
81 82 83
84 85
86 87 88
89 90 91 92 93 94 95 96
97 98
02 03 04 05
2
1
1
1
1
99 00 01
1
1
1
2
1
1
1
1
2
2
2
2
1
1
3
1
3
2
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
1
2
2
1
3
1
2
1
4
1
1
*
1
1
1
5
2
1
2
1
1
6
*
1
Total
2
2
10
8
2
12
10
4
8
8
2
5
1
3
20
8
1
1*
4
5
26
2
3
7
1
2
1
1
6
1*
1
357
77
Rufino Porfrio Almeida
Srgio Schmitz
Valberto Dirksen
Valmir Francisco Muraro
Walter Fernando Piazza
78 79 80
81 82 83
84 85
86 87 88
89 90 91 92 93 94 95 96
1
2 2 2 1 1
1
97 98
99 00 01
2
2
3
1
1
3
02 03 04 05
1
2
Total
9
10
11
4
4
Onde * = co-orientao
Obs.: alm de atuarem como orientadores, tambm co-orientaram trabalhos sobre Santa Catarina:
- Joana Maria Pedro (uma dissertao, em 1997).
- Joo Klug (uma dissertao, em 1997).
- Maria Bernardete Ramos Flores (uma dissertao, em 1997).
Fontes: as mesmas j relacionadas no Apndice I-1.
358
Apndice I-4
Publicaes em livro de dissertaes de mestrado e teses de doutorado (em Histria) sobre Santa Catarina
Publicao
BALDIN, Nelma. A Intendncia da Marinha de Santa Catarina e a Questo da Cisplatina. Florianpolis: Fundao Catarinense de Cultura, 1980.
BOPPR, Maria Regina. Eleies diretas e primrdios do coronelismo catarinense (1881-1889). Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, 1989. (Memria pblica
de Santa Catarina - Historiografia, 2).
BOSSLE, Ondina Pereira. Histria da industrializao catarinense: das origens integrao no desenvolvimento brasileiro. [Florianpolis]: CNI-FIESC, 1988.
CAROLA, Carlos Renato. Dos subterrneos da histria: as trabalhadoras das minas de carvo de Santa Catarina (1937-1964). Florianpolis: Editora da UFSC, 2002.
CORRA, Carlos Humberto Pederneiras. Um estado entre duas repblicas: a revoluo de 30 e a poltica de Santa Catarina at 35. Florianpolis: Editora da UFSC; Assemblia
Legislativa (SC), 1984.
DALLABRIDA, Norberto. A fabricao escolar das elites: o Ginsio Catarinense na Primeira Repblica. Florianpolis: Cidade Futura, 2001.
ESPIG, Mrcia Janete. A presena da gesta carolngea no movimento do Contestado. Canoas (RS): Editora da ULBRA, 2002.
FALCO, Luiz Felipe. Entre ontem e amanh: diversidade cultural, tenses sociais e separatismo em Santa Catarina no sculo XX. Itaja (SC): Editora da UNIVALI, 2000.
FVERI, Marlene de. Memrias de uma (outra) guerra: cotidiano e medo durante a Segunda Guerra em Santa Catarina. Florianpolis: Ed.da UFSC, Itaja (SC): Ed. da
UNIVALI, 2004.
FVERI, Marlene de. Moos e moas para um bom partido: a construo das elites (Itaja, 1929-1960). 2 ed. Itaja (SC): Editora da UNIVALI, 1999.
FLORES, Maria Bernardete Ramos. A farra do boi: palavras, sentidos, fices. Florianpolis: Editora da UFSC, 1997.
GALLO, Ivone Ceclia D'vila. O Contestado: o sonho do milnio igualitrio. Campinas (SP): Editora da UNICAMP, 1999. (Pesquisas)
GRUNER, Clvis. Leituras matutinas: utopias e heterotopias da modernidade na imprensa joinvilense (1951-1980). Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2003.
KLUG, Joo. Imigrao e luteranismo em Santa Catarina. Florianpolis: Papa-Livro, 1994.
MACHADO, Paulo Pinheiro. Lideranas do Contestado: a formao e a atuao das chefias caboclas (1912-1916). Campinas (SP): Editora da UNICAMP, 2004.
MARCON, Telmo. Memria, histria e cultura. Chapec (SC): Argos, 2003.
NIEBUHR, Marlus. Ecos e sombras: memria operria em Brusque - SC na dcada de 50. Itaja (SC): Editora da UNIVALI, 1999.
OTTO, Clarcia. Catolicidades e italianidades: tramas e poder em Santa Catarina (1875-1930. Florianpolis: Insular, 2006.
359
PEDRO, Joana Maria. Mulheres honestas e mulheres faladas: uma questo de classe . Florianpolis: Editora da UFSC, 1994.
PEREIRA, Ivonete. As decadas: prostituio em Florianpolis (1900-1940). Florianpolis: Ed. da UFSC, 2004.
PETRY, Sueli Maria Vanzuita. Os clubes de caa e tiro na regio de Blumenau (1859-1981). Blumenau (SC): Fundao Casa Dr. Blumenau, 1982.
RENAUX-HERING, Maria Luiza. Colonizao e indstria no Vale do Itaja. Blumenau (SC): Editora da FURB, 1987.
S.THIAGO, Eneida Raquel de. Coronelismo urbano em Joinville: o caso de Abdon Baptista. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao (SC), 1988. (Memria pblica
de Santa Catarina, historiografia, n.1)
SANTOS, Roselys Izabel Corra dos. A terra prometida: migrao italiana, mito e realidade. 2 ed. Itaja (SC): Editora da UNIVALI, 1999.
SEVERINO, Jos Roberto. Itaja e a identidade aoriana: a maquiagem possvel. Itaja (SC): Editora da UNIVALI, 1999.
SILVA, Janine Gomes da. Tenses, trabalho e sociabilidades: histrias de mulheres em Joinville no sculo XIX. Joinville (SC): Editora da UNIVILLE, 2004.
SILVA, Jos Bento Rosa da. Estiva papa-siri: mos e ps do Porto de Itaja. Itaja (SC): Ed. do autor, 2004.
SOUZA, Sara Regina Silveira de. A presena portuguesa na arquitetura da ilha de SC: sculos XVIII e XIX. Florianpolis: Fundao Catarinense de Cultura, 1981.
ZIMMER, Roseli. Pomerode: manifestaes de germanidade em uma festa teuto-brasileira. [Santa Maria, RS]: Grfica Palotti, 2002.
360
Apndice I-5
Belarmino Correia
Carlos da Mota Azevedo Corra
Elpdio Fragoso
Euphrasio Cunha
Felipe Schmidt
Fernando Machado Vieira
Francisco Barreiros Filho
Francisco da Cunha Machado Beltro
Francisco Topp [Monsenhor]
Francisco X. Rodrigues de Souza
Gustavo Adolfo da Silveira
Gustavo Lebon Regis
Heitor Blum
Heitor Luz
Cargo/funo
Tesoureiro
Orador
Membro da Comisso da Revista
Tesoureiro
Membro da Comisso de Sindicncia
Membro da Comisso de Sindicncia
Membro da Comisso de Redao
Tesoureiro
2o. Secretrio
1o. Vice-Presidente
Membro da Comisso de Sindicncia
Tesoureiro
Membro da Comisso de Redao
1o. Secretrio
Tesoureiro
Membro da Comisso de Redao
1o. Vice-Presidente
2o. Secretrio
1o. Secretrio
Membro da Comisso da Revista
Presidente
Membro da Comisso de Sindicncia
2o. Secretrio
2o. Secretrio
Tesoureiro
Presidente
2o. Vice-Presidente
Orador
2o. Secretrio
Perodo
1896
1929-30
1935
1929-1930
1913
1913
1902
1902-1919 (1902, 1907, 1913-1919)
1896
1902
1914-1915
1919-1920
1913
1935
1935
1913
1896
1902
1907, 1913-20, 1929-30 (1907, 1913-20, 1926-27, 1929-30)
1926-1927
1896
1913-1915
1919-1920
1914-1919
1926-1927
1907
1913, 1913
1935
1907
361
1913-1915
1914-1930 (1914-20, 1926-27, 1929-30)
1935
1902
1902
1926-1927, 1929-1930
1913, 1913
1921
1919-1920
1902
1914-1920
1896-1919 (1896, 1902, 1907, 1913-19)
1902
1896, 1902
1902
1921, 1926-30 (1921, 1926-27, 1929-30)
1913
1926-1927, 1929-1930
1935
1913
1926-1935 (1926-27, 1929-30, 1935)
1907
1914-1920
1935
1896
1902
1926-1930 (1926-27, 1929-30)
1907
1913-1915
1913-1915
1914-1915
1929-1930
1913
362
Perodo 1939-1968
Afonso Guilhermino Wanderley Jr.
Altino Corsino da Silva Flores
Altino Flores
lvaro Tolentino de Sousa
Andrelino Natividade da Costa
Carlos da Costa Pereira
1938-1939
1959-1961
1938-1939
1941-1943
1943-1954
1957-1965
1959-1961
1965-1967
1938-1943
1o. Vice-Presidente
2o. Vice-Presidente
Tesoureiro
Orador
2o. Secretrio
2o. Secretrio
Tesoureiro
Orador
Orador
2o. Secretrio
Orador
1o. Secretrio
Presidente
Tesoureiro
Membro da Comisso da Revista
1o. Vice-Presidente
2o. Vice-Presidente
Tesoureiro
2o. Secretrio
2o. Secretrio
1o. Secretrio
2o. Secretrio
Orador
1947-1952; 1955-1957
1953-1955; 1957-1959
1938-1939
1947-1951
1938-1940
1965-1967
1943-1944
1945-1947
1941-1943
1947-1949
1938-1939
1947-1949
1938-1940; 1941-1967
1947-1967
1938-1939
1938-1940; 1941-1945; 1953-1955; 1957-1967
1945-1952; 1955-1957
1944-1947
1943-1945
1949-1957
1957-1967
1945-1947
1943-1945; 1951-1967
(1938-40; 1941-43)
363
2o. Vice-Presidente
1o. Secretrio
Membro da Comisso de Redao da Revista
2o. Vice-Presidente
Orador
Tesoureiro
2o. Vice-Presidente
1o. Vice-Presidente
Perodo 1968-2005
Aluzio Blasi
Antonio Adolfo Lisboa
Augusto Csar Zeferino
Ayres Melchiades Ulyssa
Carlos Alberto Silveira Lenzi
Carlos Humberto Pederneiras Corra
Dante Martorano
Eliana Maria Bahia
Evaldo Pauli
1990-1991
1991-1993
1985-1987
1999-2003
2001-2003
1983-1985
1993-1997; 2001-2003
1975-1980; 1981-1983; 1985-1990
1979-1990
1991-1992; 2001-2003
2001-2003
1983-1985
1987-1989
1989-1991; 1995-1997; 2001-2003
1991-1992
1971-1975
1985-1989
1988-1989
2001-2003
1995-1997
1989-1991
2001-2003
1995-1997
364
1985-1990
1991-1997
2001-2003
1994-1995
1975-1980; 1981-1985
1979-1990
1985-1991; 1995-1997; 2001-2003
1991-1992; 2001-2003
1971-1975;
2001-2003
1991-1992
1991-1997
1985-1989; 1988-1991
1991-1993
2001-2003
1987-1989; 1988-1991
1989-1991
1991-1995
1985-1987
1991-1997
1993-1997
2001-2003
2001-2003
1971-1975;
1995-1997; 2001-2003
1993-1994
2001-2003
1995-1997
1987-1990
1991-1992; 2001-2003
2001-2003
1993-1997
1983-1985
1985-1993
1975-1979
1991-1997
365
1o. Secretrio
Membro do Conselho Consultivo e Fiscal
Secretria
Tesoureiro
1a. Tesoureira
Membro do Conselho Consultivo e Fiscal
Membro do Conselho Fiscal
Membro do Conselho Consultivo e Fiscal
Secretrio
Membro do Conselho Fiscal
Membro do Conselho Fiscal
Membro suplente do Conselho Fiscal
2o. Secretrio
Presidente do IHGSC
Presidente perptuo do IHGSC
Presidente
Vice-Presidente
Redator da Revista do IHGSC
1o. Vice-Presidente
Tesoureiro
1985-1987
1990-1993
1971-1975;
1975-1980; 1981-1985; 1988-1991
1985-1991
1991-1997
1971-1975
1990-1991
1968
1975-1980; 1981-1983
1979-1980; 1981-1983
2001-2003
1991-1993
1971-1980; 1981-1991
1991-1993
1968; 1991-1997
1971-1980; 1981-1985
1979-1990
1985-1991
1968
Fontes:
- RTIHGSC (1902, 1913-1920) e RIHGSC (1943-1944, 1979-2004);
- PIAZZA, Walter Fernando. Instituto Histrico e Geogrfico de Santa Catarina: estudo histrico-analtico (1896-1996). Florianpolis: Editora da UDESC, 1996.
366
Apndice II-1
Data
Local
Florianpolis
Florianpolis
Joaaba
V Encontro Catarinense
de Arquivos
VI Encontro Catarinense de Arquivos;
I Painel de Arquivos Municipais
VII Encontro Catarinense de Arquivos;
II Painel de Arquivos Municipais
VIII Encontro Catarinense de Arquivos;
III Painel de Arquivos Municipais
IX Encontro Catarinense de Arquivos;
IV Painel de Arquivos Municipais
X Encontro Catarinense de Arquivos;
V Painel de Arquivos Municipais de SC
XI Encontro Catarinense de Arquivos;
VI Painel de Arquivos Municipais de SC
Itaja
Blumenau
Florianpolis
Jaragu do Sul
Blumenau
Florianpolis
Florianpolis
Florianpolis
Fontes:
Caderno de resumos do IX Encontro Catarinense de Arquivos e IV Painel de Arquivos Municipais - 6 a 8 de novembro de 2000. Blumenau (SC): 2000. p.33.
Programa do X Encontro Catarinense de Arquivos e V Painel de Arquivos Municipais - 2 a 4 de setembro de 2002. [2002]. Folder.
Programa do XI Encontro Catarinense de Arquivos - 13 a 15 de setembro de 2004. [2004]. Folder.
Os prprios anais publicados.
367
Apndice II-2
Secretaria de Estado da Justia, por meio do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina.
A coordenadora executiva do encontro foi Ana Lcia Coutinho Locks e o organizador dos anais, Iaponan Soares.
Secretaria de Estado da Administrao, por meio da Coordenadoria de Documentao e Publicaes, qual passara a estar subordinado o
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina; contou com o apoio do CNPq.
Walter Piazza organizou os Anais.
Secretaria de Estado da Administrao, por meio da Coordenadoria de Documentao e Publicaes e, dentro desta, pelo Arquivo Pblico
do Estado de Santa Catarina, alm da Prefeitura Municipal de Joaaba.
Contou com o apoio da Associao de Amigos do Arquivo Pblico e da Secretaria de Estado da Cultura e do Esporte.
V Encontro Catarinense
de Arquivos (1992)
Secretaria de Estado da Justia e Administrao, por meio da Diretoria de Administrao Organizacional e Patrimonial / Arquivo Pblico
do Estado de Santa Catarina; Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina; Prefeitura Municipal de Blumenau e
Fundao Casa Dr. Blumenau, por meio do Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva.
Colaborao da Fundao Universidade Regional de Blumenau (por meio do Departamento de Histria e Geografia), da Associao
Catarinense de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais e da Imprensa Oficial do Estado de SC.
368
Secretaria de Estado da Administrao / Diretoria de Administrao Patrimonial e Documentao, por meio da Gerncia do Arquivo
Pblico do Estado de Santa Catarina; Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina; Prefeitura Municipal de
Blumenau / Fundao Cultural de Blumenau, por meio do Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva.
Apoio: Secretaria de Estado de Governo, Secretaria de Estado da Casa Civil, Imprensa Oficial do Estado de SC.
Secretaria de Estado da Administrao / Diretoria de Administrao Patrimonial e Documentao, por meio da Gerncia do Arquivo
Pblico do Estado de Santa Catarina; Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina.
Apoio: Prefeitura Municipal de Florianpolis, Secretaria de Estado de Governo, Secretaria de Estado da Casa Civil,
Imprensa Oficial do Estado de SC e empresa ACECO - Solues completas em Arquivamento.
Fontes:
Anais do 5o. Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Fundao Catarinense de Cultura, Associao de Amigos do Arquivo Pblico, 1992.
Anais do IV Encontro de Arquivos Catarinense; II Painel de Arquivos Sul-Brasileiro - [Joaaba,] 3 a 5 de julho de 1990. Florianpolis: Secretaria de Estado da
Administrao, 1990.
Anais do VI, VII e VIII Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado,
2000.
Caderno de resumos do IX Encontro Catarinense de Arquivos e IV Painel de Arquivos Municipais - 6 a 8 de novembro de 2000. Blumenau (SC): 2000.
Discurso pronunciado pela Secretria de Justia no II Encontro Catarinense de Arquivos (anexo de ofcio de Theobaldo Costa Jamund ao presidente do Conselho
Estadual de Cultura, 24 de setembro de 1986). Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, GIV, SGIV.1, 60-1984-1996.
PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro de Arquivos Catarinenses; I Painel de Arquivos Sul-Brasileiros. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao,
Coordenadoria de Documentao e Publicaes, Arquivo Pblico, 1988.
Programa do X Encontro Catarinense de Arquivos e V Painel de Arquivos Municipais - 2 a 4 de setembro de 2002. [2002]. Folder
Programa do XI Encontro Catarinense de Arquivos - 13 a 15 de setembro de 2004. [2004]. Folder.
SOARES, Iaponan (org.). Arquivos & Documentos em Santa Catarina. Florianpolis: Secretaria da Justia, Arquivo Pblico do Estado, 1985.
369
Apndice II-3
Objetivos
I Encontro de Arquivos
Catarinenses (1984)
Segundo discurso da Secretria Estadual de Justia, Heliete Marly Filomeno Leal, contido nos anais do I Encontro de Arquivos Catarinenses, o
evento manifestou o propsito da Secretaria da Justia e Arquivo Pblico em pretender organizar e inovar a dinmica arquivstica em nosso
Estado, tendo como ponto fundamental, preservar a memria catarinense e estimular a comunicao entre instituies congneres.
Iaponan Soares, ento diretor do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, inseriu o encontro nas metas do governo estadual de Esperidio
Amin, traduzido na Carta dos Catarinenses, especificamente o que entendeu ser a meta de preservao da identidade catarinense,
compreendendo ainda ser o documento parcela importante dessa identidade, sendo que preserv-lo significa assegurar seus traos culturais e
garantir os direitos e privilgios [sic] nas relaes entre o cidado e o Estado. (1)
Segundo a coordenadora executiva do encontro, Ana Lcia Coutinho Locks, o evento constituiu um esforo no sentido de compreender a
realidade atual dos Arquivos Catarinenses e suas perspectivas globais de transformaes, podendo seus objetivos serem sintetizados em quatro:
discutir e identificar as dificuldades do setor; estimular o intercmbio de experincias profissionais, tendo em vista as dificuldades comuns;
sugerir uma poltica de divulgao do Arquivo junto comunidade; possibilitar um maior aperfeioamento na organizao do acervo arquival,
atravs do questionamento dos diferentes mtodos e tcnicas possveis de adequao. (2)
No foram localizadas informaes a este respeito.
II Encontro de Arquivos
Catarinenses (1986)
III Encontro de Arquivos
Catarinenses; I Painel de
Arquivos Sul-Brasileiros (1988)
IV Encontro de Arquivos
Catarinense [sic];
II Painel de Arquivos SulBrasileiro (1990)
V Encontro Catarinense
de Arquivos (1992)
Para o ento Secretrio Estadual de Administrao, Antnio Niccoll Grillo, o evento teve sua organizao relacionada necessidade de uma
melhor coordenao dos trabalhos de implantao do Subsistema Estadual de Arquivos. (3)
Nos anais do IV Encontro, os objetivos no so explicitados, mas os trabalhos publicados sugerem a continuidade da preocupao com a
implantao e consolidao do Subsistema Estadual de Arquivos de Santa Catarina.
Nos anais do V Encontro, no discurso do Secretrio de Estado da Justia e Administrao, Rainoldo Uessler, assinala-se que o evento objetivava
contribuir para a preservao do patrimnio documental, e, conseqentemente, o engrandecimento cultural do nosso povo. Mais adiante,
ressalta a importncia da preservao e divulgao do patrimnio documental para o resgate da memria de um povo. (4)
Os objetivos no foram explicitados nos anais.
VI Encontro Catarinense de
Arquivos; I Painel de Arquivos
Municipais (1994)
VII Encontro Catarinense de
Os objetivos no foram explicitados nos anais.
Arquivos; II Painel de Arquivos
Municipais (1996)
VIII Encontro Catarinense de Os objetivos no foram explicitados nos anais.
Arquivos; III Painel de
Arquivos Municipais (1998)
370
IX Encontro Catarinense de
Arquivos;
IV Painel de Arquivos
Municipais (2000)
X Encontro Catarinense de
Arquivos;
V Painel de Arquivos
Municipais de SC (2002)
XI Encontro Catarinense de
Arquivos;
VI Painel de Arquivos
Municipais de SC (2004)
Reunir profissionais de arquivos e reas afins, visando o aprimoramento tcnico dos conhecimentos arquivsticos, proporcionando-lhes a
oportunidade de troca de experincias e vivncias municipais e regionais. (5)
Reunir profissionais de arquivos e de reas afins, visando o aprimoramento tcnico dos conhecimentos arquivsticos, proporcionando-lhes a
oportunidade de troca de experincias e vivncias; proporcionar condies para uma reflexo sobre os novos rumos da arquivstica, condio
indispensvel para a evoluo das metodologias; sugerir uma poltica de gesto documental com vistas preservao da histria
contempornea, cujos acervos se encontram depositados em locais imprprios; discutir polticas arquivsticas, incentivando os responsveis pela
administrao dos arquivos para uma atividade mais dinmica e melhorias no atendimento ao cidado; ressaltar os aspectos legais e
constitucionais sobre a necessidade da preservao da memria documental. (6)
O evento objetivava o aprimoramento tcnico dos conhecimentos arquivsticos, proporcionado a profissionais de arquivo, de modo geral
(pblicos, privados, culturais, escolares...), profissionais de histria, sociologia, biblioteconomia, museologia, entre outros, bem como alunos e
professores dos diversos cursos ligados de alguma maneira a questes de arquivos e pessoas preocupadas e envolvidas com a preservao da
memria das comunidades, a oportunidade de troca de experincias e vivncias. (7)
Fontes:
1. SOARES, Iaponan (org.). Arquivos & Documentos em Santa Catarina. Florianpolis: Secretaria da Justia, Arquivo Pblico do Estado, 1985. Respectivamente p.10 e 7.
2. Relatrio do I Encontro de Arquivos Catarinenses, elaborado pela coordenadora executiva do evento, Profa. Ana Lcia Coutinho Locks. [Florianpolis, s.d.]; documento
datilografado. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.10.
3. PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro de Arquivos Catarinenses; I Painel de Arquivos Sul-Brasileiros. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao,
Coordenadoria de Documentao e Publicaes, Arquivo Pblico, 1988. p.3.
4. Anais do 5o. Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Fundao Catarinense de Cultura, Associao de Amigos do Arquivo Pblico, 1992. p.13-14.
5. Segunda circular do IX Encontro Catarinense de Arquivos. Agosto de 2000. Arquivo pessoal (Janice Gonalves).
6. Programa do X Encontro Catarinense de Arquivos e V Painel de Arquivos Municipais - 2 a 4 de setembro de 2002. Folder.
7. Programa do XI Encontro Catarinense de Arquivos - 13 a 15 de setembro de 2004. Folder.
Tambm consultados:
Anais do VI, VII e VIII Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado,
2000.
Anotaes realizadas durante o VIII, IX, o X e o XI Encontro Catarinense de Arquivos (1998 a 2004). Arquivo pessoal (Janice Gonalves).
Ata do Painel realizado durante o segundo encontro de arquivos catarinenses em Florianpolis. Florianpolis, 19 de setembro de 1986; documento datilografado. Acervo
do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, GIV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.7.
Caderno de resumos do IX Encontro Catarinense de Arquivos e IV Painel de Arquivos Municipais - 6 a 8 de novembro de 2000. Blumenau (SC): 2000. p.33.
Caderno de resumos do VIII Encontro Catarinense de Arquivos e III Painel de Arquivos Municipais - 14 a 16 de setembro de 1998. Jaragu do Sul (SC): 1998.
Programa do VIII Encontro Catarinense de Arquivos e III Painel de Arquivos Municipais - 14 a 16 de setembro de 1998. Folder.
371
Apndice II-4
372
373
- 4 comunicaes/trabalhos de representantes de arquivos municipais catarinenses (Florianpolis, Itaja, Jaragu do Sul, Timb);
- 2 comunicaes de representantes de prefeituras municipais (Indaiatuba e Florianpolis);
- 1 comunicao de representante do GT Arquivos do Poder Judicirio - DF;
- 4 oficinas.
XI Encontro
- 1 conferncia de representante do Arquivo Nacional/CONARQ;
Catarinense de
- 2 conferncias de arquivistas com atuao destacada fora de SC (professora da USP; presidente do Frum Nacional de Dirigentes de Arquivos Municipais);
Arquivos;
- 1 conferncia de especialista na rea de preservao do patrimnio cultural (IPHAN);
VI Painel de
- 1 conferncia de especialista em administrao pblica;
Arquivos Municipais - 1 conferncia de pesquisador do folclore catarinense;
de SC (2004)
- 1 conferncia e 2 comunicaes de representantes de cursos universitrios (UDESC, Faculdade Assis Gurcacz - PR);
- 1 comunicao de pesquisador catarinense da rea de Histria;
- 1 comunicao de representante da Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina;
- 1 comunicao de representante de arquivo de empresa (Cooperativa Agrria Mista Entre Rios);
- 2 comunicaes de representante do Frum de Arquivos do RS;
- 7 comunicaes de representantes de arquivos municipais catarinenses (Biguau, Blumenau, Brusque, Florianpolis, Itaja, Joinville, So Jos).
* consta do programa mas no dos anais / no apresentada; ** uma apresentao consta do programa mas no dos anais; *** consta dos anais mas no do programa / incluso durante o evento;
Obs.: as informaes referentes aos Encontros de 1984, 1988 e 1990 baseiam-se exclusivamente nos respectivos anais publicados; dos anais dos encontros de 1992, 1994, 1996, 1998 constam os
programas dos eventos.
Fontes:
Anais do 5o. Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Fundao Catarinense de Cultura, Associao de Amigos do Arquivo Pblico, 1992.
Anais do IV Encontro de Arquivos Catarinense; II Painel de Arquivos Sul-Brasileiro - [Joaaba,] 3 a 5 de julho de 1990. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, 1990.
Anais do VI, VII e VIII Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado, 2000.
Anotaes realizadas durante o VIII, o IX, o X e o XI Encontro Catarinenses de Arquivos (1998 a 2004). Arquivo pessoal (Janice Gonalves).
Ata da conferncia de Frederick Michel Litto. [Florianpolis], 20 de setembro de 1984; documento manuscrito. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico,
G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.7.
Ata do Painel realizado durante o segundo encontro de arquivos catarinenses. Florianpolis, 19 de setembro de 1986; documento datilografado. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa
Catarina, Fundo Arquivo Pblico, GIV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.7.
Caderno de resumos do IX Encontro Catarinense de Arquivos e IV Painel de Arquivos Municipais - 6 a 8 de novembro de 2000. Blumenau (SC): 2000. p.33.
PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro de Arquivos Catarinenses; I Painel de Arquivos Sul-Brasileiros. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Coordenadoria de
Documentao e Publicaes, Arquivo Pblico, 1988.
Programa do X Encontro Catarinense de Arquivos e V Painel de Arquivos Municipais - 2 a 4 de setembro de 2002. [2002]. Folder
Programa do XI Encontro Catarinense de Arquivos - 13 a 15 de setembro de 2004. [2004]. Folder.
Relatrio do I Encontro de Arquivos Catarinenses, elaborado pela coordenadora executiva do evento, Profa. Ana Lcia Coutinho Locks. [Florianpolis], s.d.; documento datilografado.
Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.10.
Relatrio do relator do segundo dia de sesses do I Encontro Catarinense de Arquivos (identificado a lpis como sendo do prof. Jali Meirinho). [Florianpolis], 21 de setembro de 1984;
documento datilografado. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.10.
SOARES, Iaponan (org.). Arquivos & Documentos em Santa Catarina. Florianpolis: Secretaria da Justia, Arquivo Pblico do Estado, 1985.
375
Apndice II-5
1986
1988
2002
2004
Cf
Com
Rel
Com
Com
Cf
Cf
Com
Com
Com
Com
CdM
Of; Cf
Com
Com
CdO
Of
Com
Cf
2 CdM
Com
Of; Cf
Daniel Flores
Denise Magda Thomasi
Denise Molon Castanho
Dirlei Maria Kafer Gonalves
dison d'vila
Egon Lotrio Jagnow
Eliane Veras da Veiga
Eloiza Maria Baggio
Enedy Ftima Padilha da Rosa
Eneida Raquel S.Thiago
Eni Barbosa
Esther Caldas Bertolletti
Obs.
2000
Of
Of
Com
Cf
Cf
Cf
Com
Cur
Com
Cf
Com;
CdM
Cf;
Of; Cf
CdM
2 Com
Cf
Com
No compareceu em 1998.
CdM
Com
Com
CdM;
Com
Com
CdM
CdM
CdM
Com
CdM
Com
Com
Com
Com
Com
Com
Com
CdM
Com
Com
No compareceu em 2000.
Com
Cf
Cf
376
Participantes
Frederick Michel Litto
Gelci Jos Coelho
Gilberto Jos Salvato
Gilmar Antnio Moretti
Gilson Cruz de Oliveira
Helena de Ftima Nunes Silva
Helosa Liberalli Bellotto
Ieda Pimenta Bernardes
Jali Meirinho
Jaime Antunes da Silva
Janice Gonalves
Jeferson Antonio Martins
Joo Eurpedes Franklin Leal
Jos Chafi Francisco
Jos Maria Jardim
Josiane Roza de Oliveira
Lia Temporal Malcher
Luiz Antnio Cruz Souza
Lygia Guimares
Maria Aparecida de Lima
Maria Aparecida Rodrigues Manzan
Maria Izabel de Oliveira
Maria Lourdes Blatt Ohira
Maria Thereza Bbel
Maria Zilene Cardoso
Marilena Leite Paes
Marilene Filomeno Machado Ribeiro
Narcisa de Ftima Amboni
Neusa Maria Schmitz
Neusa Maria Tribeck Ferreira
Neusa Rosane Damiani Nunes
1984
Cf
1986
1988
Com
Obs.
2000
2002
2004
Cf
Cf
Com
Com
Com
Cf; Of
Cf?
Com
Cf
ExV
Cur
Cf
Cf;
LL
Cf
Rel
Cf
Com
Com
Cf
Cf
Com
CdM;
Com
Com
Com
Of
Of;
Com
CdO
Cf
Com
No compareceu em 1992.
No compareceu em 2000.
Com
Com
CdM
No compareceu em 2002.
Cf
Cf
No compareceu.
Cf
Cf
Com
Com
Com
Com
Com
2 Com
Cf;
Cur
Cf
Cf
Com
Com
CdM
Com
Cf
CdP
Com
Com
Com
CdM
Com
Com
2 Com
Com
Com
CdM;
Com
CdO
Com
CdO
377
Participantes
1984
1986
1988
2004
Cf
Cur
Com
Com
Com;
CdD
Com
CdP
CdM;
Com
CdM
CdM
Com
Com
CdM
Cf
CdM;
Com
Of
Com
CdM
Com
Com
Com
Of
Com;
Rel
Onde:
CdD = Coordenao de debates
CdM = Coordenao de mesa
2002
Com
Cf
Obs.
2000
2 Com
Com
2 Com
Com
Com
CdP
Com
CdD
CdM
Com
2 Com
Com
Cur
Com
CdM
CdM
Com
Com
Com
Com
Com
CdM
Com
CdM
CdM;
Com
CdM
CdM
Com
Com
Com
Com
Cf
Cf = Conferncia
Com = Comunicao
Cur = Curso
Of = Oficina
Obs.:
- A indicao de no-comparecimento foi feita apenas nos casos em que a informao pde ser levantada.
- H registro de participao de Helosa Bellotto no encontro de 1986 (fez uma interveno ao final das apresentaes de um painel); no foi possvel, contudo, na documentao
consultada, verificar a condio na qual participou do evento (muito provavelmente, como conferencista).
Fontes:
Anais [do] IV Encontro de Arquivos Catarinense; II Painel de Arquivos Sul-Brasileiro [Joaaba], 3 a 5 de julho de 1990. Florianpolis: Secretaria de Estado da
Administrao, 1990.
378
Anais do 5o. Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Fundao Catarinense de Cultura, Associao de Amigos do Arquivo Pblico, 1992.
Anais do VI, VII e VIII Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado,
2000.
Anotaes realizadas durante o VIII, o IX, o X e o XI Encontros Catarinenses de Arquivos (1998 a 2004). Arquivo pessoal (Janice Gonalves).
Ata da conferncia de Frederick Michel Litto. [Florianpolis], 20 de setembro de 1984; documento manuscrito. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina,
Fundo Arquivo Pblico, G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.7.
Ata do Painel realizado durante o segundo encontro de arquivos catarinenses. Florianpolis, 19 de setembro de 1986; documento datilografado. Acervo do Arquivo Pblico
do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, GIV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.7.
Caderno de resumos do IX Encontro Catarinense de Arquivos e IV Painel de Arquivos Municipais - 6 a 8 de novembro de 2000. Blumenau (SC): 2000.
Caderno de resumos do VIII Encontro Catarinense de Arquivos e III Painel de Arquivos Municipais - 14 a 16 de setembro de 1998. Jaragu do Sul (SC): 1998.
Caderno de resumos do X Encontro Catarinense de Arquivos e V Painel de Arquivos Municipais - 2 a 4 de setembro de 2002. Florianpolis: 2002.
PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro de Arquivos Catarinenses; I Painel de Arquivos Sul-Brasileiros. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao,
Coordenadoria de Documentao e Publicaes, Arquivo Pblico, 1988.
Programa do VIII Encontro Catarinense de Arquivos e III Painel de Arquivos Municipais - 14 a 16 de setembro de 1998. Folder.
Programa do XI Encontro Catarinense de Arquivos - 13 a 15 de setembro de 2004. Folder.
Relatrio do I Encontro de Arquivos Catarinenses elaborado pela coordenadora executiva do evento, Profa. Ana Lcia Coutinho Locks. [Florianpolis], s.d.; documento
datilografado. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.10.
Relatrio final do V Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis, 14 de outubro de 1992; documento datilografado. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa
Catarina, Fundo Arquivo Pblico, G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.10.
SOARES, Iaponan (org.). Arquivos & Documentos em Santa Catarina. Florianpolis: Secretaria da Justia, Arquivo Pblico do Estado, 1985.
379
Apndice II-6
Proposies e recomendaes
Arquivos pblicos Que as prefeituras municipais dediquem especial ateno aos arquivos.
municipais
Que o Poder Pblico promova a criao e o desenvolvimento de arquivos municipais com a funo de recolher, preservar e garantir acesso
aos documentos pblicos municipais.
Que o Poder Pblico promova o mapeamento dos acervos pblicos localizados nos municpios, em convnio com as Prefeituras, visando o
recolhimento, a preservao e o acesso a estes acervos pelos arquivos pblicos municipais.
Que sejam asseguradas instalaes fsicas adequadas e equipamentos necessrios devida conservao dos arquivos pblicos municipais.
Que os poderes pblicos municipais promovam a criao e a implantao de arquivos municipais, com a finalidade de integrar as
municipalidades ao Sistema Estadual de Arquivos.
Que os Prefeitos eleitos em 03 de outubro de 1992 para administrarem os 43 [sic] municpios de Santa Catarina criem na estrutura bsica
da Prefeitura Municipal um rgo que tenha a competncia de controlar a produo e o arquivamento da documentao, visando a criao
do Arquivo Pblico Municipal.
Que no Municpio de Florianpolis seja criado o Arquivo Pblico Municipal.
Que seja criado no Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina o Frum de Diretores de Arquivos Municipais.
Que as Prefeituras do Estado de Santa Catarina, com o apoio das Cmaras Municipais, envidem esforos no sentido de criar Arquivos
Pblicos Municipais com estrutura e funes definidas de acordo com a moderna Arquivologia.
Que as Prefeituras dos Municpios do Estado de Santa Catarina [...] criem seus Arquivos Municipais com a finalidade de preservar e
divulgar seu patrimnio documental, de acordo com o que est determinado no Artigo 9o. da Constituio do Estado de Santa Catarina.
[Direo e funcionrios do APESC]
Que sejam assegurados, aos arquivos municipais de Santa Catarina, recursos humanos e financeiros com a finalidade de aparelh-los para
que possam desempenhar as funes que lhes competem, de preservar, organizar e divulgar o patrimnio documental, visando ao resgate da
memria das comunidades. [Direo e funcionrios do APESC]
Que seja criado o Arquivo Histrico de Ibirama, tendo em vista a importante documentao pertencente ao patrimnio de Ibirama (sobre
colonizao alem e italiana, reserva indgenas e florestais, Estrada de Ferro do Vale do Itaja) e pela proximidade do centenrio do
municpio. [Izabel Mir Brandt]
Que seja criado o Arquivo Histrico do Municpio de Laguna, um dos mais antigos de Santa Catarina, e considerado pelo SPHAN como
Patrimnio Histrico, cujos documentos so fontes importantssimas para o resgate da histria de Santa Catarina e que se encontram sem
nenhuma proteo e organizao. [Amadio Vetoretti]
Que os Arquivos Pblicos e Histricos Municipais se cadastrem junto ao Frum Nacional de [Dirigentes de] Arquivos Municipais, que a
entidade que legitimamente os representa junto aos prefeitos. [Dase Aparecida Oliveira]
Que haja ampla divulgao aos Prefeitos Municipais de Santa Catarina sobre a obrigatoriedade legal das Prefeituras Municipais
preservarem os documentos que constituem a memria da sua comunidade, criando os Arquivos Municipais e implementando os j
existentes. [Talita de A. T. Soares e demais participantes]
Ano(s)
1984
1986
1986
1988
1988
1992
1992
1992
1992
1994
1994
1994
1994
1996
1996
380
Que os municpios que j possuem arquivos estimulem as cidades vizinhas a criarem os seus Arquivos Municipais, considerando que os
arquivos constituem-se em instrumentos imprescindveis para o bom funcionamento das instituies pblicas, facilitando o acesso
informao e garantindo o direito cidadania. [Dase Aparecida Oliveira]
Que o Poder Pblico Municipal promova a criao e implantao de Arquivos Pblicos Municipais com a finalidade de integrar os seus
Municpios ao Sistema Estadual de Arquivos. [Neusa Rosane Damiani Nunes]
Que os organizadores do evento encaminhem aos prefeitos municipais as recomendaes deste IX Encontro, ressaltando a importncia da
criao dos arquivos municipais e da implantao de polticas de gesto documental. [Frum Nacional de Dirigentes de Arquivos
Municipais]
Que os prefeitos dos municpios catarinenses sejam informados dos resultados desse evento e que sejam estimulados a criarem o Arquivo
Pblico de sua cidade e a se inscreverem no Projeto do CIA/SAM - Conselho Internacional de Arquivos - Seo de Arquivos Municipais.
[Frum Nacional de Dirigentes de Arquivos Pblicos Municipais]
Arquivos pblicos Que o Poder Pblico Estadual [de SC] promova a construo de um prdio prprio para o Arquivo Pblico do Estado, garantindo-lhe
estaduais
instalaes fsicas adequadas para a preservao e ampliao do seu patrimnio arquivstico.
Que sejam reavivadas as relaes Arquivo Nacional, SINAR, Universidades e Arquivos Estaduais, com vistas a projetos que viabilizem
estudos para padronizao de mtodos e tcnicas arquivsticas, como tambm, o incentivo criao de Sistemas Estaduais de Arquivos.
[Adolpho Mariano da Costa]
Que nos levantamentos para o Guia Nacional de Arquivos cada Arquivo Estadual atue como normatizador e rgo monitor do projeto,
para um efetivo aproveitamento das informaes colhidas no decorrer do projeto. [Adolpho Mariano da Costa]
Que o Governo do Estado de Santa Catarina aprove o projeto de criao da Diretoria do Arquivo Pblico, na estrutura administrativa do
Estado, em nvel hierrquico compatvel com a responsabilidade de custodiar o patrimnio documental.
Que seja criado o Arquivo Geral do Poder Judicirio no Estado de Santa Catarina. [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina]
Que seja encaminhada recomendao ao governador do Estado de Santa Catarina alertando sobre a necessidade da criao da Diretoria do
Arquivo Pblico do Estado, na atual estrutura administrativa. [Marilena Leite Paes]
Que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Administrao e a Associao de Amigos do Arquivo Pblico se
empenhem em destinar e adequar o prdio localizado na Rua Dom Joaquim, no centro de Florianpolis, para a sede prpria do Arquivo
Pblico do Estado. [Geraldo Gama Salles]
Que o Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina seja instalado em uma sede prpria e adequada, de acordo com as normas
arquivsticas. [funcionrios do Arquivo Pblico do Estado]
Encontros de
Que seja assegurada, no prximo Governo, a continuao bienal do Encontro de Arquivos Catarinenses.
arquivos
Que sejam realizados encontros regionais de arquivos, com vistas ao intercmbio dos arquivos pblicos e privados, ao patrimnio
arquivstico estadual [sic] com o apoio das instituies a eles subordinadas.
Que sejam realizados, em 1990, pelo Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, o IV Encontro de Arquivos Catarinenses e o II Painel
de Arquivos Sul-Brasileiros.
Que nos prximos Encontros [de Arquivos Catarinenses] sejam realizadas paralelamente oficinas de Arquivologia, que elejam temas
ligados s diversas tcnicas arquivsticas e que preparem melhor o pessoal que atua nos Arquivos Municipais, Histricos e Privados no
Estado de Santa Catarina.
Que os prximos Encontros Catarinenses de Arquivos tenham o apoio da Prefeitura do municpio-sede e da Associao dos Municpios da
regio.
1998
1998
2000
2002
1986
1990
1990
1992
2000
2000
2000
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1986
1988
1988
1990
1992
381
Legislao
relacionada aos
arquivos
Sistemas de
arquivos em SC
Que a Gerncia de Monitoramento de Documentos Oficiais do Estado de Santa Catarina e o Arquivo Pblico do Estado estimulem a
realizao de Encontros Regionais, dedicados ao aperfeioamento de tcnicas arquivsticas adotadas, que so diferentes das dos centros de
documentao.
Que o prximo Encontro Catarinense de Arquivos seja realizado no Municpio de Blumenau, com a condio de que, se dentro de seis
meses, a contar desta data, no obtiver o apoio da Prefeitura Municipal, ficar a cargo do Arquivo Pblico do Estado e da Associao de
Amigos do Arquivo Pblico a definio de um outro municpio.
Que seja realizado em 1995, em Braslia, o I Encontro de Arquivos do Centro-Oeste. [Vnia Caldas Saraiva, do APDF]
Que sejam criados espaos maiores para relatos e troca de experincias nos eventos da rea de Arquivologia. [Ana Regina Berwanger]
Que haja mais interesse das Assessorias de Comunicaes dos rgos da Administrao Direta do Estado na divulgao de eventos
ligados s reas de arquivo e documentao. [Neusa Rosane Damiani Nunes]
Que haja mais participao dos Arquivos Pblicos Municipais de Santa Catarina no Painel de Arquivos Municipais realizado nos
Encontros Catarinenses de Arquivos. [Neusa Rosane Damiani Nunes]
Que os dirigentes dos arquivos municipais catarinenses se comprometam, espontaneamente [sic], em participar dos Encontros de
Arquivos, com a finalidade de divulgar o trabalho que est sendo desenvolvido em seu municpio, mostrando ao prefeito a importncia de
sua participao. [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina]
Que seja estabelecida legislao com sanes aplicveis queles que deixarem de observar as normas protetoras [d]o patrimnio
documental.
Que sejam institudas [em SC] uma lei estadual sobre arquivos e leis municipais sobre arquivos, estabelecendo no Arquivo Pblico do
Estado e nos arquivos pblicos municipais as competncias de recolhimento dos documentos produzidos e acumulados pelas
administraes pblicas nas quais se inserem.
Que a legislao arquivstica impea a eliminao de qualquer documento pblico sem a autorizao prvia do Arquivo Pblico do
Estado, a nvel de administrao estadual, e dos arquivos pblicos municipais, a nvel das administraes municipais.
Que na nova Constituio brasileira sejam includos dispositivos expressos sobre os procedimentos de proteo e acesso ao patrimnio
arquivstico do pas.
Que sejam definidas e legalmente garantidas as competncias dos arquivos pblicos quanto s atividades de recolhimento, preservao e
acesso aos documentos produzidos e acumulados pela administrao pblica.
Que seja garantido, na prxima Constituio Federal, o direito do cidado ao acesso s informaes produzidas e acumuladas pelas
entidades pblicas cujo destino final so os arquivos pblicos, bem como as informaes produzidas e acumuladas pelas entidades
privadas, principalmente impedindo-se a evaso de arquivos privados, de interesse da cultura regional.
Que seja alterada a orientao constitucional de proteo a documentos de valor cultural, substituindo-se [sic] por todo e qualquer
documento de valor corrente, intermedirio e permanente.
Que seja estabelecido um sistema estadual de arquivos, com uma poltica voltada ao intercmbio de informaes e experincias entre
todos os arquivos existentes no Estado de Santa Catarina.
Que sejam institudos o Sistema de Arquivos do Estado de Santa Catarina, tendo como rgo central o Arquivo Pblico do Estado, e
sistemas municipais de arquivos, tendo como rgos centrais os arquivos pblicos municipais.
1992
1992
1994
1994
1996
1996
2000
1984
1986
1986
1986
1988
1988
1988
1984
1986
382
Formao e
valorizao de
pessoal
tecnicamente
qualificado
Que seja assegurada a continuidade dos trabalhos desenvolvidos pelas Comisses de Avaliao de Documentos para a elaborao das
tabelas de temporalidade nas Secretarias de Estado, Autarquias e Fundaes pblicas do Estado de Santa Catarina, visando a preservao
da nossa histria contempornea. [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina]
Que seja criado por lei um Arquivo Intermedirio, para abrigar a documentao da SEA [Secretaria de Estado da Administrao], que hoje
se encontra depositada inadequadamente no Almoxarifado de Capoeiras.
2000
Que as Secretarias de Estado criem as Comisses de Avaliao de Documentos, conforme preconiza a Lei n. 9747 de 1994, e com
estrutura adequada para a devida viabilizao dos trabalhos das Comisses.
2004
Que a Secretaria de Estado da Administrao, por meio da Diretoria do Arquivo Pblico do Estado e Gerncia de Gesto Documental crie
estrutura e viabilize a elaborao de um projeto do quadro de classificao dos documentos do Estado, com o objetivo de padronizao dos
arquivos correntes das secretarias, autarquias e fundaes pblicas.
Que a Secretaria de Estado da Administrao, por meio da Assessoria de Informtica, possibilite maior integrao com a Diretoria do
Arquivo Pblico, para a viabilizao do Sistema de Gesto Documental e atualizao da pgina do Arquivo Pblico na WEB.
2004
Que a Secretaria de Estado da Administrao, por meio da Diretoria do Arquivo Pblico - Gerncia de Gesto Documental, elabore a
tabela bsica de temporalidade e destinao de documentos de arquivo relativos s atividades-meio da Administrao Pblica do Estado de
Santa Catarina, conforme modelo da Resoluo n.14, de 24 de outubro de 2001, para integrantes do Sistema Nacional de Arquivos
(SINAR).
Que o Estado de Santa Catarina, atravs do Arquivo Pblico, se responsabilize e desencadeie um processo para a criao de um Sistema
Estadual de Arquivo Pblicos Municipais, tendo em vista a situao de precariedade do Patrimnio Documental de Santa Catarina
produzido nos municpios e refns [sic] da ao do tempo. [...] que o Estado oficialize esta ao atravs da nomeao de responsvel para
coordenao do processo, com carga horria disponvel e oramento. A coordenao, com a colaborao das Secretarias Regionais,
desenvolveria esse projeto, que em pouco tornar-se-ia referncia no Brasil em se tratando de administrao pblica e desenvolvimento
cultural. [...] [Josiane Roza de Oliveira]
Que sejam valorizados os profissionais formados nos cursos superiores de Bacharelado em Histria, Biblioteconomia e Documentao.
Que sejam institudas [em SC] as carreiras de arquivista e tcnico de arquivo no mbito dos Governos estadual e municipais, ampliando
tambm o quadro de pessoal tcnico e administrativo do Arquivo Pblico do Estado.
Que as Prefeituras Municipais do Estado de Santa Catarina dem maior apoio preservao e organizao da documentao, incentivando
seus funcionrios a participarem de cursos e treinamentos na rea.
Que as Direes dos Arquivos Estaduais, Municipais e Particulares [...] gestionem junto s instituies de ensino de suas cidades e estados
para a criao de novos cursos de Arquivologia. [cursos de Arquivologia da UFSM, UFF e UFRGS]
Que sejam oferecidos cursos de treinamento na rea de anlise e classificao de documentos, mtodos de conservao de documentos e
recuperao de informaes. [Maria Cristina Pereira Ribeiro]
Que sejam criados cursos de graduao em Arquivologia (no mnimo um por Estado) para a formao de profissionais na rea.
[professoras Ana Regina Berwanger, Licia Cianca Fortes e Terezinha Batista de Souza]
Que sejam encaminhadas propostas aos governantes para a criao do curso de graduao em Arquivologia no Estado de Santa Catarina.
[Ktia Isabelli de Souza]
Que a Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina e o Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, em
conjunto com as Prefeituras Municipais, desenvolvam programas de treinamento e/ou cursos nos municpios catarinenses.
2004
2004
2004
2004
1984
1986
1992
1994
1994
1996
1996
1998
383
Divulgao do
Que sejam conscientizados autoridades e segmentos da sociedade do papel a desempenhar na preservao do acervo documental.
papel dos arquivos Que se desperte para a realidade de que s as fontes histricas facultaro o conhecimento da identidade catarinense, to discutida.
e de seus acervos Que seja mais divulgada, no mbito do poder pblico e na sociedade, a funo dos arquivos pblicos na proteo ao patrimnio
documental arquivstico.
Que os Arquivos Pblicos divulguem mais seus acervos junto aos alunos de 1o. e 2o. graus das escolas pblicas e particulares. [Ktia
Isabelli de Souza]
Que haja a implantao de sites pelos Arquivos Pblicos Municipais e Estaduais, tendo como parmetros as diretrizes propostas pelo
CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos. [Maria Lourdes Blatt Ohira]
Sensibilizao e Que os arquivos pblicos estadual e municipais recebam condies tcnica[s] e administrativas para fazerem face s funes de
apoio de
recolhimento, preservao e acesso ao patrimnio arquivstico.
autoridades
Que as recomendaes deste Encontro sejam enviadas pelo Arquivo Pblico do Estado a todas as Secretarias de Estado, s prefeituras
pblicas
municipais, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina, aos diversos
rgos privados voltados para o desenvolvimento cultural do Estado, ao Arquivo Nacional e aos demais arquivos pblicos estaduais do
pas.
Que sejam procurados meios eficazes de sensibilizao dos Governos Estaduais para os problemas crnicos dos arquivos (recursos
humanos e financeiros) e da prpria valorizao dos Arquivos Pblicos. [Adolpho Mariano da Costa]
Que sejam amplamente divulgados junto aos governantes dos Estados e Municpios os resultados obtidos no tratamento tcnico dos
acervos arquivsticos catarinenses. [Ktia Isabelli de Souza]
Que seja programado um encontro com dirigentes municipais, estaduais, de instituies privadas no-governamentais, com a finalidade de
conscientizar e sensibilizar os mesmos em relao ao trabalho que os profissionais da rea de arquivstica esto desenvolvendo. [Laura
Marques]
Que os governantes eleitos no prximo dia 6 de outubro sejam informados pelos responsveis - autoridades competentes - sobre a
situao em que se encontra o patrimnio documental de seu Estado e que dem continuidade aos projetos em andamento neta rea.
[Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina]
Associaes de
Que seja repensado o papel da Associao dos Arquivistas Brasileiros, como entidade reguladora e incentivadora das necessidades
arquivistas
arquivsticas do pas, criando-se a mentalidade de um arquivismo atuante, oferecendo subsdios tcnico-informativos aos Arquivos
Estaduais para que consolidem uma posio de destaque e importncia frente aos Governos dos Estados, s Secretarias s quais pertenam,
e prpria comunidade. [Adolpho Mariano da Costa]
Que se formem Associaes a nvel regional para dar assistncia tcnica aos arquivos.
Cursos de
Que a Direo do Arquivo Pblico do Estado [de SC] e a Associao dos Amigos do Arquivo entrem em contato com os cursos de
Graduao
Histria e de Estudos Sociais, a nvel de graduao, existentes no Estado de Santa Catarina, enfatizando a necessidade de uma ao
em Histria
conjunta visando a preservao documental, tendo em vista a importncia dos Arquivos para a elaborao da Histria. [Walter F. Piazza]
Procedimentos
Que haja modernizao das tcnicas arquivsticas, tendo em vista os novos mtodos provocados pelo avano da informtica.
tcnicos
Que sejam divulgados os planos de codificao e classificao de documentos de arquivos, para que sejam aplicados pelas instituies
arquivsticas do pas, visando a uniformidade. [Neusa Rosane Damiani Nunes]
Que as instituies, ao contratarem servios de digitalizao de acervos documentais, consultem o Arquivo Pblico de seu estado, ou
outras instituies arquivsticas, no sentido de receberem orientao quanto preservao e ao acesso s informaes digitalizadas ou
digitais. [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina]
1984
1984
1988
1996
2004
1986
1986
1990
1996
1996
2002
1990
1992
1990
1984
1994
2002
384
Proteo a
conjuntos
documentais
especficos
Produo
bibliogrfica na
rea arquivstica
Que as instituies invistam na gesto documental, avaliando, classificando e organizando a sua documentao com vistas eficcia do
servio pblico ou privado e a preservao do patrimnio documental. [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina]
Que haja promoo e apoio tcnico para implantao de arquivos de empresas e particulares.
Que todos os projetos voltados para a preservao do patrimnio arquivstico privado envolva[m] sempre representantes dos arquivos
pblicos, sejam do Estado ou dos municpios.
Que o Arquivo Pblico do Estado, em colaborao com os arquivos municipais, realize o mapeamento dos acervos arquivsticos privados
existentes no Estado de Santa Catarina.
Que seja valorizada a preservao do acervo documental da antiga Inspetoria de Rios e Portos pertencente ao Municpio de Florianpolis,
e que este acervo seja organizado e divulgado comunidade de pesquisadores.
Que as Dioceses e Cartrios se associem aos esforos dos arquivos municipais e dos Estado na ao de preservao e conservao e
acesso ao pblico de seus acervos documentais. [Esther Caldas Bertoletti]
Que toda a produo bibliogrfica na rea de arquivo em formato eletrnico produzida a partir de encontros e/ou cursos de graduao e
ps-graduao sejam disponibilizados [sic] em link a ser criado na pgina do Arquivo do Pblico do Estado. [Maria Lourdes Blatt Ohira]
2002
1984
1986
1986
1992
2000
2004
Obs.:
- Foram excludas as moes de agradecimento e parabenizao.
- As recomendaes de 1984 aparecem como concluses no relatrio das sesses do dia 21 de setembro de 1984, bem como no relatrio geral do evento (so idnticas).
Fontes:
Anais do 5o. Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Fundao Catarinense de Cultura, Associao de Amigos do Arquivo Pblico, 1992. p.80-82.
Anais do IV Encontro de Arquivos Catarinense; II Painel de Arquivos Sul-Brasileiro - [Joaaba,] 3 a 5 de julho de 1990. Florianpolis: Secretaria de Estado da
Administrao, 1990. p.71-72.
Anais do VI, VII e VIII Encontro Catarinense de Arquivos. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao, Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado,
2000, p.85-88, 217-219, 387, 389.
Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina/ Associao de Amigos do Arquivo Pblico], Florianpolis, n.32-33, jul-dez.2000. p.6-7.
Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina/ Associao de Amigos do Arquivo Pblico], Florianpolis, n.40-41, jul-dez.2002. p.15.
Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina/ Associao de Amigos do Arquivo Pblico], Florianpolis, n.49, out.-dez.2004.
PIAZZA, Walter F. (org.). Anais do III Encontro de Arquivos Catarinenses; I Painel de Arquivos Sul-Brasileiros. Florianpolis: Secretaria de Estado da Administrao,
Coordenadoria de Documentao e Publicaes, Arquivo Pblico, 1988. p.94-95.
Recomendaes do II Encontro de Arquivos Catarinenses [18 e 19 de setembro de 1986]. {Florianpolis, 19 de setembro de 1986]; documento datilografado. Acervo do
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, GIV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.9.
Relatrio do I Encontro de Arquivos Catarinenses, elaborado pela coordenadora executiva do evento, Profa. Ana Lcia Coutinho Locks. [Florianpolis, s.d.];
documento datilografado. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.10.
Relatrio do relator do segundo dia de sesses do I Encontro Catarinense de Arquivos (identificado a lpis como sendo do prof. Jali Meirinho). [Florianpolis], 21 de
setembro de 1984; datilografado. Acervo do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, Fundo Arquivo Pblico, G IV, SG IV.1, 60-1984-1996, s.10.
385
Apndice II-7
Perodo
Diretor / gerente
Obs.:
Diretor
Francisco Mascarenhas
Diretor
Diretor
Santos Verani
Diretor
Wilmar Pacheco
Diretor
Ewaldo Vilela
Diretor
Iaponan Soares
Diretora
Gerente
Gerente
Gerente
Diretor
Diretor
Moacir Montibeller
Diretora
Fontes:
Boletim Informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina; Associao de Amigos do Arquivo Pblico], Florianpolis: n.23, abr.-jun.1998; n.25, out-dez.1998;
n.26, jan-mar.1999; n.28, jul-set.1999; n.29, out-dez. 1999; n.30, jan.-mar.2000; n.31, abr.-jun.2000; n.32-33, jul.-dez.2000; n.34, jan.-mar. 2001; n.35, abr.-jun.2001; n.36, jul.set.2001; n.37, out.-dez.2001; n.38, jan.-mar.2002; n.39, abr.-jun.2002; n.40-41, jul-dez.2002; n.42-43, jan.-jun.2003; n.44. jul-set.2003; n.54, jan.-mar.2006.
SANTA CATARINA (Estado). Secretaria de Estado da Administrao. Diretoria de Gesto do Arquivo Pblico. Catlogo da exposio Arquivo Vivo - 45 anos de histria,
de 29 de junho a 28 de setembro de 2005. Florianpolis: 2005. p.7.
SOARES, Iaponan. Nota prvia para a histria do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina. gora [Revista da Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de
Santa Catarina], Florianpolis, ano I, n.1, junho de 1985, p.5-9.
386
Apndice II-8
Obs.
2. VP
mCF
2. T
2. T
1. T
2. S
mCF
2. T
mCF
2. S
2. S
mCF
mCEd
2. S
2. T
mCEd
mCEd
mCEd
2. T
VP
2. S
mCEd
P
1. S
1. S
mCE/C
2. VP
mCE/C
1. T
1. VP
P
1. S
P
1. S
P
2. S
P
Foi funcionria do APESC.
Foi funcionrio do APESC.
Foi diretor do APESC.
1. T
1. VP
2. VP
mCE/C
mCEd
mCE/C mCEd
2o. T
mCEd
mCEd
mCEd
mCEd
mCEd
mCEd
1o. T
1o. T
1o. T
mCEd
mCEd
mCEd
mCF
mCEd
mCEd
1. S
mCE/C
2. S
2. S
2. S
1. VP
1. S
mCF
mCE/C mCE/C mCEd
mCE/C mCE/C mCEd
mCEd
mCEd
1. T
1985-86 1987-88 1989-90 1991-92 1993-95 1995-97 1997-99 1999-01 2001-03 2003-05 2005-07
1o. T
1o. T
Obs.
mCF
mCE/C
mCF
mCF
mCF
mCF
mCEd
mCF
o
mCF
mCF
2 o. T
2 .T
mCF
mCE/C
mCF
1. VP
1. S
1. T
mCF
P
mCF
VP
VP
2 o. T
VP
mCF
2. T
mCF
mCEd
mCF
mCEd
mCF
mCF
mCF
mCEd
mCF
mCF
mCEd
mCE/C mCEd
2. VP
1. S
1. S
P
Onde:
APESC = Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina
1. VP
2. S
mCEd
VP
1. S
VP
2. S
2. S
1. S
mCF
Funcionria do APESC.
Foi funcionria do APESC.
mCE/C mCE/C
P = Presidente
VP = Vice-Presidente (1. VP = 1. Vice-Presidente e
2. VP = 2. Vice-Presidente)
1. S = 1. Secretrio (2. S = 2 o. Secretrio)
1. T = 1o. Tesoureiro (2. T = 2 o. Tesoureiro)
Fontes:
Ofcio circular n. 018/2005, da Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, comunicando a composio da diretoria, do Conselho Fiscal e
do Conselho Editorial eleitos para o binio 2005-2007. Florianpolis, 29 de agosto de 2005. Arquivo pessoal (Janice Gonalves).
Revista gora, Florianpolis, n.1-38, 1985-2003.
SANTA CATARINA (Estado). Secretaria de Estado da Administrao. Diretoria de Gesto do Arquivo Pblico. Catlogo da exposio Arquivo Vivo - 45 anos de histria,
de 29 de junho a 28 de setembro de 2005. Florianpolis: 2005. p.7.
388
Apndice II-9:
Artigos, manuais, instrumentos de pesquisa e documentos do acervo publicados na revista gora (por ordem de autor)
Autor(es)
----Adriane Schroeder Andermann
Aloisius Carlos Lauth
Amadio Vettoretti
Ana Lcia Coutinho Locks
Ttulo
Conservao preventiva
[texto publicado na revista Conservation / The Getty Institute, 1992]
Documentos selecionados do conjunto documental Grupos Escolares
(transcritos).
A gente comia farinha do engenho...: o engenho como espao de
memria tradio, folclore, imagens.
Um museu religioso
A histria e os arquivos.
Os italianos no sul catarinense.
N.
25
37
Perodo
Obs.
1997 (1. Sem.) Traduo de Helena Maria C. de
Souza Pessi.
2003 (1. Sem.)
25
3
19
33/34
1986 (jul.)
1994 (jul.)
2001
(1. / 2. Sem.)
1985 (dez.)
1986 (dez.)
2
4
29
31
Co-autora:
Valria Gouva Ghanem
1999 (1. Sem.) Co-autora:
Andria Mendes de Souza
2002 (1. Sem.) Co-autora:
Ninarosa M.da Silva Manfroi
1985 (jun.)
Co-autora:
Neusa Rosane D. Nunes
2000 (1. Sem.)
Falando s mestras.
Instituio penal e controle social a construo da Penitenciria e um
novo tratamento da criminalidade em Florianpolis.
Antigos moradores do Desterro: subsdios genealgicos.
Gustave Luiz Lebon.
Parquia Evanglica de Santa Isabel: os primeiros pastores e os livros
eclesisticos mais antigos.
Duas descobertas de documentos primrios do sculo passado a respeito
de vrias colnias alems hoje meio esquecidas (como Santa Isabel,
Piedade, So Pedro de Alcntara e Terespolis).
23
30
14
18
7
1991 (dez.)
1993 (dez.)
1988 (jun.)
12
1990 (dez.)
35
389
Autor(es)
Ctia Dagnoni
Ttulo
Ensino, educao e cultura material: desafios e possibilidades.
N.
33/34
Obs.
Celso Ramos
Cludia de Arajo Grillo
Cludia Gonalves de Souza
Discurso do governador.
Nota preliminar sobre o projeto Evoluo administrativa do Estado.
19
1994 (jul.)
22
1995 (dez.)
28
15
24
26
15
1
3
4
7
5
10
7
1992 (jul.)
1985 (jun.)
1986 (jul.)
1986 (dez.)
1988 (jun.)
1987 (jun.)
1989 (dez.)
1988 (jun.)
1988 (dez.)
19
27
1994 (jul.)
1998 (1. Sem.)
38
39
Edison dvila
Edison Mueller
Edmundo Vegini
Eliana Bahia
Eliane Veras da Veiga
23
9
Perodo
2001
(1. / 2. Sem.)
1996 (1. Sem.)
1989 (jun.)
390
Autor(es)
Haroldo Pacheco da Silveira Santos
Helenita Caldeira da Silva
Helosa Liberalli Bellotto
Hermetes Reis de Arajo
Iaponan Soares
Ilka Boaventura
Ilse Scherer Warren
Ilson Luiz Coelho
Izabel Cristina Knoll
Jali Meirinho
Jeferson Antonio Martins
Joo Klug
Jos Mariano de Albuquerque
Cavalcante
Jos Octvio
Jos Sebastio Witter
Karine Simoni
Ttulo
Colonizao aoriana.
Uma apresentao resumida de alguns museus de Florianpolis: Museu de
Arte e Museu Histrico de Santa Catarina, Museu Vitor Meirelles, Museu
Universitrio e Ecomuseu do Ribeiro da Ilha.
Arquivos para a administrao e para a histria.
A Sade Pblica como fonte de pesquisa para a histrica social em Santa
Catarina.
Nota prvia para a histria do Arquivo Pblico do Estado de Santa
Catarina.
Viajantes catarinenses: roteiro para uma bibliografia.
Cidadania, preservao de documentos e Constituio.
Organizao e administrao de arquivos
Jos Honrio Rodrigues e o desenvolvimento da arquivstica brasileira.
Historiografia e documentao sobre escravos em Santa Catarina as
fontes do Arquivo Pblico do Estado.
Viagem aos relatos de viagem.
Associativismo civil em Florianpolis evoluo e tendncias.
N.
19
31
Perodo
1994 (jul.)
2000 (1. Sem.)
3
8
1986 (jul.)
1988 (dez.)
1985 (jun.)
2
3
5
6
8
1985 (dez.)
1986 (jul.)
1987 (jun.)
1987 (dez.)
1988 (dez.)
4
27
1986 (dez.)
1998 (1. Sem.)
20/21
Obs.
1994 (dez.) a
1995 (jul.)
1985 (dez.)
13
1991 (jul.)
14
1991 (dez.)
12
1990 (dez.)
32
6
6
30
38
391
Autor(es)
Klaus Richter
Laura Machado Hbener
Lauro Junkes
Leatrice Moellmann
Luci Maria da Luz
Lucy Woellner dos Santos
Maria Cristina dEa Neves Luz da
Conceio
Maria Denise Bortolini
Maria Elita S.Alves
Maria Goreti Pagani (org.).
Ttulo
Recuperao de fontes sobre a colonizao alem no norte de Santa
Catarina.
Documentos do sculo XIX sobre Santa Catarina.
Razes italianas do Brasil.
As migraes dos sculos XIX e XX parte I: os alemes
Avaliao Fundos Arranjo.
A pesquisa agrcola em Santa Catarina uma viso histrica de sua
organizao.
Cincia e agricultura no incio do sculo XX em Santa Catarina.
N.
9
Perodo
1989 (jun.)
2
24
35
16
26
1985 (dez.)
1996 (2. Sem.)
2002 (1. Sem.)
1992 (dez.)
1997 (2. Sem.)
31
Obs.
30
10
36
31
10
12
Maura Soares
Na rua da pedreira.
A propsito de um benefcio: a necessidade de uma elite em ascender.
33/34
Nelma Baldin
20/21
18
1993 (dez.)
14
1991 (dez.)
12
1990 (dez.)
20/21
31
27
1994 (dez.) a
1995 (jul.)
2000 (1. Sem.)
1998 (1. Sem.) Ver tambm: Rosngela Miranda
Cherem (trabalho conjunto).
2001
(1. / 2. Sem.)
1994 (dez.) a
1995 (jul.)
392
Autor(es)
Nlvio Paula Dutra Santos
Neusa Rosane Damiani Nunes
Ttulo
Algumas fontes para o estudo da economia catarinense do fim do sculo
XIX: os relatrios da Alf6andega do Desterro.
Guia dos arquivos municipais do Estado de Santa Catarina.
N.
19
Perodo
1994 (jul.)
Obs.
15
1992 (jul.)
Manual de arquivo.
17
1993 (jul.)
Neusa Schmitz
Ninarosa Mozzato da Silva Manfroi
Norberto Dallabrida
Norberto Ungaretti
Odilon N. de Matos
Orivalda Lima Silva
Oswaldo A. Furlan
Oswaldo R. Cabral
Patrcia de Freitas
Paulo Cattelan
19
20/21
23
18
14
27
23
33/34
31
1994 (jul.)
1994 (dez.) a
1995 (jul.)
1996 (1. Sem.)
1993 (dez.)
1991 (dez.)
Co-autor: Ilson Luiz Coelho.
1998 (1. Sem.)
1996 (1. Sem.)
2001
(1. / 2. Sem.)
2000 (1. Sem.)
Priscila A. Martinez
Renzo M. Grosselli
Romualdo B. Ferlin
Rosngela Miranda Cherem
Rosemari Conti Gonalves
Rui Vieira da Cunha
Sandro da Silveira Costa
Santos Verani
Srgio Ribeiro da Luz
5
10
24
29
30
1987 (jun.)
1989 (dez.)
1996 (2. Sem.) Co-autor: Maurcio Higino da Silva.
1999 (1. Sem.)
1999 (2. Sem.)
18
29
1
26
1993 (dez.)
1999 (1. Sem.)
1985 (jun.)
1997 (2. Sem.)
393
Autor(es)
Srgio Schmitz
Slvia Amlia
Slvia Maria Fvero Arend
Solange Rocha
Sueli Maria Vanzuita Petry
Talita de Almeida Telemberg Soares
Thas Luzia Colao
Theobaldo Costa Jamund
Toni Vidal Jochem
Valria Gouva Ghanem
Ttulo
BDE, um banco empreendedor.
Gustavo Richard: um banqueiro?
A gnese da Faculdade de Educao.
N.
10
18
20/21
24
25
5
25
9
19
1
27
15
7
Instrumentos de pesquisa
14
29
5
38
2
16
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Perodo
1989 (dez.)
1993 (dez.)
1994 (dez.) a
1995 (jul.)
1996 (2. Sem.)
1997 (1. Sem.)
1987 (jun.)
1997 (1. Sem.)
Obs.
Autor(es)
Walter Fernando Piazza
Wanda Ritta
Wilmar Pacheco
Yeda de Castro Brscher Goulart
Ttulo
Uma poltica de preservao documental
Archivo Catharinense: um ideal proposto.
Escritores, livros, editores e livreiros.
Raulino Reitz: as encruzilhadas de um escritor.
Contestado: documentao existente no Arquivo do Exrcito.
Conscientizao da preservao do patrimnio histrico.
Minha passagem pelo Arquivo Pblico.
IEE Cem anos de educao
N.
10
12
15
16
35
26
1
15
Perodo
1989 (dez.)
1990 (dez.)
1992 (jul.)
1992 (dez.)
2002 (1. Sem.)
1997 (2. Sem.)
1985 (jun.)
1992 (jul.)
Obs.
Obs.:
- Notas, informes e relatrios no foram aqui includos.
- O n. 11 da revista foi composto apenas por um ndice dos dez primeiros nmeros.
Fontes:
- gora, Florianpolis, n.1 (jun.1985)- 39 (1. sem. 2004).
- ASSOCIAO DE AMIGOS DO ARQUIVO PBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Catlogo de publicaes - Associao de Amigos do Arquivo Pblico do
Estado de Santa Catarina e Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina. Florianpolis: 2001.
395
Apndice II-10:
Publicaes do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina e da Associao de Amigos do Arquivo Pblico
Ano
Autor(es)
1984
---
1985
Jos Bessa
1985
1985
1985
Henrique Boiteux
Desde
1985
1986
[Vrios autores]
1987
1988
1988
1989
1989
1990
[Vrios autores]
1992
Ttulo
Obs.
Edio do Arquivo Pblico do Estado; nmero 1 da coleo Jos Arthur Boiteux. Nota
explicativa de Walter F. Piazza.
Edio da Associao de Amigos do Arquivo Pblico.
Desde
Edio da Associao de Amigos do Arquivo Pblico em conjunto com o Arquivo
1993
Pblico do Estado; trimestral.
Obs.: no foram aqui includas as edies dos anais dos encontros de arquivos catarinenses (ver Apndice II-1).
Fontes:
- ASSOCIAO DE AMIGOS DO ARQUIVO PBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Catlogo de publicaes - Associao de Amigos do Arquivo Pblico do Estado de
Santa Catarina e Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina. Florianpolis: 2001.
- As prprias publicaes.
396
Apndice II-11:
Perodo
Jan.-fev. 1985
Local
Sede do Arquivo.
15 a 25 mar. 1985
Abr. 1985.
Sede do Arquivo.
20 maio a 17 jun.1985
Sede do Arquivo.
[Jun. 1985 ]
Sede do Arquivo.
21 a 27 jun.1985
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
15 set. a 15 out.1985
Sede do Arquivo.
Dez. 1985
Sede do Arquivo.
5 a 29 fev. 1986
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
2 a 27 jun. 1986
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Educao de ontem.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
397
Exposio
Cinqentenrio de falecimento de Eugnio Luiz Muller.
Perodo
6 out. a 5 dez. 1986
Local
Sede do Arquivo.
5 a 31 mar. 1987
Sede do Arquivo.
1 a 30 abr. 1987
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
3 a 31 ago. 1987
Sede do Arquivo.
8 a 31 set. 1987
Sede do Arquivo.
5 a 31 out. 1987
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
4 a 31 mar. 1988
Sede do Arquivo.
8 a 24 abr. 1988
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
16 jun. 1988
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
[Set. 1988 ]
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
398
Exposio
Exposio fotogrfica sobre governantes catarinenses.
Perodo
25 out. a 28 nov. 1988
Local
Sede do Arquivo.
Jan. 1989
Sede do Arquivo.
1 a 28 fev. 1989
Sede do Arquivo.
9 mar. 1989
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
1 a 30 set. 1989
Sede do Arquivo.
2 a 31 out. 1989
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
13 a 26 jun. 1990
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
5 a 30 nov. 1990
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Relatrios interessantes.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
399
Exposio
10 anos de conservao e restaurao.
Perodo
3 nov. 1993 a 2 jan. 1994
Local
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Memria da cidade.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Esquinas de Florianpolis.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Caminhos da Arqueologia.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
16 a 18 jul. 1999
Set. 1999
Sede do Arquivo.
23 a 26 jun. 2000
7. AOR Garopaba, SC
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
400
Exposio
Antologia de uma artista [artista plstica Dirca Binder]
Perodo
22 mar. a 30 jul. 2001
Local
Sede do Arquivo.
26 a 28 out. 2001
8. AOR So Jos, SC
Sede do Arquivo.
Casa da Cultura Pe. Bernardo Junkes (Iara, SC)
Sede do Arquivo.
15 a 17 nov. 2002
[Dez. 2002]
9. AOR - Araquari, SC
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
17 a 19 out. 2003
Abr. 2004
Sede do Arquivo.
20 a 22 ago. 2004
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Sede do Arquivo.
Obs.: A exposio realizada em 2006 estava prevista para ser encerrada em 23 de maio, mas foi interrompida em virtude da suspenso do atendimento ao pblico, em 19 do mesmo
ms. A suspenso foi decidida em funo dos preparativos para mudana de endereo da sede do Arquivo.
Fontes:
- Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina/ Associao de Amigos do Arquivo Pblico]. Florianpolis, abr.-jun.1998 a jan.-jun.2003. A partir de
julho de 2003, as informaes so mais pontuais, dada a reduo das dimenses do boletim (de caderno de 12 pginas, em mdia, para folder).
- GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Administrao. Diretoria de Arquivo Pblico. Exposies realizadas pelo Arquivo Pblico no
perodo de 1985 a 2005. Florianpolis: 2005.
- GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Administrao. Diretoria de Gesto do Arquivo Pblico. Catlogo da exposio Arquivo vivo: 45
anos de Histria. Florianpolis: 2005.
401
Apndice II-12:
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina presena de representantes da instituio em eventos (1998-2005)
Tipo de Evento
Assemblia Geral
Curso / oficina
Defesa de tese
Encontro profissional /
cientfico
Especificao/local
Eleio da nova diretoria da Casa dos Aores Ilha de Santa Catarina (Florianpolis, SC)
Curso Fundamentos cientficos da conservao pintura de cavalete (Florianpolis, SC)
Curso Preparando mudanas [capacitao na rea de administrao] (Florianpolis, SC)
Curso Descrio arquivstica (Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, RJ)
Curso Redao oficial (Florianpolis, SC)
Oficinas promovidas pela Associao de Arquivistas de So Paulo (So Paulo, SP)
Curso Santa Catarina no sculo XX (IHGSC)
Oficina Descrio Arquivstica Codificada EAD (Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, RJ)
5. Curso Aores descoberta das razes (Aores)
6. Curso Aores descoberta das razes (Aores)
Defesa pblica da tese de doutorado em Histria Memria de uma (outra) guerra (UFSC, Florianpolis, SC)
1. Congresso Internacional das Festas do Divino Esprito Santo (Florianpolis, SC)
Congresso Nacional - Federao dos Centros de Cultura Alem no Brasil (guas Mornas, SC) (1)
Integrar: 1. Congresso Internacional de Arquivos, Bibliotecas, Centros de Documentao e Museus (S.Paulo, SP)
Encontro da Comisso de Estudos do Currculo do Curso de Biblioteconomia da UFSC (Florianpolis, SC)
Encontro do Ncleo de Estudos Museolgicos UFSC (Rio do Sul, SC)
Encontro do Ncleo de Estudos Museolgicos UFSC (So Joaquim, SC)
Encontro do Ncleo de Estudos Museolgicos UFSC (Videira, SC). (2)
Encontro Estadual de Histria (Florianpolis, SC) (1)
Encontro dos Prefeitos do Vale do Itaja e instituies que veiculam [sic] arquivos municipais (Blumenau, SC)
Frum Nacional de Diretores de Arquivos Pblicos Estaduais
38. Frum Nacional de Secretrios de Estado da Administrao (Florianpolis, SC)
Frum Nacional de Diretores de Arquivos Pblicos (Porto Alegre, RS)
Frum Nacional de Diretores de Arquivos Pblicos (Rio de Janeiro, RJ)
Jornada Cientfica do Servio Pblico (Florianpolis, SC)
18. Painel de Biblioteconomia em SC (Florianpolis, SC) (3)
2. Semana do Servidor (Florianpolis, SC)
Semana do Sesquicentenrio do Arquivo Pblico do Paran (Curitiba, SC)
1. Seminrio sobre Conservao Preventiva de Arquivos e Bibliotecas - Centro-Oeste (Campo Grande, MTS) (3)
Seminrio para implantao do manual de padronizao e redao dos atos oficiais (Florianpolis, SC)
1
9
9
8
1
9
9
9
2
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
2
X
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0
0
3
2
0
0
4
2
0
0
5
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
402
Tipo de Evento
Encontro profissional /
cientfico
Estgio
Exposio
Lanamento (evento)
Lanamento (prmio)
Lanamento
(publicao)
Especificao/local
1
9
9
8
1
9
9
9
2
0
0
0
X
2
0
0
1
2
0
0
2
2
0
0
3
2
0
0
4
2
0
0
5
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
403
Tipo de Evento
Lanamento
(publicao)
Palestra
Palestra
Solenidade
Especificao/local
Livro: To fortes quanto a vontade: histria da imigrao italiana no Brasil os vnetos em SC (Assemblia
Legislativa do Estado, Florianpolis, SC)
Livro: Incapacidade indgena: tutela religiosa e violao do direito guarani nas misses jesuticas (Galeria de
Artes da UFSC, Florianpolis, SC)
CD-ROM e livro: Catlogo de documentos manuscritos avulsos referentes Capitania de SC 1717-1827
Livro: Santa Catarina projees populacionais, 1991-2020 (Florianpolis, SC)
Palestra Educao patrimonial (Museu Universitrio Oswaldo Rodrigues Cabral, UFSC, Florianpolis, SC)
Palestra O funcionrio do setor pblico num cenrio de mudanas (Florianpolis, SC)
Palestra Novas tcnicas de conservao e restaurao de pinturas de cavalete (Florianpolis, SC)
Palestra Uma vida entre livros (Aliana Francesa, Florianpolis, SC)
Palestra Marinha do Brasil, 500 anos SC no mar (Escola de Aprendizes Marinheiros, Florianpolis, SC)
Palestras promovidas pela Associao Catarinense de Conservadores e Restauradores (Florianpolis, SC)
Palestra Tecnologias e polticas de avaliao e preservao de acervos arquivsticos (Florianpolis, SC)
Abertura da exposio Balano do Mar (Biblioteca Pblica Municipal, Florianpolis, SC)
Abertura da exposio Anita Garibaldi (Assemblia Legislativa do Estado, Florianpolis, SC)
Abertura da exposio Memrias do Carnaval de Florianpolis (Florianpolis, SC)
Abertura da CONINFO 2001 [Feira de Informtica] (Blumenau, SC)
43. Aniversrio da Biblioteca Pblica Municipal (Florianpolis, SC)
145. Aniversrio da Biblioteca Pblica do Estado de SC
170. Aniversrio da Imigrao Alem no Municpio de S.Pedro de Alcntara (S.Pedro de Alcntara,SC)
Assinatura de termo de cooperao tcnica relativo ao Ncleo de Estudos Museolgicos (Florianpolis, SC)
Entrega do Trofu Aorianidade 2000 (Florianpolis, SC)
Entrega do Trofu Aorianidade e do lanamento da 10. AOR Festa da Cultura Aoriana (Tijucas, SC)
Homenagem a Cruz e Sousa (Biblioteca Pblica Municipal, Florianpolis, SC)
Inaugurao da nova sede do Arquivo Histrico de Itaja (Itaja, SC)
Inaugurao do Espao Cultural da Biblioteca Pblica Municipal (Florianpolis, SC)
Inaugurao do Espao Cultural da Secretaria de Estado da Administrao
Inaugurao do Biblioteca Pblica Municipal e Escolar de Itaja (SC)
Inaugurao do Centro de Memria Histrica Gensio de Miranda Lins (Itaja, SC)
Inaugurao do Arquivo Intermedirio da Prefeitura Municipal de Itaja - SC
Noite de gratido aos imigrantes (Centro Evanglico Pastor Christian Sluhan, guas Mornas, SC)
Posse da diretoria da Fundao Senhor Jesus dos Passos (Florianpolis, SC)
1
9
9
8
1
9
9
9
X
2
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
2
2
0
0
3
2
0
0
4
2
0
0
5
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
404
Tipo de Evento
Especificao/local
Posse dos novos conselheiros do Conselho Regional de Biblioteconomia (Biblioteca Pblica do Estado de SC,
Florianpolis, SC)
Reabertura da Biblioteca Pblica do Estado de Santa Catarina (Florianpolis, SC)
Sesso de encerramento do ano acadmico do IHGSC (IHGSC, Florianpolis, SC)
Sesso de encerramento do ano de 1999 - Academia Catarinense de Letras (Florianpolis, SC)
Sesses solenes do IHGSC homenageando catarinenses ilustres
1
9
9
8
1
9
9
9
2
0
0
0
X
2
0
0
1
2
0
0
2
2
0
0
3
2
0
0
4
2
0
0
5
X
X
X
X
Obs::
- No foram includos os encontros catarinenses de arquivos.
- Observaes relativas segunda coluna:
(1) Participao com palestra;
(2) Participao ministrando oficina;
(3) Participao com apresentao de trabalho;
(4) Participao com stand e exposio relativa ao acervo;
(5) Participao com mostra.
Fontes:
- Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina/ Associao de Amigos do Arquivo Pblico]. Florianpolis, abr.-jun.1998 a out-dez.2005. A partir de
julho de 2003, as informaes so mais pontuais, dada a reduo das dimenses do boletim (de caderno de 12 pginas, em mdia, para folder).
- GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Administrao. Diretoria de Arquivo Pblico. Exposies realizadas pelo Arquivo Pblico no
perodo de 1985 a 2005. Florianpolis: 2005.
405
Apndice II-13:
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina visitas de grupos/ turmas de estudantes (1998-2002)
Instituio de ensino / Curso
No. de alunos
(total por ano)
Nvel de ensino
62
29
73
28
50
13
23
63
30
50
15
23
32
40
15
45
40
35
18
34
17
9
104
118
62
40
44
c. 100
40
10
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino mdio
Ensino mdio
Ensino mdio
Ensino mdio
Ensino mdio
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino fundamental
Ensino mdio
Ensino mdio
Ensino mdio
Ensino mdio
Ensino fundamental
1
9
9
8
X
1
9
9
9
2
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
2
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
406
No. de alunos
(total por ano)
Nvel de ensino
21
21
12
4
69
10
15
82
2
42
118
40
56
32
30
15
19
62
43
42
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
Ensino superior
1
9
9
8
X
1
9
9
9
2
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
2
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Obs.:
1. Em 1998, tambm visitaram o APESC 78 estudantes que participavam, em Florianpolis, do XXI Encontro Nacional de Estudantes de Biblioteconomia.
2. O fornecimento irregular de dados acerca das sries ou fases que os alunos estavam cursando por ocasio da visita, bem como acerca das disciplinas da grade curricular s
quais a visita estava mais diretamente vinculada, fizeram com que no fossem incorporados ao quadro.
3. No havendo indicao em contrrio, as instituies de ensino tm sede em Florianpolis, SC.
Fonte: Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina/ Associao de Amigos do Arquivo Pblico]. Florianpolis, abr.-jun.1998 a jul-dez.2002. A
partir de julho de 2003, as informaes so mais pontuais, dada a reduo das dimenses do boletim (de caderno de 12 pginas, em mdia, para folder).
407
Apndice II-14:
1998
BA
SPC
400
1301
[total: 1701]
19
-
MATERIAL PESQUISADO
Legislao
Manuscritos/datilografados
Fotos
57
-
1999
BA
SPC
26
325
+ 730 [total: 1081]
2000
2001
2002
2003
1474
942
743
500
7
14
+ 30 [total: 51]
5
169
10
131
3
156
52
45
20
1999
2000
2001
2002
2003
4339
3213
3534
2400
222
114
77
43
20
39
75
63
989
471
471
247
1999
BA
SPC
17
+ 126 [total: 143]
2000
2001
2002
2003
214
170
185
118
1998
BA
333
SPC
-
1516*
905
Mapas /plantas
Livros/peridicos
861*
BA
8
-
SPC
693*
1998
BA
SPC
187
Obs.:
1. No quadro, BA = Biblioteca [de] Apoio e SPC = Setor de Pesquisa e Consulta [Arquivo Permanente].
2. At jan.-mar.1999, os dados relativos ao atendimento: diferenciavam o atendimento na Biblioteca Apoio e no Setor de Pesquisa e Consulta; no incluam pesquisas por
correspondncia; em relao ao material consultado, diferenciavam apenas volumes, fotos e legislao.
3. O que at jan.-mar.1999 era computado para pesquisadores foi includo no item pesquisas in loco, que aparece a partir de abril de 1999.
4. No h dados sobre atendimento no boletim de out.-dez.1999, bem como a partir de jul.-set.2003.
Fonte: Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina / Associao de Amigos do Arquivo Pblico]. Florianpolis, abr.-jun.1998 a jan.-jun.2003
(sees Atendimento ao pblico e, a partir de abril de 1999, da seo Arquivo Pblico Estatstica).
408
Apndice II-15:
1748-1999
No
especificado.
1999
1986-2001
1929-1989
1995
1825-1945
[1982]
1857-1891
1997-1998
1943-1974
s.d.
1748-1973
[1995-2004]
1836-1926
1860 a 1976
s.d.
[1983]
No especificado
1993
1949
1991
1874-1977
[1983]
1907-1978
1996
Obs.:
Datilografado; 3530 fichas.
7.600 fichas. Elaborado a partir de 34 cdices relativos s
Cmaras Municipais.
Digitado; 99p. Abrangendo 643 mapas e plantas.
Digitado; 399 fichas.
Publicado na revista gora, no. 22 (dez.1995). 38p. Elaborado por
Cleuza R.C.Martins, Maria Cristina dEa N. L. da Conceio e
Neusa Maria Schmitz.
Datilografado; 308 fichas.
Digitado; 2v., 35 p. Elaborado por Gabriela Vieira Ferreira, a
partir da correspondncia entre o Presidente da Provncia, os
agentes de paquetes e a Capitania dos Portos. Inclui ndice
onomstico dos imigrantes.
Datilografado.
10v., 1655p.
Datilografado; 66p.
Em fichas. Indexa o contedo de 167 cdices.
Datilografado; 13p. Elaborado por Cleuza R. C. Martins e Maria
Cristina dEa N.L.da Conceio.
Datilografado; 35p.
Manuscrito; 8 pastas. Relativo a processos da Coordenao de
Legitimao e Cadastramento de Terras Devolutas.
Digitado. Elaborado por Maria Cristina dEa N. L. da Conceio.
409
1869 e 1989
1992
1854-1989
1996
1868-1986
1776-1928
1996
s.d.
1888-1964
2002
1972-1986
[1985]
1833-1942
2003
Digitado; 200p.
1871-1979
1996
1869-1876
1999
1850-1860
[1983]
1770-1887
1991
1869-1876;
1891-1893
1998-1999
1846-1930
1997-2002
1959-1978
1996
1979-1986
s.d.
1856-1963
1990
Datilografado; 59p.
1791-1926
1859-1888
1990
1998
410
No especificado
1981
1830-1882
1990
1965-1966
1991
1926-1938
2003
1931-1973
1993
1889-1969
1989
1893-1918
1994
1830-1998
1994
No especificado
1988-2003
1900-1998
1991
Obs.:
Digitado; 2000 fichas. Foi parcialmente publicado como
Catlogo onomstico das imagens fotogrficas identificadas em
livros no acervo da Biblioteca Apoio e Divulgao Cultural
(revista gora, n. 36, 2. sem. 2002; elaborado por Maria Goreti
Pagani).
Digitado; 14p.
Manuscrito; 81p.
Obs.:
Datilografado; 81p. Transcreve documentos selecionados nos
conjuntos documentais Cmaras municipais, Ministrio da
411
1861-1903
[1984]
1889
1993
1833-1888
1993
1941-1946
2003
1823 a 1825
1997
Digitado; 125 p. *
1821-1829
1999
1817
1999
1805
1814 a 1824
1822 a 1825
1997
1997-1998
1997
Digitado; 35p. *
Digitado; 3v., 851 p. *
Digitado, 304 p. *
1785 a 1830
1995
1827 a 1840
1996-1999
1829 a 1843
1996
Digitado; 289 p. *
1821 a 1823
1997
Digitado; 88p. *
1776-1808
1999
Digitado; 216p. *
1820-1821
1752 a 1817
1999
1997
Digitado; 294 p. *
Digitado; 83 p. *
1805 a 1831
1998
Digitado; 420 p. *
1779 a 1820
1797-1827
1997-1998
1999
Digitado; 151 p. *
Digitado; 2v., 426 p. *
412
1814 a 1832
1996
1806 a 1837
1996
Digitado; 190 p. *
1828 a 1831
1996
Digitado; 324 p. *
1787 a 1825
1996
Digitado; 129 p. *
1825
1997
Digitado; 91 p. *
1769 a 1807
1753 a 1823
1770 a 1835
1993-1995
1997-1998
1995-1999
1842-1892
1996
1836
2000
1833-1835
1985
1753
1984
1858-1891
1992-1997
1824-1890
1997
1748 a 1804
1987
1760-1801
2002
413
1703-1830
1890-1915
1993
2000
1843-1862
2004
1831-1848
2001
1824-1830
2000
1808-1829
2003
1828-1845
2003
1892-1907
2002
1882 a 1938
1990
* Elaborao: Ncleo de Estudos Portugueses da Universidade Federal de Santa Catarina (Srie Filolgica), com colaborao da Superviso de Arquivo Permanente e Setor
de Pesquisa do APESC.
Obs.:
1. Em relao ao acervo permanente do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, cabe mencionar ainda instrumento de pesquisa elaborado fora do mbito da instituio:
MARTINS, Cleuza Regina Costa. Indexao e anlise da documentao administrativa municipal de Florianpolis e Blumenau, no perodo compreendido entre 1941
e 1950. Florianpolis, 1990. 95 p. Monografia (Graduao em Biblioteconomia). Depto. de Biblioteconomia e Documentao, Universidade Federal de Santa Catarina.
2. No foram aqui includos instrumentos de pesquisa relativos a outros acervos institucionais (como o relativo aos documentos da Mesa da Conscincia e Ordens, existentes
no Arquivo Nacional, ou o catlogo de documentos referentes a Santa Catarina existentes no Arquivo Histrico Ultramarino, em Portugal).
3. No constam dos quadros, igualmente, instrumentos que apenas sistematizam informaes levantadas a partir da documentao (como o ndice onomstico dos deputados
estaduais, federais, presidentes das Cmaras de deputados e senadores no perodo 1826 a 1999, ou o ndice dos consulados com jurisdio em Santa Catarina).
Fontes:
- NUNES, Neusa Rosane Damiani, SOARES, Ana Maria. Catlogo de instrumentos de pesquisa [do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina]. Florianpolis:
Secretaria de Estado da Administrao, 2000.
- NUNES, Neusa Rosane Damiani, SOARES, Ana Maria. Catlogo de instrumentos de pesquisa [do Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina]. Florianpolis:
Secretaria de Estado da Administrao, 2004.
- NUNES, Neusa Rosane Damiani. Arquivos intermedirio e permanente. In: Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina - 30 anos (1960-1990). Florianpolis:
Secretaria de Estado da Administrao, 1990. p.55-63.
414
Apndice II-16:
23
32
29
24
4
160
13
222
44
223
4
40
3
825
1.030 1.255 1.269 1.790 1.389
100 104
26
30
10
10
79
83
95
92
91
123
191 182 242 255 268 266
12
12
16
16
74
59
78
28
9
28
11
11
46
6.308 6.074 6.358
7.502
34
47
48
175 135 193
83
90
176 223 235
1
1
1
4
2
1
6
6
16
46
128 134
85
415
133
65
244
13
179
498
409
62
352
21
194
12
328
13
230
17
279
10
278
533
591
675
838
71
473
11
421
9
28
322
17
183
20
13
330
25
157
170
445
387
861
1.432
10
15
17
15
66
154
4
191
80
253
51
324
82
139
686
-
791
-
58
146
67
138
19
136
168
260
36
236
83
104
25
31
148
51
65
11
189
286
199
78
24
227
53
434
168
187
267
366
131
316
228
140
88
289
432
100
219
416
168
206
137
103
42
33
750
649
195
553
726
145
2
3
26
25
84
-
139
-
22
406
521
84
28
189
481
127
318
-
322
-
44
6
33
2
36
58
7
2
22
32
10
19
15
21
37
487 484
1.027 1.167
229
222
4
3
8
6
10
29
278 352 318 250
7.227 7.245 7.390 9.292
12
11
13
75
70
44
78
40
516
20
25
10
29
12
31
37
31
417
27
12
86
62
61
91
12
36
24
Obs.:
1) Os nmeros envolvem dupla escriturao (elaborao e registro). Assim, p.ex., em 1861, 649 ofcios aos ministros foram expedidos e 649 foram registrados. Excees,
envolvendo apenas elaborao: extratos, minutas, notas para pagamento de direitos, registros de passaportes e de ttulos, registros de avisos de ministrios, registros de ofcios
da Tesouraria aos ministrios, termos de juramento e contratos.
2) Relativamente a 1861, no foram includos cpias, mapas e relaes, cujo nmero, pela grande afluncia que delas houve, sem exagerao, pode-se calcular em 1.000,
alm da correspondncia reservada. A mesma observao feita relativamente a 1863 e 1864. Relativamente a 1873, foram excludos relaes, mapas e pareceres das
Sees, minutas e a correspondncia reservada; a essa lista acrescentam-se, em 1874, as cpias.
Fontes:
- Falla dirigida Assembla Legislativa Provincial de Santa Catharina em 25 de maro de 1874 pelo exm. Sr. Presidente da Provncia, dr. Joo Thom da Silva.
Cidade do Desterro: Typ. De J.J.Lopes, 1874. (anexo: Quadro demonstrativo do servio feito na Secretaria do Governo da Provncia de Santa Catharina do 1o. de janeiro ao
ltimo de dezembro de 1873).
- Falla dirigida Assembla Legislativa Provincial de Santa Catharina em 21 de maro de 1875 pelo exm. Sr. Presidente da Provncia, dr. Joo Thom da Silva.
Cidade do Desterro: Typ. De J.J.Lopes, 1875. (anexo: Quadro demonstrativo do servio feito na Secretaria do Governo da Provncia de Santa Catharina do 1o. de janeiro ao
ltimo de dezembro de 1874).
- Relatrio apresentado Assembla Legislativa Provincial de Santa Catharina na sesso ordinria do 1. de Maro; e Falla dirigida mesma Assembla na sesso
extraordinria de 11 de Junho pelo presidente Adolpho de Barros Cavalcanti de Albuquerque Lacerda no anno de 1866. Desterro: Typographia do Jornal Mercantil,
1866. (anexo: Quadro demonstrativo do servio feito na Secretaria do Governo da Provncia de Santa Catharina do 1o. de janeiro ao ltimo de dezembro de 1865).
- Relatrio do Presidente da Provncia de Santa Catharina, o conselheiro Vicente Pires da Mota, apresentado Assembla Legislativa Provincial, na 1a. sesso da 11
a
. Legislatura. Santa Catharina [sic]: Typ. Desterrense de J.J.Lopes, 1862. (anexo: Quadro demonstrativo do servio feito na Secretaria do Governo da Provncia de Santa
Catharina do 1o. de janeiro ao ltimo de dezembro de 1861).
- Relatrio do Presidente da Provncia de Santa Catharina, o doutor Alexandre Rodrigues da Silva Chaves, apresentado Assembla Legislativa Provincial na 2a.
Sesso da 12a. legislatura em o 1o. de maro de 1865. Santa Catharina: Typ. Catharinense de Avila & Rodrigues, 1865. (anexo: Quadro demonstrativo do servio feito na
Secretaria do Governo da Provncia de Santa Catharina do 1o. de janeiro ao ltimo de dezembro de 1864).
- Relatrio do Vice-Presidente da Provncia de Santa Catharina, o commendador Francisco Jos d'Oliveira, apresentado Assembla Legislativa Provincial na 1a.
Sesso da 12a. Legislatura. Santa Catharina: Typ. Catharinense de F.V.Avila & Ca., 1864. (anexo: Quadro demonstrativo do servio feito na Secretaria do Governo da
Provncia de Santa Catharina do 1o. de janeiro ao ltimo de dezembro de 1863).
418
Apndice II-17:
Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina consultoria /atendimento tcnico a instituies (1998-2002)
Instituio
Assuntos
1
9
9
8
1
9
9
9
2
0
0
0
2
0
0
1
X
2
0
0
2
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
419
Instituio
FATMA
Fundao Catarinense de Educao Especial
Fundao Cultural Senhor Jesus dos Passos
(Florianpolis, SC)
Fundao Educacional Barriga Verde (Orleans, SC)
Fundao Florianpolis Convention Visitor Bureau (SC)
Fundao Sociedade Amigos de Brusque (SC)
Hospital de Caridade (Florianpolis, SC)
Instituto de Previdncia do Estado de SC IPESC (SC)
Loja Manica Grande Oriente (Florianpolis, SC)
Ministrio das Minas e Energia Depto. Nacional de
Produo Mineral (SC)
Museu de Arte de Santa Catarina (Florianpolis, SC)
Museu do Vinho (Videira, SC)
Museu Histrico de Santa Catarina (Florianpolis, SC)
Assuntos
Protocolo-padro.
Microfilmagem.
Conservao de documentos.
Conservao e restaurao de documentos.
Organizao, conservao e restaurao de acervos documentais de carter permanente.
Organizao de arquivos e avaliao de documentos.
Conservao de documentos.
Organizao de documentos de arquivo.
Avaliao e destinao de documentos.
Organizao de documentao mdica.
Organizao e montagem de exposies de documentos.
Avaliao de documentos; legislao arquivstica.
Conservao de documentos originais de sculos passados integrantes de exposio.
Montagem de exposio.
Criao de arquivo pblico municipal.
Conservao de acervos bibliogrficos.
Organizao de arquivo corrente, arquivo intermedirio e de acervo fotogrfico.
Organizao de acervo fotogrfico.
Restaurao de documentos.
[Visita tcnica]
Conservao de documentos.
Criao de arquivo pblico municipal.
Criao de arquivo pblico municipal.
Criao de arquivo pblico municipal.
Elaborao de tabela de temporalidade.
Avaliao de documentos e elaborao de tabela de temporalidade, organizao de
acervos.
Elaborao de tabela de temporalidade; legislao arquivstica.
[Visita tcnica.]
Eliminao de documentos.
Elaborao de tabela de temporalidade.
Protocolo, avaliao e organizao de documentos e criao de Arquivo Central.
1
9
9
8
1
9
9
9
X
X
2
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
2
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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Instituio
Assuntos
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[visita tcnica]
Criao de arquivo pblico municipal.
2
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Instituio
UNIVALI (SC)
Universidade Estcio de S (SC)
UNOESC (SC)
Assuntos
1
9
9
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X
Obs.: Na fonte consultada, os arquivos municipais nem sempre foram referidos com seu nome oficial; para a elaborao do quadro, tais instituies foram designadas como
arquivo histrico do municpio.
Fonte: Boletim informativo [Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina/ Associao de Amigos do Arquivo Pblico]. Florianpolis, abr.-jun.1998 a jul-dez.2002.
422
Apndice II-18:
Municpio
1971
Jaragu do Sul
1972
Joinville
1972
Blumenau
Lei municipal no. 1.835, de 7 de abril de 1972: cria a Fundao Casa Dr.
Blumenau
- dispe sobre o Arquivo Histrico do Municpio.
Decreto municipal no. 221, de 20 de junho de 1972: aprova o Estatuto da
Fundao Casa Dr. Blumenau
- dispe sobre o Arquivo Histrico do Municpio.
1976
Itaja
1983
So Bento do Sul
423
1986
Indaial
1988
Ipumirim
1989
Itaipolis
1989
Campos Novos
1989
Porto Unio
1990
Tubaro
1991
Concrdia
1992
Pinheiro Preto
1992
Biguau
1992
So Jos
1993
Chapec
Lei municipal n. 1530, de 26 de maro de 1986: cria o Centro de Cultura do Decreto municipal no. 486, de 21 de maro de 1994: cria o
Municpio de Indaial.
Arquivo Histrico Municipal Theobaldo Costa Jamund.
- dispe sobre o Arquivo Histrico.
Lei municipal n. 2749, de 13 de novembro de 1998: altera e
Lei municipal n. 1660, de 12 de novembro de 1987: institui a Fundao
modifica a Lei n. 1660, de 12 de novembro de 1987, que criou a
Fundao Indaialense de Cultura.
Indaialense de Cultura.
- dispe sobre o Arquivo Histrico do Municpio.
Lei municipal no. 788, de 28 de outubro de 1988: cria a Fundao Cultural e
d outras providncias.
- dispe sobre o Arquivo Histrico Municipal Ipumirense.
Lei municipal no. 16, de 22 de fevereiro de 1989: cria o Arquivo Pblico e
Histrico e d outras providncias.
Decreto municipal no. 2.443, de 12 de abril de 1989: aprova o regulamento
da Casa de Cultura de Campos Novos.
- dispe sobre o Arquivo Histrico.
Lei municipal no. 1.581, de 18 de setembro de 1989: cria o Arquivo Pblico
e Histrico de Porto Unio.
Lei municipal no. 1.463, de 17 de julho de 1990: cria o Arquivo Pblico e
Histrico de Tubaro e d outras providncias.
Decreto municipal no. 2.892 de 19 de dezembro de 1991: dispe sobre a
Decreto municipal no. 3.779 de 28 de novembro de 1996: d
poltica municipal de arquivos pblicos e privados.
nova redao ao Art. 17 do Decreto no. 2.892/91.
- estabelece competncias para o Arquivo Central do Municpio.
- cria, no Arquivo Central do Municpio, o Arquivo Histrico de
Concrdia e o Registro Geral de Arquivos Privados.
Lei municipal no. 623, de 20 de maio de 1992: cria o Arquivo Histrico
Municipal de Pinheiro Preto e d outras providncias.
Lei municipal no. 714, de 22 de maio de 1992: dispe sobre a criao do
Arquivo Histrico Municipal de Biguau.
Lei municipal no. 2.436, de 10 de dezembro de 1992: cria o Arquivo
Histrico de So Jos e d outras providncias.
Lei no. 3.532, de 25 de junho de 1993: dispe sobre a ao de proteo do
patrimnio cultural do municpio, com outras providncias.
- estabelece competncias para o Arquivo Pblico Municipal de Chapec.
424
1994
Florianpolis
1994
Rio do Sul
1995
Serra Alta
1997
Canoinhas
1998
Nova Erechim
1998
Cricima
1998
Ibirama
2003
Capivari de Baixo
Fontes:
- A prpria legislao acima referida: originais ou cpias consultados no Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, no Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva e no Arquivo
Histrico de Itaja; tambm consulta ao website: <http://www.leismunicipais.com.br> (acesso em: 13 out. 2005). Cpia da lei de criao do Arquivo Histrico Municipal de Joinville
foi gentilmente fornecida pela pesquisadora Ilanil Coelho.
- NUNES, Neusa Rosane D., TERTITCHNIJ, Maria Tereza (orgs.). Guia dos arquivos municipais. Florianpolis: Arquivo Pblico do Estado, 1992.
- OHIRA, Maria Lourdes Blatt, MARTINEZ, Priscila Amorim. Acessibilidade aos documentos nos arquivos pblicos municipais do Estado de Santa Catarina Brasil. 1. Integrar:
Congresso Internacional de Arquivos, Bibliotecas, Centros de documentao e Museus: textos. So Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002. p. 335-358.
Obs.:
1. OHIRA & MARTINEZ (p.344) apontam datas distintas para a institucionalizao dos arquivos de So Bento do Sul, Cricima, Balnerio Cambori e Indaial, que teriam sido
criados, respectivamente, em 1971, 1983, 1992 e 1994. No caso dos trs primeiros arquivos, entretanto, os instrumentos legais de criao identificados pelas autoras so posteriores a
tais datas e coincidem com os acima relacionados.
2. O Museu e Arquivo Histrico do Vale do Itaja-Mirim (conhecido como Casa de Brusque) e o Museu Histrico Thiago de Castro, em Lages, no foram aqui includos, embora
abriguem documentao pblica municipal de carter arquivstico: so mantidos por particulares (a entidade de Brusque, pela Sociedade Amigos de Brusque; a entidade lageana, pela
famlia de Danilo Thiago de Castro).
425
Apndice II-19:
Vinculao administrativa dos arquivos pblicos municipais de Santa Catarina de acordo com a legislao de institucionalizao
Ano
1971
Municpio
Vinculao
Obs.:
Jaragu do Sul Biblioteca Pblica Municipal / Prefeitura Municipal: criados conjuntamente, o Arquivo e o Museu do
Vinte anos depois, o Arquivo
Municpio fariam parte da Biblioteca Pblica Municipal at ulterior deliberao (Lei municipal no. 321/71 Histrico de Jaragu do Sul, a ser
de 12 de agosto de 1971, Art.1.).
institudo, estaria vinculado
Secretaria Municipal de Cultura,
Esporte e Turismo (Lei municipal no.
1.464, de 10 de maio de 1991, Art.1.).
1972
Joinville
1972
Blumenau
1976
Itaja
1983
So Bento do
Sul
Biblioteca Pblica Municipal / Prefeitura Municipal: Arquivo Histrico Municipal e Biblioteca Pblica
Municipal funcionariam sob a mesma direo, at que ao Arquivo fossem destinados sede e prdio
prprios (Lei municipal no. 1.182, de 20 de maro de 1972, Art. 2.)
Fundao Casa Dr. Blumenau, entidade com personalidade jurdica de direito pblico (Lei municipal
no. 1.835, de 7 de abril de 1972, Art. 1.). Caberia Fundao organizar e manter o Arquivo Histrico do
Municpio (Lei municipal no. 1.835, de 7 de abril de 1972, Art. 2., item b; Decreto no. 221, de 20 de junho
de 1972, Art. 3., inciso II).
Fundao Gensio Miranda Lins, pessoa jurdica de direito pblico, com funo tcnica desvinculada da
Administrao Municipal e com a finalidade exclusivamente cultural (Lei municipal no. 1.515, de 1o. de
dezembro de 1976, Art.1.).
426
1986
Indaial
1988
Ipumirim
Fundao Cultural Flix Bonissoni, instituio com personalidade jurdica de direito privado (Lei
municipal n.788 de 28 de outubro de 1988, Art. 1.). Apesar disso, a Fundao estaria estreitamente
vinculada administrao municipal (o Diretor Municipal de Educao e Cultura participaria
obrigatoriamente dos conselhos Curador e Deliberativo, as contas da Fundao deveriam ser submetidas
Prefeitura etc.).
1989
Itaipolis
Subordinado ao Executivo Municipal (Lei municipal no. 16, de 22 de fevereiro de 1989, Art. 1o.)
1989
Centro de Cultura do Municpio de Indaial (Lei municipal n. 1530, de 26 de maro de 1986). O Centro, por Passa a estar vinculado Fundao
sua vez, seria diretamente subordinado ao Chefe do Executivo Municipal. (Art. 4.)
Indaialense de Cultura, em 1987 (Lei
municipal n. 1660, de 12 de
novembro).
Campos Novos Vinculado Casa de Cultura de Campos Novos (na unidade de Cincias, junto com o Setor de Pesquisas
Histricas). A Casa de Cultura, por sua vez, estava vinculada Secretaria Municipal de Educao, Cultura
e Esportes (Decreto municipal no. 2.443, de 12 de abril de 1989, Regulamento, Arts. 3. e 4.).
1989
Porto Unio
Informao no obtida (no foi possvel efetuar a consulta Lei municipal no. 1.581, de 18 de setembro de
1989).
1990
Tubaro
Vinculado Secretaria Municipal de Educao e Cultura (Lei municipal no. 1.463, de 17 de julho de 1990,
Art. 1.).
1991
Concrdia
Haveria um Arquivo Central do Municpio (Decreto municipal no. 2892 de 19 de dezembro de 1991), sendo
que o Arquivo Histrico de Concrdia estaria nele abarcado (Decreto municipal no. 3.779 de 28 de
novembro de 1996). D-se a entender que o Arquivo Central estaria ligado Secretaria de Administrao:
Secretaria de Administrao do Municpio, por intermdio da Coordenadoria de Documentao e
Publicaes, compete definir as diretrizes da poltica arquivstica do Municpio (Decreto municipal no.
2.892 de 19 de dezembro de 1991, Art.18).
1992
Pinheiro Preto Diretamente subordinado ao Gabinete do Prefeito (Lei municipal no. 623, de 20 de maio de 1992, Art. 13).
1992
Biguau
Diretamente subordinado ao Gabinete do Prefeito (Lei municipal no. 714, de 22 de maio de 1992, Art.13).
1992
So Jos
No fica clara a vinculao administrativa, mas o Art. 22 da Lei municipal no. 2.436, de 10 de dezembro de
1992 dispe: Secretaria de Administrao do Municpio de So Jos, por intermdio da Coordenao de
Documentao e Publicaes, compete definir as diretrizes da Poltica Arquivstica do Municpio.
1993
Chapec
Subordinado Secretaria da Fazenda a Administrao (Lei municipal no. 3.536, de 10 de agosto de 1993,
Art. 1.). No entanto, estabelece o Art. 3.., em seu pargrafo nico: No interesse da Administrao
Municipal e sempre que oportuno, a Secretaria da Fazenda e Administrao, por seu Departamento de
Servios Gerais, atuar articuladamente com o Departamento de Patrimnio Histrico e Memria, da
Secretaria da Educao e Cultura. Caberia a ambos os departamentos definir as diretrizes da poltica
427
Balnerio
Cambori
Vinculado Secretaria Municipal de Administrao (Lei municipal no. 1.293, de 29 de novembro de 1993,
Art. 1.).
1994
Florianpolis
Vinculado Secretaria Municipal de Administrao (Lei municipal no. 4.491, de 14 de setembro de 1994,
Art. 1.).
1994
Rio do Sul
Subordinado Fundao Cultural (Lei municipal no. 2.956, de 16 de dezembro de 1994. Art. 1.).
1995
Serra Alta
Subordinado s Secretarias de Administrao e Fazenda (Lei municipal no. 314, de 25 de outubro de 1995,
Art. 1.). No entanto, estabelece o Art. 3.., em seu pargrafo nico: No interesse da Administrao
Municipal, e sempre que oportuno, as Secretarias de Administrao e Fazenda, por seu Departamento de
Servios e Encargos Gerais [sic], atuar [sic] articuladamente com a Biblioteca Pblica Municipal, da
Secretaria da Educao, Cultura e Esportes. Caberia ao Departamento de Servios e Encargos Gerais e
Biblioteca Pblica Municipal definir as diretrizes da poltica arquivstica do Municpio (Art.12).
1997
Canoinhas
No h referncias vinculao administrativa do Arquivo Histrico de Canoinhas (Lei municipal no. 2.903
de 22 de outubro de 1997).
1998
Nova Erechim Integrado estrutura da Secretaria Municipal da Educao, Cultura e Esporte (Lei municipal no. 890, de 10
de maro de 1998, Art.1o.)
1998
Cricima
Vinculado Fundao Cultural de Cricima (Lei municipal n. 3.670, de 11 de setembro de 1998, Art.1.).
1998
Ibirama
2003
Capivari de
Baixo
Vinculado ao Gabinete do Prefeito (Lei municipal n 892, de 1 de julho de 2003, Art. 1.).
Fontes:
- A prpria legislao acima referida: originais ou cpias consultados no Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, no Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva e no
Arquivo Histrico de Itaja; tambm consulta ao website: <http://www.leismunicipais.com.br> (acesso em: 13 out. 2005). Cpia da lei de criao do Arquivo Histrico
Municipal de Joinville foi gentilmente fornecida pela pesquisadora Ilanil Coelho.
Obs.: O Museu e Arquivo Histrico do Vale do Itaja-Mirim (conhecido como Casa de Brusque) e o Museu Histrico Thiago de Castro, em Lages, no foram aqui
includos, embora abriguem documentao pblica municipal de carter arquivstico: so mantidos por particulares (a entidade de Brusque, pela Sociedade Amigos de
Brusque; a entidade lageana, pela famlia de Danilo Thiago de Castro).
428
Apndice II-20:
Sedes dos arquivos pblicos municipais de Santa Catarina de acordo com a legislao de institucionalizao
Ano
Municpio
Sede
1971
Jaragu do Sul
1972
Joinville
Biblioteca Pblica Municipal, at que ao Arquivo fossem destinados sede e prdio prprios, mais amplo [sic] e prova de fogo e de umidade
(Lei municipal no. 1.182, de 20 de maro de 1972, Art. 2.)
1972
Blumenau
No h referncias sede do Arquivo Histrico de Blumenau na legislao de 1972 (Lei municipal no. 1.835, de 7 de abril de 1972, e Decreto
municipal no. 221, de 20 de junho de 1972).
1976
Itaja
1983
So Bento do Sul
No h referncias sede do Arquivo Histrico Municipal de So Bento do Sul na Lei municipal no. 10, de 28 de junho de 1983. No decreto de
regulamentao, entretanto (Decreto municipal n. 246, de 1. de abril de 1985), estabelece-se que funcionaria em carter provisrio, em salas
anexo [sic] ao Museu Municipal Dr. Felippe Maria Wolff (Art.3o.).
1986
Indaial
Antigo prdio da Estao Rodoviria [sic] da RFFSA, na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, onde tambm funcionariam a Biblioteca Pblica
Municipal Cruz e Sousa e o Centro de Mostras Culturais (Lei municipal n. 1.530, de 26 de maro de 1986, Arts. 2. e 3.).
1988
Ipumirim
Embora a sede no seja especificada, determina-se: A Prefeitura Municipal garantir pelo espao de tempo em que a Fundao [Cultural Flix
Bonissoni] no dispuser de sede prpria, o espao fsico necessrio para o exerccio de todas as suas atividades, em local que as centralize. (Lei
n.788 de 28 de outubro de 1988, Art. 12).
1989
Itaipolis
No h referncias sede do Arquivo Pblico e Histrico de Itaipolis na Lei municipal no. 16, de 22 de fevereiro de 1989.
1989
Campos Novos
1989
Porto Unio
1990
Tubaro
1991
Concrdia
Biblioteca Pblica Municipal (criados conjuntamente, o Arquivo e o Museu do Municpio fariam parte da Biblioteca Pblica Municipal at
ulterior deliberao - Lei municipal no. 321/71 de 12 de agosto de 1971, Art.1.).
No h referncias sede do Arquivo Histrico Municipal de Itaja na lei de criao da Fundao Gensio Miranda Lins (Lei municipal no.
1.515, de 1o. de dezembro de 1976) ou no decreto que fixou seu estatuto (Decreto municipal no. 1.543, de 27 de janeiro de 1977).
A Casa de Cultura de Campos Novos, qual estava vinculado o Arquivo Histrico do Municpio, deveria estar sediada na Praa Lauro Mller
n. 39, no antigo prdio da Prefeitura Municipal de Campos Novos (Decreto municipal no. 2.443, de 12 de abril de 1989, Regulamento,
Art.2.). Conforme a Lei n. 1.335/83, o prdio do antigo Pao Municipal, localizado na praa Lauro Mller, foi tombado como monumento
histrico do Municpio, no podendo ser demolido nem alteradas suas caractersticas bsicas. (Art.2o.)
Informao no obtida (no foi possvel efetuar a consulta Lei municipal no. 1.581, de 18 de setembro de 1989).
No h referncias sede do Arquivo Pblico e Histrico de Tubaro na Lei municipal no. 1.463, de 17 de julho de 1990.
No h referncias sede do Arquivo Central do Municpio (Decreto municipal no. 2.892 de 19 de dezembro de 1991 e Decreto municipal no.
3.779 de 28 de novembro de 1996).
429
1992
Pinheiro Preto
Funcionaria no antigo prdio da Prefeitura Municipal, sala anexa ao Museu Histrico Municipal Pedro Lorenzoni, sito Avenida Marechal
Castelo Branco, n.658. (Lei municipal no. 623, de 20 de maio de 1992, Art. 2o.). Deve-se notar que o Museu foi criado na lei imediatamente
anterior (Lei municipal n. 622/92 de 20 de maio de 1992).
1992
Biguau
Funcionaria em prdio prprio rua Hermgenes Prazeres, na Biblioteca Municipal (Lei municipal no. 714, de 22 de maio de 1992, Art. 2.).
1992
So Jos
Sede provisria no local onde hoje se encontram depositados os documentos dos arquivos remanescentes [sic], subordinados Secretaria da
Administrao, at que se lhes destine sede e prdio prprios, mais amplos e prova de fogo e umidade." (Lei municipal n. 2436 de 10 de
dezembro de 1992, Art. 2o.)
1993
Chapec
No h referncias sede do Arquivo Pblico Municipal de Chapec (Lei municipal no. 3.536, de 10 de agosto de 1993).
1993 Balnerio Cambori No h referncias sede do Arquivo Pblico do Municpio de Balnerio Cambori (Lei municipal no. 1.293, de 29 de novembro de 1993).
1994
Florianpolis
A lei de criao estabelece: O Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis funcionar na rea central da cidade, em prdio especfico,
com adequadas condies de segurana para armazenar os documentos pblicos municipais que constituem o patrimnio documental dos
florianopolitanos. (Lei municipal no. 4.491, de 14 de setembro de 1994, Art. 2.)
1994
Rio do Sul
No h referncias sede do Arquivo Pblico Histrico de Rio do Sul (Lei municipal no. 2.956, de 16 de dezembro de 1994).
1995
Serra Alta
No h referncias sede do Arquivo Pblico Municipal de Serra Alta (Lei municipal no. 314, de 25 de outubro de 1995).
1997
Canoinhas
No h referncias sede do Arquivo Histrico de Canoinhas (Lei municipal no.2.903 de 22 de outubro de 1997).
1998
Nova Erechim
1998
Cricima
Funcionaria anexo Biblioteca Pblica Municipal Donatila Borba, com adequadas condies de segurana para armazenar os Documentos
Pblicos Municipais que constituem o patrimnio documental dos criciumenses. (Lei municipal n. 3.670, de 11 de setembro de 1998, Art. 2.)
1998
Ibirama
A lei de criao estabelece: O Arquivo funcionar em prdio especfico com adequadas condies de segurana para armazenar os documentos
pblicos municipais que constituem o patrimnio documental dos ibiramenses. (Lei municipal n. 2031, de 18 de dezembro de 1998, Art. 2.).
2003
Capivari de Baixo
No h referncias sede do Arquivo Pblico Municipal de Nova Erechim (Lei municipal no. 890, de 10 de maro de 1998).
No h referncias sede do Arquivo Pblico e Histrico de Capivari de Baixo (Lei municipal n. 892, de 1 de julho de 2003).
Fontes:
- A prpria legislao acima referida: originais ou cpias consultados no Arquivo Pblico do Estado de Santa Catarina, no Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva e no
Arquivo Histrico de Itaja; tambm consulta ao website: <http://www.leismunicipais.com.br> (acesso em: 13 out. 2005). Cpia da lei de criao do Arquivo Histrico
Municipal de Joinville foi gentilmente fornecida pela pesquisadora Ilanil Coelho.
Obs.: O Museu e Arquivo Histrico do Vale do Itaja-Mirim (conhecido como Casa de Brusque) e o Museu Histrico Thiago de Castro, em Lages, no foram aqui
includos, embora abriguem documentao pblica municipal de carter arquivstico: so mantidos por particulares (a entidade de Brusque, pela Sociedade Amigos de
Brusque; a entidade lageana, pela famlia de Danilo Thiago de Castro).
430
Apndice III-1
Perodo de atuao
1972 1977
1977 - abr. 1979
1979 ] 1980 - 1981 [1982?
1982 - jun. 1984
Raquel S.Thiago
Apolinrio Ternes
Ilanil Coelho
Afonso Imhof
Apolinrio Ternes
Reginaldo Jorge dos Santos
[2001?]
[fev.2001-dez.2002]
Miraci Deretti
A partir de dez.2002.
Obs.
Escritor e historiador de Joinville.
Jornalista e historiador. Entre maro de 1978 e fevereiro de 1979, esteve afastado do cargo.
Funcionria do Arquivo.
Bibliotecria. Afastou-se em junho de 1984, para participar de projeto na Biblioteca
Nacional; solicitou demisso retroativa a maro em abril de 1985.
Funcionria do Arquivo (tradutora de alemo). Interina de junho de 1984 a maro de 1985;
efetiva a partir de abril de 1985.
Historiadora. Nomeada como diretora do Arquivo de Joinville em 14 de junho de 1986.
Historiadora.
Nomeado para o cargo de Coordenador do Patrimnio Histrico em maio de 1997, e
exonerado em dezembro de 2000. No jornal A Notcia, identificado como Coordenador do
Patrimnio Histrico da Fundao Cultural de Joinville (agosto de 1999) e Coordenador do
Arquivo Histrico (dezembro de 1999).
Segundo o colunista A. Neves, teria sido nomeado diretor do Arquivo em fevereiro de 2001.
Nomeado para o cargo de Coordenador do Patrimnio Histrico em fevereiro de 2001, e
exonerado em dezembro de 2002. Em setembro de 2002, o jornal A Notcia o identifica
como Coordenador do Arquivo.
Nomeado para o cargo de Coordenador do Patrimnio Histrico em dezembro de 2002. No
noticirio de 2003 e 2004, Miraci Deretti aparece como Coordenador do Arquivo (fev.
2003), Coordenador da rea de Patrimnio Histrico da Fundao (abr. 2003) e diretor de
unidade (ago. 2004).
Fontes:
- Boletim do Arquivo Histrico de Joinville: Arquivo Histrico Municipal de Joinville - AHMJ / Arquivo Histrico de Joinville - AHJ: Joinville (SC), out.1983-dez. 1988; Boletim do
Arquivo Histrico de Joinville AHMJ, Joinville (SC), mar.1990- jun.1996.
- Noticirio de imprensa (A Notcia): IMHOF, Afonso. Bem cultural: um patrimnio singular. A Notcia, Joinville (SC), 15 ago. 1999; Arquivo ensina o valor de conhecer o passado. A Notcia,
Joinville (SC), 16 dez. 1999; NEVES, A. Prestigiado. A Notcia, Joinville (SC), 6 fev. 2001; HERBST, Rubens. Arquivo tem 10 dias para consertar ar condicionado. A Notcia, Joinville (SC), 7
set. 2002; FELTHAUS, Rosane. Cidade sem Arquivo Histrico. A Notcia, Joinville (SC), 28 fev. 2003; HERBST, Rubens. Comisso traa metas para Arquivo. A Notcia, Joinville (SC), 5 abr.
2003; GROTH, Marlise. Arquivo Histrico fecha portas por 4 meses. A Notcia, Joinville (SC), 30 ago. 2004.
- Legislao e atos municipais (Joinville): Portaria no.017/1997; Decreto no.9907, de 28 dez.2000; Decreto no. 9939, de 14 fev.2001; Decreto no.10883, de 9 dez.2002. Agradeo a Arselle de
Andrade da Fontoura, funcionria do Arquivo Histrico de Joinville, pelo fornecimento dos dados relativos portaria e aos decretos.
431
Apndice III-2
Perodo de atuao
] 1950 [
Dc. 1960 - 1973
1973
1974
[1977 ] at hoje
Obs.
Na dcada de 1960, foi diretor da Biblioteca Pblica, sendo possvel que tivesse
responsabilidade sobre a documentao do Arquivo; no incio da dcada de 1970,
foi diretor executivo da Fundao Casa Dr. Blumenau.
Identificada como funcionria do arquivo histrico e fotogrfico.
Funcionrio responsvel pelo Arquivo Histrico.
Mesmo tendo se tornado Diretora de Patrimnio Histrico-Cultural, continuou
responsvel pelo Arquivo.
Obs.: No houve aqui a preocupao de realizar um levantamento exaustivo, apenas a de sistematizar os dados a respeito encontrados nos materiais consultados.
Fontes:
- Depoimento de Sueli Petry, em 17 de novembro de 2005 verso transcrita. Arquivo pessoal de Janice Gonalves.
- Relatrio dos negcios administrativos do Municpio de Blumenau, referente ao ano de 1950, apresentado Cmara Municipal pelo Prefeito Frederico Guilherme
Busch Junior. S.l.p., s.c.p., s.d.
- Relatrio apresentado por Jos Ferreira da Silva ao Prefeito Municipal, Dr. Carlos C. Zadrozny, sobre os setores culturais do governo municipal, 20 de janeiro de
1966. Cpia carbono datilografada carbono.
- Relatrios de atividades da Fundao Casa Dr. Blumenau, entre 1972 e 1982. Acervo: Arquivo Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva.
- Relatrios anuais e parciais do Arquivo Histrico "Prof. Jos Ferreira da Silva", entre 1983 e 1992 (com exceo do de 1986, no localizado). Acervo: Arquivo
Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva.
432
Apndice III-3
Cs
P
Cs
Cs
P
S
Cs
P
Cs
Cs
VP
Cs
P
Cs
VP
P
VP
Cs
P
P
Cs
VP
P
T
P
VP
P
VP
VP
T
Cs
VP
S
VP
S
Cs
Cs
T
Cs
S
Cs
T
S
-
VP
Cs
-
Cs
T
-
T
-
Cs
S
-
Cs
-
T
-
T
Cs
Cs
S
Cs
Cs
Cs
Cs
Cs
Cs
-
Cs
S
Cs
S
Cs
S
Obs.
Obs.: A gesto 2004-2006 no foi concluda em funo de o Conselho Curador ter sido extinto em 2005.
Fontes: Relatrios anuais de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativos aos anos de 1986 a 2004 (excetuados os de 1997 e 2000, no localizados. Acervo:
Centro de Documentao e Memria Histrica Gensio Miranda Lins / Arquivo Pblico de Itaja).
433
Apndice III-4
Edison dvila
Perodo de atuao
1987-1991
1992 ?] 1999-2004
Desde 2005.
Obs.
No perodo, exerceu a funo de diretor do Arquivo. Historiador.
Atuou ainda na instituio desde 1986 at 2004, direta ou indiretamente
(como historiador, presidente da Fundao Gensio Miranda Lins e
membro do Conselho Curador da Fundao).
Coordenadora do Arquivo. Bibliotecria e arquivista.
Coordenador do Centro de Documentao e Memria Histrica, ao qual
passou a estar vinculado o Arquivo. Historiador.
Obs.: O relatrio de atividades referente a 1998 menciona a eleio e posse do primeiro Diretor e Secretrio do Museu e Arquivo Histrico de Itaja, em 13 de agosto, o que
teria eliminado o cargo de coordenador administrativo at ento vigente. As referncias a esse diretor no aparecem, contudo, nos relatrios seguintes.
Fontes:
- Depoimento de Jos Bento Rosa da Silva, em 6 de outubro de 2005 verso transcrita. Arquivo pessoal de Janice Gonalves.
- Relatrios anuais de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativos aos anos de 1986 a 2004 (excetuados os de 1997 e 2000, no localizados. Acervo: Centro
de Documentao e Memria Histrica Gensio Miranda Lins / Arquivo Pblico de Itaja).
434
Apndice III-5
Perodo de atuao
Dez. 1994 - 1. fev. 1996
1. fev. 1996- jan.1997
Jan. 1997 - jan. 2002
15 fev. 2002 31 dez. 2004
A partir de 2005
Obs.
Historiadora.
Bibliotecria.
Bibliotecria.
Bibliotecria.
Engenheiro.
Fontes:
- Decreto municipal [Florianpolis] n. 053/96 resolve exonerar, a pedido, Nelma Baldin, do cargo em comisso de Diretora do Arquivo Histrico do Municpio de
Florianpolis, a partir de 01/02/1996. Florianpolis, 7 de fevereiro de 1996. Arquivo corrente do AHMF, Outros documentos de funcionrios, vrios anos.
- Decreto municipal [Florianpolis] n. 054/96 resolve nomear Marilene Filomeno Machado Ribeiro para o cargo em comisso de Diretora do Arquivo Histrico
do Municpio de Florianpolis, a partir de 01/02/1996. Florianpolis, 7 de fevereiro de 1996. Arquivo corrente do AHMF, Outros documentos de funcionrios vrios
anos.
- Depoimento de Antonio Dario Neves e Fbio Andras Richter, em 11 de novembro de 2005 verso transcrita. Arquivo pessoal de Janice Gonalves.
- QUINTEIRO, Suely Veiga. Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis. In: Caderno de resumos do X Encontro Catarinense de Arquivos e V Painel de Arquivos
Municipais - 2 a 4 de setembro de 2002. Florianpolis: 2002. p.26.
- Relatrio de atividades referente a 1994, elaborado por Nelma Baldin, diretora do Arquivo Histrico do Municpio de Florianpolis. Florianpolis, s.d. [janeiro de
1995?].Arquivo corrente do Arquivo Histrico Municipal de Florianpolis Oswaldo Rodrigues Cabral AHMF, Ofcios expedidos, 1995.
- Website da Prefeitura Municipal de Florianpolis, pgina eletrnica referente ao Arquivo Histrico: http://www.pmf.sc.gov.br/arquivo_historico. Acesso em: 17 out. 2005.
435
Apndice III-6
83
Usurios/visitantes
Usurios
Visitantes
83
331
30
rea de pesquisa
Genealogia[s] / pesquisas genealgicas
Histria
Geografia
83
9
17
20
84
103
2
84
85
85
346
86
87
88
135
98
259
331
86
87
88
655
84
12
85
10
227
86
30
59
89
90
91
92
622
458
1568
2680
89
90
91
92
396 *
390*
1593*
1038*
87
34
88
86
89
70
90
85
91
101
92
71
Materiais consultados
83
84
85
86
87
Dirios oficiais
59
327
55
Jornais
74
518
120
Jornais e dirios oficiais
571
Listas de imigrantes
3
Diversos
119
Obs.:
1. Os dados referentes a 1983 cobrem apenas o perodo de janeiro a julho; os referentes a 1984 no incluem dezembro.
2. No segundo semestre de 1984, o atendimento ao pblico foi interrompido em funo de duas inundaes, no prdio.
3. Em 1986, as consultas foram suspensas entre 1. e 19 de junho, em funo da mudana para novo prdio.
4. Os materiais consultados foram discriminados, no boletim do Arquivo, apenas at o primeiro trimestre de 1986.
5. No foram publicados boletins do Arquivo de Joinville nos anos de 1989, 1993 e 1994.
6. No foram fornecidos, nos boletins, dados estatsticos sobre o atendimento a usurios no ano de 1995.
88
89
90
91
92
Fontes:
Arquivo Histrico Municipal de Joinville - AHMJ / Arquivo Histrico de Joinville - AHJ: Joinville (SC), out.1983-dez. 1988; Boletim do Arquivo Histrico de
Joinville AHMJ, Joinville (SC), mar.1990- jun.1996.
436
Apndice III-7
83
634
180
58
84
748
240
120
86
87
88
89
90
91
92
[7]
[440]
Total:
Usurios
872
1108
83
84
Alunos / escolares
Pesquisadores
Total:
Visitantes
Visitas ilustres
Visitas de representantes de municpios
(implicando assistncia tcnica por parte do Arquivo de Blumenau)
85
418
85
1440
86
1440
83
8
84
85
[2]
86
87
229
502
731
87
[3]
[208]
[208]
1298
88
675
1416
89
940
847
1787
90
1717
794
2511
91
2184
888
3072
92
2149
1359
3508
88
89
90
91
92
741
Obs.:
1. Nos relatrios referentes a 1983 e 1984, informa-se: Temos sido procurados por vrias pessoas interessadas, das que nos escrevem e visitam, procurando material para a
confeco e estudo de rvores genealgicas.
2. Em relao a 1985 e ao perodo 1989-1992 no foram fornecidos dados estatsticos acerca das pesquisas realizadas; no foi localizado relatrio referente a 1986.
3. Os dados referentes a 1990 dizem respeito apenas ao 1o. trimestre.
4. Nas visitas de alunos, foram computadas tanto as visitas de turmas como as isoladas; nas visitas de representantes de municpios, o nmero indicado refere-se quantidade
de municpios.
5. Os relatrios indicam inconsistncia de dados: veja-se que, no relatrio referente ao binio 1987-1989, assinalam-se 4.186 visitas de estudantes c/prof. (rede municipal,
estadual , particular) e 3.776 pesquisadores (nmeros superiores aos disponibilizados nos relatrios parciais).
6. Os nmeros entre colchetes referem-se a dados mencionadas no corpo dos relatrios, e no em quadros estatsticos.
Fontes: Relatrios anuais e parciais do Arquivo Histrico "Prof. Jos Ferreira da Silva", entre 1983 e 1992 (com exceo do de 1986, no localizado). Acervo: Arquivo
Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva.
437
Apndice III-8
1986
81
55
Total:
Consultas
Consultas [in loco]
Consultas por telefone
1987
215
101
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
62
115
59
75
124
69
77
110
92
182
137
153
157
297
323
333
261
360
1997
1998
Total:
2000
2001
2002
652
888
539
599
657
652
1427
1256
136
316
177
134
193
187
274
290
454
656
621
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
561
368
929
2000
2001
335
359
694
2002
185
140
325
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
15
708
2697
1999
40
2019
3028
2000
621
1050
48
153
3324
1675
15
451*
7
10559
2001
69
2010
1510
32
5122
1166
75
376
11
10371
2002
13
2539
1741
32
12803
1981
46
1121
11
20287
Total:
Material consultado
Catlogos / folhetos
Documentos
Fotografias
Gravuras / desenhos
Jornais
Livros
Plantas / mapas/ cartazes
Revistas/ anurios
Vdeos / CDs / discos
1999
5292
*Includos 10 peridicos.
Obs.:
1. Entre 1986 e 1991, os relatrios de atividades consideraram as consultas Biblioteca de Apoio e ao acervo do Arquivo Histrico propriamente dito; aps 1991, fica
subentendido o mesmo procedimento.
438
2. Em janeiro e fevereiro de 1988 o atendimento ao pblico foi suspenso em virtude de atividades de organizao do acervo; houve interrupo do atendimento tambm nos
meses de setembro a dezembro de 1998, em funo da mudana do Arquivo para a Casa Konder (retomado a partir de dezembro), e nos primeiros meses de 2001, em funo
da mudana do Arquivo para a Casa Lins (retomado a partir de maio).
3. Os relatrios de atividades referentes a 1997 e 2000 no foram localizados.
4. Os relatrios consultados referentes s atividades de 2003 e 2004 no continham dados estatsticos sobre os materiais consultados.
Fontes: Relatrios anuais de atividades da Fundao Gensio Miranda Lins, relativos aos anos de 1986 a 2004 (excetuados os de 1997 e 2000, no localizados. Acervo:
Centro de Documentao e Memria Histrica Gensio Miranda Lins / Arquivo Pblico de Itaja).
439
Apndice III-9
Perodo
15 a 19 nov. 1984
[Festa das Flores]
18 jul.- 31 ago. 1986
1 a 8 set. 1986
Nmero de
Obs.
visitantes
NI
Estendida at 8 dez. 1984 (saguo da Secretaria de
Turismo); mantida em exibio posteriormente, mas no
Museu do Sambaqui.
1918
313
5 a 30 set. 1986
Set. /out. 1986?
8 out.- 17 nov. 1986
31 out.- 18 nov. 1986
20 nov.-10 dez. 1986
15 jan.- 20 fev.1987
23 fev.- 4 mar.1987
6 a 27 mar. 1987
455
133
348
220
101
134
24
145
216
53
72
67
76
103
197
48
15
73
216
31
103
240
240 [sic]
440
8 mar.-24 abr.1989
18 [28?] abr.- 2 jun.1989
24 maio-7 jun. 1989
8 a 19 jun. 1989
13 a 30 jun. 1989
2 a 9 maio 1989
12 maio-21 jun.1989
27 jun-5 jul. 1989
11 jun.-25 jul.1989
31 jul. a 20 ago. 1989
18 a 29 set. 1989
20 nov.- ? 1989
24 maio- [dez.?] 1989
20 a 30 jul.1990
94
NI
NI
NI
NI
91
133
195
366
82
214
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
31 maio-20 jun.1991
31 maio-20 jun.1991
11 a 27 jul.1991
NI
NI
NI
13 a 14 jul. 1991
14 a 30 nov. 1991
NI
NI
4 a 31 dez. 1991
mar. 1992
NI
NI
441
1 a 30 jul.1995
17 ? 13 ago. 1995
1 ago. -10 set. 1995
28 ago. 10 set. 1995
15 set.- 30 nov. 1995
17 a 26 nov.1995
1 a 30 dez. 1995
Jun. 1996
Jun. 1996
11 a 29 jul.1996
10 ago. 1996
2 a 16 set. 1996
17 a 30 set. 1996
2 a 13 out.1996
15 a 31 out.1996
Nov.1996
Dez.1996
dez.1992, p.15-16).
Exposta no prprio Arquivo.
Informao disponvel (boletim de julho de 1995) apenas
previa as exposies. A primeira seria realizada no
Shopping Cidade das Flores; a segunda, no AHJ; a
terceira, na UNIVILLE; a quarta, no AHJ; a quinta, na
Expoville; a sexta e ltima, no AHJ.
Onde NI = No informado
Fontes: Arquivo Histrico Municipal de Joinville - AHMJ / Arquivo Histrico de Joinville - AHJ: Joinville (SC), out.1983-dez. 1988; Boletim do Arquivo Histrico de
Joinville AHMJ, Joinville (SC), mar.1990- jun.1996.
442
Apndice III-10
Perodo
maio 1983
Nmero de
visitantes
NI
[1983]
[1983]
[1983]
[fevereiro de 1985]
NI
NI
NI
NI
[1985]
[1985]
mar.-jun. 1987
ago-set. 1987
out.-nov 1987
1 nov. 1987- 15 jan. 1988
NI
NI
NI
NI
NI
NI
jan.-mar.1988
set. 1988
5 a 12 dez.1988
14 mar. 1992
18 mar. 1992
21 mar. 1992
27 abr. 1992
14 maio 1992
27 jul. - 10 ago. 1992
17 ago. - 7 set. 1992
28 ago. - 13 set. 1992
31 ago. - 18 set. 1992
15 set. - 16 nov. 1992
5 a 16 out. 1992
5 out. - 5 nov. 1992
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
NI
Obs.
Realizada para comemorar a transferncia e a reabertura
do Arquivo Histrico.
Realizada na prpria Sociedade Recreativa.
Realizada na prpria escola bsica.
Realizada no Conjunto Educacional Celso Ramos.
Realizada como suporte s atividades de crculo de
estudos iniciado naquele ms com os professores da
rede municipal de ensino.
Realizada no Conjunto Educacional Celso Ramos.
Realizada na Escola Bsica Adolfo Konder.
Exposta no Museu da Famlia Colonial.
Exposta no Museu da Famlia Colonial.
Exposta no Museu da Famlia Colonial.
Exposta no Museu da Famlia Colonial, em
comemorao aos 30 anos da revista Blumenau em
Cadernos.
Exposta no Museu da Famlia Colonial.
Exposta no Museu da Famlia Colonial.
Exposta no Museu da Famlia Colonial.
Exposta no calado.
Exposta no calado.
Exposta no calado.
Exposta no calado.
Exposta no calado.
Exposta na Igreja Matriz So Paulo Apstolo.
Exposta na sala Humanitas, da Fraternidade.
Exposta na PROEB, durante a Semana Verde.
Exposta no Restaurante Doktor Blumenau.
Exposta no Arquivo Histrico Jos Ferreira da Silva.
Exposta na FURB.
Exposta na FURB.
443
Obs.:
1. No foram mencionadas, nos relatrios consultados, exposies referentes a 1984, 1989, 1990 e 1991.
2. Relativamente a 1985, foram destacadas, no relatrio alusivo ao perodo, apenas algumas das exposies realizadas.
3. No foi localizado o relatrio referente a 1986.
Fontes:
- Relatrios anuais e parciais do Arquivo Histrico "Prof. Jos Ferreira da Silva", entre 1983 e 1992 (com exceo do de 1986, no localizado). Acervo: Arquivo
Histrico Prof. Jos Ferreira da Silva.
444