Estrutura e Analise Espaço-Temporal Da Vegetação Do Manguezal Do Pina
Estrutura e Analise Espaço-Temporal Da Vegetação Do Manguezal Do Pina
Estrutura e Analise Espaço-Temporal Da Vegetação Do Manguezal Do Pina
RECIFE
2010
RECIFE
2010
UFPE
BCFCH2010/46
SUMRIO
DEDICATRIA ..............................................................................................
AGRADECIMENTOS .....................................................................................
vi
RESUMO .......................................................................................................
viii
ABSTRACT ....................................................................................................
xix
xii
1 INTRODUO ............................................................................................
13
18
3 JUSTIFICATIVA .........................................................................................
25
4 OBJETIVOS ...............................................................................................
27
27
27
28
34
34
34
35
36
36
36
37
37
38
38
41
7 RESULTADOS ...........................................................................................
42
42
46
46
46
46
49
52
53
55
56
63
8 DISCUSSO ...............................................................................................
67
67
68
77
9 CONCLUSES ...........................................................................................
80
10 REFERNCIAS ........................................................................................
82
Dedico este trabalho memria do meu querido irmo, Antonio Fbio Gomes
Barbosa, que durante 21 anos proporcionou a mim e minha famlia momentos
inesquecveis. Seu sorriso ser lembrado por toda a minha vida.
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus, que me proporcionou o melhor presente, o dom da vida, quele
a quem tudo devo e que em nenhum momento me desamparou. Minha maior
inspirao...
Aos meus queridos pais, Edivaldo Gomes Barbosa e Zuleide Pereira Barbosa e
minha amiga- irm, Flvia Gomes Barbosa, minha maior fonte de amor.
minha estimada orientadora e amiga Maria Fernanda Abrantes Torres, que
acreditou, confiou e estendeu a mo quando eu mais precisava. Aguentou minhas
angstias, dificuldades e que juntamente comigo superou muitas barreiras. No
tenho palavras que possam expressar minha gratido e imenso carinho...
minha co-orientadora Rejane Magalhes de Mendona Pimentel, que um
exemplo de compromisso e determinao. Obrigada por me ensinar os melhores
caminhos.
Ao professor Clemente Coelho Junior, que tenho grande estima e admirao e
que por inmeras vezes se disps a tirar minhas dvidas e fazer consideraes
importantssimas. Obrigada!
professora Josiclda Domiciano Galvncio, que me inspirou a buscar o
caminho do Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento.
Ao Programa de Ps-Graduao em Geografia, o qual foi responsvel por
grande parte das minhas conquistas e dos conhecimentos que adquiri. Agradeo a
todos os professores e funcionrios.
Capitania dos Portos, por permitir que o estudo fosse realizado no
Manguezal do Pina, em especial: ao Tenente Gonzaga, por seu esforo em me
ajudar e por sempre estar prestes a me atender quando eu precisava; ao Suboficial
Lima, que foi paciente comigo e sempre liberava nossas visitas tcnicas; Ao Tenente
Caetano, que liberou a documentao para que a pesquisa pudesse ser iniciada;
aos Fuzileiros Navais que nos acompanhavam e que passavam o dia inteiro
conosco, garantindo nossa segurana, o meu muito obrigada a todos!
Diretoria do Meio Ambiente (DIRMAM) da Prefeitura da Cidade do Recife,
que autorizou nossas coletas e se disps a colaborar.
professora Maria Betnia G. dos S. Freire, Monaliza Alves dos Santos,
Patrcia Ribeiro dos Santos e Godhi Antas Marques do Departamento de Qumica
dos Solos da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que me ajudaram a fazer
as anlises dos sedimentos por mais de duas semanas. Fui muito bem recebida e
orientada, obrigada!
Ao professor Fernando Antnio do Nascimento Feitosa, que gentilmente nos
cedeu seus equipamentos e ateno.
professora Sigrid Neumann Leito, pela valiosa ateno e disponibilidade na
ajuda com os dados estatsticos.
Ao Mestre Antnio Marcos que contribuiu de maneira grandiosa e significativa,
sempre
disposto
me
atender
esclarecer
dvidas
relacionadas
ao
RESUMO
Localizado na poro sul da cidade do Recife, o Manguezal do Pina tem sido
apontado como uma das maiores manchas de manguezal em rea urbana do Brasil.
Embora j conhecida sua importncia scio-ecolgica, este ecossistema vem
sofrendo com os usos inadequados como a ocupao desordenada, acmulo de
resduos slidos, cortes da vegetao, pesca predatria, alm da presso do setor
imobilirio e virio. A fim de avaliar as transformaes ocorridas no Manguezal do
Pina em relao s reas ocupadas pelo bosque de mangue e dinmica das
ocupaes urbanas, a presente pesquisa buscou fazer uma anlise espao temporal
a partir de imagens de satlite (LANDSAT 5 e 7 TM) dos anos de 1987, 1991 e
2008, utilizando o ndice de Vegetao por Diferena Normalizada (NDVI). Para
efetivar os dados obtidos das imagens foi realizado um estudo de caracterizao
estrutural e funcional do bosque a partir da metodologia de parcelas mltiplas. A
anlise da variao espao temporal mostrou que a rea ocupada por vegetao de
mangue abrangia 187ha no ano de 1987, com retratao dos seus limites no ano de
1991, passando para 154ha, porm apresentando um aumento em 2008 para
215,9ha. No que se refere s reas urbanas e solo exposto houve um aumento de
41,81ha no manguezal e seu entorno ao longo das trs dcadas analisadas. Estes
dados esto relacionados a processos desestabilizadores e de regenerao em
determinados perodos. Os resultados da caracterizao estrutural e funcional
sugeriram diferentes mosaicos de paisagens ambientais, onde as espcies no
seguiram um padro de distribuio definido, tendo Laguncularia racemosa (L.) C.F.
Gaertn apresentado a maior densidade e dominncia relativas, seguida de
Rhizophora mangle L. e, em menores propores, de Avicennia schaueriana Stapf.
& Leechman. A anlise estrutural indicou valores de densidade de troncos vivos
chegando a atingir 2.850ind/ha, porm algumas parcelas apresentaram baixa
densidade em funo do elevado nmero de cortes de rvores, como verificado na
parcela A2. O presente trabalho demonstrou sua viabilidade para estudos que tratem
da dinmica em reas de mangue, sendo imprescindvel para o manejo,
monitoramento e, principalmente, para a conservao destas reas.
Palavras- chave: Ecossistema Manguezal - Caracterizao - Dinmica Gesto
Ambiental.
ABSTRACT
Located in the southern area of Recife, the Pina Mangrove has been mentioned as
one of the largest patches of mangroves in an urban area of Brazil. Although its
socio-ecological importance is already known, this ecosystem has suffered from the
improper use such as disorderly occupation, accumulation of solid waste, cutting of
vegetation, overfishing, along with pressure from housing and road construction. In
order to assess the changes in the Pina Mangrove in relation to the areas occupied
by mangrove forest and the dynamics of urban occupations, this study sought to do a
space-time analysis from satellite imagery (Landsat 5 and 7 TM) of 1987, 1991 and
2008, using the Normalized Difference Vegetation Index (NDVI). To validate the data
obtained from the images a study of the structural and functional characterization of
the wood was made using the multiple parcels methodology. The analysis of spatial
and temporal variation showed that the area occupied by mangrove vegetation
covered 187ha in 1987, with retraction of its limits in 1991, rising to 154ha, but with
an increase in 2008 to 215.9 ha. With regard to urban areas and exposed soil there
was an increase of 41.81 ha of mangroves and their environment over the three
analyzed decades. These data are related to destabilizing processes and
regeneration
in
certain
periods.
The
results
of
structural
and
functional
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -
Figura 2 -
Figura 3 -
32
Figura 4 -
33
Figura 5 -
Figura 6 -
Figura 7 -
Figura 8 -
Figura 9 -
44
Figura 10 -
Figura 11 -
47
Figura 12 -
Figura 13 -
Figura 14 -
50
51
Figura 15 -
51
Figura 16 -
Figura 17 -
57
Figura 18 -
58
Figura 20 -
Figura 21 -
rea basal dos troncos vivos por classe de dimetro das parcelas
analisadas no Manguezal do Pina .....................................................
Figura 22 -
Figura 23 -
65
Figura 29 -
63
Figura 28 -
63
Figura 27 -
62
Figura 26 -
62
Figura 25 -
61
Figura 24 -
60
66
79
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Tabela 2 -
32
Tabela 3 -
Valores
correspondentes
anlises
da
gua
intersticial,
Tabela 5 -
Tabela 6 -
49
rea basal e rea basal mdia dos troncos vivos, altura mdia,
altura desvio padro, altura do dossel e DAP mdio das parcelas
analisadas no Manguezal do Pina .....................................................
Tabela 7 -
59
Valores de rea basal dos troncos vivos por classe de dimetro nas
parcelas analisadas no Manguezal do Pina ....................................... 61
Tabela 8 -
Tabela 9 -
13
1 INTRODUO
lenhosas
tpicas
(Angiospermas),
alm
de
micro
macroalgas
14
15
16
17
anlises
visam
fornecer
subsdios
para
polticas
de
manejo,
18
2 REVISO DA LITERATURA
19
20
21
22
23
Filho
(2007)
caracterizou
os
padres
de
zonao
24
25
3 JUSTIFICATIVA
26
27
4 OBJETIVOS
28
29
ventos moldaram a feio do stio do Recife, para as fases seriais e pioneiras do seu
ecossistema, consolidando as comunidades de mata litornea. Na formao de
delta-esturio a superfcie se dividiu em pores separadas por canais, rios e
camboas, favorecendo a formao de ilhas que se cobriram por uma vegetao
especfica a essas reas, o mangue.
O clima observado na rea em estudo o tropical quente e mido do tipo As,
segundo a classificao climtica de Kppen. Andrade (1977) classifica este clima
como pseudotropical da costa nordestina, pois na maioria das reas que apresenta
este tipo climtico (Tropical mido) o regime de chuva de primavera-vero,
enquanto que no litoral pernambucano o regime de chuvas de outono (antecipada)
e inverno (concentrada). A precipitao mdia anual na cidade do Recife
1.651,3mm e a temperatura mdia anual 25C, conforme dados fornecidos pelo
Departamento de Cincias Atmosfricas da Universidade Federal de Campina
Grande. Na figura 01 so apresentadas as mdias mensais de precipitao e
300
250
200
150
100
50
0
mm
28
27
26
25
24
23
22
21
20
Temperatura (C)
Precipitao (mm)
62,3 95,4 170 207 282 269 235 152 66,3 39,4 34,9 40,8
T C 26,7 26,5 26,4 26,1 25,3 24,5 23,9 24,4 24,7 25,5 26
26,7
30
31
BRASIL
RECIFE
Parte da Regio
Cidade do Recife
Sul
da
Manguezal do Pina
32
Tabela 1
Populao e Domiclios - Zeis: Pina/Encanta Moa e Ilha de Deus (2000)
Total
Morando em ZEIS e outras reas pobres
Percentual morando em ZEIS e outras reas pobres
Populao
Domiclios
17.392
16.895
97,14%
4.615
4.477
97,01%
Manguezal
do
Pina.
Fonte:
33
34
6 MATERIAL E MTODOS
6.1 MAPEAMENTO
Para o mapeamento espao temporal do Manguezal do Pina e seu entorno
foram utilizadas imagens digitais multiespectrais dos anos de 1987, 1991 e 2008, do
satlite LANDSAT 5, sensor TM, rbita 214, ponto 66 da faixa espectral do visvelinfravermelho (VISIR, com resoluo espacial de 30 metros), trabalhadas com o
software ERDAS 9.3, do Departamento de Cincias Geogrficas da UFPE e para o
layout das imagens foi utilizado o software ARCGIS 9.3. As imagens selecionadas
admitiram um baixo ndice de nebulosidade.
As imagens foram adquiridas gratuitamente atravs site do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE), sendo identificadas pelo Sistema de Referncia
Universal.
6.1.1 Processamento Digital das Imagens
As imagens foram georeferenciadas no software ARCGIS 9.3 com base
cartogrfica (UTM/ South American Datum 1969) atravs de shapes criados a partir
de pontos coletados com o GPS.
Para diminuir os efeitos da atmosfera nas imagens foi feita a calibrao
radiomtrica, sendo realizados clculos de radincia e reflectncia a partir do
software ERDAS 9.3. Na primeira etapa obteve-se a radincia espectral aparente da
imagem, que consistiu em transformar o nmero digital da imagem em radincia a
partir da frmula abaixo:
35
Para a obteno da reflectncia dos objetos presentes nas imagens foi feito o
clculo da reflectncia representado na seguinte frmula:
36
37
Rio Pina
Rio Jordo
Rio Pina
Federal
Rural
de
Pernambuco,
tendo
sido
determinadas
38
primrias do solo, esta feita atravs de agitao mecnica lenta e quimicamente com
aplicao NaOH 0,5 mol L-1 (Hidrxido de sdio).
6.2.1.2.2 Anlises Qumicas
Para pH em gua (1:2,5) foi utilizado 10cm3 de TFSA (Terra Fina Seca ao Ar)
adicionando 25mL de gua destilada, agitando em seguida cada amostra durante 1
minuto e aps trinta minutos foi procedida a leitura atravs de potencimetro.
A extrao dos trocveis clcio e magnsio foi baseada nos valores da
determinao potenciomtrica, e assim selecionado o extrato, o qual foi a soluo de
KCI (cloreto de potssio) 1mol/L-1 e dosados conjuntamente por complexometria,
utilizando-se Na2-EDTA como quelante, na presena do indicador eriocromo, a partir
da metodologia sugerida pela EMBRAPA (1997).
O teor de Carbono nas amostras foi analisado pelo mtodo de Yeomans;
Bremner (2000). O procedimento titrimtrico de oxi-reduo consistiu na oxidao do
carbono orgnico contido em uma determinada massa da amostra, com soluo de
dicromato de potssio (K2Cr2O7) em meio cido, seguida de titulao do excesso de
dicromato com soluo de sulfato ferroso amoniacal 0,2 ml/L-, utilizando-se soluo
de Ferroim como indicador sugerida por Freire (2000).
6.2.2 Analise Estrutural do Bosque
A estrutura da vegetao foi analisada de acordo com a metodologia descrita
em Cintrn e Schaeffer-Novelli (1981) e Schaeffer-Novelli e Cintrn (1986), a qual
consiste no emprego de parcelas mltiplas para a caracterizao das propriedades
estruturais e caractersticas funcionais do sistema.
Para a aplicao dos parmetros estruturais foram consideradas algumas
caractersticas do bosque como: composio das espcies, DAP (dimetro altura
do peito dos troncos vivos), rea basal dos troncos vivos (AB), rea basal mdia
(ABM), altura dos indivduos, nmero de troncos, densidade de indivduos por
hectare, dominncia e frequncia.
Para a delimitao das parcelas foram utilizadas corda de nilon, fita mtrica
calibrada e estacas de bambu. medida que cada rvore estava sendo catalogada
39
marcava-se uma a uma com barbante ou tinta spray para evitar a recontagem dos
indivduos.
As metodologias empregadas para medir estas variveis estruturais so
descritas a seguir:
O dimetro das rvores (DAP) foi medido a partir de regras que obedecem as
irregularidades de cada uma. Utilizou-se trenas graduadas em centmetros e os
valores foram divididos por = 3,1416, para a obteno do dimetro de cada
indivduo. O DAP foi medido altura de 1,30m do solo, sendo utilizada uma vara
graduada. As medidas dos dimetros foram agrupadas em classes de troncos com
dimetros <2,5 cm 2,5 cm e 10 cm.
O dimetro mdio definido como sendo o dimetro da rvore de rea basal
mdia. Esse valor permite a comparao entre os bosques, podendo ser
correlacionado com outras medidas estruturais. O dimetro mdio dado por:
DAPMdio = ( AB) (12732,39) n
A rea basal dos troncos vivos foi definida como a rea ocupada, dentro de
uma parcela, por um tronco vivo com um dado dimetro, expressa em m (metro
quadrado) por ha (hectare). A rea basal serve como indicador do ndice de grau de
desenvolvimento adquirido pelo bosque, pois expressa o volume de madeira e
biomassa do bosque.
A rea basal (AB) expressa pela seguinte frmula: AB = r, onde g a
rea basal e r o raio, substituindo o raio por r = dap/2, ento tm-se o AB = /4 x
dap, formando a seguinte frmula: g =
40
Para o clculo da rea basal mdia divide-se o valor da rea basal pelo
nmero de indivduos medidos.
A altura das rvores foi medida com vara telescpica e hipsmetro. A altura
mdia do bosque foi obtida a partir da mdia da altura de todas as rvores
contabilizadas em cada parcela.
Nmero de Troncos
Densidade Relativa
Densidade Relativa =
Nmero de Indivduos
Nmero Total de Indivduos 100
Dominncia Relativa
Do minncia Re lativa =
Frequncia Relativa
41
Frequncia Re lativa =
42
7 RESULTADOS
450
400
1987
350
300
1991
250
200
2008
150
100
50
0
Vegetao Rala
Vegetao SemiDensa
Vegetao Densa
(Mangue)
Total
Classificao
Figura 6 Anlise espao temporal da vegetao do Manguezal do Pina.
43
Desta forma, foi possvel constatar que houve um aumento de 6,49% da rea
total ocupada por vegetao num perodo de apenas quatro anos (1987 a 1991),
voltando a decrescer em 2008. Por outro lado, houve uma diminuio da rea de
mangue (vegetao densa) entre 1987 e 1991 e um aumento em 2008 (Figura 6,
Tabela 2).
Tabela 2 - Variao espao temporal em hectares do Manguezal do Pina nos anos
de 1987, 1991 e 2008.
Vegetao Rala
Vegetao Semi-Densa
Vegetao Densa
Total em hectare (ha)
1987
1991
2008
120,72
182,84
112,06
93,16
91,15
71,61
186,40
154,07
215,94
400,28
428,06
399,61
160
140
Hectares
120
100
80
60
40
20
0
Total Solo
Exposto e rea
Urbana
1987
1991
2008
104,72
118,49
146,53
Perodo
Figura 8 - Variao Espao Temporal do Manguezal do Pina e seu entorno nos anos de 1987, 1991 e 2008.
44
Figura 9 Variao Espao Temporal da Vegetao do Manguezal do Pina e seu entorno nos anos de 1987, 1991 e 2008.
45
46
7.2.1.2 Sedimentos
As caractersticas principais dos sedimentos analisados nas parcelas foram a
granulometria, carbono orgnico, pH, clcio e magnsio. Na anlise granulomtrica
observou-se que a classe textural variou de arenosa a franco arenosa, com
porcentagens de areia total de 87,7 a 91,9kg.kg-1, com mdias de 86,4 kg.kg-1; o teor
de argila atingiu o mximo de 17% e o de silte, 10% (Figura 10, Tabela 4).
47
As anlises das amostras em seis parcelas (B1, B2, B3, C1, C2 e C3)
indicaram que o percentual de areia fina foi superior ao de areia grossa, variando de
49 a 66% e de 21 e 43%, respectivamente, os teores de argila oscilaram entre 4 e
14%, enquanto os de silte, entre 2 a 10%. Nas demais parcelas (A1, A2 e A3) as
porcentagens de areia fina variaram de 38 a 41%, areia grossa, de 44 a 49%, com
teores de argila entre 11 e 17% e silte de 1 a 2% (Figura 10 e Tabela 4).
70%
Granulometria
60%
50%
A. Fina
40%
A.Grossa
30%
Argila
Silte
20%
10%
0%
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
Parcelas
Figura 10 - Anlise granulomtrica dos sedimentos nas diferentes parcelas analisadas
no Manguezal do Pina.
Areia Fina
(%)
38
41
40
56
51
49
66
57
63
Areia Grossa
(%)
44
46
49
30
41
43
21
24
22
Argila
(%)
17
12
11
10
6
4
12
9
14
Silte
(%)
2
2
1
4
2
4
2
10
2
48
Analisando a granulometria nos trs stios foi possvel observar que houve
uma ntida diminuio da frao areia grossa do stio A em direo ao C, havendo,
por outro lado, um aumento da percentagem de areia fina (Figura 10).
O carbono orgnico variou de 0,7 a 2,5dag.kg-1, com maior representatividade
nas parcelas A2 e C3, com valores de 2 e 2,5dag kg-, respectivamente, enquanto
os menores valores foram registrados nas parcelas A3 e A1, com 0,7 e 0,8dag kg-,
respectivamente (Figura 11).
3
2,5
Caborno
Orgnico
2
1,5
1
0,5
0
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
Parcelas
Figura 11 Teores de Carbono Orgnico dos sedimentos que compem
as parcelas analisadas no Manguezal do Pina.
49
C. O.
(dag kg -1)
pH
Ca + Mg
(cmolc dm-3)
Ca
(cmolc dm-3)
Mg
(cmolc dm-3)
0,877
2,070
0,712
1,572
1,882
1,120
1,132
1,692
2,582
5,245
5,357
4,757
5,630
5,835
5,482
5,287
5,367
5,187
8,850
10,625
9,000
10,150
12,700
10,450
9,850
9,950
7,950
2,725
4,050
2,725
2,650
3,575
3,150
2,875
2,225
2,675
6,125
6,575
6,275
7,500
9,125
7,300
6,975
7,725
7,025
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
14
cmolc dm-
12
10
Ca
Mg
Ca + Mg
4
2
0
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
Parcelas
Figura 12 Teores de clcio e magnsio dos sedimentos que compem as
parcelas analisadas no Manguezal do Pina.
50
Figura 13 (A) Vista parcial da estrutura do bosque no stio A; (B) armadilha para
guaiamum; (C) clareira no stio A; (D) armadilha tipo redinha para caranguejo. Autor:
Torres (2009).
51
52
7.2.2.1 Stio A
Em relao composio do bosque de mangue no Stio A, em todas as
parcelas foi registrada a presena das espcies R. mangle, L. racemosa e A.
schaueriana.
Na parcela A1 foram contabilizados 1.675 troncos vivos por hectare, com
predominncia de 72% de R. mangle, seguida de L. racemosa, com 19% e A.
schaueriana, com 9% (Figuras 16 e 17). A altura mdia das rvores foi 8,83m,
enquanto a altura do dossel atingiu 13,23m (Figura 18, Tabela 6). A rea basal de
troncos vivos foi 17,99m/ha e a rea basal mdia de troncos vivos foi 0,27m/ha,
com maior contribuio de troncos 2,5cm e 10,0cm (Figuras 19 e 20, Tabelas 6 e
7). Os indivduos com maiores dimetros foram da espcie L. racemosa, atingindo
at 24cm. Os maiores valores de rea basal por classe de dimetro foram dos
indivduos 2,5cm, com 4,1m/ha e 10,0cm, com 13,8m/ha (Figura 21, Tabela 7).
A maior rea basal foi de R. mangle com 52%, seguida por L. racemosa e A.
schaueriana, com 43% e 5%, respectivamente (Tabela 8). O DAP mdio nesta
parcela foi de 1,42cm (Tabela 6), os indivduos mortos totalizaram 1.300m/ha,
enquanto 700m/ha apresentaram caractersticas de corte (Figura 22).
Na parcela A2 a densidade de troncos vivos foi de 775 por hectare, com
predominncia de L. racemosa, com 52%, enquanto R. mangle totalizou 26% e A.
schaueriana, 22% (Figuras 16 e 17). O bosque apresentou altura mdia de 8,32m e
altura do dossel de 11m (Figura 18, Tabela 6). Em termos de rea basal de troncos
vivos a contribuio foi de 12,58m/ha, correspondendo a uma rea basal mdia de
0,41m/ha (Tabela 6, Figuras 19 e 20). Quanto percentagem de rea basal, L.
racemosa contribuiu com 81%, R. mangle, com 18% e A. schaueriana, com 1%
(Tabela 8). Os maiores dimetros foram da espcie L. racemosa com valor mximo
de 23cm. A rea basal por classe de dimetro 2,5cm foi de 0,06m/ha, 2,5cm, foi
0,82m/ha e 10,0cm, 11,69m/ha (Figura 21, Tabela 7). Em relao ao DAP mdio,
a parcela apresentou 2,58cm, portanto o maior ndice do stio A (Tabela 6). Nesta
parcela o nmero de rvores com caractersticas de corte foi extremamente elevado,
atingindo 1.075m/ha, enquanto as rvores mortas totalizaram 225m/ha (Figura 22).
A parcela A3 apresentou uma densidade de 2.200 troncos vivos por hectare
(Figuras 16). Os valores mais altos de densidade relativa foram, respectivamente, de
L. racemosa, com 63%, A. schaueriana, com 31% e R. mangle, com 6% (Figura 17).
53
A altura mdia do bosque foi 7,76m e a altura do dossel foi 13m (Figura 18, Tabela
6). A rea basal nesta parcela foi de 15,40m/ha e a rea basal mdia foi 0,18m/ha
(Figuras 19 e 20, Tabela 6). A predominncia da rea basal de L. racemosa foi
bastante expressiva com 97,1%, de A. schaueriana, com 2,8 e 0, 1% de R. mangle
(Tabela 8). A rea basal por classe de dimetro 2,5cm foi de 0,24m/ha, 2,5cm, de
1,72m/ha e 10,0cm, 13,44m/ha (Figura 21, Tabela 7). O DAP mdio da parcela A3
foi de 1cm (Tabela 6). Em relao aos indivduos mortos foram contabilizados
1.100m/ha, enquanto 425m/ha apresentaram caractersticas de corte (Figura 22).
Comparando-se as trs parcelas do stio A foi possvel observar que a A1
apresentou maiores valores de rea basal de troncos vivos (destacando-se a
contribuio de R. mangle), maior altura do dossel e maior nmero de indivduos
mortos. Em relao densidade por espcies, tambm na parcela A1 foi encontrada
uma maior quantidade de indivduos de R. mangle e menor densidade de A.
schaueriana. Na parcela A2 destacou-se a grande quantidade de cortes de
espcimes de L. racemosa e R. mangle, o que refletiu diretamente sobre os valores
de rea basal e de densidade de troncos vivos, os quais apresentaram valores
menores que nas parcelas A1 e A3, porm com maior valor de DAP mdio. A
parcela A3 apresentou maiores valores de densidade de troncos vivos por hectare e
o nmero de rvores com caractersticas de corte foi menor. Nas trs parcelas a
rea basal teve maiores contribuies dos troncos com DAP >10cm.
7.2.2.2 Stio B
Na maioria das parcelas do Stio B tambm ocorreram as espcies R. mangle,
L. racemosa e A. schaueriana, com exceo da B3, onde esta ltima esteve
ausente.
Na parcela B1 a densidade de troncos vivos foi de 2.850ind/ha, com L.
racemosa contribuindo com 51% e R. mangle e A. schaueriana com 46 e 3%,
respectivamente (Figuras 16 e 17). A altura mdia nesta parcela foi de 7, 32m,
sendo a altura do dossel de 12,1m (Figura 18, Tabela 6). A rea basal de troncos
vivos atingiu 30,8m/ha e a rea basal mdia dos troncos vivos foi de 0,27m/ha
(Figuras 19 e 20, Tabela 6). Em termos de contribuio de rea basal L. racemosa
obteve a maior percentagem, 75,5%, enquanto R. mangle e A. schaueriana ficaram
54
com 21,5 e 3%, respectivamente (Tabela 8). Foram contabilizados 700ind/ha, com
caractersticas de corte, enquanto que o nmero de rvores mortas foi 1.300ind/ha
(Figura 22). A maior parte dos dimetros altura do peito variou entre 2,5 e
10,0cm, com os maiores valores correspondendo aos espcimes de L. racemosa,
chegando at 23cm, embora um indivduo de A. schaueriana tenha apresentado o
maior dimetro nesta parcela, 30cm. A rea basal por classe de dimetro 2,5cm foi
de 0,13m/ha, 2,5cm, 3,68m/ha e 10,0cm, 27,05m/ha (Figura 21, Tabela 7),
sendo o DAP mdio de 1,09cm (Tabela 6).
Em relao parcela B2, a densidade de troncos vivos foi de 900 ind/ha, com
predominncia da espcie L. racemosa (67%), seguida de R. mangle, com 28% e A.
schaueriana, com 5% (Figuras 16 e 17). A rea basal total de troncos vivos foi de
10,02m/ha, sendo a rea basal mdia dos troncos vivos de 0,28m/ha (Figuras 19 e
20, Tabela 6). No que se refere aos valores de rea basal, a maior contribuio foi
de L. racemosa, com 85%, enquanto R. mangle e A. schaueriana representaram
13% e 2%, respectivamente (Tabela 8). A altura mdia nesta parcela foi de 6,37m e
a altura do dossel de 8,01m (Figura 18, Tabela 6). O nmero de rvores cortadas foi
de 50 ind/ha, enquanto o de rvores mortas, 500 ind/ha (Figura 22). Os valores do
DAP variaram entre 2,5 e 10,0cm, com os maiores valores referentes aos
indivduos de L. racemosa, chegando at 21cm de dimetro. A rea basal por classe
de dimetro 2,5cm foi de 1,16m/ha e 10,0cm, de 8,85m/ha, com DAP mdio de
1,98cm (Figura 21, Tabelas 6 e 7).
A parcela B3 apresentou uma densidade de 2.325 ind/ha, com predominncia
de R. mangle, com 58%, seguida por L. racemosa, com 42% (Figuras 16 e 17).
Nenhum exemplar de A. schaueriana foi encontrado nesta parcela. Os valores de
rea basal e rea basal mdia dos troncos vivos foram de 25,37 e 0,27m/ha,
respectivamente (Figuras 19 e 20, Tabela 6). Em relao rea basal dos troncos
vivos a maior contribuio foi dos espcimes de L. racemosa, com 72,5 e de 27,5 %
de R. mangle (Tabela 8). A altura mdia do bosque foi de 6, 75 e de 10,2m a altura
do dossel (Figura 18, Tabela 6). Em relao ao nmero de rvores cortadas e
mortas, os valores foram de 225 e 1.375m/ha, respectivamente (Figura 22). A rea
basal por classe de dimetro 2,5cm foi de 4,85m/ha e 10,0cm, de 20,52m/ha
(Figura 21, Tabela 7). Os maiores valores de DAP foram dos exemplares de L.
racemosa, chegando at 25cm de dimetro. O DAP mdio foi de 1,2cm (Tabela 6).
55
7.2.2.3 Stio C
Nesta rea de estudo as espcies L. racemosa, R. mangle e A. schaueriana
estiveram distribudas nas trs parcelas.
Na parcela C1 a densidade de troncos vivos foi de 1.325 ind/ha, sendo 75,5%
da espcie L. racemosa, 15% de R. mangle e 9,5% de A. schaueriana (Figuras 16 e
17). A rea basal e rea basal mdia de troncos vivos por hectare foram,
respectivamente, 24,60 e 0,46m/ha (Figuras 19 e 20, Tabela 6). A contribuio em
termos de rea basal de L. racemosa foi de 98%, enquanto R. mangle e A.
schaueriana contriburam cada uma com 1% (Tabela 8). A altura mdia foi de 9,20m,
enquanto a altura do dossel foi de 14,53m (Figura 18, Tabela 6). Em relao aos
indivduos mortos, foram contabilizados 950 e 350m/ha de indivduos cortados
(Figura 22). A contribuio de indivduos com DAP 10cm foram em grande parte
dos espcimes de L. racemosa, chegando a atingir dimetro mximo de 26cm. O
DAP mdio foi de 2,11cm (Tabela 6). A rea basal por classe de dimetro 2,5cm foi
de 0,08m/ha, 2,5cm, 0,77m/ha e 10,0cm, 23,74m/ha (Figura 21, Tabela 7).
A densidade de indivduos na parcela C2 foi de 975 ind/ha, sendo 59% da
espcie L. racemosa, 38, 5% de A. schaueriana e 2,5 % de R. mangle (Figuras 16 e
17). A rea basal e rea basal mdia de troncos vivos por hectare atingiram os
seguintes valores: 19,10 e 0,49m/ha, respectivamente (Figuras 19 e 20, Tabela 6).
A rea basal de L. racemosa foi de 89,8%, de A. schaueriana, 10,1% e de R.
mangle, 0,1% (Tabela 8). A altura mdia nesta parcela foi de 8,89m e a altura do
dossel de 13,10m (Figura 18, Tabela 6). Em relao aos troncos mortos e cortados
56
57
schaueriana ocorreu no stio A, porm a maior rea basal desta espcie foi
encontrada no stio C.
O stio B destacou-se pelas maiores densidades de troncos vivos por hectare,
maiores densidades de L. racemosa e R. mangle, maior rea basal de R. mangue,
maior nmero de rvores mortas, alm das menores alturas mdias e do dossel.
Em relao ao stio C, foram encontradas as maiores alturas das rvores e do
dossel, maior rea basal mdia dos troncos vivos. Nos trs stios foi observada uma
relao direta entre o DAP e a densidade (Figura 23).
A densidade relativa das espcies nos trs stios foi de 54% de L. racemosa,
35% de R. mangle e 11% de A. schaueriana (Figura 24). Em relao dominncia
relativa, L. racemosa apresentou 82%, enquanto R. mangle e A. schaueriana, 15 e
3%, respectivamente (Figura 25). A frequncia relativa de L. racemosa e R. mangle
foi de 100%, enquanto A. schaueriana foi de 89% (Figura 26). Em todos os stios
predominaram os valores de rea basal por classe de dimetro 10,0 cm.
Nmero de Troncos
Vivos (m/ha)
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
Parcelas
Figura 16 Densidade de troncos vivos nas parcelas analisadas no Manguezal
do Pina.
58
100%
L. racemosa
R. mangle
A. schaueriana
90%
Densidade (m/ha)
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
Parcelas
Figura 17 - Densidade de troncos vivos por espcie nas parcelas analisadas no
Manguezal do Pina.
16
14
Altura (m)
12
Altura
Mdia
10
Altura do
Dossel
8
6
4
2
0
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
Parcelas
Figura 18 Altura mdia, altura do dossel e desvio padro dos indivduos que
compem as parcelas analisadas no Manguezal do Pina.
59
Tabela 6 - rea basal e rea basal mdia dos troncos vivos, altura mdia, altura
desvio padro, altura do dossel e DAP mdio das parcelas analisadas no Manguezal
do Pina.
rea Basal
Mdia
(m/ha)
rea Basal
PARCELAS
(m/ha)
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
17,99
12,58
15,40
30,86
10,02
25,37
24,60
19,10
23,72
Altura
Altura
Desvio
Altura do
Mdia (m) Padro (m) Dossel (m)
8,83
8,32
7,76
7,32
6,37
6,75
9,20
8,89
9,42
0,27
0,41
0,18
0,27
0,28
0,27
0,46
0,49
0,38
3,06
3,52
4,35
2,36
1,81
1,92
3,89
3,99
3,35
13,23
11,10
13,00
12,10
8,01
10,20
14,53
13,10
13,03
DAP
Mdio
(cm)
1,42
2,58
1,00
1,09
1,98
1,22
2,11
2,52
1,77
35
30
25
20
15
10
5
0
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
0,86
0,11
0,43
0,97
0,20
0,00
0,27
1,94
0,02
9,31
2,33
0,02
6,63
1,29
7,00
0,15
0,01
0,79
7,83
8,54
Parcelas
Figura 19 rea basal dos troncos vivos das parcelas analisadas no Manguezal no
Pina.
60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
rea Basal Mdia
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
0,27
0,41
0,18
0,27
0,28
0,27
0,46
0,49
0,38
Parcelas
Figura 20 rea basal mdia dos troncos vivos das parcelas analisadas no
Manguezal do Pina.
35
D im etro (cm )
30
25
10,0
20
2,5
15
<2,5
10
5
0
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
Parcelas
Figura 21 rea basal dos troncos vivos por classe de dimetro das
parcelas analisadas no Manguezal do Pina.
61
Tabela 7 - Valores de rea basal dos troncos vivos por classe de dimetro nas
parcelas analisadas no Manguezal do Pina.
PARCELAS (AB m/ha)
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
<2,5
2,5
10
0,00
0,06
0,24
0,13
0,00
0,00
0,08
0,02
0,04
4,10
0,82
1,72
3,68
1,16
4,85
0,77
0,61
0,72
13,89
11,69
13,44
27,05
8,85
20,52
23,74
18,45
22,95
L. racemosa
%
R. mangle
%
A. schaueriana
%
43,00
81,00
52,00
18,00
5,00
1,00
97,10
75,50
85,00
72,50
98,00
89,80
96,60
0,10
21,50
13,00
27,50
1,00
0,10
3,30
2,80
3,00
2,00
0,00
1,00
10,10
0,10
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
Indivduos (m/ha)
1400
1200
1000
N rvores
Cortadas
800
N rvores
Mortas
600
400
200
0
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C1
C2
C3
Parcelas
Figura 22 Troncos mortos ou com caractersticas de corte nas parcelas
analisadas no Manguezal do Pina.
62
y = -1091,5x + 3528,3
R2 = 0,8285
3.000
B1
Densidade (m/ha)
2.500
B3
A3
2.000
A1
C3
1.500
C1
C2
1.000
B2
A2
500
0
0
0,5
1,5
2,5
Densidade Relativa L.
racemosa
Densidade Relativa R.
mangle
Densidade Relativa A.
schuaeriana
11%
35%
54%
63
2,60%
15%
Dominncia Relativa
L.racemosa
Dominncia Relativa R.
mangle
Dominncia Relativa A.
schuaeriana
82%
Frequncia Relativa
L. racemosa
Frequncia Relativa
R. mangle
Frequncia Relativa
A. schuaeriana
80%
85%
90%
95%
100%
64
CP1
0.0702
0.7799
0.7653
0.7419
0.6226
-0.4453
0.6280
-0.7658
0.4997
CP2
0.5077
-0.2636
0.4416
0.4006
0.7573
0.6191
-0.4001
0.2961
0.0062
CP3
0.7920
0.0716
-0.1886
-0.4708
-0.0185
0.4953
0.2322
0.1605
-0.5653
0.4529
-0.7405
0.3430
0.5938
-0.2216
-0.5493
0.3539
0.5901
-0.7237
0.2709
0.3286
-0.3391
-0.3804
-0.4088
-0.0724
0.2868
0.4072
0.1724
-0.5603
0.3094
0.6612
-0.5535
-0.1643
-0.0202
0.5847
-0.0763
-0.6638
-0.8225
-0.5835
-0.8192
0.7396
0.1463
0.0709
-0.3465
-0.5188
0.3573
0.1233
0.7458
-0.6251
-0.4128
0.3372
0.4523
0.0416
-0.4352
0.4677
65
1.00
AD
NArvMA1
DTV
Arg
AB
0.50
A3
AM
ADP
ABRM
NarvC
DRM
ABLR
B1
ABAS
C3
CP2 R2
24,2%
-0.01
C1
DAS
B3
AG
Sil
AF
C2
ABM
A2
-0.52
DLR
CO
Ca
DAPM
pH
CaMg
-1.02
-1.00
Mg
B2
-0.50
0.00
0.50
1.00
R1
CP1
28,1%
Figura 27 Anlise dos componentes principais (CP1 e CP2) e parcelas que formam
os stios A, B e C no Manguezal do Pina.
66
1.00
AB
AF
ABLR
B1
DTV
0.50
Mg
pH
B3
NArvM
Sil
C3
DRM
ABRM
CO
ABAS
B2 CaMg
ABM
C2
AD
0.00
CP3
C1 DLR
18,6%
AM
DAPM
A1
Ca
Arg
A3
ADP
NarvC
-0.50
DAS
AG
A2
-1.00
-1.00
-0.50
0.00
0.50
1.00
CP1
28,1%
67
8 DISCUSSO
68
ampliao
da
rea
ocupada
por
tanques
de
carcinicultura,
mais
vegetais
(CINTRN;
LUGO;
MARTINEZ,
1980;
CINTRN;
SCHAEFFER-NOVELLI, 2002).
Desta forma, a anlise de alguns parmetros ambientais no Manguezal do
Pina tentou buscar uma relao entre a estrutura apresentada pelos bosques em
cada stio e os dados abiticos.
Em relao temperatura, os valores registrados no Manguezal do Pina
esto de acordo com as condies ideais para o desenvolvimento dos manguezais,
ou seja, temperaturas mdias acima de 20C. Nestes ecossistemas a amplitude
trmica anual deve ser menor que 5C, com mdia das temperaturas mnimas no
69
(2007),
em
seu
estudo
sobre
rio
Ariquind,
70
espcies de mangue acabam perdendo espao para aquelas que crescem mais
rpido e com melhores adaptaes presena de gua doce. Segundo estes
autores, Rhizophora o gnero menos tolerante presena de sal, desenvolvendose em ambientes onde a gua intersticial apresenta teores menores que 50.
Avicennia o gnero mais tolerante, conseguindo sobreviver em locais onde a gua
intersticial pode variar de 65 a 90 e Laguncularia apresenta tolerncia intermediria
quando comparada com os dois gneros anteriores.
As anlises das amostras de sedimentos coletadas nos stios do Manguezal
do Pina permitiram classific-los como de classe arenosa e franco arenosa,
formado por areia fina, silte e argila orgnica com vegetao tpica. Segundo o Atlas
Ambiental da Cidade do Recife (2000), os sedimentos que constituem o substrato
de mangues da rea em questo so arenosos e profundamente misturados a
restos vegetais e matria orgnica em decomposio, com vegetao tpica e a
presena de gua salgada ou salobra, de idade quaternria, tpicos de ambientes
estuarinos.
No Manguezal do Pina os valores referentes ao magnsio foram maiores que
os de clcio. Ambos os elementos so macronutrientes secundrios para as
plantas, juntamente com o enxofre. Os teores altos de magnsio no Manguezal do
Pina podem estar relacionados s menores perdas por lixiviao, pois de acordo
com Gismonti (2010), o Mg mais solvel que o clcio e sujeito, ento, perdas
por lixiviao. O magnsio, como o nitrognio, parte da clorofila e sua deficincia
aparece com um amarelecimento entre as nervuras das folhas mais velhas.
Os efeitos indiretos do clcio so to importantes quanto o seu papel como
nutriente. O clcio promove a reduo da acidez do solo, melhora o crescimento
das razes e aumenta a atividade microbiana, a disponibilidade de molibdnio (Mo)
e de outros nutrientes. O clcio reduzindo a acidez do solo diminui a toxidez do
alumnio (Al), cobre (Cu) e mangans (Mn). Plantas que apresentam altos teores de
clcio resistem melhor toxidez destes elementos (GISMONTI, 2010). Torna-se
relevante estudar teores de Fe, Ca, Mg, K e Na para obteno de dados
relacionados fertilidade do solo.
Os teores de carbono orgnico foram mais expressivos nas parcelas A2 e C3,
provavelmente relacionados maior produo de detritos ou menor lavagem
pelas mars nessas parcelas. Os menores valores de carbono orgnico foram
encontrados nas parcelas A3 e A1.
71
72
73
74
75
76
diante
de
marcadas
diferenas
ambientais
entre
pontos
77
78
79
80
9 CONCLUSES
9 O Manguezal do Pina e seu entorno apresentou, em sua avaliao espao
temporal, mudanas significativas de suas reas de mangue, solo exposto e
rea
urbana,
indicando
que
este
foi
submetido
processos
desestabilizadores.
9 A retrao da mancha de mangue em 1991 demonstrou que o bosque
enfrentou modificaes ambientais que ocasionaram desestruturao do
ecossistema.
9 A expanso da rea ocupada pelo bosque de mangue, em 2008, indicou que
houve uma busca pela recomposio natural dos indivduos, mostrando que o
manguezal
em
questo
no
atingiu
seus
valores
mximos
de
81
82
10 REFERNCIAS
83
84
FERNANDES, A.J; PERIA, L.C.S. In: Manguezal: Ecossistema entre a terra e o mar.
Caribbean Ecological Research: So Paulo, 1995. 64 p.
FIDEM. Proteo das reas Estuarina. Srie de Desenvolvimento e Meio
Ambiente. Recife, 1987, 40 p.
FONSECA, S. M.; ROCHA, M. T. O MDL e as florestas de Manguezal. Trabalho
Cientfico Gesto Socioambiental VII SEMEAD. So Paulo, 2001.13 p.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO).
The Worlds mangroves 1980- 2005. FAO: Italy, 2007. 89 p.
FREIRE, G.S.S.;OLIVEIRA, A.M.E. Mangroves of northeastern Brazil. In: LACERDA,
L.D.; FIELD, C.D. (ed.) Conservation and Sustainable Utilization of Mangrove
Forests in Latin America and Africa Regions. ITTO/ISME, Okina, 1993. p.14-15.
FREIRE, M. B. G. S. Mtodos de Anlises Qumicas para Solos Salinos. Minas
Gerais, Junho de 2000. 84 p.
FROIDEFOND, J.M; SORIANO-SIERRA, E.J. Sensoriamento Remoto sobre
Ecossistemas de Manguezal da Ilha de Santa Catariana, Brasil: Adequao da
Tcnica. Anais do VIII Simpsio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Salvador,
1995. p. 4-19.
HERZ, R. Manguezais do Brasil. Instituto Oceanogrfico, Universidade de So
Paulo, So Paulo, 1991. 227 p.
JARDIM-LIMA, D; NELSON, B. W. Uso De ndices de Vegetao no Monitoramento
da Cobertura Verde no Permetro Urbano da Cidade de Manaus. Anais XI Simpsio
Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Belo Horizonte, Brasil, 05 - 10 abril 2003,
INPE, p. 1827 - 1833.
JENSEN, J.R. Sensoriamento Remoto do Ambiente Uma Pespectiva em
Recursos Terrestres. So Jos dos Campos: Parntese Editora, 2009. 598p.
JORNAL DO COMRCIO. Favelas ameaam rea do Parque dos Manguezais.
Recife, 13 jun.2004. Cincia e Meio Ambiente, 5 p.
JUNGES, A. H; ALVES, G; FONTANA, D.C. Estudo indicativo do comportamento do
NDVI e EVI em lavouras de cereais de inverno da regio norte do Estado do Rio
Grande do Sul, atravs de imagens MODIS. Anais do XIII Simpsio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto, Florianpolis, Brasil. 21-26 abril 2007, INPE, 241-248 p.
85
86
87
88
89