Documentos 43 Embrapa
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ISSN 0103-78110
Dezembro, 2005
43
Sílvio Crestana
Vice-Presidente
Diretoria-Executiva da Embrapa
Silvio Crestana
Diretor-Presidente
Marcelo Guimarães
Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento
Documentos 43
Metodologia para a determinação automática
de parâmetros morfométricos de bacias
hidrográficas
Marcos Cicarini Hott
André Luiz Santos Furtado
Campinas-SP
2005
Embrapa Monitoramento por Satélite. Documentos, 43
Área de Comunicação e Negócios
1ª edição
1ª impressão (2005): 50 exemplares
Fotos: Arquivo da Unidade
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................7
2. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................9
2.1. Material ...................................................................................................9
2.1.1. Caracterização da área de estudo......................................................9
2.1.2. Materiais Cartográficos e Iconográficos..............................................9
2.1.3. Sistema de Informações Geográficas ............................................... 12
2.2. Métodos.................................................................................................12
2.2.1. Modelagem Digital de Elevação.......................................................12
2.2.1.1. Refinamento do MDE ......................................................12
2.2.2. Desenvolvimento do método ..........................................................12
2.2.2.1. Técnicas e arquivos usados .............................................13
2.2.2.2. Confecção do aplicativo em AML .....................................17
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................17
3.1. Aplicativo desenvolvido no SIG ................................................................17
3.2. Parâmetros morfométricos gerados ............................................................18
4. CONCLUSÕES..................................................................................... ..........23
5. REFERÊNCIAS................................................................................................23
Índice de Figuras
1. INTRODUÇÃO
A partir da década de 60, imagens obtidas por satélites têm sido utilizadas para
a identificação, quantificação e monitoramento da paisagem do planeta.
Atualmente, encontramos na atmosfera satélites equipados com diversos tipos
de sensores, os quais são capazes de fornecer imangens sobre a temperatura da
terra e do oceano (NASA, 2005), emissão de gases (TAKEUCHI et al., 2003),
aquíferos (KLOCK, UDLUFT, 2002; SARAF, CHOUDHURY, 1998) e biomassa
vegetal (KASTURIRANGAN, 1996; VALTA-HULKKONEN et al., 2004).
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Uma das possibilidades que as imagens de satélite nos oferece é o mapeamento
e monitoramento das caracterísitcas fisiográficas do sistema fluvial, as quais são
fundamentais para o estabelecimento de um sistema de informação, tendo por
objetivo subsidiar medidas destinadas ao desenvolvimento de propostas de
gestão ambiental (ROWNTREE, WADESON, 1998), previnindo perdas
econômicas e ecológicas.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Material
2.1.1. Caracterização da área de estudo
Campinas está situada na porção Centro-Leste do Estado de São Paulo localizada
nas coordenadas geográficas 22°53’20” sul e 47°04’40” de oeste, distando
aproximadamente 100 km da capital do Estado. A área total do município é de
aproximandamente 802,45 km2. O relevo é predominantemente suave ondulado
a ondulado com declives inferiores a 7%. Os solos campineiros são formados por
latossolos vermelhos e vermelho-amarelos, argissolos vermelho-amarelos e
nitossolos vermelhos, bem como gleissolos háplicos nos fundos de vales e
terraços aluviais (BATISTELLA et al., 2003).
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Para a geração do MDE do Município de Campinas (Figura 2) foram utilizadas
curvas de nível vetorizadas das Cartas Topográficas do IBGE (Figura 3), em
escala 1:50.000, listadas abaixo:
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Figura 3 - Articulação das Cartas Topográficas do IBGE, em escala de 1:50.000, correspondentes
ao Município de Campinas.
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2.1.3. Sistema de Informações Geográficas
O uso de Sistemas de Informações Geográficas comerciais toma um lugar de
destaque em atividades que demandam o tratamento de grande volume de
dados. O SIG ArcInfo Workstation 9 integra a família ArcGIS como uma opção
para usuários que ainda não migraram completamente sua base geográfica para a
nova plataforma da empresa Esri, que demandam rapidez, robustez, versatilidade
e que se sentem seguros na confecção de aplicativos no ambiente de macro do
software, o qual congrega a linguagem AML (Arc Macro Language) e a criação
de formulários e menus pelo módulo Formedit.
2.2. Métodos
Para o desenvolvimento dessa metodologia foram usados parâmetros constantes
em literatura e adaptados através da aplicação de técnicas envolvendo sistemas
de informações geográficas (SIGs) e modelagem digital de elevação.
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O método usado para a determinação automática dos parâmetros morfométricos
foi desenvolvido por meio da linguagem de macro do ArcInfo Workstation (AML–
Arc Macro Language). A linguagem AML proporciona a confecção de aplicativos
de fácil manuseio e execução, sendo sua estrutura bastante intuitiva.
• Hidrografia mapeada
• Drenagem numérica
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Os arquivos devem ser previamente preparados no ambiente do SIG. O modelo
digital de elevação, a hidrografia e a drenagem devem ser recortados para terem
as dimensões exatas da bacia hidrográfica, bem como os pontos de nascente e
foz bem posicionados sobre o alinhamento da hidrografia.
• Coeficiente de manutenção
• Índice de rugosidade
• Coeficiente de rugosidade
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As ferramentas de modelagem hidrológica disponíveis no ArcInfo Workstation
possibilitaram inserir consistência hidrológica no modelo digital, bem como
refiná-lo para que o fluxo do escoamento superficial pudesse ser explorado para
auxiliar na delimitação da bacia hidrográfica (Figura 6), no ordenamento da
hidrografia e no posterior cálculo do número de segmentos de rios.
Figura 5 - Visualização tridimensional de uma microbacia hidrográfica de Campinas. As linhas azuis escuras
representam os divisores d’água ou linhas de cumeadas.
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Figura 6 - Ilustração indicando como as direções de fluxo são representadas numericamente após sua
determinação com o uso do MDE. As maiores diferenças de nível no terreno e declividades ao redor do pixel
central resultarão na direção de fluxo que será atribuída ao pixel central, por meio do código númerico
representado na figura.
Figura 7 - Representação de uma ramificação hidrográfica e seu ordenamento pelo método de Strahler
(1957). Os números indicam a ordem dos rios.
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2.2.2.2. Confecção do aplicativo em AML
O aplicativo em AML foi desenvolvido a partir de um editor de texto e gravado
com a extensão *.aml. Para este objetivo não foram confeccionados menus para
melhorar a usabilidade da macro, mas com o aumento da demanda de
processamento e interface com o usuário estão previstas melhorias, tais como a
inserção de menus e formulários.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Figura 8 - Fluxograma dos cálculos no SIG.
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Cisalhamento Campinas, com direção N30E (YOSHINAGA et al., 1993). As
deformações a que estas rochas foram submetidas, causaram um fraturamento
segundo as direções N30E e N50W.
O rio Atibaia tem alguns trechos orientados segundo estas direções, sendo a
Zona de Cisalhamento Valinhos a estrutura mais marcante. Nas bacias dos rios
Jundiaí, Atibaia e do ribeirão Anhumas, no relevo de Morros Paralelos as
drenagens principais estão condicionadas pela orientação da Zona de
Cisalhamento Valinhos, enquanto que, seus afluentes de primeira ordem
apresentam expressivo controle estrutural de direção NW (YOSHINAGA, et al.,
1993).
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Tabela 1 – Parâmetros morfométricos calculados para as bacias de Campinas.
Bacias
Capivari-
Parâmetro Anhumas Atibaia Capivari Jaguari Quilombo
Mirim
Comprimento
da rede de km 288,8 440,9 410,7 95,3 93,2 106,3
drenagem
Número de
Segmentos no 409 613 468 154 118 153
de rios
Densidade
km/Km2 1,6 1,9 1,9 1,6 1,9 1,5
de drenagem
Freqüência
no/km2 2,3 2,6 2,1 2,6 2,5 2,2
de rios
Razão de
no/km2 5,4 5,7 5,0 3,3 2,4 3,7
textura
Extensão
de percurso km 0,3 0,3 0,3 0,3 0,5 0,3
superficial
Coeficiente
de m2 605,9 525,2 533,5 610,8 511,7 662,5
manutenção
Menor
m 580,0 579,7 576,9 578,6 564,1 600,0
altitude
Maior altitude m 766,1 1088,5 785,9 704,5 986,7 749,5
Amplitude
m 186,3 508,7 209,0 125,8 422,6 149,6
altimétrica
Razão de
m/m 0,0076 0,0002 0,0084 0,0070 0,0275 0,0101
relevo
Razão de
relevo m/m 0,0025 0,0047 0,0022 0,0027 0,0085 0,0040
relativo
Índice de
307,5 968,7 391,9 206,0 825,8 225,8
rugosidade
Declividade
5,2 12,5 7,5 5,2 17,7 3,5
média
Coeficiente
de 8,6 23,9 14,0 8,4 34,5 5,3
rugosidade
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Distância Euclidiana
38,05
Similaridade
58,70
79,35
100,00
Anhumas Capivari Capivari-Mirim Quilombo Capivari Jaguari
Por outro lado, a análise de Cluster (Figura 9), também conhecida como
análise de agrupamentos, que permite agrupar objetos semelhantes entre si. O
cluster 1 foi formado por duas bacias, Anhumas e Capivari, as quais
apresentaram similaridade superior a 70%. As bacias Capivari-Mirim e Quilombo
formaram o segudo cluster, com similaridade próxima a 100%, sendo a
característica deste agrupamento a similaridade de nos parâmetros
morfométricos, como por exemplo, comprimento, perímetro, coeficiente de
manutenção, entre outros. Por sua vez, a maior bacia da região, Atibaia, e a
menor, Jaguari, formaram dois cluster distintos, os quais apresentaram altos
valores de índice de rugosidade, declividade média e coeficiente de rugosidade.
22
4. CONCLUSÕES
5. REFERÊNCIAS
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CRÓSTA, A. P. Processamento digital de imagens de sensoriamento remoto. Ed.
ver. Campinas: UNICAMP-IG, 1993. 164 p.
VANACKER, V.; MOLINA, A.; GOVERS, G.; POESEN, J.; DERCON, G.;
DECKERS, S. River channel response to short-term human-induced change in
landscape connectivity in Andean ecosystems. Geomorphology, v. 72, n. 1-4,
p. 340-353, 2005.
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