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telmeros e ativao de genes supressores tumorais. As clulas que entram em senescncia perdem
a capacidade proliferativa aps um determinado nmero de divises celulares.
1.3- Teoria do Envelhecimento
Envelhecer um processo dinmico, progressivo e inevitvel, pois h mudanas
morfolgicas, bioqumicas, funcionais e psicolgicas ocasionando maior predisposio a processo
patolgicos que acabam levando a morte. Com o aumento da preveno de doenas atravs de
programas de sade, avano da medicina e avanos tecnolgicos houve o envelhecimento
populacional o que levou a nfase aos estudos geritricos e gerontolgicos.
Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS): O conceito de envelhecimento ativo consiste em
levar na medida que envelhecemos uma vida produtiva e saudvel na famlia, na sociedade e na
economia. Neste sentido devemos levar em conta todas as dimenses da atividade fsica, mental,
social e espiritual.
O envelhecimento pode ser explicado por dois conceitos distintos:
1. Conceito Simplista: o processo pelo qual o jovem se transforma em idoso.
2. Conceito Biolgico: so fenmenos que levam reduo da capacidade de adaptao
sobrecargas funcionais.
Com o envelhecimento, ocorre a homeostenose declnio estimado em algumas funes e h uma
maior vulnerabilidade doenas como: infeces, doenas cardiovasculares, neoplasias malignas,
dentre outras.
De acordo com a cronologia, em pases em desenvolvimento o idoso o indivduo que tem 60 anos
de idade ou mais. E em pases desenvolvidos, o indivduo que tem 65 anos de idade ou mais. Os
indivduos considerados muito idosos so aqueles que possuem 80/85 anos de idade ou mais.
A capacidade funcional ao longo da vida vai reduzindo, na terceira idade importante manter
independncia e prevenir incapacidade, por isso, reabilitar e garantir qualidade de vida. O processo
natural de envelhecimento associado s doenas crnicas o responsvel pela limitao do idoso.
Nesta fase da vida importante focar sempre na preveno, pois nem sempre o indivduo ir
manifestar sintomas de doena, at o idoso aparentemente saudvel requer cuidados, pois as
manifestaes de doenas nos idosos so: atpicas, sub-clnicas, os sintomas so inespecficos e
geralmente no relatados, o incio insidioso e muito fcil perder um diagnstico. As principais
ocorrncias no idoso so (os gigantes da geriatria - 5I: instabilidade, incontinncia, iatrogenia,
imobilidade e insuficincia): imobilidade, insuficincia cognitiva, iatrogenia, instabilidade e quedas,
incontinncia, delrio, demncia e depresso.
Teoria Biolgica
O envelhecimento como fenmeno biolgico tem sido interpretado em ligao com teorias
que explicam as causas do envelhecimento celular e do aparecimento de perturbaes de sade.
Neste sentido, tais teorias defendem que todo o organismo multicelular dispe de um tempo limite de
vida, em que as probabilidades de sobreviver vo sendo cada vez menores medida que se avana
na idade.
Lellouch (1992) reafirma que as mudanas de textura que a velhice imprime no organismo
revelam-se por vezes num tal grau que o estado fisiolgico e o estado patolgico parecem confundirse por transies insensveis no podendo ser distinguidas.
A causa do envelhecimento advm das alteraes moleculares e celulares que acaba por
resultar em perdas funcionais progressivas dos rgos e do organismo. Neste sentido, medida que
se avana na idade, as clulas vo diminuindo, as alteraes no corpo so visveis, provocando uma
diminuio da estatura e do peso. No entanto, so muitos os fatores que tm influncia no
envelhecimento: a varivel sexo, no sentido em que a esperana mdia de vida da mulher superior
do homem (Charcot, citado por Lellouch 1992).
Por outro lado, segundo Gyll este tambm defende que quanto mais se utilizar uma aptido
intelectual mais ela ser protegida do envelhecimento (1980: 70). A prtica do exerccio fsico levou a
melhores resultados a nvel do raciocnio, memria e do tempo de reao, tal como foi testado por
Clarkson Smith e Hartley (1989). Verifica-se ainda no idoso, uma perda da auto estima o que
pode levar ao isolamento.
Neste sentido, e porque o envelhecimento a contrapartida do desenvolvimento (Birren e
Cunningham, 1985), a forma como se vive com o envelhecimento, resulta da forma como o indivduo
antes se desenvolveu, ou seja, resulta do comportamento dos indivduos e dos factores ambientais.
Teoria Psicolgica
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Para alm das teorias biolgicas que nos do uma ajuda a perceber o processo de envelhecimento,
muitas outras teorias tentam tambm encontrar explicaes para o mesmo. Neste sentido, a
psicologia tem-se preocupado com a descrio das diferentes maneiras de envelhecer relacionando
com a inteligncia, memria, personalidade, motivao, habilidades, pois segundo Constana Pal
(1991), tudo isto, quando exercitado, contribui para a preservao da capacidade funcional e bem
estar dos idosos. Porm esta mesma autora refere que no caso dos idosos considerados mais
pobres, com baixa escolaridade e baixas expectativas, dado que a sua experincia de vida lhes
ensinou que elas no seriam preenchidas ou acessveis, as aspiraes dos idosos so baixas e
desadaptadas com o meio. (Pal, 1991: 265).
Os papis profissionais e as interaes sociais neste perodo da vida so tambm fatores
psicolgicos que afetam os idosos. Ou seja, no que se refere aos papis profissionais, a reforma a
principal mudana dado que se vem retirados da atividade profissional e consequentemente
colocados em situao de reforma. Porm, a reforma leva a uma alterao brusca nos papis
profissionais, determinando o fim para a maioria dos idosos.
Com a mudana de papis, gera-se um processo de adaptao, em que para alguns, no
inteiramente bem sucedida, resultando muitas vezes em insatisfao ou at mesmo desespero.
Por outro lado, as pessoas idosas vo-se deparando com perdas ou sucessivas privaes,
nomeadamente, na sade, na atividade profissional, perda do cnjuge, dos amigos, entre outros. Tais
situaes criam no idoso fragilidades psico afetivas e sentimentos de intensa vulnerabilidade.
A sua adaptao a um processo de mudana com perdas e limitaes caracteriza o envelhecimento
como o luto que a pessoa de idade vai ter de fazer de uma certa imagem de si prpria, como
pessoa, como ser social, como membro de uma comunidade. (Cordeiro, 1987: 236)
Teoria Social
As teorias sociolgicas assentam tanto no interacionismo simblico como na Teoria da
estrutura social. Rocio Fernandez-Ballesteros fala na Teoria da Subcultura, na qual se constata que a
velhice acaba por conduzir a pessoa idosa ao isolamento. Este isolamento foi abordado por Rox
(anos 70) postulando que os mais velhos possuem todas as caractersticas de qualquer grupo
isolado.
O envelhecimento social da populao suscita mudanas no status assim como no seu
relacionamento com os outros, em funo da crise da identidade.A falta de papel social conduz
perda de auto-estima, (a maior mudana que se verifica devido ao abandono da sua atividade
produtiva).
Uma maior disponibilidade de tempo acarreta a necessidade de se adaptar a novos papis
impostos pela sociedade transformada.
No que diz respeito aos contactos sociais, a partir de certo momento, muitos idosos
manifestam uma diminuio nos seus relacionamentos. Ou seja, apelam indisponibilidade de
tempo, vida agitada e as suas relaes com os seus filhos, netos, colegas e amigos tornam-se
desajeitadas. Para tal no acontecer, necessrio empenho para criarem novos relacionamentos e
aprenderem um novo estilo de vida que minimizem essas perdas.
1.4- Considerao tica e Legal
O Estatuto do idoso, de iniciativa do Projeto de lei n 3.561 de 1997, foi fruto da organizao
e mobilizao dos aposentados, pensionistas e idosos vinculados Confederao Brasileira dos
Aposentados e Pensionistas (COBAP), resultado de uma grande conquista para a populao idosa e
para a sociedade.
Foi instituda na Cmara Federal, no ano de 2000, uma comisso especial para tratar das
questes relacionadas ao Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados s pessoas,
considerando-se a idade cronolgica igual ou superior a 60 anos e de dispor de seus direitos
fundamentais e de cidadania, bem como a assistncia judiciria. Alm de preocupar-se com a
execuo dos direitos pelas entidades de atendimento que o promovem, tambm voltar-se para sua
vigilncia e de defesa, por meio de instituies pblicas.
Essa poltica vem sendo implementada no Brasil de maneira gradativa: o aumento acelerado
da populao idosa torna cada vez mais fundamental, a unio de esforos para a prtica de polticas
pblicas voltadas a este segmento populacional, assim como a conscientizao dos seus direitos e
espaos a serem conquistados.
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Com esse objetivo de assegurar os direitos da pessoa idosa, a Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidncia da Repblica realiza um trabalho essencial na divulgao do
Estatuto e na implementao de suas aes em parceria com os Estados e Municpios.
O Estatuto do Idoso vem implementar a participao de parcela significativa do povo
brasileiro (os idosos), por intermdio de entidades representativas, os conselhos, que, por sua vez,
seguindo a Lei n 8842, de 4 de janeiro de 1994, tm por objetivo deliberar sobre polticas pblicas,
controlar aes de atendimento, alm de zelar pelo cumprimento dos direitos do idoso, de acordo
com o novo Estatuto (art.7o).
De acordo com o deputado Silas Brasileiro, o projeto de lei justifica-se pela condio de
fragilidade do idoso em relao s demais pessoas, apontando a proteo velhice como um direito.
O deputado relata que as entidades de atendimento ao idoso podem ser classificas como aquelas
que executam atividades lucrativas e atividades filantrpicas (que podem incluir gratuidade parcial ou
total de servios). Contudo, suas obrigaes so idnticas frente questo do atendimento das
necessidades do idoso, enquanto direito fundamental.
O Estatuto do Idoso, como o Estatuto da Criana e do Adolescente, mais um instrumento
para a realizao da cidadania. O idoso possui direito liberdade, dignidade, integridade,
educao, sade, a um meio ambiente de qualidade, entre outros direitos fundamentais (individuais,
sociais, difusos e coletivos), cabendo ao Estado, Sociedade e famlia a responsabilidade pela
proteo e garantia desses direitos.
Pode-se afirmar que o cerne do Estatuto est nas normas gerais que referem sobre a
proteo integral; a natureza e essncia encontram-se no artigo 2, quando estabelece a sucesso
de direitos do idoso e visualiza sua condio como ser constitudo de corpo, mente e esprito j
prev a preservao de seu bem-estar fsico, mental e espiritual e identifica a existncia de
instrumentos que assegurem seu bem-estar, o qual na lei seria:
Art. 2 - O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes pessoa humana, sem
prejuzo da proteo integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservao de sua sade, em condies de
liberdade e dignidade.
O grande desafio para este milnio construir uma conscincia coletiva de forma a que
tenhamos uma sociedade para todas as idades, com justia e garantia plena de direitos.
O Estatuto do Idoso
Poltica Nacional do Idoso
Tem como objetivo assegurar os direitos sociais do idoso,para assim promover sua
autonomia, integrao e participao efetiva na sociedade.
No artigo 3, estabelece: A famlia, a sociedade e o Estado tm o dever de assegurar ao
idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participao na comunidade, defendendo a sua
dignidade, bem-estar e direito vida; O idoso deve ser o principal agente e o destinatrio das
transformaes a serem efetivadas por meio desta poltica; O idoso no deve sofrer discriminao de
qualquer natureza. A regulamentao da Poltica Nacional do Idoso foi publicada no dia 3 de junho de
1996, por meio do decreto 1.948, explicitando a forma de implementao dos avanos previstos na lei
8.842/94 e estabelecendo as competncias dos rgos e das entidades pblicas envolvidas no
processo.
Objetivo
O Estatuto do Idoso tem como objetivo promover a incluso social e garantir os direitos
desses cidados uma vez que essa parcela da populao brasileira se encontra desprotegida, apesar
de as estatsticas indicarem a importncia de polticas pblicas devido ao grande nmero de pessoas
com mais de 60 anos no Brasil. Segundo Anita Neri o Estatuto do Idoso (Lei 10.741) foi sancionado
pelo presidente da Repblica, Luis Incio Lula da Silva, em 1 de outubro de 2003, porm publicada
no Dirio Oficial da Unio em Trs (3) de Outubro de 2003 e garantindo e ampliando os direitos dos
brasileiros com mais de 60 (sessenta) anos.
Mais abrangente que a Poltica Nacional do Idoso, considera os mais velhos como prioridade
absoluta e institui penas aplicveis a quem desrespeitar ou abandonar cidados idosos. Entre outras
coisas, alm do direito de prioridade, garante:
A distribuio gratuita de prteses, rteses e medicamentos;
Que os planos de sade no possam reajustar as mensalidades pelo critrio de idade;
O direito ao transporte coletivo pblico gratuito e reservas de 10% dos assentos;
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Nos transportes coletivos estaduais, a reserva de duas vagas gratuitas para idosos com
renda igual ou inferior a dois salrios mnimos;
No Art. 40 (quarenta), inciso II ( segundo) diz: idoso ter desconto de 50% , no mnimo, no
valor das passagens, para aqueles que excederem as vagas gratuitas destinadas a estes,
tendo renda inferior a dois salrios mnimos; portanto cabendo aos rgos competentes
destinados a definir os mecanismos e critrios para exerccio do inciso 2 (dois).
Que nenhum idoso seja objeto de negligncia, discriminao, violncia, crueldade e
opresso;
Prioridade na tramitao dos processos, procedimentos e execuo dos atos e diligncias
judiciais;
50% de descontos em atividades de cultura, esporte e lazer;
Reserva de 3% de unidades residncias nos programas habitacionais pblicos;
A cargo dos Conselhos Nacional, Estadual e municipais do idoso e do Ministrio Pblico, a
fiscalizao e controle da aplicao do Estatuto.
Aps sete anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso foi aprovado em setembro de 2003
e sancionado pelo presidente da Repblica no ms seguinte, ampliando os direitos dos cidados com
idade acima de 60 anos. Mais abrangente que a Poltica Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava
garantias terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou abandonar
cidados da terceira idade. Veja os principais pontos do estatuto:
Sade
O idoso tem atendimento preferencial no Sistema nico de Sade (SUS).
A distribuio de remdios aos idosos, principalmente os de uso continuado (hipertenso,
diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de prteses e rteses. Os planos de sade no podem
reajustar as mensalidades de acordo com o critrio da idade. O idoso internado ou em observao
em qualquer unidade de sade tem direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional
de sade que o atende.
Transportes Coletivos
Os maiores de 65 anos tm direito ao transporte coletivo pblico gratuito. Antes do estatuto,
apenas algumas cidades garantiam esse benefcio aos idosos. A carteira de identidade o
comprovante exigido. Nos veculos de transporte coletivo obrigatria a reserva de 10% dos
assentos para os idosos, com aviso legvel. Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto
garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada veculo para idosos com renda igual ou inferior a
dois salrios mnimos. Se o nmero de idosos exceder o previsto, eles devem ter 50% de desconto
no valor da passagem, considerando-se sua renda.
Violncia e Abandono
Nenhum idoso poder ser objeto de negligncia, discriminao, violncia, crueldade ou
opresso.
Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operaes bancrias, aos
meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena
varia de seis meses a um ano de recluso, alm de multa. Famlias que abandonem o idoso em
hospitais e casas de sade, sem dar respaldo para suas necessidades bsicas, podem ser
condenadas a penas de seis meses a trs anos de deteno e multa. Para os casos de idosos
submetidos a condies desumanas, privados da alimentao e de cuidados indispensveis, a pena
para os responsveis de dois meses a um ano de priso, alm de multa. Se houver a morte do
idoso, a punio ser de 4 a 12 anos de recluso. Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens,
carto magntico (de conta bancria ou de crdito), penso ou qualquer rendimento do idoso
passvel de condenao, com pena que varia de um a quatro anos de priso, alm de multa.
Entidades de Atendimento ao Idoso
O dirigente de instituio de atendimento ao idoso responde civil e criminalmente pelos atos
praticados contra o idoso.A fiscalizao dessas instituies fica a cargo do Conselho Municipal do
Idoso de cada cidade, da Vigilncia Sanitria e do Ministrio Pblico.
A punio em caso de mau atendimento aos idosos vai de advertncia e multa at a interdio da
unidade e a proibio do atendimento aos idosos.
Lazer, Cultura e Esporte
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Todo idoso tem direito a 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer.
Trabalho
proibida a discriminao por idade e a fixao de limite mximo de idade na contratao de
empregados, sendo passvel de punio quem o fizer. O primeiro critrio de desempate em concurso
pblico o da idade, com preferncia para os concorrentes com idade mais avanada.
Habitao
obrigatria a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas
habitacionais pblicos ou subsidiados por recursos pblicos.
II- O Papel da Enfermagem Gerontolgica
2.1- Comunicao com o idoso
Idade interfere na comunicao
Um dos fatores que dimensionam o encontro descrito a idade. Porm, independente de sua
idade, o ser humano um ser social, por isso a comunicao e o relacionamento so aspectos
primordiais na vida das pessoas. No existe ser humano sem comunicao. Alguns aspectos tambm
determinam a maneira como se d a interao: caractersticas de personalidade, classe social, etnia,
valores, identificao, etc... Entre eles, a idade um dos que mais interferem na maneira como os
interlocutores se posicionam porque o comportamento social regulado por normas, muitas delas
atreladas aos diversos papis sociais desempenhados ao longo da vida.
O processo de comunicao garante a ligao de mundos dos dois interlocutores na medida em
que surgem as motivaes e possibilidades de intercmbio e informaes para serem
compartilhadas. A interao comunicativa pode ter como foco a troca de informaes, de
conhecimentos, de compartilharem experincias com a finalidade de se informar, para determinao
de tomada de posio em relao a um determinado aspecto, uma opinio ou conselho que a pessoa
transmite ao outro e o simples prazer interativo, tal como o bate-papo informal numa atividade de
lazer.
Com o processo de envelhecimento ocorrem mudanas significativas que refletem em vantagem
e tambm desvantagem para o indivduo idoso em relao s solicitaes do mundo, o que vale
tambm para as solicitaes comunicativas.
Mas que alteraes a idade provoca na interao verbal?
Quais as mudanas relativas ao envelhecimento que interferem na comunicao?
O que, do ponto de vista da interao, faz com que admitamos estar interagindo com um
indivduo idoso?
com essas mudanas, que caracterizam os idosos, do ponto de vista da linguagem e seus prrequisitos. Do ponto de vista de fonoaudilogos, socilogos, psiclogos, antroplogos e estudiosos da
*etnografia da comunicao reconhecem-se no processo de envelhecimento mudanas nos diversos
nveis de organizao do ato comunicativo: no nvel referente estruturao conceitual do ato de fala
pretendido, no de produo e no de compreenso da linguagem.
Nas intenes comunicativas, no contedo semntico, nas narrativas pessoais. Portanto, dada a
multiplicidade de fatores envolvidos nesse domnio, o olhar do estudioso da comunicao est
voltado para os seguintes aspectos:
Heterogeneidade dos sinais de envelhecimento da comunicao
As mudanas manifestam-se de forma bastante heterognea na populao de indivduos idosos.
Alguns indivduos apresentam maiores modificaes na fonao outros na audio, enquanto outros
evidenciam dificuldades no uso social da linguagem, na fluncia, no vocabulrio, marcas de vrias
naturezas. Por isso, as mudanas que ocorrem no processo de comunicao com o envelhecimento
no so uniformes para todas as pessoas que envelhecem.
Existem algumas tendncias caractersticas na comunicao de pessoas idosas que no foge
sensibilidade, s sutilezas e variaes das pessoas de outras faixas etrias.
muito comum ouvir falar que o idoso egocntrico, s fala do passado, confuso, tem
dificuldade para entender o que lhe dito, esquecido, surdo, repete inmeras vezes o mesmo
assunto. Se algum lhe perguntasse o que entende pela expresso conversa de velhos, certamente
voc faria observaes do tipo: uma conversa comprida, sem fim, arrastada, pausada, cheia de
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histrias, lembranas do passado e por a afora. Se por um lado isso conteria algumas verdades, por
outro, revelaria uma atitude preconceituosa e estigmatizadora. Comprovao clara de que a
linguagem mais do que simples instrumento de comunicao; tambm um componente decisivo
na formao de preconceitos sociais.
Formas de interpretar a comunicao na velhice, levando em conta a multiplicidade de fatores
Duas vises distintas interpretam o envelhecimento da comunicao. Grosso modo, poderiam
ser assim resumidas: a que admite os fatores orgnicos do envelhecimento como determinantes das
relaes que a sociedade estabelece com o interlocutor idoso e a que nega o envelhecimento,
admitindo que a sociedade acima de tudo preconceituosa em relao ao envelhecimento, em
virtude da adoo de valores da cultura do jovem.
A primeira delas considera que as alteraes provocadas no plano biolgico, cognitivo e afetivo
do indivduo justificam a maneira como a sociedade os avalia. Para eles, o idoso que se pe a narrar
um fato organizando os dados sem levar em conta o que o interlocutor j sabe sobre ele, pode estar
infringindo o princpio de cooperao da quantidade de informao que deve ser transmitida durante
a interao. Esse princpio da interao comunicativa preconiza que, quando dizemos algo, devemos
levar em conta sua relevncia para o interlocutor e para a sua situao. A desconsiderao dessa
indicao pode significar decrscimo de habilidade comunicativa.
Isso quando no somos flagrados trocando palavras de forma inesperada, ou que a pessoa
lenta demais ou rpida demais, ou que interpretamos de forma equivocada o que nos dizem, etc..
Todas as situaes de interaes esto longe de serem desviantes ou patolgicas e fazem parte do
funcionamento normal da linguagem e das condutas humanas.
Comunicar-se realmente uma aventura existencial. importante saber que no existe um
falante ideal e que a comunicao humana mesmo cheia de percalos e surpresas. O que
esperamos que a pessoa seja capaz de compreender o que diz o outro, ao mesmo tempo que se faz
compreender pelo outro. Toda famlia possui uma forma de comunicar-se atravs de gestos, olhares,
atitudes, expresses faciais que representam os mais variados sentimentos.
No caso da pessoa idosa, quanto maior o nvel de dependncia, menor a sua capacidade de
dizer suas necessidades. Em determinados momentos os sentidos da pessoa idosa tornam-se ainda
mais deficientes em conseqncia de aparelho auditivo funcionando mal, prteses dentrias mal
ajustadas, culos inadequados, entre outros. evidente que nesses momentos a ateno dever ser
muito maior para melhor compreender seus desejos. Essa compreenso ajudar o cuidador a
melhorar o seu relacionamento com o idoso.
A comunicao no s verbal, ou seja, a comunicao feita no somente atravs de palavras,
sejam elas faladas ou escritas. Muitas vezes a comunicao no verbal pode ser mais significativa e
confivel para conhecermos os desejos dos idosos como, por exemplo, o olhar e o toque.
Por outro lado, existem algumas situaes que podem prejudicar a comunicao e que
devem ser evitadas ou para as quais devem-se buscar solues para diminuir o seu efeito. o que
ocorre, por exemplo, quando muitas pessoas conversam ao mesmo tempo, em um ambiente com
muito rudo de qualquer origem ou ainda, o fato de ser fazer exigncias quando as pessoas esto
muito cansadas fsica ou mentalmente.
Recomendaes para uma boa comunicao com o idoso
- Utilizar sempre frases simples, claras e afirmativas;
- Conhecer o vocabulrio utilizado pelo idoso;
- Evitar fazer discursos ou ficar falando sozinho durante muito tempo;
- Falar sem gritar, de maneira pausada e calma, sem ser muito lento;
- Ouvir o idoso com pacincia, respeitando seu ritmo de resposta;
- Falar de frente de forma que o idoso possa ler seus lbios;
- Evitar comunicar-se em ambientes barulhentos;
- Respeitar o idoso com suas caractersticas pessoais;
- Valorizar a experincia do idoso;
- Ser amvel, paciente e atencioso;
- Permitir que o idoso participe do dilogo e das decises tomadas em casa;
- Evitar expresses do tipo deve, no deve, porque reflete um relacionamento autoritrio;
- Evitar expresses v, v, vozinha etc...., que depersonalizam e inferiorizam o idoso,
procurando cham-lo pelo nome;
- No infantilizar o idoso;
- Ser criativo para fazer o necessrio nas condies possveis. Ou seja, ter alternativas de
comunicao como utilizar figuras, gestos, palavras familiares para que ocorra a comunicao mais
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efetiva.
- Ter clareza e sinceridade com atitudes essenciais no relacionamento com o idoso e sua famlia.
*Etnografia: Estudo descritivo das diversas etnias, de suas caractersticas antropolgicas, sociais, etc.
2.2- Aplicao do Processo de Enfermagem ao cuidado Gerontolgico
Papel da enfermagem
O enfermeiro um profissional qualificado de nvel superior, responsvel pela promoo,
preveno, recuperao, e reabilitao dos indivduos a quem comete os cuidados, seja individual,
coletivo ou comunitrio. Estando apto para atuar nas reas da sade assistencial, administrativa, ou
gerencial. Ainda dentro da rea, encontramos pessoas capacitadas como, auxiliares e tcnicos de
enfermagem, possuindo funes especificas designadas pelo enfermeiro. Contudo, a figura principal
e central relacionado aos servios e atuaes profissionais de ateno sade o paciente. Este,
variando de individuo para individuo, pode depender de vrios cuidados, e necessidades, tendo a
enfermagem que identificar e tomar medidas que aliviem seu sofrimento. Para certos
indivduos/pacientes algumas necessidades bsicas so essenciais para manter a satisfao pessoal
e quando h limitaes para a realizao dessas prticas dirias, o paciente necessita de cuidado
mais prximos.
Atuao junto aos idosos
Os enfermeiros so profissionais de sade com um papel prioritrio no apoio aos idosos,
patolgicos ou no, independentes ou no, com autonomia ou no. So profissionais determinantes,
principalmente no processo de reabilitao fazendo com que a assistncia seja sistematizada
permitindo assim que se identifiquem os problemas dos idosos de maneira individualizada, colocando
seus conhecimentos tericos-prtico no controle do processo do envelhecimento, e sempre mantendo
sua formao em continuidade para os estudos clnicos preventivos, curativos e paliativos a essa
populao.
Segundo a Organizao Mundial da Sade (OMS), cuidados paliativos so uma abordagem
que objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doena que
ameaa a vida, atravs da preveno e alivio de sofrimento, atravs da identificao precoce e
avaliao impecvel, tratamento de dor e outros problemas fsicos, psicolgicos e espirituais.
A enfermeira tambm tem como papel avaliar cuidados da assistncia, dar acessoria, planejar
e coordenar servios prestados pela enfermagem, orientaes e avaliaes das aes relacionadas
sade dos idosos, comandar no tratamento de feridas, lceras de presso, planejando aes de
proteo ao surgimento de escaras e complicaes das doenas do idoso, estimulando deambulao
precoce, e gerenciando procedimentos em sade, deve saber investigar e identificar os casos em
prioridade, abordar corretamente o idoso, agir coordenadamente com outros profissionais, traar
intervenes eficazes para cada caso.
Preventivamente, pode utilizar-se de estratgias educativas a sade, em todos os nveis de
complexidade. Deve ainda estimular o autocuidado, atuando na preveno e no na complicao das
doenas inevitveis, individualizando o cuidado a partir do princpio de que todos os idosos vo
apresentar um grau diferente de dependncia, diferindo assim a maneira de assistncia.
A equipe de enfermagem deve zelar para que o idoso consiga aumentar os hbitos
saudveis, diminuir e compensar as limitaes inerentes da idade confortar-se com a angustia e
debilidade da velhice, incluindo o processo de morte. No entanto, observa-se em muitas instituies a
ausncia do enfermeiro, assim como da equipe multiprofissional (Aires, Paz e Perosa, 2006). Fato
justificado pela falta de recursos financeiros, e da conscincia dos governantes para tal problema
presente, que futuramente ns, provavelmente vamos enfrentar.
2.3-Avaliao Funcional
Avaliao Funcional do Equilbrio Corporal e do Risco de Queda
A avaliao funcional do equilbrio corporal e da mobilidade em idosos um processo que
envolve a avaliao de vrios sistemas envolvidos no mecanismo do controle postural. Vrias escalas
e testes funcionais tm sido desenvolvidos com o propsito de identificar comprometimento do
equilbrio e risco de queda em idosos. No entanto, cabe ressaltar que embora sejam teis no
delineamento do prognstico funcional, poucos contribuem de fato para o diagnstico fisioteraputico
quanto aos aspectos relacionados a habilidades para o desempenho de tarefas de controle do
equilbrio corporal.
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PSF e como fonte desse estudo, deve prestar aos idosos de sua rea de cobertura, uma assistncia
integral e isso s possvel quando se conhece as particularidades da pessoa idosa.
3.3- Efeitos da Medicao em Idosos
Nas ltimas dcadas, tem- se observado um acrscimo do nmero e da percentagem de
idosos relativamente populao em geral, como resultado de uma reduo de nascimentos e da
evoluo econmica e mdica que favorece a esperana de vida.
H 100 anos, apenas 2% da populao tinha idade superior a 65 anos.Em 1980, nos E.U.A,
12% dos seus habitantes tinham mais de 65 anos, calculando- se que, no ano 2030, esta
porcentagem atinja 21%. A percentagem de pessoas com mais de 85 anos aumentou 40% na ltima
dcada e pensa- se que duplicar no sculo XXI. Os 12% da populao dos E.U.A. com mais de 65
anos consomem 20-25% da quantidade total de medicamentos consumidos naquele pas.No Reino
Unido, para uma percentagem idntica em idosos, gastam- se 30% das despesas totais em
medicamentos.
Cada quatro de cinco idosos possuem uma patologia crnica e cr- se que, com as novas
tcnicas de diagnstico, estas patologias sero mais facilmente identificadas.A utilizao de tcnicas
inovadoras, como a que se baseia nas imagens de ressonncia magntica nuclear, a tomografia, as
tcnicas radioimunolgicas e as que utilizam os anticorpos monoclonais, permitem chegar
elaborao de diagnsticos que, h alguns anos, no seria possvel ou que demorariam muito tempo.
Como em qualquer outro grupo etrio, a teraputica farmacolgica no idoso deve ser eficaz, segura e
racional. A OMS e o Comit de Segurana dos Medicamentos no Reino Unido estabeleceram critrios
de MEDICAMENTOS DE RISCO PARA O IDOSO, apontando frmacos e situaes que aumentam a
probabilidade de desenvolvimento de transtornos no doente idoso, tendo de citar por exemplo, a
maior sensibilidade deste grupo etrio aos psicotrpicos, a frmacos que so eliminados
predominantemente por via renal e que, pela acumulao que pode ocorrer naturalmente,
desenvolvem efeitos secundrios (ADRs).
No doente idoso, de se considerar fortemente o desenvolvimento de interaes farmacolgicas,
atendendo principalmente ao fato de existir uma polifarmcia como conseqncia das patologias
mltiplas nestes doentes.Sabe- se que a ocorrncia de ADRs aumenta com a idade, sendo nas
dcadas dos 80 e 90 duas a trs vezes maior do que nas idades inferiores a 50 anos.Este fato
atribudo teraputica mltipla, gravidade das patologias e idade.
ADR/ Interaes
-Teraputica mltipla
-Gravidade das doenas
-Idade avanada
Ao demonstrar o fato, referimos 200 casos consecutivos admitidos na Unidade Geritrica de
Aberdeen, na Esccia, em que 78% dos doentes apresentavam, no mnimo, 4 diagnsticos.Outro
estudo demonstrou que doentes ambulatrios com idade superior a 60 anos tomavam pelo menos
dois medicamentos. medida que aumenta o nmero de medicamentos tomados, verifica- se uma
maior incidncia de ADRs.
Encontra- se tambm demonstrado que as ADRs contribuem de maneira significativa para a
morbilidade e para a admisso hospitalar. Num estudo realizado num hospital psicogeritrico, 16%
das hospitalizaes foram atribudas a ADRs.Num outro estudo multicntrico, verificou- se que as
ADRs eram responsveis por 10,5% de hospitalizaes de idosos. Dentre as ADRs mais freqentes,
podem- se citar a confuso,ataxia, quedas, hipotenso postural, reteno urinria e obstipao.
ADRs freqentes no idoso:
-Confuso
-Ataxia
-Quedas
-Hipotenso postural
-Retenso urinria
-Obstipao
Dentro dos frmacos que so responsveis mais freqentemente por ADRs, referem- se
antihipertensores, antiparkinsnicos,antipsicticos e os sedativos. O tratamento do doente idoso exige
cuidados especiais e uma correta avaliao dos seus objetivos, porque se pode dirigir apenas ao
alvio da sintomatologia, supresso da doena ou cura.Atendendo esperana de vida ser
atualmente longa, vale a pena dirigir a teraputica para a cura.
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O idoso pode apresentar muitas situaes clnicas em que os sintomas nem sempre so
devidamente tratados com medicamentos. Por causa do aumento da freqncia dos efeitos
secundrios e de interaes, a eficcia da teraputica dever ser avaliada continuamente e
suspensos os medicamentos desnecessrios
II . Determinantes Principais Que Alteram A Resposta Aos Frmacos No Idoso
J se referiu o fato da existncia de patologias mltiplas no idoso que podem complicar e dificultar o
diagnstico, assim como a escolha de teraputica adequada. A complexidade teraputica que obriga
a existncia de vrias doenas associadas conduz ao aparecimento de erros teraputicos, a m
adeso, a uma maior prevalncia de ADRs e de interaes medicamentosas no idoso. Quando se
avalia uma teraputica num idoso, h a considerar trs peas fundamentais em jogo:
A considerar no tratamento do idoso
Prescritor
Doente
Medicamento
Relativamente ao Prescritor, deve- se ter em ateno as dificuldades por que ele passa na
elaborao de um diagnstico correto, base para a escolha adequada dos medicamentos. O
Prescritor no dever nunca esquecer que o idoso requer cuidados especiais, iniciando- se estes pela
dificuldade que o doente tem em compeender as instrues recebidas. O Doente Idoso, pelo
envelhecimento natural, possui caractersticas prprias resultantes da deteriorao mental e fsica.
ele prprio responsvel por alguns problemas teraputicos, nomeadamente os que so
condicionados pela necessidade de tomar um grande nmero de medicamentos, pela fraca adeso,
pelo nmero elevado de erros de medicao que comete, os quais se pode afirmar serem induzidos
pela polifarmcia a que est sujeito. A confuso mental, as falhas de memria, as perturbaes
visuais e auditivas, a destreza manual reduzida so fatores que condicionam tambm a teraputica
no idoso.
Devemos tambm considerar alteraes sofridas pelos medicamentos neste grupo etrio, no
mbito da farmacocintica e da farmacodinamia, as alteraes dos processos homeostticos e a
automedicao. Quando surgem ADRs, torna-se, por vezes, difcil distinguir entre elas e a prpria
doena. Para o efeito h que conhecer a sintomatologia, com exatido, todos os medicamentos que o
doente est a tomar (no esquecendo os da auto medicao) e a relao temporal entre a tomada
dos medicamentos e o aparecimento das ADRs.
De um modo geral, os efeitos secundrios surgem logo no incio da teraputica at as
primeiras semanas; h no entanto excees como quando se manifesta um agravamento de uma
doena previamente existente:ex.: as insuficincias cardaca, renal ou heptica, desidratao,
hipocaliemia ou disquinesia tardia, casos que surgem geralmente durante teraputicas prolongadas.
Pode ainda suceder que as ADRs surjam aps a suspenso da teraputica, como sucede com os
feitos induzidos pela suspenso de .psicofrmacos. A identificao do medicamento responsvel por
uma ADR fundamental e pode ser conseguida pela aplicao de vrios processos: suspenso do
frmaco suspeito da induo da ADR e monitorizao do doente com a avaliao do
desaparecimento da ADR e verificao do seu desaparecimento quando da readministrao do
mesmo.
Esta ltima fase pode no ser realizvel, pelo doente no conseguir suportar os efeitos
adversos ou se estes puserem a vida do doente em perigo. Quando as ADRs resultam de uma
sobredosagem, pode- se proceder determinao da concentrao srica do frmaco para
confirmao. Este mtodo apresenta limitaes por ter apenas valor retrospectivo e por s se poder
aplicar a frmacos com semividas prolongadas.
Categorias Dos Efeitos Secundrios (ADRs)
Quer surjam no idoso ou em outro grupo etrio, podem ser consideradas em duas classes
principais:
Reaes Dosedependentes
Podem se manifestar simplesmente como extenso dos efeitos farmacolgicos (ex.:
hipotenso mais marcada no idoso, hiponatremia pelos diurticos ou sedao dirna pelos
hipnticos) ou pelo aparecimento de outras propriedades farmacolgicas do medicamento (ex.:
hipotermia pelas fenotiazinas, sedao e reteno urinria pela mianserina).
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Reaes Idiossincrticas
Independentes da dose e imprevisveis. Incluem- se nesta classe as reaes alrgicas e a
ictercia provocada pela clorpromazina.
Fatores Condicionantes Do Aparecimento Da ADRs
Passamos a rever os fatores que contribuem para o aparecimento das ADRs no idoso e como
proceder para minimizar o seu desenvolvimento. Na figura n;mero 1 esses fatores esto
representados esquematicamente e interligados.
Adeso Teraputica
Na maioria dos casos o idoso no segue com rigor as instrues recebidas. Podem ser
vrias as causas desta falta de adeso, como o fato de ele ter dificuldade em compreender as
instrues dadas pelo mdico ou por outros profissionais de sade.
Este fato faz com que os medicamentos no sejam tomados nas doses prescritas ou com os
intervalos de tempo recomendados; pode ainda ser alterada a durao da teraputica ou no serem
seguidos os cuidados adicionais recomendados, sem os quais os resultados finais desejados no so
seguidos.
A confuso mental est tambm na origem de muitos erros de teraputica, que se traduzem
por enganos de doses, horrio de tomada, troca de medicamentos, etc.O idoso no raramente toma
uma dose mais elevada de um medicamento com o objetivo de se curar mais rapidamente ou para
que o resultado do tratamento seja melhor. Pode ainda suceder que se esquea que j tomou um
dado medicamento e, passado algum tempo, repita a dose.
Contrariamente, pode- se esquecer de tomar os medicamentos ou voluntariamente no os tomar por
razes de vrias ordens (ex.: no gosta do sabor do xarope, atribui ao medicamento uma reao
desagradvel, tem dificuldade em engolir a cpsula ou o comprimido, est convencido de que o
medicamento no lhe til, tem dificuldade em a brir o frasco pela reduo de sua destreza manual,
etc.)
A viso deficiente pode tambm ser responsvel por enganos, por dificultar a leitura das
instrues inscritas na embalagem, por conduzir troca de um medicamento, principalmente se
ambos so comercializados pelo mesmo laboratrio e apresentam cartonagens com colorao iguais.
M adeso
Falta de compreenso
Confuso mental
Viso deficiente
Tremor das mos
Voluntria
A obrigatoriedade da medio de volumes rigorosos (ex.: 1 colher de ch, gotas,etc.) podem
tambm dificultar a adeso, porque o doente pode no ver cair as gotas; o tremor das mos pode
no permitir manter a colher direita sem verter,etc.
No raramente, o idoso no se apercebe realmente de sua falta de adeso teraputica ou ento
esconde- a dos seus familiares e do mdico, pelo que h necessidade de se proceder a uma
vigilncia para a deteco destas situaes.
Dentre as medidas que se podem tomar para verificar se o doente toma os medicamentos,
inclui- se a que se baseia na contagem peridica dos comprimidos para a confirmao.
evidente que se a falta de adeso for voluntria e o idoso se apercebe deste controle passar a
jogar fora os medicamentos, em vez de os tomar, evitando assim que a sua falta de adeso
teraputica seja detectada.
Numa situao mais extremista pode- se proceder pesquisa urinria do frmaco.
De um modo geral, quando uma teraputica seguida com rigor, o doente sabe
exatamente as instrues que recebeu, pelo que tambm possvel verificar a adeso,
pedindo ao doente informaes de como est a tomar o medicamento, avaliando- se o grau de
conhecimento que possui.
Alteraes Farmacocinticas
Pelas suas caractersticas fisiolgicas diferentes, podem surgir, no idoso, modificaes
farmacocinticas que vo condicionar uma resposta diferente ao dos medicamentos e at mesmo
o aparecimento de ADRs.
a)
Absoro e biodisponibilidade
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Com a idade, o pH gstrico eleva- se, h um atraso no esvaziamento gstrico, uma motilidade
reduzida e um decrscimo no fluxo sanguneo intestinal. Apesar das modificaes apontadas, no
tm sido postas em evidncia alteraes significativas da biodisponibilidade.
H, no entanto, patologias gastrointestinais que podem alterar a biodisponibilidade farmacolgica,
como a gastrectomia, estenose pilrica, enterite regional e sndromes de mal absoro.
Quando a biodisponibilidade condicionada por um mecanismo de primeira passagem no fgado,
com a idade, a percentagem de frmaco degradado na primeira passagem pode ir reduzindo,
aumentando a disponibilidade no idoso o clordiazepxido, a digoxina e a prazosina.
b) Distribuio
A distribuio dos frmacos condicionada pela composio corporal, pela ligao s protenas
plasmticas e pelo fluxo sanguneo orgnico.
No idoso h uma reduo do teor de gua total corporal, pelo que uma dada dose administrada
num idoso pode determinar uma concentrao srica mais elevada, se o frmaco se distribuir
predominantemente na gua corporal.
A gordura corporal em relao ao peso aumenta no idoso, at aos 85 anos, reduzindo
posteriormente.
Este aumento responsvel pelo maior volume de ditribuio dos frmacos lipossolveis (ex:
benzodiazepinas ), resultando daqui uma reduo da concentrao e uma maior durao de ao
farmacolgica.
Apesar de tudo, em termos prticos, estas alteraes no so significativas.
Tendo em considerao que o efeito farmacolgico depende da distribuio e da ao do
medicamento no rgo alvo e que estes parmetros so dependentes da ligao do frmaco s
protenas plasmticas, no idoso, pela reduo da relao albumina/globulina, os frmacos que se
ligam predominantemente albumina podem apresentar uma frao livre mais elevada (frao
farmacologicamente ativa) ou vice- versa, se o frmaco se ligar mais globulina.
Estas alteraes na ligao modificam a distribuio e os processos de eliminao, os quais so
condicionados pela frao livre.
Dentre os frmacos que pode,m ser afetados pela alterao da relao entre as protenas figuram:
Os que ligam albumina- ex: diazepam, fenitona,, varfarina.
Osque ligam glicoprotena- ex: antidepressivos, antipsicticos e bloqueadores beta adrenrgicos.
c)
Eliminao
Os principais processos de eliminao dos frmacos o metabolismo heptico e a excreo
renal. Quando h reduo de eliminao, o frmaco apresenta um efeito mais prolongado e a
concentrao plasmtica aumenta, se a dose no ajustada ao doente. Relativamente aos
processos metablicos hepticos, sabe- se que a massa e o fluxo sangneo hepticos se reduzem
com a idade, no entanto, contrariamente ao que se poderia esperar, no h reduo das reaes
metablicas, em geral, havendo apenas uma diminuio nos processos oxidativos.
No que se refere excreo renal, sabe- se que o fluxo sangneo renal, o ndice de filtrao
glomerular e a funo tubulardeclinam com a idade, sendo a filtrao glomerular reduzida 35% em
pessoas com 90 anos. Deve-se notar que , atravs da depurao da creatinina, esta modificao no
visvel, porque paralelamente o idoso apresenta uma massa muscular menor e uma produo de
creatinina inferior, pelo que se mantm os valores normais de creatinemia. Para o clculo exato da
depurao da creatinina conveniente utilizar frmulas que entrem em considerao com a idade,
como a seguinte:
Clcr (ml/ min) = (140 - idade) x peso ( kg )
72 x cretinemia (mg / dl )
Clcr - Depurao da cretinina
Para o clculo da Clcr para mulheres, h que multiplicar pelo factor 0,85.
Atendendo reduo das capacidades de excreo renal, os medicamentos eliminados
primariamente pelos rins e que apresentem uma margem teraputica estreita podem dar origem ao
desenvolvimento da toxicidade por acumulao, se no houver o cuidado de adptar a posologia a
este grupo etrio ( ex: aminoglicosidos, digitlicos, tetraciclina, cimetidina,etc.).
Fatores Farmacodinmicos
Para que um exera o seu efeito, h que considerar a sua ao nvel de receptor e os processos
homeostticos do doente, que podem estar alterado no idoso :
a) Sensibilidade dos receptores
A resposta dos receptores que, hoje em dia, est melhor estudada no idoso a funo betaadrenoreceptor, no entanto existem divergncias de opinio entre os investigadores, parecendo
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contudo que neste grupo etrio a intensidade da resposta menor . Relativamente aos receptores
das benzodiazepinas, parece que eles qpresentam uma maior sensibilidade no idoso.
b) Alteraes da homeostase
As alteraes da homeostase no idoso so responsveis freqentemente por ADRs e pelo
aumento da sensibilidade dos efeitos farmacolgicos.
As alteraes homeostticas do idoso mais evidentes so as do aparelho cardiovascular que se
traduzem pelo desenvolvimento de uma taquicardia menos marcada do que no jovem, como resposta
a certos estmulos , e uma menor adaptao ao efeito dos antihipertensores.
O controle dos barorreceptores menos eficiente, tornando- o mais sensvel a variaes da
presso arterial provocadas no s'po pelos anti- hipertensores mas tambm por diurticos,
antihistamnicos, antidepressivos,fenotiazinas, etc.
Tambm, os termorreceptores esto menos sesveis a variaes de temperatura, o que
torna as pessoas deste grupo etrio mais vulnerveis hipotermia induzida pelo ambiente ou por
ao de medicamentos (ex: antidepressivos, fenotiazinas, narcticos, barbitricos, etc.)
As funes intestinal e urinria resistem menos ao "stress" e ao efeito de laxantes, diurticos,
fenotiazidas, benzodiazepinas, anticolinrgicos, etc.
Homeostase alterada por:
Alteraes do aparelho cardiovascular
Menos sensibilidade dos : barorreceptores, termoreceptores
Alteraes das funes : inestinais, urinrias
Estabilidade corporal comprometida
O idoso tem a estabilidade corporal comprometida, o que o torna mais susceptvel a desequilbrios
induzidos por medicamentos (ex: nitrazepam ).
Do mesmo modo tambm a sensibilidade a frmacos quem elevam a glicemia maior ( ex:
glucocorticides, diurticos, etc.).
c) Factores nutricionais
Os aspectos nutricionais do idoso, normalmente deficientes, podem ter repercusses a nvel da
resposta farmacolgica como conseqncia de modificaes da farmacocintica; tivemos j ocasio
de referir as implicaes da hipoalbuminemia. So tambm de referir as interaes em nvel da
absoro de medicamentos com demora ou reduo do teor absorvido quando os frmacos so
tomados com o estmago cheio ( ex: propranolol, metroprolol, nitrofurantroina, hidroclorotiazida, etc.).
d) Patologias
H doenas comuns do idoso que podem ser responsveis por alteraes da resposta
farmacolgica, como as leses da mucosa gstrica, obstipao, insuficincias coronria e cardaca,
hipertrofia prosttica, doena orgnica cerebral, etc.
V . Sintomas E Frmacos Que Mais Freqentemente Determinam ADRs No Idoso
O sistema nervoso central (SNC) um dos mais sensveis s ADRs, manifestando- se delrio,
confuso, convulses, pesadelos, sonhos vivos, insnias, sedao, depresso, reaes
extrapiramidais e at mesmo quedas resultantes da ao dos medicamentos sobre o SNC.
Quadro 1- Frmacos que provocam freqentemente efeitos secundrios nos idosos
Confuso mental
Depresso
Quedas
Hipnticos
Metidopa
Hipnticos
Tranqilizantes
Reserpina
Tranqilizantes
Antidepressivos
Bloqueadores b
Antidepressivos
Antipsicticos
Tranqilizantes
Antihistamnicos
Anticolinrgicos
Levodopa
Carbamazepina
NSAIDS
Fenitoina
Levodopa
Nitroglicerina
Bromocriptina
Frmacos que det.
Antidiabticos
Hipotenso postural
(por hipoglic.)
Corticoides
Digitlicos
Fenitona
Cimetidina
H certos grupos farmacolgicos que, pela sua margem teraputica estreita, toxicidade e
possibilidade de acumulao, exigem cuidados especiais e adaptao posolgica. Dentre eles esto
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Quadro 2- Frmacos que provocam freqentemente efeitos secundrios nos idosos (cont. )
Hipotenso postural
Obstipao
Incontinncia
urinria
Diurticos
Hipotensores
Codena
Diurticos
Dextropropoxifeno
Hipnticos
Antianginosos
Estupetacientes
Tranqilizantes
Bloqueadores b
Analgsicos
Antipsicticos
Diurticos
Prazosina
Hipnticos
Anticolinrgicos
Labetalol
Tranqilizantes
Bloqueadores b
Antidepressivos
Verapamil
Farm. Obstipantes
Antipsicticos
Nifedipina
Antihistamnicos
Antipsicticos
Levodopa
Antidepressivos
Bromocriptina
Nos quadros nmeros 1 e 2 apresentamos alguns frmacos que ocasionam hipotanso postural,
obstipao, incontinncia urinria, confuso mental, depresso e que podem ser responsveis pelos
efeitos secundrios mais exacerbados no idoso.
Muitos autores chegam a recomendar frmacos para administrao nos idosos e a proibir o uso
de outros mais suscetveis de provocar efeitos secundrios graves.
3.4- Consideraes sobre a administrao de Medicamentos em Idosos
O uso de medicamentos entre os indivduos acima de 65 anos fator de preocupao, dada a
possvel ocorrncia de reaes adversas num organismo mais frgil. Dois aspectos podem agravar o
problema: a qualidade da regulamentao sanitria e da assistncia mdico-farmacutica.
Os rgos de regulamentao - no Brasil denominados vigilncia sanitria - autorizam o registro
de produtos farmacuticos insuficientemente testados, sem comprovao satisfatria de eficcia e de
segurana, sem monitorao ps-comercializao, e com efeitos semelhantes aos de outros, j
registrados. Como resultado, o perfil dos produtos oferecidos ao consumidor retrata as motivaes
econmicas dos fabricantes, e no as necessidades dos usurios.
Quanto qualidade da assistncia mdica, suas distores so conhecidas por todos: rede
privada voltada para o lucro e rede pblica tornada inoperante pelo processo de privatizao do
Estado. Resultado: baixas cobertura e resolutividade, principalmente para aqueles que contam
apenas com o SUS. A qualidade da assistncia farmacutica e da prescrio igualmente
inadequada: difuso insuficiente de informao cientfica, farmcias comerciais praticantes vorazes
da empurroterapia, desarticulao entre os profissionais de sade - mdicos, farmacuticos,
dentistas. Alm disso, h uso vicrio dos produtos farmacuticos; eles so empregados como
sucedneos de um estilo de vida saudvel, e tomados mais pelos seus valores simblicos do que por
suas propriedades teraputicas.
Face s distores na produo, na regulamentao, na prescrio e no uso de medicamentos,
no de estranhar que quase dos idosos receba no mnimo um frmaco imprprio (Gurwitz, 1994)!
Cerca de 90% dos idosos consomem pelo menos um medicamento, e 1/3 deles cinco ou mais,
simultaneamente (Stuck et al., 1994.; Polloow et al., 1994). Seu uso irracional se traduz em consumo
excessivo de produto suprfluos, ou no indicados, e subutilizao de outros, essenciais para o
controle das doenas. A mdia de produtos usados por pessoa oscila entre 2 e 5 (Chrischilles et al.;
Laukkanen, 1992.; Anderson & Kerluke, 1996). So preditores do uso a idade avanada (Baedel,
2000), o sexo feminino, as piores condies de sade e a depresso (Chrischilles,1990; Chrischilles,
1992). Entre as classes teraputicas mais consumidas esto os produtos os cardiovasculares, os antireumticos, e os analgsicos.
Potencial para efeitos adversos
H diversos indicadores teis para avaliar o potencial danoso dos medicamentos usados numa
populao, entre os quais a proporo de multiusurios; de usurios de produtos inadequados, que
interagem entre si, ou de produtos redundantes (com a mesma finalidade teraputica).
Numa populao razoavelmente sadia, a proporo de usurios de mltiplos medicamentos Enfermagem Geritrica
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ler o rtulo do medicamento trs vezes, e antes de cada uma das seguintes etapas compareo com a prescrio mdica:
de retirar o recipiente do armrio;
de colocar o medicamento no recipiente para administrar;
de repor o recipiente no armrio.
na bandeja de medicamentos deve colocar sempre juntos o carto e o recipiente de
medicamentos.
no tocar com a mo em pastilhas, drageias, cpsulas, comprimidos.
antes de administrar o medicamento, deve-se esclarecer ao paciente qualquer dvida
existente.
lembrar a regra dos 5 certos
somente aps administratar a medicao que se deve dar baixa, nunca antes.
fazer sempre a anotao no relatrio sempre que o medicamento no for administrado
indicando qual o motivo.
qualquer efeito dos medicamentos ou queixas do paciente, devem ser anotados de forma
detalhada.
ao despejar o medicamento no copo graduado deve garantir que se efectua este processo
numa superficie plana. (ver em baixo nota 1)
NOTA 1: Correspondncia
20
Alm do mais, essas alteraes podem ocasionar vrias patologias fsicas e psquicas. Cabe a
ns, educadores fsicos, usarmos da nossa profisso, como um dos meios de minimizar e prevenir
estas, tornando-os indivduos/idosos mais saudveis, mais aptos, bem dispostos, independentes,
reintegrados, com melhores condies de vida, valorizando-se e sendo valorizado.
PIRES et al. (2002, p.1) consideram que, "a velhice sempre vista como um perodo de decadncia
fsica e mental. um conceito equivocado, pois muitos cidados que chegam aos 65 anos, j que
esta a idade oficializada pela Organizao das Naes Unidas, como limite entre fase adulta e
velhice, ainda so completamente independentes e produtivos. Acreditamos na decadncia sim, mas
da sociedade que perde, no dando valor ou criando espaos adequados para as necessidades de
nossos velhos. A populao idosa, em nosso pas, cresce a cada dia e com ela as dificuldades e as
necessidade de adequar solues eficientes, junto aos rgos pblicos, com o objetivo de tornar
digna a vida de nossos idosos".
4.2- Administrando Problemas Psicossociais
A velhice um perodo normal do ciclo vital caracterizado por algumas mudanas fsicas,
mentais e psicolgicas. importante fazer essa considerao pois algumas alteraes nesses
aspectos no caracterizam necessariamente uma doena. Em contrapartida, h alguns transtornos
que so mais comuns em idosos como transtornos depressivos, transtornos cognitivos, fobias e
transtornos por uso de lcool. Alm disso, os idosos apresentam risco de suicdio e risco de
desenvolver sintomas psiquitricos induzidos por medicamentos.
Muitos transtornos mentais em idosos podem ser evitados, aliviados ou mesmo revertidos.
Conseqentemente, uma avaliao mdica se faz necessria para o esclarecimento do quadro
apresentado pelo idoso.
Diversos fatores psicossociais de risco tambm predispem os idosos a transtornos mentais.
Esses fatores de risco incluem:
Perda de papis sociais
Perda da autonomia
Morte de amigos e parentes
Sade em declnio
Isolamento social
Restries financeiras
Reduo do funcionamento cognitivo (capacidade de compreender e pensar de uma forma lgica,
com prejuzo na memria).
Transtornos psiquitricos mais comuns em idosos
Demncia
Demncia tipo Alzheimer
Demncia vascular
Esquizofrenia
Transtornos depressivos
Transtorno bipolar (do humor)
Transtorno delirante
Transtornos de ansiedade
Transtornos somatoformes
Transtornos por uso de lcool e outras substncias
Demncia
Demncia um comprometimento cognitivo geralmente progressivo e irreversvel. As funes
mentais anteriormente adquiridas so gradualmente perdidas. Com o aumento da idade a demncia
torna-se mais freqente. Acomete 5 a 15% das pessoas com mais de 65 anos e aumenta para 20%
nas pessoas com mais de 80 anos.
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Os fatores de risco conhecidos para a demncia so: Idade avanada Histria de demncia na famlia
Sexo feminino
Os sintomas incluem alteraes na memria, na linguagem, na capacidade de orientar-se. H
perturbaes comportamentais como agitao, inquietao, andar a esmo, raiva, violncia, gritos,
desinibio sexual e social, impulsividade, alteraes do sono, pensamento ilgico e alucinaes.
As causas de demncia incluem leses e tumores cerebrais, sndrome da imunodeficincia adquirida
(AIDS), lcool, medicamentos, infeces, doenas pulmonares crnicas e doenas inflamatrias. Na
maioria das vezes as demncias so causadas por doenas degenerativas primrias do sistema
nervoso central (SNC) e por doena vascular. Cerca de 10 a 15% dos pacientes com sintomas de
demncia apresentam condies tratveis como doenas sistmicas (doenas cardacas, renais,
endcrinas), deficincias vitamnicas, uso de medicamentos e outras doenas psiquitricas
(depresso).
As demncias so classificadas em vrios tipos de acordo com o quadro clnico, entretanto as mais
comuns so demncia tipo Alzheimer e demncia vascular.
Demncia tipo Alzheimer
De todos os pacientes com demncia, 50 a 60% tm demncia tipo Alzheimer, o tipo mais comum de
demncia. mais freqente em mulheres que em homens. caracterizada por um incio gradual e
pelo declnio progressivo das funes cognitivas. A memria a funo cognitiva mais afetada, mas a
linguagem e noo de orientao do indivduo tambm so afetadas. Inicialmente, a pessoa pode
apresentar uma incapacidade para aprender e evocar novas informaes.
As alteraes do comportamento envolvem depresso, obsesso (pensamento, sentimento,
idia ou sensao intrusiva e persistente) e desconfianas, surtos de raiva com risco de atos
violentos. A desorientao leva a pessoa a andar sem rumo podendo ser encontrada longe de casa
em uma condio de total confuso. Aparecem tambm alteraes neurolgicas como problemas na
marcha, na fala, no desempenhar uma funo motora e na compreenso do que lhe falado.
O diagnstico de excluso, isto , s pode ser feito quando no se encontra nenhuma outra
causa. A rigor, tal diagnstico s realizado ps-morten, atravs de bipsia cerebral, na qual
aparecem alguns sinais caractersticos e exclusivos da doena. A histria do paciente e exame
clnico, alm das tcnicas de imagem cerebral como tomografia computadorizada e ressonncia
magntica podem ser teis no diagnstico clnico. O diagnstico feito com base na histria do
paciente e do exame clnico. As tcnicas de imagem cerebral como tomografia computadorizada e
ressonncia magntica podem ser teis.
O tratamento paliativo e as medicaes podem ser teis para o manejo da agitao e das
perturbaes comportamentais. No h preveno ou cura conhecidas.
Demncia vascular
o segundo tipo mais comum de demncia. Apresenta as mesmas caractersticas da
demncia tipo Alzheimer mas com um incio abrupto e um curso gradualmente deteriorante. Pode ser
prevenida atravs da reduo de fatores de risco como hipertenso, diabete, tabagismo e arritmias. O
diagnstico pode ser confirmado por tcnicas de imagem cerebral e fluxo sangneo cerebral.
Esquizofrenia (esquizofrenia e outras psicoses)
Essa doena comea no final da adolescncia ou idade adulta jovem e persiste por toda a
vida. Cerca de 20% das pessoas com esquizofrenia no apresentam sintomas ativos aos 65 anos;
80% mostram graus variados de comprometimento. A doena torna-se menos acentuada medida
que o paciente envelhece.
Os sintomas incluem retraimento social, comportamento excntrico, pensamento ilgico, alucinaes
e afeto rgido. Os idosos com esquizofrenia respondem bem ao tratamento com drogas antipsicticas
que devem ser administradas pelo mdico com cautela.
Transtornos depressivos
A idade avanada no um fator de risco para o desenvolvimento de depresso, mas ser
vivo ou viva e ter uma doena crnica esto associados com vulnerabilidade aos transtornos
depressivos. A depresso que inicia nessa faixa etria caracterizada por vrios episdios repetidos.
Os sintomas incluem reduo da energia e concentrao, problemas com o sono especialmente
despertar precoce pela manh e mltiplos despertares, diminuio do apetite, perda de peso e
queixas somticas (como dores pelo corpo). Um aspecto importante no quadro de pessoas idosas a
nfase aumentada sobre as queixas somticas.
Pode haver dificuldades de memria em idosos deprimidos que chamado de sndrome
demencial da depresso que pode ser confundida com a verdadeira demncia. Alm disso, a
depresso pode estar associada com uma doena fsica e com uso de medicamentos.
Transtorno bipolar (transtornos do humor)
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por esses neurnios tambm sero afetadas, explicando assim as redues de massa muscular e
fora que observamos na idade avanada. At a idade de 60 anos no so observadas qualquer
evidncia de perda neuronal motora, mas alm dessa idade uma perda acentuada em torno de 25%
de neurnios foi detectada e esta perda se apresentou uniforme em todos segmentos; alm disso,
ocorre uma reduo no dimetro das fibras nervosas.
O envelhecimento conduz a alteraes na estrutura qumica cerebral. Ao redor dos 80
anos existe uma perda acentuada na quantidade de protenas cerebrais e um aumento do DNA total,
provavelmente decorrentes das reaes gliais. O aumento de idade no provoca maiores perdas de
lipdeos, mas o que mais tem merecido a ateno dos pesquisadores so os neurotransmissores.
Observa-se reduo nos nveis de catecolaminas, dopamina e noradrenalina em vrias
regies do encfalo, sobretudo no tronco enceflico e em regies onde terminam os axnios
dopaminrgicos e noradrenrgicos (ncleos da base, hipotlamo e crtexcerebral). As alteraes
mais significativas ocorrem na vianigro-estriatal e podem estar relacionadas com as alteraes
promovidas pelo Parkinsonismo.
Durante o envelhecimento, observa-se que as enzimas que catabolisam a inativao das
catecolaminas, a MAO e a Catecol-O-metiltransferase esto com a atividade aumentada. A sntese
de serotonina est diminuda em decorrncia da diminuio da atividade da enzima responsvel pela
sua sntese, a triptofano hidroxilase.
Os neurotransmissores Acetilcolina e o Gaba esto igualmente diminudos decorrentes tambm da
diminuio da atividade das enzimas que os sintetizam, colina-acetil transferase (Hipocampo) e cido
glutmico descarboxilase (Tlamo). Outras alteraes bioqumicas foram verificadas, por exemplo, as
enzimas limitantes, tirosinahidroxilase e a aromtico L aminocido descarboxilase encontram-se com
suas atividades diminudas
5.3- Alteraes Cardiovasculares do Envelhecimento
O aumento da expectativa de vida trouxe maiores conhecimentos acerca das alteraes
fisiolgicas que ocorrem no aparelho cardiovascular e no sistema msculo esqueltico. Permanece,
contudo, a dificuldade quanto definio da estreita fronteira entre envelhecimento normal e as
alteraes patolgicas.
O envelhecimento encontra-se associado a alteraes estruturais cardacas que tendem a ser
individualizadas. Ocorre o aumento da massa cardaca da ordem de 1 a 1,5 g/ano, entre 30 e 90 anos
de idade. As paredes do ventrculo esquerdo (VE) aumentam levemente de espessura bem como o
septo interventricular, mesmo em ausncia de DCV, mantendo no entanto, ndices ecocardiogrficos
normais. Essas alteraes esto relacionadas maior rigidez da aorta, determinando aumento na
impedncia ao esvaziamento do VE, com conseqente aumento da ps-carga. Paralelamente, h
deposio de tecido colgeno, principalmente na parede posterior do VE. A infiltrao colgena do
miocrdio aumenta a rigidez do corao. A funo sistlica mantm-se inalterada, ocorrendo por
outro lado reduo da complacncia ventricular com prejuzo da funo diastlica, determinando o
prolongamento do tempo de relaxamento ventricular. provvel que esses achados estejam
relacionados diminuio da recaptao de clcio pelo retculo sarcoplasmtico.
Com o envelhecimento, a modulao da funo cardaca pelo sistema nervoso autnomo
(adrenrgico e vagal) diminui, ocorrendo declnio na resposta estimulao adrenrgica do corao
senescente. A resposta -adrenrgica reduzida (menor ativao neural e diminuio da densidade
dos receptores -adrenrgicos) leva a menor cronotropismo, inotropismo e vasodilatao arterial. Em
conseqncia, durante o exerccio ocorre uma diminuio da freqncia cardaca mxima (FCmx) e
do volume sistlico mximo (responsvel por 50% da reduo do VO2mx relacionadas idade).
As artrias sofrem alteraes na elasticidade, distensibilidade e dilatao. O esvaziamento
ventricular dentro da aorta menos complacente favorece o aumento da presso arterial sistlica,
enquanto que o aumento da resistncia arterial perifrica determina um incremento progressivo da
presso arterial mdia. As paredes da aorta tornam-se mais espessas pela infiltrao de colgeno,
mucopolissacardeos e deposio de clcio, com descontinuao das lminas elsticas. A velocidade
da onda de pulso est aumentada, refletindo a reduo da complacncia vascular. A circulao
perifrica sofre alteraes morfolgicas e funcionais, tais como a reduo da relao capilar/fibra
muscular, menor dimetro capilar e alterao da funo endotelial. Especificamente, ocorre reduo
na liberao de xido ntrico e menor resposta vasodilatadora dependente do endotlio, embora a
resposta dos msculos lisos aos vasodilatadores diretos esteja inalterada.
Estas limitaes cardiovasculares em conjunto levam diminuio do dbito cardaco
mximo que produz uma reduo do consumo mximo de oxignio, levando s doenas crnicodegenerativas.
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Cerca de 50% dos idosos atendidos em consultrios de cardiologia apresentam pelo menos uma
cardiopatia. Identificar o exato momento biolgico em que o indivduo comea a ser idoso , na
prtica, invivel, pois o processo de envelhecimento contnuo, sem limites definidos e muitas vezes
silencioso.
Nem sempre possvel identificar os efeitos fisiolgicos do envelhecimento, daqueles provocados
por cardiopatias e/ou sedentarismo. Do ponto de vista cronolgico, aceita-se a definio de idoso
como todo indivduo com idade maior ou igual a 65 anos.
Esquematicamente, resumiremos as principais alteraes observadas nos indivduos dessa faixa
etria:
Alteraes vasculares
- aumento da rigidez das grandes artrias, alongamento e dilatao das mesmas;
- o enrijecimento dessas artrias promove elevao dos nveis da presso arterial sistlica;
- aumento da espessura da parede ventricular;
- a presso diastlica no sofre modificaes significativas com o envelhecimento;
- conforme dados de Berman, observa-se um aumento de 30% na espessura da parede ventricular
esquerda na 8 dcada de vida, e aumento do dimetro artico (aorta ascendente) de
aproximadamente
9%
por
dcada.
Alteraes cardacas
- aumento das dimenses do trio esquerdo.
- aumento da rigidez ventricular
- o processo natural de envelhecimento no prejudica a fora de contrao do corao
Alteraes autonmicas
- durante o esforo fsico, a freqncia cardaca dos idosos aumenta menos do que nos jovens.
Lembramos que os idosos consomem cerca de 3 vezes mais medicamentos que indivduos jovens.
O uso simultneo de mltiplas drogas comum, deixando os indivduos mais susceptveis as
interaes medicamentosas. Vrias alteraes fisiolgicas do envelhecimento contribuem para que
efeitos colaterais, reaes adversas e interaes medicamentosas sejam mais comuns e mais
acentuadas no idoso. Devemos nos lembrar disso, nos casos de piora ou modificao do quadro
clnico, e/ou surgimento de novas queixas.
5.4- Alteraes Musculo-Esquelticas no Idoso
O sistema neuromuscular no homem alcana sua maturao plena entre 20 a 30 anos de
idade. Entre a 3 e 4 dcadas a fora mxima permanece estvel ou com redues pouco
significativas. Em torno dos 60 anos, observada uma reduo da fora mxima muscular entre 30 e
40%, o que corresponde a uma perda de fora de cerca de 6% por dcada dos 35 aos 50 anos de
idade e a partir da, 10% por dcada.
No idoso ocorre tambm uma reduo da massa ssea, mais freqentemente em mulheres, que
quando ocorre em nveis mais acentuados, caracteriza a osteoporose que pode predispor
ocorrncia de fraturas.
Aps os 35 anos h alterao natural da cartilagem articular que associada s alteraes
biomecnicas adquiridas ou no, provocam ao longo da vida degeneraes diversas que podem levar
diminuio da funo locomotora e da flexibilidade, acarretando maior risco de leses. No idoso
tambm ocorre a reduo da massa ssea, mais freqentemente em mulheres, o que pode predispor
ocorrncia de fraturas.
Muitos indivduos apresentam um encurtamento na estrutura. Este encolhimento pode ser
atribudo a uma ou mais causas. proporo que o envelhecimento avana, os discos que separam
as vrtebras principalmente da coluna dorsal passam por vrias alteraes. Em um estado saudvel,
os discos intervertebrais possuem ncleos similares gelatina. Os discos vertebrais de adultos mais
velhos freqentemente perdem uma poro de contedo de gua, que importante para a absoro
de choques, tornando-se mais fibrosos. Isto, juntamente com alteraes da densidade mineral ssea
nas vrtebras, resulta em compresso dos discos. A compresso dos discos reduz o comprimento da
coluna vertebral e causa a perda subseqente de altura total conforma ilustra a Figura 2. As fraturas
por compresso de vrtebras torcicas levam a perda de estatura e cifose torcica progressiva. As
costelas inferiores eventualmente apiam-se nos ossos dos ilacos e a presso para baixo exercida
sobre as vsceras causa distenso abdominal. Outros fatores que contribuem pata a perda de altura
relacionada a idade incluem o mau alinhamento da coluna e a m postura. O curvamento da coluna
pode resultar de uma reduo na capacidade de absoro de choques dos discos vertebrais.
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cncer. J uma respirao bem realizada traz inmeros benefcios, alm de ser capaz de
retardar processo de envelhecimento.
5.6- Alteraes do Sistema Gastrointestinal
O aparelho digestivo recebe os alimentos, transforma-os em produtos menores e mais
simples permitindo que sejam absorvidos junto com a gua e sais minerais, para serem utilizadas
pelo organismo. Este processo denominado digesto e ocorre principalmente ao nvel do estmago
e intestino delgado. tambm responsvel pela eliminao dos produtos finais da digesto.
Praticamente nenhuma substncia digestvel consegue atingir as pores finais do aparelho digestivo
ou intestino grosso. Ao nvel do intestino grosso h absoro de gua e de sais provenientes de
resduos alimentares, levando-os para o sangue.
O sistema digestivo inicia-se pela boca sendo formado pelo esfago, estmago e intestino,
estando intimamente relacionado ao fgado, vescula biliar e ao pncreas.
A cavidade oral um local aonde podem se manifestar algumas doenas. A inflamao da
lngua ou glossite comum na 3a. idade e se deve ao processo de envelhecimento das papilas que
constituem a lngua. A grande maioria das doenas da boca so benignas: gengivites, aftas e cries.
O cncer da boca localiza-se de preferncia na lngua. O cuidado regular com os dentes
fundamental para uma boa sade, o que inclui uma visita regular ao dentista. Mesmo as pessoas que
no possuem mais dentes e se utilizam de prteses devem procurar com regularidade o dentista. O
cuidado com as prteses ou dentaduras tambm muito importante. As prteses devem ser limpas
diariamente e aconselhvel que permaneam fora da boca pelo menos por 6 horas por dia.
Os cuidados preventivos com os dentes tm produzido uma sensvel reduo no nmero de pessoas
sem dentes e uma incidncia cada vez maior de pessoas com dentes naturais na 3 idade.
CONDIO BUCAL DAS PESSOAS DE 3 a IDADE
A populao de 3 idade um grupo bastante heterogneo,devido s condies
sociais,econmicas e de sade geral,mas algumas caractersticas podem ser comuns toda esta
faixa etria.
Devido a uma poltica de sade no mnimo contraditria em nosso Pas, na 2 metade do
sculo XX, foi dado um enfoque maior s crianas e adolescentes,deixando os indivduos idosos
sua prpria sorte e sem qualquer suporte mais dirigido por parte do Estado.
Mesmo assim, devido melhora das condies gerais de sade de toda a populao houve um
aumento na expectativa de vida,que com certeza influenciou nas previses do IBGE mostradas
anteriormente.
A maior queixa bucal do indivduo idoso a perda da eficincia mastigatria, decorrente da
perda de muitos dentais naturais ou por prteses com adaptao inadequada e reflexo do abandono
preventivo estatal existente nos ltimos decnios,sem que haja uma poltica odontolgica
dirigida,constante e abrangente nvel nacional.
Inicialmente o indivduo nesta condio tende a se retrair socialmente (face sua aparncia),
exatamente quando estava numa fase extremamente profcua de difuso de conhecimentos e
enriquecedora na troca de experincias vividas,se tornando um "mutilado social.
Prosseguindo neste processo de afastamento, as conseqncias psicolgicas sero
inevitveis,podendo chegar um desinteresse frente aos alimentos ditos saudveis(e mais
consistentes) em troca por uma dieta mais macia e pobre em nutrientes adequados,com o surgimento
de deficincias nutricionais que iro comprometer o funcionamento de diversos rgos.Por este
lado,geralmente negligenciado pelo profissional imediatista, que a perda pura e simples de um dente
acaba por envolver todo o organismo do indivduo,tanto em um enfoque holstico,como na realidade
orgnica a mdio/longo prazo.
A boca, que o ponto inicial do sistema digestivo,pela ao prioritria das
mucopolisacaridases e proteases presentes na saliva , a responsvel pela correta formatao do
bolo alimentar,que a base de uma condio orgnica,funcional e nutricional adequada.
Esta inevitvel perda de um balanceamento alimentar cria condies teciduais,especialmente
nas mulheres(com 92,9%),desfavorveis para uma mastigao adequada com prteses antigas e
desadaptadas .
Em um pas de 3 o Mundo como o nosso,o custo do quilo de carne tambm ajuda a agravar a
deficincia nutricional e a opo por produtos macios e com um contedo protico crtico ou muitas
vezes inexistente(biscoitos,salgadinhos,por exemplo) cria uma condio que apenas vai
retroalimentar os graves casos de debilitao observveis na clnica geritrica.
Por isto a indicao que antes de nos preocuparmos com que tipo de trabalho deva o
paciente receber,o profissional faa uma anlise geral da dieta(com a anotao de alimentos e
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quantidades ingeridas por refeio) para da poder iniciar a traar um perfil mais abrangente daquele
ser que se encontra a seu lado.
A digesto e assimilao das protenas exige uma produo adequada do cido
hidroclordrico,pepsina e renina nos sucos gstricos,somada tripsina oriunda do pncreas.Com a
idade,estas secrees e as enzimas podero se reduzir,o qu resulta em uma digesto menos
eficiente(e a capacidade de absoro de protenas) e com crises de indigesto que tenderiam a ser
comuns em idosos com alimentao pobre em nutrientes adequados.
Uma dieta balanceada para cada idoso- a ser proposta por uma nutricionista da equipe de
sade - apenas refora o conceito difundido que a digesto se inicia na boca e que seria prejudicada
por condies inadequada nela encontradas.
A constipao intestinal, ou simplesmente a priso de ventre atinge cerca de 20% da
populao mundial, segundo a Organizao Mundial da Sade (OMS) e entre os mais queixosos
esto as mulheres e os idosos. Para o paciente, ela significa fezes excessivamente duras e
pequenas, eliminadas com pouca freqncia e com excessivo esforo. O mdico constata que o
intestino est preso quando o paciente evacua at duas vezes por semana. Os principais fatores que
causam a constipao so a falta de fibra na alimentao, pouca ingesto de gua, sedentarismo,
limitaes nos movimentos dos corpo (seqelas, reumatismo, velhice) e alimentos que causem o
ressecamento das fezes, como o chocolate. Alm disso, doenas endcrinas (hipotireoidismo), a
diabetes e a insuficincia renal crnica podem causar a priso de ventre.
Causas da constipao: falta de fibra na alimentao, pouca ingesto de gua, sedentarismo,
limitaes nos movimentos dos corpo (seqelas, reumatismo, velhice) e alimentos que causem o
ressecamento das fezes, como o chocolate. Alm disso, doenas endcrinas (hipotireoidismo), a
diabetes e a insuficincia renal crnica podem causar a priso de ventre. Certos medicamentos como
antidepressivos, antitussgenos, analgsicos opiceos (codena, morfina), antiparkinsonianos, antihipertensivos, anticidos contendo alumnio e preparados com clcio tambm esto entre as causas.
Patologias neurolgicas e musculares (leses da medula espinhal, esclerose mltipla, Doena de
Parkinson, falha no relaxamento perineal ao esforo de expulso fecal), situaes psiquitricas
(depresso, demncia, traumas), anomalias estruturais do clon (megaclon, fissura anal,
complicaes hemorroidrias, prolapso retal), estreitamento do intestino grosso (complicaes
cicatriciais de diverticulite, inflamaes como efeito indesejvel de radioterapia, tumores malignos do
reto e poro final do intestino grosso) e transito colnico lento (idioptico de causa no identificada
e falsa obstruo intestinal crnica) podem ser causas da constipao.
No Brasil, a principal causa do intestino preso a Doena de Chagas que ataca o intestino e causa o
megaclon (intestino grosso gigante).
Os sintomas da constipao intestinal so a dor abdominal, particularmente no baixo ventre,
distenso sentida ou visvel acompanhada de desconforto abdominal localizado ou difuso, eliminao
de muco, de sangue e de fezes moles alternadas com duras, raramente febre, acompanhando
quadros sbitos e dolorosos, o que tambm vlido para a concomitncia de nuseas e vmitos.
Queixas de inquietude, indisposio, alterao do apetite e do humor so comuns, bem como de dor
de cabea.
O diagnstico feito de forma variada, mas geralmente pode ser feito com exame clnico simples
dependendo das caractersticas de cada paciente. O mdico dificilmente encontra algo importante ou
diagnstico ao exame fsico. Por isso, deve, se possvel, consultar um proctologista, que proceder
ao toque retal e a retoscopia, pois mais de 50% dos tumores do clon esto ao alcance desta simples
metodologia.
O tratamento consiste em modificar a dose ou tipo de medicamento que contribui para o
aparecimento ou piora da constipao, afim de minimizar seus efeitos colaterais, corrigir ao mximo
as causas endcrinas, metablicas, neurolgicas, dieteto-alimentares e proctolgicas causadoras ou
contributivas dificuldade evacuatria, estimular a ingesto de fibras formadoras e umidificadoras do
bolo fecal (granola e farelo de trigo), sugerir o uso de alimentos com propriedades laxativas naturais
(so muito usados o mamo e a ameixa preta), aconselhar o uso de um ou mais dentre as diversas
classes de laxativos, (sempre com parcimnia) e prescrever procinticos (estimulantes peristlticos
por via sangnea, deglutidos ou injetados). O uso de supositrios ou enemas (lavagens intestinais)
tem indicaes importantes.
Mtodos cirrgicos podem ser usados, mas sua indicao rara, exceto nas leses obstrutivas e
nas anais dolorosas. Lavagens intestinais e supositrios podem ajudar, mas, com freqncia a
desimpactao manual sob sedao ou alguma anestesia, se faz necessria. Cabe ressaltar o
cuidado mdico para evitar o dano ao esfncter anal, durante essas manobras.
A preveno o melhor remdio. Para isso, indica a reeducao alimentar e de hbitos para evacuar
com regularidade fezes de consistncia macia, a ingesto de concentrados de fibras regularmente e
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relao sexual. Algumas doenas, como a diabetes melito, tambm podem causar impotncia e,
nesse caso, geralmente a impotncia pode ser tratada. Pode-se trocar os medicamentos e adotar
outros tratamentos que podem ser teis no caso de impotncia. Se houver algum tipo de
preocupao relacionada a esse problema, deve-se consultar o mdico a que se est acostumado ou
um urologista.
A hipertrofia prosttica pode acabar interferindo na mico, pois a prstata aumentada bloqueia
parcialmente o tubo que drena a bexiga (uretra). As alteraes na prstata predispem os homens de
idade mais avanada a infeces do trato urinrio. Se a bexiga for incapaz de drenar a urina
adequadamente, pode ocorrer um refluxo vesicoureteral (regresso da urina aos rins), podendo
ocasionar uma insuficincia renal.
Podem ocorrer infeces ou inflamaes da glndula prosttica (vrias formas de prostatite).
O cncer de prstata mais comum em homens de idade avanada e uma das causas mais
freqentes de morte por cncer nos homens. O mesmo ocorre com o cncer de bexiga que tambm
se apresenta com freqncia em homens de idade avanada. H a possibilidade tambm de se
desenvolver cncer testicular, porm ele mais comum em homens jovens.
PREVENO
No h uma forma de se prevenir muitas das alteraes fsicas relacionadas com a idade
(aumento da prstata, atrofia testicular, etc...).
A impotncia causada por medicamentos, doenas, etc..., em geral, tratada com xito. As
alteraes na resposta sexual esto relacionadas mais freqentemente a outros fatores e no, ao
simples fato de envelhecer. A probabilidade de um homem se manter sexualmente ativo maior
quando h uma companheira com a mesma disposio e quando a atividade sexual no
interrompida durante a meia idade.
Incontinncia urinria: causas e conseqncias
Incontinncia urinria a perda involuntria de urina. Para muitas pessoas, incontinncia
urinria uma fonte de constrangimento e dificuldade social que escondida e deixada sem
tratamento.
Para o especialista em urologia pela Universidade de Saint Louis e Indianpolis - Estados
Unidos, Dr. Marcelo Horta Furtado, estimado que mais de 12 milhes de pessoas nos Estados
Unidos tenham incontinncia urinria e em uma estatstica bastante subestimada mais de 50 milhes
de pessoas nos pases industrializados apresentem o problema.
Segundo o especialista de Belo Horizonte, a incontinncia mais comum entre pessoas mais idosas,
afetando um tero daqueles com mais de 60 anos de idade e normalmente , ela afeta mais mulheres
do que homens.
Aproximadamente 38% das mulheres americanas possuem algum grau de perda involuntria
de urina, e entre pessoas com mais de 60 anos, ocorre duas vezes mais em mulheres do que em
homens. Contrrio crena popular, a incontinncia urinria no uma conseqncia normal da
idade, embora os msculos do trato urinrio possam perder algum tnus quando ns envelhecemos.
Para compreender a incontinncia urinria, seria til compreender o processo da mico. A
mico, explica o especialista, controlada por nervos e msculos do sistema urinrio.
O trato urinrio inclui os rins (os quais filtram o sangue e excretam os produtos finais do
metabolismo do corpo como urina), os ureteres (tubos que conduzem a urina dos rins bexiga), a
bexiga (o saco que serve como reservatrio de urina), a prstata em homens (a glndula envolvida na
produo de smen) e a uretra (tubo que conecta a bexiga ao exterior do corpo).
Quando voc no esta urinando, os msculos dos esfncteres externo e interno da uretra mantm o
tubo uretral fechado. Pequenas quantidades de urina so continuamente esvaziadas na bexiga pelos
ureteres a cada 10 a 15 segundos. Logo, a urina acumula na bexiga e quando a bexiga est cheia, o
crebro envia sinais para os msculos da bexiga contrair e aqueles da uretra relaxar, permitindo,
ento, ocorrer a mico.
A incontinncia ocorre quando o estoque e o esvaziamento da urina da bexiga no funcionam de
uma maneira coordenada. Esta falta de coordenao entre os processos de estoque e esvaziamento
devido a um mau funcionamento dos nervos e msculos da bexiga ou uretra. Em mulheres, a
incontinncia pode tambm ser causado por uma perda de suporte da bexiga e uretra.
Tipos
A incontinncia urinria classificada em diferentes tipos de acordo com o problema de base
causando a condio. Na incontinncia transitria, uma causa reversvel pode ser determinada.
Mais da metade das pessoas idosas com incontinncia tem uma causa reversvel. Estas causas
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podem incluir: infeco urinria, constipao intestinal importante, uso de certas medicaes, doena
aguda, mobilidade restrita, desordens psicolgicas, inflamaes da bexiga, reteno urinria e
desordens hormonais.
Quando uma causa reversvel no pode ser determinada, ela classificada como incontinncia
persistente. importante notar que na maioria dos pacientes, a incontinncia persistente pode ser
melhorada com o tratamento apropriado.
Os tipos de incontinncia persistentes so: incontinncia de estresse (no qual pequenas
quantidades de urina so perdidas quando voc tosse, espirra, ou faz qualquer atividade repentina
que aumenta a presso dentro do abdmen.
O tipo mais comum de incontinncia na mulher), urge-incontinncia (refere a inabilidade em
atrasar a mico quando voc sente que a bexiga esta cheia), incontinncia por transbordamento (na
qual a bexiga enche em excesso e pequenas quantidades de urina vazam sem qualquer aviso) e
incontinncia mista - quando h uma combinao dos tipos acima, esclarece Furtado.
Avaliao
O urologista explica que o mdico ao avaliar um paciente queixando de incontinncia, deve
determinar se existem quaisquer fatores reversveis contribuindo para a incontinncia, como
infeces, o uso de certas medicaes ou outras doenas.
O primeiro passo na avaliao fazer uma histria completa e um exame fsico completo. Para a
histria mdica, o mdico faz questes detalhadas a respeito dos sintomas que o paciente est
sentindo, assim como sobre sua sade, estilo de vida, histria familiar, qualquer problema mdico que
voc possa ter tido e quais medicaes voc esta tomando. Durante o exame fsico, o mdico avalia
quaisquer problemas abdominais, vaginal (mulher), prosttico (homem), neurolgico ou retal.
Os exames de laboratrio so feitos usualmente no sangue e na urina para checar sinais de
infeco ou outras anormalidades. O mdico tambm pode pedir que o paciente faa um "dirio
miccional" no qual anotar todos os lquidos que voc ingerir, sua freqncia , quantidade de urina
durante determinado perodo de tempo e se ocorre qualquer sintoma especial. Isto ajudar o mdico
a determinar a causa da incontinncia.
O urologista lembra ainda que existem outros mtodos para diagnosticar o problema atravs de
exames de imagem, como ultra-sonografia e urografia excretora (exame radiolgico detalhado do
trato urinrio aps a injeo de contraste), que podem ser pedidos para detectar qualquer
anormalidade anatmica ou crescimentos anormais nos rgos do trato urinrio.
Alm disso , o mdico pode solicitar outros exames como a cistoscopia (que permite o mdico
ver o interior da bexiga e uretra atravs de um aparelho tico fino que introduzido pela uretra) e a
avaliao urodinmica (que avalia como a bexiga estoca e esvazia a urina, como a bexiga e uretra
funcionam juntas e a velocidade e fora do jato urinrio).
Tratamento
Existem muitas opes diferentes disponveis para o tratar a incontinncia urinria. O mdico o
"expert" em definir qual a opo mais adequada para as necessidades individuais de cada paciente.
Neste caso , o mdico recomendar uma opo apropriada ou outras opes baseadas nos
resultados dos exames realizados.
Alguns dos tratamentos disponveis incluem: medicaes (que tratam a incontinncia melhorando
a funo dos nervos ou msculos da bexiga ou uretra), terapia comportamental (algumas mudanas
no comportamento e/ou estilo de vida visando continncia), retreinamento vesical (urinar com
horrio marcado), fisioterapia (exerccios para musculatura plvica e perineal) e procedimentos
cirrgicos (so usualmente recomendados em casos mais graves de incontinncia, so usados para
reparar leses, anormalidades ou mau funcionamento dos msculos ou tecidos do trato urinrio).
Se os tratamentos mdicos ou cirrgicos falham, h alternativas para assegurar um bem - estar e
conforto para o paciente. Entre estas alternativas, esto o uso de absorventes (fraldas descartveis),
insero de um pequeno tubo (cateter) para mecanicamente drenar a urina da bexiga, e uso de
equipamentos externos para coletar urina, comenta o especialista.
5.8- Alteraes do Sistema Endcrino
Os hormnios podem ser entendidos como substncias que agem como mensageiros, levando
informaes s clulas e determinando o direcionamento de sua performace, aumentando ou
diminuindo o trabalho metablico. Os hormnio interferem em uma ou vrias funes celulares,
ativando enzimas, regulando a permeabilidade das membranas, regulando funes nucleares, etc.
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relacionados aos movimentos dos msculos. Existem ainda nervos mistos (que contm fibras
sensoriais e motoras e nervos especiais (simpticos e parassimpticos) que controlam as funes
involuntrias, como as do corao e dos pulmes, por exemplo).
O envelhecimento das clulas nervosas cerebrais (neurnios) se inicia ao redor dos 30 anos.
Este processo leva a uma perda de clulas com conseqente diminuio do peso do crebro, que na
terceira idade chega a pesar 10% a menos.
Por outro lado h uma diminuio na irrigao sangnea devido principalmente ao estreitamento
das artrias e em conseqncia ocorre a diminuio da funo celular, o que leva a queda na
atividade cerebral levando, por exemplo, a diminuio da memria. Quanto ao metabolismo cerebral
observa-se muito poucas alteraes na terceira idade.
Com o avano da idade observa-se um encurtamento do tempo de sono, uma certa mudana no
humor, e uma queda nas atividades motoras e intelectuais. A memria para fatos recentes diminui de
maneira muito caracterstica, mas varia de pessoa para pessoa.
Vrias manifestaes cerebrais so muito caractersticas da terceira idade, como a falta de
memria, e a insnia. Os tremores, os tiques, e as alteraes da fala (afasia) tambm podem
ocorrer na 3 Idade.
A convulso ou epilepsia pode ser o sintoma de inmeras molstias cerebrais, bem como a
cefalia. Os distrbios da gustao e do olfato podem tambm ser manifestaes de certas doenas.
O estado de coma uma manifestao muito importante que em alguns casos no se deve
molstia neurolgica.
O acidente vascular cerebral ou "derrame", as demncias e a doena de Parkinson so as
principais molstias neurolgicas que acometem o sistema nervoso central na 3 idade. O hematoma
intracraniano ou subdural crnico, uma complicao dos traumatismos da cabea e comum no
idoso.Infeces (encefalites e meningites) e tumores tambm podem ocorrer na terceira idade. O
cncer cerebral raro acima dos 70 anos e at esta idade os principais tumores cerebrais so as
metstases e os tumores prprios do sistema nervoso. O estudo do sistema nervoso feito atravs
da tomografia axial computadorizada e da ressonncia nuclear magntica. O exame do lquor em
geral realizado para o estudo das infeces e dos processos inflamatrios que atingem o sistema
nervoso e o eletroencefalograma estuda a epilepsia. A angiografia cerebral deve ser realizada em
algumas situaes em que haja necessidade de se estudar os vasos cerebrais, com destaque para os
aneurismas intracranianos e as ms formaes artrio-venosas.
As neuropatias ou neurites so as doenas que atingem o sistema nervoso perifrico. As
principais neuropatias que atingem a 3 idade so as provocadas pelo diabetes e pela intoxicao
pelo lcool. O herpes zoster produz uma neuropatia muito importante que tambm pode atingir o
idoso: a neurite herptica. Doena que eventualmente atinge pessoas na 3 idade a inflamao de
vrios nervos ao mesmo tempo, ou a polirradiculoneurite.
O comprometimento do nervo tambm pode ocorrer por compresso do mesmo atravs de um
tumor localizado na coluna ou de uma hrnia de disco intervertebral. Esta situao denominada
dor citica, sendo muito caracterstica e que se irradia pela coxa podendo ir at o p.
Uma situao que ocorre com certa freqncia na velhice a Sndrome do Tnel do Carpo,
devida a compresso de nervo ao nvel do punho, provocando dores e formigamentos na mo.
As nevralgias so situaes dolorosas relacionadas aos nervos, destacando-se a nevralgia do
trigmeo.
Enfermagem Geritrica
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