01 - Educação em Museus - A Mediação em Foco PDF
01 - Educação em Museus - A Mediação em Foco PDF
01 - Educação em Museus - A Mediação em Foco PDF
Educao em museus:
a mediao em foco
Universidade de So Paulo
Faculdade de Educao
Educao em museus:
a mediao em foco
Martha Marandino (org)
Realizao
So Paulo 2008
2008
Universidade de So Paulo
Faculdade de Educao
Geenf Grupo de Estudo e Pesquisa em Educao No-formal e Divulgao em Cincia
Organizao: Martha Marandino
Financiamento: Pr-Reitoria de Cultura e Extenso Universitria
Livro elaborado com apoio dos participantes do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educao No-formal e Divulgao em
Cincia da Faculdade de Educao da Universidade de So Paulo durante o 1 semestre de 2007: Adriano Dias Oliveira,
Carla Wanessa A. Caffagni, Cynthia Iszlaji, Elizngela Florentino, Fabola A. C. Meireles, Mrcia Fernandes Loureno,
Maurcio Salgado, Tnia Cerati.
Edio: Geenf Grupo de Estudos e Pesquisa em Educao No-formal e Divulgao em Cincia/FEUSP
Projeto grco e diagramao de capa e miolo: Celso Longo | Imageria Estdio
Preparao e reviso de texto: Jorge de Lima | joralimaTEXTO
E24
FEUSP Cidade Universitria, Butantan. Avenida da Universidade, 308. So Paulo / SP Brasil. CEP 05508-040. Telefone (55 11) 3091 2404
Geenf geenf@fe.usp.br | www.geenf.fe.usp.br
ndice
Apresentao
Captulo 1.
Educao, comunicao e museus
1.1. Aspectos histricos da educao em museus at os dias atuais
1.2. Os museus como espaos de educao no-formal
1.3. A dimenso educativa dos museus
1.4. A dimenso comunicativa dos museus
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Capitulo 2.
A mediao em foco
2.1. Aspectos da pedagogia museal
2.2. Aprendizagem em museus e processos de mediao
2.3. Pblico em museus
2.4. Relao museu-escola
2.5. A importncia da avaliao em museus
2.6. O papel do mediador nos museus
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Atividades
Atividade 1. Explorando o setor educativo dos museus
Atividade 2. Planejando a monitoria de um museu
Atividade 3. Estudo de caso: visitas guiadas
Atividade 4. Ocina de comunicao
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Referncias bibliogrcas
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Apresentao
dessas instituies, educadores e monitores, mas tambm os professores, agentes de turismo, ou qualquer
outro prossional que trabalhe mediando os conheci-
E quem so os mediadores dos museus? So aqueles que atuam nos setores educativos e/ou culturais
Captulo 1.
Educao, comunicao
e museus
Este captulo se prope a apresentar aspectos conceituais
da educao em museus especialmente voltados para a
percepo histrica, poltica e social dessas instituies.
Aborda, de forma sucinta, aspectos histricos dos museus em geral e fornece informaes particulares sobre
os museus de cincias nos contextos internacionais e nacionais. Faz referncia especial ao momento atual das
polticas nacionais voltadas a essas instituies e busca
desenvolver aspectos relativos s dimenses educativas
e comunicativas desses locais.
es pblicas estatais.
saber e da inveno artstica, de progresso do conhecimento e das artes, onde o pblico poderia formar seu
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res do mundo.
museus brasileiros.
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informal, associando esse ltimo aos ambientes cotidianos familiares, de trabalho, do clube etc.
Mas por que os museus tm sido considerados locais de educao no-formal, especialmente no Brasil?
Para compreender melhor essa percepo, importante salientarmos em qual contexto os termos aqui
tratados emergiram. A educao no-formal tornou-se
parte do discurso internacional em polticas educacionais no nal dos anos 1960 (SMITH, 1996). Naquela
poca, esse tipo de educao focava as necessidades
de grupos em desvantagens, tendo propsitos claramente denidos e exibilidade de organizao e de
mtodos. J o sistema de educao formal, principalmente dos pases em desenvolvimento, apresentava
lenta adaptao s mudanas socioeconmicas em
curso, exigindo que diferentes setores da sociedade se
articulassem para enfrentar as novas demandas sociais.
Marco desse movimento o documento da UNESCO, de
1972, Learning to be The Faure Report, que rmou
metas quanto educao ao longo da vida (lifelong
education) e sociedade de aprendizagem (learning
society). Esse documento inuenciou uma diviso j
visvel do sistema educacional em trs categorias, descritas por Combs, Prosser e Ahmed, em 1973 (apud
SMITH, 1996), como:
educao formal: sistema de educao hierarquicamente estruturado e cronologicamente graduado, da escola primria universidade, incluindo os
estudos acadmicos e as variedades de programas
especializados e de instituies de treinamento tcnico e prossional.
educao no-formal: qualquer atividade organizada fora do sistema formal de educao, operando
separadamente ou como parte de uma atividade
mais ampla, que pretende servir a clientes previamente identicados como aprendizes e que possui
objetivos de aprendizagem.
educao informal: verdadeiro processo realizado
ao longo da vida em que cada indivduo adquire atitudes, valores, procedimentos e conhecimentos da
experincia cotidiana e das inuncias educativas de
seu meio na famlia, no trabalho, no lazer e nas
diversas mdias de massa.
Essa categorizao do sistema educacional bastante
aceita tambm pelos pesquisadores e educadores brasileiros. Embora alguns autores, como Gaspar (1993),
defendam o uso da distino educao formal/infor-
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mal, muitos consideram tambm os ambientes chamados de no-formais. Chagas (1993), por exemplo,
entende que a educao no-formal veiculada pelos
museus, meios de comunicao e outras instituies
com o propsito de ensinar cincia a um pblico heterogneo. Por outro lado, a educao informal ocorre
de forma espontnea na vida cotidiana por meio de
conversas e vivncias com familiares, amigos, colegas
e interlocutores ocasionais.
Gohn (1999) nos d uma outra perspectiva para
essa discusso. Para ela, a concepo de educao
mais ampla do que a de aprendizagem e se associa ao
conceito de cultura. Desse modo, educao no-formal
trata de um processo com vrias dimenses, relativas
aprendizagem poltica dos direitos dos indivduos
enquanto cidados; capacitao dos indivduos para o
trabalho, por meio de aprendizagem de habilidades;
aprendizagem e exerccio de prticas que habilitam os
indivduos a se organizarem com objetivos voltados
para a soluo de problemas coletivos; aprendizagem
dos contedos da escolarizao formal, em formas e
espaos diferenciados; e educao desenvolvida na e
pela mdia, em especial a eletrnica.
Essa autora destaca os vrios espaos nos quais se
desenvolvem as atividades de educao no-formal,
como as associaes de bairro, os sindicatos, as organizaes no-governamentais, os espaos culturais e as
prprias escolas; ou seja, nos espaos interativos dessas com a comunidade educativa. Para ela, entretanto,
a educao no-formal no contempla experincias
vivenciadas na famlia, no convvio com amigos, nos
clubes, nos teatros, na leitura de jornais, nos livros etc,
sendo estas categorizadas como educao informal, j
que possuem carter espontneo e permanente.
Enquanto concepes como essa contemplam o
processo educativo, outras focam-se no processo de
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Contextos Educacionais
Formal
Propsitos:
Organizao do conhecimento:
Tempo:
No-formal
Padronizada, acadmica
Longo prazo, contnuo, sequencial
Estrutura:
Controle:
Externo, hierrquico
Interno, democrtico
Centrada no educador
Centrada no aprendiz
Intencionalidade:
Informal
tiva em museus.
mais claro o entendimento da cincia, surgem aparatos interativos nos museus como proposta de serem
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cos, sendo marcada pela interatividade com os aparatos. A importncia dos museus de cincias passou a
ser informar a sociedade (CAZELLI et al., 2003). O foco
desta terceira gerao foi o sujeito ativo no processo
ir freqent-las.
TEIN, 2003).
misso de informao.
1. Ver, por exemplo, Ianelli (2007), Fahl (2003) e Cazelli et al. (2002).
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mais participativo.
seu trabalho.
2. As conferncias de consenso so realizadas hoje em museus de cincias em pases como Inglaterra, Canad, Estados Unidos, Alemanha
e Holanda. Nessas prticas, o museu se transforma em um espao de
encontro e discusso entre especialistas e no-especialistas ao redor
de temas controversos e atuais de cincia e tecnologia.
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Captulo 2.
A mediao em foco
Nesse captulo sero aprofundados aspectos da educao
em museus, destacando o papel do mediador nas diferentes aes desenvolvidas e nas possveis reexes e avaliaes nas quais esse prossional deve estar envolvido.
neles realizadas.
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facilmente. Como, por exemplo, numa visita predominantemente de pblico infantil, as informaes centradas nos interesses da criana (como alguns aspectos
de ensino-aprendizagem em museus.
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importante prever o potencial multiplicador das outras categorias de pblico, como os grupos organizados
ao espao j visitado.
Pblico especializado
e clubes diversos
Famlias
Os grupos familiares tm composio variada e freqncia ainda pouco constante nos ambientes culturais. Contudo, em vrios pases as famlias vm se constituindo
como um grupo homogneo de freqentadores de museus. Vrias pesquisas esto sendo feitas especialmen-
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de trabalho comum.
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e permanente de aprendizagem.
cansar ou se descontrair.
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perincia do pblico.
e de planejamento.
to de questionrios.
3. <http://www.amonline.net.au/amarc/research/methods.htm>
acessado em outubro de 2007.
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no foi boa? Por que essa visita foi boa? O que posso
novos signicados.
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prximas visitas.
divulgao do conhecimento.
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Atividades
As atividades aqui sugeridas podem ser realizadas como
forma de concretizar vrias das discusses suscitadas
nesse livro. Tambm inteno que, ao realizar as atividades aqui propostas, os mediadores possam conhecer
diferentes experincias, analisando-as de forma crtica e
aprofundando os aspectos tratados.
Atividade 1.
Explorando o setor educativo dos museus
pblico-alvo, localizao, etc.). Formulao, como situao problema, da necessidade de planejar a mediao para esse espao.
Objetivo
Etapas
na instituio?
Qual vnculo possuem com a instituio?
Qual o tempo de permanncia de cada
mediador na instituio?
Atividade 3.
Estudo de caso: visitas guiadas
Objetivo
Analisar uma visita guiada, focalizando a atuao do
trs situaes:
um museu;
Analisando um caso, apresentado na forma
no local?
mediador e pblico);
uma mediao.
tros grupos.
e Confronto dessas experincias com as reexes tericas tratadas durante o curso.
Etapas
e Realizao de anlise da visita, seguindo um roteiro orientador e selecionando, a partir desse roteiro,
as questes de interesse a serem observadas. Como
Atividade 2.
Planejando a mediao em um museu
exemplo, propomos:
A visita tem uma estrutura que responde a um
planejamento didtico feito pelo mediador ou
Objetivo
Etapas
e Apresentao da concepo de um museu ctcio,
com caractersticas a serem detalhadas (tema geral,
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Atividade 4.
Ocina de comunicao
Objetivo
Propiciar reexes sobre a questo da comunicao e
mediao em museus por meio da construo de discursos sobre objetos expositivos.
Etapas
e Apresentao de um objeto expositivo polmico ou
controverso.
e Elaborao de um discurso de mediao sobre esse
objeto.
e Realizao de leitura dos diferentes textos produzidos.
e Fomento de discusso coletiva sobre as diferentes apresentaes e abordagens.
Atividades
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Referncias
bibliogrcas
p. 48-58.
FALCO, D.; ALVES, F.; KRAPAS, S.; COLINVAUX, D. Museus
FALK, J.H.; BALLING, J.D. The eld trip milieu: learning and
259-301.
austmus.gov.au/amarc/pdf/research/exhibition_
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Referncias bibliogrcas
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