Transtornos Da Personalidade
Transtornos Da Personalidade
Transtornos Da Personalidade
Quando a OMS diz ...permanentes e profundamente arraigados no ser... ela quer dizer que
se trata de uma caracterstica definitiva. Uma pessoa obsessiva, meticulosa, perfeccionista e
rgida com problemas de adaptao, por exemplo, pode mudar sua maneira de ser para
melhor refazendo algumas crenas pessoais e atitudes comportamentais no sentido de
construir melhor relao consigo mesma, com os outros e com a vida, embora continue sendo
menos obsessiva, menos meticulosa, menos perfeccionista e menos rgida. Acontecendo
assim a pessoa deixar de ter um transtorno de personalidade para ter apenas traos
obsessivos, traos perfeccionistas e assim por diante.
As caractersticas de personalidade por si s no caracterizam um Transtorno de
Personalidade, elas so os traos, ou seja, padres duradouros de percepo, relao e
pensamento acerca do ambiente e de si mesmo, e so exibidos numa ampla faixa de
contextos sociais e pessoais importantes. somente quando as caractersticas de
personalidade so inflexveis e desadaptadas, causando um comprometimento significativo
no desempenho da pessoa que elas podem constituir-se em Transtornos da Personalidade.
Os Transtornos de Personalidade, ainda segundo a CID-10, so condies do desenvolvimento
da personalidade que aparecem na infncia ou adolescncia e continuam pela vida adulta.
Esta condio constitucional e biolgica de desenvolvimento diferencia
o Transtorno da Alterao da Personalidade. A Alterao da Personalidade ocorre durante a
vida em conseqncia de algum outro transtorno emocional, dependncia qumica,
traumatismo craniano, tumores, infeces cerebrais, etc.
Enfatizando, os Transtornos de Personalidades so perturbaes graves da constituio do
carter e das tendncias comportamentais, portanto, no so adquiridas no meio tal como
as Alteraes da Personalidade. A CID-10 apresenta entre os ttulos F60 e F69 uma grande
variedade de subtipos de Transtornos de Personalidade. Procuraremos aqui compatibiliz-los
todos com outras classificaes de forma a abordar os tipos sinnimos com a mesma
descrio.
A Associao Norteamericana de Psiquiatria, atravs de seus critrios de classificao e
diagnstico de transtornos mentais, o DSM.IV , fala sobre os Transtornos da Personalidade da
seguinte forma:
"Um Transtorno da Personalidade um padro persistente de vivncia ntima ou
comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivduo,
invasivo e inflexvel, tem seu incio na adolescncia ou comeo da idade adulta, estvel ao
longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuzo."
E qual seria a diferena entre o Transtorno da Personalidade e a Doena Mental franca? As
doenas mentais ocorrem e se desenvolvem a partir de um momento definido da vida, tal
como so as crises, reaes, processos, episdios e surtos, enquanto os Transtornos da
Personalidade, por sua vez, so maneiras problemticas de ser, constantes e perenes. As
doenas mentais surgem e os Transtornos da Personalidade so.
Na Esquizofrenia, por exemplo, assim como nos Transtornos do Humor e outros, a partir de
um determinado momento na vida a personalidade, que j era chamada pr-mrbida ,
envereda por uma trajetria que se afasta mais e mais do normal resultando em um episdio
agudo. Nos Transtornos da Personalidade o rumo da personalidade est e sempre esteve algo
distante do normal, embora no tenha obrigatoriamente que piorar cada vez mais, como nos
outros processos psicopatolgicos.
Os Transtornos de Personalidade afetam todas as reas da personalidade, o modo como o
indivduo v o mundo, a maneira como expressa as emoes, o comportamento social.
Caracteriza um estilo pessoal de vida mal adaptado, inflexvel e prejudicial a si prprio e/ou
aos que com ele convivem. Essas caractersticas, no entanto, apesar de necessrias no so
suficientes para identificao dos Transtornos de Personalidade, pelo fato de serem muito
vagas. A maneira mais clara como a classificao deste problema vem sendo tratada
atravs da subdiviso em tipos de transtornos de personalidade, com critrios de diagnstico
prprios e bem definidos, tanto pela CID.10, quanto pelo DSM.IV.
Convencionalmente os transtornos da personalidade foram divididos em trs grupos:
1. Grupo Aqui esto as pessoas caracterizadas essencialmente por pensamentos
estranhos, comportamentos excntricos e mrbida tendncia ao isolamento. Esto
que possam diminuir o outro e enaltecer sua pessoa, intransigncia aos erros dos outros e
exaustivas justificativas para os seus pontos de vista, acreditando serem sempre os mais
corretos.
Essa atitude implicante e pouco humilde transforma essas pessoas em fanticas nas vrias
reas do pensamento; religioso, poltico, tico, profissional, moral, jurdico, etc. H, por conta
dessas caractersticas e de sua inabalvel rigidez, grande desadaptao, resultando em
isolamento e resistncia sociais.
Resumidamente, embora o diagnstico de transtorno paranide da personalidade no
necessite satisfazer todos os critrios abaixo, o quadro se caracteriza por:
a) sensibilidade exagerada a contratempos e rejeies;
b) tendncia a guardar rancores, isto , recusam perdoar aquilo que julgam como
insultos ou desfeitas;
c) desconfiana e tendncia a interpretar erroneamente as experincias amistosas ou
neutras;
d) obstinado senso de direitos pessoais em desacordo com a situao real;
e) suspeitas injustificveis em relao fidelidade e lealdade;
f) autovalorizao excessiva;
g) pressuposies sobre conspiraes, compls, esquemas.
Os erros de julgamento prprios da personalidade paranide alimentam atitudes
megalmanas, de perseguio, de cime, ou erotomanacas , etc. Essas interpretaes falsas
(erros de cognio) quando muito distantes da circunstncia real so chamadas de cognies
delirantes, e podem estar ligadas a acontecimentos fortuitos, irrelevantes, os quais
funcionam como ponto de partida para a construo mrbida e alienada da realidade. O
eventual comportamento anti-social da personalidade paranide causado por um desejo de
vingana e no por um desejo de ganho pessoal, como na perturbao anti-social da
personalidade.
O transtorno paranide da personalidade deve ser diferenciado da parania e da
esquizofrenia paranide na medida em que nestas existem sintomas psicticos persistentes,
como idias delirantes francas e alucinaes, as quais no fazem parte da personalidade
paranide.
Este tipo no-normal de personalidade muito semelhante ao anterior e tpico das pessoas
que exibem um padro de afastamento social persistente, um constante desconforto nas
inter-relaes humanas, isolamento social, introverso, excentricidade de comportamento e
de pensamento.
Os traos esquizides de personalidade se revelam desde a infncia e os indivduos so
solitrios, estranhos, tm poucos amigos ou at nenhum; so excntricos, pouco simpticos,
por vezes sisudos e nutrem pouco ou nenhum afeto, assim como respeito pelos outros.
A pessoa esquizide nos d a impresso de desinteresse, reserva e falta de envolvimento com
os acontecimentos cotidianos e com as preocupaes alheias. Normalmente ela tem pouca
necessidade de vnculos emocionais e em adequar-se s normas e regras gerais.
A natural inclinao para a solido da pessoa esquizide se reflete na opo por trabalhos
solitrios e atividades no competitivas. Preferem passar o tempo consigo prprias
escolhendo atividades solitrias ou divertimentos que no envolvam os outros. Preferem
investir grande interesse em assuntos que no envolvam seres humanos, como por exemplo,
por mquinas e equipamentos, computadores e assuntos do mundo animal.
Os portadores desse tipo de personalidade freqentemente se absorvem obsessivamente em
prticas incomuns, tais como dietas esdrxulas, programas de sade alternativos,
movimentos religiosos e filosficos incomuns, esquemas de aperfeioamento scio-culturais,
associaes mais ou menos secretas, assuntos esotricos, vnis, Atlntida, auras e energias
obscuras. O diagnstico dessa forma de personalidade implica em alguns dos critrios abaixo:
Critrios estabelecidos pelo DSM-IV e pelo CID-10
impedidas pelos outros. A agresso neste transtorno de personalidade pode ser fsica ou
verbal, mas elas sempre fogem ao controle. Por outro lado tais pessoas no tm conduta
anti-social e, pelo contrrio, fora das crises so simpticas, bem falantes, sociveis e
educadas. So constantes tambm o extremo sarcasmo, a ironia, exploses verbais e,
algumas vezes, implicncia e persistente amargura.
Alguns autores denominam esse tipo de transtorno da personalidade como passivoagressiva, tendo em vista alguns traos encontradios nas pessoas explosivas . Um desses
traos a tendncia procrastinao, isto , ao adiamento da realizao daquilo que precisa
ser feito. Diante dessa caracterstica os prazos costumam no ser cumpridos.
As pessoas com esse tipo de transtorno da personalidade reagem agressivamente diante das
frustraes, as quais levam ao desencadeamento de um impulso cujo objetivo o de ferir
alguma pessoa ou algum objeto. No raro que descarreguem sua ira em aparelhos
eletrnicos ou outros objetos inanimados tomando-os como se tivessem vida prpria.
A extrema sensibilidade aos aborrecimentos causados pelos pequenos estmulos ambientais
produz, nos explosivos, respostas de sbita violncia e incontida agressividade. Normalmente
chamamos estas pessoas de pavio-curto ou de cinco-minutos. Estes episdios de
explosividade geralmente so seguidos de arrependimentos ou auto-reprovao, os quais so
capazes de produzir variados graus de depresso, como uma espcie de ressaca moral pelos
procedimentos cometidos.
Este tipo de transtorno de personalidade pode ser causa de homicdios no planejados,
ataques sem sentido a pessoas estranhas, agresses fsicas desproporcionais, direo
criminosa de veculos, destruio brutal de propriedades e ataques selvagens a animais.
Mesmo fora das crises de agressividade essas pessoas costumam ser ressentidas e muito
crticas, tendendo mais para a querelncia do que para a convivncia harmnica. Um cuidado
especial diante desse tipo de transtorno da personalidade quanto ao uso de bebidas
alcolicas. H aqui uma propenso ao desenvolvimento de embriaguez patolgica mesmo
aps a ingesto de pequena quantidade de lcool.
Denomina-se embriaguez patolgica um quadro onde ocorre sbita alterao da
personalidade depois da ingesto de lcool, transformando totalmente a pessoa. Nestes
episdios de embriaguez patolgica a pessoa fica possuda por grande furor, agindo
inconseqentemente e de forma muito agressiva, quer contra pessoas, quer contra objetos.
Depois de passado o episdio comum a pessoa no ter uma lembrana ntida do que
aconteceu. Para essas pessoas as bebidas alcolicas devem ser definitivamente abolidas,
tendo em vista os graves riscos prpria pessoa e a terceiros.
H hipteses segundo as quais todo ser humano tem algum potencial agressivo, entretanto,
a maioria deles tem tambm, em contrapartida, um mecanismo inibitrio dessa agresso.
Assim, a pessoa com personalidade explosiva teria inibies muito baixas ou ineficientes
para conter o potencial agressivo.
O grau de agressividade manifestada pelas pessoas com transtorno explosivo da
personalidade durante os episdios agudos amplamente desproporcional ao estmulo
desencadeante. Tais crises normalmente acarretam atos violentos ou destruio de
propriedades. A agresso neste tipo de transtorno de personalidade pode ser fsica ou verbal,
porm, as exploses sempre fogem ao controle. Quando h envolvimento policial durante
uma crise de agressividade na embriagues patolgica, a pessoa agressiva corre srio risco de
sofrer severas conseqncias por no conseguir controlar suas atitudes.
Apesar das crises de furor, as pessoas com transtorno explosivo da personalidade no tm
conduta anti-social ou socioptica, pelo contrrio, fora das crises so simpticas, bem
falantes, sociveis, de boa ndole e educadas. So constantes nelas tambm o extremo
sarcasmo, ironia e crticas cidas. De um modo geral, felizmente, a expressiva maioria das
pessoas portadoras desse transtorno no chega a agressividade extrema, a ponto de
provocar homicdios. Atualmente adota-se a classificao onde o transtorno explosivo da
personalidade, chamado explosivo intermitente pelo DSM.IV, est includo dentro dos
transtornos do controle dos impulsos (Quadro 1).
Quadro 1 - Os cinco principais transtornos do controle dos
impulsos
Transtorno Explosivo
Episdios de fracasso em controlar impulsos
Intermitente
Cleptomania
Piromania
Jogo Patolgico
Tricotilomania
Esse transtorno costuma ter srias conseqncias sociais e familiares, tais como a perda do
emprego, suspenso escolar, divrcio, dificuldades com relacionamentos interpessoais,
acidentes variados e em especial os de trnsito, hospitalizaes e envolvimentos policiais.
Nos casos mais caractersticos pode haver alteraes eletroencefalogrficas inespecficas,
como por exemplo, lentificao da atividade difusa ou, predominantemente no lobo frontal.
Sempre houve na psiquiatria uma linha de pesquisa tentando relacionar esse tipo de
transtorno da personalidade a alguma alterao estrutural ou funcional do Sistema Nervoso
Central. De fato parece haver alguma evidncia sugerindo que as leses focais irritativas
(foco eletricamente irritativo), particularmente nos lobos temporal e frontal, estariam
relacionadas ao potencial explosivo-agressivo. Esses casos respondem muito bem ao
tratamento com estabilizadores do humor anticonvulsivantes.
O DSM-IV cita como possibilidade para uma das causas (ou apenas concomitncia) ao
transtorno explosivo da personalidade, certas condies neurolgicas, como por exemplo,
traumatismos cranianos e episdios de inconscincia ou convulses febris na infncia.
Imagens funcionais obtidas por PET (tomografia por emisso de psitrons) tm sido usadas
para investigar possveis alteraes na funo do crebro das pessoas portadoras de
distrbios caracterizados por excessiva violncia e agressividade.
Algumas pesquisas nessa rea tm mostrado porcentagem alta de um nvel diminudo do
funcionamento cerebral no crtex pr-frontal em pessoas violentas em relao s pessoas
normais. Isso pode ser um indcio de algum dficit neurolgico relacionado violncia. O
dano funcional no crtex pr-frontal pode resultar em impulsividade, perda do autocontrole,
imaturidade, emotividade alterada e incapacidade para modificar o comportamento, o que
pode facilitar os atos agressivos.
De qualquer forma, tendo ou no uma correspondncia neurolgica, a pessoa com transtorno
explosivo da personalidade sabe perfeitamente a natureza de seu ato agressivo. Nos casos
de embriagus patolgica, embora depois do episdio a pessoa no tenha uma lembrana
ntida do que aconteceu, ela sabe perfeitamente dos efeitos desastrosos do lcool em seu
psiquismo, sabe tambm que deve evit-lo a qualquer custo, sendo de seu arbtrio o ato de
us-lo.
No so todas as pessoas explosivas portadoras do transtorno explosivo da personalidade.
Muitas outras situaes e circunstncias podem resultar em uma baixa tolerncia s
frustraes, como por exemplo, o cime exagerado, estados de estresse (ou esgotamento),
autoestima baixa e insegurana alta, e assim por diante.
Para o diagnstico do transtorno explosivo da personalidade necessrio que o tipo de
comportamento explosivo, irritvel e pouca considerao para com as conseqncias do ato
agressivo seja bastante duradouro, que se manifeste em vrios contextos vivenciais e,
eventualmente, piora muito com o uso de lcool.
Transtorno Histrinico da Personalidade
A pessoa com transtorno histrinico tem como trao bsico da personalidade uma
desadaptao s possibilidades existenciais normais, reagindo sempre com um exagero, com
um faz-de-conta para os outros e para si mesma.
fantasias sexuais com as pessoas pelas quais esto envolvidos so comuns e, embora sejam
volveis, o arremate final do jogo sexual costuma no ser satisfatrio. Essa caracterstica de
desempenho sexual problemtico faz com que as pessoas histrinicas sejam consideradas
pseudo-hiper-sexuais.
O DSM-IV e o CID-10 recomendam como critrios para o diagnstico do Transtorno
Histrinico da Personalidade, um padro generalizado de excessiva emotividade e busca de
ateno, indicado pelas seguintes caractersticas: .
Critrios estabelecidos pelo DSM-IV e pelo CID-10
para o diagnstico de Transtorno Histrinico da
Personalidade
a) busca constante ou exigncia de afirmao, aprovao
ou elogios;
b) autodramatizao, teatralidade e expresso
exagerada das emoes;
c) alta sugestionabilidade, facilmente influenciada pelos
outros ou por certas circunstncias;
d) seduo inapropriada em aparncia ou
comportamento;
e) preocupao excessiva com a atratividade fsica;
f) expresso de emoes exageradamente;
g) expresso de emoes rapidamente mutvel;
h) egocentrismo nas satisfaes;
i) intolerncia severa s frustraes e no-satisfao;
j) discurso impressionista e superficial.
O Transtorno da Personalidade Histrinica proporciona um alto grau de sugestionabilidade.
Suas opinies e sentimentos so facilmente influenciados pelos outros e por tendncias do
momento. Muitas vezes a pessoa histrinica considera os relacionamentos mais ntimos do
que so de fato, dirigindo-se a qualquer pessoa recm conhecida como "meu querido, meu
amigo" ou chamando pessoas que deveriam determinar um relacionamento formal pelo seu
prenome sem nenhum cuidado com a titularidade.
As pessoas com Transtorno Histrinico da Personalidade costumam ter intolerncia ou
frustrao mais forte que os demais, costumam no se adaptar em situaes que envolvem
adiamento da gratificao (no sabem esperar), sendo que suas aes freqentemente so
voltadas obteno de satisfao imediata.
Personalidade Hipocondraca
Um dos subtipos do transtorno histrinico da personalidade a personalidade hipocondraca.
O trao fundamental desse tipo de personalidade o medo ou preocupao exagerada de ter
alguma doena, geralmente grave. O medo de ficar doente ou a preocupao de ter uma
doena (que muitas vezes se confunde com o desejo de ficar doente) faz a vida consciente
de um corpo normal transformar-se em uma vida com um corpo falsamente doente.
O fenmeno da hipocondria , de fato, classificado no DSM.IV e na CID.10 como um
transtorno emocional somatoforme, ou seja, aqueles estados onde as emoes saltam do
psquico para o orgnico, e est includo no mesmo captulo onde esto outros estados
ansiosos.
Por outro lado, qualquer reflexo mais responsvel sobre psiquiatria mostra a hipocondria
mais como um sintoma do que uma doena, ou seja, como uma maneira mal adaptada da
pessoa reagir conseqente a alguma outra coisa; seja um estado emocional, como por
exemplo, a ansiedade ou a depresso, seja como conseqncia a algum trao de
personalidade.
Interessa aqui lidar com a hipocondria trao de personalidade, j que o nosso objetivo no
lidar com as patologias ansiosas e depressivas. Se for uma maneira da pessoa reagir trata-se
de um atributo da personalidade, entretanto, dependendo das circunstncias vivenciais h
momentos na vida onde essa caracterstica fica muito mais intensa, chegando ento a
necessitar de tratamento mdico.
Alteraes da Personalidade
Alguma ocorrncia fez a pessoa, de repente, ser outra pessoa.
H pessoas que, depois de alguma condio mdica, mudam sua maneira de ser. Algumas
vezes de maneira definitiva, outras felizmente a maioria temporariamente. Essas
alteraes no modo de ser, logo, na personalidade, podem aparecer no dependente qumico,
seja de cocana, lcool, craque, etc. Outras vezes, depois que a pessoa tem o diagnstico
de Lpus Eritematoso ou Artrite Reumatide, ou depois de um traumatismo
craniano (TCE), acidente vascular cerebral (AVC), intoxicao por metais pesados e assim por
diante.
As Alteraes da Personalidade podem ser observadas quando a pessoa apresenta uma
mudana em sua maneira de ser, depois de ter sofrido alguma condio mdica, psicolgica,
neurolgica ou existencial. como se passasse a ser outra pessoa, com reaes e
comportamentos bem diferentes daqueles que a caracterizavam antes. Este quadro chamase Alterao da Personalidade. Na CID.10, aparece como Transtorno Orgnico de
Personalidade, no DSM.IV como Alterao da Personalidade Devido a uma Condio Mdica
Geral, mas o quadro o mesmo.
Para a psiquiatria o termo "personalidade" se refere totalidade de traos emocionais e
comportamentais que caracterizam o indivduo na vida cotidiana. Aqui, na pgina sobre o
tema, personalidade definida como "a organizao dinmica dos traos no interior do eu,
formados a partir dos genes particulares que herdamos, das existncias singulares que
experimentamos e das percepes individuais que temos do mundo, capazes de tornar cada
indivduo nico em sua maneira de ser, de sentir e de desempenhar o seu papel social"
(Veja Teoria da Personalidade em PsiqWeb).
Transtorno de Personalidade seria uma variao destes traos alm da faixa de variao
encontrada na maioria das pessoas. Quando a disposio geral da personalidade resulta em
traos inflexveis e mal-ajustados, pode-se pensar em transtornos de personalidade. Para o
CID.10 (Classificao Internacional de Doenas da Organizao Mundial de Sade - OMS),
transtornos de personalidade so tipos de condio que abrangem padres de
comportamento permanentes e profundamente arraigados no ser, os quais se manifestam
como respostas inflexveis a uma ampla srie de situaes pessoais e sociais. Elas
representam desvios extremos ou significativos do modo como o indivduo mdio, em uma
dada cultura, percebe, pensa, sente e, particularmente, se relaciona com os outros.
Como recomenda a OMS, os Transtornos de Personalidade diferem das chamadasAlteraes
de Personalidade pelo modo de seu aparecimento e, eventualmente, pelo tempo de durao:
Os Transtornos de Personalidade eles so condies do desenvolvimento que surgem na
infncia ou na adolescncia e continuam pela vida adulta. Por outro lado, as Alteraes da
Personalidade so condies adquiridas em qualquer poca da vida, usualmente na idade
adulta, em conseqncia de alguma condio mdica, seja clnica, degenerativa, infecciosa
ou traumtica.
condio mdica geral. Este transtorno caracteriza-se pela acentuada mudana no estilo e
traos de personalidade, em comparao com um nvel anterior de funcionamento.
Segundo o DSM-IV, a caracterstica essencial de uma Alterao da Personalidade Devido a
uma Condio Mdica Geral uma perturbao da personalidade que o clnico julga ser
devido aos efeitos fisiolgicos diretos de uma condio mdica geral. Uma variedade de
condies neurolgicas e outras condies mdicas gerais podem causar Alteraes da
Personalidade, incluindo tumores e neoplasias cerebrais, traumatismo craniano, doenas
cerebrais vasculares, doena de Huntington, epilepsia, infeces do sistema nervoso central,
como por exemplo, vrus da AIDS, alteraes endcrinas, tais como da tiride, suprarenais,
doenas auto-imunes do tipo lpus eritematoso sistmico, artrite reumatide, etc.
A perturbao na Alterao da Personalidade representa uma mudana no padro prvio de
personalidade caracterstico do indivduo. Isso quer dizer que a personalidade da pessoa
vinha com determinado perfil de traos e de carter e, de um momento em diante,
apresentou mudanas nesse padro, conseqentemente mudando as reaes e
comportamentos. Essa perturbao da personalidade para receber o diagnstico deAlterao
da Personalidade deve causar sofrimento ou prejuzo significativo no funcionamento social,
ocupacional ou em outras reas importantes.
As manifestaes comuns de Alterao da Personalidade incluem instabilidade afetiva,
dificuldade no controle dos impulsos, episdios de agressividade ou raiva em ntida
desproporo com estmulos desencadeantes, acentuada apatia que aparece de repente,
certa desconfiana, podendo chegar parania em casos mais graves. A pessoa
comAlterao da Personalidade descrito pelos outros como "no sendo ele(a) mesmo(a) ".
O quadro da Alterao da Personalidade pode variar de acordo com a condio mdica que a
causou. Caso tenha sido devida a leso dos lobos frontais, por exemplo, pode provocar
sintomas como falta de juzo crtico ou da capacidade de antever conseqncias, jocosidade,
desinibio e euforia.
Os acidentes vasculares cerebrais que afetam o hemisfrio direito, por exemplo, podem
provocar negligncia espacial, incapacidade de reconhecer um dficit corporal, tal como a
prpria hemiparesia e outros dficits neurolgicos. A Dependncia Qumica transforma a
pessoa em sociopata, com mentiras, negligncias, perda da tica.
H alguns sintomas bsicos das Alteraes de Personalidade que podem ser agrupados.
Embora as alteraes possam ter quadros mistos e variados, algumas vezes esses sintomas
so caractersticos de leses especficas. No raro que as Alteraes de
Personalidade sejam acompanhadas de convulses.
O tipo de Alterao da Personalidade que pode ser chamado de Instvel tem uma
caracterstica predominante de instabilidade afetiva, intercalando com certa rapidez
momentos de depresso e de hipomania, de nimo pouco acima do normal com desnimo, de
interesse com desinteresse. Esse tipo de alterao mais comum em pessoas com leses
afetam os lobos temporais.
Quando leses afetam os lobos frontais a Alterao da Personalidade se manifesta
predominantemente co tipo Desinibido. Aqui a caracterstica predominante um fraco
controle dos impulsos, perda do decoro e da crtica moral, certas indiscries sexuais, enfim,
um comportamento nunca observado, s vezes at o contrrio do que era antes.
O subtipo Agressivo tem como caracterstica predominante um comportamento agressivo,
com crises de agressividade e irritabilidade. Esse tipo comum na Dependncia Qumica e
aps traumatismo craniano. O tipo Aptico caracterizado por acentuada apatia e
indiferena. O tipo Paranide aquele cuja caracterstica predominante a presena de
desconfiana ou ideao paranide.
para referir:
Ballone, GJ - Alteraes da Personalidade, in. PsiqWeb, Internet, disponvel
emhttp://www.psiqweb.med.br/, 2010.
Bonf ESDO, Borba Neto EFB - Lpus Eritematoso Sistmico. In: Bonf ESDO, Ioshinari NH:
Reumatologia para o clnico. Editora Roca, So Paulo, 2000, p. 25-33.
Ayache DCG, da Costa IP - Alteraes da personalidade no lpus eritematoso sistmico,
Rev. Bras. Reumatol. v.45 n.5 So Paulo set./out. 2005.
Dermot J. Ward DJ - Rheumatoid Arthritis and Personality: A Controlled Study, Brit Med J.
1971 May 8; 2(5757): 297299.
Miguel Filho EC: Alteraes Psicopatolgicas no Lpus Eritematoso Sistmico. So Paulo,
1992. [Tese de Doutorado- Universidade de So Paulo].
Dependncia e Personalidade
Depois da dcada de 90, com a atualizao dos manuais de classificao psiquitrica
(CID.10 e DSM.IV), todas as crianas, adolescentes e adultos que cronicamente ameaam,
intimidam, agridem e incomodam os outros, bem como aqueles que violam normas sociais
recebem um diagnstico psiquitrico. As crianas e adolescentes recebem o diagnstico de
um dos Transtornos Disruptivos do Comportamento, enquanto os maiores de 18 anos
recebem o diagnstico de Transtornos Anti-Social da Personalidade.
Quando tentamos relacionar o abuso de substncias ou dependncia
qumica comTranstornos de Personalidade, estamos pensando predominantemente no
adolescente, no jovem e/ou no adulto jovem. A classificao correta para os tipos de
comportamentos problemticos, possivelmente decorrentes de Transtornos de
Personalidade : Transtornos Comportamentais Disruptivos. Entre esses esto o Transtorno
Desafiador e de Oposio,o Transtorno de Conduta e o Personalidade Psicoptica. Todos eles
chamados de comportamentos anti-sociais.
Entretanto, conforme veremos aqui, uma considerao muitssimo importante em relao
dependncia qumica a Alterao da Personalidade, um diagnstico quase nuncao
considerado e que far uma brutal diferena no prognstico dos dependentes.
No h dvida de que as pessoas com Transtorno da Personalidade tm severos
problemas no relacionamento social e correm riscos de outros problemas adicionais. A
classificao atual de "mau" comportamento usando os diagnsticos do DSM.IV
deTranstornos Disruptivos do Comportamento e Transtornos Anti-Social da Personalidade, tem
certa dificuldade porque, nos casos decorrentes de Transtorno da Personalidade o
prognstico estaria "fechado", ou seja, com poucas ou nenhuma possibilidades de reverso,
mas, nos pouco considerados casos de Alteraes da Personalidadeocasionadas pelo uso
abusivo de substncias, o quadro muitssimo mais otimista.
Transtorno Disruptivo do Comportamento e Dependncia
O termo adico ainda no reconhecido oficialmente pela psiquiatria (em portugus
tambm um neologismo, existindo o termo adio), mas ele define condutas com
caractersticas de dependncia. Essa noo de dependncia qumica originalmente
aplicada ao uso de substncias, mas a dependncia em si tem sido relacionado ao jogo,
televiso, sexo, alimentao, etc. So atividades que podem determinar uma necessidade
imperiosa de continu-las, convertendo-se nas chamadas adices comportamentais.
Um ponto de partida na classificao e identificao desses comportamentos anti-sociais
deveria levar em considerao o importante papel da agressividade mal adaptada ou do
"mau" comportamento. Algumas vezes a agressividade no francamente expressa, por
questes de educao, por exemplo. Nesses casos de agressividade velada o que passa a
contar a impulsividade.
quantidade.
3 - Presena da sndrome de abstinncia ou
uso da substncia para evitar o
aparecimento da mesma.
4 - Presena de tolerncia, evidenciada pela
necessidade de aumentar a quantidade
para obter o mesmo efeito anterior.
5 - Abandono progressivo de outros
interesses ou prazeres em prol do uso da
substncia.
6 - Persistncia no uso, apesar das diversas
conseqncias danosas.
O curso da dependncia vria segundo o tipo de substncia, a via de administrao e outros
fatores; mas habitualmente crnico, com perodos de reagudizao e remisso parcial ou
total. A investigao indica que, juntamente com os efeitos desejados das substncias e das
caractersticas do meio ambiente, existem tambm fatores constitucionais no indivduo que
facilitam a dependncia e que provocam o processo de recada. Isso corrobora a frmula
sabidamente vlida: fentipo = gentipo + ambiente.
A frmula acima significa que, para a dependncia, seriam necessrios a droga, o ambiente e
as condies de personalidade do dependente. Assim sendo, para a existncia
da dependncia qumica se destaca a presena de possveis outros transtornos
psiquitricos prvios ao incio da conduta adictiva. Com esse enfoque seria muito oportuno o
considerar que esses pacientes possam ter uma alterao dos sistemas de neurotransmissoneuromodulaco tanto previamente ao desenvolvimento da drogadico, como provocados (e
agravados), posteriormente, pelas prprias substncias psicoativas que consumem (Cervila,
1999).
Alm dos transtornos por uso de substncias, modelo dos transtornos adictivos, existe, como
j dissemos, outros transtornos conhecidos com o nome de adices
comportamentais. Para alguns autores esses transtornos esto dentro do espectro
obsessivo-compulsivo. De fato, em nosso site consta como Transtornos do Espectro
Obsessivo-Compulsivo.
Em todo caso, tanto os mecanismos de reforo cerebral, como os sistemas afetivos, em
constante regulao recproca parecem suficientemente relevantes para estabelecer padres
de conduta alterados em determinadas pessoas e para determinadas circunstncias. Existem,
alm disso, potentes fatores etiolgicos (biolgicos, de aprendizagem, sociais e demogrficos)
que podem desencadear de forma particular em cada caso e para cada estmulo adictivo.
Entre esta variedade de transtornos de dependncia comportamentais, destacam-se a
adico ao trabalho, ao sexo, ao namoro, ao exerccio fsico, e s compras, entre outras
(Soler, 1999). Em alguns pacientes pode dar-se um estado poliadictivo ou de adices
alternantes, como vrias adices conjuntamente ou mais de uma adico ao longo da vida.
Os Transtornos de Personalidade, todavia, continuam sendo fenmenos confusos para a
maioria dos psiquiatras, pois, ainda que os principais sistemas de classificao (CID.10 e
DSM.IV) tenham conseguido esclarecer o conceito em boa medida, a situao dos mesmos
continua despertando certas dvidas quanto sua validade nosolgica (Girolamo, 1996).
A personalidade, como se concebe atualmente, um padro complexo de caractersticas
arraigadas, normalmente inconscientes e difceis de mudar, que se expressam
automaticamente em quase todas as reas de funcionamento da pessoa. Esses traos,
intrnsecos e gerais, surgem de uma matriz de determinantes biolgicos e constitucionais,
somados elementos da aprendizagem que, em ltima instncia, conferem pessoa o
padro de perceber, sentir, enfrentar, comportar e se relacionar com a realidade.
O Problema da Comorbidade
A comorbidade se refere a um tipo de pacientes que apresenta mais de um diagnstico
psiquitricos simultaneamente. H ntida relao entre os Transtornos por Uso de
Substncias (onde se inclui a dependncia) e alguns dos Transtornos do Controle dos
Impulsos e Transtornos da Pessoalidade. Essa associao de diagnsticos supe a
existncia de algumas possibilidades:
1) Associao fortuita e aleatria, onde a pessoa sofreria simultaneamente dois
transtornos;
2) Associao por superposico, onde uma mesma vulnerabilidade constitucional
resultaria em mais de um transtorno. o que acontece, por exemplo, com o Transtorno
Evitativo de Personalidade comumente afetando a pessoa com Transtorno por Ansiedade
Fbica;
3) Associao redutiva, onde transtornos diferentes e com distintas fisiopatologias
poderiam ter sintomas compartilhados. o que acontece, por exemplo, com o Transtorno
Esquizotmico de Personalidade e o Transtorno Borderline de Personalidade.
4) Associao espectral, quando transtornos com a mesma origem diferem apenas numa
expresso sintomtica, como por exemplo, o Transtorno de Personalidade Esquizotmica e
Esquizofrenia.
5) Associao por predisposio, quando a presena de um transtorno predispe a
pessoa a sofrer de outro transtorno diferente, como por exemplo, Personalidade Dependente
e os Episdios de Depresso Maior.
Segundo Claudia Lopes e Evandro Coutinho (1999), alm dos Transtornos de
Personalidade, estudos realizados em diferentes partes do mundo tm mostrado existir uma
associao importante tambm entre o uso de drogas e outros transtornos psiquitricos,
particularmente a depresso (Kashani, 1985; Rounsaville, 1991; Lopes, 1991). Isso no quer
dizer que entre deprimidos existam muitos dependentes qumicos, mas sim em sentido
contrrio, ou seja, entre os dependentes qumicos existem muitos transtornos
psiquitricos, particularmente a depresso.
Entretanto, a dificuldade em se estabelecer os fatores de risco psiquitricos para abuso de
drogas determinar a precisa relao causa-efeito-conseqncia entre as drogas e o
transtorno emocional. Muitas drogas tm como conseqncia de seu uso repetido, o
aparecimento de sintomatologia caracterstica da sndrome depressiva. Por outro lado, vrios
autores sugerem que o uso de drogas pode significar uma resposta prpria depresso
(Deykin, 1987; Christie, 1988).
No caso do abuso de cocana isso pode ser verdadeiro, j que se trata de uma droga que
possui notveis efeitos antidepressivos, o que poderia levar ao seu uso e conseqente abuso
como um arremedo de automedicao. Por outro lado, so comuns sintomas depressivos
como conseqncia do uso abusivo dessa mesma droga ou mesmo como conseqncia de
sua falta (abstinncia).
Impulso e Agresso do Dependente Qumico
Glover (1932) foi um dos pioneiros em destacar o papel dos impulsos agressivos no abuso de
substncias (Galanter, 1997). Neste sentido, o consumo de algumas drogas eliminaria os
impulsos agressivos e a disforia dos sujeitos com problemas de personalidade, melhorando a
ira, a agressividade e os sentimentos depressivos (Craig, 1979; Khantziam, 1985). Por outro
lado, a dependncia pode acabar ocasionando, com o tempo, umaAlterao da
Personalidade, onde a impulsividade e agressividade tm papel muito relevante.
A impulsividade pode ser o substrato comum de diferentes transtornos emocionais, tais como,
nas Dependncias Qumicas, Transtornos da Alimentao, Transtornos do Controle dos
Impulsos, Transtornos da Personalidade e outros. O termo impulso, de origem psicodinmica,
manifesta a disposio imperiosa da pessoa atuar de forma a diminuir uma tenso.
Na dinmica do consumo da droga existe uma relao binria vontade-personalidade que se
conceitua atravs de dois modelos; primeiramente, o modelo baseado na evitao dos efeitos
muito desagradveis da abstinncia. Em segundo, o modelo baseado nos efeitos agradveis
associados ao consumo da droga. Ambos modelos compartilham impulsos bsicos comuns; a
vocao do ser humano para a busca do prazer e para a fuga da dor.
Os Transtornos do Controle dos
Impulsos formam um grupo
diagnstico heterogneo com uma
caracterstica comum; a sensao
de tenso orientada para a busca ao
prazer, a gratificao ou a liberao.
Todos esses transtornos tm como
base comum uma fragilidade da
vontade (volio), resultando em um
sintoma impulsivo intenso e mal
adaptado ao qual a pessoa no sabe
resistir.
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