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Apostila Geotecnia 1

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SEPS AV. W5 SUL EQ 708/907 Braslia - DF CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000

APOSTILA DE GEOTECNIA
I

Prof. Alexandre Gil

Agosto - 2010
eng.alexandregil@gmail.com
1

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ORIGEM E FORMAO DOS SOLOS


1 - CONCEITO
O conceito da palavra solo diferente dependendo da rea de conhecimento. O significado mais
comum dado a esta palavra na lngua portuguesa o de "cho" ou "superfcie".
A ABNT (NBR 6502) define solo como : Material proveniente da decomposio das rochas
pela ao de agentes fsicos ou qumicos, podendo ou no ter matria orgnica.
Entre os agrnomos, solo a parte agriculturvel da crosta terrestre. Na Engenharia Civil o
material natural que forma a crosta terrestre porm de fcil desmonte, especialmente aps
submerso em gua. O material mais resistente da crosta terrestre, onde necessrio explosivos
para seu desmonte chamado de rocha pelos engenheiros civis.
Para o gelogo este conceito de fcil ou no desmonte para caracterizar solo ou rocha no
aceito. Para ele tanto so rochas o granito e o basalto quanto a areia, o pedregulho e a argila
(Rodrigues, 1976). Vargas (1978) cita o caso de escavaes para a construo do Metr de So
Paulo executadas em solo argiloso, sem o auxlio de explosivos. Entretanto, os gelogos que l
trabalhavam se referiam a estas argilas como uma rocha sedimentar perfeitamente definida. O
gelogo chama a poro desagregvel que recobre a rocha de regolito (gr. regos = cobertor).
Ainda de acordo com a ABNT / NBR 6502, os solos so classificados em relao ao tamanho
dos gros em:
TEXTURA

NOME

TAMANHO DOS GRAOS (mm)


MAIOR QUE

MENOR QUE

pedregulhos

2,0

60,0

areias

0,06

2,0

siltes

0,002

0,06

Solos grossos

Solos finos
argilas

0,002

2 - ORIGEM
A origem imediata ou remota de um solo sempre a decomposio das rochas por intemperismo.
Entende-se por intemperismo o conjunto de processos que ocorrem na superfcie terrestre que
ocasionam decomposio dos minerais das rochas pela ao de agentes atmosfricos e
biolgicos. Pode ocorrer que um solo retorne condio de rocha, em um processo chamado de
litificao, que, se for muito intenso, formar rochas metamrficas.
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3 - MECANISMO DE FORMAO
Os fatores que mais influenciam na formao dos solos so: clima, o tipo de rocha, a
vegetao, o relevo e o tempo de atuao destes fatores. Dentre estes destaca-se o clima. A
mesma rocha poder formar solos completamente diferentes se a decomposio ocorre sob clima
diferente. Por outro lado, diferentes rochas podem formar solos semelhantes quando a
decomposio ocorre em clima semelhante. Pode-se dizer que, sob o mesmo clima, a tendncia
formar-se o mesmo tipo de solo ainda que as rochas sejam diferentes.
Os mecanismos de ataque s rochas podem ser includos em dois grupos:
- desintegrao mecnica: refere-se intemperizao das rochas por agentes fsicos, tais
como:
- variao peridica de temperatura - que provoca a expanso e contrao das rochas
e por conseqncia, fraturas que aumentam com o tempo;
- congelamento da gua nas juntas e gretas - como a gua dilata quando congela, este
processo amplia as fraturas;
- efeito de razes - visvel em caladas quando estas se quebram em funo do
crescimento das razes.
- decomposio qumica: quando agentes qumicos atacam as rochas, modificando sua
constituio mineralgica.
A desintegrao mecnica quase sempre chega a formar areias (excepcionalmente chega a
formar siltes). A decomposio qumica geralmente forma argila como ltimo produto.
A oxidao, hidrlise, dissoluo e o ataque por gua que contenha cidos orgnicos so os
principais agente da decomposio qumica. a falta de gua que faz com que, nos desertos, os
fenmenos de decomposio qumica no se desenvolvam, motivo pelo qual a areia predomina
nestas zonas. A anlise das pedras trazidas da Lua mostra uma composio semelhante s nossas
s que sem a decomposio qumica uma vez que no h gua na Lua.
Um exemplo tpico de formao o chamado solo residual de granito tambm chamado de solo
de alterao de granito e bastante comum no Brasil: o granito (rocha constituda pelos minerais:
quartzo, feldspato e mica), em um clima tropical mido, sofre o seguinte processo de
decomposio: depois de formado e trazido superfcie da crosta terrestre, fraturado pela
alternncia de temperatura. Em seguida comea o ataque qumico da gua acidulada, geralmente
com gs carbnico proveniente da decomposio de vegetais. Essa acidulao proporcional
temperatura e, portanto, bem mais efetiva nos pases tropicais. O feldspato presente atacado. A
rocha desmancha-se e os gros de quartzo, que no so decompostos, soltam-se formando areia e
pedregulho. O feldspato decomposto, vai dar argilas e sais solveis, que so carreados pela gua.
Algumas espcies de mica sofrem processo de alterao semelhante ao do feldspato, formando
argila, enquanto outras resistem e vo formar as palhetas brilhantes presentes nos solos
micceos.
Se a rocha matriz for basalto, resultar, predominantemente, argila, pois o basalto no contm
quartzo. Como exemplo pode ser citado a terra roxa da bacia do rio Paran, um solo argiloso
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com grande fertilidade, produto da decomposio do maior derrame de basalto que se tem notcia
no planeta..
4 - TIPOS DE SOLO
Em funo do mecanismo de formao, costuma-se dividir os solos em trs grandes grupos:
- Residual - aquele que permaneceu no local da rocha de origem. Obedece uma gradual
transio de solo at rocha e por isto mesmo sua resistncia crescente com a
profundidade.
- Sedimentar - que sofreu a ao de agentes transportadores. Devido variao que pode
haver em camadas sobrepostas neste tipo de solo que surge a maioria dos
problemas de fundaes. Uma camada subjacente pode ter maior compressibilidade e
menor resistncia que a sobrejacente e a sondagem, por algum motivo, no atingiu a
profundidade suficiente para detect-la.
- Orgnico - quando mistura-se ao solo de origem mineral, matria de origem orgnica. H
casos onde praticamente no h partculas minerais, como os solos turfosos. Para o
engenheiro geotcnico o solo orgnico de pssima qualidade devido a sua alta
compressibilidade e baixa resistncia. Para o agrnomo, devido a sua fertilidade, o
solo orgnico timo.
4.1 - FORMAO DOS SOLOS SEDIMENTARES
H quatro principais agentes transportadores:
- a gravidade, que forma o solo coluvionar;
- a gua, que forma o solo aluvionar;
- o vento, que forma o solo elico;
- as geleiras, que formam o solo glacial.
4.1.1 - SOLO COLUVIONAR
O solo desprende-se e cai por gravidade para o sop da montanha. O tlus um exemplo de solo
coluvionar embora seja mais granular que o colvio tradicional.

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NT antigo

NT atual

4.1.2 - SOLO ALUVIONAR


A gua o mais efetivo agente transportador. Geralmente o solo transportado de montanhas ou
regies mais altas pelos rios e enxurradas. As partculas vo se depositando de acordo com seu
dimetro a medida que a velocidade de escoamento da gua diminui. Desta forma a gua um
agente transportador bastante seletivo sendo comum nas embocaduras dos rios solos muito finos
cujas partculas (colides) se depositaram devido a formao de flculos pela ao da gua do
mar.

colides
fluxo

Um grave problema do mundo moderno so as enchentes. O escoamento superficial das guas,


agindo como agente de eroso e transporte, contribui para aumentar o problema provocando o
assoreamento dos rios. Deve-se registrar que a ao antrpica ligada ao desmatamento, a causa
principal do assoreamento (Leinz & Amaral, em seu excelente livro Geologia Geral, citam
que, a perda anual de solo em uma floresta natural da ordem de 4 kg por hectare; a

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transformao desta floresta em pastagem aumenta esta perda para 700 kg por hectare e em uma
plantao de algodo, para 38000 kg por hectare).
Os mesmos autores chamam ateno para a impressionante capacidade de transporte dos rios.
Estimam que o volume de detritos mais sais solveis carreados pelo rio Amazonas em uma ano
equivale a um cubo de 620 m de aresta. Um rio pequeno como o Paraba do Sul transporta
diariamente cerca de 15000 t em suspenso (174 kg por segundo).
4.1.3 - SOLO ELICO
A fora dos ventos pode transportar partculas de solo por centenas de kilmetros de distncia
(h registros de transporte de gros de areia pelo vento do Saara at a Inglaterra, 3200 Km). A
deposio deste material pode acarretar graves problemas de soterramento dos prdios e na
fertilidade do solo.
No Brasil, felizmente as condies no favorecem ao surgimento de ventos com grande
intensidade, mesmo assim, h o registro de uma intensa deposio elica na vila de Itana, no
Esprito Santo, que soterrou cerca de 100 residncias, a igreja local e o cemitrio. As dunas da
regio chegam a 30 m de altura. A Lagoa dos Patos necessita de um servio contnuo de
dragagem para evitar seu assoreamento por partculas trazidas pelo vento
O vento seleciona mais ainda que a gua. Quando h mudana de direo ocorre estratificao
cruzada. Os solos elicos mais conhecidos so o Loess (cobrem grandes reas na Alemanha,
Argentina, Rssia e China onde chegam a formar paredes verticais de at 150 m de altura; no
h registro de sua ocorrncia no Brasil) e as dunas das praias.
O deslocamento das dunas pode tambm criar problemas para os moradores da regio litornea.
usual a fixao destas dunas com cercas interceptando seu caminho. O plantio de vegetao
do tipo psamoftica (que tem preferncia por solos arenosos) tambm serve para esta finalidade.
4.1.4 - SOLO GLACIAL
O gelo um agente transportador muito importante uma vez que em eras anteriores, cerca de
30% da superfcie dos continentes era coberta por gelo perene. Destas regies, em virtude de
desequilbrio entre a quantidade de gelo que se forma e a que se funde, grandes massas se
deslocam a uma velocidade muito pequena (alguns metros por ano, embora as geleiras da
Groelndia possam atingir velocidades de at 24 m/dia). Quando ocorre o degelo, o material
incorporado nas geleiras durante sua movimentao, que pode chegar a 50% do volume da
geleira, se deposita no mesmo local, formando um solo altamente heterogneo, e por isto mesmo
problemtico como terreno de fundao.
O Brasil, h cerca de 200 milhes de anos, sofreu intensa atividade glacial, havendo claros
vestgios desta atividade no Sul do pas muito embora a ocorrncia de solos glaciais em nosso
pas seja pequena.
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4.2 - FORMAO DE SOLOS ORGNICOS


A formao d-se ou pela impregnao de matria orgnica (hmus) em sedimentos prexistentes, ou ainda pela decomposio da matria orgnica que j ocorria nos sedimentos.
Uma parte dos produtos da decomposio da matria orgnica escura e relativamente estvel, e
impregna os solos orgnicos: o hmus. Por ser facilmente carreado pela gua, em suspenso, o
hmus s impregna permanentemente os solos finos (as argilas, os siltes e, em pequena escala, as
areias finas). Assim, no ocorrem areias grossas orgnicas ou pedregulhos orgnicos.
Quando a matria orgnica provm de decomposio sobre o solo de grande quantidade de
folhas, caules e troncos de plantas forma-se um solo fibroso, essencialmente de carbono, de alta
compressibilidade e baixssima resistncia, que se chama turfa. Provavelmente este pior tipo de
solo para os propsitos do engenheiro geotcnico.
A diferena entre argilas e siltes orgnicos e a turfa est no fato de que os primeiros so mais
pesados, pois a turfa, tendo grandes teores de carbono, de densidade menor. Por outro lado, a
turfa combustvel quando seca e os outros no o so.
5 - COMPOSIO QUMICA E MINERALGICA DOS SOLOS
Os minerais que formam os solos so os mesmos das rochas de origem, alm de outros que
surgem na decomposio qumica.
Os principais minerais que ocorrem na crosta terrestre so o feldspato (60%), anfiblios e
piroxnios (17%), quartzo (12%) e as micas (4%):
- o feldspato forma o grupo mais importante como constituinte das rochas. So translcidos
ou opacos.
- os piroxnios e anfiblios so minerais de aparncia muito similar. Com cor quase preta e
clivagem segundo 2 planos quase perpendiculares nos piroxnios e oblquos nos anfiblios.
- o quartzo tem alta resistncia qumica e fsica. Predominantemente, apresenta-se na cor
branca ou incolor. Brilho vtreo, transparente ou opaco. usado como matria prima para
fabricao do vidro.
- a mica caracteriza-se pela tima clivagem laminar e boa elasticidade. Cor desde incolor,
amarelada (moscovita ou mica branca) a preta (biotita ou mica preta). usada na indstria
eltrica como isolante.
5.1 - SOLOS GROSSOS
Quanto composio qumica, os principais minerais dos solos grossos so:
- silicatos (feldspato, mica)
- xidos (quartzo, hematita, magnetita, limonita)
- carbonatos (calcita, dolomita)
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- sulfatos (gesso, anidrita)


Nos solos grossos, o comportamento mecnico e hidrulico est ligado, principalmente,
compacidade e orientao das partculas, pelo que a constituio mineralgica , at certo ponto,
secundria.
5.2 - SOLOS FINOS
Partindo dos inmeros minerais principalmente dos feldspatos, os agentes da decomposio
qumica chegam a um produto final: a argila.
A investigao dos componentes mineralgicos das argilas de grande importncia, pois o
comportamento mecnico destas funo, principalmente, de sua estrutura a qual fortemente
influenciada pela constituio mineralgica. As argilas so constitudas por pequenssimos
minerais cristalinos, chamados minerais arglicos. A estrutura dos minerais arglicos composta
por duas unidades cristalogrficas fundamentais: uma com a configurao de um tetraedro,
formada por um tomo de silcio eqidistante de quatro tomos de oxignio, e a outro
representada por um octaedro, em que um tomo de alumnio, no centro, envolvido por seis
tomos de oxignio, ou grupos de oxidrilas.

Si

SILICA

Al

GIBSITA

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A associao destes elementos formam as diversas espcies de minerais arglicos:


PRINCIPAIS MINERAIS ARGLICOS
CAOLINITAS
O mineral arglico das argilas do grupo da caolinitas formado por
unidades de silcio e alumnio unidas alternadamente, conferindo-lhes
uma estrutura rgida. A ligao entre as unidades suficientemente
firme para no permitir a penetrao de molculas de gua entre elas.
Em conseqncia as caolinitas so relativamente estveis em presena
da gua .
MONTMORILONITAS
O mineral arglico destas argilas formado por uma unidade de
alumnio entre duas de silcio. As ligaes entre estas unidades, no
sendo suficientemente firmes para impedir a entrada de molculas de
gua, tornam as montmorilonitas muito expansivas, e portanto
instveis, em presena de gua. As bentonitas, argilas do grupo das
montmorilonitas, so muito usadas como conteno das paredes de
furos de sondagem e de estacas escavadas.
ILITAS
Estruturalmente anlogas s montmorilonitas, so, porm, menos expansivas, devido
principalmente s ligaes de ons de potssio entre os minerais arglicos.

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ESTRUTURA DOS SOLOS


o arranjo das partculas do solo entre si. Os tipos de estrutura mais comumente aceitos so:

granular compacta

granular fofa

Figura 1 - Estrutura dos Solos Granulares

floculada

dispersa

Figura 2 - Estrutura dos Solos Coesivos


Em gua salgada (com alta concentrao inica, Na+), os gros tendem a flocular antes de
sendimentarem. Devido a este fato, no ocorre sendimentao de gros isolados, mas de flculos
sob ao de gravidade, dispondo-se ao acaso. Em gua doce, os gros sendimentam
isoladamente, tendendo a se disporem uniformemente.
FORMA DAS PARTCULAS
As partculas apresentam-se geralmente sob uma das 3 formas seguintes.
- Equidimensional: todas as 3 dimenses so equivalentes. o tipo predominante em
pedregulhos, areias e siltes. Subdivide-se em:
- Arredondada
- Sub-arredondada
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- Sub-angulosa
- Angulosa
- Lamelar: 2 dimenses predominam sobre a terceira. Predomina nas argilas.
- Fibrilar: 1 dimenso predomina sobre as outras. Predomina nos solos turfosos.
A forma da partcula tem influncia decisiva em algumas propriedades mecnicas importantes,
como compressibilidade.
SUPERFCIE ESPECFICA
a soma das superfcies de todas as partculas contidas na unidade de volume ou de massa do
solo.
Imaginando-se uma partcula de forma cbica incialmente com 1 centmetro de aresta e
subdividindo-a em cubos cada vez menores, tem-se:

aresta

volume da
partcula

(cm)

(cm3)

n de part. na
unidade de vol.

rea de cada
partcula

Superfcie
Especfica

(cm2)

(cm2/cm3)

10-1

10-3

103

6 x 10-2

6 x 10

10-2

10-6

106

6 x 10-4

6 x 102

10-4

10-12

1012

6 x 10-8

6 x 104

Conclui-se que, quanto mais fino o solo, maior sua superfcie especfica, sendo esta uma das
principais razes da diferena entre as propriedades fsicas dos solos grossos para os solos finos,
uma vez que as foras eltricas atuam na superfcie das partculas. Quanto maior a superfcie
especfica maior a influncia das foras eltricas. Nos solos grossos predominam as foras
gravitacionais, e nos solos finos, por terem uma grande superfcie especfica, predominam
as foras eltricas.
Para minerais arglicos:
- Caolinitas
- Ilitas
- Montmorilonitas

- 10 m/g
- 80 m/g
- 800 m/g
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SENSIBILIDADE - Is
a relao entre a resistncia compresso simples de uma amostra indeformada e a resistncia
compresso simples da mesma amostra amolgada, na mesma umidade.

Resistncia Compresso (kPa)

Is

Rc

Rc

Rc
R c'

F ig u r a 3 - C u r v a t e n s o x D e fo r m a o
Se:

Is 1
1 < Is 2
2 < Is 4
4 < Is 8
Is > 8

- insensvel
- baixa sensibilidade
- mdia sensibilidade
- sensvel
- extra sensvel

TIXOTROPIA
a recuperao, com o tempo, da resistncia do solo amolgado. Deve-se a gradual reorientao
das partculas de uma estrutura dispersa para uma floculada, acompanhada de uma reorientao
das molculas de gua da camada adsorvida para uma estrutura mais ordenada (MITCHELL,
1960)
Um exemplo de argila com propriedades tixotrpicas a BENTONITA, argila do grupo das
montmorilonitas, muito usada em servios de engenharia que envolvam escavaes em solos
(paredes diafragmas, sondagens, etc...).
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NDICES FSICOS
1 - INTRODUO.
Em um solo ocorrem, geralmente, 3 fases:
- slida (as partculas minerais)
- lquida (a gua)
- gasosa (o ar)
A ocorrncia s das fases slida e lquida bastante comum. Neste caso todos os vazios do solo
encontram-se ocupados por gua e o solo chamado saturado. Em condio natural no se
encontram solos secos (fase slida + ar). Em laboratrio isto pode ser conseguido facilmente mas
torna-se necessrio definir o que solo seco uma vez que as partculas de argila tm uma
pelcula de gua que as envolve, chamada gua adsorvida. Esta gua est submetida a presses
altssimas (encontra-se inclusive congelada temperatura ambiente) e faz parte da estrutura do
solo. Dependendo da temperatura de secagem, parte ou at toda gua adsorvida pode ser
removida junto com a gua livre dos vazios o que daria diferentes pesos secos em funo da
temperatura da estufa. Para resolver isto, convenciona-se em Mecnica dos Solos que solo seco
aquele que apresenta constncia de peso em duas pesagens consecutivas aps secagem em
uma estufa de 105 a 110.
2 - PRINCIPAIS NDICES FSICOS
Admita-se a abstrao apresentada na figura abaixo em que as 3 fases possam permanecer
isoladas. esquerda est a coluna de volume e
direita a coluna de peso:
onde:
Vt = volume total da amostra
Vs = volume da fase slida da amostra
Vw = volume da fase lquida
Va = volume da fase gasosa
Vv = volume de vazios da amostra = Va + Vw
Wt = peso total da amostra
Wa = peso da fase gasosa da amostra
(considerado nulo)
Ws = peso da fase slida da amostra
Ww = peso da fase lquida
obs.: como considera-se o peso da fase gasosa
igual a zero, o peso da fase slida igual
ao peso seco da amostra

Va

AR

Vv

Vt

Vw

GUA

Ww
Wt

Vs

SLIDOS

Ws

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2.1 - PESO ESPECFICO DAS PARTCULAS - g


o peso da fase slida por unidade de volume. Sendo uma relao de fora por volume a
unidade mais usada o kN/m3 ou um seu (sub) mltiplo.
Ws

Vs

obs.: a massa especfica dos gros ( g ), usada no ensaio de granulometria por sedimentao
uma relao de massa por volume; a unidade mais usada g/cm3 ou um seu
(sub)mltiplo.
2.2 - DENSIDADE RELATIVA DOS GROS - Gs
a razo entre a massa ou o peso especfico da parte slida e a massa ou o peso especfico de
igual volume de gua pura a 4C. Como uma relao de massas ou de pesos especficos, Gs
adimensional.
Gs

g
w (a

4C )

O valor de Gs pode ser uma indicao do tipo de solo. Se:


Gs < 2.5 solo orgnico
2.6 < Gs < 2.8 solo inorgnico
Gs > 2.9 solo contendo ferro.

2.3 - TEOR DE UMIDADE - w


a relao entre a massa ou o peso da gua contida no solo e a massa o ou peso de sua fase
slida, expressa em percentagem.
w(%)

Ww
Ws

100

A umidade varia teoricamente de 0 a . Os maiores valores conhecidos so os de algumas


argilas japonesas que chegam a 1400%.
2.4 - NDICE DE VAZIOS - e
a relao entre o volume de vazios e o volume de slidos.
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Vv
Vs

Embora possa variar teoricamente de 0 a , o menor valor encontrado para o ndice de vazios
de 0.25 (para uma areia muito compacta com finos) e o maior de 15 (para uma argila altamente
compressvel).
2.5 - POROSIDADE - n
a relao entre o volume de vazios e o volume total da amostra, expressa em percentagem.
Teoricamente varia de 0 a 100%. Na prtica varia de 20 a 90%.
n(%)

Vv
Vt

100

Embora o ndice de vazios e a porosidade sejam anlogos, o primeiro tem a vantagem de


envolver apenas uma varivel Vv.
Observar que:
Vv
n

Vv
Vt

Vs
Vt

Vv

Vs
Vs Vv

Vs

Vs

Vv

Vs
1

Vv
Vs

O que leva a:

2.6 - GRAU DE SATURAO - Sr


a relao entre o volume de gua e o volume de vazios de um solo, expressa em percentagem.
Sr (%)

Vw
Vv

100

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Varia de 0% para um solo seco a 100% para um solo saturado.


2.7 - PESO ESPECFICO APARENTE (OU NATURAL) - (ou nat)
a relao entre o peso total e volume total da amostra.

Wt
Vt

2.8 - PESO ESPECFICO APARENTE DE UM SOLO SECO - d


definido como o peso especfico aparente para a situao de umidade nula.
d

Ws
Vt

Normalmente o d obtido com as equaes a seguir:

Ws
Vt

Ws

Ws

1
Ww Ws

Wt

Ww Ws

Ws

Vt
Wt

Vt

Wt

1
Wt

1
1 w
1

Vt

o que leva:

1 w

Da mesma forma:

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Wt
Vt

Ws Ww
Vs Vv

Ws (1

Vs (1

Ww
Ws
Vv
Vs

1 w
1 e

Logo

1 w
G G w
G w
w
1 e
1 e

G S e
w
1 e

Se o solo seco: Sr = 0 e = d, logo:

2.9 - PESO ESPECFICO APARENTE DE UM SOLO SATURADO - sat:


a relao entre o peso da amostra saturada e o volume total.
sat

Wsat
Vt

Se o solo saturado: Sr = 1 e = sat, logo, na expresso tem-se:

sat

G e
w
1 e

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2.10 - PESO ESPECFICO SUBMERSO - sub


a relao entre o peso da amostra submersa e o volume total.
sub

Wsub
Vt

Se o solo est submerso, passa a atuar nas partculas o empuxo de gua (E) que uma fora
vertical, de baixo para cima, igual ao peso do volume de gua deslocado.

Neste caso teremos:

Wsub = Wsolo - E
V * sub = V . sat - V . w
sub = sat - w

NA NT

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2.11 RELAES DIVERSAS

Da equao tira-se:

g
1 e

tem-se ento

g
d

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3 - ESQUEMA DEMONSTRATIVO
Determina-se em laboratrio:
Vt =volume total da amostra, atravs de medies diretas na amostra, por imerso em
mercrio ou pela balana hidrosttica.
Wt = peso da amostra
Wd = peso seco da amostra
Gs = densidade relativa dos gros.

Vt

g G w

Wt

Wt

Wd

Wt - Wd
Wd

Vt

g
d

Gw
e

-1

e
1+e

G+e
sat w
1+e

1+w

sub = sat - w

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4 - PROBLEMAS RESOLVIDOS E PROPOSTOS


1 - Um recipiente de vidro e uma amostra indeformada de um solo saturado tem massa de 68.959
g. Depois de seco baixou para 62.011 g. A massa do recipiente 35.04 g e o peso especfico dos
gros 28 kN/m3. Determine o ndice de vazios, a porosidade e o teor de umidade da amostra
original.
TEOR DE UMIDADE - w
Ww 68.959 x 9.81 62.011 x 9.81 6.948 x 9.81 kN
Ws 62.011 x 9.81 35.046 x 9.81 26.965 x 9.81 kN

logo:
w

6.948 x 9.81
x 100 25.8%
26.695 x 9.81

NDICE DE VAZIOS e
Se Gw

como S 1

temse:

e 2.8 x 0.258 0.72

POROSIDADE - n

e
1 e

0.72
x 100 42%
1 0.72

2 - Uma amostra de solo saturado tem um volume de 0.028 m3 e massa de 57.2 kg. Considerando
que os vazios esto tomados por gua, determinar o ndice de vazios, a porosidade e o teor de
umidade deste solo. Considerar Gs = 2.79 e w = 10 kN/m3.

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NDICE DE VAZIOS:
sat
sat

Wt
Vt

0.0572 x 10
kN
20.2
0.0283
m3

G e
2.79 e
x w 20.2
x 9.81
1 e
1 e
e 0.755

POROSIDADE:

0.755
100 43%
1 0.755

1 x 0.755
x 100 27%
2.79

TEOR DE UMIDADE:

3 - O volume de uma amostra irregular de solo parcialmente saturado foi determinado, cobrindose a amostra com cera e pesando-a ao ar e debaixo d'gua. Encontre o d e o Sr deste solo
sabendo que:
peso total da amostra ao ar = 1.806 N
peso da amostra envolta em cera, ao ar = 1.993 N
peso da am. envolta em cera, submersa = 0.783 N
umidade da amostra = 13.6%
densidade dos gros = 2.61
peso especfico da gua = 10 kN/m3
peso especfico da cera = 8.2 kN/m3.
Empuxo = Wao ar - Wsub = 1.993 - 0.783 = 1.21 N
Peso da cera = 1.993 - 1.806 = 0.187 N

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Va

AR

Vw

GUA

Vs

SLIDOS

Vc

CERA

Vv
Vam
Vt

Vt Vc Vam
E
1.21 x 103

x 106 121 cm 3
w
10

Vt
Vc

Wc

0.187 x 103
x 106 22.8 cm 3
8.2

Vam 121 22.8 98.2 cm 3

logo d:

Wam
Vam

1.806 x 10 3
kN
18.4
6
98.2 x 10
m3

1 w

18.4
kN
16.2
13.6
m3
1
100

para e :
e

g
d

2.61 x 10
1 0.611
16.2

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para S:
G x w S x e
13.6
100
x 100 58.1%
0.611

2.61 x
S

4 - Uma amostra de solo saturado tem o volume de 0.0396 m3 e massa de 79.2 kg. A densidade
real dos gros 2.75.
a) considerando que os vazios esto tomados por gua pura, determinar o teor de
umidade e o ndice de vazios deste solo.
b) considerando agora que a gua dos vazios seja salgada (com os sais totalmente
dissolvidos), tendo o peso especfico de 10.1 kN/m3, determinar o peso de gua pura, o
peso do sal e o ndice de vazios desta amostra

a)

0.0792
2 t/m 3
0.0396

G e

1 e w

2 x 9.8

2.75 e
9.8
1 e

G w S e

e 0.75

w 27.27%

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b)
Vv Vw Vw

onde Vw volume da gua salgada

Vam Vs Vv Vs Vw
Vam

Ws
g

Ww
w

Wam Ws Ww Ws Wam Ww
Vam

Wam Ww
g

0.0396

Vw

Ww
w

Ww
w

79.2 E3 x 9.81 Ww
2.75 x 9.81

Ww
10.1

Ww 174.36 N

0.0173 m 3

Vw Vw Ww Vw x 9.81 169.35 N
Wsal Ww Ww 5.01 N
e

Vv
Vs

Vw
Vam Vw

0.77

5 - Um certo volume de lodo (resduo industrial) dever ser


estocado em laboratrio para deposio de slidos. Sabe-se que o
lodo contm 20% em peso de slidos, sendo seu peso especfico
11.28 kN/m3. Aps sedimentao total foi retirada uma amostra indeformada do sedimento,
tendo um volume de 35.4 cm3 e massa de 50.3 g. Depois de seca em estufa esta amostra teve sua
massa alterada para 22.5 g. Determinar o peso especfico dos gros, o ndice de vazios do lodo e
o ndice de vazios do sedimento.

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LODO:
Ws 0.20 Wt
w

Ww
Ws

Wt

100

Ws

Wt

1 100

0.20 Wt

1 100 400%

Considerando que:

G S e
w
1 e

G w Se

temse:
e

G (1 w)
w 1 11.87

SEDIMENTO

50.3
g
1.42
35.4
cm 3

50.3 22.5
100 123.5%
22.5

1.42 . 9.8

1.42 . 9.8

G e
9.8
1 e

como o sedimento est saturado: G w e


G 2.95

kN
m3

g 29.04

logo:

kN
m3

e 3.66

6 - Duas pores de solo (1) e (2) da mesma amostra apresentam respectivamente w1 = 10% e
w2 = 25%. Quanto da poro (1) deve ser acrescentado poro (2) para obter-se a umidade final
da mistura igual a 22% ?
w

Ww
Ws

Wt
Ws

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para: w1 0.10

w2 0.25

wf 0.22

Wt2

Wt1
Ws1

1.10

1.25

Ws2
Wtf

1.22

Wsf

Da ltima expresso tirase:


Wt1 Wt2
Ws1 Ws2

1.22

ou ainda:
Wt1 Wt2
Wt1
1.10

Wt2

1.22

1.25

da tirase:
Wt1
Wt2

0.22

7 - Uma camada arenosa de e = 0.60 e Sr = 50%, sofreu o efeito de um


terremoto de tal forma que a espessura desta camada reduziu-se em 3% da espessura inicial.
Pede-se o ndice de vazios e o grau de saturao desta areia depois do terremoto.
(Resp.: e = 0.55 ; Sr = 54.3%)
8 - Um solo saturado tem um peso especfico aparente de 18.83 kN/m3 e umidade de 32.5%.
Calcular o ndice de vazios e o peso especfico dos gros do solo.
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(Resp.: e = 0.89 ; g = 26.86 kN/m3).


9 - Em um solo saturado so conhecidos o peso especfico aparente ( = 20.1 kN/m3) e seu teor
de umidade (w = 23%). Encontre a densidade relativa dos gros deste solo.
(Resp.: Gs = 2.71)
10 - Em um solo saturado Gs = 2.55 , nat = 17.65 kN/m3. Calcule o ndice de vazios e a umidade
deste solo.
(Resp.: e = 0.94 ; w = 36.8%)
11 - A massa de uma amostra de argila saturada 1526 g. Depois de seca em estufa passa a ser
1053 g. Se Gs = 2.7, calcule e, n, w, , d.
(Resp.: e = 1.21 ; n = 54.8% ; w = 44.9% ; = 17.4 kN/m3 ; d = 11.9 kN/m3)
12 - Em uma amostra de solo parcialmente saturado so conhecidos o sub, w, G. Encontre o peso
especfico seco, o ndice de vazios e o grau de saturao em funo das quantidades conhecidas.
13 - Um recipiente de vidro e uma amostra indeformada de um solo saturado pesaram 0.674 N.
Depois de seco em estufa o peso tornou-se 0.608 N. O recipiente de vidro pesa 0.344 N e o peso
especfico dos gros do solo 27.5 kN/m3. Determinar o ndice de vazios, a porosidade e o teor
de umidade da amostra original.
(Resp.: e = 0.70 ; n = 41.2% ; w = 25%)
14 - Por imerso em mercrio o volume de uma amostra siltosa foi determinado igual a 14.83
cm3. Sua massa, no teor natural de umidade era 28.81 g e depois de seca em estufa 24.83 g. O
peso especfico dos gros era 26.5 kN/m3. Calcule o ndice de vazios e o grau de saturao da
amostra.
(Resp.: e = 0.61 ; Sr = 70.6%)
15 - Do perfil de terreno mostrado na figura retirou-se uma amostra a 6 m de profundidade. O
peso da amostra foi de 0.39 N e aps secagem em estufa foi de 0.28 N. Sabendo-se que Gs =
2.69, pede-se: w, n, e, nat, sub.
0-

(m)

NA
2
Areia

4-

Argila

8-

(Resp: w = 39%; e = 1.05; n = 51%; sat = 17.8 kN/m3 ; sub = 8.0 kN/m3)

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16 - As amostras A, B ,C e D foram recolhidas por meio da cravao de um cilindro de ao de 1


litro de volume e massa de 100 g, com paredes suficientemente finas para no alterar o volume
inicial da amostra. Foram tomadas todas as precaues para preservar a umidade da amostra at
sua chegada em laboratrio onde foram pesadas dentro do cilindro e depois levadas para uma
estufa a 110 C at obter-se a constncia de peso. Obtiveram-se os seguintes resultados:
A

massa da amostra + cilindro (g)

1520

2050

1450

2030

massa da amostra seca (g)

1210

1640

1165

1720

AMOSTRAS

Admitindo-se Gs = 2.65, determinar os pesos especficos aparentes e secos, os teores de umidade,


os ndices de vazios e os graus de saturao dessas amostras.
Resp.:
AMOSTRAS

(kN/m3)

13.9

19.1

13.2

18.9

w (%)

17.4

18.9

15.9

12.2

d (kN/m3)

11.9

16.1

11.4

16.9

1.19

0.62

1.28

0.54

S (%)

38.7

81.3

32.8

59.9

17 - Escavou-se um buraco em um terreno, retirando-se 1080 g de solo. Logo em seguida


preencheu-se este buraco com 1500 g de uma areia seca com peso especfico aparente de
18.63 kN/m3. Calcular o peso especfico seco, o ndice de vazios e o grau de saturao deste
terreno sabendo-se que de uma parcela do solo retirado do buraco determinou-se a umidade do
terreno em 14% e a densidade real dos gros em 2.5.
(Resp.: d = 11.77 kN/m3 ; e = 1.08 ; Sr = 32.3%)
18 - Retirou-se uma amostra a 3 m de profundidade no perfil abaixo, com massa de 18.0 kg e
volume de 0.011 m3. Sabendo-se que a densidade real dos gros deste solo 2.69, calcule:
- o peso especfico natural;
- o peso especfico submerso;
- o ndice de vazios;
- a umidade
- a porosidade.

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areia medianamente compacta


2

NA
4 -

argila siltosa mdia

19 - Uma areia tem emax = 0.97, emin = 0.45 e GC = 0.4. Sabendo-se que o peso especfico dos
gros igual a 25.3 kN/m3, pede-se:
a) o sat e o d para esta areia tal como se encontra
b) a espessura final da camada de areia caso o GC da areia em questo chegue a 0.65 e a
espessura inicial da camada seja 3.0 m.
c) os novos valores de sat e d para as condies finais do item "b".
(Resp.: a) sat = 18.60 kN/m3 ; d = 14.35 kN/m3 - b) Hf = 2.78 m - c) sat = 19.30 kN/m3 ; d
= 15.50 kN/m3.
20 - Retirou-se uma amostra de argila do fundo do mar. Para determinar seu volume, cobriu-se a
amostra com parafina e determinou-se sua massa ao ar e debaixo d'gua, obtendo-se:
- massa da amostra ao ar = 12 Kg;
- massa da amostra coberta com parafina ao ar = 13 Kg;
- massa da amostra coberta com parafina debaixo d'gua = 3.5 Kg;
Admitindo-se que a gua existente nos vazios da amostra tem peso especfico de 10.3 kN/m3,
pede-se o peso do sal contido nos vazios da amostra. Considerar:
- peso especfico da parafina = 8.2 kN/m3;
- densidade real dos gros = 2.65.
21 - Uma amostra de um solo argiloso apresentava os seguintes ndices fsicos: nat = 18.5 kN/m3
, g = 27 kN/m3 e w = 15%. De quanto se deve aumentar a umidade desta amostra para que ela
fique completamente saturada ?
(Resp.: w = 9.64%)

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PLASTICIDADE
Os solos arenosos so bem identificados por suas curvas granulomtricas, isto , areias ou
pedregulhos de iguais curvas granulomtricas comportam-se, na prtica, de maneira semelhante
desde que tenham a mesma compacidade. Isto no acontece nos solos finos. Pode-se encontrar
siltes, argilas e solos argilosos de mesma curva granulomtrica, com mesmo ndice de vazios,
mas com comportamentos diferentes.
Pode-se definir a plasticidade como a propriedade de certos solos serem moldados sem variao
de volume. Isto ocorre porque, a forma lamelar das partculas permite um deslocamento relativo
entre elas, sem necessidade de variao de volume. Esta plasticidade depender tambm do teor
de umidade da argila.
A forma dos gros possibilita que eles deslizem uns sobre os outros, desde que a gua intersticial
possa funcionar como uma partcula lubrificante. Entretanto, se existir gua em demasia, as
partculas como que estaro em suspenso e o corpo no ser mais plstico e sim um lquido
viscoso. Por outro lado, se existir pouca gua, as foras capilares sero muito grandes e os gros
se aglutinaro, formando torres quase slidos, que no podero ser moldados e, ao sofrerem
esforos de deformao, se quebraro.
Considere-se uma amostra de argila com teor de umidade (w) muito alto. Ela estar como um
lquido, ao que denominaremos estado lquido. A medida que gua evapora, a amostra diminui
de volume e endurece. Para um certo valor de w, ela perde sua capacidade de fluir, porm pode
ser moldada facilmente e conservar sua forma. Ela encontra-se, agora, no estado plstico. A
continuar a perda de umidade, o volume da amostra continua a decrescer. O estado plstico
desaparece at que, para outro valor de w, o solo se desmancha ao ser trabalhando. Este o
estado semi-slido. Se a secagem ainda continuar, ocorrer a passagem para o estado slido. A
partir deste ponto a amostra no reduz mais de volume. Estes so os estados de consistncia e
suas fronteiras os limites de consistncia, conforme mostra a figura.

Estes limites dependem principalmente da:


- Espcie mineralgica da frao argilosa;
- Estrutura;
- Forma e tamanho dos gros;
- Umidade.

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DETERMINAO EM LABORATRIO DOS LIMITES DE CONSISTNCIA


LIMITE DE LIQUIDEZ wL :
O wL admitido como a umidade que um sulco previamente feito em uma amostra colocada em
um aparelho especialmente projetado para este ensaio por Casagrande, fecha com 25 "golpes", na
extenso de 1/2". No ensaio, obtm-se em torno de 5 pares de valores umidade x nmero de
golpes para fechar o sulco e plota-se em um grfico semilogartmico. Interpola-se uma reta por
estes pontos. O wL a umidade correspondente 25 golpes. Observa-se que quanto mais fino o
solo maior seu limite de liquidez (caolinitas 50 % , ilitas 120 %, montmorilonitas 500 %)
umidade

40

35

30
w L =27%
25

20

15
10

15

20

25

30

35

40 45

nmero de golpes

De fato o wL a umidade na qual todo solo apresenta uma resistncia ao cisalhamento da ordem
de 1.7 kPa.

H um processo de determinao do wL chamado "de um ponto" em que se usa o nmero de


golpes (N) que tenha fechado o sulco e a umidade correspondente (w) - quanto mais prximo N
estiver de 25 melhor a aproximao. Com estes valores aplica-se a frmula:
wL w

N tg
25

onde tg funo da inclinao da reta n de golpes x umidade. Usualmente utiliza-se tg


= 0,121. Nos solos brasileiros, Pinto & Oliveira (1975), sugerem um valor de tg = 0,156.
Ex.: Em um ensaio de limite de liquidez no aparelho Casagrande obteve-se a umidade de 45%
para uma amostra em que se usara 29 golpes para fechar o sulco. Estime o wL.

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w L 45

29 0.156
46%
25

Um mtodo mais recente consiste em considerar o wL como a umidade na qual um cone padro,
com 50 g de massa, caindo de uma altura zero (isto , a ponta do cone toca na amostra) atinge
uma penetrao na amostra de 20 mm. Este mtodo ainda pouco usado no Brasil.
LIMITE DE PLASTICIDADE - wP
O wP a umidade para a qual um cilindro de solo rompe com dimetro de 3 mm quando "rolado"
em uma superfcie lisa, com a palma da mo exercendo uma suave e constante presso. Para
reduzir a influncia do operador, a norma brasileira (NBR 7180) exige que o wP seja a mdia
aritmtica de no mnimo 3 valores sendo que estes no podem estar fora de uma faixa de 5%
desta mesma mdia.
LIMITE DE CONTRAO - wS
O wS a umidade para a qual a amostra deixa de reduzir de volume quando em processo de
secagem. determinado colocando-se uma pastilha de solo saturado para secar em uma estufa de
105 a 110 C. Posteriormente mede-se o volume da pastilha seca utilizando-se uma cuba com
mercrio e atravs da frmula apresentada a seguir chega-se ao limite de contrao.

wS

w1

V1 Vd
w
Wd

100

onde:
w1 = umidade da amostra saturada;
V1 = volume da amostra saturada;
Vd = volume da amostra seca;
Wd = peso da amostra seca.
NDICE DE PLASTICIDADE
Segundo Atterberg, a plasticidade de um solo seria definida por um ndice, o NDICE DE
PLASTICIDADE (IP).
IP w L w P

Se:
1 < IP < 7
7 < IP < 15

=>
=>

fracamente plstico;
medianamente plstico;
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15 < IP

=>

C A RTA D E PL A S T IC IDA D E

40

nh

30

Li

Indce de Plasticidade

altamente plstico.

20

10
7
4
0

20

40

60

80

L im ite de L iquidez
Assim quanto maior fosse o IP, tanto mais plstico seria o solo. Entretanto, sabe-se agora que s
o IP insuficiente para julgar a plasticidade de um solo.
Casagrande prope a conhecida carta de plasticidade, em funo do IP e do wL. Os solos que se
situassem acima da Linha A seriam plsticos (argilosos) e os que se situassem abaixo da Linha A
seriam pouco ou nada plsticos (siltosos). A equao da linha A : Ip = 0.73 ( wL - 20).
O grfico uma verso incompleta da Carta de Plasticidade de Casagrande. No estudo da
classificao dos solos usaremos o grfico completo.
ATIVIDADE
a propriedade, que algumas argilas tm, de poder transmitir ao solo, em maior ou menor grau,
um comportamento argiloso, isto , uma maior ou menor plasticidade e coeso.
Um solo residual de arenito, cuja granulometria mostrasse 15% de argila, deveria, em princpio,
ser considerado areia. Entretanto, alguns deste tipo de solo no Brasil mostram plasticidade e
coeso elevada, principalmente quando secos. que os 15% de argila foram capazes de conferirlhe um comportamento argiloso.

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Skempton props um ndice que serviria como indicao da maior ou menor influncia da frao
argilosa nas propriedades geotcnicas de um solo:
Ia

IP
%<2m

onde %<2m a percentagem de argila (partculas menores que 0,002 mm).


Se:
Ia < 0.75 =>
0.75 < Ia< 1.2.5 =>
Ia > 1.25 =>

inativas
normais
ativas

Observa-se que quanto menor o valor de Ia menor o potencial de variao de volume do solo. Por
isto mesmo as argilas do grupo das montmotilonitas so as mais ativas.
COESO
a resistncia que a frao argilosa empresta ao solo, tornando-o capaz de se manter coeso em
forma de torres ou blocos, ou capaz de ser cortado em formas diversas e manter esta forma. Os
solos que tm esta propriedade chamam-se coesivos. Os solos no coesivos esborroam-se
facilmente ao serem cortados ou escavados.
Pode-se definir coeso como a resistncia ao cisalhamento de um solo quando sobre ele no atua
presso externa alguma.

A coeso pode ter 3 origens:


- a existncia de um cimento natural ligando os gros: so os solos concrecionados tais
como o loess (no existente no Brasil), cujo o cimento o carbonato de clcio e a
argila latertica do DF cujo o cimento o xido de ferro.
- a presso capilar na gua intersticial: o que chamamos coeso aparente, que tem efeito
temporrio, pois os meniscos tendero a se desfazerem medida que ocorra
deformao no solo ou que este se sature.
- a eventual ligao entre os gros, muito prximos uns dos outros, exercida pelo potencial
atrativo de natureza molecular ou coloidal: o que chamamos de coeso verdadeira.

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CONSISTNCIA
Refere-se, sempre, a solos coesivos. definida como a maior ou menor dureza com a qual uma
argila encontrada na natureza. O ndice de Consistncia dado por:

Ic

wL w
IP

onde w a umidade natural no terrreno.


Se:
Ic < 0
0 < Ic < 0.5
0 < Ic < 0.75
0.75 < Ic < 1.0
1.0 < Ic

=>
=>
=>
=>
=>

argila muito mole;


argila mole;
argila mdia;
argila rija;
argila dura.

Na verdade deve-se ter muita cautela com este tipo de classificao especialmente porque o Ic
obtido atravs do wL e do IP no ter significado para a condio natural em campo uma vez que,
para obter-se o wL e o wP a estrutura do solo foi completamente destruda. A melhor maneira de
obter tal ndice a partir de correlaes com resultados de ensaios de compresso simples em
amostras indeformadas.

GRAU DE COMPACIDADE (GC) OU DENSIDADE RELATIVA (Dr).


Embora este ndice no tenha nada a ver com a plasticidade dos solos (que o tema desta
apostilha), aproveitando a analogia com o ndice de Consistncia preferiu-se apresentar este
tpico aqui. O Grau de Compacidade, tambm chamado de Densidade Relativa, refere-se
sempre, a solos no coesivos. a maior ou menor compacidade (ou densidade) dos solos.
Quanto mais compacta for uma areia, menor seu ndice de vazios e maior seu peso especfico
seco. Portanto, podemos definir GC ( prefervel esta denominao para evitar confuso com a
densidade relativa dos gros) tanto pelo ndice de vazios quanto pelo d.

emax e
GC D r
emax emin
d d
d
min
max
GC D r
.
d
d
d
max
min

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sendo emx e emin respectivamente, o maior e menor ndice de vazios possvel de obter-se naquela
areia.
De modo anlogo pode-se entender os d mx e d min .
A variao terica de GC de 0 (para o mximo fofa) a 1 (para o mximo compacta). Na
prtica, no ocorrem estes limites. Considera-se:
GC < 0,3 areia fofa;
0,3 < GC < 0,7 areia medianamente compacta;
0,7 < GC
areia compacta.
O emax , correspondente ao estado mais fofo possvel, obtido derramando-se uma certa
quantidade de material seco, lentamente e sem qualquer tipo de vibrao, em um recipiente de
volume conhecido, V.

Wd
min

V
Vv
g
max
emax

Vs
Wd
min
g

Onde Wd min = peso do material seco solto.


O emin , correspondente ao estado mais denso possvel, obtido compactando-se o material, por
vibrao, dentro do mesmo recipiente.

Vv
min
emin

Vs

Wd

max
g

Wd

max
g

Onde Wd max = peso do material seco compactado.

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Da mesma forma que o ndice de Consistncia, a melhor maneira de obter-se o Grau de


Compacidade no campo atravs de correlaes com o NSPT, ou similar, obtido em sondagens
percusso.
GRANULOMETRIA
1 - INTRODUO.
O tamanho relativo dos gros dos solos chamado textura e a sua medida a granulometria.
Os mtodos mais usados para esta medida so:
- para solo grossos (dimetro das partculas maior que 0.075 mm, que so os pedregulhos e
areias) : peneiramento.
- para solos finos (dimetro das partculas menor que 0.075 mm, que so os siltes e argilas) :
sedimentao.
2 - GRANULOMETRIA POR PENEIRAMENTO.
Para executar o peneiramento utilizam-se peneiras padronizadas que so chamadas geralmente
pela prpria abertura em polegadas, ou por nmeros que significam a quantidade de furos em
uma polegada linear. O padro usado no Brasil, do US BUREAU OF STANDARDS,
mostrado na tabela:
NOME

ABERTURA
(mm)

NOME

ABERTURA
(mm)

NOME

ABERTURA
(mm)

4"

101,6

#6

3.36

#50

0.297

2"

50,8

#8

2.38

#60

0.250

1"

25,4

#10

2.00

#70

0.210

"

19.1

#12

1.68

#100

0.149

"

12.7

#16

1.19

#140

0.105

"

9.52

#20

0.840

#200

0.074

"

6.35

#30

0.590

#270

0.053

#4

4.76

#40

0.420

#400

0.037

Para executar o ensaio de granulometria, inicialmente, a amostra que vem do campo


destorroada e espalhada para secar ao ar. Aps isto passada na peneira de 2.0 mm de abertura
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(#10). O material retido na #10 lixiviado e seco em uma estufa de 105 a 110. Quando seco,
este material usado no peneiramento grosso.
Do material que passou na #10, retira-se uma certa quantidade para a determinao da umidade
higroscpica (seca ao ar). Separa-se cerca de 120 g no caso de solo arenoso e 70 g em caso de
solo argiloso, para fazer o peneiramento fino ou, no caso de granulometria mista, a sedimentao
e o peneiramento fino.
2.1 - PENEIRAMENTO GROSSO.
A amostra retida na #10 retirada da estufa, pesada e colocada em uma seqncia de peneiras
previamente definidas, decrescentes em relao abertura da malha, como por exemplo, as
peneiras com abertura de 38 mm, 25 mm, 19 mm, 9.5 mm, 4.8 mm (#4), 2.0 mm (#10) e Fundo.
Leva-se o conjunto ao peneirador mecnico e aps ocorrer a constncia de massa em uma
peneira representativa, obtm-se a massa de cada peneira com o material nela retido. Subtraindose da massa previamente conhecida da peneira tem-se a massa do material retido naquela
peneira. A princpio, nada deveria passar na #10, uma vez que a amostra foi lixiviada nesta
peneira, no entanto, devido s quebras de gros, comum encontrar algum vestgio de amostra
no Fundo que deve ser somada parte retida na #10.
Calcula-se ento:
- massa total da amostra seca:
Ms

Mt Mg
1 w

Mg

Ms = massa total da amostra seca;


Mt = massa total da amostra seca ao ar usada no ensaio;
Mg = massa do material seco retido na #10;
w = umidade higroscpica.
- a porcentagem que passa em cada peneira:
Qg

Ms Mi
Ms

x 100

onde:
Qg = percentagem do material passando em cada peneira;
Mi = massa do material seco retido acumulado em cada peneira.

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2.2 - PENEIRAMENTO FINO


No material separado para o peneiramento fino que passou na #10, faz-se a lixiviao na peneira
com abertura de 0.075 mm (#200) e leva-se a parte retida para a estufa. Aps secagem coloca-se
em uma srie de peneiras, como por exemplo a #10, #20, #40, #60, #100, #200 e Fundo.
Leva-se o conjunto ao peneirador mecnico e aps ocorrer a constncia de massa em uma
peneira representativa, obtm-se a massa de cada peneira com o material nela retido. Subtraindose da massa previamente conhecida da peneira tem-se a massa do material retido naquela
peneira. Da mesma forma que no peneiramento grosso, nenhum material deveria passar na #200
mas, devido ao mesmo motivo, pode ocorrer alguma coisa no Fundo que deve ser adicionado ao
retido na #200.
Calcula-se ento:
- a percentagem que passa em cada peneira:

Mh
Qf

1 w
Mh

Mi
x N

1 w

onde:
Mh = massa do material mido submetido ao peneiramento fino;
N = percentagem do material que passa na #10. Pode ocorrer que todo o material passe na #10.
Neste caso, evidentemente, N = 100.
Traa-se em um papel semilogartmico a curva granulomtrica desta amostra onde no eixo das
abcissas lanam-se os dimetros e no das ordenadas as percentagens que passam em cada
peneira.
2.3 - EXEMPLO DE APLICAO DE GRANULOMETRIA POR PENEIRAMENTO.
Traar a curva granulomtrica de um solo em que se fez um ensaio de granulometria por
peneiramento. No ensaio, todo o material passou na #10. Deste material determinou-se a
umidade higroscpica (w = 2.5%) e separou-se 118.5 g para a lixiviao na #200. Aps secagem,
fez-se o peneiramento fino, obtendo-se:

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OBTIDOS NO ENSAIO
Peneira n

CALCULADOS

Massa da pen. Massa da pen.


(g)
+ solo (g)

Massa retida
(g)

Massa retida
acum. (g)

Qf %

10

390.0

390.0

0.0

0.0

100.0

20

367.7

391.8

24.1

24.1

79.2

40

367.0

388.2

21.2

45.3

60.8

100

428.0

472.1

44.1

89.4

22.7

200

300.4

308.3

7.9

97.3

15.8

Fundo

335.9

335.9

0.0

- para clculo de Qf o exemplo feito a seguir para a peneira 40:

Qf

118.5
45.3
1 0.025
x 100 60.8%
118.5
1 0.025

Traa-se ento a curva granulomtrica:

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C U R VA G R A N U L O M T R IC A

percentagem que
passa

2 00

10 0

60

40

3 0 20

10

3/8 "

3/4 " 1"1 1 /2 "2 "

90

10

80

20

70

30

60

40

50

50

40

60

30

80

20

80

10

90

percentagem
retida

PE N E IR A S

100

10 0

0
0 .0 01

0 .01
0 .0 0 2

a rg ila

0.1
1
di m e tro da s p artc ula s (m m )
0 .0 6

s ilte

0 .2

a reia
fina

0 .6

a re ia
m dia

10
2 .0

a reia
g ro ssa

6 .0

p edreg ulho
fino

1 00
2 0 .0

pedre gulho
m dio

6 0 .0

ped re gulho
gro sso

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4 - GRANULOMETRIA POR SEDIMENTAO.


Para as partculas menores que 0.075 mm (#200), as peneiras tornam-se inoperantes. A anlise, ento, feita
por sedimentao.
O mtodo baseia-se na velocidade de queda de uma esfera em meio viscoso (lei de Stokes):
onde:
d = dimetro da partcula (em mm)
= viscosidade do meio dispersor (em g.s/cm2)
g = massa especfica dos gros (em g/cm3)
w = massa especfica da gua na temperatura do ensaio (em g/cm3)
a = altura de queda obtida em um densmetro calibrado (em cm)
t = tempo (em seg.).
A Tabela a seguir fornece w e da gua em funo da temperatura.
temp
( C)

w
(g/cm3)

(g s/cm2)

( C)

16

0.99897

11.38

24

0.99733

9.34

17

0.99880

11.09

25

0.99708

9.13

18

0.99862

10.81

26

0.99682

8.92

19

0.99844

10.54

27

0.99655

8.72

20

0.99823

10.29

28

0.99627

8.52

21

0.99802

10.03

29

0.99598

8.34

22

0.99780

9.80

30

0.99568

8.16

23

0.99757

9.56

x 10-6

temp

w
(g/cm3

x 10-6

(g s/cm2)

A aplicao da lei de Stokes admitida como vlida para partculas com dimetro entre 0.2 e 0.0002 mm,
porm, muitas crticas podem ser feitas a este ensaio:
- o ensaio de sedimentao baseia-se na queda de uma esfera isolada em meio viscoso. Ocorre que uma
partcula de argila tem forma lamelar e portanto sedimenta de forma inteiramente diferente de uma esfera;

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- como no ensaio trabalha-se com centenas de milhares de partculas com diferentes velocidades de
sedimentao, nada garante que a queda de uma partcula no interfira na trajetria de outra;
- a massa especfica das partculas que sedimentam so diferentes entre si, dependendo do mineral arglico que
as forma. No ensaio trabalha-se com uma massa especfica mdia;
- durante o ensaio faz-se frequentes leituras com a utilizao de um aparelho chamado densmetro que
imerso na mistura solo-amostra. Esta insero, inevitavelmente, interfere na sedimentao das partculas de
forma direta ou devido agitao que causa na mistura;
- alguns tipos de solos apresentam grande descontinuidade na curva granulomtrica na passagem do ensaio de
peneiramento para o de sedimentao. Silveira (1991), em um estudo sobre solos residuais e coluvionares do
Rio de Janeiro, refere-se a este problema e aponta o ensaio de sedimentao como provvel causador. Freire
(1995) tambm encontrou curvas granulomtricas decontnuas em solos da cidade de Santos;
- o defloculante - substncia qumica (por exemplo, o hexametafosfato de sdio) que serve para separar as
partculas de forma a sedimentarem isoladamente - tem grande influncia no resultado da granulometria da
maioria dos solos tropicais. Ensaios de sedimentao executados em amostras do DF, com ou sem
defloculante, mostraram diferenas superiores a 30% (Mortari & Camapum de Carvalho, 1994) ;
- h situaes em que a gua em que a amostra mantida em suspenso altera o volume das partculas. o
caso das argilas do grupo das montmorilonitas que expandem na presena de gua.
A percentagem em peso de gros com dimetros menores que o dimetro achado com a equao poder ser
determinada atravs das leitura obtidas com um densmetro calibrado, com a expresso:

Qs

c V (LLd)

g w

Mh

1 w

onde:
c = massa especfica da gua na temperatura de calibrao do densmetro (em g/cm3);
V = volume da suspenso (em cm3);
Mh = massa do material mido submetido sedimentao;
w = umidade da amostra;
L = leitura do densmetro na suspenso (em g/cm3);

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Ld = leitura do densmetro em gua temperatura do ensaio (em g/cm3);


N = percentagem do material que passa na #10.
Execuo do ensaio:
- mistura-se o material (70 g para solo argiloso e 120 g para solo arenoso) com 250 cm3 com gua destilada
deixando a mistura em descanso por 12 horas.
- adiciona-se 125 cm3 da soluo do defloculante (hexametafosfato de sdio ou silicato de sdio dissolvido em
gua).
- agita-se no dispersor por 10 a 15 min.
- transfere-se o material para a proveta graduada (1000 ml).
- agita-se a mistura por 1 min.
- coloca-se o densmetro e faz-se a primeira leitura aos 30 seg. e aps, com 1 e 2 min., sem retirar o
densmetro e medindo-se a temperatura.
- retira-se o densmetro e o coloca-se em gua destilada mesma temperatura.
- l-se novamente a intervalos de tempo de 4, 8, 15 e 30 min. e 1, 2, 4, 8 e 24 horas a contar do incio da
sedimentao, sempre transferindo o densmetro aps cada leitura, para uma proveta com gua destilada com a
mesma temperatura da soluo.
Com as leituras obtidas com o densmetro e com a ajuda dos grficos de calibrao, efetuam-se os clculos e
aps, traa-se em um papel semilogartmico a curva granulomtrica onde no eixo das abcissas so lanados os
dimetros e no das ordenadas as percentagens que passam em cada peneira.
4.1 - EXEMPLO DE APLICAO DE GRANULOMETRIA POR SEDIMENTAO.
Traar a curva granulomtrica de um solo em que se fez um ensaio de granulometria por sedimentao. No
ensaio utilizou-se 70.0 g de uma amostra com 4.5% de umidade. O g deste solo 2.75 g/cm3. O densmetro
usado foi calibrado a 20C. Toda amostra passou na #10.
SOLUO:
- Ld e a foram obtidos em grficos de calibrao do densmetro.

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- uma aproximao aceitvel para a viscosidade e a massa especfica da gua so, respectivamente, as
equaes:
(25.0074 4.94803 ln t)
w 1.005 e 3.1

E 4

com em 10-6 x g s /cm2; w em g/cm3 e t em C. Por exemplo, para t = 23.C => = 9.49 x 10-6 g s/cm2 e w
= 0.9978 g/cm3
- Qs e d foram obtidos com as equaes 4 e 5, cujo exemplo de aplicao dado para o tempo de 30 segundos.

Qs

2.75
0.9988 x 1000
(1.0420 1.0052) 100 86.2%
2.75 0.9978
70.0
1 0.045
1800 x 9.49 E 6 x 9.8
0.0563 mm
(2.75 0.9978) 30

OBTIDO NO ENSAIO

CALCULADO

tempo
seg

temper.
C

L
g/cm3

Ld
g/cm3

a
cm

Qs
%

d
mm

15

23

1.0450

1.0052

9.2

93.2

0.0775

30

23

1.0420

1.0052

9.8

86.2

0.0563

60

23

1.0359

1.0052

10.9

71.9

0.0421

120

23

1.0271

1.0052

12.6

51.3

0.0319

240

23

1.0203

1.0052

13.8

35.4

0.0237

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480

23

1.0135

1.0052

15.1

19.5

0.0175

900

24

1.0102

1.0050

15.7

12.3

0.0129

1800

25

1.0083

1.0048

16.1

8.3

0.0091

3600

25

1.0074

1.0048

16.2

6.2

0.0065

7200

25

1.0066

1.0048

16.4

4.3

0.0046

28800

26

1.0058

1.0045

16.5

2.9

0.0032

86400

24

1.0061

1.0050

16.5

2.7

0.0013

A partir destes dados traa-se a curva granulomtrica:

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C U R VA G R A N U L O M T R I C A

percentagem que passa

200

100

60

40

30 20

10

3 /8 "

3 /4 " 1 "1 1 /2 " 2 "

90

10

80

20

70

30

60

40

50

50

40

60

30

80

20

80

10

90
100

0
0 .0 0 1

0 .0 1

0 .1

10

100

d i m e tro d a s p a rtc u la s (m m )
0 .0 0 2

a r g ila

0 .0 6

s ilte

0 .2

a re ia
fin a

0 .6

a re ia
m d ia

2 .0

a re ia
g ro s sa

6 .0

p e d re g u lh o
fin o

2 0 .0

p e d re g u lh o
m d io

6 0 .0

p e d re g u lh o
g ro ss o

percentagem retida

P E N E IR A S

100

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6 - GRANULOMETRIA MISTA
Na maioria das vezes o solo formado por uma ampla variao de tamanhos de partculas, desde pedregulhos a
argilas. Nestes casos pode ser conveniente a execuo da granulometria mista, onde usa-se o peneiramento e a
sedimentao. Para isto inicialmente passa-se o solo na #10. A poro retida ensaiada como no peneiramento
grosso mostrado anteriormente. Da frao que passou na #10, separa-se de 70 a 120 g de material e faz-se o
ensaio de sedimentao. Aps completado o ensaio de sedimentao, verte-se o material da proveta na #200.
Lixivia-se a parte retida e aps a gua passar completamente limpa pela amostra, leva-se para a estufa para
secagem. Aps seca esta amostra sofre o peneiramento fino. As equaes a serem usadas so as mesmas
mostradas anteriormente.
6.1 - EXEMPLO DE APLICAO DE GRANULOMETRIA MISTA.
Executou-se em um ensaio de granulometria mista com lavagem, em um solo com G = 2.72, os seguintes
passos:
- passou-se na #10, 1250 g da amostra seca ao ar.
- pesou-se o material retido na #10 aps lavagem e secagem na estufa, obtendo-se 202.33 g. Do material que
passou na #10 determinou-se a umidade higroscpica (whigr = 2.9%) e separou-se 85.0 g para a
sedimentao.
- clculo da massa total da amostra seca:

Ms

1250 202.33
202.33 1220.47g
1 0.029

Com o resultado do peneiramento grosso pode-se montar a tabela abaixo:


OBTIDO NO ENSAIO

CALCULADO

peneira n

peneira g

pen+solo g

solo ret g

ret. acum.g

Qg %

561.4

561.4

0.00

0.00

100.0

548.5

560.59

12.09

12.09

99.0

533.3

543.26

9.96

22.05

98.2

3/8

658.7

683.15

24.45

46.50

96.2

517.0

576.30

59.30

105.80

91.3

10

437.7

534.23

96.53

202.33

83.4

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Qg

1220.47 22.05
x 100 98.2%
1220.47

- Qg foi obtido como mostra o exemplo da peneira de 3/4":

Do resultado da sedimentao, pode-se montar a tabela:

OBTIDO NO ENSAIO

CALCULADO

tempo seg

temper. C

L g/cm3

Ld g/cm3

30

25

1.0121

1.0048

15.3

11.70

0.0699

60

25

1.0110

1.0048

15.6

9.95

0.0497

120

25

1.0099

1.0048

15.8

8.20

0.0354

240

25

1.0095

1.0048

15.8

7.56

0.0251

480

25

1.0088

1.0048

16.0

6.45

0.0178

900

25

1.0081

1.0048

16.1

5.33

0.0131

1800

25

1.0079

1.0048

16.1

5.01

0.0092

3600

25

1.0075

1.0048

16.2

4.38

0.0066

7200

27

1.0068

1.0043

16.3

3.93

0.0045

14400

28

1.0062

1.0041

16.4

3.31

0.0032

86400

25

1.0068

1.0048

16.3

3.26

0.0013

cm

Qs %

d mm

- a correo do densmetro usado no ensaio com a temperatura:


Ld = 1.01 - 2,1 x 10-4 t (t em C => Ld em g/cm3)
- no ensaio utilizou-se um densmetro calibrado a 20C cuja altura de queda, a, pode ser obtida com a expresso:

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a = 203.6 - 186 L (L em g/cm3 => a em cm)


- Qs e d foram achados conforme o exemplo para t = 60 seg.:

Qs

2.72
0.99823 x 1000
(1.011 1.0048) 83.4 9.95%
2.72 0.99708
85
1 0.029

1800 x 9.13 x 106 x 15.6


0.0497 mm
(2.72 0.99708) 60

- com o material usado na sedimentao, fez-se a lavagem na #200 e secou-se em estufa a parte retida,
executando-se aps o peneiramento fino, obtendo-se:

OBTIDO NO ENSAIO

CALCULADO

peneira n

peneira g

pen+solo g

solo ret g

ret acum. g

Qf

20

413.0

431.7

18.7

18.7

64.5

40

409.0

425.9

16.9

35.6

47.5

60

402.0

415.51

13.51

49.11

33.8

100

410.0

424.25

14.25

63.36

19.4

200

380.0

387.59

7.59

70.95

11.7

Fundo

330.0

330.0

0.0

- Qf foi obtido como mostra o exemplo da peneira 40:

51

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Qf

85
35.6
1 0.029
83.4 47.5%
85
1 0.029

Com estes resultados pode-se traar a curva granulomtrica.

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percentagem que passa

P E N E IR A S

200

100

60

40

30 20

10

3 /8 "

3 /4 " 1 "1 1 /2 " 2 "

100

90

10

80

20

70

30

60

40

50

50

40

60

30

80

20

80

10

90

percentagem retida

C U R VA G R A N U L O M T R I C A

100

0
0 .0 0 1

0 .0 1

0 .1

10

100

d i m e tro d a s p a r tc ula s (m m )
0 .0 0 2

a rg ila

0 .0 6

silte

0 .2

a re ia
fina

0 .6

a re ia
m d ia

2 .0

a re ia
g ro ssa

6 .0

p e d re g ulho
fino

2 0 .0

p e d re g ulho
m d io

6 0 .0

p e d re g u lho
g ro sso

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Da curva granulomtrica retira-se:


- Dimetro Efetivo (10): dimetro correspondente a 10% do peso total de todas as partculas menores que ele.
- Grau de Desuniformidade:
D

60
10

se:
D < 5 solo muito uniforme
5 < D < 15 solo com uniformidade mdia
15 < D solo desuniforme
- Coeficiente de Curvatura:
Cc

230
60 10

se Cc for maior que 1 e menor que 3 diz-se que o solo bem graduado.
Na verdade estes ndices foram propostos com a inteno de tornar desnecessrio o exame da curva
granulomtrica. A simples observao de que pode haver casos de amostras com ndices iguais e curvas
diferentes j mostra que esta inteno no foi atingida.
A seguir mostra-se um diagrama sequencial de atividades para o ensaio de granulometria para facilitar sua
execuo.

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DIAGRAMA SEQUENCIAL DE ATIVIDADES DO ENSAIO DE GRANULOM ETRIA


PREPARAO DA AMOSTRA
NBR 6457

PENEIRAMENTO GROSSO
Mg

Mt

Ms =

# 10

Mt - Mg
1+w

E STUFA

# 10

SEDIMENTAO
W (% )

Mh

Mt = massa total da am ostra m ida


Mg = m assa da amostra seca
retida na #10
Ms = massa total da am ostra seca
Mi = m assa da amostra seca retida
acumulada em cada peneira
Mh = m assa parcial m ida usada
no ensaio de sedimentao.
Qg =

# 200

d=
Qs =

Ms - Mi
Ms

x 100

1800 a
g - w
t

g
g - w

# 20

c V (L - L d )
N
Mh
1+w

# 40
# 60

Mi

# 100
ESTUFA

# 200
fundo

19 mm
9.5 mm
4.8 mm
2.0 mm
fundo

Mi

# 200

PENEIRAMENTO FINO

25 mm

Qf =

Mh - Mi
1+w
Mh
1+w

+ Mg

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7 - PROBLEMAS PROPOSTOS.
1 - Executou-se um ensaio de granulometria por peneiramento em uma amostra granular com 1000
g. Inicialmente passou-se esta amostra na #10. A poro retida na #10 foi lixiviada, seca em estufa e
em seguida feito o peneiramento grosso, obtendo-se:
peneira

solo retido (g)

1"

8.2

3/4"

4.1

3/8"

20.6

24.7

10

41.2

FUNDO

0.0

De parte do material que passou na #10, determinou-se a umidade (3%), separou-se 247.2 g, fez-se
a lavagem na #200, e aps secagem, o peneiramento fino, obtendo-se:
peneira

solo retido (g)

20

41.7

40

46.1

60

33.6

100

51.7

200

34.2

FUNDO

Taar a curva granulomtrica deste solo.


2 - Separou-se 1400 g de solo para ensaio de granulometria mista. Inicialmente passou-se a amostra
na #10. Da frao retida na #10, fez-se a lixiviao, secou-se em estufa e executou-se o
peneiramento grosso, obtendo-se:
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Pen
n - mm

Massa Pen
(g)

Massa Pen + solo


(g)

2" - 25

556

556

3/4"- 19

530

530

3/8"- 9.5

471

471

4 - 4.8

452

479.46

10 - 2.0

437

491.92

FUNDO
462
462
Da amostra que passou na #10, determinou-se a umidade (1.96%), a densidade relativa dos gros
(Gs = 2.68) e separou-se 79 g para o ensaio de sedimentao, obtendo-se:
t (seg)

temp (C)

L (g/cm3)

30

23

1.027

60

23

1.024

120

23

1.021

240

23

1.017

480

23

1.016

900

23

1.013

1800

23

1.011

3600

23

1.010

7200

24

1.008

14400

26

1.007

86400

21

1.006

Sabe-se que o densmetro usado foi calibrado a 20 C, fornecendo:


a = 203.6 - 186 L

(L em g/cm3 => a em cm)

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Ld = 1.01- 2.1 10-4 t

(t em C => Ld em g/cm3)

O material usado na sedimentao aps ser lixiviado na #200 e seco em estufa, forneceu no
peneiramento fino:
Pen
n - mm

Massa Pen
(g)

Massa Pen + solo


(g)

20 - 0.84

413

417.86

40 - 0.42

409

414.66

60 - 0.25

402

407.66

100-0.149

410

417.28

200-0.074

380

395.36

FUNDO

330

330

Trace a curva granulomtrica deste solo.


CLASSIFICAO DOS SOLOS
A idia de classificar os solos vem da possibilidade de reduzir custos na previso de seu
comportamento. Se conseguirmos definir atravs de ensaios simples em que grupo se encontra um
solo, basta sabermos o comportamento dos solos daquele grupo para termos uma boa noo do seu
comportamento.
J vimos a classificao dos solos quanto a sua origem e formao (Residuais, Sedimentares e
Orgnicos). J vimos tambm a classificao quanto ao tamanho das partculas (Pedregulho, Areia,
Silte e Argila). Ambas classificaes so insuficientes para dar uma boa noo do comportamento
dos solos.
Uma das mais antigas classificaes que tentam este objetivo so os DIAGRAMAS
TRIANGULARES. Pelos lados de um tringulo equiltero convenientemente dividido, entra-se
com as percentagens de areia, silte e argila do solo. Em funo da regio que se encontra o ponto de
convergncia dessas entradas, l-se a denominao ao solo. Em geral, a percentagem de pedregulho,
quando h, somada percentagem de areia.
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100
90
10
80
20
70
30

Argila

chave

60

40

50

50 Areia
% de
Argila
60

% de Argila

40

Argila

Arenosa

Siltosa

30
70

Areia
Argilosa

Silte
Argiloso

20

80
90
100

Areia

10

20

Areia

Silte

Siltosa

Arenoso

30

40

50

60

70

10
Silte

80

90

100

% de Silte

DIAGRAMA TRILINEAR (MIT)

Os Diagramas Triangulares so usados na agricultura, porm dizem muito pouco em geotecnia


porque no levam em conta: a forma da curva granulomtrica (importante nos solos grossos) e a
PLASTICIDADE (importante nos solos finos). Uma classifio boa para Mecnica dos Solos
dever levar em conta a GRANULOMETRIA e a PLASTICIDADE.
Os dados mnimos para tal classifio sero:
CURVA GRANULOMTRICA;
LIMITE DE LIQUIDEZ;
LIMITE DE PLASTICIDADE.
As classificaes atualmente usadas que levam em conta estes dados so:
SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFIO DOS SOLOS (classificao Casagrande)
- CLASSIFICAO HRB ( Highway Research Board). Tambm chamada BPR (Bureu of
Public Roads) ou ainda PRA (Public Road Admistration).

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SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAO DOS SOLOS - SUCS.


o sistema mais usado na geotecnia em geral. Divide os solos em trs grandes grupos:
- Solos grossos - mais de 50% em peso dos gros so retidos na #200;
- Solos finos - mais de 50% em peso dos gros passam na #200;
- Turfas - solos essencialmente orgnicos.
SOLOS GROSSOS
- Pedregulhos ou solos pedregulhosos - GW, GP, GC, GM;
- Areia ou solos arenosos: SW, SP, SC, SM
Pode haver casos de smbolos duplos, os chamados caso de fronteira: GW-GC, GW-GM, GP-GM,
GP-GC, GM-GC e os anlogos no grupo das areias (S)..
Estes smbolos vm de palavras estrangeiras:
G = Gravel - pedregulho;
S = Sand - areia;
C = Clay - argila;
W = Well Graded - bem graduado;
P = Poorly Graded - mal graduado;
M = Mo (Sueca) - Silte.

SOLOS FINOS
Inclui-se a os solos finos essencialmente minerais ( ML, CL, MH E CH) e os com certa quantidade
de matria orgnica (OL e OH).
Podem ser ainda:
Baixa compressibilidade - ML, CL, OL
Alta compressibilidade - MH, CH, OH
onde: L = Low
H = High
O = Organic.
60

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Tambm pode ocorrer smbolo duplo do tipo CL-ML. O Grfico de Plasticidade, idealizado por
Casagrande, divide as regies no grfico onde se situa cada tipo de solo fino. Considera-se que os
solos situados acima da linha A so de mdia a alta plasticidade (solos argilosos).

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Q u a n tid a d e a p r e c i v e l d e
f in o s p l s tic o s

GC

P e d r e g u lh o s c o m a r g ila s e m is t u r a s d e p e d r e g u lh o ,
a r e ia e a r g ila s m a l g r a d u a d o s

C om o G W

SW

A r e ia s e a r e ia s c o m p e d r e g u lh o s b e m
g r a d u a d a s , s e m f in o s o u e m p e q u e n a s q u a n tid a d e s

C om o G P

SP

A r e ia s e a r e ia s c o m p e d r e g u lh o s m a l
g r a d u a d a s , s e m f in o s o u e m p e q u e n a s q u a n tid a d e s

C om o G M

SM

A r e ia s s ilto s a s e m is tu r a s d e a r e ia s
e s ilte s m a l g r a d u a d a s

C om o G C

SC

A r e ia s a r g ilo s a s e m is tu r a s d e a r e ia s
e a r g ila s m a l g r a d u a d a s

n u la a
m u ito le n ta

m d ia

CL

A r g ila s in o r g n ic a s d e b a ix a a m d ia p la s tic id a d e , a r g ila s c o m p e d r e g u lh o s , a r g ila s a r e n o s a s o u s ilto s a s

le n t a

fra c a

OL

S ilte s o r g n ic o s e s u a s m is t u r a s c o m a r g ila s
d e b a ix a p la s tic id a d e

fra c a a

le n ta a

fra c a a

m d ia

n u la

m d ia

O R G N IC O S

n u la

e le v a d a

n u la a

fra c a a

m u ito le n ta

L im it e s d e A tt e r b e r g a b a ix o
d a lin h a A o u I P m e n o r q u e 4
L im it e s d e A tt e r b e r g a c im a
d a lin a A c o m IP m a io r q u e 7
D =

> 6

L im it e s d e A t te r b e r g a c im a
d a lin h a A c o m IP e n tr e 4
e 7 s itu a m - s e o s c a s o s d e
f r o n te ir a q u e n e c e s s ita m d e
2 s m b o lo s
Cc =

10 60

e n tr e 1 e 3

N o o b e d e c e n d o a t o d o s s o r e q u is it o s d o g r u p o S W
L im it e s d e A tt e r b e r g a b a ix o
d a lin h a A o u I P m e n o r q u e 4
L im it e s d e A tt e r b e r g a c im a
d a lin a A c o m IP m a io r q u e 7

L im it e s d e A t te r b e r g a c im a
d a lin h a A c o m IP e n tr e 4
e 7 s itu a m - s e o s c a s o s d e
f r o n te ir a q u e n e c e s s ita m d e
2 s m b o lo s

m d ia

F a c ilm e n te id e n tif ic v e is p e la c o r e c h e ir o ,
e s p o n jo s o s a o ta to e c o m te x tu r a f ib r o s a

MH

S ilte s in o r g n ic o s , s o lo s m ic c e o s o u d ia to m c e o s
s ilto s o s o u c o m a r e ia f in a

CH

A r g ila s in o r g n ic a s d e a lta p la s tic id a d e ,


a r g ila s g o r d a s

OH

A r g ila s o r g n ic a s d e m d ia a a lta p la s tic id a d e

Pt

T u r f a s e o u tr o s s o lo s a lta m e n te o r g n ic o s

C A R T A D E P L A S T IC ID A D E

40

Linha B

m d ia a
e le v a d a

e le v a d a

e n tr e 1 e 3

30

CH

S ilte s in o r g n ic o s e a r e ia s m u ito f in a s , p d e p e d r a ,
a r e ia s s ilto s a s o u a r g ilo s a s , c o m b a ix a p la s t ic id a d e

m d ia a

1 0 6 0

N o o b e d e c e n d o a t o d o s s o r e q u is it o s d o g r u p o G W

ML

m u ito e le v a d a

Cc =

20

nh

n u la

e le v a d a a

> 4

Li

menor que 50
maior que 50

SILTES E ARGILAS

Limite de Liquidez
Limite de Liquidez

r p id a a
le n t a

fra c a a

R ig id e z

n u la a
fra c a

m d ia

S O L O S A LT A M E N T E

D ila t n c ia

entre 5 e 12% : smbolo duplo

P e d r e g u lh o s c o m s ilte s e m is tu r a s d e p e d r e g u lh o ,
a r e ia e s ilt e s m a l g r a d u a d o s

mais de 12% : GM,GC,SM,SC

GM

menos de 5% : GW,GP,SW,SP

Q u a n tid a d e a p r e c i v e l d e
f in o s n o p l s tic o s

Passa na #200:

GP

P e d r e g u lh o , m is tu r a s d e a r e ia e p e d r e g u lh o s m a l
g r a d u a d o s , s e m f in o s o u e m p e q u e n a s q u a n tid a d e s

D =

Indce de Plasticidade

PEDREGULHOS

SEM FINOS
COM FINOS

PEDREGULHOS

P r e d o m in n c ia d e u m d i m e tr o o u
f a ix a d e d i m e t r o s

SEM FINOS

AREIAS
AREIAS

P e d r e g u lh o , m is tu r a s d e a r e ia e p e d r e g u lh o s b e m
g r a d u a d o s , s e m f in o s o u e m p e q u e n a s q u a n tid a d e s

COM FINOS

grossa retido na #4
grossa passa na #4

Mais da metade da frao

PEDREGULHOS
AREIAS

Mais da metade da frao

GW

R e s is t n c ia
seca

SILTES E ARGILAS

SOLOS GROSSOS
SOLOS FINOS

Mais da metade das partculas passam na #200

Mais da metade das partculas so retidas na #200

S IS T E M A U N IF IC A D O D E C L A S S IF IC A O D O S S O L O S - S U C S
V a r ia o a m p la d o s d i m e tr o s
s e m p r e d o m in n c ia d e n e n h u m d e le s

CL
10
7
4
0

OH
ou
MH

CL
CL - ML

M L ou O L

ML
0

20

40

60

80
L im it e d e L iq u id e z

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Os solos situados abaixo da linha A so de pequena ou nenhuma plasticidade (solos siltosos). Da mesma
forma os solos situados esquerda da linha B so de baixa compressibilidade e os situados direita da linha
B so de alta compressibilidade.
TURFAS : so solos essencialmente orgnicos - PT (Peat).

SISTEMA DE CLASSIFICAO H.R.B.


um sistema de classificao muito usado pelos engenheiros de estrada. Os solos seguem uma ordem
decrescente de qualidade de A1 a A8:
A1 = timo
A8 = pssimo

Os solos so tambm divididos em trs grupos:


Solos Granulares
Solos Finos
Turfa

= A1 - A2 - A3
= A4 - A5 - A6 - A7
= A8

Ocorrem subdivises no grupo A-1: A-1-a e A-1-b; no grupo A-2 : A-2-4, A-2-5, A-2-6 e A-2-7; e no grupo
A-7 : A-7-5 e A-7-6.
NDICE DE GRUPO:
O ndice de Grupo, introduzido pelo sistema HRB, um nmero inteiro, que varia de 0 a 20 e define a
capacidade de suporte de um solo. obtido com a frmula:
IG = 0,2 a + 0,005 a.c + 0,01 bd.
onde:
a = P200 - 35 (variando de 0 a 40)
b = P200 - 15 (variando de 0 a 40)
c = wL - 40 (variando de 0 a 20)
d = IP - 10 (variando de 0 a 20)
De forma crescente tem-se:
63

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IG = 0 - Solos timos
IG = 20 - Solos pssimos
Solos Granulares - IG entre 0 e 4
Solos Siltosos - IG entre 1 e 12
Solos Argilosos - IG entre 1 e 20

64

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C L A S S IF IC A O D O S S O L O S S E G U N D O O H .R .B
M A T E R IA IS D E G R A N U L A O G R O S S A

M A T E R IA IS D E G R A N U L A O F IN A

C L A S S IF IC A O G E R A L
3 5 % o u m e n o s p a s s a n d o n a p e n e ir a 2 0 0

A -1

A -3

A -2

m a is d e 3 5 % p a s s a n d o n a p e n e ir a 2 0 0

A -4

A -5

A -6

A -7

C L A S S IF IC A O P O R G R U P O
A -1 -a

A -1 -b

A -7 -5 e
A -7 -6

A -2 -4

A -2 -5

A -2 -6

A -2 -7

35m ax

35m ax

35m ax

35m ax

40m ax

4 1 m in

40m ax

4 1 m in

40m ax

4 1 m in

40m ax

4 1 m in

10m ax

10m ax

1 1 m in

1 1 m in

10m ax

10m ax

1 1 m in

1 1 m in

8m ax

12m ax

16m ax

20m ax

G r a n u lo m e t r ia : p o r c e n ta g e m
q u e p a s s a n a p e n e ir a
10

50m ax

40

30m ax

50m ax

5 1 m in

200

15m ax

25m ax

10m ax

3 6 m in

3 6 m in

3 6 m in

3 6 m in

C a r a c t e r s t ic a d a fr a o
q u e p a s s a n a p e n e ir a 4 0 :
L im ite d e L iq u id e z

6 m ax

n d i c e d e P l a s t ic id a d e

6 m ax

N .P.

n d ic e d e G r u p o
T i p o s u s u a i s d e c o n s t i t u in t e s
s ig n if i c a t i v o s d o s m a t e r i a is
C o m p o r t a m e n to c o m o s u b - le it o

F ra g m e n to s d e
p e d ra , p e d re g u lh o e a r e i a

A r e ia
fin a

4 m ax

P e d r e g u lh o e a r e i a c o m
s i l t e e a r g i la

E x c e le n te a b o m

O n d i c e d e P l a s t ic id a d e d o s u b - g r u p o A - 7 - 5 ig u a l o u m e n o r q u e o L L - 3 0
O n d i c e d e P l a s t ic id a d e d o s u b - g r u p o A - 7 - 6 m a io r q u e o L L - 3 0

S o lo s s ilto s o s
R e g u la r a m a u

S o l o s a r g i lo s o s

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EXERCCIOS PROPOSTOS
1 - Classifique os seguintes solos no SUCS, HRB:
solo

wL

35

29

wP

20

25

NP

NP

NP

P3/4"

93

88

P1/2"

76

53

P3/8"

66

28

P1/4"

51

GRANULOMETRIA:

P10

100

100

100

30

0.5

P20

98

97

95

19

P40

96

95

91

13

P60

93

94

48

P100

88

91

24

P200

85

89

0.5

<0.05mm

77

80

<0.005mm

23

17

<0.002mm

11

Resp.:
CL

ML

SP

GW-GM

GP

A6(10)

A4(8)

A3(0)

A-1a(0)

A-1a(0)

2 - Classifique o solo no SUCS e no HRB, sabendo:


a) no ensaio de wL o sulco feito na amostra fechou com 28 golpes com uma
umidade de 21,9%

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b) no ensaio de wP, o cilindro de solo rompeu com 3 mm com as seguintes


umidades:
1 tentativa = 19%
2 tentativa = 21%
3 tentativa = 19%
4 tentativa = 20%
c) o resultado de um ensaio de granulometria por peneiramento executado em 265.3
g de amostra seca, foi:
Peneira n

Abertura (mm)

Massa da pen. (g)

Massa da pen. + solo (g)

4.76

443.2

451.2

10

2.00

440.6

459.2

20

0.84

486.1

520.3

40

0.42

395.4

453.9

60

0.25

382.4

436.1

100

0.149

361.9

397.2

200

0.075

358.0

377.1

Fundo

0.000

490.3

528.2

Resp.:

SP-SM A-2-4

3 - De um ensaio de granulometria por peneiramento sabe-se que da amostra total, 10%


em peso passa na #200 e 48% retido na #4 (acumulado). Sabe-se ainda que o grau de
desuniformidade e o coeficiente de curvatura so respectivamente, 130 e 2. Da frao
que passa na #40 obteve-se wL = 15 e wP = 12. Classifique este solo no SUCS.
Resp.: GW-GM

A-2-4(0)

4 - Ensaios realizados em uma amostra de solo forneceram wL = 15%, wP = 9% e a


curva granulomtrica apresentada abaixo. Classifique este solo no SUCS e HRB

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peneiras n

2 00

100

60

40

20

10

3 /8"

1"

80

20

60

40

40

60

20

80

0.00 1

0.01

0.1

10

percentagem retida acumulada

percentagem que passa

1 00

1 00

d i m e tro d a s p a r tc u la s (m m )

Resp.: GM-GC

A-4 (3)

5 - Classificar os solos mostrados na curva granulomtrica, no SUCS, no HRB e no


FAA, sabendo-se que os limites de consistncia obtidos na frao que passou na #40
foram:
SOLO

wL

wP

150

100

40

20

20

17

32

19

obs.: no solo A encontrou-se aprecivel quantidade de matria orgnica.


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peneiras :

200 100 60 40

20

10

3/8" 3/4"1"1 1/2"

100

% que passa

80

60

40

20

0
0.001

0.01

0.1
1
dimetro (mm)

10

100

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CAPILARIDADE
Na maioria das vezes que ocorre fluxo de gua nos solos esta se move sob a ao da
gravidade. comum, no entanto, ocorrer movimentos de gua contrrios ao da
gravidade. Por exemplo: quando se recobre um terreno argiloso (como o que acontece
na pavimentao das estradas) e se impede a evaporao contnua da gua do solo em
sua superfcie, a camada imediatamente abaixo do pavimento torna-se saturada,
acumulando gua. Esta gua subiu do nvel fretico do terreno at sua superfcie, num
movimento contrrio gravidade. o conhecido fenmeno da ascenso capilar, tanto
mais acentuado quanto mais argiloso o solo. Para solos arenosos a ascenso de
30cm. Em solos argilosos observa-se ascenso muito maior. Em So Paulo, na pista do
Aeroporto de Congonhas, a ascenso capilar atingiu 35m (Vargas, 1987).
Da teoria do tubo capilar tem-se:
A gua subir dentro de um tubo capilar de dimentro d, at uma altura hc, tal que a
componente vertical da fora capilar Fc, seja igual
ao peso da coluna d'gua suspensa.
Fc
Fc
A Fsica explica o fenmeno admitindo a existncia
de uma tenso superficial Ts atuando ao longo da
linha de contato com o lquido, sob um ngulo .

menisco

tubo capilar

F c . cos W w

hc
NA

F c .d . T s
Ww

d2
. hc . w
4

Logo:

hc

4 . Ts
. cos
d . w

Onde: hc = altura capilar


= ngulo de contato
Ts = tenso superficial da gua, por umidade de linha de contato entre a
gua e o tubo.

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Na realidade, Ts varia com a temperatura da gua e no tem um valor fixo. O valor de Ts


a 20C igual a 73 dinas/cm ou 0.73 N/m. Com este valor de Ts, no caso de gua e
vidro mido ( = 0), com hc e d em cm, pode-se escrever:
hc

0.3
d

Nota-se que hc inversamente proporcional ao dimetro do tubo.


Com este modelo possvel compreender porque h ascenso capilar nos solos. O nvel
fretico funciona como recipiente de gua e os canalculos do solo como tubos
capilares. Nos solos grossos tais canalculos tm grande dimetro, logo a altura capilar
pequena ou nula. J nos solos finos, os canalculos so de pequeno dimetro e a
ascenso pode ser muito grande.
Poderia se pensar em uma altura capilar bem determinada, acima do nvel d'gua
fretico. Entretanto, isto no acontece pois, embora os poros dos solos se comuniquem
todos entre si, os seus dimetros variam muito, formando canalculos de dimetros
variveis. Assim, o solo acima do nvel fretico, est saturado somente at uma altura de
ascenso capilar (hc min) que corresponde ao dimetro dos poros maiores. Porm, em
canalculos de dimetros menores que estes, a gua inevitavelmente subir mais alto. A
mxima ascenso possvel corresponde a estes canalculos. Entre as alturas mnima e
mxima, o solo no estar saturado, embora mido.
NT

100

S (%)

nvel capilar

nvel de saturao capilar

altura de
asceno
capilar
mxima

NA

z
Altura de ascenso capilar em solos, Terzaghi prope:
hc

c
e . 10

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Onde:
e = ndice de vazios.
10 = dimetro efetivo, em cm
c = constante que depende da forma dos gros, variando entre 0,1 e 0,5 cm.
Exemplo: Se, para um determinado solo 10 = 0,035mm e e = 0,5, qual a altura de
ascenso capilar para esta areia?
hc

c
0.5 . 0.0035

para c = 0,1 hc = 57cm


para c = 0,5 hc = 287cm.
CONTRAO DOS SOLOS
A contrao dos solos tambm explicada pelos fenmenos capilares. Com efeito,
quando toda a superfcie do solo esta submersa, no h fora capilar. A medida, porm,
que a gua vai evaporando, formam-se meniscos entre seus gros e, consequentemente,
iro surgindo foras capilares que aproximam as partculas.

partcula
menisco
partcula
De fato, a fora que arrasta a gua em tubos capilares corresponde a uma reao que
comprime as paredes do tubo. A existncia desta fora pode ser constatada observandose o comportamento de tubos capilares compressveis, sob o efeito da evaporao da
gua no interior. Existe, assim, agindo sobre o solo e em todas as direes, uma presso
chamada presso capilar, que cresce medida que a gua evapora. Esta compresso
produzida pela presso capilar explica a contrao dos solos durante seu processo de
perda de umidade.
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COESO APARENTE
De maneira anloga, pode-se explicar a coeso aparente. Uma demonstrao simples e
convincente da existncia e ao da presso capilar em uma massa porosa a seguinte:
satura-se um pedao de algodo com gua. Depois, dentro d'gua, comprime-se com a
mo e solta-se, seguidamente. Pode-se observar que o chumao de algodo recupera-se
com certa rapidez. Se, porm, aps comprimir o algodo dentro d'gua, retiramo-lo,
deixando-o ao ar, nota-se que ele no apresenta variao visvel, permanecendo
comprimido. Ao devolv-lo para dentro d'gua, a recuperao volta a se apresentar pois
os meniscos so destrudos.
SUCO EM SOLOS NO-SATURADOS
A diferena entre a presso do ar e da gua (ua - uw) nos vazios de um solo no saturado
convencionalmente chamada de suco.
A suco, na verdadade a soma de duas parcelas: a suco osmtica, devida a presses
osmticas que surgem em funo dos solutos existentes na gua e a suco matricial,
devida, principalmente s foras capilares. A manifestao fsica da suco na forma
de uma presso negativa na gua que cria uma forte ligao entre as partculas de solo
aumentando sua resistncia ao cisalhamento e a rigidez da estrutura.
No estudo de solos no-saturados, deve-se ressaltar a importncia da condio do ar nos
vazios no comportamento destes solos:
- quando o ar est em forma contnua, o fluxo controlado pela
permeabilidade do ar nos vazios o que faz com que as deformaes ocorram
rapidamente. A suco, pode atingir nveis baixsimos e tem influncia
decisiva no comportamento do solo, especialmente na compressibilidade e na
resistncia. O aumento do grau de saturao leva reduo da suco,
podendo ocorrer o brusco colapso da estrutura do solo.
- quando o ar est ocluso, a permeabilidade da gua que controla o fluxo nos
vazios. A suco torna-se praticamente nula e a gua pode fluir. comum
admitir-se que em amostras compactadas a ocluso ocorre em torno da
umidade tima. Em solos naturais, pode-se admitir que esta ocluso ocorre
quando o grau de saturao supera 85%.
O aumento da saturao em um solo no saturado, diminue a suco e por consequencia
a resistncia ao cisalhamento deste solo. por isto que uma prtica comum na
Mecnica dos Solos tratar o solo no-saturado como saturado em face desta situao ser
a mais desfavorvel em termos de resistncia.
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FENMENOS CAPILARES NA ENGENHARIA


Nas estradas, a ascenso capilar, se o solo do sub-leito siltoso ou argiloso, danificar o
pavimento, a no ser que se tome cuidados especiais (construo de sub-base granular
que impea gua de continuar a subida at a sub-base).
Nas barragens ocorre o sifonamento capilar.
Em um canal entre Berlim e Stettin (Alemanha), perdia-se 1700 l/min, com o ncleo
argiloso a apenas 30 cm acima do nvel d'gua. Com o aumento de 10cm na altura do
ncleo, a perda foi reduzida para 380 l/min.
sifo capilar, seca o recipiente

NA

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