Etica Pastoral
Etica Pastoral
Etica Pastoral
TRADUO:
Denis de Oliveira Luiz
Curso de Teologia
Para estudantes de Licenciatura e Mestrado
CONTEDO
Introduo
Lio 1. Definies e variveis ticas
1.1. Definies
1.2. Variveis externas
1.3. Variveis internas
LIO 2. Carter tico de Deus
2.1. Sua natureza
2.2. Seus atributos
2.3. Seus nomes
Lio 3. Criados com responsabilidades tica
3.1. Pela Criao
3.2. Pela posio
3.3. Pela liberdade
Lio 4. Condies da Queda do Homem
4.1. Sua incapacidade total
4.2. Sua maldade total
4.3. Sua rebeldia total.
Lio 5. tica de Jesus e o Evangelho
5.1. Centrado no Reino
5.2. Centrado na perfeio
5.3. Centrado no amor e servio
1
Introduo
LIO 1
DEFINIES E VARIVEIS TICAS
Para dar incio a este curso de tica crist e ministerial, considero pertinente
fazer algumas definies. Ao apont-las, nos ser mais fcil identificar o territrio em
que vamos mover as pretenses e desafios que somos chamados pelo Senhor. Como
homens e mulheres de Deus, em especial, pastores chamados a servir, temos
exigncia moral, a qual qualifica o ministrio no qual, fomos chamados.
Neste sentido, apresento algumas definies e conceitos ticos e morais que
vm intervir nos nossos deveres dirios e os quais so objetos de estudos neste curso.
As definies dadas so tomadas dos autores que falam da tica Crist, tais como:
Azzati, 1992; Bluthaedt, Sfe; Galn, 1992; Iserte, 1981; Knudson, Sfe: Lacueva,
1989;
Montgomery, 1999; Nyenhuis, 1981; Padilla, 1998; Palomares, 1992; Stob, 1982;
Trull, 1989; entre outros. Apresentamos tambm, o que se consideram variveis ou
fontes internas e externas de tica. Em cada uma delas, identifico as razes pelas
quais se apresentam como norma de conduta. Enfim, importante conhec-las e
identificar suas implicaes morais. Convidamos a consider-las em cada detalhe,
porque so vrias as fontes a tratar em todo o curso, pois esto ocultas em diferentes
lies abordadas.
1. DEFINIES
tica:
Parte da filosofia que trata da moral e das obrigaes do homem. Implica
no conhecimento do bem e do mal e na conduta humana.
Conjunto de normas que regem o comportamento do ponto de vista do
bem, de modo que a funo da tica consiste em julgar nossos atos de
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Santo por meio da graa para crer e seguir a quem nos salvou. E a Igreja como
organismo vivo para viver nos princpios e valores do Evangelho. Consideremos um
pouco de cada uma delas.
A Criao: Com respeito criao de Deus, como expresso tica e moral pode
dizer o seguinte: Deus estabelece em sua criao, seu carter e essncia
apresentando-se como Todo Poderoso, arquiteto e entre outras perfeies. Ele tem o
direito e a capacidade de estabelecer normas de procedimento, conduta e relao
entre os seres criados por Ele, sendo Ele o sustentador de tudo o quanto existe. Na
segunda afirmao Ele perfeito, sbio, justo, misericordioso e fiel. por esta razo ao
olhar para a criao, vemos aspectos da natureza de Deus na humanidade.
Por isso, o salmista afirma: os cus proclamam a glria de Deus e o
firmamento anuncia as obras de suas mos (Sl. 19: 1-6). Por meio da revelao de
Deus possvel reconhecer a presena de um ser sobrenatural digno de adorao e
reverncia. Quem abre os seus olhos e contempla o vasto horizonte no lhes resta
aceitar a ao de um Deus cheio de majestade, generoso e criativo. Nesse sentido, a
criao, transmissora da tica enquanto anuncia a mo de um excelente desenhista.
A Bblia: O Deus Todo poderoso, cheio de graa e sabedoria comunica com a
criao de diversas formas (Hb. 1: 1-2) Uma delas atravs da Escritura, nela temos a
Palavra de Deus (II Tm. 3. 14-17). E o conhecimento da revelao especial de Deus:
Jesus Cristo, Deus o Homem (Jo. 1:1-5, 14; Col. 1:15-19; 2:9). Jesus nos revela sua
pessoa e sua obra redentora. Tambm determina com seu exemplo o estilo de vida que
devem ter seus filhos. Como devem ser o carter, conduta e servio, segundo o modelo
Jesus (Mt. 3:17).
Jesus Cristo a nossa norma tica em todas as coisas. Ele obedecia toda
vontade do Pai e dependia dele (Mc. 1:35; Lc. 6:12). Seu genuno amor s pessoas era
manifestado na compaixo por suas necessidades (Mt. 9:36). Isto lhe impulsionava a
servir com amor e restaurar suas dores e necessidades (Mt. 8:16-17) afastando
qualquer vergonha consequente dos erros do passado em relao aos seus discpulos
(Mt. 9: 9-13). Tambm demonstrou seu valor e fidelidade apesar das presses e
circunstncias. Enfrentou a Satans (Mt. 4:1-11); foi perseguido pelos religiosos (Mt.
22:15-22); sofreu a morte de cruz (Mt. 16:21). Estas so algumas manifestaes ticas
de Jesus, descritas nas escrituras. Por isso, dizemos que a Bblia uma fonte da
verdadeira tica. Claro que este no o seu principal objetivo. Sua finalidade principal
fazer-se conhecida vontade de Deus, o fracasso da humanidade e a graa
redentora de esperana e vida para os seus escolhidos.
O Esprito Santo outra fonte de tica do cristianismo. a obra em nosso meio
(Jo. 14:26; 16:12-15). Nos ajuda a discernir o que vontade de Deus ou no; a
experimentar o arrependimento quando pecamos e a optar por Deus frente a
possibilidades. Por meio dele, compreendemos o valor do sangue de Cristo derramado
em favor de nosso perdo e santidade (I J. 1:7-9); guia-nos na orao, por meio da
qual nos comunicamos com o Senhor mostramos nossas necessidades e motivos de
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gratido (Fil. 4-6; I Tes. 5:17); leva- nos a ler a Escritura para chegar a toda verdade (II
Tm. 3. 14-17); nos d fora e valor em meio a provas as quais Deus usa para polir
nossa vida e evitar que camos no orgulho (I Pe 1:6-9). Dessa forma, o Esprito Santo
nos permite conhecer e compreender a obra purificadora para seus filhos, para
transformar seu carter e vida de acordo com o Evangelho (II Cor. 12:7-10).
O Santo Esprito nos capacita a viver como Jesus uma vida tica ou santa.
Recordamos que a santidade no opcional para o cristo, um resultado normal de
uma vida redimida por Cristo. Ao ser liberto da escravido do pecado passa da morte
para a vida, chamado a viver uma vida santa em todo o seu ser. Porque Deus santo e
lhe chamou a viver como ele andava (1 Pe. 1:13-16; Ef. 417-32; 1 Cor. 6:19-20). A
finalidade ser santo como ele .
A igreja: A igreja crist assegura que nenhum homem pelo seu pecado, tem o
poder de estabelecer normas morais de sua prpria conduta. Em razo de estar morto
espiritualmente e, portanto incapaz de determinar o bem e o mal. Nesse sentido, a
exigncia moral humana cada vez mais baixa, em razo de sua incapacidade de
cumprir as ordens de Deus ditadas por sua conscincia e estabelecidas socialmente. A
igreja prov um marco de referncia, para que tomamos como parte do corpo de Cristo
(Ef. 4: 11-16). Nela nascemos, crescemos nos formamos e exercemos o ministrio.
Consideramos a Igreja como o meio da graa, de onde se vive e afirmam os valores
morais do evangelho. Por ser um organismo vivo, este chamado a viver os princpios do
cristianismo para a glria de Deus. A quem temos sido chamados para fazer parte da
Igreja de Cristo, somos convocados a interiorizar os valores bblicos para nossa bno
e como exemplo do carter dos filhos de Deus. So vrias as formas como a Igreja
cumpre a sua misso moral, uma delas, o amor fraternal, o pastorado, o
acompanhamento a quem est em uma situao especfica.
Outras formas estabelecidas para o desenvolvimento moral e tico das famlias
crists a disciplina eclesistica. Mediante a disciplina, corrige o pecado, protege a
congregao e manifesta o amor e o apoio recproco para restaurar e reconciliar o que
est fracassado. Portanto, a disciplina o meio da graa para ser exercido em amor e
fidelidade ao Senhor e abenoar a igreja. Os pastores devem perder o medo de exercla pelo fato de serem responsveis deste princpio moral e normativo. Uma igreja que
disciplina biblicamente forte, responsvel e obediente ao Senhor. Aquela que no faz,
est prejudicando o corpo de Cristo, ao permitir condutas e disciplinas sem trat-las
com o devido processo.
organizar um cdigo moral e consequente saber discernir entre o bem e o mal. Ela nos
impulsiona a escolher o melhor, ela adverte quando estamos cruzando o limite do
cdigo, nos julga por faz-lo, trazendo dor e culpa. Nos deixa em paz at consertar o
erro. (Douglas, 1997).
A estrutura da conscincia se baseia no cdigo e no alarme (Rm. 2:14-16).
Existem vrios tipos de conscincia, hipersensveis, ignorantes, sensveis, corruptas e
cauterizadas (I. Tm. 4:2) Em relao conscincia necessrio que: seja renovado
pelo seu Esprito, ser educada pala Palavra (Rm. 12:2) e ser obedecida. O crente deve
obedec-la para ter uma relao com livre acesso presena de Deus. (Hb. 10:9-22).
Para poder amar a Deus e aos outros com corao limpo, de boa conscincia e f (I Tm.
1:4). Para crescer na f ao invs de retroceder (I Tm. 1:19). Para participar da
ressurreio para a vida (At. 24. 15-16) (Ibid).
Porm, como ter uma conscincia limpa?
Somente pela obra perfeita e eficaz de Cristo (Hb. 9:9; 12, 14). Crendo em seu
sacrifcio, desfrutando suas bnos. Confessando os meus pecados diariamente a Ele
(I Jo. 1:9; Lc. 3:8; Is. 55:6-7). Reconciliando-me com meus irmos (Mt. 5: 23-24).
Restituindo os danos causados (Lc. 19:8). Andando em obedincia a sua vontade (Ef.
4:28). Como resultado, minha conscincia estar em paz com Deus, alegria e amor em
meu corao, liberdade para chegar a Sua presena e autoridade para servi-lo.
Motivaes: o que nos faz atuar. O que d a origem ou razo de ser a uma
ao. a causa que origina as coisas. A tica ministerial ou crist no tem relao com
o que somos ou com o que fazemos se no tambm com as motivaes que nos
impulsionam a estas aes. Antes disso, deve perguntar: Por que estou no pastorado?
Uso o ministrio para benefcio prprio ou para servir a Deus e aos demais? Estou
exercendo por acaso ou pela convico do chamado? Consideremos algumas
motivaes corretas e incorretas.
Amor, gratido a Deus, servio, obedincia so motivaes corretas para o
ministrio. O amor deve ser o motivador mais importante das nossas vidas como foi na
vida de Jesus. Esse amor a Deus, a famlia, a igreja e as pessoas em geral. A gratido
a Deus pelo seu amor, salvao em Cristo, perdo dos nossos pecados e adoo
como filhos. A gratido deve levar-nos a obedecer-lhe e a viver para a sua glria.
Paulo nos d exemplo ao ser chamado para seguir e servir a Jesus (I Tm. 1: 12-17). O
verdadeiro amor e gratido nos levam a fazer aquilo que agradvel ao Senhor. Essas
virtudes so colocadas por Deus em cada cristo, para cumprirmos com sua vontade e
motivar-nos a obedecer- lhe. Jesus nos deu exemplo a respeito disso (Jo. 8: 28-29).
Igualmente essa deve ser uma motivao para servir. O cristo chamado a servir com
alegria. Deve ser reconhecido como autntico servo de Cristo (I Cor. 4:1-2). O servio
enobrece a vida. Paulo apresentava-se como servo. Os pastores e os lderes devem
anelar a ser til, servir, ajudar e ser canal de bno para outros. Enfim, devem servir
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no desenvolvimento das oito lies do curso. Enfim, sero categorias a ter em conta na
elaborao dos seminrios e reflexes, enquanto so as bases internas e externas que
determinam o que somos e fazemos concernente a moral a conduta crist em especial
de quem temos sido chamados pelo Senhor ao ministrio.
LIO 2
O CARTER TICO DE DEUS
Para identificar os aspectos ticos da humanidade, necessrio identificar o
que est relacionado a Deus a quem servimos. S a partir de seu conhecimento,
propsitos, vontade, carter e natureza, no so possvel entender a exigncia moral
que nos demanda. Enfim, podemos certificar de nossa incapacidade com sua elevada
norma tica e moral. Por isso, devemos fazer vrias perguntas a ns mesmos.
Como Deus a quem servimos?
Qual a sua natureza e atributo?
Que diferencia o Deus da Bblia dos falsos deuses?
Que aspectos ticos so determinantes e inerentes a sua natureza de ser
supremo?
Estas perguntas nos permitem refletir sobre seus aspectos ticos e morais. As
seguintes reflexes tm sido analisadas e citadas essencialmente de autores como:
Bridges, 1995, 2000; Esguerda, 1983; Lloyd Jones, 2000; Owen, 1999, 2001; Sheehan,
1998; Vries, 2003; Confesin de fe de Westminster; entre outros.
2. SUA NATUREZA
Desde Gn. 1:1, nos apresentado um Deus criador e sustentador absoluto de
tudo (I Cr. 29: 11-12). Suas qualidades ou perfeio refletem sua natureza suprema. S
Ele outorga funes a cada elemento da natureza para satisfazer seus propsitos
eternos e fiis (Sl. 2; 17:5; 103:19). A total dependncia que nos exige e seu controle
das circunstncias nossa compreenso prximo a criao no correta. Sua natureza
soberana a base para entender seu carter tico. Enfim, nos d a paz e encontramos
razo com relao s exigncias estabelecidas para a criao, incluindo o nome (Is.
44:24 - 45:13; Dn. 4:35; Rm. 9:17-18; Ef. 1:11). Sua soberania absoluta sobre todas as
coisas originadas de suas mos seja boa (Is. 46:10; Hb. 13:20-21; Tg. 1:18). Em vrias
vezes disse o texto em Gnesis e viu Deus que tudo era bom. Este carter tico da
criao bom e provm de um maravilhoso Deus e excelente em sua natureza e
misso e no pode criar nada que no seja assim. Suas mos, corao e vontade esto
comprometidos com tudo o que perfeito, bom e reto. Deus da pauta moral da criao
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A Bblia apresenta vrios nomes com relao ao nico e verdadeiro Deus. Todos
mostram seu carter e manifestam suas qualidades especficas e prprias. Sua tica
com relao a seus nomes se expressa em sua fora criadora; sua razo de ser; seu
senhorio; seu poder:
Elohim: a Palavra em hebraico que se utiliza nos primeiros captulos de
Gnesis para referir-se ao Deus da Criao. A quem com o poder de sua palavra criou
todas as coisas. Elohim significa poder ou fora o nome referido 2500 vezes no
Velho Testamento representa o poder e o propsito de Deus para cumprir o que tem
prometido. Elohim ao ver aquilo que criou, o considera bom (Gen. 1:10,12). O salmista
refere a Elohim como seu refgio e fortaleza (Sl. 91:2). Seu nome indica grandeza,
majestade, e o poder na criao (Giles, P. 52, 1994). Uma aplicao tica deste nome
relaciona-se com a beleza esttica e do servio da criao. A bondade da natureza, sua
ordem, funo e grandeza revelam seu poder e grandeza.
Jeov: indica existncia. Ele o Grande Eu Sou (Ex. 3:14). Tambm se refere
este nome a sua retido de carter. Razo pela qual exige de seus seguidores a
perfeio. Sua essncia faz com que castigue o homem pelo seu pecado (Gn. 3:24)
derramando juzo sobre povos e naes que no se submetem a seu governo (Gn.
7:17-23; 19:13-24). Uma implicao tica do nome Jeov sua retido e justia. Enfim,
pelo pecado e suas consequncias sobre a humanidade. Ele, em seu decreto se
relaciona com o seu povo para expressar sua justia redentora. Seu nome significa
Redentor (J 19:25). Representa o carter de Deus em misso eficaz, cumprida a favor
de seus filhos, motivo de gozo, alegria e fora para o crente (Lc. 1: 46-47). No importa
a perda, mas importa sua graa e justia.
Senhor dos exrcitos h vrias interpretaes, e algumas das expresses
relacionadas com dos exrcitos indica que se refere aos exrcitos de Israel (I Sm.
17:45; II Sm. 6:2); os exrcitos de estrelas as hostes dos cus (Josu 5:20) e as
legies de anjos e espritos Deus (Gn. 32:1, 2) (Douglas, 1997, p. 387).
A maioria dos telogos opta pela primeira das alternativas, e uma das
expresses mais antigas em relao a essa expresso. Por isso, este nome refere-se ao
poder e o governo que Deus exerce sobre o seu povo. Ele quem dirige seu exrcito e
peleja por ele. Ele o capito que defende e luta pelo seu povo, o qual indica o seu
aspecto: guerreiro, combatente e defensor em favor dos seus. Israel no tem um
capito quem os dirija como o Senhor dos Exrcitos. Que maravilhosa bno!
Adonai: Amo, Dono e Guia O Senhor quem governa, a vida de seus filhos
est sob o controle e direo soberana (Rm. 14:8; I Tm. 6:5; II Tes. 3:3: II Tm. 3:11:
4:17). Senhor, a palavra para designar quele que governa, dirige e tem o controle.
S o cristo verdadeiro e transformado pelo poder do Esprito Santo comprometido
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com sua Palavra pode-se dizer que Ele o Senhor. De sorte que, minha vida no me
pertence. Sou propriedade daquele que me comprou, me libertou do pecado e me fez
seu filho por sua boa, soberana e absoluta vontade. A riqueza do cristo , portanto
Jesus Cristo e sua obra maravilhosa a seu favor. O Senhor o amo e o crente o seu
servo. Esta convico faz o crente confiar na proteo, cuidado e proviso de Deus.
El Shaddai: Todo Poderoso (Gn. 17:1; 35:11; Js. 7:8; Is. 6:8; 8:7). Seu nome
indica fora, poder e capacidade para sustentar todas as necessidades de seus filhos.
Como Abrao, Moiss e Davi, devemos aprender a confiar no Todo Poderoso. Por sua
graa derramada em nossos coraes, podemos aproximar confiadamente e esperar
nele e declarar como fonte de nossa f e motivo de nossa alegria (Ap. 15:3; 19:6).
Quando o Todo Poderoso e Senhor dos Exrcitos governa a vida do cristo, vive feliz,
no h tristezas pela derrota porque Ele o Sumo Bem e o seu poder traspassa as
barreiras das circunstncias (Sl. 135:6; Ec. 3:14-15).
LIO 3
CRIADOS COM A RESPONSABILIDADE TICA
Pela nossa condio de homem, devemos ter uma profunda responsabilidade
tica. Derivada da majestosa obra criadora de Deus. Depois de conhecer um pouco as
implicaes ticas de Deus, relacionadas com a sua natureza, perfeio e nomes,
devemos considerar as verdades ticas que se derivam dele para suas criaturas. Por
isso, nesta lio, analisaremos sucintamente as conotaes ticas e morais
responsabilidades do homem por sua criao, posio e liberdade. O paradigma deste
artigo surge de meu estudo pessoal sobre o tema. Sobre a responsabilidade tica do
cristo, temos tomado ideias dos seguintes autores: Arias, 1998; Bluthaedt, Sfe; Giles,
1998; Knudson, Sfe.; Lacueva, 1989; Nonine, 1997; entre outros.
Estas mesmas implicaes so exigidas por Deus a todos os homens os quais
por causa do pecado, no esto capacitados em cumprir as suas ordens. No obstante,
o nosso dever como crentes apresentar os desafios morais de Deus sua criao.
Quando Ado e Eva pecaram, tornou-se impossvel de satisfazer a justia e santidade
de Deus, mas a partir da redeno que os escolhidos so chamados podem
novamente ter uma relao plena de amor, fidelidade e liberdade com o Redentor, isso
os capacita para cumprir sua vontade que boa, agradvel e perfeita. Somente os
remidos deleitam em cumprir com sua vontade. Todavia, os reprovados sero julgados
por no obedecer s ordens e no faz-lo e sim, fazer a Deus injusto.
material e outro imaterial. Nesse sentido, estamos falando da dimenso espiritual (Gn.
2:7), ao relatar a criao do homem, manifesta-se que foi feito imagem do Criador
(Gn. 1:26), ele est dotado de todas as faculdades comunicveis de Deus em sua vida
e responsabilidade. Ao ter a imagem divina como parte integral, deve responder a seus
desafios ticos com tal conscincia como a expresso humana da misericordiosa obra
artstica. No pode mais que manifestar com sua vida e conduta, a imagem do Senhor.
Isso torna o homem diferente da criao, por ele ter um sentido tico e moral,
nesse sentido, toda pessoa tem o comportamento escrito em sua conscincia, o qual
rege suas aes e determinam o conceito de si mesmo, do prximo, as coisas criadas
por Deus. Desde o princpio vemos como a tica de Deus manifestada claramente ao
homem se percebe por proibies, normas, princpios claros e precisos sobre o que
bom e mal. A tica crist toma como fundamento da revelao de Deus em si mesmo,
em sua palavra
e em sua criao. Na Bblia encontramos as dimenses ticas e
morais que ordenam toda satisfazer a justia divina.
A imagem e semelhana de Deus no homem referem-se aos atributos da
personalidade, nos quais so: intelecto, vontade e sensibilidade. O intelecto do homem
agradar o Criador, servir o prximo, cuidar a natureza, viver em harmonia. Por meio
dela se tornam decises morais de um significado de grande valor.
Por meio da vontade dada por Deus, o homem pode decidir livremente o que
fazer. A vontade humana ao primeiro homem vindo da mo de Deus tem os princpios
ticos do Criador. perfeita, santa justa e encaminhada glria de Deus. Esta
faculdade implica autonomia, responsabilidade em tomar decises, sabedoria,
segurana no sentido de misso na vida. Enfim, a sua finalidade sujeitar-se aos
planos do Senhor.
Outra faculdade constitutiva do ser humano em sua criao a sensibilidade. A
imagem de Deus nele indica a liberdade de sentir e expressar-se livremente suas
emoes. Amar e ser amado, servir e ser servido; a solidariedade, ira, dor esperana e
gozo so algumas das manifestaes emotivas do ser humano; capacidade esttica,
admirao e prazer, valorizao e amizade, realizao e fidelidade so exteriorizadas
por homens e mulheres. Enfim, isso implica uma identificao com dimenses do
Criador.
Ser criados a sua imagem e semelhana nos traz benefcios e muitos privilgios
em sua criao o que nos faz diferente da natureza. Mas isso requer de ns uma
grande responsabilidade moral projetada pelo arquiteto soberano das nossas vidas.
Recordamos que escreveu a lei moral em nossos coraes e designou a conscincia
como o Juiz de nossas vidas. No tem justificativa, em razo de sair de suas preciosas
mos, com sua imagem e semelhana gravada em nossa constituio.
glria. Quem havia sido regenerado, tem recuperado pela graa divina sua liberdade
para viver e servir para glria de Deus. Tem passado da morte para a vida e livres da
escravido do pecado e do domnio da morte. Essa a verdadeira e real esperana de
vida. A partir da possvel cumprir com sua responsabilidade tica e moral,
porquanto, somos capacitados espiritualmente para cumprir a sua vontade, sem Cristo
estamos mortos; nossa imoralidade nos condena (Rm. 3:10-23)
LIO 4
CONDIO DA QUEDA DO HOMEM
Depois de considerar os aspectos ticos de Deus, baseados na sua natureza,
atributos, nomes e a criao do homem, consideramos as condies de sua queda.
inegvel que pelo pecado, Ado e Eva permaneceram mortos no pecado, escravos e
excludos das bnos em sua relao com Deus. Ao ser Ado, o representante legal, o
cabea da humanidade, sua desobedincia foi imputada a toda a sua posteridade.
Portanto, desde Ado, somos pecadores. Isto traz aos seres humanos, e toda a criao
uma srie de consequncias permanentes, as quais so trgicas e terrivelmente
angustiantes.
Nesse sentido, analisaremos as consequncias ticas e espirituais imputadas
pelo pecado de Ado. Uma delas a sua incapacidade e rebeldia total. Para cada um
deles, apresentamos evidncias bblicas, as quais a resposta a essa doutrina.
Dizemos que ningum desfruta da verdade bblica da incapacidade total, a menos que
est regenerada por Cristo e se ajuste ao Evangelho. Sobre a condio da queda do
homem, temos tomado reflexes dos seguintes autores: Galn, 1992; Giles, 1998;
Iserte, 1981; Montgomery, 1999; Owen, 2001; entre outros.
moral e de conduta novamente recriado em nosso ser, e seu Esprito nos capacita por
completo para fazer sua vontade e nos deleitarmos em seus sbios conselhos.
LIO 5
A TICA DE JESUS E O EVANGELHO
20
CENTRALIZADA NO REINO
O Reino de Deus se trata de uma esfera onde Ele reina e a sua vontade
soberana e cumprida (Vila, 1985, p. 998). Atravs de sua Palavra, encontramos aluses
diretas de seu reinado universal e sempiterno. possvel afirmar que Deus Rei, e isso
a Palavra nos apresenta (Ap. 17:14; 19:16). Seu reino eterno, seu domnio no ter
fim, sua autoridade de justia. Seu poder real, remindo o povo para a sua glria
que em um coro celestial o adorar eternamente.
O que a Bblia ensina o reino de Deus que estabelece nos coraes que
estavam sem esperana e na escravido (Ef. 2:2; 1:4). O reino de Deus para a sua
glria e bnos para os escolhidos (Ef. 1:6, 12, 14). Falar do Evangelho falar do
Reino, e ao faz-lo, devemos colocar suas perfeies morais. nico Deus, verdadeiro,
santo, sbio, absoluto, poderoso, benigno, misericordioso, longnime, bondoso e justo
(Confesin de Westminster). Jesus orou: Venha o teu Reino (Mt. 6:9-13).
O reino de Deus implica num governo que perdura e incondicional sendo
diferente de outros reinos. Ao nascer Jesus, seu reinado anunciado adorado e
reverenciado como um Rei (Mt. 2:2) a sua vinda traz esperana, jbilo e proclamao
(Mt. 2:10-11; Lc. 2:1- 20).
Durante seu governo, seu nome santificado, sua vontade estabelecida na
terra, os homens vivem em abundncia, os pecados so perdoados. Seu reino, aos
pobres, enriquece, os sedentos so saciados, os tristes so consolados, no haver
mais dor, nem sofrimento e nem morte, sendo impossvel fazer a sua descrio seno
vivermos: como a nova aliana, a semente, a colheita, o banquete e a festa. um reino
de absoluta retido, liberdade e amor, reconciliao e paz eterna.
Assim foi proclamado pelo profeta Isaas (Is. 7:14); Davi (Sl. 130:8); Miquias
(Mq. 5:2); entre outros. Seu reinado de esperana. Quem se aproxima dele, afirma
21
CENTRADA NA PERFEIO
A razo pela qual, o Reino de Deus no tem limites e vitorioso, acima de todas
as circunstncias, porque Ele o Rei de toda a terra. Por meio de sua morte e
ressurreio foi vitorioso, assim como a sua igreja vencedora. (Mt. 16:18).
O sacrifcio de Cristo foi perfeito, seu testemunho fiel e verdadeiro d esperana
aos que foram salvos por sua soberana vontade e graa (Ef. 1. 5-6), seu amor foi
manifestado na cruz de uma maneira singular. Durante seus ensinamentos, seu
exemplo de vida, sua morte na cruz, percebe sua perfeita vontade cumprido em favor
dos seus.
Por esta razo no h cristianismo sem a cruz, pois foi atravs deste ato, temos
a prova do amor de Jesus para os seus, o reino de Deus a boa nova do Evangelho, a
promessa ficou firmada e selada pela vida e ressurreio de Jesus. Ao sermos
chamados somos benfeitores de sua graa e convocados a viver para Jesus, obedecerlhe e submetermos a sua misso. A obra do Senhor Jesus na cruz a prova do
cumprimento perfeito das profecias do Velho Testamento, e por toda a Bblia. Sua
obedincia traz implicaes de conduta exemplar moral e espiritual para os salvos,
todas se encontram na Bblia para que possamos seguir. Cabe anotar que a verdadeira
tica crist se resume na santidade da vida e sujeio a sua perfeita e boa vontade.
Sua perfeita obra na vida como na morte, nos faz filhos e herdeiros da vida
eterna, por isso podemos adorar o nosso nico e grande Rei. Porque teu o reino,
poder e a glria para sempre. (Mt. 6:12-13) Por isso o Senhor nos chama ser santo
como Ele , o mandamento para seus filhos andar como ele andou, viver de acordo
com quem nos chamou por soldados. caminhar para a sua glria, seguindo seus
passos e submetendo a sua vontade. S um Salvador Perfeito pode exigir a perfeio
de seus filhos, e por isso que a tica crist um assunto sobrenatural. Os princpios,
a vontade e compromisso so dados pelo Criador e satisfazem sua essncia de ser o
exemplo de vida dado por Jesus Cristo.
LIO 6
GRAA E TICA PESSOAL
A vida pessoal do lder deve refletir o carter de Jesus, sabendo que o mesmo
agrada a Deus e o exemplo a ser seguido.
Como deve ser o carter do pastor ou ministro para poder vencer as presses
do dia a dia e para ser exemplo igreja?
Consideremos alguns dos exemplos mais importantes (as seguintes idias foram
extradas dos seguintes autores: Azzati, 1992; Bluthaedt, Sfe.; Bridges, 2000; Galn,
1992; Giles, 1998; Iserte, 1981; Knudson, Sfe.; Lacueva, 1989; Mills, 1987; Nonine,
1997; Nyenhuis, 1981; Padilla, 1998; Palomares, 1992; Ridenour, 1975; Trull, 1989;
Vila, 1985; Wiersbe, 1988; Autores varios, 1990; entre outros).
A honestidade: uma das qualidades que todo ministro deve ter, associada
com a integridade, confiabilidade e a sinceridade. O apstolo Paulo escreve que os
diconos devem ser honestos (I Tm. 3:8). Deus espera que todos, sejamos sinceros na
maneira de ser e de agir.
O ministro deve ser autntico e no aparentar aquilo que no e o que no
tem, no podem fazer os outros crer no que faz ou pode fazer se no verdade. A
honestidade nos permite viver livremente ou relacionarmos com os outros sem termos
que representar uma realidade que no a nossa. Isso implica em ter a paz com Deus
e descansar em sua graa para progredir. O Apstolo Paulo nunca esqueceu que
perseguiu a Igreja, nem ocultou essa terrvel verdade, porm tudo isso o motivou a ser
vir com mais intensidade. No devemos imitar os outros, Deus nos fez diferente e
aceita como somos, aperfeioados pelo seu poder.
24
A mentira no pode fazer parte da vida crist e muito menos no ministrio dos
lderes (III Jo. 3:4; Ef. 4:25). O ministro cristo no deve usar a mentira como
ferramenta de trabalho nem como estilo de vida, no se deve mentir para tirar
proveito, porque isso pecado (Hc. 5:1-6) As estatsticas apontam que as pessoas
mentem com freqncia em vrias situaes crticas, as igrejas e os movimentos
cristos mentem muitas vezes quando informam dados. lamentvel saber que fazem
isso ao informar sobre assistncia e resultados de seus ministrios para obter apoio
financeiro, tambm para salvar situaes de perigo, inclusive acreditam que essas
mentiras tm outro nvel de responsabilidade moral, at consideram corretas, porque
ajudam a salvar uma situao. O pastor no deve mentir em nenhuma circunstncia,
no pode dar uma informao incorreta, deve dizer somente a verdade.
Nossa lealdade ministerial deve levar-nos a no criticar ou comentar coisas de
colegas ausentes que venham rebaixar sua reputao. Quando um pastor est
passando por algum problema, ou se caiu em pecado, podemos compartilhar com
outro pastor com o desejo de ajud-lo em sua restaurao, porm no como um
comentrio que venha denegrir sua imagem.
Devemos alegrar com os que vencem consolar e ajudar aos que est
enfrentando problemas, ser honestos com os colegas quando samos de um pastorado.
No criticar o pastor que estava no ministrio antes de ns, desprezando seu trabalho
que desenvolveu h anos, evidentemente que h seu tempo deve haver a adaptao
da congregao ao seu estilo. O pastor que deixa uma igreja no deve visitar os seus
membros com o propsito de influenci-los contra o pastor ou criticar suas novas
atividades.
O pastor deve ter um conceito correto de si mesmo e no se desmerecer
diante dos demais. Pode ter um conceito equivocado de si mesmo (Rm. 12:2). Paulo
escreveu a Timteo recomendando que ningum desprezasse sua mocidade (I Tm.
4:12). Devemos saber que Deus quem nos chamou mesmo com os nossos defeitos.
Portanto, no devemos fazer comentrios desfavorveis que o desqualifiquem. Tais
atitudes nos tiram a autoridade e desonram ao Senhor.
Atravs da leitura de alguns livros, concluimos que devemos respeitar quatro
reas: nossas diferenas, personalidade, trabalho e as geraes. Enquanto as
diferenas devem levar em conta as doutrinas, a liturgia ou a organizao eclesistica.
Podemos debater sobre estes temas, porm, respeitando as demais idias.
Enquanto a personalidade de cada pessoa diferente e tem sua maneira de ser.
Deus nos fez diferente e cada um de ns, Ele nos deu uma personalidade nica, no
devemos rir de outras pessoas, ressaltar seus defeitos, nem burlarmos por coisas
chamativas em sua forma de ser.
Devemos respeitar o trabelho dos demais. No conveniente duvidar o xito
dos colegas, nem burlarmos com seu xito ou fracassos, somos chamados a orar uns
pelos outros e edificarmos mutuamente.
Com relao a outras geraes; os maiores devem respeitar o entusiasmo e o
impulso das novas idias dos jovens e estes devem respeitar a sabedoria, prudncia e
25
VIDA DO ESPRITO
Para realizar o ministrio imprescindvel sermos cheios do Esprito Santo, s
assim, podemos entender qual a extenso e profundidade do ministrio. O Esprito
realiza o querer e o efetuar, nos d alegria em tempo de vitria e paz na provao (Jo.
16:7-15; At. 1:8; Lc. 4:16-18; Fl. 2:13; Rm. 8:14).
O carter do cristo deve estar pleno dos frutos do Esprito Santo, cheios de
Deus, sendo Ele o Senhor das nossas vidas. Nas cartas pastorais, Paulo enfatiza ao
ensinar que a habilidade do pastor para o ministrio consiste na obra de Deus em seu
carter e no em sua habilidade acadmica (1 Tm. 3:1-7; Tt. 1:5-9). O pastor deve ser
irrepreensvel em sua vida pessoal, familiar e social. Deve ter bom testemunho para os
que esto dentro e os que so de fora.
O pastor no pode e nem deve ser agressivo, egosta, cruel, insensvel, mpio,
etc. Paulo d uma lista dos servos maus (II Tm. 3:1-9). De sua parte, o pastor deve ter
um carter amvel, puro, alegre, flexvel, carinhoso sendo justo, honesto, fiel, seu
carter deve refletir bondade, compreenso, humildade, firmeza diante do pecado, a
injustia e a maldade. Do contrrio, vai contra a verdade e no pode manifestar com
sua vida o novo nascimento em Cristo.
A Igreja no pode seguir a um pastor que no possua uma vida limpa. Devemos
esforar para viver de acordo com os seus mandamentos (I Tm. 4:15-16; 6:11-14; Tt.
2:7- 8). Deus exige que seus servos sejam esforados e diligentes em servi-lo e
defender a s doutrina (Mt. 9:37; II Cor. 11:27-28). O pastor deve ser um trabalhador
pela causa de Deus, isso vai faz-lo a sofrer perseguies e sofrimentos (2 Tm. 3:1011; Ez. 33:7-8).
Um homem cheio do Esprito Santo de Deus se submete a Escritura. Procura
viver uma vida limpa, sua conduta exemplar, porque nasce de um corao cheio do
Evangelho, mostrando a vida de um novo carter descrito na Escritura. Vive a realidade
das bem aventuranas. obediente, fiel, honrado e solidrio e os valores que marcam
suas vidas so do Evangelho, seu exemplo de vida Jesus, no um religioso, nem
tem aparncia de piedade, um autntico seguidor de Cristo e de seus mandamentos,
se esfora com a graa de Deus a servir e a amar e aplicar as verdades contidas nas
escrituras. Serve por amor a Deus, no para si mesmo. Devemos orar que Deus nos
encha do seu Esprito e verdade para a sua glria.
VIDA NA PALAVRA
Foi Jesus quem disse: Sem mim nada podeis fazer (Jo. 15:5) Portanto todo
servo de Deus deve guiar-se em sua vida e ministrio s pelas ordens do Evangelho,
quem no se submete a essas verdades de f no verdadeiro servo do Senhor.
26
VIDA DE ORAO
Temos aprendido diferentes aspectos da vida de um pastor. Nessa seo
falaremos sobre a sua vida de orao, com muita freqncia a Bblia fala sobre isso (I
27
Tes. 5:17; Lc. 21:36; Fl. 4:6). A Palavra de Deus nos manda orar; o qual indica a
importncia de obedecer, a vontade de Deus que prossigamos uma vida em orao,
porque Ele sabe que no podemos viver sem sua direo, as razes pelas quais
devemos orar sempre so:
Receber poder
Nesse sentido, a orao o meio usado por Deus para mostrarmos o que somos
levar-nos a reconhecer os nossos erros e pedir o perdo. Jesus nos mandou orar
constantemente (Mt. 26:41). A orao nos permite a estarmos unidos a Ele; receber
santidade e pureza para a mente e corao (Jo. 15:5). Quando oramos, Deus nos
abenoa e responde (Sl. 91:15). Porm, no devemos usar a orao como um amuleto,
e sim como um meio de depender do Senhor, do Seu poder e da sua graa derramada
em ns. Jesus mesmo nos deu uma vida dedicada orao; devemos seguir seu
exemplo (Mc. 1:35).
A vida purificada dada por Deus atravs do conhecimento da Palavra e a vida
de orao, no para ns mesmos, mas para servir a Deus. Como resultado,
seremos frutferos e teis em suas mos (Jo. 15:5). Devemos lembrar que o pastor
trabalha para a glria de Deus e para ser uma bno no meio do seu povo, sendo
assim, no se deve fazer nada o que Deus no lhe pea, somente obedece s suas
ordens, uma delas a orao, nossa prpria capacidade de nada serve para
desenvolver a sua obra, isso torna impossvel de agrad-lo, se no pretendemos
afrontarmos o Senhor, porm indispensvel o seu poder em nossas vidas para
realizarmos a sua vontade, ao ver seu poder efetuando em ns, teremos xito e
prosperidade nos ministrio (Jo. 15:7; At. 4:31).
A orao cumpre o objetivo tico em cada cristo: mostrar-lhe seu pecado e a
graa abundante do Senhor a seu favor. Tambm aponta a sua incapacidade para servir
e agradar ao Senhor e revela que somente unidos a Ele, ter uma vida e esperana
para seu corao abatido. Porm, o convence que nada pode fazer sem a sua ajuda e
direo.
Por isso, o crente deve fazer splicas com aes de graas (Fl. 1:3-4; Rm.
1:8,21; Sl. 107:8). Quando oramos, devemos entrar em sua presena com gratido. Isto
s possvel se reconhecermos que o que temos recebido vem de Deus e Ele nos tem
outorgado por sua grande misericrdia. Ao aceitar que tudo vem do Senhor, nosso
corao enche de gratido e adorao, reconhecendo a fonte inesgotvel de vida, essa
uma postura eticamente correta de todo o filho de Deus. As aes de graas devem
ser por tudo, em especial pela salvao e amor imerecido (I Cor. 15:57; I Tm. 1:12; Ef.
5:20; I Tes. 5:18). Enfim, devemos dar graas quando passamos por provas, porque so
moralmente boas e planejadas para o bem de seus filhos (Tg. 1:2-3, 6; Jo. 11:41). Toda
a orao deve fazer com f, isso tambm dom de Deus, para dirigir-nos ao seu trono
28
com a certeza de sermos ouvidos (Mt. 15:28; 17:20; Mc. 9:23; 11:24; Lc. 17:5; Tg.
5:15). Devemos orar sempre crendo que Ele o nosso Deus, Senhor e Salvador. A
orao deve ser feita segundo os princpios ticos e morais descritos na Escritura, ao
contrrio, ela ser recusada.
Os servos de Deus devem investir muito tempo em orao a ss e diariamente,
apresentando propsitos especficos e detalhados, pessoais, familiares, e da igreja
para serem respondidas (Mc. 10:51). A orao especfica fortalece a f, porque
conhecemos a resposta e agradecemos porque temos recebido (At. 10:2). Uma
responsabilidade tica do pastor orar a ss, no somente quando esto vendo. Ali,
ele descansa no Senhor, recebe para prosseguir com fora renovada, confiana e valor
para assumir o ministrio.
Tambm devemos orar em grupo, para estimularmos a f e o amor recproco
(Mt 18:19). Somos chamados a honrar ao Senhor e nos submeter aos seus desgnios (I
Cr. 29:10-11; 16:35-36; 1:13-14; At. 4:24,27,31). Os primeiros cristos oravam juntos e
pediam a direo de Deus para tomar decises (At. 13:2;10:36-38) Juntos, devemos
reconhecer que as autoridades civis so postas por Deus, o nosso dever orar por elas
e nos submeter as leis estabelecidas (I Tm. 2:1-2). Ao orar em grupo, podemos pedir
por necessidades espirituais e materiais (At. 20:18-20; Lc. 12:6-7; Fl. 4:19; I Pd. 5:7-9;
Jo. 17:15). Como diz a Bblia, a orao de um justo pode muito em seus efeitos (Tg.
5:16).
LIO 7
GRAA E TICA FAMILIAR
Sem dvida nenhuma, o lar o lugar ideal onde o ministro desenvolve o seu
ministrio. No um espao anexo e nem o centro de onde vive e concretiza o seu
servio ao Senhor. Portanto, ali onde se deve preparar e formar adequadamente para
obter xito e ser bno a ele mesmo e a quem quer servir. O lar do pastor deve ser a
melhor aproximao ao ideal correto (Ef. 5:15-16), o pastor deve ser acima de tudo um
exemplo de boas obras, bvio que a sua vida no lar do pregador um fator muito
importante para a felicidade e para o xito ministerial (Williamson, pp. 28, 33) (As
idias apresentadas foram extradas das obras dos seguintes autores: Azzati, 1992;
Bluthaedt, Sfe.; Bridges, 2000; Galn, 1992; Giles, 1998; Iserte, 1981; Knudson, Sfe.;
Lacueva, 1989; Mills, 1987; Nonine, 1997; Nyenhuis, 1981; Padilla, 1998; Palomares,
1992; Ridenour, 1975; Trull, 1989; Vila, 1985; Wiersbe, 1988; Autores varios, 1990;
entre outros).
por isso que um dos requisitos que tornam irrepreensvel o pastor a sua
famlia crist com um bom testemunho (I Tm. 3: 2-5; Tt 1:6). A famlia do pastor,
quando constituda de acordo com os parmetros bblicos; pelo seu bom testemunho
d autoridade para ministrar na igreja. Muitos dos problemas que afetam o ministrio
29
pastoral esto relacionados com o matrimnio e com a educao dos filhos (SL. 127:1).
Alguns pastores no conseguem obter xito no ministrio, porque enfrentam
problemas muitas vezes, no casamento, com seus filhos. No decorrer deste artigo,
mencionaremos trs situaes geradoras de conflito na vida do ministro.
O pastor deve ter uma famlia exemplar, seu matrimnio deve estar
fundamentado em Cristo, a relao como casal deve ter um correto ajuste e um claro
panorama das responsabilidades do ministrio, ambos devem estar de acordo e
dedicar-se ao ministrio e juntos planejar a chegada dos filhos. Enfim, complementarse de tal maneira que os dois se realizem como pessoas e como cristos. Contar com o
apoio familiar um bom exemplo de autoridade para ensinar sobre o lar.
amor e dependncia; contando com o apoio de sua esposa e filhos. Ser o cabea do lar
lhe outorga ao homem a responsabilidade de ser um governante da conduta moral e
espiritual da famlia. Junto a sua esposa e seus filhos faro um altar de adorao a
Deus.
Portanto, no possvel a sujeio recproca se no houver amor (Lc. 8:38), este
a chave do casamento, s quem possui a vida cheia do Esprito Santo, se submeter
com alegria ao seu cnjuge, o amor faz gerar nos cristos, compreenso, respeito,
ajuda mtua, companheirismo, fidelidade e o desejo de agradar a Deus. O amor deve
expressar com palavras, e aes, no deve perder o romantismo do casamento, deve
ser cultivado para que cada dia venha a enriquecer, o amor matrimonial deve ter a
caracterstica do amor de Deus (I Cor. 13:4-7).
Em relao aos filhos, eles devem ser frutos de um amor responsvel dos pais
(Sl. 127:4), como casal, devem planejar sua chegada ao lar em um ambiente de amor,
aceitao, alegria e segurana. Os princpios ticos de nossa responsabilidade
comeam em um amor sincero, os quais deveram declarar e demonstrar com as
nossas palavras e atitudes. Um requisito para os pastores e lderes cristos ter filhos
cristos em sujeio e no acusados de dissoluo (I Tm. 3:4-5; Tt. 1:6). Os pastores
devem educ-los no temor de Deus e prepar-los para a vida eterna, desenvolvendo
neles o interesse, amor e devoo sincera pela obra de Deus e a sua Palavra. Somos
responsveis para am-los no tendo preferncia entre eles assim como era o lar de
Isaque e Rebeca. (Gn. 25: 27-28), enfim disciplin-los em amor e no temor de Deus (Ef.
6:4; Col. 4:21). O dever dos filhos o amor, obedincia e respeito aos seus pais e
cumprindo assim aquilo que lhes cabe (Ef. 6:1- 3).
O pastor deve cuidar de sua prpria famlia (I Tm. 3:4-5; 5-8), ensinando seus
filhos a obedecerem, porque o mandamento de Deus (Ef. 6:4), educ-los com amor e
pacincia, guiando a fazer o que seus pais lhes dizem (I Tm. 3:4). O castigo a parte
da disciplina, porm deve ser com amor e no com a ira (I Tes. 2:7) mostrando o que
deve fazer para livr-los de problemas (Prov. 13:24; I Sm. 3:13). Eli no corrigiu os seus
filhos, porm eram rebeldes.
INTEGRIDADE NO SEXO
Depois do conhecimento da relao com a famlia, falaremos sobre a vida
sexual, que um tema que vem apresentando muitos problemas. Os tabus, traumas,
m formao, presso da sociedade hedonista, tentaes motivadas por nossa
carnalidade e a luta espiritual constituem a base de problemas na igreja e que afetam
o ministrio. Paulo fala sobre o sexo no casamento (I Cor. 7:1-6) depois aborda sobre a
fornicao ou adultrio, mostrando ao crente que o nosso corpo templo do Esprito
Santo; portanto, no devemos pecar. H vrios pecados sexuais que levam a sermos
tentados a cair, o adultrio, lascvia, concupiscncia, homossexualismo, violao,
pornografia, luxria, orgia, entre outras.
Para proteger-nos, Deus instituiu o casamento, o qual deve ser perfeito, santo,
honroso e puro (I Tes. 4:3-4). A vida matrimonial deve estar limpa da lascvia, maus
32
conceitos que comprometem em fazer feliz a outra pessoa. Paulo fala de no negarmos
um ao outro, a felicidade sexual consiste em estar de acordo no que agrada o casal e
fazer pleno diante de Deus, quem instituiu o matrimnio. A vida sexual compartilhada
corretamente permite que o casal se realize interiormente para no desejar buscar em
outros, o que Deus lhes deu para fazer no casamento. (Can 4:9-10) Pelo contrrio, a
frustrao sexual um caminho para a tentao e a destruio do ministrio.
Creio que estamos de acordo em afirmar que o sexo um dom de Deus, que
nos permite a identidade como homem e mulher. O sexo em si, no mal nem
pecaminoso e muito menos, perverso. Deus nos deu esta graa com a capacidade de
amar e expressar nossos sentimentos com palavras e aes, e para ser desfrutado
dentro do casamento. Um dos problemas da sociedade moderna o seu uso como
recurso de venda e um meio de prazer sem responsabilidade.
Os pastores por ter uma funo pblica esto expostos a uma tentao
constante, surpreendente a quantidade de pastores que tem cado em pecados
sexuais, isso deve fazer com que sejamos mais prevenidos em relao ao sexo. Todo
pastor que sente atrado por outra mulher deve tomar muito cuidado para no cair, ao
contrrio, ser vulnervel e vai cair no pecado. A situao se complica quando o pastor
no tem uma esposa que o compreenda, apie, valorize e satisfaa sexualmente, em
contrapartida, o pastor tambm deve cuidar de sua esposa, porque muitas tambm
tm cado em adultrio, pela falta de ateno do marido, descortesia e falta de carinho
do esposo que as deixa muitas vezes ss. O pastor deve cuidar de sua mente para
evitar qualquer pecado da lascvia, pensamento pecaminoso ou fantasia sexual com
outra mulher. Todo pecado comea com os nossos pensamentos, sempre bom evitar
qualquer sentimento de carinho e atitude que venham a despertar a atrao fsica.
Quando se descobre esse sentimento, rompa todo vnculo afetivo com essa pessoa,
procure no ficar sozinha para no motivar situaes, a primeira chave no dar lugar
para cair em pecado em pensamento ou em ao, a segunda fugir, assim como fez
Jos para evitar o assdio e cair no pecado, seja valente e fuja (Gn. 39:1-20). Devemos
ter um conceito claro de santidade em todas as reas da vida crist. Jos disse: ... e
como pecaria contra Deus, ele fugiu tentao e venceu.
Quando se encontra em tentao, devemos orar ao Senhor e falar com sua
esposa para pedir ajuda; esse passo mesmo que difcil, fundamental, devem analisar
juntos os motivos das tentaes, crescer dentro do casamento, as frustraes,
desencontros, alegrias, planos, cada um dos cnjuges, devem saber que no funciona
pedir perdo e estabelecer dinmicas reais de ajuda para vencer a tentao.
Deve falar sinceramente com a pessoa que lhe atrai, e mostrar o perigo que
esto correndo ou o pecado que cometeram e dar passos corretos para romper a
situao. Se ela casada, conveniente falar com seu esposo, caso tenha cado em
adultrio deve confess-lo igreja e receber a disciplina correspondente, muito
importante que se ambos se sentem atrados um pelo outro, devem terminar com toda
situao que tem alimentado esses sentimentos, caso estiver aconselhando-a,
prudente transferir a outra pessoa, de preferncia do mesmo sexo.
33
LIO 8
A GRAA E TICA DO PASTOR
Como os pastores devem estar preparados para poder enfrentar o crescente
relativismo moral que est afetando a nossa sociedade e a igreja? A resposta : Ele
deve ser um homem ntegro. A vida ntegra ou tica no depende das leis que se
aprendem como devem obedecer se no de um corao limpo. Consideramos a
continuao dos seguintes versculos para entender um pouco mais a que se refere
Escritura quando fala de viver integramente (Js. 24:14; Jz. 9:16; 1 Rs. 9:4; J 2:3; 4:6;
27:5; 31:6; Sl. 15:2; 25:21; 26:1,11; 41:12; 101:2; Pv. 10:9; 11:3; 19:1; 20:7; 28:18;
Tt. 2:7). As passagens citadas referem a uma vida tica e moral, como dizer que a
integridade da vida est diretamente relacionada com o carter e as atitudes pessoais
(As seguintes idias so extradas das obras dos seguintes autores: Azzati, 1992;
Bluthaedt, Sfe.; Bridges, 2000; Galn, 1992; Giles, 1998; Iserte, 1981; Knudson,
Sfe.; Lacueva, 1989; Mills, 1987; Nonine, 1997; Nyenhuis, 1981; Padilla, 1998;
Palomares, 1992; Ridenour, 1975; Trull, 1989; Vila, 1985; Wiersbe, 1988; Autores
varios, 1990; entre outros).
Podemos dizer que as normas ticas tratadas nas Escrituras nos do orientao
precisa para saber com agir em determinadas situaes. No obstante, se no
levarmos em conta estes princpios morais, nos fazem desviar de sua vontade e
assumir a terrveis conseqncias. Claro, se no tem um corao reto diante de Deus,
no possvel querer nem poder cumprir as suas ordens, ento deve existir no corao
do homem de Deus o firme desejo de agrad-lo (Tg. 1:22; 4:17: Lc. 6:46), do contrrio,
o nosso servio a Ele no tem nenhum valor.
Por isso Jesus disse: Porque do corao sai os maus pensamentos, os
homicdios, os adultrios, as fornicaes, os furtos, os falsos testemunhos, as
blasfmias.Mt. 15:19. Toda a pessoa salva por Jesus deve ter um corao novo e puro
34
(Jr. 32:39; Ez. 36:26; Mt. 5:8). O servo de Cristo deve ser nascido de novo e chamado
por Deus para seu servio, cheio do Esprito Santo e santidade, capacitado e
consciente da necessidade de estar debaixo da autoridade.
Consideramos cada um desses temas.
NASCIMENTO E CHAMADO
O ministrio pastoral busca servir a homens e mulheres nascidos de novo, essa
dinmica do Reino segundo Jesus disse a Nicodemos (Jo. 3:1-15) nesta passagem,
vemos que Jesus ensinou que toda pessoa deve nascer de novo para entrar no Reino
dos Cus.
Isto , nascer da gua e do Esprito (Jo. 3:5). Para nascer de novo, preciso crer
em Jesus como Deus, Senhor e Salvador (Jo. 3:16; At. 8:37; 16:31), este um ato livre
da graa soberana de Deus, assim como nenhum de ns decidiu nascer fisicamente da
mesma forma, ningum decide e nem pode nascer de novo. Para o homem isso
impossvel, porm, para Deus tudo possvel.
Quem nasceu pela graa, tem experimentado o arrependimento de seus
pecados, isso produto da obra do Esprito Santo (Jo. 16:8) e Deus tem nos chamado a
uma vida santa e em obedincia a sua Palavra, o verdadeiro arrependimento no tem
nada a ver com o remorso ou estar de conscincia pesada por causa do pecado, essas
atitudes so momentneas e no significam mudanas no estilo de vida pessoal, nem
tampouco implica uma mera confisso de pecados, porque muitas vezes, quando
apresentamos as ofensas, no reparamos os danos causados e geralmente
distanciamos do Senhor, isso no arrependimento. Um genuno arrependimento
implica em reparar o dano e trazer frutos dignos de arrependimento (Lc. 3:1-20; 19:8).
Em todos os exemplos dados o arrependimento implicou reparar danos ocasionados a
outros.
Paulo descreveu essa mudana como um renovo em todas as reas da vida (II
Cor. 5:17). Isso indica despojar-se da vida passada do pecado e vestir-se de acordo com
a nova vida (Ef. 4:20-32). Uma vez nascidos de novo, chamados somos para crescer e
sermos aperfeioados (Ef. 4:12, Fil. 3:12). O desafio cristo ser perfeito, isso
conquistado pela graa de Deus que vai moldando o nosso carter e implica cumprir
cabalmente o propsito para o qual fomos criados e adotados filhos. O caminho a
maturidade em Cristo a meta de Deus ao crente (Cl. 1:28), isso requer esforo,
diligncia e a conscincia da dependncia do Senhor. (Hb. 12:2; Ef 4:16; Fil. 3:12-14).
O novo nascimento em Cristo uma experincia dinmica e viva todos os dias.
Os meios da graa deixados pelo Senhor para viver a vida nova so em grande
maneira teis e necessrios para o crescimento. Somos alimentados pela Palavra de
Deus que nos faz sbios (II Tm. 3:14-17) e de orao (I Tm. 2:1-6). Os frutos
manifestam a maturidade do servo em sua nova vida (Mt. 7:15-20). Uma vez
conscientes de sermos nascidos de novo em Cristo, somos chamados a servir em
35
do fruto do Esprito (Gl. 5:22-26). Paulo no livro de Efsios descreve a vida e conduta
de um homem redimido, vive em luz e uma vida nova pela graa de Deus e a operao
sobrenatural do Esprito (Ef. 4:22-32). Ser cheio do Esprito implica manifestar fruto
espiritual. Quem est em concordncia com os valores e dinmicas do Reino em sua
vida pessoal e com a plenitude celestial. Tambm se manifesta em aptido de servio e
abnegao para servir ao Senhor. O fruto do Esprito a armadura de Deus que se
refere ao carter novo que temos recebido. (Ef. 6:10-20).
Quem est cheio do Esprito, est movido a uma permanente vida de santidade
e integridade. Isso indica que cada dia ver que tem sido apartado do reino das trevas,
de sua vida pecaminosa est inteiramente dedicado a Deus. Vive para Ele e se
submete aos ensinamentos de sua Palavra e atua de acordo com seus planos. (I Pe.
1:13-16). Sua razo de ser viver para agradar a quem o chamou a seu servio (II Tm.
2:4). A vida de santidade e retido do crente deve influenciar a sua maneira de viver.
Deus nos chama e nos capacita para viver uma vida de santidade em qualquer lugar
ou circunstncia. Muitos aparentam ser santos quando esto diante de outros, podem
ser chamados de fariseus. O filho de Deus consciente de seu chamado e sustento
sobrenaturalmente. Deve andar como Cristo andava e aceitar seu senhorio, para
prestar contas a quem o chamou e separou para seu servio.
CAPACIDADE E SUJEIO
Toda profisso exige capacitao e conhecimento terico prtico para poder
exercer, no ministrio no diferente. O pastor deve estar capacitado e preparado
adequadamente para realizar a obra. A capacitao com os dons do Esprito Santo e
com a sua vida pessoal maturidade espiritual e emocional.
Em Efsios 4: 11-16, o apstolo Paulo fala que Deus capacitou homens para
organizao da igreja. Os salvos que constituem a igreja do Senhor tm sido
preparados pelo Esprito Santo com dons necessrios e indispensveis para poder
realizar a obra de estender o reino dos cus. O total dos dons dado aos membros da
igreja expressam a realidade de Jesus como real e efetivo redentor. Os pastores tm
sido preparados com dons para exercer o ministrio, em razo de que o Esprito Santo
lhes d como Ele quer (I Cor. 12:11).
Com relao a sua vida pessoal, o pastor deve ser uma pessoa madura em sua
f e ter conhecimento das verdades do Evangelho. Esta trajetria de conhecimento d
a ele maturidade espiritual, autoridade para atuar e experincia para realizar. Bem
como o livra de muitos perigos que enfrentam no ministrio. Uma pessoa madura
pode, pela graa de Deus, evitar o orgulho pelos xitos obtidos, a frustrao e o
desnimo diante das provas. Tambm revela comunho com Deus, capacidade para
realizar o ministrio com o respaldo divino que lhe d autoridade a seu ministrio.
A vida emocional do pastor deve ser equilibrada para no sucumbir diante das
presses. Jesus e Paulo nos do exemplo sobre a necessidade de maturidade espiritual
para o desenvolvimento do ministrio. Portanto no deve ser demasiadamente sensvel
37
PARTE I
DEFINIES E SISTEMAS TICOS
TICA CRIST
Quero propor seis perguntas muito importantes que devemos fazer hoje a ns
como cristos evanglicos:
1. Porm o que realmente faz falta aos cristos um estudo aprofundado
sobre tica crist?
2. que no aprenderemos mais sobre a Bblia e inclusive, lendo mais o
Novo Testamento?
3. No temos acabado com a lei e com suas VALLADAS normas?
4. No Jesus que vive no crente ele que por meio de seu Esprito,
produz em ns os seus frutos?
5. No o amor a nica lei do cristo?
6. No podemos subscrever a bela frase de Agostinho de Hipona: Ama e
faa o que queres?.
A todas essas objees esperamos dar uma grande resposta ao longo deste
artigo. Porm, permita-me introduzir com uma observao geral fundamentada em
minha prpria experincia. Quando sa pela primeira vez de uma igreja que, naquela
ocasio, dispunha de uma moral completa e no que se insinuava que a Palavra de Deus
direo de seu Esprito me bastava para orientar-me em um caminho tico, chego a
sentir-me cada vez pequeno diante da lei que me ajuda, a saber, resolver os problemas
de carter moral.
E para resolver estas questes necessrio compreender qual a perfeita, boa,
agradvel vontade de Deus, se necessita da maturidade espiritual crist, baseada em
uma total consagrao ao Senhor, sempre alerta s direes do Esprito e um
conhecimento no corrente da sabedoria de salvao que so proporcionadas pelas
Escrituras Sagradas. (cf II Tim. 3:14-17).
Quantos cristos que dispe o tempo suficiente para encherem-se com os
ensinamentos ticos muitas vezes, implcitas semeadas ao cumprimento de toda a
Palavra de Deus segundo as exigncias as circunstncias, tempo e lugar, posto que a
Bblia no seja primordialmente um Credo e nem um cdigo, se no uma Histria de
Salvao?
43
normativa, porque busca um ideal ou norma, segundo o qual se podem formular as leis
e regras de conduta. Assim que a conduta tica vem a ser de acordo com certa norma.
A tica em geral, pertence a tambm a Filosofia Moral, pois a palavra moral
derivada do latim mos que significa costume no sentido tico (como quando
dizemos: uma pessoa de maus costumes), para distingui-la de costumes no sentido
jurdico (como quando dizemos: este costume deve converter-se em lei), a qual davam
os latinos o nome de consuetudo (que se rege pelos costumes).
O termo, tica vem do grego ethik ethos = carter, este por sua vez se
deriva de ethos costume. Em efeito a tica estuda os costumes humanos, os
princpios de suas aes e considera o que constitui o bom e o mal em tais princpios e
costumes.
Tomada como disciplina de ordem puramente humana, a tica o ramo da
Filosofia, porque examina e investiga uma parte da experincia humana, a que
concerne vontade responsvel e a conduta moral e a considera por inteiro: toda a
atividade do homem, o bem que busca o significado da atividade humana. Estuda as
distintas ticas que tem sido proposto como verdadeiras e, como ramo da Filosofia,
tem a investigao terica.
Em geral, mais do que dar um cdigo de regras busca-se os princpios bsicos
segundo os quais cada indivduo procura determinar como deve atuar em qualquer
situao presente em todas as reas da vida. Recentemente, tem dado nfase ao
propsito prtico tradicional, se tem pretendido estabelecer a tica como cincia,
comparada com as demais cincias empricas, procurando definir objetivamente o que
o bem e a obrigao moral, etc. Trataremos deste aspecto mais adiante.
Por que o homem um ser tico?
A diferena dos animais, o homem est dotado por Deus de uma mente capaz
de raciocinar e de um arbtrio responsvel. O animal j nasce feito, segue em sua
conduta das leis e herana e se adapta por instinto as situaes, enquanto que o
homem vai evoluindo progressivamente, escolhendo seu futuro dentre um leque de
possibilidades, a golpes de deliberao sobre os valores dos bens a conseguir, que lhe
servem de motivao para atuar e lhe empurram a uma deciso em cada momento da
existncia.
Por estar dotado de uma mente capaz de raciocinar e a abstrair, o homem pode
estabelecer um fim determinado e tratar dos meios necessrios para consegu-lo. Na
vida humana h sempre uma meta. Porm o homem no um ser autnomo, posto
que seja um ser criado e, portanto, limitado e relativo, nada h de absoluto no
homem, no h uma dentro de si prprio fonte da perfeio e felicidade, depende
existencialmente do Criador que tem ensinado a meta e o caminho. De Deus vem,
portanto toda normativa para o seu comportamento tico.
Assim no estranho que toda a trama da Revoluo Espacial, suposta queda
existencial do ser humano pela corrupo geral do pecado comporte junto ao conceito
45
O Epicureismo
Os primeiros expoentes do hedonismo egosta foram os cirenaicos, que
entenderam por prazer unicamente aos prazeres sensuais. Seus descendentes os
epicreos tinham um conceito mais nobre de prazer, mantendo que h de distinguir
cuidadosamente entre os diversos prazeres para poder buscar o maior.
Epicuro (341 270 a. de J. C) foi ao parecer, aluno de Panfilo e de Xencrates e
exerceu o ensino em Mileto e Atenas, onde abriu uma escola em um jardim a pedido de
seus discpulos. O mesmo resume seu sistema dizendo: Quando dizemos que o prazer
o fim, no falamos dos prazeres dos fartos, nem da sensualidade, seno de uma
ausncia de da dor fsica e da tranqilidade da alma. O termo grego ataraxia significa
ausncia de perturbao ou paz interior, porm no mediante a fuga da dor como os
epicureos, seno mediante a resistncia da dor com pacincia e temperana.
Os epicureos dispunham de quatro critrios para discernir o sumo prazer como
bem tico:
1. O prazer quanto mais duradouro melhor.
2. A intensidade do prazer menos importante que sua permanncia e sua
pureza (como ausncia de dores e males que a acompanhem)
3. Os prazeres da mente so em geral superiores ao do corpo.
4. O prazer pode no ser somente ativo, seno passivo (ausncia de dor, at a
indiferena ao prazer e a dor).
Crtica ao epicureismo
O utilitarismo
O utilitarismo defende que o homem deve buscar a maior felicidade do maior
nmero de pessoas. Uma ao boa quando as conseqncias so boas, sem
considerar sua motivao. Trata-se, pois de uma doutrina eminentemente teolgica
(baseada nos propsitos e desejos do homem, no em valores absolutos), naturalista
(o bem definido em termos hedonistas e no ticos).
Foi Jeremias Bentham (1748 1832) quem formulou a doutrina, percebeu que o
problema consistia em valorizar o prazer, para poder determinar qual o prazer maior
e para elaborar uma lista de critrios:
1. Certeza, ou seja, a maior ou menor probabilidade de prazer
resultante da ao.
2. Propincuidade dizer o maior ou menor tempo em que se tardaria
em produzir o resultado agradvel.
3. Fecundidade, que consiste no poder de produzir mais prazer.
4. Pureza, ou a maior ausncia da dor.
5. Intensidade.
6. Durao.
48
Crtica do Utilitarista
a)
b)
c)
(b)
(c)
(d)
b)
c)
(e)
tica de Hegel
Mesmo que a tica de Hegel bem pode enquadrar-se dentro dos sistemas ticos
transcendentais que estudaremos mais adiante, cabe dentro dos sistemas dialticos,
dada a importncia primordial que para Hegel teria a dialtica, tambm haveria dado
tica Hegeliana de perfeccionista. regida pelo sistema metafsico de uma idia
absoluta que abarca a totalidade da experincia humana, e a Vontade Universal do
Grande Todo Ideal. O homem deve realizar sua conscincia de si mesmo (comp. com
a realizao do homem em Aristteles, mesmo que conseguida por vias muito
distintas). Na prtica, a vontade universal, a Vontade Universal revelada no Estado. A
obedincia ao Estado deve ser absoluta, mesmo quando o indivduo se veja obrigado a
atuar contra a conscincia, porque o conjunto sempre mais importante que o
indivduo. A tica marxista est baseada nessa mesma filosofia.
b)
c)
tica de Plato
A tica de Plato baseia-se na metafsica do universo teleolgico, no qual tudo
tem a sua forma perfeita. Deste modo, o homem deve obter um carter justo, e em
ltimo lugar, a forma do bem, dessa maneira alcanar a felicidade, tambm se baseia
no conceito da matria como inferiores e negativas obscurecedora da realidade
espiritual. Enquanto que a conduta humana, isto significa que a razo deve reger de
maneira absoluta, dominando o corpo at o mximo; o conceito de homem justo em
perfeita harmonia com todo o seu ser, governado pela razo (sabedoria), mantendo em
ordem pelo esprito (valor), e controlando seus apetites (temperana), com o resultado
geral da justia. Somente em uma vida de justia, o homem se realiza e pode ser feliz,
assim mesmo, justa e feliz aquela sociedade na qual cada um realiza a tarefa que
corresponde aos demais. Existe, pois, um elemento de hedonismo, o homem deve
escolher a vida da razo, a virtude, a justia pelo dever.
tica de Aristteles
Aristteles desenvolve a noo presente em Plato, de que o homem deve
realizar-se e cumprir com sua natureza de animal racional, distinguindo dos animais
pelo exerccio da razo, s assim chegar felicidade. Dessa maneira, a conduta mais
alta a contemplao filosfica, reservada como natural nos filsofos. Os demais
devem contentar-se com a virtude moral que se alcana por meio da prtica das boas
aes, com o que formam bons hbitos e se configura assim em bons atos, ou seja, o
carter especificamente humano.
Assim, pois, Aristteles formula dois princpios importantes: o da dupla norma,
segundo o qual, poucos podem aspirar perfeio, porm, no os demais e a formao
necessria para todos. O princpio bsico para determinar a conduta virtuosa o do
ureo em meio aos extremos viciosos. Todavia, em cada caso concreto, esse meio
virtuoso deve determinar. Isso deve decidir o o homem sbio e prtico as intuies
morais, que em prtica vem ser a opinio geral da sociedade. Desta maneira, o critrio
de Aristteles basicamente aprovao geral.
PARTE II
TICA DO ANTIGO TESTAMENTO
56
c)
58
d)
assim tambm teria que distinguir seu povo dos demais povos como povo santo (Lev.
19:2; 20:26).
Nos profetas introduz com mais fora e nfase a idia de que a conduta justa se
identifica com o conhecimento de Deus (Jr. 9:24; Is. 5:15). Mesmo assim conhecer a
Deus em resposta de haver conhecido por Deus (I Cor. 8:3) adquire ao longo de toda a
Bblia uma matriz de conhecimento experimental que equivale a uma compenetrao
ntima. Assim se compreende a estreita relao desse conhecimento com a conduta.
Em Joo 7:17, Jesus disse: Aquele que quer fazer a vontade de Deus conhecer a
respeito da doutrina. E apesar da oniscincia divina nesse sentido experimental,
afetivo pode dizer o Senhor as virgens insensatas: Em verdade vos digo que no vos
conheo. (Mt 25:12).
A vontade divina
A)
B)
O pecado do homem
O reconhecimento do pecado do homem uma caracterstica distintiva da tica
do Velho Testamento. Os gregos para qualificar eticamente o homem, falavam de
ignorncia; Kant, de irracionalidade; os cientistas evolucionistas, de um resduo animal,
que mesmo aps a queda do homem poder desaparecer. Porm o Velho Testamento
fala do pecado a rebeldia contra Deus. Deus tem mostrado qual a conduta que lhe
agrada e a que desagrada, e por isso a probe; o pecado a violao da sua vontade. O
Profeta Samuel destaca que a desobedincia a causa da condenao (I Sm. 15:23).
O Velho Testamento ressalta o princpio da responsabilidade moral do homem
diante de Deus e ele atravs de sua justia retribui, j que um Deus santo e justo deve
castigar as violaes da ordem moral e divino. A revelao aumenta a responsabilidade
moral do povo de Deus (Am. 3:2).
A redeno divina
A redeno divina o comportamento e a execuo da justia divina.
60
b)
A lei cientfica.
A importncia desta aceitao do termo lei aqui irradia na confuso
que tem surgido, desde o sculo XVIII, entre a lei natural e as leis da
natureza. Atravs da observao cientfica se formularam leis naturais.
O mtodo foi aplicado ao homem e sua conduta, formulando umas novas
leis naturais, que era uma espcie da lei cientfica da natureza humana,
em forma puramente descritiva. O que era natural no den, foi
substitudo pelo que era natural na Europa.
d)
A lei positiva.
Uma ordem da razo diz para o bem comum e promulgada pelo que tem a seu
cargo na comunidade.So desse gnero as leis humanas promulgada pelas
autoridades. O jurista Blackstone sustentava que nenhuma lei humana tem
validade se contrria lei natural. Sua relao com a autoridade divina e,
portanto, com a lei eterna, est exposta por Paulo em Romanos 13:1-6. Quando
a lei humana considerada como contrria a lei natural, um setor da
comunidade pode ver-se obrigado a opor resistncia. Quando uma lei humana
est humana est em conflito com a lei divina, um filho de Deus mais remdio
que transgredi-la (At. 4.19).
e)
A lei divina.
segundo So Toms de Aquino aquela revelao da lei eterna que est
contida nas Sagradas Escrituras.
O carter de Torah
A palavra no Hebraico Torah que se traduz por lei significa uma direo. Em
sua aplicao especfica significa a direo autoritria dada em nome de Jeov sobre
pontos do dever moral, religioso ou cerimonial. (Ibid). Aplica-se no Velho Testamento
aos pronunciamentos de sacerdotes, juzes ou profetas (por ex. Sl. 78:1) no nome de
Yahveh (ou Jeov) com autoridade divina. De maneira especial se refere a lei mosaica (I
Cr. 16:40).
62
O DECGOLO
1.
Sua ordem
Ainda que sabemos que estava escrito em duas tbuas, o texto no indica como
foi dividida entre as duas. Pelo contedo, se pode fazer a diviso depois do 4 ou do 5.
Os autores evanglicos optam em geral, pela ltima diviso, por exemplo, W. S. Bruce,
quem v os primeiros cinco mandamentos o dever do homem para com Deus,
expressando em uma progresso que comea a adorao no corao, passando pelas
palavras e aes. Deus deve ser honrado em sua pessoa (1 mandamento), em seu
culto (2 mandamento), em seu nome (3), em seu dia (4) e em seus representantes
(5), mandamento que serve anel com a 2 tbua, j que tambm tem uma relevncia
social. A segunda tbua trata da relao do homem com seu prximo, procedendo em
ordem inversa de aes, palavras e pensamentos. O prximo deve ser respeitado em
sua vida (6), em relao a sua esposa (7), em seus bens (8) e sua reputao (9), e
tudo isso dentro do corao, por meio de aes externas (10).
A primeira tbua1
4.
O captulo 20 de xodo comea com prlogo que proclama a existncia de
Deus, e sua obra salvadora, como motivos da obrigao do povo e da aliana para com
Ele.
3.
64
A segunda tbua
6.
A Palavra de Deus ensina o carter sagrado da vida desde a morte
de Abel em diante porque o homem foi feito imagem de Deus (Gn
9:6). O homicdio um dos pecados mais graves, tanto no Velho como
no Novo Testamento (I Jo. 3:15). O mandamento no compreende a
pena jurdica de morte (Ex. 21:12), nem a matana, nem a guerra (Dt.
7:2; 20: 13-18).
65
7.
O alto conceito do matrimnio aparece na Lei j se v em Gn. 2: 2124. Esse mandamento implica a proteo do lar e da vida familiar. A
pena era a morte. (Lv. 20:10)
8.
Esse mandamento pressupe o direito a possesso de objetos
legitimamente adquiridos. A propriedade disse W. S. Bruce a
exteriorizao e ampliao da prpria personalidade do homem.
9.
Trata-se de proteger a reputao do prximo. O falso testemunho
denota ms intenes, procurando ganhar de uma maneira sutil o que
algum no se atreve a fazer abertamente (exemplo: a falsa acusao
de blasfmia a Nabote com o fim de mat-lo para roubar I Reis 21: 910).
10. Reconhece o que condizia a raiz de outros pecados, como o roubo, o
adultrio. Ensina que tambm o desejo pecado (Mt. 5:22-28).
5. Avaliao do Decgolo
66
No h como distinguir o amor do N.T e a lei do V.T. A lei do Antigo Testamento exige o amor
(Dt 6:5). Igual no Evangelho do NT. Nesse sentido no h variao.
3
A Lei no negativa seno probe enquanto ao acesso a um Deus Santo.
Ams fala da justia e do juzo, Deus justo juiz das naes (5:24), que exija
uma conduta justa da parte de seu povo.
Ezequiel e Jeremias, ao ressaltar com nfase caractersticos dos profetas do 2
perodo (final dos sculos VII e VI a.C), a responsabilidade individual diante de Deus,
representa um progresso na tica de Israel, cada qual morrer em seu prprio pecado
(18:4-20). No ser possvel salvar-se a base das virtudes alheias (14:14). Isso entra
em contraste com o ensino anterior, que tem uma nfase coletiva. Na lei, a culpa do
povo em geral, ou de toda uma famlia (Ex. 20:5; Nm. 16:27-32; Jos. 7:24-25).
67
68
PARTE III
69
Sua relao com a lei. Jesus disse que veio para cumprir a lei e no revog-la
(Mt. 5:17; Le. 16:17). Cumprir disse J. F. A Hort significa completar sua
plenitude, implicando um progresso; no significa guardar uma coisa no
mesmo estado que antes. Jesus cumpriu a lei em sua vida; em sua morte,
cumprindo uma vez para sempre seus aspectos cerimoniais e cravando na
cruz, enquanto que a Lei era instrumento de condenao para ns (Col.
2:14) e o muro da separao entre judeus e gentios (Ef. 2:14-15); e, em
seu ensinamento tico que reafirmava o esprito da lei, ressaltando as suas
profundas implicaes (Mt. 7:12). Longe de revogar a lei
disse E. F. Scott O Senhor exigia de seus discpulos obedincia que
ultrapassava os escribas e fariseus (Mt. 5: 19-20) Comparando ao caso do jovem rico
(Mt. 19:19) que havia na realidade rejeitado a cumprir o primeiro mandamento, ao
fazer de suas posses de dolo, posto que isso impediu de seguir o Enviado de Deus.
Jesus restaurou a lei moral a seu justo lugar, corrigiu ao que homens acrescentaram e
que muitas vezes destrua o efeito da Lei e obscurecia suas autnticas ordens, como no
caso de Corbn (Mt. 15:1-9; Mc. 7:8-13). Do ponto de vista da mesma Lei, restaurou
onde era devido, nos pontos mais importantes, os quais passavam desapercebida a
causa do desmedido interesse que os escribas mostravam pelos mnimos detalhes. No
caso do Sbado, o Senhor mostrava a relevncia da salvao e a maior importncia
dos deveres morais em comparao com os cerimoniais (Mt. 12:1-12). Num dos
grandes mandamentos, destacam-se os princpios fundamentais da Lei (Mt. 22: 37-40).
No Sermo da Montanha ensina a profundidade da lei moral, o qual tem a ver com as
aes, com os pensamentos e desejos, de forma que a ira e lascvia equivalem ao
homicdio e ao adultrio respectivamente. Como j temos dito, ataca as razes do
pecado e no somente os frutos. O Sermo do Monte disse C. F. H. Henry a ltima
exposio e mais profunda da Lei.
B)
Sua relao com os profetas. Jesus vincula a Lei com os profetas em pontos
de tica (Mt. 5:17; 22:40). evidente que os profetas confirmaram o
ensinamento da lei e que Ele mesmo realiza o ministrio proftico,
chamando o povo de Deus a voltar aos princpios morais da Lei (Mt. 23:23 que
recorda o esprito de Os. 12:6 e Mq 6:8)
C)
B)
73
C)
D)
75
Amars o Senhor teu Deus... Amars o teu prximo... (Mt. 22:37-40). Scott no enco
este, o qual a base e o resumo do ensino tico de Cristo em seus dois aspectos: amor
disse que depende toda a lei e dos profetas. O amor est em primeiro lugar, o reconhec
segundo lugar, leva em conta o bem do amado. Nesse sentido a gape crist a diferenc
e da filia amistosa. O amor gape pode mandar-se como obrigatrio, incluindo os
inimigos, j que no depende primordialmente do sentimento e nem da
emoo. As duas partes do mandamento se encontram na lei mosaica (Dt. 6:5; Lv.
19:18), porm o Senhor demonstra pela primeira vez a conexo entre as duas. L. H.
Marshall considera que se deve incluir tambm nesse grupo os mandamentos
seguintes:
a)
Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos faam, assim fazei vs
tambm a eles, porque esta a Lei e os profetas (Mt. 7:12). Trata-se
de uma ampliao do Amars o teu prximo como a ti mesmo.
Teremos que por no lugar do prximo para compreender seus
pensamentos e sentimentos. A chamada regra de ouro havia sido
ensinada da forma negativa pelo rabino Hilel, como aparece em
Confcio e em Didach ou Ensino dos Doze Apstolos documento
eclesistico do princpio do sculo II. Ao converter em preceito
positivo, o Senhor estende a todos os aspectos da vida.
b)
Arrependimento (Mc 1:15). A metania (que o termo grego que
traduz em arrependimento) uma mudana de mentalidade: implica
a renncia ao amor a si mesmo
e da conduta egosta do homem cado pelo amor de Deus. No um ato
momentneo seno uma atitude de constante transformao (Rm. 12:2).4
c)
No jureis em nenhuma maneira... porm seja o vosso falar sim, sim
ou no, no, o que disso passar, vem do maligno (Mt. 5:34-37). Trata76
(d)
C. Conselhos.
V, vende tudo o que tens e distribua aos pobres (Mc. 10:21). Isso no um
mandamento geral, e sim um conselho para aquele que escravo de suas posses
materiais. Para ele era impossvel ser discpulo de Jesus, sem desvincular ao apego aos
bens materiais, desfazendo-se das riquezas.
Quando deres esmola ignore a tua mo esquerda o que faz a tua mo direita.
(Mt. 6:3) um conselho para uma situao determinada.
No julgueis para no ser julgados (Mt. 7:1). No ensina a tolerncia do mal,
pelo contrrio, admoesta contra a atitude crtica para com os demais, por parte de
quem deveria primeiro julgar-se a si mesmo.
2. Ensino tico negativo de Jesus
Os pecados que Jesus condena divide-se em quatro classes:
1.
O amor desordenado a si mesmo. Ama a teu prximo como a ti
mesmo implica que certo amor a si mesmo no mal, j que Deus
criou nos homens um instinto de autoconservao. O pecado
consiste em amar-se a si mesmo, mais que Deus e mais que o
prximo. Ento, assim como o amor a Deus a raiz da boa conduta,
assim tambm o desordenado amor a si mesmo, a raiz da m
conduta, como o caso do nscio. Ao contrrio, o discpulo deve
negar-se a si mesmo (Mt. 16:24), o qual significa tomar a sua cruz
perder a vida por amor de mim a mesma metfora, como temos
dito, implica na radical mudana de mentalidade que submete o
interesse prprio ao amor para com Deus e aos demais. (Lc. 14:11;
17:33).
2.
Os pecados da carne, uma viso superficial aos evangelhos e davam
a impresso de que o Senhor dava menos importncia a estes
pecados que Apstolo Paulo. Comia com pecadores de todas as
classes, e no foi severo com a mulher adltera. Levando em conta
que ensinava os judeus, os quais tinham normas de conduta muito
mais elevada das que Paulo ensinava. Em segundo lugar, o Senhor
considerava mais grave o orgulho dos fariseus que o pecado
daqueles que os fariseus desprezavam, porm o caso que
enquanto que o publicano e a mulher pecadora reconhecia que
eram pecadores, os fariseus, se achavam justos e necessitava que
Jesus lhe indicasse sua verdadeira situao espiritual (Lc. 18: 9-14).
Porm na que fora indulgente com os pecados da carne. Para a
adltera, ele disse: Vai e no peques mais. Em Mt. 6: 27-30
ensinou que a cobia equivale o adultrio e recomendou a medida
78
mais drsticas para suprimir esse pecado. Este pecado o maior da lista
das coisas que saem do corao do homem (Mc. 7:21).
3.
grande telogo dos conceitos bsicos que integram os Evangelhos: a justificao pela
f e unidade de todo o corpo de Cristo, que a Igreja. Dessas grandes verdades, deduz
Paulo todo o corpo de ensinamentos ticos que constituem os princpios normativos do
cristo como veremos mais adiante, partes desse volume.
No era a inteno de Paulo, como tampouco havia sido a de Cristo, expor um
sistema de tica, seno que se aplicava aos princpios do Evangelho, problemas e
situaes concretas (I Cor. 5, sobre o caso da imoralidade e II Tes. 3:8, sobre os que
abandonaram o trabalho por um mal entendido acerca da Parusa). Em ocasies deve
contestar a perguntas sobre questes de tica (I Cor. 7 e 8). Assim as vezes repete
coisas bvias (Ef. 4:28), as vezes de assunto de menor relevncia (II Cor. 8:9), em
geral, seu ensino tico bem mais detalhado e concreto que a de Cristo. No
inovador, pois aplica os ensinamentos do Mestre do Velho Testamento e as crentes
desse tempo. Em algumas passagens seu estilo recorda o da Lei e de Provrbios na
lista de suas exortaes (Rm. 12; 1 Tes. 5:12-22). Poderamos resumir os aspectos
masis destacados de seu ensino, dizendo que sua tica :
- Mais teolgica que humanista, o qual se nota:
a) na formas didticas de suas epstolas, de onde as normas ticas sempre
precedem da doutrina. Assim as normas de Romanos captulos 12 e 15
precedem a doutrina dos captulos 1 -11; as normas de Glatas 5-6, precede a
doutrina dos captulos 1-4;as normas de Efsios 4-6, precede a doutrina dos
captulos 1-3. At a estrutura internas dos captulos (I Cor. 15:1-57 seguido dos
versos 58) e dos versculos (I Cor. 6:20), segue-se este padro. Isso demonstra
que, para Paulo, a tica se baseia necessariamente na Teologia.
b) por conseguinte, na potencialidade vital que descreve a Teologia como fonte da
vida crist. A conduta crist tem por objetivo atualizar o que tem realizado
teologicamente: o cristo est separado e justificado (I Cor. 6:11) e uma nova
criatura (II Cor. 5:17) que est em Cristo (expresso que Paulo usa 164 vezes).
Estas realidades teolgicas devem realizar-se na conduta do cristo, pois este
o sentido do termo santificao para Paulo. Por isso uma falsa teologia conduz
a uma atitude antitica: a idolatria produz a perversidade moral (Rm. 1:28); a
negao da ressurreio, a carnalidade (I Cor. 15:32); etc. Se tivermos um
conceito ortodoxo sobre o carter santo de Deus e sobre Cristo como imagem
do Deus invisvel, segundo inculca Paulo, ento a tica crist vem a ser
imitao de Cristo (I Cor. 11:1). Esta a base das exortaes paulinas, o
amor (Ef. 5:2), a humildade (Fl. 2:4), a ser considerados com os demais (Rm. 15:
1-3), a generosidade (2 Cor. 8:9, comp. com II Cor. 9:7-15; Ef. 4:32).
B)
filho de Deus implica uma vida de justia conforme o Esprito de Deus (Rm. 8:
12-16);
- a santificao significa, como disse Marshall: j que o cristo um homem
dedicado a Deus (hgios) o seu dever tico em santificar-se a si mesmo e ter
por meta a santidade da vida. Paulo ensina que Deus d a vontade e o poder
necessrios para cumprir com este propsito tico (Fl. 2: 12-13). O cristo deve
cooperar com o Esprito Santo na obra da santificao renunciando o pecado (I Tes. 4:
3-7), dedicando os seus membros para a justia de Deus (Rm. 6:13), oferecendo-se a
Deus como sacrifcio vivo (Rm. 12:1), em obedincia a Ele (Cl. 3: 12-17). O crente
salvo para ser santo (Rm. 1:4; 6:23; II Cor. 7:1; I Tes. 3:13);
84
baixa; a blasfmia (Col. 3:8 insulto); a loidoria (I Cor. 5:11, no sentido de vituprio,
ultraje ou censura).
86
- Pelo zelo e a vigilncia (I Pd. 2:2; 3:13; II Pd. 1:5 comp. con vers. 11; I Pd. 1:13;
2:16; 5:8-9; II Pd. 3:14-17).
- Virtudes caractersticas nas cartas de Pedro:
Santos em todos s aspectos da vossa conduta (I Pd. 1:15; II Pd. 3:11). Absterse dos desejos da carne (pureza I Pd. 2:11; 4:2-4).
Sede sbrios e moderados (I Pd. 1:13; 4:7; 5:8); controle de si mesmo, domnio
prprio e temperana, II Pd. 1:6.
A generosidade descrita em I Pedro 4: 9-11.
- Perseverana, pacincia, constncia (1 Pd. 2:20; 2 Pd. 1:6).
- fazer o bem bien (I Pd. 2:14-15-20; 3:6-11-17; 4:19) e a virtude (II Pd. 1:5)
- tica Social
No matrimnio (I Pd. 3:1-7), onde as relaes se caracterizam pela honra e
respeito mtuo.
- Os servos devem obedecer aos seus senhores (I Pd. 2:18)
- As autoridades merecem a submisso e honra (I Pd. 2: 13-17), com que no
descarta sua prpria atitude em At. 4:19; 5:29.
- Na igreja todos tem obrigao de uns para com outros (5:5); os ancios de
cuidar do rebanho e servir se exemplo; os jovens de submisso. (Nota-se que
com todo, que o verbo hypotasso que tanto Paulo como Pedro empregam com
freqncia, indica uma submisso que no sujeio conforme a etmologia do
verbo grego) Esta submisso pode aplicar a todas as situaes religiosa,
familiar e social sociales (1 Pd. 3:1; 2:13-18; 5:5. Comp. con Ef. 5:21. Nota-se
88
PARTE IV
TICA TEOLGICA - O CARATER SANTO DE DEUS
1. Conceito de Santidade
Resumindo o que j temos dito, nos limitaremos a fazer notar que toda a tica
crist, por comportar uma participao da natureza divina (II Pd. 1:4), se baseia no
carter santo de Deus. Agora bem, o conceito de santidade em Deus inclusive dos
elementos que se complementam mutuamente: A) uma majestade transcendente pelo
que Deus totalmente distinto e distante de toda a criao, por estar infinitamente
isento de toda mancha, de todo defeito e de toda limitao. Ele o ser puro (Ex. 3: 1415), sem mescla de no ser; portant, portanto, a Perfeio infinita sem mescla de
imperfeio; b) uma imensa bondade, Deus o autor de todo o bem infinitamente a
todo o ser saliente de suas mos, especialmente a toda debilidade e misria de todos
os homens (At. 17:25-28; II Cor. 12:9; Tg. 1:17). Sua infinita distncia aproximao ao
pecador; pode sempre condescender sem rebaixar-se. Resumindo: DEUS O NICO
SALVADOR NECESSRIO E SUFICIENTE. ESTA A SUA GLRIA! (Jr. 17:5)
2. A santidade divina, exigncia de nossa
santidade.
Ao longo do Velho Testamento reconhece como slogan inevitvel para o povo de
Deus a frase que, desde Levtico o Livro da santidade e dos sacrifcios vem
repetindo constantemente na Revelao Divina E SEREIS SANTOS, PORQUE SOU
SANTO (Lev. 11:44; 19:2; 20:26; etc.). De semelhante modo, o Apstolo Joo disse aos
crentes que aguardam expectativa da segunda vinda do Senhor: E todo aquele que
tem esta esperana nele, purifica-se a si mesmo, assim como Ele puro. (I Jo. 3:3) A
comunho com Deus exige uma pureza absoluta, como se recalca em Apocalipse
90
21:27: No entrar nela (a nova cidade de Deus) nenhuma coisa imunda o que faz
abominao e mentira.
Esta santidade no acaba em uma mstica unio com Deus, em uma relao
vertical, a margem de nossos afazeres cotidianos e de nossa relao com o prximo,
seno que de um pragmatismo tremendamente concreto. O telogo Joo no duvida
em assegurar: Se algum diz: Eu amo a Deus e odeia a seu irmo mentiroso. Pois
como pode amar seu irmo a quem v e amar a Deus a quem no v (I Joo 4:20) E
Tiago expressa admiravelmente como refletir o crente a infinita distncia e a misria
que constituem o carter santo de Deus: A religio pura e sem mcula diante de
Deus esta: Visitar os
rfos e as vivas em suas tribulaes e guardar sem manha do mundo (Tiago
1:27). Aqui resume-se magnificamente a conduta crist: condescender com a
misericrdia a fundo da misria do prximo, sem marchar-se com seu pecado. Judas
expressa de outra maneira: A alguns que duvidam, convenc-los. A outros, salvar,
arrebatando do fogo; e de outros tem misericrdia com temor, aborrecendo ainda a
roupa contaminada por sua carne. Judas 22- 23.
3. Duas classes de santidade
Santificao pela f
muito bem que a justificao pela f, mas pensam que a santificao por meio das
obras, o qual traz funestas conseqncias de ordem prtica, posto que pe uma
equivocada nfase no esforo em cumprir a vontade de Deus e se deprimem diante
das dificuldades podendo facilmente adquirir um complexo de culpa pelo passado de
fracasso ou de medo diante de uma ameaa de uma tentao ou perigo. Esta atitude
est baseada em um erro teolgico. Devemos nos convencer de que tambm a
santificao pela f e pela graa; no depende do nosso esforo, seno da
misericrdia do Esprito Santo (Rm. 8:14);esta atitude est simbolizada na parbola de
Mc. 4:26-29 em que a semente brota e cresce sem que o semeador perceba sequer
dela. A santidade uma vida de origem divina, uma planta que cresce desde o interior
pelo impulso divino (I Cor. 3: 6-9). Um lavrador planta, rega e limpa o solo, mas no lhe
ocorre tirar de sua lavoura, os talos, os ramos para que cresam mais depressa. S
quando duvidamos de nossa debilidade e de nossos recursos, podemos segurar-nos ao
poder de Deus que nos fortalece (II Cor. 12:9-10). Enquanto Pedro estava olhando para
Cristo, caminhava com segurana sobre as ondas. Mas quando olhou para o mar
encrespado, comeou a afundar-se pela sua prpria impotncia (Mt. 14:28-31).
5. Como encontrar meta e o caminho de santo
de santidade?
Sendo a santidade uma participao da vida divina, a conduta de Deus, s o
Esprito de Deus, o sopro pelo qual Deus impulsionado para o bem, pode mostrar a
ns a meta e o caminho da santidade, convencendo-nos da nossa misria, fazendo
com que possamos compreender o estado em que nos encontramos, perdidos e
necessitamos da sua salvao, porm o reconhecimento profundo da extrema misria,
no precede ao reconhecimento da santidade de Deus. S depois de contemplar a
glria de Deus no templo, Isaas viu que o seu estado de indignidade (Is. 6: 1-6). Pro
isso, o verdadeiro arrependimento segue logicamente ao aproximarmos pela f da cruz
do Calvrio. No se converte primeiramente aos dolos e depois se aproxima de Deus,
como pode sugerir a verso corrente de I Tes. 1:9, se no deve voltar a Ele, deixar os
dolos, como d a entender o texto original.
Uma coisa se pode perder de duas maneiras: a) por estar fora do lugar que
pertence, como se eu perdesse minha carteira e outro a encontrasse. A carteira pode
93
permanecer intacta, porm se acha fora de seu lugar, que o bolso de seu
proprietrio; b) por jogar e perder como deixo no vero fora da geladeira, durante
vrios dias um pedao de carne. A carne pode permanecer no mesmo lugar, porm vai
perder. Das duas maneiras se perdeu o homem pelo pecado; perdeu-se em seu interior
e perdeu seu lugar que era o Paraso (Gn. 3:22-24). Assim o sentido a frase de Jesus
em Lucas 19:10: Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido. A buscar o que estava fora de seu lugar e salvar o que se havia deixado se
perder. Da que a vida eterna comporta um sonho do homem e uma recuperao do
Paraso perdido (Ap. 22, como rplica a Gn. 3).
4.
Restaurao da Imagem
Por isso, para fazer possvel uma conduta verdadeiramente tica no homem, se
requer uma restaurao da imagem de Deus nele. Isso se realiza:
- A custa do sacrifcio do Filho de Deus (Jo. 3:14-16), Ele o nosso substituto na
expiao do pecado (II Cor. 5: 21), para que ns fssemos feitos assim aptos
para recuperar a sua imagem do Deus Trino (Rm. 8:29) seguindo (com a fora
do Pai) a verdade (expressada pelo Filho) no amor (derramado em nossos
coraes pelo Esprito, Rm. 5:5) (Ef. 4: 15), para isso que o Filho de Deus
esvaziou-se de Sua glria (Fil. 2:6-8) a) sendo (tenido) a) por fraco (Salvou aos
outros e a si mesmo no pode salvar-se a si mesmo Mt. 27:42 e paralelos); b)
por louco ante o tribunal do prazer, da arte e da cultura (diante de Herodes);
por blasfemo ante o tribunal da religio (ante Caifs) e d) por revolucionrio
ante o tribunal poltico (diante de Pilatos).
- Nosso vaso de argila rompeu-se, o divino oleiro (Gn. 2:7: Ado significa terra
avermelhada - argila) no pode fracassar, volta a fazer outro vaso de honra,
como fez com Israel (Jer. 18:1-10); consertou o primeiro arranho em nosso
primeiro traje com um bordado que o torna mais bonito e mais valioso. Sem o
pecado, no teramos um Redentor admirvel; um precioso atributo de Deus, a
sua misericrdia embora ficasse s escondidas, sem ser revelada. Por pior que
seja o nosso estrago, h remdio absoluto em Jesus Cristo. Como Ele nos
comprou, com um alto preo, podemos tambm remir o tempo (Ef. 5:16; Col.
4:5) tirando das trevas os escravos dos demnios, para consagr-los a Deus,
posto que no linear dos tempos est findando a nossa vida na terra. Remir o
tempo aproveitar todas as oportunidades que Deus nos oferece (Rm. 12: 12). Como disse Bernardo de Claraval, podemos remir o tempo convertendo em
eternidade: com o arrependimento, se redime o passado; com a f, o presente;
com a esperana; o porvir.
- Dessa maneira, j no cabem entre os crentes a complexidade, porque: a) no
h inteis na Igreja, porque cada um tem seu dom a exercitar e desempenhar
seu servio. (l- se atentamente todo o captulo 12 de I Corntios); b) nem
mutilados de guerra, porque tudo podemos em Cristo que nos d fora (II Cor.
12:10; Fil. 4:13).
OS ELEMENTOS DA AO TICA
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1. Definio
Ao tica a que diz relao de conformidade ou desconformidade com a
norma de realizar o bem. Para que uma ao seja uma eticamente qualificada, deve
ser especificamente humana, consciente e responsvel.
2. Anlise do ato moral
O ato moral tem uma contextura existencial. Em cada ato moral se expressa o
homem, em sua situao presente e traz um jugo de regras ou valores imaginrios,
cuja influncia de uma s ao, Deus conhece (Uma resposta de Kung Fu ao juiz: vi
seu revlver disparando, porm no pude ver seu corao). Diante disso, s Deus
pode julgar com imparcialidade e certeza.
- Cada deciso humana est condicionada pela herana, o ambiente, a
educao, os impulsos do subconsciente e do inconsciente.
- O livre arbtrio foi destrudo por causa do pecado. O homem nasce egocntrico
com um amor a si mesmo, a ponto de odiar a Deus como escreve Agustn de
Hispona. Responsvel e inclinado ao pecado, indo ao caminho da sua prpria
perdio. No o destino fatal ou o agente exterior qualquer o que lhe
determina seno seu prprio carter pecaminoso, pelo qual escravo do
pecado e somente Cristo pode libertar (Jo 8: 32), pois, onde est o Esprito de
Deus, a est a liberdade (II Cor. 3:17). A suprema responsabilidade salvao
ou condenao alcana o homem quando se acende ou apaga a luz. De
acordo com Jo. 1:9; 3:17-21; At. 17:30; Rm. 2:4-5; I Tm. 2:4, opinamos que
Deus outorga a todos a luz suficiente e em algum operar do Esprito, para que
os no convertidos ouam sem desculpas.
- Alm de sua congnita inclinao ao mal, tudo o que destri ou diminui os
equilbrios mentais, emocionais do homem, um novo impedimento para a
liberdade do ato moral, ao desequilibrar o reto juzo sobre os valores que
influenciam a motivao; estes impedimentos so: a) a ignorncia ao erro; b) a
coao, exterior dos afetos de uma propaganda massiva; c) a compulso
interior, pela enfermidade mental, drogas, etc.
3. A colorao do ato moral
- Matria. Toda a dinmica do ato moral gira em torno desses: o amor de Deus e
o amor do mundo, com suas trs concupiscncias (Tg. 1: 14-15; I Jo. 2: 15-17).
Deve levar em conta que no h objetos intrinsecamente maus. O sexo, os
alimentos, as posies sociais, so obras de Deus e perfeitas em si. O pecado
o uso indevido dessas coisas, para contrariar a vontade de Deus. Por outro lado
tudo o que induz ao pecado, a causa da atual condio do homem, mesmo que
se cubra com a roupa de moda, arte, literatura, etc. imoral. Da que o slogan
banal da legalidade da arte pela arte no vlido, como reconhece o prprio
Ortega e Gasser. Existem pecados graves e leves? A Palavra de Deus no faz
diferena e muito menos de mortais, porm certo que h abominaes
maiores que outras, mesmo que todo pecado tem uma raiz igualmente
corrompida (I Jo. 3: 14-15).
- H circunstncias que acrescentam malcia a ao pecaminosa, como a
circunstncia de ser casado, acrescenta a fornicao a malcia de adultrio.
95
obedecer a Deus enfrentando as conseqncias (At. 4:19; 5:29). Sem ter que escolher
entre a vida as me ou a do feto, aquela mais importante.
5. Classes de motives
Motivos dignos: a) Como primeiro motivo, j temos ensinado a glria de Deus,
explcita ou implicitamente h de influenciar todas as decises do crente. Isso equivale
o motivo de agradar a Deus (Rm. 8:8; 12:1; II Cor. 5:9; Ef. 5:8-10; Col. 3:20; I Tes. 2:4;
4:1); b) a edificao da igreja (I Cor. 8:1; 10:23; Ef. 4:15-16,25-29; I Tes. 5:11); c) a
estima da recompensa eterna (Rm. 2:5; 13:11-14; I Cor. 7:28-29 a fuga da vida
presente
; 15:55-58; I Tes. 5:2-11; Ap. 14:13). B) Motivos indignos: a) a glria humana
(Mt. 6:1- 2-5-16; Jo. 5:42-44).. significativa a frase de Jesus j tem sua recompensa.
Em outras palavras, j tem o que buscaram, no podem reclamar uma recompensa
celestial; b) o temor humano, como o obreiro que s trabalha quando v o seu senhor
(Ef. 6:6); o arrependimento por temor ao castigo ou, em uma frase de Lutero, a
contrio patibulario (II Cor. 7:9-10), em que o temor a pena se converte em um
motivo nico em vez de ser concomitante (Mt. 5:29; 10:28; 18:9; 23:33). Quando
faltam a f e o amor, o remorso leva a maior condenao. Assim foi com Judas, que
traiu Jesus, Pedro, enquanto o volume de seu arrependimento, de sua confisso e de
sua expiao, porm lhe faltou o necessrio ingrediente da f amorosa que Pedro
possua.
6. Mrito ou recompensa?
A Palavra de Deus no reconhece mrito algum em nossas ocasies diante de
Deus. todas as nossas justias so como trapo de imundcia (Is. 64:6), pois nada
temos do havamos recebido (I Cor. 4:7) e a nossa competncia inclusive para o bom
pensamento
provm de Deus (II Cor. 3:5). De modo que, depois de cumprir tudo que o
Senhor tem mandado, temos de dizer: Servos inteis, somos, pois o que devamos
fazer, fizemos (Lc. 17:10).
Se h uma recompensa prometida para toda boa obra, mesmo que seja por um
copo de gua fresca dada por amor (Mt. 10:42). Paulo fala de coroa de justia (II Tm.
4:8), como a guirnalda de laureu sobre a cabea do vencedor: recompensa prometida
(I Tim. 6:12; Tg. 1:12; I Pd. 5:4; Ap. 2:10), que Cristo conquistou para os justos (Tt. 3:56) que surge da justia assim como as obras surgem da f (I Tes. 1:3), a ao surge do
amor (Gal. 5:6) e a pacincia surge da esperana (Hb. 10:35-36). pois concedida ao
justo, cuja conduta tem estado em conformidade com a justia de Deus (I Tm. 6:11; II
Tm. 2:22; 3:16; Tt. 3:5).6 Ap. 14:13 chama felizes os que morrem em comunho com o
Senhor, prometendo-lhes um descanso de seu trabalho, porque suas obras o
acompanhem nota- se que as obras no vo adiante, como se fossem mritos, nem
97
atrs, como se a recompensa fizesse esperar, seno segue com eles como dando-lhe
escolta.
7. Hbito e rotina
Na vida espiritual no tem capitalista, sendo tudo de graa, o crente vive dia a
dia da renda do poder de Deus que vai concedendo em cada momento. Na medida que
somos limitados em nossas foras, obtm a sus glria o poder que Deus nos d para
vencer (II Cor. 12:9-10) Por isso temos que pedir o po de cada dia (Lc. 11:33), como
deve tomar a cruz dia aps dia (Lc. 9:23). A graa de Deus nos basta, pois em cada
momento, Deus vai dando gota a gota para o momento presente, que Ele conta.
Isto no impede que o exerccio constante da virtude v produzindo bons
hbitos de conduta.Quando um crente tem exercitado por um longo tempo em ter
antenas ligadas ao Esprito de Deus para comprovar cada momento qual seja boa,
agradvel e perfeita (Rm 12:2) chega a concretizar como um certo instinto para
descobrir a direo da vontade de Deus e segui-la com crescente docilidade sem
chegar ao perfeccionismo por muitos e bons hbitos que havemos adquirindo, sempre
ser uma verdade o que diz Tiago todos ofendemos muitas vezes (Tg. 3:2).
O xido do hbito a rotina. O hbito nos d facilidade para fazer com
habilidade e rapidez necessrias, atos que no requer uma consciente ou ocupao de
nossas faculdades superiores, porm a rotina a morte. O ritual praticado
inconscientemente, a leitura maquinal, a prece clich, so folhas secas da rvore, e
provocam a Deus, averso ao par que empobrece a nossa personalidade espiritual. O
mesmo dizemos de frmulas de profisso de f, de estatutos que so inflexveis e
impedem a livre ao do Esprito na igreja.
PARTE V
TICA E EVANGELHO A NORMA DO NOVO HOMEM
Temos visto anteriormente qual o carter de forma tica do andar do cristo:
um constante xodo, que comporta purificao e santificao, positiva, para fazer a
realidade a participao da natureza divina e a semelhana com o Primognito,
mediante a crucificao ao Eu, a carne e ao mundo e a docilidade ao Esprito. Um
novo nascimento, para uma nova vida, para um NOVO HOMEM (Jo. 3:3; Rm. 6:4; I Cor.
15:49; II Cor. 5:17; Gal. 6:15; Ef. 2:10-15; 4:24; Col. 3:10). E para o novo homem, uma
norma (Ez. 36:25-27) (mesmo que tenha uma referncia a Israel).
1. Conceito de norma
O vocbulo norma vem do grego gnrisma= sinal, marca, medida
reconhecvel.
98
No sentido tico, designa a regra moral que devem ajustar-se aos nossos atos.
Pode ser:
- Constitutiva, que consiste na perfeio de cada ser. Da que a perfeio
existencial definitiva marca a norma radical do ser humano (o amor nunca
deixa de ser I Cor. 13:8). Essa perfeio definitiva (salvao eterna) a
necessidade radical do homem (Rm 3:23) e a maior necessidade corresponde
em uma maior obrigao; quanto maior o valor tem um bem para o homem,
maior a necessidade e urgncia de alcan-lo (Mc. 8: 35-37).
Por isso a verdade do homem a sua correta relao com Deus com o plano
que tem para os outros; o temor de Deus e a observncia de seus mandamentos so
tudo do homem (Ecl. 12:13). Em sua condio original, o homem refletia a imagem
de Deus nitidamente na conscincia essa norma constitutiva da conduta (cada ser
tem a sua prpria responsabilidade segundo o adgio filosfico). Deteriorada a
imagem de Deus pelo pecado, o homem deve reencontrar sua norma na vontade de
Deus, conforme Ele tem revelado.
- Perceptiva: Toda norma pressupe um legislador. A natureza humana por si
mesma, no poderia construir sua lei, porque no autnoma: no ligaria
eticamente, se no fosse refletir a norma perceptiva, a lei do Supremo
Hacedor e Rector do Universo. Deus tem posto sua Lei:
- natural e escrita sem letras no corao do homem. Paulo disse que quando os
gentios que no tem lei fazem por natureza do que da lei, mesmo que no
tenham a lei, so as leis para si mesmos, mostrando a obra da lei escrita em
seus coraes (Rm. 2:14- 15).
- Declarativa. Para que uma lei obrigue uma pessoa preciso que seja
promulgada e que seja conhecida pela sociedade a qual afeta. Portanto, a
ligao prxima e imediata da norma com o sujeito moral que a conscincia
(conscincia= saber dentro de si), pela qual nos perdemos dentro da existncia
moral da Lei e a nossa obrigao de observ-la (Rm. 12:5; 3:20).
2. No est debaixo da Lei e sim, debaixo
da graa (R. 6:14)
Entramos em um ponto difcil e muito bem discutido no meio dos evanglicos: O
Decgolo a norma moral do cristo?
Antes de responder esta pergunta, preciso adiantar a necessidade de evitar os
extremos igualmente bblicos: 1) o legalismo, que faz da letra do Decgolo, a norma da
conduta moral do cristo, cuja a observncia leva a salvao (justia prpria),
enquanto que sua inobservncia a condenao; 2) o antinomianismo (anti = contra;
nomanismo = lei), segundo o qual, em virtude do perfeito cumprimento da Lei por
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Cor. 1:13; 3:13; 11:15; Fil. 3:19; Hb. 6:11; 7:3; 1 Pd. 4:7); b) nessa frase, tlos
certamente predicado e no sujeito da orao gramatical. Se o vocbulo significasse
desgnio ou destino, o normal que o Apstolo passasse o sujeito para expressar que a
culminao do propsito da Lei de Cristo; c) em todo contexto, prximo ou remoto, se
estabelece a anttese da justia e da lei (por obras) e a justia de Deus (pela f);
portanto, a idia mais apropriada para este contexto que o Apstolo fala no verso 4
da lei como meio de justificao diferente da f acaba com a funo justificante de Lev.
8, no podemos esquecer que o modo de andar do cristo mesmo crer (Col. 2:6).
Cristo tem derrubado o muro da separao, de modo todos os crentes (Rm. 10:4),
judeus e gentios, formam um s corpo Nele (Ef. 2: 14-16). A lei abolida para todos
(Rm. 3:19-31; 4:1-24; 6:14-7:6; 10:4; Gl. 3:24; 5:4-6); foi cravada na cruz do Calvrio
(Ef. 2:15). No pode falar de algo somente cerimonial, posto que para Paulo, a Lei
formava um compacto (Gl. 5:3). 4. Como pode dizer que os cristos vivem sem a Lei?
No! No estamos debaixo da Lei escrita do Decgolo, estamos debaixo da Lei de
Cristo.
- A norma moral do crente a lei de Cristo Em I Cor. 9:21, disse Paulo: ... no
estando sem a lei de Deus, se no debaixo da Lei de Cristo Havia dito no
versculo anterior: mesmo que no esteja sujeito a lei... A lei s sujeita
quando obriga atar Todavia, Paulo no declara autnomo ou nommos (sem
lei) se no nnomos Christm = na Lei de Cristo, que aperfeioa, consome e
100
acaba (Gl. 5:23: contra tais coisas no h lei, como a Lei escrita? Naturalmente
seu mandamento: o amor verdadeiro do cristo que cumpre a lei (Lev. 19:18;
Jo. 13:34-35; 15:12-17; Rm. 13:8-10; Gal. 5:14, a Lei da
A lei dada por Deus a Moiss era parte de uma aliana com os israelitas e para os gentios. No
existe outra forma como o Senhor exige obedincia a seus seguidores. por esta razo que Jesus repete
a lei em 26, por que para todos. Deus no tem uma lei especfica para os cristos e para os gentios. Na
interpretao feita pela igreja Reformada que existe uma perfeita continuao entre a 1 Lei do VT e a
tica do NT. Jesus cumpriu a Lei e o crente pela f vive segundo a Lei.
liberdade: II Cor. 3:17; Gal. 5:13; Tg. 1:25-27; 2-8; I Jo. 2:7-11; 3:14-18-23; 4: 78, 11,2021; 5:1-2, II Jo. vers. 5). Assim as dez palavras se condensam na Palavra (Jo. 1:114-18), sinal vivo da Torah ou sabedoria de Deus (Sl. 119:105 e Prov. 1:20-23; 8:22-32),
e muitos mandamentos que se condensam por um s mandamento (pela identidade do
amor que salva : (Jo. 3:16; I Jo. 3:16-23; 4:21). Assim a corrente de erro da Lei,
transforma em corrente de ouro do Amor. Em efeito, a uma boa me, lhe resta (e at
lhe insulta) o mandamento no matars a teus filhos. Entendido o amor gape
genuno, dele falaremos na prxima lio, j se compreende como o amor cumpre
perfeitamente a lei, no porque a sua lei seja sua norma obrigatria, seno, porque
constitui o amor de Cristo (II Cor. 5:14) e fazer s o que seja justo e proveitoso para a
glria de Deus e o bem estar dos demais.
- No mandamento de Cristo predomina, de forma positiva tudo que por
natureza da Lei (Rm. 2:14), o crente no pode praticar (I Jo. 3:4-10) o
pecado: uma prtica pecaminosa detonaria uma profisso de f, assim
escapamos do antinomianismo, ou seja, se h no genuno amor, ao cumprir a
lei de Cristo, cumprir todos os aspectos do Decgolo no que tem em comum
com a lei natural e nos transbordar pelo Esprito em qualidade e quantidade,
PORM EST ISENTO DOS MANDAMENTOS MERAMENTE
CULTURAIS OU CERIMONIAIS DO DECGOLO. Isto me parece de maior
importncia, porque a no ser que admitamos nesse aspecto que as coisas velhas j
passaram, eis que tudo se fez novo (II Cor. 5:17), surge em ns fortes razes contra a
insistncia de judeus e adventistas na obrigao de guardar o sbado como dia de
repouso claramente ordenado no Decgolo. O dia de repouso o dia de Salvao (Hb.
4:4-11), no que o Pai e o Filho no guardam o dia das festas (Joo 5:17). E quanto ao
segundo mandamento que proibia fazer-se imagens, no estava ilegtimo e faz-las,
seno aom vener-las como objeto de adorao ou de intercesso (tal era, em na
realidade, o esprito do 2 mandamento).
- Portanto, podemos concluir que, na realidade para o crente j no h
obrigao, seno a devoo (a consagrao total de Romanos 12:1), como
tampouco se exige as boas obras, e frutos.
Agustn de Hispona: Dois amores fizeram duas cidades, a terrena fez o amor e o
desprezo de Deus, a celeste, a celeste, o amor de Deus e o desprezo de si mesmo.
Encontramos aqui duas bssolas, duas orientaes opostas, uma implica a averso a
Deus pelo pecado; a outra a converso a Deus pela f. Com a bssola correta, guiados
pelo Esprito de Deus (Rm. 8;14), no pela carne (Rm. 8: 14-15), se vai pelo caminho da
salvao e da felicidade de vida plena.
3. O amor e uma tica existencial crist
Uma tica personalista e existencial tem cabe perfeitamente no conceito bblico
de gape:
- Se considerarmos o ser humano como uma existncia caracterizada pela
autoconscincia, a autodeciso e a originalidade, vemos ento abertamente o
tu e religada ao Absoluto. Encontra-se agora em runa, porm pela
misericrdia divina, dentro de oferta de salvao (I Tm. 2: 4-5). Nessa
alternativa que Deus lhe oferece ou recusa ou aceita o chamado de salvao
mediante ao arrependimento e a f (Mr. 1:15; At. 17:30; 20:21), o homem julga
sua existncia total. Da mesma maneira que no correto dizer que o homem
comete pecado, seno acrescentar que o mesmo pecador, tambm no
correto dizer quer o homem faz coisas boas, se no se pode acrescentar que o
homem comete pecados, se no se pode acrescentar que ele mesmo justo e
reto: que todo seu ser est relacionado em suas trs dimenses com Deus,
consigo mesmo e com o seu semelhante. O homem no salva ou perde
simplesmente algo (ex. sua alma) seno que salvo ou se perde eternamente
como pessoa, integramente como algum. certo que muitas vezes comete
pecado ou justia, porm suas obras boas ou ms no so como objetos que
ele mesmo produz, mas sim que vem do seu interior (Mt. 15: 19) e marcam seu
carter pessoal (Mt. 7:17; 12:33; Le. 6:43-44 "rvore boa o rvore m"). Por
isso, a nica riqueza verdadeira da pessoa no o que tem mas o que ela
(Mt. 6:19-24). Sua riqueza ou sua misria pode, de certo modo, pesar, mas no
se trata de algo exterior, mas trata-se de algo constitutivo de algo existencial
que dura para sempre (comparado com o peso da glria de II Cor. 4: 17, com
peso do pecado de Hebreus 12: 1 que deve desprender-se para alcanar a
verdadeira sabedoria de Jo. 8: 34). A f amorosa que colocam os olhos no
Autor e Consumador da nossa f estimula o sacrifcio e a contnua renovao que
produz a riqueza de nosso ser (Rm. 12:1-2; 2 Cor. 4:16; Ef. 4:22-24; Col. 3: 10; Hb.
12:1-2; 13:15-16).
crdito
- que o novo mandamento de Cristo que constitui a sua lei amplia o campo de
Lev. 19: 18; Mateus 7: 12. Primeiro, quanto extenso, porque no s abrange
o prximo ao amigo, seno tambm aos inimigos (Mt. 5: 43-48; Rm. 12:20).
Segundo, quanto a intensidade, porque no somente pede que amemos o
prximo como a ns mesmos, seno como Cristo nos amou at a morte (Jo.
13:34; 15:12-13; I Jo. 3:16-18). VS. Rouet de Journel, o. c., n. 1 (Para que se
veja que a antigidade de um documento eclesistico no inspirado no
constitui garantia certa de ortodoxa)
- A nvel social, porque o crente salvo para unir-se a uma congregao, para
entrar em uma comunidade, que a Igreja, o Corpo de Cristo. Unir com outros
cristos, formando um s corpo em Cristo (Rm. 12: 5), exige o amor:
- como pr requisito indispensvel para edificao do corpo (Ef. 4:2-3-15-16).
- para superar o que humanamente insupervel, antimonia social:
individualismo coletivismo A nfase na liberdade do indivduo, que o
princpio do liberalismo capitalista, conduz a explorao do pobre pelo rico,
enquanto que a nfase no bem coletivo da comunidade pode sacrificar a
personalidade, convertendo ao indivduo em um mero nmero de mquina de
trabalho em benefcio do Estado. S o amor gape cristo pode superar
dessa antinomia, porque na Igreja, cada um recebe mais, quanto mais d;
quanto mais se trabalha em favor da comunidade, mas reverte em proveito
prprio; algo que nenhum sistema social pode oferecer, quanto mais
comunitrio um ato, mais enriquece o ntimo da prpria personalidade
individual e original.
- para a necessria empatia ou compreenso necessria para de algum modo,
entender alguns problemas alheios e tratar de remedi-los. muito difcil,
quase impossvel, se colocar no lugar do outro, porm um amor genuno,
intuitivo, respeitoso, inteligente, faz tudo que possvel para chegar pela
empatia, a simpatia e a sintonia.
107
3. O amor e a koinonia
Empregamos a palavra grega Koinonia para expressar a comunho fraternal que
todos os crentes compartilham pelo amor do Pai, a graa do Filho e o poder do Esprito.
O amor cristo gape est na raiz desta comunho que constitui na raiz desta
comunho que constitui a unidade da igreja, pela obra redentora do corpo e do sangue
de Cristo (1 Cor. 10:16-17). Por isso, desta raiz comunitria da Igreja se deriva toda a
tica crist:
- Enquanto ao dar-se (At. 2:42-44-46; 4:32-34-35; II Cor. 8:1-9; 12:15; I Jo. 4:1618);
- e quanto suportar mutuamente: as cargas, os trabalhos, os defeitos, etc.
suportam
ainda melhor quando apia o ombro (I Cor. 13:7; Gal. 6:2; Ef. 4:2; Col. 3:13).
Como diz o ditado: Quando um dos nossos cai, porque os outros no o apoiaram a
Igreja tem o dever DIACRTICO E DIATTICO de julgar o bem e o mal da prpria
congregao e de disciplinar aos que no se comportam como exige o bom nome de
cristo, porm: Utilizam sempre os recursos do amor e da orao?
109
110
A segunda observao que queremos fazer sobre essa lista que o fruto do
Esprito Santo tras como conseqncia de deixar-se encher dele (Efsios 5: 18)
equivalente a encher-se cada vez mais de Cristo (nossa posio em Cristo e a posio
de Cristo em ns) segundo a expresso de Paulo em Fil. 3:12. O fruto que comporta
nossa santificao (Rm 6: 22), por f como a justificao.Por isso, o verso 25 de
Glatas 5 nos diz: vivemos pelo Esprito, andemos tambm no Esprito comparado
com Colossenses 2: 6.
A terceira, importantssima observao sobre essa lista que Paulo mesmo faz
ao concluir: contra essas coisas no h lei Como se dissesse: Quem tem esse fruto do
Esprito, tem a verdadeira liberdade, no necessita de nenhuma lei, posto que a funo
da lei restringir, enquanto que esse fruto surge da mesma ao do Esprito e
transborda desse amor, cumprindo todas as obrigaes que a Lei impe.
4 As obras da carne
J temos dito que as obras da carne (Gal. 5: 19-21) aparecem no plural, porque
so muitas, tanto por sua disperso como pela sua obra destruidora. Trata-se do
cumprimento dos desejos da carne, encontramos nos versos 16-17 e que se ope ao
desejo do Esprito (Rm. 8: 4-15). A lista compreende especificamente quinze pecados
distribuidos em quatro reas.
- rea do sexo. Fornicao em geral (nossa R. VS, como a A. VS inglesa
acrescentem por sua conta, adultrio antes de fornicao); "akatharsa" =
imundcia que facilmente pode tambm acrescetar o homossexualismo e
"aslgeia" = lascvia que comporta insolncia ou exibicionismo.
- rea da religio. Idolatria que implica a adorao de vaidades (de eidos =
figura e hlos = inteiro, ou seja, meras figuras) e pharmakeia= feitiaria ou
bruxaria, uso de artes mgicas.
- rea social. "chthrai" = inimizades ; "ris" = discrdia; "zlos" = inveja;
"thymi"
= iras de mal genio; "erithiai" = rivalidades; "dichostasai" = divises;
"hairseis" = setas em sentido de partidarismo (comp. con I Cor. 1:11-13; 3:3-4);
"phthnoi" = inveja, no sentido primordial de malevolncia.
- rea da orgia: "mthai" = bebedeiras; y "k-moi" = orgias (no sentido da
etmologia do vocbulo org= clera) no sentido grego de festa popular com
cantos e danas pela CALLE: uma espcie de carnaval, com cantos e bailes de
controle, comportando certa inconscincia que induz a faltar com os demais.
disposto a perder a vida por sua causa. O que significa. negar- se a si mesmo? Apagar
a mim mesmo? Destruirmos a nossa personalidade? Odiar-se a si mesmo?
O pessimismo radical de Lutero e Calvino levou-lhes a negar que o cristo pode
amar a si mesmo, enquanto que ns mesmos s temos maldade.
Antes de dar uma resposta categrica, necessrios estabelecer alguns pontos
sobre o conceito do amor e do eu. O verdadeiro amor est querer o bem e todo ser
deseja a possuir o verdadeiro bem a onde encontra a felicidade, portanto, o cristo no
pode querer o bem para si mesmo, porquanto, sendo ele limitado que deve fazer
existencialmente (no como Deus que no tem nada que adquirir) estender em
direo da perfeio. Desejar esse bem amar a si mesmo de verdade. Aqui apia a
virtude da esperana que est de acordo com a constituio da personalidade humana
e com a Palavra de Deus, que inclusive Jesus Cristo Homem amou a si mesmo ao
escolher o oprbrio da cruz pela alegria que conquistaria adiante (Heb. 12:2. comp.,
com Is. 53:11: Flp. 2:9-11). Por outra parte, o prprio eu como personalidade foi
criado por Deus com amor. Se Deus ama a minha pessoa, por que vou odiar-me?
Porm existe outro sentido em que devemos negar o nosso eu e odiar a nossa
vida e isto o que expe Lc. 9:23-24. Pelo pecado, nosso ego = eu ter de (inclusive
depois da converso) a constituir o centro de tudo (egocentrismo), a reger-se pela sua
prpria direo (altismo), a buscar sua comodidade (carnalidade). Agora a salvao do
homem consiste na renncia dos seus prprios critrios e planos e aceitar o plano de
Deus e submeter a Ele, recebendo por obedincia da f o presente da graa, e
entregando todo o seu ser a Cristo para que o santifique, consagre-o e o guarde para
vida eterna. Nesse sentido, preciso negar o eu, ou seja, DIZER NO ao ego que
pretende livre no modo de buscar a salvao e a felicidade, e neste mesmo sentido,
preciso estar disposto a perder o que CMODO E PRAZEROSO para a vida terrena e
para os desejos da carne, a fim de assegurar o que tem de valor para o nosso ser.
certo que o amor perfeito, gape consiste em buscar o bem do amado
esquecendo-se de si mesmo. Isso significa que o amor constitui o motivo mais elevado
da conduta Porm isso no destri a busca da prpria perfeio que algo enraizado
no interior do ser humano. Do contrrio, o verdadeiro amor seja incompatvel nessa
vida com a virtude da esperana, o qual se faz uma injria a Deus, como fonte de
verdadeira felicidade (Dijo Agustn de Hispona: Como h dois seres em ti: o homem e
o pecador, Deus fez criou o homem, e tu criaste o pecado, Deixa o que fazes, para que
o Senhor possa fazer. Por isso, no pode consagrar-se sem a crucificao do prprio
eu.
2. A consagrao total a Deus
A total consagrao a Deus que nos manda Romana 12:1 a raiz da nossa tica
pessoal, tanto privada como social. E essa consagrao exige por sua parte um
constante progresso vital e um crescimento o que comporta verdadeiros e teis (para
si e para os demais) valores de todo o tipo (espiritual, intelectual, esttico e esportivo).
Nada do que Deus criou em ns deprecivel, e cultivar todo nosso ser est em
113
conformidade com a Palavra de Deus. O velho ditado: mente so, corpo sadio no
mundano.
Algum quer ver uma objeo quanto a isso em I Tm. 4: 8, em que Paulo disse:
Pois o exerccio fsico para pouco proveitoso, mas a piedade, para tudo
proveitosa. No que Paulo disse que o exerccio corporal no se aproveita para
nada, seno que pouco se aproveita; compra o parcial com o total e o temporal com o
eterno, pois o versculo termina dizendo que as vantagens da piedade consiste em:
ter promessa para para essa vida e no porvir.
Por razes de tica, preciso cuidar de nossa mente, nossos sentimentos e
aes contra tudo o que possa destruir. Tudo o que adormece ou suja nossas
faculdades mais nobres mal, mesmo sendo literatura, arte lugares de espetculo,
drogas, propaganda que influencia. No podemos nos esquecer que somos criados a
imagem de Deus, para possuir uma liberdade somos consagrados para sermos templos
do Esprito Santo.
3. O bem e o mal para o cristo
A concepo de vida judaico-maniquea tem colocado, desde o princpio da
Igreja, a distinguir entre objetos bons e maus: comida, bebida, dinheiro, sexo, etc (I
Tm. 4: 3). Da tem seguido uma tica de proibies (Col. 2: 20-23). Todavia, os
conceitos do No vo Testamento so completamente distintos. Por exemplo:
- O corpo humano criao de Deus, belo e agradvel e no h porque arrruinlo para que triunfe o esprito. a carne (a inteira carnalidade do ser humano) o
que h que ter a risco. Isso no consegue com disciplinas e jejuns (assegura
Paulo em Col. 2: 23), seno com o domnio prprio que o fruto do Esprito
(Gal. 5: 23).
- O sexo e suas funes foram criados e ordenados por Deus (Gn. 1:28; 2:24). O
matrimnio honroso para todos em todos (Hb. 13:4) Paulo, mesmo sendo
solteiro e recomendando o celibato evitar a aflio da carne dos casados (I
Cor. 7:28) aprova o casamento, e inclusive aponta o precioso simbolismo que
representa a unio de Cristo e a sua Igreja (Ef. 5: 21- 32).
O alimento no mal, seno moralmente neutral. O princpio determinante
deve ser:
(a) sua utilidade para a sade. O mesmo o esporte, a higiene, a bebida, etc (I
Tm. 5:23):
b) o bem do irmo mais fraco, privando-se de coisas que possa ofender a
consciencia alheia, mesmo que sejam lcitas (Rm. 14; I Cor. 8:4-13). Tanto o
que come, como o que abstm-se deve faz-lo para o Senhor (Rm. 14:6; 1 Cor.
10:31).
- A riqueza. Paulo mostra indiferena em relao ao seu estado econmico (Fl.
4:11) e o mesmo havia dito: sejam meus imitadores (3:17); todavia, apreciase muito a ajuda dos filipenses (4:10). No pecado possuir bens materiais: o
que importa dar-lhes um valor absoluto ou fazendo o seu deus. Pobre de
esprito (Mt. 5:3) no aquele que no possui nenhum tosto, mas aquele
que tem um corao apegado ao dinheiro; antes sabe, respeitar os bens do
114
prximo e repartir com os necessitados (I Cor. 7:30-31; II Cor. 9; Ef. 4:28). Paulo
disse que estava acostumado tanto na fartura como na escassez (Fil. 4: 10-12).
4. Deveres particulares para consigo mesmo
Dentro dos limites que nos impe o tamanho dos volumes, trataremos de alguns
pontos que merecem a nossa ateno:
- O cristo deve aceitar-se assim como : respeitar-se a si prprio e assim ser
respeitados pelos demais; desenvolver suas faculdades e exercitar seus dons (I
Cor. 12: 13- 30), de modo que, no somente na igreja, seno tambm no
ministerial, tenha o verdadeiro sentido de competncia e responsabilidade,
pois o crente em todas as partes e toda a sua conduta deve ser um
testemunho. Tambm deve seguir a Cristo no modo de sofrer as contrariedades
(I Pd. 2: 21), sem queixar-se dos demais nem da Providncia.
- Deve evitar tudo aquilo que prejudicial para o seu esprito, corpo e alma,
brincadeiras sadias, diverses que relacham a tensao e instruem os hobbies
que ajudam a desenvolver a capacidade artstica ou literria (algo necessrio
especialmente para aposentados, etc que podem sofrer traumas e vem a
sentir-se inteis) e, sobretudo deve procurar alimentar seu esprito com orao,
a meditao e o estudo da Palavra de Deus.
- O dever de cuidar de sua prpria vida, o direito da prpria defesa (suposto, a
defesa da vida alheia comeando pelos seus familiares). certo que o crente
deve estar disposto a entregar sua prpria vida pelo bem dos seus irmos (I
Joo 3:16) porm tem o direito de defender a sua prpria vida de um injusto
agressor. No parece que isso seja oposto ao esprito do Sermo da Montanha
(Mt. 5:39), mesmo que como Brunner, opinam o contrrio. Pode defender a sua
vida at o ponto de ferir e matar ao injusto agressor mais problemtico a
vista de Rm. 12: 19-21.
- Acerca do suicdio, subscrevemos o que disse J. E. Giles: O suicdio cometido
por algum que est enjoado de Deus, consigo mesmo e com a prpria vida, ou
com outra pessoa. frustrar o plano de Deus, implica fracasso completo em
encontrar razo espiritual ba vida. Ainda que no seja pecado imperdovel,
como alguns tem ensinado, implica que algum no pde enfrentar com valor
o que Deus tem para a vida. Permita- me acrescentar duas observaes: a) s
Deus sabe o at que ponto funciona normalmente e com sentido de ta grave
responsabilidade a mente de uma pessoa que se suicida; b) suicidar-se com o
pleno conhecimento do que se faz algo terrvel e irremedivel enquanto o
arrependimento e confisso diante de Deus de tal pecado. Precisamente pelo
carter decisivo (irreversvel) do suicdio opino pessoalmente que um suicdio
friamente premeditado daria motivo a duvidar da genuna condio do
crente. No
devemos esquecer de uma importante preciso que faz o Dr.
Gardienr Sprimng, ao dizer: Se certo que tem sido alguma vez que o cristo
sempre cristo; porm tambm certo que quem no cristo agora, nunca foi
cristo.
Uma ltima observao geral que parece necessria. Est bem que tenhamos
uma conscincia de nossa fraqueza espiritual e da nossa condio de pecadores
congnito e adquirido, porm tambm verdade que Deus nos d, atravs de se
Esprito, o poder de ser mais que vencedores (Rm. 8:37). Insistir que somos
pecadores pela natureza, at ver com maior naturalidade nossas prprias quedas como
115
algo inevitvel que brota do velho homem que levamos em cada um de ns, a
tentao do demnio e um caminho bem (ALLANADO) para o antinomianismo. Outra
coisa muito distinta confiar nas prprias foras ou querer santificar-se pelas obras,
no pela f, o qual igualmente falso e at mesmo perigoso.
do instinto de conservao, posto que a excitao sexual vai adiante da fome e sede
ou o medo de perder a vida, etc. Todavia est mais submetido a represses, da
aparece uma falsa idia em relao ao sexo, induzida em qualquer lugar, na escola,
etc. No se esquea a interao glandular, que desde a mente, chega muitas vezes no
consciente e no subconsciente e desde ali as glndulas supra-renais e sexuais, com o
qual o sexo est relacionado, no s com a Psicologia, mas tambm com a
Endocrinologia.
O fato de que o sexo esteja ligado diretamente com o Eros, ou o amor sensual, o
amor de concupiscncia, no inclui a philia, ou seja, o amor de amizade, nem a gape
ou o amor de pura generosidade. Mas tambm temos de dizer que, para ser
fisiologicamente deleitante e para ser eticamente perfeito requer a conjuno de todos
esses elementos. Podemos assegurar que amor sexual alcana sua perfeio prazerosa
e sua continuidade fiel nom amor de entrega a outro, enquanto que o egosmo pe a
perder em todos os aspectos, destruindo o ntimo da pessoa e o seu relacionamento.
3 Os pecados da rea sexual
Mesmo que abordamos sobre este assunto em outras lies, vamos detalhar os
principais:
- Adultrio: Alem de ser o smbolo espiritual que identificava a infidelidade de
Israel, correndo atrs de outros deuses, apesar de ter Yahveh por esposo (Is.
54:5), este um adultrio carnal, proibido como est escrito no 7
mandamento da Lei. Em pocas de maior impiedade de Jerusalm e de Jud,
nos fala em Jeremias 5: 8 Como cavalos bem alimentados, cada qual
relinchava trazendo a mulher do prximo. O termo grego moichia =
adultrio, juntamente com o verbo adulterar e o nome adltero, aparece mais
de 30 vezes no NT e significa o adultrio carnal, com a exceo de Tiago 4:4,
em que o adultrio espiritual.
- Fornicao. Tem um sentido mais genrico. O lugar mais relevante que se
comenta em I Cor. 6: 12-20, onde o Apstolo Paulo enfatiza a gravidade deste
pecado, em especial para o crente, por estar pecando contra o seu prprio corpo,
profana o templo do Esprito Santo. Em Glatas 5:19, encontramos os pecados na rea
do sexo. Em Apocalipse, tem o sentido espiritual (Ap. 14:8; 17: 2-4; 18:3; 19:2).
- Imundcia - Comentado em Rm. 1:24; Gal. 5:19; Ef. 4:19; Ef. 5:3; Col 3:5,
parece fazer aluso a homossexualidade em Rm. 1:24. Nos versos seguintes o
Apstolo o qualifica como posio de desonra para o ser humano. Paulo
comea descrevendo o vcio da mulher de quem se espera mais delicadeza,
porm com mais detalhes, acerca dos vcios nos homens. A semelhana da
terminologia em Col. 3:5 ... impureza, paixes desordenadas, maus desejos...
parece apontar o mesmo vcio (G. Thibon disse que a malcia do homem, como
ser racional, consiste em cobiar a outra, no porque seja mulher, seno
porque outra - complexo de don Juan), enquanto que, por exemplo, um co
guiado pelo instinto, no vai a outra cadela por ser outra, mas por ser cadela.
- Incesto (fornicao com parentes prximos) No Novo Testamento, menciona s
no caso de Corinto, atribuindo uma gravidade extrema. No Velho Testamento,
se menciona com detalhe no caso de L e suas duas filhas (Gn. 19: 30-38).
Apesar da boa intenso destas que haviam cado sem seus pretendentes (v.
117
TICA CONJUGAL
1. Importncia do tema
118
a nica coisa que no boa que Deus viu em sua criao. O uma s carne do verso
24 no se refere unicamente a unio sexual, seno tambm a unio das mesmas
alegrias e tristezas da vida, como se tratasse da mesma pessoa. A unidade tal que
em Gn. 2: 23 apresenta Ado colocando a mulher o apelativo de ishah = varoa,
porque foi tomada de ish = varo. Criada da costela do homem sempre vai ao
corao (faz acender o impulso sexual no corao, enquanto que o homem s inclina o
seu corao ao sexo) e exige acima de tudo, ser amada.
- Multiplicar a espcie humana por meio da procriao. Por isso enquanto Deus
os criou, o abenoou e disse: Sede fecundos e multiplicai, enchei a terra...
(Gn. 1:28). Da a importncia para que o judeu teria em alcanar a posteridade,
porque atravs dela, alcanava em seus herdeiros o cumprimento das
promessas divinas. Por isso, para um judeu, o fato de no possurem filhos, era
como se fosse uma maldio de Deus.
3. Dignidade no matrimnio
A dignidade do matrimnio se mostra na Bblia de duas maneiras: a) pela
santidade de Deus, ao fazer do matrimnio, o melhor smbolo do amor para o seu
povo, Israel. Esta ntima relao entre o amor mais elevado e estado conjugal se v na
literatura rabnica. Disse o Talmud: O que se casa com uma boa mulher como
houvesse cumprido todos os mandamentos da Lei (comp. com Gal. 5: 14) Hb 13: 4
nos assegura que o matrimnio h de ser puro em todos o qual indica estado
conjugal de perfeio e no menos digno que o celibato, como se fosse uma espcie
de fornicao permitida para os cristos de segunda categoria. Pior isso o Apstolo
Paulo arremata contra os que nos ltimos tempos proibiro casar-se (I Tm. 4: 1-3);
b) pela gravidade que a Bblia impe aos pecados contra o casamento. L. 18:24
apresenta as imoralidades sexuais como a maior imundcia que profanam at o ponto
de que os infratores da santidade do matrimnio sejam destitudos de Deus. Como era
quando o homem golpeava a sua mulher era excomungado.
No h dvida que o celibato aumenta imensamente a disponibilidade da
pessoa. Jesus foi celibato, porque sua misso era entregar-se totalmente a todos, um
ser inteiramente comestvel como disse Paul Claudel, e uma atadura conjugal havia
diminudo sua disponibilidade, de que sua condio consagrada de uma maneira
singular, recebendo o Esprito sem medida, dava ao seu autocontrole uma perfeita
segurana? Paulo foi solteiro? Essa opinio mais comum, ainda que o fato de voltar
em Sindrio, jogando a PIEDRECITA do voto, para que matassem todos os cristos,
indica que era vivo, pois s os pais de famlia poderiam ser membros do Sindrio com
direito a voto. Enquanto os demais apstolos, como Pedro, temos o testemunho do
mesmo Paulo de que era casado (I Cor. 9: 5). Em todo o caso, tanto o celibato como o
matrimnio um dom de Deus. (I Cor. 7: 7) e embarcar pela fora, o temor, ou o
engano ou em uma outra nave a uma pessoa inexperiente nos mares da vida equivale
a ser levado a runa (I. Cor. 7: 35). O que falso e anti bblico dar a virgindade uma
aurola especial, quando para uma judia era uma maldio, como se o corpo e o sexo
fossem sujos, e um mundo um lugar contaminado (Mt. 28:19-20; Jo. 17:15).
4
Deveres Conjugais
120
- O mtuo amor. Os maridos devem amar suas mulheres como a sua prpria
carne, como Cristo amou a sua Igreja, com amor tutelar e sacrificado, segundo
a verdade do Evangelho (I Pe. 3: 7), com honra e respeito ao vaso mais frgil
fisicamente, no psiquicamente e no espiritual como concederas a graa da
vida por completa igualdade em Cristo (Gal. 3: 28), sem asperezas (Ef. 5:25-33;
Col. 3:19; I Pd. 3:7). As mulheres devem ser submissas (o verbo grego
hypotasso no expressa sujeio, seno subordinao, o qual indica
simplesmente que o varo o cabea do lar) aos maridos, como modstia
conduta, gesto e vestes, com respeito e amabilidade para ganhar sem palavras
inclusive aos no crentes (Ef. 5:22-24; Col. 3:18; I Pd. 3:1-6). Se h verdadeiro
amor, tudo correr bem, superando as dificuldades ao longo dos anos, vai
perdendo corpo e calor, porm vai ganhando em graus. Se h o amor, o varo
buscar a companhia de sua mulher com mais interesse que a de qualquer
amigo; e ela lhe apresentar atrativos e surpresas agradveis. Examine-se o
marido: Por que sua mulher se sente irritada, spera e depressiva? No lhe
falta o interesse, o carinho, a gratido ajuda de seu marido? Examine-se a
mulher: Por que prefere a companhia de seus amigos? No lhe falta
compreenso o interesse por seus problemas, o detalhe do prato que ele gosta,
o apoio de sua mulher?
- O chamado dbito conjugal. A advertncia e o conselho de Paulo em I Cor. 7:
3-5 so de extrema importncia, no s para prevenir contra a infidelidade
conjugal, seno pela importncia que o sexo tem no aspecto psico-fsico de
suprema gratificao prazerosa que mutuamente se oferece algo mais
importante sem cr para a sade fsica e mental da mulher como no aspecto
existencial em que se mostra, em nenhuma outra face da vida no cabe a
tolerncia o nimo egocntrico ou alocntrico da pessoa. A frigidez,
indiferena, ou a indisponibilidade da esposa pode acarretar a infidelidade por
parte do marido. O egosmo, a desconsiderao, a violncia, pode diminuir o
afeto da esposa.
- A paternidade responsvel. Como cristos, os cnjuges devem planejar a
procriao, segundo a sua situao financeira, sua sade, etc. certo que a
Bblia nada diz sobre o controle da natalidade. Mas, em algumas passagens
como Sl. 128: 3 e Ec. 6: 3 e muitos outros apresentam o ajuntamento de filhos
como uma bno para o marido assim como I Tm. 2: 15 apresenta o ato de
criar filhos como uma bno salvfica para a mulher,
o contrrio da maldio de Gn. 3: 16, como interveio Ado no verso 20, trazendo
a primeira promessa do Redentor.
Todavia, no h motivo para dizer que os mtodos anticoncepcionais
corresponde ao pecado, mas so mtodos que previnem a concepo, no como
pecado (que equivale a um aborto). O de Onn (Gn. 38: 8-10) no vem ao caso,
porque Onn foi castigado por Deus por impedir a concepo, por negar-se a suscitar
descendncia ao nome de seu irmo.
5. Tentaes contra a santidade do matrimnio
-As relaes sexuais antes do casamento so um atentado contra o matrimnio.
Comentando Gn. 24:67: A trajou... a tomou por mulher e a amou disse S. R. Hirsch:
Na vida moderna, colocaramos primeiro a amou... Porm, muito importante que
121
seja amor que preceda antes do matrimnio, muito mais importante que continue
depois do matrimnio. A atitude moderna pe nfase no namoro antes do casamento,
o antigo ponto de vista judeu enfatiza o amor e o afeto para toda uma vida conjugal.
Podemos acrescentar que a moderna sociedade permissiva facilita o que os namoros
pr matrimoniais vem acontecendo com freqncia, todo o afeto se desperdia antes e
falta depois. A exortao que encontramos em I Tm. 5:2 tem a sua vigncia: o novo
crente deve ver em sua noiva como o corpo de Cristo, templo do Esprito, e deve
respeit-la como devido. A noiva crist deve compreender a fora do instinto e no
ser provocativa . Evitando relaes que provoquem tenso psquico-sexual ( A Igreja
Catlica atravs de Pio XI em sua Casti Connubii, tem por desonesto o uso de todo o
tipo de mtodo anticoncepcional. Toms de Aquino (expuso) em razo de alegar que
Deus havia intituido os prazeres para determinados fins, e que o fim primrio do
matrimnio a procriao; portanto, gozar do prazer sexual evitando a procriao,
seria algo contra a natureza. Porm, este argumento baseia em teorias falsas, posto
que o primeiro objetivo a ajuda idnea (Gn. 2: 28), alm do mais no o mesmo
evitar uma determinada concepo que atentar contra a procriao).
- O divrcio. O claro ensino do Novo Testamento que o marido e mulher devem
estar unidos por toda a vida, e se tiverem que se separar por algum motivo
eles devero ficar sem se casar (Mc. 10:11-12; Lc. 16:18; I Cor. 7:1011).Algumas igrejas protestantes como a anglicana e outras, admitem o
divrcio em dois casos: adultrio (fundamentado em Mt. 10: 11-12) e abandono
(fundamentado em I Cor. 7: 10-11).6 E quanto a Mateus, de notar que Jesus disse
moicheia = adultrio, tambm pornia = fornicao, com o que parece aludir a
unies ilegtimas por concubinato e parentesco prximos. I Cor. 7: 15 fala do abandono
do cnjuge no crente, porm no se prope a possibilidade de voltar a casar- se.
Tratando-se de cnjuges verdadeiramente cristos, no s o divrcio tambm a
separao legal nos parecem inadmissveis, tanto desde o ponto de vista do lar e um
dos cristos como por conta do testemunho que isso supe frente ao mundo. um
dado muito importante que o Rabino da fama de Hertz, apesar de admitir o divrcio
vincular em certos casos (como admitem todos os judeus), est de acordo conosco e
com a Igreja de Roma em que se diga o que se quer de Mateus 19: 3, parece seguro
que Cristo pretendeu que o matrimnio fosse indissolvel em todo caso e que assim o
praticavam desde o princpio os judeus cristos, como faziam os esenios e os
samaritanos.
No s a Igreja anglicana permite o divrcio por razes de adultrio, tambm a maioria das
igrejas conservadores, tais como a Igreja Crist Reformada, a Igreja Presbiteriana na Amrica e muitas
igrejas Batistas.
TICA FAMILIAR
Toda o lar cristo, tem deveres conjugais que afeta os casais, porm tambm
outras pessoas no mesmo lugar: filhos, sogro, sogra, cada vez menos criados ou
criadas que moram no mesmo lar, e que os romanos englobaram abaixo do epteto
123
geral de famlia (de famulus criado); nesse mesmo sentido tem o oikos (casa) no
grego do Novo Testamento (VS. Hech. 16: 31-34), o que facilita a correta exegese da
passagem quanto ao batismo), de onde procede oikeios = familiares ou domsticos,
como tambm se chama a um criado que vive debaixo do mesmo teto que a famlia.
Na presente lio vamos centralizar nos deveres dos pais aos filhos e dos filhos aos
pais, deixando os deveres dos servos para a lio seguinte.
1.
Seguindo em ordem dos lugares principais do Novo Testamento sobre essa lio
(Ef. 6:1-4; Col. 3:20-21), comeamos pelos deveres dos filhos em relao aos seus pais,
e que o texto sagrado especifica assim:
- Obedincia. Filhos, obedecei no Senhor, os vossos pais, porque isso justo
(Ef. 6: 1); Filhos, obedecei aos vossos pais , porque disso, agrada Senhor.
(Col. 3:20). Porque aqui vemos que os filhos:
- devem obedecer aos seus pais. O mesmo no latim e no grego, o verbo
obedecer comporta a idia de ouvir desde embaixo, ou seja, expressa uma
idia de submisso, em razo da autoridade paterna que de algum modo
representante da autoridade divina, referido no 5 mandamento da Lei se
falava entre as duas tbuas, porm com melhor enquadre na 1
- devem obedecer em todas as esferas da vida familiar, posto que a submisso
abrange a tudo. Essa obedincia tem dois limites: os direitos de Deus, cuja
vontade h de prevalecer para sempre; e o chamado para que cada filho
determine uma profisso e a contrair o matrimnio com uma pessoa
determinada, advertindo que o conselho de um dos pais que so sensatos e
cristos sempre levado em conta (Prov. 15: 5).
- devem obedecer ao Senhor o qual inclui os seguintes sentidos
complementares: em comunho com o Senhor, como ao Senhor (comp. com
Ef. 6: 7) como agrada o Senhor (Col. 3:20), isso compete aos crentes em Cristo,
como prprio dentro de uma famlia crist.
- porque isso justo. F. Foulkes opina que isso pode estender em quatro
sentidos: por isso o correto em todo o tipo de lar; porque isso est de acordo
com a Lei de Deus e com o exemplo dado por Jesus (Lc. 2: 51) talvez para
recordar que em muitas coisas e enquanto no esto capacitados para julgar
por si mesmos, devem aceitar a vontade dos pais antes de poder compreender
as razes ou motivos.
- Amor respeitoso. Honra o teu pai e tua me, que o primeiro mandamento
com promessa, para que te v bem e prolongue os teus dias na terra. (Ef. 6: 23). O respeito, o amor e a honra aos pais no tm porque no estarem ligados
imagem infantil, quando o papai era o que sabia de tudo e tudo podia.
Mesmo que se chegue a ultrapassar um dia a fora ou a cultura dos pais, no
deve diminuir o respeito. inadmissvel e pecaminoso que os filhos se atrevam
a replicar a seus pais com palavras ms e de maus tons, a ridicularizar-lhes, a
falar mal deles aos demais, a semear a discrdia entre os progenitores. Entre
os muitos ensinos que nos oferece a Palavra de Deus acerca disso, h um
versculo tremendo no livro de Provrbios: Os olhos de quem zomba de seu
pai ou de quem despreza obedincia a sua me, corvos no ribeiro o arrancaro
124
e pelos pintos da guia sero comidos. (Prov. 30: 17). Efsios 6: 7 recorda a
promessa da longevidade vista em xodo 20: 12. O certo que por experincia
sabemos que, com muita freqncia, os filhos sofrem a mo de seus prprios
filhos a desobedincia que cometeram aos seus pais.
2. Deveres dos pais
Sem sair dos textos j citados, vamos agora examinar agora os deveres dos pais
aos seus filhos.
- Animar e estimular a seus filhos E vs pais, no provoqueis ira aos vossos
filhos. (Ef. 46: 4a); Pais, no irriteis aos vossos filhos para que no fiquem
desanimados. (Col. 3:21). A exortao de Paulo comea pelo que se deve
fazer pela importncia que tem e pelas gravssimas conseqncias que se
seguem que se seguem de no escutar as advertncia:
- Provocar a ira ou exasperar, segundo o sentido primordial do verbo parorgzo
como diz Efsios, ou irritar, segundo o sentido do seu sinnimo = erethizo
com aes que denunciam os maus costumes de muitos pais e mes de
castigar sem juzo e sem medida (e muitas vezes, sem razo e com golpes sem
pontaria) a seus filhos; denotar-lhes, inclusive e sem proveito. triste que h
muitas crianas que nunca ouvem dos lbios de seus pais nem uma s frase de
alento, de estmulo, de louvor.
- para que no desanimem (Col. 3: 21). A conseqncia de um trato injusto
dos filhos que desanimem e serem cheios de complexos. O verbo usado aqui
Paulo athimo. A partcula a em grego denota uma carncia ou privao, e o
nome thymos significa a fora do nimo, tempo e a energia temperamental
necessrios para fazer frente as dificuldades da vida. um termo muito
conhecido em Psicologia e Psiquiatria, como componente de certas disposies
anmicas (cilclotmico esquizotmico etc). Com ele, adverte Paulo aos pais
para que no intimidem a seus filhos com freqentes ameaas, castigos
desmedidos e proibies contnuas (no faas isso... no faa aquilo... no,
no, no!). A correta atitude de acordo com as leis da Psicologia, consiste: 1)
em animar a fazer algo melhor, em vez de centralizar a ateno da criana em
si mesma, com adulaes e recriminao? A) Aplicar se chega o caso de
necessidade, castigo que sejam verdadeiros corretivos, mais psicolgicos que
fsicos, mesmo muitos filhos sejam inevitveis algumas surras, porm castigar
com justia, com serenidade e fazendo por persuadir ao filho que merece;
porm nunca devem ser os filhos as vtimas de mau gnio que pais tenham por
outras causas; 3. no discutir nem pelejar-se diante dos filhos; 4. cuidado de
que no fiquem sem afeto e a ateno que necessitam, quando vem ao
mundo um novo irmo; 5) no fazer-lhes injusto e pernicioso agrave de dar a
entender, nem a ss nem diante de outros, que no eram desejados, que
vieram ao mundo por acidente ou equivocao e que so um estorvo
agora.
- Educar devidamente aos filhos seno criados em disciplina e admoestao do
Senhor. (Efsios 6: 4b). Analisemos esta frase to densa:
- criadlos (ektrphete) O verbo grego trepho = nutrir vem aqui reforando
pela preposio ek = ex que indica um cuidado constante e sacrificado na
criana e dos filhos, como se nutrissem de seu prprio interior quitandose el
pan de la boca para que no lhes venha faltar.
125
O aborto
Por sua ndole peculiar, temos deixado este tema para um ponto parte. Vmaos
definir os aspectos ticos. Os princpios morais que devemos ater so os seguintes:
- Mesmo que a Palavra de Deus no fala explicitamente do aborto, se nos disse
que Deus o Autor da Vida, e que Ele nos formou no ventre de nossas mes
(Sal. 139:13-16), e que desde o primeiro embrio (verso 16), ali havia um ser
humano com um destino (por ex. Is. 49:1; Jer. 1:5). Portanto, nunca tem o
direito a provocar diretamente o aborto de um feto, por jovem que esta seja.
- Quando o feto, por enquistamento, por posio ectpica, ou pela
impossibilidade de uma extrao normal, constitua um perigo para a vida da
me, a preponderncia de valores pede que se faa o possvel para salvar a
vida da me ainda que venha a perder o feto, o qual, por outra parte,
dificilmente poder sobreviver se no se atende devidamente a me.
- a legalizao do aborto em alguns pases e as cifras alarmantes dos abortos
conhecidos, so uns ndices de imoralidade e de materialismo reinantes.
TICA SOCIAL
1.
Nossos primeiros pais forma criados por Deus em famlia que se havia de
multiplicar (Gn. 1: 28) e dotados da faculdade de comunicar-se com uma linguagem
126
articulado consciente (Gn. 2: 19-20). Portanto, o homem foi criado como um ser social
e, como tal necessita ser justo tambm neste aspecto. Por isso falamos de uma tica
social.
2
A justia social
TICA CVICA
1. O crente e a cidadania
130
Por sua condio de cristo peregrino (II Pd. 2: 11), o crente tem duas
cidadanias: a do Cu (Fil. 3: 20) onde est registrado no Livro da Vida do Cordeiro (Fil.
4:3; Ap. 3:5; 13:8; 20:12-15; 21:27; 22:19), onde est reservado para ns uma linda
manso (Jo. 14:2- 3), e deve obedecer as leis e as autoridades do mundo (Rm. 13:1-8; I
Pd. 2:13-17). Essa dupla cidadania exige que o cristo pense em seus deveres cvicos e
se esfora em cumpri- los.
2. O Estado
A onde quer que exista uma comunidade, precisa de uma organizao, que no
grego no Novo Testamento expresso pelo verbo hypotsso, cuja raiz est clara a idia
de subordinao dinmica. Da famlia ao cl, do cl a tribo, da tribo a regio ou
provncia, e dessas, a nao e ao Estado, a evoluo scio-poltica segue uma linha
constante. A polis, ou cidade sempre tem sido um ncleo natural organizado, desde o
qual de diversas maneiras, se tem constitudo os diversos Estados ao longo da histria.
Enquanto que o conceito de nao (do verbo latino nascor = nascer) comporta uma
idia de comunidade instalados em um determinado territrio, com caractersticas
tnicas comuns: raa, lngua, histria, tradio, conscincia de corpo tnico-poltico
diferenciado; a idia de estado implica diretamente a organizao poltica de um pas
com personalidade jurdica independente do plano internacional e com limites
territoriais determinados pela jurisdio em que se estende a sua soberania.
O Estado como a Igreja e a famlia foram institudas por Deus. Paulo disse
(Rm.13:1) que toda autoridade provm de Deus e que por Deus tem sido organizada ou
estabelecida, de onde o original emprega o mesmo verbo que os gregos usavam para
indicar a colocao de um exrcito em ordem de batalha (Tasso de onde provede
ttica).
Em Gn 10, onde detalhada a descendncia de No, emprega o maior nmero
nomes de povos organizados de que pessoas individuais. A organizao do povo
escolhido comea no deserto, onde temos a curiosa histria de Jetro, o sogro de Moiss
que no pertencia ao povo hebreu, mas d ao seu genro um excelente conselho, que
contribuiu decisivamente a organizao de Israel (Ex. 18: 13-26).
O sistema poltico do povo de Deus era teocrtico, pois Yahveh era o nico
Senhor e Rei soberano de seu povo. Este regime do deserto continuou no perodo dos
juzes, at o povo insistir a ter um rei, o qual constituiu pecado aos olhos de Deus (I Sm
8: 7 ... pois no te rejeitou, mas a mim, para eu no reinar sobre eles) Traz os trs
primeiros reis (Saul, Davi e Salomo) o reino se dividiu em dois: Israel e Jud, at o
cativo de Babilnia. A monarquia dos hebreus durou cerca de 450 anos.
Durante a vida de Jesus aqui na Terra, a Palestina estava debaixo do jugo dos
romanos,
que governavam por meio de um procurador, governador, PRETOR,
enquanto o Sindrio, com um presidente e setenta ancios, era a sede do governo
religioso. O povo tinha que pagar os impostos a Cezar e para os arrecadadores de
impostos que conhecemos pelo nome de publicanos que para os judeus era uma
casta pecadora. A famosa resposta de Jesus em Mt. 22:21 Da a Cezar o que de
131
Cezar e a Deus o que de Deus um princpio bsico para tica cvica do crente.
Jesus rejeitou todo convite a exercer um reinado temporal e poltico (Jo. 6: 15). S
antes de ir para a cruz, declarou ser Rei, e que seu Reino no era deste mundo (Mt.
27:11 e paralelo a Lc. 23:42-43; Jo 18:36-37).
Jesus no deixou de advertir aos seus que a profisso de f crist lhes criar
problemas com as autoridades, o mesmo com mundo (Jo. 15:18-21; 16:1-4), e
cabalmente se cumpre a sua Palavra de que qualquer que vos mate, julgar com isso
tributar um culto a Deus (Jo. 16. 2). Prontos vieram os apstolos cumprindo essa
profecia (At. 4:3; 5:17; 6:8; 8:l; 9:l; 12:l; etc.). Por isso ensinaram que a perseguio
normal para a vida do crente (II Tm. 3:12; I Pd. 4:12-16; Ap. 12:13). Advertem que
importa obedecer a Deus do que a homens (At. 4:19; 5:29), e lamentam que os cristos
levem questes judiciais diante de tribunais civis pagos (I Cor. 6: 1-7), porm mandam
obedecer as autoridades em todas as coisas que no vo contra a vontade de Deus,
como veremos mais adiante.
A f crist no est ligada a nenhum sistema poltico, e o crente livre para
decidir em quem votar, etc, a favor de qualquer partido ou sistema poltico que protege
o conceito de autoridade, a liberdade e dignidade do ser humano e permita a profisso
e o testemunho das crenas religiosas dos cidados. H dois sistemas extremos que
vo contra estes princpios: o totalitarismo e o anarquismo.
- O totalitarismo, ou seja, o sistema fascista, nazista e marxista impe acima
uma s classe de filosofia de vida em todas as ordens, destruindo a liberdade e
a dignidade da pessoa absorvendo o controle total de todos os aspectos que
afetam a vida social, incluindo o religioso. Um crente no pode admitir isso e
tem que repetir o que Pedro disse diante do Sindrio (At. 5: 29).
- O anarquismo, como seu nome indica, se ope a toda autoridade, o qual
igualmente inadmissvel para o cristo. Paulo disse claramente: Quem se ope
a autoridade, resiste a ordenao de Deus, e os que resistem, traro para si
mesmos condenao (Rm. 13: 2) Fica um terceiro sistema poltico admissvel:
- A democracia que pode definir-se como o o governo do povo, pelo povo e para
o povo um sistema que d ao homem liberdade para expressar sua
convico pessoal, e que tem nos rgos legislativos e administrativos uma
autntica representao. Esta democracia pode revestir diversas formas e
depende de muitos fatores tnicos e culturais. H dois terrenos que
observamos que afetam a tica:
- Os crentes devem acatar e obedecer, em tudo o que no v contra sua
conscincia de cristos, as autoridades de qualquer sistema poltico.
Esto no direito e no dever de promover pacificamente um estado de coisas em
que melhor se protegem a verdade, a justia e a liberdade. Em princpio, diramos que
o melhor sistema poltico a democracia pura, porm no se pode duvidar que se
pode merecer a democracia. A capacidade de convivncia livre e democrtica est em
razo direta com a educao social poltica, assim como as maturidades culturais,
psquicas e moral (honestidade cvica) dos cidados. A responsabilidade dessa
educao cvica e poltica para a democracia no so incumbidas somente aos
indivduos, mas ao governo e aos rgos de formao e informao. Que no forma,
132
mas que tem deformado as mentes dos cidados em respeitos aos valores da verdade,
de bem e de justia, etc, O cristo tem direito de expressar suas opinies polticas,
porm no deve nunca entrar em assuntos polticos como cristo, seno como cidado;
do contrrio, introduz na f (e na Igreja), que o fator da unidade, um elemento de
unidade, um elemento de diviso. Isso afeta especialmente os ministros do Senhor ou
lderes de movimentos religiosos.
4. Igreja e Estado
A Igreja e o Estado so dois tipos distintos da sociedade, com dois objetivos
tambm especificamente distintos: o Estado est destinado a procurar o bem comum
da nao no terreno das realidades temporrias, enquanto que a atividade da Igreja se
move no terreno dos valores do Esprito (viver a f e proclamar o Evangelho).
Por isso, os evanglicos, seguindo o exemplo de Cristo (Mt. 22:21), defendemos
a separao da Igreja do Estado, de forma que cada um seja soberano em sua prpria
esfera. A Igreja no tem o direito de engolir o Estado, nem o Estado tem o direito de
engolir o Religioso. Portanto cremos que a Igreja no deve nem ser estatal, nem o
Estado como tal. As Civitas Dei no pertencem a este mundo, mesmo que tenha que
viver nele. E o matrimnio Estado-Igreja tem sido fatal para ambos cnjuges. A Histria
mostra que veio a era constantiniana. Tem sido glria dos batistas e grupos
incorporados (irmo, etc) haver propagado esta separao (o qual no equivale
inimizade ou falta de colaborao). No deixamos de prevenir que h rea de
competncia mista (matrimnio, educao, etc), porm podem resolver em harmonia
com boa vontade e limitando-se corretamente os campos. Nenhuma confisso religiosa
devia viver a custa dos fundos do Estado, e todos haveriam de contar com as mesmas
facilidades para chegar aos meios de informao.
5. Os deveres cvicos dos crentes
Atendo principalmente aos ensinos do Novo Testamento podemos dizer o
seguinte:
- O crente deve esmerar-se na obedincia e submisso s autoridades e s leis
no s por temor ao castigo, mas pela conscincia (Rm. 13. 1-5). Estas leis
incluem, as do trfico, contratos e negcios, etc.
- O crente deve esmerar-se em pagar pontualmente as taxas, tributo,
contribuies e impostos, sem exceo (Rm. 13: 6-8).
- O crente deve as autoridades, no somente submisso e obedincia, mas
tambm honra e respeito (I Pd. 2: 13-17).
O crente no pode isentar-se de sua participao na vida poltica, mas que deve
cooperar apontando suas idias, escolhendo melhor os seus governantes e
administrando com eqidade, honra e responsabilidade se eleito para posto de
mandato.
133
134
Para entender bem o papel do cristo no mundo, bom ser examinar acerca o
sentido que Jesus disse a trs metforas de sal luz (Mt. 5:13-14) e semente ou
fermento (Mt. 13:33; Lc. 13:21).
O sal tem duas caractersticas principais: a) diferente do meio em que se
coloca a a consiste o seu poder; assim o crente tem de ser diferente (coisa
estranha I Pd. 4: 4) do meio em que se move, como o sal no prato de carne. B)
seu objetivo preservar a corrupo, como um antisptico; pelo qual h de reter
sua virtude
GERMECIDA;do
contrrio no serve para nada; tanto assim que os soldados romanos s iriam
semear a terra inimiga para torn-la improdutiva. Isto se aplica igualmente ao cristo
que perde sua razo de ser testemunha de Cristo, se faz intil (Lc. 14: 35) se no
exerce sua funo antisptica tanto com sua conduta, como pela sua palavra
temperada com sal (Col. 4: 6). A luz ilumina tudo que est na escurido; para isso
precisa ter potncia, direo, elevao e ausncia de objetos que interferem no raio
que emite o seu foco. Da mesma maneira, o crente deve emitir a luz do seu
testemunho, da palavra e da obra em contato direto e contnuo direto com a Luz
do Mundo (Jo. 8:12), sem esconder-se BAJO A CELEMN, seno posto sobre o
candelabro, em lugar notvel vivendo e atuando sempre em casa, na CALLE, oficina,
etc, de forma que sua luz seja manifestada e ilumine diretamente aqueles aspectos da
vida que oferecem obstculo a todos quantos o rodeiam.
Esse mundo insatisfeito, confuso e doente, necessita luz, amor, nimo, guia,
consolo e tudo isso s encontrar em Jesus atravs de seu testemunho.
O fermento sempre a Palavra sem nenhuma exceo- smbolo da corrupo
dos cristos que vivem o mistrio pascal com asmos de sinceridade e de verdade (I
Cor. 5: 7- 8). Compartilho a opinio da miniria fundamentada na Bblia, que entende
como semeadura de Mateus 13: 13 Lucas 13: 21, no sentido pejorativo. Col. 2: 8
podemos algo dessas trs medidas de fermento que tem infectado a Igreja desde o
princpio. de notar que nessa parbola compara com a semente de mostarda (Mt.
13:31-32; Lc. 13:18-19), que nos oferece na Igreja um fenmeno de gigantismo pelo
qual um arbusto troica sua natureza para uma rvore, cujas ramas servem de ninhos
para as avas do cu. Pode ser que seja essas aves mencionadas nos versos 4 e 19 do
mesmo captulo comparado cem Efsios 6: 12.
3. Base teolgica de uma tica de
compromisso
preciso advertir que quando nesta lio falamos de compromisso no
entendemos neste vocbulo em sua aceitao de acordo compe a vacilao
seno na entrega empenho e risco.
muito significativo que os puritanos calvinistas estejam pouco preocupados
pelos problemas que ecoam no mundo; inclusive os mais fervorosos em pregar o
Evangelho para salvar os homens perdidos e resgat-los do fogo do inferno, no
oferecem solues positivas para os graves problemas da pobreza, a fome, o
135
desemprego, a misria, a guerra. Isso inclusive os grupos dessa ideologia que nem
sequer se preocupam pela tarefa missionria da Igreja, esperando que o Esprito Santo
chegue aos seus ouvidos e capelas semidesertas ao que Deus tem destinado desde a
eternidade que havia de salvar.
Foram precisamente dois homens que criam na oferta universal de salvao a
todos os homens e os pioneiros da obra missionria por parte dos evanglicos ingleses.
Andrew Fuller (1754-1815) e William Carey (1761-1834) puseram o alicerce do
evangelho protestante por ter fugido tanto do hipercalvinismo e arminianismo. Em
efeito, uma teologia que pregue uma redeno limitada e rejeita a graa comum e a
oferta de salvao, indo contra a Palavra de Deus (Jo. 1: 9 a todo o homem Joo 3: 16
ao mundo sem restries - I Tm. 2: 4 verso decisivo I Joo 2: 2 propiciao por
nossos pecados eno somente pelos nossos, sim tambm para todo o mundo) Por
outra parte, se impede a Deus dar a iniciativa na obra da salvao com um gesto e
uma palavra ou um impulso, duvida-se que o Senhor que abre o corao escutar e
receber a mensagem (HECH. 16: 14). Uma equivocada interpretao de Ap. 3: 20 (fora
de seu contexto, como se as palavras de Cristo fossem dirigidas aos no convertidos,
quando na realidade so dirigidas Igreja), tm dado p a equvocos perigosos, no
negamos que pode haver possibilidades de alcanarmos bons futos, mas sero
resultados bem superficiais.
Ambos os extremos telogos, um pessimismo radical, do tipo calvinista, ou um
otimismo exagerado, do tipo arminiano ou neo-pelagiano, influenciam tambm
decisivamente na conduta do cristo em razo de seu compromisso nos problemas que
estabelecem as realidades temporrias. A verdadeira base bblica de uma tica de
compromisso consta os seguintes pontos doutrinais.
O homem caiou no pecado, mas fica nele alguns traos (ainda que ofuscados)
da imagem de Deus, o suficiente para sentir naquela nostalgia de Deus, como dizia
Agustn de Hipona em suas confisses: Nos fizeste Senhor para ti, o nosso corao
est perturbado at que descanse em ti. O fato da mesma, a insatisfao reinante e
desse aborrecimento existente que s o ser humano capaz de sentir, nos fala desse
abismo que h entre o corao do homem e que s se enche com o infinito, porque
tudo como cisternas que no retem gua (Jr. 2: 13). Isto que se chama os pontos
fracos do homem para o bem, para o Esprito; e o cristo deve sentir diante disso
uma imensa compaixo, como sentiu Jesus (Mt. 9: 36 e uma esperana de que ele
venha a amar - I Cor. 13: 7 - tudo espera).
-Tudo de bom que h no mundo, em todas as reas: trabalho, arte, cultura, a
verdade, a justia, a liberdade aceito por Deus e est abenoado pela sua
graa. Nenhum valor humano est destinado a perecer (Ap. 21: 26 e Is. 60: 11)
e a criao geme como dores de partom por ser redimiuda de um clima
inspito para o homem (Rm. 8: 19-23). No h dvida de que o Esprito de tios
trabalha no homem para iluminar, aliviar, dispor e judar em tudo, verdadeiro e
justo que se faz no mundo. Assim no nada melhor que o crente pode repetir
o famoso ditado de Terncio: "nihil humatti a me alienum puto" = nada do ser
humano considero alheio a mim. Nessa direo est a exortao de Paulo em
Fl. 4: 8.
136
137
Apesar do que pode deduzir-se atravs de (Mateus 5: 39; 26:52; Rm. 12:18-21)
muito difcil manter uma linha consistente, j tendo disposio no pacfica. Como diz
Gergia Harkness: O dilema do cristo no pacfico como continuar a mando os
inimigos de sua nao, enquanto buscam a maneira de destruir sua vida, propriedade e
poder. O dilema do pacifista como atuar para a estabilidade construtiva, enquanto
toda violncia e agressividade ao redor dele e de seus companheiros crm que a nica
soluo a fora militar... frente ao dilema da participao na guerra, o cristo deve
decidir por meio atravs da orao qual ser a deciso que deve ser tomada.
Enquanto que as Igrejas devem proclamar a mensagem de paz, educar para a
paz e dar o seu apoio s organizaes mundiais que lutam pela paz.
- A pena de morte. Este ooutro problema que os cristos no podem deixar de
preocupar. No h dvida de que a revelao do Velho Testamento da legtima
pena de morte primeiro pelo delito de homicdio (Gn. 9: 6), e depois do Sinai
por uma srie de causas, como pode ver especialmente nos captulos 21 e 22
de xodo. Ainda assim essa legislao era muito mais benigna que a dos pases
circunvizinhos, pois a lei de Hamurabbi, impunha a pena de morte at por
razes que mujitas vezes consederamos banais. Todavia no podemos basear
em nossos cristrios nestas legislaes nem nas modernas leis de pases
oficialmente cristos que tem mantido a pena de morte at os dias de hoje.
Ainda que seja difcil ser dogmtico, ousamos a dizer que o Novo Testamento
contrio a pena de morte. Jesus nos ensinou a amar os nossos inimigos e perdo-los.
Claramente isso mostra a mulher que foi surpreendida em adultrio (Jo. 8: 3-11) apesar
de tratar de um pecado de morte de acordo com a Lei, Jesus deu por abolida a Lei de
talin, impondo a lei do amor a todos (Mt. 5: 38-48). A Regra de Ouro (Mt. 7: 12), no
d lugar a vingana (Rm 12: 17-21) nos d claramente a mesma doutrina, resumida
assim em 13:10 o amor no faz mal ao prximo, pois o cumprimento da lei o amor.
Alm disso, o Novo Testamento traz razes muito fortes contra a pena de morte:
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- O nico doador da vida Deus, o nico que pode nos dar o tempo de vida
aqui na terra. Quem mata outro sert humano est usurpando o poder divino.
Por outro lado, a mensagem dop Evangelho redentor e enquanto Deus
conserva uma pessoa neste mundo porque Ele tem esperana nela.
- A pena de morte no soluciona nenhum problema: no indeniza o dano
causado pelo malfeitor: no diminue o nmero dos crimes, como demonstram
muitas estatsticas de vrios pases; estimula o esprito da vingana, etc. J
sabemos que quando em sua prpria pele a perda de um ente querido nas
mos de um assassino, difcil reprimir os sentimentos de vingana.
Por, pela pena de morte, a sociedade se declara impotente para redimir de sua
condio um criminoso, e renuncia reabilit-lo para uma vida normal, por meios
pedaggicos que ensina a avanada Psicologia Moderna. So muitos os fatores que
intervm na formao de uma mente criminosa, nem a famlia, nem a sociedade pode
atirar a primeira pedra quando se julkga uma pessoa a quem muitas vezes o medo, a
marginalizao, a incompreenso, etc tem encaminhado a vida do crime. O que falta
uma disciplina penitenciria que tome conscincia da dignidade do ser humano atravs
de mtodos reeducativos de acordo com avanos tecnolgicos da poca que vive.
Podemos dar um passo a mais e dizere que a pena de morte proibida pelo
Novo Testamento? Muitos no se agradariam em poder afimar, porm j temos dito que
no nos atreveramos a ser dogmtico nesta rea. A razo que Paulo, em Rm. 13: 35, ao falar dos magistrados como ministros de Deus, disse Porm se fizeres o mal,
tema, porque no sem motivo que ela traz a espada (v. 4). Um exegeta to
ponderado e competente como J. Murray disse assim em seu comentrio sobre
Romanos 13: 4:
A espada que o magistrado leva, como elemento mais significativo de seu equipamento militar,
no meramente um smbolo de sua autoridade, seno de seu direito a impor para imfligir a pena que
compete a infligir a espada. No necessrio supor que ao impor a espada tenha como finalidade
exclusiva de inflingir a pena de morte; tamb pode impor para inspirar o terror que a pena de morte
pode executar, assim como para impor um castigo inferior a morte. Mas excluir o direito a pena de morte
quando a natureza do crime requer, contrrio ao que a espada significa e executa. No necessitamos
apelar a outra fonte que o Novo Testamento est confirmando. A espada est associada com freqncia
morte como instrumento de execuo (cf. Mt. 26:52; Lc. 21:24; At. 12:2; 16:27; Hb. 11:34-37; Ap.
13:10), que excluir seu emprego para esse fim no caso presente teria sido arbitrrio, que ostentaria
prejuizo contrrio a evidncia... Assim o magistrado o vingador (da parte de Deus) ao executar o juzo
que se merea o criminoso por parte da ira de Deus. De novo descobrimos a sano que compete a
funo dos governantes; o agente da execuo da ira de Deus. E tambm vemos quo divergente dos
ensinamentos bblicos e o sentimentalismo que procura salvar os interesses do ofensor em lugar da
santificao de justia como base da retribuio do crime.
NOTAS DE ESCLARECIMENTO
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