Desigualdade e Exclusão Social Maura Pardini Veras
Desigualdade e Exclusão Social Maura Pardini Veras
Desigualdade e Exclusão Social Maura Pardini Veras
Como bem observou Fernand Braudel, os dois principais multiplicadores do capitalismo so a Moeda e a Cidade, ou seja, h uma
estreita relao entre mercado financeiro e mercado imobilirio, acarretando novas configuraes urbanas.
Essa dupla relao manifesta-se, entretanto, de forma multifacetada: enquanto os mercados financeiros se tornam cada vez mais imaterializados, desincorporados em novos produtos especulativos
e/ou virtuais, os nveis de concentrao nas cidades so mais elevados, e o solo urbano mais e mais valorizado por abrigar servios cada vez mais sofisticados ligados ao mesmo capital financeiro ou como
sedes das empresas multi ou transnacionais como o caso das cidades
globais (S. Sassen, 1998). Essa relao contraditria se explicita pelo
paradoxo de que quanto mais desterritorializadas as atividades no sentido de disperso geogrfica, maior a necessidade de controle e so as
grandes cidades que podem preencher esse papel (Castells, et al 1990
e Vras, 2002).
Embora seja uma frase emblemtica, Carol Willis (1995) reafirmou que a forma segue a finana (Roseta, 2000) ou seja, diferentes paisagens urbanas obedecem a diversas filosofias de desenho urbano mas
tambm diferentes frmulas do mercado imobilirio.
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Quanto mais avana o modo de produo capitalista, mais a cidade moldada a seus interesses. A metrpole passa a ser o grande
locus representativo da acumulao fordista, da aglomerao, da diviso taylorista de trabalho.
O solo urbano, embora produzido coletivamente e nisso o
Estado joga um papel primordial, pois instala os meios de consumo
coletivo: equipamentos e servios como a chamada infraestrutura (gua potvel, esgotamento sanitrio, servios de eletricidade, limpeza e
outros) apropriado individualmente por aqueles que podem paglos. O sistema de transporte coletivo, de ruas (sistema virio e sua
manuteno) geralmente so organizados, e muitas vezes, mantidos
pelo Estado. Polticas urbanas so regulatrias e indutoras de urbanizao e excludentes para os mais pobres.
Dessa forma, garantindo as condies de instalao de firmas
(de vrias naturezas, ou seja, industriais, comerciais ou servios) facilitando as condies gerais de produo, o Estado, com honrosas
excees, disciplinou os trabalhadores em locais de habitao distantes e, na tica economicista, a preos acessveis, ou seja, em periferias longnquas. O exemplo brasileiro dos conjuntos habitacionais
suficiente para revelar outra questo urbana recorrente: o papel do
Estado e das polticas urbanas.
Em sntese, a cidade capitalista dificulta seu consumo para os
pobres, pois vista como capital constante pelos proprietrios que
usam o ambiente construdo assim como usaram a mquina na
produo fabril. Na ausncia de oferta de habitaes salubres a preos
adequados demanda, que surgem solues precrias como as favelas, os loteamentos clandestinos e suas casas auto construdas na periferia.
E as polticas urbanas acabam, por insuficincia s vezes, e de
outras, por atrelarem-se esteira do capital privado, a reproduzir o
modelo que o de tentar colocar ordem, fazer a cidade funcionar
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Talvez se possa dizer que os estudiosos se dividem entre apocalpticos e integrados no que tange a globalizao e as virtualidades do
Infocosm, parafraseando U. Eco que poca, referia-se aos meios de
comunicao de massa. Mas inegvel, como j afirmado, que novas e
velhas questes urbanas se sobrepem na cidade contempornea.
Se a tela da TV, e do computador, passam a eliminar a preponderncia dos contatos face a face; se a nova janela das casas a terceira a televiso que regula o sono, o despertar, o dia e a noite, mais
do que a prpria natureza, ou seja, se a topologia eletrnica impregna
o ambiente construdo, interpenetrando pblico e privado, no nos
esqueamos que a Revoluo Industrial e que a Cidade do perodo
fordista j haviam introduzido grandes modificaes: a multido nas
ruas, o semforo, o relgio, os horrios dos bancos, do comrcio, o
apito das fbricas, j haviam-nos afastado da natureza e colocado no
ambiente artificial; novas rotinas, novos valores, a da Mercadoria.
Simmel, Weber, Marx, Durkheim at E. Allan Poe, todos na transio para o sculo XX chamavam a ateno para essa Segunda natureza nos termos de Lefbvre.
Mas essa cidade virtual poder trazer grandes alteraes: se com
a flexibilizao, com a terceirizao, etc., os homens passarem a trabalhar em suas casas se a produo for virtual, teremos uma situao de
no emprego, no transporte, no segregao, no importncia
do sistema virio e maior significado na telefonia e na fibra tica.
Revoluo na cidade e na produo! Contudo, preciso frisar
que esse um quadro-limite, pois ainda no se generaliza essa situao, em especial se considera a situao da cidade brasileira e So Paulo, como maior cidade do pas.
Mesmo o entusiasmo daqueles que vem na informatizao da
sociedade grandes potencialidades na luta pela cidadania (por exemplo, de uma favela pode-se acessar ao Louvre pela internet), no d
para anular as profundas desigualdades sociais, embora possa vir a
constituir-se canal de comunicao e educao.
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Indgenas banidos, massacrados, escravizados e depois transformados em minorias e em dependentes tutelados. Apesar dos direitos reconhecidos na Constituio Federal de 1988 - reconhecido o direito de organizao social, costumes, crenas, tradies e os direitos originrios sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo Unio demarca-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens8 - os indgenas ainda clamam por
sua cidadania na sua resistncia, lutas por identidade, memria, comeando a participar de partidos, associaes, reviso de terras, acampamentos nas cidades, buscando aliados em pases de outros continentes que apiem suas causas.
Tambm nossas relaes sociais continuam fraturadas por vrias questes como as de etnia, gnero e identidade. A forma de nossa
colonizao engendrou diferenas de raas, classes, simbolizadas na
mestiagem. A noo de alteridade muito significativa aqui para ex-
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plicar as relaes de xenofobia e estranhamento diante do Outro (estrangeiro, imigrantes), uma nova questo nacional.
Touraine declarava o contraste entre o pensamento latinoamericano e o europeu; este se organizou durante muito tempo em torno
do tema das classes sociais como centralidade. Na Amrica Latina, a
dualizao da economia e da sociedade introduz uma dualidade de noes: a nao
o espao dos cidados, a massa o modo de existncia dos excludos. O povo a
imagem mtica de uma reunificao desejada, mas longnqua de sociedade.9
A situao do negro na sociedade brasileira permanece como
uma das mais graves e perversas fraturas: a escravido (que era tolerada pela Igreja, apesar de vozes isoladas contrrias), encarando-os como capital fixo ou circulante, na sua produtividade e seus custos. E
essa situao extrapolou o sculo XIX, marcando a insero do negro
no sculo XX. Ainda hoje, discriminao e preconceito so visveis no
mercado de trabalho e na segregao urbana. Hoje, movimentos de
defesa, resgatar razes, so freqentes.
Sem apresentar o mesmo tipo de gueto de Los Angeles ou Chicago, a cidade brasileira apresenta seus enclaves tnicos. Nos Estados
Unidos, o conceito de raa evidente e no negado (basta ter ascendente negro e assim considerado), diferentemente do Brasil, onde, conforme Silva,10 a prpria importncia da raa como categoria
analtica questionada, canalizando a interpretao do enclave tnico
para uma questo econmica apenas.
Deve-se registrar, ainda, a questo feminina, por alguns considerada a mais radical, antiga, muitas vezes acoplada questo tnica
(indgena e negra) que hoje ganha grande visibilidade poltica.
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Os estudos de L. Kowarick voltam-se aos contingentes espoliados na cidade capitalista (favelados em especial) como despojados dos
direitos mnimos de vida digna, sem cidadania, excludos dos benefcios urbanos.
Cabe destaque, no panorama dos anos 70, ainda, aos trabalhos
de Manuel T. Berlinck, Marialice M. Forachi, ao volume organizado
O termo parece ter sido usado pela primeira vez por R. Park (Human migration and the
marginal man, 1928), fiel aos princpios da Escola de Chicago, j esboados nesta
introduo. Entre outros, verificar F. H. Cardoso et al. Sobre teoria e mtodo em sociologia. So
Paulo: Cebrap, 1971, em esp. Comentrios sobre os conceitos de superpopulao relativa e
marginalidade: Luiz Pereira. Estudos sobre o Brasil contemporneo. So Paulo: Livraria Pioneira
Editora, 1971, em esp. Populaes marginais: Maria Clia Paoli. Desenvolvimento e
marginalidade. Livraria Pioneira Editora, 1974.
12 Cf. Francisco de Oliveira. A economia brasileira: crtica razo dualista (1981), em que critica
teses cepalinas, procurando reverter anlises brasileiras centradas na descrio do
subdesenvolvimento e que atriburam nossos males existncia de 2 brasis. Destaca a
importncia de F. H. Cardoso e Enzo Faletto. Dependncia e desenvolvimento na Amrica Latina
(1970). Tambm Jos Nun, Anbal Quijano, Luiz Pereira so referncias nesse sentido.
13 Capitalismo e marginalidade na Amrica Latina. (1975) Rio de Janeiro: Paz e Terra e A espoliao
urbana. (1979) Rio de Janeiro: Paz e Terra.
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Verificar Lcio Kowarick. A lgica da desordem. In: Espoliao urbana. (1979). Paul Singer
(1976) Economia Poltica da urbanizao.
17 Janice Perlman. Op. cit., p. 195 (grifos nossos).
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Entre muitos autores, M. de Lourdes M. Covre (org.) A cidadania que no temos. So Paulo:
Brasiliense, 1986, em que participo, juntamente com Nabil Bonduki, tratando da questo
habitacional, as polticas oficiais e as lutas pelo direito moradia.
19 Paul Singer (1980) Economia poltica da urbanizao. So Paulo: Brasiliense. Em especial:
Urbanizao, dependncia e marginalidade na Amrica Latina.
20 Milton Santos (1987) O espao do cidado. So Paulo: Nobel.
21 Milton Santos, Op. cit., p. 19. O autor no utiliza explicitamente o termo excluso.
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Chama-se a ateno, aqui, para que o termo excluso seja concebido como expresso das contradies do sistema capitalista e no
como estado de fatalidade. E preciso vivenciar a contradio que se
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Ibidem, p. 19.
Ibidem, p. 20.
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colorido das fices da comunicao de massa, permitindo certa unificao ideolgica, apesar das desigualdade material.
O destaque dado pelo Autor fora da colonizao do imaginrio do homem comum, atravs do consumismo dirigido, dirige-se
caracterizao de que a nova desigualdade gera dois mundos, uma sociedade dupla, de duas partes que se excluem reciprocamente, mas parecidas por conterem algumas mesmas mercadorias e as mesmas idias individualistas e competitivas. S que as oportunidades no so iguais, o valor dos bens diferente, a ascenso social bloqueada. Apesar disso, um bloco de idias falso, enganador e mercantilizado acena para o homem moderno colonizado que passa a imitar, mimetizar os ricos e a pensar que nisso reside a igualdade.36
a sociedade da imitao, da reprodutibilidade e da vulgarizao, no lugar da criao e do sonho.
Em sntese, considerando que o conceito de excluso um equvoco, uma fetichizao que retrata imperfeitamente processos de
incluso, precria, instvel e marginal, no conunto das dificuldades e
dos lugares residuais na sociedade atual, Martins conclui que a palavra
excluso no nova.A sociedade capitalista nasce com excludos;
sua mxima respeitar o mercado, desenraizando e brutalizando a todos essa a sua regra estruturante para depois incluir, segundo sua
prpria lgica. O campons, por exemplo, vai para a cidade pretendendo ser operrio industrial. S que a nova dinmica capitalista exclui e
demora para incluir e a comea a tornar visvel o que se chamou de
excluso. Em outras palavras, o momento transitrio da passagem de
excluso est se transformando num modo de vida que permanece: o
modo de vida do excludo que no consegue ser reincludo. E tal modo
de vida compromete sua dignidade, sua capacidade de ser cidado, sua
condio humana, do ponto de vista moral e poltico.
Ver Morin, E. (1969). Cultura de massas no sculo XX. Rio de Janeiro: Forense e tambm
Lefbvre, U. (1972) La vida cotidiana em el mundo moderno. Madri: AlianzaEditorial.
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41 Ibidem,
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autor faz aqui referncia ao conceito de Estado em M. Weber (1970) Poltica como
vocao. So Paulo: Ed. Cultrix. como o detentor do monoplio legal da violncia.
43 Oliveira, F. de. Op. cit., 1997:15.
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Outro autor, partindo de uma preocupao de construir epistemologicamente e sociologicamente o conceito de excluso social, Luciano Oliveira acaba por concordar com vrias das posies at
aqui esboadas pelos autores citados e oferece um bom panorama da
questo, em interessante artigo.45
Citando que o fenmeno assume feies dramticas, tambm
no mundo desenvolvido (o caso da Frana importante registro por
trazer expresses dirigidas s pessoas pobres como quarto mundo,
nova pobreza e a prpria excluso, desde os anos 60), e parece reconhecer uma especificidade gerada a partir da dcada de 80, como um
desemprego estrutural que quase um subproduto do prprio avano
cientfico e tecnolgico (que libera mo-de-obra) e da precarizao de
relao de trabalho. No Brasil, sobretudo, h uma nova ciso que a
de includos x excludos.
Como j foi exposto por outros autores, o balano dos diversos
significados atribudos ao termo demonstra uma ampla difuso de usos, abrangendo desde o sentido de minorias (negros, homossexuais,
deficientes fsicos), como desempregados, pobres, sem-habitao,
sem-teto etc. Tradicionalmente, o termo se aplicou a favelados, menino de rua, catadores de lixo, periferias, um lmpen, ou a um certo tipo
de privao, discriminao ou banimento.
Ibidem, p. 12.
Os excludos existem? Notas sobre a elaborao de um novo conceito. Revista Brasileira de
Cincias Sociais. So Paulo, ANPOCS, n 33, ano 12, fevereiro de 1997, p. 49-60.
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Nascimento, Elimar. Hiptese sobre a nova excluso social. Cadernos CHR, n 21,
Salvador, 1994.
47 Oliveira, Luciano. Op. Cit., p. 52.
48 Oliveira, Francisco. (1981) Economia Brasileira crtica razo dualista. Petrpolis. RJ.:
Vozes/Cebrap.
49 Oliveira, Luciano. Op. cit., p. 53.
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do com a dualidade, quase permanente, o que se depreende do aumento substantivo dos gastos com segurana, transformando-os em
florescente rea de investimento (vigilncia, eletrnica, blindagem de automveis,
guardas privados etc. (...) O conceito de excluso tem uma razo terica, mas, sobretudo, tica e poltica: ele que nos interpela sobre a natureza da polis que estamos construindo.51
Convm registrar a grande contribuio para o debate dos anos
90 sobre o conceito de excluso, realizada por Aldaza Sposati52 que
procura espacializar a desigualdade do espao urbano no municpio de
So Paulo, utilizando de metodologia cuidadosa e multidimensional,
combinando indicadores de autonomia, qualidade de vida, desenvolvimento humano e equidade. Procura chamar a ateno para a percepo dos profundos contrastes da cidade de So Pulo e fundamentar a importncia de uma lei orgnica de assistncia social.
Lcio Kowarick atualiza a pesquisa sobre o tema da desigualdade e iniqidade sociais, contextualizando-o no subdesenvolvimento
industrializado, na existncia do subcidado pblico.53
H ainda, vrios trabalhos recentes54 sobre o tema da excluso
social; destes, pode-se citar a publicao de diferentes textos sobre
pesquisas a respeito do tema por equipe do Rio Grande do Sul,55 en51 Oliveira,
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