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Não Cabimento Da Ação de Regresso

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ART.

37,6DACONSTITUIOFEDERALDE88
O art. 37, 6 da Constituio da Repblica trata da responsabilidade civil da
Administraopblica,nosseguintestermos:
6 Aspessoas jurdicas de direitopblico eas de direito privado
prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus
agentes,nessaqualidade,causarematerceiros, asseguradoodireito
deregressocontraoresponsvelnoscasosdedoloouculpa.
(grifomeu)

Esse dispositivo constitucional supratranscrito aplicase s entidades com


personalidadejurdicadedireitopblicoeestendesespessoasjurdicasdedireitoprivado
delegatriasdeserviospblicos.
Almdisso,convmressaltarqueessanormanoserestringeaosatospraticadospor
servidores pblicos, alcanando tambm qualquer pessoa no desempenho de funes
estatais,como,porexemplo,osempregadosdasentidadesdedireitoprivadodelegatrias
de servios pblicos. Esclarecendo a questo, Digenes Gasparini assim conceitua os
agentespblicos:
Agentespblicossotodasaspessoas,fsicasoujurdicas,quesobqualquerliame
jurdicoealgumasvezessemeleprestamserviosAdministraoPblicaourealizam
atividadesqueestosobsuaresponsabilidade.
2.CONCEITODECULPA
afaltacometidacontraumdever,poraoouomisso,pelainobservnciade
dilignciaquedeveriaserobservadaquandodaprticadeumato,aqueseestobrigado.
Existeumbrocardojurdicoquedizdaessnciadaculpa:"Culpanompotestimputariei,qui
nonfacit,quodfacerenontenebatur",cujatraduo:nosepodeimputarculpaaquem
nofezoquenoeradesuaobrigao.

2.1MODALIDADESDECULPA:

2.1.1IMPRUDNCIA
Prticadeumfatocriminoso.aculpadequemage(ex.:passarnofarolfechado).
Decorredeumacondutaomissiva.

2.1.2NEGLIGNCIA
aculpadequemseomite.afaltadecuidadoantesdecomearaagir.Ocorre
sempre antes daao (ex.: no verificar osfreios do automvel antesde coloclo em
movimento).

2.1.3IMPERCIA
a falta de habilidade no exerccio de uma profisso ou atividade. No caso de
exercciodeprofisso,se,almdehaverafaltadehabilidade,noforobservadaumaregra
tcnicaespecficaparaoato,haveraimperciaqualificada.Difereseaimperciadoerro
mdicovistoqueestenodecorresomentedaimpercia,podendodecorrertambmde
imprudnciaounegligncia.
3.DONOCABIMENTODAAODEREGRESSO.

NocasodedanopraticadoaparticularporumagentedaAdministraopblica,esta
responderperanteavtimadeformaobjetiva,combasenateoriadoriscoadministrativo,
aopassoqueoagentepblicoresponderemregressoperanteaAdministraodeforma
subjetiva,dependendo dacomprovao de culpaou dolo do agente, namodalidade de
culpacomum.

UNIO FEDERAL. ACIDENTE DE TRNSITO. DIREITO DE


REGRESSO. CULPA DO AGENTE PBLICO NO DEMONSTRADA.
IMPROVIMENTO.I.Paraqueseacolhaodireitoderegressocontrao
servidor, necessria a comprovao de que esse atuou de modo
dolosoouculposo.II.AsalegaesdaUnioFederalencontramse
divorciadasdoconjuntoprobatrio,notendotrazidoqualquerprova
capazdedemonstraracondutaculposadoApelado.III.Apelaoe

RemessaNecessriaaquesenegamprovimento.

(TRF2AC:2307102000.02.01.0182301,Relator:Desembargador
Federal REIS FRIEDE, Data de Julgamento: 27/07/2005, STIMA
TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicao: DJU
Data::05/08/2005Pgina::295).

Quandoumagentepblico,noexercciodesuaatividade,praticaumatoquecausa
dano a um particular, surge o dever da Administrao Pblica de reparar esse dano.
Conformedispostono6doart.37daConstituio,oEstadotemodeverdeindenizaros
danosqueseusagentes,atuandonessaqualidade,causematerceiros.Paraessetipodeato
comissivo,foiadotada,comoregra,ateoriadoriscoadministrativo,cujoprecursorfoio
jurista francs Lon Duguit. Essa teoria est baseada na ideia de que a atividade
administrativa gera risco de dano para os administrados, cabendo ao Estado a
responsabilidadepelosdanoseventualmentecausados.Esseriscodevesersuportadopor
todos,jqueaatividadedoEstadodesenvolvidaparatodos.

RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRNSITO


ENVOLVENDO VECULO DO EXRCITO BRASILEIRO. DANOS
CAUSADOS A VECULOS CIVIS. PREJUZOS SUPORTADOS PELA
UNIO FEDERAL. AO REGRESSIVA EM FACE DO AGENTE
PBLICO CONDUTOR DO VECULO MILITAR. ART. 37, 6, DA
CONSTITUIOFEDERAL.RESPONSABILIDADESUBJETIVA.CULPA
OUDOLONODEMONSTRADOS.IMPOSSIBILIDADE.1.Oart.37,
6, da Constituio da Repblica estabelece a responsabilidade
objetiva das pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito
privadoprestadorasdeserviospblicospordanosqueseusagentes,
nessaqualidade,causarematerceiros.Todavia,odispositivoassegura
odireitoderegressodapessoajurdicacontraoagentenoscasosde
doloouculpa.2.Aapelanteapiasenoinquritomilitarenolaudo

doInstitutodeCriminalsticadaSecretariadeSeguranaPblicado
Estado de Gois para impingir ao apelado a conduta negligente,
aduzindo que o mesmo conduzia o veculo de forma dispersiva,
desatentovelocidadeedevidadistnciadoveculoquetrafegava
sua frente. 3. O laudo do Instituto de Criminalstica revela que o
peritonodetectouexcessodevelocidadenoveculoconduzidopelo
apelado. 4. Embora conste afirmao de que a unidade conduzida
peloapeladonotransitavacomadevidadistnciadeseguranado
veculoseguinte,olaudonoexplicacomochegouatalconcluso.Se
operitonologroudemonstraremquevelocidadestransitavamos
veculos,nohelementosquedemonstremqualseriaadistnciade
seguranarecomendvel.5.Aconclusodolaudo,noqueserefere
distnciadesegurana,noseembasouemelementosconcretosou
mesmo clculos minimamente precisos, mas, sim, em um juzo de
probabilidadeestabelecidoapartirdoexamevisualdascircunstncias
psacidente. 6. No obstante a atribuio de responsabilidade ao
apelado,emsededeinquritomilitar,nohqualquerexametcnico
doeventoporpartedasautoridadesmilitares,oumesmoevidncia
concreta, mas tosomente referncias vagas s condies em que
supostamente teria ocorrido o acidente, sendo, portanto,
absolutamente inconsistentes verificao de efetiva existncia de
culpanacondutadomilitar.7.ApelaodaUnioimprovida.

(TRF1 AC: 24869 GO 2001.01.00.0248697, Relator:


DESEMBARGADORA FEDERALSELENE MARIA DEALMEIDA,Data
deJulgamento:03/04/2006,QUINTATURMA,DatadePublicao:
20/04/2006DJp.46)

Sobreotema,verificasequehtendnciadoSTFdeconsolidaroentendimentono
sentidodequeoagentepblicocausadordodanoparteilegtimaparafigurarnopolo
passivodaaoindenizatriaajuizadapelavtima,devendo responderapenasemao
regressivamovidapeloEstado.

RECURSO

EXTRAORDINRIO.

ADMINISTRATIVO.

RESPONSABILIDADEOBJETIVADOESTADO:6DOART.37DA
MAGNA CARTA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. AGENTE
PBLICO(EXPREFEITO).PRTICADEATOPRPRIODAFUNO.
DECRETODEINTERVENO.O6doartigo37daMagnaCarta
autorizaaproposiodequesomenteaspessoasjurdicasdedireito
pblico, ou as pessoas jurdicas de direito privado que prestem
servios pblicos, que podero responder, objetivamente, pela
reparao de danos a terceiros. Isto por ato ou omisso dos
respectivosagentes,agindoestesnaqualidadedeagentespblicos,e
no como pessoas comuns. Esse mesmo dispositivo constitucional
consagra, ainda, dupla garantia: uma, em favor do particular,
possibilitandolhe ao indenizatria contra a pessoa jurdica de
direitopblico,oudedireitoprivadoquepresteserviopblico,dado
quebemmaior,praticamentecerta,apossibilidadedepagamentodo
danoobjetivamentesofrido.Outragarantia,noentanto,emproldo
servidor estatal, que somente responde administrativa e civilmente
peranteapessoajurdicaacujoquadrofuncionalsevincular.Recurso
extraordinrioaquesenegaprovimento.
(STFRE:327904SP,Relator:CARLOSBRITTO,Datade
Julgamento:15/08/2006,PrimeiraTurma,DatadePublicao:DJ
08092006PP00043EMENTVOL0224603PP00454RNDJv.8,n.
86,2007,p.7578)

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