Livro Aee
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Orientao Pedaggica
Presidente
Luiz Incio Lula da Silva
Ministrio da Educao
Fernando Haddad
Secretrio de Educao a Distncia
Ronaldo Mota
Secretria de Educao Especial
Cludia Pereira Dutra
icha Tcnica
S
D
C
S
D
C
P
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I
I
rojeto Grfico
Ccero Monteferrante - monteferrante@hotmail.com
eviso
Adriana A. L. Scrok
mpresso e Acabamento
Grfica e Editora Cromos - Curitiba - PR - 41 3021-5322
lustraes
Alunos da APAE de Contagem - Minas Gerais
Alef Aguiar Mendes (12 anos)
Felipe Dutra dos Santos (14 anos)
Marcela Cardoso Ferreira (13 anos)
Rafael Felipe de Almeida (13 anos)
Rafael Francisco de Carvalho (12 anos)
PREFCIO
O Ministrio da Educao desenvolve a poltica de educao inclusiva que pressupe a
transformao do Ensino Regular e da Educao Especial e, nesta perspectiva, so implementadas diretrizes
e aes que reorganizam os servios de Atendimento Educacional Especializado oferecidos aos alunos com
deficincia visando a complementao da sua formao e no mais a substituio do ensino regular.
Com este objetivo a Secretaria de Educao Especial e a Secretaria de Educao a Distncia
promovem o curso de Aperfeioamento de Professores para o Atendimento Educacional Especializado,
realizado em uma ao conjunta com a Universidade Federal do Cear, que efetiva um amplo projeto de
formao continuada de professores por meio do programa Educao Inclusiva: direito diversidade.
Incidindo na organizao dos sistemas de ensino o projeto orienta o Atendimento Educacional
Especializado nas salas de recursos multifuncionais em turno oposto ao freqentado nas turmas comuns
e possibilita ao professor rever suas prticas luz dos novos referenciais pedaggicos da incluso.
O curso desenvolvido na modalidade a distncia, com nfase nas reas da deficincia fsica,
sensorial e mental, est estruturado para:
- trazer o contexto escolar dos professores para o foco da discusso dos novos referenciais para
a incluso dos alunos;
- introduzir conhecimentos que possam fundamentar os professores na reorientao das suas
prticas de Atendimento Educacional Especializado;
- desenvolver aprendizagem participativa e colaborativa necessria para que possam ocorrer
mudanas no Atendimento Educacional Especializado.
Nesse sentido, o curso oferece fundamentos bsicos para os professores do Atendimento
Educacional Especializado que atuam nas escolas pblicas e garante o apoio aos 144 municpios-plo
para a implementao da educao inclusiva.
APRESENTAO
P
A
ara tratar do tema desta formao, imprescindvel conhecer o que nos move neste
projeto o direito de todos a uma escola de todos e para todos, sem excluses,
discriminao e preconceitos.
Coordenao do Projeto.
SUMRIO
CAPTULO I
EDUCAO ESPECIAL: tratamento diferenciado que leva incluso ou excluso de direitos?......................13
Qual o fator de diferenciao (discrmen) que invocado para a indicao de servios de Educao Especial
ou Atendimento Educacional Especializado?......................................................................................................................................16
Qual o direito visado? ...............................................................................................................................................................................16
A diferenciao feita leva a qualquer forma de negao ao exerccio de direitos?.......................................................................17
H justificativas (razoabilidade) para a adoo desse tipo de tratamento diferenciado? ...........................................................18
Trata-se de tratamento diferenciado que implica exerccio separado de direitos, ou que fere em
si mesmo o direito igualdade? ..............................................................................................................................................................19
Finalmente: h obrigatoriedade de aceitao do Atendimento Educacional Especializado?....................................................19
Concluso... .................................................................................................................................................................................................20
CAPTULO II
Atendimento Educacional Especial: aspectos legais....................................................................................................25
1. O que diz a Constituio Federal? ...................................................................................................................................................25
2. Existe viabilidade prtica em se receber TODOS os alunos? .....................................................................................................26
3. Quanto ao preferencialmente constante da Constituio Federal, art. 208, inciso III .....................................................26
4. A LDBEN, a Educao Especial e o Atendimento Educacional Especializado .....................................................................27
5. A LDBEN e as inovaes trazidas pelo Decreto n 3.956/2001 (Conveno da Guatemala) .............................................29
6. Instituies especializadas e escolas especiais podem oferecer Ensino Fundamental? ..........................................................31
7. Como devem ficar as escolas das instituies especializadas? ....................................................................................................32
8. Sugestes de reas de atuao das instituies/escolas especiais ................................................................................................33
9. Como cumprir a Constituio Federal e a Conveno da Guatemala?...................................................................................35
10. Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais ......................................................................................................37
11. Sobre a necessria evoluo interpretativa de outras normas: integrao x incluso...........................................................37
12. Condies para a incluso escolar de alunos com deficincia .................................................................................................38
Quanto ao Atendimento Educacional Especializado na Educao Infantil .........................................................................38
Quanto surdez e deficincia auditiva ..........................................................................................................................................39
Quanto deficincia fsica................................................................................................................................................................40
Quanto cegueira ou deficincia visual .....................................................................................................................................40
Quanto deficincia mental ............................................................................................................................................................41
CAPTULO III
Educao Inclusiva - Orientaes pedaggicas ............................................................................................................45
1. O desafio da incluso ..........................................................................................................................................................................45
2. Mudanas na organizao pedaggica das escolas ........................................................................................................................47
3. Como ensinar a turma toda? .............................................................................................................................................................50
4. E as prticas de ensino? .......................................................................................................................................................................53
5. Que tipos de atividades e quais os processos pedaggicos? ........................................................................................................53
6. Como avaliar?........................................................................................................................................................................................54
7. Finalmente... .........................................................................................................................................................................................55
8. Dvidas mais frequentes .....................................................................................................................................................................56
CAPTULO I
A utilizao da
frmula aristotlica, pura e
simplesmente, j demonstrou
que, em certos casos, pode at
configurar uma conduta
discriminatria. Esta frmula,
em razo de sua sabedoria,
jamais foi alterada, mas vem
sendo
constantemente
aprimorada.
A
doutrina
e
jurisprudncia
existentes
oferecem como soluo o
imperativo de tratamento igual
difcil
encontrarmos situaes de
excluso que contam com a
aprovao de profissionais do
Direito, mesmo aps valerem-se
dos critrios apontados pela
doutrina para a aplicao do
princpio da igualdade, que se
baseiam fundamentalmente,
como mencionamos, na anlise
da razoabilidade ou no de
determinado
tratamento
diferenciado. Como exemplo,
13
Captulo I - EDUCAO ESPECIAL: tratamento diferenciado que leva
incluso ou excluso de direitos?
14
15
Captulo I - EDUCAO ESPECIAL: tratamento diferenciado que leva
incluso ou excluso de direitos?
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Captulo I - EDUCAO ESPECIAL: tratamento diferenciado que leva
incluso ou excluso de direitos?
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H justificativas (razoabilidade)
para a adoo desse tipo de
tratamento diferenciado?
Sim, na maioria das vezes3. Os alunos com
deficincia tm limitaes fsicas, sensoriais ou intelectuais
significativas por definio e, muitas vezes, para poderem
se relacionar com o ambiente necessitam de instrumentos
e apoios que os demais alunos no necessitam.
Trata-se de tratamento
diferenciado que implica exerccio
separado de direitos, ou que fere
em si mesmo o direito
igualdade?
19
Finalmente: h obrigatoriedade de
aceitao do Atendimento
Educacional Especializado?
No. O ensino que nossa Constituio prev
como obrigatrio o Fundamental, o Atendimento
Educacional Especializado, bem como qualquer um
dos apoios e instrumentos que ele compreende, uma
faculdade do aluno ou seus responsveis. Sendo assim,
ele jamais poderia ser imposto pelo sistema de ensino,
ou eleito como condio para aceitao da matrcula
do aluno em estabelecimento comum, sob pena de
acarretar restrio ou imposio de dificuldade no
acesso ao direito educao.
Concluso...
Sabemos que tais consideraes esto
bastante longe do que vem sendo praticado na
maioria das escolas brasileiras, as quais se acham no
direito de matricular apenas os alunos que julgam
terem condies de freqentar suas salas de aula,
como se no bastasse o fato de ser uma criana ou
adolescente na idade prpria para essa matrcula.
20
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Captulo I - EDUCAO ESPECIAL: tratamento diferenciado que leva
incluso ou excluso de direitos?
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CAPTULO II
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Captulo II - Atendimento Educacional Especial: aspectos legais
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3. Quanto ao preferencialmente
constante da Constituio Federal,
art. 208, inciso III
Esse advrbio refere-se a Atendimento
Educacional Especializado. Trata-se do atendimento que
O
entendimento
equivocado
desse
dispositivo tem levado concluso de que possvel a
substituio do ensino regular pelo especial. A
interpretao a ser adotada deve considerar que essa
substituio no pode ser admitida em qualquer
hiptese, independentemente da idade da pessoa. Isso
decorre do fato de que toda a legislao ordinria tem
que estar em conformidade com a Constituio
Federal. Alm disso, um artigo de lei no deve ser lido
isoladamente. A interpretao de um dispositivo legal
precisa ser feita de forma que no haja contradies
dentro da prpria lei.
A interpretao errnea que admite a
possibilidade de substituio do ensino regular pelo
especial est em confronto com o que dispe a prpria
LDBEN em seu artigo 4, inciso I22 e em seu artigo
63 e com a Constituio Federal, que tambm
determina que o acesso ao Ensino Fundamental
obrigatrio (art. 208, inc. I).
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Captulo II - Atendimento Educacional Especial: aspectos legais
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5. A LDBEN e as inovaes
trazidas pelo Decreto n
3.956/2001 (Conveno da
Guatemala)
Posterior LDBEN, surgiu uma nova
legislao que, como toda lei nova, revoga as
disposies anteriores que lhe so contrrias ou
complementa eventuais omisses. Trata-se da
Conveno Interamericana para a Eliminao de
Todas as Formas de Discriminao contra a Pessoa
Portadora de Deficincia, celebrada na Guatemala.
O Brasil signatrio desse documento, que
foi aprovado pelo Congresso Nacional por meio do
Decreto Legislativo n 198, de 13 de junho de 2001, e
promulgado pelo Decreto n 3.956, de 8 de outubro
de 2001, da Presidncia da Repblica.
Portanto, no Brasil, ele tem tanto valor
quanto uma lei ordinria, ou at mesmo (de acordo
com o entendimento de alguns juristas) como norma
constitucional, j que se refere a direitos e garantias
fundamentais da pessoa humana, estando acima de
leis, resolues e decretos.
Trata-se de documento que exige, agora mais
do que nunca, uma reinterpretao da LDBEN. Isso
porque a LDBEN, quando aplicada em
desconformidade com a Constituio (como visto no
item anterior), pode admitir diferenciaes com base
em deficincia, que implicam em restries ao direito
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Captulo II - Atendimento Educacional Especial: aspectos legais
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6. Instituies especializadas e
escolas especiais podem oferecer
Ensino Fundamental?
A LDBEN trata no seu ttulo V Dos Nveis e
das Modalidades de Educao e Ensino. De acordo com
o artigo 21, a educao escolar composta pela educao
bsica e pelo ensino superior. A educao bsica, por sua
vez, composta das seguintes etapas escolares: Educao
Infantil, Ensino Fundamental e Mdio.
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Captulo II - Atendimento Educacional Especial: aspectos legais
entendido
como
Atendimento
Educacional
Especializado, nos termos da Constituio Federal,
sob pena de incompatibilidade.
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Captulo II - Atendimento Educacional Especial: aspectos legais
estas
matriculem
as
crianas
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responsvel
pelo
encaminhamento
7.853/89, artigo 8.
de
acompanhar/cursar
as
escolas
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Captulo II - Atendimento Educacional Especial: aspectos legais
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Captulo II - Atendimento Educacional Especial: aspectos legais
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Captulo II - Atendimento Educacional Especial: aspectos legais
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Captulo II - Atendimento Educacional Especial: aspectos legais
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CAPTULO III
Hanna Arendt
1. O desafio da incluso
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Captulo III - Educao Inclusiva Orientaes pedaggicas
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2. Mudanas na organizao
pedaggica das escolas
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Captulo III - Educao Inclusiva Orientaes pedaggicas
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Captulo III - Educao Inclusiva Orientaes pedaggicas
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Captulo III - Educao Inclusiva Orientaes pedaggicas
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Captulo III - Educao Inclusiva Orientaes pedaggicas
4. E as prticas de ensino?
6. Como avaliar?
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Em
avaliaes
dessa
natureza,
apreciamos, entre outros aspectos,
os
progressos do aluno na organizao dos
estudos, no tratamento das informaes
e na participao na vida social. Desse
modo, muda-se o carter da avaliao que,
usualmente, praticada nas escolas e que tem
fins meramente classificatrios. A inteno
dessa modalidade de avaliar levantar dados
para melhor compreenso do processo de
aprendizagem e para o aperfeioamento da
prtica pedaggica. Para alcanar sua nova
finalidade, a avaliao ter, necessariamente, de
ser dinmica, contnua, mapeando o processo
de aprendizagem dos alunos em seus avanos,
retrocessos, dificuldades e progressos.
Vrios so os instrumentos que podem
ser utilizados para avaliar, de modo dinmico,
os caminhos da aprendizagem, como: os
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Captulo III - Educao Inclusiva Orientaes pedaggicas
7. Finalmente...
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Captulo III - Educao Inclusiva Orientaes pedaggicas
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Captulo III - Educao Inclusiva Orientaes pedaggicas
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