Portifólio Edne Maués
Portifólio Edne Maués
Portifólio Edne Maués
Edne Maus
Edne Maus Icoaraci\PA 1990
professor de Lngua e Literatura, formado pela Universidade do Estado do Par (UEPA), um artista
que circula por variadas reas do conhecimento, fotgrafo, documentarista e cineclubista. Integra o
Ncleo de Pesquisas Culturas e Memrias Amaznicas (CUMA\CCSE). Participa do Coletivo Amaznia em
Chamas, criado para divulgar notcias que a grande mdia no veicula sobre as debilidades histricas da
regio.
VIDA No ano de 2015, foi premiado pelo Programa SEIVA, da Fundao Cultural do Par, para realizar o
mdia.doc Sarac, o ser dos Campos , que se encontra em fase de finalizao. Atualmente, seu trabalho
est voltado para a pesquisa etnogrfica dos Saberes e Fazeres presentes na Ilha de Maraj, uma
referncia no conhecimento da fauna e da flora da regio. A convite da arqueloga Cludia Cunha,
participa em jan-fev\2017 de um estgio destinado a analisar os crnios pintados de indgenas que foram
encontrados em contextos funerrios nos stios do Camuntins\Maraj.
O termo vem da lngua Munduruku, designa um espao ancestral, habitado em tempos antigos, facilmente
localizado pela presena de vestgios. Essa referncia lingustica foi usada para dar nome a srie que integra
fotografias referentes aos achados arqueolgicos na grande Ilha de Maraj. As fotos foram tiradas em Santa Cruz,
Cachoeira do Arari e Ponta de Pedras. Por ser um espao de sucessivas habitaes de longa durao, as reas de
Catn terra preta arqueolgica so extensas no territrio. Por vezes, os nativos, ao capinar uma roa, ou manejar um
gado, encontram vestgios cermicos de antigas civilizaes, designados por eles como cacos de ndio. A saber, a
ilha de Maraj o lugar onde floresceu a Cultura Cermica mais importante do Brasil. Os indgenas dessa fase
construram grandes elevaes de terra (tesos), afim de se proteger da gua que alagava os campos no perodo
de inverno. Nesses tesos eles sediavam suas casas, plantaes e enterravam seus mortos em grandes potes de
cermica\urnas funerrias, as famosas Igaabas.
Igaabas, decorao em policromia, Acervo Museu do Maraj, vrios stios Cachoeira do Arari, 2014\18-55 mm.
Estatueta\Totem, pintura vermelha sobre engobo branco inciso e exciso, achado por Miguel Malato, no stio Santa Luzia Santa Cruz do Arari, 2016\18-55 mm.
Fragmento de Igaaba com motivo circular, pintura vermelha sobre engobo branco, achado por Michel Tavares, no stio Pacoval (Teso do ndio) Santa Cruz do Arari, 2016\18-55 mm.
Machado (pedra de raio), achado por Luciliano Serra, no stio Chipai Cachoeira do Arari, 2013\18-
200 mm.
Machados (pedras de raio), acervo Museu do Maraj, vrios stios Cachoeira do Arari, 2014\18-55
mm.
Garrafa em grs holands, encontrada por Reinaldo Serra, no stio Chipai Cachoeira do Arari, 2013\18-
200 mm.
Fragmentos de garrafa em grs holands, acervo Edne Maus, stios Piqui Cachoeira do Arari, 2013\18-
55 mm.
Fragmentos de
Porcelana e
Faianas (chinesa e
inglesa) decorada,
fragmento com as
marcas dos
fabricantes, acervo
Edne Maus, vrios
stios. Cachoeira
do Arari\Ponta de
Pedras, 2013\18-55
mm..
Cachimbo com incises, acervo Edne Maus, stio Muruci Cachoeira do Arari, 2015\18-55 mm.
Sarac uma das cinquenta e seis comunidades que pertencem ao municpio de Ponta de Pedras\MJ, dista
cinco horas da sede da cidade, est localizada nos Campos, possui, aproximadamente, 190 pessoas, uma rea
rodeada por fazendas, alguns de seus habitantes so pequenos criadores de gado vacum, cavalar, bfalos,
outros so pescadores, caadores e coletores. A paisagem sofre, durante os seis meses do inverno, interferncia
das chuvas, dificultando o acesso, pois as partes baixas ficam alagadas; nos seis meses do vero as guas
baixam, os poos secam, os animais procuram raros lagos para beber e se banhar.
Os caadores retiram da natureza variadas espcies de animais: camalees, jacars, jabotis, marrecas, jaburus,
Sarac pacas, capivaras, patos selvagens, tetus, etc. Os pescadores, com suas malhadeiras e tarrafas, diariamente,
garantem o alimento da famlia. Outros retiram o mel das abelhas, a "banha de bicho" (gordura extrada de
lavas que nascem nos caroos de tucum), vinho de aa, de bacaba, de jenipapo, azeite de andiroba, de
murumuru, buriti. L existem artesos do couro, produzem celas, cintos e bainhas para facas, alm de
ceramistas que constroem vasilhas, pratos e cachimbos. A comunidade revela antigas prticas, desvela
paisagens rsticas, cotidianos singulares.
Link para o vdeo piloto Sarac, o ser dos campos: https://www.youtube.com/watch?v=gkY6P5b5J9I
Caador, vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
Ponte sobre o rio Tarum, vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2015\18-200 mm.
Tarrafa, vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-55 mm.
Fogo no Campo, vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
Seca, vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
Urubus, Ponta da Ilha\ vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
Casa, Ponta da Ilha\ vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-55 mm.
Nazar (Matriarca dos Campos, me das dez Marias), Retiro Bom Jesus\vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
Amarildo, Porto Tarum\vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
O Leite e o Queijo, Fazenda Bela Vista\vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
Larcio prepara bainha de faca, Retiro So Jos\vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
Bicho do Tucum, vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
Homem galopa em Bfalo, em Porto Mut\ vila de Sarac\Ponta de Pedras, 2014\18-200 mm.
O eu no se v, somos uma imagem refletida no outro, aquele que est ao lado que fala de ns, que nos
interpreta, que nos delineia o Ser. Buscar o que somos uma tarefa rdua, buscar uma identidade caminhar
em direo ao passado e ao que resultou deste passado, no caso, o hoje. Que rosto este que est em ns? Esses
Uy olhos claros, essa cabea grande, a canela comprida, essa voz e esses gestos, de onde?
Esta srie primordial em nossa obra, pois, so retratos de pessoas nativas, esses rotos so o que h de mais
significativo em ns, eles expressam o nosso olhar, o nosso sorriso, os traos que denotam nossa herana
gentica, so os retratos de sculos de contatos entre os povos que aqui se estabeleceram e se multiplicaram.
Uy o resultado de anos de caminhadas em busca do desconhecido, em busca de entender quem somos, de
onde viemos e de quem so os traos, que hoje, esto em ns.