6 - Aplicações PDF
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Aplicaes
4.1 Molas
Consideremos o problema da mola (2.1):
dv 1 kx
= g
dx v m
e, obtemos
v2 k x2
= gx + c.
2 2m
Para determinar a constante c, lembremos que a velocidade incial do corpo era
v0 quando no havia deformao, isto , quando x = 0. Logo
v02
=c
2
e a velocidade v, em funo da deformao, dada por
k x2 k x2
v 2 = 2gx +2c = 2gx + v02 .
m m
70
4.2 Crescimento Exponencial
Sabemos que o modelo de crescimento exponencial dado por (2.2):
dN
= kN
dt
N(0) = N .
0
obtendo
N(t) = N0 ekt .
dN = k N
dt
N(0) = N0 ,
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Exemplo 41. Uma amostra de carvo vegetal encontrada em um stio arqueolgico
contm 63% de 14 C em relao a uma amostra atual de carvo de igual massa. Qual a
idade da amostra encontrada?
Denotemos por N0 a quantidade de carbono que existia no carvo antes do
decaimento. Como a constante k se relaciona com a meia-vida pela equao
ln 2 ln 2
k= =
5700
e sabemos que a soluo da equao de decaimento quando N(0) = N0
N(t) = N0 ekt .
Logo, temos
ln 2 ln 2
0, 63N0 = N0 ekt = N0 e 5700 t t = ln 0, 63
5700
5700 ln 0, 63
t= 3800 anos
ln 2
A soluo N(t) = N0 ekt prev que a populao cresce exponencialmente.
Observa-se que tal previso adequada para certas populaes pelo menos
por perodos limitados. No entanto, claro que esta situao no pode perdu-
rar. Em algum momento, as limitaes sobre o espao, o suprimento de comida
ou outros recursos reduziro a taxa de crescimento inibindo o crescimento ex-
ponencial. Para levar em conta este fato, vamos substituir a constante k por
uma funo que dependa da populao. Teremos o chamado crescimento lo-
gstico.
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Resolvendo a edo, obtemos:
1 1 + c R ekt
v= + c ekt = .
R R
Desfazendo a mudana de varivel v = p1 :
1 R
p(t) = = .
v 1 + c R ekt
Vamos determinar a constante c supondo que no instante t = 0 a populao
seja igual a p0 . Temos:
R
p0 = p(0) =
1 +cR
R p0
logo, p0 + c R p0 = R e c = . Fazendo esta escolha para o valor de c na
Rp0
soluo geral, aps simplificaes, temos:
R p0
p(t) = .
p0 + (R p0 ) ekt
4.4 Circuitos
A edo que descreve os circuitos RC :
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dI I(t)
R + = 0,
dt C
onde C a capacitncia e R, a resistncia. Esta edo de variveis separveis;
logo sua soluo :
t
I(t) = C exp .
RC
A edo que descreve os circuitos RL :
dI
L + R I(t) = E,
dt
onde R a resistncia L a indutncia e E a voltagem. Esta edo linear; logo
sua soluo :
EL Rt
I(t) = + C exp .
R L
dx
Z
+ ln(c) = k t,
ax
ax
ln = kt
c
ax
ekt = .
c
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Utilizando a condio inicial, obtemos que c = a; ento:
ax
ekt = ,
a
que nos d a quantidade de sacarose decomposta por unidade de volume ao
fim do tempo t.
dx
Z
+ ln(c) = k t,
(a x) (b x)
1 xa
ln c = k t.
ab xb
b
Utilizando a condio inicial, obtemos que c = ; ento:
a
1 b xa
ln = k t.
ab a xb
75
Exemplo 42. Seja F (x, y, ) = y 2 x2 + . Ns temos uma famlia de parbolas:
-1 1
76
-1 1
c2
Figura 4.4: Grfico da famlia para f (c) = .
2
4.6.1 Envoltrias
Seja a famlia 1parmetro F (x, y, ) = 0, tal que para cada cada curva
diferencivel.
Definio 19. A envoltria da famlia F (x, y, ) = 0 uma curva parametrizada por
() = (x(), y()) tal que:
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Observao 16. Geometricamente a condio (4.2) implica que no ponto (x(), y())
a envoltria e a curva da famlia (4.1) tem a mesma reta tangente.
F
Exemplo 45. Seja F (x, y, ) = y x f (); ento = x f (), ento a
envoltria
(
x = f ()
y = f () f ().
2
No caso de f () = , temos:
2
x =
2
y = .
2
-1 1
4.6.2 Trajetrias
Uma curva que intercepta todas as curvas da familia F (x, y, ) = 0 num n-
gulo constante dita uma trajetria da famlia.
Seja F (x, y, ) = 0 uma familia de curvas diferenciveis C e f (x, y, y ) = 0 a
edo associada famlia. Se C intercepta uma trajetria T , como no seguinte
desenho:
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Se a cada ponto de C associemos a terna (x, y, y ), onde (x, y) so as coordena-
das do ponto P e y = f (x, y), analogamente a cada ponto de T associamos a
terna x1 , y1, y1 ) tais que x = x1 , y = y1 no ponto P , como y = tg() e y = tg(),
logo:
tg() tg() y tg()
y = tg() = tg( ) = = 1 ;
1 + tg() tg() 1 + y1 tg()
ento a famlia de trajetrias dada por:
y1 tg()
f x, y, = 0. (4.3)
1 + y1 tg()
Exemplo 46. Determine as trajetrias da famlia x2 + y 2 = c.
4
A edo associada famlia x2 + y 2 = c x + y y = 0; ento,
y tg( 4 ) y 1
=
1 + y tg( 4 ) 1 + y
e obtemos a edo homognea: x y + (x + y) y = 0, cuja soluo :
y
2 2
x + y = c1 exp 2 arctg .
x
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As famlias ortogonais aparecem naturalmente em diversas aplicaes. Por
exemplo, as curvas do fluxo do calor numa lmina ortogonal a famlia de
curvas de igual temperatura (isotermas), as linhas do fluxo de um campo el-
trico ou magnetico so ortogonais as curvas equipotenciais.
1 y 2 x2 + 1 2xy
= , equivalentemente y = .
y 2xy x2 y2 1
Devemos resolve a edo no exata:
2 x y + (y 2 x2 + 1) y = 0.
1
O fator integrante (y) = ; logo, obtemos para y 6= 0:
y2
x2
2x 2
+ 1 2 +y y = 0.
y y
A soluo da edo :
x2 + (y + c)2 = 1 + c2 .
Logo, a famlia formada pelos crculos x2 + (y + c)2 = 1 + c2 e y = 0. Grfico das
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famlias de curvas:
81
4.7 Exerccios
1. Numa colmia, a razo de crescimento da populao uma funo da po-
pulao. Assim dp
dt
= f (p).
a) Calcule p(t) para f (p) = .p ( > 0), considere p(0) = p0 e determine a
populao limite do sistema (i.e. o limite de p(t) quando t tende a infinito).
4. Uma bola de golfe de massa 0, 5kg recebe uma tacada que lhe imprime uma
velocidade de 72Km/h. Supondo que a bola permanece em contato perma-
nente com o cho e sabendo que a fora de atrito que atua sobre ela de
5N, qual a distncia percorrida pela bola at que ela pare?
5. Considere um pra-quedista em queda livre, sem o acionamento do pra-
quedas. Determine a sua velocidade como funo do tempo e sua velocidade
limite (t ). Considere v(0) = 0. Obs.: Considere
P = mg = peso do paraquedista com o pra-quedas
R = v = resistncia do ar
6. A populao de pssaros de uma ilha experimenta um crescimento sazonal
descrito por
dy
= (3 sen 2t)y,
dt
onde t o tempo em anos. A migrao para dentro e para fora da ilha tam-
bm sazonal. A taxa de migrao dada por M(t) = 2000 sen 2t pssaros
por ano. Logo a equao diferencial completa da populao dada por
dy
= (crescimento sazonal)+(migrao pra dentro/fora) = (3 sen 2t)y+2000 sen 2t
dt
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a) Determine y(t) que satisfaz y(0) = 500.
b) Determine a populao mxima.
11. Suponha que faltem 3 horas para um estudante fazer um exame e durante
esse tempo ele deseja memorizar um conjunto de 60 fatos. De acordo com os
psiclogos, a taxa segundo a qual uma pessoa pode memorizar um conjunto
de fatos proporcional ao nmero de fatos que restam para serem memori-
zados. Suponha que inicialmente nenhum fato tenha sido memorizado. Se o
estudante memoriza 15 fatos nos primeiros 20 minutos, quantos fatos ele ir
memorizar em 1h? E, em 3h?
12. Um reservatrio de 500 litros, inicialmente contm 100 litros de gua fresca.
Comeando no instante t = 0, escoa para o reservatrio gua contendo 50%
de poluidores, taxa de 2 litros/min. H tambm um escoamento que ocorre
taxa de 1 litro /min. Considere a mistura bem agitada e determine a con-
centrao de poluidores no instante de transbordamento.
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13. Considere um lago de volume constante V que no instante t contm uma
quantidade Q(t) de poluentes distribudos homogeneamente com uma con-
centrao c(t), onde c(t) = Q(t)
V
. Suponha que um fluxo de gua com uma
concentrao k de poluentes entre no lago com uma vazo r e que a gua
saia do lago com a mesma vazo. Suponha que poluentes tambm sejam
lanados diretamente no lago a uma taxa constante P .
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18. Segundo a lei de resfriamento de Newton, a velocidade de resfriamento de
um corpo proporcional diferena entre as temperaturas do corpo e a do
meio ambiente. Se a temperatura ambiente 20o C e a temperatura de um
corpo passa de 100o C para 60o C em vinte minutos, qual o tempo necessrio
para que a temperatura do corpo seja igual a 30o C?
22. Uma soluo de 60kg de sal em gua enche um tanque de 400 litros. Faz-se
entrar gua nesse tanque na razo de 8 litros por minuto e a mistura, mantida
homognea por agitao, sai com a mesma vazo. Qual a quantidade de sal
existente no tanque no fim de 1 hora?
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