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O Cativeiro Babilonico

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O CATIVEIRO BABILNICO

1. O LIVRO DE DANIEL E AS PROFECIAS DE DEUS (PARTE I)


I. INTRODUO
Quando as pginas do livro de Daniel forem sendo estudadas, teremos a
oportunidade de experimentar emocionantes descobertas. O livro de Daniel no s
revela a presena de Deus em nosso mundo, mas, de certa forma, ajuda a provar
essa existncia e interveno. Ele apresenta o interesse de Deus por Seu povo. Ao
longo da era crist, as histrias e profecias de Daniel mostraram que nosso mundo
no um iceberg que se move em direo a algum fim desconhecido e
imprevisvel, mas que, por trs das cenas, e de maneira que no podemos
imaginar, nem entender agora, nosso Deus est trabalhando para conduzir todas as
coisas a uma concluso solene e gloriosa.
O livro de Daniel comea relatando uma histria. O livro relata que
Nabucodonosor, rei de Babilnia, atacou Jerusalm com o seu grande exrcito: No
ano terceiro do reinado de Jeoiaquim, rei de Jud, veio Nabucodonosor, rei de
Babilnia, a Jerusalm, e a sitiou. Daniel 1:1. Muitos perguntam: Por que isto
aconteceu? Quais as causas para tais consequncias? A prpria Bblia fornece-nos
preciosas informaes. Ela prov lampejos extremamente importantes a respeito do
carter de Deus. Igualmente ela prov uma importante chave para compreenso do
profundo interesse que Deus tem por Seu povo.

II. UM BREVE HISTRICO SOBRE AS INVASES DOS BABILNIOS


A Bblia relata que o exrcito de Babilnia, durante o reinado de Nabucodonosor,
realizou trs viagens a Jerusalm, sendo que de cada vez infligiu castigos mais
severos cidade. Durante a sua primeira visita, em 606 a.C., Nabucodonosor levou
consigo boa parte dos utenslios preciosos que encontrou no templo erguido por
Salomo alguns sculos antes (ver Daniel 1:1-2; II Crnicas 36:6 e 7), bem como um
bom nmero de refns, jovens provenientes da mais alta classe social judaica,
inclusive Daniel foi encaminhado para Babilnia. Nesse perodo da histria, o reino
de Jud era um aliado do Egito. O rei de Babilnia havia derrotado um posto militar
avanado do Egito, localizado em Carqumis, prximo ao rio Eufrates, muitos
quilmetros ao norte. Com a perda dessa guarnio, o Egito praticamente perdeu o
controle que mantinha sobre a Sria e a Palestina, permitindo que Nabucodonosor
marchasse livremente sobre Jerusalm, ao sul. Em Jerusalm, Nabucodonosor
compeliu o rei judaico Jeoiaquim a renunciar ao tratado com o Egito e a assinar um
termo de compromisso com Babilnia. Aps a morte de Jeoiaquim e durante o breve
reinado de seu filho Joaquim que durou apenas trs meses, em 597 a.C., a cidade
de Jerusalm foi novamente atacada e uma segunda leva foi encaminhada para
Babilnia, incluindo milhares de cativos e todos os artfices e ferreiros. Ningum
ficou seno o povo pobre da terra (ver II Reis 24:8-16). A terceira investida por parte

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do exrcito de Babilnia ocorreu em 586 a.C., durante o reinado de Zedequias.
Nesta ocasio Jerusalm caiu e o templo construdo por Salomo foi destrudo (ver II
Reis 25:8-9 e II Crnicas 36:17-21). Novamente apenas os pobres dentre o povo
foram deixados na terra de Jud (ver Jeremias 39:10). Neste episdio ocorreu um
fato curioso com o profeta Jeremias. Certamente, por providncia divina, ele foi
libertado do cativeiro e teve a oportunidade de optar em ficar na terra de Jud (ver
Jeremias 39:11-14 e 40:6).
III. ALGUMAS DAS RAZES POR QUE DEUS ENTREGOU JUD E JERUSALM S
MOS DOS BABILNIOS
Esse trgico acontecimento foi inicialmente anunciado pelo profeta Isaas
Ezequias, rei de Jud, por volta do ano 700 a.C. Naquele tempo o rei Ezequias
estivera muito doente. A sua doena era mortal. Inconformado, Ezequias chorou e
orou a Deus para ser poupado, uma vez que ele sempre tinha sido fiel e fazia o que
era agradvel aos olhos do Senhor. A respeito dele a Bblia diz que nenhum dos
reis antes ou depois dele andou to perto de Deus como ele andou. II Reis 18:5.
Em resposta, Deus concedeu-lhe mais quinze anos de vida. Como sinal do
cumprimento desta promessa, Deus fez a sombra do relgio do sol recuar dez graus
(ver II Reis 20:8-11). Ao ouvir falar da doena de Ezequias, o rei de Babilnia,
Berodaque Balad, enviou mensageiros presena do rei de Jud. No mundo
daquela poca Babilnia ainda no estava em evidncia, mas sim os assrios. Por
isso essa visita tinha tambm como principal objetivo buscar apoio poltico para as
suas novas conquistas. Lamentavelmente a vaidade e o orgulho tomaram conta do
corao do rei Ezequias. Em vez de mostrar a grandeza do seu Deus, ele exibiu toda
a sua prosperidade, tesouro e poderio aos visitantes babilnicos. Isto desagradou a
Deus: Ento disse Isaas a Ezequias: Ouve a palavra do Senhor. Eis que vm dias
em que ser levado para a Babilnia tudo quanto houver em tua casa, bem como o
que os teus pais entesouraram at o dia de hoje; no ficar coisa alguma, diz o
Senhor. E at mesmo alguns de teus filhos, que procederem de ti, e que tu gerares,
levaro; e eles sero eunucos no pao do rei de Babilnia. II Reis 20:16-18.
Esta profecia demorou quase um sculo para ser cumprida. Nem o rei Ezequias e
nem o profeta Isaas presenciaram o seu cumprimento. A triste realidade que ao
longo dos anos seguintes a maioria dos israelitas resolveu no amar e nem
obedecer a Deus. semelhana de muitos cristos da atualidade, eles se
recusaram frequentemente at mesmo a manterem-se em paz uns com os outros.
Pecados como: idolatria e assassinato de pessoas inocentes (ver II Reis 21:10-16);
prticas do mal (ver II Reis 24:18-20); ouvidos fechados voz de Deus (ver Jeremias
3:13) e zombarias e desprezo para com os profetas de Deus (ver II Crnicas 36:15-
17).
A Palavra de Deus registra outros pecados piores cometidos pelo povo de Deus,
contra os quais os profetas Jeremias e Ezequiel ergueram as suas vozes.
Os textos de Jeremias 9:14; 17:19-27; 22:1-5; Ezequiel 8:1-18 relatam atos de
desonestidade, injustias para com os pobres, assassinatos, transgresses do
Sbado, perseguies aos verdadeiros profetas de Deus e cultos praticados ao deus
sol. Privilgios concedidos aos profetas que prometiam prosperidade, sem condenar

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simultaneamente o pecado e a adorao a Baal. Pecados desse tipo certamente
pareciam um tanto comuns ou normais maioria dos indivduos da poca, mas
indubitavelmente no eram normais aos olhos de Deus. Esses pecados minavam as
verdades relacionadas com o puro e gracioso carter de Deus, ao mesmo tempo em
que corroam o carter, o lar e a sociedade das pessoas que os praticavam.
Os graves erros cometidos por seus lderes, fizeram com que o povo de Jud se
afundasse cada vez mais em seus pecados.
Era propsito de Deus que Jeoaquim, rei de Jud, atendesse os conselhos do
profeta Jeremias. No entanto, por causa da sua ganncia, derramou sangue
inocente e praticou opresso e violncia (ver Jeremias 22:13-17). Ele no deu
ouvidos s advertncias de Deus e voz do profeta Jeremias. Depois que o rolo de
Jeremias foi lido no templo, o rei ordenou que o rolo fosse trazido e lido em sua
presena. Apenas uma pequena parte havia sido lida, quando o rei tomou o rolo, e
num acesso de ira cortou-o com um canivete de escrivo e lanou-o para ser
consumido no fogo (ver Jeremias 36:1-32). Outros erros fatais foram praticados pelo
rei Jeoiaquim. Por ter se rebelado contra Nabucodonosor, depois de um confronto
sangrento entre babilnios e egpcios, o reino de Jud foi atacado pelas tropas dos
caldeus, srios, moabitas e amonitas (ver II Reis 24:1-2).
Depois da morte de Jeoiaquim, assumiu o trono o seu filho Joaquim, com apenas
dezoito anos de idade. Ele reinou apenas trs meses em Jerusalm, e fez o que
parecia mal aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera seu pai. II Reis 24:9.
Outra tragdia se abateu sobre Jerusalm pelo fato de o rei ter virado as costas aos
propsitos de Deus (ver II Reis 24:8-16).
O ltimo rei de Jud, Zedequias, tinha sido orientado a submeter-se
pacificamente ao domnio temporrio de seus conquistadores e que ele no desse
ouvido aos falsos profetas (ver Jeremias 27:1-11). Nada, porm, adiantou. O rei
Zedequias fez o que era mau aos olhos de Deus e rebelou-se contra o rei
Nabucodonosor (ver II Crnicas 36:11-20). A quebra de seu juramento de ser leal ao
rei da Babilnia, motivou a destruio de Jerusalm e de seu templo em 586 a.C.

IV. OS AVISOS DE DEUS SOBRE A DESTRUIO DE JERUSALM


Em todas as pocas os verdadeiros profetas tm anunciado com antecedncia
os juzos de Deus. nos dito atravs o profeta Ams que o Senhor Deus no far
coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas. Ams
3:7.
Os avisos eram muito claros. A destruio de Jerusalm foi anunciada com
antecedncia quando da invaso do exrcito de Babilnia. Ela seria devastada e
queimada e seriam afligidos castigos cada vez mais severos nao de Jud. O
templo que Salomo construra seria destrudo e o reino de Jud cairia. Um poder
mundial, o imprio babilnico, estava surgindo e depressa lanaria sombra sobre
todas as naes.
Diz a Bblia que o Senhor, Deus de seus pais, comeando de madrugada, falou-
lhes por intermdio de Seus mensageiros, porque Se compadecera do Seu povo e

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da sua prpria morada. Eles, porm, zombavam dos mensageiros, desprezavam as
palavras de Deus e mofavam dos Seus profetas at que subiu a ira do Senhor
contra o Seu povo, e no houve remdio algum. Por isso fez subir contra ele o rei
dos caldeus (Nabucodonosor). II Crnicas 36:15-17. Ver tambm Jeremias 4:6-18;
25:9; 35:15-17.
Os ensinos do livro da lei deviam ser grandemente honrados e exaltados. Deus
havia estabelecido um pacto com o Seu povo no tempo do profeta Moiss,
prevenindo-o com as seguintes palavras: Se andares contrariamente para comigo,
e no Me quiserdes ouvir, ...espalhar-vos-ei entre as naes e desembainharei a
espada atrs de vs; e a vossa terra ser assolada e as vossas cidades sero
desertas. Levtico 26:21 e 33.
Por intermdio do profeta Jeremias, Deus havia apelado ao povo para retornar a
Ele (ver Jeremias 4:1-4) A nao de Jud tinha andado nos seus prprios conselhos,
seguindo o seu corao malvado e consequentemente andaram para trs, e no
para diante (ver Jeremias 7:23-24) Se eles tivessem se arrependido, no teriam sido
castigados. Mas como recusaram ouvir as advertncias de Deus, o juzo foi
derramado sobre eles. O nosso Deus Criador, infinito em poder, procura por todos
os meios levar os homens a ver os seus pecados e deles se arrependerem. Ele no
pode sustentar e guardar um povo que rejeita Seu conselho e despreza Suas
reprovaes.

V. PERODO DE DURAO DO CATIVEIRO


Como consequncia, Deus estabeleceu que o povo de Jud e os habitantes de
Jerusalm teriam que servir ao rei de Babilnia pelo perodo de setenta anos (ver
Jeremias 25:11).
Toda separao entristece o corao divino. No Deus quem Se separa de ns,
mas somos ns que dEle nos afastamos. As nossas iniquidades fazem separao
entre ns e Deus (ver Isaas 59:1-2). Quando os 70 anos estavam para se
completar, o profeta Daniel dirige uma orao enaltecendo a justia e a
misericrdia de Deus. Ele reconheceu que Jerusalm e seus habitantes foram
punidos por causa das muitas iniquidades praticadas contra Deus (ver Daniel 9:1-
19). Da mesma forma o profeta Jeremias eleva a sua voz aos cus, apelando por
mais luz sobre o propsito divino com relao para com o Seu povo (ver Jeremias
32:17-24). Logo em seguida Deus d a resposta (ver Jeremias 32:26-44).

VI. CONCLUSO
Deus tinha grandes propsitos ao permitir que o Seu povo sofresse o cativeiro
em Babilnia. Os objetivos eram que o povo tomasse conscincia sobre a majestade
e supremacia de Deus e tambm visse as predies divinas sendo cumpridas.
Os anos de cativeiro foram amargos e difceis, pois Babilnia apresentada
como extremamente corrupta e opressora do povo de Deus. Muitos aspectos de sua

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cultura e religio esto mesclados com elementos da cultura de outros povos. A
palavra Babilnia est associada palavra Babel, que quer dizer confuso. Os
homens que se associam a ela enchem-se de ambio, rebeldia e poder. O objetivo
deles alcanar o Cu. No h a menor dvida que a Babilnia, fundada por
Ninrode, deu considerveis contribuies para o ingresso da idolatria no mundo
religioso. Babilnia sempre identificada com as foras que se opem Deus,
obra de Deus e ao testemunho dos servos de Deus. Eram adoradores do deus sol.
Tambm acreditavam em adivinhaes. Foram eles que desenvolveram a idia do
horscopo, baseado nos astros. Desenvolveram a astrologia (mistura de astronomia
que cincia, com adorao e consulta aos corpos celestes). Aqueles que seguem
suas doutrinas posicionam-se contra Deus. Os ensinos de Babilnia continuam
exercendo forte influncia nos dias atuais. H de se lembrar que a Babilnia do
passado foi destruda e o mesmo fim ter a Babilnia de hoje, por isso Deus fez e
ainda faz esse veemente apelo para os dias atuais: Sai dela povo Meu. (Jeremias
50:8 e Apocalipse 18:4).

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