Marcio Chertman Mestrado
Marcio Chertman Mestrado
Marcio Chertman Mestrado
So Paulo
2007
Marcio Chertman
rea de Concentrao:
Engenharia Mecnica
Orientador:
Prof. Jos Roberto Simes Moreira
So Paulo
2007
2
Aos meus pais e aos meus irmos
3
Agradecimentos
Fbrica Fibra Mais do municpio de Itariri, que desde o incio esteve apoiando e
continuar participando de implantao do projeto.
Ao Prof. Dr. Jos Roberto Simes Moreira, pela sua orientao durante todo o
decorrer do mestrado.
4
ndice
Resumo ................................................................................................................. 14
Abstract ................................................................................................................. 15
1 Introduo........................................................................................................... 16
1.1 Apresentao e Motivao .............................................................. 16
1.2 Definio do Problema..................................................................... 18
1.3 Objetivos.......................................................................................... 20
5
2.4 Processo Artesanal.......................................................................... 41
2.4.1 Descascar e Picar a Madeira ............................................. 42
2.4.2 Cozimento .......................................................................... 42
2.4.3 Branqueamento.................................................................. 43
2.4.4 Preparao da Massa ........................................................ 45
2.4.5 Formao da Folha ............................................................ 46
2.4.6 Secagem ............................................................................ 47
2.4.7 Fonte Energtica Utilizada na Produo da Fibra Mais ..... 48
6
4.6 Resultados....................................................................................... 96
4.6.1 Estimativa dos custos de implantao ............................... 96
4.6.2 Retorno do Investimento .................................................... 97
7
Lista de Smbolos
m Massa [kg]
8
N Fluxo de massa [kmol/s.m]
P Presso [N/m]
9
Le Nmero de Lewis Razo entre as difusividades trmica e mssica
Smbolos gregos
Emissividade
Temperatura adimensional
10
Lista de Figuras
Figura............................................................................................................. pgina
11
(a) Vista superior ................................................................................................... 45
(b) Vista frontal ...................................................................................................... 45
2.19 Tanque de massa / polpa .............................................................................. 45
2.20 (a) Gravura representando o mtodo antigo de formao da folha de papel 46
2.20 (b) Foto do mtode artesanal de formao da folha de papel ....................... 46
2.21 Foto da prensa disponvel na Fbrica de Itariri.............................................. 47
2.22 (a) Gravura sobre o mtodo histrico de secagem........................................ 47
2.22 (b) Foto do processo de secagem artesanal de secagem em Itariri .............. 47
12
Lista de Tabelas
13
Resumo
14
Abstract
The discharging of the banana trees pseudostalk after the withdrawal of the fruit is
one practical mesure that has as the main objective of preventing the propagation
of the Cosmopolites Sordidus (popularly known as broca, wich means drill), wich is
an insect that proliferates in regions with abundance of this type of plantation.
Brazil, third world-wide producer of bananas, is responsible for the discharging of
millions of metric tons per year of pseudostalk.
Among several possibilities for using the discharging material, some communities,
as the one from Itariris area, So Paulos southern coast, are using the
pseudostalk for special paper sheets. However the inherent limitations of the needy
communities, as the local shortage of energy resources and restrictive environment
rules are the main hurdles to the possibilities of local paper productions growth.
The knowledge of processes used by the pulp and paper industries, associated
with the study of specific conditions of the small artisan production of Itariri, can
provide subsidies and results in alternatives to the artisan processes.
A fundamental study of heat and mass transport for the cases considered here can
provide an estimative of the performance of the productivity of the studied case.
The work is focused on the papersheets drying process performance, which is the
critical stage in the process of artisan manufacture. In the current process, the local
manufacturers depend on the climatic conditions for the drying, mainly the solar
irradiation.
In the end of this work, an alternative process for the paper drying is proposed
using the calculation procedure here developed, having the aim at reducing the
energy consumption and eliminating the climatic conditions dependence.
15
1 Introduo
A atual escala produtiva da banana faz desta fruta uma das mais importantes do
mundo, tanto do ponto de vista nutricional como do ponto de vista econmico.
Superando a cifra dos 4,2 bilhes de dlares nas exportaes mundiais sem
considerar seus produtos derivados, a banana apresenta grande relevncia social
e econmica, servindo como fonte de renda a muitas famlias de agricultores,
gerando postos de trabalho nas comunidades onde cultivada e servindo muitas
vezes como principal alternativa ao desenvolvimento destas regies.
Com uma produo atual aproximada de 6,4 milhes de toneladas ao ano, o Brasil
o terceiro maior produtor de banana sendo responsvel por 8,9% da produo
mundial e o dcimo sexto maior exportador com 0,7% do total exportado no
mundo. Do total produzido no Brasil, 98% destina-se ao mercado interno para
comercializao da fruta in natura e para fins industriais (FAO - Food and
Agriculture Organization, 2001).
16
conhecido como broca), que um inseto que se alimenta dos restos das
bananeiras, podendo devorar o plantio, caso se prolifere.
Por ser um dos maiores produtores mundiais de banana, o Brasil tambm possui
uma quantidade de material descartado que vem sendo objeto de estudos em um
grande nmero de pesquisas dirigidas ao aproveitamento destes restos. Alm da
queima para gerao de calor e artesanatos, o pseudocaule da bananeira hoje
apresentado como uma matria prima tecnicamente vivel para a produo de
polpa celulsica e fabricao de papel. Esta alternativa vem sendo aproveitada por
uma fbrica artesanal do municpio de Itariri, FIBRA MAIS ITARIRI, que em funo
do desconhecimento terico em relao aos processos envolvidos na fabricao
de papel e das limitaes dos mais variados recursos, encontra algumas
dificuldades em sua produo, sendo o mais crtico na parte de secagem.
Itariri o municpio de menor renda per capta do Vale do Ribeira, litoral Sul de
So Paulo, o que se deve inicialmente a fatores histrico. A no vocao de seu
solo para cafeicultura fez com que durante o ciclo do caf ocorresse uma grande
evaso dos principais investimentos e incentivos a esta regio. No entanto, as
condies do clima e do solo fornecem condies muito favorveis ao plantio de
bananeira, que juntamente com os derivados desta cultura, a principal fonte de
gerao renda desta regio, cujo valor per capta de R$ 239,88 de acordo com
os estudos feitos pelo IBGE/PNUD/IPEA (2003).
Aps a colheita, grande parte do tronco deve ser retirada do solo, pois sua
permanncia no local propicia o aparecimento de pragas que devoram o plantio.
Este descarte gerou uma abundncia de material orgnico fibroso que pode ser
aproveitado de vrias maneiras, como fonte para a gerao de energia trmica,
artesanatos e polpa para a fabricao de papel.
17
papel bem resistente ao rasgo, se comparado aos papis de imprimir e escrever
produzidos em escalas industriais. Nesta regio, existe uma pequena fbrica de
papel que utiliza mtodos absolutamente artesanais e desprovidos de qualquer
recurso tecnolgico moderno. O conhecimento empregado nesta atividade tem
sido passado de gerao a gerao, e so ocasionalmente aprimorados pelas
visitas de acadmicos e profissionais das reas de Engenharia florestal e
ambiental, Agronomia e Biologia, estimulados pelo interesse que o produto
fabricado e as peculiaridades do processo produtivo nesta regio despertam.
18
Cozimento
Secagem
19
determinados perodos, aguardando a disponibilidade de espao para as telas
com a polpa a ser seca. Em dias ensolarados, a secagem tem uma durao
mdia de quatro a seis horas. Na figura 1.2 representado o processo de
secagem utilizado atualmente na fbrica de Itariri.
1.3 Objetivos
20
Reviso bibliogrfica referente s operaes de secagem de materiais
fibrosos.
Reviso dos processos industriais e artesanais de fabricao de papel
Levantamento das propriedades fsicas e qumicas da madeira proveniente
do pseudocaule de bananeira para o melhor ajuste das curvas de secagem
e obter uma estimativa do nmero de Biot para a transferncia de massa a
fim de se estabelecer os limites de secagem.
Levantamento dos materiais e equipamentos que auxiliem a construo de
um secador artesanal eficiente.
21
2 Reviso Bibliogrfica e Processos de Produo de Papel
Um suporte mais avanado que estes tabletes foi encontrado no Egito. Feito a
partir de fibras extradas dos caules das plantas da famlia das Ciperceas,
localizadas s margens do Nilo, o Papiro tem sua origem por volta de 3000 a.C.
Este material era produzido a partir da superposio de pelculas destes caules
com os sentidos de fibra cruzados, para assim se tornar resistente.
22
Atribuda ao chins Ts'ai Lun, um alto funcionrio da corte do imperador Chien-
Ch'u, da dinastia Han (206 A.C. a 202 D.C.), esta nova frmula de fabricao de
suporte para a o desenho de signos caligrficos utilizava como fonte de matria
prima o cnhamo e o bambu. Como os chineses j dispunham da tcnica secular
de bater o cnhamo para a produzir o haxixe, o emprego da tcnica da
macerao no preparo da polpa foi imediato, o que somado aos processos de
tratamento e amaciamento de fibras, deu origem ao papel.
O papel teve suas primeiras aplicaes na forma de suporte dos mantras pelos
monges budistas, e pelos militares, que atravs de envio de mensagens poderiam
obter vantagens estratgicas em guerras. Esta inveno, que logo passou a ser
considerada uma especiaria, s ultrapassou as fronteiras do imprio chins com a
captura, pelos rabes, de artesos chineses, e desta forma o conhecimento sobre
a manufatura do papel acompanhou a expanso muulmana pela costa norte da
frica e Pennsula Ibrica e a partir da se disseminando por toda a Europa.
23
religiosas tornaram um pouco lenta a expanso do papel nos pases do ocidente
at o sculo XIII. Porm, com a introduo de rodas dgua para o acionamento
dos martelos batedores responsveis pela macerao das fibras, algumas fbricas
da regio de Toledo, na Espanha, passaram a produzir e exportar um papel mais
resistente, o que ocasionou a disseminao do processo produtivo por toda a
Europa, at que em 1797 surgiu a primeira mquina de fabricao de papel. A
figura 2.1 apresenta de forma esquemtica as rotas de expanso do papel ao
longo do tempo e espao.
24
corresponde a aproximadamente 20% da matria orgnica da madeira e
diferentemente da celulose, que caracterizada por um nico tipo de
monossacardeo, o termo hemicelulose refere-se no a um composto qumico e
sim a uma classe de polmeros com composies distintas, sendo que em cada
qual temos no mnimo dois tipos de unidades de acar.
25
Celulose
Hemicelulose
Lignina
26
pseudocaule, alm do baixo teor de lignina (12,7%-base seca) neste ltimo,
concluindo assim que dentre outras variedades, esta a mais recomendvel para
a produo de polpa celulsica. A figura 2.3 apresenta de forma esquemtica as
principais estruturas que formam a Musa Cavendishii.
27
das fibras e a reduo do tempo necessrio para o primeiro corte. As espcies
que apresentam melhor adaptao s condies climticas e ndices de
produtividade mais elevados tm seu material gentico clonado. As grandes
empresas do setor de celulose trabalham com um percentual de mudas clonadas
superior a 70% da base florestal, alm de cruzarem constantemente os materiais
genticos dos diversos gneros de mesma espcie. Atualmente no Brasil, o
primeiro corte do Eucalipto ocorre com 7 anos aps o plantio, enquanto do Pinus
ocorre com aproximadamente 12 anos. Estes nmeros representam uma
vantagem competitiva muito grande quando comparados aos dos pases europeus
e da Amrica do Norte, motivo pelo qual, diversas empresas provenientes destes
pases tm interesse em adquirir terras no Brasil.
Por possuir uma grande quantidade de gua, resinas e extrativos, aps o corte, a
madeira deve ficar exposta ao ambiente por um tempo para que fique mais seca e
livre das substncias naturais que podem influenciar o processo produtivo. Os
processos de extrao de celulose e fabricao de papel seguem basicamente os
seguintes passos:
28
2.3.1 Fragmentao da Madeira (produo de Cavacos):
29
descascadas, as toras devem ser umedecidas para que se evite a possibilidade de
incndios devido aos intensos atritos no picador e se retire qualquer corpo
estranho que tenha ficado na madeira.
30
2.3.2 Cozimento (Polpao)
31
Separador
de topo
DIGESTOR
VASO DE Extrao do
IMPREGNAO licor negro
Ciclone de
expanso
Dispositivo de
descarga
A etapa de branqueamento tem incio com uma segunda lavagem que tem como
objetivo eliminar toda a impureza ainda presente na polpa. Em seguida, a esta
massa adicionado dixido de cloro diludo (ClO2), que oxida a lignina residual
retirando eltrons de sua molcula quebrando assim suas ligaes, e outros
agentes branqueadores, como perxidos de hidrognio (H2O2) que atua
diretamente sobre as substncias coloridas (cromforos) modificando ou
32
eliminando-as. O perxido ainda pode diluir a lignina residual, facilitando sua
eliminao. Para auxiliar o processo de branqueamento, algumas indstrias ainda
utilizam o Oznio (O3), Oxignio (O2) e Hidrxido de Sdio (NaOH), que solubiliza,
descolore e hidrolisa a lignina respectivamente.
GASES
DILUDOS P/
QUEIMA
LAVAGEM MESA
LAVAGEM MESA
DEPURAO LP 2 TORRE DE MASSA
1
O2 PR BRANQUEADA
ClO2
Ao final deste processo temos uma polpa celulsica com a consistncia de apenas
0,5% de slidos, ou seja, 99,5% do produto neste ponto composto por gua.
A partir deste estgio, as indstrias podem secar esta polpa e prens-la em fardos
para ser vendida ao mercado, ou dirigida para os processos de produo de
papel.
33
2.3.4 Fabricao do Papel
(a) (b)
Figura 2.9- (a) Fibra de celulose no refinada; (b) Fibra de celulose refinada.
(SUZANO PAPEL E CELULOSE, 2005).
34
2.3.5 Formao
A retirada de gua da polpa na regio de formao pode ser auxiliada por caixas
de vcuo nas regies superiores e inferiores da tela formadora, que alm de
ajudar na secagem minimiza a diferena entre os dois lados da folha devido
maior concentrao de cargas minerais e aditivos no lado inferior.
Finalizando esta parte de formao e remoo mecnica de gua, a tela passa por
uma regio de prensas, onde o percentual de gua bastante reduzido. Nesta
etapa o teor de slidos chega a valores que variam entre 40% e 48%, variando de
acordo com a gramatura do papel produzido, velocidade da mquina, entre outros
fatores.
35
Na figura 2.10 pode-se observar a regio de formao e prensas de uma mquina
de papel:
Caixa de entrada
Feltro
Massa
Preparada
Tela
36
Segue na figura 2.11 o esquema de secagem com cilindros secadores:
Para uma planta de celulose de grande porte em qualquer lugar do mundo ser
economicamente e ecologicamente vivel, ela deve possuir um ciclo paralelo de
recuperao. O rejeito da etapa de cozimento (licor negro) extremamente rico
37
em materiais orgnicos como a lignina, polissacardeos e compostos resinosos,
alm de uma grande quantidade de sais, ou seja, possui um potencial energtico
elevado que se desperdiado, alm de inviabilizar economicamente o processo
produtivo, coloca em risco o ecossistema ao redor dos efluentes que esto ligados
planta.
2.3.6.1 Evaporao
O licor negro retirado dos digestores possui uma concentrao que varia entre 13
e 17%. Desta forma, para que se tenha maior eficincia no aproveitamento deste
material como fonte energtica, ele passa por um processo de evaporao, no
qual sua concentrao pode atingir at 80% de slidos. Com esta concentrao, o
Licor negro utilizado como combustvel para a gerao de vapor em uma
caldeira de recuperao.
VAPOR
AR Caldeira
(O ) de
recuperao CALOR
(energia)
Na2S
LICOR
NEGR
O
Na2CO3
TRANSFORMAO
MATRIA CO2 e H2O
ORGNICA
38
Associado ao aproveitamento energtico direto, a queima ainda reduz os
compostos de enxofre a sulfeto de sdio e os outros sais de sdio em carbonato
de sdio, conforme as reaes a seguir:
2.3.6.3 Caustificao
Para que se consiga recuperar o licor branco a partir do licor verde, necessrio
que ocorra o processo de caustificao, onde o carbonato de sdio reage como o
hidrxido de clcio (cal virgem + gua) resultando em soda caustica e carbonato
de clcio precipitado, conforme as reaes qumicas:
39
Ca(OH)2 + Na2CO3 2 NaOH + CaCO3
Ou seja, nesta etapa produzida a soda caustica, que juntamente com o sulfeto
de sdio resultante da queima na caldeira de recuperao, forma o licor branco
que ser utilizado no cozimento.
VAPOR
CAVACOS
CALCINAO CAVACOS COZIDOS
LICOR
BRANCO LICOR CELULOSE
NEGRO (15%)
POLPAO
Caustificao
CAL
EVAPORAO
LICOR
VERDE LICOR
PRETO
FORTE (80%)
COMBUSTO
Figura 2.13- Ciclo de recuperao de qumicos.
40
2.4 Processo artesanal:
Pseudocaule
41
2.4.1 Descascar e picar a madeira
(a) (b)
2.4.2 Cozimento
42
devido aos problemas ambientais que poderiam ser causados pelo descarte
destes produtos no dirigidos a uma planta de recuperao. Desta forma, a
eficincia da extrao de celulose propriamente dita inferior dos processos
industriais, ou seja, o papel artesanalmente produzido apresenta um teor de
lignina que no encontrado nos papeis produzidos pelas grandes indstrias.
(a) (b)
Figura 2.16- (a) Gravura representando o mtodo antigo com o qual se cozia a
madeira. (Cedran, 1997); (b) Fotografia do mtodo artesanal para o cozimento
da madeira em tambores.
2.4.3 Branqueamento
43
Figura 2.17- Figura esquemtica da quebra da molcula
de lignina pela ao dos compostos de Cloro.
(IPT/SENAI-MODIFICADO, 1998)
44
(a) (b)
Figura 2.18 liquidificador de mistura da massa com os agentes
de branqueamento. (a) Vista superior; (b) Vista frontal.
45
2.4.5 Formao da folha
(a) (b)
46
Figura 2.21 - Foto da prensa disponvel na fbrica de Itariri.
2.4.6 Secagem
(a) (b)
Figura 2.22- (a) Gravura sobre o mtodo histrico de secagem. (Cedran, 1997); (b) Foto
do processo artesanal de secagem em Itariri Feita ao sol.
47
A produtividade desta fbrica de aproximadamente 5000 folhas por ms de 60
cm x 40 cm, e a demanda por uma escala maior exige solues de engenharia
que eliminem as deficincias na secagem, que hoje o gargalo do processo.
Estes paletes so feitos com Pinus (Pinus Caribea var. Hondurensis). As espcies
do gnero Pinus base de grande parte da indstria madeireira nas regies sul e
sudeste do Brasil. A grande quantidade de resduos gerados em seu corte e
manuseio faz desta espcie um material com grande potencial para o uso
energtico.
No caso especfico dos paletes doados para a Fbrica Fibra Mais, a umidade
especificada pelos diversos fabricantes de no mximo 22% em relao massa
48
seca, porm estes materiais geralmente so submetidos a condies de umidade
elevada. A massa dos paletes varia entre 30 e 35kg.
O poder calorfico superior do Pinus apresenta valores que variam entre 16400 e
19680 KJ/Kg, e o poder calorfico inferior em mdia 10032 kJ/kg (Arora, 1984).
49
3 Teoria de Secagem de Fibras e Papel
50
(a) (b)
Figura 3.1- (a) Teor de umidade do material fibroso em funo do tempo
durante a secagem; (b) Taxa de secagem em funo do teor de umidade
do material fibroso. (FOUST, 1982).
51
superfcie slida, sobre a qual a pelcula lquida se estende, provoca o aumento
dos coeficientes de troca de calor e massa. Mais adiante ser feita uma referncia
a esta no uniformidade de temperatura e concentrao no perfil do material
fibroso, que impacta diretamente nos limites do processo de secagem.
52
O final da fase de regime permanente da secagem e o teor de umidade de
equilbrio so pontos que dependem muito da estrutura interna dos slidos
fibrosos, e a irregularidade inerente formao desses materiais tornam difcil a
predio exata do processo de secagem. Desta forma, qualquer projeto deve-se
valer de medies experimentais das quais possvel obter curvas de secagem
em funo da espessura da amostra e velocidade do fluxo dos gases secantes.
. X ' 2 .X '
D. , (3.1)
. .x 2
53
das fibras absorvem a umidade. A tenso superficial do lquido nestes poros se
contrape ao movimento livre do fluido, exercendo uma presso localizada sobre o
este, dificultando a secagem.
2.
P , (3.2)
r
A tenso superficial provocada pela capilaridade nos poros pode provocar o efeito
de Histerese, ou seja, a saturao na adsoro diferente da saturao na
dessoro. Este fenmeno est ilustrado na figura 3.2. Durante a fase de
54
adsoro, a curva de saturao das fibras varia de acordo com o teor de umidade,
conforme ilustrado. Porm, na fase de dessoro, o retorno pode se dar por uma
outra curva, conforme indicado na mesma figura.
55
Figura 3.3 Relao entre a umidade e a estrutura
fibrosa. (FOUST, 1982).
Todo o fluxo de massa que ocorre da superfcie fibrosa para o meio secante est
associado ao gradiente de concentrao de vapor de gua, da mesma forma que
o fluxo de calor est associado ao gradiente de temperatura. As taxas de
transferncia so dadas pelas relaes:
Q h. A.(Tsup T ) , (3.4)
56
Para as condies envolvidas na secagem da fbrica de Itariri e das maiorias das
fbricas de papel o vapor dgua pode ser considerado um gs ideal, por
simplificao. Desta forma possvel determinar os fluxos em funo do gradiente
da presso ou da densidade do vapor, atravs da equao do gs perfeito:
mRT
P (Vol.) , (3.5)
M
CRT
P , (3.6)
M
PM
C , (3.7)
RT
M .C , (3.8)
m v
v , (3.9)
m ar ar
hm AM
N ( Pv ,sup Pv, ) , (3.10)
RT
ou
57
m h. A. ar ( s ) . (3.11)
Da teoria da camada limite, sabe-se que as regies do fluido secante que entram
em contato com a superfcie passam a ter velocidade nula e, pelas tenses de
cisalhamento, essas partculas tendem a retardar as partculas das camadas
adjacentes e assim sucessivamente, at uma distncia onde essas tenses
passam a ser desprezveis e os efeitos de retardamento praticamente no existem
mais. medida que o escoamento avana pela superfcie do papel, a espessura
da camada limite aumenta. O atrito na superfcie determina as caractersticas da
camada limite fluido dinmica, cuja espessura corresponde distncia na qual o
valor da velocidade paralela ao escoamento equivale a 99% da velocidade do
escoamento livre. Analogamente, as diferenas de temperatura e concentrao de
vapor entre a superfcie e escoamento livre determinam as caractersticas das
camadas limites trmica e de concentrao.
(Tsup T ) (C v ,sup C v )
0,99 . (3.12)
(Tsup T ) (C v ,sup C v , )
58
(Tsup T )
T* , (3.13)
(Tsup T )
(C v ,sup C v )
e C* . (3.14)
(C v ,sup C v , )
x
Posio: x* , (3.15)
L
y
e y* . (3.16)
L
u
Velocidade: u* , (3.17)
V
v
e v* . (3.18)
V
Sendo que u a velocidade no eixo paralelo folha e V a velocidade no eixo
perpendicular folha.
59
fluido e a superfcie, no s altera a espessura da camada, como modifica todo o
campo de velocidades do escoamento. Este campo de velocidades determinar se
o escoamento laminar ou turbulento, caracterstica esta que est associada
relao entre as foras de inrcia e foras viscosas, que o nmero de Reynolds
(Re).
.V .L V .L
Re . (3.19)
Condies de contorno:
T
Q " k , (3.20)
y y 0
e
C
N " Dvapor ,ar v , (3.21)
y y 0
60
Para a transferncia de calor:
T
Q " h.(Tsup T ) k . (3.22)
y y 0
C
N " hm .(C v ,sup C v , ) Dv ,ar v , (3.23)
y y 0
ou seja,
T
k
y y 0
h , (3.24)
(Tsup T )
C v
Dv ,ar
y y 0
e hm . (3.25)
(C v ,sup C v , )
h.L T *
Nu * , (3.26)
k y y * 0
h.L C *
Sh *v . (3.27)
Dv ,ar y y * 0
61
Difusividade trmica e mssica:
2
T T 2T u
u v 2 (3.28)
x y y cp y
C a C 2Ca
u v a D (3.29)
x y y 2
T * T * 2T *
u* v* (3.30)
x * y * V .L y *2
C * C * D 2C *
u* v* (3.31)
x * y * V .L y *2
1
Pr , (3.32)
V .L Re . Re . Pr
D D 1
Sc . (3.33)
V .L Re. Re.Sc D
62
Os processos de transferncia de calor e massa podem ser relacionados atravs
do nmero de Lewis (Le), que a razo entre as difusividades trmica e mssica.
Sc
Le . (3.34)
Pr D
u u 1 p 2u
u v g 2 , (3.35)
x y x y
p
u 0 .g . (3.36)
x
Portanto,
u u g 2u
u v ( ) 2 . (3.37)
x y y
63
Adimensionalizando a equao, tem-se:
u * u * L g 1 2u
u* v* 2 ( sup ). * . (3.38)
x * y * u0 Re y 2
1 1 ( sup )
, (3.39)
T P (Tsup T )
ou seja,
sup T Tsup
* T * (3.41)
sup T Tsup
u * u * L 1 2u
u* v* 2 .g . (Tsup T ). * . (3.42)
x * y * u0 Re y 2
64
O termo que representa a razo entre as foras de empuxo e foras viscosas pode
ser multiplicado por (Re) para que este no seja expresso em funo da
velocidade de referncia, que muitas vezes desconhecido:
2
L u 0 .L g . .(Tsup T ) 3
2
. g . (Tsup T ).
.L Gr . (3.43)
u0 2
65
q1 f (q 2 , q3 ,....., q n ) .
1 F1 ( 2 , 3 ,....., n m ) ,
66
adimensionais envolvidos na transferncia de massa sobre uma placa plana pode
ser representado por:
67
o ar mido apresenta a agravante do fornecimento de calor correspondente
entalpia de vaporizao da massa que mudou de fase na presso de operao.
Desta forma todo problema da secagem deve ser abordado considerando os dois
fenmenos de transferncia simultaneamente, o que pode ser representado pela
figura 3.4.
QT QS QL
68
c
Sh Sc
. (3.51)
Nu Pr
1 c
hc
Le 1 c . (3.52)
hm C p D
hc dA ( s )
Q T ( h s h ) .(h LVs R Le .hVs ) . (3.55)
Cp u R Le
69
h c .dA
Q T .( h s h a ) . (3.56)
Cp u
70
observada atualmente. Empiricamente, chegou-se com essa nova condio
proposta ao tempo de cozimento de 3,5 horas aproximadamente.
Configurao da cmara:
71
de 80 cm, toda a retirada e colocao das telas com os papis feita pela parte
superior da cmara, cuja cobertura feita com tbuas de madeira apoiadas e no
fixas para que sejam facilmente removidas. A 40 cm da parte superior da cmara
colocada uma outra cobertura para proteo contra a chuva. Esta parte no est
representada na figura 4.1, pois seu desenho dificultaria uma melhor visualizao,
mas est representada na figura 4.4.
72
Funcionamento da cmara:
73
consecutivas ser de 30 cm, de forma que tenhamos simultaneamente a secagem
de 60 folhas.
Para proteger a chapa de alumnio contra a queda de gua, que pode prejudicar o
metal e o desempenho trmico do processo, sero utilizadas pequenas calhas
plsticas para que esta gua escoe para fora da rea de secagem, representadas
na figura 4.5.
Vista superior:
74
Vista lateral:
Toda a parte de clculo foi realizada para um volume de controle onde os limites
laterais do escoamento so compostos por duas superfcies de papel entre as
quais temos o escoamento de ar.
75
A primeira envolvendo a troca de calor entre a chapa e o ar, na qual temos
um sistema em que se faz presente a conveco natural.
76
Os clculos para a transferncia de calor entre a chapa e o ar, vazo mssica de
ar e taxa de secagem sero realizados de forma iterativa de acordo com o
fluxograma na figura 4.6
Clculo da entalpia do
ar na sada
Clculo da temperatura do
ar na sada e temperatura
mdia do ar na secagem
No Ti 1 Ti
Sim
0,01
Ti Fim/
Imprime o
resultado
77
Como ainda no h dados suficientes para estimar o calor latente transferido pelo
papel ao fluxo de ar, apenas no primeiro momento este no ser considerado.
Assim que obtivermos um valor para a taxa de secagem, sero feitas as correes
e este ser includo nos novos clculos.
Tchapa = 600 K;
Tar = 298 K;
(Tchapa Tar )
T filme = 449 K.
2
78
as densidades do ar no interior e no exterior do secador responsvel pela
diferena de peso de coluna (e presso) entre essas duas regies.
P 0 i .g .L . (4.4)
Essa diferena de presso por sua vez, tem o mesmo valor que as perdas de
carga do fluxo de ar ascendente que representam as restries ao seu movimento.
2 2 2
V V V
P K l1 . Kd . Kl2 . , (4.5)
2 2 2
2 2 2
0 i .g.L K l1 . V Kd .
V
Kl2 .
V
, (4.6)
2 2 2
g = 9,8 m/s;
L = 0,6 m;
K l1 = 0,5 (FOX-1998).
A seo de entrada representada pela figura 4.7.
79
64 L
Kd (coeficiente de perda de carga distribuda) = . =2;
Re D
80
Nu 0,15.(Ral )1/3 , (3.47)
k
h Nu . (3.26)
L
Balano energtico:
81
Com a temperatura mdia do ar, pode-se recalcular a temperatura do filme:
(Tchapa Tm ,ar )
T filme . (4.12)
2
Com a nova temperatura do filme, calcula-se novamente as propriedades de
transporte e termodinmicas do ar, realizando-se nova iterao at que se
obtenha a convergncia nos clculos. Colocando as equaes no fluxograma,
como na figura 4.9, temos:
2 2 2
0 i .g .L K l1 . V Kd .
V
K l2 .
V ;
2 2 2
Q h. A.(Tchapa T filme )
No Sim
Ti 1 Ti
Fim/
0,01 Imprime o
Ti
resultado
82
Atravs do processo iterativo com base nas equaes presentes no fluxograma,
chegou-se aos resultados da tabela 4.1 :
83
Da mesma forma, as propriedades termodinmicas do ar seco foram calculadas
atravs de curvas de interpolao.
Condutividade trmica. 103 [W/m.K]: k .10 3 0,074.T filme , papel 4,1 (4.14)
.V .L
Nmero de Reynolds: Re =14562 (escoamento laminar),
1
Nmero de Nusselt: Nu 0,664.(Re) 0,5 .(Pr) 3 =71,33
Nu.k
Coeficiente de conveco: hc = 3,22 W/m.K
L
Para o ar mido,
1 c
hc
Relao de Lewis: Le 1 c 1
hm C p D
hc
Coeficiente de transferncia de massa: hm =0,0028m/s.
c p .
84
Primeira aproximao para a taxa de secagem:
A = 0,24 m;
85
influncia na temperatura do papel, mas pouca influncia no desempenho da
secagem. Por esta razo, optou-se por uma chapa metlica com emissividade
baixa, no caso o alumnio, para que se buscasse o mximo de transferncia de
calor por conveco atravs do aumento da temperatura da chapa e o mnimo de
transferncia de calor atravs da radiao.
86
4 4
.(Tchapa T papel )
hc . A papel .(T papel Tar ) m v .h Lv , (4.19)
1 Al 1 1 papel
.A A
Al chapa chapa .F( chapa , Papel ) papel . A papel
F i, j 1 (4.20)
j 1
87
F1, 2 c F1, 2 d F1,3 F1, 4 1 .
Podemos determinar os fatores de forma F1,2c e F1,2d atravs dos diagrama das
figuras 4.10 e 4.11,
Z/X 3;
Y/X 3;
X/L = 0,3 ;
Y/X = 3;
88
F1, 4 Fchapa , papel 0,7 .
Com este novo valor de temperatura das superfcies do papel, podemos corrigir a
temperaturas dos filmes nas superfcies da chapa e papel e os fluxos de calor que
entram no volume de controle.
4 4
.(Tchapa T papel )
61,7W;
1 Al 1 1 papel
.A
Al chapa Achapa .F( chapa , Papel ) papel . Apapel
sendo:
89
Correo do clculo da transferncia de calor da chapa para o ar utilizando
os novos dados de entrada
Re = 13047
Nu = 67,45
hc = 3,19 W/m.K
1 c
hc
Le 1 c 1
hm C p D
90
hm = 0,0029 m/s.
91
A ultima etapa de secagem, que ocorre pela evaporao da gua presente no
papel, limitada pelo teor de umidade de equilbrio. Este valor depende da
estrutura do slido e da umidade relativa do gs utilizado para o processo de
secagem, que no caso presente o ar. Para grande parte dos materiais
celulsicos, na umidade relativa mdia do municpio de Itariri (85%), o teor de
umidade de equilbrio de 20%, conforme o diagrama da figura 4.12. Devemos
ressaltar que este valor uma estimativa, e caso ele seja inferior, 20% uma
consistncia que permite que o papel seja retirado do secador sem qualquer dano
sua estrutura:
92
espcie e a resistncia transferncia de massa desta mesma espcie na
camada limite. Essa relao conhecida como o nmero de Biot para
transferncia de massa:
C
N dif _ int D. A. . (3.21)
x
93
Portanto, a massa total a ser retirada nesta etapa de 23,33 g.
Tempo de secagem
Lembrando que a taxa de secagem obtida nos clculos de 0,00205 g/s, o tempo
de secagem de:
1 parede
0.
parede . A parede
4 4
.(Tchapa T parede )
q rad 16,81W .
1
Achapa .F(chapa , Parede
94
Portanto, o fluxo de calor total cedido pela chapa ao volume de controle de 583,8
W. O fluxo de calor total fornecido para o secador (composto por trinta unidades
do volume de controle) de 17,51 kW. Admitindo que a chapa esteja em equilbrio
e trabalhando em regime permanente, este o valor energtico a ser recebido
pela queima da madeira.
95
Para a secagem de uma bateria de 60 folhas em 3 horas e 10 minutos,
necessria a queima de 9,67 kg de pinus por hora.
4.6 Resultados
O trabalho em trs ciclos de secagem por dia resulta em uma produtividade de 180
folhas ao dia, ou seja, 5400 folhas ao ms sem riscos de grande oscilao. Esta
nova produtividade equivale a 208% da produtividade atual que muito dependente
dos fatores climticos.
96
4.6.2 Retorno do investimento:
97
5 Consideraes Finais e Discusso sobre os Resultados
98
aproximada de 120 g/s, ou seja, a umidade retirada do papel no provocar uma
elevao significativa na umidade do ar de secagem, no havendo risco de
saturao deste.
Todo material fibroso possui um teor de umidade de equilbrio que depende de sua
estrutura interna e da umidade relativa do ambiente ao qual exposto. A partir dos
valores de teor de equilbrio de vrios tipos de materiais celulsicos estima-se o teor
de equilbrio para a fibra do pseudocaule da Musa Cavendishii em 20%. Caso o
valor real seja superior aos 20%, o papel apenas permanecer na cmara de
secagem durante um perodo um pouco maior do que o calculado, o que no traz
nenhuma conseqncia significativa para o produto ou para o processo. Caso o
valor seja inferior, com 20% de teor de umidade o papel j estar com uma
consistncia que permite a sua retirada do secador e manuseio sem sofrer qualquer
dano. Durante o perodo de armazenagem, o papel perder essa umidade
remanescente para o meio ambiente, ainda que de forma bem mais lenta que no
secador, at que seja atingido o equilbrio.
99
Sensibilidade do processo
100
transferncia de calor e massa do papel para o ar corresponde terceira etapa de
clculo.
101
A execuo do projeto acarretar em um aumento de 108% em relao
produtividade atual (o mtodo at ento utilizado pode ser continuado em paralelo).
Com a secagem de 60 folhas a cada 3 horas e 10 minutos, a produtividade obtida
apenas no novo secador passar a ser de 5400 folhas mensais no formato padro
da fbrica de Itariri (60 cm x 40 cm). Alm do aumento da produtividade, a secagem
em uma cmara fechada reduz significativamente a dependncia dos fatores
climticos, reduzindo-se assim as oscilaes desta produo.
102
Valor econmico e social do produto
103
6.Referncias Bibliogrficas
104
FIORAVANO, J.C.; Mercado mundial da Banana: Produo, comrcio e
participao brasileira. Informaes Econmicas, SP. V.33, n. 10, out.2003.
105
Tecnologia de fabricao da pasta celulsica Volume 2. Captulo 3.
Editorao: Departamento de Divulgao do IPT-1988. Segunda edio.
106
SOFFNER, M. L. A. P., Produo de Polpa celulsica a partir de engao de
bananeira Piracicaba, 2001. 49p. Dissertao (Mestrado) Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de So Paulo.
107