Polímeros PP PDF
Polímeros PP PDF
Polímeros PP PDF
ESCOLA DE E NGENHARIA
DEPARTAMENTO DE E NGENHARIA Q UÍMICA
P ROGRAMA DE PÓS-G RADUAÇÃO EM E NGENHARIA Q UÍMICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Porto Alegre
2001
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO G RANDE DO S UL
ESCOLA DE E NGENHARIA
DEPARTAMENTO DE E NGENHARIA Q UÍMICA
P ROGRAMA DE PÓS-G RADUAÇÃO EM E NGENHARIA Q UÍMICA
Orientador:
Prof. Dr. Argimiro Resende Secchi
Co-orientador:
Eng. Dr. Jorge Jardim Zacca
Porto Alegre
2001
Agradecimentos
Para a OPP Petroquímica S. A. pela oportunidade ímpar de desenvolver o
trabalho em contato direto com o processo e num excelente ambiente de trabalho.
Ao professor Dr. Argimiro Resende Secchi e ao Eng. Dr. Jorge Jardim Zacca,
responsáveis diretos pelo sucesso do trabalho.
A Mariá, que tornou ainda mais agradáveis os anos dedicados a este trabalho.
iv
Sumário
1. Introdução....................................................................................................................1
1.1 Motivação ................................................................................................................ 1
1.2 Objetivos.................................................................................................................. 2
1.3 Estrutura da Dissertação .......................................................................................... 2
2. A produção de polipropileno ..................................................................................5
2.1 Catalisadores para Produção de Polipropileno ........................................................ 5
2.1.1 Catalisadores de primeira geração.................................................................. 6
2.1.2 Catalisadores de segunda geração .................................................................. 7
2.1.3 Catalisadores de terceira geração ................................................................... 7
2.1.4 Catalisadores de quarta geração ..................................................................... 8
2.1.5 Catalisadores de quinta geração ..................................................................... 8
2.1.6 Catalisadores de sexta geração - metalocenos................................................ 8
2.1.7 O sistema catalítico....................................................................................... 10
2.2 Processos de Polimerização................................................................................... 12
2.2.1 Processos de polimerização slurry................................................................ 12
2.2.2 Processos de polimerização em solução....................................................... 13
2.2.3 Processos de polimerização Bulk ................................................................. 14
2.2.4 Processos de polimerização em Fase Gás .................................................... 15
2.3 O Processo Spheripol ............................................................................................ 16
2.4 A reação de polimerização de propileno ............................................................... 20
2.5 Referências Bibliográficas..................................................................................... 23
3. Modelagem dos reatores do processo Spheripol...........................................25
3.1 Modelo do reator ................................................................................................... 26
3.1.1 Modelo não ideal.......................................................................................... 27
3.1.2 Concentração efetiva .................................................................................... 30
3.1.3 Balanço de energia ....................................................................................... 35
3.1.4 Cálculo da vazão de saída............................................................................. 36
3.2 Modelo cinético ..................................................................................................... 37
3.2.1 Ativação de sítios ......................................................................................... 37
3.2.2 Iniciação de cadeia ....................................................................................... 38
3.2.3 Propagação de cadeia ................................................................................... 38
3.2.4 Transferência de cadeia ................................................................................ 39
3.2.5 Desativação de sítios .................................................................................... 39
3.2.6 Transformação de sítios................................................................................ 40
3.2.7 Reativação de sítios ...................................................................................... 41
3.2.8 Eliminação de impurezas.............................................................................. 41
3.2.9 Desativação de donor ................................................................................... 41
3.3 Taxas de Reação .................................................................................................... 41
3.4 Propriedades do polímero...................................................................................... 46
v
3.4.1 Grau de polimerização médio numeral......................................................... 46
3.4.2 Polidispersão................................................................................................. 47
3.4.3 Composição média do polímero................................................................... 47
3.4.4 Massa molar média numeral......................................................................... 48
3.4.5 Massa molar média em massa ...................................................................... 48
3.4.6 Comprimento médio das seqüências............................................................ 48
3.4.7 Índice de Fluidez.......................................................................................... 49
3.5 Implementação do modelo .................................................................................... 49
3.5.1 Interface entre o usuário e o modelo ............................................................ 50
3.5.2 Condições iniciais......................................................................................... 52
3.6 Análise do modelo................................................................................................. 52
3.6.1 Homopolimerização com um tipo de sítio.................................................... 54
3.6.2 Homopolimerização com dois tipos de sítios............................................... 58
3.6.3 Copolimerização propeno - eteno com dois tipos de sítios .......................... 60
3.6.4 Influência do hidrogênio na taxa de polimerização...................................... 62
3.6.5 Equilíbrio de sítios........................................................................................ 64
3.7 Conclusões............................................................................................................. 72
3.8 Referências bibliográficas..................................................................................... 72
4. Análise de sensibilidade e estimação de parâmetros ...................................75
4.1 Análise de Sensibilidade........................................................................................ 75
4.1.1 Análise das matrizes de sensibilidade. ......................................................... 78
4.2 A estimação de parâmetros.................................................................................... 79
4.2.1 Dados utilizados na estimação de parâmetros e na validação do modelo .... 79
4.2.2 Metodologia de estimação de parâmetros .................................................... 80
4.2.3 Estimação de parâmetros para a planta bulk 1 ............................................. 81
4.2.4 Estimação de parâmetros para a planta bulk 2 ............................................. 85
4.3 Conclusões............................................................................................................. 97
4.4 Referências Bibliográficas..................................................................................... 97
5. Estudo de caso.........................................................................................................99
5.1 Equacionamento do problema ............................................................................... 99
5.1.1 Análise da pressão no interior da bomba.................................................... 100
5.1.2 Análise da pressão na parte superior do reator........................................... 100
5.1.3 Análise dos erros de medida....................................................................... 103
5.1.4 Estudo de transições entre produtos........................................................... 105
5.1.5 Influência da massa específica da mistura reacional sobre o ponto de
bolha .................................................................................................................... 109
5.1.6 Análise da influência da pressão sobre a temperatura do ponto de bolha.. 111
5.2 Conclusões........................................................................................................... 112
5.3 Referências bibliográficas................................................................................... 113
6. Conclusões e sugestões .....................................................................................115
vi
B. Dedução das expressões para as taxas de reação dos momentos........121
B.1 Momentos de ordem zero do polímero vivo ....................................................... 121
B.2 Momentos de ordem zero do polímero bulk ....................................................... 122
B.3 Momentos de ordem um do polímero vivo......................................................... 123
B.4 Momentos de ordem um do polímero bulk......................................................... 125
B.5 Momento de ordem dois do polímero bulk......................................................... 125
C. Cálculo do ponto de bolha da mistura reacional..........................................129
C.1 Modelo termodinâmico utilizado........................................................................ 130
C.2 Referências Bibliográficas.................................................................................. 136
D. Análise de valores singulares............................................................................139
D.1 Decomposição em valores singulares................................................................. 140
D.2 Comparação do modelo linear com o modelo não-linear e planta. .................... 142
D.3 Referências Bibliográficas.................................................................................. 143
E. Nomenclatura .........................................................................................................145
vii
Lista de figuras
Figura 2.1: Conversão entre as formas cristalinas do TiCl3 ........................................... 6
Figura 2.2: Etapas no processo de produção de polipropileno para cada geração
de catalisadores........................................................................................................ 9
Figura 2.3: Processo Hercules de produção de polipropileno em slurry..................... 13
Figura 2.4: Processo de Polimerização de Propeno em Solução da Eastman. ............ 14
Figura 2.5: Processo Rexall de Produção de Polipropileno em Fase Líquida.............. 15
Figura 2.6: Processo Unipol para produção de polipropileno...................................... 16
Figura 2.7: Reator loop utilizado no processo Spheripol............................................. 18
Figura 2.8: Processo Spheripol de produção de polipropileno. ................................... 19
Figura 2.9: Possíveis formas estruturais do polipropileno........................................... 21
Figura 2.10: Inserção de propeno à cadeia polimérica na posição 1-2. ......................... 21
Figura 2.11: Inserção de propeno à cadeia polimérica na posição 2-1. ......................... 21
Figura 2.12: Mecanismo bimetálico............................................................................... 22
Figura 2.13: Mecanismo monometálico........................................................................ 23
Figura 3.1: Representação esquemática do modelo distribuído de reator loop
(Zacca, 1991)......................................................................................................... 26
Figura 3.2: Variação da relação entre as concentrações na saída do reator e dentro
do reator em função de wP,R para diversos valores de Fd.................................... 30
Figura 3.3: Regiões de uma partícula de polímero semi-cristalino.............................. 31
Figura 3.4: Relação entre a concentração efetiva e a concentração bulk para
diversos valores de fator de inchamento em função da fração volumétrica de
polímero................................................................................................................. 33
Figura 3.5: Valores limites para a fração volumétrica de polímero em função da
cristalinidade e fator de inchamento...................................................................... 34
Figura 3.6: Concentração de monômero e massa específica da mistura reacional. ..... 54
Figura 3.7: Produção instantânea e vazão mássica de polímero na saída do reator..... 55
Figura 3.8: Influência do fator de descarga do reator 1 sobre a produção dos
reatores. ................................................................................................................. 56
Figura 3.9: Influência do fator de descarga do reator 1 sobre o tempo de
residência do polímero nos reatores. ..................................................................... 56
Figura 3.10: Peso molecular médio em massa e concentração de hidrogênio............... 57
Figura 3.11: Índice de fluidez e concentração de hidrogênio. ....................................... 58
Figura 3.12: Polidispersão prevista pelo modelo com um tipo de sítio e com dois
tipos de sítios. ........................................................................................................ 59
Figura 3.13: Distribuição dos tipos de sítios.................................................................. 60
Figura 3.14: Composição molar do polímero em função do tipo de sítio...................... 61
Figura 3.15: Comprimento médio das sequências de cada monômero na cadeia
polimérica. ............................................................................................................. 62
Figura 3.16: Variação da constante global da taxa de propagação de cadeia em
função da concentração de hidrogênio para diversos valores da constante de
equilíbrio................................................................................................................ 66
Figura 3.17: Concentração de hidrogênio nos dois reatores. ......................................... 67
viii
Figura 3.18: Variação na produção dos reatores em função da variação da
concentração de hidrogênio utilizando o mecanismo de ativação de sítios por
hidrogênio.............................................................................................................. 68
Figura 3.19: Distribuição dos tipos de sítios modificada pelo efeito da
concentração de hidrogênio segundo o mecanismo de ativação de sítios
potenciais............................................................................................................... 69
Figura 3.20: Variação da distribuição de sítios em função da reativação de sítios
por hidrogênio. ...................................................................................................... 69
Figura 3.21: Efeito da reativação de sítios na produção individual dos reatores........... 70
Figura 3.22: Produção individual dos reatores de acordo com o mecanismo de
equilíbrio de sítios. ................................................................................................ 71
Figura 3.23: Composição de tipos de sítios ativos segundo o mecanismo de
ativação de sítios para K=1000 m3 /kgmol............................................................. 71
Figura 4.1: Metodologia para estimação de parâmetros.............................................. 81
Figura 4.2: Produção do reator 1 para o conjunto de dados utilizado na estimação
de parâmetros......................................................................................................... 82
Figura 4.3: Produção do reator 2 para o conjunto de dados utilizados na estimação
de parâmetros......................................................................................................... 83
Figura 4.4: Índice de fluidez para o segundo reator para o conjunto de dados
utilizado na estimação de parâmetros.................................................................... 83
Figura 4.5: Produção do reator 1 para o segundo conjunto de dados. ......................... 84
Figura 4.6: Produção do reator 2 para o segundo conjunto de dados. ......................... 84
Figura 4.7: Índice de fluidez experimental e simulado para o conjunto de dados
utilizados como validação. .................................................................................... 85
Figura 4.8: Saídas do reator 1 para o conjunto de dados utilizado na estimação de
parâmetros. ............................................................................................................ 86
Figura 4.9: Saídas do reator 2 para o conjunto de dados utilizados na estimação de
parâmetros. ............................................................................................................ 86
Figura 4.10: Saídas do reator 1 para um segundo conjunto de dados............................ 87
Figura 4.11: Saídas do reator 2 para um segundo conjunto de dados............................ 87
Figura 4.12: Produção medida e predita pelo modelo para o produto A. A predição
é baseada nos parâmetros estimados anteriormente. ............................................. 94
Figura 4.13: Produções para o produto A com os parâmetros estimados para o
mesmo conjunto de dados utilizado na estimação de parâmetros. ........................ 95
Figura 4.14: Índice de fluidez para o produto A para o mesmo conjunto de dados
utilizado na estimação de parâmetros.................................................................... 96
Figura 4.15: Produções para o produto A para um conjunto diferente de dados. .......... 96
Figura 5.1: Posição de medição da pressão e pontos de baixa pressão do reator. ..... 100
Figura 5.2: Variação típica da temperatura do ponto de bolha e da temperatura do
reator 1................................................................................................................. 104
Figura 5.3: Variação típica da temperatura do ponto de bolha e da temperatura do
reator 2................................................................................................................. 105
Figura 5.4: Variação na folga com a concentração de hidrogênio no reator. ............ 106
Figura 5.5: Temperatura do ponto de bolha e temperatura do reator 1 durante a
transição............................................................................................................... 107
Figura 5.6: Temperatura do ponto de bolha e temperatura do reator 2 durante a
transição............................................................................................................... 107
Figura 5.7: Variação da folga durante as transições. ................................................. 108
ix
Figura 5.8: Alterações no processo efetuadas para manter o índice de fluidez
constante e diminuir a massa específica da mistura. ........................................... 110
Figura 5.9: Variação da temperatura do ponto de bolha com a massa específica da
mistura. ................................................................................................................ 110
Figura 5.10: Aumento da temperatura do ponto de bolha da mistura em função do
aumento da pressão de operação. ........................................................................ 111
Figura 5.11: Aumento do rendimento catalítico global em função do aumento da
temperatura. ......................................................................................................... 112
Figura C.1: Constantes de Henry para os sistemas binários envolvidos para
diferentes temperaturas........................................................................................ 131
x
Lista de tabelas
Tabela 2.1: Desempenho das diferentes gerações de catalisadores.................................... 9
Tabela 3.1: Vetor de estados do modelo .......................................................................... 49
Tabela 3.2: Dados cinéticos a 70°C utilizados na análise do modelo. ............................. 52
Tabela 3.3: Dados de processo utilizados na análise do modelo...................................... 53
Tabela 3.4: Degraus na concentração de hidrogênio........................................................ 66
Tabela 4.1: Análise de sensibilidade paramétrica para as constantes cinéticas e o
fator de descarga.................................................................................................... 77
Tabela 4.2: Análise de sensibilidade a entradas do modelo............................................. 78
Tabela 4.3: Parâmetros estimados e estimativas iniciais e finais para a planta bulk 1. ... 82
Tabela 4.4: Parâmetros estimados para a planta bulk 2. .................................................. 88
Tabela 4.5: Matriz de covariança para os parâmetros estimados..................................... 92
Tabela 4.6: Desvios padrão para os parâmetros estimados para a planta bulk 2. ............ 92
Tabela 4.7: Matriz de correlação entre os parâmetros estimados..................................... 93
Tabela 4.8: Parâmetros estimados para a planta bulk 2 para o produto A........................ 95
Tabela 5.1: Parâmetros da equação de Einstein generalizada segundo Thomas............ 102
Tabela 5.2: Erros de medida dos instrumentos............................................................... 103
Tabela C.1: Parâmetros para a constante de Henry........................................................ 132
Tabela C.2: Constantes utilizadas pelo modelo de PR................................................... 134
Tabela C.3: Parâmetros de iteração binária de Peng-Robinson..................................... 134
Tabela C.4: Fator de compressibilidade de Rackett....................................................... 136
Tabela D.1: Matriz de sensibilidade a entradas.............................................................. 139
Tabela D.2: Matriz U da decomposição em valores singulares. .................................... 140
Tabela D.3: Matriz S da decomposição em valores singulares. ..................................... 140
Tabela D.4: Matriz V da decomposição em valores singulares...................................... 140
Tabela D.5: Direções das entradas reais da planta. ........................................................ 141
Tabela D.6: Direções das saídas reais da planta............................................................. 142
Tabela D.7: Direções das saídas do modelo linearizado................................................ 142
Tabela D.8: Direções de saídas previstas pelo modelo não linear. ................................ 142
xi
Abstract
The Spheripol process is, nowadays, one of the most used in polypropylene and
its copolymers production. The process is composed of two loop reactors in series
that can be followed by one or two gas phase reactors, also in series. In this work, a
model for the loop reactors is presented. The loop reactors are modelled as non-ideal
CSTR. The kinetic scheme used is comprehensive and able to lead with multisite
copolymerization. A qualitative model analysis is performed with parameters
presented in the literature. A quantitative model analysis is performed with actual
plant data and, based on this data, a parameter estimation and a model validation is
performed. Finally, the adjusted model is used in a case study together with a liquid-
vapor thermodynamic model for the reaction system based on Henry's law and Peng-
Robinson equation of state.
xii
Resumo
O processo Spheripol é, atualmente, um dos mais utilizados na produção
industrial de polipropileno e seus copolímeros. É composto por dois reatores tipo
loop em série e, em alguns casos, um ou dois reatores tipo fase gás também em série.
Neste trabalho é apresentado um modelo para os reatores loop do processo Spheripol.
Os reatores loop são modelados como CSTR não ideais. O esquema cinético
implementado é relativamente amplo, sendo capaz de englobar copolimerizações
multisítio. Uma análise qualitativa do modelo é feita utilizando parâmetros cinéticos
presentes na literatura e uma análise quantitativa do modelo é feita com base em
dados reais de planta industrial. Ainda com base em dados de planta é feita uma
estimação de parâmetros e a validação do modelo. Finalmente, o modelo com
parâmetros estimados é aplicado num estudo de caso no qual também é criado um
modelo de equilíbrio termodinâmico para a mistura reacional baseado na lei de
Henry e na equação de estado de Peng-Robinson.
xiii
Capítulo 1
Introdução
1.1 Motivação
Modelos matemáticos dinâmicos de processos são ferramentas auxiliares em diversas
áreas da engenharia. Entre as aplicações, destacam-se o desenvolvimento de controladores, o
estudo de processos e o desenvolvimento de produtos.
1.2 Objetivos
Este trabalho tem como objetivos principais o desenvolvimento de um modelo para os
reatores loop do processo Spheripol e o ajuste de parâmetros de forma que o modelo seja
capaz de representar qualitativa e quantitativamente a produção da planta e propriedades
básicas do polímero produzido.
Capítulo 1 - Introdução
A produção de polipropileno
Karl Ziegler, em 1953, foi o primeiro a produzir polietileno utilizando uma mistura de
TiCl4 /AlR3 . Logo após, em 1954, Giulio Natta conseguiu produzir polipropileno utilizando o
mesmo sistema catalítico. O polipropileno produzido com este sistema possuía isotaticidade
muito baixa, entre 30 e 40%. Natta, logo em seguida, percebeu que, substituindo o TiCl4
solúvel por TiCl3 cristalino, é possível obter polipropileno com isotaticidade entre 80 e 90%.
A baixa atividade é exp licada pelo fato de apenas os átomos da superfície da partícula
de catalisador estarem acessíveis à ação do alquil-alumínio para formação de sítios ativos.
Estes átomos de Ti representam apenas uma pequena fração do total de átomos presentes na
partícula, variando entre 1 e 4% (Zacca, 1995). O aumento da fração de Ti ativo gerou uma
segunda geração de catalisadores Z-N.
de elétrons externo (donor externo). Os doadores de elétrons são bases de Lewis como por
exemplo ésteres, silanos e aminas.
Controle
Geração Composição Produtividade a Isotaticidade (%)
morfológico
(kg PP/ g cat)
1ª δ-TiCl3 0.33AlCl3 + DEAC 0,8 - 1,2 90 - 94 Impossível b
2ª δ-TiCl3 + DEAC 3 - 5 (10 - 15) 94 - 97 Possível
3ª TiCl4 /Ester/MgCl2 + AlR3 /Ester 5 - 10 (15 - 30) 90 - 95 Possível
TiCl4 /Diester/MgCl2 +
4ª 10 - 25 (30 - 60) 95 - 99 Possível
TEA/Silano
5ª TiCl4 /Diéter/MgCl2 + TEA 25 - 35 (70 - 120) 95 - 99 Possível
6ª Zirconoceno + MAO (5 - 9.103 ) c 90 - 99 Ainda não obtido
a
Polimerização slurry em hexano, pressão de monômero 0,7 MPa, 4 h, hidrogênio para controle de peso
molecular (valores entre parenteses são para polimerização em massa durante 2 h a 70 °C com H2 ).
b
Só é possível com TiCl3 reduzido com alquil-Al com tamanho de partícula de 200-300 µm.
c
Uma hora de polimerização.
Ainda para ilustrar a importância das melhorias obtidas nos catalisadores, a figura 2.2
mostra as etapas envolvidas no processo para cada geração de catalisadores utilizados nas
indústrias de produção de polipropileno (IC, 1989).
Suporte catalítico
- Aumento da reatividade dos sítios ativos por causa do efeito do íon magnésio que é menos
eletronegativo que o metal de transição.
Cocatalisador
Muitos compostos tem sido usados como doadores de elétrons, tais como esteres,
éteres, álcoois, silanos e aminas.
mantém uniformidade e promove a remoção de calor. A remoção de calor da fase gás é obtida
pelo resfriamento da corrente recirculante. O propeno recirculante pode ser resfriado abaixo
de seu ponto de orvalho e introduzido no reator na forma líquida. Desta forma o calor latente
do propeno auxilia na remoção de calor. Este modo de operação é conhecido como modo
condensado. A figura 2.6 mostra esquematicamente o processo Unipol para produção de
polipropileno.
Reatores loop são constituídos de duas seções tubulares principais conectadas de tal
forma que formam um loop. As regiões retas do reator são encamisadas e desta forma é feita a
remoção do calor gerado na polimerização. A figura 2.7 mostra um reator loop de forma
esquemática.
A bomba axial colocada na base do reator faz com que a mistura reacional recircule a
velocidade suficiente - de 3 a 7 m/s (Zacca, 1991) - para arrastar as partículas de polímero e
desta forma também garante a ausência de gradientes na direção radial e axial (Liang et al.,
1996). A transferência de calor também é favorecida pela alta velocidade pois aumenta o
coeficiente global de troca térmica.
mistura reacional muito viscosa e há o risco de deposição de polímero nas paredes do reator e
demais equipamentos.
Produtos multicamadas (alloys) são produzidos quando um segundo reator tipo leito
fluidizado é colocado em série no final do processo. Neste caso, os reatores loop produzem a
matriz homopolimérica de propeno (polipropileno), o primeiro reator fase gás produz a fase
borrachosa (EPR) e o segundo reator fase gás produz homopolímero de eteno (polietileno)
internamente à camada borrachosa. As diferentes possibilidades de arranjo dos reatores
permitem a produção de polímeros com um largo intervalo de propriedades físicas.
1 - Isotático - Quando todas as metilas estão voltadas para o mesmo lado da cadeia
polimérica. Esta forma é de longe a mais comercializada. Os processos em geral estão
voltados para produzir polipropileno (PP) isotático.
1999; Soares e Hamielec, 1996). Após uma transferência de cadeia por hidrogênio, o sítio
volta a ser ativo. Este mecanismo é chamado de reativação de sítios dormentes e é uma
explicação possível para o aumento do rendimento catalítico quando o hidrogênio está
presente no sistema reacional.
Busico, V., Corradini, P., Martino, L. e Proto, L. Polymerization of propene in the presence
of MgCl2 -supported Ziegler-Natta catalist, 2°. Effects of the co-catalist composition.
Makromol. Chem. 187, 1115-1124. 1986.
Debling, J. A., Zacca, J. J., Ray, W. H. Reactor residence-time distribution effects on the
multiestage polymerization of olefins – III. Multi-layered products: impact
polypropylene. Chemical Engeneering Science, 12 1969-2001. 1997.
24 2. A PRODUÇÃO DE POLIPROPILENO
IC. Polypropylene - the way ahead. International Conference. The Plastic and Rubber
Institute. 1989.
Liang, W., Jin, Y., Yu, Z., Wang, Z., Zhu, J. e Chen, J. Flow characteristics and mixing
properties in a high velocity liquid-solid loop reactor. The Chemical Engeneering Journal
63 181-188. 1996.
Mori, H., Endo, M., Tashino, K. e Terano, M. Study of activity enhancement by hydrogen
in propylene polymerization using stopped-flow and conventional methods. Journal of
Molecular Catalysis A: Chemical 145. 153-158. 1999.
Xie, T., McAuley, K. B., Hsu, J. C. e Bacon, D. W. Gas Phase Ethylene Polymerization:
Production Processes, Polymer Properties and Reactor Modeling. American Chemical
Society. 1994.
QR
Rec = (3.1)
Qo
As regiões tubulares são modeladas como reatores PFR com mistura axial. O fato do
regime no interior do reator ser turbulento leva a consideração de que não há gradientes de
concentração e temperatura na direção radial. Simulações do modelo mostram que a hipótese
de que o reator loop se comporta como um reator CSTR é válida quando a razão de
26 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
Figura 3.1: Representação esquemática do modelo distribuído de reator loop (Zacca, 1991).
A justificativa para utilizar o modelo de reator CSTR e não o modelo de reator PRF
para representar o reator loop vem do fato de que a taxa de recirculação do reator que se
pretende representar é muito maior que 30.
3.1 MODELO DO REATOR 27
P = Q f ρ f w P,R (3.3)
A medida da não idealidade do reator é dada pelo fator de descarga (Fd), definido
como a razão entre a fração mássica de polímero na saída do reator, wP,o , e a fração mássica
de polímero no interior do reator
wP,o
Fd = (3.4)
wP,R
Desta forma, a produção (em estado estacionário) por balanço de massa passa a ser obtida
por:
P = Q f ρ f Fd wP , R (3.5)
O valor de Fd é tal que a produção obtida por este balanço de massa coincida com a produção
medida.
O fator de descarga permite que a corrente de saída do reator seja tanto mais
concentrada como menos concentrada em polímero que a mistura interna do reator. Valores
de Fd maiores que a unidade indicam concentração maior de polímero na corrente que sai do
reator enquanto valores menores que a unidade indicam que a corrente que sai do reator é
menos concentrada em polímero que a mistura reacional.
28 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
1 − wl , o
Fd = (3.6)
1 − wl , R
As frações mássicas de líquido podem ser substituídas pela razão entre a massa de
líquido e a massa total, que pode ser representada pelo volume multiplicado pela massa
específica da mistura. Desta forma:
m& l ,o
1−
ρo Qo
Fd = (3.7)
ml , R
1−
ρ R VR
C l, o
1−
ρo
Fd = (3.8)
C l, R
1−
ρR
Cl ,o ρo 1 − Fd ⋅ wP, R
η= = (3.9)
Cl ,R ρ R 1 − wP ,R
1 w 1 − wP , R
= P ,R + (3.10)
ρR ρP ρl
1 Fd ⋅ wP,R 1 − Fd ⋅ wP,R
= + (3.11)
ρo ρP ρl
Cl ,o C j, o
= (3.12)
Cl , R C j , R
Uma análise análoga pode ser feita para os componentes da fase sólida (polímero e
catalisador), chegando-se a:
C P ,o ρo
ζ= = Fd (3.13)
C P, R ρR
onde ζ representa a relação entre a concentração dos componentes da fase sólida na saída do
reator e no interior do reator.
As equações 3.9 e 3.13 serão utilizadas para obter a concentração dos componentes na
saída do reator em função das concentrações no interior do reator e do fator de descarga e
representam a não idealidade do modelo.
Para considerar um modelo ideal de CSTR, basta assumir o valor unitário para o fator
de descarga. Desta forma, as massas específicas na saída do reator e no interior do reator
calculadas pelas equações 3.11 e 3.10 respectivamente, serão iguais. As relações
representadas pelas equações 3.9 e 3.13 serão iguais a um.
1.4
1.3
Fd=1,2 Fd=0,8
1.2
Fd=1,1 Fd=0,9
1.1
Co /CR
Fd=1,0
1
Fd=0,9 Fd=1,1
0.9
0.7
0.6
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
wPR
Figura 3.2: Variação da relação entre as concentrações na saída do reator e dentro do reator
em função de wP,R para diversos valores de Fd.
C j, a
γj = (3.14)
C j, l
1. A presença de uma fase sólida referente ao polímero que diminui a concentração bulk dos
componentes da fase líquida e;
2. A limitação de transferência de massa entre a fase líquida e amorfa, expressa pela equação
3.14.
A região amorfa contém polímero e líquido numa proporção dada pelo fator de
Vl , a
inchamento (swelling factor) (Hutchinson, 1988) definido como χ = , onde Vl , a é o
Va ,m
volume de líquido na fase amorfa e Va , m é o volume da fase amorfa molhada, ou seja, na
presença de líquido.
n j = n j , a + n j ,l (3.15)
Por outro lado, o número de moles nas fases líquida e amorfa valem, respectivamente:
n j ,l = VlC j ,l (3.16)
n j ,a = Va ,m C j , a (3.17)
Va , m
γj
n j ,a Vl
= (3.18)
nj V
1 + γ j a, m
Vl
Va ,m
γj
C j ,a V Vl
= (3.19)
Cj Va , m V a ,m
1+ γ j
Vl
onde V é o volume do reator que pode ser escrito pela soma dos volumes dos componentes
envolvidos, ou seja
onde VP,s é o volume do polímero seco (na ausência de líquido na fase amorfa).
Va ,m 1 − f c
= (3.21)
VP,s 1 − χ
Vc
fc = (3.22)
VP,s
Va ,m
γj
C j ,a V 1− χ Vl
= l + + χ (3.23)
Cj Va ,m 1 − f c 1 + γ V a, m
j
Vl
A relação entre o volume de líquido e o volume da fase amorfa molhada pode ser
determinada combinando as equações 3.20 e 3.21, chegando-se a
3.1 MODELO DO REATOR 33
1 1
Vl
= (1 − χ ) − 1 − χ (3.24)
Va , m (1 − f c ) φ p 1 − χ
onde
VP, s
φP = (3.25)
V
1,5 χ=0,1
χ=0,5
Cj,a/Cj
χ=0,7
1 χ=0,9
0,5
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
φP
Figura 3.4: Relação entre a concentração efetiva e a concentração bulk para diversos valores
de fator de inchamento em função da fração volumétrica de polímero.
34 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
C j ,a
Como pode ser visto na figura 3.4, o valor máximo de depende do valor do fator
Cj
de inchamento. Isto acontece porque existe um limite físico para a fração volumétrica de
polímero, ou seja, o volume do reator, de tal forma que:
VPm
≤1 (3.26)
V
1
φP ≤ (3.27)
χ
1 + (1 − fc)
1− χ
A equação 3.27 mostra que o limite para a fração volumétrica de polímero depende
apenas da cristalinidade e do fator de inchamento. A figura 3.5 mostra o valor limite da fração
volumétrica de polímero em função do fator de inchamento para diversos valores de
cristalinidade do polímero.
1,2
1
máxima
0,8
fc=0,0
0,6
fc=0,4
P
0,4 fc=0,6
fc=0,8
0,2
fc=1,0
0
0 0,25 0,5 0,75 1
χ
A concentração de cada componente na fase líquida também pode ser relacionada com
a concentração bulk. Para calcular algumas propriedades da fase líquida, como o ponto de
bolha, é necessário conhecer a concentração na fase líquida. Combinando as equações 3.15 a
3.17 com a equação 3.25, chega-se a
Va , m
1+ γ j
Cj
= (1 − φP )
Vl
(3.28)
C j, l V
1 + χ a ,m
Vl
- O fluido é incompressível;
1
( )
NC Nm
dT
∑ ∫ ∑ ( )
Tf
= ρ Q w C dT + V − ∆ H R + UA Tc − T (3.29)
dt ρVCp
f f j , f p j j
T j
j =1 j =1
NC
C p ,m = ∑ w j C p , j (3.30)
j =1
NC w
=∑ j + P
1 w
(3.31)
ρm j =1 ρ j ρP
Na camisa
Um balanço similar para a camisa do reator, considerando a massa específica do fluido
de refrigeração constante, capacidade calorífica do fluido de refrigeração constante e
temperatura uniforme dentro da camisa nos leva a:
dTc Qc
= (Tc f − Tc ) + UA (T − Tc ) (3.32)
dt Vc ρwC pwVc
d ( ρ RV )
= Q f ρ f − Qo ρ o (3.33)
dt
1 dρ R
Qo = Q f ρ f − V (3.34)
ρo dt
A massa específica no reator também pode ser obtida, de forma equivalente à equação
3.31, pela soma das massas específicas dos componentes ponderadas pelas respectivas frações
volumétricas.
3.2 MODELO CINÉTICO 37
NC
ρ R = ∑ φ j ρ j + φP ρ P (3.35)
j =1
dρ R NC ρ j − ρ P dC j
=∑ Mj (3.36)
dt j =1 ρj dt
dC j Q f C j , f − QoηC j
= + Rj (3.37)
dt V
ρ f NC ρ j − ρP M j VR
−∑ C j, f + j
ρ o j =1 ρ j ρo Qf
Qo = Q f NC ρ − ρ
(3.38)
P M j
1 − η∑ j C
j =1 ρj ρo j
Neste trabalho são consideradas as reações de ativação de sítios por hidrogênio, por
alquil-alumínio, por monômero e espontânea.
k
Por Hidrogênio C P + H 2 → P0k k
RaH = kaH
k
CP CHO a, aH
k
Por Alquil-Alumínio CP + A → P0k + B k
RaA = k aA
k
CP C OA ,aAa
Ok
CP + M i → P0k + M i = k aM
k k
RaM CP CMaM i
Por Monômero i i i i
CP → P0k = kaSp
k k
Espontânea RaSp CP
r
[ ]
O vetor δi = δ1,i L δ j ,i L δ Nm,i é uma base ortonormal definida como:
1, se j = i
δi , j = (3.39)
0, se j ≠ i
aa
r
Por Monômero j Pnrk,i + M j → Prnk+ δr j , j k ,n
RPji = k Pji
k
Pnrk, j CM i ,a
r k
Para Hidrogênio Pnrk, i + H 2 → P0k + Dnkr k ,n
RcHi = k cHi
k
Pnrk,i CHOcHi
,a
r k
OcM
Pnrk, i + M j → Pδkj , j + Dnrk = k cM
k ,n k ,i
Para monômero j RcM ji
Prk C j
j ,i n ,i M j ,a
r
Espontânea Pnrk,i → Dnrk + P0k k ,n
RcSpi = kcSpi
k
Pnrk,i
de donor. Neste mesmo trabalho, demonstra-se que o cocatalisador não tem influência na taxa
de reação, embora em todos os experimentos a relação entre a concentração de cocatalisador e
sítios seja grande, sempre maior que 200. Neste trabalho considera-se desativação de sítios
por hidrogênio, por donor, por alquil-alumínio, por impurezas e espontânea.
r k
Pnrk, i + H 2 → Cd + Drnk
k ,n
RdHi = kdH
k
Pnrk,i CHOdH
,a
Por Hidrogênio
P0k + H 2 → Cd Ok
0 = kdH P0 CH ,a
k k k
RdH dH
r Ok
Pnrk,i + E → Cd + Drnk k ,n
RdEi = k dE
k rk
Pn ,iCE ,dE
a
Por Donor
P0k + E → Cd Ok
0 = k dE P0 C E,a
k k k
RdE dE
r Ok
Pnrk,i + A → Cd + Dnrk k ,n
RdAi = k dA
k rk
Pn ,i CA,dA
a
Por Alquil Alumínio
P0k + A → Cd Ok
0 = kdA P0 C A,a
k k k
RdA dA
r Ok
Pnrk, i + X → Cd + Dnrk k ,n
RdXi = k dX
k
Pnrk,i CX dX
,a
Por Impurezas
P0k + X → Cd Ok
0 = kdX P0 C X ,a
k k k
RdX dX
r
Pnrk, i → Cd + Dnrk
k ,n
RdSpi = k dSp
k
Pnrk,i
Espontânea
P0k → Cd k
RdSp0 = k dSpP0
k k
r kl
Pnrk, i + E → P0l + Drnk
kl,n
RtEi = ktEkl Pnrk,iC OE,tEa
Por Donor
P0k + E → P0l kl
RtEkl 0 = ktEkl P0k C OEtE
,a
r
P →P +D
r
k
n ,i 0
l k
r
n
kl,n
RtSpi = ktSp
kl rk
Pn ,i
Espontânea
P0k → P0l kl
RtSp 0 = k tSpP0
kl k
3.3 TAXAS DE REAÇÃO 41
k
Por Hidrogênio Cd + H 2 → P0k k
RrH = krH
k
Cd CHOrH, a
Hidrogênio
r
Ns Nm ∞
( )
k, n
r r
RH = − ∑ RaH + RrH + RdH + ∑ r∑r RcHi + RdHi
k k k k ,n
0 (3.40)
k =1 i =1 n =δi
42 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
Donor
r
Ns
Ns Nm ∞
Ns kl , rn k ,n
r
RE = −∑ RdE 0 + ∑ RtE 0 + ∑ ∑r ∑ RtEi + RdEi − ReE
k kl
(3.41)
i =1 n =δ i l =1
r
k =1 l =1
l ≠k l ≠k
Alquil – alumínio
r
Ns
k ,n
Nm ∞ r
RA = − ∑ RaA + RdA + ∑ r∑r RdAi − ReA
k k
0 (3.42)
k =1 i =1 n =δ i
Impurezas
r
Ns
k ,n
Nm ∞ r
RX = − ∑ RdX + ∑ r∑r RdXi − ReE − ReA
k
0 (3.43)
k =1 i=1 n =δi
Subproduto
Ns
RB = ∑ RaA
k
+ ReA + ReE (3.44)
k =1
Sítios potenciais
Ns
k Nm
RCp = −∑ RaH + RaA
k
+ RaSp
k
+ ∑ RaMk
(3.45)
k =1
i
i =1
Sítios vagos
Nm
RP0k = RaH
k
+ RaA
k
+ RaSp
k
+ ∑ RaM
k
i
+ RrH
k
− RdH
k
0 − RdE 0 − RdA0 − RdSp0 − RdX 0 −
k k k k
i =1
r r
(3.46)
( ) + ∑∑ ∑ (R ) ( )
Nm Nm ∞ Nm Ns ∞ Ns
∑R + ∑ ∑r R +∑ RtElk 0 + RtSp
r r r r
k
P0 j
k ,n
cHi +R k ,n
cSpi
lk ,n
tEi + RtSpi
lk ,n lk
0 − RtE 0 − RtSp0
kl kl
r r r
j =1 i =1 n =δ i i =1 l =1 n =δ i l =1
l≠ k l≠ k
Sítios decaídos
RdH
Ns
( k
0 + RdE 0 + RdA 0 + RdX 0 + RdSp0 − RrH +
k k k k k
)
= ∑ Nm ∞r
( )
RCd r r r r r
(3.47)
k =1 ∑ ∑r RdHi + RdEi + RdAi + RdXi + RdSpi
k, n k, n k ,n k ,n k ,n
i =1 nr =δ i
Monômero i
r
( )
Ns Nm ∞ r r
RM i = −∑ R Pk 0 i + ∑ ∑r RPij k ,n
+ RcM
k ,n
,j (3.48)
r i
k =1 j =1 n =δ i
3.3 TAXAS DE REAÇÃO 43
Polímero vivo
r r k r
r
( )
Nm ∞ Nm Nm
RPnrk,i = δ n − δ i RP 0 i + ∑ ∑r RcM k ,m
i ,j
+ ∑ k k
Pij C Pr
k
r
M i ,a n −δ i , j − ∑ k Pkji C M j , a Pnrk,i − αik Pnrk,i (3.49)
r
j =1 m =δ j j =1 j =1
r r
r r 1, se n = δi
(
onde δ n − δi = )
r r .
0, se n ≠ δi
r
Como exemplo, fazendo Nm=2, tem-se δ i = [δ1, i δ 2 ,i ] . Para i=1, ou seja, para cadeias
r
em crescimento terminadas em monômero 1, δ1 = [δ1,1 δ 2 ,1 ] = [1 0] . Para que o primeiro
r
termo da equação 3.49 não seja nulo, é necessário que n = [1 0 ] , ou seja, o primeiro termo
não será nulo se o monômero que está sendo adicionado ao sitio (iniciando a cadeia) e
transferindo cadeia for o do tipo 1.
k Nm
α ki = kcHi
k
,a + k cSpí + ∑ k cM j ,i CM j ,a +
CHOcHi k k
j =1
(3.50)
∑ ktEiC E,tEa + k tSpi + k dHiCHdH
Ns Ok k k k
kl O kl OdA OdE OdX
,a + k dAiC A,a + kdEiCE ,a + k dXiC X ,a +k dSpi
kl k k k k k
l =1
l≠k
Polímero morto
Nm
RD rk = ∑ αik Pnrk,i (3.51)
n
i =1
Polimero bulk
Entende-se por polímero bulk a mistura de cadeias poliméricas em crescimento e de
cadeias poliméricas mortas.
Nm
RBrk = ∑ RPrk + RD rk (3.52)
n i=1 n, i n
r r k r
r
( )
Nm Nm ∞ Nm Nm Nm Nm
RBnrk = ∑ δ n − δ i RP 0 i + ∑ ∑ RcM k ,m
, j + ∑∑ k k
P C M ,a P k
r r
n −δ i , j
− ∑∑ k Pk ji C M j ,a Pnrk,i (3.53)
i =1 j =1
r i ij i
i =1 j =1 m =δ j i =1 j =1
44 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
Momentos
A partir das taxas de reação para polímero vivo e bulk, pode-se encontrar as
expressões para as taxas de formação dos momentos, definidos como segue (Arriola, 1989;
Zacca, 1995).
∞ r
r
µ kr = r ∑rn f Pnrk, i (3.54)
f ,i
n =δi
Nm
µ kfr = ∑ µ kfr ,i (3.55)
i =1
Ns
µ fr = ∑ µ krf (3.56)
k =1
r
∞ r r Nm
λkr = n f ∑ Pnrk,i + Dnkr
r ∑r
(3.57)
f
n =δi i=1
Ns
λ rf = ∑ λkfr (3.58)
k =1
rr
n f = n1 f1 ⋅ n 2 f 2 ⋅ ... ⋅ n Nm f Nm (3.59)
resulta em um valor escalar. Algumas propriedades desta operação são utilizadas para a
dedução das equações de taxas de reação dos momentos:
r r r r r rr
n ( p +q ) = n p n q (3.60)
r r r
(nr + mr ) p = nr p + mr p (3.61)
A seguir serão apresentadas apenas as expressões finais das taxas de reação para os
momentos do polímero. Alguns passos intermediários na obtenção destas expressões podem
ser vistos no apêndice B.
3.3 TAXAS DE REAÇÃO 45
[ ]
Nm Nm
Rµ rk = RPk 0 i + ∑ k cM
k
i,j
CM i ,a µr0k, j − αik µr0k,i + ∑ k Pkij CM i ,a µ0rk, j − kPji
k
CM j ,a µ0rk,i (3.63)
0 ,i
j =1 j =1
onde
Ns Nm Nm
λ2 = ∑∑ ∑ λδkrl +δrm (3.68)
k =1 l =1 m =1
Nm
µ1rk, i = ∑ µδkrl ,i (3.69)
l =1
Os balanços para cada componente podem, de maneira genérica, ser representados por
uma expressão da forma
dC j Q f C j, f Qo C j ,o
= − + Rj (3.70)
dt V V
onde o sub índice j representa cada uma das espécies presentes no reator, incluindo os
momentos. Está implícita nesta equação a hipótese de volume constante.
46 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
Polímero bulk
λδri
DPni = (monômero i) (3.71)
λr0
Nm
∑λ k
r
δi
DPn k = i =1
(sítio k) (3.72)
λk0
Nm
∑λ r
δi
DPn = i =1
(total) (3.73)
λ0r
Instantâneo
µδri
LDP ni = (monômero i) (3.74)
µ r0
Nm Nm
∑∑µ k
δ l ,i
LDP n k = l =1 i =1
Nm
(sítio k) (3.75)
∑µ k
r
0, i
j =1
Nm
∑µ r
δi
LDP n = i =1
(total) (3.76)
µ r0
3.4 PROPRIEDADES DO POLÍMERO 47
3.4.2 Polidispersão
A polidispersão é a relação entre o grau de polimerização médio em massa e o
numeral. O grau de polimerização médio em massa é dados por:
λ2
DPw = Nm
(3.77)
∑λ r
δi
i =1
DPw λ2 λr0
ZP = = 2
(3.78)
DPn Nm
∑ λδrr
i =1 i
Composição bulk
λδri
FPi = Nm (3.79)
∑λ r
δj
j =1
λkδr
F =
k
Pi Nm
i
(3.80)
∑λ kr
δj
j =1
Composição instantânea
µδri
LFPi = Nm (3.81)
∑µ r
δj
j =1
µδkri
LF = k
Pi Nm
(3.82)
∑µ k
r
δj
j =1
48 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
Polímero bulk
Nm
M n = ∑ DPni M M i (3.83)
i =1
Instantâneo
Nm
LM n = ∑ LDP ni M M i (3.84)
i =1
Polímero bulk
M w = ZP M n (3.85)
k 1
SLi = (3.86)
1 − Pri k
k
onde SLi é o comprimento médio (em número de unidades monoméricas) das seqüências. O
termo Pri k é a probabilidade de uma cadeia em crescimento num sítio tipo k e com grupo
terminal i adicionar uma unidade monomérica i:
k
k Pii CM i ,a
Pri =
k
Nm
(3.87)
α i
k
∑k k
CM j ,a
Pji
j =1
3.5 IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO 49
Bremner e Rudin (1990) apresentam uma expressão que relaciona o índice de fluidez
com a massa molar média em massa o polímero:
IF = a M wb (3.88)
m& j, f
C j, f = (3.89)
Qf M j
mcat, f Ecat f cd
Cd , f = (3.91)
Qf
3.5 IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO 51
onde
wTi xTi*
Ecat = (3.93)
M Ti
wP , f ρ f xlpk ,i
µ =
k
0 ,i , f (3.94)
Mn
wP , f ρ f x kP
λ =
k
r
0, f
(3.95)
Mn
wP , f ρ f LDPn k xlpj
k
xik
µδkri , j , f = (3.96)
Mn
wP , f ρ f DPn k xik
λ kr
δi , f
= (3.97)
Mn
Ns Nm
λ2 , f = wP , f ρ f ∑∑ DPn k xik (3.98)
k =1 i =1
52 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
1 w w
= ∑ i ,ini + P,ini (3.99)
ρini i ρi (Tini) ρ P
ρini w j , ini
C j ,ini = (3.100)
Mj
Sítio 1: Propagação do C3
Cadeia terminada em C3 342,4 m3 /kgmol/s k 1p11 41,86 MJ/kgmol
918,0 m3 /kgmol/s
Cadeia terminada em C2 k 1p12 41,86 MJ/kgmol
Sítio 1: Propagação do C2
Cadeia terminada em C3 2642 m3 /kgmol/s 41,86 MJ/kgmol
k 1p 21
Cadeia terminada em C2 7084 m3 /kgmol/s 41,86 MJ/kgmol
k 1p11
Sítio 2: Propagação do C3
Cadeia terminada em C3 34,24 m3 /kgmol/s k 2p11 41,86 MJ/kgmol
203,1 m3 /kgmol/s
Cadeia terminada em C2 k 2p12 41,86 MJ/kgmol
Sítio 2: Propagação do C2
Cadeia terminada em C3 584,6 m3 /kgmol/s 41,86 MJ/kgmol
k 2p 21
Cadeia terminada em C2 10402 m3 /kgmol/s 41,86 MJ/kgmol
k 2p 22
Desativação de sítios
1
Sítio 1 a 1,81x10-4 s-1 k dSp 4,186 MJ/kgmol
2
Sítio 2 8,1x10-5 s-1 k dSp
Transformação de sítios 12 -
2,28x10-4 s-1 k tSp
Sítio 1 para sítio 2
Transferência de cadeia por 41,86 MJ/kgmol
166 m3 /kgmol/s k cH
H2 (todas)
a
O valor 1,81x10-4 s-1 é utilizado em simulações com um tipo de sítio. Para dois tipos de
sítios, o sítio 1 é transformado no tipo 2 e então desativado.
10 600
9
550
500
450
6
5 400
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (h)
A figura 3.7 mostra a produção dos reatores de duas formas. A primeira é a produção
instantânea, obtida diretamente da taxa da reação de propagação de cadeia. A segunda é a
produção retirada do reator, ou seja, a vazão mássica de polímero na corrente de saída do
reator. As duas produções devem ser iguais quando o processo estiver em estado estaconário,
mas durante as transições, podem diferir significativamente. A produção instantânea é maior
inicialmente. A diferença entre as produções é responsável pelo aumento da massa específica
da mistura reacional, pois há um acúmulo de polímero no reator.
4
x 10
2.5
Reator 1 - Instantânea
2 Total - Instantânea
Reator 1 - Retirada
Total - Retirada
Produção (kg/h)
1.5
0.5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (h)
mostra esta situação. Embora a produção do segundo reator aumente, o saldo é negativo pois a
queda na produção do primeiro reator é maior que o aumento na produção do segundo reator.
4
x 10
2
Reator 1
1.8 Reator 2
Fd1 = 0,9
1.2
1
Fd1 = 1,1 Fd1 = 1,0
0.8
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo
(h)
Figura 3.8: Influência do fator de descarga do reator 1 sobre a produção dos reatores.
1.1
Reator 1
Tempo de Residência Adimensionalizado
Fd = 0,9 Reator 2
1
0.9
Fd = 1,0
0.8
Fd = 1,1
0.7
0.6 Fd = 0,9
Fd = 1,0
0.5 Fd = 1,1
0.4
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (h)
Nota-se que o fator de descarga altera de forma diferente as produções dos reatores,
indicando ser um parâmetro importante para ajustar as produções individuais dos reatores. Da
mesma forma, o tempo de residência do polímero no reator é alterado de forma significativa
pelo fator de descarga, como pode ser visto na figura 3.9. Nota-se uma influência grande no
primeiro reator e pequena no segundo.
5
x 10
6 16
Reator 1 Reator 1
Massa molar média em massa (kg/kgmol)
Reator 2 Reator 2
5 12
-3
4.5 10
4 8
3.5 6
3 4
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (h)
10 20
Reator 1 Reator 1
9 Reator 2 Reator 2
5 10
3
5
2
0 0
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (h)
Modelos com apenas um tipo de sítio não são capazes de predizer corretamente a
polidispersão já que este tipo de modelo gera necessariamente polidispersões iguais a 2.
Utilizando os dados mostrados nas tabelas 3.2 e 3.3 para dois tipos de sítios, foram realizadas
simulações que ilustram principalmente a possibilidade de predição da polidispersão através
de um modelo multisítio. Não é de se esperar que um modelo com apenas dois tipos de sítios
seja capaz de reproduzir toda a curva de distribuição de pesos moleculares e a tarefa de
determinar os parâmetros cinéticos para cada tipo de sítio não é trivial.
sítios. Nota-se que o valor obtido está dentro da faixa real de polidispersão do polipropileno
produzido com catalisadores Z-N.
4.5 1 Sítio
2 Sítios
3.5
Polidispersão
2.5
1.5
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (h)
Figura 3.12: Polidispersão prevista pelo modelo com um tipo de sítio e com dois tipos de
sítios.
A polidispersão na simulação com um tipo de sítio atinge seu valor final quase que
instantaneamente pois a composição de sítios não se altera durante a simulação. Já na
simulação com dois tipos de sítios, a polidispersão segue uma dinâmica parecida com a dos
sítios, já que a polidispersão depende da distribuição de sítios no reator.
60 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
0.9
Tipo 1
0.8 Tipo 2
Desativados
0.7
0.6
Fração de Sítios
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (h)
O sítio tipo 1 é mais ativo para a polimerização de propeno e o sítio tipo 2 é mais ativo
para polimerização de eteno. Na polimerização utilizando catalisador Z-N, a geração de sítios
pode ser entendida da seguinte forma (Zacca, 1991).
1
kaA k12
tSp
Ti +4
+ A → Ti → Ti+ 2
+3
(3.101)
3.6 ANÁLISE DO MODELO 61
A figura 3.14 mostra a composição do polímero formado com cada sítio. Inicialmente
não há eteno no reator, então a fração molar de eteno no tempo zero é nula e
conseqüentemente a fração molar de propeno no polímero é igual à unidade. Com a injeção de
eteno, inicia-se a incorporação deste monômero às cadeias. Conforme já discutido, o sítio tipo
2 é mais reativo para o eteno, como pode ser visto na figura 3.14. A fração molar de eteno nas
cadeias de polímero formadas a partir do sítio 2 é maior que nas cadeias formadas a partir do
sítio 1.
0.9
0.8
0.7
Propeno - Sítio 1
Fração molar
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (h)
A figura 3.15 mostra o número médio de sequências de cada monômero para cada sítio
no polímero. O sítio 1 incorpora em média cerca de 8 moléculas de propeno em sequência e
uma molécula de eteno. Já o sítio 2 incorpora em média 4 moléculas de propeno em sequência
e 2 de eteno, mostrando que realmente é mais reativo para eteno que o sítio tipo 1.
62 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
12
Propeno - Sítio 1
11
Propeno - Sítio 2
Comprimento médio das sequências
10 Eteno - Sítio 1
Eteno - Sítio 2
9
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (h)
Figura 3.15: Comprimento médio das sequências de cada monômero na cadeia polimérica.
Não existe uma explicação simples que leve em conta todas as observações.
Assumindo que tanto o hidrogênio quanto o monômero competem pelos mesmos sítios, o
hidrogênio deveria diminuir a taxa de polimerização por diminuir o número de sítios ativos
disponíveis para polimerização. Aparentemente este efeito ocorre na polimerização do eteno.
Estudos mostraram que, para um determinado sistema catalítico, a concentração de sítios
63
ativos diminuiu de 0,015 para 0,006 moles de sítios ativos por mol de titânio presente no
catalisador quando hidrogênio é adicionado ao sistema (Grievson, 1965 - citado em Paál e
Menon, 1988). Na polimerização de propeno, o hidrogênio deve, de alguma forma, criar
novos sítios ativos para explicar o aumento observado na taxa global de reação. Pijpers e
Roest (1972) e Boucheron et al. (1975), citados em Paál e Menon (1988), propuseram que na
ausência de hidrogênio, a transferência de cadeia ocorre por b-eliminação, levando a um
polímero insaturado. A ligação dupla terminal ficaria complexada com o centro ativo,
inibindo novas complexações de monômero e desta forma diminuindo a taxa de reação.
Outros fatores, como a forma cristalina do TiCl3 , a natureza do alquil-alumínio, o solvente, a
razão molar Al/Ti e a natureza e concentração de impurezas também influenciam na resposta
do hidrogênio na polimerização de olefinas.
Mori et al. (1999) utilizaram a técnica do fluxo interrompido (Stopped Flow) para
estudar o efeito do hidrogênio sobre a taxa de reação. Através desta técnica, a reação de
polimerização ocorre apenas durante um período muito curto de tempo, da ordem de décimos
de segundo. Durante o intervalo de tempo da reação, o efeito do hidrogênio na reatividade do
catalisador não foi sentido, mostrando que o hidrogênio não afeta a constante cinética de
propagação nem o número de sítios tanto os ativos como os decaídos. Quando a reação é
deixada acontecer durante um tempo maior, o efeito do hidrogênio se faz presente,
evidenciando que o hidrogênio reativa os sítios dormentes, após uma inserção 2-1 do propeno.
Neste trabalho, inicialmente, foram inseridas duas reações para tentar explicar o efeito
do hidrogênio. A ativação de sítios por hidrogênio e a reativação de sítios por hidrogênio.
Para considerar a ativação de sítios por hidrogênio, é necessário supor que parte dos sítios
entrem no reator na forma de sítios potenciais.
ka
C1* + H 2 ⇔ C2* (3.104)
k− a
onde k a e k −a são as constantes de reação direta e inversa. A constante de equilíbrio para esta
reação é :
65
C2*
K= a (3.105)
C1*C H
onde Por outro lado, a concentração total de sítios é a soma das concentrações de cada espécie
e portanto
k2
1 + P1 KCHα
kP *
RP = R 1P + R P2 = k 1P C C M (3.106)
1 + KC H
α
onde C* é a concentração total de espécies ativas. Este modelo está de acordo com as
proposições de diversos pesquisadores, como Sanson et al. (1998) e Rishina et al. (1994). O
sítio do tipo 1 é capaz de polimerizar propeno inclusive na ausência de hidrogênio e o sítio do
tipo 2 é reativado progressivamente conforme a concentração de hidrogênio é aumentada.
Quando a concentração de hidrogênio é muito grande, o equilíbrio é deslocado totalmente
para o tipo de sítio 2 que possui uma constante cinética de propagação maior.
A figura 3.16 mostra que o mecanismo está de acordo com as observações de diversos
autores citados anteriormente. Para constantes de equilíbrio maiores que 100 m3 /kgmol, a taxa
de reação aumenta rapidamente com a adição de pequenas quantidades de hidrogênio. A
medida que a concentração aumenta, o efeito passa a ser menor até que para concentrações de
hidrogênio suficientemente altas, o aumento da concentração de hidrogênio já não altera a
taxa de polimerização. Além disso, o mecanismo prevê a reversibilidade do efeito do
hidrogênio já que variações na concentração de hidrogênio se refletem instantaneamente na
constante de propagação. Na figura 3.16, a linha tracejada representa o valor limite para a
constante cinética de propagação de cadeia.
66 3. MODELAGEM DOS REATORES DO PROCESSO SPHERIPOL
750
Constante cinética global de propagação (kgmol/m 3/s)
700 K=1000
K=500
650
K=100
600
550
K=10
500
450
400
K=1
350 K=0
300
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09 0.1
3
Concentração de hidrogênio (kgmol/m )
Tempo (h) Conc. de H2 na alim. reator 1 (ppm) Conc. de H2 na alim. reator 2 (ppm)
0 800 800
5 1200 0
15 400 800
-3
x 10
14
Reator 1
13 Reator 2
Concentração de H (kgmol/m )
12
3
11
2 10
4
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
10000 5800
9800 5700
Produção individual do reator 1 (kg/h)
9400 5500
9200 5400
9000 5300
8800 5200
8600 5100
8400 5000
8200 4900
8000 4800
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
Como mostra a figura 3.20, a população de sítios ativos aumenta com a concentração
de hidrogênio, enquanto que a população de sítios decaídos diminui em função da reativação
de sítios por hidrogênio. A figura 3.21 mostra a produção correspondente. Nota-se que o
efeito é semelhante ao efeito da ativação de sítios, aumentando ambas produções. No entanto,
a velocidade com que o efeito aparece na produção é menor em relação ao mecanismo de
ativação de sítios por hidrogênio, como pode ser observado pela diferença entre as dinâmicas
na produção.
69
0.5
Ativos - Reator 1
Potenciais - Reator 1
Ativos - Reator 2
0.45 Potenciais - Reator 2
0.4
Fração de Sítios
0.35
0.3
0.25
0.2
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
Figura 3.19: Distribuição dos tipos de sítios modificada pelo efeito da concentração de
hidrogênio segundo o mecanismo de ativação de sítios potenciais.
0.9
Ativos - Reator 1
Decaídos - Reator 1
0.8 Ativos - Reator 2
Decaídos - Reator 2
0.7
Fração de Sítios
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
4 4
x 10 x 10
2.1 1.2
1.9 1.1
1.8 1.05
1.7 1
1.6 0.95
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
6600 3380
6500 3360
6400 3340
6300 3320
6200 3300
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
8
Figura 3.22: Produção individual dos reatores de acordo com o mecanismo de equilíbrio de
sítios.
1
Tipo 1
0.9 Tipo 2
0.8
Fração de cada tipo de sítio
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
3.7 Conclusões
Neste capítulo foi apresentado o equacionamento do modelo tanto do reator como da
cinética envolvida. O reator tipo loop foi modelado como um CSTR não-ideal para levar em
conta as diferenças entre as concentrações na corrente de saída do reator e a concentração
interna. Um modelo cinético relativamente amplo foi implementado, contemplando
copolimerizações multisítio.
Chen, C. M.. Gas Phase Olefin Copolymerization with Ziegler-Natta Catalists. Tese de
Doutorado. Universidade de Wisconsin - Madison. USA. 1991.
Debling, J. A., Zacca, J. J., Ray, W. H. Reactor residence-time distribution effects on the
multiestage polymerization of olefins – III. Multi-layered products: impact
polypropylene. Chemical Engeneering Science, 12 1969-2001. 1997.
3.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73
Mori, H., Endo, M., Tashino,K. e Terano, M. Study of activity enhancement by hydrogen
in propylene polymerization using stopped-flow and conventional methods . Journal of
Molecular Catalysis A: Chemical 145. 153-158. 1999.
Simulink® Dynamic System Simulation for MATLAB ®. The MathWorks Inc. Versão 3.
(Arquivo sl_using.pdf dos arquivos de ajuda do MATLAB® ). 1999.
Toda a análise feita neste capítulo considera um modelo cinético com um tipo de sítio
e apenas dados de homopolimerização de propeno são utilizados.
Neste trabalho foi utilizado o método das diferenças finitas para obter a matriz de
sensibilidade paramétrica. Neste caso, uma pequena perturbação nos parâmetros é efetuada
76 4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS
levando a uma variação nas saídas. A matriz de sensibilidade paramétrica (W y ) é obtida então
pela relação (Secchi, 2000).
∆y
Wy ≈ (4.1)
∆p
∆y
G≈ (4.3)
∆u
Em todos os casos, o sistema deve ser escalonado tanto nos parâmetros como nas
entradas e saídas. O escalonamento dos parâmetros utilizado neste trabalho leva em conta um
valor padrão para todos os parâmetros ( p iP ) e entradas (u iP ) que geram as saídas padrão
( y iP ) , através de uma simulação.
yi − yiP
∆yi yiP
=
∆pi ( piP + δpi ) − piP
(4.4)
piP
4.1 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE 77
yi − yiP
∆yi yiP
=
∆ui (uip + δui ) − uiP
(4.5)
uiP
onde:
Parâmetros k P2
k aH k P0 kP k cH k dH k dsp k rH K K Fd1 Fd 2
Saídas k 1P
ρ1 0.0148 0.0012 0.4416 -0.0180 -0.0101 -0.1283 0.0245 0.1406 -0.0898 -0.7098 0
Mw1 -0.0097 -0.0008 0.6748 -0.9507 0.0066 0.0835 -0.0160 0.2147 -0.1372 0.2738 0
Tb1 -0.0001 0.0000 -0.0030 0.0013 0.0000 0.0005 -0.0001 -0.0009 0.0006 0.0016 0
P1 0.0513 0.0043 1.5298 -0.0626 -0.0351 -0.4444 0.0847 0.4869 -0.3110 -1.4551 0
Y1 0.0513 0.0043 1.5294 -0.0620 -0.0350 -0.4443 0.0848 0.4868 -0.3109 -1.4551 0
τ1 0.0148 0.0012 0.4415 -0.0181 -0.0101 -0.1283 0.0245 0.1405 -0.0898 -1.7095 0
ρ2 0.0185 0.0013 0.4690 -0.0206 -0.0125 -0.1575 0.0346 0.1503 -0.0961 -0.2923 -0.4412
Mw 2 -0.0107 -0.0008 0.6662 -0.9500 0.0072 0.0914 -0.0187 0.2145 -0.1373 0.2433 0.0350
Tb 2 -0.0001 0.0000 -0.0032 0.0014 0.0001 0.0006 -0.0001 -0.0010 0.0007 0.0011 0.0006
P2 0.0791 0.0043 1.6001 -0.0799 -0.0529 -0.6630 0.1690 0.5186 -0.3326 -0.0875 -1.2905
Y2 0.0613 0.0044 1.5546 -0.0681 -0.0412 -0.5220 0.1148 0.4982 -0.3184 -0.9686 -0.4587
τ2 0.0185 0.0013 0.4689 -0.0207 -0.0125 -0.1575 0.0346 0.1502 -0.0961 -0.2922 -1.4411
S -0.0099 0.0000 -0.0251 0.0061 0.0063 0.0777 -0.0299 -0.0114 0.0077 -0.4864 0.4588
Uma conclusão que pode ser obtida da análise de sensibilidade é que os parâmetros
que devem ser estimados inicialmente para ajustar a produção e a massa molar média do
polímero são as constantes cinéticas de propagação de cadeia, de transferência, de reativação
de sítios, os fatores de descarga, as constantes relativas ao equilíbrio de sítios e a desativação
4.2 A ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS 79
espontânea de sítios. Para ajustar o split, os parâmetros mais importantes são os fatores de
descarga e, em menor escala, a desativação espontânea de sítios.
e N exp
2
M − ij
wi ij
) w y y
S (α; x, y ) =
1
∑ ∑
j
(4.7)
M j =1 N i =1 yijexp
onde S é a função objetivo, dependente dos estados x, das saídas do modelo y e dos
parâmetros α, M é o número de saídas utilizadas na estimação, N é o número de pontos
experimentais, y ijexp são as saídas experimentais (dados de processo), y ij são as saídas do
modelo, wej é um vetor de pesos para cada saída e wi é um vetor de pesos para cada ponto
experimental.
Parâmetros
Iniciais Simulação
Dados
Comparação
Reais
Satisfaz? Fim
Otimização
A tabela 4.3 mostra os parâmetros estimados, assim como suas estimativas iniciais e
finais. Todos os valores estão adimensionalizados, mantendo desta forma o sigilo quanto aos
reais valores dos parâmetros.
82 4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS
Tabela 4.3: Parâmetros estimados e estimativas iniciais e finais para a planta bulk 1.
k P2
Parâmetro kP k dSp k rH K K Fd1 Fd 2 k cH OcH
k 1P
Estimativa inicial
(adimensionalizado) 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Estimativa final
(adimensionalizado) 0,774 1,131 1,136 2,175 1,907 0,942 0,738 25,23 1,787
As saídas do processo são mostradas nas figuras 4.2, 4.3 e 4.4 para os dois reatores e
para o mesmo conjunto de dados utilizados na estimação de parâmetros. Nota-se que a
produção do primeiro reator apresenta melhor ajuste que a produção do reator 2. Isto acontece
porque os erros cometidos no primeiro reator se propagam para o segundo. Já as variações do
índice de fluidez são muito pequenas e dificultam a avaliação do modelo. As mudanças
maiores no IF são percebidas pelo modelo, algumas vezes com ganho maior que o real.
As figuras 4.5, 4.6 e 4.7 mostram uma validação dos parâmetros, utilizando o segundo
conjunto de dados.
1
Medida
Simulada
0.9
Produção Adimensionalizada
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Tempo Adimensionalizado
0.9
Medida
Simulada
0.8
Produção Adimensionalizada
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Tempo Adimensionalizado
2
Experimental
Simulado
1.8
IF Adimensionalizado
1.6
1.4
1.2
0.8
0.6
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Tempo Adimensionalizado
Figura 4.4: Índice de fluidez para o segundo reator para o conjunto de dados utilizado na
estimação de parâmetros.
84 4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS
1
Medida
Simulada
0.9
Produção Adimensionalizada
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Tempo Adimensionalizado
0.9
Medida
Simulada
0.8
Produção Adimensionalizada
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Tempo Adimensionalizado
2
Experimental
Simulada
1.8
IF Adimensionalizado
1.6
1.4
1.2
0.8
0.6
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Tempo Adimensionalizado
Figura 4.7: Índice de fluidez experimental e simulado para o conjunto de dados utilizados
como validação.
Os parâmetros estimados são mostrados na tabela 4.5, na mesma base dos parâmetros
da tabela 4.3.
Para validar o modelo, outros conjuntos de dados foram utilizados. As figuras 4.10 e
4.11 mostram o resultado da validação utilizando um conjunto de dados diferente.
86 4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS
1 12
Medida Experimental
10
0.8
8
0.7
6
0.6
4
0.5
2
0.4
0.3 0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Tempo Adimensionalizado Tempo Adimensionalizado
0.5 10
Produção Reator 2 Adimensionalizada
Medida Experimental
0.45 Simulada 9 Simulado
8
0.4
7
0.35
6
0.3
5
0.25 4
0.2 3
2
0.15
1
0.1
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Tempo Adimensionalizado Tempo Adimensionalizado
1.2 35
Medida Experimental
1.1 Simulada Simulado
Produção Adimensionalizada 30
1
IF Adimensionalizado
0.9 25
0.8
20
0.7
15
0.6
0.5 10
0.4
5
0.3
0.2 0
0 0.2 0.4 0.6 0 0.2 0.4 0.6
Tempo Adimensionalizado Tempo Adimensionalizado
0.7 40
Medida Experimental
Produção Reator 2 Adimensionalizada
Simulada Simulado
0.6 35
IF Reator 2 Adimensionalizado
0.5 30
0.4 25
0.3 20
0.2 15
0.1 10
0 5
0 0.2 0.4 0.6 0 0.2 0.4 0.6
Tempo Adimensionalizado Tempo Adimensionalizado
k P2
Parâmetro kP k dSp k rH K K Fd1 Fd 2 k cH OcH
k 1P
Valor final
(adimensionalizado) 1,003 1,059 0,366 0,919 0,789 1,296 1,634 4,192 1,460
onde
{ }
σ i2 = E ( xi − xi ) = var {∆xi }
2
(4.10)
) ∂f )
f (x; α ) ≈ f (x; α ) + (α − α ) (4.11)
∂α
)
onde α são os valores esperados para os parâmetros, α são os parâmetros reais do modelo e f
representa o modelo matemático.
A predição do modelo, ~y , está relacionada com o valor real das saídas através dos
erros de predição ~ε , logo:
~y = f ( x;α) ) + ε~ (4.12)
)
∇ α S (α; x , y ) = 0 (4.13)
Da mesma forma,
)
∇α S (α + ∆α ; x , y + ∆y ) = 0 (4.14)
onde
)
∆y = y − f ( x; α ) = ε (4.15)
) ) ∂ ) ∂ )
∇α S (α + ∆α ; x , y + ∆y ) = ∇ α S (α; x , y ) + ∇ α S (α; x , y )∆y + ∇ α S (α; x , y )∆α = 0 (4.16)
∂y ∂α
∂ ) ) )
∇ α (α; x, y ) = ∇ 2α S (α; x, y ) = Hα (α; x, y ) (4.17)
∂α
e o segundo termo
∂ 2S ∂ 2S ∂ 2S
L
∂α1∂y1 ∂α1∂y 2 ∂α1∂yn
∂ 2S ∂ 2S ∂ 2S
∂ )
∇ S (α; x, y ) = ∂α ∂y L
∂α 2 ∂y 2 ∂α 2 ∂yn = Gα (4.18)
∂y α 2 1
2M M O M
∂ S ∂ 2S ∂ 2S
∂α ∂y L
p 1 ∂α p ∂y 2 ∂α p ∂yn
Gα ∆y + H α ∆α = 0 (4.19)
ou, isolando ∆α ,
O produto dos desvios dos parâmetros pode ser obtido da equação 4.20:
O valor esperado do produto dos desvios dos parâmetros está então relacionada com o valor
esperado dos desvios das variáveis medidas pela expressão:
{ }
Conforme definido em 4.8, E ∆α∆α T é a matriz de covariança dos parâmetros. Os valores
{ } podem
de Vε = E εεT ser obtidos conhecendo-se os erros de medida das saídas pois
representa a matriz de covariança dos erros experimentais. Rescrevendo-se a equação nas
novas variáveis, tem-se:
Da matriz de covariança pode-se obter, além dos desvios padrão dos parâmetros, os
coeficientes de correlação entre os parâmetros. Os coeficientes de correlação são definidos
por:
σi2, j
ri , j = , − 1 < ri , j < 1 (4.25)
σi σ j
a
92 4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS
k P2
kP k dSp K K Fd1 Fd 2 k rH k cH OcH
k 1P
kP 0,0229 -0,0114 -0,0212 -0,0124 0,0135 0,0154 -0,0027 0,0055 -0,0030
k dsp -0,0114 0,0326 -0,0016 -0,0142 -0,0100 -0,0145 0,0009 0,0179 0,0070
k P2
K -0,0212 -0,0016 0,0482 0,0413 -0,0079 -0,0081 -0,0172 -0,0139 -0,0011
k 1P
K -0,0124 -0,0142 0,0413 0,0465 -0,0040 -0,0022 -0,0142 -0,0250 -0,0051
Fd1 0,0135 -0,0100 -0,0079 -0,0040 0,0097 0,0110 -0,0048 0,0036 -0,0021
Fd 2 0,0154 -0,0145 -0,0081 -0,0022 0,0110 0,0141 -0,0046 0,0005 -0,0033
k rH -0,0027 0,0009 -0,0172 -0,0142 -0,0048 -0,0046 0,0830 -0,0104 -0,0009
k cH 0,0055 0,0179 -0,0139 -0,0250 0,0036 0,0005 -0,0104 0,0354 0,0083
OcH -0,0030 0,0070 -0,0011 -0,0051 -0,0021 -0,0033 -0,0009 0,0083 0,0030
Tabela 4.6: Desvios padrão para os parâmetros estimados para a planta bulk 2.
k P2
Parâmetro kP k dSp K K Fd1 Fd 2 k rH k cH OcH
k 1P
Desvio Padrão 0,151 0,181 0,219 0,216 0,099 0,119 0,288 0,188 0,055
a
4.2 A ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS 93
k P2
kP k dSp K K Fd1 Fd 2 k rH k cH OcH
k P1
kP 1 -0,42 -0,64 -0,38 0,91 0,85 -0,06 0,19 -0,36
k dsp -0,42 1 -0,04 -0,36 -0,56 -0,68 0,02 0,53 0,71
k P2
K -0,64 -0,04 1 0,87 -0,36 -0,31 -0,27 -0,34 -0,09
k 1P
K -0,38 -0,36 0,87 1 -0,19 -0,09 -0,23 -0,62 -0,43
Fd1 0,91 -0,56 -0,36 -0,19 1 0,94 -0,17 0,19 -0,39
Fd 2 0,85 -0,68 -0,31 -0,09 0,94 1 -0,14 0,02 -0,51
k rH -0,06 0,02 -0,27 -0,23 -0,17 -0,14 1 -0,19 -0,06
k cH 0,19 0,53 -0,34 -0,62 0,19 0,02 -0,19 1 0,81
OcH -0,36 0,71 -0,09 -0,43 -0,39 -0,51 -0,06 0,81 1
A matriz de correlação (tabela 4.7) mostra que alguns parâmetros estão fortemente
correlacionados. As correlações principais ficam entre a constante cinética de propagação de
cadeia e os fatores de descarga, entre os próprios fatores de descarga, entre a constante
cinética de transferência de cadeia e a ordem da reação de transferência e entre os parâmetros
k2
relativos ao efeito do hidrogênio sobre a taxa de reação, K P1 e K . O parâmetro menos
kP
correlacionado é a constante cinética de reativação de sítios.
Além dos testes apresentados neste trabalho, outros foram realizados, sendo que o
comportamento é semelhante ao mostrado, com exceção para o produto A (nome apenas
ilustrativo), que utiliza baixa concentração de hidrogênio no primeiro reator e alta no segundo
reator (produto bimodal). Como pode ser visto na figura 4.12, a produção é subestimada
principalmente no segundo reator. Não foi possível determinar um conjunto de parâmetros
que seja capaz de representar este produto e os outros simultaneamente. Por este motivo,
optou-se por estimar parâmetros específicos para este produto.
94 4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS
0.7 0.45
0.6 0.4
0.35
0.5
0.3
0.4
0.25
0.3 0.2
0 0.5 1 1.5 0 0.5 1 1.5
Tempo Adimensionalizado Tempo Adimensionalizado
Figura 4.12: Produção medida e predita pelo modelo para o produto A. A predição é
baseada nos parâmetros estimados anteriormente.
Uma das possíveis causas para este fenômeno é que a baixa concentração de
hidrogênio no primeiro reator diminui a taxa de reação e, como conseqüência disso, a
temperatura na superfície dos sítios. Uma temperatura mais baixa causa diminuição da taxa de
desativação de sítios. Isto leva a uma concentração de sítios ativos maior no segundo reator,
elevando assim a taxa de reação e a produção no segundo reator acima do esperado.
Para o índice de fluidez, conforme mostra a figura 4.14, os resultados obtidos não são
satisfatórios para o produto A. Uma possível causa é a equação que relaciona a massa molar
média em massa com o IF não ser adequada para produtos bimodais, que possuem
polidispersões maiores. Para melhorar os resultados é necessário que se estabeleça uma
relação que leve em conta, além da massa molar média, outras propriedades do polímero,
como a polidispersão.
k P2
Parâmetro kP k dSp k rH K K k cH OcH
k 1P
Valor final
(adimensionalizado) 0,999 1,399 0,142 0,688 0,162 4,776 1,411
1
Produção Reator 1 Adimensionalizada
Medida Medida
Simulada 0.6 Simulada
0.9
0.8
0.5
0.7
0.6 0.4
0.5
0.3
0.4
0.3 0.2
0 0.5 1 1.5 0 0.5 1 1.5
Tempo Adimensionalizado Tempo Adimensionalizado
Figura 4.13: Produções para o produto A com os parâmetros estimados para o mesmo
conjunto de dados utilizado na estimação de parâmetros.
96 4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS
1.8 1.4
Experimental Experimental
Simulado Simulado
IF Reator 1 Adimensionalizado
IF Reator 2 Adimensionalizado
1.6 1.3
1.4 1.2
1.2 1.1
1 1
0.8 0.9
0.6 0.8
0.4 0.7
0 0.5 1 1.5 0 0.5 1 1.5
Tempo Adimensionalizado Tempo Adimensionalizado
Figura 4.14: Índice de fluidez para o produto A para o mesmo conjunto de dados utilizado
na estimação de parâmetros.
0.8 0.6
Produções Reator 1 Adimensionalizadas
Medida Medida
0.75 Simulada 0.55 Simulada
0.7 0.5
0.65 0.45
0.6 0.4
0.55 0.35
0.5 0.3
0.45 0.25
0.4 0.2
0.35 0.15
0 0.5 1 1.5 0 0.5 1 1.5
Tempo Adimensionalizado Tempo Adimensionalizado
4.3 Conclusões
Neste capítulo apresentou-se uma metodologia para estimação de parâmetros do
modelo a partir de dados reais de planta. Um estudo de análise de sensibilidade do modelo foi
feito para determinar quais parâmetros são realmente importantes e necessitam ser estimados.
Para a planta bulk 1, foi possível obter um único conjunto de parâmetros que
representa relativamente bem a produção da planta. Para o índice de fluidez, as pequenas
variações prejudicam a análise dos resultados.
Para a planta bulk 2, não foi possível determinar um único conjunto de parâmetros
capaz de representar todos os produtos. Para um produto específico, foi determinado um
conjunto de parâmetros diferente. A análise estatística dos resultados mostra que há forte
correlação entre alguns parâmetros e o desvio padrão dos parâmetros estimados ficou entre 5
e 30%.
Embora o modelo para o índice de fluidez seja bastante simples, apenas uma
correlação com a massa molar média em massa, obteve-se bons resultados para a planta bulk
2, onde grandes variações no índice de fluidez são observados. Para produtos de alta
bimodalidade a relação entre a massa molar média do polímero e o IF não é adequada.
Estudo de caso
1. As partes altas do reator onde a pressão é menor pela ausência da coluna de líquido e;
Pa = Ps − ρ ⋅ g ⋅ h + ∆P (5.2)
onde − ∆P é a queda de pressão devido ao atrito, que pode ser calculado pela expressão
5.1 EQUACIONAMENTO DO PROBLEMA 101
2 f ⋅ v2 ⋅ L
∆P = (5.3)
D
1 ε 7
0 ,9
= −4 log10 0,27 + (5.4)
D Re
f
D⋅v⋅ ρ
Re = (5.5)
µ
3
NC 1
µl = ∑ x j µ j 3 (5.6)
j =1
Parâmetro Valor
µ0 1,0
µ1 2,5
µ2 10,05
µ3 0,0
µ4 0,0
µ5 0,0
µ6 0,0
µ7 2,73 x 10-3
µ8 16,6
1 - na bomba:
Pb = Ps − ρ ⋅ g ⋅ NPSH (5.8)
Pa = Ps − ρ ⋅ g ⋅ h + ∆P (5.9)
Erros muito grandes nas medidas podem inviabilizar o estudo. Se a diferença entre a
temperatura do ponto de bolha calculada utilizando os valores medidos e a calculada
considerando-se os erros de medida for superior ou próxima à folga existente entre as
temperaturas de operação e de ponto de bolha, os resultados não serão confiáveis.
A utilização do erro para mais ou para menos depende da variável, sempre no sentido
de diminuir a folga para a cavitação ou à formação de bolhas. Por exemplo, o erro na pressão
utilizado é -0,2% pois neste caso quanto menor a pressão menor será a folga (equação 5.10).
Já para a concentração de hidrogênio na alimentação, utiliza-se +5 ppm ou +50 ppm pois
quanto maior a concentração de hidrogênio no reator menor a folga.
folga = Tb − T (5.10)
A folga deve manter-se sempre maior que zero para que não ocorram problemas de operação.
As figuras 5.2 e 5.3 mostram que a temperatura do ponto de bolha no topo do reator é
sempre menor que na sucção da bomba, para ambos reatores, em condições típicas de
produção. Desta forma, basta analisar a temperatura do ponto de bolha no topo do reator.
2.5
Reator 1
Ponto de Bolha no Topo
Ponto de Bolha na Sucção
Temperaturas Adimensionalizadas
1.5
1
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Tempo Adimensionalizado
2.4
Reator 2
Ponto de Bolha no Topo
2.2 Ponto de Bolha na Sucção
Temperaturas Adimensionalizadas
2
1.8
1.6
1.4
1.2
0.8
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Tempo Adimensionalizado
-3
x 10
6.5 16
6 14
Concentração de H 2 (kgmol/m )
3
5.5 12
Folga (°C)
5 10
4.5 8
4 6
3.5 4
3 2
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (h)
O estudo dos erros de medida mostrado anteriormente foi utilizado para verificar se é
possível confiar nos resultados obtidos. Conforme mostram as figuras 5.5 e 5.6, a diferença
entre as temperaturas do ponto de bolha calculadas com e sem considerar erros de medida é
bem menor que a folga existente entre a temperatura do ponto de bolha e a temperatura do
5.1 EQUACIONAMENTO DO PROBLEMA 107
reator. Por isso conclui-se que os erros de medida possuem influência pequena sobre a
precisão do cálculo da temperatura do ponto de bolha.
2.2
Temperaturas Adimensionalizadas
2.1
1.9
1.8
Reator 1
1.7
Reator 1 com Erro
Ponto de Bolha
1.6
Ponto de Bolha com Erro
1.5
1.4
1.3
1.2
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
2.1
2
Temperaturas Adimensionalizadas
1.9
1.8
Reator 2
1.7 Reator 2 com Erro
Ponto de Bolha
1.6 Ponto de Bolha com Erro
1.5
1.4
1.3
1.2
1.1
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
0.8
Folga no Reator 2 Adimensionalizada
0.75
0.7
0.65
∆Τ
0.6
0.55
0.5
0 5 10 15 20 25
Tempo (h)
Para o segundo reator, de acordo com a figura 5.7, a folga aumenta durante a produção
de A, mostrando que a redução de temperatura que atualmente é feita no processo é maior que
a diminuição da temperatura do ponto de bolha provocada pelas alterações nas condições de
operação. Considerando que seja possível aumentar a temperatura de ambos reatores num
valor igual à diferença entre a folga existente durante a produção de B e durante a produção de
A, indicada por ∆T na figura 5.7, que corresponde a 0,076 em valores adimensionais, é
possível obter um ganho de 1,5% em rendimento catalítico.
A figura 5.8 mostra as variações nas condições de operação para diminuir a massa
específica da mistura mantendo o índice de fluidez constante. Nota-se que o aumento da
vazão de monômero e a conseqüente diminuição da massa específica tem a tendência de
diminuir o índice de fluidez. Para manter o índice de fluidez constante é necessário aumentar
a concentração de hidrogênio. A figura 5.9 mostra a variação do ponto de bolha e a variação
da massa específica da mistura para estas condições de operação.
1.25
1.2
Variáveis Adimensionalizadas
1.15
Vazão de Monômero
Conc. de H
2
Índice de Fluidez
1.1
1.05
0.95
0 5 10 15
Tempo (h)
Figura 5.8: Alterações no processo efetuadas para manter o índice de fluidez constante e
diminuir a massa específica da mistura.
2.4 0.98
Temperatura do Ponto de Bolha Adimensionalizada
2.2 0.94
2.1 0.92
2 0.9
1.9 0.88
0 5 10 15
Tempo (h)
Figura 5.9: Variação da temperatura do ponto de bolha com a massa específica da mistura.
5.1 EQUACIONAMENTO DO PROBLEMA 111
2.2 1.05
Temperatura do Ponto de Bolha Adimensionalizada
2.1
1.03
2.05
1.02
2
1.01
1.95
1
1.9
1.85 0.99
1.8 0.98
0 5 10 15
Tempo (h)
1.4
Rendimento Catalítico Adimensionalizado
1.35
1.3
1.25
1.2
1.15
1.1
0 5 10 15
Tempo (h)
A precisão destes resultados depende muito das energias de ativação das reações de
propagação de cadeia e decaimento de sítios. pois são elas que definirão o tamanho do efeito
do aumento da temperatura. Conforme foi explicado no capítulo 4, as energias de ativação
não puderam ser estimadas com os dados disponíveis para estimação de parâmetros. Neste
estudo, foram utilizadas as energias de ativação presentes na literatura.
5.2 Conclusões
A utilização prática do modelo desenvolvido foi demonstrada neste capítulo
abordando um problema típico de engenharia de processos. O acoplamento de um modelo
termodinâmico capaz de prever qualitativa e quantitativamente a temperatura do ponto de
bolha da mistura reacional permitiu estudos que não poderiam ser feitos sem um modelo para
os reatores do processo.
Embora não se tenha exaurido todas as possibilidades de estudo nesta área, pois o
número de transições a serem estudadas é bastante alto (são produzidos dezenas de produtos
diferentes), foi possível demostrar a viabilidade do uso do modelo na engenharia de
processos.
5.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 113
Tekie, J. L. Z., Mizan, T. I., e Morsi, B. I. Gas-Liquid Mass Transfer in a Slurry Reactor
Operating Under Olefinic Polymerization Process Condition. Chemical Engineering
Science. Vol 51, No 4, 549:559. 1996.
Conclusões e sugestões
O modelo proposto pode ser explorado com mais profundidade em outras aplicações e
ainda pode ser estendido para prever outras propriedades do polímero formado. Entre as
possíveis melhorias e futuras aplicações pode-se citar:
3. Ajuste de parâmetros para outros produtos, como por exemplo para copolímeros
aleatórios;
4. Inserir um modelo de reator tipo leito fluidizado para contemplar todo o processo
Spheripol;
rr
A operação vetorial n f é utilizada na definição dos momentos de primeira e segunda
ordem. Para compreender a dedução das expressões das taxas de reação dos momentos é
necessário que algumas propriedades desta operação vetorial sejam esclarecidos. A operação
é definida como:
rr
n f = n1f1 ⋅ n2f 2 ⋅L ⋅ nNm
f Nm
(A.1)
r
Se n = [n1 n2 L nk −1 nk nk +1 L nNm ]
representar o número de unidades de cada
r
monômero presente em determinada cadeia polimérica e f = [0 0 L 0 1 0 L 0] for um vetor
com todos os elementos nulos, com exceção da posição k, onde vale 1, então
[n1 n2 L nNm ][0 0 L 0 1 0 L0] = n10n20 L n0k −1n1k nk0+1 L n0Nm = nk (A.2)
A seguir são apresentadas algumas propriedades desta operação, úteis na obtenção das
expressões para as taxas de reação dos momentos.
a
118 A. PROPRIEDADES DA OPERAÇÃO VETORIAL
r r r r r rr
n ( p +q ) = n p n q (A.3)
r r r
Sendo n , p e q vetores de dimensão Nm, então
[n1 n2 L nNm ][ p + q p + q L p
1 1 2 2 Nm+ q Nm ]
= n1p1 + q1 n2p 2 +q 2 L nNm
p Nm + q Nm
(A.4)
O termo depois da igualdade da equação A.4 envolve apenas escalares, logo pode-se escrever:
rr rr
n1p1 + q1 n2p 2 +q 2 L nNm
p Nm + q Nm
= n1p1 n2p2 L n Nm = n pn q
pNm q1 q 2
n1 n2 L nqNm
Nm
(A.5)
r r r
Sendo n e m vetores de dimensão Nm e p um vetor base ortonormal, ou seja, um
vetor com todos os elementos iguais a zero com exceção da posição k, onde vale um, então:
(A.7)
(nk −1 + mk −1 ) p (nk + mk ) p (nk +1 + mk +1 ) p
k−1 k k+1
L (nNm + mNm ) p Nm
(n1 + m1 ) p (n2 + m2 )p
1 2
L (nk −1 + mk −1 )
p k −1
(nk + mk ) p (nk +1 + mk +1 ) p
k k +1
L (nNm + mNm )
p Nm
= nk + mk (A.8)
rr rr
Como n k = n p e mk = m p , fica demonstrada a validade da equação A.6.
r r r r r r r r
(nr r
+ m )( p + q ) = (n + m ) p (n + m ) q (A.10)
A.3 TERCEIRA PROPRIEDADE 119
( )( )
r r
(nr + mr ) p (nr + mr )q rr r r rr rr
= n p + m p n q + mq (A.11)
(nr r
p
)( )
r r rr r r r r r r rrr r r rr r r r
+ m p n q + mq = n p + q + m p n q + mq n p + m p +q (A.12)
As taxas de reação dos momentos são obtidas a partir das taxas de reação do polímero
vivo e do polímero bulk, vistas no capítulo 3. Neste trabalho são usados os momentos de
ordem zero, um e dois, o que permite descrever as massas molares médias em número e em
massa, além da polidispersão.
r r k r
r
( )
Nm ∞ Nm Nm
RPnrk,i = δ n − δ i RP 0 i + ∑ ∑r RcM k ,n
i,j
+ ∑ k k
C Pr
k
r
Pij M i ,a n −δ i , j − ∑ k
k Pji CM j ,a Pnrk,i − αik Pnrk,i (B.1)
r
j =1 n =δ j j =1 j =1
122 2. DEDUÇÃO DAS EXPRESSÕES PARA AS TAXAS DE REAÇÃO DOS MOMENTOS
O termo de transferência de cadeia por monômero pode ser simplificado levando em conta a
r r
∞ ∞
r r
definição de momento de ordem zero do polímero vivo, ou seja, µ0rk, i = ∑v n 0 Pnrk,i = ∑v Prnk, i ,
r r
n =δ i n= δi
r r
∞ r ∞
portanto ∑R
r r
k ,n
cMi , j = k cM
k
i,j
CM i , a ∑r Pnrk, j = k cM
r
k
i ,j
CM i ,a µr0k, j .
n =δ j n =δ j
123
µ 0rk ,j
( ) ( )
,i
∞
r r Nm ∞
r r
R ∞r rk = RPk 0 i ∑r δ n − δ i + ∑ kcM
k
i,j
CM i ,a µr0k, j ∑r δ n − δ i +
r∑r
Pn ,i r r
n =δi n =δ i j =1 n =δ i
Nm ∞
r
Nm
r
∞
r
∞ (B.2)
+ ∑ k CM i ,a ∑r P − ∑ k CM j ,a ∑r P − α ∑r P
k k k k k k
r r r r
Pij
r n −δ i , j Pji
r r
n ,i i n ,i
j =1 n =δ i j =1 n =δ i n =δ i
123 123
k k
µ0r ,i µ r0 ,i
r
∞ } 0 r
∞
∑P
r r
r
k
p,j = Pr0k, j + ∑P
r r
r
k
p,j = µ r0k, j (B.3)
p= 0 p =δ i
Desta forma, a expressão final para a taxa de reação dos momentos de ordem zero do
polímero vivo é dado por:
( )
Nm Nm
Rµ rk = RPk 0 i + ∑ kcM
k
i,j
CM i ,a µr0k , j − αik µr0k,i + ∑ k Pkij CM i ,a µr0k, j − k Pji
k
CM j ,a µr0k,i (B.4)
0 ,i
j =1 j =1
(
r r
) k
Nm Nm Nm Nm Nm Nm
RBnkr = ∑ δ n − δ i RPk 0 i + ∑ k cM µ + ∑∑ − ∑∑
k k k
i ,j
C r
M i ,a 0 ,i k Pij C Pr r
M i ,a n −δ i , j k Pk ji C M j ,a Pnrk,i (B.5)
i =1 j =1 i =1 j =1 i =1 j =1
(
r r
)
Nm ∞ Nm
R r
∞ = ∑ ∑r δ n − δ i RPk 0 i + ∑ k cM
k
i,j
CM i ,a µ0rk, j +
∑ 14243
B rnk r
i =1 n =δ i j =1
r r
n =δi
123
1
λkr
0
r r (B.6)
Nm Nm ∞ Nm Nm ∞
∑∑ k k
Pij C M i ,a ∑r Pnrk−δri , j − ∑ ∑ k Pkji C M j , a ∑r Pnrk,i
r r
i =1 j =1 n =δ i
3 i =1 j =1 n =δ i
1 424 123
k k
µ0r ,j µ r0 ,i
Nm
Nm
k
Nm Nm Nm Nm
Rλkr = ∑ RPk 0 i + ∑ kcM µ + ∑∑ µr −
∑∑ k Pk ji C M j ,a µ0kr ,i
k k k
, j M i ,a 0 , j
C k C (B.7)
r
Pij M i ,a 0 , j
i =1 i =1 j =1
0 i
j =1 i =1 j =1
Quando os somatórios são desenvolvidos, os dois últimos termos da equação B.7 se cancelam
termo a termo, portanto a equação final para a taxa de reação dos momentos de ordem zero do
polímero bulk é:
k
Nm Nm
k
Rλkr = ∑ RP 0 i + ∑ kcM µ
k
0 ,j
, j C M ,a
r (B.8)
i =1
0 i i
j =1
r
k Nm ∞ r δrl r r
R ∞r rδrl rk = RP 0 i + ∑ kcM i , j CM i ,a µr0 , j ∑r n δ ( n − δ i ) +
k k
23 nr1
r∑r
n Pn ,i
j =1 =δ i
n =δ i
1 442 443
rr δl
µ δkr δi
l ,i
(B.9)
r r r
Nm ∞
rδrl k r ∞
rδrl rk ∞
rδrl rk
∑ k Pij CM i ,a ∑
k
r r
n Pr
n −δ i , j
− k k
PjiC M j ,a ∑
r r
n Pn ,i − αi
k
∑
r r
n Pn ,i
j =1 n =δ i n =δ i n =δ i
1424 3 1424 3
µδkr ,i
l µδkr ,i
l
Como se pode ver na equação B.9 alguns termos recaem na própria definição de
momentos de ordem um do polímero vivo. No entanto, dois termos merecem um destaque
r
∞
rr r r r r
especial. O termo ∑r n δ l δ ( n − δi ) vale zero a não ser que n = δi , quando a função delta vale 1
r
n =δ i
r
∞
r δrl r r rδr r δr
resultando em
r
∑r n δ ( n − δ i ) = δ i
l
. O valor de δ i será nulo sempre que i for diferente de l,
l
n =δ i
rr 1 se i = l
ou seja: δ iδ l = δ (i − l ) = .
0 se i ≠ l
r
∞
r δrl r r r
Quanto ao termo ∑n
r r
Pnrk−δri , j , faz-se uma mudança de índice, m = n − δ i . Reescrevendo na
n =δ i
nova variável:
r r r r r
∑( )
r
∞
r r δl ∞
rr rr ∞ rr ∞
rr r δrl k r δr ∞ k
m + δi P k
r = ∑r mδ l Pmrk, j + δi δ l ∑r Pmrk, j = 0 δ l P0rk, j + ∑r mδ l Pmrk, j + δ{ Pr + δ l
∑ Pmr , j
r r
m, j
r r 123 mr =δ j
i
{0, j {i
r r
m =0 m =0 m= 0 m = δ
0 14243 δ (i −l ) 0 δ ( i −l ) 12 j
3
k k
µδr , j µ r0 j
l
Desta forma, a expressão final para a taxa de reação dos momentos de ordem um do
polímero vivo é:
Nm
Rµ kr = δ (i − l ) RPk 0 i + ∑ k cM
k
, j C M i ,a µ0 , j +
k
v
δ l ,i i
j =1
(2.10)
∑ [k ( )− k ]− α µ
Nm
k
Pij CM i ,a µ k
r
δl , j
+ δ (i − l )µ
k
r
0, j
k
Pji CM j ,a µ k
r
δ l ,i i
k k
r
δ l ,i
j =1
Nm Nm Nm
Rµ kr = ∑ Rµ kr = ∑ δ (i − l ) RPk 0 i + ∑ kcM k
, j C M ,a µ0
k
r
, j +
δl δ l ,i i i
i =1 i =1 j = 1
(B.11)
∑∑ [k ]− ∑α µ
Nm Nm Nm
k
Pij C M i ,a µ k
r
δl , j
+ δ ( i − l )k CM i ,a µ k
Pij
k
r
0 ,j
− k CM j ,a µ
k
Pji
k
r
δ l ,i
k
i
k
v
δ l ,i
i =1 j =1 i =1
δl δ l ,i i i i l
i =1 i =1 j =1 i =1 j =1 i =1
r
rr r r
( )
k
Nm ∞ Nm
R ∞r r r = ∑ ∑r n δ l δ n − δi RPk 0 i + ∑ kcMk
, j
C M , a
µr
,j
+
∑
0
3
n δ l B nrk r i i
i = 1 n = δ j =1
r r
n =δ
i 24
14 3
14 i
4244
δ ( i −l )
λkr
δl
r r (B.13)
∞ ∞
Nm Nm
r δrl k r Nm Nm
rδrl rk
∑ ∑ Pij M i , a n∑
i =1 j =1
k k
C
r r
n Pr
n −δ i , j
− ∑ ∑ Pji M j , a n∑
i =1 j =1
k k
C
r r
n Pn ,i
=δ i =δ i
14243 1424 3
µδkr , j + µ r0k, j µ δkr
l l ,i
Nm
Nm
k
Nm Nm
Rλkr = ∑ δ (i − l ) RPk 0 i + ∑ k cM µ + ∑∑ δ (i − l )k Pkij CM i ,a µr0k, j
k
, j C M ,a
r
0, j (B.14)
i =1 j =1
δl i i
i =1 j =1
r
rδrl +δrp r r k
( )
Nm ∞ Nm
kr
=
R ∞r r δrl +δrp∑ ∑
r r
n δ n − δ i
R P 0 i + ∑ k k
cM , j µ0
k
r C
, j M ,a
+
r∑r
n Bn i i
n =δi i = 1 n = δ j = 1
1
42 4
3 i
R
λkr r
δ l +δ P
(B.15)
r r
Nm Nm
k ∞ r r
r δ l +δ p k r ∞
r δ l +δ p k
r r
∑∑ k Pij CM i , a ∑
r r
n Pnr −δ i , j − k Pji CM j ,a ∑r n
k
r
Prn ,i
i =1 j =1
14243
n =δ i n =δ i
k
µδr +δr ,i
l P
Dois termos da equação B.15 necessitam ser melhor explorados. O primeiro é o termo
r
( r r
)
∞ r r
r
∑r n δl + δ p δ n − δ i . Conforme já visto anteriormente, este termo não será nulo apenas quando
r
n =δ i
r r
n = δ i e neste caso a função delta vale um. Desta forma, o somatório se reduz a:
r
r δrl +δr p r r
( )
∞ r δrl +δrp
∑r n δ n − δ i = δ i
r
(B.16)
n =δ i
Este termo será nulo sempre que i ≠ l e/ou i ≠ p , portanto pode-se finalmente escrever:
r
r δrl +δrp r r
( )
∞
∑r
r
n δ n − δ i = δ (i − l )δ (i − p ) (B.18)
n =δ i
Reescrevendo a equação B.15 levando em conta as conclusões obtidas até agora, chega-se a:
Nm k Nm
Rλkr r
= ∑ δ (i − l )δ (i − p )
R P 0 i + ∑ k k
cM j µ rk C
0, j M , a
+
i i
δ l +δ P
i =1 j = 1
r (B.19)
Nm Nm ∞ r r
r δ l +δ p k r
∑∑ k Pij
k
C M i , a ∑
r r
n P r
n −δ i , j
− k k
Pji C M j ,a µ k
r r
δ l + δ P,i
i =1 j =1 n =δ i
B.5 MOMENTO DE ORDEM DOIS DO POLÍMERO BULK 127
r
∞
r δrl +δrp k r
O termo ∑r n Pnr −δ i , j ainda não foi resolvido. Neste caso, faz-se uma mudança de índices,
r
n =δ
r r r
i
m = n − δ i , chegando-se a:
r r
( )
r r
∞
r δrl +δr p k r ∞
r r
∑r ∑r m + δ i
δ l +δ p
n Pr
n −δ i , j
= Pmrk , j (B.20)
r r
n =δ i m= 0
r r
r δ l +δ p r r r r
∑( )
∞
r r ∞
r δrl +δr p rk ∞
r δrl r δrp rk ∞
r δrp r δrl rk ∞ r r r
m + δi k
P
r
m, j = ∑r m Pm , j + ∑r m δi Pm , j + ∑r m δ i Pm , j + ∑r δi δ l +δ p Pmrk, j (B.21)
r r r r r r
m =0 1
m =042
4 43 4 m1 =04
4244 3 m1 = 04
4244 3 m1 = 042
4 43 4
µ δkr r δ ( i − p )µδkr δ (i −l )µ δkr δ (i − l )δ (i − p )µ r0k, j
l +δ p , j l ,j p,j
Nm Nm Nm Nm k
Rλkr r
= ∑ δ (i − l )δ (i − p ) RPk 0 i + ∑ k cM
k
i, j
C µ rk +
M i ,a 0 , j ∑∑ k PijCM i ,a µδrkl + δrp , j −
δ l +δ p
i =1 j =1 i =1 j =1
Nm Nm Nm Nm
Ns Nm Nm
λ2 = ∑∑ ∑ λδkrl +δrm (B.23)
k =1 l =1 m =1
Ns Nm Nm Nm Nm
Rλ 2 = R Ns Nm Nm = ∑∑∑∑ δ (i − l )δ (i − p ) RPk 0 i + ∑ kcMk
C µr +
k
, j M , a
∑∑∑
0 , j
i i
λδkr +δr k =1 l =1 p =1 i =1 j =1
l p
k=1 l =1 p=1
Ns Nm Nm Nm Nm Ns Nm Nm Nm Nm
∑∑∑∑∑ k k
CM i ,a µδrkl + δrp , j − ∑∑∑∑∑ k Pji
Pij
k
CM j , a µδkrl +δr p ,i +
k =1 l =1 p =1 i =1 j =1 k =1 l =1 p =1 i =1 j =1 (B.24)
Ns Nm Nm Nm Nm Ns Nm Nm Nm Nm
∑∑ ∑∑∑ δ (i − p )k k
PijCM i , a µδkrl , j + ∑∑∑∑∑ δ (i − l )k Pij
k
CM i , a µδkr p , j +
k =1 l =1 p =1 i =1 j =1 k =1 l =1 p =1 i =1 j =1
Ns Nm Nm Nm Nm
∑∑ ∑∑∑ δ (i − l )δ (i − p )k
k =1 l =1 p =1 i =1 j =1
k
PijC M i , a µr0k, j
Ns Nm Nm Nm Nm
Rλ 2 = ∑∑ ∑∑ δ (i − l )δ (i − p ) RPk 0 i + ∑ k cM
k
i, j
CM i , a µ0rk, j +
k =1 i =1 p =1 l =1 j =1
Ns Nm Nm Nm Nm Ns Nm Nm Nm Nm
Ns Nm Nm Nm Nm
∑∑ ∑∑∑ δ (i − l )δ (i − p )k k
PijC M i , a µr0k, j
k =1 l =1 p =1 i =1 j =1
k
( )
Ns Nm Nm Ns Nm Nm
Rλ2 = ∑∑ RPk 0 i + ∑ kcMk
j ,i
C µ
M j ,a 0 ,i
r + ∑∑∑ k
k PjiCM j ,a µ0rk,i + 2µr1k,i (B.26)
k =1 j =1 i =1 k =1 i =1 j =1
onde
Nm
µ1rk, i = ∑ µδkrl ,i (B.27)
l =1
Apêndice C
Devido aos poucos dados de solubilidade existentes na literatura e a baixa precisão das
correlações propostas, optou-se por utilizar uma extrapolação dos dados experimentais
apresentados por Nakahara e Hirata (1968), conforme a figura C.1, utilizando a correlação
dada pela equação C.2. As linhas tracejadas são as extrapolações utilizadas de forma a
abranger a faixa de operação da planta.
C.1 MODELO TERMODINÂMICO UTILIZADO 131
4500
4000 Propeno
Propano
3500
Eteno
Constante de Henry (bar)
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
150 200 250 300 350 400
T (K)
Figura C.1: Constantes de Henry para os sistemas binários envolvidos para diferentes
temperaturas.
Se a concentração do gás leve for pequena, a relação entre a composição das fases em
equilíbrio pode ser obtida pela Lei de Henry definida por:
fi
H = lim (C.1)
xi →0 x
i
ln (H ) = A + + C ln (T ) + D ⋅ T
B
(C.2)
T
Sistema A B C D
H2 /propeno 10,2163323 0,0 0,0 -0,0117639
H2 /propano -10,3194405 0,0 4,7880567 -0,0337551
H2 /eteno 10,2723410 0,0 0,0 -0,0157930
f iv
φ vi = (C.3)
yi P
fi L
φ Li = (C.4)
xi P
Como no equilíbrio as fugacidades das fases líquida e vapor são iguais, pode-se escrever
yi φiL
ki = = v (C.5)
xi φi
RT a
P= − (C.6)
v − b v (v − b ) + b(v − b )
onde a e b são constantes para cada componente, calculadas em função de suas propriedades
críticas, ( Pc e Tc ).
a=
(
0,457235 R2 Tc2 1 + m 1 − Tr ( ))
2
(C.7)
Pc
RTc
b = 0,077796 (C.8)
Pc
T
onde Tr = e m é uma função do fator acêntrico de Pitzer (w).
Tc
a = ∑ ∑ xi x j aii a jj (1 − k ij ) (C.10)
i j
b = ∑ xi bi (C.11)
i
onde aii e bi são calculados para cada componente pelas expressões C.7 e C.8 e k ij são os
parâmetros de interação binária.
1 P RT
ln (φi ) = ∫0 v − dP (C.12)
RT P
Para a equação de PR, resolvendo a integral, chega-se a seguinte expressão para o coeficiente
de fugacidade:
bP
2∑ aij x j
j b ( )
z + 1 + 2 bP
ln φi = i (z − 1) − ln z −
b a
− − i ln RT (C.13)
b RT 2bRT 2
a
( )
b z + 1 − 2 bP
RT
( )
z 3 + (B − 1) z 2 + A − 3B 2 − 2 B z + B3 + B 2 − AB = 0 (C.14)
onde
aP
A= (C.15)
R 2T 2
bP
B= (C.16)
RT
Pv
z= (C.17)
RT
cálculo do coeficiente de fugacidade na fase líquida, pode-se utilizar a menor raiz. No entanto,
o valor de z para a fase líquida calculado pela equação de PR em geral não é muito preciso.
Uma alternativa é calcular o volume molar da mistura utilizando um modelo específico. Neste
trabalho, utilizou-se o modelo de Rackett descrito adiante.
H H 2 ,m v ∞H 2 (P − P v )
φL
= exp (C.18)
H2
P RT
H H 2 , j x j VCj2 / 3
H H 2 ,m = ∑ (C.19)
j ∑x V
j
2/ 3
j Cj
Tcm T
= ∑ xi ci (C.21)
Pcm i Pci
e xm é obtido de:
onde:
∑∑ x x V V (T T ) (1 − β ) 1/ 2
i j ci cj ci cj ij
Tcm = i j
(C.25)
Vcm2
com
βij = 1 −
(
8 VciVcj )1/ 2
(V )
3
(C.26)
+ Vcj1 / 3
1/ 3
ci
vml =
( )[
RTc Z mRA
1+ (1−Tr )2 / 7 ]
(C.27)
Pc
Componente Z *,RA
Propeno 0.2774
Propano 0.2761
Eteno 0.2808
Hidrogênio 0.3187
Nesta análise são consideradas como saídas a produção dos reatores e a massa molar
média em massa do reator 2 pois os dados de massa molar média do reator 1 não são
disponíveis durante a maior parte do tempo. As entradas do modelo são as vazões de
monômero, hidrogênio e catalisador. A tabela D.1 mostra a matriz de sensibilidade a entradas
do modelo. O valor das entradas são os valores médios dos dados utilizados na estimação dos
parâmetros e os parâmetros do modelo são aqueles estimados para a planta bulk 2 e mostrados
no capítulo 4.
G =U ⋅ S ⋅V # (D.1)
onde U e V formam bases ortonormais nos espaços das saídas e das entradas, respectivamente.
Cada vetor coluna que compõe as matrizes U e V são chamados de vetores singulares de saída
e de entrada, respectivamente. O símbolo # indica transposta conjugada.
u1 u2 u3
P1 -0,7532 0,0632 -0,6548
M w2 0,5478 -0,4909 -0,6775
P2 -0,3642 -0,8689 0,3351
2,6134 0 0 0 0
0 0,7519 0 0 0
0 0 0,2747 0 0
v1 v2 v3 v4 v5
m& f 1 0,7018 -0,5563 0,0605 -0,4407 0,0000
CH 2 f 1 -0,1772 0,3567 0,6500 -0,6433 -0,0709
m& cat, f -0,6856 -0,6133 -0,1889 -0,3435 0,0130
m& f 2 0,0741 0,4264 -0,6981 -0,5161 0,2428
CH2 f 2 -0,0224 -0,0726 0,2254 0,0870 0,9674
D.1 DECOMPOSIÇÃO EM VALORES SINGULARES 141
Comparando a matriz V com as direções reais de variação das entradas da planta pode-
se verificar se estas variações contemplam as direções principais de variação. A tabela D.5
mostra as direções dos dados de entrada reais. Foram tomados quatro estados estacionários da
planta entre os dados utilizados na estimação de parâmetros da planta bulk 2, onde foi feita a
média aritmética das entradas e então normalizadas.
Comparando as direções reais dos dados com as melhores direções de perturbação das
entradas obtidas da análise de valores singulares, observa-se que os dados reais não
contemplam variações significativas e em sentidos opostos da vazão de monômero ao
primeiro reator e de catalisador, o que justifica em parte as dificuldades enfrentadas durante a
estimação dos parâmetros do modelo. Apenas as terceira e quarta direções apresentam sinais
opostos, mas os valores absolutos são muito baixos. A segunda direção mais importante, ou
seja, a variação da vazão de monômero e catalisador na mesma direção é contemplada nas
primeiras duas colunas, mas apenas na coluna 1 o sinal da variação da concentração de
hidrogênio ao reator 1 é oposto. A terceira direção é parcialmente contemplada na coluna 1
onde ocorre variação na concentração de hidrogênio ao primeiro reator e de vazão de
monômero ao segundo reator, mas os sinais são opostos.
142 D. ANÁLISE DE VALORES SINGULARES
∆y = G ⋅ ∆u (D.2)
As saídas previstas pelo modelo podem ser obtidas simulando o modelo utilizando as
entradas da tabela D.5. A tabela D.8 mostra estas direções.
Observa-se que o modelo não linear tem boa concordância com os dados de planta. Já
os desvios consideráveis do modelo linear em relação aos dados reais demonstram as não
linearidades existentes no sistema.
Nomenclatura
C j ,a kgmol
Concentração do componente j na fase amorfa do polímero
m3
kgmol
Cj, f Concentração do componente j na alimentação
m3
kgmol
C j,l Concentração do componente j na fase líquida
m3
kgmol
Ck* Concentração de espécies ativas do tipo k kg
Cl ,o kg
Concentração mássica de líquido na corrente de saída do reator
m3
Cl , R kg
Concentração mássica de líquido no reator
m3
Cp Capacidade calorífica da mistura reacional J kgK
CP kgmol
Concentração de sítios potenciais
m3
Cpj f Capacidade calorífica do componente j na alimentação J kgK
C p, m Capacidade calorífica da mistura J kgK
C P,o kg
Concentração mássica de polímero na corrente de saída do reator
m3
146 E. NOMENCLATURA
CP, R kg
Concentração mássica de polímero no reator
m3
C pw Capacidade calorífica do fluido de refrigeração J kgK
D Diâmetro do reator m
kgmol
Dnkr Concentração de cadeias inertes geradas por sítios do tipo k
m3
DPn Grau médio de polimerização numeral do polímero bulk -
DPw Grau médio de polimerização em massa do polímero bulk -
Ecat kgmol
Moles de sítios por unidade de massa de catalisador kg
f Fator de atrito -
fc Cristalinidade do polímero -
f cak Fração de sítios ativos do tipo k
f cd Fração de sítios decaídos -
fi Fugacidade do componente i bar
Fd Fator de descarga -
folga Diferença entre a temperatura de bolha e a temperatura de operação 0
C
Fração de monômero i incorporado no polímero formado a partir do
FPik -
sítio tipo k
G Matriz de sensibilidade a entradas -
H Consntante de Henry bar
Índice de fluidez g
IF 10'
K Constante de equilíbrio de sítios kgmol −α
Constante cinética da taxa de reação r para um grupo terminal i e para
k rk,i Variável
o sítio tipo k.
Fração de monômero i incorporado nas cadeias em crescimento a
LFPik -
partir do sítio tipo k
LDP n Grau médio de polimerização numeral do polímero vivo -
LDP w Grau médio de polimerização em massa do polímero vivo -
kg
LM n Massa molar média em número do polímero vivo kgmol
L Altura do reator m
Mj kg
Massa molar do componente j kgmol
m& l ,o kg
Vazão mássica de líquido na saída do reator h
ml , R Massa de líquido no reator kg
kg
Mn Massa molar média numeral do polímero bulk kgmol
kg
Mw Massa molar média ponderal do polímero bulk kgmol
nj Número de moles do componente j no reator kgmol
NC Número de componentes da fase líquida -
E. NOMENCLATURA 147
kgmol
Rrk Taxa de reação r do sítio tipo k hm3
v Velocidade do fluido m
s
V Volume total da mistura reacional m3
Va , m Volume da fase amorfa molhada m3
Vc Volume da fase cristalina do polímero; volume da camisa do reator;
Volume crítico m3
Vl Volume da fase líquida m3
Vl ,a Volume de líquido na fase amorfa do polímero m3
VP ,m Volume do polímero molhado (na presença de líquido absorvido) m3
VP ,s Volume de polímero seco m3
VR Volume do reator m3
wl ,o Fração mássica de líquido na corrente de saída do reator -
wl , R Fração mássica de líquido no reator -
wP,o Fração mássica de polímero na corrente de saída do reator -
wP, R Fração mássica de polímero no reator -
w j, f Fração mássica do componente j na alimentação -
wTi Fração mássica de titânio no catalisador -
Wy Matriz de sensibilidade paramétrica -
xi Fração molar do componente i -
Fração molar de polímero terminado em monômero i produzido por
x ik -
sítios tipo k
Fração molar de polímero vivo terminado em monômero i produzido
xlpk , i -
por sítios tipo k
x Pk Fração molar de polímero produzido pelo sítio tipo k -
xTi* Fração molar de titânio ativo no catalisador -
kgmol
X Concentração de veneno
m3
y Saídas do modelo -
Y Rendimento catalítico -
z Fator de compressibilidade -
Zc Fator de compressibilidade crítico -
ZP Polidispersão -
Letras Gregas
χ Fator de inchamento (swelling factor) -
∆H j Calor de reação do componente j J
kgmol
φj Fração volumétrica do componente j/Fugacidade do coponente j -
φP Fração volumétrica de polímero -
γj Constante de equilíbrio entre a fase amorfa e a fase líquida -
E. NOMENCLATURA 149
r
λ k
r Concentração de momentos do polímero bulk de ordem f gerados kgmol
f
por sítios tipo k m3
µ kfr ,i Concentração de momentos do polímero vivo com cadeia terminada kgmol
em monômero i e gerados por sítios tipo k m3
µ Viscosidade da mistura reacional Pa ⋅ s
µl Viscosidade da fase líquida Pa ⋅ s
η Razão entre a concentração dos componentes da fase líquida na saída
-
do reator e no reator
ρf kg
Massa específica da alimentação
m3
ρl kg
Massa específica da fase líquida
m3
ρm kg
Massa específica da mistura
m3
ρo kg
Massa específica da mistura na corrente de saída do reator
m3
kg
ρP Massa específica do polímero
m3
ρR kg
Massa específica da mistura reacional
m3
ρw kg
Massa específica do fluido de refrigeração
m3
Razão entre a concentração dos componentes da fase sólida na saída
ζ -
do reator e no reator
Sobrescritos
kr Tipo de sítio catalítico
n Número de unidades monoméricas presentes nas cadeias
v Vapor
Subscritos
a Ativação de sítios
A Cocatalizador (alquil-alumínio)
B Subproduto
c Transferência de cadeia
d Desativação de sítios
e Eliminação de impurezas e desativação de donor
E Doador de elétrons (donor)
f Alimentação
H Hidrogênio
i Denota grupo terminal ou indica o componente envolvido
j Denota grupo terminal ou indica o componente envolvido
L Fase líquida
m Mistura
M Monômero
o Saída do reator
0 Sítio ativo vago
P Propagação de cadeia
150 E. NOMENCLATURA
r Reativação de sítios
R Reator
Sp Espontânea
t Transformação de sítios
v Fase vapor
X Impurezas