Coquilhas Rotativas
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Coquilhas Rotativas
INEGI
Fevereiro de 2010
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Resumo
Este trabalho tem como principal objectivo realizar o estudo de uma das variantes do
processo de vazamento em moldaes permanentes, o vazamento em coquilhas rotativas. Para
isso foi realizado o estudo terico deste processo, comparando-o com outros processos de
fundio. Aps a realizao do estudo terico passou-se simulao computacional de forma
a comparar os resultados tericos e os realmente obtidos. Foram simulados 3 tipos de
puxadores (peas fabricado pela empresa STA Sociedade Transformadora de Alumnios)
utilizando o programa Experto, mais tarde uma das peas foi realmente obtida atravs de dois
processos de fundio em moldaes permanentes, por coquilha esttica e por coquilha
rotativa. O objectivo passou ento a ser verificar qual dos dois processos era o mais vivel
para obteno dos puxadores.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
This work is mainly intended to complete the study of a variant of the process of
permanent mold casting, tilt-die casting. For this, the theoretical study of this process was
performed, comparing it with other casting processes. After completion of the theoretical
study the computer simulation was started in order to compare the theoretical results and the
actually achieved. Three handles were simulated (parts manufactured by STA - Society of
Aluminum Manufacturing) using the program Experto, once the pieces were actually
obtained, through two processes of permanent mold casting, gravity and tilt-die casting, the
goal then became to verify which of the two cases was the most feasible to obtain the handles.
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Agradecimentos
O meu muito obrigado a todos os que de uma ou de outra forma contriburam para a
realizao deste relatrio, principalmente ao Engenheiro Paulo Machado pela pacincia e
tempo dispendido.
A todos os meus amigos e colegas de curso que atravs das suas crticas contriburam
no s para a produo deste relatrio bem como para a minha formao acadmica.
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ndice de Contedos
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ndice de Figuras
Fig. 1 Esquema das etapas de um processo de fundio para o fabrico de uma pea nova .... 6
Fig. 2 Classificao dos processos de moldaes permanentes .............................................. 8
Fig. 3 Esquema do sistema de vazamento por gravidade ........................................................ 9
Fig. 4 Mquina do sistema de vazamento em coquilha rotativa............................................ 10
Fig. 5 Relao entre velocidade de rotao e ngulo de inclinao inicial na capacidade de
obteno de peas cheias .......................................................................................................... 12
Fig. 6 Esquema de funcionamento do Processo Semi-Durville ............................................ 16
Fig. 7 Molde de uma jante de automvel............................................................................... 22
Fig. 8 Esquema demonstrativo do processo de baixa presso ............................................... 22
Fig. 9 Identificao dos componentes envolvidos num sistema de baixa presso ................ 23
Fig. 10 Mquina do sistema de baixa presso ....................................................................... 25
Fig. 11 Deslocamento restricto a zero numa direco ........................................................... 32
Fig. 12 Deslocamento restricto a zero em duas direces ..................................................... 33
Fig. 13 Deslocamento restricto a zero em trs direces ...................................................... 33
Fig. 14 Encurvadura de uma barra sujeita a um gradiente trmico. Se a distribuio da
temperatura ao longo da barra for linear, no h tenses trmicas........................................... 34
Fig. 15 Tenses trmicas devido a uma distribuio linear de temperaturas (dlT) quando o
encurvamento impedido......................................................................................................... 35
Fig. 16 A mxima tenso trmica devida a uma distribuio no linear das temperaturas
numa coquilha livre de escorregar no prato de uma coquilhadora proporcional a:
TMax=TMax-TFN, onde TMax a temperatura de face quente e TFN a temperatura de fibra
neutra (isenta de tenses trmicas) ........................................................................................... 35
Fig. 17 Esquema para reduzir as tenses trmicas diminuindo TMax .................................. 36
Fig. 18 Efeito de uma barreira trmica na reduo de TMax ................................................ 36
Fig. 19 Manipulador para varrer as superfcies das coquilhas, lendo as temperaturas e
arrefecendo-as por sopragem de ar ou mistura ar-gua ............................................................ 40
Fig. 20 Esquema genrico de um tubo de refrigerao ......................................................... 43
Fig. 21 - Implementao dos tubos de refrigerao num molde permanente ........................... 44
Fig. 22 Sistema de refrigerao ............................................................................................. 44
Fig. 23 Esquema de montagem de um sistema de vcuo numa coquilha .............................. 45
Fig. 24 Esquema de obteno do alumnio ............................................................................ 48
Fig. 25 Esquema de reaproveitamento das sucatas de alumnio............................................ 68
Fig. 26 Poros causados por aprisionamento de gases ............................................................ 75
Fig. 27 Rechupe ..................................................................................................................... 76
Fig. 28 Microrechupes ........................................................................................................... 77
Fig. 29 Fissurao a quente ................................................................................................... 78
Fig. 30 Capacidade trmica do alumnio. Aps chegar temperatura de fuso so
necessrios mais 393 kJ/kg antes de o alumnio passar ao estado lquido. .............................. 80
Fig. 31 Forno de cadinho que permite a rotao para facilitar o vazamento ......................... 84
Fig. 32 Forno de cadinho fixo para ligas de alumnio ........................................................... 85
Fig. 33 Forno de revrbero basculante .................................................................................. 86
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ndice de Tabelas
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1 Introduo Geral
1.1 Introduo
INEGI
Misso
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Viso
Politica de Qualidade
desde 2006 uma empresa certificada segundo a norma ISO 9001:2000, e conta com
uma equipa de 155 profissionais qualificados. Representando a marca Sofi, implantada no
mercado h mais de 40 anos, so referncia de Tecnologia, Inovao, Design, Qualidade e
Durabilidade.
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Viso
Ser lderes nos mercados em que actuamos, sendo avaliados pelos nossos clientes, na
satisfao, profissionalismo, qualidade e inovao.
Misso
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2 Estado da Arte
2.1 Introduo
O objectivo fundamental da fundio o de dar forma geomtrica adequada ao metal,
vertendo-o no estado fundido dentro de uma cavidade feita no interior de uma moldao
(conjunto de elementos em materiais apropriados que definem o molde), para aps
solidificao se obter a pea moldada. (Ferreira, 1999)
A fundio uma tecnologia milenar que tem conhecido, desde o inicio do sculo XX,
um rpido desenvolvimento, sendo hoje um dos processos mais utilizados na produo de
componentes metlicos para as mais diversas aplicaes estima-se que 90% de todos os
equipamentos, ferramentas e utenslios existentes incorporam peas fundidas.
possvel apontar uma srie de factores responsveis pela utilizao generalizada dos
diferentes processos de fundio:
A fundio foi tida, durante muito tempo, como uma tecnologia incapaz de proporcionar
a obteno de produtos com boa preciso dimensional e/ou acabamento superficial, obrigando
normalmente ao recurso a operaes de acabamento complementares, como por exemplo a
maquinagem.
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Moldaes permanentes so, assim, todas aquelas que permitam a obteno de vrias
peas sem que as suas caractersticas ou forma sejam significativamente alteradas. Embora
esta definio compreenda todas as moldaes metlicas, ela estende-se igualmente s
moldaes de grafite e de outros materiais que se abrem para permitir a retirada da pea
fundida sem se danificarem.
Coquilha
Esttica
Gravidade
Coquilha
Coquilhas
Rotativa
Baixa Presso
Centrifugao
Cmara
Quente
Moldao
Fundio Injectada
Permanente
Cmara Fria
Vazamento Contnuo
Compresso Mecnica
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essencial que a escolha do plano de apartao seja correcta para que a pea e todo o
sistema de gitagem no apresentem contrasadas, mantendo assim a sanidade da pea e do
molde. Peas que apresentem zonas macias devem estar orientadas de forma que essas zonas
fiquem posicionadas na linha de partio, bem como todo o sistema de gitagem.
O primeiro estudo detalhado sobre este processo foi levado a cabo por Mi (2002) e
introduziu pela primeira vez o conceito de velocidade crtica e turbulncia superficial. O
processo foi controlado atravs de um computador que possua uma roda programvel qual
eram fixos moldes de areia para produzir peas numa liga de Al-4.5%Cu. O fluxo de metal
durante o enchimento do molde foi gravado recorrendo a uma cmara de raios X, sendo que a
garantia da qualidade das peas foi calculada atravs dos parmetros estatsticos de Weibull.
Armado com estas tcnicas, Mi descobriu que a uma velocidade de rotao reduzida as
tenses superficiais geradas e as pelculas de escria formadas no podiam ser desprezadas. O
escoamento a velocidades de rotao reduzidas afectado, significativamente, por tenses
superficiais, muito provavelmente devido presena de pelculas de xidos muito resistentes.
Alm disso, a uma velocidade de rotao inferior a 7 por segundo o fluxo de metal
travado ao chegar ao fim do canal de gitagem, uma vez que o efeito da gravidade s
notrio a partir de um elevado grau de inclinao.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Reconhece-se que as condies que possibilitam a criao deste grfico dependem das
caractersticas geomtricas do molde em que se pretende fabricar a pea. Portanto, Mi, tomou
isso em considerao e utilizou um molde com dimenses e formas prximas das usadas em
grandes fundies industriais, particularmente das indstrias de componentes automveis.
Apesar dos resultados obtidos requererem adaptao a outras geometrias, os princpios de
utilizao so claros: existem condies de utilizao que, independentemente da geometria
da pea, no so recomendveis, mas em que a transferncia horizontal do metal possvel e
gera peas de elevada qualidade. [Yu, 2002] [Heine, Loper, & Rosenthal, 1967] [Campbell, 2004]
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O alumnio deste bronze fundido forma filmes de xido de alumnio que podem
proteger o material de maior oxidao e impedir a adeso dos lingotes s coquilha sem que
so ou eram vazados. Mas, quando a turbulncia quebra este filme e arrasta partes deste para
o interior das peas vazadas, as incluses de filmes de Al2O3 reduzem fortemente a resistncia
e a ductilidade do material. O processo de Durville foi desenvolvido com o objectivo de
reduzir ou evitar estes inconvenientes.
Entretanto o processo Durville embora continuando a manter duas das suas caractersticas
iniciais:
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Ver se a pea pode, ou no pode, encher de forma tranquila com rotao, dependendo
da sua forma e eventuais quedas ou rpidos que esta provoca no metal durante o
enchimento.
Desenhar o sistema de enchimento de modo a conseguir um enchimento sem
turbulncia (enchimento tranquilo) e de forma a minimizar a quantidade de material
vazado que permanece no sistema de gitagem no fim da rotao de enchimento.
Este programa computacional, no exigindo um software de simulao mas apenas um
programa de desenho CAD 3D, permitir a pequenas fundies que no tiverem nem
programa nem operador para simulao do enchimento, desenhar o sistema de gitagem
a fim de definir o programa de rotao melhor adaptado a cada pea por simples
observao da evoluo da superfcie de nvel de modo a tornar o enchimento to
suave quanto possvel.
Para ser aplicvel como complemento de um programa de CAD 3D, o programa
desenvolvido no mbito do projecto extremamente simples e simplista. Com efeito,
no considerada nem a viscosidade do lquido nem a transferncia de calor e
eventual solidificao, parcial ou total, durante o enchimento. Este programa limita-se
a determinar posies das superfcies livres, tendo em conta, apenas, o princpio dos
vasos comunicantes.
Apesar dessa simplicidade, apenas a visualizao pelo fundidor, da evoluo das superfcies
de nvel com a rotao, diz-lhe se a forma da pea, por um lado, e a do sistema de enchimento
por outro, fazem prever:
Volume de metal que entra na cavidade da coquilha para cada posio angular desta
(no quadro dos pressupostos simplistas atrs referidos).
Quantidade de metal no sistema de enchimento no fim da rotao, a requerer
redesenho do sistema ou alterao da posio angular ou do nvel de metal lquido
partida (antes de comear a rotao da coquilha).
Estas ideias, de que o INEGI requereu patente, tendo como autor o Eng. A. Barbedo de
Magalhes, foram aplicadas resoluo de dois problemas concretos, um de uma fundio
belga e outro de uma fundio portuguesa.
No que se refere a estas peas, uma fundio portuguesa tinha construdo trs coquilhas,
correspondentes a trs tamanhos diferentes de bombas de gua. Mas as rejeies ou
reclamaes por falta de estanquicidade eram tantas, que as coquilhas foram postas de lado,
passando as campnulas a ser produzidas por vazamento em areia, a um ritmo muito mais
lento, com pior acabamento e mais caras. A melhoria de qualidade, quer superficial quer
interior, notvel.
As alteraes introduzidas nas coquilhas, feitas de acordo coma ideia patenteada pelo
INEGI, permitiram reduzir substancialmente as rejeies, mesmo na fase experimental
anterior ao estabelecimento de um regime regular reprodutvel tpico da produo continuada
(em srie) na fundio.
O sucesso alcanado fez pensar que o processo poder ser aplicado a muitos outros casos.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Vantagens:
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Desvantagens:
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Este processo capaz de produzir peas de elevada qualidade e muto boas propriedades
mecnicas. Se a moldao for bem projectada, a direco de solidificao ficar bem definida,
deixando de ser necessrio recorrer a alimentadores. Como normalmente existe apenas um
ataque, o rendimento atingido bastante elevado, geralmente acima dos 90%. Este processo
permite obter uma boa preciso dimensional, um bom acabamento superficial e possibilita
tambm a obteno de peas de formas complexas. Peas at 150 kg (Alumnio) so passveis
de serem obtidas por este processo, mas essa opo s ser tomada em casos muito especiais,
uma vez que a coquilha necessria para a obteno da pea bastante dispendiosa. A
capacidade do forno d para produzir em mdia cerca de 10 peas, antes de voltar a ser
abastecida de metal.
As ligas comummente utilizadas neste processo so: AlSi5Cu3 (LM4, US319), AlSi12
(LM6, US413), AlSi7Mg (LM25, US A356). Obviamente so alvo de tratamento de
desgasificao, refinamento de gro e modificao estrutural, temas a serem abordados
posteriormente neste trabalho.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Existem vrios parmetros que controlam este processo, (a) a velocidade a que a presso
aplicada, (b) a presso, que se torna praticamente irrelevante uma vez iniciado o processo de
solidificao e (c) os gradientes trmicos, que so essenciais uma vez que estabelecem a
direco de solidificao. Como em todas as moldaes permanentes, estes gradientes so
estabelecidos de acordo com a espessura das paredes das peas e pelo modo de arrefecimento
selectivo das mesmas.
Como praticamente todas as moldaes por baixa presso tm apenas uma entrada de
metal e no so necessrios alimentadores para compensar a contraco no estado lquido, o
peso bruto reduzido e as operaes de acabamento so minimizadas.
Quando a temperatura do forno est ligeiramente acima do ponto de fuso da liga a ser
utilizada, vazado metal lquido no interior do forno que depois selado. Quando a
temperatura estabilizar volta do valor pretendido e a coquilha (fechada) pr-aquecida at
ao valor de funcionamento (250- 400C), a vlvula de entrada de ar de baixa presso aberta,
fazendo com que ar seco entre no forno obrigando o metal a fluir pelo tubo entrando na
cavidade da moldao. Com o forno ainda sob presso, o metal solidifica rapidamente. Uma
vez que a sequncia est determinada e estabilizada, esta pode ser controlada
automaticamente usando controladores, permitindo assim ter apenas um operador a
monitorizar todo o processo.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O objectivo que o revestimento seja aplicado no inicio de cada turno. Como acontece
noutros processos em que necessrio revestir moldao, deve-se limpar a coquilha
cuidadosamente e periodicamente, cerca de uma vez por semana. A vida til da coquilha
ronda os 30000-50000 vazamentos.
Este processo conhece duas variantes. Numa delas o metal vazado no interior da
cavidade no atravs da aplicao de uma maior presso na cmara que contem o cadinho,
mas atravs da diminuio da presso na cavidade de moldao pela criao de vcuo. Este
processo, denominado vazamento sob vcuo, em tudo o resto semelhante ao processo de
vazamento sob baixa presso.
Vantagens
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Desvantagens
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Tambm os ferros fundidos podem ser vazados em coquilhas, apesar dos problemas
relacionados com o seu ponto de fuso elevado e com os riscos de tmpera ledeburtica. A
tecnologia de vazamento em coquilha de ferros fundidos tem sido, at agora, muito mais
utilizada e desenvolvida nos pases do leste europeu do que nos pases ocidentais.
Em todos os casos o arrefecimento tambm no pode ser de tal modo rpido que
determine a solidificao de zonas de passagem do metal antes da moldao estar
completamente cheia. A adaptao da condutibilidade trmica e da capacidade trmica da
coquilha, bem como da sua temperatura, espessura das peas a vazar , pois, um aspecto
essencial a considerar na fabricao das coquilhas. Os revestimentos destas podero
desempenhar um papel importante no controlo desse factor.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Os materiais das coquilhas devem ter dureza e resistncia suficientes para permitir o
fcil manuseamento sem se estragarem. Se forem reparveis (geralmente por soldadura ou
tcnicas afins) a sua vida poder ser estendida, sem necessidade de fabricao de novas
coquilhas.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Tabela 2 - Materiais recomendados para pequenos machos (<75mm, L<250mm) para vazamento em
coquilha
De notar que no quadro acima, os materiais esto indicados por ordem decrescente de
preferncia. O carbono, graftico ou no, usa-se apenas para a produo de um reduzido
nmero de peas. O gesso prefervel em machos, para peas a vazar em bronze, de alumnio.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Tabela 3 - Materiais recomendados para machos de grandes dimenses ( >75mm, L>250mm) para
vazamento em coquilha
Os machos em areia podem ter como ligantes leos, resinas, CO2 silicato, ou ser
obtidos por shell coring.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O comportamento destes ltimos est relacionado com factores que foram referidos
anteriormente. Dentre estes, avulta o comportamento fadiga trmica, motivo pelo qual as
tenses de origem trmica e as formas de as reduzir merecem uma especial ateno.
,1 = . . (1)
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
..
,2 = (2)
1
..
,2 = (3)
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Isto mostra que as prprias condies de fixao de uma pea na estrutura rgida
influenciam o valor das tenses trmicas correspondentes a um dado T.
Ser a mxima diferena de temperaturas entre o ponto mais quente e o ponto mais frio
da coquilha?
Ou ser que a tenso mxima, Mx, depende da diferena de temperaturas entre o ponto
mais quente da coquilha e a temperatura (mdia) da estrutura (coquilhadora) onde esta est
montada?
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Pelo que foi referido anteriormente, parece que a tenso mxima depende desta ltima
diferena de temperaturas, desde que a coquilha esteja rigidamente ligada estrutura.
Consoante essa ligao seja rgida segundo uma, duas ou trs direces independentes do
espao, assim devem ser utilizadas as formas de clculo (1), (2) e (3), respectivamente.
Na ausncia de qualquer constrio exterior, uma coquilha com a face de trabalho mais
quente do que a face oposta tenderia a curvar, como mostra a figura 14.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Se se comparar a expresso (2) com a expresso (5*) conclumos que o simples facto
de modificarmos a forma de fixao da coquilha (que passou a ter apenas um ponto central de
fixao que a impede de empenar) a mxima tenso passou a ser metade do que era numa
fixao rgida bidimensionalmente.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Outra diminuir TMx = TMx TFN, onde TFN a temperatura da fibra neutra da meia
coquilha, ou a temperatura da estrutura de fixao desta, ou seja, a temperatura da zona ou
parte que define ou impem a dimenso real da coquilha.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
A figura 17 tem um interesse meramente terico, visto que dificilmente se pode fabricar
uma coquilha em fatias.
Ela mostra, no entanto, que se for possvel fazer uma coquilha fina, (dependente da
espessura das peas a vazar), ainda que esta tenha que ter, depois, uma placa de arrefecimento
a ela justaposta, esta soluo melhor do que a de ter uma coquilha muito espessa, com um
elevado gradiente de temperaturas entra a face mais quente e a face mais fria.
A figura 18 mostra que se for possvel revestir a coquilha com um revestimento bem
aderente ao substrato mas sem resistncia mecnica intrnseca ou finamente fissurado nas
direces da superfcie, o gradiente trmico que efectivamente conta para efeitos de tenses
criadas apenas o que se verifica no substrato. Se a barreira trmica for eficiente, a mxima
tenso trmica pode-se tornar muito menor do que seria sem barreira trmica.
Esta ltima considerao mostra claramente a importncia das barreiras trmicas em
coquilhas. Uma boa barreira trmica, bem aderente e sem resistncia mecnica intrnseca,
permitiria quase utilizar um material qualquer no substrato, dado que as temperaturas e as
tenses trmicas viriam fortemente diminudas. A dificuldade principal conseguir uma boa
aderncia ao substrato, para que o prprio revestimento tenha uma longa durao. [Magalhes,
Fundio em Coquilha, 1989]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
A temperatura de vazamento
O tempo de manuteno da pea na coquilha
O tempo de arrefecimento da coquilha
A mecanizao do vazamento em coquilha dever ter em conta estes factores, sob pena
das propriedades fsicas e mecnicas das peas vazadas no corresponderem s exigncias do
cliente.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Neste sistema o arrefecimento feito, total ou parcialmente, pelas faces de trabalho das
meias coquilhas, por meio de um par de jactos de ar ou de ar contendo pequenas quantidades
de gua. Os jactos so dirigidos para os pontos mais quentes da coquilha, normalmente
correspondentes a zonas de maior espessura das peas ou do sistema de alimentao e
gitagem. A determinao dos pontos mais quentes feita por meio de pirmetros pticos de
leitura rpida (menos de um milsimo de segundo por leitura). Para esse efeito foi construdo
um manipulador, onde foram montados um par de pirmetros pticos e um par de tubeiras
para o jacto de ar ou de misturas ar gua.
C Sem-fim de esferas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Depois de um varrimento rpido inicial das coquilhas, para elaborao dos mapas de
temperaturas, um programa especial computacional dirige os jactos de ar ou de misturas de ar
gua para as zonas mais quentes. Durante o arrefecimento os pirmetros pticos continuam
a ler temperaturas adaptando os caudais e os tempos de arrefecimento s condies locais em
cada vazamento.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
A eficincia do arrefecimento pela face anterior pode ser evidenciada pela tabela n. x,
onde se indica a eficincia da transferncia de calor de diversos meios (segundo J.P. Holman
Heat Transfer).
Calores especficos:
Ferro Fundido (a altas temperaturas) 840 J/kg. K 0.20
cal/g. C
gua (0 a 100 C) 4200 J/kg. K 1.0 cal/g. C
Calores latentes:
Fuso do ferro 209304 J/kg 50 cal/g
Vaporizao da gua 2260870 J/kg 540 cal/g
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Tubos de Refrigerao
Vantagens:
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Desvantagens
Ebulio do filme
Refluxo do lquido de trabalho
Dificuldade na aplicao a coquilhas rotativas
O termo vcuo geralmente usado para denominar uma determinada regio do espao,
onde a temperatura inferior a 1at. O vcuo absoluto, que implica um espao onde a
existncia de matria nula fisicamente impossvel.
Como se pode observar na figura 23, o metal seria vazado numa das extremidades, dado
que ao mesmo tempo seria gerado um efeito de vcuo pelo mecanismo identificado com o
nmero 15. Essa implementao permitiria que o metal fluisse atravs do sistema de gitagem
de uma forma laminar, eliminando o efeito de turbulncia gerado pela acelerao
desgovernada do metal, fazendo com que a qualidade do produto final seja melhorada
significativamente. Uma outra vantagem ser a de extrair o ar presente no interior da
moldao, ar esse que responsvel por vrios defeitos nas peas de fundio . [Muskegon,
Whitehall, & Johnson, 1994]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
2.5.1 Introduo
Nos metais que podem ser vazados em moldaes permanentes incluem-se as ligas de
alumnio, magnsio, zinco, cobre e ferro fundido cinzento hipereutctico, como j foi referido
anteriormente. As ligas de alumnio so as ligas metlicas mais comummente utilizadas neste
processo de fundio e as de magnsio as menos utilizadas.
Ligas de cobre: Raramente se justifica vazar peas em ligas de cobre num molde
permanente pesando mais de 10kg.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Um dos objectivos deste trabalho consiste na pesquisa de ligas de alumnio e das suas
caractersticas e adaptabilidade a este tipo de processo de fundio, sendo que os captulos
seguintes se referem apenas s caractersticas desta mesma liga. [Brown, Foseco Non-Ferrous
Foundrymans Handbook, 2000] [Brown, Foseco Ferrous Foundrymans Handbook, 2000] [Magalhes,
Fundio em Coquilha, 1989]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
A sua descoberta deve-se ao cientista Humphrey Davy que, em 1808, o designou por
Aluminium sem, contudo, conseguir isol-lo dos seus compostos.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O alumnio um metal branco, brilhante, muito leve, densidade aproximada 2,70, que
funde por volta dos 660 C. Tem boa resistncia aco do ar ao recobrir-se de uma capa de
xidos e carbonato de alumnio que protege as peas de uma posterior oxidao. muito
dctil e malevel, podendo ser laminado, estirado e forjado com grande facilidade.
Geral
Propriedades atmicas
Propriedades fsicas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Este metal contm geralmente pequenas impurezas de ferro e silcio. Estas impurezas
aumentam a dureza do mesmo, bem como a sua resistncia, se bem que diminuam o
alongamento. Na figura seguinte feita a comparao do alumnio puro com outros metais.
Ainda que o alumnio seja um dos principais constituintes da crosta terrestre (Sial), nem
todos os minerais que contem alumnio so susceptveis de serem utilizados economicamente
para a sua obteno. Utiliza-se principalmente a Bauxita, nome derivado da localidade de Les
Baux, perto de Arls (Frana). O contedo de xido de alumnio, Al2O3, entre 50 a 65%. O
procedimento de obteno do alumnio consiste na reduo do xido por electrlise entre
elctrodos de carvo, fazendo passar a corrente elctrica por uma massa fundida de xido de
alumnio e criolite (3 FNa F3Al).
50
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
As ligas de alumnio tm um baixo ponto de fuso (650 760 C), o que se traduz numa
maior flexibilidade no processamento destas ligas e numa menor manuteno do equipamento
de fuso.
51
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Na designao das ligas do tipo 1XX.X, o segundo e o terceiro dgito indicam o teor
mnimo de alumnio, por exemplo, a liga 170.0 contm uma percentagem de aluminio mnima
de 99.70%.
0 Peas
1 Lingote padro
2 Lingote de composio variada mas com os limites dentro dos
mesmos do lingote padro
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Antimnio
Berlio
A adio de algumas partes por milho de berlio pode ser eficaz na reduo das perdas
por oxidao e incluses em compostos que contm magnsio. Em concentraes mais
elevadas (> 0.04%), o berlio afecta a forma e a composio de elementos que contm ferro,
melhorando por outro lado a ductilidade e a resistncia mecnica. Alm de alterar a
morfologia de fases insolveis, o berlio muda a sua composio, rejeitando magnsio que
provm do elemento complexo Al-Fe-Si, permitindo assim a sua plena utilizao para fins de
endurecimento. Elementos que contm berlio so agentes cancergenos, que exigem cuidados
especiais na fuso, movimentao do metal lquido, movimentao das escrias e tratamento
das mesmas.
Bismuto
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Boro
O boro quando combinado com outros metais tem tendncia para a formao de boretos,
tais como o AlB2 e o TiB2. O boreto de titnio forma ncleos estveis que interagem com o
TiAl3, provocando um refinamento de gro mais acentuado. Boretos metlicos reduzem
significativamente a vida das ferramentas usadas em operaes de maquinagem e formam
incluses que afectam as propriedades mecnicas e a ductilidade. O tratamento com boro,
usado nas ligas de alumnio que contm elementos peritcticos tais como o titnio, zircnio e
o vandio praticado para melhorar a pureza e a condutibilidade elctrica destas ligas. O boro
torna tambm mais duradouro o efeito do titnio como afinador de gro.
Cdmio
Clcio
Chumbo
Crmio
O crmio forma o composto CrAl7, que apresenta uma solubilidade no estado slido
muito limitada, sendo usado por isso para suprimir a tendncia que algumas ligas apresentam
para o crescimento de gro. Melhora a resistncia a temperaturas elevadas.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Cobre
Estanho
Estrncio
Ferro
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
gro excepto nas ligas alumnio silcio. responsvel pela diminuio da contraco das
peas aps fundio.
Fsforo
Adicionado sob a forma de AlP3, o fsforo tem a tendncia para refinar o silcio
primrio em ligas de aluminio silcio hipereutcticas. A adio de algumas partes por
milho, o fsforo transforma a estrutura eutctica numa estrutura hipoeutctica, nas ligas de
alumnio silcio, e diminui a aco de alguns modificadores eutcticos, tais como, o sdio e
estrncio.
Magnsio
Mangans
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Mercrio
Compostos que contem mercrio foram desenvolvidos como nodos sacrificiais para
sistemas de proteco catdicos, especialmente para ambientes martimos. O uso destas ligas
extremamente electronegativas foi seriamente restringido devido a questes ambientais.
Nquel
Prata
Silcio
O silcio tem um efeito extraordinrio nas ligas de alumnio, melhorando quase todas as
caractersticas de fundio destas ligas. Adies de silcio melhoram significativamente a
colabilidade, resistncia fissurao a quente e caractersticas de alimentao dos moldes. Em
todas as ligas de alumnio usadas em fundio, so as de alumnio silcio que desempenham
o papel mais importante. O aumento de silcio na composio de algumas ligas
extremamente importante, pois, aumenta a colabilidade permitindo que as peas fundidas
tenham espessuras reduzidas e pormenores complicados de se obter com outros elementos. As
ligas de alumnio silcio so as mais resistentes fissurao durante a solidificao. O teor
de silcio presente nas ligas de alumnio silcio corresponde as caractersticas de
solidificao de cada processo. Para processos em que o arrefecimento se da lentamente, tais
como, cera perdida e moldao em areia o teor varia de 5 a 7%, para moldaes permanentes
o teor j varia de 7 a 9% e para coquilhas varia entre 8 a 12%. A base para estas
recomendaes deve-se as relaes entre a taxa de arrefecimento, colabilidade e da
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Sdio
Titnio
O titnio principalmente utilizado como afinador de gro das ligas alumnio usadas em
fundio, normalmente combinado com pequenas quantidades de boro. Por vezes o titnio
usado em concentraes acima das necessrias para a afinao de gro, isso acontece tendo
como objectivo reduzir as fissuraes. tambm responsvel pelo aumento da ductilidade e
resistncia a traco, diminuindo por outro lado a condutividade trmica.
Zinco
A simples adio de zinco no traz grandes benefcios em termos de fundio das ligas
de alumnio, mas quando combinado com cobre e/ou magnsio tem como efeito melhorar as
caractersticas das ligas para tratamentos trmicos e como agente no envelhecimento natural
das peas. Em combinao com o Mg produz alta resistncia ao impacto, alta resistncia
traco e excelente ductilidade. Pequenos teores de Zn nas ligas Al-Cu melhoram a
maquinabilidade. Alto teor produz alta contrao e fragilidade a quente. [Cramer, 2003]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Tabela 8 Colabilidade e aptido aos revestimentos de proteco e decorao dos principais processos de fundio
Fundio em
Nome da liga Colabilidade Fundio em coquilha Fundio injectada
areia
No caso de peas obtidas por fundio, alm destes factores, h que considerar o
tamanho de gro, porosidades, incluses e outros defeitos que, mesmo disfarados no
polimento, aparecem durante o processo de oxidao andica, tornando as peas imprprias
para utilizao. O processo de revestimento electroltico, embora menos utilizado para o
alumnio do que para outros metais, permite, contudo, em certos casos e com tcnica
adequada, a deposio de zinco, cobre, nquel, crmio, prata e ouro.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Anodizao
Anodizao e Anodizao Revestimento
Nome da liga contra a
colorao brilhante electroltico
corroso
(*) Estas ligas requerem um tratamento de modificao para uma boa adeso
(**) Prpria para cores escuras
(***) As condies de anodizao devem ser cuidadosamente controladas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Tabela 10 - Comparao das ligas de alumnio relativamente fissurao a quente, estanqueidade, maquinabilidade e
resistncia corroso
Resistncia
Resistncia
Nome da liga fissurao a Estanqueidade Maquinabilidade
corroso
quente
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Tabela 11 - Comparao das propriedades mecnicas das ligas vazadas pelos processos de fundio em areia e em
coquilha
Al Puro 8 3 30 25 8 3 40 25
Al-Cu 29 20 5 95 34 20 10 100
Al-Si-
25.5 22 - 100 31 21 1 110
Cu/Mg
Al-Si 17 6 8 55 20 7 13 60
Al-Mg 31 17 15 85 35 20 20 95
Al-Zn 20 (*) 17 (*) - 110 (*) - - - -
(*) Propriedades atingidas vrias semanas aps fundio
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Al-Si Peas finas e intricadas para a mecnica e marinha, moldes para borrachas, utenslios
domsticos
[Mesquita, 1971]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Os elementos de liga podem ser adicionados directamente ao alumnio puro ou por meio
de ligas me que so ligas preparadas previamente para facilitar a sua dissoluo no
alumnio puro.
Assim as ligas de alumnio cobre so obtidas juntando ao alumnio puro uma liga
me de alumnio cobre a 33%.
Para as ligas complexas como, por exemplo, a liga de alumnio cobre silcio
mangans, ou se utilizam as trs ligas me de alumnio cobre, alumnio silcio e
alumnio mangans ou se prepara uma liga me dos trs elementos de liga indicados.
Estas ligas, de 1 fuso, possuem propriedades qumicas e mecnicas mais altas, mas o
seu custo, tambm mais elevado, s justifica a sua utilizao quando as peas que se pretende
obter sejam de grande responsabilidade. Na maior parte das aplicaes industriais utiliza-se
outro tipo de ligas, com a mesma composio nominal das ligas de 1 fuso, mas em que so
tolerados certos elementos, ditos impurezas, desde que o seu teor esteja abaixo de um certo
limite imposto nas normas. Estas so chamadas ligas de 2 fuso ou ligas recicladas.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
A escolha e classificao da sucata feita tendo presente a forma da pea, o seu peso,
dureza e aspecto da fractura. Existem contudo mtodos mais rigorosos para a seleco das
sucatas, entre os quais se destaca o mtodo de ataque qumico e os mtodos elctricos de
medida da resistncia por corrente de Foucault e de medida do potencial.
Dessa escolha resultam, pois, dois tipos de sucatas que tm tratamento diferenciado na
recuperao. O primeiro constitudo pelas sucatas cuja composio bem conhecida e a sua
recuperao faz-se por fuso directa das sucatas e vazamento em lingotes. O segundo tipo
constitudo por sucatas de composio duvidosa e a sua recuperao feita com afinao das
ligas. Quer num tipo quer noutro podem aparecer sucatas de dimenses muito diversas que
tm de ser tratadas de modo diferente. Costuma dividir-se as sucatas em trs grupos:
Nesta escolha fcil separar logo as ligas de magnsio, devido ao seu menor peso. As
ligas de alumnio silcio tambm se reconhecem facilmente pela fractura que se apresenta de
cor acinzentada de gro fino.
66
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
iniciais da firma recuperadora e ser pintados com cores normalizadas correspondentes liga
que constitui. Estas duas particularidades so da mxima importncia no s para garantia da
qualidade da matria prima como tambm para facilitar a identificao no mercado e na
indstria de fundio. A marcao dos lingotes com cores convencionais respeitantes s
diversas ligas permite no s a sua identificao no mercado bem como a sua arrumao no
armazm das matrias primas da fundio. Esta identificao particularmente importante
nas ligas de alumnio dado que muito difcil ou impossvel vista desarmada distinguir as
diferentes ligas pela cor dos lingotes. Na figura 25 est representado um esquema do
reaproveitamento das sucatas de alumnio.
[Mesquita, 1971]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Projecto da pea
Mtodo de Produo utilizado
Erros humanos
Um defeito pode ter como origem apenas uma das origens acima referidas, sendo
portanto mais fcil de solucionar. Pode, contudo, resultar de uma combinao de factores,
tornando as medidas necessrias para a resoluo do problema mais difceis de tomar. Todos
os operrios das fundies esto familiarizados com a persistncia de defeitos, que desafiam
constantemente a forma de os identificar e que subitamente desaparecem, sem qualquer
clarificao da causa que lhes deu origem. Um controlo apertado e uma padronizao de todos
os aspectos envolventes na produo de uma qualquer pea acabam por ser a melhor defesa
contra tais problemas. Precaues mais especficas podem ser tomadas nos casos em que se
conhece a susceptibilidade a um defeito em particular, enquanto uma deciso mais radical,
como a modificao do design da pea, poder ser tomada em casos extremos, casos esses que
no respondem s modificaes na tcnica de fundio.
Deve ficar claro que qualquer tentativa de eliminao de defeitos deve ser baseada em
factores econmicos. [Beely, 2001]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
1. Defeitos de forma
Mal cheio
Juntas frias
Pontos frios
Esquinas boleadas
Fluxos excessivos
Causas
Excesso de humidade
Baixa velocidade 0,5m/s 60m/s
Baixa temperatura vazamento
Baixas espessuras
Baixa colabilidade
Vazamento interrompido
2. Incluses
Causas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
3. Gases
Causas
Soluo
Fuso Al e H2
Fuso Ti, Ni em vcuo
Desgasificao rotor e vcuo
Soluo
Alimentadores
Solidificao dirigida, arrefecedores, camisas exotrmicas
Contraces
Contraces diferenciais
Fissurao a quente
Soluo
Ligas
Relaxao de tenses
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
6. Dimensionais
Soluo
Apesar da lista acima referenciada, o alumnio mais propcio a certos defeitos, como a
contraco no estado lquido e na mudana de estado, contraco no estado slido, gases e
incluses. Embora estes sejam os defeitos mais comuns nas ligas de alumnio, a ocorrncia
dos restantes defeitos no deve ser desprezada, mas, neste capitulo a ateno ser
direccionada para os defeitos mais comuns.
Incluses Grupo 2
i) Incluses endgenas
reactivos da liga a ser vazada. A reaco mais comum a oxidao, independentemente de ser
acidental, devido ao ar presente na atmosfera, ou provocada deliberadamente com o intuito de
refinar a estrutura da liga. Neste ltimo caso o teor de oxignio estabilizado pela adio de
desoxidantes antes do vazamento. Incluses de xidos, de elevado ponto de fuso, podem
manter a sua composio inalterada, mas escria de composio complexa pode ser formada
devido a reaces heterogneas na interface da incluso com o metal. Fluxos e refractrios
dos fornos podem ser envolvidos em reaces semelhantes. Outro tipo de incluses pode
resultar da alterao do equilbrio da temperatura de fuso. A precipitao pode ser seguida de
segregao de impurezas durante o arrefecimento. Este tipo de incluses pode ser minimizado
recorrendo a cargas e condies de fuso isentas de elementos que tenham tendncia de as
originar. O recurso fuso em vcuo e/ou atmosferas inertes outra das formas de minimizar
o aparecimento de incluses. possvel, em casos especiais, desoxidar com carbono ou
hidrognio, que levam formao de produtos gasosos em substituio dos precipitados que
iam ser originados. medida que as incluses endgenas se formam, comea a eliminao
por separao gravtica. Esta tendncia expressa na lei de Stoke, para pequenas partculas
esfricas suspensas no metal lquido:
2 2 (1 2 )
=
9
Onde
r = Raio da partcula , m
A preciso das previses com base nesta expresso deve ser limitada por outras
influncias, nomeadamente a da conveco no lquido, mas o raio da partcula visto como o
factor predominante na separao. Uma vez que as partculas de maiores dimenses se
separam rapidamente, permite que o metal lquido possa permanecer no forno ou no cadinho
durante um intervalo de tempo antes de se proceder ao vazamento, fazendo com que este seja
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
um mtodo vivel, apesar da continuidade de partculas mais pequenas no metal, visto que o
tempo para a total eliminao das mesmas no suficiente.
A separao por aco gravtica no um mtodo eficaz no caso de ligas leves, uma vez que a
diferena entre a densidade do metal e a densidade das partculas no significativa, sendo
que se torna fundamental no perturbar a superfcie do metal durante o processo de fuso.
Contudo, o metal fundido pode ser tratado com o recurso a fluxos, que absorvem e
dissolvem suspenses no-metlicas.
A utilizao de filtros tem outro efeito benfico: diminui a turbulncia causada pela
entrada do metal lquido na cavidade da moldao. A turbulncia contribui para o
aparecimento de incluses, no s porque facilita a eroso da moldao, mas tambm porque
conduz facilmente ao aprisionamento de ar dentro da cavidade um outro tipo de incluses
exgenas.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O aprisionamento de ar pelo metal na cavidade de moldao pode ter origem numa srie de
factores (isolados ou em combinao), de entre os quais:
Gases Grupo 3
por exemplo, os defeitos apresentam uma Fig. 26 Poros causados por aprisionamento de gases
Fig. 27 Rechupe
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
[Beely, 2001]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
defeitos portanto. Se a restrico no for superada to facilmente vai dar origem a uma tenso
de traco levando ao aparecimento de defeitos. A forma desse defeito vai depender das
propriedades mecncias no ponto em que a restrico se comea a tornar crtica.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
no tem um comportamento ideal durante a fuso, possui certas caractersticas que levam a
gerao de reaces que causam graves problemas, sendo portanto, necessrio recorrer a
determinados procedimentos que tornem o processo de fuso mais fcil e levem a produtos
finais com melhores propriedades. A temperatura elevada, o alumnio reage fcil e
rapidamente com o oxignio levando formao de xidos, durante o processo de fuso,
quantidade que aumenta com o aumento da temperatura. Como o peso especfico das ligas de
alumnio aproximadamente igual ao peso especfico dos xidos, estes misturam-se
80
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
facilmente com o metal lquido se no forem tomadas determinadas precaues, sendo por
isso necessrio impedir ou limitar a agitao do metal lquido.
Outro dos grandes problemas na fuso do alumnio reside no facto de este apresentar
uma elevada capacidade na absoro de gases, sendo que o hidrognio o que traz mais
problemas. Num forno de fuso aberto para a atmosfera a combstivel, o risco de absoro de
gases maior, uma vez que durante o processo de combusto se forma vapor de gua.
Materiais que contenham hidrognio na sua composio ou que contenham uma pelcula
superficial de sujidade tambm podem ser responsveis pela presena do mesmo no banho de
metal lquido.
A fuso inicia-se pelo aquecimento prvio dos fornos, sendo depois feita a alimentao
com metal slido. A alimentao deve ser progressiva uma vez que o metal tem a tendncia
para expandir estruturalmente podendo danificar o forno e porque o metal no fundo do
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
carregamento pode aquecer em demasia perdendo algumas das suas propriedades. Aps o
carregamento do forno ter sido feito e o metal ter comeado a fundir, mais metal no estado
slido deve ser introduzido na parte superior, isto para, pr-aquecer os lingotes antes de estes
se afundarem no metal lquido. O pr-aquecimento importante pois ajuda a eliminar a
absoro e a humidade presente na superfcie dos lingotes. O carregamento deve consistir em
lingotes e sucata limpa do mesmo material, sendo que os lingotes podem ser preparados na
fundio da empresa ou comprados a empresas especializadas na produo de lingotes de
alumnio. Algumas fundies preferem fundir os pedaos de sucata separadamente, para
depois analisar a composio e poder realizar as correces necessrias, se se justificarem,
transformando essa sucata em lingotes ou transferindo-as enquanto lquidas para subsequente
uso na fundio.
Em geral, no desejvel preparar fuses mistas que incluam alumnio puro, a no ser
que sejam tomadas medidas para garantir o peso e composio correcta de todas os materiais
envolvidos na fuso. Quando uma fundio produz as suas prprias ligas, o mtodo mais
econmico usar lingotes com uma composio extremamente rica. A fundio adiciona
lingotes de composio padronizada e elementos de liga, nas propores indicadas, aos
lingotes de composio mais rica de forma a obter a composio ideal para a liga que
pretendem obter. Quando se esto adicionar elementos de liga no banho de alumnio lquido,
elementos com baixo ponto de fuso, tais como o zinco e o magnsio, podem ser adicionados
na sua forma natural, contudo, elementos de liga que possuam um elevado ponto de fuso, tais
como o mangans, nquel, silcio, titnio, crmio e cobre, tem que ser adicionados sob a
forma de uma liga-me de composio previamente conhecida. O silcio e o cobre podem ser
adicionados na sua forma natural, mas a sua dissoluo no banho muito lenta, tendo que se
tomar ento cuidados especiais. O silcio tende a flutuar levando a sua oxidao, reduzindo
assim a sua percentagem no banho. Da mesma forma o magnsio tambm flutua no banho de
metal, tendo que se acelerar a sua submerso no banho de forma a evitar a combusto, a
formao de escria e a oxidao do mesmo. O fabrico de ligas normalmente feito em forno
de revrbero, sendo operados de forma contnua, atravs de lotes ou de forma semi-contnua.
Se for alimentado atravs de lotes, quase todo o metal escoado do forno aps cada fuso. Se
for usado de forma semi-contnua, o metal lquido retirado em lotes, sendo alimentado com
novas cargas e novamente fundido entre a formao de cada lote. Se for usado de forma
contnua, o metal lquido vai sendo retirado e vo sendo adicionadas novas cargas de metal
slido continuamente. A melhor forma de fundir continuamente ter um forno de cmara
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
dupla, enquanto de um lado funde, do outro lado vai sendo retirado metal previamente
fundido. [Mesquita, 1971]
Para a sua descrio neste trabalho sero classificados quanto ao tipo de trocas trmicas,
sendo eles:
Fornos eltricos
Fornos de revrbero
Fornos de cadinho
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Fornos de cadinho
Para evitar o contacto dos gases de combusto com o metal lquido e as consequentes
absores de gases e formao de xidos, conveniente cobrir este ou com substncias
protectoras que flutuem no metal ou com uma tampa a cobrir o cadinho.
Cadinho mvel
Cadinho fixo (Fig. 32)
Cadinho basculante
Cadinho rotativo (Fig. 31)
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Devemos ter em ateno o facto de que no se deve utilizar o mesmo cadinho para a
preparao de ligas diferentes, pois apesar da limpeza efectuada aps a preparao de uma
determinada liga permanecem sempre resduos, correndo o risco da liga conter os elementos
existentes da operao anterior.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Fornos de Revrbero
O metal lquido fica sobre a soleira do forno, sendo aquecido por reflexo do calor na
abbada deste e por contacto directo com os gases de combusto.
Utilizam-se cada vez menos para obter ao vazado e ferro fundido branco, embora se
empreguem tambm para a fuso de grandes quantidades de ligas de cobre e mesmo de
alumnio.
Nestes fornos (Fig. 33), como referimos anteriormente, os produtos fundidos esto em
contacto com os gases de combusto o que tem como inconvenientes o facto de incorporar no
material impurezas dos combustveis e o de serem atacadas pelos gases de combusto.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Fornos elctricos
Este tipo de forno permite obter produtos de elevada pureza, so econmicos, como
tambm permitem uma fcil regulao da temperatura conseguindo-se atingir temperaturas
elevadas.
Tm como principal inconveniente o custo inicial de instalao, uma vez que obrigam
instalao de acessrios dispendiosos.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Usam-se quer para ligas ferrosas, quer para fundir outras ligas, nomeadamente s de
cobre e de alumnio. Este tipo de fornos garante uma grande fiabilidade e controlo das ligas
elaboradas.
Estes fornos (Fig. 34) so constitudos por uma bobina primria refrigeradora por
circulao de um fluido, a qual funciona como o primrio de um transformador gerando
correntes induzidas no secundrio que o metal ou liga que vai ser fundido.
88
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Existem ainda fornos de induo de canal (Fig. 35) em que o aquecimento do metal em
fuso feito por induo apenas no interior de canais acoplados base do forno. O metal,
depois de aquecer dentro do canal, fica menos denso e por conveco sobe dando lugar a
outro metal mais frio do banho metlico em fuso.
Estes fornos so constitudos por uma ou duas resistncias elctricas que aquecem por
efeito de Joule e transmitem o calor gerado por conduo ou por radiao at ao metal a
fundir.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
[Mesquita, 1971]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
[Mesquita, 1971]
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
A maior parte das solues salinas utilizadas neste processo tem uma elevada tendncia
hidroscpica, fazendo com que a probabilidade de surgir hidrognio no metal aumente
consideravelmente, por isso usual proceder desgasificao do banho durante ou aps a
adio das solues salinas.
2.5.3.6 Modificao
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Apenas gases no seu estado atmico se dissolvem no metal lquido, quando dois tomos
se combinam formam uma molcula e o gs e ento o gs escapa atravs do metal, podendo
mesmo assim ficar aprisionado devido rpida solidificao do metal. O gs que acarreta
mais problemas nas ligas de alumnio o hidrognio.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
2Al Alumnio
6H Hidrognio
O vapor de gua que est contido num centmetro cbico de ar o suficiente para contaminar
uma tonelada de metal. A temperatura do metal lquido determina a quantidade de hidrognio
absorvido.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
2.5.3.8 Desgasificao
Existem mais alguns processos, alm da desgasificao, para o tratamento do alumnio,
mas a desgasificao de longe o processo mais usado o que torna todos os outros
praticamente irrelevantes.
Neste caso alm de ser facilitada a difuso do H2 Fig. 40 Esquema da desgasificao rotativa
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Tipo de Gs Usado
Antigamente, o gs usado para a desgasificao do hidrognio era o cloro, normalmente
sob a forma de Hexacloroetano (C2Cl6), mas uma vez que a reaco qumica formava
compostos txicos prejudiciais sade dos operrios e tinha um efeito corrosivo na superfcie
das peas, comeou-se a colocar de parte o seu uso. Hoje em dia para a desgasificao do
alumnio usa-se rgon ou azoto, gases inertes, o
que significa que estes gases no apresentam
reaco com o alumnio lquido. Um dos benefcios
do uso de gases reactivos a taxa de remoo do
hidrognio, os cloretos que se formam modificam a
tenso superficial do alumnio, fazendo com que as
incluses de xidos sejam retiradas do banho pelas
bolhas, flutuando para a superfcie do banho. Os
gases inertes tambm conseguem produzir este
efeito, em menor escala, efeito que acentuado
pelo uso de gases reactivos. As vantagens do uso
de gases reactivos nem sempre so claras, por
vezes o uso destes gases produz uma melhor
desgasificao, outras vezes parecem dificultar o Fig. 41 Esquema do mecanismo de
desgasificao e da remoo de incluses
processo. Se as bolhas criadas forem de grandes
dimenses e o processo de desgasificao tiver uma eficincia reduzida (veio de grafite), uma
melhoria na remoo do hidrognio notada. Se as bolhas forem de pequenas dimenses e o
processo de desgasificao tiver uma grande eficincia (veio rotativo), h evidncias que os
gases reactivos desaceleram o processo de remoo do hidrognio. Os gases reactivos no
devem ser utilizados num banho que tenha sido modificado com estrncio ou sdio. A
desgasificao deve ser feita primeiro que a modificao estrutural do banho, se forem usados
gases reactivos. Vrios gases e misturas de gases tm sido usados para remover o hidrognio e
os xidos presentes no alumnio fundido: cloro, nitrognio, rgon, 90% de nitrognio e 10%
de cloreto, 95% de nitrognio e 5% de fron-12, 95% de rgon e 5% de fron-12, 80% de
nitrognio 10% monxido de carbono e 10% cloro. O gs mais reactivo o cloro, mas o
melhor gs para remover o hidrognio do alumnio lquido. O gs reactivo, hexafluoreto de
enxofre (SF6) tem recentemente sido usado para a desgasificao do alumnio.
98
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O cloro tem duas vantagens, mecanicamente, cria bolhas de baixa presso, que
removem hidrognio e outras impurezas. Quimicamente, forma cloreto de alumnio que vai
molhar incluses no-metlicas fazendo com que estas flutuem at superfcie do banho, ao
contrrio do azoto, que j no possui esta capacidade. Experincias demonstraram que o rgon
tem um efeito igual ao do azoto. O cloro mais eficiente que o rgon ou o azoto, contudo,
um gs txico, que sem um controlo
apertado, polui a atmosfera. O cloro
tambm reage rapidamente como
magnsio, removendo-o, reaces que
acontecem em ligas que possuem grandes
quantidades de magnsio, tudo isto
dependendo do tempo de reaco.
Devido a estas propriedades, o seu uso
tem sido reduzido e substitudo pelo uso
de misturas gasosas de 10% de cloro e
Fig. 42 Esquema de desgasificao
90% de azoto ou por 10% de cloro e 90%
de rgon.
Para remover partculas no-metlicas que possam entrar na corrente de metal lquido
que vazado no molde, tm sido usado um filtro cermico.
99
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Fig. 44 Comparao da liga A356.0 vazada sob 100mm de presso, que pode ser usada para controlo da
porosidade. O nmero do centro indica a percentagem de rea com poros, o nmero inferior indica a
densidade.
[Campbell, Castings Practice: The 10 Rules of Castings, 2004] [Campbell, Castings, 2003]
[Mesquita,1971]
100
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
2.5.3.9 Fluxos
Cada vez mais as fundies tm utilizado fluxos de forma a assegurar as melhores
propriedades fsicas e mecnicas dos metais. Existem muitos fluxos disposio no mercado
de forma a melhorar a qualidade dos produtos e ao mesmo tempo reduzindo nos custos de
produo.
101
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Fluxos de cobertura
Fluxos de limpeza
102
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
revrbero. Se a camada de escria se tornar mais espessa e pegajosa, metal que esteja preso
nessa escria pode ser recuperado usando fluxos de escria.
Fluxos de desgasificao
Fluxos sob a forma de um p podem ser adicionados ao banho de metal fundido usando
como transporte um gs inerte (rgon ou azoto). Estes fluxos so adicionados atravs de um
tubo imerso, sendo assim possvel fazer chegar o fluxo parte inferior do banho, reagindo
com o metal at chegar superfcie. Fluxos sob a forma de um p podem desgasificar,
remover incluses no-metlicas e funcionar como modificadores e/ou refinadores de gro.
Fluxos de escria
103
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
ou tratamentos. A determinao sobre que fluxo se deve usar baseada em trs princpios, na
composio da liga, no processo de vazamento e na aplicao final da liga. [Mesquita, 1971]
2.5.4.1 AlMg4Zn
O magnsio um elemento de liga bastante comum das ligas de alumnio,
normalmente adicionado s ligas Al-Cu, Al-Si, Al-Zn, de forma a ser possvel efectuar os
tratamentos trmicos, ou pelo menos melhorar a resposta destas ligas aos tratamentos. Nestas
ligas o magnsio no o elemento de liga principal. Existe contudo um grupo de ligas em que
o . Ironicamente este grupo de ligas no tratvel termicamente, uma vez que os tratamentos
no tm grande efeito nas suas propriedades mecnicas tornando-a comercialmente invivel.
Contudo as suas propriedades mecnicas so favorveis para outro tipo de aplicaes. Na
figura 45 est representado o diagrama de equlibrio da liga Al-Mg-Zn.
104
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
105
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O magnsio e o zinco formam o composto MgZn2, ou, em alguns compostos com alto
teor de magnsio o composto Mg3Zn3Al2, sendo estes compostos os responsveis pela elevada
dureza. Se houver cobre presente, este dissolve-se nos compostos formados, actuando como a
equivalente quantidade em zinco. Os efeitos pelos quais o cobre responsvel so o baixo
ponto de fuso eutctico, que sob condies de no equilbrio pode aparecer em ligas de uso
comercial, e o potencial electroltico, que pela adio de cobre se torna menos negativo
permitindo assim uma proteco andica atravs da adio de uma liga de Al-Si livre de
cobre. A adio mais usada uma liga de Al-Zn, com 1.5% de Zn, sendo por vezes
adicionado mangans. A presena de um eutctico contendo cobre melhora a soldabilidade
reduzindo a fissurao a quente na zona da ligao soldada, embora se perca um pouco de
resistncia na zona em torno da rea soldada devido dissoluo do eutctico. A pequena
quantidade de silcio existente na liga, est sob a forma do composto de Mg2Si, insolvel
devido elevada percentagem de magnsio, no afectando as propriedades do material.
[Mondolfo, 1967]
106
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
2.6.1 Introduo
Embora vrios aspectos sobre os processos de moldao tenham sido estudados, tal
como, a seleco das ligas, a automatizao das mquinas, etc., pouca ateno foi dada aos
produtos e mtodos de preparao das superfcies das coquilhas.
bastante comum ser o operador que selecciona e prepara o material de aplicao superficial,
a escolha baseia-se exclusivamente na experiencia prtica e no tcnica ou terica.
107
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Os mtodos de aplicao podem ser atravs de um pincel, de uma pistola de spray ou atravs
da imerso do molde (este mtodo no ser abordado pois s em condies especiais ser
utilizado, sero referenciados apenas os mais utilizados). As aplicaes com um pincel
deixam a superfcie da coquilha com um acabamento pssimo, cheia de bolsas de ar o que
leva a um elevado aumento do grau de isolamento, o que no entanto o ideal para outras
108
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
superfcies, como por exemplo, as superfcies que contenham os alimentados e os gitos, que
no requerem operaes de acabamento. A aplicao atravs da pistola tambm deixa uma
superfcie com bolsas de ar, mas de dimenses muito inferiores s da aplicao anterior, e so
originadas pela acumulao de partculas e no pela formao de bolsas de ar no agente
ligante. So aplicadas vrias camadas de tinta at se obter a espessura desejada. A presso e a
distncia superfcie de aplicao tm de ser suficientes para vencer o fenmeno de
evaporao, e permitir assim que a tinta adira completamente superfcie. Uma presso de 2
5 bar e uma distncia de 25 30 cm so os valores recomendados.
Peas sem, ou com um nvel controlado de, defeitos devido contraco durante a
solidificao podem ser obtidas se se verificar uma direco de solidificao ideal (Fig. 48),
isto , a solidificao deve prosseguir regularmente das zonas mais afastadas dos
alimentadores em direco aos mesmos.
Por exemplo, aplicando-se numa seco fina da pea uma camada espessa, atrasa-se a
solidificao nessa zona, e se se aplicar numa seco mais grossa da pea uma camada mais
fina de revestimento, acelera-se a solidificao, por isso, as caractersticas de refrigerao do
metal podem ser tornadas suficientemente uniformes para dar origem a peas ss. Quanto
maior for a diferena entre as seces de um pea, maiores devem ser as propriedades
isolantes do revestimento aplicado. Em casos extremos, por exemplo, o efeito desejado pode
ser obtido atravs da remoo do excesso de revestimento em seces de espessura elevada e
atravs da adio de mais camadas em zonas mais finas. Os alimentadores e gitos, por
exemplo, onde o metal deve permanecer mais tempo no estado lquido, requerem
normalmente uma camada mais espessa de tinta para melhorar a capacidade de isolamento.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Por outro lado, uma camada de revestimento com uma superfcie grosseira, em que o
contacto entre o metal fundido e o revestimento significativamente reduzido, porque o
metal, devido sua tenso superficial, est em contacto apenas com os "picos" da camada, e
s depois de um tempo, embora isso seja extremamente curto, penetra nos vales" formados,
permite que o ar escape atravs dos canais do revestimento permevel.
110
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
A rugosidade das partculas refractrias tambm influncia o fluxo de metal. Dado que
a tenso de superfcie do alumnio alta, as suas caractersticas de fluxo e molhabilidade so
baixas, como consequncia disso, se um revestimento refractrio, com partculas afiadas
utilizado, o filme de xidos de alumnio xido permanentemente quebrado durante o
vazamento, e o metal vai fluir muito mais facilmente sobre as superfcies. Infelizmente
revestimentos grosseiros, com partculas afiadas, tendem a tornar-se mais suaves a cada
vazamento, devido ao desgaste promovido pelo metal.
2.6.4 Extraco
111
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
trmica da pelcula. Aps alguns vazamentos, existe a tendncia para a pelcula de grafite se
tornar achatada e impermevel (isto pode-se constatar atravs da aparncia brilhante do filme
de grafite) como resultado da frico contnua do metal, devido contraco durante a
solidificao. Portanto, o agente ligante deve ser fraco, permitindo que a pelcula quebre,
expondo a subcamada sobre a qual a aplicao de grafite ser repetida. A desvantagem, que
advm de uma nova aplicao de grafite, que tende a anular as vantagens da primeira
aplicao. O que acontece que a grafite tende a acumular-se no vales, de modo que a
camada assume uma textura mais suave, reduzindo a fluidez do metal.
112
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O agente ligante deve ser resistente a altas temperaturas mas tambm a elevadas
variaes trmicas, que levam criao de tenses de traco no revestimento. Muitas vezes
utilizado silicato de sdio, numa proporo de Na2O/SiO2 bem determinada, j que, no s
resiste fadiga trmica como tambm se torna mais resistente a temperaturas elevadas,
aumentando assim a durao do revestimento. Como j foi referido anteriormente, o mtodo
de aplicao um factor importantssimo para a durabilidade do revestimento, bem como a
temperatura do molde, que ser provavelmente o factor mais crtico. Se a temperatura for
demasiado baixa, e consequentemente, a evaporao da gua for retardada, o revestimento
forma uma pelcula impermevel que se separa da coquilha levando formao de bolhas,
devido formao de vapor de gua sob a camada. De seguida a camada de revestimento
pode contrair e separar-se quando estiver seca, deixando expostas algumas reas do molde.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Preparao do Molde
114
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
A espessura do revestimento deve ser definido e controlado tendo por base o grau de
isolamento que se pretende. Uma espessura da ordem dos 200 m e 300 m so suficientes para
obter o mximo grau de isolamento.
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Pincel
Spray
Imerso
O mtodo mais rpido e adequado aplicao por spray. A aplicao por pincel est
reservada para os alimentadores e gitos, onde a espessura deve ser maior ou para pequenos
detalhes, onde o revestimento deve ser diferente das restantes zonas.
116
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Aplicar rapidamente mas com cuidado, visto que a coquilha vai arrefecendo a cada
instante que passa.
Se a distncia de aplicao for muito prxima, a camada tende a ser grosseira, demora
muito tempo a secar e pode provocar manchas na pea.
Se a distncia for demasiado grande, parte da gua, presente na constituio da tinta,
evaporar antes do contacto com a moldao (spray seco), levando a uma fraca adeso
e a defeitos superficiais na pea resultante.
prefervel aplicar o revestimento em vrias camadas finas do que de uma vez s.
Entre camadas essencial deixar o revestimento secar.
O operador deve estar sempre em movimento, aplicando o revestimento de diferentes
posies e ngulos, podendo assim chegar a todas as superfcies, evitando o efeito
sombra. Esta prtica tambm evita a acumulao de demasiado revestimento do lado
do operador.
No permitir que o revestimento escorra na superfcie da moldao.
Limpar sempre o equipamento aps utilizao.
[Foseco, 2008]
117
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
118
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Mtodos analticos
Mtodos numricos (experimentao numrica)
Experimentao em laboratrio.
119
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
120
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
121
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O MVF pode ser aplicado a qualquer tipo de malha, por isso adapta-se a geometrias
complexas. A malha define apenas as fronteiras do volume de controlo e no necessita estar
relacionada com um sistema de coordenadas. O mtodo inerentemente conservativo,
contando que os integrais de superfcie (que representam fluxos convectivos e difusivos)
sejam os mesmos em faces partilhadas por VC.
122
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
As equaes anteriores podem ser escritas de uma forma geral para um campo escalar
como uma equao geral de transporte na forma tensorial
ou na forma divergente
123
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
onde o primeiro termo pode ser substitudo por um somatrio do integral em cada uma das
faces do volume de controlo.
Linearizando S, obtm-se
124
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Para tal, foram cedidos trs CADs de modo a se iniciar o processo de moldao, para
com o apoio em simulao numrica, usando o software comercial Experto, proceder ao
estudo do processo.
Tarefas:
Manpulo 822 Proposta a adaptao de uma coquilha (fixa) para ser utilizada na
coquilhadora longitudinal
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Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Manpulo 3253 Adaptao de uma coquilha (fixa) para ser utilizada na coquilhadora
longitudinal
A liga usada foi a AG4Z, como j foi referido anteriormente, trata-se de uma liga de
alumnio do grupo de ligas Al-Mg-Zn com a seguinte composio qumica:
Elemento Fe Si Zn Mg Mn Ni Pb Sn Ti Al
0.9 3.2
Teor 0.3 Restante
0.55 0.5 1.45 4.5 0.05 0.05 0.05 0.2
126
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Verso A Verso B
127
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Simulaes de enchimento:
Escala de Escala de
Condies: Temperatura Tempo
Rotao: 90 Temp.Solidus:582 C
Verso A - % de enchimento
Verso B - % de enchimento
128
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Como se pode observar, atravs das simulaes realizadas (fig. 59 e 60) e, uma
velocidade de enchimento de 30/s no suficiente para garantir o enchimento completo das
peas. A verso C no foi testada uma vez que tem um sistema de gitagem mais longo, ou
seja, a velocidade de enchimento tambm no seria suficiente para garantir o pleno
preenchimento das peas. Constatou-se ento que a velocidade de enchimento teria que ser
inferior a 30/s, o que levou a uma nova simulao das peas com uma velocidade de
enchimento de 18/s, mantendo as outras caractersticas de simulao constantes. Note-se que
a percentagem de enchimento refere-se s peas e ao sistema de gitagem, ou seja, desde a
bacia de vazamento.
129
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Aps esta simulao verificou-se que uma velocidade de enchimento de 18/s era o
suficiente para garantir o enchimento das peas, independentemente do sistema de gitagem
escolhido. Aps a determinao da velocidade de enchimento, outros factores de anlise
foram introduzidos na escolha do sistema de gitagem ideal. Como se pode observar na
simulao da verso B (fig. 62) o metal sofre uma queda bastante acentuada desde a bacia de
vazamento at cavidade, logo, a velocidade do metal bastante elevada ( 1m/s), bem
como, se gera um efeito de turbulncia no desejado, dando origem a peas com uma
qualidade bastante grosseira. Portanto, a verso B foi abandonada aps se ter verificado estas
condies de funcionamento adversas. Contudo, tambm se pode verificar que a verso C, no
inicio do sistema de gitagem, possui uma zona recta que leva aos mesmo efeitos negativos da
verso B. A verso C deu origem ento a uma nova geometria do sistema de gitagem, a verso
D, verso essa que sofreu uma alterao no incio do sistema de gitagem, como se pode
verificar nas figuras seguintes.
Verso C Verso D
A verso A tambm deu origem a uma nova geometria, essa alterao ficou-se a dever
aos problemas que se verificaram aquando da rotao do molde, num determinado ngulo
130
Verso E
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
gerava-se um efeito de turbulncia no sistema de gitagem, visvel na fiura 61, podendo dar
origem a peas de qualidade inferior.
Verso A
18 % 18 % 14 % 2%
131
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
132
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Perfis de velocidade:
Verso A
133
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Verso E
134
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Verso C
135
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Verso D
136
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Comparando estas quatro verses entre si, facilmente se chega concluso que a que ir
gerar melhores resultados ser a verso E.
Quanto s linhas solidus e liquidus tem a ver com o facto de se ter procedido a uma
nova pesquisa bibliogrfica e se ter encontrado dados mais recentes relativamente liga
AG4Z. O novo tempo de enchimento, 4,5s de rotao mais 0,5s fixo, est relacionado com o
que sucede na realidade, ou seja, em qualquer vazamento efectuado o tempo total de
enchimento no corresponde nicamente rotao, depois de atingido o ngulo final de
rotao o molde permanece na posio final durante um curto espao de tempo para permitir a
extraco da pea aps o vazamento.
137
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Verso E
Rotao: 20 Rotao: 30
138
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Rotao: 50 Rotao: 60
Tempo: 5s
Rotao: 90
Enchimento: 99.4%
139
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Verso F
Rotao: 20 Rotao: 30
140
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Rotao: 50 Rotao: 60
Tempo: 5s
Rotao: 90
Enchimento: 97%
141
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Rotao: 20 Rotao: 30
Rotao: 50 Rotao: 60
142
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Tempo: 3.9s Tempo: 5s
Rotao: 80 Rotao: 80
O que se pode concluir aps estas simulaes que o enchimento das verses F, ataque
cilndrico (fig. 82, 83 e 84) e ataque hexagonal (fig. 85,86 e 87), no diferem muito do
enchimento da verso E e ambas as peas enchem praticamente ao mesmo tempo. A
vantagem do novo sistema de gitagem reside no facto deste eliminar praticamente toda a
turbulncia que se verifica com o fluxo de metal. Existe turbulncia apenas na entrada do
sistema de gitagem, mas com o decorrer da simulao verifica-se que o escoamento se torna
praticamente laminar.
Perfis de velocidade
Verso E
Rotao: 70 Rotao: 76
143
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Rotao: 46 Rotao: 52
Rotao: 46 Rotao: 52
144
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
145
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Solidificao
Verso E
146
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
147
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O que se pode observar das simulaes efectuadas verso E, que com ou sem
arrefecedores obtm-se praticamente os mesmo resultados.
148
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Aps a verificao destes resultados uma deciso foi tomada, e foi a de definir como
sistema de gitagem uma geometria baseada numa combinao da verso E e da verso F com
ataques hexagonais. Inicialmente a seco de topo da verso F tinha 350 mm 2 e ia diminuindo
at 175 mm2, enquanto que a as alteraes que foram promovidas foram as de reduzir as
seces, enquanto que as seces da verso E tinham 175 mm2 e 90 mm2 respectivamente. A
ultima geometria tem uma seco de topo de 250 mm2 e vai diminuindo at aos 125 mm2, a
seco de ataque foi agora definida e tem aproximadamente 114 mm2. As razes que levaram
a esta mudana foram sendo explicadas aps cada simulao.
rea de
ataque = 114
mm2
149
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Modelao da coquilha
A forma da bacia foi alterada de forma a promover um vazamento mais tranquilo, visto
a modelao anterior provocar turbulncia na zona de entrada no gito.
150
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
151
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
nicio do enchimento
Atravs desta imagem pode-se verificar o efeito de turbulncia que se gera durante o
vazamento com rotao.
152
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Perfis de velocidade:
Apesar da constatao anterior podemos verificar, atravs dos perfis de velocidade, que
a velocidade ideal de vazamento (0,5m/s) ultrapassada nos dois casos, ou seja, a qualidade
final das peas est em causa.
Enchimento:
153
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Com esta imagem pretende-se mostrar a zona crtica das peas, ou seja, a zona de
ataque. No vazamento por gravidade a queda de metal reduzida, ao contrrio do que se
passa no vazamento com rotao, em que a queda corresponde quase total dimenso do
manpulo.
Perfis de velocidade:
Relativamente ao perfil de
velocidades gerado no vazamento
por rotao pode-se constatar que o
valor atingido est acima do ideal
(0,5m/s), cerca de 0.75m/s.
154
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Solidificao:
155
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Aps estes resultados tentou-se melhorar a qualidade das peas, foi simulado o efeito do
revestimento aplicado antes do vazamento. Isto foi apenas simulado para a verso de rotao,
uma vez que para a verso de gravidade o CAD dava problemas na passagem a STL.
A concluso a que se chegou foi que realmente, e como seria de esperar, o revestimento
melhorou a qualidade significativamente. O puxador inferior continua a apresentar alguns
defeitos, mas em muito menor escala, enquanto que o puxador superior est completamente
livre de defeitos.
Portanto esta ltima simulao est mais prxima da realidade, mas de qualquer forma
s a anlise das peas fundidas que permite verificar a veracidade destes resultados. De
notar que o sistema de gitagem deste manpulo no foi adaptado rotao, portanto teria que
ser efectuado um estudo do sistema de gitagem ideal para este manpulo.
156
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Como aconteceu com o puxador anterior este tambm foi simulado atravs de dos
mesmos processos de moldaes permananentes.
Enchimento:
157
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
O programa apresenta uma limitao, uma vez que s permite uma rotao de 90, ou
seja, no foi possvel levar a simulao de enchimento at ao fim, com os puxadores na
horizaontal.
Pode-se observar que no enchimento por gravidade o metal tem uma queda razovel
quando entra na cavidade dos puxadores, enquanto que no enchimento por rotao a entrada
no metal no interior da pea feita sem queda, que se denomina como enchimento em
nascente.
Perfis de velocidade
158
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Mais uma vez se verifica que a entrada do metal na cavidade dos puxadores feita de
forma tranquila no caso do enchimento por rotao, o mesmo no acontecedo no enchimento
por gravidade.
Dados os resultados, pensa-se que no enchimento por gravidade apaream mais defeitos
que no enchimento por rotao, de acordo com o concludo anteriormente.
Solidificao:
159
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
160
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Amostras F:
161
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Amostras D:
Legenda:
MR Microrechupe BH Bolhas de hidrognio E Elevado
M Mdio
R Rechupe FO Filmes de xidos
B Baixo
BA Bolhas de ar N Nulo
Tabela 19 Defeitos encontrados na amostra F1
Amostra F1
Zona 1A 2A 1B 2B
BA Bolhas de ar
Defeitos M B B F M B B F M B B F M B B F
R R R R
Zona R A H O R A H O R A H O R A H O
Cima N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N
Baixo N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N
Meio N N N N N M N M N N B N B N N M N B N N
162
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Amostra F2
Zona 1A 2A 1B 2B
Defeitos M B B F M B B F M B B F M B B F
R R R R
Zona R A H O R A H O R A H O R A H O
Cima N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N
Baixo N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N
Meio B N B N N B N B N N N N B N N N N B N N
Amostra F3
Zona 1A 2A 1B 2B
Defeitos M B B F M B B F M B B F M B B F
R R R R
Zona R A H O R A H O R A H O R A H O
Cima N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N
Baixo N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N
Meio B N M N N B N M N N E N M N N E N M N N
Amostra D1
Zona 1A 2A 1B 2B
Defeitos M B B F M B B F M B B F M B B F
R R R R
Zona R A H O R A H O R A H O R A H O
Cima N N E N N E N N N N M N M N N M N M N N
Baixo M N E N N B N N N N M N B N N M N N N N
Meio N N N N N M N E N N E B E N N E B E N N
Amostra D2
Zona 1A 2A 1B 2B
Defeitos M B B F M B B F M B B F M B B F
R R R R
Zona R A H O R A H O R A H O R A H O
Cima B N B N N N N N N N B N B N N B N B N N
Baixo N N N N N N N N N N B N B N N B N B N N
Meio N N N N N B N B N B M N M N M M N N N M
163
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
Amostra D3
Zona 1A 2A 1B 2B
Defeitos M B B F M B B F M B B F M B B F
R R R R
Zona R A H O R A H O R A H O R A H O
Cima B N B N N M N B N N M N B N N M N B N N
Baixo B N N N N M N B N N M N M N N M N M N N
Meio M N M N N M N M N N E M E N N E M E N N
Amostra F1
F1 A 300X F1 B 300X
F1 A 300X F1 B 300X
164
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
F1 A 300X F1 B 150X
Amostra F2
F2 A 300X F2 B 300X
F2 B 300X F2 A 300X
165
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
F2 A 150X F2 B 300X
Amostra F3
F3 A 150X F3 B 150X
F3 A 150X F3 B 150X
166
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
F3 A 23X F3 B 23X
Amostra D1
D1 A 150X D1 B 23X
D1 A 23X D1 B 150X
167
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
D1 A 150X D1 B 23X
Amostra D2
D2 A 150X D2 B 150X
D2 A 150X D2 B 150X
168
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
D2 A 150X D2 B 75X
Amostra D3
D3 A 75X D3 B 75X
D3 A 75X D3 B 23X
169
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
D3 A 23X D3 B 23X
Como se pode concluir atravs das tabelas e das micrografias tiradas s amostras, na
realidade as peas obtidas por gravidade esto em melhores condies que as obtidas por
rotao. Mas tal inconclusivo relativamente viabilidade dos processos, visto que uma
amostra de 3 peas de cada processo insignificante para afirmar que um ou outro processo
o indicado para produzir este puxador, alm do mais o sistema de gitagem no estava
adaptado para a rotao.
170
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
4.1 Concluso
A simulao ainda est longe de garantir uma eficcia de resultados a 100%, mas de
qualquer forma j nos d uma ideia do que podemos vir a obter. Para algumas peas torna-se
bvio, sem necessitar de simular, que tipo de problemas poderemos vir a encontrar, mas para
outras torna-se complicado adivinhar. uma arma bastante forte que temos do nosso lado e
que com algumas afinaes nos levar a concluses cada vez mais prximas da realidade. O
programa que foi utilizado durante a realizao dos ensaios, o Experto, relativamente ao
processo de vazamento por gravidade obtm uns resultados bastante prximos da realidade,
mas quanto ao processo de vazamento em coquilha rotativa ainda necessita de algumas
correces, como por exemplo, o delay que se verifica entre a rotao da pea e a rotao do
metal lquido no seu interior. Ter que ser desenvolvida tambm uma forma de permitir que
as peas rodem mais do que 90, bem como a possibilidade de alterar a velocidade de rotao
durante o processo de vazamento, visto essa ser uma das maiores armas deste processo. O
processo de vazamento em coquilha rotativa pode ir at aos 360 de rotao.
171
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
172
Desenvolvimento do Processo de Vazamento em Coquilhas Rotativas
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