Barbosa Arianecorrea M
Barbosa Arianecorrea M
Barbosa Arianecorrea M
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO
Campinas-São Paulo
Janeiro de 2012
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA – BAE – UNICAMP
ii
iii
Esse exemplar corresponde a versão final da Dissertação de Mestrado em En-
genharia Quı́mica.
iv
Agradecimentos
Agradeço aos meus pais por sempre me apoiarem em minhas decisões e por
sempre se preocuparem com minha educação, tornando possı́vel eu chegar até aqui. À
minha famı́lia por sempre estar ao meu lado. Ao professor Milton Mori por ter me
dado a oportunidade. À todos do laboratório LPQGe, em especial a Gabi e Léo que
não mediram esforços para me ajudar. Muito Obrigada!!
v
Resumo
The dynamic behavior of a FCC (Fluidized Catalytic Cracking) industrial reactor was
simulated employing 3D gas-solid flow models and applying the ten-lumps kinetic mo-
del developed by JACOB et al.(1976). The fluid-dynamic and the chemical reactions
predicted were validated with a set of plant data publicated in literature. Besides, there
were added thermal cracking reactions to 4-lumps and 10-lumps kinetic model. Thus, it
was possible to investigate the influences of these secundary reactions in gasoline yield.
It was also identified the regions in which those reactions are more suitable to occur.
Different entries geometries werewas used to recognize which one provides a greater
homogenization of the flow and their impact on the reaction rates of thermal cracking.
1 Introdução 1
1.1 Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Revisão bibliográfica 5
3 Modelagem Matemática 17
viii
4 Simulações 30
5 Resultados e Discussões 36
6 Conclusões 49
ix
Lista de Figuras
5.2 Comparação dos resultados com propriedades diferentes a)igual aos gases
leves b)proporcional à quantidade de coque e gases leves presente no
grupo c) igual ao coque. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.3 Campos de fração volumétrica das partı́culas a) Caso ALI et al. (1997)
b) Caso ARANDES et al. (2000) c) Caso DEROUIN et al. (1997) . . . 39
x
5.4 Vetores da velocidade das partı́culas: a) Caso DEROUIN et al. (1997)
b) Caso ALI et al. (1997) c) ARANDES et al. (2000) . . . . . . . . . . 40
xi
Lista de Tabelas
xii
Siglas
A aromáticos
C coque e gases leves
Cah porcentagem mássica de aromáticos pesados
G gasolina
HF O componentes da fração pesada do gasóleo
LF O componentes da fração leve do gasóleo
N naftênicos
P parafinas
xiii
Notações
Ci concentração do componente i
Cc fração mássica do grupo C
Cd força de arraste
Cj componente de concentração molecular i [ kg.m−3 ]
Cµ constante, 0,09
Cǫ,1 constante, 1,44
Cǫ,2 constante, 1,92
d diâmetro da partı́cula [m]
D coeficiente de difusão da mistura [kg.m−1 .s−1 ]
E energia de ativação [J.mol−1 ]
g aceleração da gravidade [m.s−2 ]
G módulo de elasticidade [P a]
Gk fonte de energia cinética turbulenta [P a.s−1 ]
Go módulo de elasticidade de referência
hgs coeficiente de transferência de calor entre as fase [W.m−3 .s−1 ]
H entalpia [J.mol−1 ]
K constante de reação [m3 .kmol−1 .s−1 ]
Ko fator pré-exponencial [m3 .kmol−1 s−1 ]
Mw massa molar
Nu número Nusselt
p pressão
Pr número Prandtl
R constante universal dos gases [ J.mol−1 .K−1]
Ri Taxa de produção ou consumo das espécies i
Re Número de Reynolds
T Temperatura [K]
v velocidade [m.s−1 ] Letras Gregas
xiv
α fração volumétrica
β transferência de momento entre as fases [kg.m−3 .s−1 ]
ǫ taxa de dissipação turbulenta [m2 .s−3 ]
λ condutividade térmica[W.m−2 K −1 ]
µ viscosidade molecular [P a.s]
ρ massa especı́fica [ Kg.m−3 ]
σk constante, 1,00
σǫ constante, 1,30
ϕ atividade do catalisador
Subscrito
g fase gasosa
l leve
lam laminar
h pesado
s fase particulada
turb turbulento
xv
Capı́tulo 1
Introdução
1.1 Apresentação
1
reações quı́micas, o que torna fundamental a utilização de modelos mais completos para
a previsão correta do grau de conversão dessas reações.
2
na taxa de craqueamento térmico.
1.2 Motivação
1.3 Objetivo
3
• testar os dados encontrados em simulações unidimensionais;
4
Capı́tulo 2
Revisão bibliográfica
Neste capı́tulo é apresentada uma revisão bibliográfica com foco em estudos que
tratam do riser. Também são apresentados conceitos que auxiliam o entendimento dos
modelos matemáticos utilizados para a simulação do processo de craquemanto catalı́tico.
5
No fundo do riser são adicionados os hidrocarbonetos pesados e vapor d’água.
Pela entrada lateral são adicionados vapor d’água e catalisadores vindos do regenerador.
Ao misturar com o catalisador quente a carga é vaporizada quase instantaneamente,
dando inı́cio às reações de craqueamento.
As fases gasosa e particulada são arrastadas até chegar ao topo do reator, onde
são separadas por ciclones. O catalisador segue para o regenerador onde o coque e os
hidrocarbonetos adsorvidos são queimados. Com a combustão desses compostos, os
sı́tios ativos das partı́culas de catalisador são regenerados, aumentando novamente sua
atividade. Desta forma eles podem ser reutilizados em novas reações de craqueamento.
A Figura 2.1 esquematiza uma unidade de FCC.
• Tipo II: caracteriza o perfil da velocidade e a fração volumétrica dos sólidos radi-
almente e axialmente
6
Figura 2.1: Esquema de uma unidade FCC (NAYAK et al., 2005)
7
chamado de ‘clustering’; e BERRUTI e KALOGERAKIS (1989) que propõem o padrão
core-annulus.
Os modelos do Tipo III foram utilizados nos primeiros trabalhos que envolviam
equações da continuidade e quantidade de movimento nas direções radial e axial. Para
predizer variações tanto axial quanto radialmente foi necessário incorporar aos modelos
a tensão normal e de cisalhamento associada à fase sólida. Essa tensão pode ser incluı́da
8
assumindo valores para o coeficiente de viscosidade (ADEWUMI e ARASTOOPOUR
(1986)), ou pela teoria cinética do escoamento granular (SINCLAIR e JACKSON, 1989;
GIDASPOW et al, 1992; LOUGE et al., 1991; PITA e SUNDARESAN, 1993).
9
de catalisador, velocidade das fases e distribuição de temperatura.
• Isomerização
• Transferência de Hidrogênio
As reações de isomerização são as mais desejadas, já que uma gasolina com
maior octanagem é obtida. Estas reações ocorrem mais frequentemente durante o cra-
queamento catalı́tico do que no craqueamento térmico. Isso acontece pois, diferente-
10
mente dos radicais livres, os carbocátions tendem a se rearranjar, a fim de formar ı́ons
terciários ou secundários, o que ocasiona a formação de isômeros.
11
carga na entrada do reator. O uso desses modelos é restrito às alimentações que apre-
sentam a mesma composição da carga para qual foram obtidas as constantes cinéticas.
NACE et al. (1971) descreveram os efeitos dos tipos de cargas nas taxas de reações dos
modelos cinéticos. A taxa de craqueamento foi maior para cargas ricas em parafinas
e/ou naftênicos. Já as cargas ricas em aromáticos propiciaram um decréscimo das taxas
de reação e da atividade do catalisador.
SECCHI et al. (2001) utilizaram esse modelo para descrever os efeitos dinâmicos
de uma unidade FCC de uma refinaria da Petrobrás, REFAP (Refinaria Alberto Pas-
qualini). Além disso, realizaram uma descrição completa da cinética de combustão de
CO em CO2 .
12
que pode ser utilizado tanto para o estado estacionário quanto para o transiente. Eles
obtiveram resultados que se aproximam dos dados experimentais reportados de uma
planta industrial.
φ = t−n
c
nj
(2.1)
13
• a desativação do catalisador orientada pelo reagente com produção de gás seco via
craqueamento térmico. O expoente da função da atividade do catalisador também
é diferenciada para cada reagente, com a diferença da hipótese de craqueamento
térmico para a produção do gás-seco.
B+1
φA = (2.2)
B + exp(A.Cc )
φB = exp(−α.Cc ) (2.3)
1
φC = (2.4)
1 + K.Cc
14
2.3.2 Craqueamento térmico
15
craqueamento catalı́tico. Isso indica a ocorrência de um tipo de reação menos favorável,
o craqueamento térmico.
16
Capı́tulo 3
Modelagem Matemática
Foi aplicada neste estudo a abordagem euleriana tanto para a fase gasosa
quanto para fase particulada. Isso implica que as duas fases são tratadas como contı́nuas
e interpenetrantes. Portanto, as equações de transporte para a fase gasosa e a fase par-
ticulada, são similares.
Equação da continuidade
Fase gasosa:
∂ (αg ρg )
+ ▽. (αg ρg v~g ) = 0 (3.1)
∂t
17
Fase Particulada:
∂ (αs ρs )
+ ▽. (αs ρs v~s ) = 0 (3.2)
∂t
Fase Gasosa:
∂ (αg ρg v~g ) h i
+▽. (αg ρg v~g v~g ) = −αg ▽p+▽. αg µg ▽v~g + ▽v~gT +αg ρg~g +β (v~s − v~g )
∂t
(3.3)
Fase Particulada:
∂ (αs ρs v~s ) h i
+▽. (αs ρs v~s v~s ) = −αs G▽αs +▽. αs µs ▽v~s + ▽v~sT +αs ρs~g +β (v~g − v~s )
∂t
(3.4)
18
• para regiões diluı́das (αs < 0, 2)
3 Cd αs ρg | v~s − v~g |
β= (3.6)
4 ds
0, 44
Cd = (3.7)
αs2,65
24
1 + 0, 15 (Res )0,687
Cd = (3.8)
αs2,65 Re
19
Fase gasosa:
∂ (αg ρg Hg ) X ∂Cr
+ ▽. (αg ρg v~g Hg ) = ▽. (αg λg ▽ Tg ) + hgs (Ts − Tg ) + αg ρg △Hr
∂t r
∂t
(3.10)
Fase particulada:
∂ (αs ρs Hs )
+ ▽. (αs ρs v~s Hs ) = ▽. (αs λs ▽ Ts ) + hgs (Tg − Ts ) (3.11)
∂t
λN u
hgs = (3.12)
ds
20
caótica, devido às flutuações de velocidade. O regime de escoamento é determinado
pelo número de Reynolds, que em um tubo é dada pela equação:
ρ s V s Ds
Re = (3.14)
µs
• Duas equações (k − ǫ e k − ω)
21
solução dessa variável muitas teorias semi-empı́ricas foram propostas. L. Prandtl propôs
que o processo turbulento poderia ser visto como um transporte de “agregados” de
partı́culas fluidas para uma região que apresenta velocidade diferente. A distância desse
transporte foi denominada comprimento de mistura e pôde ser usada para determinar,
de forma algébrica, a viscosidade turbulenta (MUNSON et al., 2007)
k2
µturb,g = ρCµ (3.16)
ǫ
∂ (αg ρg k) µturb,g
+ ▽. (αg ρg k~vg ) = ▽. αg µlam,g + ▽ .k + αg Gk − αg ρg ǫ (3.17)
∂t σk
22
(αg ∂ρg ǫ) µturb,g αg ǫ
+ ▽. (αg ρg ǫ~vg ) = ▽. αg µlam,g + ▽ .ǫ + (Gk C1,ǫ − ρg ǫC2,ǫ )
∂t σǫ k
(3.18)
Gk = µturb,g + ▽~vg ▽~vg + (▽~vg )T (3.19)
∂ (αg ρg Yi )
+ ▽. (αg ρg~v Yi ) = ▽. (αg ρg Di,m ▽ Cg,i ) + Ri (3.20)
∂t
• frações pesadas (acima 342o C): HFO- naftênicos pesados (Nh), parafı́nicos pe-
sados (Ph), aromáticos pesados com grupos substituintes (CAh) e aromáticos
23
pesados (Ah)
• frações leves (221o C − 342o C): LFO- naftênicos leves (Nl), parafı́nicos leves (Pl),
aromáticos leves com grupos substituintes(CAl) e aromáticos leves (Al)
A Tabela 3.1 apresenta as propriedades fı́sicas dos grupos envolvidos nas reações.
Massa especı́fica, calor especı́fico, viscosidade, condutividade térmica e calor de formação
foram dados por NAYAK et al. (2005) e LOPES et al. (2011).
24
presente estudo para determinar a massa molar deste grupo. Maiores detalhes sobre a
definição das propriedades desse grupo são dados no Capı́tulo 5, na seção 5.1.
A Tabela 3.3 apresenta os parâmetros cinéticos dados por ARBEL et al. (1995):
9
1 X
Ri = ϕ Mw,i Kr.Ci (3.21)
1 + Kh Cah j
25
Tabela 3.3: Parâmetros cinéticos (ARBEL et al., 1995)
Reação Fator pré-exponencial a (811K) Energia de ativação (J.kmol−1 )
×103 (s−1 )
Ph→Pl 60 0, 196
Nh→Nl 60 0, 196
Ah→Al 60 0, 049
CAh→CAl 60 0, 196
Ph→G 23 0, 611
Nh→G 23 0, 939
CAh→G 60 0, 685
Ph→C 73 0, 099
Nh→C 73 0, 149
CAh→C 73 0, 149
Ah→C 73 0, 198
CAh→Al 60 0, 489
Pl→G 60 0, 282
Nl→G 60 0, 752
CAl→G 60 0, 196
Pl→C 73 0, 099
Nl→C 73 0, 099
Al→C 73 0, 050
CAl→C 73 0, 010
G→C 42 0, 048
−Er
Kr = Kro exp (3.22)
RT
Bc + 1
ϕ= (3.23)
Bc + exp (Ac .0, 3.Cc )
26
onde 0, 3Cc é a concentração mássica do coque no grupo C. Os valores para as constantes
de desativação Ac e Bc são 4,29 e 10,24, respectivamente.
9
X
Ri = Mw,i Kr.Cin (3.24)
j
27
cinéticos deste modelo considerando o craqueamento catalı́tico com o craqueamento
térmico. Os parâmetros cinéticos das reações de craqueamento térmico dados por eles
são utilizadas pelo presente trabalho e estão apresentados na Tabela 3.5.
Figura 3.2: Modelo cinético de 4-lumps utilizado por LOPES et al. (2011)
Com esses modelos foi possı́vel prever as taxas das reações térmicas e onde elas
são mais suscetı́veis a ocorrer.
28
Figura 3.3: Adaptação do modelo cinético de 4-lumps, 5lumps
29
Capı́tulo 4
Simulações
30
Figura 4.1: Metodologia utilizada
31
Figura 4.3: Malha numérica
para o cálculo da média dos valores. Foi usado um passo de tempo de 10−3 segundos,
com o máximo de dez interações por passo de tempo e critério de convergência de 10−4
RMS (root mean square). As simulações foram realizadas utilizando 8 processos em
paralelo, utilizando nós computacionais de um cluster com 8 núcleos de 3 GHz e 16 GB
de memória RAM cada.
Como mostra a Figura 4.2, a carga vaporizada misturada com o vapor d’água
é injetada no fundo do reator e a entrada lateral é usada para a alimentação do cata-
lisador quente. De acordo com ALI et al. (1997), em 0,1 segundos ocorre a completa
vaporização da carga, o que representa apenas 3% do tempo de residência do riser.
Portanto, é assumido vaporização instantânea no presente estudo. A condição de não
escorregamento nas paredes foi usada em ambas as fases.
33
Tabela 4.2: Dimensões do riser simulado
Riser
Altura 34.2m
Diâmetro 0.8m
Entrada secundária
Diâmetro 0.8m
Comprimento 2.0m
34
Os resultados dessas simulações são apresentados no Capı́tulo 5.
35
Capı́tulo 5
Resultados e Discussões
Simulações Unidimensionais
Como pode ser observado, utilizando os valores das constantes cinéticas dados
por NAYAK et al. (2005), ARANDES et al. (2000) e GROSS et al. (1976) as quantidades
previstas para os grupos G (gasolina) e C (coque + gases leves) ficaram muito próximos
entre si, o que não é esperado em reações de craqueamento catalı́tico. As simulações
utilizando os valores dados por ARBEL et al. (1995) resultaram em quantidades mais
condizentes com o esperado e com os valores encontrados em outros estudos. Desta
forma, optou-se pelo uso desses valores para a realização dos testes das propriedades
fı́sicas do grupo C e das simulações tridimensionais. Os valores desses parâmetros foram
apresentados na Tabela 3.3, Capı́tulo 3, enquanto os valores dados pelos demais autores
36
a)
b)
c)
5m 10m 25m
Figura 5.3: Campos de fração volumétrica das partı́culas a) Caso ALI et al. (1997) b)
Caso ARANDES et al. (2000) c) Caso DEROUIN et al. (1997)
Como os perfis fluidodinâmicos foram similares para todos os casos, são apre-
sentados no presente estudo somente os obtidos com as condições dadas por ARANDES
39
a diminuir. A Figura 5.6 mostra os valores médios da temperatura da fase gasosa,
confirmando o caráter endotérmico das reações. Nela estão plotados os valores médios
de temperatura do fluido nos planos transversais ao longo do riser.
Tabela 5.1: Valores experimentais dados por ARANDES et al. (2000) comparados com
os resultados simulados
41
resultados numéricos e experimentais, ambos obtidos ao longo de uma linha central do
riser, é mostrada na Figura 5.7.
Figura 5.7: Valores experimentais dados por DEROUIN et al. (1997) comparados com
o resultado previsto pelo modelo cinético de 10-lumps, em uma linha central do riser
A Tabela 5.2 mostra que não há desvios significativos entre os resultados obtidos
tridimensionalmente, usando o modelo de 4-lumps e o modelo de 10-lumps. Ambos
concordam muito bem com os dados experimentais. Vale ressaltar que o valor obtido
para o coque utilizando o modelo cinético de 10-lumps obedece a proporção mencionada
nas seções anteriores, ou seja 30% do grupo C.
42
Tabela 5.2: Dados experimentais a e valores previstos utilizando os modelos cinéticos
de 4 e 10-lumps
ALI et al. (1997) 4-lumps 10-lumps
Gasolina (%) 43,90 44,00 43,50
Coque (%) 5,80 6,60 4,80
Temperatura(K) 795,00 780,00 796,00
a
Valores reportados da saı́da do riser.
43
a) b)
Pode ser observado pela Figura 5.10.a, que a taxa da reação do gasóleo for-
mando gás seco (craqueamento térmico) é muito menor na região em que é alta a
concentração das partı́culas de catalisador. A Figura 5.10.b, apesar de representar uma
reação de craqueamento térmico (gasolina para gás seco), apresenta o mesmo padrão
da taxa de reação de craqueamento catalı́tico. Isso ocorre porque a taxa da reação é
diretamente proporcional à concentração de gasolina presente, e esta só é formada de
forma catalı́tica, ou seja, na presença de catalisador. Desta maneira, a taxa de reação
de craqueamento térmico apresentada na Figura 5.10.b aparenta uma falsa dependência
com a concentração de catalisador. E como esperado, a taxa da reação do gasóleo for-
mando gasolina (craqueamento catalı́tico) ocorre nas regiões de maior concentração de
catalisador (Figura 5.10.a).
Analisando a Figura 5.10, pode-se supor que uma melhor distribuição do cata-
lisador na região de entrada do riser resultaria em uma melhor distribuição da tempe-
ratura, podendo consequentemente diminuir as reações de craqueamento térmico.
45
a) b) c)
Figura 5.10: a)Taxa de reação do gasóleo formando gás seco b)Taxa de reação da
gasolina formando gás seco c) taxa de reação do gasóleo formando gasolina
46
análise dos demais casos. A distribuição das partı́culas de catalisador e de temperatura
para cada caso, são apresentados na Figura 5.11.
a)
b)
A Tabela 5.3 apresenta o valor máximo obtido da soma das taxas de reações
de craqueamento térmico e a porcentagem em massa prevista na saı́da do reator, nos
quatro casos.
47
Tabela 5.3: Dados do craqueamento térmico
Simulação Valor máximo da taxa de Rendimento DG
craqueamento térmico (mol.m .s−1) (% em massa)
−3
Como pode ser observado, no caso hipotético de uma mistura perfeita (Caso 1)
o valor máximo da soma das taxas de reações de craqueamento térmico e a porcentagem
em massa do grupo DG, obtido na saı́da do riser, é muito menor comparado aos demais
casos. Isso é devido à mistura perfeita entre as fases, o que resulta em temperaturas
uniformes.
48
Capı́tulo 6
Conclusões
Quatro casos, com entradas diferentes, foram propostos para comparar a taxa
de reação de craqueamento térmico. Foi comprovado, observando o caso de mistura
perfeita que a taxa de reação de craqueamento térmico é menor quanto melhor for
a homogeneização do reator. O Caso 4, em que as partı́culas de catalisador possuem
velocidade angular, apresentou uma melhora na homogeineização da fase particulada, na
região de entrada. Porém o valor médio da soma das taxas de reações de craqueamento
térmico é o mesmo para todos os casos, exceto para o Caso 1, o que resulta no mesmo
rendimento de gases secos, independentemente das condições de entrada.
49
simulação desses reatores, principalmente quando o objetivo é melhorar o desempenho
do processo. Além disso, a implementação de um modelo cinético mais completo (10-
lumps) e de reações de craqueamento térmico possibilitam predições mais realistas das
conversões quı́micas.
50
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55
Anexo
56
Tabela 6.2: Parâmetros cinéticos (ARANDES et al., 2000)
Reação Fator pré-exponencial Energia de ativação
m3 .kg −1 .s−1 ×104 (kcal.kmol−1 )
Ph→Pl 1, 10 2, 02
Nh→Nl 6, 50 1, 30
Ah→Al 3, 481 1, 58
CAh→CAl 1, 75 × 102 1, 36
Ph→G 8, 94 × 10 −1
0, 53
Nh→G 1, 40 0, 59
CAh→G 9, 80 × 103 1, 88
Ph→C 1, 70 1, 21
Nh→C 1, 20 × 102 1, 32
CAh→C 1, 08 1, 73
2
Ah→C 6, 40 × 10 1, 60
CAh→Al 2, 28 1, 02
Pl→G 1, 18 0, 78
Nl→G 2, 73 0, 80
CAl→G 3, 41 × 104 2, 14
2
Pl→C 2, 12 × 10 1, 95
Nl→C 8, 64 × 102 1, 80
Al→C 1, 14 × 104 2, 23
3
CAl→C 2, 20 × 10 2, 14
G→C 1, 33 × 103 2, 45
57
Tabela 6.3: Parâmetros cinéticos (GROSS et al., 1976)
Reação Fator pré-exponencial a (811K) Energia de ativação (J.kmol−1 )
(m3 .kcat−1 .h−1 )
Ph→Pl 20, 70 33, 89
Nh→Nl 22, 50 33, 89
Ah→Al 5, 86 33, 89
CAh→CAl 19, 00 33, 89
Ph→G 55, 00 23, 00
Nh→G 84, 70 23, 00
CAh→G 63, 00 60, 60
Ph→C 7, 85 35, 60
Nh→C 14, 87 35, 60
CAh→C 14, 63 73, 20
Ah→C 34, 20 73, 20
CAh→Al 50, 00 33, 89
Pl→G 23, 85 23, 00
Nl→G 66, 15 23, 00
CAl→G 18, 50 60, 60
Pl→C 9, 44 35, 60
Nl→C 8, 18 35, 60
Al→C 3, 63 73, 20
CAl→C 1, 00 73, 20
G→C 4, 40 83, 70
58