Poesias Selecionadas
Poesias Selecionadas
Poesias Selecionadas
Sem palavras,
o criado mudo
isolou-se em um canto
A geladeira,
sempre to fria,
derreteu-se em lgrimas
O chuveiro,
sempre to quente,
e outras se abriram
Enquanto eu,
parti.
como co amoroso.
acordaria? no acordaria?
1
Aqueles jornais ancorados no ladrilho
primariamente rimada.
2
que os tempos so de seca,
so difceis.
O mundo est sinistro.
digo isto s para parecer mais jovial.
No que te queira
dizer o que dizer
que aqui, ao sul do equador,
so tempos de seca,
qualquer fagulha pode atear incndios
e tiranias
Tudo poesia.
Em cada momento de um dia.
Do cheiro que brota da terra.
Da bela paisagem da serra!
3
Nos poetas que convertem sentimentos em tramas.
So capazes de revelar seus mais ntimos dramas!
s vezes com a doura de uma criana.
Noutras com um fio de esperana!
Tudo poesia!
Ao saltar meu corao de alegria.
Perfumar o ar que respiramos.
Embelezar o mundo que sonhamos!
Felizes trovadores,
Admirveis poetas!
II
no se iluda:
ao olhar para o mundo de longe, calce a vista com as mos
proteja os olhos dos seus relmpagos
os seres que l habitam possuem a pureza e a imperfeio do vidro
apanhe um e ver que transparente
apanhe uma poro, ter tonalidades de verde e azul, formando um globo
III
venderam Deus no mercado
trocaram por ricas misrias
agora possuem uma nota de dlar na bolsa
4
e contam dinheiro como quem reza as contas de um tero
IV
o esprito do homem ainda a voz do planeta
Passamos a vida
5
Que espcie de flor?
Como saber?
No amor, me furtar
6
A entrega do teu olhar.
A magia do pleno sentimento
Que fico a sonhar
sozinho.
Campari companhia.
Pinga
a solido
Afogo-me no fog
dos cigarros
Interna e externa
mente.
7
CURIOSA (Poesia de Rodrigo Domit)
Durante todo o outono
folheava displicente
8
pois tergiverso em meus anversos
que no me oprima
excessivamente sexualizada.
9
verdade, eu confesso de antemo,
ou a praia ao luar.
Gozo com o cu
que silencioso
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Flerto com as borboletas
e maliciosamente
essas companheiras,
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Esse meu sexo ardente,
e de livre e abertamente,
Na cozinha, o fogo,
Gato siams,
Hiberna-se nas cinzas.
Na mangueira ressequida,
A gangorra sem sombra,
Em uma corda s,
Jaz na inrcia
Do sonho inatingido.
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Das chaves, das correntes
E que eu parta
Sem jamais me esquecer
De nunca mais voltar.
se vai a vida
mariposa
no parabrisa
Muito pouco
sobre quase nada
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Marcadores: 2011, Concurso TOC140 - Poesia no Twitter, Outras Classificaes, Poesias,
Rodrigo Domit, Textos
folheava displicente
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que h em nossos coraes.
E este o nico elemento
que a palavra no inventa.
Ela pode ser usada em qualquer situao,
e at mesmo o seu silncio, tem definio.
5.
15
Insisto em certos poemas,
Empresas perptuas.
No dia sossegado
(Limpa escrivaninha)
Essa rdua tarefa desterra
O germe fecundo
(Pelo tempo que decompe
Tambm os prazos)
Que na noite
(Hora onde germinar
O verso lido)
Frutificar: Musa
Silenciosa palavra
Contra o barulho de todos
6.
No a forma difundida
Como a peste, repetida
Na desolada terra
Como fungos;
No a forma encontrada
Em um lance de dados
Nas normas traadas
Do produzvel;
7.
digital o byte
Armazenado e depois
Decodificando em uma linha
Que dificilmente ser poesia
So digitais
As flores e as plantas
Quando rodeiam este texto
Da mesmssima substncia
digital
A linha dos rostos
E ser outra coisa
Que a digital do nosso rosto
Natureza da palavra
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8.
Cultivar o poema
Como um texto s avessas.
(A palavra fabrica
A alma, nico gro
A alma forjada
Reluz, prola!
Enquanto na norma
Do outro texto
A palavra constri
Castelos de areia.)
Cultivar o poema
Como um texto s avessas
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Terceiro caminho traado
Nuvens coloridas a me guiar
Peleja incerta, de rumo certo.
Da caa ao caador,
Do negro ao albino.
Ser sempre irm
Sem religio, sem lar
Morando na vida e curtindo o luar.
dos bbados
dos nufragos
dos santos
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abandonar-se
ao manancial
das circunstncias
Na engrenagem,
da abordagem fria,
e na bazfia rala,
da fanfarrice aguda
com volta presumida,
de aperto soberbo,
e aceno entufado,
na ida sem volta,
na trapaa
no uso, no abuso.
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Vem o vento que vi ventrloquo.
Vai que move o p,
a boca, e a mo do boneco.
os sentidos
que sutilmente danam.
Lquido em movimento,
vaza e esvazia a caixa.
Fumaa resinosa,
incenso, leva o amargo,
criando teias, ciclo.
Sentir o comeo,
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ficar aberto,
receber o outro.
De tudo, passa,
aquece e evapora,
impureza que absorve.
Vazio do incio,
para filtrar, o comeo.
Sobretudo
de todas as estruturas
de todas as construes.
Infinito reciclado.
Pensando no pensar,
segue o trilho suspenso.
Chegando ponte
aps naufragar
liberta-se.
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NADJA (Poesia de Carlos Eduardo Marcos Bonf)
Nada h
Que impea
De,
Tentacularmente,
Vagar
Como sonho e esperana.
Poro mvel de esperana
Na espera
De,
Ao acaso (objetivo),
Encontrar
Uma mo de fogo na gua
(Pois o fogo e a gua
So a mesma coisa,
Mas o fogo e o ouro no).
Ser mulher...
Mulher de esforo e conforto,
que no colo acalenta o amor
e no peito bate a mo
em defesa do seu reino maior:
O filho, o amor, a condio.
Mulher cidad...
Que na praa se rene
com outras irms
em busca de ouvidos e olhos
para lhes compreenderem na dor
dos filhos levados, corrompidos, torturados.
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Cidad mulher...
Que na cama se deita
a cumprir o ofcio maior:
Ser mulher...
Sem gozo, com desejo,
seu af satisfazer o amor.
Puro preceito antepassado
que lhe probe o jbilo formal
o direito de ser mulher.
No morra.
No sue,
epileticamente estaremos envoltos, abraados
- E nossas lnguas lambero toda a sujeira das periferias.
No sinta: ignore.
No enxergue: tudo estar transparente demais,
A verdade deixar de ser um conceito isomorfo,
e todos os coraes iro receber a mesma dose de adrenalina.
No agora.
No ainda hora.
Bichos atrozes tiraro gravatas, e melanclicos talvez eles pensem:
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Em toda a fortuna que poderia ter sido construda com menos dinheiro.
Por Voc.
Por Ns.
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Autora: Janaina Santos Barroso
Blog: http://ninabarroso.blogspot.com.br/
Em volta,
dezenas de curiosos
observam as contores
das chamas que ainda resistem
finalmente rebelaram-se
os prisioneiros da rotina
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