Passe e Passista (Roque Jacintho)
Passe e Passista (Roque Jacintho)
Passe e Passista (Roque Jacintho)
Reviso Departamento
Jacintho, Roque
2001.
Espiritismo 2. Espiritismo
CDD-133.92
ndices para catlogo sistemtico:
1. Passe fludico : Mediunidade : Espiritismo 133.92
luznolar@vanmoorsel.com.br
SUMRIO
INTRODUO Passes 7
UM Passe Diferente 8
DOIS Passe 13
TRS Passistas 15
QUATRO Passe e Mecanismo 17
CINCO Passe e Tcnica 19
SEIS Passe e Orao 21
SETE Passe e Fluido 23
OITO Passe e Cmara 25
NOVE Passe e Simpatia 27
DEZ Passe e Sexo 29
ONZE Passe e Alimentao 31
DOZE Passe e Estudo 33
TREZE Passe e Txico 35
QUATORZE Passe e Evocao 37
QUINZE Passe e Mediunidade 39
DEZESSEIS Passe e Paciente 41
DEZESSETE Passe e Disciplina 43
DEZOITO Passe e Cura 45
DEZENOVE Passe e Males Congnitos 47
VINTE Passe e Obsediados 49
VINTE E UM Passe e Concentrao 51
VINTE E DOIS Passe e Remdios 53
VINTE E TRS Passe e Medicina 55
VINTE E QUATRO Passe e Hipnose 57
VINTE E CINCO Passe e Induo 59
VINTE E SEIS Passe e Ideoplastia 61
VINTE E SETE Passe e Vesturio 63
VINTE E OITO Passe e Intuio 65
VINTE E NOVE Passe e Agua 67
TRINTA Passe e Remunerao 69
TRINTA E UM Passe e Passista 71
TRINTA E DOIS Passe e Distncia 73
TRINTA E TRS Passe e Animais 75
TRINTA E QUATRO Passe e Evangelhoterapia 77
TRINTA E CINCO Passe e Aplicao 79
PASSES
Roque Jacintho
1- PASSE DIFERENTE
Indispensvel estudar o Espiritismo. A Doutrina Esprita, sntese da Religio, sagrado binmio de evoluo
psquica, cuja dinmica poderemos conceituar como: Jesus iluminando o corao e Kardec ilustrando o
raciocnio.
Vez por outra, porm, repontam teorias de arribao.
No campo do passe, a exemplo, muitos coraes j foram assaltados por inusitadas e aliengenas
informaes, estranhas simplicidade profunda da Doutrina Esprita.
Produzem essas inquietudes:
- Na doao de energias aos que sofrem, na operao de substituir a molcula mals por uma s, estaramos
operando com o passe magntico ou espiritual? Que categoria de passes serviria a este ou quele enfermo? Quem
transmite passe ao adulto poder faz-lo criana?
O impasse poder levar-nos a titubear.
Em verdade, contudo, no Espiritismo sempre foi muito claro que a transfuso ocorrida num passe sempre
de natureza fludica. E o fluido "o elemento primitivo do corpo carnal e do perisprito, os quais so simples
transformaes dele" (1).
A ao magntica ou espiritual provm de uma s fonte.
H, no mundo, reprisamos, um nico elemento primitivo, o fluido universal, sendo todos os corpos, todas as
formas vivas ou inanimadas, todas as manifestaes de vida, mera variedade de condensao ou coeso da
mesma energia.
A prpria Cincia, hoje energtica, consagra a unidade.
No considerar o tema, em "A Gnese", Kardec desce a detalhes, esclarecendo que a ao do passe pode
produzir-se de muitas maneiras. Alinha as trs fundamentais:
1 pelo prprio fluido do passista;
2 pela atuao direta de um Esprito, sem o concurso do passista (beneficiando todos os necessitados,
independentemente de sua crena religiosa, de seu grau evotivo, inclusive sem o conhecimento e o
reconhecimento dos beneficirios);
3 pelos fluidos que os Espritos derramam sobre o passista, imprimindo ao fluido natural do passista
qualidades de que ele carece.
Na falta do termo passista, to comum na atualidade esprita brasileira, Kardec os denominava
magnetizadores, a fim de diferenci-los dos mdiuns de cura. A mediunidade de cura "o dom que possuem
certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer
medicao". (2)
Hoje, os magnetizadores so chamados passistas.
Observemos, ainda, que a participao de um Esprito, na doao do passe no se reconhece pela sua
manifestao ostensiva, isto , pela precipitao do fenmeno de incorporao ou de psicofonia, ou de efeito
fsico. A participao esse "derramar de fluidos, imprimindo ao fluido natural do passista as qualidades de que
ele carece".
Ainda em "O Livro dos Mdiuns" (3), Kardec formula nove questes, cujas respostas aclaram
definitivamente o tema. Dentre elas, destacamos apenas uma:
2. Entretanto, o mdium um intermedirio entre os Espritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo
em si mesmo a fora de que se utiliza, no parece que seja intermedirio de nenhuma potncia estranha.
R.: um erro; a fora magntica reside, sem dvida, no homem, mas aumentada pela ao dos Espritos que ele
chama em seu auxlio. Se magnetizas com o propsito de curar, por exemplo, e invocas um bom Esprito que se
interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua fora e a tua vontade, dirige o teu fluido a lhe d as
qualidades necessrias.
A clareza, a, gritante!
O passe sempre o passe.
(1) A Gnese, de Allan Kardec. Cap. XIV, item 31
(2) O Livro dos Mdiuns, de Allan Kardec, questo 175.
(3) Idem Ibidem, questo 176.
Gestos, postura fsica, ginsticas rtmicas, rituais na operao do passe, so meros hbitos alimentados pelos
passistas ou pelos que os instruram. Originam-se da superstio que "pode emprestar virtudes quaisquer a certas
palavras (ou atos) e somente Espritos ignorantes ou mentirosos podem alimentar semelhantes ideias,
prescrevendo frmulas" (4). O parntese nosso.
Uma classificao de passes, para atender este ou aquele enfermo, fsico ou espiritual, s seria possvel se
conhecssemos e pudssemos manipular a "qumica dos fluidos". Quem, porm, entre ns, se aventuraria a
afirmar conhecer a natureza intrnseca dos fluidos, a ponto de combin-los, alter-los, transubstanci-los, se deles
s sabemos que existem por seus efeitos?
Sero bons ou maus, de acordo com nossos pensamentos.
Nenhum de ns, todavia, vai alm dessa noo rudimentar, embora preciosa. No que estejamos proibidos de
pesquisar. Ocorre que estamos impedidos, nesse campo, pelas atuais limitaes de nossos sentidos e por falta de
aparelhagem apropriada para suprir-nos as deficincias da espcie.
Salvo fantasias primrias, de extremo mau gosto, nunca deveremos repletar esse belo departamento do
Espiritismo com afirmaes apressadas, levianas at, querendo criar escolas parte, to-somente pelo prazer de
passear nossa vaidade entre os homens.
Sendo a essncia da constituio infantil exatamente a mesma da do homem adulto, todo argumento que se
articule para justificar a existncia de "passistas infantis" um artificialismo prprio de quem ignora ou faz
ignorar as leis espirituais que Kardec examinou a reexaminou, no contexto da Codificao.
A me, acariciando o filho, transmite-lhe fluidos, da mesma forma que ao acariciar o companheiro de sua
caminhada terrena.
Poderemos ter preferncia pelas crianas, num atendimento de tendncias pessoais; nunca, porm, porque os
fluidos que se destinam infncia sejam, fundamentalmente, diversos dos que se canalizam para o adulto.
O passista no possui poderes mgicos.
Se algumas vezes, por intuio do Esprito que nos orienta no passe, somos informados do rgo enfermo,
no se faz necessrio que saiamos da simples imposio da mo. No centro do crebro localiza-se a glndula
chamada epfise, o leme da alma, que reabastece a mantm o equilbrio fludico de todos os departamentos do
organismo. Envolv-la nas radiaes fludicas equivale a aplicar uma injeo, cujo lquido circular por todo o
corpo, atravs das correntes sanguneas, at atuar sobre a parte desequilibrada.
O efeito salutar do passe - desnecessrio encarecer, por muito conhecido de todos - fica sempre na dependncia
do quadro espiritual do assistido. Ele, o assistido, quem determina, no raro contra a boa vontade do agente
transmissor, a renovao ou a repulso dos fluidos.
uma questo de afinidade.
Jesus, definindo tal dependncia e alertando-nos de que a regenerao fsica ou psquica da criatura obra
dela mesma, embora com o amparo de outros, diante de cada cura operada enunciava com clareza a convico:
- A tua f te salvou.
No era uma afirmao convencional de humildade.
Sabia o Mestre, esclarece-nos o Espiritismo, que sem um campo propcio para restabelecer-se, criado pela
mente do enfermo, nenhuma regenerao se opera.
Vale, sempre, reler Kardec.
No deveremos tornar obscuros princpios claros.
A beleza da Doutrina reside no seu retorno verdade do Evangelho, desvestindo-se das alfaias humanas e
rompendo com os elos que nos escrevizavam ao primarismo espiritual milenar.
Toleremos as teorias diferentes, mas no vivamos com elas.
2 - PASSE
O passe, modalidade de socorro fraterno, enobrecido pelo cristianismo, teraputica revivida e explicada,
em sua mecnica e em sua vital importncia, pelo Espiritismo-cristo.
Hoje, popularizada sob tal nome, que lhe define a essncia, essa prtica sempre foi de todos os lugares e de
todos os tempos, externamente revestida das mais variadas frmulas e dos mais exticos ritos, ajustados ao
degrau mental de seus praticantes: nasce o passe no cntico ou evocao dos selvagens em favor dos enfermos de
sua tribo, passando pelas vias da "benzedura" e das "rezas" de mdiuns naturais, chegando bno sacerdotal
pelos doentes, encontradio na prece maternal em favor de filhos assaltados pelas dores ou pelas angstias e
tribulaes, e culmina nos Templos do Espiritismo-cristo da atualidade, onde foi incorporado como recurso
fundamental para a rearmonizao do perisprito no cur-so das diversas provas e expiaes e das mais variadas
enfermidades da alma ou do corpo.
transfuso dirigida de fluidos.
Como permuta das energias universais - quer entre desencarnados, quer entre encarnados - elege-se por
delicado e precioso auxiliar a ser utilizado no tratamento das doenas de longo curso; nas crises bruscas a
repentinas de dor; no combate s chamadas "doenas-fantasmas"; nas perturbaes espirituais transitrias que
sofrem as almas encarnadas; nas enfermidades da mente; no reequilbrio de si mesmo, quando o homem est sob
o fogo da auto-obsesso; nos abalos do sistema nervoso; na terapia dos complexos...
Por atuar diretamente sobre o perisprito, ou seja, sobre a matriz onde se funde o nosso organismo fsico e,
por conseguinte, onde se localizam as razes profundas de nossos distrbios somticos, o passe o mais
importante elemento para promoo do equilbrio perdido ou ainda no conquistado, sempre que todo e qualquer
desajuste se instale ou se revele.
3 - PASSISTAS
Pondera-se, por vezes, que a aplicao de passes exige que o homem possua determinadas qualidades inatas,
chegando-se mesmo a confundi-las com a mediunidade curativa ou com o conhecimento de certas e determinadas
"oraes secretas".
Assim, nem todos poderiam ministr-lo.
Essas afirmaes trazem uma verdade e um engano ao mesmo tempo.
O engano est na restrio que se queira criar, selecionando aqueles que no possuam dons especiais para ser
passistas. Na realidade, qualquer pessoa pode aplic-lo, e o aplica mesmo inconscientemente, j que os Mentores
Divinos, na sua tarefa de amparo, nem sempre podem aguardar a perfeio do intermedirio que se lhes oferece
para s ento exercer sua bno regenerativa.
E a verdade est em que o conhecimento do mecanismo do passe e o aprimoramento moral e espiritual do
homem facultam mais eficcia nos seus efeitos, criando condies bsicas no paciente.
Num sentido geral, ningum recebe uma graa ou um acrscimo especial da Misericrdia Divina para ser,
aqui na Terra, um passista comum. E no mesmo sentido, ningum, para essa atividade normal, traz misso
especialssima.
Por isso que, mesmo sem nunca t-lo praticado, qualquer um de ns, que replete o corao de confiana
nos Planos Celestes e sustente pensamentos de amor e humildade, pode ensaiar as primeiras experincias de
transmitir essa maravilhosa fora de sade e harmonia em favor de nossos semelhantes. E o fato de no nos
julgarmos dignos ou possuidores de suficientes conhecimentos no os exime de submeter os nossos semelhantes
ao de nossos pensamentos. E esse envolvimento natural uma das fases embrionrias em que desenvolvemos
nossa vontade e que nos conduzir, um dia, condio de passistas espontneos e generosos, to logo nos
empreguemos na conquista do Bem.
4 - PASSE E MECANISMO
O pensamento do homem imprime aos fluidos universais sua volta suas caractersticas individuais, sua
colorao afetiva, seus impulsos ideativos e at forma. Tais fluidos so desse modo movimentados, sob o
comando mental, direo exata que a criatura lhes determina.
Atingindo o ponto mentalizado pelo homem, essa onda poder afinizar-se com o objeto ou pessoa e passar a
envolv-la, e ser, consequentemente, por ela absorvido, at o limite de sua capacidade, produzindo, em
decorrncia, a reao benfica ou malfica do magnetismo admitido. Se no houver identidade de propsitos,
aspiraes, ideais, afetividade entre emissor e mentalizado, essa onda ser repelida de pronto, sem deixar
vestgios de sua presena ou passagem.
Essa a atividade normal do homem.
E nessa atividade cotidiana e ininterrupta do pensamento, agindo e reagindo sobre os fluidos, que se
encontra o mecanismo do passe.
No ato comum de pensar, porm, nem sempre o homem constri. No raro suas emisses so plenas de
rancor, gerando miasmas terrveis que o intoxicam e que intoxicam seu prximo e suas vtimas.
J na emanao para o passe esse envolvimento benfico, calmante, filtrado pela Espiritualidade Superior,
que dela s aproveita o que possua de melhor - principalmente quando o passista alimenta a orao em seu
mundo ntimo.
Orando, o homem eleva suas vibraes.
Une-se aos cus.
Recebe das fontes puras e imaculadas do Universo energias benficas, passando a ocupar a posio de um
transformador de eletricidade que, recebendo o impulso eltrico, o submete a uma srie de operaes e o
promana revigorado, ajustado, equilibrado, de acordo com a necessidade do que vai alimentar.
Os fluidos, fortalecidos pela orao, magnetizam os rgos perispirituais desequilibrados, restabelecendo-
lhes ou criando-lhes a harmonia de base e, em decorrncia, surtindo os efeitos de cura.
5 - PASSE E TCNICA
Ministrado independente de qualquer faculdade ou dom especial no homem, o passe enriquece-se quando o
passista venha a conhecer-lhe o mecanismo.
H recursos que por vezes ignora.
Repulso - O enfermo, no raro, repele as providncias somadas a seu favor e reverbera os fluidos que o
envolvem, anulando o tratamento que se lhe ministra. Recusa o remdio que lhe necessrio.
Vencendo a repulso - Se o enfermo rebelde se submete a tratamento apenas para satisfazer amizades, ou em
deferncia a algum a quem se liga, aps os primeiros socorros formais e de resultados negativos, ser induzido,
pelo passista, a estreitas relaes fraternas com ele. A conversao sadia faz-se um imperativo, tornando-se to
agradvel quanto possvel e sendo conduzida com tato psicolgico pelo assistente, procurando-lhe os pontos de
penetrao ou vulnerabilidade. Identificado o caminho de acesso ao mundo ntimo do paciente, atravs dele o
passista procura estabelecer afinizao para, pouco a pouco, ofertar-lhe o tratamento preciso.
Confiana - A unio pela simpatia ou pelo respeito do paciente ao passista veculo extraordinrio e
dinmico para a canalizao de fluidos salutares, tornando-se indispensvel via de acesso de que o passista se
utilizar nobremente.
Magnetismo Toda doena , no fundo, uma perturbao magntica das clulas orgnicas e perispirituais,
cujo reequilbrio se alcana hipnotizando os componentes do rgo enfermo e dirigindo-os rearmonizao
natural. Vontade - A vontade, embora incipiente, a manipuladora e orientadora dos fluidos, edificando ou
destruindo, proporo que se externa.
Sexo - A vibrao oriunda da organizao genital fonte de energia criadora que a Providncia Divina
confia nossa vontade, permitindo-nos recriar a vida onde a mesma esteja em princpio de fenecimento.
A medida que esses conhecimentos, e outros mais, passam a ser de domnio do passista, novos horizontes se
abrem sua frente, permitindo-lhe movimentar mais e melhor os recursos da prece e os do seu prprio
magnetismo, favorecendo enfermos vrios que se beneficiam com essa terapia do Espiritismo-cristo.
6 - PASSE E ORAO
O passe transmisso de energias humanas somadas com as emanaes Divinas encontrveis nos
reservatrios da Natureza, agindo em favor do reequilbrio continuamente rompido pela vivncia egosta e
orgulhosa dos seres em evoluo.
Alguns passistas no oram.
Dispensam, com esse comportamento, os mais preciosos recursos de que seriam intermedirios, levados
algumas vezes por presuno, outras por falsa cincia ou ainda pelo orgulho de mil formas fantasiado.
Nesses casos so, no raro, suplementados pelos pacientes, que no momento do passe, aceitam as sugestes
mentais de seus Mentores Espirituais e adentram ao estado de prece, absorvendo os recursos grosseiros
emprestados pelo passista que no ora, e recebendo o concurso Divino que lhes responde positivamente aos seus
rogos silenciosos.
O passe nem sempre uma orao.
A orao, porm, sempre um passe, um autopasse.
Sustentando-se de preces ao transmitir fluidos, o passista um intermedirio consciente que, humilde, ergue-
se ao Alto, afinizando-se com as zonas imaculadas do Universo, carreando-lhe a potencialidade natural para o
doente.
Quem no ora semelha-se a um herbanrio que confia apenas em suas experincias pessoais, enganosas e
plenas de falhas.
Quem ora o que se utiliza dos mais aprimorados laboratrios, tornando-se um componente do conjunto que
trabalha pelo bem comum, supervisionado por Jesus, o Mestre e Mdico das Almas.
Nos Templos do Espiritismo-cristo, onde as noes da espiritualidade so as mais avantajadas, nenhum
passista dispensa a orao, por reconhecer-lhe o valor inconteste e experimentalmente comprovado. Sabe que
orando no repete nenhuma frmula mstica ou cega, pois analisa no passe a sublimidade de seu mecanismo.
Identifica-se como intermedirio, mais ou menos consciente, e, nessa posio, est convicto de que o servo no
prescinde da colaborao amorvel e sbia de seu Senhor.
A orao no tem frmula.
vibrao profunda da alma, e quanto mais espontnea, ditada pelas circunstncias e pela afetividade, maior
teor vibratrio alcana e mais energias soma.
Por vezes proferida silenciosamente.
Noutras, quando o paciente dos que sentem dificuldades de orar, ou dos que humildemente se dizem
incapazes ou indignos de dirigirem-se ao Pai Amantssimo, ela feita a meiavoz, produzindo o duplo efeito de
centralizar bons fluidos e auxiliar o paciente a viver-lhe os benefcios indizveis.
7 - PASSE E FLUIDO
Alm dos txicos mentais de que deve precatar-se o passista, interessado no seu aprimoramento para melhor
servir, cumpre cuidar de no ingerir os txicos orgnicos que lhe minaro a resistncia e podero, inclusive,
turbar-lhe as radiaes fludicas sadias.
Ausncia de lcool.
Diminuio do fumo.
Moderao nas pimentas e nos temperos fortes. Nenhum entorpecente.
Dosar a ingesto de drogas e comprimidos, que podero, quando correspondem a viciaes, perturbar-lhes as
energias, atrofiando o delicado mecanismo fsico de que se reveste.
A limitao de txicos, porm, jamais corresponde a qualquer distanciao dos viciados, por repugnar-lhe a
presena daqueles irmos. Cabe no olvidar que as restries a que se obriga, por qualificar-se como servidor,
no deve querer imp-las fora a seu prximo, que, por vezes, est distante de compreend-los e nem sempre
possui as condies de renunciar a suas paixes e preferncias habituais.
No dever igualmente o passista motejar os que se confiam aos vapores alcolicos, nem ironizar dos que
usam o fumo, nem repelir os que esto imantados aos pratos fortes, nem condenar inapelavelmente os que so
escravos dos entorpecentes ou os que so viciados em comprimidos ou drogas.
Todo doente precisa de remdio.
Tendo o passista o remdio necessrio, compete-lhe dar-se sem destacar ou evidenciar qualquer menosprezo
aos que hoje portam desajustes e sem alimentar a presuno de que esteja acima dos outros to unicamente
porque j se despojou dessas inconvenincias.
J, tambm, o passista que ainda no eliminou de si esses desequilbrios, no dever por isso abandonar suas
funes por sentir-se amesquinhado. Ao contrrio, deve batalhar consigo mesmo para restringir-lhes o uso, at
conseguir, nesta ou noutra encarnao, afast-los inteiramente. A obra de aperfeioamento gradativa e lenta e,
por muito arraigado, no se consegue vencer e uma s etapa um comportamento desajustado.
bem verdade que nos campos assistenciais da Doutrina Esprita o aprimoramento uma constante
inarredvel. Porm, por outro ido, o Espiritismo-cristo no feito para acolher apenas anjos.
Reconheamo-nos deficientes - tenhamos, porm, a cora-;em evanglica de iniciar a nossa prpria
remodelao, a pouco e pouco, enquanto tempo.
14 - PASSE E EVOCAO
Criaturas perturbadas espiritualmente procuram o socorro do passe fludico. No raro conduzem casos pr-
obsessivos e, bastas vezes, obsesses plenamente instaladas.
Amide o passista poder guardar a impresso de que, promovendo a mediunizao do paciente, e
permitindo que o Esprito perturbador ou perturbado se assenhoreie dos implementos vocais e fsicos do enfermo,
este experimentar melhora.
a evocao ostensiva.
um engano, porm, de graves consequncias.
No mecanismo normal a perturbao to mais acentuada quanto mais o irmo perturbador alcance
afinizao fludica com o doente. O envolvimento perispiritual que est promovendo com seu desafeto o que
lhe faculta um mais amplo exerccio de suas finalidades.
O passe, por sua vez, um auxlio magntico-espiritual que visa a renovao fludica do paciente e a
correo de seus desequilbrios - aliviando a tenso que o obsessor desencarnado esteja sustentando sobre o
paciente.
Poderemos concluir, em decorrncia, que se o passista evoca determinado Esprito a manifestar-se, por
intermdio do enfermo, passar a auxiliar o domnio que o perturbador quer lanar sobre o encarnado.
O momento do passe, pois, no o de evocao.
No o de doutrinao dos desencarnados.
No o de orientao formal do enfermo.
O momento do passe , e deve ser, simplesmente: o instante de transfuso fludica que alivia as opresses
espirituais ou fludicas inferiores, renovando o nimo do paciente, hipnotizando-lhe os componentes somticos
no restabelecimento do equilbrio perdido.
Quando o paciente trouxer o hbito de manifestaes indisciplinadas, a que surgem to logo se inicia o
passe, caber ao passista lev-lo a desconcentrar-se da zona mental deletria. Pedir que relaxe os msculos.
Deslig-lo- de quaisquer pensamentos sobre a Espiritualidade.
Desligado assim, se ainda no decorrer dos passes ele demonstrar proximidade de convulses ou sbita
incorporao, nada mais til e genuinamente Esprita-cristo que o de novamente interromper os passes e repetir
todas as instrues de desconcentrar-se, de relaxamento muscular, de desligar-se mentalmente.
As advertncias, contudo, sero carinhosas, sem laivos de condenao ou irreverncia, tendo um sentido
educativo. Quase sempre tais irmos nada mais fazem do que repetir o que j presenciaram ou esto com
problemas para o desanuviar-se interiormente.
A pouco e pouco, o doente se educar no domnio de suas prprias energias psquicas e no controle de sua
prpria vontade, e tambm compreender que o momento do passe no comporta evocao ou manifestao
extempornea.
15 - PASSE E MEDIUNIDADE
O passista um embaixador da realidade espiritual. Nenhuma promessa v entretece. Nenhuma cura rpida
ou lenta assegura, ciente de que o quadro de toda molstia fsica est unido aos problemas profundos da alma e
por saber que no campo individual as experincias dolorosas so lies inadiveis, cujo curso somente a
Providncia Divina conhece.
Quanto possvel informar o doente do mecanismo do passe, destacadamente sobre o valor da orao e da f,
enriquecendo a colaborao que o mesmo prestar transfuso de energias pela prece espontnea e consciente.
No indagar, porm, dos benefcios hauridos.
Cuidar, tambm, de trazer o paciente informado da necessidade de no transformar o passe num hbito
vicioso, requerendo-o a qualquer pretexto e barateando-o. Qualquer irreverncia ou m utilizao desses recursos
Divinos imanta a criatura s sombras da espiritualidade inferior, organizando um cortejo de consequncias
desagradveis.
Evitar o passista, sempre, tomar os ares de profetismo ou fazer pairar sobre si mesmo a sombra de poderes
estranhos e miraculosos com referncia teraputica de que se faz intermedirio. Mas ensejar oportunidade aos
doentes de hoje virem a tornar-se, a breve espao, os socorristas de amanh.
Ante o enfermo, saber que o passe em si no um fim, e sim o meio de reequilbrio aos que se desajustaram
espiritual ou fisicamente. No far, pois, do paciente um seu dependente, admirador ou subordinado. Auxili-lo-
a libertar-se de males maiores, apontando-lhe o caminho da renovao ntima que o Espiritismo oferece a todas
as criaturas.
Relembrar sempre que Jesus jamais pediu o retorno dos enfermos imposio de suas benditas mos. Aps
a cura, Ele informa das razes de suas doenas, dizendo-lhes - "Vo e no pequem mais".
Conduzir, pois, o paciente gradualmente a interessar-se por "O Evangelho Segundo o Espiritismo", que
contm normas prticas e funcionais da reforma ntima, auxiliando-o a reformular seus programas de ao junto
dos homens e a corrigir-se.
17 - PASSE E DISCIPLINA
Para o passista, concentrao o ato ou efeito de fazer convergir para o paciente suas foras de sade e
equilbrio, unidas s do Mentor Espiritual, criando quadros mentais nobres e edificantes.
Pela afinizao que estabelea com o assistido, remeter-lhe- suas ondas mentais mais intensas, objetivando
a renovao de seu mundo ntimo e, ao mesmo tempo, promovendo a circulao de fluidos no organismo
socorrido.
Durar o passe uns breves minutos, cabendo, por isso, ao passista, no se deter em indagaes verbais ou
mentais inoportunas, mesmo que tais indagaes se articulem sob a alegao de descobrir os canais de acesso
para melhorar a assistncia. Essa procura intuitiva to bem-intencionada ele a far em horrio diverso daquele,
quando, ento, poder, com vagar e lucidez, recolher os apelos mentais silenciosos do enfermo para analis-los.
No momento do passe estar, apenas, concentrado para o auxlio, afastando todos os pensamentos estranhos
ao ato.
O ato de concentrar, porm, no to fcil.
Os pensamentos so continuamente requisitados para os vrios departamentos de nossa existncia e os mais
dspares apelos interiores surgem em hora imprpria. Por vezes, at nossas oraes so interpoladas por
elementos exticos ou pelas ocorrncias do cotidiano que requisita nossa ateno.
Que fazer?
Disciplinar-nos!
A concentrao no uma ddiva celeste graciosa. Antes, uma conquista de nosso esforo individual, em
nos determos nos ngulos mais elevados da Vida, nos momentos necessrios.
Sem aflitivos cuidados, e sem rubores escondidos pela nossa dificuldade de concentrar-nos, deveremos
exercitar-nos dia a dia at alcanarmos a capacidade de reunir nossas energias e manter constantes os nossos
pensamentos - que passaro a ser comandados pela nossa vontade.
Renovando nossas aspiraes ntimas, nossa ateno se torna capaz de deter-se sobre o auxlio organizado e
sobre a mentalizao de ideias novas e benficas para os socorridos - no que seremos largamente auxiliados pelos
Irmos Maiores, dos quais seremos intermedirios na fluidoterapia.
22 - PASSE E REMDIOS
O tratamento fludico no dispensa o concurso da medicao farmacutica respeitvel. Haver pacientes que,
em recebendo o benefcio dos passes, continuaro a ingerir preparados alopticos ou homeopticos
recomendados para suas deficincias.
A aplicao do passe ativa seus efeitos.
Esteja longe, pois, de qualquer passista, o repudiar ou determinar a suspenso dos tratamentos com produtos
farmacuticos aos que lhe pedem auxlio ou no curso da fluidoterapia de que intermedirio.
H os que alegam ser a suspenso uma necessidade para mensurar os efeitos da psicoterapia.
Essa atitude, porm, no razovel, podendo mesmo constituir, sem o querer propositadamente, uma
presuno ou uma ausncia de conhecimentos da mecnica divina do passe, ou uma confiana ainda medrosa na
espiritualidade.
temerrio ainda interromper ou suspender definitivamente o contato do doente com os produtos qumicos
preparados para sua recuperao orgnica, porque eles, alm de respeitveis, so eficientes quando adequados
molstia diagnosticada.
Vale lembrar sempre que os remdios so extrados da prpria Natureza, fornecidos pela Providncia Divina
ao equilbrio indispensvel da mquina fsica. E mesmo que tenham sido comercializados pelo homem e estejam
sujeitos s alternncias de seus desvarios econmicos e financeiros - nem por isso deixam de ser dignos e
providenciais.
No nos confundamos, portanto, confiando-nos a um extremo prprio da paixo e do fanatismo cegos. O
passe medicamento da alma, por excelncia; o produto farmacutico recurso em favor do corpo
destrambelhado.
O ideal o tratamento simultneo.
23 - PASSE E MEDICINA
Passe no hipnose.
Adentrando o enfermo onda mental do passista, guardar sempre plena noo de si mesmo, recebendo-lhe
as sugestes mentais silenciosas, sem se acercar do estado de sono provocado.
O passista, pois, no objetivar quaisquer experincias ou operaes estranhas ao seu mister caritativo,
empenhando-se unicamente ao socorro fraterno e orientao sadia que se props, em simbiose com seu
Dirigente Espiritual.
No lhe cabe nunca impressionar o paciente com atitudes exticas e menos ainda teatralizar o auxlio,
aviltando a fonte de benefcios fludicos de que se faz medianeiro. Sua funo precpua a do despertar, lenta e
continuamente, de cada um para si mesmo, at que tome as rdeas de seu prprio equilbrio, nele se sustentando
indefinidamente.
Embora as excelncias da hipnose construtiva - colaborando no reerguimento de tantos desajustados
psquicos de nossa escola-terrena -, o passista dela no se servir habitualmente, sob nenhum pretexto.
A aplicao da hipnoterapia nos Templos de Espiritismo-cristo restringe-se aos obsessores tenazes, nas
sesses de desobsesso, a fim de confi-los aos Mentores Espirituais para o tratamento de que se fazem carentes
em sua dementao.
O conhecimento da hipnose, sua tcnica e suas implicaes, delineadas na mais avanada escola
espiritualista, a do Espiritismo-cristo, se bem que til ao passista, no indispensvel. E assenhoreando-se de
tais recursos, justo que saiba aplic-los apenas onde se faam indispensveis, sem jamais chegar a confundir o
passe com a aplicao hipntica.
25 - PASSE E INDUO
No mecanismo de nossas relaes sociais, nossas palavras e nossos atos reagem sobre o nosso prximo,
inspirando-lhe atitudes as mais diversas. Informaes propagadas, com maior ou menor cuidado, partindo de ns,
tornam-se mensagens suscetveis de incorporar-se ao comportamento dos que conosco se afinizam, como se
fossem autnticas ordens.
Em geral, o paciente se torna um observador e um seguidor dos exemplos de seu passista. Uma conversao
elevada ou uma permuta de ideias de baixo nvel espiritual induzem-no a ter sobre sua existncia determinadas
resolues que, em sendo de sua responsabilidade, por aceit-las, teve sua semente no encontro proposital ou
fortuito com o passista.
O passe, por conseguinte, confinado cmara especializada ou realizado no recesso do lar, pode prolongar-
se pela unio fludica do passista e paciente - dentro do clima mental evanglico que ambos hajam criado.
Uma boa e intensa vibrao fludica pode ser inteiramente inutilizada se no ato seguinte o passista se
desequilibra em sugestes menos dignas ou plenas de exotismos.
Mas, pode continuar a surtir seus efeitos recuperadores se o passista sustentar uma atitude digna e admirvel,
ditada pelo Evangelho do Senhor, restabelecido sob as luzes do Espiritismo-cristo.
Aceitando essa tarefa, o homem se prope no s a ser veculo passivo de fluidos no ato de passe, como
tambm aceita tornar-se um modelo de atitudes pessoais e um centro de induo nobre e salutar.
Ningum lhe pedir santificao artificiosa.
E seu dever, contudo, vigiar-se, orando sempre, no trabalho de auto aprimoramento, a fim de surpreender
suas fraquezas e no resvalar nos precipcios de erros milenares que o inclinam a repetir-se em suas deficincias -
e conduzindo consigo, agora, todos aqueles que, ainda fracos e inoperantes, precisam estribar-se nele, acolhendo-
o como ensinamento vitalizado do Cristianismo-Redivivo.
Sua responsabilidade cresce.
Alm de sua condio de auxiliar na manipulao das energias Universais, representando seu Mentor
Espiritual, torna-se o inspirador de renovao efetiva e real dos doentes que o procuram aspirando
inconscientemente uma vivncia equilibrada.
Ao lado, e na vanguarda mesmo de seus conhecimentos tcnicos do passe, h de alimentar uma vida que
espelhe sabedoria espiritualizante, absorvida na fonte inesgotvel de mensagem de esperana de Jesus, certo de
que no a si mesmo que promove para planos mais altos, e sim aos que o buscam sedentos de paz.
26 - PASSE E IDEOPLASTIA
Quando um processo de perturbao espiritual se instala no homem, o Esprito perturbador, nas suas
ausncias compulsrias do crculo de sua vtima, cria formas-pensamentos que o representam e que aderem ao
perseguido, como se tivessem vida permanente e autnoma.
So pensamentos materializados.
A prpria vtima, intuindo-se dessa presena e registrando-lhe os efeitos, no raro a sustenta por prazo
indeterminado, rendendo-se ao seu imprio desequilibrante.
a ideoplastia.
O passista, conhecendo-lhe o mecanismo, materializar for-mas-pensamentos edificantes, representados por
paisagens repousantes, por quadros de compreenso e tranquilidade, por exemplos de bondade - como as
parbolas Evanglicas, que so enormes e eternas usinas ideoplsticas -, projetando-as, em torno do enfermo, no
curso do tratamento.
Afastando-se do recinto dos passes, aps os benefcios fluidos, distante da presena fsica do assistente, o
socorrido conduzir consigo essas formas-pensamentos, que lhe transmitiro a sensao de descongestionamento
de suas enfermidades, de seus problemas e de toda opresso anterior.
Nem sempre, porm, o doente as manter por longo tempo. Rende-se s suas sensaes habituais, retornando
ao "seu mundo" particular. medida, contudo, que se estreitar em confiana e simpatia com o passista, as
criaes mentais benficas se tornaro mais duradouras, apressando o seu reequilbrio.
Seus efeitos e sua durabilidade ficaro sempre dependentes da afinizao. Quanto mais se sensibilizar,
acolhendo-as com agrado, tanto mais lhe insuflar vida e delas receber vida. Esta uma das razes de ser
importante a renovao de hbitos e preferncias de cada um, porque somente o prazer da presena do Bem ao
nosso lado faz com que o Bem estabelea reinado imperecvel em nossa alma.
Os recursos da ideoplastia divinizada dependero do passista empenhar-se na orientao moral e espiritual
de seus assistidos, despertando-lhes, pacientemente, o amor ao prximo nos seus coraes.
No basta num relance pensar no Bem, no basta num segundo desejar o Bem ao nosso prximo, no basta
num minuto aspirar o Bem para nossa vida. preciso aliment-lo sempre, para que o Bem, por todas as suas
formas, se agregue nossa alma, incorporando-se nossa bagagem pessoal como uma conquista imortal.
27 - PASSE E VESTURIO
To logo se inicie na tarefa de transmisso de energias fludicas, assim como lhe levam gua para fluidificar,
levar-lhe-o tambm peas de vesturio com o mesmo fim.
O enfermo acamado ou rebelde, impossibilitado de fazer-se presente ao recinto dos passes, ter parte de sua
roupa pessoal conduzida por um familiar ou um amigo, a fim de ser impregnada de fluidos curativos.
Deveremos acolh-la?
O prprio Ato dos Apstolos nos elucida:
"E Deus, pelas mos de Paulo, fazia curas extraordinrias, a ponto de levarem aos enfermos lenos e aventais
de seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vtimas e os espritos malignos se
retiravam".
o texto que nos orienta.
As peas do vesturio, assim como objetos de uso pessoal, so condutores de fluidos. Justapostos ao corpo,
transmitir-lhe-o os recursos de cura ou de melhora de suas enfermidades orgnicas ou psquicas, influindo
inclusive nos acompanhantes desencarnados em estado de infeliz desequilbrio - dependentes, bvio, de serem
atrados pelo desejo ardente, pela f do doente.
Junte-se, a essa condutibilidade normal das vestes a vibrao do familiar que recorreu ao auxlio e que,
acompanhando o ato de vestir-se do doente, estar fervorosamente a envolv-lo em suas radiaes de afeto.
Teremos, ento, uma tosca ideia dessa cadeia assistencial que se forma, ponto por ponto, no socorro fraternal do
passe.
O passista, diante de casos tais, aps analis-los luz do Cristianismo-Redivivo, no se deter em evidenciar
sua mecnica ao assistido ou a encarecer longamente sobre a carncia de f no enfermo ausente para que as
providncias se coroem de xito espiritual.
Ele sempre se oferece, sem condies.
28 - PASSE E INTUIO
muito importante ao passista conservar-se em sintonia intuitiva com seu Mentor Espiritual. A este cabe
dirigir a mo humana, que se veicula ao trabalho, altura ou direo dos rgos enfermos e mais necessitados de
medicao fludica.
No conversar durante o passe.
Far a aplicao em silncio.
Seu corao transformar-se- numa usina de luz, a configurar-lhe a afetividade radiante, amadurecida sob o
sol do Evangelho do Senhor.
Sua mente ser passiva, reunida do orientador Espiritual dos passes, registrando-lhe as indicaes nas
faixas do Bem.
No se deter em saber se o fgado que di, o estmago que se desorganiza, o corao que palpita, o trax
que se oprime, a cabea que estala, a perna que se rebela . . .
A pouco e pouco, aprender a confiar-se ao seu Mentor, repletando o corao de humildade por no atribuir
a si mesmo qualquer alvio permitido. E ento, s ento, aps esse repetido exerccio de confiana e de renncia,
com absoluta iseno de qualquer ostentao v, estar sendo conduzido na aplicao dos fluidos regeneradores
nas reas orgnicas em que so requisitados.
Deve combater os receios, como:
- Ser que estou correspondendo?
- Ser esta a indicao do Mentor?
- Ser nesta regio que deverei demorar minhas mos? Tais receios, legtimas interferncias mentais do
passista, quando banidos de nossa alma no momento do passe, tornaro limpa nossa casa mental para as indues
que a Espiritualidade Maior ofertar, para a fluidoterapia.
A intuio, oriunda de reflexo e estudos, de humildade e renncia, a grande mestra do passista nos
Templos do Espiritismo-cristo. E est conosco, como sexto sentido permanente, quando rompemos com todas as
reservas infundadas de nossa pequenez de f.
29 - PASSE E GUA
A gua um condutor fludico por excelncia, refletindo o teor e as vibraes normais daqueles que dela se
servem, para todos os fins. Sua simbologia, presente em quase todas as iniciaes religiosas das mais diversas
seitas, esteve sempre ligada a esse fator, que lhe intrnseco, significando que ela limparia o homem da capa de
seus pecados e o tornaria um homem novo.
Hoje, quando estamos libertos de atos ou gestos ritualsticos, que vestiam em smbolos as mais caras
intuies, conhecemos suas propriedades efetivas e j nos aproximamos de comprovar tais em laboratrios.
Essa noo racional que permitiu sua consagrao nos Templos do Espiritismo-cristo, como um recipiente
e condutor das energias de sade e harmonia orgnica, aps fluidificada.
Recebendo, pois, a gua para fluidificar, bastar que o passista a coloque num dos locais da cmara de
passes, e os Mentores Espirituais, utilizando-se dos recursos do prprio passista, dos circunstantes e da Natureza
vegetal e fludica, imprimir-lhe-o combinaes variadas.
Quando for destinada a um enfermo determinado, justo que s ele dela se sirva, renunciando a utiliz-la os
demais membros da famlia, a fim de que os assistentes espirituais possam combin-la ao caso particular em
tratamento.
Quando no houver um motivo especial, o seu uso poder ser generalizado, sem inconvenincia alguma.
A gua fluidificada deve ser preferentemente bebida, para que no contato direto com o organismo
desencadeie reaes indispensveis ao reequilbrio para o qual destinada.
E assim como no passe a confiana do paciente que lhe favorece os efeitos, a mesma disposio de f se
faz necessria a quem se utilize de gua fluidificada.
Surgiro alguns a indagar se podem banhar as leses expostas ou partes externas do corpo, como parte da
fluidoterapia a que se submetem com aspiraes de vida nova.
Podem e devem mesmo, porm, sem excessos.
Recolhamos, mais uma vez, no Evangelho, o ensinamento incomparvel:
Tendo dito isso, cuspiu no cho, e havendo feito lama com sua saliva, ungiu com essa lama os olhos do
cego e lhe disse:
- V lavar-te na piscina de Silo.
Ele foi, lavou-se, e voltou vendo claro.
A gua que for fluidificada para um enfermo ter propriedades curativas e poder ser aplicada, por
conseguinte, nas partes externas, quando sejam esses os pontos afetados pela anormalidade.
30 - PASSE E REMUNERAO
A condio enobrecedora do passe que o passista no estabelea, para o beneficiado, nenhuma espcie de
retribuio, quer financeira, quer de amizade, quer de gratido.
Operando sem objetivar compensao financeira, seja diretamente atravs de moeda circulante, seja
indiretamente atravs de presentes ou doaes sugeridas ou benefcios amoedados ao Templo em que milita,
compras de tmbolas ou de rifas, assinaturas de listas ou donativos, estar o passista sempre concorde com os
desgnios celestes, sem exigir manifestaes inoportunas apenas porque este ou aquele doente possua mais
condies de retribuir materialmente o bem que receba.
Trabalhando sem aguardar o tributo da amizade, jamais se sensibilizar se o enfermo, por razes que s a ele
dizem respeite no se afinizar com suas emanaes e procurar outro passista para dele receber a teraputica
fludica num clima de confiana e estreita simpatia.
Laborando distante de aspirar recolher gratido por seu esforos, no se turbar com a investida dos irmos
alucinados e dos pobres obsediados que, sob o jugo de influenciaes estranhas, no s lhe ignoram e lhe
ironizam a dedicao fraterna como ainda lhe maldizem e lhe caluniam a existncia e lhe cobrem de
maledicncia os dias.
O trabalhador realmente digno de seu salrio, na afirmativa do Meigo Nazareno. Mas o salrio referido
pelo Mestre no contado pela moeda deste Mundo, e sim o salrio da Vida espelhado na convivncia espiritual
elevada, que lhe trar inenarrveis alegrias e satisfaes ntimas imensurveis pelas nossas medidas comuns.
E, dando de graa o que de graa recebeu, conquistar o passista sua classificao de servo fiel do
Cristianismo-Redivivo, categorizando-se a ser digno do muito, j que ntegro no pouco.
31 - PASSE E PASSISTA
Aceitamos sem rubores que estamos, todos, sujeitos a desequilbrios momentneos. Reconhecendo-nos o
caminho do aperfeioamento, no queiramos revestir-nos com asas artificiais, que se derretem sob o calor das
nossas paixes humanas.
No preciso muito para quedas.
Basta um segundo de revolta, um instante de rancor, uma ponta de inveja, laivos de cimes, milsimos de
impiedade, julgamentos apressados ou levianos, um demorar da lngua na calnia, ou ensop-la no caldo quente
da maledicncia - e ei-nos a braos com desajustes psquicos e espirituais.
A ligao com a espiritualidade inferior, em alguns de nossos momentos, to intensa que se faz necessrio
que, embora passistas que somos, nos confiemos fluidoterapia que nos chega por outros companheiros de ideal.
Recorrendo a companheiros dedicados ao mesmo setor assistencial, apenas faremos por realar nossa
confiana nessa medicao celeste.
Seria leviano, ou desconhecimento das Leis Espirituais, se nos julgssemos forrados de quaisquer
influenciaes, breves ou alongadas, vista de nossa posio de passistas.
E haver presuno, inimiga da humildade que deve caracterizar o passista, se este considerar que os seus
orientadores Espirituais o conservaro afastado de desequilbrios ou de circunstncias que o convidem queda
moral e espiritual. Jamais deveremos olvidar que as tentaes e as mistificaes fazem parte do nosso quadro de
aprendizado, testando-nos nas aquisies que estamos em vias de incorporar em nossa bagagem interior.
Estejamos longe, pois, de sentirmo-nos diminudos ou indignos da tarefa que abraamos nesse setor de
trabalhos que o Cristianismo-Redivivo nos abre frente, apenas porque titubeamos. justo que nos amparemos
mutuamente, no curso de nossas lies, a fim de recompor-nos por amor ao servio, sempre que necessrio.
32 - PASSE E DISTNCIA
No muito raro o passista receber visita de criaturas que o procuram para socorrer animais de estimao ou
de utilidade na sua economia domstica. Enfermios, recebendo assistncia veterinria por vezes ou a teraputica
emprica da tradio popular, inspiram cuidados e denotam profundo sofrimento.
Deveremos atend-los?
No guardemos dvidas.
Os animais compem a paisagem terrestre, atravessando um estgio evolutivo significativo e, alm de
prestar servios ao homem, colaborando no aprimoramento de nossa escola psquica, so originrios da Criao
Divina.
Os passes transmitem a eles os benefcios que tambm a ns proporcionam.
No h nenhum aviltamento operao fludica pelo ato de canaliz-la ao atendimento de animais,
constituindo, isto sim, um atestado de nosso afeto e reconhecimento a tudo o que nos cerca.
Os resultados que podem ser alcanados so idnticos aos que recolhemos, no sentido orgnico, melhorando-
lhes as agruras e at os restabelecendo por completo, desde que tal se inscreva no quadro de suas experincias
atuais.
Por serem passivos, neles a f o instinto que, no automatismo em aprendizagem, permite que se impregnem
da teraputica que se lhes proporciona.
Espritos unidos obra da Natureza fornecero os recursos indispensveis, e o passista, ainda a, ser
medianeiro das energias renovadoras, um tarefeiro da Providncia Divina, que supervisiona, com a nossa
colaborao, os que conosco formam no ciclo evolutivo de nossa Humanidade.
34 - PASSE E EVANGELHOTERAPIA
Roque Jacintho
Nasceu em 1928, em Sorocaba, SP. Jornalista, contabilista e radialista, ministrou aulas de latim e portugus,
e escreveu diversas obras voltadas s reas de contabilidade, economia, fiscal e jurdica.
Militante da doutrina esprita desde jovem, aos 11 anos redigiu seu primeiro poema sobre a Reencarnao.
Hoje, so mais de 130 ttulos Espritas, incluindo-se vrias obras para o pblico infantil e a traduo do original
Francs, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Fundador dos agrupamentos Espritas Vinha de Luz, em Jundia, e Grupo Esprita Fabiano de Cristo em So
Paulo, fez da sua vida exerccio da caridade, exemplificando suas obras no cotidiano.