Pentateuco PDF
Pentateuco PDF
Pentateuco PDF
NITERI, 2004
Seminrio Evanglico para o
Aperfeioamento de Discpulos
e Obreiros do Reino - SEMEADOR
Superviso Editorial:
Pr. Luiz Cludio Flrido
Projeto Grfico,
Edio e Impresso:
Mdia Express Comunicao
Comunidade Crist
Jesus para o Mundo
Apresentao
E
ste livro foi escrito pela equipe de redatores do Seminrio
Evanglico Para o Aperfeioamento de Discpulos e Obreiros
do Reino - SEMEADOR com base em fundamentos
recolhidos de vrias fontes: autores cristos
reconhecidamente inspirados por Deus, estudos aceitos e adotados por
outros seminrios evanglicos de prestgio e, acima de tudo, a viso
especfica que o Esprito Santo tem atribudo ao ministrio da
Comunidade Crist Jesus Para o Mundo.
Por se tratar de contedo bblico, o assunto aqui tratado no se
esgota, em nosso entendimento, nas pginas deste ou de qualquer
outro livro. Cremos no poder revelador da Palavra de Deus, que nos
oferece novas indues a cada releitura. Por isso, o objetivo maior do
SEMEADOR no se limita ao estudo teolgico, mas sim em trazer a
presena de Deus e a Palavra Rhema na vida de discpulos e obreiros
que queiram um verdadeiro compromisso com o Seu Reino.
A Bblia e a presena de Deus so, portanto, requisitos indispensveis
para os alunos do SEMEADOR, tanto no estudo deste livro como
durante as aulas.
No to mandei eu? Esfora-te, e tem bom nimo; no te atemorizes,
nem te espantes; porque o Senhor teu Deus est contigo, por onde
quer que andares. Josu 1:9
Equipe de Redao
ndice
Captulo 1
Livro de Gnesis 7
No princpio criou Deus...
Captulo 2
Livro de xodo 29
Deixa o meu povo ir.
Captulo 3
Livro de Levtico 43
O Livro das Leis
Captulo 4
Livros: Nmeros e Deuteronmio 57
As experincias de Israel no deserto
Bibliografia 76
Programa Curricular 78
Pentateuco
Livro de Gnesis
No princpio
criou Deus
P
entateuco, no grego pentateuchos, cinco livros. Esse nome se
d coleo dos primeiros cinco livros do Antigo Testamen-
to: Gnesis, xodo, Levtico, Nmeros e Deuteronmio. O
conjunto desses cincos livros, na Bblia, so tambm chama-
dos de: Livro da Lei (Js. 1:7,8; Mt. 5:17); Lei de Moiss (I Rs. 2:3;
Ed.7:6; Lv. 2:22); Lei do Senhor (II Cr. 31:3; Lc. 2:23); Livro de Moiss
(II Cr. 25: 3,4); Livro da Lei de Deus/Senhor (Js. 24:26, II Cr. 17:9).
Todas essas designaes do Pentateuco do a entender que os cincos
livros eram tidos como um s volume, como ainda se v nos manuscritos
judaicos, ainda que citados pelos vrios nomes das palavras iniciais.
Livro de Gnesis
Gnesis, do grego gnesis, quer dizer origem; os hebreus chama-
vam esse primeiro livro de Bereshith, que significa no princpio, que so
as palavras iniciais do livro. exatamente sobre isso que fala o livro e G-
nesis ele conta a origem ou o princpio de todas as coisas. Ele conta o
princpio do universo, do homem, do pecado, da salvao, do povo hebrai-
co e tudo o que envolve a histria do mundo, com relao origem. Sem
esse livro nosso conhecimento de um Deus criador seria lamentavelmente
limitado; seramos tristemente ignorantes do incio do nosso universo.
O registro de Gnesis cobre pelo menos 2000 anos. No simples-
mente uma histria; uma interpretao espiritual da histria. Em dois ca-
ptulos Deus apresenta a narrativa da criao do mundo e do homem. Dali,
10 Pentateuco
O Autor
A posio bastante antiga de hebreus e cristos a de que Moiss,
guiado pelo Esprito de Deus, escreveu Gnesis. O livro termina trezen-
tos anos antes do nascimento de Moiss. Por isso, Moiss s poderia ter
recebido as informaes mediante revelao direta de Deus, e por via de
registros histricos a que tivesse acesso, que tinham sido transmitidos por
seus antepassados. (Am. 3:7). Sobre a histria da criao usada por
Moiss, sem dvida foi escrita bem antes, talvez por Abrao, ou No, ou
Enoque. Quem sabe? A escrita era comum antes dos dias de Abrao. Em
Ur, como em todas as cidades importantes da Babilnia, haviam muitas
bibliotecas. Sem dvida Abrao recebeu as tradies e registros de Sem
sobre a histria da criao, da queda do homem e do dilvio. Sem dvida
Abrao registrou tudo o que aconteceu com ele e com as promessas que
Deus lhe fez. Usou placas de barro, para serem guardadas posteriormen-
te.
A criao (Gn. 1 e 2)
O livro se inicia com estas palavras: No princpio criou Deus os
cus e a terra. Nestas simples palavras temos a declarao da Bblia
quanto origem deste universo material. Deus fez com que todas as coi-
sas surgissem pela palavra do seu poder. Ele falou e o universo foi for-
mado. Quem era o Deus mencionado tantas vezes nos primeiros trinta e
um versculos do gnesis? No Princpio era o verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus (Jo. 1:1). Havendo Deus antigamente
Semeador 11
A atividade da criao
... criou Deus os cus e a terra (1:1). O verbo criar usado
exclusivamente em referncia a uma atividade que somente Deus pode rea-
lizar. Significa que Ele criou a matria e a substncia, que antes nunca
existiram. A terra estava sem forma e vazia (1:2). A Bblia diz que no
princpio da criao a terra estava informe, vazia e coberta por trevas.
...e o Esprito de Deus pairava por sobre as guas (1:2). guas no
significam os oceanos e mares como conhecemos hoje, mas a condio ga-
sosa da matria existente antes deles.
O mtodo que Deus usou na criao foi o poder da Sua palavra: E
disse Deus.... Noutras palavras, Deus falou e os cus e a terra passaram a
existir. Toda a Trindade, e no apenas o Pai, desempenhou sua parte na
criao. O prprio Filho a Palavra (Verbo) poderosa, atravs de quem
Deus criou todas as coisas. Semelhantemente, o Esprito Santo desempe-
nhou um papel ativo, como vimos acima, descrito como pairando (se
movia) sobre a criao, preservando-a e preparando-a para as atividades
criadoras adicionais de Deus. Moiss passa a descrever a partir de Gnesis
1:3 as diferentes fases da criao que acontece em seis dias.
Primeiro, Deus pe uma ordem na criao:
Dia 1 Haja luz; e houve luz (vv.3-5). Deus inicia por iluminar o
seu campo de ao.
12 Pentateuco
A formao do Homem
Na criao do homem, o verbo asah, em hebraico, e em latim
fiat (seja feito), o mesmo das expresses: haja luz, produza a ter-
ra; entretanto, no versculo 26 ele encontra-se no plural: faamos. A
concluso que se chega que, quando o homem foi criado ou for-
mado, houve a ao da Trindade Deus-Pai, Deus-Filho, Deus-Esprito
Santo. O homem e a mulher receberam o encargo de serem frutferos e
de dominarem sobre a terra e o reino animal.
A Bblia ensina claramente a doutrina de uma criao especial, ou
seja, que Deus criou cada criatura (Gn. 1:24). Isto quer dizer que cada
Semeador 13
Queda (Gn. 3 e 4)
Deus criou o homem sua prpria imagem a fim de o homem ter
comunho com Ele. Mas o homem separou-se de Deus pelo pecado.
Ado e Eva foram criados em estado de inocncia, mas com poder de es-
colha. Foram dotados de mente clara e corao puro, com capacidade de
somente fazer o bem. Foram provados sob as circunstncias mais favor-
veis.
Satans, o autor do pecado, agindo por meio de uma serpente, ten-
tou-os a duvidar da Palavra de Deus. Eles cederam tentao e falharam
na prova. Os resultados so apresentados em Gnesis 3. separam-se de
Deus, a terra foi amaldioada, e a tristeza encheu-lhes o corao. E po-
rei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente;
esta te ferir a cabea, e tu lhe ferirs o calcanhar (Gn. 3:15). Como
conseqncia do pecado, Deus traria a inimizade; mas, em sua infinita
misericrdia, Deus promete Aquele que iria redimir os homens do peca-
do. A semente da mulher (Jesus) destruiria as obras do diabo. Esta a
primeira profecia divina logo aps a queda do homem.
Por causa do pecado cometido pelo homem, ele de agora em diante
dependeria do seu prprio esforo. Teria que cultivar a terra e extrair de-
la o po de cada dia (Gn. 3:19). Ado perdera a perfeita comunho com
Deus. Agora foi posto fora do Jardim (Gn. 3:23) e inicia-se uma vida in-
dependente de Deus, em meio ao sofrimento. Alm disso, Satans passou
a ter poder sobre o mundo.
de seus filhos. Tal prova deve ser considerada uma honra no reino de
Deus; (2) O crente deve confiar em Deus, que Ele estar presente, conce-
der sua graa e tudo quanto for necessrio, em qualquer circunstncia,
dentro da vontade divina; (3) Deus constantemente realiza seu propsito
redentor, restaurador, atravs da morte de uma viso; Ele pode deixar
acontecer em nossa vida, coisas que parecem destruir nossas esperanas
e sonhos; (4) Depois de uma provao de f, Deus confirmar, fortalece-
r, estabelecer e recompensar o crente; (5) Para se achar a verdadeira
vida em Deus preciso sacrificar tudo quanto Ele requer; (6) Depois de
um teste de sofrimento e de f, o resultado final da parte do Senhor para
com o crente que Ele muito misericordioso e piedoso (Tg. 5:11).
O captulo 23, registra a morte de Sara. Foi ela o grande amor de
Abrao (v.2). Sara viu o crescimento da f de Abrao, seu chamado e
elevao. E era Abrao j velho e adiantado em idade. E disse Abrao
ao seu servo: Irs minha terra e a minha parentela e da tomars mu-
lher para meu filho Isaque (Gn. 24:1-4). Isaque casa-se com Rebeca.
Este significativo evento nos transmite verdades que jamais sero esque-
cidas. Este quadro ilustra palidamente o tipo de unio de Cristo com sua
noiva, a Igreja, vejamos:
a)Abrao providenciou o casamento de Isaque. A unio de Cristo
com a Igreja foi preparada pelo Pai.
b)O servo Elizer selecionou a noiva. O Esprito Santo chama, ou
escolhe a Igreja.
c)A misso do servo era falar do seu amo e mostrar como ele hon-
rara seu filho. O Esprito Santo revela e dispensa as bnos de Jesus aos
que so dEle.
d)A plena confiana com que Rebeca aceitou seu noivo, mesmo
sem conhec-lo, portanto pela f. um tipo da Igreja que, pela f aceita
Jesus e pela mesma f caminha ao seu encontro.
e)Isaque foi ao encontro de Rebeca, assim acontecer quando do ar-
rebatamento da Igreja por Jesus.
f)Tal como Isaque conduziu Rebeca tenda da sua me, outorgan-
do-lhe direitos e privilgios iguais aos demais membros de sua famlia,
tambm a Igreja - reinar em glria com o Senhor Jesus.
Semeador 23
nhar de seu irmo. Ele engana o seu pai e recebe a beno da primogeni-
tura ao lugar de Esa. Esa quando chega com o guisado para seu pai,
descobre que Jac j recebeu a bno e chora.
Fugindo da ira do seu irmo, Jac parte para outra terra. Isaque o
abenoa e ordena que no tome mulher de entre as filhas de Cana (Gn.
28). No meio do caminho, cansado, Jac dorme no campo, e, tendo uma
pedra por travesseiro, sonha com Deus, que lhe confirma a promessa fei-
ta a Abrao. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que
fores, e te farei tornar a esta terra; porque te no deixarei, at que te ha-
ja feito o que te tenho dito (Gn.28:15). At este momento ele no sabia
da presena de Deus ali com ele. Acordado pois Jac do seu sono, dis-
se: Na verdade o Senhor est neste lugar; e eu no o sabia. E temeu, e
disse: Quo terrvel este lugar! Este no outro lugar seno a casa de
Deus; e esta a porta dos cus (Gn. 28:16,17).
Nos versculos 20 a 22, Jac faz um voto puro e consciente a Deus:
...o Senhor ser o meu Deus; e esta pedra, que tenho posto por coluna,
ser Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o d-
zimo.
Os anos passados em Har foram penosos a Jac. Vinte anos de
luta (Gn. 29 a 31). Jac enganado por seu tio Labo. Este trabalhara se-
te anos para seu tio em troca de Raquel (vv. 18-20), mas, seu tio lhe d
Lia a filha mais velha. Raquel custa a Jac mais sete anos de trabalho pa-
ra Labo.
O captulo 30 nos fala da formao da famlia de Jac: 2 esposas,
concubinas e 12 filhos. Deus com Jac (Gn. 30:37-43 e 31: 1-55), pois
atravs do prprio rebanho de Labo, por meios sobrenaturais, Jac tor-
na-se muito rico, regressando ao seu lar com grande famlia e numeroso
rebanho.
Jac obedece s instrues de Deus, separando-se de Labo e retor-
nando terra de Cana (Gn. 31), a regio onde mora Esa, seu irmo.
Deus envia anjos para assegurar a Jac sua contnua proteo. Jac teme
e se aflige medida que se aproxima do territrio de Esa (Gn. 32). Ele
passa o vau de Jaboque e luta com um anjo (vv. 22-23); luta desesperada-
mente com Deus para obter a bno prometida. Deus vendo que ele pre-
valecia, o feri na coxa (v. 25), como lembrana de que este no devia do-
ravante andar na sua prpria fora, mas, confiar inteiramente em Deus e
Semeador 25
andar na dependncia dEle. O nome Jac mudado para Israel, que signi-
fica aquele que luta com Deus (v. 28).
E levantou Jac os olhos e olhou, e eis que vinha Esa... (Gn.
33:1). Deus tinha lidado com Esa e posto dentro dele o desejo de reconci-
liar-se com seu irmo. A atitude amistosa de Esa foi resposta de Deus
orao de Jac. Os dois irmos se encontram em paz e separam-se. Por or-
dem divina, parte Jac para Betel, onde ergue um altar a Deus (Gn.35).
Ele percebe uma deteriorizao espiritual na sua famlia e ordena: Tirai
os deuses estranhos, que h no meio de vs. Por causa dessa renovao
espiritual, ele volta a experimentar a proteo, presena, revelao e bn-
o de Deus (vv. 5,9-13). Nasce Benjamim filho da minha direita-, o
ultimo filho de Jac com Raquel (vv. 16-20), que morre n parto.
O captulo 36 narra sobre os descendentes de Esa. Ele prosperou
materialmente, mas no prosperou espiritualmente. Sua vida foi caracteri-
zada por menosprezo pelas coisas espirituais (Gn. 36:2). Conseqentemen-
te, a nao que ele fundou Edom, tornou-se mpia, e veio a ser objeto da
ira de Deus.
EXERCCIO
Antigo Testamento.
2. ____ O mtodo que Deus usou na criao foi o poder da Sua palavra.
5. ____ Deus criou o homem sua prpria imagem a fim de ter comunho
com ele.
Livro de xodo
Deixa o
meu povo ir...
A
relao entre o livro de Gnesis e o de xodo muito se-
melhante que existe entre o Antigo e o Novo Testamen-
to. Gnesis marca o fracasso do homem em todas as pro-
vas e em todas as condies. xodo a epopia emocio-
nante de Deus vindo em socorro do homem.
Nele se encontra a obra redentora de um Deus soberano. xodo
preeminentemente o livro de redeno no Antigo Testamento. Comea em
trevas e tristezas, porm termina em glria. Comea contando como Deus
desceu em graa, para libertar um povo escravizado e termina declarando
como Deus desceu em glria no meio de um povo remido.
A palavra xodo vem do grego e quer dizer sada. Sem o Gnesis,
o livro de xodo no faz sentido. Gnesis, nos seus ltimos captulos, re-
gistra o estabelecimento das dez tribos no Egito e as vantagens que essa
terra lhes trariam. xodo narra as experincias do povo hebreu em perodo
ps Jos e sua sada do Egito.
O Autor
Dois pontos relacionados com este livro tm causado controvrsias: a
data do xodo e a autoria do livro. Duas datas diferentes so propostas: (a)
uma primeira data que deriva de I Reis 6:1, onde est escrito que o xodo
ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomo. Esta declara-
32 Pentateuco
A escravido (Ex. 1)
O livro de Gnesis a histria de uma famlia. O livro do xodo
a histria de uma nao. Os filhos de Jac haviam conquistado grande
favor por causa do seu irmo Jos. Depois que Jos morreu e uma nova
dinastia ascendeu ao trono do Egito, a riqueza e o grande nmero dos fi-
lhos de Israel os fizeram objeto de desconfiana. Lendo os versculos 8 a
14, podemos ver que o poderio do povo hebreu aumentou muito e isso
amedrontava os egpcios. As alegrias e direitos do povo hebreu ento ter-
minam.
Fara decreta trs decretos e leis. O primeiro sujeitando os hebreus
a trabalhos forados (v.12). O segundo que os recm-nascidos hebreus
homens deveriam ser mortos (vv.15,16) mas, as parteiras temeram a
Deus e no fizeram como o rei do Egito ordenou (v.17). O terceiro de-
creto, que todos os meninos recm-nascidos, filhos de estrangeiras fos-
sem atirados no rio (v.22).
Semeador 33
Deus fez rodear o povo pelo caminho do deserto perto do Mar Verme-
lho... (Ex.13:17 e 18). O povo de Israel podia ter chegado Terra Pro-
metida em poucas semanas, entretanto, neste caminho teriam que enfren-
tar outros povos, e eles no estavam preparados. Poderiam pedir para
voltar ao Egito, ainda que isso significasse escravido. Assim Moiss os
conduziu pelo caminho mais longo. Diz a Bblia que o Senhor ia adiante
deles de dia com uma coluna de nuvem e de noite numa coluna de fogo
(Ex. 13:21). Deus colocou essas colunas como evidncia da Sua presen-
a, do seu amor e do seu cuidado por Israel. Elas permaneceram entre
eles at chegarem at a Terra Prometida, 40 anos mais tarde.
O corao de Fara mudou, enquanto o povo de Israel fugia pelo
deserto. Ento, ele aprontou seu carro e tomou consigo seu exrcito e foi
atrs do povo (Ex. 14:5-7). Deus poderia ter impedido que Fara se le-
vantasse contra eles, podia det-los, mas este no era o seu propsito.
Moiss e o povo ficam entre o Mar Vermelho e o exrcito de Fara. Co-
mo aconteceria esse livramento? Disse o Senhor a Moiss: Por que cla-
mas a mim? Dizes aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua
vara, e estende a tua mo sobre o mar, e fende-o, para os filhos de Israel
passem pelo meio do mar em seco (Ex. 14:15-16).
O livramento de Israel atravs do Mar Vermelho confirmou a pro-
messa de Deus: O Senhor pelejar por vs (Ex. 14:14). Assim Moiss
e os filhos de Israel cantaram ao Senhor em aes de graas (Ex. 15:1-
18). Miri dana com as mulheres Israelitas (15:20).
O primeiro ponto de parada alm do Mar Vermelho foi em Mara,
palavra que significa amarga. As guas nesse lugar eram amargas por
isso do nome. O povo estava com sede e murmuraram contra Moiss di-
zendo: Que havemos de beber? (Ex. 15:24). Deus usou atravs de
Moiss um pedao de pau que jogou nas guas amargas e estas tornaram-
se doce.
No captulo 16 novamente o povo est murmurando. Apesar de tu-
do o que Deus fizera, eles perderam rapidamente a f. Disseram: Quem
dera que ns morrssemos por mo do Senhor na terra do Egito,... quan-
do comamos po at fartar. Porque nos tende tirado para este deserto,
para matardes de fome a toda esta multido (Ex. 16:3).
E o Senhor falou a Moiss: Tenho ouvido as murmuraes dos fi-
lhos de Israel; fala-lhes, dizendo: Entre as duas tardes, comereis carne, e
Semeador 37
pela manh, vos fartareis de po, e sabereis que eu sou o Senhor, vosso
Deus (Ex. 16:11,12). Deus manda a poro diria de po e cordonizes.
Ento, submete o povo prova de obedincia e f mandando que colhes-
sem na medida, o suficiente para cada dia, nem mais, nem menos, com
exceo do sexto dia que poderiam colher em dobro (v.22). e comeram os
filhos de Israel man quarenta anos, at chegarem aos termos da terra de
Cana.
Depois, disse o Senhor a Moiss para subir ao Monte com Aro, Na-
dabe e Abu, e os setenta ancios de Israel, mas, somente Moiss se che-
gou ao Senhor. E, subindo Moiss ao monte, a nuvem cobriu o monte. E
habitava a glria do Senhor sobre o monte de Sinai, e a nuvem o cobriu
por seis dias: e ao stimo dia chamou a Moiss do meio da nuvem. E o pa-
recer da glria do Senhor era como um fogo consumidor no cume do mon-
te, aos olhos dos filhos de Israel. E Moiss entrou no meio da nuvem, de-
pois que subiu ao monte: e Moiss esteve no monte quarenta dias e quaren-
ta noites (Ex. 24:15-18).
O TABERNCULO
O candelabro de ouro
Entrada
Arca
O altar do da
O vu
O altar
holocausto
SANTO LUGAR do incenso Aliana
O lavatrio
EXERCCIO
1. ____ Moiss ficou escondido durante um ano para no ser morto, quan
do beb.
todo primognito.
seco.
Livro de Levtico
O Livro
das Leis
L
evtico o livro de figuras de Deus para os filhos de Isra-
el, com o fim de ajud-los em seu treinamento religioso.
Tias as figuras apontam para a obra de Jesus Cristo. O t-
tulo Levtico sugere o tema do livro os levitas, os sa-
cerdotes e as suas funes no Tabernculo. chamado tambm o Livro
das Leis. Lembrando-nos do Livro de xodo, de como Deus havia dado a
Moiss, as instrues precisas para a construo do Tabernculo e acerca
da instituio do sacerdcio, a fim de que oficiassem nesse lugar santo.
Este livro oportuno porque insiste em que devemos manter o corpo
santo, do mesmo modo que a alma. Ensina que os remidos devem ser san-
tos porque o Redentor santo. Neste livro, Deus no s d a chave para a
nossa vida espiritual e um viver santo, mas nos surpreende com lies im-
portantes de higiene e saneamento para o cuidado do corpo. Os judeus so
uma prova maravilhosa do resultado disso em sua vida longa e vigorosa.
Este um livro divino. O versculo inicial d-nos a chave: Chamou o
Senhor a Moiss e da tenda da congregao lhe falou.
O Autor
Levtico o terceiro livro de Moiss. Mais de cinqenta vezes, o li-
vro declara que seu contedo encerra as palavras e a revelao que Deus
deu diretamente a Moiss para Israel, as quais Moiss, a seguir, reduziu
forma escrita.
No Novo Testamento, Jesus fez referncia a um trecho de Levtico e
46 Pentateuco
O Holocausto (Lv. 1)
O termo hebraico traduzido por holocausto significa aquilo que
sobe para Deus. O sacrifcio era totalmente queimado, o que significava
que a total consagrao do crente a Deus essencial adorao verdadei-
ra. Alm de ser um sacrifcio de consagrao por parte do ofertante, o sa-
crifcio do holocausto constitua-se ainda em: oferta de expiao, sacrif-
cio oferecido pelos j salvos e sacrifcio perptuo.
Esse sacrifcio tinha um ritual que envolvia os seguintes elementos
e aes:
1. A oferta de um animal sem defeito (Lv. 1:3).
Semeador 47
se despir sendo Sua tnica sorteada entre os soldados romanos; por causa
dos nossos pecados.
4. O sacerdote sozinho na tenda Da mesma forma Jesus entrou
sozinho no Santo dos Santos e fez sozinho a nossa expiao.
5. O holocausto Depois de feita a expiao, vinha a festa do holo-
causto, significando que o pecado j no existia e o povo podia alegrar-
se. Depois que Jesus nos salvou e lavou-nos dos nossos pecados, pode-
mos nos alegrar.
EXERCCIO
da.
de propriedades do outro.
Livros de Nmeros
e Deuteronmio
As experincias de
Israel no deserto
N
meros, este livro surgiu primeiramente nas verses
gregas e latinas e deriva dos dois recenseamentos ou
contagens do povo registrados nele. Entretanto, a mai-
or parte do livro, descreve as experincias de Israel no
deserto. Cronologicamente, Nmeros uma continuao da histria rela-
tada no livro de xodo. Depois de uma permanncia de mais ou menos
um ano no Monte Sinai, os israelitas se preparam para continuar a via-
gem terra que Deus lhes prometera.
O autor
A autoria de Nmeros historicamente atribuda a Moiss: (1) pe-
lo Pentateuco judaico e o Samaritano; (2) pela tradio judaica; (3) por
Jesus e pelos escritores do NT; (4) pelos escritores antigos (cristos);
(5) pelos estudiosos conservadores contemporneos; e (6) pelas evidn-
cias internas do prprio livro. Moiss, sem dvida, escreveu um dirio
durante as peregrinaes no deserto, e mais tarde disps o contedo em
forma de narrativa, pouco antes de sua morte . Este livro foi escrito por
volta do ano 1405 aC.
dotes tinham sido designados para as suas funes. O povo estava prepa-
rado para a marcha. Deus, ento, ordena a Moiss que conte o nmero
dos filhos de Israel. O censo foi feito no primeiro dia do segundo ms do
segundo ano aps a sada do povo do Egito. Contados os filhos de Israel,
verificou-se que somavam seiscentos e trs mil e quinhentos e cinqenta
homens de vinte anos para cima capazes de ir batalha. Somente a tribo
de Levi no foi contada devido ao ministrio sacerdotal (Nm. 1).
Aps a contagem, Deus ordena que eles fossem distribudos segun-
do cada tribo e colocados cada uma das tribos em determinada posio ao
redor do Tabernculo (Nm. 2). A organizao do acampamento consistia
de um crculo interno de levitas em volta do Tabernculo, e um outro ex-
terno, formado pelas doze tribos, na seguinte disposio: do lado oriental
ficaram as tribos de Jud, Issacar e Zebulom; do lado do sul as tribos de
Rben, Simeo e Gade; do lado oeste, as tribos de Efraim, Manasss e
Benjamim; e do lado Norte, as tribos de D, Aser e Naftali. Essa organi-
zao era sempre mantida quando montado o acampamento A linha de
marcha tambm foi organizada de modo que quando a nuvem se elevava,
eles pudessem se deslocar rapidamente, e quando ela pairava, pudessem
ocupar seus lugares no acampamento sem confuso. O Tabernculo no
centro do acampamento simbolizava o fato de que a vida da nao girava
em torno do Senhor, da adorao ao Redentor.
Nos captulos 3 e 4, so escolhidos e determinados os deveres dos
sacerdotes e dos levitas. A tribo de Levi foi escolhida para servir aos sa-
cerdotes e administrar o ministrio do Tabernculo. Aro e seus filhos
Nadabe, Abi, Eleazar e Itamar, foram ungidos sacerdotes. Entretanto,
Nadabe e Abi morreram quando ofereceram fogo estranho perante o Se-
nhor no Sinai. A diviso de responsabilidades entre os levitas ficou as-
sim: aos filhos de Grson, cabiam a responsabilidade de todos os panos e
vus do Tabernculo; aos filhos de Coate, a guarda das mesas, altares e
vasos; aos filhos de Merari, cabiam a guarda e transporte dos varais, t-
buas, colunas, bases, estacas e pequenas peas.
No captulo 5, Deus ordena a Moiss que os filhos de Israel lancem
para fora do arraial, quem tivesse lepra ou corrimento (fluxo), ou tivesse
tocado em cadveres, pois ficava cerimonialmente imundo. As leis sobre
a impureza faziam o povo lembrar-se constantemente dos resultados de-
vastadores do seu pecado. Por isso tais pessoas eram levadas para fora do
Semeador 61
uma vez fica indignado com tal comportamento que manda uma praga,
matando muitos deles. Neste captulo ainda Deus designa setenta ancios
para ajudarem Moiss a administrar junto ao povo (11:16,17).
No captulo 12, Miri e Aro falam contra Moiss, por causa do
seu casamento com uma mulher etope (cuxita). O pecado deles ao qus-
tionarem a autoridade de Moiss foi falta de temor a Deus e desacato
Sua palavra atravs do seu profeta. Embora eles fossem lderes, no ti-
nham o direito de contestar a autoridade de Moiss. Como conseqncia
Miri ficou leprosa e quem a salvou foi Moiss que clamou a Deus pela
sua vida.
Aps vrios dias de viagem, o povo finalmente chegou a Cades-
Barnia. Israel estava a um passo da Terra Prometida. Deus manda Moi-
ss enviar alguns homens para espiarem a terra de Cana (Nm.13). Quan-
do os espias voltaram, contaram ao povo sobre os gigantes e as cidades
cercadas de altos muros; com isso, o corao do povo desfaleceu. No
quiseram ouvir a Josu e Calebe, que mesmo confirmando tudo o que
os dez disseram, acrescentaram: Subamos animosamente e possuamo-la
em herana; porque certamente prevaleceremos contra ela (Nm.13:30).
Os espias mencionaram alguns povos que habitavam a Terra Prometida
(Nm.13:29): (1) os amalequitas que habitavam ao sul da Palestina e
sudeste das montanhas de Jud; (2) os heteus (ou hititas) que moravam
nas montanhas da Palestina, onde mais tarde Josu encontrou fortes
concentraes militares; (3) os jebuseus (ou jebusitas) que moravam em
Jerusalm, terra de Melquisedeque, cidade muito antiga, fundada uns trs
mil anos antes de Cristo; (4) os amorreus (ou amonitas), sabe-se apenas
que descendiam de Cana; (5) os cananeus, que um nome que inclui
diversos grupos tnicos, tais como: girgaseus, heveus, sineus e outros.
Entre eles estavam os anaquins, gente de estatura alta. Habitavam s
margens do rio Jordo.
Tanto Josu como Calebe resistiram opinio majoritria dos ou-
tros espias. Mas o povo no quis confiar em Deus e disse: Voltemos
para o Egito (Nm.14:4). Disse Deus a Moiss: At quando me pro-
vocar este povo? E at quando me no crero por todos os sinais que
fiz no meio deles? (Nm.14:11). No mago da rebeldia de Israel estava a
incredulidade oriunda do seu esquecimento da fidelidade de Deus no
passado, de no confiar em Deus como seu Senhor, e da no aceitao
Semeador 63
D
euteronmio uma coletnea de discursos de Moiss
dirigido ao povo de Israel. Esses discursos foram pronun-
ciados do alto do monte Pisga, ao atingir Moiss uma li-
nha divisria entre a vida terrena e a celestial. Ele recor-
dou mais de um sculo repleto de acontecimentos marcantes. Em seguida,
volta o olhar para o futuro do povo que ele est prestes a deixar.
O livro de Deuteronmio contm um resumo interessante e instruti-
vo da histria de Israel no deserto, e tambm encontramos uma narrativa
sobre Moiss nos seus ltimos captulos. um livro de recordaes, des-
tinado a uma nova gerao que nasceu no deserto e que no testemunhou
os feitos de Deus. Fars e No Fars aparecem com freqncia ao
longo do livro. Deuteronmio tambm chamado do livro da Segunda
Lei.
O Autor
Este livro foi escrito por Moiss e entregue a Israel como um docu-
mento do Concerto, para ser lido por extenso por todo o povo, a cada se-
te anos. provvel que Moiss tenha escrito o livro pouco antes da sua
morte, pois cobre um perodo de dois meses, incluindo os trinta dias de
luto por ele. Foi escrito por volta de 1405 aC.
cuidado que Deus tem para com eles ao de um pai amoroso, que cuida de
seus filhos, para que no se percam no deserto ou sofram com o calor do
sol. Deus havia suprido todas as suas necessidades (Dt. 2:7).
Moiss ainda traz lembrana, os povos daqum do Jordo, entre
os quais estavam os amonitas e os moabitas (Dt. 2:9). O discurso de Moi-
ss pode ser resumido nas seguintes palavras: Ouvir a Palavra de Deus.
Se o povo atentasse ao que tinha aprendido ao longo da peregrinao pelo
deserto, de modo a no afastar-se de Deus, as vitrias estariam assegura-
das. No os temais, porque o Senhor, vosso Deus, o que peleja por
vs (Dt. 3:22). Os israelitas se defrontariam com inimigos poderosos,
aos quais no poderiam derrotar com suas prprias foras. A tendncia
natural de Israel era temer as conseqncias pavorosas da derrota. A ni-
ca certeza da vitria seria mediante a confiana em Deus.
Moiss como desobedecera a Deus, quando feriu a rocha, foi-lhe
dito que no entraria em Cana. Mesmo assim, ele implora a Deus, pe-
dindo-lhe que revertesse a ordem e lhe permitisse atravessar o rio Jordo
e entrar na Terra Prometida (Dt. 3:23-25). Deus no o atende, a fim de
ensinar que o pecado de um lder espiritual tem graves conseqncias e
incorre em juzo rigoroso. Em lugar de entrar em Cana, recebe ordem
para subir ao monte Pisga e contemplar a terra (Dt. 3:27); e, de confortar
e animar Josu, porque ele iria adiante com o povo para possuir a terra.
Concluindo o seu discurso, Moiss exorta o povo obedincia incondi-
cional a Deus e ratifica a importncia das trs cidades de refgio dalm
do Jordo.
Vejamos abaixo algumas das advertncias dada por Moiss no seu
primeiro discurso:
1) Cumprir os estatutos e os juzos para que vivessem (Dt. 4:1).
2) No acrescentar e nem diminuir palavras aos estatutos e juzos,
para que no venha a ira do Senhor (Dt. 4:2,3).
3) Guardar e fazer segundo os estatutos, porque esta sabedoria e
entendimento diante dos outros povos (Dt. 4:6).
4) No esquecer e transmitir os estatutos aos filhos, para que tam-
bm temam ao Senhor (Dt. 4:9,10).
5) Guardar a alma da idolatria, porque o Senhor no tolera a infi-
delidade (Dt. 4:15-19).
Semeador 69
As Bnos
Bendito sers tu na cidade e bendito sers no campo.
Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos
teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.
Bendito o teu cesto e a tua amassadeira.
Bendito sers ao entrares e bendito ao sares.
O Senhor far que sejam derrotados os teus inimigos.
O Senhor determinar que a bno esteja em teu celeiro.
O Senhor te constituir para Si em povo santo.
O Senhor te dar abundncia de bens.
O Senhor te abrir o Seu bom tesouro, o cu.
O Senhor te por por cabea, e no por cauda.
As Maldies
Maldito o homem que fizer uma imagem de escultura, ou de fundi-
o.
Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua me.
Maldito aquele que mudar os marcos do seu prximo.
Maldito aquele que fizer o cego errar o caminho.
Maldito aquele que perverter o direito do estrangeiro, do rfo e da
viva.
Maldito aquele que se deitar com a madrasta, porque profanaria o
leito de seu pai.
72 Pentateuco
EXERCCIO
a Deus.
7. ____ Josu foi escolhido para liderar o povo de Israel aps a morte de
Moiss.
BIBLIOGRAFIA
Pentateuco. EETAD.