RESUMO - Processo Penal (Nestor Távora)
RESUMO - Processo Penal (Nestor Távora)
RESUMO - Processo Penal (Nestor Távora)
LINHAS INTRODUTRIAS
No que tange finalidade do direito processual penal, ela pode ser dividida em
mediata e imediata: aquela diz respeito prpria pacificao social obtida com a
soluo do conflito, enquanto a ltima est ligada ao fato de que o direito processual
penal viabiliza a aplicao do direito penal, concretizando-o.
2- ENTENDENDO O TEMA
2.1 INTERESSE
2.2 PRETENSO
2.3 LIDE
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e no com a condenao desmedida, estaria no mesmo sentido da pretenso defensiva,
buscando a adequada aplicao da lei penal.
2.4 AO
2.5 PROCESSO
a) Subjetivos:
Relativos ao juiz:
Relativo s partes:
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Capacidade de ser parte: a capacidade de contrair obrigaes e exercer
direitos. Para haver capacidade de ser parte passiva no processo penal,
preciso que o agente tenha idade igual ou superior a 18 anos, considerada
poca da ocorrncia dos fatos narrados na denncia;
Capacidade de estar em juzo sozinho: refere-se a necessidade de
assistncia e representao daqueles que no gozam da plena capacidade.
Capacidade postulatria.
b) Objetivos:
3- SISTEMAS PROCESSUAIS
o adotado no Brasil.
Tem por caractersticas fundamentais: separao entre as funes de
acusar, defender e julgar, conferidas a personagens distintos.
Os princpios do contraditrio, ampla defesa e da publicidade regem todo o
processo;
O rgo julgador dotado de imparcialidade;
O sistema de apreciao das provas o do livre convencimento motivado;
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colheita de provas, e por uma fase contraditria (judicial) em que se d o julgamento,
admitindo-se o exerccio da ampla defesa e de todos os direitos dela decorrentes.
4- FONTES
4.1 CLASSIFICAO
Vale destacar ainda que o Presidente da Repblica pode legislar, via Decreto
sobre o indulto, sendo-lhe vedado, entretanto, por medida provisria, legislar
acerca de direito penal e processual penal.
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Os costumes classificam-se em:
5- ANALOGIA
5.1 CONCEITO
5.2 ESPCIES
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anteriores, em decorrncia do princpio do tempus regit actum, continuam vlidos
e, com o advento de nova lei, os atos futuros realizar-se-o pautados pelos ditames
do novo diploma. Por imperativo constitucional, h de ser respeitado o direito
adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada.
J se a parte penal for malfica, a nova norma no ter nenhuma incidncia aos
crimes ocorridos antes de sua vigncia e o processo iniciado, todo ele, ser regido pelos
preceitos processuais previstos na antiga lei.
Obs. A lei pode ser revogada ainda que esteja em curso o perodo de vacatio legis.
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Justia brasileira, sendo um rgo especial da tessitura do nosso Judicirio, pois a
previso do artigo 7 do ADCT (relativa ao tribunal internacional de direitos humanos)
consubstancia a criao de um rgo que passa a integrar a estrutura judiciria
brasileira, como instncia ltima.
Vale destacar ainda que o princpio da presuno da inocncia tem sido encarado
como sinnimo de presuno da no-culpabilidade. So expresses equivalentes. Esta
a posio do autor. No podemos desmerecer, contudo, que em face da redao
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esboada no inciso LVII do art. 5 da CF, ensaiou-se uma distino entre presuno de
inocncia e presuno de no culpabilidade.
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9.6 PRINCPIO DA AO, DEMANDA OU INICIATIVA DAS PARTES
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Obs. Nos crimes de ao penal privada o que vigora o princpio oposto, ou seja, o da
oportunidade.
Obs. No se pode olvidar que nas aes de iniciativa privada, a vtima ou o seu
representante podem dispor da ao iniciada, dizer, desistir da mesma, seja perdoando
o autor da infrao, seja pela ocorrncia da perempo, o que leva ao reconhecimento
de que o princpio reitor o da disponibilidade.
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A publicidade dos atos processuais a regra. Todavia, o sigilo admissvel
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Obs. J quanto ao IP, por se tratar de fase pr-processual, regido pelo princpio da
sigilao, assegurando-se ao advogado, contudo, a consulta aos autos correspondentes.
Por sua vez, o Pacto de So Jos da Costa Rica dispe acerca do direito de
recorrer das decises judiciais. Entendem os autores que o referido Pacto, neste ponto,
recebido como lei ordinria, j que o direito ao recurso no pode ser enquadrado como
expresso de direito fundamental, encontrando-se, por consequncia, fragilizado, dentro
das vrias excees existentes no sistema de decises simplesmente irrecorrveis.
Pacelli, por seu turno, aviva que a exigncia de promotor natural est
relacionada com a necessidade de preservao da independncia funcional e da
inamovibilidade dos membros do Parquet de sorte a impedir toda e qualquer
substituio e/ou designao que no atendam a critrios fundados em motivaes
estritamente impessoais, e desde que em situaes previstas em lei, a exemplo de
frias, licenas, suspeies, impedimentos, rodzio na distribuio de tarefas, o caso do
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art. 28 do CPP, etc. O promotor natural a proibio do promotor ou acusador de
exceo.
O devido processo legal deve ser analisado sob duas perspectivas: a primeira,
PROCESSUAL, que assegura a tutela de bens jurdicos por meios do devido
procedimento (procedural due process); a segunda, MATERIAL, reclama, no campo
da aplicao e elaborao normativa, uma atuao substancialmente adequada,
correta, razovel (substantive due processo of law).
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A celeridade no pode se afastar da qualidade na prestao jurisdicional, afinal,
a reflexo salutar e necessria justa composio das lides.
Obs. Tal smula perdeu utilidade, pois com a lei 11.464/07 os crimes hediondos
passaram a admitir liberdade provisria.
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H entendimento de que o princpio da proporcionalidade no se identifica com
o princpio da razoabilidade. Enquanto o princpio da razoabilidade denominao
que representa uma norma jurdica consistente em um cnone interpretativo que
conduza o jurista a decises aceitveis, o princpio da proporcionalidade, de origem
germnica, representa um procedimento de aplicao/interpretao de norma
jurdica tendente a concretizar um direito fundamental em dado caso concreto.
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Assegura que ningum pode ser compelido a produzir prova contra si mesmo.
Tem pontos de contato com o princpio da presuno de inocncia e com o direito ao
silncio assegurado pela Constituio. A idia a limitao do poder de punir do
Estado.
SMULAS APLICVEIS
STJ
STF
523. No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua
deficincia s o anular se houver prova do prejuzo para o ru.
697. A proibio de liberdade provisria nos processos por crimes hediondos no veda
o relaxamento da priso processual por excesso de prazo.
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INQURITO POLICIAL
1- A PERSECUO CRIMINAL
A persecuo criminal para a apurao das infraes penais e sua respectiva
autoria comporta duas fases bem delineadas. A primeira, preliminar, inquisitiva, o
inqurito policial. A segunda, submissa ao contraditrio e ampla defesa,
denominada de fase processual.
b) Polcia judiciria
3- CONCEITO E FINALIDADE DO IP
o conjunto de diligncias realizadas pela Polcia Judiciria para a
apurao de uma infrao penal e sua autoria, a fim de que o titular da ao penal
possa ingressar em juzo.
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para proferir decises ainda antes de iniciado o processo, como por exemplo, a
decretao de priso preventiva ou a determinao de interceptao telefnica.
4- INQURITOS NO POLICIAIS
A titularidade das investigaes no est concentrada somente nas mos da
polcia civil. Existe a possibilidade do desenvolvimento de procedimentos
administrativos, fora da seara policial, destinados apurao das infraes penais e que
podem perfeitamente viabilizar a propositura da ao criminal.
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tramitar perante o tribunal onde a referida autoridade desfruta do foro
privilegiado. Ex: caso um senador venha a praticar uma infrao penal, as
investigaes vo se desenvolver sob a presidncia de um Ministro do STF.
5.2 ESCRITO
5.3 SIGILOSO
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Ao contrrio do que ocorre no processo, o inqurito no comporta
publicidade, sendo procedimento essencialmente sigiloso. Este sigilo no pode se
estender ao magistrado nem ao MP.
Sendo assim, havendo documentao do material probatrio, que j faz parte dos
autos do inqurito, no h razo para impedir o acesso.
5.4 OFICIALIDADE
5.5 OFICIOSIDADE
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Em havendo crime de ao penal pblica incondicionada, a autoridade
policial deve atuar de ofcio, instaurando o inqurito e apurando prontamente os fatos,
haja vista que, na hiptese, sua atuao decorre de imperativo legal dispensando, pois,
qualquer autorizao para agir. J nos crimes de ao penal privada e ao penal pblica
condicionada, o legislador achou por bem condicionar a persecuo criminal a
autorizao da vtima, ou conferir-lhe o prprio direito de ao.
5.6. INDISPONIBILIDADE
5.7 INQUISITIVO
Obs. Vale destacar, que ainda que de forma excepcional, existem inquritos
extrapoliciais onde a defesa de rigor, como no inqurito para a decretao da expulso
de estrangeiro e aquele instaurado para apurar falta administrativa.
5.8 AUTORITARIEDADE
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5.9 DISPENSABILIDADE
6- COMPETNCIA (ATRIBUIO)
Critrio territorial por este critrio, delegado com atribuio aquele que
exerce suas funes na circunscrio em que se consumou a infrao. Circunscrio
significa a delimitao territorial na qual o delegado exerce as suas atividades.
7- PRAZOS
7.1 REGRA GERAL
Como regra geral, para os crimes da atribuio da polcia civil estadual, o prazo
para a concluso do inqurito de 10 dias, estando o indiciado preso, prazo este
improrrogvel, e de 30 dias, se o agente enfrenta o inqurito solto. Este ltimo prazo
comporta prorrogao, a requerimento do delegado e mediante autorizao do juiz,
no especificando a lei qual o tempo de prorrogao nem quantas vezes poder ocorrer,
o que nos leva a crer que esta pode se dar pela frequncia e pelo tempo necessrio,
desde que haja autorizao judicial para tanto. No se fez previso quanto prvia
oitiva do MP para que haja ou no prorrogao. Entendem os autores que o titular da
ao deve ser ouvido, afinal, estando satisfeito com os elementos at ento colhidos,
poder de pronto deflagrar a ao, sem a necessidade de maiores delongas.
b) Crimes contra a economia popular 10 dias (como a lei no faz distino entre
indiciado preso ou solto, o prazo considerado nico, no contemplando prorrogao).
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c) Lei antitxicos 30 dias, duplicveis, em estando o indiciado preso, e 90 dias,
tambm duplicveis, se solto estiver, por deliberao judicial, ouvindo-se o MP,
mediante pedido justificado da autoridade de polcia judiciria.
d) Inquritos militares indiciado preso: 20 dias; solto: 40 dias, prorrogveis por mais
20 pela autoridade militar superior, desde que no estejam concludos exames ou
percias j iniciados, ou haja necessidade de diligncias indispensveis elucidao do
fato.
Mirabete entende que o prazo deve ser contado atendendo aos ditames do CPP,
ou seja, excluindo-se o dia do comeo e incluindo-se o ltimo dia, sem fazer distino
entre indiciado preso ou solto.
8- VALOR PROBATRIO
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dialtica, sob o crivo do contraditrio e da ampla defesa, pois s ento podero embasar
uma sentena condenatria.
Por sua vez, a lei 11.690/08, dando nova redao ao art.155 do CPP, asseverou
que:
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contraditrio e a manifestao da defesa, o que se d, em regra, na fase processual
(contraditrio diferido ou postergado).
9- VCIOS
IMPORTANTE!!! Os vcios ocorridos no inqurito policial NO atingem a ao
penal.
Tem prevalecido tanto nos tribunais como na doutrina que, sendo o inqurito
dispensvel, algo que no essencial ao processo, no tem o condo de, uma vez
viciado, contaminar a ao penal. A irregularidade ocorrida durante o inqurito
poder gerar a invalidade ou ineficcia do ato inquinado, todavia, sem levar
nulidade processual.
Ex. Havendo priso em flagrante ilegal durante o inqurito, ela deve ser relaxada;
todavia, este fato no leva nulidade do futuro processo contra o suposto autor do fato.
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Normalmente endereada autoridade policial, ao membro do MP ou ao
magistrado. Caber ao delegado, diante do fato aparentemente tpico que lhe
apresentado, iniciar as investigaes. O MP, diante de notcia crime que contenha em si
elementos suficientes revelando a autoria e a materialidade, dispensar a elaborao do
inqurito, oferecendo de pronto a denncia. J o magistrado, em face da notcia crime
que lhe apresentada, poder remet-la ao MP, para providncias cabveis, ou requisitar
a instaurao do inqurito policial.
10.2 ESPCIES
So elas:
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IMPOSSIBILIDADE do delegado de polcia invocar o princpio da insignificncia
para deixar de atuar, pois estaria movido pelo princpio da obrigatoriedade. A
anlise crtica quanto insignificncia da conduta caberia ao titular da ao penal, que
na hiptese, com base no inqurito elaborado, teria maiores elementos para promover o
arquivamento, j que a insignificncia demonstrada fator que leva a atipicidade da
conduta. Assim, deve o delegado instaurar o IP, conclu-lo e encaminh-lo ao juzo,
evitando, contudo, o indiciamento.
Nada impede, porm, que instaurado o inqurito policial, possa o suposto autor
da conduta insignificante, diante do constrangimento ilegal, impetrar habeas corpus
para trancar o procedimento investigatrio iniciado.
12- INCOMUNICABILIDADE
O art. 21 do CPP contempla a possibilidade de decretao da
incomunicabilidade do preso durante o IP, por convenincia da investigao ou quando
o interesse da sociedade o exigisse, por deliberao judicial, mediante requerimento da
autoridade policial ou do MP, e por at 3 dias. Ocorre que, este dispositivo, em face
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do disposto no art. 136, 3, IV, da CF, que no admite a incomunicabilidade at
mesmo durante o Estado de Defesa, NO FOI RECEPCIONADO PELA CARTA
MAGNA. Ora, se em momentos de grave instabilidade institucional, ensejadores da
decretao do Estado de Defesa, no poder ser determinada a incomunicabilidade,
qui nos perodos de normalidade (Tourinho).
13- PROVIDNCIAS
Dirigir-se ao local dos fatos, isolando a rea para atuao dos peritos s
aps a liberao dos peritos, que os objetos podero ser apreendidos e a cena do crime
poder ser alterada.
O termo de oitiva do indiciado ser assinado por duas testemunhas que tenham
ouvido a sua leitura, na presena do indiciado, como forma de evitar distores entre
aquilo que foi dito pelo suspeito e o que ficou registrado pelo escrivo. A omisso desta
formalidade acarreta mera irregularidade, no tendo o cunho de descredibilizar, por si
s, a realizao do ato.
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Caso o indiciado no atenda notificao para comparecer, nem justifique sua
ausncia, poder, em tese, ser conduzido coercitivamente presena da autoridade,
independentemente de representao do delegado de polcia ao juiz, consoante posio
majoritria da jurisprudncia.
Obs. Contudo, para o autor, melhor que se entenda pela necessidade de autorizao
judicial para a conduo coercitiva.
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para que o apresente, ou para que pessoa de sua confiana o traga, j que a imediata
identificao criminal seria precipitada. A lei 10.054/00 falava em 48 horas. Apesar de
sua revogao, entendem os autores que o prazo deve ser mantido.
13.2 INDICIAMENTO
No adequado que o ato de indiciar seja requisitado pelo juiz ou pelo MP.
Cabe ao delegado o ato de indiciar.
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Indiciado menor com a revogao de dispositivo do CPP que preconizava a
necessidade de curador ao menor de 21 anos e maior de 18 para o ato de interrogatrio
perante o juiz, uniformizou-se a doutrina, a jurisprudncia e a legislao processual
penal no sentido de ser desnecessria a nomeao de curador ao indiciado menor de 21
anos.
14- ENCERRAMENTO
O inqurito policial encerrado com a produo de minucioso relatrio que
informa tudo quanto apurado. pea essencialmente descritiva, trazendo um esboo
das principais diligncias realizadas na fase preliminar, e justificando eventualmente at
mesmo aquelas que no foram realizadas por algum motivo relevante.
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negativa se impe, afinal, o Ministrio Pblico, por previso constitucional (art.129,
I), o titular da ao penal, cabendo ao rgo ministerial o juzo quanto necessidade ou
no de diligencia complementar. O magistrado que indefere o pleito ministerial est
tumultuando arbitrariamente o procedimento, dando ensejo ao cabimento do recurso de
correio parcial.
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adequado seria o oferecimento da denncia, para iniciado o processo, certificar-se o
direito com a sentena absolutria. o posicionamento do STF.
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penal pblica, deve o magistrado, invocando o artigo 28 do CPP, remeter os autos
ao PGJ, para que a deliberao final seja dada por rgo superior do prprio
Ministrio Pblico. a aplicao do princpio da devoluo, onde o magistrado
remete a soluo da divergncia quanto propositura da denncia ou efetivao do
arquivamento a rgo do prprio Ministrio Pblico.
Caso o magistrado no invoque o art. 28, e remeta os autos para que outro
promotor oferea a denncia, haver frontal violao ao princpio do promotor
natural e ao devido processo legal, incorrendo o processo iniciado em nulidade
manifesta.
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IMPORTANTE!!! Cumpre destacar que, majoritariamente, O ARQUIVAMENTO
IMPLCITO NO TEM SIDO ACEITO, NEM PELA JURISPRUDNCIA, NEM
PELA DOUTRINA, justamente por ausncia de disciplina legal. Neste sentido, o STJ
sustenta que o silncio do parquet no que toca a acusados cujos nomes s aparecem em
momento subseqente ao aditamento da denncia no importa em arquivamento quanto
a eles, S SE CONSIDERANDO ARQUIVADO O PROCESSO MEDIANTE
DECISO DO JUIZ.
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No h que se falar em arquivamento do inqurito nos crimes de iniciativa
privada. Se a vtima no deseja oferecer a ao, basta ficar inerte, e com isso, ultrapassado o
prazo de seis meses, opera-se a DECADNCIA. Caso a mesma, inadvertidamente, requeira o
arquivamento do inqurito, estar renunciando ao direito de ao, e por conseqncia dando
ensejo extino da punibilidade.
Nos crimes de menor potencial ofensivo, quais sejam, os crimes com pena
mxima no superior a dois anos e todas as contravenes penais comuns, tratados
pela lei 9099/95, o legislador, visando imprimir celeridade, prev, como regra, no art.
69, a substituio do inqurito policial pela confeco do termo circunstanciado de
ocorrncia (TCO), que uma pea despida de rigor formal, contendo breve e sucinta
narrativa que descreve sumariamente os fatos e indica os envolvidos e eventuais
testemunhas, devendo ser remetido, incontinente, aos Juizados Especiais Criminais.
Obs. Por sua vez, a Lei de Txicos prev a presidncia da lavratura do TCO pelo
magistrado, nos delitos de porte para uso de substncia entorpecente e cultivo ou semeio
para consumo. Na falta do magistrado, a lavratura ser realizada pela autoridade
policial. Na atual ordem constitucional, no cabe ao magistrado esse papel, razo pela
qual entendem os autores que a previso flagrantemente inconstitucional.
SMULAS APLICVEIS
STJ
STF
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397. O poder de polcia da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de
crime cometido nas suas dependncias, compreende, consoante o regimento, a priso
em flagrante do acusado e a realizao do inqurito.
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AO PENAL
1- CONCEITO
o direito pblico subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicao do direito
penal objetivo ao caso concreto. Sendo a jurisdio inerte, e estando a autotutela
banida, como regra, do ordenamento jurdico, resta aos interessados, atravs do
exerccio do direito de ao, provocar a jurisdio no intuito de obter o provimento
jurisdicional adequado soluo do litgio.
2- CARACTERSTICAS
a) Autnomo o direito de ao preexistente pretenso punitiva do Estado, que
surge com a ocorrncia da infrao penal. O direito de ao no se confunde com o
direito material.
3- CONDIES DA AO
3.1 CONCEITO
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Na seara criminal o interesse-necessidade presumido, afinal, fazer justia
com as prprias mos caracteriza infrao penal (art. 345, CP), sendo fundamental a
soluo da lide no seio do judicirio.
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virtual dizendo que A PRESCRIO NO PODE TER POR TERMO INICIAL
DATA ANTERIOR A DENNCIA OU QUEIXA CRIME. Reduziu-se assim o
mbito da aferio do instituto, j que a prescrio virtual esta diretamente ligada
a provvel incidncia da prescrio retroativa. O STJ por sua vez sumulou a
matria, chancelando a inadmissibilidade da extino da punibilidade pela
prescrio da pretenso punitiva com fundamento em pena hipottica,
independentemente da existncia ou sorte do processo penal.
c) Legitimidade pertinncia subjetiva da ao. No plo ativo deve figurar como regra
o MP, titular exclusivo da ao penal pblica, ou o particular (querelante), titularizando
as aes de iniciativa privada, porm na condio de substituto processual, pleiteando
em nome prprio direito alheio (o ius puniendi pertence ao Estado).
De acordo com o art. 37 CPP, estando a pessoa jurdica no polo ativo da ao,
ela ser representada por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem.
Art. 37. As fundaes, associaes ou sociedades legalmente
constitudas podero exercer a ao penal, devendo ser
representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos
designarem ou, no silncio destes, pelos seus diretores ou scios-
gerentes.
Resumindo!!! Pessoa jurdica pode figurar tanto no polo ativo quanto no polo passivo
da ao penal.
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Sentena anulatria do casamento, no
crime de induzimento a erro no
matrimnio.
Ingresso no Pas, do autor de crime
praticado no estrangeiro.
Declarao da procedncia da
acusao, pela Cmara dos Deputados,
no julgamento do Presidente da
Repblica.
Sentena que decreta a falncia.
Contudo, tal expediente pode nos levar a situaes de absoluta perplexidade. Ex:
ficando demonstrado cabalmente ao final da instruo que a imputao feita na inicial
se deu em detrimento de pessoa diversa, dizer, o processamento ocorreu em face de
algum que no participou da infrao penal, deve o magistrado absolv-lo, enfrentando
o mrito, ou reconhecer que se operou a ilegitimidade passiva ad causam, extinguindo
ento o processo sem enfrentamento meritrio, por ausncia de uma das condies da
ao penal?
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Apresentada a inicial ao magistrado, este analisaria a presena ou no das
condies da ao de acordo com aquilo que foi narrado pelo autor da demanda.
Concluindo que esto atendidas as condies da ao por esta anlise prelibatria,
meramente superficial, deve receber a inicial dando incio ao processo. No transcorrer
deste, aquilo que anteriormente tratamos como condio da ao deve ser
reputado MATRIA DE MRITO, cabendo ao juiz absolver ou condenar o ru.
IMPORTANTE!!!
Art. 24. Nos crimes de ao pblica, esta ser promovida por
denncia do Ministrio Pblico, mas depender, quando a lei o exigir,
de requisio do Ministro da Justia, ou de representao do ofendido
ou de quem tiver qualidade para represent-lo.
2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do
patrimnio ou interesse da Unio, Estado e Municpio, a ao
penal ser pblica.
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Obs. A transao penal brasileira NO implica o reconhecimento de culpa nem
importar em reincidncia, distinguindo-se da transao norte-americana (plea
barganing), onde a composio pressupe a assuno da culpa pelo transacionado.
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g) Da intranscendncia ou da pessoalidade a ao s pode ser proposta contra quem
se imputa a prtica do delito. A demanda no pode prejudicar terceiros que no tenham
concorrido de alguma forma para o cometimento da infrao.
REPRESENTAO
Ausncia de rigor formal pea sem rigor formal, e pode ser apresentada
oralmente ou por escrito, tanto na delegacia, quanto perante o magistrado ou
membro do Ministrio Pblico. O importante que a vtima revele o
interesse claro e inequvoco de ver o autor do fato processado.
Obs. De acordo com o STJ, caso a vtima apresente queixa-crime por equvoco,
imaginando tratar-se de crime de iniciativa privada, a mesma pode validamente
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ser encarada como representao, em havendo a constatao de que na verdade se
trata de crime de ao pblica condicionada. Tal o desapego ao formalismo,
nitidamente desnecessrio.
Obs. A lei 9099/95 prev que a representao ser apresentada oralmente na audincia
preliminar, uma vez frustrada a composio civil dos danos. Contudo corre-se o risco
desta audincia ser realizada aps o decurso do prazo decadencial de seis meses, que
comeou a correr do conhecimento da autoria da infrao. Assim, a prudncia exige que
a autoridade policial, quando da elaborao do termo circunstanciado (TCO), j colha,
ainda na delegacia de polcia, a representao da vtima, evitando-se a frustrao da
representao pelo decurso do tempo.
#E se for emancipado, poder representar? No. Neste caso, restaria como soluo
sugerida por LFG, ou nomear-se curador especial, ou aguardar o mesmo completar 18
anos, quando s ento poder representar. O prazo decadencial s passa a contar a
partir do evento da maioridade. O risco, contudo, a ocorrncia da prescrio.
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daquele eventualmente apontado pela vtima, ou at mesmo, em assim
entendendo, promover o arquivamento.
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Destinatrio ser endereada ao Ministrio Pblico, na figura do
Procurador Geral.
5- AO PENAL PRIVADA
5.1 CONCEITO E CONSIDERAES
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interessado, a quem cabe dosar o que mais conveniente: expor-se ao processo ou
preservar a intimidade, assistindo em contrapartida a impunidade do seu algoz.
Ao que parece, a lei 12.015/09 seguiu esta tendncia, e tratando dos crimes
contra a dignidade sexual, que de regra eram de iniciativa privada, deu novo tratamento
matria, migrando a persecuo para iniciativa pblica, dependente, todavia, de
representao do ofendido, e excepcionalmente, iniciando-se incondicionalmente.
5.2 TITULARIDADE
5.3 PRINCPIOS
Renncia
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b) Da disponibilidade uma vez exercida a ao penal, poder o particular desistir da
mesma, seja perdoando o acusado, seja pelo advento da perempo.
Perdo da vtima
Perempo
Esta revela a desdia do querelante que j exerceu o direito de ao, sendo uma
sano processual ocasionada pela inrcia na conduo da AO PRIVADA (e
somente esta), desaguando na extino da punibilidade.
Hipteses:
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Obs. Ausncia justificada ilide a perempo. Caso a presena do advogado possa
substituir a do querelante, no h de se falar em perempo.
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5.4 ESPCIES DE AO PENAL PRIVADA
Tem cabimento diante da INRCIA do MP, que, nos prazos legais, deixa de
atuar, no promovendo a denncia ou, em sendo o caso, no se manifestando pelo
arquivamento dos autos do inqurito policial, ou ainda, no requisitando novas
diligncias.
Atuao do MP
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Repudiar a queixa-crime apresentada, se entender que o autor no foi
desidioso, oferecendo em substituio denncia (denncia substitutiva).
Entendemos que o MP tem que fundamentar o repdio.
Fornecer elementos de prova;
Interpor recurso;
A todo tempo, no caso de negligncia do querelante, retomar a ao como
parte principal. A ao privada subsidiria indisponvel. Restar ao
querelante afastado habilitar-se como assistente de acusao.
Quanto s custas, a previso dada pelo art. 806 do CPP, valendo ressaltar,
contudo, que alguns Estados da Federao dispensam as custas no mbito do processo
criminal. Afora estas excees, e nas hipteses de querelante ou querelado pobres, as
custas devem ser depositadas como pressuposto para a realizao do ato ou
diligncia.
6- QUESTES COMPLEMENTARES
6.1 AO DE PREVENO PENAL
51
6.3 AO PENAL PBLICA SUBSIDIRIA DA PBLICA
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concorrente e no subsidiria. Ao representar, o funcionrio no se despiu da
legitimidade, reservando-se neste caso, desde que atendido o prazo decadencial, a
ofertar a ao privada, caso a manifestao ministerial pelo arquivamento seja contrria
s suas pretenses. Neste sentido, a posio do STF.
IMPORTANTE!!!
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6.8 AO PENAL ADESIVA
Acreditam os autores que, desta forma, a nova disciplina legal ser aplicada aos
delitos ocorridos aps a entrada em vigor da Lei n 12.033/09, no abrangendo os
delitos j praticados, tendo natureza hbrida.
7- INICIAL ACUSATRIA
7.1 CONCEITO
54
Art. 363. O processo ter completada a sua formao quando
realizada a citao do acusado.
1o No sendo encontrado o acusado, ser procedida a citao por
edital.
4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o
processo observar o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Cdigo.
Lembrar!!! O processo ter completado sua formao com a citao, mas esta no
interrompe a prescrio.
55
denncia ou queixa. Se o rgo acusatrio est em dvida quanto a determinado fato
ou quanto classificao que merea, deve fazer sua opo antes do oferecimento.
Classificao do crime
Rol de testemunhas
Pedido de condenao
Endereamento
Nome e assinatura
Outros requisitos
56
Pedido de citao do demandado no essencial, sendo uma decorrncia
implcita da prpria inicial. As omisses da denncia ou da queixa podero ser supridas
a todo tempo, antes da sentena.
Obs. A nova lei de falncias permite, se o infrator estiver solto, que o promotor
aguarde a apresentao do relatrio pelo administrador judicial, apontando as
causas e eventuais circunstancias que conduziram a falncia. Apresentado o relatrio,
ter 15 dias para denunciar. Fora isso, o prazo ser o normal, 5 e 15 dias.
Obs. Encerrado o prazo em final de semana ou feriado, o mesmo ser prorrogado para o
primeiro dia til subsequente.
A perda do prazo pelo promotor para oferta da inicial no impede que a mesma
seja apresentada a destempo.
Consequncias:
57
D ensejo oferta da ao penal privada subsidiria da pblica;
Relaxamento da priso cautelar eventualmente existente, caso o
excesso seja desarrazoado;
Responsabilizao criminal do promotor desidioso por prevaricao,
caso tenha agido dolosamente.
Prazos especiais:
Prazo de 3 dias.
58
Lembrar!!! Falta ao MP legitimidade para aditar a queixa no intuito de lanar novos
acusados na ao privada exclusiva (somente irregularidade formal). J na
subsidiria da pblica, o MP dispe de ampla liberdade no aditamento, podendo,
inclusive, incluir co-rus IMPORTANTSSIMO!!!!
Por outro lado, e numa viso ampliativa, entendem os autores que todas as
hipteses que autorizaram a absolvio sumria tambm justificam a rejeio da
inicial, se cabalmente demonstradas desde o incio.
59
verdade que uma demonstrao como esta encontra dificuldades,
principalmente pela regra da superficialidade dos elementos probatrios colhidos at
esta fase da persecuo penal.
7.6.1 Repropositura da ao
60
Procedimento originrio dos Tribunais tanto o recebimento quanto a
rejeio da inicial no comportam mais qualquer recurso ordinrio, j
que a deciso ser proferida pelo tribunal. J se admitiu agravo
regimental, quando a mesma era a alada do relator. Advirta-se,
entretanto, que havendo violao CF ou norma infraconstitucional,
possvel o ingresso com recurso extraordinrio ou especial.
Nesse sentido a Smula 709 do STF, aduzindo que salvo quando nula a
deciso de primeiro grau, o acrdo que prov o recurso contra a rejeio da
denncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
Trata-se de uma autntica deciso judicial, e por fora do art. 93, inciso IX da
CF, obrigatoriamente deve ser fundamentada. No h de se exigir uma fundamentao
detalhada e profunda, afinal estamos no incio do processo, e o magistrado no pode
antecipar um juzo de mrito acerca da lide, uma vez que a instruo probatria ainda
est por vir.
SMULAS APLICVEIS
STJ
STF
61
693. No cabe HC contra deciso condenatria a pena de multa, ou relativo a processo
em curso por infrao penal a que a pena pecuniria seja a nica cominada.
709. Salvo quando nula a deciso de primeiro grau, o acrdo que prov o recurso
contra a rejeio da denncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
62
AO CIVIL EX DELICTO
63
responsvel civil, na hiptese de j haver deciso condenatria em face do agente do
delito, ser unicamente aquela atinente existncia, ou no, de relao jurdica
(contratual ou legal), entre ele e o agente do crime. A questo relativa existncia e
autoria do fato estar fora de seu alcance, desde que passada em julgado a sentena
condenatria. Ressalva apenas a possibilidade da ao civil ser intentada antes do
trnsito em julgado da sentena penal, quando ento o responsvel civil poder
ventilar toda matria em seu favor. tambm a posio dos autores.
2- COMPETNCIA NA AO REPARATRIA
Primeira posio lugar do ato ou fato.
3- SISTEMAS PROCESSUAIS
a) Sistema da confuso nele, temos as duas pretenses, civil e penal, desenvolvidas
em ao nica no juzo criminal. O pedido engloba ao mesmo tempo a condenao e a
reparao dos danos.
c) Sistema da livre escolha a parte opta pelo pleito reparatrio na esfera cvel ou na
penal. Dentro da discricionariedade do demandante, as aes podem tramitar em
conjunto na Justia criminal, ou em separado.
64
bastando que o legitimado execute o ttulo, que neste ponto lquido na esfera cvel. O
que se percebe uma tentativa de adoo do sistema da confuso, onde a pretenso
condenatria e indenizatria estariam veiculadas na mesma demanda. At porque, no
acreditam os autores que o magistrado possa reconhecer o pleito indenizatrio sem que
haja requerimento neste sentido.
65
#E se as aes tramitam paralelamente, por quanto tempo a ao civil ficar
sobrestada? Para os autores a suspenso no poder exceder o prazo mximo de um
ano, por aplicao do art. 265, 5, CPC.
66
II no houver prova da existncia do fato nada impede que se renove a
discusso na esfera cvel, tentando-se provar a existncia do fato e os danos por ele
ocasionados.
8- PRAZO PRESCRICIONAL
67
Com o advento da sentena penal transitada em julgado, o prazo prescricional
para a ao civil comea a correr. A prescrio em tal caso ocorrer com o decurso do
lapso de TRS ANOS.
SMULAS APLICVEIS
STJ
68
JURISDIO E COMPETNCIA
1- JURISDIO
1.1 CONCEITO
1.2 PRINCPIOS
c) Juiz natural art. 5, LIII (ningum ser processado nem sentenciado seno pela
autoridade competente) e XXXVII (no haver juzo ou tribunal de exceo).
f) Correlao ou relatividade o magistrado est adstrito quilo que lhe foi pedido.
Deve haver correspondncia entre a sentena e o pedido feito na inicial acusatria. No
pode haver julgamento extra, ultra ou citra petita.
Emendatio libeli
69
ainda que, em conseqncia, tenha de aplicar pena mais grave (no
momento da sentena).
1o Se, em conseqncia de definio jurdica diversa, houver
possibilidade de proposta de suspenso condicional do processo, o
juiz proceder de acordo com o disposto na lei.
2o Tratando-se de infrao da competncia de outro juzo, a este
sero encaminhados os autos.
Mutatio libelli
70
ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver
sido instaurado o processo em crime de ao pblica, reduzindo-se a
termo o aditamento, quando feito oralmente.
1o No procedendo o rgo do Ministrio Pblico ao
aditamento, aplica-se o art. 28 deste Cdigo
2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e
admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes,
designar dia e hora para continuao da audincia, com inquirio de
testemunhas, novo interrogatrio do acusado, realizao de debates e
julgamento
3o Aplicam-se as disposies dos 1o e 2o do art. 383
ao caput deste artigo.
4o Havendo aditamento, cada parte poder arrolar at 3 (trs)
testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentena,
adstrito aos termos do aditamento.
5o No recebido o aditamento, o processo prosseguir.
71
apresentados com o aditamento, apresente nova denncia, nos mesmos moldes daquela
que foi equivocadamente superada pelo aditamento. E nem se diga que este ato fere a
coisa julgada material, isto porque, com o aditamento, a imputao original foi
substituda. Portanto, a coisa julgada advinda em face da sentena est adstrita aos
termos do aditamento.
1.3 CARACTERSTICAS
2- COMPETNCIA
2.1 CONCEITO
72
a medida ou delimitao da jurisdio ou nas palavras de Tourinho Filho, o
mbito, legislativamente delimitado, dentro do qual o rgo exerce o seu Poder
Jurisdicional.
2.2 CRITRIOS
73
Infraes penais praticadas em detrimento de bens, servios ou
interesses da Unio ou de suas entidades autrquicas, empresas pblicas, excludas as
contravenes e ressalvada a competncia da Justia Militar e da Justia Eleitoral.
Smulas aplicadas:
42. Compete Justia Comum Estadual processar e julgar as causas cveis em que
parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
62. Compete Justia Estadual processar julgar o crime de falsa anotao na CTPS,
atribudo empresa privada.
74
200. O Juzo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de
passaporte falso o do lugar onde o delito se consumou.
208. Compete Justia Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de
verba sujeita a prestao de contas perante rgo federal.
209. Compete Justia Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba
transferida e incorporada ao patrimnio municipal.
75
existncia de algum obstculo na esfera estadual, que dificultasse ou impedisse o xito
das investigaes ou do processo.
No basta que a conduta afete o SFN. Para que a competncia seja da esfera
federal, fundamental que a lei ordinria, disciplinando a infrao, preveja
expressamente a competncia federal, como manda o inciso VI do art.109 da CF.
76
HC ou MS em matria criminal por demais importante dar enfoque
a autoridade coatora, ou seja, a autora da ilegalidade ou abuso de poder a
ensejar a impetrao do HC ou do MS.
Neste sentido:
77
Smula 172 do STJ - compete Justia Comum processar e julgar
militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em
servio.
IMPORTANTE!!! Se a infrao eleitoral ou aquela comum que lhe seja conexa estiver
dentro do patamar de menor potencial ofensivo, ADMITE-SE a aplicao dos
institutos despenalizadores da Lei 9099/95, como a composio civil e a transao
penal, dentro do respectivo procedimento eleitoral. tambm cabvel a suspenso
condicional do processo, que tem aplicao aos delitos com pena mnima de at um ano.
78
tentativa, pelo lugar em que for praticado o ltimo ato de
execuo.
79
2.4.3 Crimes praticados a bordo de navios ou aeronaves
Smulas aplicadas:
Smula 521 do STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de
estelionato, sob a modalidade de emisso dolosa de cheque sem proviso de fundos, o
do local onde se deu a RECUSA do pagamento pelo sacado.
Smula 244 do STJ: Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de
estelionato mediante cheque sem proviso de fundos.
STF:
Executivo:
Presidente e Vice-Presidente;
Ministros de Estado; Advogado-Geral da Unio;
Presidente do Banco Central;
Controlador-Geral da Unio;
Legislativo:
80
Judicirio:
Outras autoridades:
Procurador-Geral da Repblica;
Comandantes das Foras Armadas;
Membros do Tribunal de Contas da Unio;
Chefes de misso diplomtica permanente
STJ:
Executivo: Governadores.
Legislativo: -
Tribunais de Justia:
Executivo: Prefeitos.
Executivo: Prefeitos.
81
a autoridade continua ou no exercendo as funes, so destitudas de foro
privilegiado, sendo manejadas perante o juzo de primeiro grau.
Diante do verbete citado acima, nos crimes contra a Unio, suas autarquias e
empresas pblicas, quem julgar o prefeito o TRF, e nos crimes eleitorais, o TRE.
82
IMPORTANTE!!! Sempre que a autoridade que goza de foro privilegiado incorrer em
infrao penal, mesmo que esteja fora da jurisdio territorial do respectivo
tribunal, ser julgada perante o tribunal de origem.
IMPORTANTE!!! Em que pese a lei no ter feito distino entre competncia absoluta
ou relativa, h de se reconhecer que em se tratando de incompetncia absoluta, no
s os atos decisrios mas tambm os instrutrios devem ser reputados
imprestveis. Se a incompetncia meramente relativa, que se aproveitam os atos
de prova, restando imprestveis os atos decisrios.
2.8 PREVENO
Lembrar!!! Nas aes penais privadas, o autor pode escolher entre o local do fato e o
domiclio do ru (no e aplica as aes privadas subsidirias da pblica).
83
coatora, no fixa a preveno do magistrado para o futuro processo a ser iniciado.
Sendo o HC ao autnoma de impugnao, no vai se prestar a instituir tal vnculo.
2.9 DISTRIBUIO
2.10.1 Conexo
84
Conexo na fase preliminar investigatria a priori, no vai haver a
reunio de inquritos em razo da conexo, devendo cada um tramitar
separadamente na circunscrio em que houve a consumao de cada
infrao. Lembra Nucci, contudo, que sendo til ao esclarecimento e
busca da verdade real, pode-se providenciar a sua unio em uma s
delegacia ou departamento policial, desde que conte com a autorizao
judicial, ouvindo-se antes o Ministrio Pblico.
2.10.2 Continncia
85
rgos de hierarquia distinta prevalecer a de maior graduao. A ttulo de
exemplo: se um Deputado Federal comete infrao em concurso com cidado comum,
ambos sero julgados, em razo da continncia por cumulao subjetiva, perante o STF,
rgo naturalmente competente para julgar o Deputado.
Concorrendo a justia comum estadual com a federal, em que pese ambas serem
comuns, prevalecer a federal.
86
Essa regra ser aplicada, mesmo que a infrao de maior gravidade seja conexa
com uma outra que tenha o status de menor potencial ofensivo. Repise-se que mesmo
fora dos juizados, deve ser oportunizado para a infrao de menor potencial ofensivo a
transao penal e a composio civil dos danos, pelo acrscimo do pargrafo nico ao
art. 60 da lei 9099/95.
87
Art. 366. Se o acusado, CITADO POR EDITAL, no comparecer,
nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do
prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar
priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Recusas no jri sendo sorteado jurado que aceito por um dos defensores,
e recusado pelo colega, caso a acusao tambm o aceitasse, haveria
obrigatoriamente a separao de julgamentos. Com a reforma, se os
defensores optarem por fazer suas recusas individualmente, caso apenas um
deles no aceite o jurado, este ser afastado do julgamento, de sorte que o
jri s ser adiado se no ficarem aos menos sete jurados para
composio do conselho de sentena. Desta forma, havendo dois
advogados, caso apenas um deles recuse o jurado sorteado, e o outro o
aceite, no haver separao dos processos pela discordncia, pois o jurado
estar automaticamente afastado por ter havido uma recusa. O mximo que
poder ocorrer o adiamento, pela no obteno do mnimo de sete jurados
para composio do Conselho de Sentena.
Lembrar!!! A justia eleitoral no separa os processos, mas sim atrai para si, o
julgamento (lembrar que justia especial atrai a competncia da comum quando
conexos).
Procedimento do jri:
88
Se ao final da PRIMEIRA FASE o juiz desclassificar a infrao,
entendendo que no se trata de crime doloso contra a vida, remeter os autos
ao juzo competente. A primeira fase funciona como filtro para identificar
quais as infraes que encontram ou no substrato mnimo pra julgamento
pelo Conselho de Sentena. Da mesma forma, caso o magistrado
impronuncie o ru ou o absolva sumariamente, havendo infraes
conexas, sero remetidas ao juzo competente.
Resumindo!!! Na segunda fase do jri vai depender da deciso dos jurados, se eles
desclassificarem a infrao (reconhecem sua incompetncia), o julgamento fica afeto
ao juiz presidente, se eles absolverem (reconhecem sua competncia), continuam
competentes para apreciar as infraes conexas.
#Os processos que versem sobre crime que passam a ser de competncia da nova
vara, devem ou no ser remetidos ao novel rgo jurisdicional?
Tanto na doutrina quanto na jurisprudncia, tem-se admitido a aplicao, por fora da
analogia, do art. 87 do CPC, de forma que a competncia determinada na propositura
da ao, sendo irrelevantes as modificaes do estado de fato ou de direito ocorridas
em momento posterior, salvo nas seguintes hipteses: a) supresso de rgo
jurisdicional; b) alterao da competncia em razo da matria; c) alterao da
competncia em razo da hierarquia.
89
QUESTES E PROCESSOS INCIDENTES
1- CONSIDERAES INICIAIS
Questo incidente o fato que pode acontecer no curso do processo e que deve
ser decidido pelo juiz antes de adentrar no mrito da causa principal. Em face da
necessidade lgica de ser apreciada em primeiro lugar, diz-se que a questo incidente
prejudicial, eis que o exame da lide, via de regra, depender do seu desfecho.
2- QUESTES PREJUDICIAIS
A questo prejudicial se caracteriza por ser um antecedente lgico e
necessrio da questo prejudicada, cuja soluo condiciona o teor do julgamento
desta, trazendo ainda consigo a possibilidade de se constituir em objeto de processo
autnomo.
90
2.1 CLASSIFICAO
91
De regra, o juiz criminal competente para solucionar a questo principal e
eventualmente as prejudiciais que surjam ao longo do processo, isto , a ao penal
suficiente para tanto. O nosso CPP no prev expressamente a idia de suficincia da
ao penal. Entretanto, esse princpio decorre do sistema, significando dizer que a ao
penal apta para, por si s, prestar a tutela jurisdicional, sem a necessidade de
propositura de outras demandas para resoluo de questes prejudiciais que surjam no
curso do processo penal.
92
Pargrafo nico. Se for o crime de ao pblica, o Ministrio
Pblico, quando necessrio, promover a ao civil ou prosseguir
na que tiver sido iniciada, com a citao dos interessados.
2.5 RECURSOS
3- EXCEES
3.1 CONCEITO
93
parte; litispendncia, coisa julgada. Nada impede que a ferramenta seja tambm
utilizada pela acusao.
c) Petio a petio deve ser assinada pela prpria parte ou por procuradores com
poderes especiais. Deve vir acompanhada de prova documental e rol de testemunhas.
94
Incidindo a suspeio sobre os peritos, intrpretes e os serventurios da
justia, o juiz decidir de plano, vista da matria alegada e prova imediata.
Por seu turno, a suspeio dos jurados dever ser arguida oralmente perante o
presidente do Tribunal do Jri. Se negada pelo excepto, dever ser imediatamente
comprovada, sob pena de ser recusada a alegao de suspeio.
plausvel sustentar que a parte prejudicada pela deciso a seu respeito pode
impetrar habeas corpus ou mandado de segurana.
95
IMPORTANTE!!! Ademais, a suspeio no poder ser declarada nem
reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propsito der motivo para cri-
la, pois ningum pode se valer da sua prpria torpeza para conseguir afastar o
magistrado da causa.
a) Arguio a competncia penal questo de ordem pblica, pelo que deve ser
reconhecida de ofcio, inclusive a chamada incompetncia relativa (territorial).
Obs. Norberto Avena entende que a incompetncia relativa no pode ser declarada de
ofcio pelo juiz.
STJ Smula n 33 - A incompetncia relativa no pode ser declarada
de ofcio.
Obs. Tal posio est longe de ser pacificada, valendo registrar, a ttulo de exemplo, que
o STF entende que o recebimento da denncia, apesar de ter carga decisria, no
propriamente ato decisrio, pelo que pode ser ratificado no juzo competente.
a situao que ocorre quando duas aes esto em curso ao mesmo tempo,
tratando da mesma causa de pedir e tendo a mesma parte r. Extingue o processo sem
julgamento meritrio (absolvio de instncia) e o ponto fundamental a ser indagado
96
para seu reconhecimento so os FATOS ATRIBUDOS AO RU, pouco importando
a qualificao jurdica dada aos mesmos.
Na hiptese de ser instaurado apenas um novo inqurito policial, este deve ser
trancado atravs de habeas corpus, por faltar-lhe justa causa.
a) Arguio pode ser declarada a qualquer tempo, inclusive declarada de oficio. Deve
ser afirmada no segundo processo.
97
Do no reconhecimento da ilegitimidade, no cabe recurso algum, podendo-
se utilizar o HC como sucedneo recursal ou mesmo fazer consignar alegao da
matria em preliminar de apelao.
c) Requisitos s pode ser oposta em face do fato principal da lide. Mister se faz
provar que existem, simultaneamente: uma ao anterior com deciso transitada em
julgado; a discusso, em nova demanda, dos MESMOS FATOS j discutidos na lide
com sentena transitada em julgado, pouco importando a tipificao jurdica dada
aos fatos; parte r em lide nova, configurada na mesma pessoa que foi ru na demanda
com deciso passada em julgado.
Lembrar!!! Das decises que julgar procedente as excees cabe RSE, normalmente
as decises que julgam improcedente cabe HC. Da exceo de suspeio e
impedimento no cabe recurso (no cabe RSE porque julgado pelo tribunal).
4- INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
Enquanto a suspeio advm do vnculo ou relao do juiz com as partes do
processo, o impedimento revela o interesse do juiz em relao ao objeto da demanda,
e a incompatibilidade geralmente encontra guarida nas Leis de Organizao
Judiciria, e suas causas so amparadas em razes de convenincia.
98
De todo modo, admissvel a impetrao do mandado de segurana como sucedneo
recursal, ou de HC, a depender do interesse versado na alegao.
5- CONFLITO DE JURISDIO
Ocorre quando dois ou mais juzes se consideram, contemporaneamente,
competentes ou incompetentes para tomar conhecimento do fato delituoso. Tambm
se manifesta o conflito se existe controvrsia sobre a unidade de juzo, juno ou
separao de processos, nas hipteses de conexo ou continncia.
99
d) Cabe ao TJ apreciar conflitos entre juzes estaduais de primeiro grau que lhe sejam
vinculados.
IMPORTANTE!!! Conflito entre juizado especial federal e juiz federal ser dirimido
pelo TRF, rgo que estariam afetos os magistrados.
STJ Smula n 428 Compete ao Tribunal Regional Federal decidir
os conflitos de competncia entre juizado especial federal e juzo
federal da mesma seo judiciria.
5.2 PROCESSAMENTO
5.3 RECURSOS
6- CONFLITO DE ATRIBUIES
o conflito que se estabelece entre o rgo do Poder Judicirio e o rgo de
outros Poderes (Executivo ou Legislativo), dirimido por aquele, ou entre rgos no
jurisdicionais, resolvidos, ao menos no incio, sem a interveno da autoridade
judiciria.
100
Compete ao PGJ julgar conflitos relativos a membros do MP do mesmo
estado.
O delegado ou o juiz.
7.3 CONFISCO
O pedido de restituio pode ser acolhido de imediato, mediante termo nos autos
do IP ou do processo penal. A restituio nesse caso ser efetivada pelo delegado ou
pelo juiz.
101
Porm, se duvidoso o direito alegado pelo reclamante, o pedido de restituio
autuar-se- em apartado, assinando-se ao requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a
prova. Em tal caso, s o juiz criminal poder decidir o incidente.
Obs. Em caso de dvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeter as
partes para o juzo cvel, ordenando o depsito das coisas em mos de depositrio ou
do prprio terceiro que as detinha, se for pessoa idnea.
7.5 RECURSO
8- MEDIDAS ASSECURATRIAS
As medidas assecuratrias visam garantir o ressarcimento pecunirio da
vtima em face do ilcito ocorrido, alm de obstar o locupletamento ilcito do
infrator. Servem tambm para pagamento de custas e de eventual multa.
8.1.1 Cabimento
102
8.1.2 Embargos
Obs. Esses embargos sero julgados pelo juzo criminal, aps o trnsito em julgado
do processo principal.
8.1.3 Recurso
8.1.4 Levantamento
8.2.1 Cabimento
103
8.2.2 Embargos
8.2.3 Recursos
8.2.4 Levantamento
8.3.1 Cabimento
8.3.2 Procedimento
Art. 135. Pedida a especializao mediante requerimento, em que a
parte estimar o valor da responsabilidade civil, e designar e estimar
o imvel ou imveis que tero de ficar especialmente hipotecados, o
juiz mandar logo proceder ao arbitramento do valor da
responsabilidade e avaliao do imvel ou imveis.
1o A petio ser instruda com as provas ou indicao das provas
em que se fundar a estimao da responsabilidade, com a relao dos
imveis que o responsvel possuir, se outros tiver, alm dos indicados
no requerimento, e com os documentos comprobatrios do domnio.
2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliao dos
imveis designados far-se-o por perito nomeado pelo juiz, onde no
houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do
processo respectivo.
3o O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correr em
cartrio, poder corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade,
se Ihe parecer excessivo ou deficiente.
4o O juiz autorizar somente a inscrio da hipoteca do imvel
ou imveis necessrios garantia da responsabilidade.
104
5o O valor da responsabilidade ser liquidado definitivamente aps
a condenao, podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer
das partes no se conformar com o arbitramento anterior sentena
condenatria.
6o Se o ru oferecer cauo suficiente, em dinheiro ou em ttulos de
dvida pblica, pelo valor de sua cotao em Bolsa, o juiz poder
deixar de mandar proceder inscrio da hipoteca legal.
8.3.3 Recurso
Apelao.
8.3.4 Levantamento
A hipoteca legal ser cancelada se, por sentena irrecorrvel, o ru for absolvido
ou julgada extinta a punibilidade.
Os autos de hipoteca legal devem ser remetidos ao juiz cvel. Como a sentena
condenatria penal titulo executivo judicial na esfera cvel, as pretenses de
ressarcimento sero resolvidas neste juzo.
8.4.1 Cabimento
105
8.4.2 Recurso
8.4.3 Levantamento
8.5.1 Cabimento
8.5.2 Recurso
9- INCIDENTE DE FALSIDADE
106
9.1 INTRODUO
9.2 LEGITIMIDADE
107
prova ilcita, uma vez retirada dos autos, deve ser destruda. A posio assumida se deve
no s pelo princpio da especialidade, j que para os documentos temos regra prpria,
estampada no art. 145, IV, CPP, mas tambm pelo fato de que a destruio da prova
ilcita acabaria por eliminar a prpria materialidade que demonstra a ilegalidade na sua
produo, correndo-se o risco de no ter como responsabilizar aquele que produziu o
documento material ou ideologicamente falso.
9.4 EFEITOS
9.5 RECURSO
Pairando dvidas sobre a higidez mental do autor do ilcito, deve ser instaurado
o incidente de insanidade mental, podendo ocorrer DURANTE O INQURITO OU
NO PROCESSO. O juiz ordenar, de ofcio ou a requerimento do MP, do defensor,
do curador, do ascendente, descendente, irmo ou cnjuge do acusado, seja este
submetido a exame mdico-legal.
10.2 PROCEDIMENTO
108
O curador nomeado;
O PROCESSO PRINCIPAL SUSPENSO e A PRESCRIO CORRE
NORMALMENTE, sem prejuzo da realizao de diligencias urgentes;
As partes ofertam quesitos. Para os autores, como o magistrado que tem
legitimidade para determinar o incidente, ainda que na fase pr-processual,
deve determinar a intimao do advogado do suspeito para que apresente os
quesitos que entender pertinentes.
Os peritos se manifestam at 45 dias, prorrogveis a critrio do juiz;
Os autos, que corriam em apartado, so apensados aos principais
10.3 RECURSO
109
demandado seja submetido a tratamento psiquitrico, interditado ou at mesmo
internado em medida extra-penal.
SMULAS APLICVEIS
STJ
110
PROVA
1.2 DESTINATRIOS
1.4 OBJETO
o que se deve demonstrar, ou seja, aquilo sobre o que o juiz deve adquirir o
conhecimento necessrio para resolver a demanda.
Nesta tica:
111
O direito, como regra, no precisa ser provado. Eventualmente ser
necessrio provar a existncia e a vigncia do direito estadual,
municipal, consuetudinrio e aliengena.
Quanto ao objeto:
Indireta refere-se a um outro acontecimento que, por ilao, nos leva ao fato
principal. Ex: um libi.
112
o grau de certeza gerado pela apreciao da prova.
Esta no-taxatividade pode ser extrada do art. 155 do CPP, no seu pargrafo
nico, quando assevera que somente quanto ao estado das pessoas, sero observadas
as restries estabelecidas na lei civil.
113
A prova taxada de proibida ou vedada toda vez que sua produo implique
em violao da lei ou de princpios de direito material ou processual. So espcies
de prova vedada:
Obs. O autor discorda da utilidade dessa terceira classificao, afinal, as provas ditas
irregulares estariam, em ltima anlise, violando normas de carter processual, e logo
seriam ilegtimas.
Melhor seria que uma vez preclusa a deciso declarando a falsidade probatria,
que houvesse remessa do feito ao MP, para empreender a responsabilidade pela prtica
de eventual infrao perpetrada na produo, por analogia ao art. 145, IV, do CPP, ao
tratar do incidente de falsidade documental, ou ento, determinar o desentranhamento e
a destruio aps o trnsito em julgado da deciso final, deixando-se a prova ilcita em
total sigilo, desentranhada dos autos.
114
Como no foi contemplado recurso especfico para combater o
desentranhamento, resta a utilizao de aes autnomas de impugnao, seja o
HC, seja o mandado de segurana. Nada impede tambm que a matria seja discutida
em preliminar de futura apelao, em razo de cerceamento do direito de defesa ou de
acusao ocasionado pelo desentranhamento da prova supostamente ilcita.
1.8.1 Teoria dos frutos da rvore envenenada (fruits of the poisonous tree)
115
1.8.2 Teorias decorrentes
116
Contaminao expurgada ou conexo atenuada
Boa-f
o caso, por exemplo, da polcia que cumpre mandado de busca residencial para
apreender animais silvestres mantidos irregularmente em cativeiro, mas acaba
apreendendo computadores que poderiam revelar um esquema de sonegao fiscal.
O conflito entre bens jurdicos tutelados pelo ordenamento leva o intrprete a dar
prevalncia quele bem de maior relevncia. Nesta linha, se de um lado est o jus
puniendi estatal e a legalidade na produo probatria, e do outro o status libertatis do
ru, que objetiva demonstrar sua inocncia, este ltimo bem deve prevalecer, sendo a
prova utilizada, mesmo que ilcita, em seu benefcio.
117
ponderao axiolgica, a violao legal para produo probatria, quando estritamente
necessria, s se justifica para manuteno do status de inocncia. Sabe-se, contudo,
que j se tem invocado o princpio em exame para tutelar os interesses da acusao
(pro societate). Para os autores no se justifica a quebra de garantias constitucionais,
num Estado fora da lei, na busca do combate ao crime.
Informa que a prova, aparentemente ilcita, deve ser reputada como vlida,
quando a conduta do agente na sua captao est amparada pelo direito (excludentes de
ilicitude).
Mesmas partes;
Mesmo fato probando;
O contraditrio no processo emprestante deve ter sido respeitado no
h emprstimo de prova de um inqurito a um processo, afinal o
procedimento investigativo preliminar regido pela inquisitoriedade. O
emprstimo entre processos.
Os requisitos formais de produo probatria tenham sido atendidos no
processo emprestante, ou seja, a norma que rege a produo da prova deve
ter sido rigorosamente respeitada para que se possa falar em emprstimo.
118
Mirabete se inclina no sentido de ser insuficiente a prova emprestada, por si s,
para fundamentar condenao. A mesma deve estar corroborada pelos demais
elementos probatrios existentes nos autos. Para os autores, no existindo
hierarquia entre as provas, uma prova emprestada pode ser to importante quanto
qualquer outra, no havendo razes apriorsticas para desprivilegi-la.
Apesar da posio aqui assumida ser a mais consentnea com a atual ordem
constitucional, atribuindo-se o nus de provar por completo acusao, a posio em
contrrio tem prevalecido, DISTRIBUINDO-SE O NUS DA PROVA ENTRE
ACUSAO E DEFESA.
A verdade formal a verdade dos autos, ao passo que a verdade material lhe
antecedente, a verdade emprica, vinculada aos fatos, realidade.
119
No se deve admitir que a verdade processual seja distanciada do conceito de
verdade material, ou que esta no permeasse o processo.
120
Por esse sistema, pode se estabelecer a prova adequada para demonstrar
determinado fato ou ato, fazendo-se antecipada distino qualitativa entre as provas. o
que ocorre com a previso do art. 158 do CPP, ao exigir, nos crimes de deixam
vestgios, que a materialidade seja provada com a realizao de exame de corpo de
delito, no servindo a confisso para suprir eventual omisso. Caso no seja possvel a
realizao da percia, as testemunhas podem ser utilizadas, a confisso jamais.
121
d) Princpio da oralidade deve haver predominncia da palavra falada. Do princpio
da oralidade, decorre o princpio da concentrao, buscando-se centralizar a produo
probatria em audincia nica, ou no menor nmero delas, e o princpio da
imediatidade, aproximando o magistrado do contexto probatrio, com as provas
produzidas perante a autoridade. Alm deles, averbou-se no ordenamento o princpio
da identidade fsica do julgador, de sorte que o magistrado que preside a instruo
necessariamente aquele que ir julgar o processo, salvo as excees legalmente
contempladas, como promoo, aposentadoria, dentre outras (art. 132 do CPC).
Art. 399. Recebida a denncia ou queixa, o juiz designar dia e hora
para a audincia, ordenando a intimao do acusado, de seu defensor,
do Ministrio Pblico e, se for o caso, do querelante e do assistente
2- PROVAS EM ESPCIE
2.1 EXAMES PERICIAIS
122
2.1.1 Consideraes gerais
As percias, como regra, passam a ser realizadas por UM perito oficial, isto ,
pessoa que integra os quadros do prprio Estado, e portador de diploma de curso
superior.
123
A atuao do assistente ocorrer na fase processual, e APS a elaborao do
laudo pelos peritos oficiais. A atuao do assistente se efetiva quando a percia oficial
j foi concluda, de sorte que cabe ao juiz, aps o ingresso do laudo oficial nos autos,
deliberar pela admissibilidade ou no do assistente tcnico indicado, intimando as parte
da sua deciso, que irrecorrvel, o que no afasta a possibilidade do mandado de
segurana (ou habeas corpus) manejado como sucedneo recursal.
124
apontada, nada lhe obriga a nomear um terceiro expert, o que importaria inclusive na
procrastinao do feito.
Obs. Para os autores o exame de corpo de delito, seja o direto ou o indireto, contar
com a atuao dos peritos e com a confeco de laudo. Esta tambm a posio de
Nucci.
125
A no realizao da percia implica NULIDADE ABSOLUTA do processo, a
teor do CPP, com a ressalva da possibilidade de utilizao de testemunhas. Tal a
sada do cdigo, que no parece aos autores, a mais adequada, contudo, para todos os
casos. No transcorrer do processo, percebendo o magistrado a ausncia do exame, a
determinao ex officio supriria a omisso. Em no sendo possvel a realizao do
exame, e percebendo que a materialidade no ficou demonstrada, a alternativa a
absolvio do ru, e no o reconhecimento da nulidade do processo.
Deve ser realizado pelo menos 6 horas depois do bito. Contudo, havendo
evidncia da morte, no haver necessidade de aguardar tal lapso temporal.
126
corpo de delito anteriormente realizado. O objetivo aferir com segurana o
nvel da leso, complementando-se (no substituindo) o laudo anterior.
A percia nos instrumentos do crime, sempre que possvel, deve ser realizada,
mas sua ausncia no implica em nulidade do processo, podendo na espcie ser
suprimida por outros meios de prova.
127
J em relao escalada, ela pode ou no, deixar vestgios. Na primeira
hiptese, a realizao da percia obrigatria para a caracterizao da qualificadora. Em
no deixando vestgios a escalada, a demonstrao de que esta existiu ser realizada
atravs de testemunhas ou de outros meios probatrios (ex: cmeras de segurana).
128
a) Interrogatrio como meio de prova o tratamento dado pelo Cdigo, ao
enquadr-lo no Captulo III do Ttulo VII, destinado s provas em espcie.
129
audincia de instruo e julgamento, frustrando a realizao do interrogatrio, no h
de se falar em nulidade.
130
O interrogatrio ato de fundamental importncia na construo do
convencimento do julgador. A expectativa no s extrair as informaes colhidas com
as respostas s perguntas do ru, mas tambm sentir o comportamento deste.
2.2.4 Procedimento
131
Caso a autoridade negue a entrevista preliminar, o prejuzo presumido,
ocorrendo vcio insanvel do ato. Estar o magistrado tumultuando arbitrariamente a
evoluo procedimental, dando ensejo correio parcial.
Nada impede, apesar da alterao do art. 191 CPP, que o magistrado consigne no
termo de audincia as perguntas que deixaram de ser respondidas pelo interrogado,
relatando, se o imputado desejar, os motivos invocados para permanecer calado.
132
assistentes, vtima, independentemente do procedimento a ser seguido, superando-se o
sistema presidencialista.
133
A aplicao do dispositivo medida extrema. Tanto isso verdade que, no caso
de o acusado ameaar influenciar o nimo de testemunha ou da vtima, deve ser
priorizada a oitiva destas por videoconferncia, ao invs do primeiro, isto , o
interrogatrio, com sua natureza jurdica de meio de defesa, dever ser prioritariamente
realizado pessoalmente com o juiz.
2.3 CONFISSO
Como o ru defende-se dos fatos, estes que podem ser objeto de confisso.
2.3.3 Espcies
134
Complexa quando o ru reconhece vrios fatos criminosos que so objeto
do processo.
Qualificada o ru confessa o fato, agregando novos elementos para
excluir a responsabilidade penal, como excludentes de ilicitude, de
culpabilidade etc.
Quanto forma:
2.3.4 Requisitos
Intrnsecos:
2.3.5 Peculiaridades
135
novo interrogatrio para esta finalidade. Em razo do livre convencimento motivado,
possvel que a retratao no convena o juiz, que, na deciso, poder tomar
como verdade a confisso anteriormente apresentada. Desta forma, A
RETRATAO NO VINCULA O JULGADOR.
A delao pode levar ainda a obteno de benefcio por parte do delator, que se
veria estimulado a entregar os demais comparsas, prestando esclarecimentos para
desvendar o delito. a delao premiada ou benfica.
I) Lei 9034/95 (crime organizado) a pena ser reduzida de 1/3 a 2/3, se o agente,
colaborando espontaneamente, levar ao esclarecimento de infraes e sua autoria.
A delao deve ser espontnea por exigncia legal, sendo a iniciativa para
colaborar do prprio autor. Ele deve ter o esprito, o desejo prprio de colaborar, sem ter
havido interferncia de terceiros. Distingue-se da voluntariedade, pois esta se
caracteriza pela mera ausncia de coao, independentemente de qual o motivo que
levou o agente a contribuir, ou at mesmo se foi aconselhado pela autoridade ou
terceiros a faz-lo.
136
II) Lei 8072/90 (crimes hediondos) o participante ou associado que delatar
autoridade quadrilha ou bando, constitudos para a prtica de crimes hediondos e
assemelhados, possibilitando que sejam desmantelados, a pena ser reduzida de 1/3 a
2/3.
IV) Lei 9807/99 (proteo a vtimas e testemunhas) admite a delao premiada sem
preestabelecer a infrao praticada, convivendo harmonicamente com as demais normas
que tratam da matria.
137
VI) Lei de txicos (11.343/06) no caso de condenao, ter a pena reduzida de 1/3 a
2/3.
So necessrios:
VII) Lei 7.492/86 (crimes contra o sistema financeiro nacional) prev a reduo de
pena de 1/3 a 2/3, nos crimes cometidos por quadrilhas ou em co-autoria, para o agente
que confesse espontaneamente a infrao, revelando toda a trama delituosa
autoridade policial ou judicial.
VIII) Lei 8137/90 (crimes contra a ordem tributria) possui a mesma previso
aplicada aos crimes contra o sistema financeiro nacional.
138
Entendem os autores que o ofendido est obrigado a comparecer sempre que
devidamente intimado para o ato. A ausncia injustificada pode implicar em conduo
coercitiva determinada pelo magistrado ou pela autoridade policial, alm de eventual
responsabilidade por desobedincia. No mesmo sentido, Tourinho, Mirabete. Contra,
admitindo a conduo coercitiva, mas negando a incidncia da desobedincia, Nucci, sob o
fundamento de que no h previso expressa no CPP para a retaliao criminal pelo no
comparecimento injustificado.
139
No sendo possvel a videoconferncia, pela ausncia dos recursos
tecnolgicos necessrios, ainda assim o ru ser retirado da audincia,
prosseguindo-se com a presena do defensor.
2.5 TESTEMUNHAS
140
Tais pessoas, contudo, iro depor se desejarem, afinal podem dispor da
prerrogativa que lhes facultada. Em no havendo outra prova do crime, ou sendo o
testemunho fundamental para integrar aquelas at ento colhidas, os parentes do
ru estaro obrigados a colaborar. Ainda assim, no prestaro compromisso de dizer
a verdade, e caso mintam, no praticam falso testemunho.
141
testemunho). As pessoas indicadas no art. 206 do CPP, pelos laos de
proximidade e parentesco com o ru, no so compromissadas. Da mesma
forma, os menores de 14 anos, os doentes e deficientes mentais tambm no
so compromissados, pois no possuem a devida noo da importncia e das
repercusses do ato de testemunhar.
Este nmero deve ser contado em ateno a CADA RU, no caso de concurso
de pessoas, e para CADA FATO DELITUOSO, em sendo imputada a prtica de mais
de uma infrao.
2.5.7 Classificao
d) Prpria ouvida sobre o thema probandum, ou seja, acerca dos fatos delituosos.
142
g) Incua a pessoa que nada souber de aproveitvel elucidao da causa, no ser
computada como testemunha.
143
testemunha inexistente pra procrastinar o feito ou ganhar tempo para indicar o rol
verdadeiro de testemunhas. Entretanto, evidente que no se pode presumir a m f da
parte, e havendo certido de que a testemunha no foi encontrada, ou que faleceu ou
viajou, mesmo sem previso legal neste sentido, entendem os autores que a parte deve
ser intimada, e poder trazer, independente de qualquer formalidade, a testemunha
substituta para audincia de instruo. Desta forma, evita-se a procrastinao
processual, respeitando-se tanto o direito da acusao quanto da defesa.
Obs. Para o autor a qualificao integra o ato, e se a testemunha falta com a verdade,
incorrer nas sanes do art. 342 do CP (falso testemunho). Contra, acreditando que o
crime em espcie seria o de falsa identidade, o magistrio de Guilherme Nucci.
2.5.11 O depoimento
144
de acusao, este faz suas perguntas aps o MP. Se a testemunha do Juzo, a defesa
repergunta por ltimo.
Para que o processo pelo falso seja sentenciado, deve-se aguardar o deslinde
daquele processo em que a testemunha tenha mentido (deciso transitada em julgado), e
isto por um simples motivo: pra que o crime se caracterize, necessrio que o
magistrado ou o tribunal reconheam o depoimento como inverdico, e que o
mesmo toque em ponto relevante do processo.
Plenrio do jri neste caso, deve ser realizado quesito especfico aos jurados
acerca do falso testemunho, para que s ento as providncias sejam tomadas. Se eles
negarem a ocorrncia do crime, nada poder ser feito contra a testemunha.
145
Obs. J no falso praticado perante a Justia do Trabalho, competir Justia Federal.
Relativo.
Obs. Intimidao. O reconhecimento deve ser o mais livre possvel. Havendo receio de
intimidao, a autoridade providenciar para que o reconhecendo no veja o
reconhecedor. Essa estratgia no se aplica em juzo, pois violaria ao princpio da
publicidade, alm de espancar a ampla defesa e o contraditrio. Filiando-se ao texto
legal, inadmitindo tal expediente na instruo processual ou em plenrio de julgamento,
Magalhes Noronha e Tourinho. tambm a posio dos autores.
Art. 227 III - se houver razo para recear que a pessoa chamada para
o reconhecimento, por efeito de intimidao ou outra influncia, no
diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a
autoridade providenciar para que esta no veja aquela;
146
No se deve olvidar que o reconhecimento acaba sendo um ato de coragem e
extrema exposio, pela dificuldade e precariedade em se assegurar a integridade fsica
daqueles que se arriscam no ato de reconhecimento. H assim, aqueles que sustentam
que mesmo na fase processual o reconhecedor fique s escondidas, fazendo um
reconhecimento informal, despido das exigncias legais, e que funcionaria como
prova, afigurando-se o reconhecedor como verdadeira testemunha. Neste sentido,
Guilherme Nucci.
Reconhecimento pela voz (clich fnico) deve ser encarado como prova
inominada.
2.7 ACAREAO
meio de prova.
2.7.2 Pressupostos
Existe, ainda, a possibilidade de acareao por precatria (art. 230 do CPP), caso
alguma testemunha esteja ausente, e suas declaraes divirjam das de outra pessoa. A
diligncia s deve ser realizada quando no importe demora prejudicial ao processo e
caso o magistrado entenda relevante.
147
2.8 DOCUMENTOS
2.9.1 Conceito
148
2.9.2 Classificao
Indcio positivo indica a presena do fato ou elemento que se quer provar. Ele
ratifica a tese sustentada.
Quanto s presunes:
Estamos diante de prova indireta, que exige uma ilao para que se chegue
determinada concluso, mas nem por isso de menor importncia do que as demais
provas, indiretas ou no. Tem valor relativo como todas as demais.
149
2.10.2 Iniciativa
2.10.3 Objeto
Prender criminosos;
Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
Apreender instrumentos de falsificao ou contrafao ou objetos
falsificados ou contrafeitos;
Apreender armas e munies, instrumentos utilizados na prtica de crime
ou destinados a fim delituoso;
Descobrir objetos necessrios prova da infrao ou defesa do ru;
Apreender cartas, abertas ou no, destinadas ao acusado ou em seu
poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu contedo
possa ser til elucidao do fato. J as cartas lacradas, em razo da
blindagem prevista no art. 5, XII, da CF, instituindo a inviolabilidade do
sigilo da correspondncia, no podem ser passveis de tal medida. O STF,
contudo, j admitiu a violao da correspondncia dos presidirios pela
administrao penitenciria, sob o fundamento que o direito ao sigilo no
pode ser invocado para a prtica de infraes por parte daquele que est
preso.
Apreender pessoas vtimas de crime;
Colher qualquer elemento de convico.
2.10.4 Momento
Pode ocorrer antes do incio formal da persecuo penal (sem sequer ter sido
instaurado o IP), durante a investigao preliminar, no curso da instruo processual, na
fase recursal, onde o tribunal, no julgamento da apelao, poder determinar a
realizao da medida, ou at mesmo na fase executria.
2.10.5 Espcies
I) Busca domiciliar
150
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinao judicial;
J durante o dia, que o intervalo que vai das 6 s 18 horas, alm das hipteses
anteriores, soma-se a possibilidade do cumprimento do mandado judicial.
a) Requisitos do mandado
b) Execuo da medida
151
IMPORTANTE!!! Dispensa-se tambm o mandado nas hipteses de flagrante
admitindo-se a invaso a qualquer hora do dia ou da noite.
c) Situaes especiais
152
local competente, antes ou depois da diligncia. Se a autoridade local suspeitar da
ilegitimidade da autoridade que conduz a diligncia, ou da legalidade do mandado, deve
acercar-se das cautelas necessrias, exigindo provas para que se esclaream eventuais
dvidas, sem, contudo, frustrar a diligncia.
Obs. A exceo diz respeito aos elementos que autorizem a priso em flagrante,
notadamente quando simbolizarem a existncia de crime permanente. o que ocorre,
por exemplo, com aquele que armazena substncia entorpecente em casa.
153
A busca pessoal realizada em festas, boates, aeroportos, no tm tratamento pelo
CPP, devendo atender razoabilidade e respeitar a intimidade. Esto afetas ao lado
contratual. Aquele que no desejar se submeter mesma, tem a opo de no se valer do
servio ofertado ou simplesmente no frequentar o estabelecimento.
Obs. A busca em mulher, para evitar constrangimento, ser realizada por outra mulher,
salvo, quando importar retardamento ou prejuzo para a diligncia.
SMULAS APLICVEIS
STJ
165. Compete Justia Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido
no processo trabalhista.
STF
352. No nulo o processo penal por falta de nomeao de curador ao ru menor que
teve a assistncia de defensor dativo.
154
SUJEITOS NO PROCESSO PENAL
1- JUIZ
o juiz que caber manter a ordem dos atos processuais, tendo, para tanto, os
poderes de requisitar fora pblica.
2- MINISTRIO PBLICO
Atuao parcial ou imparcial seria possvel uma atuao imparcial?
155
O MP no rgo de acusao, mas rgo legitimado para a acusao nas aes
penais.
3- ACUSADO E DEFENSOR
Obs. A contagem de qualquer prazo do defensor pblico feita em dobro.
Capacidade para ser parte, aferida com o fato de ser sujeito de direitos e
obrigaes;
Capacidade processual ou capacidade para estar em juzo em nome prprio
(legitimatio ad processum), que no processo penal advm com a idade de 18
anos, no estando excluda a pessoa com deficincia mental, embora
necessite de curador;
Legitimidade passiva ad causam, aferida pela pertinncia da imputao de
determinado crime a algum.
156
A representao no processo penal tem um carter especial j que o direito de
defesa indisponvel, devendo ser exercido ainda contra a vontade do acusado ou na
sua ausncia, interessando esclarecer que a defesa tcnica obrigatria
complementada pela autodefesa, que pode se desenvolver ao seu lado no processo. Essa
autodefesa do acusado, que facultativa consiste na participao do ru em quase
todos os atos do processo, inclusive com a possibilidade de apresentar alegaes, como
no interrogatrio.
IMPORTANTE!!!
157
pena, sob a alegao de equvoco na sua individualizao. J no caso contrrio, v-se
que subsistiria o interesse de recorrer visando um agravamento na dosimetria da pena.
permitido ao assistente:
158
Participar do debate oral;
Arrazoar os recursos interpostos pelo MP ou por ele prprio e
contra-arrazoar os interpostos pela defesa;
Interpor RSE da sentena que decretar a extino da punibilidade e da
deciso que denegar ou julgar deserta a apelao interposta por ele
prprio;
Apelao da sentena absolutria, inclusive contra as sentenas de
impronncia e contra a sentena de absolvio sumria;
Carta testemunhvel;
Embargos de declarao;
Recurso extraordinrio (no o pode na hiptese de deciso concessiva de
HC).
5- ASSISTENTE DE DEFESA
A efetiva atuao do responsvel civil, conduzindo a composio para a
satisfao dos interesses patrimoniais da vtima, tendo repercusso direta na situao
jurdica do infrator, leva-nos concluso de que o mesmo figura como verdadeiro
assistente de defesa.
SMULAS APLICVEIS
STF
159
PRISES
A priso processual passou a ser apenas uma das espcies do gnero medidas
cautelares, tidas como quaisquer medidas decretadas judicialmente de forma
antecipada, com a finalidade de resguardar determinado resultado til e futuro,
desde que presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora.
160
permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas
infraes; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
III - proibio de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela
permanecer distante; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
IV - proibio de ausentar-se da Comarca quando a permanncia seja
conveniente ou necessria para a investigao ou instruo; (Includo
pela Lei n 12.403, de 2011).
V - recolhimento domiciliar no perodo noturno e nos dias de folga
quando o investigado ou acusado tenha residncia e trabalho
fixos; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
VI - suspenso do exerccio de funo pblica ou de atividade de
natureza econmica ou financeira quando houver justo receio de sua
utilizao para a prtica de infraes penais; (Includo pela Lei n
12.403, de 2011).
VII - internao provisria do acusado nas hipteses de crimes
praticados com violncia ou grave ameaa, quando os peritos
conclurem ser inimputvel ou semi-imputvel (art. 26 do Cdigo
Penal) e houver risco de reiterao; (Includo pela Lei n 12.403, de
2011).
VIII - fiana, nas infraes que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstruo do seu
andamento ou em caso de resistncia injustificada ordem
judicial; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
IX - monitorao eletrnica. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
1o (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
2o (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
3o (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
4o A fiana ser aplicada de acordo com as disposies do Captulo
VI deste Ttulo, podendo ser cumulada com outras medidas
cautelares. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
161
decretar a priso preventiva (art. 312, pargrafo nico). (Includo
pela Lei n 12.403, de 2011).
5o O juiz poder revogar a medida cautelar ou substitu-la quando
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a
decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem. (Includo pela Lei
n 12.403, de 2011).
6o A priso preventiva ser determinada quando no for cabvel a
sua substituio por outra medida cautelar (art. 319). (Includo
pela Lei n 12.403, de 2011).
Obs. O juiz a nica autoridade com competncia para decretar medidas desta natureza
(clusula de reserva de jurisdio).
162
1o As medidas cautelares previstas neste Ttulo NO SE
APLICAM infrao a que no for isolada, cumulativa ou
alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
163
Fixa-se como responsabilidade do juiz processante a remoo do preso em
comarca distinta da sua, no prazo mximo de 30 dias.
As pessoas presas provisoriamente ficaro sempre separadas das que
estiverem definitivamente condenadas.
Por conta disso, exige-se que toda priso seja devidamente comunicada ao
magistrado, para que este possa analisar a legalidade da mesma. Em constatando que a
priso legal, dever o juiz homologa-la. De outro lado, se percebe que a priso
ilegal, dever o magistrado relaxa-la, sob pena de cometimento de crime de abuso de
autoridade.
164
do registro do Conselho Nacional de Justia e informar ao juzo
que a decretou. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
4o O preso ser informado de seus direitos, nos termos do inciso
LXIII do art. 5o da Constituio Federal e, caso o autuado no
informe o nome de seu advogado, ser comunicado Defensoria
Pblica. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
5o Havendo dvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da
pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o
disposto no 2o do art. 290 deste Cdigo. (Includo pela Lei n
12.403, de 2011).
6o O Conselho Nacional de Justia regulamentar o registro do
mandado de priso a que se refere o caput deste artigo.
3- FORMALIDADES E EXECUO
3.1 MANDADO DE PRISO
Ser assinado pela autoridade, que obrigatoriamente deve ser a competente, sob
pena de ilegalidade manifesta da priso.
165
far guardar todas as sadas, tornando a casa incomunicvel, e,
logo que amanhea, arrombar as portas e efetuar a priso.
Pargrafo nico. O morador que se recusar a entregar o ru oculto
em sua casa ser levado presena da autoridade, para que se proceda
contra ele como for de direito.
166
Em sendo caso de flagrante, a autoridade do lugar da priso proceder lavratura do
auto, remetendo o mesmo ao juiz local, para aferio da legalidade do ato. S aps, os
autos e o preso sero remetidos comarca originria.
167
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficaro separadas
das que j estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei
de execuo penal. (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
Pargrafo nico. O militar preso em flagrante delito, aps a
lavratura dos procedimentos legais, ser recolhido a quartel da
instituio a que pertencer, onde ficar preso disposio das
autoridades competentes. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
Ademais, o ato processual praticado com o uso arbitrrio das algemas ser
reputado nulo, alm da ilegalidade da priso efetivada. Entendem os autores que a
sano de nulidade, no que tange aos atos processuais, ter cabimento quando haja
168
prejuzo ao imputado, como na realizao de audincias, no jri ou no, com o uso
desnecessrio das algemas, em que a m impresso ocasionada potencializa o prejuzo
no s em relao aos jurados, como tambm ao prprio magistrado, testemunhas,
vtima, que acabam, de algum modo, tirando suas impresses da cena.
De outro lado, na realizao da priso cautelar, a ilegalidade do procedimento na
utilizao do uso de algemas, implicando no relaxamento prisional, no impedir,
havendo elementos que justifiquem a medida, que nova priso cautelar seja decretada,
desde que motivadamente.
O RDD foi inserido pela lei 10.792/03, dando tratamento carcerrio mais spero
a determinado indivduos estereotipados com o rtulo de perigosos, tendo carter
eminentemente neutralizador.
169
Por sua vez, permitir o RDD em razo de o detento representar alto risco para a
segurana do estabelecimento ou da sociedade imputar o nus da falncia do
sistema prisional exclusivamente ao preso. E o que seria este alto risco? A sano seria
motivada por aquilo que o preso representa, e no pelo que realmente ele fez, em
verdadeiro direito penal do autor, e no do fato.
4- PRISO TEMPORRIA
4.1 CONCEITO
4.2 DECRETAO
170
IMPORTANTE!!! A lei no contemplou a vtima como legitimada a requerer a
temporria; caber ao delegado representar pela medida na fase do inqurito por crime
de iniciativa privada. A lei tambm no tratou do assistente de acusao, no s
porque dentro de suas atribuies ele no pode requerer decretao de nenhuma
modalidade prisional, como tambm pelo fato da figura do assistente s existir na fase
processual, sendo a temporria nsita fase do inqurito.
4.3 CABIMENTO
171
j) envenenamento de gua potvel ou substncia alimentcia ou medicinal qualificado pela morte (art.
270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Cdigo Penal;
m) genocdio (arts. 1, 2 e 3 da Lei n 2.889, de 1 de outubro de 1956), em qualquer de sua formas
tpicas;
n) trfico de drogas (art. 12 da Lei n 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n 7.492, de 16 de junho de 1986).
Resumindo!!! Para ser decretada a temporria preciso que seja imprescindvel para as
investigaes policiais ou que o ru no tenha endereo fixo ou no se identifique (pode
ser um ou outro); e que haja fundadas razes que tenha praticado um dos crimes
previsto na lei (quesito obrigatrio).
4.4 PRAZOS
172
IMPORTANTE!!! O prazo da temporria ser somado ao prazo que a autoridade
policial desfruta para concluir o inqurito policial, dentro da perspectiva de
tratamento do indiciado preso.
4.5 PROCEDIMENTO
5- PRISO EM FLAGRANTE
5.1 CONCEITO
173
Flagrante o delito que ainda queima; aquele que est sendo cometido ou
acabou de s-lo.
174
FLAGRANTE IMPRPRIO (irreal ou quase flagrante) o agente
perseguido, logo aps a infrao, em situao que faa presumir ser o autor do delito. A
expresso logo aps abarca todo espao de tempo que flui para a polcia chegar ao
local, colher as provas do delito e iniciar a perseguio do autor.
O lapso temporal consegue ainda ter maior elasticidade, pois a priso decorre do
encontro do agente com os objetos que faam a conexo com a prtica do crime.
175
Uma vez iniciada a atividade criminosa, e realizada a priso, estaremos diante,
em regra, de verdadeiro flagrante prprio, pois o indivduo ser preso cometendo a
infrao, enquadrando-se na hiptese do art. 302, I.
Nada impede que o flagrante esperado seja realizado por particular, que poder,
validamente, sabendo que a infrao ir ocorrer, aguardar o incio dos atos executrios
para prender em flagrante.
Para o Supremo como no poder haver consumao, j que esta obstada pela
realizao da priso, estaramos diante de verdadeiro crime impossvel. Por
conseqncia, eventual inqurito ou processos iniciados devem ser trancados via habeas
corpus, afinal no houve infrao.
176
faculdade de aguardar, do ponto de vista da investigao criminal, o momento mais
adequado para realizar a priso, ainda que sua atitude implique na postergao da
interveno.
Crime permanente
Crime habitual
177
Em posio contrria a aqui defendida, Mirabete adverte que no incabvel a
priso em flagrante em ilcitos habituais se for possvel, no ato, comprovar-se a
habitualidade.
Crime continuado
178
IMPORTANTE!!! A lei de drogas assevera que na posse para uso de substncias
entorpecentes e condutas assemelhadas NO SE LAVRAR O AUTO DE PRISO
EM FLAGRANTE, realizando-se o termo circunstanciado. O usurio de drogas ser
ento conduzido presena da autoridade judicial, para que seja realizada a lavratura
do TCO. S na ausncia do juiz, que as providncias sero tomadas diretamente pelo
delegado, no local em que se encontrar, VEDANDO-SE A DETENO DO
AGENTE.
IMPORTANTE!!! Percebe-se que mesmo que o agente se negue a assumir o
compromisso de comparecer aos juizados, ainda assim no ser detido, obstando a
lei, peremptoriamente, a priso do usurio de substncia entorpecente. verdadeira
hiptese de liberdade provisria incondicionada.
Obs. Aos crimes praticados com violncia domstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, no se aplica a lei 9099. Assim, diante de uma
infrao de menor potencial ofensivo, ao invs do termo circunstanciado, pelo texto da
lei, deve a autoridade policial lavrar o auto de priso em flagrante, recolhendo o
agressor ao crcere.
Acreditam os autores que o referido dispositivo atenta contra o art. 98, I, da CF,
afinal, o tratamento das infraes de menor potencial ofensivo emana diretamente da
Carta Magna, no podendo a lei ordinria, de forma casustica, excepcionar o
mandamento constitucional.
Sujeito ATIVO
aquele que efetua a priso. Pode ser qualquer pessoa. J o condutor a pessoa
que apresenta o preso autoridade que presidir a lavratura do autor, nem sempre
correspondendo quela que efetuou a priso.
Sujeito PASSIVO
Excees:
179
A Corte Suprema encampou entendimento distinto do aqui defendido,
manifestando-se favoravelmente perda da imunidade.
Autoridade competente
180
Oitiva do condutor suas declaraes sero reduzidas a termo, colhida a
assinatura, e ao mesmo ser entregue cpia do termo e recibo de entrega do
preso.
Nota de culpa
181
Ser entregue em 24 horas da realizao da priso, mediante recibo. Caso o
preso se negue a assinar o mesmo, entendem os autores, que por analogia do 3 do art.
304, a utilizao de duas testemunhas continua sendo a soluo.
Dispe o art. 306 do CPP com redao dada pela reforma de 2011:
Obs. de se frisar que para o STJ, se essa comunicao (caput) ocorrer de forma
tardia ela no invalidar o auto de priso em flagrante.
182
II - converter a priso em flagrante em preventiva, quando
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Cdigo, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas
da priso; ou (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
III - conceder liberdade provisria, com ou sem fiana. (Includo
pela Lei n 12.403, de 2011).
Pargrafo nico. Se o juiz verificar, pelo auto de priso em
flagrante, que o agente praticou o fato nas condies constantes dos
incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Cdigo Penal, poder, fundamentadamente,
conceder ao acusado liberdade provisria, mediante termo de
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogao.
Prev ainda o art. 306, 1, que cpia integral do auto de flagrante ser
encaminhada Defensoria Pblica, caso o preso no indique o nome do seu
advogado.
Obs. A lei no fala em preso pobre, e sim naquele que no tem advogado. Desta
forma, atuando a Defensoria Pblica e apurando-se posteriormente que o preso tem
condio financeira, deve o juiz arbitrar honorrios, a serem depositados em fundo em
favor da Instituio.
183
Comunica-se a priso ao juiz competente, ao MP (includo pela reforma), a
famlia do preso ou a quem ele indicar. Se no indicar advogado, cpia do auto
ser enviado a defensoria pblica (no fala em preso pobre). O preso deve
receber nota de culpa em 24 horas (contado da priso), contendo o resumo da
acusao, alm do nome da autoridade, do condutor e das testemunhas.
Recebido o auto de priso em flagrante, o juiz, FUNDAMENTADAMENTE,
pode: a) relaxa-lo, determinando a soltura do indiciado, por considera-lo ilegal;
b) mant-lo, por reputa-lo legal, optando por: b.1) converter a priso em
flagrante em preventiva, se presentes os requisitos do art. 312 do CPP e no
cabvel nenhuma outra medida cautelar alternativa (carter subsidirio da
preventiva); b.2) conceder liberdade provisria, com ou sem fiana, conforme o
caso.
Sempre que for constatada a possibilidade de ocorrncia de alguma excludente
de ilicitude, deve o juiz conceder a liberdade provisria sem fiana.
6- PRISO PREVENTIVA
6.1 CONCEITO
184
IMPORTANTSSIMO!!! Pode ainda ser decretada com base em requerimento do MP
ou do querelante ou do ASSISTENTE (este ultimo passou a ter legitimidade aps a
reforma de 2011), ou ainda mediante representao da autoridade policial.
Obs. H uma nica hiptese prevista em lei em que se fixa o prazo de durao da priso
preventiva (lei do crime organizado). Ela determina que o prazo do encerramento da
instruo criminal ser de 81 dias, quando o ru estiver preso, e 120 dias quando o ru
estiver solto.
6.3 PRESSUPOSTOS
185
Nucci, emprestando interpretao diversa, assevera que a garantia da ordem
pblica deve ser visualizada pelo trinmio gravidade da infrao + repercusso social
+ periculosidade do agente. Assim, a gravidade da infrao, a repercusso que a
mesma possa atingir, com a indignao social e a comoo pblica, colocando em
cheque a prpria credibilidade do judicirio, e a periculosidade do infrator, daquela que
por si s um risco, o que se pode aferir da ficha de antecedentes, ou da frieza com que
atua, poderiam, em conjunto ou separadamente, autorizar a segregao cautelar.
Evita-se aqui a fuga do agente, impedindo o sumio do autor do fato, que deseja
eximir-se de eventual cumprimento da sano penal. A mera conjectura, ou a
possibilidade em razo da condio econmica do ru, no so, isoladamente, fatores
suficientes para arregimentar a priso.
186
Obs. Crimes contra o sistema financeiro nacional a lei prev que a preventiva
poder ser decretada, afora as hipteses previstas no art. 312 do CPP, em razo da
magnitude da leso causada pela infrao. Ao que parece, coadunando o
entendimento majoritrio, que o fundamento no se sustenta, afinal, a necessidade do
crcere no pode estar pautada na magnitude da leso, que consequncia do crime e
no justificativa prisional. Todavia, nos tribunais, esta hiptese prisional ainda subsiste.
O art. 313 do CPP, com a redao dada pela reforma de 2011, trata das
CIRCUNSTNCIAS LEGITIMADORAS da priso preventiva:
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Cdigo, ser admitida a
decretao da priso preventiva: (Redao dada pela Lei n
12.403, de 2011).
I - NOS CRIMES DOLOSOS PUNIDOS COM PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE MXIMA SUPERIOR A 4
(QUATRO) ANOS; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentena
transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I
do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Cdigo Penal; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violncia domstica e familiar contra a
mulher, criana, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficincia, para garantir a execuo das medidas protetivas de
urgncia; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011). (a proteo
no se restringe mais a vtima do sexo feminino, como ocorria
antigamente. Agora, abarca tambm criana, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficincia).
IV - (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
187
Pargrafo nico. Tambm ser admitida a priso preventiva
quando houver dvida sobre a identidade civil da pessoa ou
quando esta no fornecer elementos suficientes para esclarec-la,
devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade aps a
identificao, salvo se outra hiptese recomendar a manuteno
da medida. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
J o art. 314 do CPP trata da CIRCUNSTNCIAS IMPEDITIVAS da priso
preventiva: no ser decretada a priso preventiva se houver prova nos autos de que o
agente praticou o fato sob o MANTO DE UMA CAUSA EXCLUDENTE DE
ILICITUDE. A prova da excludente no precisa ser cabal (juzo de certeza), sendo
suficiente a presena de indcios a esse respeito (fumus boni iuris).
Nada impede que uma vez relaxada a priso em flagrante, pelo no enquadramento da
situao ftica em uma das hipteses legais, ou pelo desatendimento das formalidades
essenciais na lavratura do auto, que seja decretada, na sequncia, a preventiva, se atendidas
todas as exigncias para a decretao da medida. No h razo, contudo, se o relaxamento do
flagrante se deu por excesso prazal, afinal, o tempo de encarceramento cautelar que passou
a ser decisivo para a ilegalidade, no cabendo trocar uma medida por outra.
Obs. A medida no poder ser executada at cinco dias antes e quarenta e oito horas
depois das eleies.
6.6 FUNDAMENTAO
Como toda deciso judicial (art. 93, IX, CF) , deve haver fundamentao da
deciso que decretar, substituir ou denegar a priso preventiva, nos termos do art.
315 do CPP, com a redao dada pela reforma de 2011, sempre com base nos motivos
cautelares anteriormente analisados (necessidade).
188
Essa fundamentao pode ser sucinta, mas nunca lacnica. at possvel o
magistrado fazer meno ao parecer do MP, mas desde que este ltimo esteja
devidamente fundamentado e que o julgado se utilize do mesmo como forma de ilustrar
o seu prprio raciocnio.
Obs. Se o crime foi cometido mediante coautoria ou participao, exige-se do juiz a
anlise pessoal e individualizada da situao de cada um dos agentes.
6.7 REVOGAO
Se pela anlise dos autos percebe-se que o agente atuou sob o manto de uma
excludente de ilicitude, a preventiva no ser decretada. No s as excludentes de
ilicitude previstas na parte geral do Cdigo Penal estariam elencadas, mas tambm, por
analogia as previstas na parte especial e na legislao extravagante.
De lege ferenda, e nos valendo mais uma vez da analogia, entendemos que as
causas que afastam a culpabilidade tambm obstariam a segregao cautelar
preventiva, afinal, se provvel a absolvio, em razo da presena das justificantes ou
das dirimentes, no h razo para o crcere.
189
6.9 APRESENTAO ESPONTNEA DO ACUSADO
Ocorre que a reforma alterou este dispositivo, no regulando mais este tema.
Desse modo, entendo eu, independente se ocorreu ou no a apresentao espontnea do
acusado, o que deve ser analisado para fins de decreto da priso preventiva a
presena de motivos cautelares.
190
De outro lado, o art. 318 do CPP assevera que o juiz poder substituir a priso
preventiva anteriormente decretada pela domiciliar quando o agente for:
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Includo pela Lei n 12.403, de
2011).
II - extremamente debilitado por motivo de doena grave; (Includo
pela Lei n 12.403, de 2011).
III - imprescindvel aos cuidados especiais de pessoa menor de 6
(seis) anos de idade ou com deficincia; (Includo pela Lei n 12.403,
de 2011).
IV - gestante a partir do 7o (stimo) ms de gravidez ou sendo esta de
alto risco. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
Pargrafo nico. Para a substituio, o juiz exigir prova idnea
dos requisitos estabelecidos neste artigo. (Includo pela Lei n
12.403, de 2011).
191
Na sentena condenatria o juiz decidir, fundamentadamente, sobre a
manuteno ou, se for o caso, imposio de priso preventiva ou de outra medida
cautelar, sem prejuzo do conhecimento da apelao que vier a ser interposta. Deve o
magistrado expressamente revelar a justificativa da priso, para que esta no se
transmude em ilegal, desafiando relaxamento.
O grande mrito dessa importante deciso do STF deixar claro, de uma vez por
todas, que, em face do princpio da presuno da inocncia, toda priso anterior ao
trnsito em julgado da sentena condenatria (priso cautelar) excepcional,
somente podendo ser decretada por razes de necessidade, aqueles mesmos relativos a
priso preventiva e estampados no art. 312 do CPP.
192
permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas
infraes; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
III - proibio de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela
permanecer distante; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
IV - proibio de ausentar-se da Comarca quando a permanncia seja
conveniente ou necessria para a investigao ou instruo; (Includo
pela Lei n 12.403, de 2011).
V - recolhimento domiciliar no perodo noturno e nos dias de folga
quando o investigado ou acusado tenha residncia e trabalho
fixos; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
VI - suspenso do exerccio de funo pblica ou de atividade de
natureza econmica ou financeira quando houver justo receio de
sua utilizao para a prtica de infraes penais; (Includo pela Lei
n 12.403, de 2011).
VII - internao provisria do acusado nas hipteses de crimes
praticados com violncia ou grave ameaa, quando os peritos
conclurem ser inimputvel ou semi-imputvel (art. 26 do Cdigo
Penal) e houver risco de reiterao; (Includo pela Lei n 12.403, de
2011).
VIII - fiana, nas infraes que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstruo do seu
andamento ou em caso de resistncia injustificada ordem
judicial; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
IX - monitorao eletrnica. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
4o A FIANA ser aplicada de acordo com as disposies do
Captulo VI deste Ttulo, PODENDO SER CUMULADA com
outras medidas cautelares. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
193
12.1 RESUMO DO NUCCI SOBRE O CAPTULO APS REFORMA
Elimina-se do cenrio processual penal qualquer modalidade de priso
administrativa.
Criam-se vrias medidas cautelares, alternativas priso preventiva, quando
possvel a substituio.
Varias delas j so conhecidas como condies para o gozo do sursis, livramento
condicional ou regime aberto. H, inclusive, medida cautelar utilizada como
pena alternativa, caso da proibio de frequentar lugares.
O sucesso ou fracasso das novas medidas cautelares depender de dois fatores
preponderante: a) a efetiva aplicao pelos juzes; e b) o apoio, em forma de
recurso estatal, para muitas delas, como, por exemplo, a monitorao
eletrnica.
A mais importante novidade diz respeito a INTERNAO PROVISRIA,
que permite o recolhimento cautelar de enfermos e perturbados mentais,
que tenham cometido fato criminoso grave, sob suspeita de reiterao.
Havia lacuna nesse sentido, pois a medida de segurana provisria foi revogada
pela LEP.
A fiana ampliada, deixando de ser somente uma garantia real, aplicada na
concesso de liberdade provisria, para tornar-se medida cautelar, passvel de
cumulao com outras medidas provisrias.
Instaura-se a monitorao eletrnica como medida cautelar, dilatando,
sobremaneira, a sua relevncia, antes restritas as sadas temporrias de presos no
regime semiaberto e as prises domiciliares.
SMULAS APLICVEIS
STJ
21. Pronunciado o ru, fica superada a alegao do constrangimento ilegal da priso por
excesso de prazo na instruo.
STF
145. No h crime, quando a preparao do flagrante pela polcia torna impossvel a sua
consumao.
194
LIBERDADE PROVISRIA
1- CONCEITO
A liberdade provisria deve ser entendida como medida de contracautela pela
qual determinado agente dever ser colocado em liberdade, se a lei expressamente
autorizar.
2- ESPCIES
2.1 LIBERDADE PROVISRIA OBRIGATRIA
3- RESTRIES
Para os autores, a vedao legal absoluta da liberdade provisria
inconstitucional, ferindo a presuno de inocncia e retirando do magistrado a
atividade que lhe peculiar na gesto da convenincia da medida.
As restries podem existir, como acontece por comando da prpria CF, que
determina que a lei considerar os crimes hediondos e assemelhados (trfico, tortura e
terrorismo) inafianveis. Contudo, vedao absoluta, obstando qualquer modalidade
de liberdade provisria, foge ao razovel.
195
Crimes hediondos e assemelhados no admitem a prestao de fiana.
Contudo, por fora da lei 11.464/07 passaram a admitir liberdade provisria sem
fiana.
196
Ocorre naquelas situaes em que a liberdade provisria ser concedida
compulsoriamente, sem nenhuma imposio ao beneficiado. Ele apenas se livra
solto (goza de liberdade provisria obrigatria).
Temos ainda mais uma hiptese de liberdade provisria sem fiana e sem
vinculao prevista no art. 301 do CTB, aduzindo que ao condutor do veculo, nos
casos de acidentes de trnsito de que resulte vtima, no se impor a priso em
flagrante, nem se exigir fiana, se prestar pronto e integral socorro. Como forma
de estimular o socorro s vtimas, a lei de trnsito instituiu mais uma hiptese de
liberdade incondicional de todo salutar.
197
Obs. Os autores entendem que caberia tambm a liberdade provisria sem fiana se
configuradas causas excludentes de culpabilidade e extintivas de punibilidade.
Obs. Somente poder ser concedido pelo juiz, de ofcio ou por provocao, exigindo-se
a prvia oitiva do MP.
198
Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigaes ou
medidas impostas, aplicar-se- o disposto no 4o do art. 282.
5- SISTEMA RECURSAL
Da concesso da liberdade provisria sem a prestao de fiana cabe o
recurso em sentido estrito. J a denegao do instituto curiosamente irrecorrvel,
cabendo o socorro ao de habeas corpus.
199
Lembrar!!! A fiana um instituto de pouca utilizao, pois autorizada a liberdade
provisria sem fiana se ausentes os motivos da priso preventiva, isso se aplica
mesmo aos crimes inafianveis.
Lembrar!!! S pode ser decretada a priso preventiva nos crimes dolosos punidos
com pena privativa de liberdade mxima superior a 4 (quatro) anos.
200
Em havendo absolvio, haver pronta e integral devoluo, sem abatimento.
Da mesma forma, se ocorrer a extino da punibilidade ou pedido de arquivamento
do inqurito policial.
Dispe o art. 325 do CPP, com redao dada pela reforma de 2011:
Art. 325. O valor da fiana ser fixado pela autoridade que a
conceder nos seguintes limites: (Redao dada pela Lei n 12.403, de
2011).
I - de 1 (um) a 100 (cem) salrios mnimos, quando se tratar de
infrao cuja pena privativa de liberdade, no grau mximo, no for
superior a 4 (quatro) anos; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salrios mnimos, quando o mximo
da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro)
anos. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
1o Se assim recomendar a situao econmica do preso, a fiana
poder ser: (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Cdigo; (Redao dada pela
Lei n 12.403, de 2011).
II - reduzida at o mximo de 2/3 (dois teros); ou (Redao dada pela
Lei n 12.403, de 2011).
III - aumentada em at 1.000 (mil) vezes. (Includo pela Lei n 12.403,
de 2011).
Lembrar!!! A autoridade policial somente pode arbitrar fiana nos casos de infrao
cuja pena privativa de liberdade mxima no seja superior a 4 anos.
So inafianveis os crimes previstos nos arts. 323 e 324 do CPP (redao dada
pela reforma de 2011).
Art. 323. NO SER CONCEDIDA FIANA: (Redao dada pela
Lei n 12.403, de 2011).
I - nos crimes de racismo; (Redao dada pela Lei n 12.403, de
2011).
II - nos crimes de tortura, trfico ilcito de entorpecentes e drogas
afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redao
dada pela Lei n 12.403, de 2011).
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico; (Redao
dada pela Lei n 12.403, de 2011).
IV - (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
201
V - (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
Comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para os atos
do IP e da instruo criminal e para o julgamento, salvo motivo justo.
No mudar de residncia sem prvia permisso da autoridade processante, ou
ausentar-se por mais de 8 dias de sua residncia, sem comunicar aquela
autoridade o lugar onde ser encontrado.
No praticar outra infrao penal.
202
Dispe o art. 330 do CPP:
Art. 330. A fiana, que ser sempre definitiva, consistir em
depsito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, ttulos da
dvida pblica, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita
em primeiro lugar.
Nos casos em que a autoridade policial pode fixar a fiana (pena privativa
mxima no superior a 4 anos), se houver recusa ou demora na sua fixao, o preso,
ou algum por ele, ao invs de oferecer HC, dever provocar o juiz, por simples petio,
para que o faa, no prazo de 48 horas, dispensando-se a prvia oitiva daquela
autoridade. Se houver demora ou recusa por parte da autoridade judiciaria, ser possvel
o oferecimento de HC junto ao respectivo tribunal.
Quebra da fiana
a sano processual imposta apenas pelo Judicirio quele que rompeu com
o lao de confiana. Para os autores, o afianado deve ser ouvido.
203
A deciso pela quebra da fiana, sendo interlocutria, comporta recurso em
sentido estrito, que ter efeito suspensivo apenas quanto ao perdimento da metade
do valor prestado em fiana. O recolhimento ao crcere imediato (se for
decretada a priso). Esse recurso pode ser interposto at mesmo pelo terceiro que
prestou fiana em favor de outrem, sendo que, uma vez julgado procedente, a fiana
volta a subsistir em todos os seus efeitos, colocando-se imediatamente o agente em
liberdade, nas mesmas condies anteriores.
Perda da fiana
Cassao da fiana
A cassao pode at mesmo ocorrer na fase recursal. Uma vez cassada a fiana,
dizemos que a mesma foi julgada inidnea.
Reforo da fiana
Se o reforo no for realizado, a fiana vai ser julgada sem efeito (ato do juiz),
com o conseqente recolhimento ao crcere, expedindo-se para tanto mandado de
priso, que nada mais do que o restabelecimento da priso anteriormente existente, ou
daquela que foi evitada com a prestao da fiana. Da mesma forma, se a fiana foi
204
prestada sem autorizao de um dos cnjuges, havendo tal exigncia, implica em
ineficcia total da garantia (Smula 332 do STJ). A deciso que julga sem efeito a
fiana comporta recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Dispensa da fiana
A prova da condio de pobreza pode ser feita por qualquer elemento idneo. A
dispensa no uma discricionariedade do magistrado, e sim um direito do beneficirio.
6.8 PROCEDIMENTO
A fixao da fiana pode ser feita pela autoridade policial para os casos de
infraes cuja pena mxima privativa de liberdade no ultrapasse quatro
anos. No mais, cabe ao juiz.
Probe-se a fiana: a) a quem tenha anteriormente quebrado; b) em caso de
priso civil ou militar; c) quando presente os requisitos da preventiva, d) nas
hipteses previstas na CF.
H novos valores para a fiana (at 4 anos at 100 SM, mais de 4 anos at
200 SM)
O JUIZ pode reduzir a fiana mnima em 2/3, dispens-la ou aumentar seu valor
mximo em at mil vezes, dependendo da situao econmica do preso (o
delegado s pode reduzir o valor).
Todo valor de fiana a ser restitudo fica sujeito a atualizao monetria.
205
ATOS DE COMUNICAO PROCESSUAL
2- CITAO
2.1 CONCEITO
A falta de citao importa na sano de nulidade. O ato pelo qual se julga nula
ou de nenhuma eficcia a citao chamado de circunduo, e, quando anulada diz-se
que h citao circunduta. A citao deficiente ou incompleta, por sua vez, acarreta
nulidade relativa.
2.2 ESPCIES
206
IPORTANTE!!! NO VLIDA A CITAO PELO CORREIO, pois no foi
contemplada no mbito do CPP e de suas posteriores reformas. Tampouco existe
previso de citao por e-mail ou por telefone. Mas vlida a citao por hora certa.
207
Quando o processo criminal tramitar em tribunal, a citao ser efetivada
mediante carta de ordem que uma forma de citao, semelhante precatria, que
ganha esse nome em face da superioridade do grau de jurisdio do rgo colegiado ad
quem.
208
Smula 455 A deciso que determina a produo antecipada de
provas com base no artigo 366 do CPP deve ser concretamente
fundamentada, no a justificando unicamente o mero decurso do
tempo.
Todo edital tem um prazo de dilao. Prazo de dilao o tempo que deve
correr entre a publicao do edital e a data em que se considera efetivado o ato
processual. Vale dizer, a citao no est perfeita com a simples publicao do
edital.
A prova da publicao em jornal feita pela juntada da pgina onde ele se acha,
aos autos, ou pela certido do escrivo em que constar a pgina e a data da publicao.
209
IMPORTANTE!!! NOS JUIZADOS ESPECIAIS NO ADMITIDA CITAO
POR EDITAL, pois esta incompatvel com a idia de celeridade do
procedimento. Se o infrator no for encontrado para ser citado pessoalmente, ou se o
ato no realizado no prprio juizado, os autos sero remetidos ao juzo comum. J a
citao por hora certa guarda compatibilidade com o rito dos juizados especiais
criminais, eis que foi instituda para conferir efetividade a princpios como o da
celeridade e o da economia processual, tambm sufragados na lei 9099. Todavia,
percebendo-se que o ato pode ocasionar procrastinao do procedimento, deve-se
remeter os autos ao juzo comum.
CPC Art. 227. Quando, por trs vezes, o oficial de justia houver
procurado o ru em seu domiclio ou residncia, sem o encontrar,
dever, havendo suspeita de ocultao, intimar a qualquer pessoa da
famlia, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato,
voltar, a fim de efetuar a citao, na hora que designar.
CPC Art. 229. Feita a citao com hora certa, o escrivo enviar ao
ru carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo cincia.
A citao com hora certa tem por pressuposto trs tentativas frustradas de
encontrar o ru no domiclio ou residncia e mais a suspeita de estar-se ele
ocultando para frustrar diligncia. Deve o oficial intimar qualquer pessoa da famlia
ou, em sua falta, algum vizinho capaz de transmitir ao citando o aviso de que voltar
no dia seguinte, em hora fixada, a fim de efetuar a citao, quando poder citar
pessoalmente o acusado ou, no o encontrando, informar-se das razes da ausncia.
210
eis que, nessa hiptese, O PROCESSO NO SE SUSPENDE como se d em casos de
citao por edital. Se o ru, citado por hora certa, no apresentar defesa preliminar, ser-
lhe- nomeado defensor dativo, e o processo seguir revelia.
3- INTIMAO E NOTIFICAO
Intimao pressupe fato processual j consumado e cuja cincia ao interessado
reclamada para o fito de serem produzidos validamente seus efeitos legais.
A falta de intimao da prtica de algum ato processual pode dar azo nulidade,
com a impetrao de habeas corpus ou mandado de segurana. Contudo, o CPP seguiu
a orientao da instrumentalidade das formas, buscando sempre prestigiar a
conservao dos atos processuais, de molde que no haver nulidade se o ato atingiu
seu fim, bem como se no houve prejuzo para a parte interessada, nem alegao
oportuna.
211
IMPORTANTE!!! J para a intimao por carta precatria, necessrio a intimao
do acusado (pessoalmente ou por hora certa) e do seu defensor, sob pena de nulidade
relativa. Basta a intimao de que foi expedida carta precatria para a oitiva das
testemunhas, no sendo exigida intimao da designao de audincia perante o juzo
deprecado.
212
IMPORTANTE!!! A decretao da priso preventiva, em caso de suspenso do
prazo prescricional decorrente do acusado citado por edital que no comparece
nem constitui defensor, no deve ocorrer de forma automtica. Ela deve ser
motivada de acordo com os arts. 312 e 313 do CPP.
As intimaes sero feitas por meio eletrnico em portal prprio aos que se
cadastrarem. So consideradas pessoais para todos os efeitos legais. Todavia, carece de
anuncia da parte interessada. A intimao, nessa esteira, considerada realizada no dia
em que o intimado efetivar a consulta eletrnica ao teor da intimao, certificando-se
nos autos a sua realizao. A intimao, de outro prisma, considerada realizada se a
consulta no for realizada em at dez dias corridos contados da data do envio da
informao, automaticamente, na data do trmino de tal prazo decenal.
213
SENTENA
1- NOO DE SENTENA
O CC a partir do advento da Lei 11.232/2005, passou a preconizar que
sentena o ato do juiz que implica algumas das situaes previstas nos arts. 267
e 269 do CPC. Por sua vez, no tocante as sentenas definitivas (que apreciam o
mrito), o CPC no fala mais, em seu art. 269, que o processo ser extinto, com
julgamento de mrito, porm, simplesmente, que haver resoluo do mrito. Isso
evidencia que no plausvel assimilar a noo de sentena ao ato de encerramento
do processo, por encobrir sua natureza que a de definir o direito.
Mirabete:
214
Ex: deciso de recebimento da denncia; deciso que decreta a priso
preventiva.
Nucci:
215
Subjetivamente complexas proferidas por rgo colegiado heterogneo,
a exemplo do Tribunal do Jri.
De uma maneira geral, nas sentenas, pode ser visualizada a seguinte estrutura:
Obs. Os meros erros de ordem material devem ser corrigidos de oficio, sem necessidade
de provocao das partes.
216
1o Se, em conseqncia de definio jurdica diversa, houver
possibilidade de proposta de suspenso condicional do processo, o juiz
proceder de acordo com o disposto na lei.
2o Tratando-se de infrao da competncia de outro juzo, a este
sero encaminhados os autos.
O novo texto do art. 384 e de seus pargrafos trouxe soluo que mais se
coaduna com o sistema acusatrio.
Uma observao cabe ser enfatizada. A nova redao do art. 384, CPP, no fez
referncia literal necessidade de aditamento para definir juridicamente fato menos
grave ou de gravidade igual que o narrado inicialmente na denncia (como era
previsto no texto revogado). H quem entenda que s cabe o aditamento agora para
acrescer elemento ou circunstncia, pelo que sempre o delito ser mais grave,
no se exigindo aditamento se o fato novo importar enquadramento que preveja pena
igual ou menor.
217
O juiz s provocar o MP em caso de inrcia deste, quando conceder o prazo
de cinco dias para que o MP (o querelante no, por lhe faltar legitimidade) oferea o
aditamento, seja situao que implique crime mais grave, seja o inverso.
218
petio inicial acusatria, o juiz no ficar adstrito ao aditamento no sentido de que s
pode condenar pelo crime em sua forma qualificada, mas, caso no provada a
qualificadora e reste patentemente provado o delito na sua forma simples, deve
desacolher a acusao no que toca ao aditamento (qualificadora), condenando o acusado
pelo crimes simples.
219
Art. 392. A intimao da sentena ser feita:
I - ao ru, pessoalmente, se estiver preso;
II - ao ru, pessoalmente, ou ao defensor por ele constitudo, quando
se livrar solto, ou, sendo afianvel a infrao, tiver prestado fiana;
III - ao defensor constitudo pelo ru, se este, afianvel, ou no, a
infrao, expedido o mandado de priso, no tiver sido encontrado, e
assim o certificar o oficial de justia;
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o ru e o defensor que
houver constitudo no forem encontrados, e assim o certificar o
oficial de justia;
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o ru houver
constitudo tambm no for encontrado, e assim o certificar o oficial
de justia;
VI - mediante edital, se o ru, no tendo constitudo defensor, no for
encontrado, e assim o certificar o oficial de justia.
1o O prazo do edital ser de 90 DIAS, se tiver sido imposta pena
privativa de liberdade por tempo IGUAL OU SUPERIOR a UM
ANO, e de 60 dias, nos outros casos.
2o O prazo para apelao correr aps o trmino do fixado no edital,
salvo se, no curso deste, for feita a intimao por qualquer das outras
formas estabelecidas neste artigo.
IMPORTANTE!!!
220
conduta de cada agente, tal como foi tipificada pelo Ministrio Pblico ou
querelante resumidamente com o enquadramento tpico.
2. O relatrio elaborado com a meno dos fatos relevantes ocorridos durante
o processo.
3. Ao iniciar a fundamentao, primeiro sero apreciadas as questes
processuais (preliminares).
4. Caso os fatos descritos pelo MP ou querelante estejam tipificados de forma
equivocada, caber a emendatio libelli depois das preliminares,
restringindo a imputao ao artigo pertinente conduta do acusado (em
relao a cada ru, se for a hiptese). A motivao da aplicao dos
princpios penais referentes a conflito aparente de normas penais
indispensvel.
5. Em seguida, o juiz deve enfrentar as teses de acusao e da defesa, sendo
importante a abordagem especfica de cada uma delas, isto , de forma
exauriente.
6. Caso haja co-autoria, a tcnica de se expor os captulos da sentena por
delito (quando h mais de um crime) mais favorvel para tornar a
argumentao consistente, sem ser repetitiva e com o
acolhimento/afastamento das teses da partes.
7. Depois de todo o exame ftico-probatrio, com nfase na motivao
consistente e coerente, o momento de iniciar a parte dispositiva, cuja
tcnica requer a descrio da tipificao antes da fundamentao. Por
exemplo: Pelo exposto, julgo procedente (em parte) a imputao para: (I)
condenar (1) acusado X, como incurso nas penas dos artigos (...), c/c os
artigos 29 (co-autoria e participao) e 69 (concurso material); (2) o acusado
Y (...); (3) e absolver o acusado Z, com fundamento no art. 386, inciso
(...).
8. Em seguida, estabelecida a tipificao, o juiz passa a dosar a pena, acusado
por acusado, seguindo o critrio trifsico: (1) circunstncias do art. 59; (2)
eventual existncia de agravantes e atenuantes, pelo que majora, mitiga ou
mantem a pena (critrio da proporcionalidade); (3) aplica as causas de
aumento e de diminuio (primeiro as constantes na parte especial do CP e,
depois, da parte geral, a exemplo da tentativa e da continuao delitiva),
para ento estabelecer a pena definitiva deste crime.
9. Estabelecida a pena definitiva, deve-se verificar a possibilidade de
substituio por pena restritiva de direito, para cada um dos crimes
isoladamente.
10. Se houver mais de um crime, segue-se o mesmo critrio trifsico (para cada
um separadamente, crime por crime relativamente a cada ru).
11. Ao final, aplicam-se as regras de concurso de crimes para fins de
somatrio ou exasperao da pena.
12. Totalizada a pena do ru, deve o juiz indicar o regime inicial de pena
aplicvel.
13. Aps a finalizao da dosimetria, importa verificar se o caso de
fundamentar a necessidade/desnecessidade de priso preventiva.
14. Somado o total da pena de um acusado, procede-se da mesma maneira para o
segundo, e assim por diante.
221
Determinao do juiz para que o lanamento do nome do acusado no rol dos
culpados s se d aps o trnsito em julgado;
Fixao de custas ex lege (a execuo das custas por sucumbncia na justia
criminal de difcil ocorrncia, especialmente porque a maioria dos
acusados pobre);
A determinao de perda dos instrumentos do crime cuja deteno seja
ilcita, dentre outras possibilidades em conformidade com a legislao
especfica.
Deve, ademais, ser considerada a estrutura do art. 387, CPP, notadamente diante
da possibilidade de fixao de valor mnimo para fins de indenizao da vtima do
crime. A posio que vem prevalecendo a de que este valor possa ser fixado de
ofcio. Entendem os autores, todavia, que s deve ser fixado se houver pedido expresso
nesse sentido.
6- SENTENA ABSOLUTRIA
A absolvio do acusado poder ocorrer por diversos motivos. A indicao do
motivo na sentena importantssima, pois ela demarca os efeitos que dela decorrerem.
222
IMPORTANTE!!! relevante perceber que a declarao judicial de que o fato no
constitui infrao penal (atipicidade), no afasta a possibilidade de que aquele fato
subsista como ilcito civil ou administrativo, de sorte a autorizar ao indenizatria ou
procedimento administrativo disciplinar. O que no poder ocorrer, por exemplo, na
esfera disciplinar, a demisso do servidor em virtude de ter cometido um determinado
crime, haja vista que foi constatada pela justia a atipicidade do fato. Isso no impede
que subsista INFRAO DISCIPLINAR RESIDUAL ou subjacente cometida no
contexto dos fatos que, por sua gravidade autorize a aplicao de sano disciplinar
(advertncia, demisso, etc), desde que observado o devido processo legal
administrativo.
223
Determinar a perda em favor da Unio dos produtos do crime cujo
porte, fabrico, uso, alienao ou deteno constitua fato ilcito, ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-f;
A adoo de medidas administrativas que decorram do reconhecimento
do cometimento do fato, a exemplo da punio disciplinar por falta residual
ou subjacente ao fato definido, em tese, como crime.
224
verificada circunstncia superveniente, rediscusso da matria, com reapreciao
pelo juiz. Dessa maneira, se em alguns casos pode-se dizer que a sentena de
pronncia passa em julgado, no menos exata a assertiva de que circunstncia
superveniente (tal como ocorre com a morte da vtima de homicdio tentado,
modificando-o para consumado em decorrncia da ao do agente) evidencia que a
coisa julgada na pronncia mais fraca do que a da sentena condenatria, parecendo
mais adequado reputar que aquela sentena se sujeita precluso.
225
PROCEDIMENTOS
1- PROCEDIMENTO COMUM
O procedimento em matria processual penal poder ser comum ou especial.
226
e ordenar a citao do acusado para responder acusao, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Pargrafo nico. No caso de citao por edital, o prazo para a defesa
comear a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do
defensor constitudo.
227
Com a resposta acusao e devidamente cumprida as providncias exigidas
pelo art. 396-A, abre-se a oportunidade para que o juiz absolva sumariamente o
acusado, restando consagrado o JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE PENAL
com fundamento:
Para provimento desta espcie, que abrevia sobremodo o rito processual penal,
necessrio juzo de certeza.
228
Obs. A parte pode desistir da inquirio de qualquer testemunha, sendo adequado que a
parte contrria seja ouvida acerca da dispensa.
Caso no haja pedido de diligncias, ou sendo indeferido pelo juiz, sero abertos
os debates, com o oferecimento de alegaes finais orais por 20 minutos,
respectivamente pela acusao e pela defesa, prorrogveis por mais 10 minutos. Esse
tempo ser individual para cada acusado na hiptese de mais de um ru. O assistente
ter 10 minutos, logo aps o MP, prorrogando-se em igual prazo o tempo da defesa.
229
Nessa tica, acreditam os autores tratar-se de verdadeira deciso judicial
(interlocutria), a merecer argumentao. No necessria fundamentao profunda, at
para que o magistrado no adentre prematuramente no mrito. Contudo, deve o juiz
demonstrar por que recebeu a inicial, e isso se deve quando ele se convence que os
requisitos de admissibilidade da demanda esto presentes. Esta, contudo, no a
posio prevalente no mbito do STF, ao considerar o recebimento da inicial mero
despacho, dispensando motivao.
Primeiramente, cabe sublinhar que o art. 6, da LICPP tem aplicao restrita aos
processos iniciados antes da vigncia do CPP/41. No obstante permanea formalmente
em vigor, tal dispositivo no tem incidncia no contexto atual da nova reforma
processual penal. Assim, o art. 2, CPP, tem aplicao integral, devendo incidir
imediatamente.
230
de nulidade meramente relativa, devendo haver demonstrao de prejuzo e alegao
imediata.
231
#E se o querelante requerer, em alegaes finais orais ou em memorial, a
absolvio do ru?
A grosso modo, seria mais uma hiptese de perempo. Contudo, entendem os autores
que o magistrado ir prosseguir o feito, e vinculado ao desejo do titular da ao privada,
dever absolver o ru, pois para este mais benfica a sentena absolutria do que a
deciso de extino da punibilidade, principalmente quando levamos em conta as
repercusses na esfera cvel e na imagem do infrator.
2.1.2 Sequncia:
232
9. Em situao de complexidade, sero apresentados memoriais em cinco
dias; sentena em 10 dias, prorrogveis por mais 10 (art. 800, I, 3).
Lembrar!!! Possvel citao por hora certa no juizado especial. No possvel a citao
por edital.
233
de exame de corpo de delito para os crimes que deixam vestgios. Objetiva-se, como se
infere, coligir elementos que atestem autoria e materialidade delitiva, ainda que de
forma simplificada. Nos autos do termo circunstanciado de ocorrncia, o delegado
tomar o compromisso do autuado de comparecer ao juizado especial em dia e horrio
designados previamente.
O juiz estimular a composio dos danos civis, isto , sugerir que as partes se
conciliem, mediante indenizao ou retratao formulada pelo autor do fato. Uma vez
obtida a composio, ser lavrado o acordo e homologado por sentena, de
natureza irrecorrvel.
234
No que compete ao delito de participao em competio no autorizada, este
se enquadra no conceito de infrao de menor potencial ofensivo, seguindo o regime
dos juizados, com todos os seus institutos.
Essa possibilidade evita que ao autuado por crime de ao penal privada seja
oferecida transao penal antes de se certificar do efetivo desejo da vtima de ajuizar a
ao penal privada. De outro lado, como a transao penal ao penal tendente
aplicao imediata da pena a aplicao da pena em si privativa do Estado
adequado que, uma vez verificada a propositura da queixa (com a potencialidade do
desencadeamento da ao penal privada), ao MP seja assegurada a proposta de
transao penal tambm no crime de ao penal de iniciativa privada. Com essa cautela,
est garantido tratamento isonmico dos autuados. Alias, no h nenhum obstculo
que o prprio ofendido faa a proposta da transao penal, por intermdio de seu
advogado.
235
Lembrar!!! Se o crime for de AO PENAL PRIVADA ou de AO PENAL
PBLICA CONDICIONADA REPRESENTAO, a composio dos danos
civis equivale renncia ao direito de queixa ou representao, com a conseguinte
extino da punibilidade. Se for obtida composio dos danos civis em crime de ao
penal pblica incondicionada, prossegue-se com os demais termos do procedimento.
236
1 Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presena do
Juiz, este, recebendo a denncia, poder suspender o processo,
submetendo o acusado a perodo de prova, sob as seguintes condies:
I - reparao do dano, salvo impossibilidade de faz-lo;
II - proibio de freqentar determinados lugares;
III - proibio de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorizao
do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatrio a juzo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades.
2 O Juiz poder especificar outras condies a que fica subordinada
a suspenso, desde que adequadas ao fato e situao pessoal do
acusado.
3 A suspenso SER revogada se, no curso do prazo, o
beneficirio vier a ser processado por outro crime ou no efetuar,
sem motivo justificado, a reparao do dano.
4 A suspenso PODER ser revogada se o acusado vier a ser
processado, no curso do prazo, por contraveno, ou descumprir
qualquer outra condio imposta.
5 Expirado o prazo sem revogao, o Juiz declarar extinta a
punibilidade.
6 No correr a prescrio durante o prazo de suspenso do
processo.
7 Se o acusado no aceitar a proposta prevista neste artigo, o
processo prosseguir em seus ulteriores termos.
237
Recebida a denncia, possvel, em tese, por fora do art. 394 4 do CPP, que
o magistrado absolva sumariamente o ru (art. 397 CPP).
Art. 394 4o As disposies dos arts. 395 a 398 deste Cdigo
aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau,
ainda que no regulados neste Cdigo.
Obs. Entende-se que o numero mximo de testemunhas seria 3 para acusao e para
defesa.
3- PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
3.1 CRIMES AFIANVEIS IMPUTADOS A FUNCIONRIO PBLICO
Se for o agente titular de cargo ou funo com foro privilegiado, o rito a ser
seguido no ser o dos artigos 513-518 do CPP. Quando o processo deve correr perante
tribunal, de se observar normas especficas.
238
A especialidade do rito aparecer quando o crime imputado a funcionrio
pblico for AFIANVEL (nos inafianveis segue o rito ordinrio), ou seja, naquelas
infraes apenadas com recluso cuja pena mnima no exceda a dois anos (crimes
praticados por funcionrio pblico contra a administrao em geral). Apenas o excesso
de exao e a facilitao de contrabando ou descaminho no se enquadram, por
serem infraes inafianveis. Logo, seguiro o procedimento comum ordinrio.
O juiz, mandando autuar a denncia ou queixa que esteja em sua devida forma,
determinar a notificao do funcionrio para responder por escrito, no prazo de 15
dias, imputao que lhe feita. Esta resposta antecede o recebimento da pea
acusatria. Da que o juiz se se convencer dos argumentos do acusado e de seu
defensor concernentes inexistncia do crime ou improcedncia do pedido
condenatrio poder rejeitar a queixa ou a denncia fundamentadamente.
239
c) Perda da condio de funcionrio pblico se o funcionrio pblico perde o
status, por v.g. ter sido exonerado ou estar aposentado, no mais ter direito defesa
preliminar. Este fato deve ser constatado na fase procedimental adequada, quando o
magistrado for determinar a notificao para o ato.
240
IMPORTANTE!!! Este rito se particulariza notadamente pela previso de
tentativa conciliatria que dever preceder o recebimento da QUEIXA (ao penal
privada), onde as partes sero ouvidas separadamente, sem a presena dos seus
advogados, no se lavrando termo. Verificando a possibilidade de conciliao, o juiz,
depois de ouvi-las em separado, promover entendimento entre elas, na sua presena.
3.3 ENTORPECENTES
241
O porte para uso, como se infere, no foi descriminalizado. Para as infraes
que envolvam consumo, NO SE IMPOR PRISO EM FLAGRANTE AO
USURIO, que dever ser encaminhado ao juzo competente ou tomado seu
compromisso de a ele comparecer, com a lavratura do termo circunstanciado de
ocorrncia nos moldes da lei dos JEC. Perceba-se a inovao com a apresentao do
usurio diretamente autoridade judicial. S se o magistrado estiver ausente, que o
encaminhamento ser autoridade policial, para a lavratura do TCO, com a assuno do
compromisso de comparecimento aos Juizados. Se o agente negar-se a assumir o
compromisso, ainda assim no ficar detido, gozando neste caso de liberdade
provisria incondicionada, livrando-se solto.
242
Tais diligncias no possuem prazo preestabelecido de durao, devendo ser remetidas
ao juzo competente at trs dias antes da audincia de instruo e julgamento.
A audincia de instruo e julgamento deve ser realizada dentro dos trinta dias
seguintes ao recebimento da pea acusatria, ressalvada a hiptese de dvida quanto
dependncia de drogas pelo acusado, quando ser ordenada a realizao de avaliao
e, de conseguinte, a audincia ser designada no prazo de noventa dias.
243
A priso s poder ser decretada na sentena se for estritamente necessria, o
que se revela pela presena dos requisitos que autorizariam a preventiva.
244
crimes ocorridos antes da vigncia da nova lei, por expressa disposio do art. 192 do
novo diploma, j que este s se aplica aos crimes ocorridos em sua vigncia.
Ato contnuo, o relator pedir dia para que o Tribunal delibere sobre o
recebimento, a rejeio da denncia ou da queixa. Pode at mesmo, de pronto, deliberar
pela improcedncia da ao, em verdadeiro julgamento antecipado do mrito, o
que imprime coisa julgada material.
Uma vez recebida a petio inicial acusatria, o relator designar dia e hora para
o interrogatrio, mandando citar o acusado ou querelado e intimar o rgo do MP, bem
como o querelante ou o assistente, se for o caso. O interrogatrio e os demais atos
instrutrios podero ser delegados pelo relator a juiz ou membro de tribunal, mediante
carta de ordem.
Aps a oitiva das testemunhas, sero as partes intimadas para, em cinco dias,
requererem diligncias. Cumpridas as diligncias ou no sendo requeridas nem
ordenadas pelo relator, sero intimadas a acusao e a defesa para, sucessivamente,
apresentarem, no prazo de 15 dias, alegaes escritas. Depois do oferecimento das
alegaes finais, o relator poder determinar de ofcio a realizao de provas reputadas
imprescindveis para o julgamento da causa.
245
O procedimento criminal nas aes penais originrias dos tribunais no sofreu
alterao pela reforma.
246
diligncia. Em razo da alterao propugnada no art. 159 do CPP, entendem os autores
que se o perito oficial, atuar sozinho, no sendo mais necessria a participao de
dois experts.
a) Plenitude de defesa revela uma dupla faceta, afinal, a defesa est dividida em
tcnica e autodefesa. A primeira, de natureza obrigatria, exercida por profissional
habilitado, ao passo que a ltima uma faculdade do imputado, que pode valer-se do
direito ao silncio.
247
Entendem os autores que as duas devem ser levadas votao dos jurados, apesar do
STF j ter se manifestado que devem ser quesitadas apenas as teses sustentadas pela
defesa tcnica, dando evidente prevalncia a esta ltima.
b) Sigilo das votaes envolve tanto o voto e o local do voto. As votaes ocorrem
em uma sala especial, com a presena das pessoas indispensveis a esse ato processual.
4.3 CARACTERSTICAS
248
I) Decises subjetivamente simples so aquelas proferidas por rgo singular. Ex. juiz
de primeiro grau.
II) Decises subjetivamente plrimas emanadas de rgo colegiado homogneo. Ex.
Turma recursal.
III) Decises subjetivamente complexas exaradas por rgo colegiado heterogneo.
Ex. Jri.
249
Art. 406. O juiz, ao receber a denncia ou a queixa, ordenar a
citao do acusado para responder a acusao, por escrito, no prazo de
10 (dez) dias
1o O prazo previsto no caput deste artigo ser contado a partir
do EFETIVO CUMPRIMENTO do mandado ou do
comparecimento, em juzo, do acusado ou de defensor constitudo, no
caso de citao invlida ou por edital.
2o A acusao dever arrolar testemunhas, at o mximo de 8
(oito), na denncia ou na queixa.
3o Na resposta, o acusado poder argir preliminares e alegar tudo
que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificaes,
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, at o mximo
de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimao, quando
necessrio.
Caso no seja apresentada a defesa no prazo legal, o juiz nomeara defensor para
oferec-la, em at dez dias, abrindo-lhe vista dos autos, j que a pea de natureza
obrigatria.
Pode, ento, o magistrado adotar as seguintes posturas: (1) pronunciar o ru; (2)
impronunci-lo; (3) absolv-lo sumariamente; (4) desclassificar a infrao dolosa contra
a vida.
Com a reforma processual penal, o CPP no fala mais em abertura do prazo para
o oferecimento do libelo-crime acusatrio. A pronncia passou, ento, a ser o
referencial para a delimitao da acusao. Agora, preclusa a pronncia, o juiz, no
prazo de cinco dias, determinar a intimao do rgo do Ministrio Pblico ou do
querelante, no caso de queixa, e do defensor, para apresentao nos nomes das
testemunhas que iro depor em plenrio.
250
Decorrido in albis o prazo de cinco dias para apresentao do rol de
testemunhas, consoante o novo rito, preclusa ficar a oportunidade para produo de
prova oral testemunhal pelas partes em plenrio.
251
deve admitir a acusao, assegurando o cumprimento da Constituio, que reservou a
competncia para o julgamento de delitos dessa espcie para o tribunal popular.
252
podendo indicar at 3 testemunhas para combater os fatos novos, aplicando-se, portanto,
o instituto da mutatio libelli.
253
Por fim, na pronncia deve o magistrado decidir se o ru enfrentar a segunda
fase de julgamento em liberdade ou no, e a nosso ver, s ter cabimento o
encarceramento se estiver presentes os requisitos da priso preventiva.
4.4.1.2 Impronncia
No deve ir a jri fato que no esteja sustentado por prova apta condenao do
acusado ou que no tenha indicativo de possibilidade de seu reforo probatrio ulterior,
especialmente no plenrio do julgamento.
254
julgada material formada, no pode ser reiniciada demanda penal pelos mesmos fatos
narrados na pea acusatria.
No obstante tenha sido revogada a redao anterior do art. 411, que previa que,
em caso de absolvio sumria, o juiz devia recorrer de ofcio de sua deciso e que este
recurso ter efeito suspensivo e ser sempre para o Tribunal de Apelao, foroso
reconhecer que ele permanece no sistema, em face do enunciado do art. 575, II,
CPP. PORTANTO, DA SENTENA QUE ABSOLVE SUMARIAMENTE O
ACUSADO NO RITO DO JRI, CABE REEXAME NECESSRIO.
255
contra a absolvio sumria foi simplesmente revogado pela lei 11.689/08,
encontram-se Nucci, Rogrio Sanches e Ronaldo Batista.
256
defensiva, para que a instruo seja retomada, agora em razo dos novos fatos, com
produo probatria, interrogatrio do imputado, debates, e, enfim, prolao de
sentena. Por outro lado, no tendo havido alterao ftica, mas apenas novo
enquadramento legal, oportunizando a desclassificao, no haver aditamento
inicial, entretanto, para que o contraditrio seja respeitado, no juzo competente, as
partes devem se manifestar, podendo inclusive indicar provas e requerer diligncias, e
aps a instruo e debates, ter cabimento a sentena.
Por ltimo, calha chamar a ateno para o fato de que se o acusado estiver preso
quando da emisso de deciso de desclassificao e sem prejuzo do disposto no
pargrafo nico do art. 419, CPP, que impe que o acusado preso fique disposio do
juzo recebedor dos autos , deve o juiz declinante manifestar-se expressamente
sobre a segregao cautelar, mantendo-a ou relaxando-a, motivadamente. Tal
precauo imprescindvel especialmente porque o envio dos autos a outro juzo leva
tempo, o que pode fazer com que uma priso legal se resvale em ilegal. Se for a
hiptese de manuteno da priso cautelar, o juiz declinante deve comunicar
imediatamente essa deciso ao juzo ou setor de distribuio destinatrio dos autos, com
a urgncia necessria, evitando que algum permanea preso sem a cincia da
autoridade judicial competente, nos termos da Constituio.
257
2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poder
determinar, fundamentadamente, a suspenso do julgamento pelo
jri.
3o Ser ouvido o juiz presidente, quando a medida no tiver sido
por ele solicitada.
4o Na pendncia de recurso contra a deciso de pronncia ou
quando efetivado o julgamento, no se admitir o pedido de
desaforamento, salvo, nesta ltima hiptese, quanto a fato ocorrido
durante ou aps a realizao de julgamento anulado.
258
embasado na demora da realizao da sesso, afinal, o que se deseja justamente a
imediata apreciao do processo.
Obs. A incluso ou a excluso de algum nome na lista geral poder ser combatida por
intermdio da reclamao (endereada ao juiz do jri) e RSE (cabvel aps a
apreciao da reclamao, ao presidente do TJ).
c) Sorteio e convocao dos jurados esse sorteio presidido pelo juiz e ser feito a
portas abertas, cabendo-lhe retirar as cdulas at completar o nmero de 25 jurados,
para a reunio peridica ou extraordinria.
d) Funo de jurado
259
II os Governadores e seus respectivos Secretrios;
III os membros do Congresso Nacional, das Assemblias
Legislativas e das Cmaras Distrital e Municipais;
IV os Prefeitos Municipais;
V os Magistrados e membros do Ministrio Pblico e da
Defensoria Pblica;
VI os servidores do Poder Judicirio, do Ministrio Pblico e
da Defensoria Pblica;
VII as autoridades e os servidores da polcia e da segurana
pblica;
VIII os militares em servio ativo;
IX os cidados maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua
dispensa;
X aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento.
260
Para que a falta de testemunha ao plenrio seja capaz de adiar o julgamento a
parte deve arrol-la no momento adequado, com a meno de seu carter de
imprescindibilidade. Nessa hiptese, sua ausncia pode determinar sua conduo
coercitiva ou o adiamento da sesso, caso no seja possvel encontr-la no dia do
julgamento.
261
IV irmos e cunhados, durante o cunhadio;
V tio e sobrinho;
VI padrasto, madrasta ou enteado.
1o O mesmo impedimento ocorrer em relao s pessoas que
mantenham unio estvel reconhecida como entidade familiar.
Se, em face das recusas, no restar o nmero de jurados para compor o conselho
de sentena, acontece o que se chama de estouro de urna, marcando-se nova data para
o julgamento de um ou mais dos acusados, com a convocao de suplentes e
possibilidade de separao de processos, no caso de pluralidade de rus, para inibir que
o estouro de urna no ocorra novamente.
262
Obs. Havendo testemunhas a serem ouvidas, sero tomados os respectivos depoimentos
de modo que uma no oua o depoimento da outra.
Obs. Note-se que o Parquet, malgrado esteja limitado pela pronncia, no est
impedido de pedir menos do que nela contido ou de requerer a absolvio.
A defesa seguir com sua sustentao, pelo prazo de uma hora e meia, sendo
aumentada de uma hora quando existir mais de um ru. Sendo vrios os defensores, eles
combinaro entre si a diviso do tempo. O advogado do acusado responder a acusao,
definindo a tese de defesa.
263
Aps sua oratria, poder haver rplica por parte do MP, querelante e/ou
assistente, pelo tempo de uma hora (no mais de trinta minutos), elevado esse tempo ao
dobro se existir mais de um ru. Havendo rplica, a defesa poder apresentar trplica
(resposta rplica), pelo mesmo tempo de uma hora, sendo duplicado se o julgamento
for de mais de um acusado.
264
Se existe causa de diminuio de pena alegada pela defesa;
Se existe circunstncia qualificadora ou causa de aumento de pena
reconhecidas na pronncia ou em decises posteriores que julgaram
admissvel a acusao.
A tomada dos votos ocorrer quesito por quesito. Antes de ser formulada a
pergunta subseqente, ser apurado o resultado da questo que lhe antecede. Verificado
que restaram prejudicados os quesitos subseqentes, o juiz assim os declarar.
265
A deciso no jri subjetivamente complexa, pois cabe ao juiz presidente
elaborar a sentena de acordo com a votao efetuada pelos jurados, sendo deciso de
um rgo colegiado heterogneo. Acabada a sentena, todos voltaro ao plenrio, onde
esta ser lida pelo juiz, saindo as partes j intimadas para apresentao de eventual
recurso, encerrando-se a sesso de julgamento.
SMULAS APLICVEIS
STJ
330. desnecessria a resposta preliminar de que trata o art. 514 do CPP, na ao penal
instruda por inqurito policial (crimes afianveis cometidos por funcionrio
pblico).
455. A deciso que determina a produo antecipada de provas com base no art.
366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, no a justificando unicamente
o mero decurso do tempo.
STF
156. absoluta a nulidade do julgamento, pelo jri, por falta de quesito obrigatrio.
423. No transita em julgado a sentena por haver omitido o recurso ex officio, que se
considera interposto ex lege.
266
RECURSOS
267
IMPORTANTE!!! Uma correo de rume se faz preciso: o duplo grau de jurisdio
no princpio sufragado na Constituio. H processos penais onde esse duplo grau
inexiste, tais como aqueles de competncia originria do STF.
268
citado por Tourinho Filho, como exemplo de exceo unirrecorribilidade, a
hiptese de acrdo ser formado de uma parte unnime e de outra no unnime,
permitindo a interposio simultnea de recurso extraordinrio (ou especial) e de
embargos infringentes.
Norberto Avena exemplifica esse princpio com o caso em que uma reviso
criminal manejada corretamente contra uma deciso condenatria transitada em
julgado recebida como HC, por se este mais clere e dispensar formalidade
relativamente primeira.
Embora se trate de aes autnomas de impugnao, a argumentao do
exemplo vlida se levarmos em considerao que essas demandas funcionam, em
sentido amplo, como sucedneos recursais.
Obs. No pode haver modificao para pior da situao do acusado em recurso seu,
mesmo no caso de correo de erro material que incremente a pena.
269
IMPORTANTE!!! O STF reputou, por maioria, que no h que se falar em reformatio
in pejus, quando ao final da fundamentao para a definio da pena base e de aplicao
de causa de diminuio de modo divergente na instancia ad quem, a pena total
aplicada tenha sido mantida inalterada.
Nas hipteses em que o juiz alterar a deciso que repercuta nos fundamentos do
recurso que j tinha sido interposto, deve haver a renovao do prazo recursal para a
apresentao de novo recurso, adequado s modificaes operadas na nova deciso.
270
IMPORTANTE!!! Ocorrendo a alterao da sentena em face dos julgamentos dos
embargos declaratrios, deve a defesa ser admitida a complementar o recurso que j
tinha sido apresentado, adaptando-o a nova realidade, aps a apreciao dos embargos.
1.5 IMPEDIMENTOS
c) Desero quando o ru, que deveria estar recolhido priso para recorrer, foge, ou
quando deixa de pagar s custas devidas ou no providenciar o traslado de peas dos
autos.
271
Interesse
Legitimidade
Previso legal
Forma prescrita em lei
Tempestividade
Adequao
A sucumbncia pode ser: a) nica, quando a deciso afeta apenas uma das
partes, b) paralela, quando a deciso provocada afeta interesses idnticos, c) recproca,
quando atinge interesse opostos, d) direta, quando fere o direito de uma das partes da
relao processual, e) reflexa, quando repercute em pessoas fora da relao jurdica
processual, f) total, quando o pedido rejeitado integralmente, g) parcial, se s parte
do pleito for acolhido.
b) Observncia das formalidades legais para que seja recebido, a forma do recurso
deve ser aquela prevista em lei.
272
No mbito do STJ, a smula 216 preconiza que a tempestividade aferida pelo
registro no protocolo da secretaria e no pela data da entrega na agncia do correio.
So pressupostos subjetivos:
O interesse da parte;
A legitimidade.
273
I) Gerais: Acusado ou o defensor do acusado, MP ou o querelante.
Os recursos podem ter os seguintes efeitos: (1) devolutivo; (2) suspensivo; (3)
regressivo, iterativo, reiterativo ou diferido; (4) extensivo (5) translativo. Um recurso
pode ser provido de apenas um desses efeitos, de dois deles ou de todos. O juiz, ao
exercer seu juzo de admissibilidade, deve indicar, em caso de recebimento do recurso,
os efeitos que so a ele atribudos, consoante o caso legal.
274
juzo de retratao, modificando-a. O RSE, o agravo em execuo e a carta
testemunhvel so providos desses efeitos.
275
RECURSOS EM ESPCIE
1- APELAO
1.1 NOES
1.2 INTERPOSIO
Por petio escrita ou por termo nos autos, no prazo de cinco dias, sendo aferida
sua tempestividade pela data de interposio.
Obs. O STJ afirmou que o prazo do recurso a ser interposto contra a sentena proferida
no plenrio do tribunal do jri comea a fluir da data da respectiva sesso de
julgamento.
276
Obs. No fica prejudicada a apelao entregue em cartrio no prazo legal, embora
despachada tardiamente (smula 428, STF).
Caso o processo seja de contraveno, o prazo para arrazoar ser de trs dias,
que tambm o ser para o caso da existncia de assistente da acusao, em qualquer
hiptese. Todavia, como as contravenes, em regra, so apreciadas nos juizados
especiais, l, o prazo para o apelo de dez dias, e a petio j se faz acompanhar
das razes.
Se o assistente j estiver habilitado nos autos, o seu prazo para apelar ser
de cinco dias. Temos que fazer a seguinte distino: se o assistente for intimado antes
ou simultaneamente ao MP, o prazo ser contado aps a expirao do lapso conferido
legalmente ao parquet. Se intimado aps o decurso prazal do promotor, o prazo passa a
fluir a partir da intimao.
1.3 CABIMENTO
277
preconizavam o RSE, ser este o recurso cabvel, ainda que em curso o respectivo prazo
recursal.
1.4 PROCESSAMENTO
Obs. Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos sero comuns,
salvo para o MP e para defensoria (que a vista com carga dos autos).
278
Obs. No que concerne ao MP, a ausncia de razes implicaria desistncia indireta do
recurso, o que no lhe dado fazer. Caber ento ao juiz, por analogia, invocar o art. 28,
CPP, remetendo os autos para que o procurador geral supra a omisso.
1.5 JULGAMENTO
Na segunda instncia, o MP ter vista dos autos para exarar parecer, no prazo de
cinco dias. uma atuao como custos legis.
279
IMPORTANTSSIMO!!! Caso se trate de apelao contra sentenas prolatadas
em processo por delito a que a lei comine PENA DE RECLUSO, h necessidade
de um membro do tribunal como REVISOR.
O que vai delinear o RSE a previso dos casos de cabimento no art. 581, CPP,
em rol TAXATIVO, que no admite ampliao sem lei expressa autorizativa.
2.1. INTERPOSIO
Obs. Antes, o prazo de interposio era de vinte dias quando o recurso em sentido
estrito fosse manejado contra deciso que inclusse jurado na lista geral ou desta o
exclusse, nos termos da redao dada ao paragrafo nico, do art. 586, CPP. Todavia,
com a nova redao dada ao 1, do art. 426, CPP, aquele dispositivo foi revogado
tacitamente, cabendo agora reclamao de qualquer do povo, dirigida ao prprio juiz,
quando se quiser impugnar a deciso que excluir ou incluir jurado na lista geral.
Apelao: 5+ 8 dias.
280
Apelao em contraveno: 5+ 3 dias.
RSE: 5+ 2 dias.
2.2 CABIMENTO
281
O recebimento da pea acusatria irrecorrvel, mas o ru pode manejar
habeas corpus para trancar a ao penal cujo crime comine pena privativa de liberdade
ou mandado de segurana para o mesmo fim quando o crime no preveja pena de tal
espcie, quando a mesma for desprovida de justa causa.
282
As decises que firam matria sobre fiana so recorrveis em sentido estrito.
J aquelas decises que sejam relativas priso cautelar do acusado, tm como regra a
recorribilidade stricto sensu quando sejam favorveis liberdade.
Obs. Desse modo, toda vez que o acusado tiver sua pretenso de soltura cautelar
indeferida, cabvel no o recurso em sentido estrito, porm o HC como sucedneo
recursal.
IMPORTANTE!!! Nas duas hipteses, o recurso ter efeito suspensivo apenas para
impedir a implementao da sano pecuniria, qual seja, a destinao de metade do
valor da fiana para os cofres da Unio no caso da quebra, e a integralidade do valor
remanescente (aps a indenizao da vtima, pagamento das custas e de eventual multa),
no caso da perda. A decretao da priso ser imediata, no sendo eficaz nesta
parte o efeito suspensivo.
283
Vier a anular, no todo ou parcialmente, o processo, a partir da instruo
criminal, sendo necessria, para que o recurso seja admissvel, a
demonstrao do prejuzo em desfavor do recorrente;
2.3 PROCESSAMENTO
Vale dizer, h situaes em que o recurso no pode subir nos autos originais,
notadamente quando o processo deve permanecer tramitando no juzo a quo.
284
Obs. Os recursos tero EFEITO SUSPENSIVO nos casos de perda da fiana (com
eficcia suspensiva, no caso de quebramento da fiana, to somente no que concerne
metade do seu valor) e de desero ou de denegao da apelao.
2.4 JULGAMENTO
3- CARTA TESTEMUNHVEL
3.1 NOO
3.2 INTERPOSIO
285
A carta testemunhvel recurso que no tem efeito suspensivo, mas s
devolutivo. Contudo, pode ser que tenha efeito regressivo para o fim de possibilitar
juzo de retratao, especialmente quando se dirigir contra deciso que negou
seguimento a impugnao que era dotada desse efeito, como o caso do no
recebimento de recurso em sentido estrito.
3.3 CABIMENTO
3.4 PROCESSAMENTO
286
interessado a condio de testemunhante. Com efeito, a entrega da carta, que conter
certido circunstanciada e as peas trasladadas, tem o fito de assegurar ao interessado a
possibilidade de reclamar/representar, mediante protocolizao diretamente ao
tribunal, se o juzo de primeiro grau persistir em negar seu processamento, com o
encaminhamento instncia ad quem.
4- CORREIO PARCIAL
4.1 NOO
4.2 INTERPOSIO
A correio parcial deve ser interposta por petio diretamente no rgo com
competncia para examin-la.
Embora se tenha como prazo para sua interposio o de cinco dias a contar do
ato causador da inverso, o entendimento mais razovel o de que no h um prazo
especfico para sua apresentao, mormente diante de matria de ordem pblica, que
no sanada pela precluso. Todavia, o limite para seu ingresso encontrado na
prolao da sentena.
4.3 CABIMENTO
287
Para que caiba correio parcial, mister que NO haja previso de recurso
especfico para a hiptese e que se trate de ato judicial exarado na persecuo
penal. No ela admissvel contra ato administrativo.
Obs. Como a correio parcial no tem natureza recursal, no tem incidncia o princpio
da fungibilidade.
4.4 PROCESSAMENTO
4.5 JULGAMENTO
5.2 INTERPOSIO
5.3 CABIMENTO
288
Os embargos de declarao so cabveis contra ato judicial com contedo
decisrio. Cabe contra sentenas, acordo ou decises interlocutrias.
5.4 PROCESSAMENTO
5.5 JULGAMENTO
Por derradeiro, releva anotar que o CPP autoriza que o relator indefira
monocrtica e liminarmente os embargos de declarao, se no preenchidas as
condies enumeradas. Se a parte, contudo, quiser ver seu pleito apreciado pelo rgo
colegiado, cabe interpor o recurso de agravo (inominado ou regimental), em cinco
dias.
6- AGRAVO REGIMENTAL
289
6.1 NOO
6.2 INTERPOSIO
6.3 CABIMENTO
6.4 PROCESSAMENTO
290
julgadora, por ter havido maioria de votos e no unanimidade, ampliando-se o
quorum do julgamento.
7.2 INTERPOSIO
7.3 CABIMENTO
291
Sobre o cabimento dos embargos infringentes e de nulidade em sede de
agravo em execuo, existe entendimento de Paulo Rangel, partidrio de que so eles
cabveis, sob o fundamento de que este recurso veio substituir o recurso em sentido
estrito. a posio prevalente na doutrina.
7.4 PROCESSAMENTO
Deve ser seguido o rito dos recursos de apelao e em sentido estrito. No tem
efeito suspensivo.
7.5 JULGAMENTO
8- AGRAVO DE INSTRUMENTO
8.1 NOO
8.2 INTERPOSIO
292
Necessariamente os autos devem subir ao tribunal ad quem, no podendo o
magistrado deixar de encaminhar ao STF o agravo de instrumento interposto da deciso
que no admite recurso extraordinrio, ainda que referente a causa instaurada no mbito
dos juizados especiais.
8.3 CABIMENTO
8.4 JULGAMENTO
9- EMBARGOS DE DIVERGNCIA
9.1 NOO
9.2 INTERPOSIO
9.3 CABIMENTO
9.4 JULGAMENTO
293
No STJ entre turmas, dirimida pela Seo; entre Seo e Pleno, cabe a
este dirimir a divergncia; entre Turma e Seo, cabe ao Pleno o
conhecimento do recurso;
No STF entre as Turmas, que sero sempre da competncia do Plenrio.
Das decises proferidas pelo juiz da execuo penal, que causem prejuzo a
acusao ou a defesa, caber recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
10.2 INTERPOSIO
O agravo em execuo deve ser interposto por petio ou por termo nos autos,
no prazo de 5 dias.
Havendo interposio sem as razes recursais, o juiz deve dotar o rito do recurso
em sentido estrito, intimando o agravante para oferec-las em 2 dias, e, seguidamente, o
agravado, em igual prazo.
10.3 CABIMENTO
10.4 PROCESSAMENTO
294
O agravo em execuo de ser recebido s no efeito devolutivo. O efeito
regressivo, todavia, tem cabimento, podendo o magistrado se retratar da deciso antes
proferida.
Sem embargo, o rito do recurso em sentido estrito deve ser adotado com as
cautelas de no se estender ao agravo em execuo penal, providncias com ele
incompatveis ou que legitime ampliao das possibilidades recursais. Na linha desse
raciocnio, no de se reputar cabveis embargos infringentes e de nulidade contra
deciso no unnime proferida pelo tribunal em recurso de agravo em execuo.
10.5 JULGAMENTO
SMULAS APLICVEIS
STJ
295
86. Cabe recurso especial contra acrdo proferido no julgamento de agravo de
instrumento.
123. A deciso que admite, ou no, o recurso especial deve ser fundamentada, com o
exame dos seus pressupostos gerais e constitucionais.
STF
160. nula a deciso do tribunal que acolhe, contra o ru, nulidade no arguida no
recurso da acusao, ressalvados os casos de recurso de ofcio.
296
286. No se conhece do recurso extraordinrio fundado em divergncia
jurisprudencial, quando a orientao do plenrio do STF j se firmou no mesmo
sentido da deciso recorrida.
320. A apelao despachada pelo juiz no prazo legal no fica prejudicada pela demora
da juntada, por culpa do cartrio.
399. No cabe recurso extraordinrio, por violao de lei federal, quando a ofensa
alegada for a regimento de tribunal.
400. Deciso que deu razovel interpretao lei, ainda que no seja a melhor, no
autoriza recurso extraordinrio pela letra a do art. 101, III, da CF.
423. No transita em julgado a sentena por haver omitido o recurso ex officio, que
se considera interposto ex lege.
453. No se aplica segunda instncia o art. 384 (mutatio libelli) e pargrafo nico do
cdigo de processo penal, que possibilitam dar nova definio jurdica ao fato
delituoso, em virtude de circunstncia elementar no contida, explcita ou
implicitamente, na denncia ou queixa.
640. cabvel recurso extraordinrio contra deciso proferida por juiz de primeiro
grau nas causas de alada, ou por turma recursal de juizado especial cvel e criminal.
700. de cinco dias o prazo para interposio de agravo contra deciso do juiz da
execuo penal.
297
705. A renncia do ru ao direito de apelao, manifestada sem a assistncia do
defensor, no impede o conhecimento da apelao por este interposta.
734. No cabe reclamao quando j houver transitado em julgado ato judicial que
se alega tenha desrespeitado deciso do STF.
298
NULIDADES
A nulidade processual s ocorrer aps um ato judicial que decrete que o ato
processual inquinado no pode gerar os efeitos a que se destinava. A nulidade no
processo penal no automtica, porquanto preciso que o juiz se manifeste
expressamente para que cessem os efeitos do ato processual viciado.
c) Sistema misto tido, pela maior parte da doutrina, como o adotado pelo CPP.
Consiste na mescla dos sistemas da certeza legal e da instrumentalidade das formas,
de molde a autorizar o juiz a perquirir a lei (se a mesma diz que o ato invlido) e, ao
mesmo tempo, investigar se o ato influenciou na verdade substancial ou na deciso da
causa, bem como se o ato imperfeito resultou prejuzo para as partes.
299
1.3 FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
A nulidade recair sobre o ato processual atpico, isto , ser a sano aplicada
pelo juiz quando o ato processual for praticado em desconformidade com as leis
processuais penais e/ou com a CF.
Por seu turno, a invalidade processual decorrente do vcio que recaia sobre ato
processual acidental sano que somente pode ser aplicada se houver a conjugao
do defeito do ato processual (pouco importa a gravidade do defeito) com a existncia
de prejuzo. Os vcios dos atos processuais acidentais geram nulidade relativa, que
pode ser sanada.
300
1.6 CONCEITO DE NULIDADE
a) Paulo Rangel nulidade no o vcio que inquina o ato, mas sim, a sano que se
aplica ao ato viciado, em desconformidade com a lei, ou seja, a nulidade consequncia
da prtica do ato em desconformidade com a lei e no a desconformidade em si.
b) Mirabete nulidade , sob um aspecto, vcio, sob outro, sano, podendo ser
definida como a inobservncia de exigncias legais ou uma falha ou imperfeio
jurdica que invalida ou pode invalidar o ato processual ou todo o processo.
Pacelli:
Paulo Rangel:
301
dispensando demonstrao. Na nulidade relativa, a demonstrao deve ser feita pelo
interessado.
c) O art. 565, do CPP, por sua vez, estatui que nenhuma das partes poder argir
nulidade a que tenha dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a
formalidade cuja observncia s parte contrria interesse. O enunciado consagra o
princpio de que no dado a ningum se beneficiar da prpria torpeza, no mbito
do processo penal, bem como o princpio de que a parte deve ter interesse na
declarao da nulidade.
Art. 565. Nenhuma das partes poder argir nulidade a que haja
dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a
formalidade cuja observncia s parte contrria interesse.
302
representao so suprveis a todo tempo, antes da sentena final. A aplicao desse
artigo, contudo, no pode descurar das garantias processuais do acusado relativas
cincia da imputao formulada claramente.
Art. 573. Os atos, cuja nulidade no tiver sido sanada, na forma dos
artigos anteriores, sero renovados ou retificados.
1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causar a dos atos
que dele diretamente dependam ou sejam conseqncia.
2o O juiz que pronunciar a nulidade declarar os atos a que ela
se estende.
303
A inexistncia processual no relevante. Se o ato processual, tido por
inexistente, carecer de pronunciamento judicial sobre seu vcio, porque adquiriu
relevncia, com a possibilidade de produo de efeitos jurdicos. Em processo penal,
que veicula pretenso atrelada ao estado de liberdade da pessoa humana, o
reconhecimento de vcio processual, se insanvel, deve resvalar em nulidade.
304
Os atos cuja nulidade no tiver sido sanada sero renovados ou ratificados. Em
suma, toda vez que no for possvel a sanao do vicio, a soluo legal a renovao ou
retificao do ato, desde que sejam respeitadas as garantias processuais constitucionais e
penais.
5.2 EFEITOS
A crtica aqui feita contra o teor do enunciado 523 da Smula do STF, que
verbera que no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a
deficincia s o anular se houver prejuzo para o ru.
305
Na atual jurisprudncia do STF, existe a tendncia de relativizar as nulidades
absolutas, no sendo raro que requeira, para sua declarao, o prejuzo para o ru.
Entendem os autores que esse prejuzo s no estar presente se a sentena for
absolutria, pois caso contrrio, o que haver a consagrao do sistema inquisitrio.
306
Os atos processuais praticados por representante no constitudo pela parte
podem ser convalidados mediante manifestao expressa ou tcita do procurador
legtimo. hiptese de ilegitimidade ad processum, admitindo convalidao.
Nessa esteira, o STF reafirmou sua posio, ao destacar que a sua jurisprudncia
atual admite a ratificao dos atos decisrios praticados por rgo jurisdicional
absolutamente incompetente.
307
Obs. Em julgado de 2011 (Info. 626), o STF disse que o recebimento da denncia
por juiz absolutamente incompetente NO interrompe a prescrio.
A suspeio tem a ver com situaes mais subjetivas, aludem algumas situaes
que so mais difceis de comprovao pela parte.
308
Suborno corrupo pelo recebimento ou promessa de recebimento de
vantagem pecuniria ou no pecuniria por parte do juiz.
309
Todavia, se devidamente convocado, voluntariamente no comparecer, a
ausncia deve ser considerada como expresso do direito de defesa, no ocasionando
nulidade.
310
imprescindvel que tenha sido o ru intimado da data do seu julgamento para
que este se d de forma vlida ou, consoante o caso, que seja o acusado intimado da
sentena para que esta produza efeito, ainda que tal ato processual tenha que ser
viabilizado por edital.
311
, por exemplo, o caso de faltar defesa concesso de prazo para apresentar
alegaes finais, na esteira da jurisprudncia do STF, que avivou recentemente que a
simples apresentao de contra-razes ao recurso de apelao acusatrio no tem a
fora de substituir, altura, a relevante fase procedimental das alegaes finais
defensivas.
IMPORTANTE!!! A carta precatria deve ser expedida com prazo razovel para seu
cumprimento. De todo modo, a instruo no se suspende enquanto se aguarda a
devoluo da precatria.
312
autos de carta precatria expedida para inquirio de testemunha no tem o condo
de obstar o encerramento da ao penal.
Para viabilizar sua oitiva, a parte interessada deve se acautelar para que ela
comparea sesso. possvel tambm a inquirio prvia mediante a emisso de
carta precatria, requerida, todavia, na fase de diligncia, para que seja juntada
aos autos antes do julgamento pelo jri.
313
no tenha sido realizado exame de corpo de delito na poca prpria, mas prova indireta,
o resultado do julgamento, em cotejo com o conjunto probatrio, poder indicar que a
nulidade no deve ser decretada.
Cabe ao juiz zelar para que no haja contradio no s nas perguntas, mas
tambm nas respostas. Se estas se opuserem, a nulidade absoluta, obrigando-se
realizao de novo jri.
Com efeito, no sendo o caso de vcio que enseje falta de quesito ou cause
perplexidade nos jurados, cuja aferio seja objetiva, a nulidade ser relativa,
dependendo de protesto oportuno durante a sesso e de comprovao de prejuzo.
314
presidente declare indefesa a sociedade, quando discordar da sustentao oral do
membro do MP, pois, com o advento da Constituio do Brasil, no paira mais dvida
acerca do princpio da independncia funcional que norteia a atividade ministerial.
Segundo o art. 478, CPP, podero ensejar nulidade, a ser reconhecida pelo juiz,
as referncias durante os debates:
Caso a prova seja invlida, e mesmo assim o julgador tenha se reportado a ela
para fundamentar a sentena, haver nulidade absoluta da sentena no porque a
motivao foi deficiente ou inexistente, porm porque a sentena no extirpou uma
nulidade em matria probatria (vcio extrnseco, em face de vcio na instruo).
315
A omisso de artigos que devem ser referidos no dispositivo s implica
nulidade (relativa, via de regra, e sanvel via embargos de declarao) se ensejar
dvida a respeito da deciso/sentena.
Obs. A falta de data simples irregularidade, sendo suprida pela certido de juntada
ou de publicao da sentena. J a falta de assinatura do juiz pode ensejar nulidade
absoluta, ou, para parte da doutrina, o ato seria juridicamente inexistente.
316
2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e
admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes,
designar dia e hora para continuao da audincia, com inquirio de
testemunhas, novo interrogatrio do acusado, realizao de debates e
julgamento.
3o Aplicam-se as disposies dos 1o e 2o do art. 383
ao caput deste artigo.
4o Havendo aditamento, cada parte poder arrolar at 3 (trs)
testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentena,
adstrito aos termos do aditamento.
5o No recebido o aditamento, o processo prosseguir.
317
A previso de sano de nulidade para esse defeito processual decorre do
princpio da comunicao dos atos processuais. A intimao o pressuposto
necessrio para o decurso vlido do prazo para as partes.
A nulidade, vista essa previso legal isoladamente, seria absoluta, por se referir a
elemento ESSENCIAL do ato processual, no se reportando aos elementos acidentais
que requerem a comprovao de prejuzo e a alegao em tempo oportuno.
318
No ponto, embora se cuide de formalidade essencial, foi tratado o vcio como
caso de nulidade relativa, a teor do art. 572 e das noes de prejuzo e de interesse na
alegao.
SMULAS APLICVEIS
STF
156. absoluta a nulidade do julgamento, pelo jri, por falta de quesito obrigatrio.
206. nulo o julgamento ulterior pelo jri com a participao de jurado que funcionou
em julgamento anterior do mesmo processo.
366. No nula a citao por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora no
transcreva a denncia ou queixa, ou no resuma os fatos em que se baseia.
523. No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua
deficincia s o anular se houver prova do prejuzo para o ru.
319
708. nulo o julgamento da apelao se, aps a manifestao nos autos da renncia do
nico defensor, o ru no foi previamente intimado para constituir outro.
709. Salvo quando nula a deciso de primeiro grau, o acrdo que prov o recurso
contra a rejeio da denncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
320
AES AUTNOMAS DE IMPUGNAO
1- HABEAS CORPUS
uma ao constitucional de NATUREZA PENAL destinada especificamente
proteo da liberdade de locomoo quando ameaada ou violada por ilegalidade ou
abuso de poder. Sua origem no Brasil est no cdigo de processo criminal de 1832,
vindo a ter assento constitucional com a CF/1891.
Qualquer pessoa, fsica ou jurdica, pode ajuiz-lo sem que precise seguir uma
forma definida nem recolher custas processuais.
321
O resultado da ao de HC o de uma ordem judicial. Naturalmente, expede-se
um alvar de soltura ou um salvo-conduto. Em tais casos, o remdio herico e sua
sentena tm natureza preponderantemente mandamental. Sem embargo, o HC pode se
destinar a trancar uma ao penal em relao a algum acusado ou mesmo a trancar o
inqurito policial quando a apurao, por si s, representar ameaa liberdade de
locomoo. Aqui, a natureza constitutiva se agrega mandamental, preponderando
aquela, porque visa, especialmente, desconstituir o inqurito policial ou a ao penal.
Tambm como sucedneo recursal o writ assume carter prevalentemente constitutivo.
1.1 CABIMENTO
322
O preventivo d azo emisso de salvo-conduto.
IMPORTANTE!!! Tem decidido o STJ que cabe HC em sede de execuo penal toda
vez que se queira como resultado prtico o combate a limitao indevida da liberdade
do apenado. Apesar de a execuo penal ter recurso prprio (agravo na execuo).
1.2.1 Competncia
323
A competncia para o julgamento da ao de HC definida em conformidade
com a qualidade da pessoa que seja responsvel pelo ato coator ou com a qualidade
da pessoa que esteja sofrendo a leso ou ameaa de leso a sua liberdade de
locomoo.
Competncia do STF:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
guarda da Constituio, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas
referidas nas alneas anteriores; o mandado de segurana e o
"habeas-data" contra atos do Presidente da Repblica, das Mesas
da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da Unio, do Procurador-Geral da Repblica e do prprio
Supremo Tribunal Federal;
Competncia do STJ:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justia:
I - processar e julgar, originariamente:
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das
pessoas mencionadas na alnea "a", ou quando o coator for tribunal
sujeito sua jurisdio, Ministro de Estado ou Comandante da
Marinha, do Exrcito ou da Aeronutica, ressalvada a competncia da
Justia Eleitoral;
324
Obs. A justia estadual tem competncia residual em matria criminal.
Lembrar!!! Para figurar no polo passivo do HC, no necessrio que seja autoridade.
Ex. Casa de internao que feri a liberdade de ir e vir do paciente.
325
1o A petio de habeas corpus conter:
a) o nome da pessoa que sofre ou est ameaada de sofrer violncia ou
coao e o de quem exercer a violncia, coao ou ameaa;
b) a declarao da espcie de constrangimento ou, em caso de simples
ameaa de coao, as razes em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de algum a seu rogo, quando no
souber ou no puder escrever, e a designao das respectivas
residncias.
326
PERANTE OS TRIBUNAIS: h oportunidade para manifestao do MP, consoante diplomas
normativos, especialmente regimentos internos. uma questo de poltica legislativa,
especialmente considerando a natureza da funo dos rgos do MP que funcionam junto aos
colegiados.
327
Obs. O trancamento no encontra meno na legislao. No se tranca ao penal ou
inqurito policial, porm se arquiva o inqurito ou se extingue o processo com ou sem
resoluo de mrito. Entretanto, a linguagem forense consagrou, margem da
legislao, o termo.
1.2.7 Recursos em HC
2- MANDADO DE SEGURANA
2.1 FUNDAMENTOS
328
Ser concedido para proteger direito lquido e certo, no amparado por HC ou
habeas data, quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico.
O MS ao subsidiaria em relao ao HC e o HD.
LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger direito
lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",
quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de
atribuies do Poder Pblico;
2.2 CABIMENTO
Para que seja admitido o MS, preciso que estejam presentes seus requisitos
especficos:
329
O MS um mecanismo de controle incidental das aes e omisses do poder
pblico, nos casos de violao a direito lquido e certo, decorrente de ato ou omisso
total ou parcial, normativa ou no normativa, do poder pblico.
330
Contra apreenso em excesso para fundamentar ao penal por crime
contra a propriedade industrial;
Para obter o advogado vista dos autos inclusive de inqurito policial;
Para o advogado comunicar-se pessoal e reservadamente com seu cliente;
Para evitar desentranhamento de documentos;
Para oferecer quesitos em prova pericial;
Contra fechamento de estabelecimento de diverses pblicas;
Para entrega de aeronave apreendida;
Contra medida de seqestro;
Para obter restituio de coisas apreendidas.
Obs. Compete a justia militar, eleitoral e dos estados julgar seus HC.
331
Desse modo, no obstante as inconsistncias de ordem tcnica, quando se tratar
de mandado de segurana em matria criminal, sero visualizadas, a depender da
hiptese e do impetrante, trs sujeitos passivos, em litisconsrcio necessrio:
A liminar de suspenso do ato impugnado pode ser deferida com ou sem a oitiva
prvia a autoridade impetrada e, para tanto, deve ser requerida pelo autor, ressalvado o
poder geral de cautela do rgo julgador.
332
Se o autor do mandado de segurana for o promotor ou procurador da
repblica, contra ato do juiz, d-se o mesmo: ser ouvida a Procuradoria,
como custos legis.
333
Mandado de segurana coletivo
3- REVISO CRIMINAL
3.1 FUNDAMENTOS
334
absolutrias IMprprias, especialmente porque a medida de segurana aplicada tem o
condo de sancionar o sentenciado absolvido.
3.2 CABIMENTO
335
criminais contra seus julgados e os dos juzes de direito. O mesmo raciocnio
aplicvel Justia Militar e Justia Eleitoral, isto , a competncia para o
processamento da ao de reviso criminal do tribunal prolator da deciso final que
tenha apreciado o mrito da demanda condenatria ou do recurso respectivo ou ainda do
tribunal ao qual seja vinculado diretamente o juiz que proferiu a sentena passada em
julgado.
Embora o CPP no faa referncia, entende-se que a CF autoriza o MP, pelo teor
do seu art. 127, a propositura de reviso criminal, desde que o faa em favor do
acusado. No mesmo sentido, Paulo Rangel pontifica que o Parquet tem legitimidade
ativa ad causam para requerer a reviso criminal em favor do restabelecimento da
ordem jurdica violada com um erro judicirio, pois a legitimidade no em favor
do condenado, mas, sim, a favor da reintegrao do ordenamento jurdico agredido com
o erro judicirio.
A posio aqui esboada, contudo, est longe de ser pacfica, havendo forte
entendimento de que AO MP NO ASSISTE LEGITIMIDADE, por ausncia de
previso legal. De acordo com Nucci: finda a relao processual, transitada em julgado
a sentena, no h mais cabimento em se admitir ao proposta por representante do
MP. Perdeu o interesse, visto inexistir direito de punir do Estado nessa ao.
336
A reviso criminal no tem efeito suspensivo relativamente ao cumprimento
da pena do condenado, no impedindo a execuo do veredicto.
Alm desse efeito final, cogita-se de outro, durante o trmite processual, que a
possibilidade de libertao provisria do ru at o julgamento da reviso criminal.
Deciso favorvel liberdade do acusado durante o curso da reviso criminal deve ser
excepcional, tal como pode ocorrer em casos teratolgicos de erros judicirios, merc
do poder geral de cautela do juiz. Normalmente, porm, no deve ser suspensa a
execuo penal, j que h uma deciso condenatria com trnsito em julgado, cuja
presuno guarnecida pelo manto da coisa julgada.
337
possvel ao Poder Pblico, ajuizar ao regressiva contra o particular que deu ensejo ao
erro judicirio, para se ver ressarcido da indenizao fixada na ao rescisria.
SMULAS APLICVEIS
STJ
STF
395. No se conhece de HC cujo objeto seja resolver sobre o nus das custas, por no
estar mais em causa a liberdade de locomoo.
338
701. No mandado de segurana impetrado pelo ministrio pblico contra deciso
proferida em processo penal, obrigatria a citao do ru como litisconsorte
passivo.
339