Apostila de Edificação Parte 1.PDF 2
Apostila de Edificação Parte 1.PDF 2
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Sapata
Estaca
Straus
Estaca de
concreto
l
TubulO'
i:
: SI;- Cohsultqres:_ ---
EDITORA
BLUCHER www.blucher.com.br
EDITOFA
BLUCHER
JSON PREIRA MAR^ESi^^
9l'78852 -MRINA PRiR MRQ''3
DUTR EDIFCIOS, 1 | "^
CINCO LOCAIS DE IMPLANTAO,
l/INTE SOLUES DE FUNDAES
MANOEL HENRIQUE CAMPOS BOTELHO
,-Js '' : ^
LUIS FERNANDO MEIRELES CARVALHQ'^
Reviso e atualizao; : ^:vO-; :V^
Eng. Jason Pereira Marques
Eng, lyiiriana Pereira Marques .
EDITORA
BLUCHER
www.blucher.com.br
V
Apresentao V
Homenagens Nota sobre os autores IX
Cuidado com as unidades de medida XI
Normas XII
PARTE III-ADENDO
1. Extratos da NR-18 Condies e meio ambiente de trab^o na
indstria da construo 149 Whh
2. Dialogando com os autores 153
IX
VIII
"Concreto armado eu te amo, para arquitetos" - Com aprovao didtica do lAB-SP Lus Fernando Meirelles Carvalho
Observao: m
Se voc, caro leitor, desejar coparticipar da feitura desses livros, entre em contato
com o autor MHCBpelo e-mail: manoelbotelho@terra.com.br
Editora Edgard Blcher **
www.blucher.com.br FijB?r.ua^uuc</aadiCc>.^uipyau,i^
^ X XI
NOTA
4 Discutindo det^hadamente cada uma dasvinfe^les d Na apresentao de qualquer assunto do conhecimento humano, o mtodo do estudo
fundaes". .>i li 33 de casos altamente rico sob o ponto de vista didtico. Foge do "lengalenga" dos
textos tradicionais, muitas vezes inspidos, inodoros e incolores.
caso n. 1 Casa trrea no local 33
^ caso n.2 Sobrado no local BQ. O estudo de casos*^*^ foi alternativa expositiva escolhida neste trabalho para
^" tiso n. 3 Prdio no local 1 ^ 40 i apresentar o equacionamento das solues dos conflitos que envolvem;
4 Galpo industrial no Ibcal 44 as estruturas de quatro edifcios a receberem fundaes;
caso rt 5 Casa trrea no local 2 *||
49 '
caso n. 6 Sobrado no local 2..... . 51
cinco locais geotcnicos diferentes, ou sejam, cinco stios geolgicos;
; caso B. 7 Prdio no local 2 54 os tipos de fundao que a interao "edifcio/local" indica como soluo.
caso ." 8 - Galpo industrial no locai 2 i;.;].. 59
caso n. 9 Casa trrea no local 3
Veja:
62
caso n." 10 Sobrado no local 3.. 63 Foram escolhidos quatro tipos de estruturas a suportar:
li- no local 3 .... , Casa trrea isolada;
caso;n. 12 Galpo industrial no local 3^^^^H|[..., .7s :
caso ii. 13 Casa trrea nolcal '70 Sobradinho geminado de um lado
caso:n- l^ Sobradrralcl 4..i| Prdio de mdia altura com estrutura de concreto armado, geminado de um
casoii." 15 Prdio n locai 4 ....M ....M .,.Ms
caso^. 15:Galpo industru nc^ocal4M^..-.;;i;.M....
manc-casorii." l^Casa trrea no 0cal.S:==^wE...;
^f6
lado;
Galpo industrial.
*
lpj^
^ caso 2019 IGalpo
IPrdios de apart^eAtoViip-oc^:^^
industridnqoc^;;...^j^^ O edifcio, suas caractersticas,
seus esforos nas fundaes.
.r83
(*) Nunca se esquecer que estelivro dirigido a jovens profssionas deconstruo civil e para obras decasas e prdios
de pouca altura. Consultar sempre as normas defundaes e outros livros.
4 PARTE IOS EDIFCIOS. OS LOCAIS. ASSOLUES DE FUNDAES A METODOLOGIA DESTE TRABALHO ' O
Esses quatro tipos de ecMcios cobrem ampla faixa de edificaes e de situaes Na parte 11 o caro leitor encontrar Fichas Tcnicas apresentando, de forma su
de esforos sobre as fundaes, quer quanto ao valor como quanto ao tipo de esfor mria, os aspectos tcnicos que embasam as matrias da parte" I.
os. Crem os autores, que ningum ler impunemente as pginas seguintes.
Assim vejamos; Agora com voc. Respire fundo e comece.
O quadro a seguir ajudar o acompanhamento de todo o trabalho. Acompanhe o
Tipo de edifcio Caractersticas dos esforos nas fundaes texto com base nesse quadro.
Boaviagem didtica. o que ns desejamos.
Casa trrea isolada Carga vertical, positiva, distribuda, bastante baixa
Os cinco locais geotcnicos (L-1, L-2, L-3, L-4, L-5) tambm foram escolhidos de
f comeamos aestudarasestruturas dos edifcios/pr^^
fS,deieimnr'sfuridaes.pepoisrn^^^^
maneiraa cobriralta faixade problemas e de complexidade^*^ f- .-j.- - sii^isolu^aik x'
Quanto aos tipos de fundaes foram escolhidos:
Fundao direta por sapatas-corridas ou sapatas isoladas;
Brocas ou estacas "Strauss";
Estacas pr-moldadas de concreto armado; mEinecessro alertar OS Jovens: colegasjuma verdade:d^v^
Tubules a cu aberto^**^.
A razo da escolha destes tipos de fundaes est ligada ao fato de serem esses,
os tipos de fundaes mais comuns por este Brasil afora. ^Srelcinda com assunp^^Mcha T^
^.^^'.iii^t>*nnnia'^f^,nmnlorrionfa' acca nnhciili:
O trabalho est apresentado em duas partes
Na parte I do trabalho encontra-se:
a descrio das estruturas a receber fundaes; *
a descrio dos locais;
a soluo das fundaes.
(*) Como sever, olocal L-5 diferente dos demais. Para ele no hsondagens disponveis. Como fazer? oque veremos
adiante.
(") TutHiIes executados com auxflio dearcomprimido sousados para altas cargas (ex.; 1.0001) e principalmente quando
o lenol fretico fora a entrada deguanaobra. Apresso dentro dotubulo impede a entrada degua. Pronta a obra, o
funcionamento dotubulo com ar comprimido igual ao tubulo construdo a cu aberto.
parte Ios EDIFCIOS, OS LOCAIS. ASSOLUES DE FUNDAES
7
Nocanto superiordireito de cada quadrculo est indicado o nmero do caso (*) Essa praxe de seusar paredes externas de um tijolo einternas de meio (ijolo est ligada razes de conlorlo trmico esegurana
a estudar. pairimonial. Em lermos eslrulurais, deveria ser ao contrrio, pois pela analogia com i^gas contnuas, asparedes internas que deve
riam serdeum tijolo, pois recebem ca^as maiores queas exiernas.
8 parte I os EDIFCIOS. OS LOCAIS. ASSOLUES DEFUNDAES SOBRADO GEMINADO DE UM LADO 9
Pilar de canto
Pilar de periferia
Pilar central
Planta
OBSERVAO
1,50
2.3 PRDIO DE APARTAMENTOS DE TRS PAVIMENTOS, Com tudo isso podemos admitir:
MAIS TRREO GEMINADO DE UM LADO 1) cargaacidental nas lajes 200kg/m2
Foi adotada como exemplo, a soluo muito usada de prdio com um andar trreo 2) peso prprio da laje 425 kg/m^
mais trs andares, ou seja o edifcio mais alto que se costuma fazer sem elevador.
O tipo de prdio o usado por entidades ligadas construo para as classes m 3) peso prprio dofon-o 5kg/m2
dias, mdia-baixa e pobre alta^^^ O edifcio estruturado, ou seja, sua estrutura 4) peso prprio do contra-piso e piso 150kg/m^
compostapor lajes, vigas e pilares, sendo que a alvenaria no tem responsabilidade
estrutural. 5) peso prprio de paredes diversas 150kg/m2
Admitimos um prdio geminado, do qual igualmente analisaremos a interfern 975 kg/m^ a 1t/m^
cia com a (visado terreno e cuja garagem semi-enterrada (subsolo) e, portanto, REFERNCIAS
sujeita influncia do lenol fretico sobre as obras. Norma Brasileira (NBR 6120) - Cargas de Projeto"
Sero aqui consideradas as cargas atuantes, gendo que, neste caso, o efeito do Espessura mdia (lajes e vigas) 0,17 2,5 t/m^ =425 kg/m^
Pesos normais de fon-o a seremfornecidos pelofabricante
vento no considerado, dadas as pequenas dimenses.
Pesosnormais de pisoa seremfornecidos pelo fabricante contra-piso:
As cargas, que normalmente ocorrem nos pilares desses edifcios e que so trans 0,04 m2,4 t/m a 100 kg/m^
mitidas fundao, so:
Carga acidental (viva) calculada, regra geral, em torno de 150kg/m^ a
200kg/m2;
Peso prprio da estrutura de concreto armado, telhado e alvenarias.
Trata-se de um edifcio com subsolo para garagem e sem elevador. Possui quatro
apartamentos por andar. O clculo estimativo das cargas que chegam s fundaes
segue o mesmo esquema do apresentado no sobrado.
Pilares centrais
rea de influncia 6 m. 5 m = 30 m^
Carga nos pisos:
Trreo 30 m^ 1 t/m^ = 30,01
r 30 m^ 1 t/m^ = 30,01
2 30 m2 .1 t/m^ = 30,01
3 30 m2 1 t/m^ = 30,01
Cobertura 30m^ 0,5tJvc? = 15,01
Piso'subsolo 30 m^ 1,5t/m^ = 45,01
Total = 180,01
Pilares de canto
Pilares de periferia
reade influncia 6 m 2,m = 15m^
No caso especifico deste edifcio, temos um novo assunto a tratar, ou seja, a
Portanto carga dos pilares centrais/2
questo da construo de um andar subterrneo (garagem) e que sofre a ao do
180,01/2 = 90,01 empuxo hidrosttico, no caso de o lenol fretico ser alto. Temos duas solues es
truturais a considerar, face a este problema:
TD PARTE IOS EDFiCIOS, OS LOCAIS, AS SOLUES DE FUNDAES PRDIO DE APARTAMENTOS DE TRS PAVIMENTOS MAIS TRREO, GEMINADO DE UM UDO ' 17
caso 1) construir piso degaragem estanque e absorvendo a ao do empuxo hidros- Os dadossobre os pilares podemser agrupados da seguinte forma:
ttico. Isto exige a construo de imia laje bastante cara para resistir ao
desse empuxo Gaje de subpresso);
1) Cargado pilar com laje de subpresso (t);
2) Idem 1 mais pesoprprio do bloco ou sapata (t);
caso 2) piso da garagem no estanque (permevel, com drenagem). Com isto, agua
do subsolo penetra (e devemos permitir sua entrada para que ela no aplique 3) Idem 1 masno caso de no haver laje de subpresso;
empuxo laje). Isto requer seu esgotamento porsistema debombas, durante as 4) Idem 2;
24 horas do dia para que a garagem no seja inundada^*^. 5) Pr-dimensionamento dos pilares (seo transversal, no caso de haver alaje de
subpresso (cm));
6) Idem 5 sem laje de supresso.
Notar que no caso 1 (piso estanque) o empuxo hidrosttico reduz a carg que
os pilares transmitem s fundaes. Mas a NBR 6122 no permite considerar esse
alivio nos elementos de fundao pois, um dia, olenol fretico poder extinguir-se CDIGOS ^ ^ l i I I
(grande seca, obras de rebaixamento de lenol fretico naregio) e ento poderiam
ocorrer problemas (recalque) face ao fim do "benefcio".
20x25 cm
20x20 cm
Quanto aos pilares, lembrar que aos quatro centrais, deve-se acrescer a carga da
caixa d'gua de 20.000 L.
Portanto 20,00 m^ 1,8 t/m^ =361 (peso prprio +peso da gua), que distribu
das em quatro pilares de sustentao representando 101porpilar.
45 X20 cm 40 X20 cm
Vamos considerar dois casos de prdios:
como acrscimo da lajede subpresso (laje bempesada),
sem a carga da laje de subpresso.
Nos dois casos foi desprezado obenefcio da subpresso aliviando as cargas so / 95_/ 72 ,
bre as fundaes. 180 / 135 /
65 X30 cm
60 X25 cm
/ 190 / 142
190 /l45 /
70 X30 cm
60 X25 cm
Cortes NOTA
Estrutura
-TV
As causas de preocupao com ovento no galpo so devidas -
metlica
peso extremamente leve da estrutura do galpo
s h duas fileiras de pUares para enfrentar aao do vento;
20,000m
falta de paredes divisrias que ajudariam atravar aestrutura
Corte frontal LEMBRETE
NOTA
Parte I
3.1 LOCAL 1
t
^ Para definir azona de aterro um dos critrios agrande mistura de materiais, coisa resultante da ao do homem. O
solo natural notem essa diversidade deconstituio.
SPT-Standard penetration test ousejateste padro depenetraa
22 PARTE IDESCRIO DOS CINCO LOCAIS DE IMPLANTAO DOS EDIFCIOS
Com nvel d'gua baixo (foi medido no final do perodo da seca) pode-se dizer Destaque-se oSPT com 65 golpes alcanado com 10 metros de profundidade
que o parmetro "gua" no impede a adoo de qualquer tipo de fundao (vide fato que no costuma acontecer para este tipo de solo. '
ficha n. 6).
Como regra geral, ndices de 45 a50 golpes indicam ofim de solos susceptveis a
Quanto s escavaes no caso de uso de tubules, deve-se estudar a estabilidade ensaios de percusso, como oSPT. Notar que, aps otrecho mais resistente (SPT =65")
do solo com bastante cuidado, por se tratar, em sua maior parte, de material arenoso ondice cam para SPT =26. Possivelmente este trecho mais resistente correspondia
e de fc deslizamento. a uma lente de solo estratificado e muito delgado ou uma pedra. Isto demonstra o
Os SPT indicam um solo bem resistente (normalmente SPT maiores do que 20
quanto delicado interpretar um resultado de sondagem. Uma pessoa menos expe
indicam solos compactos ou duros). Notar que nos primeiros metros o terreno fica
riente, comandando uma equipe de sondagem, teria interrompida com SPT =65 e
concluir haver encontrado um terreno muito resistente, quando na verdade tratava-
com SPT em tomo de 20 e a partir da, o SPT aumenta. se apenas de uma camada delgada muito resistente. Afeitura da sondagem em vrios
pontos ajuda a obteno da concluso final. Alis, o que deve ser interpretado no
Nvel do Sondagem local 1 Cota do um resultado de boletim e sim atotalidade dos resultados de todas assondagens e
terreno terreno 5,27 m da inspeo de campo.
Camadas do subsolo 27?'
Aterro de argila, arenosa, amarela
Com todos esses subsdios mo, pode-se ento identificar o solo do local em
estudo. Importante de se destacar a participao da experincia do sondador no
25/06/1974
andarnento da sondagem. Neste caso, oprofissional no se deixou impressionar pela
ocorrncia deum SPT de 65 e continuou a percutir (bater) e atravessou a lente de
/Veia mdia siltosa, argilosa, medianamente compactada,
solo mais resistente, voltando auma camada de solo de menor capacidade. Tivesse o
vermelha, amarela e cinza sondador parado asondagem na camada mais resistente, oengenheiro de fundaes
seria induzido a apoiar sua obra nessa camada que, na verdade, no existe, pois
uma^simples lente (trecho fino) de camada mais resistente. Apenas uma grande ex
Compacta perincia do engenheiro de fundaes o salvaria de cometer grave erro.
Acerca de 16,45 m, parou-se asondagem (Consultar aFicha No. 6da Parte H). A
inspeo ao local da obra indicou:
Cota abaixo do nvel do terreno
topografia - terreno em local alto e bastante ngreme (20%);
zona urbana densamente habitada;
Argila siltosa, rija dura, amarela e cinza lotes vizinhos j edificados;
ausnciade vegetao e cursos de gua.
Na linguagem leiga oterreno do local 1"muito bom" para fundaes. Oque o
leigo no consegue detectar que osolo sedimentar ou seja, formado por camadas
de sob de vrias origens. Oterreno sedimentar, pela sua heterogeneidade de ori
Areia mdia siltosa, argilosa, medianamente gens, dificulta a escolha de umtipo de fundao.
compacta, amarela
Compacta *
NOTA SOBREAS RESISTNCIAS DOS MATERIAIS
Argila siltosa, dura, amarela e cinza As denominaes areia compacta", "argila dura", "areia mediamente compacta"
do boletim de sondagens no provem de suas determinaes em equipamento
de laboratrio. O laboratorsta faz essas indicaes correlacionando o material
NOTA
enviado aolaboratrio com onmero depancadas penetrao do amostrador.
(Valordo SPT).
Admitimos que as sondagens foram executadas antes de qualquerinterveno
recente do homem no local para a execuo da obra ,
24 PAFTTE IDESCRIO DOS CINCO LOCAIS DE IMPLANTAO DOS EDIFCIOS
Analisaremos agora a resistncia do solo. At a profundidade de um metro temos S a partir dos quatro metros, que o terreno, apesar de continuar a ser de argila
aterro com vegetais e resistncia baixssima (SPT ^ 2); at quatro metros de profun silto-arenosa, no alterando pois sua composio, comea a ter resistncia crescen
didade, temos uma arga sto-arenosa que, convenhamos, uma autntica "colcha te, com SPT de 8 at 35. Notar que, a treze metros de profundidade, o terreno sofre
de retalhos". Esse solo mole. mudana passando a silte argiloso, pouco arenoso mas que, convenhamos, no tem
grande alterao geolgica em relao argila sto-arenosa. O SPT, nessas profundi
dades, sempre maior do que 30.
Sondagem local 3 data 15/12/2001
Tipo de solo 2V,"
Concluses:
Aterro com vegetais
no so viveis solues rasas de fundao (sapatas) para cargas mdias, como
as de prdios de apartamentos de poucos andares. O correto adotar fundaes
profundas (estacas Strauss; estacas pr-moldadas de concreto armado).
Argila silto - arenosa mole
no teremos problemas com o lenol fretico nas escavaes.
Em visita ao local, constatamos:
topografia - terreno plano em local alto,
Argila silto - arenosa, rija dura zona de periferia, pouco construda,
alguns lotes prximos j construdos,
terreno j terraplenado (regio de corte). A sondagem anterior terraplenagem,
ausncia de vegetao e cursos d'gua.
Aqui destacamos (acredite se quiser) que, algumas vezes, nos deparamos com
sondagens que acusam ausncia de nvel d'gua e em visita ao local constatamos
presena de curso d'gua prximo ao terreno e no mesmo nvel, evidenciando a falta
de cuidado na observao, pelo sondador, do nvel d'gua.
Mais uma vez ter prevalecido a experincia do profissional realmente habilitado
e que visitou o local da futura obra. Confiar desconfiando!!!
Pergunta:
Silte argiloso, pouco arenoso, compacto variegado Digamos que uma sondagem tenha sido feita poca da seca e no tenha detectado
lenol fretico elevado. Se a obra for feita em poca de chuva, quando o lenol fre
tico tende a subir, como interpretar o resultado?
*
Resposta:
Normalmente a variao anual do lenol fretico no supera um metro, desde a esta
o chuvosa at estao seca. Quando for estudar a sua obra, veja as repercusses
desse metro face s cotas de sua obra.
Mas: ateno sobre o nvel d'gua! Nvel d'gua alto em lo5al argiloso pode no
ser fonte de problema, pois a infiltrao ou percolao da gua nas cavas de fundao
reduzida e lenta. Em solos arenosos, tudo ao contrrio. Com lenol fretico alto,
Cota ao longo da profundidade gua rapidamente inunda a vala.
parte IDESCRIO DOS CINCO LOCAIS DE IMPLANTAO DOS EDIFCIOS
Onvel d'gua prximo da superfcie do terreno, o que complica o uso de fun Amarela, roxa e vermelha
daes que exigem sapatas etubules^*^ a cu aberto.
Amarela
Estasondagem foi paralisada pelaocorrncia da situao de impenetrvel per Areia fina argilosa.medianamente compacta, cinza.
cusso, o que acontece s vezes, pela ocorrncia de mataces oupedras maiores do Roxa e cinza
que 20 cm. Para seter uma melhor informao do que est ocorrendo no subsolo (se Areia fina e mdia, argilosa, medianamente compacta,
camadaresistente ou mataco) o correto deslocar o furo de sondagem alguns me roxa e vermelha.
tros e refazer a sondagem. No caso de fundaes de pontes e viadutos, mesmo ocor
Argila silto - arenosa, rija, roxa.
rendocamadas rochosas, necessrio ter-semaisinformaes sobre essa camada e
fundamental ultrapass-la. Usaremos nesses casos, fora doslimites deste livro, ento
um outro tipo de sondagem e no mais percusso, pois esta no atravessarocha. Areia fina e mdia argilosa, compacta, amarela e cinza.
Nacamada rochosa, faz-se sondagem rotativa que utiliza coroa de diamante,que
pode fazer furos na rocha.
Profundidade (m)
(*) Aquesto do nvel d'gua esua influncia nas escavaes dependem tambm - ebastante - do tipo de solo, Se o
nvel de gua for alto mas osolo for argiioso talvez no ocorra volume d'gua significativo na vala de escavao. Um
poo exploratrio permitir avaliar com bastante exatido este fato.
(") Anorma de sondagem em rocha aNBR 6490 'Reconhecimento eamostragem para fins de caracterizao de
ocorrncia de rod^as'.
30 parteIDESCRIO DOS CINCO LOCAIS DE IMPLANTAO DOS EDIFCIOS LOCAL 5 31
Essa rampa era luna estrutura independente do resto da edificao. Com o tempo
3.5 LOCAL 5 (sem sondagem) o prdio foi afundado e a rampa foi sendo modificada. Hoje - quinze anos depois - o
Ateno: Neste local no foram executadas sondagens. Apesar disso, o local foi vi primeiro andar trreo e a rampa ascendente agora ligeiramente descendente!
sitado e suas imediaes foram percorridas. Obras de corte e aterro nas imediaes um caso concreto de interao entre o projeto de fundaes, projeto de arqui
foram visitadas. Agora fica o problema: podemos projetar obras de fundao neste tetura e projeto de estruturas.
local? o queveremos: no percam.
O tempo passa
nTll
Projetos de estruturas Projetos de fundao Antes
Como a carga est distribuda ao longo da parede, vamos estudar o uso da sapata
corrida, ou seja, uma sapata que se desenvolve ao longo de todas as paredes estru
turais.
Veja a soluo:
Como dimensionar essas sapatas?
Alvenaria
Concreto magro
-Solo compactado
'/. Corte
(')Asapata quando corre aolongo detodas as paredes chama-se sapata corrida e nalinguagem popular chama-se em
alguns locais dopasde alicerse, palavra sagrada emnossacultura pois tanto sugere basee apoia
l!i; 34 DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VINTE SOLUOES DE FUNDAES CASO N. 1 CASATRREA NO LOCAL 1 35
O critrio o mesmo, tanto para sapatas corridas quanto para sapatas isoladas:
= lOSPT,,
tAn*'2 = SPT,kg/cm'
, ^i
5 5 . 1
Vlido para 5 < SPT < 20 golpes * baldram'
onde: jji
SPT corresponde camada, sobre a qual iremos assentar a fundao F
f a Ia a
ff
Notar que estafrmula vlida para as fundaes rasas. | y
5,0m 5,0m
~ Plant
confinada" e para um mesmo SPT a capacidade de carga do solo cresce. Cada sapata isolada receber^ carga de:
No nosso caso de fundao rasa, profundidade de um metro (profundidade m (5 m^(2.000 kg/mj O.OOO kg =(^0 tj
nima para fugir do terreno superficial cheio de razes, detritos, etc.) o SPT do
local 1 de 16. logo:
Como a taxa do terreno de';'32 t/m^ .ento a rea dasapata ser:
= = = 3,2 kg/cm^ = 32 t/m^
5 5
tr^jalho
0,4
=5 < 32 t/m^ a = .
1
^32 =0,60m
Estamos numa situao folgadssima. Nem precisaramos usar sapatos. Bastaria Logo a soluo encontrada foi descarregar a carga em sapatas isoladas, quadra
fazer as paredes descerem at~o so. Todavia recomendvel a execuo de sapatas das, de 60 cm de lado.
com dimenso no inferior a 40 c_m^*^. Alm disto, as sapatas oferecem a vantagem
de criar solidariedade longitudinal. Se um trecho do solo for ruim (existncia, por
exemplo, de formigueiro), a sapata contnua distribui os esforos, como se fosse uma Consideraes importantes
ponte sobre solo ruim. 1- A dimenso de 60 cm aceitvel, por ser prxima de_80 cm e tratar^se a "areia
A desvantagem da sapata corrida exigir ao longo de todas as paredes: escava siltosa e argilosa"^*^ Areferncia a 80 cm dada pelo fatq_de ser ^sa a.argura
o, concretomagro^"^ e o concreto da prpria sapata. das placas utilizadas em estudos de Mecnica dos Solos para prever as capacida
des de carga dos solos. Em qualquer caso a dimenso mnima de uma sapata
No seria melhor concentrar a carga em alguns pontos? Uma viga receberia en
,de,40 cm.
to a carga das paredes e a distribuiria sobre as sapatas isoladas. Essa viga charna-se
"baidrame". 2- fundamental a total retirada do aterro, face a presena de razes, e matria
orgnica sobre as quais nada se pode apoiar. Alis, a prtica de se aprofundar um
Veja uma viga-baidrame descarregando a carga sobre sapatas isoladas:
mnimo de um metro de superfcie tem como um dos o^etivos exatamente fugir
do solo superficid, onde norm^mente ocorrem entulhos, razes, solos fracos,
etc. No esquecer de considerar a viabilidade de uma troca de solo na hora de se
aprofundar.
(*} Est lecnicamenle comprovado por ensaios experimentais que no recomendvel aexecuo desapatas com
dimenso (largura) inferior 40 cm. {*) Para areias puras 'solos granulares", sapatascom dimenses menores que2,00 msofrem uma reduo decarga
{") Concreto magro =concreto pobre em cimento com acomposio em volume 1:3:5 (cimento, areia, pedra) conforme prescrio da normaNBfl 6122.
36 DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VINTE SOLUES DE FUNDAES CASO N."2 SOBRADO NOLOCAL 1 - 37
No razovel fazer-se sapata de, 16 cm,de largura, pois seria menor do que a
CASO N" 2 - SOBRADO NO LOCAL 1 prpria espessura da parede.
Sobrado estruturado Gaje, vigas, pilares) em locai, cujas caractersticas geotcnicas Uma soluo adotar, comono ca^n. 1, sapatas isoladas unidas por viga-bal-
so muito boas. Solo resistente. drame.
Neste caso, por estarmos num local de solo muito bom, a pergunta primeira : No nosso caso, temos a agravante de que o sobrado geminado e no podeinos
porque estruturaram o sobrado? Estruturar, como j vimos, usar lajes, vigas e pi usar sapata sem invadir o terreno vizinho (soluo ilegal).
lares concentrando a descida de cargas pelos pilares. Se tivessemos suprimido vigas
e pares as cargas das lajes se distribuiriam nas paredes e estas descarregariam na Teremos pois que usar sapata excntrica mas com viga-aiavanca como manda a
fundao, diretamente. Veja no desenho a seguir. norma NBR-6122 item 6.3. Veja:
No caso do sobrado, temos que acrescentar carga da casa tirea (2.000 kg/m), Lembremos que as cargas dos pilares extremidades so de 10 t e 20 t. Assim,
teremos:
o peso da alvenaria do andar superior e o peso da laje superior, carregada.
Assim, teremos as cargas:
cargas provenientes de telhado, forro e alvenaria de um andar (casa trrea) Divisa
carga de alvenaria adicional 2.000 kg/m do lote
Pilar de canto
lM,=0
" Piso
superior
% -hL
' Pilar de periferia
Pilar centra!
Xi=^=10,6t
*7.^ . 1" " -rea de influncia Yj =10 + 20-10,6 =19,41
de um pilar - 5
DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VIMTE SOLUES DEFUNDAES CASO N." 2 SOBRADO NO LOCAL 1
Limite de propriedade
VA = Viga alavanca
SMp=0
^2- 4_g -21.7 t
Y, = 20+39,5-21,7 = 37,8t
NOTA
60Dimenso em cm
Vemos que o uso da viga-alavanca constitui, em ltima instncia, um artifcio que S - 9 Nmerod sapata
nos permitiu transferir uma carga aplicada a um ponto situado no extremo do prdio,
para o seu interior.
O custo desse arranjo que as novas cargas (Xi e X2) so maiores do que as
OBSERVAO
cargas de 101 e 20 pois:
Teoricamente deveramos adotar para as sapatas de divisa, seo retan
Xj = 10,61 gular cuja menor dimenso seja perpendicular divisa, diminuindo desta
X2 = 21,7t -forma, a distncia da carga ao centro de gravidade da sapata. Isto reduzir
ainda o momento aplicado alavanca.
Agora podemos calcular a rea necessria para cada sapata. Veja: b
Deve-se respeitar sempre a relao sapata: = 2,5.
Como sabemos, nesse terreno o SPT na cota de fundao 16 e ento o Oad :
F
^ad-g Observaes:
^ =3,2 kg/cm^ =321 /m^ 1- As vigas V. A. so alavancas, as demais Divisa-
5 5 constituem baldrames ou travamento;
2- As vigas-alavanca devero receber as alve-
narias de fechamento; suas cargas na fun
Logo as reas das sapatas sero: dao foram consideradas na avaliao da
carga do 1 piso.
X 10 6
S= = = 0,33 m^, sapata quadradacom60 cmde lado
3.2 t/m^ 32 '
X 217 O clculo da altura e a escolha da ferragem
S= = ^=0,67 m^, sapata quadradacom85 cmde lado. da sapata e viga alavanca no so de responsa
3,2 t/m^ 32 ' bilidade do engerieiro de fundaes e sim, do
calculista da estrutura.
40 DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VINTE SOLUES DE FUNDAES CASO N. 3 PRDIO NO LOCAL1
CASO N 3 - PRDIO NO LOCAL 1 Ou seja, a sapata excntrica ser calculada como graas a uma
viga alavanca que "centralizar a carga". Assim:
O nosso prdio, neste caso n 3, tem um andar subterrneo e por isto a presso d'gua
poderia preocupar. Acontece entretanto que a sondagem diz que o nvel d'gua
muito baixo e portanto no haver a preocupante subpresso.
-Pilar de divisa
-Pilar interno
Viga alavanca
2 piso Lado A
T78. 3 t
0,8 m
Muro de
divisa
i 'r- -liV V
. Piso inferior
' da garagem
o =^ =Bis4kg/cm^ =40t/m^
5 5 ^ Note que os valoresexpressos na colima 3 so bastante prximo^ dos da coluna
4, o que vem a confirmar o acerto do critrio expedito (simplificado) SPT/5.
Logo, todas as sapatas do prdio sero calculadas com essa presso admissvel.
Prdio
vizinho Nossa fundao deve
existente se afastar na horizontal e
na vertical tal que a con
forme item 6.4.5.1
Exemplo de aplicao a) solos pouco resistentes
a 2= 60
b) solos resistentes
Carga de'72 a = 45
c) rocha s a = 30
721
S= ;r= 1.69 m^ adotou-se sapataquadrada 1,30 -1,30 m.
42,5
a&eo
Por esta, calculam-se todas as outras sapatas do prdio.
Observao:
Essa prescrio da Norma deve-se ao fato de que, com este cuidado, no des
1- Comentamos aqui o item 6.2 da norma NBR - 6122 que indica tenses admis
calaremos a fundaovizinha por no interferirmos no bulbo de presses conforme
sveis para os diversos tipos de solo que, no caso particular das argilas e areia.
mostrado na Ficha n. 5.
Notar:
A situao limite aceitvel que no ponto A nao haja tenso. Se a situao pas
Hiptese 1- Carga permanente mais vento e mais peso da fundao sasse do limite, a sapata se deslocaria do terreno em A.
Segundo o fabricante da estrutura metlica, os esforos em cada pilar so: Imporemos ento a condio de termos toda rea comprimida sem deslocamen
Pv = 1,91 (carga vertical) to em A. Logo no ponto crtico A teremos tenso nula:
S W
(*) Oespecialista de fundaes deve alertar isso ao seu cliente e verificar se em seu contrato de fornecimento isso est
escrito. Transmisso deinformaes spor escrito, atendido oformalismo documental. Faa atas dereunio. O 2,4 \Jnfl opeso especfico do concreto simples