MARQUISES
MARQUISES
MARQUISES
ASSUNTO: MARQUISES
Araraquara, 2018
MARQUISES DE CONCRETO ARMADO
1. INTRODUÇÃO
Marquises são estruturas em balanço formadas por vigas e lajes ou por apenas uma
laje. Normalmente, são projetadas com a função arquitetônica de cobertura e proteção de
“halls” de entrada das construções.
As marquises podem receber cargas de pessoas, de anúncios comerciais ou outras
formas de propaganda, de impermeabilização, etc.
A estrutura da marquise a ser projetada, depende principalmente do vão do balanço e
da carga aplicada. As mais comuns na prática, como se pode verificar nas construções
existentes, são as formadas por lajes simples em balanço. Marquises mais complexas,
formadas por vigas e lajes, são pouco comuns na prática das pequenas construções.
São indicadas para pequenos balanços (até ~ 1,8m). O problema principal nessas
marquises é verificar a flecha na extremidade do balanço, já que o dimensionamento é
simples. A figura 1 mostra a laje em balanço engastada na laje interna; o esquema estático é
de uma barra engastada numa extremidade e livre na outra, a armadura principal, portanto, é
negativa (calculada como em viga) e transversal. Pode-se dispensar a colocação da armadura
positiva.
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Figura 2 – Laje em balanço engastada em laje armada em uma direção
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Quando a laje interna é armada em duas direções, o problema não é tão simples (ver
figura 3).
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para momento uniforme aplicado no lado maior e a tabela 9b é para momento uniforme
aplicado no lado menor (figura 5).
Para balanços maiores (L > ~ 1,5m), afim de diminuir o peso próprio, pode-se variar a
espessura da laje em direção à extremidade do balanço (figura 6).
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Figura 6 – Laje com espessura variável
Nesse caso, para efeito do cálculo do peso próprio, como simplificação, pode-se
adotar uma espessura média.
As lajes em balanço podem não ser contínuas com as lajes internas (se existirem).
Nesse caso, há a necessidade de engastar a laje na viga (figura 7).
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O momento fletor que solicita a laje em balanço é momento de torção para a viga, que
deve obrigatoriamente ser considerado no cálculo da armadura da viga (figura 8).
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Os pilares P1 e P3, receberão um momento fletor igual ao momento de torção T e o
pilar P2 receberá um momento fletor igual a:
Vigas de concreto ou muretas de tijolos nas bordas das lajes contribuem apenas para
aumentar o carregamento atuante sobre a laje (figura 9).
Para balanços maiores que ~ 1,8m, recomenda-se que as marquises tenham vigas (ver
figura 10).
A laje normalmente é armada em uma direção. É simplesmente apoiada nas vigas V1,
V2 e V4. Na viga V3, a vinculação depende da continuidade ou não com outra laje. A viga
V4 pode ser suprimida, tornando a borda livre.
Caso as vigas V1 e V2 não sejam contínuas, logicamente estas devem ser engastadas
nos pilares. Neste caso, no cálculo dos pilares, é necessário considerar o momento fletor
proveniente dessas vigas, o que será visto à frente.
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Figura 10 – Marquise sustentada por vigas
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Figura 11 – Marquise apoiada em vigas em balanço
Neste caso, as lajes devem ser dimensionadas com uma borda livre.
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Figura 12 – Estrutura para grandes balanços
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É importante observar que as vigas V6 e V7 da figura 12 estão apoiadas sobre as vigas
V1 a V4 e estas estão em balanço, suportando a marquise e transportando as cargas aos
pilares.
ROCHA (1987) mostra que marquises com lajes apoiadas em vigas engastadas em
pilares, o momento fletor que solicita a viga, solicita também o pilar. Pilares de um lance com
a base engastada têm um momento fletor constante ao longo da sua altura e igual ao momento
negativo da viga (figura 13).
Pilares de dois ou mais lances (figura 14), os momentos no pilar são dados por:
– pilar inferior
– pilar superior
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Figura 14 – Viga engastada em pilar de dois lances
4. EXEMPLO NUMÉRICO
Concreto: ;
Aço: CA-50;
Cobrimento das armaduras: 3cm.
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Figura 15 – Marquise de concreto armado
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Figura 16 – Esquema estático da marquise
e) Detalhamento da armadura
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Figura 17 – Detalhe em corte da armadura da marquise
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HAHN, J. Vigas continuas, porticos, placas y vigas flotantes sobre lecho elastico. Barcelona,
Ed. Gustavo Gili, 1972.
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