Em 2ano MP Regular Lport
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2- srie
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Manual
do Professor
Lngua Portuguesa
EDUARDO Antonio Lopes, Eduardo CalBUCCI,
Fernando MARCLIO Lopes Couto, Francisco PLATO Savioli,
MAURCIO Soares da Silva Filho, Paulo Csar de CARVALHO,
PAULO Giovani de Oliveira e Srgio de Lima PAGANIM
Direo de inovao e contedo: Guilherme Luz
Direo executiva de integrao:Irina Bullara Martins Lachowski
Direo editorial:Renata Mascarenhas
Gesto pedaggica e gesto de projeto editorial:Henrique Braga
e Rodolfo Marinho
Coordenao pedaggica: Fbio Aviles
Superviso da disciplina: Eduardo Calbucci
Gesto de rea: Alice Silvestre e Camila De Pieri Fernandes
Edio: ngela Davoglio, Fabiana Mioto e Letcia Figueiredo
Gerncia de produo editorial:Ricardo de Gan Braga
Fluxo de produo:Paula Godo (coord.), Fabiana Manna e
Paula P. O. C. Kusznir
Reviso:Hlia Gonsaga (ger.), Ktia Scaff Marques (coord.),
Rosngela Muricy (coord.), Danielle Modesto,
Marlia Lima, Marina Saraiva, Tayra Alfonso e Vanessa Lucena
Edio de arte:Daniela Amaral (coord.) e Antonio Cesar Decarli
Diagramao:Casa de Tipos
Iconografia e licenciamento de texto:Slvio Kligin (superv.);
Denise Durand Kremer (coord.); Claudia Bertolazzi,
Claudia Cristina Balista,Ellen Colombo Finta, Jad Silva,
Karina Tengan e Sara Plaa (pesquisa iconogrfica); Liliane Rodrigues e
Thalita Corina da Silva (licenciamento de textos)
Tratamento de imagem:Cesar Wolf e Fernanda Crevin
Ilustraes:Casa de Tipos e Avits
Capa: Daniel Hisashi Aoki
Foto de capa: Keith Ladzinski/National Geographic Creative/Getty Images
Projeto grfico de miolo:Talita Guedes da Silva
Editorao eletrnica: Casa de Tipos
Vrios autores.
16-08094 CDD-469.07
2017
ISBN 978 85 4680 381 1 (PR)
Cdigo da obra 826255317
1a edio
1a impresso
Impresso e acabamento
Uma publicao
Sumrio
REDAO
Orientaes ............................................................................................................................................................. 4
GRAMTICA E TEXTO
Orientaes ............................................................................................................................................................. 8
LITERATURA
Orientaes ........................................................................................................................................................... 17
aulas 27 e 28
das marcas enunciativas da 1a pessoa, tudo isso para produzir efeito
de certeza e verdade.
Lembremos aos alunos que o desrespeito a essas regras no Atividade de criao
anula, por exemplo, uma redao no vestibular, porm, se eles
aprendem a produzir textos dentro dessas convenes, sem dvida
alguma esses textos sero mais persuasivos. Objetivos
Quanto aos exerccios, os dois primeiros foram propostos a A finalidade destas aulas levar os alunos produo de uma
partir de um texto que vem a calhar, em razo do tema que focaliza: dissertao de carter cientfico, cujas caractersticas eles j conhecem.
em linhas gerais, trata da qualidade da educao no pas (conve- Assim, uma vez que j foram entendidas as propriedades bsicas quali-
nhamos, a sala de aula um lugar privilegiado para essa discusso). ficantes da dissertao, como a formulao de hipteses gerais a partir
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de categorias abstratas e os mecanismos lingusticos responsveis pela Encaminhamento
produo do efeito de sentido de objetividade, chegou o momento
Sugerimos iniciar as aulas sobre o tema comentando com os
de pr a mo na massa, produzindo um texto dissertativo integral.
alunos que o modelo introduo-desenvolvimento-concluso
no foi inventado pelos professores de Redao, mas nasceu de
Encaminhamento um levantamento emprico, iniciado na Retrica clssica, a partir
A proposta que escolhemos trata de um tema polmico e atual do qual foi possvel perceber que os discursos persuasivos costu-
e envolve a discusso sobre a dimenso subjetiva que a fotografia mavam ter caractersticas comuns.
jornalstica pode adquirir. Ser que imagens trgicas so uma Assim, teses de doutoramento, dissertaes do Enem, edito-
fonte legtima de informao? Deixar o efeito de objetividade riais de jornal, artigos cientficos, monografias acadmicas acabam
de lado banalizao do sofrimento ou forma de sensibilizao? dialogando com essa estrutura, que uma maneira simples e
A proposta vem acompanhada de trs imagens e de quatro eficiente de organizar a apresentao das ideias.
textos verbais que subsidiam a discusso. As trs fotografias so O professor pode ento basear a aula no fragmento do sermo
representaes trgicas que retratam o sofrimento humano. O do padre Antnio Vieira que colocamos no Caderno do Aluno.
texto I, da ensasta estadunidense Susan Sontag, critica a bana- Embora curto e com apenas um pargrafo, ele possui claramente
lizao de imagens que chegam por diversos meios e questiona a estrutura dissertativa ortodoxa. No primeiro perodo, apre-
a razo e os efeitos do bombardeio dirio de fotos e vdeos. O senta-se a introduo, em que a tese de Vieira est explcita: a
texto II aponta problemas da prtica recorrente das mdias de grandiosidade do amor de Cristo comprova-se, principalmente,
publicar imagens mrbidas; para a autora, Suzanne Moore, a pelo seu amor a Judas. No desenvolvimento, essa viso de mundo
postagem de fotos de crianas mortas no modifica sua viso justificada pela apresentao dos trs tipos de amor, para que
do horror que acontece no mundo. Os textos III e IV seguem seja possvel entender o que o amor de Cristo tem de especial.
outra corrente de pensamento: ambos concordam com a ideia Como tradio na obra de Vieira, cujos sermes so predomi-
de que a veiculao de imagens chocantes ajuda no combate nantemente temticos, ele se vale de elementos figurativos para
aos horrores. defender sua viso de mundo. No ltimo perodo, o da concluso,
Assim, o aluno pode encaminhar sua dissertao de vrios ele mostra que, se o amor de Jesus a Judas fosse interesseiro ou
modos, entre os quais citamos: agradecido, ele trataria o discpulo de maneira diferente dos
demais, mas ele no o fez, mesmo sabendo que seria trado, pois
O impacto de imagens que atingem o status de cones his-
seu amor era fino e se realizava apenas no exerccio de amar, sem
tricos capaz de causar comoo, j que elas se distinguem
esperar nada em troca.
das demais e superam a banalidade.
Quanto aos exerccios, o primeiro mais simples e exige apenas
A influncia da publicao dessas imagens fomenta discus-
que o aluno identifique os trs tipos de amor de que fala Vieira.
so e presso, a fim de que as atrocidades relatadas sejam
No exerccio 2, o aluno deve perceber que a referncia figurativa
combatidas.
a Judas serve para defender uma ideia maior: a de que o amor
Existiria uma sensao de bem-estar de quem compartilha fino aquele que se completa no exerccio de amar, sem esperar
tais imagens de violncia por acreditar que sua veiculao nada em troca. O exerccio 3 mostra como as relaes de causa e
ajuda a combater as atrocidades do mundo. de finalidade definem, para Vieira, os amores imperfeitos. Por fim,
H relao entre a divulgao dessas imagens e a cultura do no exerccio 4, o aluno deve discutir se o amor fino possvel ou
sensacionalismo, que busca maior audincia. no. Aqui, seria possvel fazer uma meno a personagens literrias
A profuso dessas imagens pode anular a sensibilidade diante que encarnaram esse tipo de amor, como Mariana de Amor de per-
do sofrimento humano, reduzido a algo frequente e familiar. dio ou Cyrano de Bergerac com seu amor platnico pela prima.
A busca por popularidade nas redes sociais pode fazer da posta-
aulas 31 e 32
gem de fotos e vdeos com imagens trgicas uma prtica banal.
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Encaminhamento Em pases pobres como o Brasil, a constncia de ataques con-
tra negros, homossexuais e nordestinos no deve ser credita-
A coletnea proposta pela Fuvest comea relatando manifesta-
da apenas ao desemprego estrutural causa econmica ,
es ocorridas no Brasil que expressam a intolerncia, a violncia, o
mas tambm a razes de ordem cultural, acrescidas da fora
preconceito, o racismo de determinados grupos (que se consideram
de valores disseminados pelos meios de comunicao e pelo
raa pura) contra outros grupos e entidades (na prtica, contra
indefectvel modus vivendi de sua populao, que privilegia
seus representantes), justificando suas atitudes com argumentos
e valoriza a imitao dos fenmenos comportamentais dos
calcados no dio e na discriminao irracional.
pases ricos.
No segundo texto, ilustram-se manifestaes racistas com ocor-
O crescimento do poder racista, bem como de seus desdo-
rncias sanguinolentas no mundo e, especificamente, na Alemanha
bramentos violentos, pode ter relao direta com o desem-
a partir da dcada de 1980, considerando que a esfera pblica
prego estrutural causado pelo sistema capitalista.
suaviza e banaliza a real gravidade desse fenmeno, reduzindo
-o a uma prtica de jovens desclassificados, ideia contra a qual O sistema capitalista atual, com sua pseudonoo de felicida-
Robert Kurz se ope por acreditar que a violncia praticada por de material possvel a todos, abala a segurana do indivduo
alguns grupos aponta para uma mudana nas estruturas sociais, nas suas relaes sociais, pois quase nunca se v realizado
polticas, econmicas, etc. em seu universo material. Inseguro, passa a responsabilizar o
outro (outros/certos outros) por essa condio, que ainda
Em seguida, mostra-se que grupos neonazistas tm conseguido fomentada por uma cultura da violncia, da discriminao,
se organizar internacionalmente, utilizando-se inclusive do meio de da intolerncia.
comunicao elitizado (sofisticado) da sociedade atual a internet.
Prova disso o encontro internacional com representantes de vrios
pases. Vale notar que o nome dado conferncia suaviza as verda-
deiras intenes do encontro com as palavras Nacionalismo e So-
cialismo. Alm disso, retoma-se a ideia de que a violncia praticada
aulas 33 e 34
pelos grupos neonazistas multiplica-se a cada dia e acrescenta uma Recursos argumentativos
relao (causa e efeito) entre o desemprego gerado pelo sistema
capitalista e o crescimento desses grupos.
Objetivos
Por fim, aparecem as reflexes de grandes pensadores: o poeta e
dramaturgo Bertolt Brecht considera hipocrisia condenar o fascismo Abordar o desenvolvimento da dissertao, tradicionalmente
sem questionar e criticar as motivaes sociais que o originam e considerado o ncleo do processo de argumentao.
o alimentam, enquanto o filsofo europeu Cornelius Castoriadis
afirma ser constante nos ismos totalitrios culpar indivduos sim- Encaminhamento
plesmente por apresentarem determinadas caractersticas, as quais
enfatiza no poderiam ter sido escolhidas, porque naturais ou Iniciamos discutindo a noo de comentrio, ressaltando seu
essenciais. Alm disso, ele lembra que certas diferenas so menos efeito argumentativo. Este o momento reservado para explicitar
tolerveis, mais condenveis (certos outros). as diferenas entre demonstrao e argumentao. Nesta aula, pri-
vilegiamos os argumentos que tiram proveito do repertrio cultural.
Com base em tudo isso, possvel adotar uma linha argumen-
Trata-se de um recurso para responder a uma antiga e recorrente
tativa que contemple aspectos como:
questo dos alunos: De onde podemos extrair os argumentos?.
O notvel crescimento do neonazismo e do neofascismo possvel responder da seguinte maneira: da tradio, do bom
um fenmeno social que se alastra em pases desenvolvidos e senso e da observao da realidade concreta. A cada uma dessas
em desenvolvimento, assumindo contornos sanguinolentos. fontes corresponde um tipo de argumento, considerando-se que
O desemprego estrutural produzido pelo sistema capitalista estamos adotando a classificao proposta por Plato e Fiorin (Para
encarado como causa justificvel da propagao do neonazis- entender o texto. So Paulo: tica, 1988).
mo/neofascismo tanto nos Estados Unidos como na Europa. Trata-se de uma classificao bastante econmica e que no se
As pessoas no podem ser consideradas culpadas por sua essn- choca com as classificaes mais prestigiadas pelo pblico acadmi-
cia, por pertencerem a determinados grupos ou por terem feito co. Perelman e Olbrechts-Tyteca, em seu Tratado de argumentao
certas escolhas. Essa ideia refuta as bases da ideologia nazista. (So Paulo: Martins Fontes, 1996), por exemplo, propem uma
Os grandes perigos do crescimento do neonazismo so o tipologia tripartite: argumentos quase lgicos (que englobam o
incremento da violncia e da intolerncia, a cristalizao de argumento de consenso), argumentos que fundam a estrutura do
ideias preconceituosas que, de to disseminadas, acabam real (que recobrem os argumentos de prova concreta) e argumentos
por parecer naturais e a construo de uma sociedade que se fundam na estrutura do real (entre os quais est o apelo
injusta. autoridade).
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aulas 35 e 36
Pode ser interessante ilustrar o emprego dessas trs estratgias
de argumentao recorrendo a um texto dissertativo qualquer. Os
editoriais de jornal, por exemplo, muitas vezes recorrem aos trs
tipos de argumentos aqui trabalhados: quase sempre tomam como Atividade de criao
ponto de partida dados ou declaraes noticiadas em reporta-
gens (ou seja, respectivamente, argumentos de prova concreta ou Objetivos
de autoridade) que, articulados a ideias consensuais (argumentos Produzir uma dissertao, com tema indito, que envolva uma
de consenso), do sustentao ao posicionamento defendido por discusso polmica e atual.
aquele veculo de comunicao a respeito da questo enfocada.
Como os alunos j esto familiarizados com esse tipo de texto Encaminhamento
por causa do trabalho desenvolvido anteriormente, pode ser uma
estratgia motivadora pedir que eles selecionem, em casa, editoriais Elaboramos uma proposta que coloca em questo os interesses
com os diversos tipos de argumento para servir de ponto de partida individuais, mesmo que aceitos como vlidos consensualmente,
para a discusso em classe. e os dados objetivos que apontem para os benefcios coletivos.
A questo da mobilidade urbana um excelente exemplo disso.
O exerccio 1 exige que o aluno reconhea e descreva a pro-
gresso argumentativa empregada no texto, sem tipificar os argu- Historicamente, nossas cidades privilegiaram amplamente o
mentos. uma boa oportunidade para comentar que, como h transporte individual, o que faz com que a populao em geral e
vrias teorias da argumentao, nem sempre as questes enfocaro em especial os motoristas de carros de passeio tendam a conceber
a tipificao com que trabalharemos. Independentemente da teoria as ruas como extenses de seu veculo particular. Em decorrncia
adotada, so exerccios que requerem o mesmo tipo de habilidade, disso, qualquer regulamentao que restrinja a liberdade do moto-
percepo e descrio da progresso dos argumentos. rista mal recebida. Tal foi o caso da reduo da velocidade imposta
O exerccio 2, discursivo, convida o aluno a valer-se dos dados pela prefeitura de So Paulo no mandato de Fernando Haddad.
contidos nos textos, tirando proveito do argumento de prova con- Espera-se que o aluno se posicione em defesa do bem coletivo,
creta. O mais importante aqui exercitar a habilidade de selecionar empregando os dados que revelam a reduo no nmero de acidentes
dados relevantes, articulando-os em uma progresso coerente. para defender a reduo de velocidade. A criteriosa seleo dos dados e
No exerccio 3 convidamos o aluno a argumentar, tirando pro- sua progresso em uma sequncia coerente devem ser mais do que su-
veito do consenso. De fato no preciso de dados especficos para ficientes para sustentar um posicionamento que contraria o consenso.
argumentar contra o distanciamento decorrente do uso abusivo desejvel, portanto, que na progresso argumentativa se tire
dos recursos de comunicao virtual. questo de bom senso que, proveito da ressalva, de modo que as preferncias individuais, mes-
estando em presena umas das outras, as pessoas desfrutem da mo que majoritrias, sejam submetidas ao bem coletivo, hierarqui-
proximidade para exercitar a conversao oral. zando os argumentos.
anotaes
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Orientaes
Gramtica e Texto
aulas 25 26
antes ( um dos casos de incoerncia interna que mais contribuem
e para a disperso, a perda do foco e do controle do tempo). O
resultado so reunies recheadas de monlogos cansativos e sem
Coerncia textual resultado satisfatrio.
Outro aspecto que merece ateno nessas discusses o risco
Objetivos do desrespeito coerncia externa, trazendo para a reunio dados
Habilitar o aluno a perceber o texto como uma unidade de no verdadeiros ou ainda no verificados, frutos de impresses
sentido resultante da combinao coerente de enunciados. genricas (os chutes do tipo ningum tem interesse nisso) ou,
Estimular o aluno a fazer a interpretao com base nos enun- ainda, fazendo previses do que vai acontecer (essa proposta vai
ciados objetivados no texto, e no em impresses subjetivas. ter muito mais adeso do que a que vocs esto citando).
importante lembrar os alunos de que um bom desempenho
em reunies um fator que pode contribuir com a empregabilidade
Encaminhamento
e a preservao do emprego (muitas empresas adotam a dinmica
A aula 25 pode comear pela discusso de uma questo po- de grupo como um dos itens do processo de seleo).
lmica que seja familiar aos alunos e estimulante o suficiente para Aproveitando-se dos dados desse debate, pode-se conceituar
que todos tenham vontade de participar. importante que os de forma mais precisa o que coerncia e, ento, resolver os trs
alunos se sintam livres para dar suas opinies e, em contrapartida, primeiros exerccios do Caderno do Aluno.
se disponham a considerar e a respeitar as dos colegas.
Na aula 26, possvel estimular o aluno a perceber o alcance e a
Uma sugesto ao mesmo tempo motivadora e de interesse geral importncia da coerncia no s para o curso de Lngua Portuguesa,
propor um debate sobre o que se pretende com as propostas de mas para a compreenso e a produo de qualquer tipo de texto.
interveno do Enem e expor alguns exemplos de solues bem
Embora as provas de seleo, inclusive as do Enem, quase no
avaliadas nessas provas. Por exemplo: o professor escolhe um dos
deem importncia aos conceitos tericos sobre coerncia, esses
vrios temas de provas de redao anteriores, expe a tese defendida
conhecimentos no so dispensveis para resolver as muitas ques-
por uma redao nota 1 000, mas no revela qual foi a proposta de
tes de texto e fazer uma boa redao. Os alunos em geral tm
interveno feita pela redao premiada, deixando por conta de um
dificuldade em discernir os fundamentos tericos pressupostos para
grupo de aproximadamente seis alunos decidir uma proposta cabvel.
a resoluo de questes prticas. Por isso mesmo que a segunda
Durao do debate: 20 minutos. aula deve ser dedicada a:
A avaliao pode ser feita de maneira similar que se faz abordar os vrios tipos de coerncia expostos na teoria do
numa dinmica de grupo: o professor verifica se todos parti- Livro-texto (coerncia interna, coerncia externa, coerncia
ciparam com suas intervenes e se o resultado foi coerente narrativa, coerncia argumentativa, coerncia figurativa,
com a proposta feita pelo professor. coerncia sinttico-semntica e coerncia na interlocuo);
uma oportunidade privilegiada para, por meio da avaliao salientar que a coerncia o que permite a compreenso
do debate, o professor explicar em que consiste a coerncia de vrios significados disseminados pelo texto dentro de
e qual a sua funo para o xito de qualquer reunio. uma nica noo global. A compreensibilidade de um texto
A coerncia num debate pressupe que no se quebre a pro- depende da coerncia entre suas partes. Se no for possvel
gresso textual. Isso requer que cada participante, ao tomar a pa- agrup-las sob um significado nico, no h texto;
lavra, no ignore o que o anterior props, mesmo que seja para enfatizar o efeito argumentativo da coerncia: um texto
colocar um argumento contrrio, justificando-o, obviamente. coerente inspira credibilidade, que a finalidade de qualquer
Em reunies malconduzidas, comum cada participante tomar estratgia argumentativa. Um texto incoerente desperta sus-
a palavra para dizer qualquer coisa que no tem compatibilidade peita: d mostras de que o enunciador no tem controle
alguma com a questo exposta, muito menos com o que foi falado sobre o que est dizendo. E quem no tem controle sobre
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o que diz pode estar mentindo ou, mesmo, no estar cons- Se alguma pessoa amiga
ciente do seu discurso. De qualquer modo, o efeito contra- Pedir que voc lhe diga
-argumentativo do texto incoerente sempre destruidor; Se voc me quer ou no,
registrar que possvel explorar a incoerncia para produzir Diga que voc me adora,
efeitos de sentido (geralmente de humor ou ironia), o que Que voc lamenta e chora
comum em textos publicitrios, literrios, charges, etc.
A nossa separao.
Os conceitos abordados neste captulo, sobretudo o detalha-
s pessoas que eu detesto
mento dos vrios tipos de coerncia, conceituao e a interpre-
Diga sempre que eu no presto
tao dos efeitos produzidos pela coerncia nos textos, so de
extrema utilidade para as aulas de redao, bem como para todas Que meu lar o botequim,
as outras que dependem da compreenso de textos. Pode-se ir Que eu arruinei sua vida,
at mais longe e dizer que a noo de coerncia/incoerncia Que eu no mereo a comida
til para o julgamento das atitudes humanas, da ao poltica Que voc pagou pra mim.
dos governantes, da anlise de criaes culturais (novelas, cinema, MXIMO, Joo; DIDIR, Carlos. Noel Rosa: uma biografia.
msica, obras de arte, etc.). Braslia: Ed. UnB, 1990. p. 446-452.
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aulas 29 30
de mais nenhum tipo de relao amorosa contigo, no quero mais
nada de voc. Contrariamente ao que acaba de jurar, imediatamen- e
te o poeta pede a ela um gesto de amor, atendendo a um ltimo
desejo. claro que se trata de um artifcio de retrica: no fundo, o Oraes subordinadas substantivas:
ltimo desejo um pedido fortemente marcado pelo paradoxo descrio, norma e operaes
de uma louca paixo: de um lado, ele pede ex-namorada que de sentido
admita a paixo alucinante que os dois viveram; de outro, que
ela confesse aos inimigos os trgicos conflitos que os torturaram.
Objetivos
O conector pois no se presta a revelar essas contradies. Por
Habilitar o aluno a perceber expresses alternativas com a mes-
ser explicativo, serviria de argumento para justificar a declarao
ma funo no enunciado.
de nunca mais querer o beijo da amada. Parafraseando, seria
equivalente a dizer que no queria mais o beijo da amada com Mostrar que funo e sentido no so conceitos equivalentes.
base no argumento de que ela no ia negar o ltimo desejo dele.
Encaminhamento
Essa proposta de iniciar o tema da aula sobre marcadores de
coeso uma sugesto. O principal objetivo levar o aluno a Na anlise do perodo simples, procuramos mostrar que as pala-
perceber que as relaes entre os enunciados do texto no so vras no se amontoam, mas se combinam entre si, comandadas por
obra do acaso, mas de uma proficiente explorao dos recursos determinadas regras. Na anlise do perodo composto, o objetivo
de que a lngua dispe para construir um significado e no ou- semelhante: mostrar que as oraes, unidades de sentido maiores
tro. Os conectores so marcadores bastante perceptveis para que as palavras, tambm no se amontoam para formar perodos,
demonstrar se a escolha semntica foi feita adequadamente ou mas se combinam sob o comando de certas regras.
no, a fim de estabelecer relaes coerentes ou incoerentes. Do H alguns conceitos que, embora no sejam mais objeto de
ponto de vista de quem interpreta o texto, de suma importncia questes especficas, em grande parte das provas e concursos
depreender as relaes que de fato esto estabelecidas entre as atuais, so indispensveis como recursos de metalinguagem para
diferentes partes do texto e, para isso, indispensvel ater-se s explicaes e comentrios. So eles que veremos nestas aulas.
palavras efetivamente objetivadas no texto e no a suposies Tais conceitos foram colocados no incio do captulo 12 do Livro-
interpretativas sem confront-las com os signos realmente pro- -texto como um glossrio para consulta do aluno quando necessrio.
jetados na superfcie do texto. Os conceitos de orao e perodo so centrais nestas duas aulas, por
Para a aula 27, est prevista uma introduo que demons- isso precisam ser explicados logo no incio da aula 29.
tre que tanto a compreenso quanto a produo de textos no Orao um enunciado em que se encontram presentes um
pode ser feita por meio de leitura fragmentria, mas por meio de sujeito e um predicado ou excepcionalmente , ao menos, um
uma combinao planejada, marcada por indicadores de coeso. predicado, uma vez que existem oraes sem sujeito. Trata-se de
So esses marcadores que indicam materialmente as relaes de um conceito formal, portanto.
coerncia entre as partes de um texto e funcionam como balizas Perodo definido sobretudo com base em um critrio semn-
que traam um rumo na direo do sentido global. tico: todo enunciado que tem sentido acabado, ou seja, um signifi-
Ainda na aula 27, devem ser abordados os anafricos, os ca- cado autnomo, compreensvel dentro de seus prprios limites. Em
tafricos e a elipse, demonstrando como servem para tecer as geral, as gramticas dedicam pouco espao definio de perodo,
tramas do texto. j que, na escrita, no h praticamente dificuldade para demarcar
os seus limites: todo perodo se inicia por maiscula e termina por
Para encerrar essa aula, devem-se resolver os exerccios 1 a 3. uma das trs pontuaes demarcadoras de pausa conclusa:
A aula 28 deve ser dedicada ao estudo da coeso por ex- ponto final (.)
panso lexical, com destaque para o papel de marcao da ponto de interrogao (?)
orientao argumentativa do texto. Quanto aos conectores ponto de exclamao (!)
que traam orientao argumentativa, o Livro-texto listou mais
casos do que possvel abordar no limite da aula. Por isso, Por pausa conclusa entende-se um tipo de pausa indicadora
importante trabalhar os conectores que aparecem em exerccios de que o enunciado marcado por ela j chegou ao final; ou seja, a
de aula, na Tarefa Mnima e na Tarefa Complementar (nessa pausa conclusa indica que, naquele enunciado, j se disse tudo o
ordem de importncia). que se pretendia dizer.
A noo de perodo tem, pois, muitos traos da prpria eti-
A aula termina com a resoluo dos exerccios 4 a 6. mologia da palavra: vem do grego peri (= ao redor, em volta)
Para alunos mais adiantados, esto disponveis a leitura detalhada +hods (= caminho, percurso). O perodo vem a ser uma
do Livro-texto e os exerccios do respectivo Caderno. frase que se fechou, que se concluiu, como um caminho ou um
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percurso que se volta, completando um circuito. Da a definio Ao tratar das oraes subordinadas substantivas importante
de muitas gramticas: enunciado de sentido completo. A ideia de destacar que, embora tenham um significado aproximado, tais
completo que no recomendvel, pois pode trazer alguns oraes no tm significado idntico ao do substantivo.
problemas. O mais comprometedor que a deciso de dividir H inmeros argumentos para demonstrar a no equivalncia
um perodo maior em vrios menores uma questo, muitas de significado entre a orao subordinada e o substantivo equiva-
vezes, pessoal. Os perodos compostos por coordenao, por lente. Um deles que a orao dispe de recursos que o substantivo
exemplo, sobretudo os assindticos, so divisveis em perodos no dispe. Comparem-se os exemplos a seguir:
menores, dependendo da inteno de quem fala. Exemplo:
Os jornais no anunciaram o aumento da gasolina.
Aquele homem estranho entrou na sala, olhou-nos por alguns
instantes, abriu um livro grosso, folheou algumas pginas, olhou-nos Transformando o objeto direto numa orao substantiva,
de novo, fechou o livro com solenidade e saiu pela porta dos fundos. teramos dois significados diferentes.
Se quiser destacar cada um dos gestos da personagem para I. Os jornais no anunciaram que a gasolina vai aumentar.
reforar o clima de suspense, o narrador pode usar ponto final aps II. Os jornais no anunciaram se a gasolina vai aumentar.
cada uma dessas coordenadas.
Definir, pois, o perodo como um enunciado de sentido acaba- No primeiro caso, o redator deixa pressuposto que tem certe-
do, compreensvel dentro dos seus prprios limites, melhor do za de que vai haver aumento; no segundo, ele d a entender que
que defini-lo como frase de sentido completo. no tem certeza do aumento. Alm disso, o verbo, por possuir a
categoria de tempo, informa se o aumento j ocorreu ou vai ainda
Outra observao a respeito de perodo que esse termo s
ocorrer. O substantivo no tem esse recurso e, caso a inteno seja
se usa para designar enunciados articulados, isto , formados pela
demarcar o tempo, preciso apelar para recursos suplementares.
combinao de formas lingusticas passveis de diviso em unida-
des menores. Uma interjeio, por exemplo, pode ter significado Apesar da no equivalncia de sentido, a orao substantiva
autnomo, acabado, mas nunca se classifica como perodo. Psiu! desempenha funes sintticas que competem ao substantivo.
Ui! Ai! jamais constituiro perodos. Tambm palavras soltas, que s Um artifcio para demonstrar que a orao substantiva pode
ganham sentido em dada situao, no so consideradas perodos, ser o seguinte: o pronome demonstrativo isso um anafrico que
j que lhes falta a condio de serem articuladas segundo as nor- s tem como referncia um substantivo ou termo equivalente.
mas da sintaxe da lngua. Por exemplo, Viva!, Salve!, Fogo! podem Ora, a orao que pode ser recuperada por esse anafrico tem
ser analisadas como frases de situao, mas nunca como perodos. valor de substantivo.
A frase inclui toda e qualquer manifestao lingustica de sen- Outra observao que certas oraes substantivas so in-
tido acabado, at mesmo as manifestaes inarticuladas. troduzidas por advrbios ou pronomes interrogativos. Trata-se
fundamental comentar que o perodo pode ser constitu- de oraes interrogativas que se justapem a nomes ou a verbos
do de uma orao apenas. Nesse contexto, ela se classifica como de outra orao, no caso, afirmativa.
absoluta. Nesse caso, h certa redundncia de conceitos: o perodo H quem classifique essas oraes como justapostas. Mas a
simples e a orao absoluta so, na prtica, a mesma coisa. O que maioria dos gramticos as classifica como substantivas, com base
muda o ponto de vista. Sob o ponto de vista da classificao no argumento de que desempenham funes tpicas do substan-
do perodo, considera-se como simples aquele que constitudo tivo (podem ser recuperadas pelo anafrico isso).
de apenas uma orao. Sob o ponto de vista da classificao de
oraes, considera-se como absoluta aquela que existe sozinha no Exemplo:
interior de um perodo. I. Onde voc mora? (orao interrogativa direta)
Suponhamos um perodo como este:
II. Por favor, diga-me. (orao afirmativa)
O inferno so os outros.
Trata-se de um perodo simples. Juno de I e II:
A orao que o constitui denomina-se absoluta. Por favor, diga-me onde voc mora.
preciso deixar claro aos alunos que a nomenclatura orao
principal 3 orao subordinada pode induzi-los falsa pressupo-
orao principal orao subordinada substantiva
sio de que uma contm o significado mais importante e, a outra, objetiva direta
o menos importante do perodo. Essa nomenclatura, na verdade,
no toma como critrio o significado, mas a relao de dependncia Essas observaes so dadas como subsdio terico para o pro-
sinttica: toda orao subordinada , na verdade, uma expanso de fessor, caso queira complementar o assunto das duas aulas. No
um satlite do nome ou do satlite do verbo da orao principal. so, portanto, matria para ser detalhada em aula.
11
Para a primeira aula, esto previstos os conceitos de orao e Quem est falando no pode ficar em silncio por muito
perodo; orao principal e orao subordinada; orao subordinada tempo, procura de melhor palavra, mas quem escreve tem
substantiva; classificao das trs substantivas (subjetiva, objetiva di- essa oportunidade. Alis, para isso que existem dicionrios
reta e objetiva indireta) subordinadas a um verbo da orao principal. de sinnimos.
Resoluo dos exerccios 1 a 4. A classificao das oraes subordinadas adjetivas em restri-
Para a segunda aula, a classificao das demais oraes subor- tivas ou explicativas , talvez, o assunto mais relevante dessas
dinadas substantivas e as subordinadas substantivas iniciadas por duas aulas.
pronomes ou advrbios interrogativos. O mais importante a dizer que cada uma dessas oraes tem
Resoluo dos exerccios 5 a 8. um pressuposto diferente. Como esse pressuposto, na maioria dos
casos, instaurado pela deciso do enunciador, ele que precisa
assinalar essa inteno com os recursos que a lngua oferece.
Se a inteno assinalar o pressuposto de que o contedo
aulas 31 e 32 expresso pela orao subordinada adjetiva atinge todos os
elementos do conjunto, usa-se na fala o recurso da pausa e,
Oraes subordinadas adjetivas: na escrita, a vrgula.
descrio, norma e operaes Se a inteno instaurar o pressuposto de que o contedo
de sentido da orao subordinada adjetiva cabe apenas parte do
conjunto referido, no se faz pausa na fala, no se usa vr-
Objetivos gula na escrita.
Habilitar o aluno a conhecer e a usar expresses alternativas Vamos tratar de pontuao logo mais, porm j podemos
para mais de uma funo. antecipar que a orao subordinada adjetiva restritiva pode ter
uma vrgula apenas no final, no no incio, isto , nunca antes do
Alertar para a necessidade de encaixar as oraes adjetivas em
pronome relativo.
coerncia com o contexto.
A aula 31 pode ser finalizada aqui com a resoluo dos exer-
Encaminhamento ccios 1 a 3.
O estudo das oraes subordinadas adjetivas ficar enrique- Na aula 32, no deixe de comentar algumas propriedades
cido se mostrarmos que esse tipo de orao um dos recursos do pronome relativo. Este um momento estratgico para
de adjetivao disponveis no idioma. Evidentemente, uma lngua descrever a dupla funo do pronome relativo: a de conector
no preserva formas e mecanismos inteis. Se existem as oraes e a de anafrico.
adjetivas, porque elas cumprem um papel importante dentro Como anafrico, tem sempre uma funo dentro da orao
dos mecanismos dos quais a lngua faz uso, tanto para produzir adjetiva, que no fcil identificar sem o uso de artifcios. Isso por-
sentidos quanto para criar efeitos de sentido. que o pronome relativo, como todo tipo de pronome, no tem um
Dizer que a orao adjetiva desempenha funo sinttica tpi- contedo fixo, ele significa o que significa o termo que tem como
ca de adjetivo no significa dizer que seu significado seja idntico referncia. Alm disso, qualquer que seja a sua funo na frase, ele
ao do adjetivo. Pode ocorrer que a lngua no disponha de um vem sempre no topo, isto , no incio dela.
adjetivo no seu lxico para exprimir um significado que o enun- Pode-se usar este passo a passo:
ciador pretende. Pode ocorrer tambm que exista o adjetivo permutar o pronome relativo por sua referncia (ou por seu
com o significado desejado, mas ele muito raro, muito erudito antecedente) e, assim, a orao subordinada adjetiva pode
ou muito desgastado. Para esses casos, o uso da orao adjetiva ser compreendida isoladamente, como se fosse uma orao
como recurso suplementar se impe com evidncia. Alm disso, absoluta com o mesmo sentido;
nunca se pode esquecer de que a possibilidade de expandir o
significado de uma orao adjetiva muito maior do que a de
se necessrio, colocar em ordem direta o termo que,
com a permutao, entrou no lugar do pronome relativo
expandir o de um adjetivo.
(a referncia);
H situaes em que recorrer orao adjetiva demonstra-
o de pobreza de vocabulrio ou preguia de sondar o adjetivo
a funo desse termo dentro da orao independente ser a
mesma do pronome relativo na orao adjetiva.
apropriado para traduzir a ideia desejada. Para expressar a noo de
uma pessoa que no muda de opinio, por exemplo, temos vrios Se o professor quiser outros exemplos das diferentes funes do
adjetivos carregados de vrios tipos de conotao, como teimoso, pronome relativo no interior das oraes subordinadas adjetivas,
intransigente, opinitico, etc. seguem alguns menos comuns que aqueles dados em aula:
12
Esta a casa: Encaminhamento
que acolheu os imigrantes. (sujeito) As oraes subordinadas adverbiais estabelecem relaes diver-
que construram para os imigrantes. (objeto direto) sas (causa, consequncia, condio, concesso, etc.). Elas tm grande
importncia, tanto para a compreenso quanto para a produo
de que eu mais gosto na rua. (objeto indireto)
do texto dissertativo. Usando terminologia prpria, essas oraes
onde/em que eu morei durante anos. (adjunto tm papel de relevo na orientao argumentativa dos textos e
adverbial) os alunos devem estar sempre atentos para os efeitos produzidos
pela qual os imigrantes foram acolhidos. (agente pelas diferentes relaes criadas por essas oraes.
da voz passiva) H diferenas ntidas de orientao argumentativa, por exem-
plo, em enunciados como estes:
pela qual todos tm admirao. (complemento
nominal) I. Embora seja mulher, Marta Suplicy fez um bom governo em
So Paulo.
Nesse ltimo exemplo, note que o pronome relativo est com-
pletando o nome admirao. (Todos tm admirao pela casa). II. Porque mulher, Marta Suplicy fez um bom governo em So
Paulo.
Como se v, o pronome relativo pode exercer na frase as mes-
mas funes do seu antecedente (da sua referncia), que sempre O enunciado I, preconceituoso, tem uma orientao argumen-
um substantivo ou um equivalente. tativa contrria imagem da mulher; j o enunciado II produz
Um dado curioso (para ns, professores) que o pronome relativo efeito oposto.
nunca recupera uma orao inteira de maneira direta. Quando o faz, Nessas aulas, sensibilizar os alunos para que percebam esses
por meio de um pronome demonstrativo neutro (o anafrico o). efeitos mais importante do que trein-los para reconhecer e clas-
Exemplo: sificar mecanicamente cada tipo de orao. Para isso, preciso
mostrar o papel dos conectores, que no s criam relao entre
Ningum me cumprimentou na chegada, o que me incomodou. as oraes, mas tambm acrescentam significados a elas. Como h
Veja que a orao subordinada adjetiva est recuperando o pro- conectores com mais de uma funo, preciso sempre ressaltar o
nome o, que, por sua vez, est retomando toda a orao antecedente. papel do contexto para depreender o tipo de relao que esto
O mesmo resultado seria obtido por outro tipo de aposto constru- estabelecendo.
do por uma palavra de sentido abrangente (fato, coisa, ocorrncia, etc.): Sobretudo quando se trata de uma orao subordinada redu-
Ningum me cumprimentou na chegada, fato que me incomodou. zida, os alunos precisam compreender que um mesmo enunciado
pode assumir significados diferentes, dependendo do contexto em
Convm comentar casos de ambiguidade provocada por pro- que est inscrito. Exemplo:
nome relativo, que o operador usado para encaixar a orao
subordinada adjetiva na orao principal. Dependendo do contexto, Chegando notcias de casa, avise-nos imediatamente.
esse operador pode relacionar a orao com um nome ou com Uma orao reduzida como essa pode ser interpretada como
outro, da a ambiguidade. Exemplo: condicional (se chegarem notcias de casa) ou temporal (quando
chegarem notcias de casa). Mas o contexto normalmente desfaz
Como estranho o amigo do seu primo que eu conheci ontem!
essas ambiguidades.
O que, nesse enunciado, pode ter como referncia amigo ou primo. Exemplo:
A aula 32 finaliza com a resoluo dos exerccios 4 a 6. Tenho quase certeza de que meus familiares no vo mandar
nenhuma notcia. Em todo caso, chegando notcias de casa, comu-
niquem-me imediatamente.
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Nesses casos, quem interpreta deve guiar-se pelos dados do Uma finalidade torna-se consequncia quando se realiza de
contexto e por informaes suplementares para depreender o fato:
sentido da relao estabelecida. Quem escreve deve evitar o uso de Ele deu bronca na classe, para que ficassem em silncio. (fina-
conectores que possam trazer ambiguidade e, se necessrio, trocar lidade)
o conector por outro que deixe inequvoca a relao estabelecida.
Sempre que houver marcas formais tpicas para definir cer- Ele deu tamanha bronca na classe, que ficaram em silncio.
to tipo de relao, convm explor-las. O conector como, por (consequncia)
exemplo, em papel causal vem sempre numa orao anteposta Alm do mais, o modo verbal faz diferena nesse caso. A posi-
principal. o tambm um marcador importante para essa distino. Uma
Os conectores que indicam finalidade sempre reclamam o consecutiva jamais pode vir antes da sua principal, a final pode.
verbo no modo subjuntivo: A relao de proporo sempre envolve confronto entre dois
Deu-lhes ordens que deixassem o recinto. polos, e isso leva os alunos a confundir comparativas com propor-
So diferentes as relaes estabelecidas pelo conector porque cionais. A diferena que, na proporcional, os dois polos confron-
nestes dois enunciados: tados so interagentes, isto , toda alterao em um polo implica
I. O oculista receitou-lhe culos porque dirigia noite. alterao no outro. Na comparao, pode haver alterao num
polo sem afetar o outro.
II. O oculista receitou-lhe culos porque dirigisse noite.
Pedro corre mais que Paulo. (comparao)
Em I, causal; em II, final. No caso II, o conector para que tor-
naria mais clara a relao. Provavelmente por isso que o porque Quanto mais Paulo correr, mais Pedro vai persegui-lo. (proporo)
final no se usa mais na linguagem cotidiana, sendo, hoje em dia, H, por fim, certas falsas interpretaes do sentido resultante
exclusivo da linguagem literria. da associao entre conectores que tm algum trao semelhante.
Na classificao, preciso conceituar com clareza os vrios tipos
Numa frase como: Os alunos aguardaram em classe at que
de relao que as oraes subordinadas adverbiais mantm com a
o professor chegasse, o conector at que estabelece relao de
principal. Tanto no Livro-texto quanto no de exerccios de aula, a
tempo, mas h quem veja a finalidade, porque a preposio at,
progresso das adverbiais j foi feita de modo a pr em confronto
de fato, indica direo para um certo ponto, induzindo impres-
aqueles casos que os alunos, habitualmente, confundem: a causal
so de finalidade. Nesse caso, o at que no est iniciando uma
com a consecutiva e com a final; a proporcional com a comparativa.
orao que indica a inteno que os alunos tinham em mente
preciso sempre advertir os alunos de que a compreenso ao aguardarem em classe. A orao est determinando o limite
do significado das diferentes relaes mais importante do que a de tempo que marca o trmino da ao.
simples classificao:
a causal indica causa;
a consecutiva, consequncia;
a final, finalidade. aulas 35 e 36
Essas noes de causa, consequncia, finalidade, etc. no po- Oraes coordenadas:
dem deixar de ser compreendidas pelo significado das relaes relaes de sentido
que estabelecem com a orao principal, marcado por meio dos
conectores apropriados.
Objetivos
A diviso destas duas aulas questo de preferncia ou de
convenincia: numa classe de alunos com base e capazes de con- Habilitar o aluno a perceber a coordenao e a subordinao
centrao durante mais tempo, podem-se explicar os nove tipos de como duas estruturas distintas de construo de sentidos.
orao adverbial dentro da primeira aula e reservar a segunda para Levar o aluno a reconhecer as relaes de sentido entre as
os exerccios de 1 a 6; em classes que no tm esse perfil, a sugesto coordenadas.
abordar as oraes que aparecem nos exerccios 1 a 3 na aula Habilitar o aluno a identificar estratgias argumentativas ex-
33; na 34, explicam-se as demais e se resolvem os exerccios 4 a 6. plorveis por relaes entre oraes coordenadas.
H certas noes muito prximas ou correlatas. Onde h causa,
por exemplo, h consequncia: o que preciso observar em que Encaminhamento
orao est a causa e em que orao se encontra a consequncia.
Uma condio que se realiza torna-se causa: O mais importante nestas duas aulas levar o aluno a com-
preender as relaes de sentido entre as oraes coordenadas e
Se ele fechar a janela (condio), a sala ficar no escuro. habilit-lo a reconhecer e a explorar efeitos argumentativos que
Como ele fechou a janela, a sala ficou no escuro. (causa) elas podem gerar.
14
A melhor forma de definir a orao coordenada por confronto pr-
com a subordinada: trata-se de dois modos distintos de combina- Cuidados e operatrios
o entre duas unidades lingusticas: ps-
a subordinao se faz por um processo de incluso de uma H palavras compostas cujos elementos simplesmente se
orao dentro de outra; coordenam e no se subordinam. Os substantivos compostos, por
na subordinao sempre possvel detectar o encaixe de exemplo, so teis para revelar o duplo mecanismo da coordenao
uma orao em algum ponto de outra; e da subordinao.
a orao subordinada se combina sempre com um verbo Na palavra cirurgio-dentista, os dois elementos so coorde-
ou um nome de outra orao; uma tem funo diferente nados. Ambos so da mesma natureza e se somam. Um no est
da outra e elas se relacionam por encadeamento. A orao determinando o outro. Prova disso que os dois termos vo para
em que se encaixa uma subordinada sempre considerada o plural: cirurgies-dentistas.
principal em relao a esta.
Essas reflexes tericas mais detalhadas so oferecidas ao pro-
Exemplo: fessor que tem interesse em se aprofundar no assunto. No so
O preo dos produtos subiram porque a inflao saiu de controle. objeto de questes de provas nem do Enem.
A orao em destaque um exemplo perfeito de uma subor- O mais importante habilitar o aluno a perceber as diferentes
dinada: est evidentemente associada ao verbo da outra orao relaes de sentido entre as coordenadas, que o assunto principal
(subiram), acrescentando a causa desse processo. Trata-se de duas destas duas aulas.
funes diferentes: a primeira est indicando um acontecimento; As oraes coordenadas se prestam muito para demonstrar que
a segunda, a sua causa. as lnguas no so cpia, mas interpretao do mundo. Um enun-
A combinao entre as oraes coordenadas se d de um modo ciador pode ver como adio o que outro v como adversidade;
diferente: como alternncia o que outro v como adio; como concluso
o que o outro v como soma.
uma no se encaixa a um verbo nem a um nome de outra
orao; Pode-se dizer:
a relao entre elas no se faz por encadeamento, mas por Meu filho estuda e trabalha.
meio de uma relao em paralelo; Nesse enunciado as duas informaes so consideradas perfei-
ambas tm a mesma funo. tamente compatveis, isto , podem ocorrer simultaneamente sem
Exemplo: nenhuma estranheza (evidentemente, na interpretao de quem
produziu esse enunciado).
Os preos dos produtos subiram e a inflao saiu de controle.
Mas quem diz: Meu filho estuda, mas trabalha, d mostras
Uma prova de que ambas tm a mesma funo que as duas de uma informao oposta outra. E ainda podemos dizer: Ou
podem se encaixar como complementos de um mesmo verbo. meu filho estuda ou trabalha, a as duas asseres so vistas como
Exemplo: possveis, mas no simultneas.
Certas relaes surpreendentes podem ser usadas para criar
Os jornais especializados informaram
efeitos de sentido:
que os preos dos produtos subiram
O coitado foi atendido pelo SUS, mas sobreviveu.
e que a inflao saiu de controle. Fica a a ironia.
O que se nota que ambas esto combinadas com o mesmo claro que pode haver a criao de relaes equivocadas: so
verbo (informaram), como complementos. Em relao primeira aquelas que no servem para criar um sentido interpretvel nem
orao, elas so subordinadas; mas entre si elas no se encadeiam: um efeito de sentido. Seria necessrio muito contexto e muito
uma coordenada em relao outra. As oraes coordenadas esforo interpretativo para dar sentido a enunciados como este:
no se penetram, uma no se encaixa na outra, mas se bifurcam
O deserto uma regio muito rida, portanto muitos animais
como dois polos distintos entre si. Por isso se diz que so inde-
sobrevivem l.
pendentes do ponto de vista sinttico: a relao entre elas de
sentido ( semntica), e no sinttica. No lugar de portanto, faria sentido o mas, o porm, o entretanto.
Um dado importante a ser ressaltado que a combinao por Alguns alunos tm o costume de trocar uma conjuno por
coordenao e por subordinao um processo que se revela em outra, supondo que o sentido se mantm. preciso sempre apelar
vrias instncias da lngua. H coordenao at mesmo de prefixos para o contexto, para as relaes de sentido que os conectores
entre si: estabelecem e para a orientao argumentativa que do ao texto.
15
Alm disso, sempre importante definir com propriedade as vrias Se a orao uma coordenada explicativa, essa inverso ou fica
relaes: causa aquilo que provoca um fenmeno, e explicao absurda ou altera profundamente o sentido. Exemplo:
argumento usado para confirmar o que se disse na orao anterior. Choveu durante a noite, porque o cho est molhado.
claro que existem situaes de ambiguidade.
A inverso com a conjuno como inaceitvel:
Uma pessoa ao se levantar de manh diz:
Como o cho est molhado, choveu durante a noite.
Choveu durante a noite, porque o cho est molhado. Mas se algum diz:
Tal pessoa no est querendo revelar a causa que provocou a Choveu durante a noite, porque uma massa de ar frio se deslocou
chuva, mas est recorrendo a um argumento para garantir que tem para c.
base para dizer que choveu noite. A inverso com a conjuno como perfeitamente aceitvel.
Outra a relao estabelecida neste trecho: Como uma massa de ar frio se deslocou para c, choveu durante
Choveu durante a noite, porque uma massa de ar frio se deslocou a noite.
para c. Na diviso destas duas aulas, pode-se adotar o mesmo procedi-
A inteno a indicar a causa que provocou a chuva, e no mento que se aconselhou nas aulas 33 e 34: numa classe de alunos
dar um argumento para que o interlocutor acredite no que foi dito avanados, podem-se definir as coordenadas e discutir os cinco tipos na
na orao principal. aula 35. Os exerccios de 1 a 6 e os casos especiais ficam para a aula 36.
Um artifcio que pode auxiliar na distino entre uma ora- Em classes que no se enquadram nesse perfil e tm mais ne-
o subordinada causal e uma orao coordenada explicativa cessidade de explicaes, pode-se usar a aula 35 para expor a teoria,
que a orao causal pode ser anteposta principal sem alterar suficiente para conceituar as coordenadas e discutir os tipos que
o sentido. Usar o conector como em vez de porque deixa a ocorrem nos exerccios 1 a 3. Na aula 36, explicam-se os demais
relao causal mais evidente ainda. tipos de coordenadas e se resolvem os exerccios 4 a 6.
anotaes
16
Orientaes
O que em mim sente est pensando (do poema Ela canta, pobre
Literatura ceifeira) demonstra como sentimento e razo fundem-se em uma
expresso que aponta para uma radical conscincia do eu, para
quem o pensar nunca se desliga do sentir.
aula 13
Um leitor incauto poderia exigir de Fernando Pessoa ele mes-
mo maior dose de sinceridade, na medida em que a expresso
Fernando Pessoa I do nome do prprio poeta. Mas justamente essa faceta literria
que forjar uma espcie de teoria do fingimento, por meio do
poema Autopsicografia (que a base do exerccio 1 do Caderno
Objetivos do Aluno). O poema tem um ttulo muito sugestivo: psicografar
Apresentar a obra de Fernando Pessoa, abordando a questo significa escrever aquilo que ditado por um esprito um ente,
da criao dos heternimos, bem como a produo assinada por portanto, alheio quele que escreve. Ocorre que o poema uma
Fernando Pessoa ele mesmo. autopsicografia, ou seja, o registro de uma voz que , ao mesmo
tempo, o prprio poeta e, tambm, um outro. Trata-se de uma
Encaminhamento verdadeira arte potica pessoana, pois mostra-se que o fingimento
a base de toda e qualquer criao esttica. O sentimento expresso
Fernando Pessoa representa muito bem a multiplicidade ca-
no poema uma imitao (um fingimento mediado pela tcnica
racterstica do mundo moderno, cuja complexidade poltica, so-
artstica) da emoo efetivamente vivida pelo poeta.
cial e artstica s aumentava com o desenvolvimento das grandes
metrpoles. possvel iniciar a abordagem da obra desse grande Fernando Pessoa ele mesmo , tambm, o mais nacionalista
poeta mostrando como naturalmente se desenvolveu, no incio de todo o sistema potico pessoano. O livro Mensagem, publi-
do sculo passado, a necessidade de vrios pontos de vista para cado em 1934, uma verdadeira epopeia modernista, baseada
a apreenso do real. Isso se manifestou radicalmente na obra de na fragmentao. So 44 poemas curtos em que se reflete sobre
Pessoa, mas tambm est presente no Cubismo de Pablo Picasso, a trajetria histrica lusitana. Retomam-se os grandes nomes da
ou ainda na obra de Mrio de Andrade, que em 1929 bradava os antiga nobreza, passando pelo perodo da expanso martima e
clebres versos: Eu sou trezentos! Sou trezentos-e-cinquenta/Mas chegando a uma crena mstica no reavivamento da grande alma
um dia afinal eu toparei comigo!. portuguesa, que jazia sob as cinzas de um torpor marcado pelo
desnimo e pela decadncia. Dessa maneira, Mensagem no tem o
Fernando Pessoa se dizia escravo da multiplicidade de si mes-
carter laudatrio do discurso pico tradicional, pois melanclico,
mo. Explorou ao mximo, em uma verdadeira aventura intelectual,
reflexivo e consciente das mazelas que a antiga grande nao ibrica
o desdobramento de sua prpria personalidade, por meio da cria-
padecia na primeira metade do sculo XX.
o dos heternimos. O processo de despersonalizao acompanha
o poeta desde a mais tenra infncia, quando j escrevia cartas para O exerccio 2 do Caderno do Aluno permite refletir sobre essas
si mesmo. Com o raiar da idade adulta, esse processo se radicalizou questes, pois analisa o clebre Mar portugus, texto dos mais subli-
totalmente, em um projeto de criao literria dos mais interessan- mes da literatura em nosso idioma, em que se apresenta ao mesmo
tes. Especialistas j contabilizaram mais de 70 heternimos. Como tempo a grandeza e a dor trazidas pelo expansionismo martimo.
se sabe, Alberto Caeiro, lvaro de Campos e Ricardo Reis foram
aqueles mais bem trabalhados pelo poeta.
Ocorre que Fernando Pessoa tambm assinou parte importante aula 14
de sua obra como Fernando Pessoa ele mesmo. Na verdade, a poesia
ortnima e a heternima fazem parte de um mesmo sistema potico Fernando Pessoa II
e, nesse sentido, o ortnimo to inventado como os heternimos.
A poesia ortnima se divide nos gneros lrico e pico. O lirismo Objetivos
do ortnimo explora frequentemente a apreenso racional dos Apresentar a obra dos principais heternimos de Fernando
sentimentos desencadeados por algum estmulo sensorial. O verso Pessoa.
17
Encaminhamento uma com temas e estilos peculiares: a primeira marcada pelo
decadentismo finissecular, em que ainda escrevia poesia metrifi-
Um bom caminho para mostrar aos alunos a complexidade
do universo da obra heteronmica abordar a maneira como o cada; a segunda se inaugurou quando Campos conheceu Alberto
prprio Pessoa tratou do assunto em vrios textos tericos e na Caeiro e se tornou seu discpulo, aderindo ao Sensacionismo.
famosa carta a Adolfo Casais Monteiro, datada de janeiro de 1935 o momento em que o engenheiro se entregou s sensaes do
(o poeta morreria cerca de 10 meses depois). Nessa carta, da qual mundo moderno, por meio de versos futuristas impulsivos, ba-
alguns excertos expressivos bem poderiam ser projetados em sala, rulhentos e onomatopaicos. Por fim, o poeta se desiludiu de toda
o poeta esmia detalhes biogrficos e apresenta a descrio fsica essa exaltao e se entregou a um desanimado niilismo, em que
de seus personagens, bem como informa a respeito do fato de que criticou acerbamente a si mesmo e sociedade que o cercava.
desde criana sentia uma incrvel necessidade de criar mundos e dessa ltima fase o clebre Poema em linha reta, que desmonta
personagens irreais. Dito isso, pode-se passar para as caractersticas o sistema de aparncias que rege as relaes sociais daqueles que
gerais de cada um dos personagens-poetas. querem sempre ser prncipes na vida.
Alberto Caeiro um poeta buclico que, diferente da tra- Ricardo Reis o tradicionalista, conservador tanto em po-
dio neoclssica (que povoava as paisagens campestres com ltica (era monarquista) quanto em esttica, pois escreve odes
seres mitolgicos), explora a natureza de maneira a ressaltar seguindo de perto os antigos modelos horaciano e anacren-
a sua viso primitivista da existncia, que procura negar toda tico. Suas odes giram quase exclusivamente em torno de um
forma de conhecimento adquirido para encetar uma aventura mesmo tema: a morte. Completamente guiado pela viso pag
intelectual completamente nova e guiada pela sensorialidade. da existncia, com os deuses olmpicos e outras entidades mi-
Alberto Caeiro no nega o pensamento. O verbo pensar um tolgicas a orientar a existncia humana, Reis admite a nos-
dos mais conjugados pelo poeta, desde o poema inaugural de O sa incapacidade de perscrutar os desgnios insondveis que o
guardador de rebanhos. Caeiro bem que gostaria de ser como Destino nos reserva. Dessa maneira, com a conscincia radical
uma rvore, na pureza de um existir concreto, inconsciente e de que a morte pode nos ceifar a qualquer momento, o poeta
irracional. Mas ele poeta e, portanto, escreve e pensa. E acei- opta pelo ideal da ataraxia, da completa ausncia de paixes,
ta. , como ele prprio afirma, a sua maneira de ser natural. desejos ou de aes que perturbem a sua almejada tranquili-
Assim, todo o sensorialismo de Alberto Caeiro (em que pese o dade de esprito. preciso mostrar aos jovens que no se trata
seu materialismo) tem um objetivo quase religioso: o de religar de uma poesia melanclica ou de molde byroniano. Os poe-
o homem realidade. Para ele, a capacidade irrefrevel de pensar mas exalam calma e condescendncia em relao a tudo o que
afastou a humanidade de uma relao simples e concreta com a possa acontecer. O tom sapiencial adotado pelo eu lrico quer
vida. Para tudo criamos significados que as coisas simplesmen- ensinar majestade de cada um governar-se a si prprio. Nessa
te no tm. Crescemos aprendendo, por exemplo, que a rosa postura, o poeta atualiza premissas do estoicismo e o ideal de
vermelha o smbolo da paixo. Mas Caeiro quer nos mostrar controle racional das paixes. Ocorre que h tambm na poesia
o carter artificial desse tipo de afirmao: a rosa vermelha no de Ricardo Reis todo um cdigo do vinho e do amor. Ou seja,
significa nada. O mximo que podemos dizer dela aquilo no se prega a misantropia nem a abstinncia dos prazeres da
que os nossos sentidos nos mostram: que ela vermelha, que vida; pelo contrrio, para Reis, viver bem aproveitar o vinho,
tem espinhos e tem perfume. interessante convidar os alunos amar as mulheres (alm de Ldia, h outras musas em sua poesia,
a certas experincias caeirianas. Por exemplo, mostrar como como Cloe e Neera) e admirar de forma plcida a existncia.
decorar o caminho de casa para a escola o primeiro passo Nessas intenes o poeta reaviva antigas premissas epicuristas,
para deixar de olhar para esse caminho, nos fazendo passar que consideravam o prazer regrado e mediado pela razo uma
por ele de forma automtica. Nesse momento, de certa forma, das melhores formas de fruir o nosso curto espao de existncia.
comeamos a desconhec-lo, pois no prestamos mais ateno
quilo que os nossos sentidos nos mostram. divertido pedir
uma tarefa diferente: que os alunos olhem o caminho de casa
para a escola (e vice-versa) como se estivessem passando por
aula 15
ele pela primeira vez, tentando notar algo que nunca antes Semana de Arte Moderna
tinham notado. Certamente haver relatos interessantes dessa
aventura sensorial.
Objetivos
lvaro de Campos o mais modernista dos heternimos, um
homem completamente fascinado pela tcnica, pela violncia e Apresentar ao aluno os aspectos que envolvem a realizao da
pela irracionalidade das pulsaes e dos movimentos das grandes Semana de Arte Moderna: seus principais antecedentes, os artistas
metrpoles modernas. Trata-se de um heternimo muito comple- envolvidos e as propostas fundamentais que culminaram no incio
xo, na medida em que ele apresenta diversas fases diferentes, cada do Modernismo no Brasil.
18
Encaminhamento a abordagem se faa por intermdio da identificao dos proce-
dimentos inovadores da proposta esttica do escritor. Assim, a
Uma forma interessante de iniciar a aula mostrar algumas
partir de alguns textos, o professor pode evidenciar a radicalidade
imagens, selecionadas no Livro-texto e no Caderno do Aluno, de
da proposta oswaldiana. Sugerimos a seguir alguns desses textos.
obras expostas na famosa mostra de Anita Malfatti em 1917. Em
O professor poder explor-los individualmente, escolher alguns,
seguida, a leitura parcial da crtica de Monteiro Lobato Paranoia
ou, ainda, optar por outros, de sua preferncia.
ou mistificao? , publicada por ocasio da exposio, possibi-
litar que os alunos compreendam as ressalvas que o pblico da O primeiro texto um fragmento do Manifesto Antropfago,
poca tinha com relao s caractersticas modernas apontadas nas de 1928.
obras dos jovens idealistas que se reuniram para realizar a Semana Queremos a Revoluo Caraba. Maior que a Revoluo
de Arte Moderna. Francesa. A unificao de todas as revoltas eficazes na di-
reo do homem. Sem ns a Europa no teria sequer a sua
muito importante deixar claro que o evento precisou de um pobre declarao dos direitos humanos.
processo de elaborao que durou aproximadamente dez anos,
[...]
desde a chegada de Oswald de Andrade de sua primeira viagem
Tnhamos a justia codificao da vingana. A cincia
pela Europa. Apresentados os antecedentes, o professor deve passar
codificao da Magia. Antropofagia. A transformao per-
para a narrativa de como ocorreu o evento sob o patrocnio do
manente do Tabu em totem.
fazendeiro paulista Paulo Prado. A leitura de trechos de poemas e
ANDRADE, Oswald de. Manifesto Antropfago. In: . Do
a discusso sobre as propostas estticas renovadoras para a poca Pau-Brasil Antropofagia e s Utopias. Rio de Janeiro: Civilizao
prepararo os alunos para a realizao dos exerccios. Brasileira, 1970. p. 14-15.
aula 16
, a interdio, a transgresso, seja erigido como totem, isto
, como padro, como modelo de comportamento. Trata-se
do elogio ao princpio modernista da iconoclastia, da recusa
Oswald de Andrade de convenes.
O segundo texto um dos poemas curtos de Oswald de An-
Objetivos drade.
Apresentar a obra de Oswald de Andrade, com foco na radica- adolescncia
lidade de seus manifestos, de sua poesia e de seu livro Memrias Aquele amor
sentimentais de Joo Miramar.
Nem me fale
ANDRADE, Oswald de. As quatro gares. In: . Primeiro caderno
Encaminhamento do aluno de poesia Oswald de Andrade. So Paulo. Globo/Secretaria de
Estado da Cultura, 1991. p. 25.
A obra de Oswald de Andrade tem muitas faces: ele foi poe-
ta, romancista, dramaturgo, agitador cultural, jornalista e muitas Observar:
outras coisas. Todas essas facetas, no entanto, possuem alguns O ttulo remete a certa fase da vida do indivduo. O primeiro
eixos comuns, e escolher um deles para iniciar a apresentao de verso indica que o aspecto dessa fase a ser abordado no
sua obra pode facilitar o trabalho em sala de aula. Sugerimos que poema diz respeito s relaes amorosas.
19
Os dois versos compem uma expresso de duplo sentido, Gare do infinito
que tanto denota saudosismo quanto desprezo oscilao Papai estava doente na cama e vinha um carro e um ho-
prpria dos sentimentos contraditrios e confusos da ado- mem e o carro ficava esperando no jardim.
lescncia. Levaram-me para uma casa velha que fazia doces e nos mu-
Em apenas cinco palavras, o poema sintetiza a expresso damos para a sala do quintal onde tinha uma figueira na janela.
amorosa com os dilemas prprios da adolescncia. No desabar do jantar noturno a voz toda preta de mame
ia me buscar para a reza do Anjo que carregou meu pai.
O terceiro texto serve de exemplo da vertente pardica da
ANDRADE, Oswald de. Memrias sentimentais de Joo Miramar. Rio
poesia de Oswald. de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1971. p. 14.
aula 17
ANDRADE, Oswald de. Primeiro caderno do aluno de poesia
Oswald de Andrade. So Paulo: Globo/Secretaria de
Estado da Cultura, 1991. p. 28.
20
que constam do Caderno de Exerccios outros textos poticos de A ideia de recorrer macumba carioca, de tia Ciata, para
Mrio de Andrade. conseguir foras suficientes para derrotar o gigante, confere
Se optar pelo trabalho com Macunama, interessante apre- aos gestos de Macunama uma amplitude que vai alm dos
sentar uma sntese da obra to envolvente quanto possvel. Para limites da cidade de So Paulo o que se enquadra bem na
auxiliar esse trabalho, o exerccio 2 do Caderno do Aluno apresenta inteno nacionalista do romance.
uma passagem particularmente engraada da narrativa. Se preferir, Convm lembrar que tia Ciata, citada no trecho, existiu, de
o professor poder recorrer a um fragmento da obra com o qual fato. Era a baiana Hilria Batista de Almeida (1854-1924), co-
se identifique mais. A seguir, sugerimos um trecho que julgamos nhecida por levar o samba de roda para o Rio de Janeiro,
interessante, como material para trabalho em sala de aula. onde passou a residir, e por reunir em sua casa muitos dos
Macunama estava muito contrariado. No conseguia praticantes da cultura afro-brasileira.
reaver a muiraquit e isso dava dio. O milhor era matar Piai-
m... Ento saiu da cidade e foi no mato Fulano experimentar Opo 2
fora. Campeou lgua e meia e afinal enxergou uma peroba O professor pode abordar a obra do escritor a partir de sua
sem fim. Enfiou o brao na sapopemba e deu um puxo pra trajetria artstica, identificando os trs momentos fundamentais de
ver si arrancava o pau mas s o vento sacudia a folhagem sua carreira, apresentados no Caderno do Aluno. Assim, a primeira
na altura porm. Inda no tenho bastante fora no, Ma- fase a da demolio modernista, que pode ser exemplificada
cunama, refletiu. Agarrou num dente de ratinho chamado pelo poema a seguir, retirado de Pauliceia desvairada:
cr, fez uma bruta inciso na perna, de preceito pra quem
frouxo e voltou sangrando pra penso. Estava desconsolado Os cortejos
de no ter fora ainda e vinha numa distrao tamanha que Monotonias das minhas retinas...
deu uma topada. Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...
Ento de tanta dor o heri viu no alto as estrelas e entre Todos os sempres das minhas vises! Bon giorno, caro.
elas enxergou Capei minguadinha cercada de nvoa. Quan-
do mingua a Luna no comeces coisa alguma suspirou. E Horrveis as cidades!
continuou consolado. Vaidades e mais vaidades...
No outro dia o tempo estava inteiramente frio e o heri Nada de asas! Nada de poesia! Nada de alegria!
resolveu se vingar de Venceslau Pietro Pietra dando uma sova
Oh! os tumulturios das ausncias!
nele pra esquentar. Porm por causa de no ter fora tinha
mas era muito medo do gigante. Pois ento resolveu tomar um Pauliceia a grande boca de mil dentes;
trem e ir no Rio de Janeiro se socorrer e Exu diabo em cuja e os jorros dentre a lngua trissulca
honra se realizava uma macumba no outro dia. de pus e mais pus de distino...
Era junho e o tempo estava inteiramente frio. A macum-
ba se rezava l no Mangue no zungu da tia Ciata, feiticeira Giram homens fracos, baixos, magros...
como no tinha outra, me de santo famanada e cantadeira Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...
ao violo. s vinte horas Macunama chegou na biboca le-
vando debaixo do brao o garrafo de pinga obrigatrio. J Estes homens de So Paulo,
tinha muita gente l, gente direita, gente pobre, advogados todos iguais e desiguais,
garons pedreiros meias-colheres deputados gatunos, todas quando vivem dentro dos meus olhos to ricos,
essas gentes e a funo ia principiando. [...] parecem-me uns macacos, uns macacos.
ANDRADE, Mrio de. Macunama. 8. ed. So Paulo: Martins, 1973. p. 73. ANDRADE, Mrio de. Poesias completas. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2013. v. 1. p. 79.
Observar:
Utilizao de uma linguagem coloquial, que resgata a orali- Observar:
dade da fala (como em milhor, pra, etc.). A viso subjetiva (verso 1), privilegiada tambm pela arte
A atitude de Macunama, que tenta envergar a rvore, remete moderna.
ao gesto heroico de Peri, em O guarani, que arranca uma Versos brancos e livres.
palmeira do solo com seus braos para com ela improvisar O registro da fala coloquial (verso 3); no caso, o cumprimento
uma jangada que o salve, e a Ceci, do dilvio com que a em italiano, que demarca bem o ambiente paulistano.
narrativa se encerra. A postura crtica, na concepo da cidade como um ambien-
A crueldade do heri se evidencia na deciso de agresso e te de preocupaes exclusivamente materiais, sem lugar para
eliminao de Piaim, tomada com naturalidade: O milhor asas, para a poesia, para a alegria.
era matar Piaim; resolveu se vingar de Venceslau Pietro A imagem expressionista, em grande boca de mil dentes, a
Pietra dando uma sova nele pra esquentar. que o poeta associa a cidade de So Paulo.
21
Segundo o Dicionrio Eletrnico Houaiss, a expresso Pauliceia No tenho onde cair morto
tem origem crtica e jocosa, criada a partir da denominao Fiz gorar a inteligncia
de Mauriceia para a cidade do Recife, no tempo da ocupao Vou reentrar no meu pas
holandesa comandada por Maurcio de Nassau. Reprincipiar minha cincia
A partir da viso subjetiva j referida, uma deformao dos
habitantes de So Paulo, vistos como entes frementes a se Vou-me embora vou-me embora
desenrolar e como macacos. Volto a semana que vem
A segunda fase da poesia de Mrio de Andrade se caracteriza Quando voltar minha terra
pela pesquisa da cultura popular. A partir dela, encontra ritmos Ser dela ou de ningum.
musicais regionais, que transporta para a poesia, seja como base ANDRADE, Mrio de. Poesias completas.
para a forma, seja como inspirao para o assunto. Assim, temos o Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013. v. 1. p. 485-486.
poema a seguir, de Cl do jabuti (1927): Observar:
Moda dos quatro rapazes Dilogo intertextual com Vou-me embora pra Pasrgada,
Ns somos quatro rapazes poema de Manuel Bandeira, de 1930. A substituio de Pa-
Dentro duma casa vazia.
srgada por Belm , no entanto, sintomtica de um in-
teresse mais concreto pelo pas natal. Alm disso, enquanto
Ns somos quatro amigos ntimos a partida de Bandeira tem um tom definitivo, no poema de
Dentro duma casa vazia. Mrio de Andrade a viagem provisria e rpida: Volto a
semana que vem. Isto : o poeta parte, mas deixa claro que
Ns fomos ver quatro irmos
seu compromisso com o pas continua.
Morando na casa vazia.
A segunda estrofe faz referncia ao drama da disputa de
Meu Deus! se uma saia entrasse terras entre grandes proprietrios e os que nada possuem.
A casa toda se encheria! O segundo verso pode ser lido como uma pregao pela
reforma agrria: Paz da terra repartida.
Mas era uma vez quatro amigos ntimos...
ANDRADE, Mrio de. Poesias completas.
Na terceira estrofe, a disposio do eu lrico de reentrar no
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013. v. 1. p. 235. [seu] pas indica que a viagem para a qual parte uma incur-
Observar: so pelo interior do pas, no apenas no sentido geogrfico,
No ttulo, a referncia moda, ou modinha, variao de can- mas identitrio.
o popular brasileira e lusitana, com predomnio da temtica
Opo 3
amorosa, tratada quase sempre com leveza.
Continua o versilibrismo da primeira fase da carreira do poeta, Como terceira opo, sugerimos que o professor se concentre
mas, aqui, tratado de forma mais contida. em um texto nico, que possa ler ao longo da aula, retirando dele os
Humor, parte do projeto modernista de poesia. aspectos mais importantes da obra do escritor. Nesse caso, o texto
base pode ser um fragmento de Macunama (por exemplo, um tre-
Se preferir, o professor poder citar, como obra representativa
cho da Carta pras Icamiabas), ou de um dos poemas j citados aqui.
dessa fase, o romance Macunama, que serve de base para os exer-
ccios 2 e 3 do Caderno do Aluno.
aula 18
A terceira fase da obra potica de Mrio de Andrade mar-
cada pela acentuao do engajamento social. O livro mais conhe-
cido desse perodo Lira paulistana, de 1945. O poema a seguir
foi retirado de outro livro, O carro da misria, publicado em 1946.
Manuel Bandeira
Vou-me embora vou-me embora
Objetivos
Vou-me embora pra Belm
Apresentar a obra de Manuel Bandeira, bem como um breve
Vou colher cravos e rosas
relato da vida do artista e da relao de suas experincias pessoais
Volto a semana que vem
com sua produo potica.
Vou-me embora paz da terra
Paz da terra repartida Encaminhamento
Uns tm terra muita terra Ainda que o trabalho com literatura esteja cada vez mais afas-
Outros nem pra uma dormida. tado de uma viso biografista da obra de autores significativos, no
22
caso especfico de Manuel Bandeira, necessrio conhecer dados Mafu do malungo (1948).
da vida do autor para que aspectos de sua obra sejam mais bem Opus 10 (1952).
absorvidos. Assim, sugerimos que a aula comece com uma breve
Estrela da tarde (1960).
explanao sobre a infncia e a adolescncia do poeta divididas
entre Recife e Rio de Janeiro , a chegada a So Paulo aos 18 anos Estrela da vida inteira (1966).
e a descoberta da tuberculose, que se transformou em assunto Uma vez apresentada a diviso, o professor poder se dedicar
recorrente de sua poesia. A peregrinao que fez por sanatrios mais ao trabalho com os poemas da fase de iconoclastia moder-
em busca da cura e sua viagem Europa, para se tratar na Sua, nista, em que alguns dos temas principais do trabalho do poeta
podem ser entendidos como um perodo de maturao de sua so desenvolvidos.
poesia at a publicao do primeiro livro em 1917: A cinza das
Para um bom encaminhamento da aula e fixao do contedo,
horas. A perda de seus familiares (me, irm, pai e irmo) entre 1916
desejvel que o professor leia com seus alunos um poema que
e 1922 tambm um dado que contribui para a compreenso da
melancolia presente em seus textos e as constantes referncias represente cada uma das caractersticas mais frequentes na obra
nostlgicas famlia. modernista do autor. A ttulo de sugesto, listamos abaixo algumas
possibilidades:
A diviso de sua produo potica em fases importante para
que o aluno perceba que o trabalho desenvolvido em sala de aula A iminncia da morte Pneumotrax e O ltimo poema.
um recorte de uma produo longa e duradoura que se trans- A prpria produo potica Potica.
formou ao longo do tempo. Sugerimos, como apresentado no
Caderno do Aluno, a seguinte diviso: O cotidiano urbano Penso familiar e Tragdia brasileira.
Poemas ps-simbolistas com alguma liberdade formal: As lembranas da infncia, da famlia e de Recife (mitologia
A cinza das horas (1917). pessoal) Evocao do Recife e Porquinho-da-ndia.
Carnaval (1919). Convm ainda ressaltar a importncia de esclarecer para o alu-
no, alm dos temas abordados na lrica de Bandeira, as caracters-
Poemas de transio:
ticas estilsticas que se destacam no trabalho do autor nesta fase
Ritmo dissoluto (1924). da iconoclastia modernista. So elas:
Poemas da iconoclastia modernista:
Versos livres.
Libertinagem (1930).
Estrela da manh (1936).
Poemas em prosa.
anotaes
23
Atividades Interdisciplinares
Nestas atividades interdisciplinares, vamos explorar as relaes do sistema nervoso com o sistema sensorial e a sua integrao com
o ambiente, analisando os aspectos biolgicos e qumicos dessas relaes. A proposta, que tem a Biologia como tema orientador,
est centrada na relao do sistema nervoso com o meio, intermediada pelo sistema sensorial.
A aula de Biologia (que pode ser utilizada como uma complementao do estudo do sistema nervoso realizado na Fisiologia
Animal) est organizada em torno da discusso de um texto que possibilita a resoluo de uma questo discursiva e duas objetivas.
A primeira parte do texto destaca a importncia do sistema sensorial para a sobrevivncia ao fornecer as informaes do meio,
necessrias para a resposta eficiente e a integrao com o ambiente. A questo discursiva associada ao texto discute a relao entre
a ao do sistema sensorial e a seleo natural, examinando a importncia dessa ao no processo evolutivo humano. A resposta
fornecida no gabarito da questo possibilita estabelecer a discusso sobre o papel dos sentidos no processo evolutivo dos homindeos
e mostrar como viso, audio e olfato, principalmente, foram fundamentais no processo de explorao do ambiente, fornecendo
informaes para um crebro progressivamente mais complexo.
A segunda parte do texto discute o processo de plasticidade dos neurnios cerebrais. A plasticidade cerebral se refere capacidade
do sistema nervoso para alterar a sua estrutura e o seu funcionamento ao longo de sua vida, como reao diversidade do entorno.
Ainda que este termo seja usado hoje em dia em Psicologia e Neurocincia, no fcil de definir. Habitualmente se refere s mudanas
de diferentes nveis do sistema nervoso, desde eventos moleculares, como as mudanas na expresso gnica, ao comportamento.
(Kolb, B.; Mohamed, A.; Gibb, R. A busca dos fatores subjacentes plasticidade cerebral no crebro normal e no danificado,
Revista de Transtornos da Comunicao (2010).
Este trecho possibilita apresentar aos alunos que a plasticidade neuronal muito maior do que aquela que se supunha h vinte
anos; dados atuais sugerem que, de acordo com a leso e as terapias disponveis, pode-se observar a regenerao de neurnios
em algumas regies cerebrais e sensoriais. As terapias atuais possibilitam ainda que, aps uma leso cerebral, os neurnios sejam
treinados para realizar funes s quais no estavam originalmente configurados. Isso significa dizer que os neurnios sensoriais
podem se adaptar para interpretar estmulos diferentes dos relacionados sua configurao original (questo no 2 plasticidade
do crtex visual adaptado para responder a estmulos tteis) e tambm que podem processar estmulos de fontes diferentes para
reforar a velocidade ou a intensidade de resposta (questo n o 3 neurnios visuais utilizam estmulos sonoros para potencializar
sua resposta).
Os exerccios 4 a 6 cobram conceitos qumicos envolvidos nos processos de transmisso nervosa.
A questo 4 recorda os conceitos de concentrao de soluo e sistemas eletrolticos. Vale ressaltar para os alunos que as solues,
mesmo eletrolticas, so neutras em sua totalidade, ou seja, a soma de cargas positivas deve ser anulada pelas negativas (item a).
Desse modo, o total de cargas positivas provenientes do sdio, do potssio e do clcio deve ser anulado pelos nions cloreto.
A questo 5 retoma conceitos de polaridade.
Como os compostos orgnicos que compem as membranas apresentam carter predominantemente apolar, os ons, de carter
polar, no conseguem atravessar essas membranas fora dos canais especficos.
Finalizamos a atividade na questo 6, recordando algumas funes orgnicas importantes e retomando o carter cido dos fenis
e bsico das aminas.
Caso haja tempo, recorde que os cidos carboxlicos e sulfnicos tambm apresentam tendncia em liberar onsH1, ou seja, so
cidos.
anotaes
24
Respostas Caderno de Exerccios 4
meio das passagens em que a autora faz perguntas a si
25
14. Resposta pessoal. ecolgicas. Com isso, o ento presidente estadunidense
se afasta do efeito de sentido de objetividade que deve
15. Resposta pessoal.
caracterizar uma dissertao.
16. Resposta pessoal.
32. Essa questo admite respostas das mais variadas. Uma
17. E possibilidade seria: Os EUA, assim como a maioria dos
18. C pases do mundo, esto seriamente preocupados com
a preservao ambiental. Tudo aquilo que pode ser
19. E feito para controlar a poluio est sendo feito. No
20.C entanto, a ameaa de recesso econmica tambm
nos preocupa. Momentaneamente, possvel que, para
21. B
evitar uma crise financeira, que prejudicaria milhes
22.D de pessoas pelo planeta, tenhamos que poluir mais
23. Narrativa, j que h um narrador que conta a histria do do que gostaramos. No h outra sada. Porm,
encontro entre Alexandre e um pirata. O excerto contm fundamental ressaltar que em mdio prazo os Estados
as seguintes caractersticas tpicas desse tipo de texto: Unidos encontraro maneiras seguras de promover o
progresso temporal entre os enunciados, sucesso de desenvolvimento sem destruir o meio ambiente.
acontecimentos e transformaes narrativas. 33. E
24.O roubar pouco culpa, o roubar muito grandeza: o 34.B
roubar com pouco poder faz os piratas; o roubar com
muito, os Alexandres.
35. D
25.O ltimo perodo do fragmento promove uma inter- 36. V V V V V F F
pretao genrica da realidade, por meio da qual o 37. Resposta pessoal.
enunciador explicita a viso de mundo implcita na
38. Resposta pessoal.
narrativa do encontro entre o enunciador e o pirata.
Assim a passagem narrativa do fragmento funciona 39. Resposta pessoal.
como um exemplo concreto e particular a partir do qual 40.Resposta pessoal.
se extrai uma viso de mundo mais ampla.
41. Resposta pessoal.
26. Resposta pessoal.
42.Resposta pessoal.
27. Resposta pessoal.
43.Resposta pessoal.
28. Resposta pessoal.
44.Resposta pessoal.
29. Resposta pessoal.
45.C
30.Gandhi acredita que possvel formular novos
modelos de desenvolvimento que sejam compatveis 46.A
com a preservao ambiental, j que a manuteno 47. A enumerao de palavras (genocdios, holocaustos,
dos modelos defendidos pelos pases mais ricos do limpezas, extermnios, calamidades, aniquilaes,
mundo acarretaria a degradao do planeta sem massacres e gutsembatsembas) contribui para en-
que se atingisse a prosperidade. J George W. Bush, fatizar as atrocidades e a recorrncia dos assassinatos
ao reconhecer que os EUA esto dispostos a poluir em massa na histria da humanidade, chamando a
ainda mais o planeta, defende que desenvolvimento e ateno para o risco de que eles se repitam, a no ser
preservao ambiental so totalmente incompatveis. que as pessoas se sensibilizem pela histria das vtimas
Diante de uma inevitvel escolha, prefere o desen- e pela ao da militncia antiviolncia.
Respostas Caderno de Exerccios
volvimento econmico.
48. E
31. Sem dvida alguma, o primeiro pargrafo do Texto I
49. C
maiseficiente dentro do universo dissertativo, pois
apresenta dados concretos que comprovam a ideia 50.a) No. O leitor inverteu a relao de causalidade: no
de que os pases mais ricos do mundo so aqueles que a prtica da corrupo que acarreta a no
menos se preocupam com a preservao ambiental. A fiscalizao da sociedade e a conivncia de alguns
frase de Bush peca por explicitar uma tese totalmente setores de elite, a no fiscalizao da sociedade e
contrria ao senso comum, segundo o qual a a conivncia de alguns setores de elite que permite
poluio ambiental no compatvel com um mundo a corrupo.
que reconhece a importncia das preocupaes b) Resposta pessoal.
26
51. Resposta pessoal.
52. Resposta pessoal. captulo 8
53. Resposta pessoal.
54.Resposta pessoal. Adequao proposta:
55.Resposta pessoal. escrever sobre o que foi pedido
56.Resposta pessoal.
1. A
57. Resposta pessoal.
2. D
3. B
4. a) O poder aquisitivo.
captulo 7 b) A cor da pele.
c) A liberdade de ir e vir pode ser restringida tomando
por base o poder aquisitivo ou a cor da pele?
Auditrio e carta 5. A crtica se dirige a um estilo de vida que, em busca
do futuro, acelera demais as aes do presente,
1. C dificultando que se aproveite este tempo. A imagem das
2. Resposta pessoal. tartarugas remete a uma lentido oposta velocidade
e modernidade sugeridas pelo carro e pelo motorista.
3. Resposta pessoal.
6. Na linguagem usual, perder tempo tem sentido
4. Resposta pessoal. negativo: significa gastar o tempo sem proveito algum.
5. D No poema, a mesma expresso vista de maneira
positiva: significa viver melhor o tempo que se tem ou
6. Resposta pessoal.
aceitar a passagem natural do tempo.
7. Resposta pessoal.
7. Resposta pessoal.
8. Resposta pessoal. 8. B
9. Resposta pessoal. 9. D
10. Resposta pessoal. 10. E
11. Trata-se de um texto voltado para um interlocutor 11. D
especfico, iniciado por um vocativo, em que a remetente
procura convencer o ento presidente da Repblica a 12. D
agilizar seu processo de naturalizao. 13. Resposta pessoal.
anotaes
27
da perfrase limitao do que os jornais podem
vida privada, a privacidade, ento, prerrogativa, escola. Mostra respeito e apreo pela variedade
direito, que se perde. Prerrogativa gnero, conjunto lingustica que os meninos trazem de casa, sem
de direitos (entre os quais, como espcie, o direito deixar de ressaltar a importncia do conhecimento
privacidade).
da norma culta.
12. a) A incoerncia da primeira frase resulta da contradio b) No, pois utiliza exatamente o mesmo exemplo ci-
que existe entre suas proposies. Com efeito, a tado na entrevista, sem relativizar o seu uso, como
primeira afirma que no temos X (censura), e a fizera o ilustre educador. Aps dizer que a linguagem
segunda afirma que temos X (censura). O expediente dos meninos bonita, faz logo uma ressalva: tu
usado para camuflar a incoerncia retomar X precisas dizer a gente chegou [em vez de a gente
(censura), na segunda proposio, sob a forma cheguemos].
28
16. C
captulo 11 17. a) Os sem-terra: os associados, os participantes do
movimento.
O governador: o chefe do governo, a autoridade
Coeso textual mxima do Estado.
A polcia: o destacamento.
1. C b) Levando ao p da letra os termos usados na expan-
2. A so lexical, no h indcios de radicalismo, nem de
exaltao partidria por parte do redator da notcia.
3. A
Existe at um certo cuidado em evitar o uso de pala-
4. C vras ou expresses preconceituosas nas referncias
a qualquer um dos grupos envolvidos.
5. D
6. C 18. D
7. A 19. C
20.C
8. B
21. B
9. D
22.a) Nessa tirinha, do modo como foi articulada a coeso
10. C
textual, a ltima fala contm uma afronta a Hagar, o
11. B pai da garota. Pelo que se conhece das tirinhas de
Dik Browne, sabe-se que Hagar marido de Helga
12. Sim. Nesse contexto, o anafrico ele (na combinao
e ambos so os pais da menina que est sendo
dele) pode estar se referindo tanto a Carlos quanto
censurada por Hagar. O ditado citado por Helga,
a Joo. No h nenhum marcador contextual que
Tal me, tal filha, relacionado com as duas falas
torne uma possibilidade prefervel outra. Traduzindo
anteriores, diz que ocorreu com ela o que o pai est
literalmente (termo a termo) os dois sentidos, teramos:
censurando na filha. Isso quer dizer que Helga, tendo
Carlos foi com Joo casa de Joo.
podido casar-se com o rapaz que quisesse da regio,
Carlos foi com Joo casa de Carlos.
foi escolher logo um idiota, ou seja, Hagar.
Em outras palavras, a frase no esclarece se o lugar ao b) A mudana de sentido foi total: de afronta desmora-
qual Carlos se dirigiu foi sua prpria casa ou a de Joo. lizante, passou a um elogio franco e exaltado. Essa
13. a) H vrios modos de dar a mesma notcia sem a reviravolta foi provocada pela mudana nas frases
ambiguidade: Ministro participa de reunio com vizinhas e no pela permutao de palavras da fala
presidente, na qual este voltou a pedir unidade no do ltimo quadrinho. Trata-se, pois, de mudana re-
governo / na qual o chefe da nao voltou a pedir sultante de um jogo de coeso.
unidade no governo.
b) Para seguir em alta no atual cenrio financeiro do
pas, voc pode acompanhar, nesta edio, as ten-
captulo 12
dncias do mercado. Supondo que a inteno seja
a de colocar mercado como sujeito de seguir, a so-
luo seria esta: Nesta edio, voc pode acompa-
nhar as tendncias do mercado para que ele siga
29
6. C
7. E captulo 13
8. B
9. C Oraes subordinadas adjetivas:
descrio, norma e operaes de sentido
10. D
11. a) Sim. Ambas so subordinadas substantivas objetivas 1. C
diretas. 2. E
b) Sem dvida a I. Ao introduzir a orao substantiva
3. D
pela conjuno que, o enunciador estabelece o
pressuposto de que est seguro da verdade con- 4. C
tida nessa orao. Ao introduzir a mesma orao 5. C
pela conjuno se, o enunciador estabelece outro
6. A
pressuposto: ele no est certo da veracidade do
que vem afirmado nela. 7. B
12. a) A nica possibilidade coerente no contexto o 8. C
conector se. 9. E
b) As oraes substantivas introduzidas por se esta- 10. D
belecem o pressuposto de que h dvida sobre o
11. a) estranha a interpretao de que o proprietrio do
seu contedo, o que coerente com o contexto
cachorro seria multado por ser pego andando solto
em que se afirma a impossibilidade da certeza (da
pelas ruas.
traio de Bentinho por Capitu). O conector que
b) O sentido pretendido que o dono de um cachorro
estabeleceria o pressuposto de que o enunciador
bravo ser multado se o cachorro for pego andando
tem certeza da traio, o que no condiz com o
solto pelas ruas.
contexto.
c) Nova lei prev multa para o dono, caso o seu ca-
13. E chorro bravo seja pego andando solto pelas ruas.
Ou: Caso um cachorro bravo seja pego andando
14. D
solto pelas ruas, seu dono ser multado.
15. B
12. a) Evidentemente, a clusula II.
16. B b) Em I, a orao adjetiva, separada por vrgula no in-
17. B cio, explicativa e quer dizer que todos os acidentes
contra terceiros so de responsabilidade do segura-
18. B do. Portanto o seguro no cobre nenhum acidente
19. B contra terceiros. Em II, a orao adjetiva, sem vrgula
no incio, restritiva e quer dizer que nem todos os
20.B acidentes contra terceiros so considerados de res-
21. a) Ambos esto funcionando como complemento do ponsabilidade do segurado. Portanto, o seguro se
verbo (comprove). Ambos so objeto direto. prope a cobrir ao menos alguns acidentes.
30
b) No enunciado II no h ambiguidade porque o me- cabeleireiro vai corrigir o corte do cabelo e a tintura.
canismo da concordncia no deixa dvida sobre o O pressuposto que, sem dvida, o cabelo vai crescer
termo a que se refere o pronome relativo. A palavra e a correo ser possvel. No enunciado II, a orao
votada, no feminino, impe que o pronome relativo adverbial condicional (se crescer) e estabelece ou-
tenha como referncia uma palavra feminina, no tro pressuposto: o de que existe a possibilidade de o
caso, a vereadora. cabelo no crescer e, consequentemente, no ser
22.a) Os meninos de rua, que procuram trabalho, so possvel o reparo.
repelidos pela populao. 16. a) A condio que o velho economista coloca a
b) Do modo como est redigida, sem vrgulas, a orao prtica do controle da natalidade, que vem expressa
adjetiva restritiva e quer dizer que nem todos os por meio de uma orao subordinada adverbial
meninos de rua procuram emprego. Colocada entre condicional: se fizer o que os desenvolvidos fazem.
vrgulas, a orao adjetiva passa a ser explicativa e
b) Pases so desenvolvidos porque praticam o controle
quer dizer que todos os meninos de rua procuram
da natalidade.
trabalho.
c) Pases praticam o controle da natalidade porque so
desenvolvidos.
17. B
captulo 14 18. D
19. B
Oraes subordinadas adverbiais 20.C
e reduzidas: relaes de sentido 21. C
1. A 22.B
2. A 23. E
3. B 24.E
4. D 25. C
5. A 26. C
6. D 27. A
7. A 28. a) [] como meu pai.
8. E b) O sonho do menino o mesmo que o do pai: ganhar
20 mil por ms; ou o sonho do menino ganhar a
9. E mesma quantia que o pai ganha: 20 mil por ms.
10. A c) Eu sonho ganhar 20 mil por ms, como meu pai
11. D sonha.
12. E 29. a) Texto I: [...] Eu, como (porque, visto que, j que) digo
tudo, digo aqui que no tive tempo de soltar as mos
13. D
da minha amiga...
14. Seria necessrio criar (ou a criao de) um rgo de
31
13. D
captulo 15 14. C
15. A
Oraes coordenadas: relaes de sentido 16. B
17. D
1. A 18. E
2. C 19. B
3. E 20.B
4. A 21. O bicho no era nem co, nem gato, nem rato.
5. D 22.A conjuno mas expressa uma oposio ou ressalva
6. D ideia anterior.
7. A
8. A
9. A captulo 16
10. C
11. a) Essas passagens deixam implcita a ideia de que um
bom escritor no pode ser comunista e um escritor
Tipos de texto: descrio,
comunista no pode ser bom. Trata-se de uma viso narrao e dissertao
evidentemente preconceituosa dos comunistas.
1. C
b) Saramago est dizendo que, no comeo da car-
reira, ele era reconhecido como bom escritor, mas 2. A
as pessoas preferiam desmerec-lo pelo fato de ser 3. C
comunista. Depois de um tempo, as pessoas conti-
4. B
nuaram desmerecendo-o por ele ser comunista, mas
preferiam salientar que ele era um bom escritor. Em 5. D
outros termos, a primeira passagem uma crtica a 6. A
Saramago; a segunda um elogio.
7. D
12. a) O conector adversativo porm estabelece uma 8. C
relao de oposio entre a ideia de que a morte
de Euclides foi um alvio para as elites republicanas 9. D
e a percepo de que a voz do escritor continua 10. C
viva. Assim, apesar de a morte do autor ter sido um
11. a) O proprietrio afirma que a alma do apartamento est
alvio para os csares, a tese de que o Brasil tinha,
na varanda pelo fato de esta ser grande, espaosa
no incio da Repblica, uma ordem excludente e
(No terrao de 128 m), permitindo que a famlia
um progresso comprometido com o legado mais
entre em contato com a natureza (a famlia toma
abominvel do passado defendida por Euclides
sol, sair para a varanda expor-se a um banho
continua sendo resgatada pela Histria.
de sol), com a sociedade (recebe amigos para a
b) Euclides julgava que o Brasil, no incio da Repblica, festa) e com a cultura (Parece a Grcia, diz a filha
continuava a no investir em educao em mas-
Respostas Caderno de Exerccios
do proprietrio).
sa das camadas subalternas, problema que existia b) Ao empregarem o vocbulo generosos, os repr-
desde a poca monrquica. Para ele, prevalecia teres esto se referindo grande extenso espacial
um ambiente mesquinho e corrupto da repblica que caracteriza os cmodos do apartamento.
dos medocres, que no enfrentava as mazelas
deixadas pelo latifndio, pela escravido e pela ex- 12. 1) Vicente Lemes l os autos e os contesta por estarem
plorao predatria da terra e do povo. Tudo isso incompletos.
serve de argumento para a tese de que o Brasil viva a 2) A vila inteira vigiava a lavratura do inventrio.
mistificao republicana de uma ordem excludente 3) Vicente Lemes exige refaco do inventrio.
e um progresso comprometido com o legado mais 4) Vicente Lemes levanta-se e vai janela, aliviado,
abominvel do passado. olhar a calma da cidade.
32
13. B 13. C
14. D 14. B
15. (01 1 02 1 08 5 11) 15. D
16. D 16. A
17. C
17. A
18. A
18. O discurso indireto livre est em: Mas por que aquilo
19. A tudo? Por que a me lhe falava daquele jeito, por qu?
20.B No fizera nada de mal, s queria mudar de lugar, s
21. D isso No, desta vez ela no estava sendo nem um
pouquinho camarada.
22.Trata-se de palavras rudes, pouco polidas, que servem
para revelar com crueza a baixa condio social dos 19. Disse-me ela, na semana passada, que eu no me
habitantes do cortio e a sua decadncia social, pois arrependeria se ajudasse o pobre do seu irmo
vivem quase como se fossem animais. naquele momento difcil.
Tipos de discurso e transposies 21. Um guia relatou que o turismo na favela um pouco
invasivo, pois, ao andarem por aquelas ruas estreitas
1. D e, como os moradores deixam as janelas abertas, os
turistas olham, sem pudor, para dentro das casas,
2. A
criando situaes desagradveis, como a ocorrida com
3. A outro colega de trabalho. Contou que uma moradora
4. C cozinhava em seu fogo localizado perto da janela,
quando um turista, que por ali passava, enfiou o brao
5. A
e abriu a tampa da panela, enfurecendo a mulher, que
6. E chegou a golpe-lo.
7. B 22.As fontes fidedignas empregadas para dar credibilidade
8. E s informaes so a tese de Rodrigo Mallet Duprat,
9. D Realidades e particularidades da formao do
profissional circense no Brasil: rumo a uma formao
10. A
tcnica e superior, e a entrevista com tal estudioso.
11. a) O emprego do discurso indireto ocorre nas seguintes Em relao aos discursos, h ocorrncia do discurso
passagens: direto, indicado pelo uso de aspas e verbo dicendi
[] e ordenou-me que lhe dissesse tudo. ao trmino do trecho (defende o autor) em H, no
[] perguntei-lhe, para principiar, quando que ia mercado, profissionais hbridos, oriundos de vrias reas
para o seminrio. de formao, inclusive no circo familiar. Mas, como falta
b) Transposio para o discurso direto: um curso superior, muitos artistas que comearam nas
33
19. E
captulo 18 20. Na manchete final do primeiro grupo, s cabvel marcar
com vrgulas a intercalao do adjunto adverbial nos
EUA (Causaram viva apreenso, nos EUA, os discos
Sinais de pontuao: marca de relao voadores). No ltimo ttulo do segundo grupo, apenas
sinttica e produo de sentido a intercalao do adjunto adverbial hoje pode ser
indicada pelo sinal de pontuao (MEC divulga, hoje,
1. I. a) Em matria de queda da inflao, o ano de 1995 resultados do ENEM por escolas).
sobrepujou os anos anteriores.
21. Na frase I, afirma-se que s existe uma me; me, no
b) O ano de 1995, em matria de queda da inflao, caso, objeto direto de tem.
sobrepujou os anos anteriores.
Na frase II, o termo me, separado por vrgula e
II. a) Graas a mltiplas atraes naturais, o Brasil um
funcionando como vocativo, designa a pessoa a
pas vocacionado para o turismo.
quem o falante se dirige. Da a ideia de que s tem
b) O Brasil, graas a mltiplas atraes naturais, (h/existe) uma Coca-Cola.
um pas vocacionado para o turismo.
III. a) Com uma pequena esptula de marfim, ela abre
22.D
as pginas de um livro. 23. E
b) Ela, com uma pequena esptula de marfim, abre
as pginas de um livro.
24.C
34
25. (01 1 02 1 08 5 11)
captulo 19 26. B
27. B
Regncia: norma-padro, marca de 28. E
relao sinttica e produo de sentido 29. D
30.B
1. A
2. A
3. A
4. B captulo 20
5. B
6. E Crase: norma-padro, marca de relao
7. C sinttica e produo de sentido
8. A 1. a) a
9. E b) a
10. D c)
11. C d)
12. E 2. A
13. A 3. A
14. C 4. C
15. E 5. A
16. C 6. B
17. E 7. E
18. B 8. C
19. B 9. A
20.A 10. E
21. a) Pode-se entender que o reforo chegou transportado 11. D
pelo porta-avies dentro dele (1o sentido) , ou
12. B
que o reforo teve como destino o porta-avies foi
entregue a ele (2o sentido). 13. A
b) 14. E
Um significativo reforo em soldados e armamentos 15. E
chegou hoje no porta-avies da esquadra america-
16. D
na (1o sentido).
Um significativo reforo em soldados e armamentos 17. C
chegou hoje ao porta-avies da esquadra america- 18. E
35
destinadas a subsidiar a plantao de cana; s claras, 3. B
louvava as qualidades dos combustveis renovveis e
4. C
derramava elogios s usinas.
5. B
Esse era o teor dos discursos que o presidente fazia
nos finais de semana, durante os comcios. Mas, de 6. E
segunda a sexta-feira, das 8 s 18 horas, os empregados 7. B
da empresa faziam as entregas a domiclio, utilizando
gasolina em seus veculos; nessas ocasies, as aes
8. D
dos empregados contrariavam o que o presidente dizia 9. D
a todos. 10. D
25.a) Pode-se dar a interpretao de que a prpria 11. B
sensibilidade artstica est funcionando como
objeto direto de ensinando, coordenado ao anterior 12. A
(a linguagem potica). 13. A
b) Com crase, a expresso prpria sensibilidade ar-
14. A
tstica estaria relacionada ao adjetivo mesclada
(com funo de complemento nominal), figurando 15. A
como terceiro elemento na srie: ao ritmo, melodia 16. D
e prpria sensibilidade artstica.
17. C
26. D
18. C
27. E
19. E
28. D
20.E
29. C
21. E
30.C
22.E
31. (01 1 04 5 05)
23. A
32. E
24.A
33. (04 1 08 1 16 5 28)
25. B
34.Todos os enunciados. (01; 02; 04; 08; 16) so corretos.
26. B
35. D
27. E
28. D
captulo 21
29. A
30.C
31. A
Concordncia: norma-padro 32. A
e marca de relao sinttica 33. C
1. B 34.B
2. C 35. B
Respostas Caderno de Exerccios
anotaes
36
8. B
Literatura 9. E
10. A
11. B
captulo 5 12. E
13. D
14. B
Modernismo em Portugal 15. B
16. C
1. C 17. B
2. B 18. E
3. D 19. E
4. B 20.D
captulo 6
29. B
30.C
37
5. O poema construdo sob o signo da ironia. O enun- 25. A
ciador utiliza a variante lingustica popular referindo-se 26. A
ao imperador como Do Pedro Segundo. O Mare-
chal Deodoro expressa-se da mesma forma, provo-
27. C
cando um efeito de sentido de familiaridade entre as
captulo 8
personagens histricas. Por sua vez, o imperador, na
iminncia de perder sua posio poltica, demonstra
preocupao apenas com seus livros. O texto provoca
um efeito de sentido de descaso da elite poltica com
as instituies brasileiras. Modernismo no Brasil: terceira gerao
6. B
7. E 1. A
8. A 2. D
9. A 3. D
10. B 4. C
11. D 5. Ocorre no trecho uma associao metafrica entre
12. D roupa e terra. Quando as pessoas afirmam que a roupa
13. E do defunto ser de terra, esto se referindo sua cova.
14. O sentimento que domina o texto de Drummond, desde 6. Nos dois casos, os vaticnios vislumbram um futuro de
o ttulo, o medo. O medo, segundo o poema, fez com trabalho para o recm-nascido, seja nos mangues da
que o amor se refugiasse nos subterrneos e os abraos beira do rio, seja nas fbricas da cidade. E tambm,
se esterilizassem, impedindo sua existncia at mesmo nos dois casos, o fruto desse trabalho ser a moradia
em sua forma oposta, o dio. em um mocambo em mangues, seja no Capibaribe,
15. O fato de os elementos que supostamente geram seja no Beberibe os dois rios que banham a cidade
medo serem de naturezas to diversas revela que o de Recife. Por outro lado, as previses se diferenciam
medo indiscriminado e geral. A situao vivida no porque a primeira aproxima o futuro do recm-nascido
pas to complicada que tudo podia gerar medo, da condio animal (galinhas, porcos, cachorros),
independentemente da natureza do motivo. enquanto a segunda o aproxima da atividade humana
desenvolvida nas fbricas. Pode-se notar, ainda, que
16. O poema pode ser considerado um texto otimista. O
esta ltima prev um futuro um pouco melhor, j que
eu lrico celebra a criao de uma nova cidade depois
a graxa coisa mais limpa que a lama e ele morar
da batalha. O tom de reconstruo daquilo que foi
em um mocambo melhor.
destrudo e de crena nas possibilidades de futuro, tanto
da cidade como do povo, e das ideias que brotaram a 7. B
partir do evento. 8. O problema social em questo a disputa de terras
17. Os versos Sobraram apenas algumas rvores / com no serto, opondo grandes fazendeiros a pequenos
cicatrizes, como soldados e Mas o assombro, a fbula / sitiantes. No fragmento, os versos que melhor denunciam
gravam no ar o fantasma da antiga cidade se referem as circunstncias sociais da obra so: a terra que
a sobras daquilo que passou. Interessante notar que querias / ver dividida.
as sequelas, nesse poema, no so obrigatoriamente 9. A
negativas, mas muitas vezes necessrias para impedir
10. D
que as pessoas se esqueam daquilo pelo que
11. E
Respostas Caderno de Exerccios
38
15. B pela imaturidade, pela infantilidade, pela dedicao
cega e sem questionamento famlia e ao marido, com
16. D
a abdicao da prpria personalidade.
17. A
21. O trecho e passara pesadamente a ensinar no
18. 02 + 04 + 08 = 14 curso primrio indica que a personagem passara a
19. E desempenhar o cargo de professor primrio com muito
sacrifcio e a contragosto.
20.O termo que indica a posio de Joana diante da vida
da tia brincava. Para Joana, a vida da tia marcada 22.C
anotaes
39
Respostas Caderno de Exerccios
40
anotaes
Redao
EDUARDO Antonio Lopes
Eduardo CalBUCCI
Fernando MARCLIO Lopes Couto
Francisco PLATO Savioli
MAURCIO Soares da Silva Filho
Paulo Csar de CARVALHO
PAULO Giovani de Oliveira
Srgio de Lima PAGANIM
ndice-controle
de
estudo
aula
P. 8
25
AD TM TC
aula
P. 8
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P. 11
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A. AND I. KRUK/SHUTTERSTOCK
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AD TM TC
aula
P. 20
36
AD TM TC
prof.:
aulas 25 e 26
O texto dissertativo de carter cientfico: efeito de objetividade
Enem: Estudo do texto: as sequncias discursivas e os gneros textuais no sistema de
comunicao e informao
Estudo dos aspectos lingusticos em diferentes textos: recursos expressivos da
lngua, procedimentos de construo e recepo de textos
Estudo do texto argumentativo, seus gneros e recursos lingusticos: argumen-
tao: tipo, gneros e usos em lngua portuguesa
nestas aulas
No texto dissertativo, a opinio do enunciador exposta por porque apresentam opinies como se fossem verdades vlidas
meio de conceitos abstratos, que fazem interpretaes genricas universalmente.
sobre a realidade. Os efeitos de sentido de objetividade e de subjetividade so
H dissertaes que apresentam carga maior de subjetividade, produzidos por meio de determinados mecanismos lingusticos
como artigos e resenhas, e aquelas que produzem efeito de sentido associados escolha e combinao de palavras: o emprego de
de objetividade. Nesse segundo caso, dizemos que o texto disser- pronomes de terceira pessoa, por exemplo, cria efeito de impes-
tativo tem carter cientfico. soalidade, assim como verbos no presente epistmico produzem
As dissertaes prototpicas so as que parecem cientfi- impresso de verdade. Construes desse tipo so caractersticas
cas: elas tm um poder maior de convencimento exatamente do discurso cientfico.
em classe
TexTo para as quesTes 1 e 2 considera a prova controversa e entende que a universi-
dade que dirige no perde nada por no participar.
USP fora do topo [...] Nas classificaes internacionais, em que pesam
Pela primeira vez em cinco anos a Universidade de mais a produo cientfica e a reputao, a ampla tradi-
So Paulo no figura no pice do Ranking Universitrio o da USP ainda lhe garante posio frente de outras
Folha (RUF). O posto de liderana foi assumido pela Uni- universidades nacionais.
versidade Federal do Rio de Janeiro. Essa condio, entretanto, no dura para sempre so-
[...] A vantagem da UFRJ sobre a USP, no entanto, bretudo para uma instituio que ainda est por colher
diminuta: 0,43 ponto entre 100 possveis. A inverso de os frutos amargos da necessria reforma administrativa
e financeira que mal iniciou.
colocaes tem mais impacto simblico do que acadmi-
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
8
c) um texto dissertativo de carter cientfico, que apre- A primeira, a do cara que te interpela, podemos chamar
senta apenas fatos, sem coment-los, como devem de novssimo sintoma do mimimi geral que tomou conta de
ser os editoriais dos jornais impressos. grande parte das Cincias Humanas dominadas pela teo-
d) a mera opinio do enunciador, que usa terceira pes- ria picareta descrita acima. Refiro-me ao novo espcime,
soa para produzir efeito de sentido de objetividade e, o machinho mimimi. O carinha te pergunta, afinal de
portanto, criar impresso de parcialidade. contas, por que as mulheres deveriam receber tratamen-
to especial no metr uma vez que todos ali so cidados
c e) um texto com caractersticas dissertativas, pois discute
iguais e que competem no mesmo mercado de trabalho.
o tema do ranking das universidades, apresentando
dados e interpretando-os com efeito de objetividade. Nosso machinho mimimi avanaria, ento, na direo
de que dar lugar para uma mulher, por ser simplesmen-
2. Explique a relao que o texto estabelece entre a re- te mulher, seria uma forma de discriminao contra os
H18 cusa da USP em participar do Enade e os resultados do machinhos como ele, deixando, inclusive, que ela tivesse
ranking em questo. Como o texto avalia a postura da mais descanso do que eles, e fazendo dela, assim, uma
H21
universidade? competidora mais descansada.
Segundo o texto, trata-se de uma relao causal. A USP, ao se recusar [...]
a participar do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, E a voc tem a (super) infeliz ideia de dizer que as
estaria se colocando acima e parte das demais universidades mulheres so mais frgeis e por isso precisam descansar
brasileiras. Isso fez a instituio perder uma posio no RUF. O editorial mais no trajeto Santana-Paraso do metr. Nesse instante,
salta uma menina de uns 20 anos, carregando nas mos
avalia essa deciso como perigosa, citando a postura do reitor Marco
o livro O segundo sexo da Beauvoir (uma Bblia das mina
Antonio Zago, que considera a prova controversa e entende que a
mimimi), com olhos de fria contra voc. Como voc pode
universidade que dirige no perde nada por no participar. Por isso, o ceder o lugar para aquela moa, se voc a oprime h s-
texto termina sugerindo que a reputao da histrica universidade pode culos por meios que voc nem imagina?! E a oprimir
comear a ser abalada, se a USP continuar a cometer esses equvocos. sempre com presentinhos assim! E a, usa aquela palavra,
que, como energia, serve para tudo: Seu machista!.
Alis, a mina mimimi (que faz Sociais somewhere)
diz mesmo que o ato de voc dar o lugar para a moa
(que aceitou, agradeceu e sorriu aquele sorriso doce que
s uma mulher sabe dar, e que faz o dia de um cara ficar
TexTo para as quesTes 3 a 5 mais azul...) um ato opressor porque, alm de engan-la
O trecho a seguir foi extrado de Sociologia do mimimi, com sua falsa bondade, era um presente por ela aceitar
de autoria de Luiz Felipe Pond, publicado no caderno ser oprimida e ficar feliz com seu lugarzinho na linha
Ilustrada, da Folha de S.Paulo. Leia-o para responder s azul do metr. [...]
questes propostas. POND, Luiz Felipe. Sociologia do mimimi. Folha de S.Paulo, 4 abr.
Voc sabe o que ficar de mimimi? Imagino que sim. 2016. Ilustrada. Disponvel em: <www1.folha.uol.com.br/colunas/
luizfelipeponde/2016/04/1757087-sociologia-do-mimimi.shtml>.
Mas, posso explicar: mimimi o que todo mundo hoje faz Acesso em: 19 jul. 2016.
porque se ofende fcil e exige algo em troca. Mimimi
derivado do ressentimento. 3. Aponte os traos que permitem classificar esse texto
H18 como dissertativo.
Mas, existem dois tipos de mimimi. O do senso comum,
frescurinha bsica (no vou falar dele aqui), e existe o O texto apresenta um tema (a sociologia do mimimi), assume um
sofisticado, sustentado em alguma teoria besta derivada posicionamento de carter generalizante ( um equvoco dividir o
da maior picaretagem intelectual dos ltimos 250 anos: re-
Redao
mundo entre opressores e oprimidos) e seleciona argumentos para
firo-me famosa teoria picareta (que ser comparada por
fazer valer sua tese (como a situao em que um homem cede seu
nossos descendentes leitura medieval de vsceras ani-
mais como mapa do futuro) segundo a qual o mundo est lugar a uma mulher no metr).
dividido entre opressores e oprimidos. Quer um exemplo?
Imagine que voc d seu lugar para uma mulher no
metr. Da, aparece um cara e pergunta para voc a razo
de voc fazer aquilo. Voc explica que foi educado des-
sa forma. Deve-se dar o lugar para as mulheres. Aqui,
abrem-se vrias linhas de argumentao mimimi, e todas
elas poderiam ser sustentadas em aulas de Sociologia nas
faculdades e nas escolas por a.
9
4. As dissertaes prototpicas, de carter cientfico, pro- 5. Segundo Pond, a afirmao de que o mundo est
H18 duzem efeito de sentido de objetividade. Essa noo se H18 dividido entre opressores e oprimidos est fundamen-
aplica ao texto de Pond? Por qu? tada em uma teoria besta, em uma picaretagem
H21 H22
intelectual. Considerando as relaes entre homens e
O texto de Pond no exemplo de uma dissertao de carter
H27 mulheres, pobres e ricos, heterossexuais e homossexuais,
cientfico, pois no produz efeito de objetividade. H diversas
possvel dizer que no h diviso entre opressores e
marcas lingusticas que criam efeito de subjetividade, comuns oprimidos? Escreva um pargrafo dissertativo (de, no
em artigos de opinio, como os termos francamente avaliativos mximo, 10 linhas), com efeito de objetividade, posicio-
besta (qualificando teoria) e picaretagem (fazendo par nando-se a respeito da questo.
com o adjetivo picareta, mais uma vez qualificando teoria). Resposta pessoal.
O grau de informalidade, no uso de palavras como mimimi,
carinha, machinho, etc., tambm incompatvel com o rigor e o
distanciamento caractersticos da dissertao prototpica.
em casa
Consulte:
Livro-texto 4 Redao
Caderno de Exerccios 4 Redao
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aula 25 Aulas 25 e 26
Leia o resumo de aula. Leia os itens 1 a 3, cap. 6.
Faa os exerccios 1 a 4, cap. 6. Faa os exerccios 7 a 12, cap. 6.
Aula 26
Faa os exerccios 5 e 6, cap. 6.
Faa os exerccios 1 e 2 da seo Rumo ao Enem.
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
anotaes
10
aulas 27 e 28
Atividade de criao
Enem: Estudo do texto: as sequncias discursivas e os gneros textuais no sistema de
comunicao e informao
Estudo dos aspectos lingusticos em diferentes textos: recursos expressivos da
lngua, procedimentos de construo e recepo de textos
Estudo do texto argumentativo, seus gneros e recursos lingusticos: argumen-
tao: tipo, gneros e usos em lngua portuguesa
em classe
TexTos para a quesTo
VUNESP/2016
VUNESP/2016
VUNESP/2016
Menina vietnamita atingida por napalm foge Menina sudanesa em regio assolada pela Menino srio encontrado morto em praia aps
de aldeia bombardeada. fome observada por abutre. naufrgio de barco com refugiados.
(Nick Ut. Vietn, 1972.) (Kevin Carter. Sudo, 1993.) (Nilufer Demir. Turquia, 2015.)
Texto I
Um dos traos caractersticos da vida moderna oferecer inmeras oportunidades de vermos ( distncia, por meio de
fotos e vdeos) horrores que acontecem no mundo inteiro. Mas o que a representao da crueldade provoca em ns? Nossa
percepo do sofrimento humano ter sido desgastada pelo bombardeio dirio dessas imagens? Qual o sentido de se exibir
essas fotos? Para despertar indignao? Para nos sentirmos mal, ou seja, para consternar e entristecer? Ser mesmo ne-
cessrio olhar para essas fotos? Tornamo-nos melhores por ver essas imagens? Ser que elas, de fato, nos ensinam alguma
coisa? Muitos crticos argumentam que, em um mundo saturado de imagens, aquelas que deveriam ser importantes para
ns tm seu efeito reduzido: tornamo-nos insensveis. Inundados por imagens que, no passado, nos chocavam e causavam
indignao, estamos perdendo a capacidade de nos sensibilizar. No fim, tais imagens apenas nos tornam um pouco menos
capazes de sentir, de ter nossa conscincia instigada.
Redao
SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros. 2003. Adaptado.
Texto II
Quantas imagens de crianas mortas voc precisa ver antes de entender que matar crianas errado? Eu pergunto
isso porque as mdias sociais esto inundadas com o sangue de inocentes. Em algum momento, as mdias tero de pensar
cuidadosamente sobre a deciso de se publicar imagens como essas. No momento, h, no Twitter particularmente, in-
contveis fotos de crianas mortas. Tais fotos so tuitadas e retuitadas para expressar o horror do que est acontecendo
em vrias partes do mundo. Isto obsceno. Nenhuma dessas imagens me persuadiu a pensar diferentemente do modo
como eu j pensava. Eu no preciso ver mais imagens de crianas mortas para querer um acordo poltico. Eu no preciso
que voc as tute para me mostrar que voc se importa. Um pequeno cadver no um smbolo de consumo pblico.
MOORE, Suzanne. Compartilhar imagens de cadveres nas mdias sociais no o modo de se chegar a um cessar-fogo.
Disponvel em: <www.theguardian.com>. Acesso em: 21 jul. 2014. Adaptado.
11
Texto III que se afogou. Ele explicou sua deciso: Alguns dizem
A morbidez deve ser evitada a todo custo, mas ima- que a imagem muito ofensiva para ser divulgada. Mas
gens fotogrficas chocantes que podem servir a prop- ofensivo aparecerem crianas afogadas em nossas praias
sitos humanitrios e ajudar a manter vivos na memria quando muito mais pode ser feito para evitar suas mortes.
coletiva horrores inominveis (dificultando, com isso, a Diretor de ONG explica publicao de foto de criana.
Folha de S.Paulo, 3 set. 2015. Adaptado.
ocorrncia de horrores similares) devem ser publicadas.
SILVA, Carlos Eduardo Lins da. Muito alm de Aylan Kurdi. (Vunesp-SP) Com base nos textos apresentados e em
H18
Disponvel em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. seus prprios conhecimentos, escreva uma dissertao,
Acesso em: 8 set. 2015. Adaptado.
H21 empregando a norma-padro da lngua portuguesa,
Texto IV sobre o tema:
H22
Diretor da ONG Human Rights Watch, Peter Bouckaert Publicao de imagens trgicas: banalizao do sofri-
publicou em seu Twitter a foto do menino srio de 3 anos H27 mento ou forma de sensibilizao?
em casa
Consulte:
Caderno de Exerccios 4 Redao
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aulas 27 e 28 Aulas 27 e 28
Faa os exerccios 13 e 14, cap. 6. Faa o exerccio 15, cap. 6.
anotaes
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
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aulas 29 e 30
Estrutura dissertativa ortodoxa
Enem: Estudo do texto: as sequncias discursivas e os gneros textuais no sistema de
comunicao e informao
Estudo dos aspectos lingusticos em diferentes textos: recursos expressivos da
lngua, procedimentos de construo e recepo de textos
Estudo do texto argumentativo, seus gneros e recursos lingusticos: argumen-
tao: tipo, gneros e usos em lngua portuguesa
nestas aulas
H vrias maneiras de organizar as ideias em um texto dissertativo. Mas uma delas, fundada em princpios da retrica clssica, cos-
tuma ser mais estudada do que as outras: o que se convencionou chamar de estrutura dissertativa ortodoxa, cannica ou prototpica.
De acordo com esse modelo, a dissertao se estrutura em trs partes bem definidas, cada uma delas desempenhando um
papel especfico.
Tudo comea com a introduo, em que o enunciador deve apresentar o tema posto em debate, j procurando, na medida
do possvel, dar pistas de sua posio a respeito do tema em discusso.
No desenvolvimento, as concepes sugeridas na introduo so expandidas e comentadas, com base nos mais variados
recursos argumentativos.
Na concluso, as informaes apresentadas no desenvolvimento so retomadas e reiteradas, levando em conta a tese prenun-
ciada na introduo.
em classe
TexTo para as quesTes 1 a 4 1. (Vunesp-SP Adaptada) No fragmento transcrito, Vieira
H17 aborda fundamentalmente o tema do amor. Releia o
To inteiramente conhecia Cristo a Judas, como a Pe- texto dado e, a seguir, responda: quantas e quais so
H18
dro, e aos demais; mas notou o Evangelista com especiali- as espcies de amor, segundo Vieira?
dade a cincia do Senhor, em respeito de Judas, porque em Para Vieira, h trs espcies de amor: o amor que tem causa,
Judas mais que em nenhum dos outros campeou a fineza
aquele de quem ama porque o amam; o amor que tem fruto,
do seu amor. Ora vede: Definindo S. Bernardo o amor
fino, diz assim: Amor non quaerit causam, nec fructum: aquele de quem ama para que o amem; e o amor fino, que no
O amor fino no busca causa nem fruto. Se amo, porque possui causa nem fruto, isto , de quem ama no porque o amam,
me amam, tem o amor causa; se amo, para que amem, tem
Redao
nem para que o amem.
fruto: e amor fino no h de ter por qu, nem para qu. Se
amo porque me amam, obrigao, fao o que devo; se
amo para que me amem, negociao, busco o que desejo.
Pois como h de amar o amor para ser fino? Amo, quia
amo, amo, ut amem: amo, porque amo, e amo para amar.
Quem ama porque o amam, agradecido; quem ama,
para que o amem, interesseiro; quem ama, no porque
o amam, nem para que o amem, esse s fino. E tal foi a
fineza de Cristo, em respeito de Judas, fundada na cincia
que tinha dele e dos demais discpulos.
VIEIRA, Antnio. Sermes. 4. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1966. p. 64.
13
2. (Vunesp-SP Adaptada) O texto de Vieira apresenta 4. Voc acredita que o amor fino apresentado por Vieira
H17 a estrutura dissertativa ortodoxa: o primeiro perodo a H18 seja possvel? possvel amar desinteressadamente, sem
introduo; o ltimo, a concluso; o restante, o desen- esperar nada em troca? Voc conhece algum que
H18 H22
volvimento. Com base nas menes feitas ao amor de capaz de amar assim? Se sim, esse amor mesmo
H23 Cristo pelos apstolos na introduo e na concluso, H24 superior aos outros? Com esses questionamentos em
explique como se d o amor de Cristo a Judas, de acor- mente, escreva um pargrafo dissertativo com at 10
H27
do com a argumentao de Vieira. linhas concordando com as ideias de Vieira ou discor-
dando delas.
Cristo amou a Judas, como a outros apstolos, na dimenso do
conhecimento que tinha deles. A Judas, amou-o ciente de sua Resposta pessoal.
vilania, desinteressadamente, num exerccio de amor em que no se
exige nada do outro, nem se usa o outro para fins determinados. A
fineza do amor praticado por Cristo reside na disposio do sujeito
amante em exercitar um sentimento que se completa pelo prprio
exerccio, isto , o ato de amar tem como causa e finalidade a
realizao do prprio sentimento de amor.
em casa
Consulte:
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
Livro-texto 4 Redao
Caderno de Exerccios 4 Redao
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aula 29 Aulas 29 e 30
Leia o resumo de aula. Leia os itens 4 e 5, cap. 6.
Faa os exerccios 17 a 20, cap. 6. Faa os exerccios 23 a 26, cap. 6.
Aula 30
Faa os exerccios 21 e 22, cap. 6.
Faa os exerccios 3 e 4 da seo Rumo ao Enem.
14
aulas 31 e 32
Atividade de criao
Enem: Estudo do texto: as sequncias discursivas e os gneros textuais no sistema de
comunicao e informao
Estudo dos aspectos lingusticos em diferentes textos: recursos expressivos da
lngua, procedimentos de construo e recepo de textos
Estudo do texto argumentativo, seus gneros e recursos lingusticos: argumen-
tao: tipo, gneros e usos em lngua portuguesa
em classe
TexTos para a quesTo Texto III
Um dos eventos realizados no final de abril deste ano
Texto I no Chile foi uma conferncia internacional secreta de mi-
Um dia sim, outro tambm. Duas bombas, susticas litantes extremistas de direita e organizaes neonazistas
nazistas e muitas mensagens pregando a tolerncia zero planejada e divulgada pela internet. Foram convidados
a negros, judeus, homossexuais e nordestinos marcaram a participar do Primeiro Encontro Ideolgico Interna-
a Semana da Ptria em So Paulo. O primeiro atentado cional de Nacionalismo e Socialismo representantes do
foi direcionado na segunda-feira 4, para o coordenador Brasil, Uruguai, Argentina, Venezuela e Estados Unidos.
da Anistia Internacional. Tratava-se de uma bomba ca- Isto
Redao
Texto II ram sempre os outros (certos outros) como culpados por
Desde ento [os anos 1980], o poder racista alastrou-se serem o que so, por pertencerem a uma coletividade
por todo o mundo numa torrente de excessos sanguino- qual no escolheram pertencer. []
Cornelius Castoriadis
lentos. Tambm na Alemanha, imigrantes e refugiados
foram mortos friamente por maltas de radicais de direita (Fuvest-SP Adaptada) Esses textos (adaptados das fon-
H21
em atentados incendirios. At hoje, a esfera pblica mi- tes citadas) apresentam notcias sobre o crescimento do
nimiza tais crimes como obra de uns poucos jovens des- H22 neonazismo e do neofascismo e, tambm, alguns pon-
classificados. Na verdade, porm, o poder racista solta tos de vista sobre o sentido desse fenmeno. Com base
H27
nas ruas o prenncio de uma reviravolta nas condies nesses textos e em outras informaes e reflexes que
atmosfricas mundiais. julgue adequadas, redija uma dissertao em prosa,
Robert Kurz procurando argumentar de modo claro e consistente.
15
em casa
Consulte:
Caderno de Exerccios 4 Redao
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aulas 31 e 32 Aulas 31 e 32
Faa o exerccio 27, cap. 6. Faa o exerccio 28, cap. 6.
anotaes
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
16
aulas 33 e 34
Recursos argumentativos
Enem: Estudo do texto: as sequncias discursivas e os gneros textuais no sistema de
comunicao e informao
Estudo dos aspectos lingusticos em diferentes textos: recursos expressivos da
lngua, procedimentos de construo e recepo de textos
Estudo do texto argumentativo, seus gneros e recursos lingusticos: argumen-
tao: tipo, gneros e usos em lngua portuguesa
nestas aulas
No desenvolvimento, a dissertao expande o seu foco, mo- sobre a questo em debate, tirando proveito de sua credibilidade
bilizando um conjunto de informaes para fundamentar a tese e de seu prestgio para melhor defender uma tese.
apresentada na introduo. Por meio de diversos comentrios, o O argumento baseado no consenso reafirma conceitos que so
enunciador argumenta para dar maior credibilidade sua viso de aceitos sem discusso, por mero bom senso. O enunciador recorre
mundo, enriquecendo o debate acerca da questo em foco. a noes consideradas bvias e de universal validade para conduzir
Os comentrios articulam um repertrio comum de conhecimen- o auditrio sua tese.
tos que funcionam como premissas em que se baseia a argumentao. O argumento baseado em provas concretas consiste na apre-
Por isso, o desenvolvimento considerado o ncleo do processo de sentao de dados que servem para a comprovao da tese: le-
argumentao iniciado pela introduo e encerrado na concluso. vantamentos estatsticos, pesquisas, exemplos ilustrativos. Provas
O argumento baseado na autoridade consiste em fazer aluses concretas criam o efeito de sentido de realidade, colaborando para
ou em recorrer a citaes de personalidades de saber reconhecido tornar evidente aos olhos do pblico a tese defendida.
em classe
TexTo para a quesTo 1 defender a tese de que a preferncia popular no suficiente
para alterar a grafia de um termo vernculo, mas ateno:
Brazuca um nome triste, mas no por ser com z
estamos falando de palavra informal, brincalhona, recen-
A escolha do nome da bola que a Adidas lanar para te. Brazuca uma gria, e as grias, como todas as criaes
a Copa do Mundo de 2014 foi feita por votao na internet populares, tm a mania de escolher como sero conhecidas.
a partir de uma lista trplice. Com 77,8% das preferncias, Ainda que no fosse assim, o batismo da bola da Copa do
Brazuca derrotou Bossa Nova e Carnavalesca. Como quase Mundo um ato de branding, ramo do marketing que tem
todos os analistas da lngua que esto de planto esta se- regras prprias, entre elas a de privilegiar formas grficas
mana, lamentei a notcia (considerava Bossa Nova o menos fortes e nesse mundo a letra z goza de grande prestgio. Na-
Redao
ruim de trs nomes fracos), mas por motivos diversos. No a turalmente, a correspondncia com a grafia Brazil numa
grafia com z que me incomoda, mas a palavra em si. Convm marca destinada a ter circulao internacional tambm
explicar. Sim, verdade que todos os dicionrios e o Vocabu- deve ter sido considerada um trunfo por seus criadores.
lrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa (Volp), da Academia Se no a grafia, o que sobra para criticar em Brazuca, a
Brasileira de Letras, registram apenas brasuca, com s. Afinal, bola? Sua carga cultural idiota, s isso. O fato de que, brazu-
a palavra no derivada de Brasil, brasileiro? Eis toda a base ca ou brasuca, a palavra um sinnimo tolo de brasileiro. O
para a argumentao dos que implicaram com a grafia. Uma termo nasceu em Portugal com tom depreciativo (o sufixo
argumentao que deixa de levar em conta dois fatos singelos. -uca, o mesmo de mixuruca, deixa isso claro), numa esp-
A forma brazuca muito mais usada na vida real. Uma cie de contraponto ao nosso portuga. At a, tudo bem: a
pesquisa no Google traz mais de 4 milhes de pginas, con- prpria palavra brasileiro tinha uso pejorativo antes de ser
tra pouco mais de um dcimo disso para brasuca. Pode-se assumida em esprito de desafio pelos nativos desta terra.
17
O problema que, ao ser adotado por aqui, brazuca/brasuca virou um clich patritico viscoso, folclrico e carregado
de autocomplacncia, primo da malemolncia, da ginga e da incrvel musicalidade de muitos inzoneiros que q habitam
este gigante adormecido. por isso que Brazuca bola fora e Brasuca no seria melhor.
RODRIGUES, Srgio. 4 set. 2012. Sobre Palavras. Disponvel em: <http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/
curiosidades-etimologicas/brazuca-e-um-nome-triste-mas-nao-por-ser-com-z>.
Acesso em: 19 jul. 2016.
2. (UFPR Adaptada) Uma das mais eficazes estratgias de argumentao o recurso aos dados concretos. A questo
H18 a seguir uma boa oportunidade para tirar proveito dessa estratgia.
H21
ONU publica o mapa da fome no mundo
UFPR/2015
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
O relatrio da FAO (Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e a Agricultura-ONU), divulgado em 16/9/2014,
mostra a distribuio da fome no mundo. O mapa acima mostra a distribuio geogrfica de reas com diferentes
graus de concentrao de pessoas que passam fome. Segundo a organizao, no perodo de 1990-1992, 14,8% dos
brasileiros passavam fome. Para o perodo de 2012-2014, o ndice brasileiro caiu para 1,7%.
Escreva um texto informativo/opinativo, de 10 a 15 linhas, a respeito da fome no mundo, destacando a presena/
ausncia do problema nos diferentes continentes. Seu texto deve:
apresentar um panorama geral do problema no mundo, exemplificando com casos significativos de cada regio;
18
comentar a situao do Brasil no presente quadro, A placa reflete a existncia de uma prtica atual muito
destacando a evoluo do pas desde o incio dos comum. Escreva um texto argumentativo, de 10 a 15
anos 1990. linhas, pondo em confronto as informaes contidas
Resposta pessoal. na placa e a referida prtica vigente.
O seu texto deve:
explicitar que prtica essa;
assumir uma posio em relao a ela;
apresentar argumentos que sustentem o seu posicio-
namento, apelando ao consenso.
Resposta pessoal.
H28
em casa
Redao
Consulte:
Livro-texto 4 Redao
Caderno de Exerccios 4 Redao
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aula 33 Aulas 33 e 34
Leia o resumo de aula. Leia os itens 6 e 7, cap. 6.
Faa os exerccios 33 a 37, cap. 6. Faa o exerccio 38, cap. 6.
Aula 34
Faa os exerccios 5 e 6 da seo Rumo ao Enem.
19
aulas 35 e 36
Atividade de criao
Enem: Estudo do texto: as sequncias discursivas e os gneros textuais no sistema de
comunicao e informao
Estudo dos aspectos lingusticos em diferentes textos: recursos expressivos da
lngua, procedimentos de construo e recepo de textos
Estudo do texto argumentativo, seus gneros e recursos lingusticos: argumen-
tao: tipo, gneros e usos em lngua portuguesa
em classe
O problema da mobilidade urbana tem merecido cada apontando queda nos acidentes e melhoria dos conges-
H2
vez mais a ateno dos cidados, dos meios de comu- tionamentos.
H18 nicao e dos governos. Algumas iniciativas governa- O mais recente indicou reduo de 36% na quantidade
mentais visando garantir maior eficincia e segurana de acidentes e melhora de 8% no trnsito. Haddad diz
H21
nos deslocamentos despertam polmica porque muitas ainda que vai padronizar em 50 km/h o limite de todas
H22 vezes contrariam o senso comum, explicitando o conflito as grandes avenidas at o fim deste ano.
entre as preferncias individuais e os benefcios coleti-
O levantamento de opinio faz parte da 9 edio de pes-
vos. As duas notcias a seguir so exemplo claro disso.
quisa sobre mobilidade, sempre divulgada pela Rede Nossa
Texto I So Paulo no Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro).
Maioria contra reduo de velocidade em Foram ouvidos 700 moradores de So Paulo, com 16
So Paulo, diz pesquisa anos ou mais, entre os dias 28 de agosto e 5 de setem-
bro. A margem de erro da pesquisa de quatro pontos
A maioria dos moradores da cidade de So Paulo afir-
percentuais.
ma ser contra a reduo dos limites de velocidade nas
ruas e avenidas da capital paulista. [...] [...]
MONTEIRO, Andr. Folha de S.Paulo, 22 set. 2015. Cotidiano.
As redues foram intensificadas neste ano pela ges- Disponvel em: <www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/09/
to Fernando Haddad (PT) e se tornaram a principal 1684717-maioria-e-contra-reducao-de-velocidade-em-sao-
paulo-diz-pesquisa.shtml>. Acesso em: 13 abr. 2016.
aposta do prefeito para combater o aumento das mortes
em acidentes de trnsito.
De acordo com pesquisa da Rede Nossa So Paulo e Texto II
da Fecomercio (Federao do Comrcio de SP), feita pelo
Reduo de velocidade vai liberar 60 leitos por dia,
Ibope, 53% dos entrevistados afirmaram ser contra as
estima Prefeitura de SP
medidas de reduo da velocidade nas vias paulistanas.
43% so a favor e 4% no opinaram. Acidentes caram 22,1% nos seis primeiros meses em
14 km estudados. Dados foram divulgados no Conselho
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
20
meses do programa de reduo com os seis meses anterio- deste ano na cidade de So Paulo, de acordo com balano
res. O levantamento foi feito em 14 km de vias escolhidas divulgado em 29 de setembro pela Companhia de Enge-
em diferentes pontos da cidade, como a rua Cllia, na Lapa nharia de Trfego (CET), uma diferena de 18,5%.
(Zona Oeste), e a avenida Ibirapuera (Zona Sul). O nmero Foram 118 mortes a menos em comparao com o pri-
de feridos, por exemplo, que teve queda de 25,2%, caiu de meiro semestre de 2014. A queda no nmero de mortes
131 para 98. revelou-se em todas as categorias, segundo a pesquisa.
A partir desses nmeros, a Prefeitura projetou uma re- Entre passageiros e motoristas, caiu de 115 para 85; entre
duo semelhante para os 700 km de vias com reduo de pedestres, de 274 para 230; entre motociclistas, de 220
velocidade prevista para o fim do ano hoje so 386 km. para 189; entre ciclistas, de 28 para 15.
Isso permitir uma reduo de 2 800 acidentes, 3 700 feridos A meta de So Paulo reduzir a relao para seis
e 200 mortos. mortes a cada 100 mil habitantes at 2020, de acordo com
O diretor de planejamento da Companhia de Engenha- o compromisso da cidade com a Organizao das Naes
ria de Trfego (CET) diz que o impacto significativo na Unidas (ONU) para a Dcada da Segurana Viria.
rede de sade. Alm da liberao de 60 leitos por dia, h PINHO, Mrcio. G1, 29 out. 2015. So Paulo. Disponvel em: <http://g1.
uma economia de R$ 6,2 mi em despesas hospitalares. globo.com/sao-paulo/noticia/2015/10/reducao-de-velocidade-vai-
liberar-60-leitos-por-dia-estima-prefeitura-de-sp.html>.
Recorde Acesso em: 13 abr. 2016.
A reduo da velocidade foi adotada porque o nmero Com base nos textos apresentados e em seu conheci-
de acidentes de trnsito com mortos [...] voltou a subir mento de mundo, redija um texto dissertativo com cerca
depois de seis anos consecutivos de queda na cidade de de 30 linhas posicionando-se a respeito da seguinte
So Paulo. questo:
Foram 1 114 ocorrncias em 2013, contra 1 195 em 2014, As preferncias do motorista individual so compatveis
alta de 7,2%. O nmero tambm superior ao patamar de com a garantia do direito mobilidade urbana?
2012, quando ocorreram 1 188 casos. Em seu texto, voc deve, obrigatoriamente, recorrer aos
A Marginal Tiet foi em 2014 a via com mais mortes em dados expostos nas duas notcias anteriores para:
acidentes de trnsito na capital, com 40 casos. A Marginal apontar o conflito entre as prioridades individuais e
Pinheiros vem logo em seguida, com 33 mortes. o interesse coletivo;
Primeiro semestre posicionar-se de modo crtico e coerente;
O nmero de mortes no trnsito depois da reduo defender seu ponto de vista com argumentos de pro-
de velocidade caiu de 637 para 519 no primeiro semestre vas concretas.
em casa
Consulte:
Caderno de Exerccios 4 Redao
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aulas 35 e 36 Aulas 35 e 36
Faa o exerccio 39, cap. 6. Faa o exerccio 40, cap. 6.
Redao
anotaes
21
rumo ao
Enem
TexTo para a quesTo 1 Ela probe os fumdromos em 100% dos locais fechados,
incluindo at tabacarias, onde o fumo era autorizado sob
O mundo das grandes inovaes tecnolgicas, dos determinadas condies.
avanos das pesquisas mdicas e que j presenciou o Uma das principais medidas atinge o fumante no bol-
envio de homens ao espao o mesmo lugar onde 1 bilho so. O governo fica autorizado a fixar um novo preo para
de pessoas dormem e acordam com fome. A desnutrio o mao de cigarros. O Imposto sobre Produtos Industria-
ocupa o primeiro lugar no ranking dos 10 maiores riscos lizados (IPI) ser elevado em 300%. Somando uma coisa
sade e mata mais do que a aids, a malria e a tuberculose
e outra, o sabor de fumar se tornar muito mais cido.
combinadas. O equivalente s populaes da Europa e
Dever subir 20% em 2012 e 55% em 2013.
da Amrica do Norte, juntas, est de barriga vazia. E um
A viso fundamental da MP est correta. Sabe-se, h
futuro famlico aguarda a raa humana. Em 2050, apenas
muito, que o tabaco faz mal sade. razovel, portanto,
por razes ligadas s mudanas climticas, o nmero de
que o Estado aja em nome da sade pblica.
pessoas sem comida no prato vai aumentar em at 20%.
poca, 28 nov. 2011. Adaptado.
Disponvel em: <www.correiobraziliense.com.br>.
Acesso em: 22 jan. 2012.
2. (Enem) O autor do texto analisa a aprovao da MP
540/2011 pelo Senado, deixando clara a sua opinio
1. (Enem) Considerando a natureza do tema, a forma H21
sobre o tema. O trecho que apresenta uma avaliao
H18 como est apresentado e o meio pelo qual veiculado H24
pessoal do autor como uma estratgia de persuaso
o texto, percebe-se que seu principal objetivo :
H23 do leitor :
a) divulgar dados estatsticos recentes sobre a fome no
a) Ela probe os fumdromos em 100% dos locais fecha-
mundo e sobre as inovaes tecnolgicas.
dos.
b) esclarecer questes cientficas acerca dos danos
b) O governo fica autorizado a fixar um novo preo para
causados pela fome e pela aids nos indivduos.
o mao de cigarros.
c) demonstrar que a fome, juntamente com as doenas
c) O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ser
endmicas, tambm um problema de sade pblica.
elevado em 300%.
d) convidar o leitor a engajar-se em alguma ao posi-
c d) Somando uma coisa e outra, o sabor de fumar se
tiva contra a fome, a partir da divulgao de dados tornar muito mais cido.
alarmantes.
e) Dever subir 20% em 2012 e 55% em 2013.
c e) alertar sobre o problema da fome, apresentando-o
como um contraste no mundo de tantos recursos
tecnolgicos. TexTo para a quesTo 3
Manter as contas sob controle e as finanas saudveis
TexTo para a quesTo 2 parece um objetivo inatingvel para voc? Tenha certeza
de que voc no est sozinho. A baguna na vida finan-
No adianta isolar o fumante
ceira compromete os sonhos de muita gente no Brasil.
Rumo ao Enem
Se quiser mesmo combater o fumo, o governo precisa por isso que ns lanamos, pelo terceiro ano consecutivo,
ir alm das restries. preciso apoiar quem quer largar este especial com informaes que ajudam a encarar a
o cigarro. situao de forma prtica. Sem malabarismos mas com
Ao apoiar uma medida provisria para combater o boa dose de disciplina! possvel quitar as dvidas, orga-
fumo em locais pblicos nos 27 estados brasileiros, o Se- nizar os gastos, fazer planos de consumo que caibam em
nado reafirmou um valor fundamental: a defesa da sade seus rendimentos mensais e estruturar os investimentos
e da vida. para fazer o dinheiro que sobra render mais.
Em pelo menos um aspecto a MP 540/2011 ainda Ter dinheiro para viver melhor est diretamente rela-
mais rigorosa que as medidas em vigor em So Paulo, cionado a sua capacidade de se organizar e de eleger prio-
no Rio de Janeiro e no Paran, estados que at agora ridades na hora de gastar. Aceite o desafio e boa leitura!
adotaram as legislaes mais duras contra o tabagismo. Voc S/A, n. 16, 2011. Adaptado.
22
3. (Enem) No trecho apresentado, so utilizados vrios TexTo para a quesTo 5
H18 argumentos que demonstram que o objetivo principal
do produtor do texto, em relao ao pblico-alvo da 1. Conecte-se
H23
revista, :
Estabelea relaes com as pessoas a sua volta. Os
a) conscientizar o leitor de que ele capaz de econo- relacionamentos so a base da vida diria e investir tem-
mizar. po neles enriquecer seu dia e garantir apoio quando
b) levar o leitor a envolver-se com questes de ordem precisar. As pesquisas mostram que quem tem menos
econmica. de trs pessoas em sua rede de contatos prxima entre
famlia e amigos tem mais chance de desenvolver uma
c) ajudar o leitor a quitar suas dvidas e organizar sua
doena mental.
vida financeira.
d) persuadir o leitor de que ele no o nico com pro- 2. Seja ativo
blemas financeiros. Caminhe ou corra, ande de bicicleta, pratique um es-
c e) convencer o leitor da importncia de ler essa edio porte, dance. Os exerccios fazem as pessoas se sentirem
especial da revista. bem o importante cada pessoa achar a atividade que
lhe d prazer e que adequada a seus limites. Estudos
de longo prazo sugerem que a prtica de uma atividade
TexTo para a quesTo 4 fsica previne o declnio das capacidades mentais e pro-
tege contra a ansiedade e a depresso.
Ns, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de
amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traio, 3. Preste ateno
interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como
Seja curioso, saboreie os momentos da vida e tome
inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem trau-
conscincia de como se sente. Refletir sobre suas ex-
mas. Bastante interessante a reportagem sobre separao.
perincias ajuda a descobrir o que realmente importa e
Mas acho que os advogados consultados, por sua compe-
garantir que voc viva o presente. Uma pesquisa mostrou
tncia, esto acostumados a tratar de grandes separaes.
que pessoas treinadas a prestar ateno em seus senti-
Ser que a maioria dos leitores da revista tem obras de
mentos durante oito a 12 semanas apresentaram melhora
arte que precisam ser fotografadas antes da separao?
no bem-estar por anos.
No seria mais til dar conselhos mais bsicos? No se-
ria interessante mostrar que a separao amigvel no 4. Continue aprendendo
interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja qual
Tente algo novo, matricule-se em um curso, faa uma
for o tipo de separao, ela no vai prejudicar o direito
nova tarefa no trabalho. Tente consertar algo em casa.
penso dos filhos? Que acordo amigvel deve ser assina-
Aprenda a tocar um instrumento ou a cozinhar. Escolha
do com ateno, pois bastante complicado mudar suas
um desafio que voc vai gostar de perseguir. Os estudos
clusulas? Acho que essas so dicas que podem interessar
sugerem que o bem-estar est ligado a ter metas desde
ao leitor mdio.
que elas sejam estabelecidas pelos prprios indivduos
Disponvel em: <http://revistaepoca.globo.com>. e tenham a ver com seus valores pessoais.
Acesso em: 26 fev. 2012. Adaptado.
5. Doe-se
4. (Enem) O texto foi publicado em uma revista de grande
H21 circulao na seo de carta do leitor. Nele, um dos Agradea a algum, ajude um amigo ou um estranho.
leitores manifesta-se acerca de uma reportagem publi- Sorria, faa trabalho voluntrio, junte-se associao do
H22
cada na edio anterior. Ao fazer sua argumentao, bairro. Olhe para fora, alm de olhar para dentro de si.
Rumo ao Enem
o autor do texto: Fazer parte de uma comunidade traz benefcios entre
eles relaes sociais mais significativas. As pesquisas
a) faz uma sntese do que foi abordado na reportagem.
mostram que as pessoas que tm um interesse maior pelo
b) discute problemas conjugais que conduzem sepa- outro tendem a se considerar mais felizes.
rao. Disponvel em: <www.revistaepoca.globo.com>.
Acesso em: 27 fev. 2012.
c) aborda a importncia dos advogados em processos
de separao.
5. (Enem) Ao interagirmos socialmente, comum deixar-
d) oferece dicas para orientar as pessoas em processos mos claro nosso posicionamento a respeito do assunto
H18
de separao. discutido. Para isso, muitas vezes, recorremos a deter-
H24
c e) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, minadas estratgias argumentativas, dentre as quais
lanando novas ideias. se encontra o argumento de autoridade.
23
Considerando o texto em suas cinco partes, constata-se que h o emprego de argumento de provas concretas no trecho:
a) Seja curioso, saboreie os momentos da vida e tome conscincia de como se sente. Refletir sobre suas experincias
ajuda a descobrir o que realmente importa.
c b) As pesquisas mostram que quem tem menos de trs pessoas em sua rede de contatos prxima [...] tem mais chance
de desenvolver uma doena mental.
c) Caminhe ou corra, ande de bicicleta, pratique um esporte, dance. Os exerccios fazem as pessoas se sentirem bem.
d) Tente algo novo, matricule-se em um curso [...] Escolha um desafio que voc vai gostar de perseguir.
e) Fazer parte de uma comunidade traz benefcios entre eles relaes sociais mais significativas.
No somos to especiais
INTELIGNCIA
A ideia de que somos os nicos animais racionais tem
sido destruda desde os anos 1940. A maioria das aves e
mamferos tem algum tipo de raciocnio.
AMOR
O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos,
parecido em vrias espcies, como os corvos, que tambm
criam laos duradouros, se preocupam com o ente querido
e ficam de luto depois de sua morte.
CONSCINCIA
Chimpanzs se reconhecem no espelho. Orangotangos
observam e enganam humanos distrados. Sinais de que
sabem quem so e se distinguem dos outros. Ou seja, so
ENEM/2012
conscientes.
CULTURA
O primatologista Frans de Waal juntou vrios exemplos
de cetceos e primatas que so capazes de aprender novos
hbitos e de transmiti-los para as geraes seguintes. O
Extra, extra. Este macaco humano. que cultura se no isso?
BURGIERMAN, D. Superinteressante, n. 190, jul. 2003.
Rumo ao Enem
6. (Enem) O ttulo do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relao aos
H21 outros animais. As estratgias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista so:
24
Gramtica e Texto
EDUARDO Antonio Lopes
Eduardo CalBUCCI
Fernando MARCLIO Lopes Couto
Francisco PLATO Savioli
MAURCIO Soares da Silva Filho
Paulo Csar de CARVALHO
PAULO Giovani de Oliveira
Srgio de Lima PAGANIM
ndice-controle
de
estudo
aula
P. 26
25
AD TM TC
aula
P. 26
26
AD TM TC
aula
P. 29
27
AD TM TC
aula
P. 29
28
AD TM TC
aula
P. 32
29
AD TM TC
aula
P. 32
30
AD TM TC
aula
31
MATTHIAS HAKER PHOTOGRAPHY/GETTY IMAGES
P. 36
AD TM TC
aula
P. 36
32
AD TM TC
aula
P. 39
33
AD TM TC
aula
P. 39
34
AD TM TC
aula
P. 44
35
AD TM TC
aula
P. 44
36
AD TM TC
prof.:
aulas 25 e 26
Coerncia textual
Enem: Estudo dos aspectos lingusticos em diferentes textos: recursos expressivos da
lngua, procedimentos de construo e recepo de textos
nestas aulas
Coerncia textual a relao que se estabelece entre as par- longo do texto. Uma transformao no pode ser realizada
tes de um texto, permitindo que todas elas sejam interpretadas sem estar pressuposta nas transformaes anteriores. Uma
dentro de um nico sentido. Para que isso ocorra, alm da mera personagem no pode entrar em desespero, por exemplo,
ausncia de contradio, preciso que haja consistncia entre os sem algum motivo anterior que justifique esse estado.
enunciados do texto, isto , que um sirva de apoio para o outro Coerncia figurativa: ocorre quando todas as figuras do
para a construo de um sentido global. texto convergem para o tema que pretendem representar.
Um texto coerente parece verdadeiro, ou seja, tem mais peso Uma ruptura no encadeamento das figuras provoca estra-
argumentativo. Um texto incoerente induz a pressupor que o enun- nheza e at falta de sentido no texto. Se a ruptura figurativa
ciador est mentindo ou que no tem noo do que est dizendo. tiver alguma funcionalidade no texto, dever haver algum
Em interrogatrios policiais, por exemplo, a incoerncia um dos motivo para a sua ocorrncia.
indicadores que mais despertam desconfiana.
Coerncia argumentativa: diz respeito pertinncia dos
Tipos de coerncia: argumentos em relao tese, isto , eles devem servir para
Coerncia interna: refere-se compatibilidade entre os signi- sustentar a posio assumida pelo enunciador sobre a ques-
ficados inscritos no texto, ausncia de contradies. to posta em discusso.
Coerncia externa: refere-se compatibilidade entre os Coerncia de linguagem: no texto, a linguagem (ou a varie-
significados inscritos no texto e os dados de realidade reco- dade lingustica) escolhida deve ser compatvel com a perso-
nhecidos como verdadeiros em cada cultura. nagem, com a situao e com o tema. No faz sentido, por
Coerncia narrativa: diz respeito ausncia de contradio exemplo, o emprego de palavras chulas e vulgares no discurso
entre as vrias transformaes que vo sendo narradas ao de um magistrado quando fala em defesa da lei.
em classe
1. (Unifesp) Considere o texto: O maior estudo sobre os hbitos sexuais dos brasilei-
ros entrevistou 8 000 pessoas, entre 15 e 64 anos.
H22
20,6% dos brasileiros usaram camisinha no ltimo
ano uma queda de 19% em relao a 2004 e 31% menos
do que a mdia dos pases desenvolvidos.
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
26
Conforme as informaes apresentadas, um ttulo ade- a) O texto citado contm incoerncias externas com-
quado ao texto : prometedoras. Consultando a internet ou o professor,
a) Cai a prtica de sexo casual. identifique essas incoerncias.
b) Mais idade, mais sexo consciente. Gandhi foi um grande lder poltico e religioso da ndia. Residiu
c) Mulheres se protegem mais no sexo. na frica do Sul de 1893 a 1914, mas nunca aderiu a nenhuma
2. (Enem) O artigo 1 da Lei Federal n 9.433/1997 (Lei das Gandhi nunca esteve no Brasil, portanto nunca esteve na Bahia.
H18 guas) estabelece, entre outros, os seguintes fundamentos: Filhos de Gandhi o nome de um bloco de afox, tipo de
I. a gua um bem de domnio pblico; festa pblica da Bahia, que inclui manifestaes do candombl e
carnavalescas.
II. a gua um recurso natural limitado, dotado de valor
econmico; b) Qual era a inteno do jovem jornalista ao escrever
III. em situaes de escassez, os usos prioritrios dos este texto? Que efeito ele produziu de fato?
recursos hdricos so o consumo humano e a desse- A inteno era conseguir um emprego em um jornal de grande
dentao de animais; circulao no pas. O resultado foi o contrrio ao pretendido. As
IV. a gesto dos recursos hdricos deve sempre propor- incoerncias externas levam a pressupor um profissional mal-
cionar o uso mltiplo das guas. -informado sobre a personagem em questo. Em sntese, a falta
Considere que um rio nasa em uma fazenda cuja nica de coerncia desmoralizou o texto e seu produtor.
atividade produtiva seja a lavoura irrigada de milho e
que a companhia de guas do municpio em que se 4. (Uece) O texto a seguir um excerto retirado do primeiro
encontra a fazenda colete gua desse rio para abas- H18 pargrafo do artigo de opinio, Com um brao s, es-
tecer a cidade. Considere, ainda, que, durante uma crito por J. R. Guzzo, que trata da corrupo na poltica.
estiagem, o volume de gua do rio tenha chegado Um dos aspectos menos atraentes da personalidade
ao nvel crtico, tornando-se insuficiente para garantir o humana a tendncia de muitas pessoas de s condenar
consumo humano e a atividade agrcola mencionada. os vcios que no praticam, ou pelos quais no se sentem
Nessa situao, qual das medidas abaixo estaria de atradas. Um caloteiro que no fuma, no bebe e no joga,
acordo com o artigo 1 da Lei das guas? por exemplo, frequentemente a voz que mais grita contra o
a) Manter a irrigao da lavoura, pois a gua do rio cigarro, a bebida e os cassinos, mas fecha a boca, os ouvidos
pertence ao dono da fazenda. e os olhos, como os trs prudentes macaquinhos orientais,
c b) Interromper a irrigao da lavoura para garantir o quando o assunto honestidade no pagamento de dvidas
abastecimento de gua para o consumo humano. pessoais. a velha histria: o mal est sempre na alma
c) Manter o fornecimento de gua apenas para aqueles dos outros. Pode at ser verdade, infelizmente, quando se
que pagam mais, j que a gua bem dotado de trata da poltica brasileira, em que continua valendo, mais
valor econmico. do que nunca, a mxima popular do pega um, pega geral.
GUZZO, J. R. Veja, 21 ago. 2013.
d) Manter o fornecimento de gua tanto para a lavoura
quanto para o consumo humano, at o esgotamento O enunciador do texto no explicita o mal que se alas-
do rio. tra na poltica brasileira no movimento traduzido pela
e) Interromper o fornecimento de gua para a lavoura e mxima popular pega um, pega geral. Valendo-se de
para o consumo humano, a fim de que a gua seja seus conhecimentos da realidade brasileira, escolha a
transferida para outros rios. alternativa que explicita esse mal.
Gramtica e Texto
a) A descaracterizao dos partidos polticos uma
3. O trecho que segue foi extrado de Veja essa, seo realidade: nenhum deles tem coerncia e firmeza
da revista Veja na qual so publicadas frases que, por
nas ideias.
uma razo ou outra, mereceram destaque durante a
b) A incompetncia dos polticos contagiante: so
semana.
todos incompetentes, um repete a incompetncia
Gandhi foi o lder de uma seita africana que tinha como do outro.
filosofia o candombl. Muito respeitado em sua nao, ele
c c) A corrupo na poltica como uma praga, alastra-
chegou ao Brasil pela Bahia, onde conquistou adeptos -se, atingindo a todos, mesmo aqueles que se consi-
religiosos, atualmente conhecidos como Filhos de Gandhi. deram imunes corrupo.
Veja essa. Texto sobre Mahatma Gandhi escrito por um jovem
jornalista pleiteando emprego num jornal de grande circulao. d) A chamada lei de Grson, levar vantagem em tudo,
Veja. So Paulo: Abril, 5 maio 1999. p. 35. poderia ser o slogan dos polticos.
27
5. Assinale a alternativa em que se encontra um argu- desenfreado, fazendo-me bater a cabea contra um gros-
mento INADEQUADO (por encerrar um ponto de vista so galho de mangueira beira da estrada que ligava o
H18
preconceituoso, ou por reduo simplista/ingnua). meu castelo a Dresden, pequeno povoado vizinho com
25milhabitantes.
a) Um bom nmero de mulheres assume, atualmente,
Reescreva o segundo pargrafo eliminando as incoern-
jornada dupla de trabalho: so, ao mesmo tempo,
cias. Para isso, observe especialmente datas, lugares
profissionais ocupando lugar de trabalho no mercado
e fatos.
e donas de casa exercendo tarefas domsticas.
1. Incoerncia interna contraditrio o enunciador dizer que lhe
b) A crescente entrada de mulheres no mercado de tra-
balho tem alterado a rotina da famlia convencional. falta memria e lembrar-se, com preciso de dias, do tempo decorrido
Para ficar em exemplos simples: hoje, nem sempre desde o acidente.
a me quem comparece s reunies da escola em
2. Incoerncia externa a primavera, na Frana, comea em abril,
que os filhos frequentam, mas o pai, que tambm tem
no em setembro.
dividido com a mulher as atividades domsticas.
3. Incoerncia interna contraditrio o enunciador dizer que tem
c c) O nmero cada vez maior de mulheres que trabalham
fora de casa evidencia dois fatos: os homens per- m memria e recordar-se da idade do cavalo com essa preciso.
deram a autoridade de antigamente e as mulheres 4. Incoerncia externa no poderia haver mangueiras, rvore de
deixaram de valorizar o lar. clima tropical, numa paisagem europeia no tempo de Montaigne
d) A evoluo da mulher na sociedade moderna se (sculo XVI).
deve a causas complexas, entre elas, a falncia da 5. Incoerncia externa Dresden situa-se no meio da Alemanha,
sociedade patriarcal, a multiplicidade de papis que
portanto no pode ser vizinha de um castelo no sul da Frana;
o homem moderno deve exercer, o crescimento das
cidades, a expanso do comrcio, etc. alm disso, 25 mil habitantes seria uma grande populao
e) O Brasil estigmatizado como pas machista que afo- para um pequeno povoado, sobretudo naquela poca.
ga a mulher, impedindo seu acesso a posies so-
ciais importantes e pagando-lhe menos no mercado
de trabalho. O pas est longe de ser um paraso de
igualdade, mas o fato que caminha velozmente para
equilibrar os pratos. Uma das evidncias a importn-
cia crescente da mulher no mercado de trabalho.
28
aulas 27 e 28
Coeso textual
Enem: Estudo dos aspectos lingusticos em diferentes textos: recursos expressivos da
lngua, procedimentos de construo e recepo de textos
nestas aulas
Como no se prepara uma receita simplesmente amontoando os ingredientes, tambm no se constri um texto simplesmente
superpondo frases. O significado de um texto no o resultado da mera soma das partes. Por isso, para compreender o sentido de um
texto no basta apreender o sentido isolado de cada uma delas.
No texto, o sentido de cada parte depende do que dito nas outras com que se relaciona: o sentido das partes no solitrio, mas
solidrio.
A relao entre as partes do texto no percebida por um lance de fantasia do leitor, mas pela observao de indicadores lingusticos
espalhados pelo texto, que chamamos de marcadores de coeso, ou ndices coesivos.
Entre os vrios marcadores de coeso, destacam-se os seguintes:
Anafricos: so palavras que retomam termos enunciados anteriormente. Exemplo:
Quem no quer ser lobo no lhe vista a pele. (o pronome lhe retoma lobo)
Catafricos: so palavras que antecipam termos que ainda vo ser enunciados. Exemplo:
Estes so os trs estados fsicos da gua: lquido, slido e gasoso. (o pronome Estes antecipa lquido, slido e gasoso)
Observao: o significado desses marcadores de coeso s se define por confronto com outras palavras ou expresses do contexto,
que so chamadas de referncia.
Elipse (ou apagamento): operao de supresso de palavras, que ficam subentendidas no texto. Para reconhecer o termo apa-
gado, preciso recorrer ao contexto.
Expanso lexical: a disseminao de palavras ou expresses sinnimas ao longo do texto. Sua funo :
evitar a repetio enfadonha de palavras;
acrescentar informaes sobre o termo que elas tm como referncia.
definir a orientao argumentativa favorvel ou desfavorvel acerca do termo de referncia.
Conectores: so palavras cuja funo estabelecer conexes entre duas partes do texto e criar, entre elas, certos significados
compatveis com a orientao argumentativa do texto.
em classe
1. Leia com ateno as frases dos dois itens a seguir:
Gramtica e Texto
I.
Sob o doce mel escondem-se venenos terrveis.
Um homem sem ofcio escravo de todos.
A memria diminui se no exercitada.
Lembra-te, homem, de que s p e ao p retornars.
II.
Quando Prometeu fez o homem, deu-lhe dois sacos para carregar: um, com os defeitos alheios; o outro, com seus
defeitos prprios.
Os homens levam o primeiro na frente e o segundo atrs.
Eis por que sempre estamos prontos a ver os defeitos dos outros, mas nunca percebemos os nossos.
29
Tanto o item I quanto o II so constitudos de frases corre- 3. Suponha agora esse trecho complementado pelos
tas, bem construdas e dotadas de significado. No entan- acrscimos finais:
H18
to, possvel perceber que apenas no item II h um texto.
Antes dos anos sessenta ningum sabia os seus no-
a) O que falta s frases do item I para que formem um mes, muito menos conhecia suas msicas. Chegaram a
texto? ser esnobados por um executivo da gravadora Decca, que
Falta uma relao de interdependncia entre as frases. Todas os dispensou com esta clebre inconsequncia:
possuem significado isoladamente, mas no se articulam para No gostamos do som de vocs. Alm disso, con-
construir um significado geral. juntos de guitarristas no tm futuro.
b) Por que as frases do item II formam um texto, embora O desastrado profeta estava explicando a ningum
contenham praticamente o mesmo nmero de pala- menos do que aos Beatles, em 1962, por que no inves-
vras das frases do item I? tiria no que seria o maior sucesso musical do sculo XX.
Diferentemente do que ocorre no item I, as frases do item II se Trecho elaborado a partir de informaes contidas
na revista Veja, 22 dez. 1999. p. 117.
articulam. H palavras que as entrelaam, criando corre-
Com a complementao, examine agora se possvel
laes de sentido entre elas. As palavras primeiro e segundo
identificar as referncias dos mesmos pronomes:
estabelecem relaes com o que se disse na frase anterior. A
I. Seus, suas, os e vocs so catafricos e tm como
ltima frase deste item se inicia por Eis por que, segmento referncia Beatles.
indicador de algo que decorre do que se diz no segmento anterior. II. O sujeito de Chegaram est apagado. Trata-se, pois,
Todas essas correlaes criam uma unidade de sentido entre as de um exemplo de coeso por elipse. Para explicit-
frases, permitindo que as interpretemos dentro de um sentido -lo, poderia ser usado mais um catafrico (eles) ou o
prprio nome Beatles.
global. Todas essas frases se articulam para explicar nossa severi-
III. O pronome vocs, como est indicando a pessoa
dade em relao aos defeitos alheios e nossa tolerncia para com
com quem se fala, no pode ter a mesma referncia
os nossos defeitos.
do pronome os, que serve para indicar a pessoa de
2. O trecho a seguir contm palavras cujo significado s quem se fala.
H18 pode ser percebido por associao com outras pala- (So) correto(s):
vras do texto. Exatamente por serem responsveis pela
c a) apenas I e II.
amarrao entre as partes do texto, tais palavras so
chamadas de marcadores de coeso textual. Leia-o b) apenas II e III.
com ateno: c) apenas I e III.
Antes dos anos sessenta ningum sabia os seus nomes, d) apenas II.
muito menos conhecia suas msicas. Chegaram a ser e) I, II e III.
esnobados por um executivo da gravadora Decca, que os 4. (UPF-RS)
dispensou com esta clebre inconsequncia:
H18 O que transforma um poltico em estadista, em lder
No gostamos do som de vocs.
nacional, exatamente a alternativa, o caminho para se
Sobre as referidas palavras correto dizer que: opor a interesses e convenincias da poltica global.
I. Os pronomes seus (seus nomes), suas (suas msicas) Dou exemplos recentes: o de Ghandi, na ndia, que no
e os (os dispensou) tm como referncia certas pes- se submeteu ao domnio ingls, lutou sem violncia pela
soas sobre quem o enunciador est falando, mas soberania de seu pas, promoveu aquela marcha do sal,
que no vm identificadas no interior desse trecho. que poderia parecer uma palhaada regional, mas uniu
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
II. O pronome vocs tem como referncia as mesmas o seu povo e mostrou que ele tinha condies de gerir o
pessoas indicadas pelos pronomes seus, suas e os. seu prprio destino.
III. O pronome que tem como referncia um executivo CONY, Carlos Heitor. Folha de S.Paulo, 13 set. 2000. p. A2.
30
5. (Enem) fora e da eficincia germnica por ter escolhido uma
moa negra como companheira. Brbara foi massacrada
H18 Cultivar um estilo de vida saudvel extremamente
pela imprensa racista e humilhada por fs do tenista.
importante para diminuir o risco de infarto, mas tambm
Veja, 14 jul. 1993.
de problemas como morte sbita e derrame. Significa que
manter uma alimentao saudvel e praticar atividade a) Depois de ler com ateno essa notcia, copie todas
fsica regularmente j reduz, por si s, as chances de as palavras ou expresses utilizadas pelo autor para
desenvolver vrios problemas. Alm disso, importante substituir Boris Becker e evitar sua repetio. Explique
para o controle da presso arterial, dos nveis de coles- por que elas criam uma imagem positiva do tenista.
terol e de glicose no sangue. Tambm ajuda a diminuir O excepcional atleta / o alemo / supercampeo / O dolo das
o estresse e aumentar a capacidade fsica, fatores que,
quadras / um dos smbolos da fora e da eficincia germnica /
somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se,
tenista. As expanses lexicais criam uma imagem positiva, pois
nesses casos, com acompanhamento mdico e moderao,
altamente recomendvel. destacam traos e caractersticas valorizados positivamente pela
ATALIA, M. Nossa vida. poca. 23 mar. 2009. sociedade.
em casa
Gramtica e Texto
Consulte:
Livro-texto 4 Gramtica e Texto
Caderno de Exerccios 4 Gramtica e Texto
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aula 27 Leia o captulo 11.
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 7 a 12, cap. 11.
Faa os exerccios 1 a 3, cap. 11. Faa os exerccios 6 a 13 do Rumo ao Enem.
Aula 28
Faa os exerccios 4 a 6, cap. 11.
31
aulas 29 e 30
Oraes subordinadas substantivas: descrio,
norma e operaes de sentido
Enem: Estudo dos aspectos lingusticos da lngua portuguesa:
usos da lngua norma culta e variao lingustica
nestas aulas
O verbo da orao principal est sempre na 3a pessoa do
Orao subordinada substantiva singular.
aquela que se encaixa dentro da orao principal com funo
Orao subordinada substantiva objetiva direta
prpria do substantivo. Exemplo:
aquela que funciona como objeto direto do verbo da orao
principal. Exemplo:
Aguardamos sua vinda.
objeto direto
ncleo do objeto: vinda Todos esperam que a cura do cncer no demore.
(substantivo) orao principal orao subordinada substantiva
objetiva direta
Classificao das oraes subordinadas Ningum discorda de que a Aids uma doena contagiosa.
substantivas orao principal orao subordinada substantiva
objetiva indireta
Orao subordinada substantiva subjetiva
aquela que funciona como sujeito do verbo da orao prin- Orao subordinada substantiva predicativa
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
32
Orao subordinada substantiva completiva nominal
aquela que funciona como complemento nominal de um nome da orao principal. Exemplo:
A orao completiva nominal sempre se liga a um nome da orao principal por meio de preposio (a, de, com, por, para, em, etc.).
Observao: tanto a orao completiva nominal quanto a orao objetiva indireta so introduzidas por preposio, mas no h
como confundi-las, pois:
a completiva nominal vem sempre associada a um nome da orao principal. Exemplo:
de todo homem este desejo: que sejam respeitados pelos seus pares.
orao principal orao subordinada substantiva apositiva
A orao apositiva sempre se liga a um nome da orao principal, sem preposio e sem mediao de verbo.
As oraes subordinadas substantivas geralmente se iniciam por conjugao subordinativa integrante (que / se).
Podem, entretanto, vir introduzidas por outras partculas:
pronomes interrogativos: quem, que, qual, etc.
advrbios interrogativos: onde, como, quando, etc.
Exemplos:
Gramtica e Texto
O mundo ainda no descobriu qual a frmula para o fim do egosmo.
orao principal orao subordinada substantiva objetiva direta
qual 5 pronome interrogativo
33
em classe
1. H situaes em que se pode produzir praticamente o Para evitar esse inconveniente, substitua as oraes su-
mesmo sentido por meio de uma orao substantiva bordinadas substantivas por substantivos equivalentes.
ou por um substantivo e seus satlites. Em casos como O lder nacional do partido declarou sua constante oposio
esses, a escolha de uma possibilidade ou outra uma exigncia de cobrana de mensalidade dos partidrios.
questo de estilo. Transforme a orao substantiva em
destaque em uma expresso que tenha como ncleo
um substantivo do mesmo radical do verbo.
a) Um dos candidatos a presidente do Brasil confirmou 4. No enunciado que se segue h uma ambiguidade.
que certo pas da Amrica do Sul estimula o plantio H22
O presidente da estatal props uma seleo mais
e o refino de cocana.
cuidadosa dos chefes de departamento.
Um dos candidatos a presidente do Brasil confirmou
o estmulo de certo pas da Amrica do Sul ao plantio e ao refino
Assinale a alternativa que faa um comentrio EQUI-
VOCADO:
de cocana.
a) O enunciado original ambguo porque a expresso
b) Vrios grupos sociais defendem que o Congresso dos chefes de departamento pode ser interpretada
deva votar leis mais duras contra a corrupo na como agente ou paciente da seleo.
administrao pblica.
b) Permutar o complemento destacado por oraes su-
Vrios grupos sociais defendem a votao pelo Congresso bordinadas substantivas uma maneira de desfazer
de leis mais duras contra a corrupo na administrao pblica.
a ambiguidade do enunciado.
c) unnime a convico de que a liberdade de im- c) Em O presidente da estatal props que os chefes de
prensa necessria para a democracia. departamento fossem mais cuidadosamente sele-
cionados, os chefes so pacientes do processo de
unnime a convico da necessidade da liberdade de
seleo.
imprensa para a democracia.
d) Em O presidente da estatal props que os chefes de
2. Transforme os complementos em destaque em orao departamento selecionem com maior cuidado, os
substantiva, permutando o substantivo por um verbo do
chefes sero executores de selees cuidadosas.
mesmo radical (cognato).
c e) Outra redao que desfaria a ambiguidade da frase
a) A populao da periferia da capital reivindica a cons- seria: O presidente da estatal props dos chefes de
truo de mais creches pela prefeitura. departamento uma seleo mais cuidadosa.
A populao da periferia da capital reivindica que a
5. Analise a orao destacada em cada um dos itens, de
prefeitura construa mais creches. acordo com o seguinte cdigo:
b) Astrnomos j descobriram a existncia de planetas
A. subordinada substantiva subjetiva;
fora do Sistema Solar.
B. subordinada substantiva objetiva direta;
Astrnomos j descobriram que existem planetas fora do
Sistema Solar. C. subordinada substantiva objetiva indireta.
c) Nas ltimas eleies, mais de um poltico props a I. ( B ) Os gachos acham que o mate amargo uma
reduo dos impostos. bebida deliciosa.
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
Nas ltimas eleies, mais de um poltico props II. ( B ) A ONU prev que at 2050 a populao da
que reduzissem os impostos / que fossem reduzidos os impostos / Rssia sofrer uma queda de 20%.
que se reduzissem os impostos. III. ( A ) Segundo a ONU, previsto que a populao da
Rssia cair de 150 milhes de habitantes em 1990
3. Observe o trecho a seguir.
para 114 milhes em 2050.
O lder nacional do partido declarou que ele sempre IV. ( C ) Inmeras publicaes de sade informam seus
se ops a que exigissem que se cobrasse mensalidade leitores de que bons hbitos alimentares e exerccios
dos partidrios. fsicos prolongam a vida por mais de uma dcada.
Nesse fragmento no h erros gramaticais, nem pro- V. ( A ) No basta aos pases em desenvolvimento que
blemas que prejudiquem a sua clareza. No entanto, seus governantes sejam recebidos com pompa e
h repetio do que (trs vezes) em to curto espao. cerimnia pelos dos pases desenvolvidos.
34
6. Analise as oraes de acordo com o cdigo que segue: b) Corrija a incorreta, dizendo por qu.
O fragmento incorreto (quanto regncia verbal) ressalvar de
A. orao subordinada substantiva predicativa;
que a histria [...]. A construo gramatical correta seria ressalvar
B. orao subordinada substantiva completiva nominal;
que a histria. O verbo ressalvar, por ser transitivo direto, exige
C. orao subordinada substantiva apositiva.
complemento sem preposio.
I. ( A ) A verdade que tanto o FMI quanto o governo
brasileiro passam por uma crise de credibilidade.
(Folha de S.Paulo, 9 mar. 1999, p. 12.)
IV. ( B ) A notcia de que melhorou a posio brasileira II. Os bancos ainda no disseram ao pblico se suas
no ranking da qualidade de vida suscita sentimentos taxas de juros para emprstimos subiro.
ambguos. Assinale a alternativa que faz um comentrio correto
(Folha de S.Paulo) sobre ambos.
V. ( C ) Desejava realizar um grande sonho: que todos a) As duas oraes destacadas so subordinadas subs-
os homens vivessem pacificamente. tantivas e possuem o mesmo sentido.
(Ceclia Meirelles) c b) Ambas as oraes destacadas so substantivas:
7. (Fuvest-SP) em I, o redator da notcia j sabe que as taxas de
juros para emprstimos sero reajustadas; em II, o
No tenho dvidas de que a reportagem esteja pro-
redator demonstra no saber desse fato (ou no
cura da verdade, mas preciso ressalvar de que a his-
quer dizer que sabe).
tria no pode ser escrita com base exclusivamente em
documentos da polcia poltica. c) A orao destacada no enunciado II substantiva
(O Estado de S.Paulo, 30 ago. 1993.) como a I, mas h uma grande diferena de sentido
entre elas: em I, o redator usa de malcia para dizer
Das duas ocorrncias de que, no excerto anterior, uma
que no est a par da informao dada; em II, usa de
est correta e a outra no.
sinceridade para dizer que j sabe que essa notcia
a) Justifique a correta. vir a pblico logo a seguir.
A ocorrncia correta dvidas de que a reportagem [...], j que o
d) Ambas as oraes em destaque tm a mesma funo
substantivo dvidas pede complemento iniciado pela preposio de, sinttica e o mesmo contedo semntico.
at mesmo quando este uma orao, como no trecho considerado. e) As oraes destacadas desempenham funes sin-
tticas diferentes.
em casa
Gramtica e Texto
Consulte:
Livro-texto 4 Gramtica e Texto
Caderno de Exerccios 4 Gramtica e Texto
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aula 29 Leia o captulo 12.
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 7 a 12, cap. 12.
Faa os exerccios 1 a 3, cap. 12.
Aula 30
Faa os exerccios 4 a 6, cap. 12.
35
aulas 31e 32
Oraes subordinadas adjetivas: descrio,
norma e operaes de sentido
Enem: Estudo dos aspectos lingusticos da lngua portuguesa:
usos da lngua norma culta e variao lingustica
nestas aulas
A orao subordinada adjetiva desempenha uma funo que, no perodo simples, prpria do adjetivo. Exemplo:
No enunciado I, o adjetivo escorregadio que est qualificando o substantivo gramado; no II, uma orao que est cumprindo o
mesmo papel. Por cumprir funo anloga do adjetivo, essa orao recebe o nome de subordinada adjetiva. A orao subordinada
adjetiva mais comum tem uma marca inconfundvel: vem sempre introduzida por pronome relativo (que, o qual, a qual, os quais, as
quais, onde [= no qual], quem).
aquela que se refere a um nome da orao principal, no para particularizar uma parcela do conjunto, mas para explicitar uma
propriedade que pertence a todos os elementos. Exemplo:
As mas, que so vermelhas, esto maduras.
Nessa outra frase, a orao subordinada adjetiva j no mais restritiva: as vrgulas que a isolam so uma forma de dizer que o conte-
do por ela expresso abrange todos os elementos do conjunto a que se refere. A esse tipo de orao adjetiva d-se o nome explicativa.
Marcas da orao adjetiva explicativa:
Vem sempre entre duas vrgulas (a no ser que termine por ponto final).
Estabelece o pressuposto de que o contedo nela expresso atinge todos os elementos do conjunto a que se refere.
36
em classe
1. Uma das maneiras de evitar o encadeamento incmodo 3. Analise a partcula que, de acordo com o seguinte cdigo:
de oraes adjetivas substitu-las por adjetivos equiva-
A. conjuno subordinativa integrante;
lentes, sempre que possvel. Reescreva os trechos que
seguem, permutando as oraes adjetivas destacadas B. pronome relativo.
por adjetivos que tenham sentido equivalente. I. ( A ) Todos sabem que a malha ferroviria brasileira
I. As ruas que se localizam no centro das cidades que no compatvel com a extenso do territrio.
possuem grande populao sero fechadas ao tr- II. ( B ) Fique de olho na publicidade, que cria o desejo
fego de veculos que fazem barulho e que perturbam do consumo desnecessrio e at prejudicial.
o sono das pessoas que necessitam de descanso. III. ( B ) O monxido de carbono o poluente alvo do
As ruas centrais das cidades populosas sero fechadas rodzio de veculos, que tira 20% da frota das ruas a
ao trfego de veculos barulhentos e perturbadores do sono cada dia til.
das pessoas necessitadas de descanso. (Folha de S.Paulo)
II. J existem no planeta cidades que servem de exem- IV. ( A ) Dados demogrficos de 2006 mostram que o
plo para outras: possuem rios e crregos que fluem contingente de crianas e adolescentes hispnicos nos
por meio de canais, praas que so recobertas de subrbios de Nova York cresceu 17% nesta dcada.
rvores, atmosfera que tem baixo ndice de poluen- (Revista Pesquisa Fapesp, jan. 2008.)
tes, e ruas que permitem o fluxo do trfego sem ne-
nhum congestionamento.
4. comum a ocorrncia de ambiguidade provocada
pela dupla possibilidade de referncia do pronome re-
J existem no planeta cidades exemplares: possuem lativo. Nos enunciados a seguir, pode ou no ocorrer
rios e crregos canalizados, praas arborizadas, atmosfera ambiguidade. Leia cada um deles e responda se so
despoluda e ruas perfeitamente trafegveis. ambguos ou no e explique por qu.
2. (Enem) a) Deveria haver punio severa a deputados de qualquer
H22 Era uma vez partido que no so fiis aos programas da legenda.
Um rei leo que no era rei. No h ambiguidade: o verbo no plural (so) pressupe que o
Um pato que no fazia qu-qu. pronome relativo (que) tem como referncia um nome no plural
Um co que no latia. (no caso, deputados).
Um peixe que no nadava. b) Deveria haver punio severa a deputados de parti-
Um pssaro que no voava. dos que no so fiis aos programas da legenda.
Um tigre que no comia. H ambiguidade. O verbo no plural (so) permite que o pronome
Um gato que no miava. relativo (que) tenha como referncia tanto deputados quanto
Um homem que no pensava... partidos.
E, enfim, era uma natureza sem nada. c) Deveria haver punio severa ao deputado do par-
Acabada. Depredada. tido que no fiel aos programas da legenda.
Pelo homem que no pensava. H ambiguidade. O verbo no singular permite supor que o pronome
CUNHA, Laura Arajo. In: KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: relativo (que) tenha como referncia tanto deputado quanto partido.
estratgias de produo textual. So Paulo: Contexto, 2011.
d) No metr, todos olhavam com afeio para a me
So as relaes entre os elementos e as partes do texto
Gramtica e Texto
de uma criana que estava amamentando.
que promovem o desenvolvimento das ideias. No poema,
No h ambiguidade: por compatibilidade de sentido, preciso
a estratgia lingustica que contribui para esse desenvol-
vimento, estabelecendo a continuidade do texto, a: interpretar que o pronome relativo tenha como referncia me,
a) escolha de palavras de diferentes campos semnticos. j que, ao menos em sentido literal, no se interpreta que uma
c d) repetio de estrutura sinttica com novas informaes. No h ambiguidade: o pronome relativo (do qual), na forma
e) utilizao de ponto final entre termos de uma mesma masculina, pressupe como referncia um nome masculino
orao. (no caso, fruto e no rvore).
37
5. Observe as ilustraes e os dois enunciados a seguir:
I. II.
6. Transgnicos
H22 No mnimo estranha a campanha do Greenpeace contra os transgnicos no Rio Grande do Sul. Predefiniu-os como
algo ruim, procurando apoio do cidado comum, que se posicionar muito mais de forma emocional do que racional.
O bloqueio pesquisa cientfica e ampliao do conhecimento lembra a Inquisio, que condenou, sob o aplauso do
pblico, os que procuravam, por meio da inovao, a soluo dos problemas da humanidade.
RECHDEN, Rubens Corra. Zero Hora, 8 ago. 1999.
A leitura desse pequeno texto permite apenas uma das afirmaes a seguir.
a) A orao que vem destacada no texto subordinada substantiva, pois vem iniciada pela conjuno integrante que.
b) O autor do trecho escreve para o jornal a fim de protestar contra uma atitude estranha de membros do Greenpeace,
que, como a Inquisio, age mais por impulso emocional do que por objetividade cientfica.
c c) O autor do texto acusa o Greenpeace de estar fazendo prejulgamento contra os transgnicos, mas ele tambm,
por meio da orao adjetiva destacada, est prejulgando o cidado comum.
d) A orao que condenou, sob o aplauso do pblico, adjetiva restritiva e estabelece o pressuposto de que apenas
certos membros da Inquisio tiveram aplauso do pblico.
e) A ltima orao do texto que procuravam, por meio da inovao, a soluo dos problemas da humanidade
subordinada adjetiva explicativa, e se refere aos adeptos da Inquisio.
em casa
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
Consulte:
Livro-texto 4 Gramtica e Texto
Caderno de Exerccios 4 Gramtica e Texto
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aula 31 Leia o captulo 13.
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 7 a 12, cap. 13.
Faa os exerccios 1 a 3, cap. 13.
Aula 32
Faa os exerccios 4 a 6, cap. 13.
38
aulas 33 e 34
Oraes subordinadas adverbiais e reduzidas: relaes de sentido
Enem: Estudo dos aspectos lingusticos da lngua portuguesa:
usos da lngua norma culta e variao lingustica
nestas aulas
No se pode dizer que a orao subordinada adverbial no enunciado II tenha exatamente o mesmo sentido que os advrbios do
enunciado I. Mas possvel perceber que a orao do enunciado II est desempenhando a mesma funo que os advrbios do enun-
ciado I: tanto a orao quanto os advrbios esto associados ao verbo para marcar o tempo em que se d a ao indicada. A esse tipo
de orao se d o nome adverbial exatamente porque ela desempenha, no perodo composto, a mesma funo que o advrbio cumpre
no perodo simples.
Marcas da orao subordinada adverbial:
Sempre vem associada a um verbo da orao principal.
Vem introduzida por conjunes subordinadas tpicas de cada relao de sentido, conforme o quadro a seguir:
Gramtica e Texto
A orao transcrita em destaque est indicando
uma condio, um dado do qual depende o que
se, caso, desde que, contanto que, sem
Condicional Se o solo frtil, a produo ser farta. vem expresso na orao principal. Condio
que (= se no).
um antecedente posto como necessrio para a
ocorrncia de certo fato ou evento.
39
Classificao Exemplo Descrio Principais conjunes
As oraes subordinadas podem apresentar-se sob a forma de oraes reduzidas. Considera-se como reduzida a orao subordinada que:
no se inicia por conjuno ou pronome relativo;
apresenta o verbo numa das formas nominais:
infinitivo: marcado pela desinncia R falaR, iR;
particpio: marcado pela desinncia DO/DA falaDO, iDO;
gerndio: marcado pela desinncia NDO falaNDO, iNDO.
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
Tomemos a orao dada em um item anterior como exemplo de orao subordinada adverbial final:
40
Como analisar as oraes reduzidas
Desdobrando, teremos:
em classe
1. Analise a orao subordinada adverbial destacada os vrios ngulos de um mesmo fenmeno. Os itens que
em cada item e a classifique, de acordo com o cdigo seguem so uma demonstrao dessas possibilidades.
abaixo: Assinale a letra que indica a relao expressa pela ora-
o destacada, de acordo com o seguinte cdigo:
A. causal;
B. consecutiva; A. conformidade;
C. final; B. comparao;
D. condicional. C. concesso;
D. proporo;
I. ( A ) A grande maioria dos imigrantes italianos do final
do sculo XIX veio para o Brasil porque a condio E. tempo.
de vida em seu pas estava insustentvel. I. ( B ) No incio de 2008, eram vendidos 800 automveis
II. ( C ) Os imigrantes italianos do final do sculo XIX vie- por dia na cidade de So Paulo, como nas cidades
ram para o Brasil para que substitussem a carncia mais populosas de pases de primeiro mundo.
de mo de obra nas fazendas de caf. II. ( C ) Embora o trnsito j estivesse quase parado,
no incio de 2008 foram vendidos 800 automveis por
Gramtica e Texto
III. ( B ) As condies de vida na Itlia do final do sculo
XIX estavam to precrias, que boa parte da popu- dia na cidade de So Paulo.
lao emigrou para o Brasil. III. ( A ) Como revelaram as estatsticas, no incio de 2008
IV. ( D ) Se as condies de vida na Itlia do final do foram vendidos 800 automveis por dia na cidade
sculo XIX estivessem favorveis, os italianos no de So Paulo.
teriam vindo para o Brasil. IV. ( E ) Enquanto as rdios noticiavam congestionamen-
2. Um mesmo fato ou acontecimento pode estar associado tos recordes nas ruas, no incio de 2008, eram vendidos
a mais de uma circunstncia, que pode ser expressa 800 automveis por dia na cidade de So Paulo.
por meio de oraes adverbiais diferentes. Em um texto V. ( D ) Quanto mais automveis so vendidos na cidade
dissertativo, as diferentes circunstncias expressas pelas de So Paulo, mais o trnsito vai se aproximando do
oraes adverbiais podem servir de roteiro para analisar colapso.
41
3. H conjunes que, dependendo do contexto, assu - foi candidato Presidncia da Repblica pelo Partido
H22 mem significados diferentes. Comunista Brasileiro (PCB). Conta-se (se no verdade,
muito provvel) que, numa entrevista ao vivo conce-
Observe os exemplos que seguem:
dida a uma apresentadora de TV, ela teria dito para a
I. Como na gruta quase no bate sol, a escarola cresce plateia:
com uma cor esbranquiada.
Embora seja comunista, Roberto Freire uma gracinha.
II. Como todos sabem, a populao mundial est atin-
Em resposta, ele teria replicado em tom cordial e com
gindo cifras preocupantes.
um sorriso:
III. No mesmo clube, os jogadores reservas recebem
Porque sou comunista, eu sou uma gracinha.
prmios por vitria como os titulares.
Sobre esse dilogo, pode-se afirmar que:
Sobre esses enunciados correto dizer que o conector
I. A apresentadora, entre ser comunista e ser uma gra-
como:
cinha, estabeleceu uma relao de concesso.
a) est estabelecendo o mesmo tipo de relao nos trs.
II. Entre ser comunista e ser uma gracinha, Roberto Freire
c b) causal em I; conformativo em II e comparativo em III. estabeleceu uma relao de causa.
c) causal em I e II; comparativo em III. III. A frase da apresentadora estabelece uma orienta-
d) comparativo em II e III; causal em I. o argumentativa desfavorvel ao comunismo e
e) causal em II; comparativo em III; consecutivo em I. favorvel imagem de Roberto Freire.
IV. A frase de Roberto Freire estabelece uma orientao
4. Os conectores, alm de ligarem oraes entre si, estabe- argumentativa favorvel sua imagem e ao seu
H22 lecem certas relaes de sentido entre elas. Para ilustrar
partido.
esse dado, imagine uma pergunta como a que vem a
(So) correto(s):
seguir, usada para chamar a ateno da populao
sobre o destino dos meninos a servio do trfico em a) apenas I e IV.
certas favelas do Brasil. b) apenas II e III.
A. Adivinhe o que eles vo ser quando crescerem? c) apenas I e II.
Agora confronte esse enunciado com o que vem a d) apenas II, III e IV.
seguir, usado para anunciar um documentrio so- c e) I, II, III e IV.
bre esses meninos, produzido pela Central nica das
6. Nos enunciados a seguir, desdobre as oraes reduzidas
Favelas (Cufa):
transcritas em destaque. Em caso de ambiguidade, faa
B. Adivinhe o que eles vo ser se crescerem? os dois desdobramentos possveis.
Sobre as duas perguntas, observe os seguintes comen- a) Congelando-o, esse produto pode durar at seis meses.
trios:
Se for congelado / Depois que congelado, esse produtopode
I. No h diferena significativa de sentido na mudan- durar at seis meses.
a do conector quando por se.
b) Alimentados com rao e sem espao para movi-
II. No enunciado B, o conector se cria um impacto muito mentao, frangos de granja no servem nem para
mais chocante que o seu correspondente quando canja.
no trecho A. Porque se alimentam (so alimentados) com rao e sem espao
III. Em B, o conector se estabelece uma relao de con- para movimentao, frangos de granja no servem nem
dio e, com isso, d ao enunciado uma orientao para canja.
argumentativa mais pessimista.
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
42
em casa
Consulte:
Livro-texto 4 Gramtica e Texto
Caderno de Exerccios 4 Gramtica e Texto
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aula 33 Leia o captulo 14.
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 9 a 16, cap. 14.
Faa os exerccios 1 a 4, cap. 14.
Aula 34
Faa os exerccios 5 a 8, cap. 14.
anotaes
Gramtica e Texto
43
aulas 35 e 36
Oraes coordenadas: relaes de sentido
Enem: Estudo dos aspectos lingusticos da lngua portuguesa:
usos da lngua norma culta e variao lingustica
nestas aulas
Orao coordenada
aquela que no se encaixa dentro de outra orao para funcionar como uma parte desta. Em outras palavras, a orao coordenada
se coloca ao lado de outra sem desempenhar funo sinttica. Exemplo:
Ou entrem, ou saiam.
orao coordenada sindtica orao coordenada sindtica
ou = conjuno coordenativa ou = conjuno coordenativa
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
44
Orao coordenada sindtica adversativa
aquela que estabelece uma relao de contradio ou adversidade. Exemplo:
Principais conjunes alternativas: ou ... ou, ora ... ora, j ... j, quer ... quer.
em classe
Gramtica e Texto
1. Classifique as oraes destacadas de acordo com o seguinte cdigo:
A. orao coordenada assindtica; C. orao coordenada sindtica alternativa;
B. orao coordenada sindtica adversativa; D. orao coordenada sindtica aditiva.
I. ( A ) Pesquisadores descobrem uma farinha rica em protenas, e as escolas do ensino pblico vo adicion-la
merenda.
II. ( D ) O Tratado de Tordesilhas foi assinado em 1494 e o Brasil s foi descoberto seis anos depois.
III. ( B ) Nossa msica popular muito reconhecida internacionalmente, entretanto pouco tocada nas rdios
brasileiras.
IV. ( C ) O homem cnico prefere elogios sem merecimento ou prefere merecimento sem elogios?
45
2. (ITA-SP) H algum tempo, apareceu na imprensa a not- 4. (Enem)
H22 cia de uma controvrsia sobre a Lei de Aposentadoria, H22 O mundo grande
envolvendo duas teses que podem ser expressas nas
O mundo grande e cabe
sentenas abaixo:
Nesta janela sobre o mar.
I. Podero aposentar-se os trabalhadores com 65 anos
O mar grande e cabe
e 30 anos de contribuio para o INSS.
Na cama e no colcho de amar.
II. Podero aposentar-se os trabalhadores com 65 anos
O amor grande e cabe
ou 30 anos de contribuio para o INSS.
No breve espao de beijar.
Aponte a alternativa que apresenta a interpretao que
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Poesia e prosa.
NO pode ser feita a partir dessas sentenas:
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.
a) de acordo com I, para aposentar-se, uma pessoa Neste poema, o poeta realizou uma opo estilstica:
deve ter simultaneamente, pelo menos, 65 anos de a reiterao de determinadas construes e expres-
idade e, pelo menos, 30 anos de contribuio para ses lingusticas, como o uso da mesma conjuno
o INSS. para estabelecer a relao entre as frases. Essa con-
c b) de acordo com II, para aposentar-se, uma pessoa juno estabelece, entre as ideias relacionadas, um
deve ter simultaneamente, pelo menos, 65 anos de sentido de:
idade e, pelo menos, 30 anos de contribuio para c a) oposio.
o INSS.
b) comparao.
c) de acordo com II, uma pessoa que tenha 65 anos de c) concluso.
idade e 5 anos de contribuio para o INSS poder
d) alternncia.
se aposentar.
e) finalidade.
d) de acordo com II, para aposentar-se, basta que uma
pessoa tenha 65 anos de idade, pelo menos. 5. Imagine a seguinte situao:
e) de acordo com II, para aposentar-se, basta que uma H22
Tendo consultado se vale a pena investir no Brasil, uma
pessoa tenha contribudo para o INSS por, pelo menos,
empresa multinacional ouve de uma consultoria a se-
30 anos.
guinte resposta:
3. (Mack-SP Adaptada) A. O Brasil tem um parque industrial muito ativo, mas
H22 ainda no domina tecnologia de ponta.
O Brasil possui noventa e trs parques e reservas na-
cionais criados para proteger um valioso patrimnio de Para confirmar, essa multinacional recorre ao parecer
fauna e flora. S que, de cada quatro parques, trs esto de outra consultoria e recebe a seguinte resposta:
em situao de risco. No tm demarcao, recursos, fis- B. O Brasil ainda no domina tecnologia de ponta, mas
calizao, nem funcionrios. Se hoje so eles que esto tem um parque industrial muito ativo.
ameaados, amanh seremos ns: faltaro plantas, ani- Os executivos da empresa que fizeram a consulta de-
mais, gua limpa e ar puro. monstraro ter entendido perfeitamente os dois pare-
(WWF) ceres se:
Considere as afirmaes quanto ao texto. I. Interpretarem A e B como enunciados sem nenhuma
I. A expresso S que tem valor de oposio ou con- diferena de significado entre si.
traste e poderia ser substituda por Todavia. II. Interpretarem que A mais pessimista em relao a
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
II. No quarto perodo, o emprego dos dois-pontos in- investimentos no Brasil do que B.
troduz uma enumerao explicativa da afirmao III. Compreenderem que A e B contm os mesmos da-
anterior. Em seu lugar, seria possvel usar pois. dos, interpretados, porm, com peso argumentativo
III. O terceiro perodo justifica a afirmao anterior. diferente.
46
6. Suponha que um paraninfo, em uma festa de formatura de universitrios, encerre o seu discurso com a seguinte frase:
E, para terminar, desejo que todos os senhores sejam bem-sucedidos na profisso ou que sejam competentes e honestos.
A conjuno ou poderia ser substituda pela conjuno e sem alterar o sentido? Explique.
De modo algum. Porque a conjuno ou determina uma relao de disjuno, isto , de excluso entre as duas oraes coordenadas e
estabelece o pressuposto de que ser competente e honesto no se soma com o sucesso profissional. uma forma de ironia, deixando
entrever que a competncia e a honestidade, num meio de incompetentes e desonestos, incompatvel com o sucesso profissional.
em casa
Consulte:
Livro-texto 4 Gramtica e Texto
Caderno de Exerccios 4 Gramtica e Texto
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Aula 35 Leia o captulo 15.
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 7 a 12, cap. 15.
Faa os exerccios 1 a 3, cap. 15. Faa os exerccios 14 e 15 da seo Rumo ao Enem.
Aula 36
Faa os exerccios 4 a 6, cap. 15.
anotaes
Gramtica e Texto
47
rumo ao
Enem
1. (Enem PPL) Para nos auxiliar na localizao dos diversos stios na internet, eles so identificados por nomes de domnios.
H18 No endereo inep.gov.br, br indica o pas, Brasil, gov indica um rgo do governo, inep a sigla do rgo. Os
domnios .com ou .com.br so comerciais, os domnios .org ou .org.br so de organizaes no governamentais
(ONGs), sem fins de lucro. Um endereo de correio eletrnico jurua@inep.gov.br localiza a pessoa conhecida como
jurua dentro do Inep. Os domnios terminados em .com, .org, .edu no se referem a nenhum pas especfico e,
por isso, so conhecidos como domnios genricos.
Com base nessas informaes, correto afirmar que, se uma pessoa tivesse de localizar o endereo eletrnico de
outra, sabendo que ela do Ministrio da Educao (MEC) e que seu endereo comea por jurua, ela deveria
escrever para:
a) jurua@mec.edu, j que a sigla mec localiza o Ministrio da Educao, e o domnio .edu sugere algo relacionado
com educao.
b) jurua@mec.com.br, j que, alm de ter a sigla MEC, esse domnio encontra-se no Brasil, como pode ser verificado
pela terminao .br.
c c) jurua@mec.gov.br, j que o Ministrio da Educao tem a sigla MEC, um rgo do governo, .gov, e do Brasil, .br.
d) jurua@mec.org, j que o Ministrio da Educao uma instituio que no tem fins lucrativos.
e) jurua@hotmail.com, j que a maioria das pessoas tem endereo terminado em hotmail.com, assim, h grande
chance de pessoa procurada ter, tambm, esse endereo.
2. (Enem) Em reportagem sobre crescimento da populao brasileira, uma revista de divulgao cientfica publicou uma
H18 tabela com a participao relativa de grupos etrios na populao brasileira, no perodo de 1970 a 2050 (projeo),
em trs faixas de idade: abaixo de 15 anos; entre 15 e 65 anos; e acima de 65 anos.
69,7
63,3 64,4
54,8
42,1
31,8
21,5
17,2 18,4
8,8
3,1 4,9
Admitindo-se que o ttulo da reportagem se refira ao grupo etrio cuja populao cresceu sempre, ao longo do pe-
rodo registrado, um ttulo adequado poderia ser:
a) O Brasil de fraldas.
b) Brasil: ainda um pas de adolescentes.
c) O Brasil chega idade adulta.
d) O Brasil troca a escola pela fbrica.
c e) O Brasil de cabelos brancos.
48
3. (Enem) A Lei Federal n 9.985/2000, que instituiu o siste- Atualmente, os artistas apropriam-se de desenhos, char-
H18 ma nacional de unidades de conservao, define dois ges, grafismo e at de ilustraes de livros para compor
tipos de reas protegidas. O primeiro, as unidades de obras em que se misturam personagens de diferentes
proteo integral, tem por objetivo preservar a natureza, pocas, como na seguinte imagem:
admitindo-se apenas o uso indireto dos seus recursos na-
REPRODUO/ROMERO BRITTO
a)
turais, isto , aquele que no envolve consumo, coleta,
dano ou destruio dos recursos naturais. O segundo, as
unidades de uso sustentvel, tem por funo compatibi-
lizar a conservao da natureza com o uso sustentvel
de parcela dos recursos naturais. Nesse caso, permite-
-se a explorao do ambiente de maneira a garantir a
perenidade dos recursos ambientais renovveis e dos
processos ecolgicos, mantendo-se a biodiversidade e
os demais atributos ecolgicos, de forma socialmente
justa e economicamente vivel.
Considerando essas informaes, analise a seguinte
situao hipottica. Ao discutir a aplicao de recursos
disponveis para o desenvolvimento de determinada re-
gio, organizaes civis, universidade e governo resolve-
ram investir na utilizao de uma unidade de proteo Romero Brito. Gisele e Tom.
integral, o Parque Nacional do Morro do Pindar, e de
REPRODUO/ANDY WARHOL
b)
uma unidade de uso sustentvel, a Floresta Nacional do
Sabi. Depois das discusses, a equipe resolveu levar
adiante trs projetos:
o projeto I consiste de pesquisas cientficas embasa-
das exclusivamente na observao de animais;
o projeto II inclui a construo de uma escola e de
um centro de vivncia;
o projeto III promove a organizao de uma comu-
nidade extrativista que poder coletar e explorar co-
mercialmente frutas e sementes nativas.
Nessa situao hipottica, atendendo-se lei mencio-
nada acima, possvel desenvolver tanto na unidade
de proteo integral quanto na de uso sustentvel:
c a) apenas o projeto I. Andy Warhol. Michael Jackson.
b) apenas o projeto III.
c c) REPRODUO/ENEM, 2010
c) apenas os projetos I e II.
d) apenas os projetos II e III.
e) todos os trs projetos.
4. (Enem)
H18
Rumo ao Enem
Na busca constante pela sua evoluo, o ser humano
vem alternando a sua maneira de pensar, de sentir e de
criar. Nas ltimas dcadas do sculo XVIII e no incio do
sculo XIX, os artistas criaram obras em que predomi-
nam o equilbrio e a simetria de formas e cores, impri-
mindo um estilo caracterizado pela imagem da respeita-
bilidade, da sobriedade, do concreto e do civismo. Esses
artistas misturaram o passado ao presente, retratando os
personagens da nobreza e da burguesia, alm de cenas
mticas e histrias cheias de vigor.
RAZOUK, J. J. (Org.). Histrias reais e belas nas telas.
Curitiba: Posigraf, 2003. Funny Filez. Monabean.
49
Texto II
REPRODUO/ANDY WARHOL
d)
Palavras do arco da velha
Expresso Significado
Tunda Surra
Tugir Murmurar
e) Copo-dgua
Convescote Piquenique
Bilontra Velhaco
o moral e cvica. O verdadeiro smart calava botina de anos, enquanto me escondia em poesia e fico. Crnica
botes para comparecer todo lir ao copo-dgua, se bem algumas vezes tambm feita, intencionalmente, para
que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. provocar. Alm do mais, em certos dias mesmo o escritor
Os bilontras que eram um precipcio, jogando com pau mais escolado no est l grande coisa. Tem os que mos-
de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de tram sua cara escrevendo para reclamar: moderna demais,
galinha. O melhor era pr as barbas de molho diante de antiquada demais. Alguns discorrem sobre o assunto, e
um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os gostoso compartilhar ideias. H os textos que parecem
cois, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele passar despercebidos, outros rendem um monto de re-
abria o arco. cados: Voc escreveu exatamente o que eu sinto, Isso
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: exatamente o que falo com meus pacientes, isso que
Nova Aguilar, 1983. Fragmento. digo para meus pais, Comentei com minha namorada.
50
Os estmulos so valiosos pra quem nesses tempos an- a) causalidade, segundo a qual se relacionam as partes
dava meio assim: como me botarem no colo tambm de um texto, em que uma contm a causa e a outra,
eu preciso. Na verdade, nunca fui to posta no colo por a consequncia.
leitores como na janela do jornal. De modo que est sendo c b) temporalidade, segundo a qual se articulam as par-
tima, essa brincadeira sria, com alguns textos que iam tes de um texto, situando no tempo o que relatado
acabar neste livro, outros espalhados por a. Porque eu nas partes em questo.
levo a srio ser srio... mesmo quando parece que estou
c) condicionalidade, segundo a qual se combinam
brincando: essa uma das maravilhas de escrever. Como
duas partes de um texto, em que uma resulta ou de-
escrevi h muitos anos e continua sendo a minha verdade:
pende de circunstncias apresentadas na outra.
palavras so meu jeito mais secreto de calar.
LUFT, L. Pensar transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004. d) adversidade, segundo a qual se articulam duas par-
tes de um texto em que uma apresenta uma orienta-
Os textos fazem uso constante de recursos que permitem
o argumentativa distinta e oposta outra.
a articulao entre suas partes. Quanto construo
do fragmento, o elemento: e) finalidade, segundo a qual se articulam duas par-
tes de um texto em que uma apresenta o meio, por
c a) nisso introduz o fragmento botar a cara na janela
exemplo, para uma ao e a outra, o desfecho da
em crnica de jornal.
mesma.
b) assim uma parfrase de como me botarem no
colo. 8. (Enem PPL)
H18
c) isso remete a escondia em poesia e fico. O American Idol islmico
d) alguns antecipa a informao isso que digo para Quem no gosta do Big Brother diz que os reality shows
meus pais. so programas vazios, sem cultura. No mundo rabe, esse
e) essa recupera a informao anterior janela do jornal. problema j foi resolvido: em The Millions Poet (O Poeta
dos Milhes), lder de audincia no golfo prsico, o prmio
7. (Enem) vai para o melhor poeta. O programa, que transmitido
H18 pela Abu Dhabi TV e tem 70 milhes de espectadores,
Labaredas nas trevas
uma competio entre 48 poetas de 12 pases rabes em
Fragmentos do dirio secreto de Teodor Konrad
que o vencedor leva um prmio de US$ 1,3 milho. Mas
Nalecz Korzeniowski
l, como aqui, o reality gera controvrsia. O BBB teve a
20 DE JULHO [1912] polmica dos coloridos (grupo em que todos os partici-
Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo so- pantes eram homossexuais). E Millions Poet detonou uma
bre Crane. Envio-lhe uma carta: Acredite-me, prezado discusso sobre os direitos da mulher no mundo rabe.
senhor, nenhum jornal ou revista se interessaria por GARATTONI, B. O American Idol islmico.
qualquer coisa que eu, ou outra pessoa, escrevesse so- SuperInteressante. Edio 278, maio 2010. Fragmento.
bre Stephen Crane. Ririam da sugesto. [] Dificilmente No trecho Mas l, como aqui, o reality gera controvr-
encontro algum, agora, que saiba quem Stephen Crane sia, o termo destacado foi utilizado para estabelecer
ou lembre-se de algo dele. Para os jovens escritores que uma ligao com outro termo presente no texto, isto ,
esto surgindo ele simplesmente no existe. fazer referncia ao:
20 DE DEZEMBRO [1919] a) vencedor, que um poeta rabe.
Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou b) poeta, que mora na regio da Arbia.
reconhecido como o maior escritor vivo da lngua inglesa.
c c) mundo rabe, local em que h o programa.
J se passaram dezenove anos desde que Crane morreu,
mas eu no o esqueo. E parece que outros tambm no. d) Brasil, lugar onde h o programa BBB.
Rumo ao Enem
The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco e) programa, que h no Brasil e na Arbia.
anos de publicao de um livro que, segundo eles, foi
um fenmeno hoje esquecido e me pediram um artigo. 9. (Enem PPL)
FONSECA, R. Romance negro e outras histrias. H18 Quando Rubem Braga no tinha assunto, ele abria a
So Paulo: Companhia das Letras, 1992. Fragmento. janela e encontrava um. Quando no encontrava, dava no
Na construo de textos literrios, os autores recorrem mesmo, ele abria a janela, olhava o mundo e comunicava
com frequncia a expresses metafricas. Ao empregar que no havia assunto. Fazia isso com tanto engenho e
o enunciado metafrico Muito peixe foi embrulhado arte que tambm dava no mesmo: a crnica estava feita.
pelas folhas de jornal, pretendeu-se estabelecer, entre No tenho nem o engenho nem a arte de Rubem, mas
os dois fragmentos do texto em questo, uma relao tenho a varanda aberta sobre a Lagoa posso no ver
semntica de: melhor, mas vejo mais. [...]
51
Nelson Rodrigues no tinha problemas. Quando no 11. (Enem PPL)
havia assunto, ele inventava. Uma tarde, estacionei ile- H18
galmente o Sinca-Chambord na calada do jornal. Reciclar s parte da soluo
Ele estava com o papel na mquina e provisoriamente O lixo um grande problema da sustentabilidade. Li-
sem assunto. Inventou que eu descia de um reluzente teralmente: todos os anos, cada brasileiro produz 385 kg
Rolls Royce com uma loura suspeita, mas equivalente de resduos d 61 milhes de toneladas no total. O certo
suntuosidade do carro. Um guarda nos deteve, eu tentei seria tentar diminuir ao mximo essa quantidade de lixo.
subornar a autoridade com dinheiro, o guarda no aceitou Ou seja, em vez de ter objetos reciclveis, o ideal seria
o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei sem a multa e sem produzir sempre objetos reutilizveis, o que diminui os
a mulher. Nelson no ficou sem assunto. resduos. Mas, enquanto isso no acontece, temos que nos
CONY, C. H. Folha de S.Paulo. 2 jan. 1998. Adaptado. contentar com a reciclagem. E a que vem um detalhe
perigoso: reciclar o lixo tambm polui o ambiente e gasta
O autor lanou mo de recursos lingusticos que o auxilia-
energia. Reciclar vidro, por exemplo, 15% mais caro
ram na retomada de informaes dadas sem repetir textu-
do que produzi-lo a partir de matrias-primas virgens.
almente uma referncia. Esses recursos pertencem ao uso
Afinal, feito basicamente de areia, soda e calcrio, que
da lngua e ganham sentido nas prticas de linguagem.
so abundantes na natureza. Ento, nenhuma empresa
o que acontece com os usos do pronome ele desta-
tem interesse em recicl-lo. J o alumnio um superne-
cados no texto. Com essa estratgia, o autor conseguiu:
gcio, porque economiza muita energia.
a) confundir o leitor, que fica sem saber quando o texto
HORTA, M. Disponvel em: <http://superabril.com.br>.
se refere a um ou a outro cronista. Acesso em: 25 maio 2012.
b) comparar Rubem Braga com Nelson Rodrigues, dan-
O emprego adequado dos elementos de coeso con-
do preferncia ao primeiro.
tribui para a construo de um texto argumentativo e
c c) referir-se a Rubem Braga e a Nelson Rodrigues usando para que os objetivos pretendidos pelo autor possam
igual recurso de articulao textual. ser alcanados. A anlise desses elementos no texto
d) sugerir que os dois autores escrevem crnicas sobre mostra que o conectivo:
assuntos semelhantes.
c a) ou seja introduz um esclarecimento sobre a diminui-
e) produzir um texto obscuro, cujas ambiguidades im- o da quantidade de lixo.
pedem a compreenso do leitor. b) mas instaura justificativas para a criao de novos
10. (Enem PPL) tipos de reciclagem.
H18
Eu sei que a gente se acostuma. Mas no devia. A gente c) tambm antecede um argumento a favor da reci-
se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a no clagem.
ter outra vista que no as janelas ao redor. E, porque no d) afinal retoma uma finalidade para o uso de matrias-
tem vista, logo se acostuma a no olhar para fora. E, porque -primas.
no olha para fora, logo se acostuma a no abrir todas as e) ento refora a ideia de escassez de matrias-primas
cortinas. E, porque no abre as cortinas, logo se acostuma na natureza.
a acender mais cedo a luz. E, medida que se acostuma,
esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplido.
12. (Enem PPL)
H18
COLASANTI, M. Eu sei, mas no devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996. E: Diva... tem algumas... alguma experincia pessoal
A progresso garantida nos textos por determinados que voc passou e que voc poderia me contar... alguma
recursos lingusticos e pela conexo entre esses recursos coisa que marcou voc? Uma experincia... voc poderia
e as ideias que eles expressam. Na crnica, a continuida- contar agora...
de textual construda, predominantemente, por meio: I: ... tem uma que eu vivi quando eu estudava o ter-
Rumo ao Enem
a) do emprego de vocabulrio rebuscado, possibilitan- ceiro ano cientfico l no Atheneu... n... : eu gostava do
do a elegncia do raciocnio. laboratrio de qumica... eu... eu ia ajudar os professores a
limpar aquele material todo... aqueles vidros... eu achava
c b) da repetio de estruturas, garantindo o paralelismo
sinttico e de ideias. aquilo fantstico... aquele monte de coisa... n... ento...
todos os dias eu ia... quando terminavam as aulas eu aju-
c) da apresentao de argumentos lgicos, constituin-
dava o professor a limpar o laboratrio... nesse dia no
do blocos textuais independentes.
houve aula e o professor me chamou pra fazer uma lim-
d) da ordenao de oraes justapostas, dispondo as peza geral no laboratrio... chegando l... ele me fez uma
informaes de modo paralelo. experincia... ele me mostrou uma coisa bem interessante
e) da estruturao de frases ambguas, construindo que... pegou um bquer com meio dgua e colocou um
efeitos de sentido opostos. pouquinho de cloreto de sdio pastoso... ento foi aquele
52
fogaru desfilando... aquele fogaru... quando o professor E quando o problema parece insolvel, quando o de-
saiu... eu chamei umas duas colegas minhas pra mostrar a safio muito duro, dizer: vamos l.
experincia que eu tinha achado fantstico... s que... eu Solues de energia para um mundo real.
achei o seguinte... se o professor colocou um pouquinho... Jornal da ABI, rgo Oficial da Associao Brasileira de Imprensa,
foi aquele desfile... imagine se eu colocasse mais... peguei n. 336, dezembro de 2008. p. 4. Adaptado.
o mesmo bquer... coloquei uma colher... uma colher de O autor do texto utiliza, como recurso evidente para a
cloreto de sdio... foi um fogaru to grande... foi uma progresso temtica,
exploso... quebrou todo o material que estava exposto a) as relaes de tempo estabelecidas entre as informa-
em cima da mesa... eu branca... eu fiquei... olha... eu pen- es apresentadas.
sei que eu fosse morrer sabe... quando... o colgio inteiro
b) a apresentao de diversos efeitos dos fatos elencados.
correu pro laboratrio pra ver o que tinha sido...
c c) a repetio do advrbio de afirmao sim articu-
CUNHA, M. A. F. (Org.). Corpus discurso & gramtica: a lngua falada
lando as informaes.
e escrita na cidade de Natal. Natal: EdUFRN, 1998.
d) as relaes de causa estabelecidas entre as informa-
Na transcrio de fala, especialmente, no trecho eu
es apresentadas.
branca... eu fiquei... olha... eu pensei que eu fosse morrer
sabe..., h uma estrutura sinttica fragmentada, embo- e) o estabelecimento de relaes de condio entre as
ra facilmente interpretvel. Sua presena na fala revela: informaes do texto.
Rumo ao Enem
a) Porque, entre 2000 e 2009, esse nmero caiu para 13
dedores do Brasil, inaugurou a primeira rodovia pavi-
milhes de hectares, o nmero considerado alto.
mentada do pas.
b) Entre 2000 e 2009, esse nmero caiu para 13 milhes
Sim, a SXY Brasil tambm inovou no pas.
de hectares, por isso o nmero considerado alto.
Abasteceu o primeiro voo comercial brasileiro.
c) Entre 2000 e 2009, esse nmero caiu para 13 milhes de
Foi a primeira empresa privada a produzir petrleo hectares, uma vez que o nmero considerado alto.
na Bacia de Campos.
c d) Embora, entre 2000 e 2009, esse nmero tenha cado
Desenvolveu um leo combustvel mais limpo, o OC para 13 milhes de hectares, o nmero considera-
Plus. do alto.
O que necessrio para transformar o no em sim? e) Visto que, entre 2000 e 2009, esse nmero caiu para
Curiosidade. Mente aberta. Vontade de arriscar. 13 milhes de hectares, o nmero considerado alto.
53
15. (Enem)
H18
Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados,
instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaosa, o fogo enguiado dava estouros. O calor era forte no
apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe
que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes
que tinha na mo, no outras, mas essas apenas.
LISPECTOR, C. Laos de famlia. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organizao,
estruturao e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas
a) expressa o mesmo contedo nas duas situaes em que aparece no texto.
b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreenso, se usado no incio da frase.
c) ocupa posio fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.
d) contm uma ideia de sequncia temporal que direciona a concluso do leitor.
c e) assume funes discursivas distintas nos dois contextos de uso.
anotaes
Rumo ao Enem
54
Literatura
EDUARDO Antonio Lopes
Eduardo CalBUCCI
Fernando MARCLIO Lopes Couto
Francisco PLATO Savioli
MAURCIO Soares da Silva Filho
Paulo Csar de CARVALHO
PAULO Giovani de Oliveira
Srgio de Lima PAGANIM
ndice-controle
de
estudo
aula
P. 58
14
AD TM TC
aula
P. 60
15
AD TM TC
aula
P. 63
16
AD TM TC
aula
P. 65
17
AD TM TC
aula
P. 67
18
AD TM TC
prof.:
aula 13
Fernando Pessoa I
Enem: Estudo do texto literrio: relaes entre produo literria e processo social,
concepes artsticas, procedimentos de construo e recepo de textos
nesta aula
Poesia pica
Mensagem (1934)
Epopeia modernista: 44 poemas curtos.
Nacionalismo melanclico: oposio entre passado gran-
dioso 3 presente decadente.
Misticismo: atualizao do mito sebastianista.
Dividido em 3 partes:
Braso: resgate de figuras da antiga nobreza lusitana.
Mar portugus: abordagem do expansionismo martimo.
O Encoberto: crena mstica no resgate da antiga grandeza
Fernando Pessoa (1888-1935). lusitana.
em classe
TexTo para a quesTo 1 Esse comboio de corda
Que se chama corao.
Autopsicografia PESSOA, Fernando. Disponvel em: <http://arquivopessoa.net/
textos/4234>. Acesso em: 25 jul. 2016.
O poeta um fingidor
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
Finge to completamente
Que chega a fingir que dor Calhas de roda: trilhos de trem.
Comboio de corda: trenzinho de brinquedo.
A dor que deveras sente.
56
a) relativiza o valor da emoo fingida como elemento Quem quer passar alm do Bojador
da produo potica. Tem que passar alm da dor.
b) valoriza apenas as emoes realmente sentidas por Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
aquele que produz arte.
Mas nele que espelhou o cu.
c c) revela que a poesia uma espcie de fingimento Disponvel em: <www.jornaldepoesia.jor.br/fpesso03.html>.
esttico de emoes reais.
d) desconsidera o trabalho racional de elaborao es- Bojador: acidente geogrfico no Saara
Ocidental. Era considerado um verdadeiro
ttica das emoes. desafio para a navegao at o sculo XV,
quando foi ultrapassado pelo navegador
e) ironiza o sentimentalismo como impulso para a cria- portugus Gil Eanes.
o literria.
em casa
Consulte:
Livro-texto 4 Literatura
Caderno de Exerccios 4 Literatura
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 4 a 6, cap. 5.
Leia os itens 1 a 5 sobre Fernando Pessoa I, cap. 5. Faa o exerccio 1 da seo Rumo ao Enem.
Faa os exerccios 1 a 3, cap. 5.
anotaes
Literatura
57
aula 14
Fernando Pessoa II
Enem: Estudo do texto literrio: relaes entre produo literria e processo social,
concepes artsticas, procedimentos de construo e recepo de textos
nesta aula
em classe
TexTos para a quesTo 1 Por isso minha aldeia grande como outra qualquer
Porque sou do tamanho do que vejo
Texto I E no do tamanho da minha altura...
Alberto Caeiro
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no d) pela idade do observador.
[Universo... e) pela altura do ponto de observao.
58
TexTos para a quesTo 2 Rompe, por mim, assobiando, silvando, vertiginando,
O cio sombrio e sdico da estrdula vida martima.
Texto I [...]
Para ser grande, s inteiro: nada Estrdula: estridente.
Teu exagera ou exclui.
S todo em cada coisa. Pe quanto s 2. Considere as seguintes afirmaes sobre os poemas:
No mnimo que fazes. H22 I. Os enunciadores adotam o mesmo estilo potico
Assim em cada lago a lua toda para expressar sua relao com a realidade.
Brilha, porque alta vive. II. O enunciador do texto I se mostra mais racionalista
e contido; o do texto II, mais impetuoso.
Texto II III. O texto I apresenta um impulso de integrao com a
[...] natureza; o texto II, de integrao com as mquinas.
Pensando nisto raiva! pensando nisto fria! Est correto o que se afirma em:
Pensando nesta estreiteza da minha vida cheia de a) I, apenas.
[nsias, c b) II, apenas.
Subitamente, tremulamente, extraorbitadamente, c) I e II, apenas.
Com uma oscilao viciosa, vasta, violenta, d) II e III, apenas.
Do volante vivo da minha imaginao, e) I, II e III.
em casa
Consulte:
Livro-texto 4 Literatura
Caderno de Exerccios 4 Literatura
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 12 a 14, cap. 5.
Leia os itens 1 a 4 sobre Fernando Pessoa II, cap. 5. Faa o exerccio 2 da seo Rumo ao Enem.
Faa os exerccios 9 a 11, cap. 5.
anotaes
Literatura
59
aula 15
Semana de Arte Moderna
Enem: Estudo do texto literrio: relaes entre produo literria e processo social,
concepes artsticas, procedimentos de construo e recepo de textos
nesta aula
REPRODUO/ARQUIVO DA EDITORA
Cartazes de divulgao da Semana de Arte Moderna em 1922.
O farol de Monhegan, de Anita Malfatti, 1915. Mrio de Andrade I, de Anita Malfatti, 1921-22.
60
Principais propostas estticas apresentadas pelos artistas parti- 5. Ampliao do conceito potico.
cipantes da Semana de Arte Moderna: 6. Busca da originalidade.
1. Desenvolvimento do nacionalismo crtico. 7. Stira ao passado.
2. Versos livres. 8. Linguagem literria ligada ao cotidiano.
3. Literatura marcada por alegria e humor: poema-piada. 9. Pardia.
4. Aproximao entre prosa e poesia. 10. Absoro das influncias das vanguardas europeias.
em classe
1. (UERN Adaptada) A Semana de Arte Moderna, ou [...]
H15 Semana de 1922, marcou a entrada do Modernismo Vou-me embora paz na terra
artstico e literrio no Brasil. Em 22 fev. 1922, A Gazeta
Paz na terra repartida
publicou a seguinte notcia:
Uns tm terra, muita terra
Ao pblico chocado diante da nova msica tocada na
Outros nem pra uma dormida
Semana, como diante dos quadros expostos e dos poemas
sem rima [...]: sons sucessivos, sem nexo, esto fora da arte No tenho onde cair morto
musical: so rudos, so estrondos; palavras sem nexos Fiz gorar a inteligncia
esto fora do discurso: so disparates como tantos e to
Vou reentrar no meu povo
cabeludos que nesta semana conseguiram desopilar os
nervos do pblico paulista [...]. Reprincipiar minha cincia
A Gazeta, 22 fev. 1922. In: Emlia Amaral e outros. Cit. p. 67. [...]
O teor de tal repercusso demonstra: Mrio de Andrade
Literatura
participaram jovens artistas como os escritores Oswald de
Andrade, Mrio de Andrade e Manuel Bandeira, esses dois das. A expresso Vou-me embora assume, nos textos
ltimos autores dos poemas a seguir. I e II, os seguintes sentidos de busca, respectivamente:
a) da independncia financeira e da liberdade condi-
Texto I
cional.
Poema XIV
c b) da expresso nacionalista e do paraso perdido.
(Fragmento)
c) do conhecimento da ptria e da independncia
Vou-me embora, vou-me embora financeira.
Vou-me embora pra Belm d) do conhecimento do povo e da liberdade de expres-
Vou colher cravos e rosas so lingustica.
Volto a semana que vem e) da felicidade e do conhecimento da cultura popular.
61
TexTo para a quesTo 3
A ambio do grupo [modernista] era grande: educar o Brasil, cur-lo do analfabetismo letrado, e, sobretudo, pes-
quisar uma maneira nova de expresso, compatvel com o tempo do cinema, do telgrafo sem fio, das travessias areas
intercontinentais.
BOAVENTURA, M. E. A Semana de Arte Moderna e a crtica contempornea: vanguarda e modernidade nas artes brasileiras.
Conferncia IEL-Unicamp, 2005, p. 5-6. Disponvel em: <www.iar.unicamp.br/dap/vanguarda/artigos.html>.
3. (UFPR) Conforme o trecho apresentado e os conhecimentos sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 e o Modernismo
H16 brasileiro subsequente, correto afirmar:
c a) a Semana de 1922 marcou o modernismo inspirado em vanguardas europeias, buscando uma nova arte com uma
identidade brasileira experimental, miscigenada, antropofgica e cosmopolita. O movimento celebrava o progresso
da nao, simbolizado pelo desenvolvimento da cidade de So Paulo.
b) a Semana de 1922 foi o grande marco da arte moderna brasileira, caracterizando-se pela busca por uma imitao
do Surrealismo e do Cubismo, realizada por acadmicos em constante contato com os artistas europeus.
c) a Semana de 1922 somou-se ao regionalismo nordestino para mostrar as razes da cultura brasileira, recusando
qualquer interferncia da arte estrangeira. Os modernistas fizeram, com isso, uma forte crtica modernizao e
alfabetizao brasileira.
d) Monteiro Lobato e Mrio de Andrade lideraram a Semana de 1922, que teve o intuito de aliar as produes mais
recentes no campo da msica, literatura e artes plsticas futuristas com as obras tradicionalistas da arte brasileira.
e) os modernistas passaram a se organizar, depois da Semana de 1922, para efetivar uma arte revolucionria nos
moldes do realismo sovitico, pois acreditavam na conscientizao da populao para uma mudana no poder.
em casa
Consulte:
Livro-texto 4 Literatura
Caderno de Exerccios 4 Literatura
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 3 e 4, cap. 6.
Leia os itens 1 a 4 sobre a Semana de Arte Moderna, cap. 6. Faa o exerccio 3 da seo Rumo ao Enem.
Faa os exerccios 1 e 2, cap. 6.
anotaes
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
62
aula 16
Oswald de Andrade
Enem: Estudo do texto literrio: relaes entre produo literria e processo social,
concepes artsticas, procedimentos de construo e recepo de textos
nesta aula
ACERVO ICONOGRAPHIA/REMINISCNCIAS
Manifesto Antropfago (1928): aproveitamento crtico da
cultura estrangeira.
Trajetria potica
em classe
TexTo para a quesTo 1 a) o regionalismo do Nordeste.
b) o concretismo paulista.
erro de portugus
c c) a poesia Pau-Brasil.
Quando o portugus chegou
d) o simbolismo pr-modernista.
Debaixo de uma bruta chuva
Literatura
e) o tropicalismo baiano.
Vestiu o ndio
Que pena! TexTo para a quesTo 2
Fosse uma manh de Sol
Mas o carteiro veio me dizer que Rolah ficara s e
O ndio tinha despido minha porque o biombo materno se tinha fechado em
O portugus. pressa martima na direo afarista do Rio.
ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas. ANDRADE, Oswald de. Memrias sentimentais de Joo Miramar. Rio
Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1978. de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1971. p. 72.
1. (Enem) O primitivismo observvel no poema anterior, de Rolah: na trama do romance, a amante de Joo Miramar.
Afarista: neologismo provavelmente originado do ingls far, longe.
H16 Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante:
63
2. Sabe-se que Oswald de Andrade inovou na forma de ex- TexTo para a quesTo 3
H18 por acontecimentos na narrativa de fico. No contexto
do texto apresentado, explique qual o significado das S a Antropofagia nos une. Socialmente. Economica-
seguintes expresses: mente. Filosoficamente.
nica lei do mundo. Expresso mascarada de todos
a) o carteiro veio me dizer.
os individualismos, de todos os coletivismos. De todas
A expresso indica que o narrador, Joo Miramar, recebeu uma as religies. De todos os tratados de paz.
carta com notcias da amante, Mademoiselle Rolah.
Tupi, or not tupi, that is the question.
ANDRADE, Oswald de. Manifesto Antropfago. In: .
Do Pau-Brasil Antropofagia e s Utopias. Rio de Janeiro:
Civilizao Brasileira, 1970. p. 13.
b) biombo materno.
3. No Manifesto Antropfago, Oswald de Andrade:
Por biombo materno podemos entender os obstculos que a
H16
me de Rolah impunha ao relacionamento amoroso entre sua filha a) faz a crtica do esprito de nacionalidade, falseado
pelo estrangeirismo exacerbado entre ns.
e Miramar.
b) defende a supremacia da individualidade sobre a
coletividade.
c) combate o ressurgimento do indianismo, em nome
c) se tinha fechado em pressa martima. da modernidade urbana.
A expresso indica que a me de Rolah partiu apressadamente
d) assume um posicionamento distante das propostas
para o Rio de Janeiro, por via martima. modernistas da poca.
c e) prope o amlgama entre as razes culturais nacio-
nais e as inovaes estrangeiras.
em casa
Consulte:
Livro-texto 4 Literatura
Caderno de Exerccios 4 Literatura
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 9 e 10, cap. 6.
Leia os itens 1 a 3.2 sobre Oswald de Andrade, cap. 6. Faa os exerccios 4 e 5 da seo Rumo ao Enem.
Faa os exerccios 7 e 8, cap. 6.
anotaes
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
64
aula 17
Mrio de Andrade
Enem: Estudo do texto literrio: relaes entre produo literria e processo social,
concepes artsticas, procedimentos de construo e recepo de textos
nesta aula
KE
IJ U
KO
Pesquisa sobre cultura popular.
Exemplo: Cl do jabuti (1927).
BA
YA
SH
Macunama (1928)
Rapsdia: reunio de lendas diversas, colhidas da cultura in-
dgena sul-americana e relacionadas ao protagonista.
Subttulo: o heri sem nenhum carter. Figura do anti-heri.
em classe
TexTo para a quesTo 1 isto , forma e contedo se relacionam significativa-
mente. Com relao ao poema de Mrio de Andrade,
O bonde abre a viagem, a correlao entre um recurso formal e um aspecto da
No banco ningum, significao do texto :
Estou s, stou sem. c a) a sucesso de oraes coordenadas, que remete
sucesso de cenas e emoes sentidas pelo eu lrico
Depois sobe um homem, ao longo da viagem.
Literatura
No banco sentou, b) a eliso dos verbos, recurso estilstico constante no poe-
Companheiro vou. ma, que acentua o ritmo acelerado da modernidade.
c) o emprego de versos curtos e irregulares em sua m-
O bonde est cheio. trica, que reproduzem uma viagem de bonde, com
De novo porm suas paradas e retomadas de movimento.
No sou mais ningum. d) a sonoridade do poema, carregada de sons nasais,
que representa a tristeza do eu lrico ao longo de toda
ANDRADE, Mrio de. Poesias completas.
a viagem.
Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
e) a ausncia de rima nos versos, recurso muito utilizado
1. (Enem) Em um texto literrio, comum que os recursos pelos modernistas, que aproxima a linguagem do
H18 poticos e lingusticos participem do significado do texto, poema da linguagem cotidiana.
65
TexTo para as quesTes 2 e 3 2. Em Macunama, de Mrio de Andrade, o protagonista
H18 um ndio oriundo da Amaznia. Em sua passagem
Macunama seguiu caminho. Lgua e meia adiante pela cidade de So Paulo, encontra um mono, macaco
estava um macaco mono comendo coquinho baguau. tpico da regio Sudeste brasileira. O dilogo travado
Pegava no coquinho, botava no vo das pernas junto com entre eles, na cena transcrita, mostra:
uma pedra, apertava e juque! a fruta quebrava.
[...] a) a condio heroica de Macunama, que era Impe-
rador dos animais.
Quebrou de escondido outro coquinho, fingindo que
era um dos toaliquius deu pra Macunama comer. Ma- b) a esperteza de Macunama frente ingenuidade do
cunama gostou bem. mono paulistano.
bom mesmo, tio! Tem mais? c) a dimenso simblica do protagonista, sntese da
natureza brasileira.
Agora se acabou mas si o meu era gostoso que far
os vossos! Come eles, sobrinho! d) a falta de unio entre os brasileiros, o que impede a
construo da nacionalidade.
O heri teve medo:
c e) a relao nem sempre harmoniosa que Macunama
No di no? mantm com a natureza.
Qual, si at agradvel!...
em casa
Consulte:
Livro-texto 4 Literatura
Caderno de Exerccios 4 Literatura
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 17 e 18, cap. 6.
Leia os itens 1 a 3.2 sobre Mrio de Andrade, cap. 6. Faa os exerccios 6 e 7 da seo Rumo ao Enem.
Faa os exerccios 15 e 16, cap. 6.
Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias
anotaes
66
aula 18
Manuel Bandeira
Enem: Estudo do texto literrio: relaes entre produo literria e processo social,
concepes artsticas, procedimentos de construo e recepo de textos
nesta aula
REPRODUO/<HTTPS://CATRACALIVRE.COM.BR/WP-CONTENT/
UPLOADS/2010/02/MANUELBANDEIRA.JPG>
Literatura
em classe
TexTo para a quesTo 1
Potica
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem-comportado
Do lirismo funcionrio pblico com livro de ponto expediente protocolo e manifestaes de apreo ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionrio o cunho vernculo de um vocbulo.
67
[...] 3. (Uepa) Leia o texto sobre a potica de Manuel Bandeira.
Quero antes o lirismo dos loucos H16
[...] veremos, na sua poesia madura, o cotidiano trata-
O lirismo dos bbados do com um relevo que sublima a sua verdade simblica e,
O lirismo difcil e pungente dos bbados inversamente, o mistrio tratado com uma familiaridade
O lirismo dos clowns de Shakespeare minuciosa e objetiva que o aproxima da sensibilidade
cotidiana porque o poeta conquistou a posio-chave
No quero mais saber do lirismo que no libertao.
que lhe permite compor o espao potico de maneira a
Manuel Bandeira. Meus poemas preferidos. exprimir a realidade do mundo e as mais desvairadas
projees.
1. (PUC-PR Adaptada) H, no poema de Manuel Bandei- MELLO E SOUZA, Gilda; CANDIDO, Antonio. 1991.
H15 ra, uma oposio fundamental entre:
Com base no texto, analise os versos de Manuel
c a) as concepes da poesia modernista, abertas livre Bandeira transcritos a seguir e marque aqueles que
expresso e ousadia, e as das estticas do pas- demonstram a projeo da poesia nos espaos
sado, presas a regras formais, purismo vocabular e cotidianos.
sentimentalismo ornamental.
a) E ainda que tudo em mim murchado
b) o lirismo defendido pela voz potica do texto e a con-
houvera,
cepo de poesia abraada por Shakespeare, autor
citado de modo crtico no poema. Teu olhar saberia, seno quando,
c) o desejo de liberdade e evaso (que iguala esse texto Tudo alertar em nova primavera.
a Vou-me embora pra Pasrgada) e a represso
poltica do tempo em que o texto foi composto. c b) Eh, carvoeiro!
d) as atitudes dos funcionrios pblicos, metdicos por S mesmo estas crianas raquticas
dever, e as dos poetas, loucos em essncia. Vo bem com estes burrinhos
e) a poesia engajada (assumida pelo poeta) e a poesia
descadeirados
da arte pela arte dos parnasianos.
A madrugada ingnua parece feita para
eles...
TexTo para a quesTo 2
Pequenina, ingnua misria!
Poema Adorveis carvoeirinhos que trabalhais
[...] como se brincsseis!
Vnus luzia sobre ns to grande,
To intensa, to bela, que chegava c) Mas a noite nua
68
em casa
Consulte:
Livro-texto 4 Literatura
Caderno de Exerccios 4 Literatura
Tarefa Mnima Tarefa Complementar
Leia o resumo de aula. Faa os exerccios 25 e 26, cap. 6.
Leia os itens 1 a 3 sobre Manuel Bandeira, cap. 6. Faa o exerccio 8 da seo Rumo ao Enem.
Faa os exerccios 23 e 24, cap. 6.
anotaes
Literatura
69
rumo ao
Enem
TexTo para a quesTo 1 TexTo para a quesTo 2
70
concretizao das emoes estticas, os processos cls-
REPRODUO/ANITA MALFATTI
d)
sicos dos grandes mestres. [...] A outra espcie formada
dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam
luz das teorias efmeras, sob a sugesto estrbica das
escolas rebeldes, surgidas c e l como furnculos da
cultura excessiva. [...] Estas consideraes so provocadas
pela exposio da sra. Malfatti, onde se notam acentua-
dssimas tendncias para uma atitude esttica forada no
sentido das extravagncias de Picasso & cia.
O Dirio de So Paulo, dez. 1917.
REPRODUO/ANITA MALFATTI
a)
A boba
REPRODUO/OSWALD DE ANDRADE
Acesso a Monte Serrat Santos
REPRODUO/ANITA MALFATTI
b)
Vaso de flores
Rumo ao Enem
REPRODUO/ANITA MALFATTI
71
c) rejeio ideia do Brasil como o pas do futebol. d) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigrao,
d) intervenes de um leitor estrangeiro no exerccio de destacando o pioneirismo do imigrante.
leitura potica. e) Oswald de Andrade mostra que a condio de vida
e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substi- do imigrante era melhor que a dos ex-escravos.
tutivas das originais.
TexTo para a quesTo 6
TexTos para a quesTo 5
O trovador
Texto I
Sentimentos em mim do asperamente
72
TexTos para a quesTo 7 b) a abordagem da temtica adotada no texto escrito
em versos discriminatria em relao aos povos
Texto I indgenas do Brasil.
O canto do guerreiro c c) as perguntas Quem h, como eu sou? (texto I)
Aqui na floresta e Quem podia saber do Heri? (texto II) expressam
Dos ventos batida, diferentes vises da realidade indgena brasileira.
Quem golpes daria No h nada mais gostoso do que o mim sujeito de ver-
bo no infinito. Pra mim brincar. As cariocas que no sa-
Fatais, como eu dou?
bem gramtica falam assim. Todos os brasileiros deviam
Guerreiros, ouvi-me; de querer falar como as cariocas que no sabem gramtica.
Quem h, como eu sou?
Gonalves Dias As palavras mais feias da lngua portuguesa so qui,
Texto II alhures e mide.
BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. Org. de Emanuel de
Macunama
Moraes. 4. ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1986. p. 19.
Acabou-se a histria e morreu a vitria.
Com a orientao da professora e aps o debate so-
No havia mais ningum l. Dera tangolomngolo na bre o texto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram
tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um seguinte concluso:
em um. No havia mais ningum l. Aqueles lugares, c a) uma das propostas mais ousadas do Modernismo foi
aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios- a busca da identidade do povo brasileiro e o registro,
-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solido no texto literrio, da diversidade das falas brasileiras.
do deserto... Um silncio imenso dormia beira do rio
b) apesar de os modernistas registrarem as falas regio-
Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra no sabia nais do Brasil, ainda foram preconceituosos em rela-
nem falar da tribo nem contar aqueles casos to panudos. o s cariocas.
Quem podia saber do Heri?
c) a tradio dos valores portugueses foi a pauta tem-
Mrio de Andrade
tica do movimento modernista.
7. (Enem) A leitura comparativa dos dois textos indica que: d) Manuel Bandeira e os modernistas brasileiros exalta-
H14 a) ambos tm como tema a figura do indgena brasi- ram em seus textos o primitivismo da nao brasileira.
leiro apresentada de forma realista e heroica, como e) Manuel Bandeira considera a diversidade dos falares
Rumo ao Enem
smbolo mximo do nacionalismo romntico. brasileiros uma agresso Lngua Portuguesa.
anotaes
73
Rumo ao Enem
74
anotaes
Atividades
Interdisciplinares
459
Sistema nervoso
integrado
Ainda temos muitas perguntas sem resposta quando o assunto o funcionamento do nosso crebro.
Muito ainda h para ser entendido, por exemplo, como se deu a evoluo da conscincia, como se d a
aprendizagem, como funciona a memria e como o crebro capaz de se adaptar frente a uma leso ou a
uma m-formao.
Em sua investigao sobre a evoluo da conscincia, o psiclogo norte-americano Robert Ornstein
prope que o crebro e a mente se desenvolveram, tal como o resto do corpo, ao longo de milhes de anos
e alcanaram o estgio atual h mais ou menos 11 mil anos.
Para Ornstein, a vantagem efetiva para a sobrevivncia no algo que acontece na vida de um indivduo,
mas algo que se manifesta nas geraes sucessivas: um exemplo clssico de seleo natural. Por essa teoria,
certas caractersticas que proporcionam melhor adaptao ao ambiente so mantidas nas populaes, pois
os indivduos que as possuem teriam mais chances de sobrevivncia e de sucesso reprodutivo, transmitindo
tais caractersticas para seus descendentes. Em contrapartida, os indivduos mais lentos, menos alertas ou
menos sociveis seriam eliminados da populao (por predadores ou competidores, por exemplo). Nossa
percepo sobre o que acontece no mundo seria uma dessas vantagens biolgicas: a viso, por exemplo,
um sentido que nos permite distinguir o dia da noite, evitar predadores, conseguir alimentos melhores e mais
frescos, etc. Outros sentidos, como o olfato, o tato, a gustao e a audio, contribuem igualmente para essa
percepo do mundo. Esse mesmo processo de seleo natural teria levado tambm ao desenvolvimento
do crebro e da mente.
CHRISTIAN JEGOU PUBLIPHOTO DIFFUSION/
SPL/LATINSTOCK
MAURICIO ANTON/SPL/LATINSTOCK
Mudanas nos padres de estimulao perifrica em qualquer sistema neural levam a uma
reorganizao das sinapses do sistema, que mais evidente durante o perodo crtico do de-
senvolvimento, caracterstico de cada modalidade. Essa plasticidade demonstrada em vrios
nveis de anlise, do molecular ao comportamental. Atualmente, a plasticidade no mais
considerada um estado extraordinrio do sistema nervoso, mas sim um mecanismo latente
capaz de gerar mudanas contnuas durante toda a vida (cf. PASCUAL-LEONE et al., 2005).
460
Um exemplo da plasticidade cerebral relaciona-se com a viso, e a principal rea envolvida na recepo
e na interpretao dos estmulos captados pelo olho o crtex visual primrio, do lobo occipital.
BSIP SA/ALAMY/LATINSTOCK
A rea verde na parte posterior corresponde
ao crtex visual primrio.
A maioria dos estudos sobre a cegueira e a plasticidade subsequente mostra que a ampli-
tude da reorganizao cortical est correlacionada com a idade do surgimento da deficincia.
Diversos pesquisadores identificaram um padro de ativao cortical diferente entre cegos
precoces e aqueles que perderam a viso tardiamente [...].
A leitura em braile um exemplo da substituio sensorial em cegos. O trabalho pioneiro
de Wanet-Defalque et al. (1988) demonstrou que h ativao de reas visuais occipitais duran-
te a realizao de uma tarefa ttil em deficientes visuais. Posteriormente, Sadato et al. (1996)
demonstraram que a ativao do crtex visual primrio ocorria apenas quando a tarefa era
discriminar palavras em braile, e no para outros estmulos tteis.
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Atividades Interdisciplinares
Representao artstica da leitura em braile.
[...] A importncia do crtex occipital fica ainda mais evidente nos casos de leso dessa
regio em pessoas cegas. Hamilton et al. (2000) relataram um caso de alexia para o braile
aps acidente vascular enceflico que atingiu o crtex occipital bilateralmente. Nesse caso, a
paciente era cega desde o nascimento e leitora profissional do braile. Aps o acidente, ela era
capaz de identificar formas e objetos do dia a dia pelo tato, porm era completamente incapaz
de ler palavras em braile ou at mesmo de identificar uma nica letra em braile.
RANGEL, M. L. et al. Deficincia visual e plasticidade no crebro humano. Psicol. teor. prat. v. 12, n. 1, So Paulo,
2010. Disponvel em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v12n1/v12n1a16.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2017.
461
Atividades 4. Os neurnios so as clulas responsveis pela transmis-
so das informaes no sistema nervoso. A passagem
1. A partir da anlise do texto, possvel perceber a re- da informao de um neurnio para outro ocorre via
lao entre o sistema sensorial e o processo evolutivo sinapse, de acordo com a ilustrao a seguir:
humano. Cite exemplos que apoiem essa relao.
A localizao de predadores e a produo de uma estratgia para Soma
Terminal
fugir deles , a identificao de alimentos saudveis ou venenosos, a Dendrito
ps-sinptico
SINAPSE
escolha de parceiros sexuais, entre outros.
Os alunos devem sugerir exemplos de aes associadas ao sistema
Axnio
sensorial, relacionando-o aos sentidos da viso, da audio, do olfato,
Terminal
da gustao e do tato, e que possibilitam a ocorrncia da seleo pr-sinptico
HO CH3
cido mirstico
HO CH3
cido palmtico
De acordo com a figura, as estru-
O turas dos cidos graxos apresen-
tam um elevado nmero de to-
HO CH3
mos de carbono e, portanto, em
cido esterico suas cadeias prevalece o carter
apolar. Os ons no atravessam
essa membrana porque so pola-
O res (ons), de modo que no se di-
CH3 fundem entre as cadeias apolares.
HO
cido oleico
O principal motivo que faz com que os ons no atravessem a membrana fora dos canais especficos o fato de:
a) serem espcies apolares e, portanto, se difundirem facilmente pela membrana, que polar.
b) serem espcies apolares e, portanto, no se difundirem facilmente pela membrana, que apolar.
c) serem espcies polares e, portanto, se difundirem facilmente pela membrana, que polar.
c d) serem espcies polares e, portanto, no se difundirem facilmente pela membrana, que apolar.
6. Alm dos ons, na regio das sinapses h um fluxo de neurotransmissores. Neurotransmissores so molculas simples,
tais como aminocidos, aminas e peptdeos. A figura a seguir apresenta a estrutura de alguns neurotransmissores.
OH OH
CH3
NH2 NH2 N
H
HO HO HO OH
H2N
OH OH OH O
Dopamina Noradrenalina Adrenalina GABA
O CH3
H2N OH O CH3
HN NH2 H3C N+
O
O OH N CH3
Atividades Interdisciplinares
cido glutmico Histamina Acetilcolina
NH2
HO
O
N OH
N
H CH3
Serotonina Anandamida
463
Atividades Interdisciplinares
464
anotaes
anotaes
465
Atividades Interdisciplinares
Atividades Interdisciplinares
466
anotaes
ANGLO
A coleo de Ensino Mdio do Sistema Anglo de Ensino foi planejada para os
alunos do sculo XXI, empreendedores e vidos por inovaes e conhecimento.
O que se prope neste segmento aliar a motivao dos alunos com a
qualidade de ensino e os elevados padres acadmicos uma trade que
representa um trabalho de excelncia nas escolas.
Com o conhecimento adquirido na escola, o aluno se sentir pronto para a
vida em sociedade e, como cidado, poder interferir na realidade em que vive.
Nosso objetivo transformar o lema: aula dada, aula estudada em prtica,
provocando o exerccio da autonomia e o aperfeioamento constantes.
O material composto de Caderno do Aluno, Livro-texto e Caderno de
Exerccios, alm de diversos recursos digitais e ferramentas disponveis no portal
do Sistema.
Venha conosco nessa jornada!
296903
826255317