Nível Semântico
Nível Semântico
Nível Semântico
A comparao, como o prprio nome indica, consiste na associao entre dois termos diferentes, mas
entre os quais h algo que permite aproxim-los.
Exemplos:
"Dentro da casa o mar ressoa como no interior de um bzio." (Sophia M. B. Andresen);
"O silncio pesava como chumbo."
"As rvores pareciam velas desfraldadas ao vento."
"Os olhos de ambos reluziam como pedras preciosas."
"... de face mais escura que a noite e corao mais escuro que a face"
"A rua [...] parece um formigueiro agitado" (rico Verssimo)
__ que as metforas sublinham as similitudes entre as coisas, mas no alteram o sentido das palavras;
__ que existe na associao entre as duas realidades comparadas (termo comparante e termo comparado)
uma partcula, ou expresso (como, parecer, ser semelhante a, etc.), que marca explicitamente essa mesma
associao;
IMAGEM
Em sentido lato, a imagem engloba figuras como a metfora, o smbolo, a alegoria, etc., figuras criadas
por meio de uma comparao, de uma relao analgica.
Em sentido restrito, esta figura designa uma comparao em que todos os termos (comparados e
comparantes) se encontram expressos __ pelo que, neste caso, o termo mais apropriado seria SMILE.
A imagem , pela sobreposio e/ou acumulao de figuras, mais ampla e rica de sugestes que a
comparao e a metfora. A reunio destas duas (da metfora com a comparao) acabam por converter as
ideias em representaes mais sensveis, animadas e coloridas:
__ "O Mondego, como uma cobra na areia, espreguia a sua trana de guas mortas" (Fialho de
Almeida)
__ "Para os vales, poderosamente cavados, desciam bandos de arvoredos, to copados e redondos,
de um verde to moo, que eram como um musgo macio onde apetecia cair a rolar." (Ea de Queirs)
__ "Os bons amigos ho-de ser ncoras e amarras na tempestade desta vida." (Frei Heitor Pinto)
__ "O ar mordido por pequenos dentes dum branco imaculado..." (Bernardo Santareno)
__ "Voz rouca com claridades ardentes de Sol e negrumes de mar sem fundo." (Bernardo
Santareno)
"Horas mortas... Curvadas aos ps do monte
A plancie um brasido.. e, torturadas,
As rvores sangrentas, revoltadas,
SMBOLO e EMBLEMA
__ SMBOLO uma representao significativa. A balana, por exemplo, o smbolo da justia, a cor
verde smbolo de frescura, de esperana, mas tambm de imaturidade, de inocncia.
Os adereos que as personagens transportam consigo servem muitas vezes de elementos identificadores,
isto , constituem emblemas, como acontece, por exemplo, com as personagens vicentinas. Porm, segundo
nos parece, o emblema conter sempre em si tambm um valor simblico (de virtudes ou vcios)
METONMIA
A METONMIA (do grego metonyma = mudana de nome) consiste em designar uma determinada
realidade por meio de um termo que se refere a uma outra realidade, mas entre as quais (entre as duas
realidades) existe uma relao.
Na metonmia, a associao que se estabelece entre X e Y (entre duas realidades, entre duas ideias) o
resultado de uma relao por contiguidade e no por semelhana. A METONMIA funda-se em relaes de
causalidade, procedncia ou sucesso entre as duas palavras que se interligam.
A METONMIA implica alterao de sentido de uma palavra ou expresso pelo acrscimo de um outro
significado ao j existente, quando entre eles (um e outro significados) existe uma relao de contiguidade,
de incluso, de implicao, de interdependncia, de coexistncia. Por exemplo, quando dizemos "As cs
(cabelos brancos) inspiram respeito", estamos a empregar cs por velhice, porque os cabelos brancos
indiciam que a pessoa idosa e, consequentemente, com muita experincia vivida.
Exemplos de metonmia:
"As barbas longas merecem ser ouvidas" => deve prestar-se ateno aos mais idosos, porque a longa
experincia enriqueceu os seus conhecimentos e clarificou a sua razo.
"a espada, a cruz, os louros" => o exrcito, a religio crist, a glria; "o altar e o trono => a religio
e o poder monrquico
"Nas caravelas de Portugal seguia sempre a cruz e a espada" => a religio e a fora militar
"Bebia Do s refeies e acabava sempre com o caf e uma Carvalho Ribeiro Ferreira" => vinho
da regio do Do / aguardente;
"fumar um Havana" => fumar um charuto
"Beba um Porto!"
"No sabe ganhar o po" => no sabe arranjar maneira de sobreviver, de arranjar algumas
economias...;
"ganhar a vida" => conseguir os meios de subsistncia para viver.
"Ele um grande corao." [=> homem bom, com boas qualidades, generoso...]
"Aquele rapaz uma grande cabea" [=> muito inteligente]
"Ele tem maus fgados" [=> irascvel]
"Encontrava-se num ddalo" => (a Ddalo se atribui a inveno do labirinto) =>encontrava-se num
labirinto
Na metonmia no acontece uma transposio das partes para o todo, nem do todo para as partes, como
na sindoque. Ainda que assim parea, o que efectivamente ocorre a denominao de uma parte pela outra
(pars pro parte).
ANTTESE
A ANTTESE potica no pretende, como a de ordem filosfica, resolver, e muito menos elucidar, as
contradies do Universo ou do pensamento; ela pretende somente exprimir todo o 'claro-escuro' da vida
atravs de expresses intuitivas.
A ANTTESE reside na oposio dos contrastes em estado puro e na forma mais ou menos simtrica que
os coloca em relevo. A significao ideolgica que da se pode retirar pertence a um outro domnio.
A realidade quase nunca aquela que sonhamos. H muitas circunstncias adversas ao longo da nossa
vida, esperadas ou acidentais. Tomar conhecimento sobre determinados factos, sobretudo quando
diretamente relacionados com a esfera dos nossos afetos, extremamente doloroso e pode perturbar
enormemente a nossa sensibilidade ou at pr em causa a nossa sade.
O EUFEMISMO surge assim como forma de atenuar a verdade catastrfica, com vista a diminuir a fora
do impacto que a verdade poder causar. Isto , consiste em suavizar o carcter desagradvel, horrvel,
penoso, grosseiro ou indecoroso, de um julgamento, de uma notcia, de um pensamento, etc. Mas tambm
poder haver casos em que o Eufemismo pode conter um travo de ironia:
"... S porque l os velhos apanham de quando em quando uma folha de couve pelas hortas, fazem
de ns uns Zs do Telhado" (Aquilino Ribeiro) ["apanham" => furtam, pela associao com o Z do
Telhado]
ANFORA
A Anfora consiste em iniciar vrios versos ou frases, ou sucessivos membros de frases por uma mesma
palavra ou grupo de palavras (x... / x... / x...). A Anfora pratica-se tanto em prosa quanto em verso (Ver
Simploce):
"Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba." (A. Vieira:
Sexagsima)
"Lisboa com suas casas
de vrias cores,
Lisboa com suas casas
de vrias cores, " (F. Pessoa)
"Castro na boca, Castro n' alma, Castro
em toda a parte" (A. Castro)
"rida palma
Tem seu licor;
Tem, como a alma
Tem seu amor;
Tem, como a hera,
Tem seu abril;
Tem, como a fera,
Tem seu covil." (Joo de Deus)
PLEONASMO
Em sentido de plenitude uma figura pela qual se acrescenta expresso do pensamento, para reforar a
clareza ou a energia, palavras que seriam inteis integridade gramatical:
"Vistos com os olhos, palpados com as mos, pisados com os ps" (A. Vieira)
APSTROFE ou INVOCAO
Por APSTROFE entende-se uma interpelao a algum, presente ou ausente, leitor ou ouvinte,
personagem ou objecto personificado, humano ou divino.
Adaptado de:
Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/1192161
http://esjmlima.prof2000.pt/figuras_estilo/figuras_estilo.html
POESIAS
Eu no devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
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