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Geografia - Pré-Vestibular Impacto - A Transição Do Brasil Agrário-Exportador para o Urbano-Industrial II

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CONTEÚDO

PROFº: FRANCO
05 A Transição do Brasil Agrário-Exportador para o Urbano-
Industrial
A Certeza de Vencer KL 290408 – AB(N)

1. Classificação das Indústrias No século XX as metrópoles urbano industriais


As indústrias podem ser classificadas com bases em passaram a concentrar as maiores e mais importantes
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vários critérios, em geral o mais utilizado é o que leva em indústrias, o que as tornou o centro da economia de vários
consideração o tipo e destino do bem produzido: países do planeta, como é o caso da região metropolitana de
a) Indústrias de base: são aquelas que produzem bens São Paulo no Brasil, ou do Manufacturing Belt nos EUA.
que dão a base para o funcionamento de outras indústrias, Atualmente a tendência é a da desconcentração industrial,
ou seja, as chamadas matérias primas industrias ou insumos onde as indústrias buscam novos locais onde os custos de
industriais, como o aço. produção sejam menores, como ocorre com o chamado Sun
b) Indústrias de bens de capital ou intermediárias: são Belt nos EUA, ou na relocalização produtiva que estamos
aquelas que produzem equipamentos necessários para o verificando no Brasil, isso gera uma mudança significativa dos
funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas. fluxos migratórios, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro,
c) Indústrias de bens de consumo: são aquelas que deixam de ser as maiores captadoras de pessoas, cedendo
produzem bens para o consumidor final, a população comum, esse posto para cidades do interior de São Paulo dentre
elas subdividem-se em: outras localidades.
c.1) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a
longo prazo, como automóveis. 3. O Arquipélago Econômico (isolamento regional)
c.2) Bens não duráveis: as que produzem bens para
consumo em geral imediato, como as de alimentos.
Se levarmos em consideração outros critérios como, por
exemplo:

1 - Maneira de produzir:
a) Indústrias extrativas;
b) Indústrias de processamento ou beneficiamento;
c) Indústria de construção;
d) Indústria de transformação ou manufatureira.

2 - Quantidade de matéria prima e energia utilizadas:


a) Indústrias leves;
b) Indústrias pesadas.

3 - Tecnologia empregada:
a) Indústrias tradicionais;
b) Indústrias dinâmicas.

2. Os fatores Locacionais
Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens
que um determinado local pode oferecer para a instalação de
uma indústria. A configuração em arquipélago econômico (ilhas
Podem ser eles: econômicas) refletia o papel do Brasil como produtor de
- Matéria prima abundante e barata; mercadorias para o mercado mundial e como as atividades
- Mão de obra abundante e barata; produtivas nesse longo período foram ocupando
- Energia abundante e barata; espacialmente várias áreas do território. As culturas como
- Mercados consumidores; açúcar, fumo, cacau, borracha ou café; desenvolveu-se em
- Infra-estrutura; áreas diferentes de acordo as vantagens comparativas
- Vias de transporte e comunicações; naturais e históricas de cada porção do espaço brasileiro.
- Incentivos fiscais; Esse arquipélago mercantil configura-se como “bacias de
- Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas. drenagens” integradas ao centro em grandes cidades
portuárias, que escoavam a produção ao mercado externo.
Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias
Essa organização do território produziu as grandes cidades
inglesas se concentraram nas proximidades das bacias
portuárias do Brasil rural-agrário, centros modernos com
carboníferas, o que fez com que ali surgissem importantes
laços intensos aos centros urbanos europeus. Pode-se citar as
cidades industriais, que ganharam o apelido de cidades
cidades: Belém, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luís,
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negras, isso se deu em decorrência do pequeno


etc. As relações econômicas ou demográficas entre essas
desenvolvimento em especial dos meios de transporte. Na 2ª
áreas ou as ilhas eram inexpressivas ou precárias, chegando
Revolução Industrial do final do século XlX, com o
em vários períodos há serem inexistentes, pois o crescimento
desenvolvimento de novos meios de transporte ( ferrovia) e a
e dinamismo econômico eram diretamente resultado do
utilização de novas fontes de energia ( eletricidade, petróleo,
comércio voltado ao mercado mundial.
etc.) houve uma maior liberdade na implantação de indústrias
que fez com que surgissem novas áreas industriais.
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3.1. O fim da economia de arquipélago destinavam-se a atender as necessidades imediatas da


A relação assalariada de trabalho deu o início a um população. Como não houve a implantação de indústria de
considerável mercado interno de consumo que bens de produção, tínhamos de importar maquinas para o
conseqüentemente, gerou as bases para um maior incremento de nossa indústria, o que estabelecera uma
crescimento industrial no final do século XIX; abrindo dessa dependência tecnológica em relação aos países mais
forma a possibilidade de circuitos inter-regionais de industrializados.
mercadorias, pois as necessidades dos trabalhadores, de Reconhecendo a importância da indústria de base, o
alimentos, tecidos e calçados, passaram a ser parcialmente governo de Getúlio Vargas criou algumas empresas estatais
atendidas pela indústria nascente. Ao poucos foi se no setor de bens de produção como, por exemplo, a CSN e
intensificando a articulação entre as regiões, acabando, dessa a CVRD. Na década de 50, perante a escassez de energia
forma, reduzindo o isolamento anterior. elétrica, a baixa produção de petróleo e a rede de transporte
e comunicação deficientes, trazendo sérios obstáculos ao
4. A industrialização e o novo espaço geográfico desenvolvimento industrial no Brasil, o novo governo de
O desenvolvimento industrial da região do sudeste, Vargas inaugurou em 1951 a Companhia Hidrelétrica do São
principalmente do Estado de São Paulo, se beneficiou de Francisco, e em 1953 a Petrobrás, tentando dessa forma
capitais, infra-estrutura de transporte energia, da mão-de- resolver alguns desses problemas.
obra, da urbanização e do mercado consumidor criado pela O desenvolvimento industrial de 1956-1960 (JK) foi
economia cafeeira. baseado na forte participação do capital estrangeiro, que
A concentração industrial nos Estados de São Paulo e entrou no país atraído pelos incentivos cambiais, tarifários,
Rio de Janeiro transformou a região sudeste no principal pólo fiscais e creditícios oferecidos pelo Estado. Foi nesse período,
econômico do país. A indústria, centro dinâmico da economia conhecido como desenvolvimentista que ocorreu em maior
brasileira a partir da década de 30, criou um novo espaço escala a internacionalização da economia com a entrada das
geográfico, que em poucas décadas passou a concentrar a indústrias de bens de consumo duráveis (automobilística
maior parcela da população e da produção do país: o espaço e eletrodomésticos) e o desenvolvimento do chamado tripé
urbano-industrial. econômico (associação do capital privado nacional, do capital
estrangeiro e do capital estatal na economia, uma vez que
Estado continuou a investir em setores de energia e
transporte), o famoso tripé.
Após 1964 o Estado assumiu a função de órgão
supervisor das relações econômicas e colocou em práticas
políticas econômicas dirigidas ao avanço da industrialização e
da modernização de forma conservadora, ou seja, sem
incluir nos projetos de desenvolvimento econômico os
avanços na área social. Para implementar esse
crescimento o governo utilizou a poupança externa, ou seja,
realizou um endividamento crescente no exterior.
A partir desse período nota-se uma dispersão
industrial em relação a outras regiões do Brasil. A ação
do Estado através das superintendências de
desenvolvimento teve uma atuação voltada para promover
o “desenvolvimento econômico” capaz de corrigir os
A firme disposição do governo federal em estimular a desequilíbrios regionais, atenuar as tensões sociais, a manter
industrialização do país e a expansão rodoviária a estrutura tradicional de propriedade de terras e de
desempenhou importante papel no processo de integração ocupação dos “espaços vazios”.
nacional, que se afirmou em definitivo a partir da década de Nas décadas de 1980 e 1990, depois da grande
50 com a construção de Brasília. expansão da economia brasileira ocorrida na primeira metade
A necessidade de ligar a nova capital ao restante do dos anos 70 - o chamado milagre econômico - o processo de
país possibilitou a complementação de várias rodovias e a desconcentração espacial das atividades produtivas acelerou-
incorporação de novas áreas no cenário nacional (Centro- se. Na década de 90 as cidades médias passaram a atrair
Oeste e Amazônia). cada vez mais o capital produtivo.
A crescente integração da economia do Sudeste as
demais regiões do país teve conseqüências muitas profundas;
de um lado criou um mercado interno nacional e integrou
economicamente o país, de outro lado, limitou e até
subordinou o desenvolvimento industrial das outras regiões,
transformando-as em fornecedoras de alimentos, matérias-
primas e mão- de- obra.
A indústria integrou o território nacional, porem
causou também profundas desigualdades sociais e regionais.
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5. O Desenvolvimento Industrial
Entre 1880 e 1930, foram implantados os principais
setores da indústria de bens de consumo não duráveis
(alimentos, calçados, tecidos e etc.), esses setores exigiam
pouco investimento de capitais e tecnologia simples, e

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