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APRESENTAM:
FANTASYLAND 02

The Golden Dinasty

Traduo: Kiara Sariel

Reviso Inicial: Justine ONeel

Reviso Final: Kim Nana

Leitura Final e Formatao: Eva M. Carrie

Artes: Alma Lopes

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 Aviso
Essa traduo foi feita pelos grupos Butterfly Tradues e
Pgasus Lanamentos, de forma a proporcionar ao leitor o
acesso obra, o motivando a adquirir o livro fsico ou no
formato e-book. O grupo tem como objetivo a traduo de livros
sem previso de lanamento no Brasil, no visando nenhuma
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lucro direto ou indireto, nos termos do art. 184 do Cdigo Penal e
da Lei 9.610/1988.

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 Sinopse

Circe Quinn foi dormir em casa e acordou em um curral cheio

de mulheres vestindo virginais trajes sacrificiais - e ela uma delas.
Logo descobre que no est tendo um sonho louco, est vivendo
um pesadelo assustador, onde foi transportada para uma terra rida
habitada por um povo primitivo e, em pouco tempo, est instalada
muito a contragosto em um trono branco feito de chifres, como sua
rainha.

Dax Lahn o rei de Suh Tunak, a Horda da nao de

Korwahk e, com apenas um olhar para Circe, sabe que ela vai ser
sua noiva e, juntos, vo comear a Dinastia Dourada sobre a qual
fala a lenda.

Circe e Lahn esto separados pelo idioma, pela cultura e pelo

pequeno fato que ela vem de um universo paralelo e no tem ideia
de como chegou l ou de como voltar para casa. Mas, enfrentando
desafio aps desafio, Circe encontra o equilbrio entre ser rainha da
brutal Horda Korwahk e ser esposa do rei deles, ento faz amigos,
em seguida, se encontra se apaixonando por esta terra primitiva,
pelo seu povo e, especialmente, pelo seu lder selvagem.

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 Nota da Autora

A terra na qual voc est prestes a ser introduzido tem sua

prpria linguagem. A fim de no modificar a aparncia e o fluxo do
livro, no coloquei em itlico esta lngua estrangeira ficcional.
Tenho, no entanto, a traduzido no decorrer da narrativa ou, se no,
fao uma anotao no dilogo e a traduo est includa no final do
captulo. Para sua referncia, inclu um dicionrio Korwahk no final
do livro. Este dicionrio inclui definies de palavras em Korwahk,
bem como explicaes sobre os diferentes pases, regies e mares
do meu universo alternativo fictcio.

A fim de avanar ao longo da histria, tambm tomei

liberdades com a quantidade de tempo que a nossa herona leva
para aprender essa nova lngua e o nosso heri para aprender a
dela. Nossa Circe uma menina inteligente e nosso Lahn
fabuloso, mas ningum to inteligente e fabuloso exceto na
fantasia.

Bem-vindo a Korwahk. Espero que voc desfrute do seu

tempo nela.

Kristen Ashley

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 Prlogo

Correndo

Eu estava correndo.

Correndo nessas sandlias estpidas e um pouco frgeis.

Correndo pela minha vida.

Ele estava no seu cavalo, podia ouvir os cascos do animal

batendo atrs de mim, ouvia isso mesclado com minha prpria,
ofegante, esfarrapada e em pnico, respirao e ele estava se
aproximando.

Estava coberta de sangue. No o meu. Ele ainda estava

quente de quando jorrou do corpo daquele homem.

Eu no sabia onde estava ou como cheguei aqui. No tinha

certeza do que estava acontecendo. Fui me deitar na minha cama
em um mundo que conhecia e acordei aqui, em um mundo que era
totalmente estranho para mim, tudo, e nem uma coisa sobre ele era
boa.

E agora eu estava correndo pela minha vida.

Os cascos do cavalo chegaram mais perto, sabia que

estavam quase em cima de mim. Frentica, olhei para trs e vi que
estava certa. No s estavam perto, o homem, o cavaleiro, to
grande que parecia gigante, tinha se inclinado acentuadamente

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para o lado, seu corpo alinhado com o meio do cavalo.

E seu longo brao estava esticado.

Olhei para frente e tentei correr mais rpido.

Mas no conseguia ir mais rpido e, certamente no

conseguia correr mais rpido que um cavalo.

Gritei quando o brao enganchou minha cintura, se fechando

ao redor dela, e me ergueu, me levantando do cho, antes da
minha bunda ser plantada sobre o cavalo, na frente dele.

Sem pensar, soltei um grito assassino, me virei no cavalo e

me preparei, em vez de correr pela minha vida, para lutar por ela.

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 Captulo Um

O Desfile

Uma hora mais cedo

Eu estava em um chiqueiro, uma espcie de curral.

Sim, um curral. Onde voc mantm os animais. S que era

bsico, nem um pouco moderno, primitivo estacas altas e finas,
mas com aparncia resistente, com faixas de couro por toda a volta.

Havia homens enormes, extremamente musculosos,

montando guarda a cada um metro e meio em torno do curral,
usando apenas calas feitas de couro, a parte superior dos seus
corpos pintada com listras em preto e branco. E o interior do curral
estava cheio de mulheres vestidas como eu.

Sandlias frgeis e pedaos de seda fina, de todos os tons,

abraando nossos corpos e mantidos juntos nas duas extremidades
com uma espcie de colar em forma de anel, nos nossos pescoos.

Seus rostos estavam maquiados ao extremo. Delineador

pesado. Sombras cor de rosa, roxo, verde e azul. Lpis nas
sobrancelhas. Blush. Batom vermelho escuro, pink ou roxo.

E todo mundo tinha muito cabelo. Muito mesmo. At l.

E suspeitava que eu tambm.

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 Sinceramente, se no estivesse nesse curral usando um
pedao de tecido azul claro e um colar de prata em forma de anel,
teria achado maneiro. Quem quer que seja que fez o cabelo e a
maquiagem, era um mestre. Era fenomenal.

Mas estava apavorada demais para achar que qualquer coisa

era maneira.

Havia pessoas zanzando em volta do curral, olhando, mas

no chegavam muito perto. No se aproximavam porque os
guardas no as deixavam chegar perto demais. Ns, as garotas do
curral, estvamos fora dos limites, isso estava claro. Podiam olhar,
mas no podiam tocar, nem falar conosco.

Alguns desses espectadores usavam roupas estranhas; os

homens, calas de couro cru como a dos guardas, mas alguns
tinham coletes abertos sobre o peito ou largas faixas de couro em
torno da cintura (apenas os guardas tinham a pintura preta e
branca, no entanto). Algumas mulheres usavam o que pareciam ser
sarongues na parte inferior, amarrados e, aparentemente,
sustentados por cintos, na sua maioria feitos de tecido ou couro,
alguns feitos de metal, prata ou cobre, mas no havia muitos
desses. Na parte de cima, usavam tops de biqunis ou bustis
tomara-que-caia, algumas, um pedao de tecido que envolvia a
parte superior dos seus seios, a parte de baixo cobrindo at um
certo ponto.

Havia outros homens olhando tambm, estes vestidos com

roupas moda antiga, calas, botas, camisas soltas, coletes e
chapus de abas largas com penas.

No havia mulheres vestidas moda antiga, apenas os

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homens que observavam.

Ficou claro que havia dois tipos de pessoas l. Aquelas, como

os guerreiros, com a pele profundamente bronzeada, os olhos de
tons escuros e cabelo preto. E as mulheres em seus sarongues e
homens com calas de couro cru.

E olhavam para ns com curiosidade.

Os homens vestindo roupas moda antiga eram diferentes.

Todos tinham cabelos e olhos coloridos.

Todos olhando com curiosidade tambm, mas no de forma

benigna ou indiferente. Com lascvia.

E isso me assustou.

Fora do curral, alm dos espectadores, vi tendas, grandes e

redondas, e tochas. Alm delas estava escuro porque era noite,
mas parecia que o cho era de terra ou areia e pedras quebradas
com intervalos intermitentes na superfcie polida. Parecia um
cenrio da srie Ilha de Gilligan, mas no era falso e, portanto,
definitivamente, no engraado.

Eu tinha acordado nem h uma hora atrs, em pnico e

assustada pra cacete, principalmente, porque no estava na minha
cama, na minha casa em Seattle, o que assustaria bastante
qualquer um, mas acordar aqui significava que estava assustada
pra caralho.

Isso causou um pequeno tumulto, quando fiquei de p e

comecei a agir exatamente como eu estava, assustada, fora de
mim, em pnico e apavorada pra cacete. Isto no foi encarado
favoravelmente pelos guardas pintados e musculosos. Na verdade,

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deixaram muito claro que o meu comportamento apavorado e em
pnico era altamente indesejvel. Felizmente, uma sensao
desconhecida de autopreservao me invadiu, me acalmei
imediatamente, sentei minha bunda, me recompus e decidi me
orientar.

No incio, pensei que era um sonho. Na verdade, decidi que

tinha que ser um sonho. Este tipo de merda no acontecia com as
pessoas, certo?

Mas, infelizmente, depois de me beliscar repetidamente e

chegar ao entendimento que, nos sonhos, voc no achava que
estava em um sonho, percebi que no era.

Era outra coisa.

E essa outra coisa era muito ruim.

Ento, enquanto examinava os arredores, decidi que tinha

que sair dessa coisa ruim, mas estava em um curral, pelo amor de
Deus, sendo vigiada por homens desagradveis e observada por
pessoas que pareciam ser nativas de alguma terra da fantasia,
estranha e extica.

E, alm disso, para sair dali, tinha que saber onde eu estava.

Ento, prestei ateno e observei os arredores.

E uma coisa que notei, que estava acontecendo na periferia

do nosso curral, foi que havia diferentes tipos de mulheres dentro
do curral. Havia aquelas com cabelo preto, olhos escuros e pele
bronzeada na verdade, esta era a grande maioria das mulheres. E
no pareciam em pnico ou com medo. Pareciam contentes,
algumas conversando com outras em uma lngua que eu no

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entendia, outras mantendo-se separadas e olhando suas
compatriotas de uma forma reservada ou mesmo calculista (e isso
tornou as coisas piores, porque muitos desses tipos de olhares me
visavam). Algumas at olhando com orgulho para os espectadores.

Em seguida, havia as que no eram como elas. No muitas,

contei trs.

Essas mulheres pareciam assustadas pra cacete.

Essas mulheres eram como eu.

E uma vez que descobri isso, decidi o que ia fazer primeiro.

No tinha ideia do que ia fazer em segundo lugar, mas pelo menos
sabia o que ia fazer em primeiro lugar.

E era descobrir o que diabos estava acontecendo.

Parecia que tnhamos liberdade para andar ao redor e

conversar, assim escolhi o meu alvo, me levantei e comecei a
caminhar.

Foi um erro. Os guardas no tinham se esquecido do meu

pequeno escndalo e os olhos escuros e proibitivos vieram at mim.
Alm disso, os espectadores que testemunharam meu chilique
voltaram sua ateno para mim, provavelmente porque estavam
ansiosos para ver o que acontecia em seguida. E ainda mais, quase
todas as mulheres de olhos escuros e cabelo preto no curral
colocaram os olhos em mim e fizeram isso de uma forma que no
parecia muito boa.

Humm... caraca.

Cautelosamente, persisti e caminhei atravs do curral at uma

mulher com pele plida, cabelo castanho claro e olhos claros. Ela

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no parecia em pnico, absolutamente. Diante de uma inspeo
mais prxima, nem sequer realmente parecia assustada. Parecia
resignada e tensa. Como se algo estivesse prestes a acontecer e
estava se preparando mentalmente para o que quer que fosse, de
uma forma que tomava toda sua concentrao.

Fiz o meu caminho atravs do curral e pulei quando uma das

mulheres com cabelos negros estendeu a mo e me beliscou, com
fora, na pele sensvel atrs do brao.

Ai! Gritei, minha mo indo at o brao, os olhos indo at

ela.

Ela se inclinou para frente e sussurrou alguma coisa para mim

por entre os dentes, parecendo uma cobra.

Pulei para trs e me coloquei distncia.

Eita, o que foi aquilo? Vaga... bunda.

Olhei para ela enquanto recuava e quando estava fora do seu

alcance, voltei para o meu alvo. Vi que no estava mais
concentrada no que estava concentrada anteriormente e tinha os
olhos em mim.

Ei disse calmamente quando cheguei perto dela, suas

sobrancelhas se ergueram em conjunto, sua cabea inclinou um
pouco para o lado e ela respondeu, hesitante: Humm ... ei.

Voc, humm ... se importa em conversar? Perguntei.

No ela disse suavemente.

Incrvel! Ela falava ingls.

Ento, vi um pequeno e estranho sorriso brincar nos seus

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lbios. Especialmente, j que voc a primeira pessoa com
quem falo em Hawkvale desde que fui tomada.

Ah, no.

Tomada?

Oh, no, parte dois.

Hawkvale?

Estava tendo a ntida impresso de que ela no havia

acordado de um sonho aqui. No como eu.

Estendendo a mo e capturando a minha, segurando com

fora, os olhos procurando os meus, ela sussurrou: Vai ser bom
saber, uma vez que formos reivindicadas, que algum prximo de
casa estar aqui.

Humm.

Oh, no, outra vez.

Reivindicada?

Ela falou duas frases e j fizemos um avano significativo,

ento priorizei.

Eu no sou de Hawkvale disse a ela e sua cabea

inclinou ainda mais para o lado.

Bellebryn? Ela perguntou.

Ok, l estava novamente. Estava quase certa que ela no era

como eu.

Humm ... no, oua.

Seu rosto se transformou antes de me interromper, com

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alguma surpresa. Middleland?

No, sou de Seattle.

Desta vez, as sobrancelhas ergueram juntas e perguntou:

Onde isso? do outro lado do Mar Verde?

Sim menti rapidamente, a fim de prosseguir adiante.

Ento perguntei: Onde estamos?

Seu corpo se inclinou e seu rosto relaxou. Ela olhou para mim
por um momento e, em seguida, sua mo apertou a minha e me
puxou para mais perto dela.

Quando estava prxima, pegou a minha outra mo e se

aproximou de mim, declarando: Voc foi protegida.

Protegida? Perguntei e ela balanou a cabea.

Meu pai era um viajante, minha me morreu quando eu era

uma criana, ento me levou com ele. Ele compartilhou comigo
muitas coisas ela se aproximou ainda mais e sua voz baixou
para um sussurro inclusive os contos de Korwahk. Ento,
olhou ao redor e apertou as minhas mos.

Korwahk? Falei e seus olhos se voltaram para mim.

Onde estamos agora.

Korwahk.

No se podia dizer que eu era um gnio em geografia, mas

estava achando que no tinha uma maldita ideia de onde Korwahk
ficava. Ou Hawkvale, Bellebryn, Middleland ou o Mar Verde.

O que sabia era que nenhum deles era familiar.

Eu j tinha a sensao que estava ferrada vendo que estava

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usando um traje sacrificial de virgem e em um curral. Mas agora
estava achando que estava mesmo ferrada.

Minha ateno se focou novamente sobre ela quando ela

disse em um tom horrendo: A caa esposa.

Uh, oh.

O qu? Perguntei, minha voz ofegante.

Ela soltou uma mo, manteve a outra e deslizou um brao em

volta da minha cintura, para que eu ficasse ainda mais perto antes
de perguntar: Qual o seu nome, minha querida?

Circe respondi.

Ela me deu aquele pequeno sorriso estranho e sussurrou:

Circe ... bonito.

Qual o seu? Perguntei.

Narinda. Foi em homenagem minha tia que, segundo

eles, se parecia comigo. Embora no possa dizer, porque no a
conheci.

Ele bonito tambm disse a ela e o brao na minha

cintura deu um aperto.

Ento, continuou com uma voz suave. Ento, os contos da

horda de Korwahk foram escondidos de voc.

Voc pode colocar dessa maneira respondi e ela

assentiu em compreenso.

Muitas meninas, meu pai me disse, foram protegidas desta

informao. compreensvel. Passei minha vida toda,
principalmente, em embarcaes com homens. Eu era amada

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novamente aquele pequeno sorriso estranho mas no protegida.

Eu sabia o que era isso.

Ento voc sabe onde estamos, por que estamos neste

curral? Perguntei.

Na verdade sussurrou, mas antes que pudesse falar

mais, uma estranha vibrao expectante passou pelo meio da
multido, a maioria das meninas no lugar ficou alerta e, em seguida,
de repente, havia tambores. O profundo e constante ritmo de
batidas de tambores muito altas.

Oh, droga. No tive um bom pressentimento sobre isso.

O desfile Narinda murmurou.

Oh, droga!

Que desfile? Perguntei, mas seus olhos no estavam

mais em mim, apesar de manter as mos sobre mim. Estava
olhando para fora do curral, ento apertei a mo dela. Que
desfile, Narinda?

Os olhos dela vieram at mim e disse com urgncia: Ns

vamos caminhar juntas e vamos conversar. Fique perto de mim.
Vamos tentar escond-la. Voc no quer que o Dax veja o seu
cabelo.

O qu? Sussurrei, mas as meninas estavam se

movendo, empurradas em direo a um porto que estava sendo
aberto por um guarda.

Narinda me moveu com as meninas, me mantendo perto, as

mos em mim, os olhos observando.

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 Ns no vamos conseguir escond-la dos guerreiros. Eles
vo ver voc. Dax, no entanto, j ouvi que no deixa o pdio e d
pouca ateno para o desfile. Dizem que ele est preparado, a cada
Caada, a reivindicar sua noiva, desde que veja algo que gosta,
mas nunca viu algo que apreciasse. Devemos tentar manter as
coisas dessa maneira.

Nos movemos atravs da abertura e fomos empurradas para

fora por algumas das meninas que claramente mal podiam esperar
para comear o desfile.

Muito estranho.

Elas no parecem estar com medo sussurrei para

Narinda enquanto ela nos mantinha em movimento sempre para a
frente, uma linha de curiosos se formando em ambos os nossos
lados.

Elas so de Korwahk Narinda explicou. Algumas,

filhas da Horda, outras das aldeias e assentamentos de Korwahk.
Elas consideram isto uma grande honra, ser escolhida para a
Caada. Crescem querendo nada mais do que serem escolhidas,
desfilar, serem caadas, reivindicadas e tomadas como esposa por
um guerreiro Korwahk.

Havia um monte de palavras que no gostei nessa

declarao, mas no pensei sobre isso. Estvamos andando
atravs de tendas e nos movendo em direo a uma rea que era
muito melhor iluminada. No tive tempo para pensar.

E voc e eu?

Olheiros so enviados para terras distantes. No conheo

esta Seattle onde a encontraram. No sabia que eles viajavam para

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alm do Mar Verde. Ouvi dizer que iam at Hawkvale, mas
raramente. O Rei Ludlum no um grande f disto e, se um batedor
capturado, lida com eles duramente, ento costumam encontrar
mulheres como voc e eu, que esto viajando. Eu estava com meu
pai em um navio no Mar Marhac. Ns tnhamos ancorado em um
porto de Korwahk. Papai me deixou com dois guardas que estavam
sobrecarregados e eu fui pega.

Sequestrada? Sussurrei em estado de choque, seus

olhos encontraram os meus, ela no deu seu pequeno sorriso
estranho; apenas olhou nos meus olhos, nos manteve
constantemente movendo para a frente e acenou com a cabea.

Oh, droga. Isto no tinha sido agradvel. Mesmo sob a luz

bruxuleante das tochas, que no iluminava exatamente o espao
como um campo de futebol, podia ver que isso no tinha sido
agradvel.

Sinto muito, Narinda sussurrei dando um aperto na sua

cintura. Sinto muito.

Isso j aconteceu, passado. Preciso olhar para a frente.

Papai me ensinou isso. O que aconteceu, aconteceu, mas o que vai
ser de agora em diante, como voc lida com isso.

Bem, essa era uma forma positiva de olhar para tudo isso.

S que no.

S espero que o guerreiro que me escolher seja gentil

ela disse suavemente, seus olhos estavam agora olhando para a
margem por debaixo das suas sobrancelhas.

Eu tambm.

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 E espero que possamos impedir o Dax de ver voc ela
continuou.

Por que continua dizendo isso? Perguntei.

Voc loira ela respondeu. Voc a nica mulher

loira no desfile. Voc se destaca.

Ah, no.

E voc tem grande beleza prosseguiu.

Aquilo foi legal. Ou teria sido legal em qualquer outro

momento da minha vida.

No neste, obviamente.

Ele gosta de loiras? Perguntei e ela deu de ombros.

No sei. O que eu sei que no tm quaisquer mulheres

que sejam loiras em Southlands, Korwahk ou em qualquer outro
lugar. Voc vai se destacar.

Ela no estava errada, olhando para as meninas, eu

definitivamente me destacava.

Quem esse Dax, de qualquer maneira? Perguntei,

movendo o meu olhar para a margem, em seguida, de volta para as
meninas em torno de ns, algumas lanando olhares, sorrindo para
os espectadores, quase pulando de excitao. E poucas como ns,
arrastando os ps e avanando com cautela.

O Rei Lahn respondeu, e olhei para ela. Eles no

falam a nossa lngua. Em Korwahk, rei dax explicou, ento
estremeceu antes de prosseguir. Ele um selvagem. Contos das
suas faanhas se espalharam largamente. Muito cruel. Sem

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corao.

No tive um bom pressentimento sobre isso tambm,

considerando que estvamos andando por uma aldeia com tendas
e tochas, pessoas vestindo peles e pedaos de tecido. Imaginei que
eram todos relativamente primitivos. Selvagem, cruel e sem
corao elevava isso um pouco e no eram algumas das palavras
das quais eu gostava.

Ela olhou para frente e, de repente, se tornou ansiosa, sua

mo deslizou da minha at o meu antebrao, onde o agarrou e me
puxou para mais perto enquanto continuvamos andando.

Estamos prestes a entrar na avenida dos guerreiros, ento

fique atenta disse ela rapidamente, soando to urgente quanto
estava agindo e um arrepio percorreu minha espinha e no foi um
arrepio bom. A Caa Esposa o que o nome diz que . Os
guerreiros de Korwahk so fortes e ferozes. So respeitados. Para
ser um guerreiro, voc tem que treinar desde pequeno e suportar
muitas provaes. Apenas os homens mais poderosos so
autorizados a entrar na Horda Korwahk. Para dar a sua vida nesse
treinamento e, em seguida, sair em misses e guerrear com o Dax,
lhe prometem riquezas, um montante das pilhagens da guerra e,
tambm, a participao na Caa Esposa, que lhes oferece a
oportunidade de reivindicar uma grande beleza como sua noiva
prometida.

Ok, era seguro dizer que as coisas no estavam melhorando.

Narinda continuou. Como voc pode ver, estamos

desfilando pela Daxshee, ou aldeia do Dax, o acampamento onde
vive com seus guerreiros. Vamos desfilar na frente dos seus

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guerreiros. Eles vo olhar para ns e decidir quem tomar como
esposa. Uma vez que o desfile concludo, vo montar seus
cavalos enquanto seremos levadas para fora da Daxshee. L,
seremos soltas. E l, eles vo nos caar.

Oh.

Meu.

Fodido.

Deus!

O qu? Gritei e ela sacudiu meu antebrao.

Circe, calma! Oua sussurrou. Isso importante.

Estava tremendo e estava ouvindo. Difcil. To difcil que

meus ouvidos doam.

Narinda continuou. Eles vo nos caar e nos reivindicar.

Seus dedos agarraram meu antebrao e ela o apertou mais. Eles
vo nos reivindicar como qualquer marido faz com sua esposa na
noite de npcias.

Ah, merda. Oh, Deus. Ah, merda. Oh, Deus, merda. Oh, Deus.
Merda.

Ela continuou. Eles vo nos trazer de volta para a aldeia,

nuas e reivindicadas.

Oh, Deus. Merda. Oh, Deus. Merda.

E, ento, o rito de casamento ser realizado diante do Dax.

Eu no queria saber. Eu realmente no queria.

Mas perguntei: O que isso?

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 Se estabelecer, minha linda disse ela suavemente,
ouvindo e entendendo o meu tom at mesmo sobre a batida forte
dos tambores. tudo o que o guerreiro quer. Em sua maioria,
simplesmente se apresentam ao Dax com a sua noiva. Depois, h a
dana, bebida, comida e a folia.

Ser que... Engoli em seco ns podemos colocar

uma roupa para essa, uh... folia?

Ela assentiu com a cabea. Aps a apresentao ao seu

rei, seremos vestidas com as roupas que o nosso guerreiro
fornecer.

Isso era bom.

Mas eu no chegaria a essa parte.

Eu no. De jeito nenhum. Eu ia fugir. Me esconderia. Ia lutar.

Ia fazer tudo o que pudesse para ficar longe disso, descobrir o que
diabos eu estava fazendo nesse maldito lugar louco e levar minha
bunda de volta para casa.

Vejo que voc est assustada Narinda chamou minha

ateno para ela e meus olhos se prenderam aos dela.

Bem... sim. Falei.

No, Circe, oua-me agora, no faa nada tolo disse

rapidamente, os olhos novamente examinando a multido, o espao
iluminado cada vez mais perto e pude ver a urgncia no seu rosto.

O que seria tolo?

No lute contra a reivindicao. No. a tradio deles.

Eles no vm nada de errado nisso e, olhe para as mulheres
Korwahk. Circe, olhe para elas. Elas mal podem esperar.

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 Olhei para as mulheres Korwahk. Era verdade. Era insano,
mas era verdade.

Elas, obviamente, mal podiam esperar.

Ento Narinda passou a aconselhar. Aceite o seu guerreiro,

suporte a reivindicao e tenha esperana, esperana, minha linda,
com todo o seu corao, que voc consiga um guerreiro que seja
bondoso sob toda aquela dureza.

Estava tremendo dos ps cabea e ficando doida. Queria

correr.

Mas j era tarde demais.

Estvamos entrando na avenida dos guerreiros.

Sabia disso porque os espectadores tinham desaparecido. A

nica coisa que restava eram duas linhas de cada lado de ns,
ombro a ombro, de homens vestindo nada alm de calas, os
reluzentes corpos de pele escura pintada. Alguns tinham listras
brancas pintadas, alm de pretas, no muitos, alguns. Havia
tambm, vermelhas. Sobre a mesma quantidade tinha um azul
profundo. Alguns tinham uma combinao de todas estas cores.
Mas apenas alguns pintados s com faixas pretas, e esses pintados
exclusivamente com as faixas pretas no estavam nem perto de ser
maioria.

E era assustador. Eles eram assustadores. Porque eles eram

enormes. No grandes, no altos, enormes. Todos eram magros e
musculosos, no um pouco, muito. Alguns tinham cicatrizes. Alguns
tinham cicatrizes seriamente desagradveis. Todos tinham cabelo
preto, longos e puxado para trs dos rostos pintados. Todos
estavam usando o que parecia ser uma longa corrente dando voltas

24
em torno de suas cinturas. Todos tinham espadas macias em
bainhas cruzadas nas suas costas e todos tinham duas facas nas
bainhas de cada lado da cintura.

Pareciam guerreiros e pareciam selvagens.

O lugar estava iluminado com toneladas de tochas e algumas

fogueiras enormes. Os tambores ainda estavam batendo, mais alto
agora, o som esmurrando minha pele. Andei diante dos guerreiros e
fiquei feliz pelas mulheres de Korwahk quererem esses homens.
Estava feliz, porque elas tambm sabiam que eu ia chamar a
ateno por ser loira e elas queriam essa ateno. Os olhos de um
guerreiro vieram at mim, mas no momento em que o fez, uma
mulher Korwahk se moveu para ficar na minha frente, capturando
seu olhar. Ela se inclinou para mostrar o rosto, para mostrar o corpo
e apertou os braos juntos para empurrar para cima os seios.

Obrigada, Deus.

Circe, fique perto de mim, abaixe a cabea sem parecer

que voc est querendo se esconder. Estamos perto do Dax.
Narinda advertiu com a voz baixa, mas acima do som dos tambores
e me movi ainda mais para perto dela e tentei abaixar minha cabea
sem parecer que estava querendo me esconder.

E chegamos no Dax. Os tambores soavam to altos que eram

tudo que conseguia ouvir. Cada batida parecia que martelava contra
o meu corpo. E as mulheres Korwahk nossa volta, ficaram
frenticas. Elas inundaram a rea no nosso lado esquerdo e fizeram
de tudo para se colocarem em exposio.

Me inclinei, olhando atravs dos corpos ondulantes tentando

enxergar alguma coisa, mas tudo que vi foram vultos. No entanto,

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esses vultos no eram legais.

Um vasto e grande trono, cerca de dez degraus acima. Um

enorme trono que parecia feito quase que inteiramente de chifres
colossais, pretos, retorcidos, que disparavam para cima e
circulavam a parte de trs, o mesmo nos braos e no assento. Os
ps, no entanto, pareciam ps de elefante.

Humm... nada legal.

Por trs do trono estava o que parecia um rio de fogo que

percorria todo o seu comprimento, o iluminando. Em ambos os
lados do trono, enormes fogueiras, em seguida, enormes tambores
que eram pelo menos da altura de dois homens adultos e os
homens que tocavam os tambores tinham que correr em direo a
ele, lanar o taco com o impulso do voo de todo o seu corpo, cair de
p, recuar e depois correr novamente at eles. Estavam brilhando
de suor pelo esforo.

Foi tudo que consegui ver. No havia nenhum homem

sentado no trono. No havia ningum l.

Ningum.

At que o vi.

De p em um dos lados e na parte de cima da beira do

estrado, olhando para baixo estava um homem gigante. Uma besta
de um homem. Mais alto do que qualquer um dos guerreiros
extremamente altos nos lados do desfile, mais largo, mais
musculoso, mais selvagem.

Estava olhando para o trono, no para o desfile, e um homem

usando uma veste estava gesticulando para ele. Seus braos

26
estavam cruzados no meio do peito musculoso, o peito e o rosto
pintados com faixas pretas, uma faixa atravessando os seus olhos.
Ele no usava outras cores.

E parecia entediado.

Aquilo foi tudo que vi antes das frenticas mulheres Korwahk

gritarem naquela lngua estranha e ocuparem o espao na minha
frente, pulando para cima e para baixo como se estivessem no
show da sua banda favorita de garotos.

Ele no tem nenhuma inteno de tomar uma esposa nesta

Caada, graas aos deuses. Narinda murmurou ao meu lado e
seu alvio foi to grande, que me contagiou. Relaxei e ela se moveu
para passarmos s pressas, mas podia dizer que ela estava
tentando no parecer apressada.

Ento fiz uma coisa estpida. No sei por que fiz, mas fiz.

Quando estvamos passando pelo trono e as meninas

comearam a me rodear de novo para desviar a ateno que os
guerreiros estavam me dando, olhei para o selvagem rei Korwahk.

E, quando o fiz, olhei direto nos olhos escuros e pintados.

Oh, merda!

Olhei para baixo rapidamente e prendi a respirao.

Circe? Narinda chamou, ouvindo meu suspiro at

mesmo sobre o som dos tambores.

Ele me viu sussurrei.

O qu? Ela perguntou.

Ele me viu! Gritei. O Dax!

27
 Seus olhos se arregalaram e ela sussurrou em resposta:
Oh, no!

Fechei os olhos com fora.

Tudo bem, tudo bem, minha querida, talvez ele no a tenha

visto. Talvez, ele- ela falou, agarrando o meu brao.

Ele viu. Sussurrei enquanto nos movamos para alm da

avenida de guerreiros para outro mar de curiosos.

Ela apertou meu brao. Talvez no.

Balancei a cabea. Talvez no disse suavemente.

Mas ele viu.

28
 Captulo Dois

A Reivindicao

Um guerreiro irrompeu com sua enorme espada, cortando o

guerreiro que havia agarrado o meu colar, o sangue quente espirrou
em toda a minha frente, gritei e pulei para longe enquanto o
guerreiro agarrado a mim caa, sem vida, no cho.

Narinda no tinha me falado sobre a Caada. No tinha me

dito que os guerreiros lutariam entre si por suas noivas. Voc podia
ouvir os grunhidos dos homens por todos os lugares, o choque do
ao, os uivos de dor, os rugidos da vitria.

Voc tambm podia ouvir os gritos das mulheres, a maioria de

surpresa, alguns de medo, outros de angstia, alguns de xtase, se
misturando com os gemidos dos homens que encontravam o alvio
sexual.

Tudo isso vindo at mim, de todas as direes, atravs da

noite escura.

Era um pesadelo. Um senhor pesadelo.

Era a terceira vez que que tinha sido capturada, jogada no

cho duro por um guerreiro que se lanou de um cavalo para faz-
lo. Ele, ento, pegou a ponta da corrente em torno da cintura,
prendeu ao meu colar e, em seguida, comeou a lutar comigo, luta

29
que sabia que eu ia perder, porque todos eram homens
desumanamente fortes e fedorentos, podia acrescentar, muito mais
fortes do que eu. Ento, ele foi desafiado por outro guerreiro (uma
vez, por dois). Ento batalharam, espada contra espada, faca
contra faca, punhos contra carne e a nica coisa que tinha a
agradecer era que a corrente era longa e cada guerreiro que se
conectava a mim me empurrava para bem longe da briga.

Os outros tinham desistido, porm, golpeando o guerreiro

vitorioso na cabea sem parecer nem um pouco chateados e, em
seguida, soltaram a minha corrente, remontaram seus cavalos e
saram pela noite adentro.

Este guerreiro tinha matado o homem acorrentado a mim.

Recuei, tentando arrastar o enorme guerreiro inerte que

estava ligado a mim quando o novo guerreiro caminhou at mim, os
olhos intensos, o corpo mais coberto por cicatrizes do que a
maioria, seu rosto, mesmo que apenas iluminado pela luz da lua e
das tochas da Daxshee, era feroz e malvado. Eu o reconheci
imediatamente, enquanto ofegava e puxava a corrente, arrastando
o guerreiro imvel comigo enquanto o novo me rodeava, e, embora
no quisesse qualquer um deles, este eu realmente no queria.

Ento jogou sua espada para o lado e me pegou de surpresa.

Antes que pudesse firmar os ps para mover meu corpo, seu peso
veio voando pelo ar. Me atingiu e ca de costas, o ar escapando,
seu peso agora em cima de mim.

Eu lutei para respirar e fui derrotada quando ele

desenganchou a corrente do meu pescoo e enganchou a sua
prpria, completamente imune, enquanto eu me contorcia.

30
 Uma vez que tinha sua corrente presa a mim, sua cabea se
virou para mim. Fiquei imvel por um segundo diante da crueldade
facilmente lida nos seus olhos, sua mo foi para baixo de ns,
empurrou uma das minhas pernas para o lado e gritei na cara dele,
lutando com todas as minhas foras, ento, por algum milagre ele
se levantou e eu o empurrei, me arrastando debaixo do corpo dele,
me levantei, minhas mos indo at a corrente no meu pescoo para
tentar desprend-la e corri.

Dei quatro passos antes da corrente ser puxada

violentamente. Voei para trs e aterrissei com fora e
dolorosamente, com a bunda no barro.

Me movendo para trs rapidamente, de bunda, uma das mos

indo at o gancho no colar e o segurando, a outra indo at a
corrente para segur-la e me dar alguma folga, quando ele a puxou
de novo, a dor penetrando o meu pescoo, onde o colar se enterrou
e minha bunda foi arrastada pela rocha na direo dele.

Deus, estava me puxando como um animal.

Que merda eu fiz para ser transportada para este buraco do

inferno?

No! Gritei, puxando a corrente com fora e, em

seguida, ns dois ouvimos batidas de casco.

Minha cabea virou, meu corao se apertou, meu estmago

se contraiu e vi o Dax montado em um enorme cavalo escuro se
aproximando de ns.

Merda, caralho, porra, merda!

O guerreiro acorrentado a mim gritou com fria, tirou duas

31
facas das bainhas em sua cintura, assumiu uma postura de batalha,
mas o cavalo continuou vindo, vindo rpido, muito rpido,
avanando, e o cavaleiro claramente no iria desmontar.

Ele no o fez.

No ltimo instante, o brao musculoso levantou, arrancou a

espada da bainha em suas costas e com um golpe poderoso para
baixo, no segundo que o seu cavalo parou, a corrente que me
ligava ao outro guerreiro, com uma fasca e silvo de ao contra ao,
foi cortada e voei para trs, mais uma vez, sobre a minha maldita
bunda.

O outro guerreiro novamente rugiu sua fria, desta vez, se

fosse possvel, ficou claro que sua ira era seriamente furiosa
quando o Dax moveu instantaneamente seu cavalo em um crculo
apertado e atacou o guerreiro de p.

Oh, merda.

Esquea essa merda. Eu estava dando o fora.

Me levantei e desatei a correr.

No tinha ideia aonde estava indo. No tinha ideia de onde

estava. No tinha ideia do que estava l fora. E no me importava.

S corri para longe das luzes da Daxshee atravs das pedras

iluminadas pelo luar brilhante para o que parecia ser uma terra
deserta na sua maioria.

Eu no tinha um plano. Nem tinha nada na minha mente.

Exceto fugir.

O lado do meu corpo doa. Meus ps doam. Meu pescoo

32
doa. Minha bunda doa. E precisava de um fodido suti. Mas no
me importei. Corri.

E corri.

E corri freneticamente.

Ento, ouvi as batidas dos cascos atrs de mim, firmes,

rpidas, batendo contra a rocha e sabia que o Dax tinha triunfado
contra o assustador, enorme e cruel guerreiro.

No precisei olhar.

O Dax estava vindo atrs de mim.

Eu sabia.

Corri mais rpido, acelerando, a dor no meu lado, agonizante,

mas continuei correndo o mais rpido que podia.

Os cascos do cavalo chegaram mais perto; sabia que

estavam quase em cima de mim. Desesperada, olhei para trs e vi
que estava certa. No s estava perto, o homem, o cavaleiro, to
enorme que parecia um gigante, tinha se inclinado to
profundamente para o lado, que seu corpo estava alinhado no meio
do cavalo.

E seu longo brao estava esticado.

Olhei para a frente e tentei correr mais rpido.

Mas no conseguia ir mais rpido e, certamente, no

conseguia correr mais rpido do que um cavalo.

Gritei quando o brao enganchou minha cintura, se fechando

ao redor dela e me levantou, me tirando do cho antes da minha
bunda ser plantada sobre o cavalo na frente dele.

33
 Sem pensar, soltei um grito assassino, me virei no cavalo e
me preparei, em vez de correr pela minha vida, para lutar por ela.

Ele tinha um brao minha volta, o outro soltou as rdeas e

foi at a corrente em sua cintura.

Levantei as mos, unhas mostra, e fui para os olhos dele.

Peguei o flash de surpresa que transpassou as feies

pintadas de preto antes que ele soltasse a corrente e seu aperto
sobre minha a cintura, recuasse e pegasse meus pulsos antes que
minhas unhas chegassem ao seu destino.

Aproveitei essa oportunidade para deslizar para fora do cavalo

que estava parando.

Fazendo isso, ele era forado a me soltar ou descer comigo.

Meus ps atingiram primeiro o cho, dor irradiando atravs dos
meus tornozelos at as panturrilhas e me deixei cair por causa
disso, rolei, me levantei de novo e comecei a correr.

O cavalo voltou at mim, mas desta vez, estava preparada.

Quando olhei para trs e o vi to perto, me agachei por baixo do
brao dele. Ele e o cavalo passaram batido por mim ento mudei
instantaneamente de direo e corri para o outro lado.

Parecia estar fazendo algum progresso e no ouvi nenhum

cavalo, mas fui parada quando um brao de ferro envolveu minha
cintura, me ergueu dos meus ps e me virou.

Merda, ele estava fora do cavalo. E, merda de novo, podia

correr sem fazer barulho.

Eu resisti violentamente, depois chutei ainda mais

violentamente. Seu brao afrouxou, meus ps tocaram o cho e

34
tentei correr, mas ele me pegou de novo. Me virei no seu abrao e
me lancei no pequeno espao, apoiada contra um p, que firmei
atrs de mim, e empurrei com todo o meu peso.

Seu torso balanou para trs, seus braos me soltaram

novamente, dei trs passos grandes para trs, em seguida, ele se
lanou. Seu impulso foi bem maior do que o meu e mais poderoso.
Me abordou e ca de costas, ele em cima de mim.

Grunhindo, me esticando e me debatendo, lutei, empurrei,

chutei, arranhei e mordi.

Eu no era preo.

Nem mesmo chegava perto disso.

Me subjugando com seu corpo, um brao e as pernas

pesadas, sua outra mo levantou e enganchou a corrente no meu
colar.

Maldio dos infernos, sabia o que isto significava.

Minhas costas arquearam e gritei com todas as minhas foras

a raiva frustrada que surgiu atravs do meu organismo.

Mas, mesmo acorrentada a ele, sabendo que era uma luta

que nunca ganharia, no desisti.

Minha mo foi at a cintura dele, encontrei o cabo da faca e o

segurei, puxando-a para trs, mas ele me desarmou antes que
pudesse dar o primeiro golpe. Ento seu prprio punho foi at a
outra faca, a puxou e a jogou longe.

Droga.

Ainda assim, no desisti. Continuei lutando.

35
 Unhas, dentes, gritos, socos, me contorcendo, chutando...
nada funcionou.

Ele conseguiu se posicionar, os quadris entre as minhas

pernas, ento puxou as pontas do tecido que me cobriam
grosseiramente, ambas as pontas arrancadas do colar, me
deixando totalmente exposta.

Minhas costas arquearam novamente quando gritei: No!

Direto no seu rosto e no desisti.

Suas mos seguraram meus pulsos, puxando-os sobre a

minha cabea, uma mo soltou os meus pulsos para prend-los
com apenas uma das suas mos grandes, a outra mo deslizando
entre os nossos corpos.

Por favor, no! Gritei enquanto continuava lutando, a

mo dele trabalhando nos seus lados e soube o que ele estava
fazendo, sentindo-o duro contra mim. Por favor, por favor, por
favor, no.

Sua cabea se aproximou, seus olhos travaram nos meus, os

brancos muito brancos contra o negro da pintura, a mo nos meus
pulsos apertando com fora, causando dor, as costas contra a
pedra causando mais dor ainda e lutei com ele da nica forma que
tinha restado.

Olhei para ele.

Ele sustentou meu olhar por longos momentos.

Ento, sem desviar os olhos dos meus, ele sussurrou:

Lahnahsahna.

Em seguida, inclinou a cabea, empurrou o rosto no meu

36
pescoo e me violou.

No segundo que me penetrou, no olhei, tinha cerrado

fortemente os olhos, mas o claro de um relmpago atravessou a
noite escura.

37
 Captulo Trs

O Ritual

Eu estava sangrando e nua diante dele sobre o cavalo

enorme, seu brao em volta de mim, o corpo grande, duro e quente
era tudo o que podia sentir nas minhas costas, o cavalo em
movimento era tudo o que podia sentir debaixo de mim.

Mas senti algo mais. Senti as dores nos meus msculos, os

ferimentos na minha pele, ambos pareciam cobrir cada centmetro
do meu corpo, por dentro e por fora.

E senti algo mais, algo to hediondo que me recusei a sentir.

Ento, no senti. Apaguei tudo da minha mente enquanto

observava as luzes, fogos e tendas da Daxshee chegarem cada vez
mais perto e me concentrei nos prximos horrores que estavam por
vir.

Ele ia me fazer desfilar nua pela sua aldeia, atravs do seu

povo, atravs dos seus guerreiros, atravs daqueles espectadores
nojentos, caada, espancada, humilhada e nua.

Fechei os olhos.

Como ia suportar isso?

38
 No longo caminho de volta seu cavalo tinha caminhado, no
trotado, no galopado. Caminhou.

No demorou muito e ele no disse uma palavra. Tambm

no me abraou com ternura ou com triunfo. Era como se eu fosse
um pacote que tinha que entregar em segurana. Nada mais.

Nada mais.

Eu era sua esposa, agora.

Jesus. Sua esposa.

Oh, Deus.

Precisava ir para casa.

O cavalo desacelerou, depois parou.

Meus olhos se abriram e meu corpo estremeceu.

Cinco mulheres estavam correndo para ns carregando uma

variedade de coisas que no pude realmente enxergar no escuro.
Olhei alm delas para ver que estvamos bem fora dos limites da
Daxshee. Era visvel, mas ainda estava distante.

Por que paramos?

Ele desmontou, em seguida, suas mos se levantaram,

envolveram minha cintura e me puxaram para fora do cavalo.

Tentei me segurar, mas no consegui sufocar o gemido de

dor. Ele me colocou na frente dele, mas no soltou minha cintura ou
se afastou.

Olhei nos seus olhos pintados para ver que estava me

observando como um espcime sobre o vidro. No havia muita luz,
mas pude ver seu rosto e estava inexpressivo e desinteressado.

39
 Deus, eu o odiava.

Em seguida, levantou a mo, desenganchou a corrente do

meu colar, virou a cabea e grunhiu algo para as mulheres, em
seguida, se afastou de mim. No minuto em que se afastou, uma
delas correu para a frente. Gentilmente pegando a minha mo, me
guiou para longe do cavalo e na direo das outras mulheres.

E foi quando, o mais estranho de tudo, foram gentis comigo e

murmuraram para mim, falando aquela lngua estrangeira com
vozes suaves, enquanto molhavam panos em jarros grandes e, com
cuidado, suavemente, limparam o sangue e a sujeira do meu corpo.
Enquanto estavam fazendo isso, uma delas me despojou do anel de
prata em volta do meu pescoo.

O que estava acontecendo?

Comecei a me afastar, no pensando em correr, aquele

monstro me pegaria, mas para ficar longe das mulheres. Meu corpo
j estava virado enquanto elas passavam os panos macios em mim,
mas uma mulher se aproximou e me segurou firmemente, mas com
gentileza, enquanto as outras me limpavam. O tempo todo, a
mulher que me segurava murmurou suavemente no meu ouvido.

Uma vez que estava lavada da cabea aos ps, a mulher que
estava me segurando falou algo baixinho, as outras concordaram,
correram para longe, inclinaram os troncos h aproximadamente
trs metros de distncia e, em seguida, correram de volta, trazendo
coisas que brilhavam luz do luar.

Oh, por favor, Deus, que sejam roupas.

Minhas preces foram atendidas, ou algo assim.

40
 Primeiro veio o que pareciam ser correntes de ouro. Tilintando
sobre a minha cabea, as puxaram para baixo, as prenderam e vi
que faziam parte de uma espcie de top, que tanto expunha quanto
cobria.

No era maravilhoso, mas pelo menos no era nada.

Uma saia curta com as mesmas correntes foi colocada em

torno dos meus quadris.

Tudo bem, ainda no era muito, mas era melhor que nada.

Em seguida, um colar de ouro, grande e muito pesado, foi

passado por cima da minha cabea. Era to grande e caa to
baixo, que cobria meus seios quase completamente, apenas um
pouco da pele nas laterais e embaixo, em exibio.

Tudo bem, isso estava ficando cada vez melhor.

Ento um cinto muito pesado, muito grande, feito inteiramente

de discos de ouro, com mais pendentes na parte de trs, foi
amarrado em torno dos meus quadris, escondendo o meu sexo,
mas, podia sentir, que no cobria inteiramente as bochechas da
minha bunda.

No era o suficiente, no me deixava confortvel, e todo esse

ouro era pesado pra caralho, mas no ia reclamar.

Em seguida, faixas douradas foram empurradas para cima

dos meus braos, at meus bceps, em ambos os lados, fazendo o
mesmo com braceletes largos que envolviam meus pulsos at
quase os cotovelos.

Bem, teria preferido esse monte de cobertura em outros

lugares, mas, novamente, no ia reclamar.

41
 E, em seguida, uma fina faixa de penas douradas, to
douradas que brilhavam ao luar como se tivessem glitter, foi
colocada em volta da minha cabea, sobre a testa, e amarrada na
parte de trs.

Por fim, movendo-se rapidamente, elas cobriram o meu corpo

com uma fina camada de leo de modo que ele cintilava.

Totalmente estranho.

Este foi, claramente, o toque final e, no minuto que

terminaram de passar o leo, todas se moveram, dando um passo
para trs e se curvando, enquanto a mulher que me segurava
murmurava algo para o Dax.

Antes que eu percebesse, eu e todo o meu ouro pesado

fomos envolvidos por um brao poderoso e plantados no cavalo. No
segundo que minha bunda bateu no cavalo, o Dax montou atrs de
mim.

Mas ns no nos movemos e uma das mulheres correu para a

frente. Ela pegou um dos meus tornozelos na mo, o empurrou para
cima e fez com que a perna balanasse em volta do pescoo do
animal.

Ela estava me dizendo que deveria montar daquela forma,

no como estava montada, como se estivesse sentada de lado em
uma sela.

No fiz objeo. No tinha mais foras em mim para objetar.

Qualquer objeo foi deixada em uma pedra, em algum lugar l
atrs. Ento levantei a perna e a passei sobre a cabea do cavalo.
Ela assentiu com a cabea em aprovao, sorriu para mim e
comeou a recuar, se curvando.

42
 O Dax fez um barulho batendo a lngua contra os dentes e o
cavalo avanou antes mesmo da mulher se afastar totalmente do
animal.

Tudo bem, ento, a m notcia que estava em outro mundo,

no tinha ideia de como tinha chegado l e esse outro mundo era,
absolutamente, de maneira nenhuma, um lugar no qual eu queria
estar. Tive que desfilar diante de guerreiros e caadores. Vi um
homem morrer por mim, um homem que nem sequer me conhecia.
Tinha sido perseguida atravs de uma terra rida e forada a
receber as atenes de um rei selvagem. Ento, tinha suportado a
cavalgada humilhante de volta, vestindo nada alm de um colar e
acorrentada a um bruto. No tinha nenhuma maneira de saber
quando isso acabaria, se acabaria e se alguma vez voltaria para
casa.

Mas, pelo menos no ia desfilar nua por uma aldeia primitiva.

O ouro era pesado, os elos da corrente no eram exatamente da
mais fina seda e o traje inteiro no me cobria totalmente.

Mas decidi que encararia isso como uma boa notcia.

As pessoas comearam a nos rodear quando o cavalo se

tornou visvel fora da Daxshee e o Dax mudou nossas posies
sobre o cavalo. Esta mudana era mnima, mas significativa. O
brao em volta da minha cintura deslizou para cima, para que a
parte sob os meus seios descansasse sobre ele e o apertou, ento
fui segura confortavelmente contra o corpo grande. Isto me mostrou
que eu no era um pacote para ser entregue de forma segura. Isto
era mais intimista. Mostrava que fui reivindicada.

Ento, sua boca encostou no meu ouvido e disse as primeiras

43
palavras desde que me tomou.

No entendi nenhuma delas, mas reconheci a ltima e mesmo

que no reconhecesse, no ia esquec-la. A ltima palavra que ele
disse naquela voz profunda, assustadora e spera foi um
convincente Lahnahsahna.

Ok, o que quer que diabos isso significasse, significava algo

para ele. Portanto, precisava descobrir o que significava. E estava
achando que precisava descobrir isso rpido.

Com os homens vestidos moda antiga se mantendo

afastados, mas com os olhos ainda sobre ns, o povo nativo se
aproximou do cavalo, deu uma olhada em mim, na minha roupa
dourada e comeou a aplaudir, sorrindo, gargalhando, pulando de
alegria, levantando as mos e acenando, alguns deles cantando,
enquanto prosseguamos atravs deles. Em seguida, flores foram
lanadas, apenas ptalas, mas quanto mais avanvamos na
Daxshee, mais pessoas havia, mais ptalas flutuavam em torno de
ns at que eram tudo o que se podia ver.

Era irado, mas tinha que admitir que sua suavidade parecia
flutuar e deslizar contra a minha pele quente, arranhada e dolorida.
E, se esta fosse uma ocasio alegre, como um casamento real de
pessoas se unindo por amor (o que no era), essas ptalas de
flores flutuando deriva sob a noite iluminada pelas tochas seriam
lindas.

O Dax no disse uma palavra enquanto cavalgava no meio da

multido e seu cavalo no mudou o ritmo, mas manteve o passo
lento e constante enquanto caminhava atravs da multido.

As pessoas e suas ptalas lanadas pararam quando

44
chegamos rea do trono. Elas ficaram para trs, mas seus gritos e
cnticos continuaram, enquanto o cavalo nos levava at o centro de
um grande semicrculo de pedra que saa da rea do trono. Este
semicrculo era formado por guerreiros montados em cavalos, as
mulheres reivindicadas na frente deles sobre a montaria, vestindo
nada alm dos colares com a corrente do guerreiro presa a eles.

Com isso, percebi que podia ser bom ser rainha.

Nenhuma delas, inclusive procurei e encontrei a Narinda,

tinha uma pea de roupa no seu corpo.

Quando encontrei seu olhar, inclinei a cabea para o lado e

lhe dei o que sabia ser um pequeno sorriso estranho.

Seu rosto se suavizou e ela retribuiu.

Ento, olhei para os outros guerreiros e suas mulheres.

Algumas mulheres pareciam emocionadas alm da conta. Algumas
pareciam desapontadas. Algumas pareciam assustadas (mesmo
sendo nativas, ver homens lutarem at a morte por voc, depois ser
sequestrada em uma terra rida, no era absolutamente a loucura
que esperavam).

O Dax parou ao p da escada que levava ao trono e no

hesitou em desmontar e me puxar para fora do cavalo.

Tentei (e falhei) no pensar nas minhas ndegas mostra

quando ele pegou minha mo e caminhou em direo aos tronos no
topo.

Sim, tronos.

Agora, havia dois. O preto e macio estava, agora,

acompanhado por um outro, menor. O mesmo estilo, mas os chifres

45
eram brancos e os ps no eram ps de elefantes, mas de algum
outro animal. Talvez veados. Talvez gazelas.

Completamente grosseiros.

O trono negro no tinha almofada, como j no tinha antes e,

obviamente, significava que os guerreiros experientes e fodes no
precisavam de coisas fofinhas como almofadas para suas bundas.
Mas o trono branco tinha uma almofada fofa de seda dourada
cobrindo o assento e outra recostada nas costas.

Ok, mais uma boa notcia. Tenho almofadas. Podia usar

almofadas. Minha bunda estava me matando.

Chegamos no topo e ele nos virou para a multido. Podia ver

alm do grande arco formado pelo que devia ser, ao menos, uma
centena de guerreiros, na verdade podia at ser mais, suas noivas
e seus cavalos, a multido tendo se aproximado.

O Dax estava parado, segurando a minha mo, os olhos se

movendo sobre a multido. Algum tinha levado o seu cavalo para
longe, ento nas imediaes do trono no havia nada alm de um
vasto espao aberto, a luz das tochas danando na superfcie da
pedra cor de creme.

Ele no falou; apenas observou a multido com os

assustadores olhos pintados. Eles no se moveram ou cantaram;
apenas ficaram em silncio e nos observavam.

Isto, por sinal, no foi divertido, mas encarei coisas menos

divertidas naquela noite, ento s observei e fiquei parada.

Ento ele comeou a gritar e, de repente, meu corpo

estremeceu. No tinha ideia do que estava dizendo, mas o que quer

46
que fosse, realmente estava falando srio, assim, muito. E isso
provou ser verdade quando, por duas vezes, ele bateu com o punho
poderoso no seu musculoso peito pintado.

Gritou por algum tempo, de repente, puxou minha mo, se

inclinando enquanto me corpo caa contra o dele, o outro brao me
pegou atrs dos joelhos, soltou a minha mo, o brao envolveu
minha cintura, me levantou com tal fora que minhas pernas saram
voando, meus braos circularam automaticamente o seu pescoo
para que no fosse enviada voando pelo ar e ele rugiu: Kah
Lahnahsahna!

Um grito ensurdecedor rompeu por entre a multido, to feroz;

a parede de som me atingiu como um soco fsico.

Mas ele no desfrutou de qualquer glria que estava

recebendo. Se virou para os tronos e, quando o fez, meus olhos se
fixaram nos dele passando pelo queixo barbado (ele tinha uma
espessa barba preta, que descia pelo queixo e era presa na ponta
com uma faixa de ouro) e seus olhos encontraram os meus.

Ento seus braos me apertaram com tanta fora que achei

que fosse quebrar meus ossos.

Em seguida, sussurrou ferozmente: Kah Lahnahsahna.

Antes que pudesse dizer uma palavra, me acomodou no meu

trono e, em seguida, se sentou no dele.

Ok, srio, precisava descobrir o que aquilo significava.

Olhei para ele e o vi inclinar a cabea para o primeiro

guerreiro no arco. Mais tambores comearam a soar, no o som
estrondoso, estes eram menores, faziam menos rudo, mas no era

47
msica. Era apenas uma batida e o ritual do casamento
comeando, imaginei.

Cada guerreiro levou seu cavalo bem nossa frente, ao p da

escada que levava ao trono, parando, desmontando, puxando sua
noiva para baixo e caminhando com ela alguns passos na nossa
direo. Isso aconteceu com um aps o outro. Todos os homens
acenaram com o queixo para o Dax, em seguida, seus olhos
vinham at mim e inclinavam a cabea ligeiramente. Algumas das
mulheres se curvaram para o rei e para mim.

Aps aquela coisa de balanar o queixo e se curvar, um dos

guerreiros puxou sua noiva para a frente dele, passou os braos ao
redor dela, um sobre o seu peito, assim podia levantar a mo at
sua mandbula e sorriu para o seu rei.

Claramente, estava bastante satisfeito com sua noiva e,

apesar do que eu prpria sentia, tive que admitir, era bonitinha. E
me permiti admitir isso, principalmente porque a menina parecia um
pouco hesitante, mas um pouco satisfeita, tambm.

Olhei para o Dax que no exibiu nenhuma reao. Ele podia

ter demonstrado que tambm a achava bonitinha ou podia ter
revirado os olhos. Mas seu rosto no demonstrou nada.

Ainda sorrindo, o guerreiro se afastou com o brao em volta

dos ombros da sua noiva nua.

Alguns casais mais tarde, Narinda apareceu com o seu

guerreiro. Ela tinha sangue sobre o seu corpo tambm. Claramente,
ele lutou por ela, porque tinha um ferimento pequeno no ombro. Os
movimentos com o queixo e as reverncias se seguiram, ento me
inclinei e encarei o olhar dela.

48
 Eu estou bem ela murmurou antes de, hesitantemente,
virar a cabea para o seu (belo, tive o prazer de ver, muito bonito,
mas tambm espero, gentil, sob todos aqueles msculos) guerreiro.

Ento fiquei igualmente satisfeita ao v-lo deslizar o brao

pela cintura dela de uma maneira que parecia carinhosa, antes que
a guiasse para descer os degraus.

Certo. Talvez Narinda fosse ficar bem.

Mais guerreiros, mais noivas, mais tambores, mais

cumprimentos com o queixo e reverncias e, ento, quase no fim,
fiquei chocada ao ver o guerreiro cruel que prendeu a corrente em
mim antes do Dax a ter cortado, subir os degraus arrastando uma
extremamente bela garota nativa atrs dele.

Ele tambm estava ferido, um olho inchado, uma ma do

rosto da mesma forma e estava sangrando muito pelo nariz e pelos
cortes rasos, mas desagradveis em seu peito.

Mas no foram suas feridas que me apavoraram. Foram seus

olhos.

Seus olhos estavam ardendo e essa queimadura vinha da sua

alma, uma alma cheia de dio e seus olhos estavam encarando os
do seu rei.

Oh, cara, isto no parecia nada bom.

Sua noiva tropeou nos degraus, mas ele nem mesmo

diminuiu o passo; arrastou-a de joelhos sobre eles. Isso me fez
respirar fundo e, ento, senti.

Algo vindo do Dax. Algo no estava bem.

Afastei os olhos do vil guerreiro sangrando, cuja nova esposa

49
estava de joelhos ao seu lado, o sangue dele e provavelmente de
outros, considerando sua beleza, cobrindo o seu corpo nu, para
olhar para o Dax.

Ele no demonstrava nada. Sua expresso no mudou e seu

corpo se manteve solto e relaxado. E, de alguma forma, sabia que
no dar importncia a este homem era tirar dele o que mais
procurava. Ele queria que Dax o olhasse com raiva ou ficasse em
alerta para a ameaa bvia que ele representava.

Mas o Dax no estava lhe dando nada disso.

Ainda assim, o meu novo marido no gostava desse cara.

Podia sentir isso.

Meus olhos se voltaram para o guerreiro quando ouvi sua

noiva gritar de dor. Ento congelei em horror quando vi que a
estava puxando pelos cabelos.

A menos que tenha perdido, ele no deu ao Dax uma

inclinao do queixo ou fez uma reverncia para mim. Em vez
disso, posicionou sua nova noiva na frente do seu corpo, abriu as
pernas dela com o p, ento seu brao a rodeou enquanto a outra
mo permaneceu segurando o seu cabelo, claramente de uma
forma dolorosa, pois ambas as mos dela tinham envolvido o pulso
dele e seu rosto estava retorcido de dor. Em seguida, ele se
inclinou, a mo deslizando da sua cintura para a barriga, mais para
baixo, sobre o seu sexo, os dedos se dobrando na...

Meus olhos dispararam para o Dax quando a ouvi gemer.

Ele no olhou para mim. Seu rosto estava neutro e seus olhos
estavam grudados nos do guerreiro. Estavam levantados, no
baixos, sem observar o que ele estava fazendo, mas focados no

50
rosto do guerreiro.

Ento vi seus lbios se curvarem.

Mas no senti que o guerreiro ia se afastar embora ouvisse

sua mulher continuar choramingando.

Ele ainda a estava machucando.

No podia permitir isso. Depois do que aconteceu comigo

naquela noite, com Narinda, com todas aquelas meninas
assustadas l fora, que tinham sido tomadas sobre rochas speras
por guerreiros selvagens, no podia permitir. Isso no. O que tinha
suportado foi humilhante, isto ia alm.

Eu tinha que fazer alguma coisa.

Pare ele sussurrei para o Dax, mas ele no tirou os

olhos do guerreiro. Pare ele repeti, mas me ignorou.
Hesitante, no querendo fazer isso, nunca querendo toc-lo, mas
estimulada pelos gemidos da moa e pelas lembranas frescas do
meu prprio pesadelo, estendi a mo e passei meus dedos em
torno do pulso dele. Pare ele implorei.

Diante do meu toque, o Dax virou a cabea, os olhos escuros

recaram sobre a minha mo, em seguida, se levantaram at meu
rosto. Eu os vi percorrerem minhas feies, mas ele no deixou
transparecer nada. No sabia o que estava pensando. No tinha
nem ideia.

Quando os gemidos continuaram, movi minha mo para a

dele, curvando meus dedos ao redor dela, a sacudi, me inclinei e
implorei: Por favor, por favor, pare ele.

Dax olhou para mim.

51
 Deus, ele no tinha ideia do que eu estava dizendo.

Ou pior, ele no se importava.

Ento, de repente, sua cabea se virou para o guerreiro e

disse a ele algo em voz baixa, que incluiu duas palavras que eu
conhecia Kah Lahnahsahna e uma que me impressionou:
Dahksahna.

Tooyo! Foi a resposta vociferada pelo guerreiro e isso

obteve uma reao.

O rosto do Dax endureceu.

Uh, oh.

Minha mo deslizou para longe.

Ele j era malditamente assustador normalmente, mas

quando seu rosto ficava duro assim

Caramba.

Tooyo? Ele perguntou suavemente.

Tooyo! Repetiu o guerreiro, desviei os olhos do Dax e

desejei que no tivesse desviado.

O guerreiro estava bolinando a garota bem ali, bem na nossa

frente e de todos que podiam ver. Ela no estava gostando, nem
mesmo um pouco, o rosto manchado com lgrimas, o corpo se
retorcendo loucamente para escapar.

No instante em que meus olhos viram aquilo, nem mesmo

tentei me segurar.

Enrijeci e gritei: Pare!

52
 O guerreiro virou os olhos para mim e deu um sorriso cruel,
mas ele no parou.

Levantei do meu assento e gritei: Pare!

Tooyo! Ele respondeu para mim e pronto.

O Dax estava fora do seu assento, a mulher puxada pelas

suas mos e atirada para mim. Eu a segurei nos braos enquanto
Dax se movia para o guerreiro. O guerreiro se deslocou para
desviar dele, mas sem qualquer esforo aparente e to rpido que o
guerreiro nem sequer comeou a se defender, o Dax levantou a
mo, os dedos envolvendo a garganta do homem, levantou o
enorme homem fora dos seus ps, deu duas passadas largas, o
jogou por cima dos dez degraus e o homem voou pelo ar,
aterrissando de costas na base do trono.

Isso mesmo o jogou. Ele jogou um adulto enorme atravs

do ar, dez degraus abaixo.

Puta merda!

O Dax estava no degrau mais alto olhando para baixo e, em

seguida, sua voz spera retumbou atravs do som dos tambores
que preenchia a noite quando falou: Kah Dahksahna me ahnoo.

O guerreiro ficou de p, o corpo do Dax enrijeceu em alerta, a

mulher que chorava nos meus braos chegou mais perto do meu
corpo, meus braos se apertaram ao redor dela, mas, fora isso,
fiquei imvel.

Eles ficaram se encarando e isso durou algum tempo, antes

do guerreiro girar diante dos degraus e se afastar.

Dax se virou e, sem olhar para mim ou para a garota, se

53
moveu de volta para o trono e se sentou. Duas mulheres se
apressaram a subir os degraus e seguraram com mos suaves a
menina, puxando-a para longe de mim, em seguida, para o lado do
trono, ento mergulharam na multido depois que chegaram no final
da escadaria.

Kah Dahksahna ouvi o Dax dizer atrs de mim, me virei

e mirei os olhos pintados.

Estavam queimando nos meus. Em seguida, olhou para o

meu trono e de volta para mim.

Acho que estava na hora de voltar a me sentar.

Respirei fundo estremecendo e me acomodei na almofada

sob o olhar negro do Dax. Uma vez que minha bunda estava no
trono, ele se virou e apontou com o queixo para o prximo
guerreiro.

E ento o rito de casamento continuou como se nada tivesse

acontecido.

Sem brincadeira.

Como se nada tivesse acontecido.

Deus, eu tinha que dar o fora deste lugar.

54
 Captulo Quatro
A Dinastia Dourada

Trs dias mais tarde

Kah Dahksahna, shalah dahnay a mulher implorou, a

mo descansando levemente no meu quadril sobre o lenol de
seda.

Minha cabea estava sobre a pilha de almofadas de seda;

meus olhos estavam abertos e no viam nada. Podia sentir as peles
macias sob o meu corpo. O leve lenol de seda desceu at a minha
cintura, mas eu estava cobrindo os seios nus com o meu brao.

Eu queria morrer.

Todo dia, eu no acordava em casa. Trs noites de sono, trs

dias acordando e eu no voltava para casa. Trs dias acordando
com as atenes do rei. Trs noites sendo acordada com mais
ateno quando ele voltava para a tenda.

No existiam palavras murmuradas com ternura, nem mesmo

aquelas que eu no conseguia entender. No existiam tentativas de
preliminares. Nenhum carinho depois. Ele no me segurava no meu
sono. Apenas me virava de barriga para baixo, me erguia sobre os
joelhos, me usava, saa de mim, deitava ao meu lado e caa no
sono (ou, no perodo da manh, depois que me usava, se
levantava, se banhava com a gua de um jarro, vestia os trajes de

55
couro sem sequer se enxugar e caa fora).

Ele no compartilhava as refeies comigo, no que eu me

levantasse para comer, no me levantava para nada, exceto para
usar o banheiro na parte de trs. Ele no me visitava.

Ele nem mesmo sabia o meu nome.

Pelo menos, ficava longe durante o dia.

Ele tinha acabado de sair e, como todos os dias, quando me

deixava, as cinco mulheres que vinham at mim depois da sua
reivindicao corriam e se movimentavam em torno da barraca com
grande atividade. Uma com pele escura, claramente a lder do
grupo, como de costume, vinha at mim, falando suavemente, mas
cada vez mais ansiosamente, usando palavras que eu no
entendia, mas sua mo era sempre suave em mim, as
chacoalhadas que dava no meu corpo, sempre gentis, e entendia a
mensagem - ela queria que eu me levantasse.

No me levantava e, eventualmente, elas desistiam e iam

embora.

Mal olhava para elas.

Precisava ir para casa. Precisava dar o fora de l, caralho.

Precisava fazer isso, mas no tinha ideia, nem um maldito

indcio, de como fazer isso.

E o meu pesadelo continuava.

A mo deixou o meu quadril e senti ela se levantar da cama.

Ento a ouvi falando baixinho, mas com urgncia, com as outras
mulheres.

56
 Enfiei a mo sob a pilha de almofadas macias sob a minha
cabea e fiquei olhando para o outro lado da tenda, no enxergando
nada, ainda o sentindo entre as minhas pernas, sabendo que ele
voltaria.

O que podiam ter sido cinco minutos ou cinco horas depois,

ouvi a aba da tenda ser aberta novamente, meu corpo ficou tenso,
minha mente sondando a tenda para ver se podia sentir se tinha
sido ele que havia retornado (seria a primeira vez, ainda era dia) e
no senti a crua e brutal energia preenchendo a tenda.

Relaxei.

Ento senti algum sentando atrs de mim e outra mo

pousou levemente no meu quadril.

Kah Dahksahna, minha querida, voc deve levantar, deve

comer, deve se mostrar para a Horda.

Pisquei e me virei para trs, minha mo se movendo para

cobrir os seios enquanto olhava para uma mulher muito bonita com
cabelo castanho escuro, olhos cor de avel e expresso gentil.
Estava vestindo a roupa dos nativos e falava a minha lngua.

Voc fala ingls? Minha voz estava rouca, porque no a

tinha usado em trs dias.

Sua cabea se inclinou para o lado. Ingls?

timo. Ela no sabia o que era ingls. Ela no estava aqui por
causa de um sonho, tambm.

Olhei para ela e presumi que estava, talvez, no princpio dos

quarenta anos e envelhecendo muito bem. Tambm sabia que, no
seu desespero, as mulheres que cuidavam de mim saram e

57
encontraram uma mulher que falava a minha lngua.

Bem, interessante saber que havia outra pessoa naquele

lugar vil que falava a minha lngua, mas no interessante o
suficiente para me importar.

Me virei de lado novamente e voltei a contemplar o nada.

Sua mo balanou suavemente o meu quadril. Kah

Dahksahna, por favor, voc deve levantar. H rumores.

No me importo declarei, embora fosse mais do que no

entender, mas no me importava o suficiente para entender,
tambm.

Vejo que voc era protegida murmurou para si mesma,

seus dedos me dando um aperto gentil.

No. Eu no era protegida. Como a Narinda, minha me

morreu quando eu era jovem. Aconteceu quando eu tinha dez anos.
Um incidente anormal, do tipo que voc nunca ouve falar, a menos
que seja na TV ou em um filme. Mame foi para o banco, havia um
assalto em andamento, o ladro surtou quando minha me entrou,
se virou e atirou nela. Ela morreu na ambulncia. Estava fazendo
algo simples, um depsito e depois minha me no existia mais.

Meu pai era dono de uma empresa de mudanas e no era

nem um pouco rico. Portanto, no podia se dar ao luxo de pagar por
babs ou creches, mas tambm, depois do que aconteceu com a
minha me, imaginei que ele me manteria por perto e em torno de
pessoas nas quais confiava. Ento, cresci em seu escritrio em
torno dos seus homens, que cuidaram de mim, se importaram
comigo, eram legais e eu os amava. Eles se esforaram para se
adequarem minha presena ao redor, mas eram caras. Merdas

58
aconteciam. Ouvi coisas. Era assim que o mundo era.

E cresci naquele escritrio at que comecei a gerenci-lo, aos

quinze anos. Agora, aos trinta e cinco anos, ainda conseguia que o
escritrio e os caras se esforassem para se adequarem minha
presena ao redor. Eu era mais velha; tinha estado por l por tanto
tempo que me tornei um dos caras.

Embora um cara que tinha peitos e bunda, e peguei alguns

deles me encarando em mais de uma ocasio.

Mas no era protegida.

Isso dito, definitivamente, fui protegida disto. Ento, por outro

lado, papai no sabia que isto existia. Se soubesse, no entanto,
teria me protegido. Ele tomaria a espada de um guerreiro para me
proteger, como qualquer um dos seus meninos. Tinha certeza.

Fiquei imaginando o que ele estava pensando, estar em casa,

sem eu l. Ele estava, provavelmente, ficando completamente
louco.

Sei que isto estranho para voc disse a mulher.

Certo. Estranho. Sim, acertou em cheio. Estranho.

Embora, eu pudesse usar outra palavra para isso.

Ou vrias.

Mas voc tem que se importar, kah Dahksahna ela

sussurrou me dando outro aperto.

Meu nome Circe disse a ela, tranquilamente.

Perdo, minha querida?

Suspirei, ento repeti. Meu nome Circe, no kah

59
Dahksahna.

Circe, adorvel ela murmurou. Mas Dahksahna no

o seu nome, o que voc . Isso significa rainha e voc a nossa
rainha.

Decidi no responder. Ela tinha vindo para trabalhar com as

outras mulheres, e na falta de resposta, eventualmente, iria embora.

Seus dedos me deram outro aperto e a senti se inclinando

mais para perto.

Me lembro de ter sentido o mesmo que voc. Seerim, meu

marido guerreiro, era diferente do Dax, claro, mas me lembro
desse sentimento, minha querida. Sei que no um sentimento
bom. Mas voc vai entender que o seu caminho.

uma merda murmurei, me esquecendo de no

responder.

Merda? Ela perguntou, parecendo confusa.

um saco, fede, uma merda expliquei, virando de

costas com o brao sobre os seios e olhando nos olhos dela.
Isso horrvel, sujo, vil, detestvel... uma merda.

Seus olhos suavizaram e ela disse calmamente: a

tradio deles.

A tradio deles uma merda respondi e virei

novamente de lado.

Sua voz veio at mim. Entendo que voc veja dessa forma.
Mas, eles conhecem a nossa tradio de cortejar, de se apaixonar e
esperar para reclamar o seu companheiro depois da festa de
casamento; os camponeses fazem isso, os soldados tambm, mas

60
os guerreiros, eles acham que isto estranho. Risvel. Doido.
Acham que ridculo no enfrentar um desafio, vencer seus irmos,
a fim de ganhar uma bela esposa. Voc no acredita em mim
agora, mas prometo, por mais incrvel que parea, voc vai vir a
entender jeito deles. J vi, at agora, dez Caadas s Esposas
desde a minha. H garotas como voc, meninas que se ajustaram e
desfrutam das suas vidas com A Horda. Voc tambm. Voc s
precisa se levantar e enfrentar isso, aprender a tradio deles, entre
outras-

Eu a cortei. No vou me levantar.

Voc precisa.

Bem, no vou.

Eu a senti se aproximar, encostando a boca no meu ouvido.

Voc precisa Dahksahna Circe. Pelas suas escravas, pelo seu
Dax, pela Horda e por voc.

Meu corpo se contraiu e minha cabea se virou para ela.

Minhas... escravas?

Observei seu aceno com a cabea. As mulheres que tm

cuidado de voc. Elas so suas escravas. O Dax as deu para voc.
Ele muito generoso. A maioria das noivas dos guerreiros recebem
uma escrava, no mximo duas. Eu estou com meu guerreiro h
mais de vinte anos e s tenho trs.

Pisquei, ento repeti: Escravas?

Seu rosto se inundou com entendimento, mas ainda assim

declarou: A Horda usa escravos. Essa, tambm, uma tradio
deles. Na verdade, assim ao longo das Southlands.

61
 Jesus, esses caras eram selvagens.

Isso loucura sussurrei.

a tradio deles respondeu ela e tive que admitir,

estava cansada dela falar isso.

uma loucura repeti.

a tradio, Dahksahna Circe respondeu com firmeza.

E se voc no se levantar, o Dax ser forado a intervir.

Oh, oh, no gostei do som disto.

Olhei para ela. Ela continuou, mas parecia que realmente no

queria.

Ele se vangloriou muito sobre voc. A Lahnahsahna, a

verdadeira esposa de um guerreiro.

Era isso que Lahnahsahna significava?

Ele se vangloriou sobre mim?

Ela continuou falando. Ele disse ao seu povo que no

reivindicou voc. Disse ao seu povo que batalhou com voc, antes
de ganhar de voc. Disse ao seu povo que voc o desafiou. A noiva
do rei guerreiro lutou como um guerreiro. Ela no se deitou e
aceitou seu destino. Ela permaneceu forte e enfrentou um rei. Ela
lutou e no desistiu. Mesmo sabendo que saborearia a derrota,
lutou, como um verdadeiro guerreiro. Ele disse ao seu povo que
voc no s a sua rainha. Voc sua rainha guerreira.

Olhei para ela sem saber o que dizer.

Ela tomou isso como uma sugesto para continuar. Ele

62
vestiu voc com ouro antes do rito. Este no o jeito tradicional,
Dahksahna Circe. Um guerreiro, rei ou no, nunca cobre a noiva
antes do rito ser realizado. importante para ele mostrar seu triunfo
em toda sua beleza. Dax Lahn vestir voc com ouro foi um anncio
para o seu povo, que voc mais do que sua Dahksahna, voc a
rainha de ouro, a noiva guerreira. Esta no uma declarao
simples. Um Dax no faria isso a menos que acreditasse com sua
alma que tinha reivindicado a rainha dourada.

O... o que gaguejei uma rainha dourada?

Ela me deu um sorriso gentil antes de falar: uma crena

do povo Korwahk que o mais poderoso Dax da sua histria vai
encontrar a rainha dourada, uma noiva guerreira, com cabelo loiro,
gentil de corao, feroz de esprito. Esta histria contada h
sculos, milnios o poderoso Dax e sua Dahksahna dourada se
uniriam e a Dinastia Dourada comearia a trazer nao Korwahk
grande riqueza, colheitas abundantes, mulheres frteis. Magia
desceria sobre a terra e o povo de Korwahk estaria seguro sob a
fora do seu rei e os encantos da sua rainha.

Isso ... isso ... isso pirado. Disse a ela, me erguendo

para me sentar, puxando o lenol sobre os meus seios e, quando
seu rosto ficou confuso, expliquei rapidamente: Insano. Louco.

Ela balanou a cabea e recuou, sorrindo para mim. Eles

no acham que isso uma loucura. Acreditam que verdade. Cada
gerao reza para que o poderoso rei e rainha dourada reinem
durante o seu tempo nesta terra. E acreditam que o poderoso Dax
que encontrar a rainha dourada, vai vesti-la em ouro antes do rito e
instal-la ao seu lado. Isto foi o que o Dax fez. E isso no algo
que ele faria a menos que acreditasse que havia encontrado sua

63
rainha dourada e... ela se inclinou para frente isto foi o que ele
fez. E ao faz-lo, trouxe grande alegria ao seu povo. Mas voc no
aparece. Voc no anda entre eles. Voc se esconde na sua tenda
e h boatos. Boatos que voc no o que ele disse que voc era.
Boatos que o Dax mentiu para eles, se vangloriou com falsidade,
reivindicou uma Dinastia que no era dele para reivindicar. E isso
muito perigoso, esses boatos, perigoso para ele e para voc.

Olhei para ela sabendo que meus olhos estavam arregalados.

Por qu? Perguntei em um s flego.

Porque, minha cara, no h uma dinastia entre os Korwahk

agora. Um Dax se torna um Dax atravs de um desafio. Ele no
herda um reino, ele se apodera dele ela sussurrou.

Oh, Jesus.

Ela continuou falando. O Dax s permanece sendo o Dax

enquanto pode derrotar qualquer desafio. Se ele for morto, seu
reino se transfere para o guerreiro que o derrotou, ou, quando sabe
que no pode encarar um desafio, ele e a sua rainha vo para o
exlio e no podem mais viver com a Horda da Daxshee. Mas,
reivindicando voc como sua rainha dourada, ele reclamou o
reinado para si mesmo at a sua morte e, em seguida, seu filho e
assim por diante, at a Dinastia Dourada cair, se chegar a cair. Isto
no uma reivindicao trivial de se fazer. Isso desafia a tradio.
Existiro aqueles que vo desejar provar que isso est errado, vo
haver desafios dinastia e voc, se escondendo em sua tenda e
sem mostrar a eles que sua guerreira rainha dourada, est
colocando nosso Dax em perigo.

Isso no me importava.

64
 De jeito nenhum.

E? Perguntei bruscamente e ela piscou.

Ento disse suavemente: E, se o Dax decidir que estava

enganado, ter que tornar isso conhecido entre o seu povo antes de
quaisquer desafios que vierem a ser lanados. E ao fazer isso,
minha querida, vai renunciar a voc e vai faz-lo de uma maneira
que no vai gostar.

Merda.

Ela continuou falando. Mas, se um desafio lanado antes

dele fazer isso e o Dax cai, voc cai. Eles vo mat-lo, minha
querida, mas voc, eles no vo matar.

Isso no parecia ruim ou, pelo menos, as palavras no, mas

jeito com o qual ela falou.

E? Perguntei, muito menos rspida e muito mais

hesitante.

Ela me estudou. Em seguida, disse cuidadosamente: E,

eles vo queimar sua barraca, vo matar suas escravas... depois de
apreci-las me olhou repetidamente. Respirei fundo e ela
continuou. Eles vo saquear seus pertences e voc voc,
minha querida, eles vo mutilar de tantas maneiras e em lugares
que nenhuma mulher quer ser mutilada. Em seguida,
compartilharo voc; compartilharo voc entre todos os guerreiros
at perderem o interesse em voc. Ento voc vai ser expulsa e se
tornar pblico que, se algum lhe fornecer ajuda, sero punidos.
Voc vai morrer de sede ou desnutrio, queimando sob o sol. Eles
no vo matar voc, mas voc vai morrer, mas antes morrer, voc
vai querer morrer. Nenhuma morte agradvel, Dahksahna Circe,

65
mas esta morte seria muito mais desagradvel do que a maioria.

Querido Deus, isso ela entendeu direito.

Realmente, este... lugar... era fodido.

Olhei nos seus olhos. Ento, olhei alm dela, para as cinco
mulheres que tinham me servido e cuidado to amavelmente por
trs dias e tinham sido to gentis comigo naquela noite terrvel. Elas
estavam paradas em um amontoado do lado de dentro da abertura
da tenda.

Elas pareciam mais do que ansiosas.

Elas pareciam amedrontadas pra caralho.

Ento olhei novamente nos olhos dela.

Ento, sussurrei: Qual o seu nome?

Diandra, minha rainha.

Certo, Diandra falei suavemente, tomando minha

deciso. Deixe-me levantar. Tem algumas pessoas que precisam
me ver.

Diandra manteve o olhar fixo no meu por um longo momento

antes de, lentamente, sorrir.

66
 Captulo Cinco
Esclarecendo Algumas Coisas

Sentei de pernas cruzadas no meio da cama, esperando o

meu rei voltar para casa.

Tinha passado a maior parte do dia com a Diandra.

Naquela manh, tinha sado da cama e a Diandra tinha pedido

a minha tnica, ou minha lornya, como chamavam. Era longa, tinha
fendas dos lados at em cima, possua mangas e era feita da
melhor seda azul clara que j tinha visto.

Enquanto comia (iogurte cremoso, frutas secas doces e algum

tipo de gro, tudo misturado, e era realmente muito saboroso) e
bebia caf (a nica coisa boa at agora, os selvagens tinham caf,
embora o leite que tinham trazido e provei era ligeiramente picante),
Diandra conversou comigo sobre Seerim, seus trs filhos (todos, ela
se gabou abertamente, em treinamento para serem guerreiros, o
primeiro, ela se gabou assustadoramente, j tinha praticado a sua
primeira morte) e sua nica filha (ele ia negar, tinha orgulho dos
seus filhos guerreiros, mas Sheena a favorita do Seerim, disse
ela), minhas mulheres (me recusei a cham-las de escravas)
transportaram uma grande banheira oval de cobre, com um lado
inclinado para trs e a encheram com baldes de gua fumegante.
Em seguida, derramaram um pouco de uma substncia leitosa nela,
um pouco de leo, mexeram um pouco e deixaram cair ptalas de

67
flores em cima.

Quando terminei de comer, trs delas me guiaram para o

banho quente e perfumado e a Diandra foi at alguns bas no
canto, com a mulher de pele escura (Teetru era o nome dela e a
Diandra confirmou que uma vez esteve a servio da princesa Maroo
- Maroo era a terra natal de Teetru) ela, portanto, tinha experincia
em servir a realeza e era a chefe das outras. Tentei protestar, mas
se recusaram a aceitar enquanto me banhavam e lavavam meu
cabelo em uma gua que cheirava levemente a especiarias, um
pouco de almscar e no to levemente a flores de laranjeira.

Tive que admitir, era bom. Estranho, mas bom.

Uma vez banhada, me vestiram com uma roupa que Teetru e

Diandra escolheram. Um sarongue tecido com fios de ouro
entrelaados com fios brancos e azul turquesa, com um toque de
prata. Era preso por um grande e grosso cinto tranado com fios
turquesa, brancos e dourados com finas correntes de ouro
entrelaadas. Meus seios estavam envoltos em um top azul
turquesa tomara que caia. Somado a isso havia faixas douradas no
meu bceps, um colar que era uma cascata de complexas correntes
de ouro com pequenas pedras brilhantes de gua-marinha e brincos
com pendentes das mesmas pedras.

O melhor de tudo, me deram uma calcinha de seda turquesa.

Uma calcinha de verdade. Elas se acomodavam confortavelmente
na bunda e a seda podia no ficar firme, mas no me importei. Eu
queria dar piruetas porque tinha uma calcinha.

E, tudo bem, um saco admitir, mas no havia maneira de

contornar. O traje era maravilhoso. Tudo sobre ele era incrvel. O

68
tecido, as cores, as joias, eram incrveis.

E, desde que no tinha nada mais (at agora) que o caf para
ficar feliz, no ia me repreender por estar feliz com as minhas
roupas lindas de morrer.

Tinha que me apegar a algo, no ?

Elas me fizeram sentar e aplicaram sombra e Kohl nos meus

olhos e uma coisa rosa, saborosa, pegajosa e brilhante nos meus
lbios. Tambm escovaram meu cabelo, mergulhando os dedos em
um pote de barro com outra coisa gosmenta e a deslizaram pelo
meu cabelo, torcendo-o em cachos longos, em seguida, prendendo-
o em volta do meu rosto com uma sucesso de pequenos pinos de
ouro com gua-marinha na ponta (parecidos, mas no exatamente
como grampos), que comeavam em uma orelha, passavam por
cima da minha cabea e iam at a outra orelha.

Diandra deu uma olhada em mim quando estava pronta e

sorriu com aprovao, afirmando: Seu rei mostra grande riqueza
atravs de voc. Isso muito bom.

Olhei para ela.

Riqueza. Certo.

Tanto faz.

Em seguida, samos para o acampamento.

E era, principalmente, um acampamento. Um grupo de tendas

com fogueiras na frente, algumas tinham mesas ao lado da tenda
com artigos de cozinha primitivos sobre elas, grandes baldes
descansando ao lado delas e outras ferramentas como machados,
machadinhas e afins. Algumas tendas menores ao redor que

69
Diandra me disse ser onde os escravos dormiam ou onde os
alimentos e os suprimentos eram mantidos e as refeies
preparadas (em torno da minha tenda, tnhamos uma de cada).

Havia um monte de tochas fincadas no cho sobre as vias

que conheci naquela noite do desfile, mas tambm por ver sua luz
na lateral da tenda do rei quando eram acesas, noite. A nica
rea oficial, por assim dizer, era o trono que reparei, agora, ter sido
esculpido em uma enorme, larga e longa laje de pedra cor de
creme, a rea em frente a ela funda e ampla, composta da mesma
pedra. Uma fogueira se estendia, na verdade, pelo comprimento da
parte de trs com dois fossos no topo, embora, enquanto
andvamos pelo acampamento, no foram acesas em sua maioria,
imaginei, porque estava ensolarado e, eu sabia, estava
malditamente quente. Os tambores, alis, os grandes e os
pequenos, ainda estavam posicionados.

E havia pessoas. Muitas. Todas elas olharam para mim e

muitas delas sorriram, muitas acenaram com a cabea, muitas
pareciam felizes em me ver. Algumas delas, no entanto, olhavam
para mim com interesse ou intensamente, no exatamente felizes
cautelosas, percebi, indecisas. E algumas evitaram meus olhos.

Isso, eu no entendi. Tambm no me alonguei muito nisso.

Tinha o suficiente para me preocupar.

Diandra continuou falando, enfiou minha mo no seu cotovelo

e me manteve prxima enquanto caminhvamos. Me informou que
era somente um acampamento, no um assentamento, a Horda era
nmade. Vinham para este local para a Caa Esposa de dois em
dois anos, e as selees para guerreiros, trs vezes por ano.
Tinham casas, ou algo assim, em uma cidade chamada Korwahk,

70
mas raramente a visitavam durante suas andanas, entretanto,
explicou, se acomodavam por dois meses durante o inverno.

Me contou que as tendas eram chamadas de chams. Me falou

que shahsha era muito obrigado. E que poyah era ol.

O que me ahnoo quer dizer? Perguntei por causa das

palavras que o rei tinha falado com o guerreiro cruel e ela olhou
para mim com as sobrancelhas levantadas.

Me ahnoo? Perguntou em resposta.

O rei disse: Kah Dahksahna me ahnoo para aquele

guerreiro que ele lanou para fora do tablado durante o ritual do
casamento. O que isso significa?

Ela deu um tapinha na mo que estava na curva do seu

cotovelo, olhou para a frente e sorriu. Isso significa, minha
querida, minha rainha no gosta.

O qu? Perguntei.

Ela olhou para mim. Ele disse ao Dortak que voc no

gosta em outras palavras, que voc no gostou do que estava
fazendo com a noiva dele. E, devo acrescentar, muitos de ns no
gostaram. Definitivamente, no os camponeses, comerciantes,
escravos ou esposas e, tenho certeza, muitos dos guerreiros. Ela
balanou a cabea para mim. Voc deixou isso bem claro,
mesmo que no fale a sua lngua, ficou claro para todos verem que
voc no gostou do que ele estava fazendo. Ele a estava
desafiando, continuando a fazer aquilo mesmo voc tendo dito a ele
para no fazer. No , na verdade, papel da mulher comandar um
guerreiro, mesmo que essa mulher seja a rainha. Ela olhou para
a frente e tive a sensao de que estava evitando meus olhos

71
quando continuou. s vezes, ela fez uma pausa vou
admitir, o ritual do casamento pode ficar lascivo, os guerreiros ficam
tensos, se uma batalha for intensa para reivindicar uma noiva, eles
precisam gastar um pouco de energia e, por vezes, o fazem de...
ela parou de novo, em seguida terminou com cautela maneiras
desagradveis.

Fabuloso.

Diandra prosseguiu, depois de olhar para mim de novo.

Mas voc no apenas uma rainha qualquer. Voc a
Lahnahsahna do Rei Lahn. Mais, voc a rainha guerreira dourada
do Dax. Voc deu um comando. Ele foi ignorado. O rei agiu para
fazer Dortak obedecer ao seu comando. Seus dedos apertaram
os meus. Foi uma declarao ousada. Isto no normal. Ao
dizer simplesmente que voc no gosta, mas ao punir Dortak antes
de tudo, ele estava dizendo ao povo que voc manda, ao lado dele.
Ela sorriu para mim. Foi muito doce e nada tpico de um
guerreiro, de um rei, mas especialmente do Dax Lahn. Ele, minha
cara, no normalmente doce. Seerim at ficou chocado. Ela
desviou o olhar e murmurou: Uma viso para se ver. Das boas.

Olhei para a frente tambm e estas palavras me

atravessaram. No estava certa que podia acreditar que ele era
doce, isso precisaria de muito convencimento. Mas ela me disse
que ele tinha se vangloriado sobre mim ao seu povo e agiu segundo
os meus desejos para impedir aquela garota de continuar a ser
deflorada publicamente.

Sem falar que ele deixou claro que eu governo ao seu lado.

Presumi que isso era bom.

72
 O nome daquele guerreiro Dortak? Perguntei porque
precisava de uma mudana de assunto, de imediato.

Ela assentiu com a cabea, no olhou para mim, mas seu

rosto perdeu a simpatia. Consegui ver, mesmo de perfil.

Dortak. Uma semente ruim. Como era o seu pai antes dele
e como era o pai do Seerim e o seu pai, antes dele. Ele cobia o
trono de chifres. Todos cobiam. Ele vai desafiar o Dax.

Meu corpo tremeu diante deste pronunciamento. Mas o rei

Lahn atirou seu corpo abaixo voando pelas escadas eu a
lembrei.

Ela olhou para mim. Eu disse que ele era uma semente
ruim, Dahksahna Circe se inclinou e sorriu mas no disse que
era uma semente ruim inteligente.

Sabia o que ela queria dizer.

O rei vai derrot-lo sussurrei, e ela olhou para a frente

novamente, murmurando: Sem dvida.

Este Dortak tentou me reivindicar, o Dax cortou a corrente

dele e- parei de falar quando ela parou abruptamente e seus
olhos se voltaram para o meu rosto.

Ele cortou sua corrente? Ela sussurrou.

Uh... sim confirmei.

Oh, meu ela sussurrou.

O qu? Perguntei.

Oh, meu respirou novamente e seus olhos tinham um

olhar distante neles.

73
 Balancei o brao dela e sussurrei: O que, Diandra? E
seus olhos se focaram em mim.

Guerreiros batalham por suas noivas, como voc sabe,

minha cara, e h poucas regras com qualquer coisa relacionada
com qualquer luta, de fato nenhuma relacionada com a Horda ou a
nao Korwahk, mas os guerreiros da Horda realmente honram os
seus irmos. Embora, no seja indito que as coisas fiquem fora de
controle e um guerreiro mate o outro por sua noiva, ou, talvez, deixe
uma ferida que acabar por apodrecer e far o guerreiro cair. Mas
muito pouco frequente. Devido a isso, existem outros boatos ao
redor da Daxshee, no apenas aqueles sobre voc. Esses outros
boatos so acerca do Dortak e a Caa. Sabe-se que o Dortak tirou
a vida de um guerreiro pela noiva que estava reivindicando. Eu s
no sabia que era voc. Era voc?

Balancei a cabea e sussurrei: Era eu.

Seus olhos suavizaram quando ela percebeu o que eu

testemunhei e, em seguida, continuou. Isso no foi bem recebido
pois o guerreiro que ele matou era bem quisto e Dortak no .
Embora a morte no tenha sido testemunhada, por causa da sua
reputao, muitos acreditam que no aconteceu porque ambos os
guerreiros ficaram sedentos de sangue quando a batalha se
intensificou, mas que ele no deu ao guerreiro cado a oportunidade
de se render antes que desferir o golpe mortal.

No sei se isso era verdade ou no. No estava prestando

muita ateno, principalmente porque estava assustada pra cacete.

Sinto muito, no sei o suficiente sobre essas coisas para

saber se ele deu para aquele cara uma oportunidade de se render

74
ou no. E, devo dizer, sinceramente, no estava prestando muita
ateno, tinha outras coisas na minha mente disse a ela.

Ela me deu um sorriso compreensivo e disse baixinho:

Claro que no, minha querida. Ento respirou fundo e continuou.
Dito isto, embora existam algumas regras, como mencionei,
existe tambm a honra, e voc nunca corta uma corrente. Nunca.
um tapa na cara. Um insulto. Isso mostra que voc no tem nenhum
respeito pelo outro guerreiro. Se um guerreiro se prende sua
corrente, o outro guerreiro luta at que aquele guerreiro seja
vencido, se renda ou esteja cado e s ento pode retirar a corrente
dele e enganchar a sua prpria na noiva escolhida. Cortar a
corrente dizer que voc acha que a batalha ser vencida antes
que sequer tenha comeado. , na verdade, pior que um tapa na
cara. semelhante a cuspir nela. Ela olhou para longe e
comeou a andar novamente. Outra declarao ousada ela
continuou falando baixinho. Rei Lahn est forando um desafio,
eu vejo. Ele est perdendo a pacincia com o Dortak. Ele o quer
derrotado.

Mas, se isso verdade, por que no o matou quando o

desafiou por minha causa? Perguntei.

Porque, minha querida acariciou minha mo novamente

e continuou andando no haveriam testemunhas. Ele vai esperar
para desafiar o Dortak para poder humilh-lo diante de todos. Ele
quer que vergonha seja a ltima coisa que ele sinta antes do Dax
cortar sua cabea.

Oh, Deus.

Cortar sua cabea?

75
 Oh, Deus!

Com isso, decidi que tinha terminado a conversa.

Diandra no, e tagarelou enquanto caminhvamos atravs do

acampamento, em seguida, me levou de volta minha barraca.
Ento, falou para as minhas mulheres se apressarem a fazer o que
quer que estivessem encarregadas. No muito tempo depois,
montes de grandes almofadas quadradas, algumas com franjas ao
redor, algumas com borlas nas quatro extremidades, algumas sem
adorno, todas de seda, cetim ou brocado e todas com cores ricas,
foram organizadas em cima de algumas peles grossas sobre as
pedras ridas em volta da nossa barraca e nos reclinamos na
sombra fresca da tenda, enquanto as mulheres nos traziam pes
achatados, queijos fortes, carne seca temperada, amndoas e
biscoitos frescos, e um deliciosamente frio (se que se pode
acreditar) suco de frutas.

No podia dizer que estava confortvel sendo atendida

enquanto relaxava e cinco mulheres corriam para atender a todos
os meus caprichos. O que eu podia dizer era que essa conversa em
particular com o Dax aconteceria em um futuro prximo, isso se
ainda estivesse por perto na hora (Deus, esperava que no
estivesse) e se chegasse a decidir que tentaria conversar com o
bruto.

Um monte de gente passou pela nossa barraca enquanto a

Diandra balbuciava para mim e a escutava em parte, mas,
principalmente, tentava descobrir o que fazer a seguir. Depois de
algum tempo, me ocorreu que era pouco provvel que muitas
pessoas passassem na barraca do Dax em um dia normal e era
muito mais provvel que tivessem vindo para me ver.

76
 Isso me fez sentir estranha, como se estivesse em exposio
e no gostei, mas, mais uma vez, no gostava de um monte de
coisas ento me mantive tranquila, me mantive recostada e ouvi a
conversa da Diandra.

No final da tarde, prometendo voltar no dia seguinte e me

levar ao mercado, trazendo sua filha Sheena com ela, Diandra me
deixou.

E foi quando percebi que tinha esquecido de perguntar sobre

a Narinda e a noiva azarada do maldoso (e aparentemente
estpido) Dortak.

E depois que ela saiu, relaxei sobre almofadas observando

com o qu minhas mulheres estavam ocupadas, se movimentando
em torno e fazendo o que quer que seja que estivessem
encarregadas. Mas o que quer que estivessem fazendo, estavam
fazendo sem parecerem ansiosas, mas felizes, sorrindo uma para a
outra durante o trabalho e conversando.

As observei e sorri sempre que olhavam para mim. Elas

retriburam o sorriso.

Pareciam simpticas.

Merda, se no acordasse logo em casa, provavelmente ia ter

que conhec-las e descobrir o que fazer com elas. Mas uma coisa
eu sabia, o que quer que este mundo fosse, ou qual o meu lugar
nele, no ia ter escravas.

Ento, suspirei, brinquei com a borla de uma almofada, tentei

manter a cabea levantada e sorri para qualquer um que passava e
sorria para mim. Tambm acenei com a cabea para qualquer um
que chamava a minha ateno. E aceitei a linda flor cor de rosa de

77
uma menina que apareceu e a entregou para mim, murmurando:
Shahsha, querida quando a peguei. Ela riu e correu de volta para
a me radiante.

Foi depois de um jantar de carne assada temperada, mais po

achatado e batatas cozidas em cebolas que comi na mesa da
tenda, que decidi o que ia fazer.

E foi depois que as minhas mulheres Jacanda (pequena,

gordinha e aparentemente extrovertida), Packa (tambm pequena,
no gordinha e um pouco tmida), Gaal (alta, magra e tranquila, mas
de maneira nenhuma tmida, meio cuidadosa e vigilante, que me
deixava um pouco desconfortvel) e Beetus (alta, magra, a mais
nova eu achava, principalmente porque parecia, mas, tambm,
extremamente risonha, de uma maneira que eu quase, quase achei
contagiante) lavaram meu rosto, espalharam uma coisa com cheiro
celestial que pegaram em uma tigela de barro, uma coisa que fez
minha pele parecer divina, tiraram as minhas joias e as roupas e
deslizaram os dedos pelo meu cabelo para liberar a massa de
cachos retorcidos. Em seguida, me ajudaram a vestir uma camisola
de cetim rosa plido (sem brincadeira, uma camisola que, assim
como o manto, tinha fendas at o lado, tiras finas, a saia ia at o
tornozelo, ajustada confortavelmente nos seios e quadris, mas,
como a roupa que usei naquele dia, impressionante. Elas tentaram
tirar minha calcinha azul turquesa, mas recusei e depois de uma
breve disputa verbal que no fez sentido para qualquer uma de ns,
elas cederam, murmuraram palavras que entendi como boa noite e
me deixaram sozinha.

Ento subi na cama, sentei com as pernas cruzadas no meio

dela, puxei o lenol de seda at o colo e esperei meu rei guerreiro

78
voltar para casa para que pudesse levar adiante meu plano e
esclarecer algumas coisas muito importantes.

E esperei.

A noite j tinha cado e geralmente eu estava dormindo

quando ele retornava, ento, depois de esperar algum tempo
percebi que esperaria um pouco mais.

Ento olhei ao redor da tenda e, estando nela h vrios dias,

a estava vendo pela primeira vez.

A cama ficava bem no meio de uma plataforma de madeira

pintada de azul que tinha, provavelmente, uns trinta centmetros de
altura. Havia um colcho, do que era feito no sabia, mas era
grosso, alto e macio. Era coberto com peles pesadas que tambm
eram suaves, quentes e confortveis (o dia era quente, o sol
brilhava, mas quando o sol caa, ficava frio). Era coberto por um
lenol de seda pesada azul claro (que no ajudava muito a afastar o
frio, tinha descoberto, por isso, tinha sorte de dormir sobre as peles
macias). Os travesseiros no tinham fronhas, eram quadrados ou
retangulares e, como as grandes almofadas que as meninas tinham
arrumado para a Diandra e eu, eram de seda, cetim e brocado, sem
borlas ou franjas e no eram de cores ricas, mas em tons pastis.

Havia bas de aparncia pesada alinhados em um canto da

tenda circular, todos de madeira, todos esculpidos, todos com
cadeados que pareciam fortes. Alguns deles estavam incrustados
com o que parecia ser madreprola. Outros, cercados pelo que
parecia um pesado ferro preto.

No outro lado da tenda, uma estreita mesa de madeira

retangular, tambm esculpida, duas cadeiras em cada extremidade

79
com encosto alto e almofadas bordadas nos assentos. Havia
castiais de prata e cobre com velas (agora acesas) de todas as
formas, tamanhos e larguras espalhadas em cima dela. E apoiado
nesse lado da tenda, alm da mesa, duas arcas quadradas, baixas,
com portas de madeira tranadas e fechaduras de lato. Em uma
delas, podia ver uma variedade de pequenos e mdios potes de
barro e no outro havia o que pareciam ser pratos de cermica ou de
barro esmaltados, taas e jarras, alm de talheres, que j tinha
usado mesa.

No fundo da tenda, um biombo com trs painis de madeira

revestidos com uma gaze verde clara, escondendo da vista o que
estava por trs dele. Aquele era o lugar onde ficava o urinol.

Perto das abas da entrada, um pequeno div feito de peles

que tinha quase um metro de altura, uma pele sobreposta outra,
um monte de almofadas formando a cabeceira, uma mesinha baixa,
esculpida e redonda tambm na cabeceira, tambm coberta com
castiais de todas as formas e tamanhos. Um lugar, talvez, para ler
(se que eles tinham livros neste buraco do inferno) ou relaxar.

Havia castiais mais altos, dezenas deles; estes de ferro

forjado, ornamentados, todos carregando velas grossas,
espalhados pela sala, acesos. Alguns deles circundavam a cama,
no muito perto nem muito longe parecendo estar dispostos
aleatoriamente.

O cho de pedra estava coberto de tapetes grossos e speros

com desenhos irregulares sobre eles. Eles eram, j tinha
experimentado, ligeiramente abrasivos sob os meus ps, mas eram
muito melhores do que a pedra.

80
 Estudei o espao.

Com a noite caindo, as luzes dos candelabros danando, as

sedas e cetins reluzindo, a luz das tochas do lado de fora brilhando
contra os lados da tenda reparei que, no meu mundo, esse seria um
cenrio extico e romntico. Confortvel. Convidando-o a relaxar,
descansar e, se tivesse sorte o suficiente para estar com algum
que era importante para voc, se envolver em outras atividades que
fossem um pouco mais enrgicas e muito mais divertidas.

Ento era uma merda que, para mim, essa tenda, todo esse
mundo, fosse a minha cmara de tortura.

Com esse pensamento, a aba na entrada da tenda foi

empurrada para trs. Pulei e minha determinao para esclarecer
algumas coisas arrefeceu enquanto observava o Dax se abaixar e
entrar na tenda.

Prendi a respirao.

Ele se endireitou, deu dois passos e parou, os olhos escuros

em mim.

A pintura tinha sumido, no tinha pintado a si mesmo desde

aquela noite.

Mas, ainda assim, me assustava pra caramba. Esqueci o

quanto era sombrio, sinistro, selvagem e o quanto era enorme. No
podia dizer que a tenda era enorme, mas era a maior tenda que j
tinha visto e no havia espao para se mover, espao para respirar.

Com ele de p no meio dela, sua energia vigorosa a

invadindo, o corpo enorme e poderoso em exposio, a pele
morena brilhando luz das velas, a tenda parecia minscula.

81
 Outro golpe direto na minha determinao.

Ele se moveu em direo ao p da cama e, quando chegou l,

ergui uma mo e disse com firmeza: Pare.

Ele parou. No tinha tirado os olhos dos meus enquanto se

movia e no tinha at ento, nem mesmo olhado para a minha mo.

Voc e eu prossegui, criando coragem para falar com

ele, as primeiras palavras que dizia para ele desde aquela noite
terrvel, gesticulando para o seu enorme corpo e o meu ns
precisamos conversar.

Ele olhou para mim.

Apontei para ns dois novamente, em seguida, levantei a mo

e mexi os dedos em uma pobre linguagem de sinais para indicar
uma conversa. Falar. Voc e eu vamos conversar.

Ele olhou para a minha mo depois de volta para mim, mas

no falou nem a expresso impassvel mudou.

Tudo bem, continuando.

Apontei para mim mesma. Meu nome Circe.

Nada.

Me inclinei e repeti lentamente. Cir... ce.

Mais nada.

Apontei para ele. Voc o rei Lahn. Dax Lahn. Apontei

para mim mesma. Sou a rainha Circe. Dahksahna Circe.

Suas mos foram para os quadris e fiquei tensa, mas elas s

descansaram l. Ainda no tinha falado nem tirado os olhos
castanhos escuros dos meus.

82
 Humm. Tive que assumir que ele tinha entendido e prossegui
com firmeza.

Ns gesticulei para ele e para mim de novo temos

que esclarecer algumas coisas. No tinha um gesto para isso e
sabia que ele no tinha nenhuma maneira de saber o que isso
significava. Ento apontei para a cama. Aqui e... Apontei para
as abas da tenda l fora, voc e eu temos que resolver as
nossas merdas.

Suas mos deslizaram sobre os quadris, meus olhos foram

para l e vi que ele tinha soltado alguns laos.

Ah, merda.

Meu corpo enrijeceu e meus olhos voaram para os dele.

Voc e eu mais gestos precisamos encontrar uma maneira de
nos entender. Apertei as mos juntas na minha frente.

As mos dele se moveram mais para baixo, nos lados dos

quadris e desfizeram mais laos, assim o couro afrouxou na sua
cintura.

Merda!

Ok disse suavemente, retomando isto exatamente o

que temos de esclarecer.

Outro conjunto de laos soltos e a cala de couro caiu no

cho.

Ele j estava pronto para me tomar.

Merda!

Me arrastei at os travesseiros na cabeceira da cama e

83
levantei uma mo em direo a ele. Antes de ns... continuarmos
temos que encontrar uma maneira de conversar. Nos entendermos.

Seus olhos foram at onde eu estava ajoelhada junto os

travesseiros, em seguida, ele se virou, deu um passo para se livrar
da cala de couro e, calmamente, caminhou ao redor da cama.

Caralho. Caralho. Merda!

Se aproximou da cabeceira da cama completamente

confortvel sobre sua nudez ereta, algo sobre o qual eu no estava
confortvel porque o homem era enorme e queria dizer todo ele e
no estava gostando nem um pouco aonde isso estava indo.

Me arrastei at o p da cama e continuei tentando. Por

favor, pare, sente e tente me ouvir. Apontei para ele, ento, levei
a mo ao meu ouvido e, em seguida, apontei para mim.

Ele se virou e caminhou novamente ao redor da cama.

Avancei para o meio dela, meu brao levantado com a palma

da mo virada para ele. Por favor implorei em um sussurro.

Um erro. Um erro colossal.

O brao dele serpenteou para fora to rpido que foi como um

borro. Seus dedos envolveram o meu pulso e com um puxo forte
que distendeu meu ombro e me fez gemer, estava do outro lado da
cama e em cima dele, meu tronco colado ao dele, minhas pernas
balanando, os ps deslizando da cama e seus braos estavam ao
meu redor, me enjaulando.

Inclinei a cabea para trs para olhar nos olhos escuros que
estavam olhando para mim. Ento apertei os dedos nos msculos
firmes e quentes dos seus ombros, exercendo presso suficiente

84
para tentar convenc-lo e sussurrei por cima do meu corao
disparado: Por favor, Lahn, me escute.

Ele no me ouviu. Ah, no. No ouviu.

Moveu o tronco, assim minhas pernas penderam para o lado,

em seguida, se inclinou para a frente, o peso gigantesco caindo
sobre mim.

Fiquei sem flego, mas no estava derrotada.

Isso, era isso mesmo, era por isso que precisvamos deixar
as coisas bem claras.

Arqueei as costas, empurrando os ombros dele e gritei:

Srio, grandalho, precisamos ... deixar... algumas coisas... claras!

Sua mo passou pelo meu lado ento deslizou entre os

nossos corpos.

Eu perdi.

Com um grito frustrado e furioso, lutei.

Isto surpreendentemente funcionou. Consegui empurr-lo

para trs, sair debaixo dele e quase chegar ao lado da cama antes
de ser pega pela cintura e puxada de volta.

Me virei e lutei.

Consegui usar as unhas para marcar sua pele, abrindo duas

finas e curtas linhas que se preencheram instantaneamente com
sangue logo abaixo dos ombros dele, ombros que recuaram
enquanto eu congelava, em choque, por ter conseguido feri-lo.
Ento ele me forou todo o seu peso, inclinou a cabea para baixo
para olhar as linhas e, caralho, quando olhou para mim havia algo

85
nos seus olhos que no gostei e o que quer que tenha sido o fez
sorrir como se estivesse supremamente satisfeito.

Merda!

Descongelei e novamente me esforcei, assim como naquela

noite hedionda, grunhindo com o esforo.

O problema era, mesmo o bastardo sabendo que era maior do

que eu, mais forte do que eu, deu o seu melhor e deixou claro que,
se eu no fosse esperta e rpida, ele quebraria os meus ossos se
tivesse que fazer isso.

Deus, eu o odiava.

E quando me colocou de joelhos, de costas para ele, meus

pulsos seguros por um dos seus punhos, presos, imveis, contra o
meu peito e soube o que estava por vir, levantei a cabea e gritei.

Deus, eu te odeio!

A mo livre deslizou ao longo da seda sobre a minha barriga e

sua boca encostou no meu pescoo.

Kah Lahnahsahna murmurou.

Me debati (sem sucesso) nos seus braos e gritei: Pare de

me chamar assim!

Seus dedos se curvaram, enrolando o tecido na minha

barriga, juntando-o e quando estava todo levantado sua mo se
moveu para baixo.

Congelei.

Kah Dahksahna sussurrou contra o meu pescoo.

Foda-se! No sou sua rainha! Rebati, meus quadris

86
finalmente se movendo para evitar o caminho da sua mo.

Kah rahna Dahksahna murmurou e sua mo deslizou

para a minha calcinha.

Meus quadris pararam de se mover.

Deus sussurrei puxando meus braos, o que no serviu

de nada para afrouxar seu aperto. Eu odeio voc pra caralho.

Seus dedos deslizaram entre as minhas pernas.

Foi quando me dei conta que seu toque no era frio. No era
distante. Ele no estava me empurrando com a cara na cama e me
tomando por trs como se eu no passasse de um receptculo
quente para receber a sua semente.

Seu toque era gentil, leve, suave.

Oh, merda.

Seu dedo deslizava levemente, como um sussurro, sobre o

meu clitris.

Oh, merda!

Lahn sussurrei.

Lahn ele repetiu, empurrando os quadris contra as

minhas costas enquanto seu dedo comeava a fazer crculos, no
que era claramente uma carcia. E, meu Deus, no podia acreditar,
mas era agradvel. Era gentil. E meu corpo, maldio, a
reconheceu como tal.

O que, diabos, estava acontecendo?

Por favor. Continuei sussurrando.

87
 Por favor ele repetiu de novo, ainda fazendo crculos
com o dedo, em um toque suave.

No implorei.

No ele repetiu e meus olhos se fecharam lentamente.

Deus, isto estava acontecendo comigo? Depois de tudo o que

ele fez, isso realmente estava acontecendo comigo?

O dedo dele aplicou um pouco mais de presso.

Minha cabea automaticamente se inclinou para trs at o

ombro dele quando uma pequena espiral de prazer atravessou a
minha barriga.

Sim, isso estava acontecendo comigo.

Movi as mos novamente, sussurrando: No vou gozar.

No vou gozar sussurrou em resposta e seu profundo e

retumbante sussurro espiralou atravs de mim tambm.

O dedo dele comeou a circular mais rpido, um pouco mais

forte, muito melhor.

Deus.

Virei a cabea, a dele levantou, pressionei minha testa contra

o seu pescoo e lutei contra a espiral de prazer que estava
desabrochando. Mas no ganhei. Ela se espalhou, ento cresceu,
em seguida, se alastrou.

Lahn murmurei enquanto o contnuo trabalho dos seus

dedos afastava os ltimos resqucios de tenso do meu corpo.

Lahn ele murmurou e moveu o dedo em crculos mais

rpido.

88
 Oh, isso era bom.

Circe sussurrei.

Sua mo segurou os meus pulsos com mais fora, puxando-

os para perto de mim enquanto seu dedo pressionava com mais
fora.

Circe ele sussurrou e meus quadris se moveram.

Sim. Eu gostei disso.

Circe sussurrei de novo e ele pressionou sua dureza

contra as minhas costas e movimentou os dedos ainda mais rpido.

Circe ele repetiu baixinho e eu gemi enquanto aquela

espiral na minha barriga ficava fora de controle.

Sim murmurei.

Senti seus lbios tocarem levemente os meus.

Sim ele murmurou.

Oh, Deus.

Meus quadris se mexiam com sua mo, esfregando contra

ela, querendo mais do seu dedo e ele no recusou. Concedeu o
que eu queria e aceitei, ansiava por isso e comecei a gozar.

Meus olhos se abriram e quando o fizeram, os dele, escuros,

no pareciam distantes, no estavam em branco, no pareciam
impassveis, mas calorosos, interessados e, Deus, seria possvel?
Incrivelmente sexys.

Seu dedo pressionou com mais fora e circulou mais rpido.

Oh, sim.

89
 Engoli em seco. Lahn!

Circe sussurrou contra meus lbios, inspirei

irregularmente e gemi contra ele quando gozei. Intensamente.

E enquanto eu estava gozando, ele me soltou e me empurrou

para baixo, sobre a cama, de bunda para cima. Puxou o tecido da
minha camisola, arrancou minha calcinha, separou minhas pernas
com os joelhos e me penetrou.

Minha cabea voou para trs.

Oh, sim. Inferno, sim.

Sim suspirei sem pensar, meu corpo pensando por mim,

retribuindo suas investidas.

Ele se inclinou para frente, se aproximou e segurou meu seio

com uma mo spera enquanto bombeava em mim, puxando meus
quadris para trs com a outra mo.

Kah Lahnahsahna ele grunhiu.

Oh, sim gemi.

Seus dedos encontraram meu mamilo e o puxaram, um puxo

forte que me atravessou como uma faca quente, deixando um rastro
de fogo. Kah Lahnahsahna.

Kah Lahnahsahna Eu gemia, empurrando para trs,

retribuindo impulso com impulso.

A mo dele soltou meu seio e ambas seguraram meus

quadris, me puxando para trs, me dando tudo dele e o levei, o
convidei, me estendi por ele.

Incrvel.

90
 To incrvel, que minha cabea voou para trs novamente e
meus braos se estenderam em linha reta.

Ele viu, se inclinou para a frente, sua mo circulou minha

garganta, me puxou at ficar sobre as minhas mos e continuou
bombeando dentro de mim, a mo deslizando at o meu queixo. A
carcia foi gentil, at mesmo suave. E era possessiva, reivindicando.

O rei Lahn estava fodendo sua rainha.

Oh merda, foda-se, mas gostei disso tambm. Tudo isso,

cada centmetro dele batendo em mim, sua mo no meu queixo, eu
de quatro na frente dele.

Gostei tanto que minhas costas arquearam, minha cabea

inclinou para trs mais ainda e gozei novamente. Mais forte.
Gritando bem alto, o que foi bom pra caralho.

Eu o ouvi grunhir, em seguida, suas mos foram at as

minhas costelas, me puxando para trs, me penetrando
violentamente agora, me segurando, continuando com as estocadas
profundas at que o seu grunhido ao gozar foi quase to alto quanto
o meu.

Merda. Puta merda.

Merda!

Ele se moveu lentamente, para dentro e para fora, enquanto

sua mo deslizava ao redor das minhas costelas. Continuou se
movendo, se inclinou para frente, as mos deslizando para cima,
envolvendo meus seios. Em seguida, com cuidado, levantou meu
torso at que eu estivesse em linha reta, empalada pelo seu pnis;
ele era to grande que meus joelhos no alcanavam a cama,

91
apenas o seu pau e suas mos me apoiavam.

Meu Deus.

Uma mo deslizou at o outro seio e o segurou enquanto a

outra mo ia at onde nossos corpos se conectavam e seus dedos
deslizaram para dentro, sua palma cobrindo meu sexo.

Ento, sua boca estava junto minha orelha.

Circe, kah rahna Dahksahna. Circe, kah Lahnahsahna

ele grunhiu no meu ouvido, sua voz um estrondo feroz, suas
palavras uma declarao.

Humm ... sussurrei. Tudo bem.

Merda! O que mais eu podia fazer?

Ele emitiu outro grunhido que deslizou pela minha pele como
seda, em seguida, senti sua lngua se movendo da parte de trs da
minha orelha para o meu pescoo, at o meu ombro.

Diante disso, meu corpo inteiro estremeceu.

Ento, me levantou para fora dele, me virou bruscamente, me

colocou de costas sobre a cama e, em seguida, desceu em cima de
mim.

Mal tive tempo de me ajustar nova posio antes dele se

virar, estender a mo, puxar o lenol at as nossas cinturas, em
seguida, se virar para mim. Me arrastou quase totalmente para
debaixo dele, emaranhando as pernas pesadas nas minhas, seu
brao envolvendo quase todo o meu corpo, o rosto ao lado da
minha cabea, sua boca na minha testa.

Senti seu peso relaxar contra mim e fiquei imvel, esperando.

92
 Humm. No tinha certeza. Ser que estvamos acertando as
coisas?

Quando ele no disse nada e sua respirao acalmou, falei:

Lahn?

Seu brao me deu um aperto poderoso. Trahyoo

ordenou com firmeza, mas suavemente.

Definitivamente uma ordem, embora no tivesse a mnima

ideia do que ele disse.

Uh ... ok sussurrei e obtive outro aperto do brao que

tirou meu flego.

Hora de ficar quieta.

Olhei para o interior da tenda sob a luz das velas.

Certo, isso realmente aconteceu?

Senti a respirao dele agitar o cabelo na minha tmpora, seu

peso enorme, o calor do seu corpo.

Sim, tinha acabado de acontecer.

Precisava ir a algum lugar e pensar. Precisava descobrir

como, diabos, deixei um homem que no conhecia, um homem que
tinha me violado sete vezes (essencialmente), um homem do qual
no gostava, me fazer gozar duas vezes.

Precisava me afastar dele.

O peso do corpo dele relaxou mais firmemente contra o meu,

ao mesmo tempo que seu brao me apertou.

Ele tinha dormido. Seu brao me apertou mesmo dormindo.

93
 Droga.

Ok, no ia me afastar dele.

Ento, precisava acord-lo e encontrar alguma maneira de

comunicar a ele que, de maneira nenhuma, ia ser capaz de
adormecer com seu peso sobre mim.

Imaginei que ele no gostaria de ser acordado.

E estava pensando nisso no segundo anterior aos meus olhos

se fecharem e adormecer com o peso dele sobre mim.

94
 Captulo Seis
O Mercado

Nossas bocas estavam prximas, meus dedos segurando um

lado do seu pescoo, os dedos da outra mo deslizando pelo seu
cabelo, da raiz at a ponta do longo rabo de cavalo.

A cabea dele estava inclinada para trs, sua respirao se

misturando com a minha, um dos braos envolvendo com fora a
minha cintura, a outra mo segurando o meu pescoo.

Eu estava montando meu rei e estava fazendo isso com fora.

No estava indo rpido; gostava dessa sensao, muito. Tanto que
queria desfrut-la.

Mas quando desci, fiz isso com fora, porque gostava disso
tambm.

Mayoo ele grunhiu uma ordem que no entendi.

No entendo o que voc diz, baby sussurrei sem flego

contra sua boca, seu brao enrijeceu, me puxando para cima e me
empurrando para baixo.

Mayoo afirmou ferozmente e o entendi.

Ok sussurrei, indo mais rpido, fechei os olhos, os

dedos dele apertaram o meu pescoo e meus olhos se abriram.

Linas ele exigiu, tive um palpite e olhei nos olhos dele,

indo mais rpido, cavalgando sobre ele, meus dedos apertando o

95
pescoo dele, tentando manter seu olhar, mas no conseguindo.

Minha cabea se inclinou para trs, meus lbios se separaram

e engasguei suavemente quando gozei.

Ele me manteve em movimento com o brao que envolvia

minha cintura e depois que meu doce orgasmo me atravessou, me
concentrei e assumi o comando novamente. Observando-o
enquanto continuava me movendo em cima dele, vi o fogo queimar
em seus olhos, senti a presso dos dedos dele aumentar no meu
pescoo, o brao em volta da minha cintura ficou to apertado que
no conseguia respirar e, quando desci, me segurou, ento
enquanto estava preenchida completamente por ele, inclinou o rosto
para a frente e gemeu contra o meu peito.

Fechei os olhos.

L estava.

Fiz de novo.

No tive escolha, ele me acordou com as mos, elas eram

suaves, mas eficazes e estava pronta antes de estar consciente
ento dei tudo de mim, novamente.

Com satisfao.

Merda.

O que estava acontecendo comigo?

Sua cabea se reclinou, olhei para ele e foi como se o visse

pela primeira vez.

E vendo seu olhar sobre mim, os olhos ainda calorosos no

meu rosto, seu pnis dentro de mim - Deus, sem brincadeira, por

96
mais insano que fosse, achei que ele era o homem mais
incrivelmente bonito que j vi de uma forma sombria, selvagem e
totalmente sexy, claro.

Estava prestes a inform-lo sobre isso (no que pudesse fazer

isso) quando de repente eu estava no ar, em seguida, de costas.
Ele pairou sobre mim com uma mo apoiada na cama e a outra
mo em concha roando entre as minhas pernas, o longo dedo
mdio me invadindo.

Em seguida, dobrou o brao, seu torso se inclinou e seu rosto

estava prximo do meu.

Ele enfiou o dedo mais fundo e eu engasguei.

Kah Lahnahsahna? Perguntou, eu o encarei e seu dedo

entrou mais fundo, muito mais profundamente, todo o meu corpo
estremecendo. No podia dizer que doeu, de fato, no doeu. Eu
ainda estava sensvel e me sentia muito bem, mas

Que porra?

O qu? Sussurrei, seu dedo deslizou para fora, em

seguida, me penetrou novamente.

Kah Lahnahsahna ele grunhiu.

Kah ... uh, Lahnahsahna sussurrei, tentando entender o

que estava exigindo de mim.

Ele olhou para mim.

Jesus, o que foi que eu fiz?

Ento, sua mo deslizou entre as minhas pernas, espalhando

a sua e a minha umidade at minha barriga, segurou meu peito com

97
fora, as pontas dos dedos apertando, em seguida, beliscou meu
mamilo to forte que meu corpo estremeceu (e, tive que admitir, no
de uma maneira completamente ruim), antes de mover seu trax.
Sua boca capturou o outro mamilo, o chupou com fora e isso,
tambm, fez meu corpo estremecer, definitivamente, de uma
maneira nem um pouco ruim.

Em seguida, seu rosto estava junto ao meu, seus lbios me

tirando o flego, seus olhos eram tudo que eu podia ver e estavam
ardendo com uma luz diferente, que me fez recuperar o flego
enquanto sua mo voltava para o meio das minhas pernas e seu
dedo me penetrava novamente.

Lahnahsahna Circe lapoo meera kah liros anah declarou

com firmeza e pisquei.

Uh... ok sussurrei, pensando que, talvez, concordar

fosse o melhor caminho a percorrer e ele continuou a olhar nos
meus olhos.

Em seguida, o fogo nos seus olhos morreu e ele sussurrou em

resposta, Ok o dedo deslizou suavemente sobre o meu
clitris, meu corpo estremeceu, levemente desta vez, quando a mo
dele deslizou at a minha barriga ao mesmo tempo que seus olhos
desapareceram porque a sua cabea se inclinou para que a lngua
pudesse deslizar pela minha garganta.

Em seguida, sem olhar para mim, saiu da cama.

Observei seu corpo nu se movendo em direo s abas na

entrada da tenda.

Ok. O que foi tudo isto?

98
 Ele abriu uma das abas, novamente sem ligar nem um pouco
para sua nudez e gritou algo atravs delas. Ento, se afastou delas,
sem olhar para mim, e caminhou para os bas no canto.

As abas se mexeram e Teetru entrou, seguida da Packa,

ambas transportando grandes jarros de barro. Rapidamente me
abaixei e puxei o lenol para esconder a minha nudez (no que elas
no a tivessem visto, repetidamente) enquanto Lahn se afastava
dos bas e lanava uma nova cala de couro no cho. Arrancou o
jarro das mos de Teetru e o inclinou sobre a cabea, a gua
espirrando pelos tapetes e sobre sua cala limpa. Usou a grande
mo para espalhar a gua ao redor do seu corpo, em seguida,
empurrou o jarro de volta para Teetru. Ela o pegou, ele arrancou o
outro jarro das mos da Packa e fez a mesma coisa. Ento, sem se
enxugar, enfiou a cala limpa, amarrou os cadaros apertados nos
quadris e caminhou para fora da tenda, sem olhar no vindo at
mim nenhuma vez.

Olhei para as abas da tenda.

Ok, talvez eu estivesse errada. Linguagem e uma maldita

cultura de assassinos estavam entre ns, mas, fora essa ltima
parte, pensei que Lahn e eu tivssemos conseguido esclarecer
algumas coisas na noite passada e, humm... esta manh. Ns
tnhamos compartilhado palavras (mais ou menos), ele sorriu para
mim (claro, depois de eu ter tirado sangue dele, mas ainda assim,
ele sorriu), seu toque tinha mudado, ele me abraou enquanto
dormamos, o brao apertado ao meu redor enquanto ele dormia e
dedicou uma quantidade razovel de esforo em me dar, de
verdade, trs grandes incrveis orgasmos.

Acho que imaginei tudo errado.

99
 Teetru veio at a cama, se inclinou sobre ela, puxou o lenol,
falando baixinho comigo, mas a nota de emoo na sua voz fez
com que meus olhos se movessem das abas da barraca para ela.

E vi que ela estava animada. Seus olhos estavam brilhando.

Estava feliz. Algo bom estava acontecendo e no era s por eu
estar me levantando e me arrumando.

Por favor sussurrei, estendendo a mo e segurando a

mo dela me traga a Diandra.

Olhou nos meus olhos. Em seguida, balanou a cabea.

Ento virou a cabea e disse algo para a Jacanda que estava
arrastando a banheira. Jacanda olhou para mim, olhou para Teetru,
acenou com a cabea, deixou a banheira onde estava e correu para
fora da tenda.

Ca de costas na cama e olhei para o teto da tenda.

Outro dia no paraso sussurrei, minha voz soando

derrotada.

Porque era isso que era e porque EU estava nele.

Me permiti lamentar isso por cerca de dois minutos. Ento,

juntei minha merda e me arrastei para fora da cama para enfrentar
o que quer que estava por vir no dia que tinha frente.

100
 O mercado era prximo do acampamento, depois de um
pequeno bosque de rvores estranhas, finas e verdes, um pouco
parecidas com bambu, mas no eram.

E o mercado, ao contrrio do acampamento, era fixo. Havia

tendas, mas tambm havia edifcios, no muito resistentes, mas
edifcios, no entanto.

E eles tinham, descobri, tudo venda, l. Tudo.

Diandra, sua filha de doze anos com um bonito cabelo escuro

e olhos cor de amndoas, Sheena (que falava ingls o suficiente
para se fazer entender de uma forma pausada e encantadora,
principalmente porque falava sorrindo, um sorriso doce aps cada
palavra, praticamente) e eu causamos grande sensao quando
chegamos.

E essa sensao, percebi, no era inteiramente devido

minha nova roupa arrasadora (um top azul gelo preso a uma
corrente de ouro em volta do meu pescoo e outra corrente em
torno das minhas costas, saia azul gelo com faixas douradas e
toques de branco e prata, um cinto largo feito com aros de ouro e
prata, sem braceletes nos meus bceps, mas muitas pulseiras finas
de ouro e prata nos meus pulsos, que Gaal demorou cinco minutos
para enfi-las pelas minhas mos, e cobriram meus pulsos at o
meio do antebrao e tilintavam cada vez que movia meus braos (o
que notei pela primeira vez na minha vida, muito), brincos de ouro,
mais uma vez com prolas pendentes e presilhas de prolas
afixadas nas ondas, cachos e tranas do meu cabelo por toda
parte).

A rainha atendeu ao chamado.

101
 Com uma Diandra tagarela e uma risonha, sorridente e falante
Sheena, percorri o mercado olhando as mercadorias. Jarros de
barro, tigelas e vasos de todas as formas e tamanhos. Pilhas de
tecidos, de juta at seda, em todas as cores que voc possa
imaginar. Carnes secas. Peas de salame tipo salsichas. Queijos.
Tonis de iogurte. Frutas secas. Frutas e vegetais frescos. Nozes,
com e sem cascas. Sacos de vrios gros. Porcelana. Tigelas
esmaltadas. Facas e colheres (nada de garfos, notei, como notei
que no havia nenhum mesa do Lahn) feitas de prata ou estanho
e at mesmo madeira. Bijuterias, pulseiras, correntes e bobs de
cabelo. Fios de todas as cores. Teares grandes e pequenos.
Tapetes, mais uma vez, grandes e pequenos. Barris de vinho.
Velas.

Pense em qualquer coisa, eles tinham. O lugar era enorme,

agitado, os cavalos (alguns atrelados raquticas carroas, outros
no) e o que pareciam ser touros (no que j tivesse visto touros,
estava supondo) amarrados s cercas simples de madeira fora do
mercado, no ficavam l s durante o tempo em que a Daxshee era
estabelecida, ficavam l sempre e as pessoas vinham de outros
lugares para comprar o que precisavam.

Estava caminhando e absorvendo tudo, mas tambm estava

pensando. Isto porque estava pensando na Diandra. Ela parecia
amvel. Parecia amigvel. Parecia querer ser minha amiga, parecia
querer ajudar.

E eu precisava de ajuda.

Muito, muito mesmo.

S no sabia por onde comear.

102
 Os boatos esto diminuindo, Dahksahna Circe me disse,
levantando um tecido prateado com faixas vermelhas e roxas.

Parei, deslizando o dedo no tecido de seda macia e olhei para

ela. Desculpe?

Ela se virou para mim e abaixou a mo. Os boatos esto

diminuindo. Seu sorriso era malicioso e sbio. O rei guerreiro
e sua rainha guerreira lutaram na noite passada, ouvi. Ela se
inclinou e ergueu as sobrancelhas enquanto respirava
profundamente. Tambm ouvi que ele ganhou.

O qu? Prendi a respirao e ela riu suavemente, se

aproximando.

Outra coisa com a qual voc precisa se acostumar, minha

querida me deu um cutuco com o quadril, em seguida, olhou
para o tecido, os lbios se curvando as paredes das tendas so
finas. E, especialmente com o Dax, as pessoas ouvem.

Oh, meu Deus.

As pessoas nos ouviram? Prendi a respirao (sim, de

novo!).

Vocs estavam gritando respondeu com outro sorriso

malicioso.

Oh, meu Deus!

Ento voc estava gemendo e gritando ela riu enquanto

eu olhava para ela mortificada os despojos da vitria para o Rei
Lahn, tenho certeza.

Oh, meu Deus sussurrei, ela jogou a cabea para trs e

riu, em seguida, colocou um brao em volta da minha cintura e me

103
guiou para longe da barraca de tecidos, ainda rindo quando notei a
Sheena sorrindo descaradamente para mim.

Ela sabia tambm.

E ela tinha doze!

Que horror!

Acalme-se, minha querida. Diandra pediu com um

aperto na minha cintura, quando o olhar mortificado criou razes no
meu rosto Isso bom, seu rosto se inclinou at o meu
muito bom. Sua gente podia no saber que as palavras dele no
ritual do casamento eram verdadeiras. Mas, na noite passada, voc
provou que eram. Gritar com um rei? Ela balanou a cabea em
desaprovao simulada enquanto sussurrava tsc, tsc e soube que
estava brincando, porque estava sorrindo o tempo todo. Ainda
no acabou, Dahksahna Circe. S o corao mais valente e o mais
feroz esprito da alma de uma mulher se arriscaria a desafiar um
poderoso rei guerreiro. Me deu outro aperto, desviou o olhar e
murmurou: Muito bem, minha querida.

Ok, merda, eu estava em apuros.

Humm... Diandra? Chamei enquanto ela nos guiava at

uma barraca de bugigangas cheia de pulseiras, brincos, delicados
braceletes tranados e correntes, e todos os tipos de merdas
descoladas para o cabelo, Sheena nos seguindo e parando ao lado
da mesa onde as mercadorias estavam expostas.

Diandra passou o dedo sobre uma presilha de cabelo feita de

prata com o que parecia ser um desenho gravado nela e murmurou:
Humm?

104
 O que significa trahyoo? Perguntei e os olhos dela
encararam os meus.

Significa, durma, no imperativo. Como em ahnoo, no

imperativo, ahnay pode ser usado se voc quer dizer ela pegou a
presilha eu gosto disso, ou em Korwahk, kay ahnay sah. Mas
se voc quiser colocar nfase nisso, digamos, se voc for um rei...
ou uma rainha, e espera que seus mnimos caprichos sejam
atendidos, voc diria eu gosto disso ou kay ahnoo sah. Portanto,
se voc est mandando algum dormir, no vai dizer trahyay,
voc vai ordenar trahyoo.

Oh sussurrei e ela largou a presilha. Ento perguntei

baixinho: E mayoo?

Observei suas feies abrirem um sorriso que me mostrou

que ela havia entendido, mesmo tendo apenas metade da
mensagem. Uma ordem novamente. Mais rpido.

Merda. Bem, eu estava certa sobre isso.

Voc diria mayay se no fosse uma ordem ela explicou,

ainda.

Certo falei suavemente, em seguida, murmurei:

Humm... Peguei um conjunto de pulseiras de ouro incrustadas
com prolas minsculas e continuei e, uh... o que... lapah meer,
alguma coisa assim, kah lira anahl quer dizer?

Senti seus olhos em mim. Lapah meer... kah lira anahl?

Olhei para ela. Humm... acho que sim.

Sua cabea se inclinou para o lado em confuso e Sheena se

intrometeu para sugerir: Lapoo meera kah liros anah. Anah,

105
Loola. Anah Ela terminou com nfase, meus olhos se voltaram
para a Diandra e vi a luz da compreenso.

Sim, lapoo meera kah liros anah. Significa est entre as

minhas pernas esta noite. Diandra explicou e senti o sangue
correr para o meu rosto enquanto meu estmago se apertava,
Diandra viu o rubor instantaneamente, sorriu suavemente e se
aproximou. No o que voc est pensando disse ela
baixinho. Os homens se renem hoje noite. Amanh, o Dax
estar escolhendo seus novos guerreiros. Hoje noite, os homens
vo comemorar como s os homens podem falando alto, bebendo
muito e assistindo guerreiros lutando uns com os outros at a
morte.

Senti o sangue que correu para o meu rosto ser drenado e a

Diandra viu isso tambm, ento balanou a cabea.

No, Dahksahna Circe, no assim. um esporte. Ou,

eles acham que . inofensivo. Isso no quer dizer que guerreiros
no se machucam at sangrar, mas eles querem e gostam disto.
Treinam para isso. Um teste de fora, resistncia. Gostam de se
exibir e isso ajuda a resolver a ordem das coisas, quem o mais
forte, quem precisa ficar mais forte, quem o mais rpido, quem
precisa ser mais rpido, quem mais ttico, quem precisa aprender
estratgia. E os outros que no participam apreciam com muito
entusiasmo. Isso dito, Seerim h muito tempo parou de me levar.
Eu, por outro lado, no apreciava. As esposas dos guerreiros no
apreciam. Ela chegou mais perto. E, minha cara, a coisa boa
, no so muitos homens que permitem que suas mulheres os
acompanhem, querem que suas esposas estejam com eles
enquanto comungam com seus irmos. Seus olhos ficaram

106
brilhantes. E muito raro, to raro que nunca ouvi falar disso,
que um guerreiro recm-casado honraria sua noiva querendo sua
presena. Isso normalmente leva meses, at mesmo anos e, s
vezes, no acontece nunca. Meu corao falhou uma batida,
mas depois parou completamente quando ela terminou. E
quando voc assiste, voc se senta no cho, entre as pernas dele.

Olhei para ela.

timo. Simplesmente maravilhoso.

Me sento no cho? Perguntei e ela assentiu. Entre as

pernas dele? Continuei tentando entender e ela sorriu.

No o que voc pensa me disse e olhei para as

pulseiras.

Oh, sim, murmurei e sua mo veio at o meu queixo,

levantando-o ento olhei nos seus olhos compreensivos.

Para alguns dos guerreiros, minha querida, somente o

que voc pensa disse ela calmamente. Para outros, uma
forma de estar prximo ao ente amado enquanto desfruta de algo
que gosta muito. Ela se inclinou. Para um rei e sua noiva h
muito esperada, lev-la para os jogos apenas cinco dias depois de
reivindica-la, meu palpite que o ltimo caso.

Olhei para ela novamente e suspirei. Ele no me ama.

Sua cabea inclinou para o lado e os lbios se curvaram para

cima.

Dizem, ao longo da histria, que um grande guerreiro, de

fato, o mais forte e mais feroz, se apaixonou por sua noiva
simplesmente ao contempl-la na parada. Sua mo deslizou

107
sobre a minha bochecha e ela sugeriu: Talvez isso tenha
acontecido com voc.

Pensei nisso hoje de manh. Pensei nisso nos ltimos quatro

dias. Penso que ela estava muito errada.

Ento declarei: Acho que no.

Sua mo caiu, se afastou e se voltou para a bugigangas.

Ento disse para as bijuterias: Muitas Caas s Esposas
passaram onde o Rei Lahn observava o desfile e ele as deixou
passar. Seu povo tem esperado h anos que ele reivindique sua
noiva. Um guerreiro, no um guerreiro qualquer, mas um guerreiro
como o Rei Lahn, no desenvolve uma vasta gama de sentimentos.
Eles batalham. Eles pilham. Eles tomam. Eles lutam. Eles treinam.
No formam alianas estreitas com seus irmos, porque h muitas
oportunidades para se desapontar. Raramente, em alguns casos
nunca, so tocados pela bondade, uma mo macia, um olhar
caloroso e, certamente, no antes de estarem casados. Seus
olhos se viraram para mim e encararam os meus. Muitos
humanos no precisam disso, podem viver suas vidas inteiras sem
isso, mas alguns no e pouqussimos deles so guerreiros. Ela
faz uma pausa. Mas eles existem.

Diante disso, para esconder o que ela me fez sentir, soltei:

O que Lahnahsahna quer dizer?

Ela sorriu. Significa tigresa, minha querida.

Tigresa?

Ela assentiu e continuou. E Lahn significa tigre. Ele foi

nomeado tigre pelo seu pai guerreiro, que era, alis, tambm um
Dax. Antes ele desafiou e derrotou o Dax que superou o pai dele, e

108
mesmo agora, o Rei Lahn foi e conhecido como O Tigre porque
feroz, inteligente e forte na batalha. Nomeou voc, no rito do
casamento, como sua tigresa. Obviamente, a companheira perfeita
para o tigre e, vou dizer, pareceu bastante claro pela maneira como
falou que pouco significava para ele que estava sendo reivindicada
como sua Dahksahna, at mesmo sua rahna Dahksahna. Mas
significou mais, muito mais t-la reivindicado como sua
Lahnahsahna. Ele nem sempre foi o Dax, mas nasceu O Tigre, o
que ele , quem sempre ser.

Ok, tinha que admitir que ela estava certa. Definitivamente,

estava claro que significava muito para ele. Mais do que bastante.
Muito, muito.

E kah Lahnahsahna? Perguntei em voz baixa.

Minha tigresa respondeu calmamente.

Oh, meu Deus!

Desviei o olhar e mudei rapidamente de assunto antes que o

meu corao batesse fora de controle.

E rahna Dahksahna? O que rahna significa?

Dourada.

Ento kah rahna Dahksahna...? Parei.

Minha rainha dourada respondeu.

Uh, humm murmurei, ainda dedilhando as pulseiras com

prolas e ouvi seu riso.

O vendedor falou alguma coisa ansiosamente para mim,

minha cabea se ergueu e vi seus olhos excitados irem de mim

109
para as pulseiras e vice-versa.

Oh, no, desculpe, no tenho nenhum dinheiro disse a

ele, sorrindo ao mesmo tempo que balanava a cabea e colocava
as pulseiras de volta no lugar.

Seu sorriso murchou.

Leve-as Diandra falou e virei a cabea para olhar para

ela.

No tenho nenhum... comecei e ela balanou a cabea.

Ele vai enviar um mensageiro para o Dax, o Dax lhe dar

moedas ou conceder um favor a ele. Se voc as quer, pegue-as.
Ela sorriu para o vendedor, em seguida, para mim. Ao fazer
isso, voc d a ele uma grande honra. A rainha visitou muitas
barracas, mas no comprou nada. Esto todos esperando que voc
os ilumine com a sua luz dourada, ento pegue-as.

No tenho certeza se quero que o Lahn-

Minha querida, ele tem muitas moedas. A prova est

cobrindo voc da cabea aos ps. Leve-as. Ele no vai nem piscar.
Ele espera que voc seja cliente dos seus fornecedores. Isso os
mantm felizes. Alimenta os seus cofres, coloca comida nas suas
barrigas e ele precisa da fidelidade deles. Leve-as. Confie em mim.

Estudei-a e ela levantou o queixo, me encorajando.

Leve-as, Dahksahna Circe Sheena pediu, ento inclinou

a cabea e sorriu um sorriso cristalino. Bonitas! Em seguida,
ela riu.

Olhei para as pulseiras, peguei-as e as girei nas minhas

mos. Eram feitas grosseiramente, mas eram bonitas. Havia cinco

110
delas e combinavam muito bem com a minha vestimenta. Inferno,
aquelas prolas ficariam maravilhosas com qualquer vestimenta.

Deslizei-as pelo meu pulso.

Ah! Suh rahna Dahksahna fahnay ta kay! Rah fahnay ta

kay! Shahsha, kah Dahksahna, shahsha! Shahsha! Gritou o
vendedor, finalizando com as mos em posio de orao, sorrindo
para mim como um luntico e se curvando repetidamente.

Ele diz que a rainha dourada sorri para ele. Obrigado

Diandra traduziu, sorrindo.

Como que eu digo, de nada? Perguntei.

Nahrahka ela respondeu, me virei para o vendedor,

abaixei a cabea e sorri.

Nahrahka disse a ele.

Suh rahna Dahksahna lapay Sahna! Shahsha fahnay ta

kay. Shahsha, kah Dahksahna! Ele gritou, eu ri e olhei para a
Diandra.

Ele diz que a rainha dourada bonita. Agradece por sorrir

para ele ela explicou, acenei para ela, para ele e sorri
novamente.

Shahsha, uh... bom senhor murmurei.

Ele se curvou, balanando as mos na frente dele, em

seguida, se virou para a tenda ao lado e gritou: Suh rahna
Dahksahna fahnay ta kay! Fahnay ta kay! Ento inclinou o torso
para trs, olhou para o cu azul claro e ergueu as mos para os
cus.

111
 Bem, murmurei para Diandra enquanto nos afastvamos
da tenda voc estava certa. Ele parece muito honrado.

Assim que terminei de falar tanto ela quanto sua filha riram e
eu me senti muito, muito bem, por me divertir e rir com elas.

Nos movemos atravs do mercado e no era nem de perto o

mesmo que ir a um shopping center (o que eu posso dizer? Eu
adoro fazer compras) com meus amigos l de casa (algo sobre o
qual no estava pensando, j sentia falta do meu pai e estava
preocupada com ele, no quis sequer pensar nos meus amigos),
mas era to divertido de uma maneira diferente. Gostei da
Diandra e quanto mais ficava perto da sua simptica e atenciosa
conversa, mais gostava dela. Sheena era uma graa e provou,
enquanto comprava (e implorava sua me por uma e outra
bugiganga) que meninas de doze anos de idade eram universais
no importa o universo no qual voc passasse a viver.

Tomamos um pouco de suco que tinha gosto de manga que

recebemos de uma vendedora que ficou satisfeita alm da razo
por eu ter tomado sua bebida fresca quando os vi.

Um curral onde estavam parei e olhei no qual estavam o

que pareciam ser filhotes de tigres brancos.

Oh, meu Deus sussurrei e corri para o curral. Eles

so to fofos! Gritei e olhei para o homem parado ao lado do
curral. Eles so lindos! Inacreditveis! Esto venda? Senti
Diandra e Sheena se aproximarem e me virei imediatamente para a
Diandra. Voc acha que esto venda?

Diandra estava olhando para os filhotes de tigre. Humm

Dahksahna Circe ela comeou, mas desviei o olhar dela para o

112
homem do curral.

Eu quero um declarei quando parei na frente dele.

Eles so brancos! Me virei para a Diandra. Nunca vi um tigre
branco! Nem sabia que existia! Me virei novamente para o
homem. Ser que eles mudam de cor? Ele olhou para mim e
continuei falando. Espero que no. Quero chamar o meu de
Ghost. No! Gritei. Casper! Balancei a cabea. No,
acho que Ghost melhor. Me virei para a Diandra novamente.
O que voc acha? Casper ou Ghost?

Eu acho, minha querida se aproximou que voc deve

discutir este assunto com o seu rei.

Por qu? Perguntei e suas sobrancelhas se ergueram.

Por qu?

Sim, por qu? Ele O Tigre, tem que gostar de um

filhotinho disse.

Dahksahna Circe disse ela baixinho e pegou a minha

mo ele O Tigre e voc sua Tigresa, mas est introduzindo
um animal de estimao em sua famlia. No um gato, um cachorro
ou um pssaro, mas um perigoso animal carnvoro. Voc ainda nem
sabe como falar com seu novo marido em seu idioma. Acho que,
talvez, voc deva se estabelecer-

Olhe para eles! Exclamei, apontando o brao para o

curral dos filhotes de tigre, bonitos e brincalhes. Eles so
adorveis. No so animais carnvoros.

Mesmo agora, minha querida, suspeito que comam carne,

mas mesmo que no o faam, vo comer ela respondeu de

113
forma racional.

Ento? Respondi irracionalmente, como tinha feito, toda

a minha vida, antes da minha me morrer e depois, toda vez que
via algo que eu queria e queria isso, muito. Eu como carne
tambm. Respondi irracionalmente.

Voc no mata e a come crua at o osso ela retrucou.

Isto era verdade.

Mordi o lbio e olhei para os animais.

Ento um deles galopou para o lado do curral, se sentou,

olhou para mim e fez um barulho que juro, posso jurar, que entendi
como Loolah que, tinha descoberto com a Sheena naquele dia,
em Korwahk significava Mame.

Meu corpo ficou paralisado enquanto olhava para a criatura.

Oh, Deus Diandra murmurou, olhei para ela e soube que

o ouviu tambm.

Ele... ele fez... Engoli em seco, olhei para o filhote e

novamente para a Diandra, Aquele filhote de tigre acabou de-?

Outro miado do filhote de tigre que entendi novamente como

Loolah.

Dei um passo para trs.

Meu Deus, o animal estava falando comigo.

Diandra suspirou, estendeu a mo, agarrou um menino que

passava correndo, falou rapidamente com ele, o menino olhou para
mim e correu para longe, atravessando a multido.

Dei pouca ateno a isso. Estava olhando para o filhote.

114
 Essa criatura me chamou de Loolah sussurrei.

Outro miado que significava outro Loolah em seguida outro

rudo que entendi como Gahsee e Diandra falou com o homem, o
que significava que ela tambm ouviu. Ele se moveu, se inclinou,
abriu a tampa de algo que estava enterrado no cho e surgiu com
uma garrafa feita de vidro com um estranho tipo de mamilo na ponta
e aquela garrafa estava definitivamente cheia de leite.

Gahsee Diandra sussurrou para mim significa

faminto.

A criatura estava falando comigo!

Eu podia ouvir filhotes de tigre falarem comigo neste mundo!

Que bizarro, surpreendente e legal pra caralho!

O homem deu as costas para ns, se curvou sobre o curral,

pegou o filhote de tigre, se virou e, sem hesitao, o colocou nos
meus braos. Segurei-o automaticamente enquanto ele empurrava
a garrafa para mim.

Oh, Deus Diandra murmurou novamente enquanto

olhava para o filhote de tigre nos meus braos.

Tudo o que sentia era o pelo macio e grosso do filhote, as

almofadas macias das belas patas. Tudo o que vi foi o nariz
proeminente, as orelhas arredondadas e os belos olhos azuis
olhando para mim com total confiana.

Oh, merda. Estava apaixonada.

Virei o filhote nos braos, peguei a garrafa do homem e a

ofereci ao filhote de tigre.

115
 Sua grande lngua cor de rosa agarrou a ponta, em seguida,
comeou a se alimentar.

Sim. Totalmente apaixonada.

Virei os olhos brilhantes para a Diandra. Querida, estou

fodida e completamente apaixonada sussurrei.

Seus olhos se moveram sobre o meu rosto, ento olhou para

Sheena e sussurrou: Oh... Deus.

Sheena riu.

Abaixei a cabea novamente para o filhote e o embalei,

balanando suavemente para os lados.

Casper? Chamei experimentalmente e o filhote apenas

sugou, os olhos fechados. Ghost? Falei e os olhos do filhote
se abriram ento, lentamente, se fecharam de novo. isso,
ento. Decidi em voz baixa. Seu nome ser Ghost.

Cinco minutos mais tarde, quando a garrafa estava quase

vazia, ouvi batidas de cascos, ergui a cabea e senti tardiamente
que a vibrao no mercado mudou.

Virei a cabea e soube o porqu.

Lahn galopava atravs do caminho em seu grande garanho

com a crina e a cauda pretas e lustrosas, o pelo abundante ao redor
de todos os quatro cascos e em parte das patas.

Dei um passo para trs enquanto ele galopava na minha

direo e freava o cavalo no ltimo minuto, virando-o para o lado
assim Lahn pde se aproximar, virar a cabea e olhar para mim.

Olhei para o meu marido em plena luz do dia, uma viso que

116
nunca havia tido.

Ele tinha um peito fabuloso. Era enorme, mas bem definido e

pude ver que as marcas das minhas unhas no ombro dele tinham
cicatrizado. Idem em relao s enormes, fabulosas e bem
definidas ondulaes abaixo dos ombros. Os msculos das coxas
podiam ser vistos atravs do couro. Uma linda pele morena por
todos os lugares. A barba preta e espessa presa na altura do queixo
por um anel de ouro que era estranha, mas tambm descolada. O
cabelo puxado para trs em uma trana grossa que provavelmente
ia quase at a cintura, mas agora estava cado por cima do ombro
macio, tambm preso por um anel de ouro. As sobrancelhas fortes
que se projetavam atraentemente sobre os olhos. Grossas e pretas.
Mas do rosto fabulosas. Profundos e penetrantes olhos
castanhos escuros. Lbios cheios, cercados pela barba.

Totalmente quente.

E o olhar que estava me dando era absolutamente feroz.

Ficou claro que no estava muito satisfeito por ter sido

interrompido em qualquer coisa que reis de hordas selvagens
faziam durante o dia e sido chamado para o mercado porque sua
noiva havia se apaixonado por um filhote de tigre.

Dei mais um passo para trs.

Ento, me lembrei de quem eu era.

No meu mundo, era Circe Kaye Quinn, a gerente do escritrio

da empresa de mudanas do meu pai, sem sorte no amor (algo que
tentei, duas vezes, tendo relacionamentos de longo prazo com
caras que achava que eram os caras at acabar, duas vezes, ento
sabia que no tinha sorte no amor), mas amada pela famlia e pelos

117
amigos.

Aqui, eu no era uma gerente de escritrio. Era a Rainha

Guerreira Dourada e a Tigresa, e estava usando uma roupa de
arrasar.

Ento precisava agir como tal e no ficar to assustada com

esse cara. Ele podia me machucar, j tinha me machucado, mais de
uma vez, e sobrevivi.

Ento... foda-se.

Inspirei profundamente e levantei o queixo, ao mesmo tempo

em que erguia um pouco o filhote.

Esta Ghost falei. Ela o nosso novo animal de

estimao.

Lahn mostrou uma carranca para mim.

Humm Diandra se adiantou e falou um monte de coisas

que no entendi, mas meu palpite era que estava se explicando por
mim.

Seus olhos no deixaram o meu rosto, assim como o olhar

furioso no os deixou.

Vou lev-la para casa. Voc vai precisar dar a este homem
algumas humm, moedas. Movi a cabea para indicar o homem
dos tigres.

Diandra falou novamente e Lahn continuou me olhando.

Ela vai dormir na cama com a gente declarei, Diandra

traduziu (hesitantemente, desta vez) e a carranca aumentou ou,
devo dizer, ficou mais sombria.

118
 Encarei sua carranca por um longo tempo. Ento respirei
fundo outra vez, senti o pelo grosso e o corpo quente do filhote ficar
mais pesado em meus braos enquanto ela caa no sono.

Eita minha nossa, um filhote de tigre branco estava dormindo

nos meus braos, me chamou de mame e eu a ouvi.

Me aproximei do Lahn, estendi a mo debaixo do filhote,

envolvi os dedos ao redor da coxa firme e inclinei a cabea para
trs, para olhar em seus olhos ferozes.

Por favor? Sussurrei.

Ele olhou para mim e fez isso por um longo tempo.

Ento apertei sua coxa.

Me olhou por mais um segundo, em seguida, puxou as rdeas

da sua besta, girou duas vezes, Lahn se abaixou, pegou a mim e
Ghost nos braos e nos levantou, plantando minha bunda na frente
dele, no cavalo.

Ele ia...?

Falou algo para o homem do tigre, o homem do tigre sorriu e

curvou a cabea, ento Lahn manobrou o cavalo e samos
galopando atravs do mercado.

Ele deixou! Estava deixando eu ficar com o tigre!

Uhuuu!

Me virei e, olhando por sobre o corpo enorme, acenei

cuidadosamente para Diandra e Sheena da melhor maneira que
consegui enquanto ainda mantinha o aperto firme sobre o meu novo
beb.

119
 Elas acenaram de volta. Ambas estavam sorrindo e ambos os
sorrisos eram enormes.

Ento me endireitei e olhei para o Lahn que estava olhando

impassivelmente a distncia. Deve ter sentido meu olhar, porque
baixou os olhos para mim e me encarou com um olhar furioso.

Sorri para ele.

Seu olhar se aprofundou enquanto seus olhos encaravam a

minha boca.

Me virei para a frente, me acomodei no cavalo e embalei

Ghost.

Ele queria ficar de mau humor, que ficasse.

Tanto faz.

Tinha um filhote de tigre que podia falar comigo e achava que

eu era a sua Loolah!

Sem mencionar algumas novas e encantadoras pulseiras.

Uhuuu!

120
 Captulo Sete
Os Jogos

As abas da barraca abriram de supeto, eu pulei, Ghost

levantou a cabea, Teetru, Jacanda, Packa, Gaal e Beetus (cada
uma delas, at mesmo a reservada Teetru, gritou de alegria diante
da viso da Ghost e eu mais cedo, enquanto cavalgvamos com o
Lahn at a tenda, ento ele desmontou, me puxou para baixo,
depois montou novamente sem uma palavra ou olhar e partiu) todas
em torno de mim na cama e brincando com Ghost, que tambm
saltou e olhou para a abertura da tenda onde Lahn tinha se
abaixado para entrar.

Ele deu um passo para dentro. Ghost pulou da cama e correu

para ele, o corpo branco e peludo e as patas grandes. O filhote de
tigre alcanou seu novo papai, ergueu as duas patas e cravou as
garras no calo dele.

Lahn olhou para a criatura, cruzou os braos sobre o peito,

ergueu a cabea e cravou o olhar em mim.

Oh, inferno.

Vayoo grunhiu para mim, eu no tinha ideia do que isso

significava, mas Teetru e Jacanda comearam a me empurrar para
fora da cama.

Era noite, eu j havia jantado, ento presumi que estava na

121
hora dos jogos.

Sa da cama, me aproximei do meu marido e me abaixei para

pegar Ghost que, agora, estava arranhando os tapetes. Era pesada,
ento a arrastei para cima e fiquei cara a cara com ela.

Seja boazinha avisei.

Ela se aproximou, acariciou minha mandbula com a cabea,

soltou um rudo fofinho que eu sabia ser um Loolah, ento ri e a
trouxe para perto para lhe dar um abrao.

Em seguida, ela foi tirada das minhas mos, virei a cabea

para o Lahn e o vi coloc-la no cho.

Lahn! Falei, mas sua mo enorme se estendeu e

engolfou a minha.

Vayoo, Lahnahsahna Circe, boh respondeu, me

puxando em direo s abas da barraca.

Ah, tudo bem murmurei, em seguida me virei para as

meninas e falei ao acenar: Boa noite, senhoras. Cuidem de
Ghost apontei para o filhote e vi um monte de sorrisos com
acenos das mos e das cabeas.

Em seguida, a aba da tenda foi empurrada para trs e segui o

Lahn atravs dela. Ou, mais precisamente, fui arrastada por ela.

Estou indo, estou indo, calma gritei enquanto corria para

acompanhar suas passadas largas.

Mayoo respondeu.

Eu no consigo mayoo Lahn, caramba, voc tem, tipo, dois

metros ou mais. Voc muito mais alto que eu. Cada passo que

122
voc d, so dois dos meus, pelo menos falei para as suas
costas, ele parou abruptamente e quase trombei nele.

Ele se virou, olhou para mim e disse um monte de coisas que

no entendi, mas tinha convivido com caras tempo suficiente para
saber que, quando terminou de falar havia uma pergunta,
provavelmente me perguntou algo sobre as mulheres e, mesmo se
eu conseguisse entend-lo e ele a mim, nunca conseguiria explicar.

Ento coloquei minha mo no seu peito, me inclinei

ligeiramente para ele, inclinei a cabea para trs e disse baixinho:
assim que , grandalho, por isso tirei a mo do peito dele e
acenei com a palma em direo ao cho v devagar.

Seus olhos estavam fixos na minha mo e ele parecia mais do

que infeliz. Parecia estranhamente irritado.

Oh, oh.

Ok, talvez estivesse entendendo que havia momentos para

ser A Tigresa, mas quando O Tigre estava ansioso para assistir a
um bando de guerreiros espancando uns aos outros, deveria
apenas me apressar e acompanh-lo.

Quando continuou olhando para a minha mo daquela

maneira irritada, dei um precavido passo para trs, os olhos dele
vieram at os meus, ento ele se moveu rpido. Seu brao se
ergueu, os dedos envolveram o meu pulso, me puxou com fora e
ca contra ele enquanto apertava minha mo espalmada no seu
peito, exatamente onde a tinha colocado momentos antes.

Olhei para ele enquanto seus olhos fitavam a minha mo, bem
embaixo dos arranhes em seu peito e senti meu corao comear
a martelar.

123
 Ento, ele olhou para mim.

Kay ahnay see ele murmurou e pressionou minha mo

com mais fora em seu peito.

Sabia o que aquilo significava.

Estava dizendo que gostava disso.

Oh, Deus.

Uh ... murmurei bom.

Bom ele murmurou, inclinei minha cabea para o lado e

sorri timidamente para ele.

Sim... bom.

Seus olhos desceram at a minha boca e sua outra mo se

ergueu, a pele calejada acariciando o meu queixo, o polegar
apertando com fora os meus lbios.

Kay ahnay see repetiu baixinho e minha respirao ficou

presa na garganta.

Oh. Uau.

Ele gostava do meu sorriso.

Uau. Ele gostava do meu sorriso!

Olhei para o meu marido guerreiro.

Seu pescoo estava curvado profundamente para que ele

pudesse me encarar, sua pele era firme e quente sob a minha mo,
assim como o corpo contra o meu e o seu rosto, Deus... ele era
lindo.

Sem pensar, me inclinei mais contra ele, minha mo deslizou

124
pelo seu peito, pegando a dele, e foi subindo, subindo, at envolver
o pescoo dele, sua outra mo desceu e enlaou a curva da minha
cintura, a outra j estava l quando inclinei minha cabea para trs,
meus olhos se fecharam lentamente enquanto os lbios se
aproximavam e, em seguida, ouvimos: Poyah, Dax Lahn! Poyah,
rahna Dahksahna!

Maldio dos infernos!

Meus olhos se abriram para ver a cabea dele, ainda prxima,

se virar, mas ele no tinha se afastado de mim. Olhei na direo
que ele estava olhando e vi que um guerreiro se aproximava. Era o
mesmo sorridente do ritual de casamento que estava muito
satisfeito com sua noiva. Estava sorrindo agora tambm, parecendo
no menos satisfeito, na verdade, infinitamente mais satisfeito.

Algum estava tendo o que queria e gostando do que estava

recebendo.

Meu corpo ficou tenso quando senti o Lahn se endireitar e

grunhir um monte de palavras no muito contentes ao guerreiro.
Embora, claramente, no estivesse feliz, de um jeito no muito feliz,
o guerreiro no vacilou um passo nem seu sorriso diminuiu. Na
verdade, ficou maior e, em seguida, jogou a cabea para trs e
soltou uma gargalhada.

Ele parou de rir e balanou a cabea quando nos alcanou e

falou um monte de coisas e, ao faz-lo, uma vez apontou para mim
com a cabea.

Lahn respondeu sua saraivada de palavras e tambm apontou

para mim com a cabea.

Os outros guerreiros ergueram as sobrancelhas em descrena

125
e ento ele disse algo que soou incrdulo, mas, se no estava
errada, era uma espcie de voc o cara, incrdulo. Tive certeza
disso quando seus olhos vieram para mim e me olhou de cima a
baixo, em seguida, se virou para o Lahn e acenou com aprovao.

Totalmente voc o cara.

Humm.

Estava o meu marido se vangloriando das suas escapadas

comigo, bem na minha frente?

Dei um passo para trs saindo dos seus braos e plantei as

mos nos quadris.

Uh... baby falei e os dois homens se viraram para mim,

ambos olharam para o meu rosto, claramente analisando meu rosto
e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Lahn falou - no
para mim, para o guerreiro.

E eu podia no falar Korwahk mas foi claramente: Viu o

que eu quis dizer? E o que quer que isso significasse, fez o
guerreiro soltar uma risada novamente.

A seguir, Lahn gargalhou com ele.

Fiquei parada, olhando.

Nunca tinha beijado meu marido e nunca tinha visto ele rir.
Ainda no o tinha visto sorrir.

At ento.

Jesus, quo estranho era isso?

Ele tinha uma risada maravilhosa e ficava lindo fazendo isso.

E tinha dentes muito brancos.

126
 Eles pararam de rir, o outro guerreiro disse alguma coisa e
inclinou a cabea para mim. Lahn acenou com a cabea sorrindo e,
de repente, agarrou meu bceps e meu corpo estava em
movimento. Ento, no tinha ideia de como fez isso, me colocou
sobre as suas costas, assim meu brao estava em volta do seu
pescoo e minhas coxas estavam nos seus quadris. Suas mos
enormes seguraram a minha bunda e ele comeou a caminhar
enquanto conversava com o outro guerreiro que acompanhou os
passos ao lado dele, o tempo todo me levando nas costas.

Curvei minhas pernas completamente em volta dele para me

segurar, meu outro brao abraando seu peito e havia algo sobre
isso, algo doce, algo ntimo, algo que gostei.

Oh, cara.

Caminhamos atravs do acampamento e atramos os olhares

de todas as pessoas pelas quais passamos. Notei que Lahn no
sorriu ou acenou com a cabea. Notei que Lahn tinha as mos na
minha bunda, eu sobre as costas dele, um guerreiro ao seu lado e
que tinha toda a sua ateno. As pessoas pelas quais passvamos
no existiam. Ele no tomava conhecimento delas, de nenhuma
forma.

Ento eu o fiz, sorrindo e acenando para qualquer um que me

chamasse a ateno. E havia um monte deles, tambm.

Os dedos do Lahn se cravaram, tensos, na minha carne, ele

virou a cabea e disse algo para mim.

No entendi, obviamente, ento apoiei meu queixo no ombro

dele e sussurrei: No entendo voc, baby.

Seus olhos escuros encararam os meus e ele disse baixinho:

127
 Lahnahsahna Circe... ok?

Oh, cara.

Sim, eu estava bem. Estava bem com o Lahn tentando se

comunicar comigo em minha prpria lngua.

Sim, completamente bem.

Fechei os olhos e apertei meus braos em volta dele, em

seguida, acenei com a cabea, abri os olhos e sussurrei: Ok.

Isso rendeu outro aperto na minha bunda enquanto Lahn

olhava para a frente novamente e seu guerreiro disse alguma coisa
para ele.

Olhei para a frente tambm, suspirei, me segurei com firmeza

e aproveitei o passeio.

Tudo bem, era seguro dizer que, no minuto em que entramos

na tenda gigantesca onde seriam realizados os jogos, soube que
no ia gostar.

Isso porque havia um monte de homens musculosos sentados

ao redor em bancos, cheirando a homens e bebida e havia dois
homens lutando ferozmente no meio do crculo de bancos. E com
isso, quero dizer suados, sangrando, grunhindo, lutando

128
ferozmente.

Pouqussimos olhares vieram at ns porque a ateno

estava no jogo. Mas um banco inteiro estava vazio em um lado, o
outro guerreiro se separou de ns e Lahn caminhou direto at o
banco, me retirando das suas costas (machucando meu ombro
enquanto o fazia, o grandalho era bruto, mas estava comeando a
ter a sensao que ele no sabia disso). Ele me colocou de p no
cho, se sentou, abriu amplamente as pernas, agarrou a minha
mo, puxou-a com tanta fora que machucou meu ombro
novamente, meus joelhos cederam, ento ca no cho de pedra. Me
arrastou para o meio das pernas; me esforcei para ficar confortvel
e olhei em volta.

Havia um monte de guerreiros, porm no consegui encontrar

aquele que reivindicou a Narinda, no que tivesse certeza que ia
me lembrar como ele era. No havia mulheres, exceto as duas
correndo em volta com jarros e enchendo os copos recobertos com
couro dos quais os homens bebiam. Uma delas correu para o Lahn,
ele aceitou o copo cheio que ela ofereceu, colocou-o nos lbios,
deu um enorme gole ento se endireitou e seus olhos se fixaram
nos lutadores.

Nenhuma bebida foi oferecida para mim antes da mulher

correr novamente.

Humm. Aparentemente as mulheres no eram providas com

refrescos.

Imaginei.

Para ficar mais confortvel, deslizei para mais perto das suas
pernas e passei um brao pela coxa do Lahn. No sabia se estava

129
tudo bem, mas percebi que se no estivesse, descobriria em breve.

Ele no o removeu, assim, me recostei contra ele e olhei para

os guerreiros que torciam gritando e aplaudindo.

Cara, eles estavam adorando essa merda. Quase

enlouquecidamente.

Ento olhei para os lutadores. Um parecia prestes a cair. Isto

era bom e ruim. Bom para mim, porque significava que esta luta
estava quase no fim. Ruim para ele, porque estava claro que no
havia nocaute tcnico nestes jogos e parecia que ele precisava de
um.

Eu estava certa. Cinco minutos mais tarde, ele caiu e estava

fora.

Um minuto depois foi arrastado sem cerimnia pelo cho de

pedra enquanto o outro lutador batia no peito, abria os braos, batia
com os ps no tronco de rvore e gritava seu triunfo. Em seguida,
pegou um copo revestido de couro de uma garota, que parecia ser
uma garonete, que passava e tomou a maior parte em um gole e
derramou o resto sobre seu corpo, balanando a enorme cabea,
sangue, suor e bebida voando por toda parte, e gritou de novo.

Caramba.

Lahnahsahna Circe ouvi Lahn chamar meu nome e me

inclinei para trs para olhar para ele.

Sim?

Ele levou o copo aos meus lbios. Gingoo ordenou, e

no precisava ser um mestre em lingustica para saber que
significava beba.

130
 Separei os lbios, ele inclinou o copo e reparei que, enquanto
o fazia, observava com imenso interesse.

Esperava alguma coisa semelhante a cerveja, visto que

estvamos em um evento esportivo.

No era uma substncia parecida com cerveja. Era uma

bebida alcolica pura e queimou minha garganta, mas o gosto no
era to ruim assim. Ele levantou o clice e sorri para ele.

Kay ahnay see falei, ele olhou para mim por um

segundo, o queixo barbudo se inclinou para trs com surpresa e,
em seguida, toda a sua cabea se inclinou para trs enquanto ele
caa na gargalhada.

No sabia o que era to engraado.

Ele abaixou a cabea, seus olhos se moveram atravs da

tenda e seu punho bateu contra o peito antes de gritar: Kah
Lahnahsahna ahnay see! Ento levantou a taa, a bebida
espirrou, ouvi um rugido de aplausos e virei a cabea para ver,
tardiamente, que todos os guerreiros tinham os olhos em mim.
Alguns estavam batendo os ps. Alguns estavam batendo palmas.
Todos estavam sorrindo.

Lahnahsahna hahla! Um guerreiro gritou e todos

aplaudiram novamente.

Senti o Lahn tocar a parte de trs da minha cabea, olhei para

ele novamente e ele levou o copo aos meus lbios. Gingoo, kah
fauna ordenou suavemente, em seguida, abaixou o copo e tomei
outro gole. Quando o copo foi afastado da minha boca os guerreiros
aplaudiram novamente e Lahn sorriu para mim. Hahla ele
murmurou, ainda sorrindo.

131
 Hahla repeti, no tendo a menor ideia do que disse, mas
feliz em falar qualquer coisa para mant-lo sorrindo para mim
assim.

Consegui o que queria, mas ele me deu mais ainda. O sorriso

se transformou em um ofuscante sorriso branco.

Em seguida, sua cabea se voltou para a ao quando mais

dois lutadores apareceram.

Sorri para mim mesma e virei a cabea tambm, pensando,

ok, isso no era to ruim.

Sem qualquer demora, foram para cima um do outro. Notei

imediatamente que esta no era como uma luta de boxe l de casa.
No que houvesse assistido muitas lutas de boxe em casa, mas
esses caras no usavam luvas, para comeo de conversa. Por
outro lado, no havia rbitros. E tambm no acho que os pugilistas
tinham permisso para socar, chutar, atingir (e, s vezes, segurar) a
virilha e similares.

No era brutal, era brutal.

E nesta luta, instantaneamente tive um favorito. No sei o

porqu, apenas gostei dele. Talvez porque o outro cara ficava
tentando chutar ou socar sua virilha, ento no acho que era uma
luta justa.

Ento, quando pareceu que o meu cara estava ganhando,

fiquei animada.

E, portanto, sem pensar, eu torcia. E, enquanto a batalha

acontecia, eu aplaudia alto e torcia arduamente.

Quando o cara mau caiu, meus braos se levantaram, saltei

132
para cima entre as pernas do Lahn e gritei: Uhuu! Voc acabou
com ele! Muito bom! Voc demais!

O vencedor no bateu os ps, gritou, bateu no peito ou

entornou meio copo de lcool puro.

Seus olhos vieram at mim.

Ento senti que todos os olhos tinham se virado para mim

enquanto os gritos dos guerreiros se esgotavam.

Abaixei os braos.

Oh, oh. Estava ferrada.

A enorme mo do Lahn envolveu firmemente o meu pescoo.

Oh, oh!

O lutador triunfante deu dois passos na minha direo, enrijeci

e ele parou.

Ento se inclinou para mim, eu recuei e ele gritou: Suh

Rahna Dahksahna!

Suh Rahna Dahksahna! Outro grito ecoou.

Em seguida, o bater dos ps comeou enquanto ficavam de

p, pisavam fortemente, socavam o ar com os punhos e gritavam:
Rahna Dahksahna! Rahna Dahksahna! Rahna Dahksahna!
Rahna Dahksahna!

Ok, humm... aparentemente, interpretei mal. Aparentemente,

estes caras gostavam quando suas mulheres torciam durante os
esportes sangrentos.

Bom saber.

133
 Sorri com incerteza para os homens e, em seguida, senti um
aperto no meu pescoo. Inclinei a cabea para trs para ver o Lahn
olhando para mim, o rosto inexpressivo.

Mordi o lbio, seu olhar desceu para a minha boca, em

seguida, levantou os olhos, que prenderam os meus.

Em seguida, murmurou: Bom.

Senti meu rosto aquecer com um sorriso.

Balanou a cabea, ergueu os lbios, em seguida, levou o

copo aos meus lbios. Tomei outro grande gole; ele afastou o copo,
pressionou o meu pescoo e, em seguida, retirou a mo. Sua
ateno voltou para o centro da arena e a minha o seguiu. Os
homens se acalmaram, novos combatentes entraram no crculo e
os jogos reiniciaram.

Soube que as coisas no iam ficar bem quando Dortak

chegou, arrastando sua noiva com olhar aterrorizado, intimidado, os
olhos fundos, os braos cobertos de hematomas.

Ao contrrio de quando Lahn e eu chegamos, no minuto em

que Dortak puxou a mulher pela barraca, olhares foram at ele e a
vibrao mudou. Havia ainda quem estivesse torcendo, batendo os

134
ps e os lutadores no perderam a oportunidade para desferir um
golpe, mas uma corrente letal deslizou atravs da tenda e no
parecia nada boa.

Quando a vi, rapidamente e sem pensar, minha mo se

moveu, procurando at encontrar a do Lahn e a segurei. Ele no me
deu um aperto reconfortante. Moveu minha mo para a sua coxa,
meus dedos se curvaram ao redor do msculo firme, em seguida,
sua mo soltou a minha.

Ok, no soube como interpretar isso. Talvez, simplesmente,

no fosse o tipo de cara que dava as mos durante chocantes e
arrasadoras lutas de guerreiros. Mas estava supondo que era uma
indicao de que eu era a sua guerreira fodona rahna Dahksahna e
precisava encarar isto. Este era o seu mundo e eu estava nele.

E, de repente, ele era uma merda.

A noite tinha sido meio divertida, sabia que estava mais do

que um pouco bbada pelo lcool que o Lahn continuava me dando
e estava me sentindo solta e verdadeiramente feliz pela primeira
vez desde que cheguei a este mundo (mais uma vez, estava mais
do que levemente embriagada ainda assim).

Agora, a noite no estava divertida e por mais que eu

tentasse, no conseguia tirar os olhos do Dortak e da sua noiva.

Alguma coisa tinha que ser feita. Ela estava obviamente infeliz
e ele estava claramente maltratando-a. No eram apenas as
contuses; era o olhar derrotado em seu rosto.

Ia ter que ter uma palavra com o meu marido. O problema era
que ele entendia, pelas minhas contas, duas das minhas palavras e
eu no entendia muito mais das suas.

135
 Coloquei a bochecha contra a mo que estava sobre a coxa
dele e olhei sem interesse para os lutadores. Mas o meu olhar
continuava voltando para o Dortak e percebi isso quando um
guerreiro se inclinou para o Dortak, acenou com a cabea para
mim, lhe dizendo algo enquanto sorria, algo que Dortak no achou
digno de um sorriso, se a carranca feroz que apontou na minha
direo foi uma dica. Portanto, sabia que minha torcida e bebida
tinha sido revista e Dortak no estaria entre aqueles que gritariam o
ttulo em aprovao.

Inspirei profundamente para me impedir de esboar uma

reao visvel ao dio que surgiu dentro de mim e meus olhos
voltaram para os lutadores.

Minutos depois, ouvi um grito vindo daquela direo e no era

de um guerreiro. Meus olhos se moveram para l e meu torso
disparou em linha reta.

Dortak tinha a mo no cabelo da sua esposa, ia arrancar a

cabea dela desse jeito, ao mesmo tempo que puxava seu sexo
para fora do calo de couro.

No, ele no ia

Empurrou o rosto dela para o seu colo, forando o membro

em sua boca.

Me levantei e dei um passo para a frente, mas dois braos de

ferro me prenderam, um na barriga, outro no meu peito e a boca do
Lahn veio ao meu ouvido. Falou em voz baixa, muito suavemente,
mas no ouvi uma palavra que disse (independentemente do fato
que provavelmente no iria entend-las), enquanto observava em
choque e tentava fazer com que o veneno jorrasse dos meus olhos

136
e voasse com preciso no Dortak, que encarou meu olhar zangado
e usou o punho carnudo no cabelo da sua esposa para forar sua
boca para cima e para baixo sobre seu membro.

Pare ele sussurrei enquanto Lahn me puxava de volta,

em seguida se sentava, no me empurrando para o cho, mas me
prendendo no seu colo. Pare ele repeti mais alto, ele me virou
em seus braos e empurrou meu rosto no seu pescoo para que eu
no pudesse mais olhar. Kay me ahnoo! Gritei junto ao seu
pescoo.

Rayloo, kah fauna Lahn murmurou e manteve meu rosto

apoiado no seu pescoo, a mo em concha sobre a minha cabea e
meu corpo no seu colo com o brao forte apertado em torno dele.

Ergui a mo e a envolvi do outro lado do seu pescoo. Kay

me ahnoo disse a ele e seu brao me apertou. Kay me ahnoo
repeti em um sussurro, mas ele no fez nada, exceto pelo fato
que no me soltou.

Sabia que tinha acabado quando sua mo soltou minha

cabea e desceu para envolver o meu corpo.

No me soltou, no me empurrou do seu colo ou me forou a

ficar entre suas pernas. Apenas me manteve onde estava, me
segurando no colo. Cuidadosamente, ergui meu rosto do seu
pescoo e olhei para o perfil dele. Estava observando
silenciosamente os lutadores. Ento, por acaso, dei uma olhada no
Dortak. Sua noiva ainda estava entre suas pernas, o corpo de frente
para os lutadores, mas a cabea estava inclinada, o rosto em
chamas e seus olhos voltados para o cho.

Me virei e enfiei o rosto no pescoo do Lahn.

137
 Senti seu peito se expandir com uma profunda inspirao, que
ele soltou muito devagar.

No queria mais estar l, me aninhei nele e tentei deixar tudo

de fora, esperando que terminasse em breve.

Isso se tornou impossvel quando ouvi algum gritando

palavras que pareciam insultuosas na nossa direo. Levantei o
rosto do pescoo do Lahn, virei a cabea e vi Dortak de p na
nossa frente, zombando do Lahn, saliva saindo da sua boca, o rosto
vermelho e o punho batendo no peito. Meus olhos dispararam para
sua esposa, que estava onde ele a deixou, no cho, mas agora
enrolada em si mesma, os braos apertados em torno das pernas,
os olhos espreitando por trs dos joelhos.

Lahn falou alguma coisa tranquilamente, olhei para ele para

ver se parecia to calmo quanto sua voz, em seguida, rapidamente,
olhei para o Dortak, que no tinha encarado a tranquilidade do Lahn
muito bem. Estava com o rosto vermelho e as veias do pescoo
saltaram enquanto continuava a gritar.

O que estava acontecendo?

Lahn fez uma pergunta a ele, para a qual Dortak rebateu:

Meena!

Lahn assentiu. Ento se levantou, comigo em seus braos,

colocou minha bunda no banco, seus olhos se cravaram em mim,
ento se endireitou e virou.

No instante em que se virou, todos os guerreiros se

levantaram dos seus assentos, os braos para cima, gritando de
modo ensurdecedor e estavam dizendo apenas uma palavra.

138
 Dax!

Oh, merda.

Lahn ia lutar com esse cara?

Dortak imediatamente soltou um soco, atingindo a mandbula

do Lahn.

Fiquei de p.

Lahn deu dois passos para trs, apontou para mim, seu dedo
se moveu para o banco e gritou: Lutoo! Boh!

Dortak se aproximou e deu um soco novamente, desta vez

nas costelas do Lahn.

Me sentei, no querendo desviar sua ateno novamente,

mas sentei na beirada do banco e como permaneci no banco, no
tinha ideia, j que estava tremendo como uma folha ao vento.

Dortak socou, de novo, de novo e de novo, uma rpida

sucesso de golpes que Lahn pareceu nem mesmo tentar desviar.

Em seguida outro golpe no rosto, to brutal que o tronco do

Lahn girou e ele se inclinou, a mo indo at o sangue que agora
estava pingando da sua boca. Dortak se preparou para atacar, mas
Lahn levantou um cotovelo, atingindo o nariz do Dortak no s com
a fora de seu brao, mas junto com o impulso do Dortak. Dortak
cambaleou para trs e Lahn atacou, a mo na sua garganta.
Levantou Dortak para fora dos seus ps e o jogou deitado de costas
sobre a pedra, o estalo do seu crnio batendo no cho soando com
um estrondo feio que fez meu estmago revirar.

Os guerreiros foram loucura.

139
 Lahn tinha se abaixado sobre um joelho para colocar Dortak
de bruos e rapidamente moveu uma perna para colocar o joelho no
brao do Dortak, a fim de incapacit-lo, a outra panturrilha atingiu o
pescoo do Dortak enquanto torcia o resto do corpo at as pernas
do Dortak. Segurou um tornozelo que se debatia, puxou as calas
do homem para trs e, em seguida, ele tirou uma pequena faca de
uma bainha.

Todos os gritos da torcida silenciaram instantaneamente e me

levantei novamente, os dedos de ambas as mos vindo at minha
boca.

Nenhum dos outros lutadores tinham armas. Usaram os

punhos, os ps, a destreza no armas.

Lahn tirou as pernas de cima do Dortak, mas rapidamente se

virou e o manteve no cho, uma mo em torno da sua garganta, a
outra mo segurando a ponta da faca h poucos centmetros do seu
olho.

Em seguida, grunhiu algo em seu rosto.

A nica resposta do Dortak foi um engasgo. Lahn ia

estrangul-lo. O rosto do Dortak estava ficando roxo e as veias
estavam saltando ao longo das suas tmporas.

Lahn repetiu o que grunhiu antes.

Dortak continuou ofegando, as mos empurrando

ineficazmente os braos do Lahn, as pernas chutando o ar.

Lahn repetiu o que grunhiu.

Dortak soltou rudos borbulhantes.

Ento, rpida como um raio, a faca foi movida e cobriu de

140
sangue o rosto do Dortak enquanto ele urrava.

Engoli em seco, dei um passo para trs e acertei o banco,

ento parei.

Lahn se afastou e ficou de p largando a faca que aterrissou

no peito do Dortak, ricocheteando e caindo no cho de pedra.

Lahn olhou para ele depois cuspiu em sua direo, a saliva

acertando o ombro do Dortak.

Ento, ele se virou e me olhou.

Eu o vi se mover, meu corpo tremendo, ento vi Dortak se

levantar, ainda arfando, e meu corpo congelou quando vi que Lahn
tinha esculpido um corte profundo e curvado na tmpora, passando
pela ma do rosto, parcialmente atravs do seu lbio e atravs da
sua mandbula.

Lahn sussurrei, Dortak se inclinou, pegou a faca do

cho, se endireitou e gritei: Lahn!

Dortak atacou e Lahn se virou como se eu no tivesse gritado

seu nome para indicar um perigo iminente, mas como se tivesse
sugerido que pudesse querer olhar por cima do ombro e observar o
voo de uma bela borboleta. Em seguida, ergueu o brao, agarrou o
pulso do Dortak cuja mo carregava a faca, usou-o para gir-lo e o
segurou em volta da garganta com o outro antebrao. Lahn ento
virou Dortak para ficar de frente para sua noiva e usou a faca, ainda
na mo do Dortak, para cort-lo outra vez, um corte profundo
atravs de todo o comprimento do peito do Dortak, descendo,
descendo, quase at a virilha, em seguida, moveu a mo do Dortak
e afundou a lmina no lado do Dortak.

141
 Dortak grunhiu de dor e meus joelhos se dobraram.

Ento Lahn puxou a faca, soltou Dortak, ele caiu de joelhos

com as mos no ferimento e Lahn limpou o sangue na faca do
Dortak na sua cala. Ento jogou a faca bem longe.

Ento se virou e caminhou at mim.

Tentei dar um passo para trs, mas quase ca sobre o banco

enquanto ele caminhava at mim e tentei entrar em acordo com a
justia violenta que testemunhei meu marido aplicar. Talvez fosse
justificada, mas ainda assim me assustou pra caralho.

Suas pernas longas me alcanaram em segundos, agarrou

meu bceps, virou as costas para mim, me levantou, minhas pernas
envolveram automaticamente os quadris dele, enquanto colocava o
meu brao em volta do seu pescoo e, em seguida, saa da tenda.

Bem. Acho que isso significava que os jogos tinham acabado.

Caramba!

Fique quieto Vociferei para o Lahn que estava sentado

em uma das cadeiras da nossa barraca e continuava a desviar a
cabea enquanto tentava limpar seu lbio cortado com o pano
molhado com sabo que tinha conseguido explicar para a Teetru

142
que eu precisava.

Meus olhos desviaram dos dele, irritados, e tentei limpar o

sangue novamente.

Ele desviou a cabea.

Lahn! Sibilei. Fique quieto!

Ele no ficou quieto. Arrancou o pano da minha mo, o jogou

em cima da mesa e levantou da cadeira com o ombro na minha
barriga.

Deixei escapar uma lufada de ar quando fui levantada e

quando fui abaixada, enquanto ele me jogava na cama, ento deixei
escapar outra rajada de ar quando aterrissou em cima de mim.

Lahn, precisamos limpar esse lbio cortado. Em um

chiado disse a ele algo que no entenderia e claramente no tinha
nenhuma inteno de ficar sentado e me permitir limpar. Foi um
milagre ter conseguido que ele se sentasse, em primeiro lugar. Isso
aconteceu h apenas cinco minutos e ainda no sei como consegui.

Sua mo deslizou entre ns e ele arrancou o tecido do meu

sarongue.

Eu sabia onde isso ia terminar.

Lahn-

Rayloo grunhiu.

Lahn! Seu lbio!

O lbio que estava sangrando e o outro que no estava

sangrando (felizmente, eles vinham em pares, o superior e o
inferior) vieram at os meus. Rayloo, Circe.

143
 Olhei nos olhos dele enquanto sua mo deslizava sobre a
pele na minha lateral.

Merda, isso era muito bom.

Tudo bem, rayloo. Eu vou rayloo, o que quer que diabos

isso significa resmunguei, seus olhos suavizaram e sua mo saiu
da minha lateral.

Ela veio at o meu rosto, onde a ponta do polegar o

pressionou e os dedos pressionaram os meus lbios.

Rayloo disse baixinho.

Ah. Rayloo.

Sua mo deixou a minha boca.

Quieta sussurrei.

Quieta ele repetiu.

Rayloo tentei dizer e ele balanou a cabea como se

no soubesse o que fazer comigo (como, talvez, se estivesse
considerando que me disse para ficar quieta e continuei falando)
mas afirmou: Rayloo.

Ok falei baixinho.

A mo dele deslizou pelo meu brao, segurou a minha e ento

a levou entre as suas pernas e a moveu para dentro do calo de
couro. Ento seus dedos colocaram os meus ao redor do pnis
duro.

Uau. Que maravilha.

Mordi o lbio e estremeci sob ele.

144
 Ele balanou a cabea como se no soubesse o que fazer
comigo de novo, sua mo deixando a minha ao redor do seu pnis
e a dele entrando na minha calcinha.

Ok, estava errada; ele sabia o que fazer comigo.

Ento calei a boca e o deixei fazer isso.

145
 Captulo Oito
Novos Guerreiros

Senti o baque de algo pesado e macio e meus olhos se

abriram.

No minuto em que o fizeram, vi uma pata peluda e, em

seguida, senti seu baque suave contra a minha bochecha.

Loolah Ghost miou, sorri para o meu beb, a peguei em

meus braos e lhe dei um amasso.

Ela se contorceu para se livrar e, em seguida, saltou e rolou

em torno da cama, um pouco sobre o colcho, principalmente em
cima de mim.

Olhei para o outro lado do leito.

Lahn tinha sado.

Foi a primeira vez que acordei neste mundo sem ele.

No, cancele isso. Esta foi a primeira vez que ele no tinha
me acordado.

E, mais uma vez, tinha acordado neste mundo.

Rolei para ficar de costas, puxei as cobertas at o meu peito e

olhei para o teto quando Ghost saltou, arranhando e brincando e,
em qualquer outro momento, poderia ter colocado minhas mos
sobre ela, afagando ou acariciando, mas ela no ia ganhar isso,

146
ento se manteve saltando por ali.

Minha mente estava saltando por ali, tambm.

Um, continuava acordando neste mundo. Dois, no tinha a

mnima ideia de como cheguei aqui. Trs, no tinha ideia de quando
voltaria para casa. Quatro, no tinha ideia se voltaria para casa.
Cinco, no tinha a mnima ideia de como me sentia sobre isso.

Dois dias atrs, teria implorado, emprestado, roubado ou

matado para chegar em casa. Sem brincadeira. Qualquer coisa,
qualquer coisa para ficar longe deste lugar.

Mas agora tinha passado um tempo com Diandra, Sheena e

as minhas meninas. Tinha Ghost, um filhote de tigre branco que,
insanamente, me chamava de Loolah. O mercado era interessante.
Minhas roupas eram de arrasar. Os guerreiros me aprovavam. Era
uma rainha que, srio, tinha suas vantagens.

E ento havia o Lahn.

To louco quanto podia parecer, o homem estava me

conquistando - sorrindo para mim, me levando por a sobre suas
costas daquele jeito doce, me deixando ficar com Ghost, sendo tudo
o que no tinha sido na cama aqueles primeiros trs dias e, de fato,
sendo o melhor amante, de longe, que j tive na minha vida.

Sem mencionar que era bonito.

E estava comeando a sentir uma estranha conexo com ele,

que no fazia sentido, mas sabia que estava l, sentia isso, esta
conexo era um puxo forte. E isso me assustava porque no
compreendia; no fazia sentido, ento decidi enterr-la l no fundo.

Ao mesmo tempo, o assisti estraalhar um homem sem

147
piscar, ento fati-lo com uma lmina. Ele me caou. No teve
problemas em me violentar e, em seguida, me tomar repetidamente
quando sabia que eu no queria isso e no estava nem de perto
pronta para receb-lo.

Ainda me assustava ao mesmo tempo que me fascinava, me

atraa.

E tinha visto meu marido sorrir. J tinha visto ele rir. E ambos
pareciam timos.

Ter um marido, isso em si j era bizarro.

Mas o meu marido ainda no tinha (nem mesmo na ltima

noite) me beijado.

E, a mais bizarro das bizarrices, realmente queria que meu

marido me beijasse. Queria essa intimidade; queria muito, muito.
Tanto que ansiava muito por isso.

Completamente... nocauteada!

E, deitada na nossa cama, acordando sem ele, pela primeira

vez, tive que admitir, estava desapontada por ele no estar l.

Merda.

No queria ficar presa neste mundo. Ele me assustava; no

s a cultura na qual eu tinha sido atirada, mas qualquer poder que
havia l fora, que me levou a isso. Tinha que admitir que algumas
partes eram interessantes e outras partes at legais. Mas o resto
me assustava pra caramba.

E me preocupava com o meu pai. Me preocupava que

estivesse desesperado, imaginando onde eu estava.

148
 Meu pai perdeu a esposa e agora sua filha tinha
desaparecido. Ele amou a minha me; me disse uma e outra vez
que eram a combinao perfeita, feitos um para o outro. Tinha
encontros, era um homem atraente, mas nunca chegou nem perto
de nada srio com nenhuma das mulheres que teve em sua vida.
Ningum podia substituir a me, eu sabia. Ele nunca disse isso,
mas eu sabia.

E ele me amava, total e completamente, e ficaria doente de

preocupao por eu ter desaparecido.

Tambm me preocupava com os meus amigos, que sabia que

ficariam preocupados comigo. E me preocupava com o estado do
escritrio, porque, o Senhor sabia, aqueles caras no sabiam onde
estava nada, estragariam tudo e fariam as coisas de um jeito que eu
levaria um ano para deixar novamente do jeito que eu gostava.

No sabia o que fazer, mas, mesmo assim, me sentia culpada

por no estar fazendo nada. E mais culpada ainda por ter rido aqui,
aplaudido aqui, sorrido aqui, tido relaes sexuais das quais gostei
com um homem aqui e ter um animal de estimao do caralho.

O que estou fazendo? Sussurrei para a tenda e Ghost

pulou, todas as quatro patas desembarcando no meu peito e na
minha barriga. Grunhi, depois dei uma risadinha, ento passei os
braos ao redor de Ghost, que se contorceu, e ouvi a aba da tenda
sendo aberta.

Virei a cabea e vi que as meninas fluam atravs dela, Teetru

vindo direto para mim, Jacanda arrastando a banheira, Gaal, Beetus
e Packa todas seguindo-a com baldes de gua fervendo. Seus
rostos estavam sorridentes, mas a postura delas era de urgncia.

149
 Oh, bem.

Um passo de cada vez.

Teetru veio at mim, tirou Ghost de cima do meu peito que

caiu sobre as patas no cho. Ento puxou o lenol de uma vez,
sorriu para mim e saiu correndo, voltando em segundos com o meu
roupo.

Primeiro passo, me levantar.

Estava sentada mesa executando o prximo passo, que era

tomar o caf da manh que Teetru serviu, composto de polpa de
maracuj e gros misturados com um grosso, aveludado e adoado
cream cheese (totalmente delicioso) e caf, quando ouvi um
chamado de Poyah!, a aba da tenda foi aberta novamente e
Diandra e Sheena estavam l, vestidas, para os Korwahks, com
esmero.

Oi sorri para elas, observando suas vestimentas

extravagantes e lindas de morrer.

Voc no vai acreditar no que aconteceu, Dahksahna

Circe! Diandra gritou, ento sem esperar minha resposta, juntou
as mos na sua frente e meio que gritou: O Dax mandou uma
mensagem para Seerim! Ele quer que eu seja sua tradutora! No
maravilhoso?

Olhei para ela, Sheena sorriu com prazer para a me e, em

seguida, Diandra agarrou a mo da filha e correu para os bas, todo
o tempo balbuciando.

Temos que nos apressar. A cerimnia est se aproximando

e h muito a fazer para prepar-la ela se endireitou e virou para

150
mim, os olhos brilhantes e eu vou ficar no palanque junto da
minha rainha e traduzir! Bateu palmas novamente e se virou
novamente para os bas, caindo de joelhos onde a Sheena j
estava fuando. Devo lhe dizer, Dahksahna Circe, isso me
agrada muito. H muitos anos, os meus meninos foram embora,
para o treinamento. E Sheena, ela no mais um beb. Est
sempre fora, junto com os amigos e com seus estudos. Seerim est
ocupado em treinar seus guerreiros, ento raramente o vejo. Estou
sempre sozinha, muito, e s vezes difcil encontrar coisas para
fazer. Sua cabea se voltou para mim. E agora tenho algo a
fazer e uma coisa importante, ser intrprete da nossa rainha!

Ela sorriu e retribu o seu sorriso. No podia evitar. Seu

entusiasmo era contagiante.

Ento Jacanda se aproximou, pegou minha mo e me puxou

suavemente. Estava de p, segurando o copo de caf e tomando o
ltimo gole antes de soltar a xcara e permitir que ela me
conduzisse para o banho.

Uh ... Comecei enquanto me movia atravs da tenda

falando em interpretar. Algumas coisas aconteceram na noite
passada.

Oh, eu sei! Diandra falou, ainda fuando entre os bas,

Sheena ao seu lado segurando um sarongue e estudando-o.
Todos no acampamento esto comentando. Foi muito bem
novamente!

Fui bem? Perguntei, permitindo que Jacanda tirasse o

meu robe e rapidamente entrei na gua quente, leitosa e
perfumada.

151
 Mais uma prova que voc a rahna Dahksahna Diandra
respondeu, pegando o sarongue que Sheena estava segurando nas
mos, em seguida, carregando um monte de coisas que havia em
seus braos at a cama e despejando-as l. Se virou para mim e
colocou as mos nos quadris, e fiquei satisfeita porque a gua
leitosa e as flores flutuantes me cobriam at o peito. Como voc
fez aquilo?

Fiz o qu? Perguntei enquanto inclinava a cabea para

trs e Gaal jogava a gua quente e perfumada sobre o meu cabelo.

Tomou o zakah? Perguntou.

Pisquei para tirar a gua dos meus olhos e me virei para a

Diandra.

Zakah? Perguntei.

A bebida destilada que eles tomam. Seu rosto se

contorceu. No conheo uma mulher que consegue suportar
aquilo. bebida de homem e nem mesmo isso, to forte e
desagradvel, que uma bebida para os guerreiros. Contos varrem
o campo dizendo que voc nem mesmo fez uma careta.

Uh... na minha, humm... terra, bebemos coisas assim o

tempo todo. No assim puras, mas-

Excepcional ela murmurou, me interrompendo e virando

novamente para a cama, onde a Sheena estava separando as
roupas. Bem, at mesmo os jovens guerreiros no conseguem
tom-la pela primeira vez sem engasgar ou cuspi-la. Aprender a
consumi-la em grandes quantidades faz parte de ser um guerreiro.

L estava. Caras eram caras neste mundo, no meu mundo e,

152
provavelmente, em qualquer mundo.

Voc homenageou um guerreiro com seus elogios, tambm

continuou ela. Dizem que voc assistiu com interesse vido.
Outra coisa que as mulheres no fazem. Eles ficaram
profundamente impressionados.

Eu, definitivamente, fiz isso.

Diandra? Falei e mudei de assunto. Lahn e Dortak

lutaram ontem noite-

Ela se virou para mim e anunciou: Isto, tambm, est

varrendo o acampamento.

Eu no tinha dvida.

Foi... Fiz uma careta, mas no continuei.

Nada menos do que ele merecia declarou, sua

expresso ficando ligeiramente dura. Seerim me disse que ele
desonrou os jogos. Ao contrrio da minha terra ou, estou
presumindo, na sua, esses atos entre homens e mulheres no so
to escondidos e tambm no acontecem sempre dentro das
tendas. Se h uma celebrao ou os homens voltam da guerra ou
de uma pilhagem, muitas vezes fica bastante fez uma pausa
para procurar uma palavra srdido, como diramos em nossas
terras. E, vou dizer, h outras ocasies tambm. Eles no
escondem essas coisas. Mas os jogos so uma reunio de
guerreiros, trata-se de homens, fora, coragem, astcia. No foi
encarado positivamente o que ele fez com a noiva dele, no foi
encarado positivamente nem mesmo o fato que ele a levou,
considerando que claro que no nutre sentimentos por ela. E foi
ainda menos positivo ele desafiar o Dax para uma luta e o fez

153
armado. Voc no luta nos jogos armado. No dessa maneira.

Percebi isso ontem noite, tambm.

Gaal ensaboava meu cabelo quando encarei os olhos da

Diandra e sussurrei: Mas no disso que estou falando. Estou
falando do Lahn matar ele.

Ela balanou a mo na frente do rosto e suspirou. Oh,

besteira! Deixou sua marca nele e Seerim me disse que era uma
faca pequena. Um ferimento na carne. Dortak, infelizmente, vai se
recuperar, e em poucos dias. Dax Lahn sabia o que estava fazendo.
Dortak foi atendido pelos curandeiros e vai ficar bem. Ela se
inclinou para mim. Mas vai carregar as marcas do Dax para
todos verem, at que seja tolo o suficiente para lanar o verdadeiro
desafio e seu corpo sem cabea vai queimar, carregando as marcas
do Dax. Esta era a inteno do Dax. Esta foi sua punio por
desonrar os jogos, uma punio que ouvi que o Dax parecia no
pretender aplicar, provavelmente porque voc estava presente,
mas, Dortak, com toda a sua sabedoria, essencialmente pediu por
isso. E o Dax, dada a oportunidade, como voc testemunhou na
noite passada, no hesita em aplicar uma punio.

Ah, sim. Testemunhei isso ontem noite.

Gaal sussurrou algo para mim, j tinha ouvido isso antes,

inclua a palavra linas, que descobri significar olhos, ento os fechei
e ela enxaguou meu cabelo com outro jarro de gua quente.

Diandra disse algo para Sheena ento abri os olhos, enxuguei

a gua sobre eles e Gaal massageou minha cabea com o que
suspeitava ser um tipo de condicionador no meu cabelo, pois foi o
que ela fez nas duas ltimas manhs. Ele no fazia espuma, mas

154
quando o meu cabelo estava seco, o deixava brilhante e macio. Ou
talvez a gosma que colocavam nele fizesse isso. Vi a Sheena indo
at a Teetru, que estava vasculhando os bas menores que
continham as minhas joias. Sheena sorriu para Teetru e
recomearam a fuar entre os bas.

Meus olhos foram at a Diandra e a vi se servindo de uma

xcara de caf.

Diandra? Chamei.

Sim, minha querida respondeu, despejando um pouco

de leite na sua xcara.

O que hahla quer dizer?

Ela se virou para mim e tomou um gole, sorrindo enquanto

Jacanda enxaguava o sabo de um dos meus braos. Significa
verdadeira, pura, ambas as palavras. Isto, tambm o tom da
voz dela diminuiu est varrendo o acampamento. Depois da noite
passada, nos jogos, voc no mais rahna Dahksahna ou
Lahnahsahna, mas rahna Dahksahna hahla e Lahnahsahna hahla.
Isso significa, Dahksahna Circe, que os guerreiros acreditam que
voc a verdadeira rainha guerreira dourada, uma tigresa pura.
Seu sorriso ficou maior. Isso bom.

No. No. Era ruim que acreditassem nisso e acreditassem

que Dax era o poderoso guerreiro da lenda e, pelo que tinha visto,
isto podia ser verdade.

Mas eu era uma garota de Seattle. E era, provavelmente, uma

garota que voltaria para Seattle. No era uma rainha que, com o
seu rei, a lenda dizia que comeava uma dinastia.

155
 Merda.

Afastei esse pensamento e, depois que Gaal enxaguou meu

cabelo novamente, perguntei para a Diandra: O que kah fauna
quer dizer?

Seu corpo se endireitou abruptamente, fazendo sua cabea

se inclinar para trs. Ento olhou para mim. Ento seus olhos se
aqueceram, seu rosto ficou suave e seus lbios abriram um enorme
sorriso.

Kah fauna? Sussurrou, os olhos calorosos se

iluminando.

Uh... Olhei nos olhos dela, sentindo meu estmago

afundar e meu corao bater mais rpido sim, kah fauna.

O seu rei a chamou assim? Perguntou Diandra e senti

que no eram apenas os olhos da Diandra, mas os olhos de todas
as mulheres naquela tenda estavam em mim.

Uma rpida olhada provou que isso era verdade.

Engoli em seco e olhei para a Diandra.

Sim, uh, duas vezes sussurrei.

Diandra fechou os olhos lentamente. Ela os abriu, virou a

cabea para a filha e ergueu dois dedos.

Sheena sorriu.

O qu? Perguntei e Diandra olhou para mim, ainda

sorrindo. O qu? Perguntei com mais urgncia.

Isso significa, Dahksahna Circe, minha cora ou, como

diramos na minha terra, minha doura, meu amor ou minha

156
querida. Ela se moveu na minha direo carregando a xcara e
seus olhos no deixaram os meus enquanto me sentava na
banheira aquecida e perfumada com flores flutuando ao redor;
olhava para ela em estado de choque, ao mesmo tempo que meu
estmago no afundava, ele se aquecia assim como o meu
corao. Merda! Guerreiros no falam assim. Ela balanou a
cabea. No, isso no verdade, eles falam, mas raro e
quando acontece precioso. Ela estava falando baixinho, de p
ao lado da banheira, olhando para mim. Meu Seerim me chamou
de kah fauna dez vezes, nos vinte e dois anos que tem sido meu
marido. Eu contei. Me lembro de cada vez. E cada vez foi uma
preciosidade.

Pisquei para ela.

Oh. Meu. Deus.

verdade, ela sussurrou os guerreiros mais

poderosos, mais fortes, podem se apaixonar apenas com um olhar
para a sua noiva, no desfile.

Oh, merda.

Diandra-

Uma bno ela me interrompeu, ainda sussurrando

para o nosso Dax, para o povo dele e para voc.

Oh, merda!

Diandra-

As abas da barraca se abriram, dei um pulo, gua espirrou,

Diandra se virou e meus olhos foram at l para ver o Lahn se
curvar para entrar.

157
 Meu corao se aqueceu novamente e outros lugares
tambm.

Merda!

Seus olhos varreram a tenda e passaram por mim, em

seguida, olhou para Teetru e ordenou alguma coisa. Ela correu para
um ba, ele se virou para a Diandra e vociferou outra coisa. Ela
acenou, se inclinou ligeiramente e murmurou algo em resposta.
Teetru correu at ele com um pote de barro bastante largo que tinha
uma tampa, ele o agarrou das suas mos, falou outra coisa para
ela, sacudiu a cabea para mim, ela balanou a cabea, ele se virou
e, sem dizer uma palavra para mim, ou outro olhar, caminhou para
as abas da entrada da tenda e se foi.

Olhei para as abas da tenda.

Ento meus olhos foram at a Diandra, que estava sorrindo

para as abas da tenda.

Uh... Diandra, no acho que isso amor apontei o

bvio. Ele mal olhou para mim. No o vi esta manh e no disse
uma palavra para mim.

Ela balanou a mo na frente do rosto e respondeu: Ele

um guerreiro como se isso explicasse tudo.

Ele meu marido, aquele que voc est convencida que

me ama respondi e seus olhos desceram at mim.

Ele um marido, ele um rei, ele um homem, mas acima

de tudo, minha rainha, sempre lembre disso, acima de tudo, ele...
... um guerreiro.

No sabia o que isso significava, mas sabia que era

158
importante. E no tive chance de fazer outras perguntas porque
Gaal tocou meu ombro do jeito que fazia para indicar que era hora
de sair do banho.

Diandra viu aquilo e virou as costas para me dar privacidade,

os olhos da Sheena se voltaram para o ba de joias e Diandra
murmurou em seu caminho de volta at a mesa. Ns no temos
muito tempo e h muito a fazer. Sem mais conversa. Precisamos
prepar-la para a seleo.

Me ergui na banheira, Packa envolveu imediatamente um

tecido absorvente, grosso e macio em torno de mim, e sa.

Uma vez que estava fora da banheira, decidi que esse era o
meu prximo passo, ser a rainha do Lahn para o que quer que
estivesse acontecendo hoje.

O passo seguinte, vamos ver.

Em seguida, todas as sete mulheres ajudaram a me preparar

para sentar ao lado do meu rei na seleo dos guerreiros.

Estvamos caminhando pelo acampamento e soube, pelo

tumulto das pessoas apressadas nossa volta, que a seleo
estava prxima e este era um grande evento que no queriam

159
perder.

Estava recebendo um monte de olhares e isso no era

surpreendente. No tinham espelhos aqui, que eu soubesse, mas
no havia nenhuma dvida sobre isso.

Eu parecia impressionante e parecia uma rainha.

Dourada.

Elas tinham escolhido um sarongue de seda para mim, a cor

dourada salpicada com branco purssimo. Meu top tambm era
branco purssimo. Estava usando um colar com correntes de ouro
entrelaadas que cobriam quase todo o meu peito e brincos
combinando, que pendiam to baixo que chegavam aos meus
ombros. Usava pulseiras de ouro que iam do pulso at quase o
cotovelo e as faixas douradas nos bceps, as mesmas que tinha
usado na noite do rito. Tambm tinha um cinturo de ouro, grande,
pesado, feito de discos e mais discos grossos que balanavam
quando me movia. O couro das minhas frgeis sandlias de tiras e
salto baixo tambm era pintado de dourado. Tinha sombra dourada
nas minhas plpebras, lpis dourado escuro ao redor dos meus
olhos, p de ouro ao longo das minhas bochechas at minhas
tmporas, e brilho cor de pssego nos meus lbios. Tambm tinha
p de ouro no cabelo ondulado, deixando-o brilhante e iluminado e,
se isso no fosse suficiente, finssimas presilhas de ouro, dezenas
delas, adornando meu cabelo, formando, tambm, uma trelia
dourada sobre as ondas e cachos.

Usava as penas douradas ao redor da minha testa e estava

certa na primeira noite, quando Teetru as tinha amarrado na minha
cabea. As penas eram brilhantes, reluzentes, tanto, que cintilavam

160
ao sol. Eram finas, mas cada pena era uma perfeio, pura beleza,
e eram a coisa mais absurdamente descolada que j vi na minha
vida.

Era, Diandra explicou enquanto Teetru a colocava contra a

minha testa, prendendo as extremidades no meu cabelo e fixando-a
na parte de trs, minha coroa de rainha Korwahk.

E era maravilhosa. Uma coroa enorme, cheia de pedras

preciosas, no iria, de forma alguma, ser melhor do que aquelas
penas. De jeito nenhum.

Em meu traje de arrasar, me sentia pronta para enfrentar o

povo Korwahk, mas mesmo se no tivesse essa roupa encantadora,
a coroa de penas por si s, seria suficiente.

Estvamos sendo escoltadas por guerreiros, dois na frente,

dois atrs que tinham vindo at a tenda, puxaram abruptamente as
abas para trs e resmungaram Vayay, boh, que Diandra me disse
significar venha, agora, embora j tivesse percebido isso.

E l fomos ns, Diandra e eu, seguidas pela Sheena, guardas

na frente e atrs, nos movendo rapidamente atravs do
acampamento em direo ao estrado.

Esqueci de perguntar e antes que esquea de novo,

disse a ela preciso encontrar uma noiva chamada Narinda.

Sua cabea se virou para mim e sua mo apertou a minha, na

dobra do cotovelo. Perdo, minha querida?

Preciso encontrar uma noiva chamada Narinda. Ela me

ajudou; estvamos juntas na caada. No a vi desde ento. Quero
ter certeza que ela est bem. Verifique isso para mim expliquei e

161
Diandra assentiu.

Vou pedir ao Seerim para ver se consegue encontrar a sua

Narinda.

Obrigada respondi. Ou, quero dizer, shahsha.

Ela sorriu com aprovao, em seguida, seus olhos

esvoaaram por cima do meu ombro e se estreitaram.

Olhei por cima do ombro e vi um homem, no um nativo, mas

com o cabelo louro, um chapu na cabea, olhos azuis e roupas
moda antiga, camisa branca com um lao na parte superior (que
tipo, meio que precisava ser lavada), calas e botas marrons. E
usava um cinto de cintura baixa nos quadris com uma faca nojenta
vista, embainhada nele.

Seus olhos vasculharam os guardas na nossa frente, em

seguida, a Diandra e percebi que estava caminhando ao nosso lado
e fazia isso com alguma coisa em mente.

Dahksahna murmurou quando seus olhos me fitaram.

Sim, estava caminhando ao nosso lado com alguma coisa em

mente.

Veeyoo um guarda atrs de ns grunhiu, o homem

olhou por cima do ombro, disse alguma coisa conciliatria para o
guarda, senti a mo da Diandra apertar a minha e, em seguida, ele
se virou para mim.

Sou um homem da vossa terra falou, pisquei e meu

passo vacilou.

Voc de Seattle? Perguntei, o corao na garganta,

mas ele piscou em resposta.

162
 Humm... no, Middleland respondeu.

Veeyoo o guarda atrs de ns grunhiu novamente, desta

vez um pouco mais impaciente e muito mais assustadoramente,
ento o homem olhou rapidamente para o guarda e seu jeito se
tornou urgente.

O Dax no vai gostar de voc estar falando com a noiva

dele Diandra advertiu. Ela no da sua terra. Ela de outra
terra, mas agora uma Korwahk, a rainha. Aconselho que voc
se afaste.

Ele ignorou a Diandra, algo que no gostei muito, e manteve

os olhos em mim.

Dizem que voc est tendo dificuldade para se ajustar

observou ele.

Ela est bem Diandra vociferou.

Ele a ignorou novamente e falou comigo. Voc luta com o

seu rei afirmou.

Eu Comecei, mas a Diandra falou por mim.

Ela a rainha guerreira. A rainha guerreira tem um esprito

feroz. a lenda. Afaste-se.

A plataforma estava prxima, os olhos dele foram naquela

direo, uma pontada de medo que no pde ocultar das feies
marcadas e o guerreiro grunhiu de novo. Veeyoo! E os olhos
do homem rapidamente voltaram para mim.

Meu nome Geoffrey, Dahksahna, e lembre-se, sou um

amigo afirmou urgentemente, os olhos encarando profundamente
os meus.

163
 Senti minhas sobrancelhas se erguerem e, de repente, no
havia mais agitao e alvoroo nossa volta porque estvamos
fora da multido e caminhando pela clareira de pedra diante do
estrado.

Desviei o olhar do Geoffrey para a plataforma.

Ento respirei fundo.

As fogueiras queimavam em ambos os lados e na parte de

trs.

E Lahn estava l.

Estava pintado novamente, uma grossa faixa preta sobre os

olhos, trs finas faixas varrendo as mas do rosto, uma grossa
indo da clavcula at o meio do seu peito e descendo todo o
caminho at o topo do calo de couro, umas mais finas que
formavam arcos sobre seus ombros, cruzando o peitoral, as
costelas e o abdmen. Listras pretas que circundavam os bceps
protuberantes e os antebraos musculosos. Estava usando um cinto
feito com enormes aros de ouro que pendia, baixo, em seus
quadris.

E o cabelo estava solto, sem rabo de cavalo nem a trana, o

comprimento longo caindo em ondas e cachos nas costas, sobre os
ombros e do lado do rosto.

Senti meus pulmes comearem a queimar.

Senhor, me ajude... meu marido era quente!

Sua cabea tinha se virado para mim quando entramos no

espao e mesmo que no estivesse perto, vi que seu olhar estava
duro, com o que s podia ser descrito como ira, e parecia que o

164
olhar dele estava apontado para o Geoffrey.

Oh, oh.

Continuamos a nos mover atravs da clareira e olhei por cima

do ombro para a minha direita e vi que Geoffrey tinha reduzido a
velocidade, em seguida, se virou e observei o Geoffrey se afastar
rapidamente da clareira e, em seguida, desaparecer no meio da
multido.

Me virei quando a mo da Diandra apertou a minha. Vamos

falar sobre ele mais tarde murmurou para mim, acenou com a
cabea e os guerreiros nos levaram at o Lahn.

Subimos os degraus, os guerreiros se foram e Diandra se

afastou quando fui apresentada ao seu rei. Seus olhos me varreram
da cabea aos ps, mas no mostrou nenhuma reao e isso me
chateou porque precisou de sete mulheres e muito tempo para me
colocar em tudo isso, no foram muitas vezes que me senti sexy,
mas me sentia assim, ento teria sido agradvel ele indicar alguma
coisa. Um aperto dos lbios. Calor em seus olhos. Uma piscadela.
Alguma coisa.

Mas no recebi nada. Absolutamente nada. Ele olhou para

alm de mim, gritou alguma coisa, ento se sentou no seu trono
com chifres, apoiando um antebrao no joelho; tambm se inclinou
para o lado, olhando em volta, me mostrando claramente que eu
estava em seu maldito caminho.

Jesus, odiava quando ele agia assim e compartilhei isso com

ele, olhando para seu rosto com o belo cabelo preto tremulando ao
vento.

Ele nem sequer olhou para mim.

165
 Diandra segurou meu brao, me puxou para o lado, me levou
para o meu trono branco e tocou meu ombro, indicando que eu
devia sentar.

Me virei e sentei sobre a almofada dourada enquanto Diandra

se movia para o meu lado esquerdo e, no instante em que a minha
bunda tocou a almofada, Lahn gritou alguma coisa e os homens
comearam a bater nos tambores pequenos.

Olhei para ele e vi que ainda estava inclinado para frente

apoiado em seu brao, os olhos observando a distncia e me
perguntei qual era a vantagem de eu estar l se ele no ia nem
mesmo olhar para mim.

Um homem, que tinha visto na noite do ritual, usando vestes

pretas e com o cabelo cortado curto (at mesmo os que no eram
guerreiros usavam cabelos compridos) se apressou para a frente e
parou no estrado. Lahn grunhiu outra ordem para ele, o homem
abaixou a cabea e saiu correndo.

Foi nesse ponto que percebi que o sol estava ardendo, assim
como as piras ao nosso redor, e estava malditamente quente. Ia
ficar assada aqui, em mais de uma maneira.

Aquele o Eunuco Diandra sussurrou no meu ouvido

ento virei a cabea e a vi inclinada para mim.

Perdo?

Ela apontou o queixo na direo de onde o homem com as

vestes saiu e repetiu: O Eunuco. Ele encarregado dos olheiros
que buscam as esposas para a Caada. Ele encarregado da
Caada e suas celebraes. Tem o encargo das selees de
guerreiros e, uma vez que os guerreiros so selecionados, escolhe

166
quem ser treinado por quem, em seguida, uma vez que atingem
uma certa idade, a quem sero atribudos. Os guerreiros passam
anos naquilo que consideramos como escudeiros, servindo ao
mesmo tempo que treinam, antes de serem enviados para executar
a sua primeira morte. E quando nos mudamos, uma vez que o Dax
escolhe um acampamento, ele tem o encargo de organizar as
tendas, se certificando que o gado e os cavalos sejam mantidos a
favor do vento, que o lixo seja descartado corretamente, coisas que
o Dax tem pouco interesse.

Estava presa em algo que ela disse anteriormente.

Ele um eunuco?

Ela assentiu com a cabea. O Dax antes do rei Lahn fez a

mutilao, ele mesmo. Eu vi. Todo mundo viu. Aconteceu nesta
mesma plataforma.

Oh, meu Deus!

Olhei para ela, em seguida, suspirei. Por qu?

Ela balanou a cabea. H aqueles que... fez uma

pausa preferem sua, humm... ela hesitou novamente
prpria espcie.

Ele homossexual? Perguntei, horrorizada para onde

aquilo estava indo.

Um o qu? Perguntou Diandra de volta.

Ele gosta de homens, assim, ter relaes com eles

expliquei.

Ela assentiu com a cabea e murmurou: Gosta.

167
 Caramba!

Eles no... foi a minha vez de fazer uma pausa eles

no permitem homossexualidade aqui?

Diandra balanou a cabea. No, Dax Lahn permite, ele

no parece se importar. Ele s pune aqueles que se impem a
outras pessoas que no desejam isso. O outro Dax, entretanto...
ela parou e murmurou era desagradvel.

Aposto que era. Tambm era inaceitvel. Mais que

inaceitvel, era medonho.

Apertei os lbios e olhei para a frente.

Ele foi expulso, Dahksahna Circe Diandra continuou

falando para mim. Mas Dax Lahn lembrou que ele foi um bom
guerreiro sob o reinado do seu pai. Lembrou que ele tinha uma
mente afiada. Enviou olheiros para encontr-lo e lhe deu este
encargo. uma grande honra.

Balancei a cabea, me sentindo um pouco melhor sobre isso

(levemente) e ainda melhor porque o Lahn fez isso, mas minha
mente tinha girado porque estava observando a clareira e alguma
coisa estava acontecendo.

Ento, aconteceu.

Isto no pode estar acontecendo sussurrei para a

Diandra.

Estava olhando para os meninos alinhados nossa frente, na

laje de pedra aos ps do estrado. Um rpido olhar para o lado
mostrou que o Lahn estava sentado em seu trono negro ao meu
lado, ainda inclinado para a frente, cotovelo no joelho, os olhos nos

168
meninos. Olhei novamente para os meninos e vi que cada um tinha
um cinto, o qual carregava duas facas nas laterais e cada um tinha
uma tira de couro atravessando seus pequenos peitos de menino,
que continha uma bainha e uma pequena espada na parte das
costas, como guerreiros adultos. Vi tambm que as facas e as
espadas eram feitas de madeira.

E, por ltimo, vi que esses meninos tinham que ter no mais

do que quatro ou cinco anos de idade.

O que estava acontecendo?

Diandra sussurrei, minha voz trmula.

a tradio deles sussurrou em resposta, os lbios

perto do meu ouvido ento virei a cabea e encarei seu olhar.

Eles so crianas! Sussurrei.

Minha rainha, a tradio deles.

Mas-

Ela me cortou com firmeza. Sente, observe, oua, mas no

se desonre ou o seu rei. No. H momentos onde voc pode
desafiar o seu rei, h um momento em que voc pode tornar suas
preferncias conhecidas, ele deixou isso claro, mas, Dahksahna
Circe, esta uma cerimnia crucial para os Korwahk, garante o
futuro da Horda, por isso, esse no um desses momentos.

Olhei em seus olhos e ela enfrentou o meu olhar.

Ento, inspirei profundamente.

Ento me virei para olhar para frente assim que o Lahn gritou
uma ordem e os meninos entraram imediatamente em ao, lutando

169
uns contra os outros com suas espadas de madeira, facas e, em
alguns casos, punhos e ps.

Oh, cara. No gosto disso. No gosto disso porque eles no

estavam brincando. Havia pequenos grunhidos dos meninos, de
esforo e dor.

O Dax deve ver se so promissores para serem escolhidos

disse a Diandra no meu ouvido enquanto os meninos lutavam
diante de mim. Os pais deles passam muito tempo preparando-
os para a seleo e, em seguida, os trazem aqui esperando, at
orando, para que sejam escolhidos como guerreiros.

E, se so escolhidos, saem das suas casas e treinam?

Perguntei, sem tirar os olhos das lutas.

Exato, sem voltar para casa at depois da sua primeira

morte, que geralmente quando atingem dezessete, dezoito anos
de idade.

Deus, aquilo era insano. Depois de todo esse tempo, nem

sequer saberiam mais quem eram os seus pais!

Ento observei enquanto o homem de vestes negras comeou

a caminhar atravs da batalha, levantando as mos sobre a cabea
dos meninos que lutavam, seus olhos indo at o Lahn, no estrado.
Me virei para olhar para o Lahn e o vi empurrar o queixo para cima,
em seguida, nem um segundo mais tarde, sacudir a cabea
bruscamente em um no. Olhei de volta para a briga para ver o
homem de tnica continuar com aquilo, levantando as mos sobre
as cabeas, em seguida, puxando os braos dos meninos, enviando
alguns para um lado, onde embainhavam suas armas (se ainda as
tinham) e permaneciam juntos, outros ele jogava, sim (jogava)

170
distncia, indicando que no foram selecionados. Esses meninos
corriam rapidamente para fora da rea e para os seus limites, se
fundindo na multido, provavelmente para encontrar seus pais.

Isso demorou algum tempo, havia um grande nmero de

meninos, e assisti sob o sol ardente e o calor abrasador das piras
acesas quando os dois ltimos meninos foram separados da luta,
um estava na verdade sangrando e foi jogado de lado. O outro foi
empurrado para o amontoado de meninos.

O homem de tnica gritou uma ordem e os meninos se

alinharam ao p das escadas. Senti o Lahn se mover ao meu lado,
me virei, o vi se levantar depois, lentamente, descer os degraus.

Uma vez que estava dois degraus acima deles, andou na

frente dos meninos, com a cabea inclinada para baixo. Tudo o que
podia ver eram as costas musculosas que tambm tinham uma
faixa pintada na espinha, arcos saindo da faixa e imaginei,
distraidamente, quem tinha pintado suas costas. Ele se moveu
lentamente por toda a fileira, em seguida, voltou.

Instantaneamente, se virou e comeou a caminhar novamente

na frente de cada menino, a mo levantada, os dedos esticados, a
palma para fora, ele movia os dedos para o lado ou abaixava a
mo, e aqueles que receberam o aceno com os dedos foram
eliminados, aqueles que receberam o aceno com a palma sorriram
e se deixaram cair sobre um joelho, a cabea baixa.

Quando ele terminou e o ltimo menino que recebeu o aceno

dos dedos desapareceu no meio da multido, os tambores pararam
e Lahn comeou a falar alto.

A voz da Diandra estava no meu ouvido e ela traduzia

171
enquanto ele, caminhando de um lado para o outro na frente dos
meninos, gritou palavras que estes meninos, possivelmente, no
compreenderiam plenamente.

Agora vocs so guerreiros Korwahk. Vocs servem a mim

ela disse logo aps o Lahn bater no peito. Vocs servem sua
rainha dourada disse ela depois do Lahn, sem olhar para trs,
levantar um brao musculoso e apont-lo na minha direo antes
de abaix-lo. Vocs no conhecero mais nada agora, alm de
um cavalo entre as pernas, o ao em suas mos, o sangue em sua
lngua, o seu nico foco, a vitria. No h outro caminho. Vocs no
tm me. Vocs no tm pai. Vocs no tm irmos, exceto
aqueles que usam a pintura. Vocs tm apenas A Horda. Vocs so
A Horda. Vocs servem a mim e sua rainha. Vocs vo aproveitar
as recompensas; vocs vo reivindicar uma noiva. Vocs vo
grunhir, suar e enterrar sua semente para criar guerreiros. Vocs
no possuem a sua pele; A Horda possui a sua pele. Vocs
afundam sua lmina na carne; vocs o fazem para A Horda. Voc
vai acordar sendo um guerreiro, voc vai dormir sendo um guerreiro
e voc vai morrer sendo um guerreiro.

Ok, este discurso me assustou pra caralho, mas tinha que

admitir, foi um discurso irado.

Diandra no tinha terminado de traduzir antes de um elogio

empolgante irromper da multido e, em seguida, uma vasta
comoo, uma avenida se criou rapidamente no meio da multido e
guerreiros, todos pintados, galoparam em seus cavalos em linha
reta at a clareira, circulando, manobrando, ziguezagueando,
cavalos empinando, os cascos dianteiros golpeando o ar quente
enquanto os guerreiros rugiam, batiam em seus peitos e alguns

172
desembainhavam a espada em suas costas e caam uns contra os
outros. Era um pandemnio, ruidoso, fora de controle, cavalos
esbarrando em cavalos, cascos batendo contra as coxas dos
guerreiros, ao contra ao perfurando os gritos dos guerreiros.

Os meninos tinham subido e se virado e tive que admitir,

enquanto observavam os guerreiros adultos e abriam grandes
sorrisos brancos, que pareciam animados.

Lahn grunhiu um comando alto e tudo parou

instantaneamente, os guerreiros seguraram suas rdeas e, em
seguida, formaram um semicrculo em torno do estrado, os cavalos
recuando, empurrando para trs a multido, para dar espao para
seu grande nmero.

Ok, isso foi executado de forma to suave e sem nem um

pouco de desordem, que tive que admitir que foi incrivelmente irado,
tambm.

No segundo em que estavam em formao, Lahn gritou:

Suh Tunak! e Diandra traduziu A Horda.

Todos os guerreiros e a multido gritaram em resposta:

Suh Tunak!

Quando o grito morreu, Lahn gritou novamente, em seguida,

virou as costas para os meninos, comeou a subir os degraus e a
Diandra traduziu no meu ouvido: Agora, ns festejaremos.

A multido estava aplaudindo, o homem de tnica estava

levando os meninos para longe e os guerreiros estavam
manobrando seus cavalos para sair da rea, quando os tambores
bateram de novo, um som ritmado, mais rpido, e as pessoas
correram para a clareira. Estavam rindo, comemorando e mais

173
gritos de Suh Tunak foram ouvidos. Em seguida, estavam batendo
os ps, levantando os joelhos, sacudindo seus corpos e percebi que
estavam danando.

Lahn caminhou casualmente subindo os degraus, virou, se

sentou e observou a folia crescente, novamente sem uma palavra
ou um olhar para mim.

Portanto, percebi que meu papel havia acabado e poderia sair

do sol quente e voltar para minha tenda legal, brincar com o meu
beb tigre e decidir o que fazer sobre a minha vida louca.

Me virei para a Diandra e perguntei: Posso ir agora?

Sua cabea se inclinou para o lado e as sobrancelhas se

ergueram. Ir?

Casa, humm... de volta para a tenda.

Mas no, minha rainha, claro que no. Ns comemos,

bebemos, danamos, a celebrao vai durar a noite toda.

Ela estava brincando? Ainda era meio-dia, apenas.

No posso ficar sob este sol at que ele se ponha, Diandra,

vou virar uma lagosta.

Uma lagosta?

Minha pele vai queimar, ficar vermelha expliquei e ela

sorriu.

Ah, entendo, uma lagosta depois de cozida. Inteligente,

Dahksahna Circe.

No estava tentando ser inteligente. Estava tentando me livrar

de queimaduras de terceiro grau.

174
 Diandra, estou falando srio.

Ela olhou para mim, o sorriso desapareceu dos seus olhos e

ento olhou incerta para o rei.

Em seguida, murmurou: Vejo que este trabalho ter seus

percalos. Ento chamou o Lahn, olhei para ele e vi sua cabea
virar para ela, ele a observava enquanto ela falava, em seguida,
seus olhos foram at o meu brao por uma frao de segundo antes
de voltarem para ela.

Me ele grunhiu e olhou para longe.

Ele disse que no Diandra falou.

Ela tinha que estar brincando. Ele tinha que estar brincando.

Mas eu vou fritar aqui fora! Gritei, ela mordeu o lbio e

ouviu o Lahn falar.

Olhei para ele e novamente para a Diandra quando ela

traduziu.

A rainha dourada senta ao lado do seu rei.

Olhei para o Lahn. Srio, Lahn, o sol est quente, as piras

esto quentes e minha pele no como a sua. No -

Diandra estava falando comigo e Lahn nos cortou com: Me.

Lahn! Gritei, ele se inclinou para mim e seus olhos

ficaram assustadores.

Me, Circe. Me.

Ele olhou para longe e foi isso.

No.

175
 Ok, uma coisa boa sobre isso foi que o meu dilema estava
resolvido sobre como me sentia em estar neste mundo e como me
sentia sobre o meu rei selvagem.

E essa soluo era que estava acabado para mim. Precisava

encontrar uma maneira de fugir.

Assim que fosse possvel, caralho.

176
 Captulo Nove
A Celebrao

A noite j tinha cado, tochas foram acesas e sabia pelo

repuxar da minha pele que estava queimada e crocante como uma
batata frita.

Diandra no estava errada, a celebrao durou at a noite e

as coisas podiam ficar srdidas.

Eu estava supondo, porque esta cultura era fodida.

Isso tambm porque, como quaisquer pessoas, de culturas

selvagens e primitivas ou no, quando voc distribui bebida
vontade, merdas acontecem.

Tudo comeou alegre, batidas nos tambores, danas, jarros

foram servidos e repassados, barris foram providenciados, algumas
pessoas compartilhavam liberdades; os Korwahks sabiam como
fazer uma festa e faziam isso direito. Mulheres levavam, atravs da
multido danante, enormes travessas de madeira lotadas de
alimentos. Havia um monte de risadas, muitos elogios aleatrios de
Suh Tunak! E o rudo constante das conversas alegres sob as
batidas igualmente constantes dos tambores.

Ao longo da celebrao, permaneci sentada no meu trono

branco e, vrias vezes, as pessoas se aproximaram, crianas,

177
adultos, idosos, e todos eles tinham flores ou ptalas. Os olhos
deles iam para o seu Dax, eles recebiam o seu consentimento (um
arrogante e idiota abaixar do queixo, por assim dizer) e estas flores
ou ptalas eram atiradas aos meus ps, no meu colo ou em
qualquer lugar ao redor da minha cadeira, sendo que agora eu tinha
uma pilha delas minha volta.

Tinha flores, mas nada de conversa. O Dax lhes permitiu jogar

suas flores em mim, mas no foram autorizados a se aproximar ou
falar e, fora o seu idiota e arrogante abaixar do queixo, deixavam de
existir para ele tambm.

Estranho.

Logo aps a celebrao comear, uma mulher se moveu at o

Lahn com um clice de prata que ofereceu a ele, cheio de alguma
bebida e em seguida se afastou enquanto eu olhava para ela
pensando que no me surpreendia que eu no obtivesse um clice,
mas isso seria esclarecido muito rapidamente.

Eu estava para ser regada e alimentada pelo meu rei.

Sem brincadeira.

Se ele queria me dar uma bebida, se virava para mim e

oferecia o clice que, a princpio, estava com alguma coisa que
tinha gosto de suco de laranja misturado com abacaxi e, em
seguida, gua e mais tarde, finalmente, o vinho. Se uma mulher (e
havia um grande nmero delas) se aproximava com uma bandeja
de carne assada, legumes assados, tbuas de carne temperada,
frutas cortadas, pes achatados e macios com o que parecia e tinha
gosto de hummus, com ervas ou um molho branco de iogurte com
pepino, cebola e alho, ou at mesmo pedaos de doces que

178
pareciam envoltos em acar branco recheados liberalmente com
nozes e frutas cristalizadas, Lahn fazia minhas escolhas por mim,
se virava para mim, se inclinava para mim, sua mo era estendida e
tinha que peg-los no com a minha mo (descobri isso com um
rpido e grosseiro grito de me vindo do Lahn), mas com a minha
boca.

Irritante e, podia acrescentar, insano.

Mas fiz o meu papel da rainha dourada, aceitei a comida e a

bebida dos dedos do meu rei ao seu comando, ouvi os tambores,
observei os danarinos e a folia, ouvi os gritos, as risadas e os
aplausos e observava a multido, esperando ver a Narinda.

No vi a Narinda. Vi Sheena danar um par de vezes, mas

no a Narinda. Tambm vi o vendedor do qual comprei as pulseiras.
Estava conversando com algumas pessoas e apontando para mim,
ento acenei para ele. Isto o fez dar um sorriso to grande que seu
rosto deve ter dodo, saltou para cima e para baixo e levantou as
mos para os cus novamente, o que me fez dar a nica risada
desde que cheguei seleo.

Logo aps a cerimnia e a festa comearem, com uma ordem

concisa, Lahn dispensou Diandra das suas funes. Ela me deu um
sorriso encorajador, desceu rapidamente os degraus e desapareceu
entre os folies. Isto significava que nem sequer tinha a minha nova
amiga para conversar.

Se eu fosse sincera, havia um monte de coisas interessantes.

O suco de fruta, a comida e at mesmo o vinho eram todos
deliciosos. A dana era manaca e estranha, mas divertida de ver.
E, claramente, o povo do Lahn estava se divertindo. Essa foi minha

179
primeira celebrao ento tive que prestar ateno pois no
conhecia a vibrao normal, mas parecia que todo mundo estava
muito alegre, feliz mesmo. E muitas dessas pessoas lanaram
olhares para o Lahn e na minha direo, indicando que um grande
nmero de pessoas acreditava que a lenda da Dinastia Dourada
estava se tornando realidade e um futuro promissor estava diante
deles.

E, tinha que admitir, me sentia uma merda, no mnimo, cada

vez que as pessoas jogavam flores para mim.

Dito isto, no estava errada e sabia que estava queimando

sob o sol quente e, embora o Lahn tivesse muitas vezes caminhado
at a beira do estrado, conversado com o homem com as vestes
negras, com guerreiros que vieram at a frente ou outros homens
que se aproximaram, eu no estava autorizada a faz-lo e, j que
meu marido no conseguia se comunicar comigo e j que ele
estava no modo rei guerreiro, e no saa dele h muito tempo, eu
estava entediada pra cacete.

O sol h muito havia descido e estava feliz por isso. Lahn

tinha acabado de me oferecer vinho e era o terceiro gole de vrios
que me permiti recusar. Depois de todo aquele calor e de ficar
sentada por horas desde que tomei um pouco de gua, precisava
de lcool como precisava de um buraco na cabea. Fiquei sentada
o dia todo, mas estava exausta. Precisava ir para a tenda, descobrir
como comunicar s meninas que precisava de um banho frio e, em
seguida, precisava descobrir como dar o fora deste lugar.

Levantei meus ps at o banco, envolvi os braos em torno

das minhas pernas e encostei minha bochecha nos joelhos, fazendo
tudo isso com cuidado, de modo a no agravar o repuxar da minha

180
pele, mas o fiz porque a noite havia cado, o frio tinha atingido o ar e
contra a minha pele queimada, estava um frio do caralho. Ento
virei os olhos, distrada, para os danarinos.

Em seguida, pisquei quando o que meus olhos estavam

vendo penetraram na minha distrao e minha cabea se ergueu.
Em seguida, desviei o olhar, porque tinha visto um guerreiro pintado
com uma mulher que estava usando um sarongue curto, no um
longo como o meu e de todas as outras mulheres que tinha visto
enquanto estava nesse mundo. A parte de trs do seu sarongue
estava enrolada na sua cintura, ela estava inclinada para a frente,
ele atrs dela, ela no tinha nada alm das mos dele segurando
seus quadris contra a virilha dele para mant-la para cima, e
estavam fornicando.

Fornicando!

Na pista de dana!

Diandra disse que podia ficar srdido?

Eu diria que srdido. Bom Deus!

Meus olhos varreram a cena e observei algo que no tinha

notado antes. A maior parte da multido havia se movido para
festejar entre as tendas. A frente do estrado tinha sido tomada,
agora, por guerreiros pintados e um monte de mulheres do tipo que
nunca tinha notado antes. Tops mnimos ou tomara que caia (se
que tinham algum!), sarongues curtos, ps descalos, rostos muito
pintados, cabelo selvagem.

E soube que a celebrao tinha mudado. Esta parte era para

os guerreiros e estas mulheres no eram esposas ou noivas. Eram
outra coisa.

181
 E havia um monte de guerreiros, o suficiente para que pelo
menos alguns deles tivessem esposas.

Srio, precisava dar o fora de l.

Kah Lahnahsahna Lahn chamou e virei a cabea para

ele. Vayoo ansha ordenou, a voz calma, a cabea apontando
para o seu colo.

Olhei para ele, meu corao saltitando.

O qu?

Vayoo ansha repetiu com outro mergulho da cabea na

direo do seu colo.

Oh, Deus.

No me movi, apenas olhei.

Ele se inclinou para mim, seus dedos envolveram meu

cotovelo, deslizaram at o meu pulso, ao mesmo tempo puxando
meu brao para longe das minhas pernas. Uma vez que o tinha
estendido para ele, o levantou e repetiu: Vayoo ansha, Circe.

Porra. Ele queria que eu fosse at l.

Minha preocupao era por qu?

Hesitante, deslizei os calcanhares do trono, abaixei as pernas

e me levantei. Lahn no soltou a minha mo e a manteve erguida
at que eu estava de p, na frente dele. Em seguida, sua mo
soltou a minha, veio at os meus quadris e me puxou para a frente,
no para ficar sentada em seu colo, ento meus joelhos estavam
em seu trono, nos lados dos seus quadris, e eu estava montada
nele.

182
 Merda, merda, merda.

Felizmente, tinha conseguido usar o sarongue para proteger

as pernas do sol, mas minha posio atual ainda no era
confortvel, porque os chifres que ornamentavam o trono no
tinham almofadas e eram duros e arredondados, cravando nas
minhas canelas.

Ele inclinou os quadris para trs e se reclinou contra a parte

de trs do trono para que minhas partes privadas descansassem
nas dele e suas mos deslizaram pelos meus quadris, indo at as
minhas costas, puxando meu tronco para mais perto.

Merda!

Quando suas mos estavam entre as minhas omoplatas e

meu rosto estava perto do dele, falou alguma coisa suavemente,
algo que no entendi.

Voc sabe respondi. No entendo uma palavra do

que voc est dizendo.

Ele inclinou a cabea para o lado, sua boca se contorceu e

em seguida falou um pouco mais.

Quando ele parou, indiquei com um balanar da cabea:

No, no peguei nenhuma dica, grandalho.

Grandalho ele murmurou, a boca se contraindo

novamente.

Isso foi atraente, tinha que admitir, mas no to atraente que

pudesse esquecer que ele era um enorme babaca.

Olhei por cima do ombro.

183
 Circe chamou, uma mo deslizando pelas minhas
costas, a outra envolvendo o meu pescoo e olhei para ele
novamente.

Sim?

Ele disse mais alguma coisa, foi suave, foi gentil, subiu o tom
no final em uma pergunta, e se isso no fosse uma dica, suas
sobrancelhas se ergueram tambm.

Mas tudo o que eu sentia era a mo que estava na curva da

minha bunda.

Querido Deus, esperava que ele no achasse que ia participar

do que estava acontecendo ao nosso redor.

Lahn respondi, me contorcendo com um pouco de

desconforto em seu colo.

Ele repetiu o que perguntou, desta vez, a mo no meu

pescoo se movendo e, quando terminou a pergunta, ela estava em
volta da minha mandbula, o polegar e o indicador nos lados da
minha boca levantando-a em um sorriso.

Imaginei qual era a pergunta e respondi: No, no estou

feliz.

Deslizou a mo pelo meu pescoo, pelo meu peito, sobre o

meu seio e inspirei profundamente quando parou, o segurando.

Isso no estava ficando melhor.

Bom? Perguntou.

No, no est bom respondi, balanando a cabea e

imaginando o que aconteceria se me afastasse.

184
 Ok? Continuou e balancei a cabea.

No, no est ok falei e levantei uma mo para enrol-la

firmemente em torno do pulso que estava sobre o meu seio,
mostrando minha opinio.

Seus dedos enrijeceram debaixo dos meus.

No ok murmurou, os olhos pintados se movendo sobre

o meu rosto.

No afirmei.

Me sah afirmou, seus dedos apertando levemente o

meu seio, em seguida, os afastou e levantou a mo, encostando
seu dedo no meu peito. Sah.

No isto, disse ele, isto. Em outras palavras, no estava

perguntando se estava bem com ele me tocando, mas se estava
apenas ok.

No, Lahn, no estou bem. Minha pele est queimada,

minha bunda di de ficar sentada por horas, no gosto do que est
acontecendo l fora apontei o brao para trs, mas mantive o
seu olhar ao mesmo tempo que balanava a cabea e estou
cansada. Quero voltar para a tenda. Apontei para mim e, em
seguida, disse: Cham.

Seus dedos deslizaram para trilhar levemente ao longo da

parte de cima do meu top quando disse algo em voz baixa.

Que seja murmurei, olhando por cima do ombro.

Ento o ouvi falar alto, olhei para ele e vi sua cabea se virar.
Virei a minha naquela direo e vi uma mulher com uma bandeja
vindo em nossa direo. Ela assentiu com a cabea, se curvou, se

185
virou e foi embora. Olhei novamente para o Lahn quando ele
comeou a falar e a nica palavra que entendi foi cham.

Esperava que isso significasse que estava dispensada dos

meus deveres e iria para casa.

Em seguida levantou a mo, indo at as minhas costas,

puxando meu cabelo para um lado do meu pescoo, ento sua mo
envolveu o meu pescoo, me puxou para mais perto e para o lado,
at que a sua boca estava na minha orelha. Sussurrou alguma
coisa enquanto a outra mo soltava a minha bunda e comeava a
acariciar minhas costas.

Tive a sensao que isto significava que eu tinha o doce Lahn

de volta, mas era muito pouco, muito tarde. Minha pele estava
torrada, meu crebro tinha sido levado ao limite e as pessoas
estavam fornicando na pista de dana, algo que no tinha como
saber que no fazia parte da minha cultura, mas definitivamente
sabia que eu no gostava. No deu a mnima para mim. Podia ser
doce, mas quando no era, realmente no era e havia muito mais
dessas horas do que as que era doce.

Seus dedos enrijeceram no meu pescoo, me puxaram de

volta e me posicionaram, at que seu rosto era tudo o que eu podia
ver e suas mos continuaram acariciando minhas costas de uma
maneira suave e doce (o bruto!), quando falou de novo.

Me Geoffrey, na kuvoo? Perguntou ele, com o rosto

srio, mas no duro.

No Geoffrey falei e ele acenou com a cabea uma vez.

186
 No Geoffrey, Circe. Nahna Dax tahnoo tee, na kuvoo1?

Ele no devia ter dispensado a Diandra; no tinha a mnima

ideia do que estava falando. A nica coisa que podia fazer era
acenar com a cabea.

Dohno murmurou, sua mo deixou meu pescoo, seus

olhos se moveram at ele e vi sua expresso suavizar quando olhei
para ele.

Aquele olhar era atraente tambm, aquele babaca.

Ento moveu a mo para o seu peito, o esfregou

completamente e, at mesmo sob a luz do fogo, vi que estava
tirando meu p de ouro da sua pele.

Na loot kay. Rah loot quaxi. Dax loot Dahksahna sua mo

envolveu o meu pescoo novamente e me puxou para a frente
encostando meu rosto no dele. Lahn loot Lahnahsahna. Nahna
rah lapay loh kah luna boh. Kah quaxi lapan loh nahna luna anah,
kah Circe2.

Srio, ele no devia ter dispensado a Diandra.

Ouvi tudo o que voc disse, grandalho, mas eu... no...

entendo... voc disse a ele.

Ele sorriu e sabia que eu no o havia compreendido. Mas ele

no se importava, nem um pouco.

Kah Dax? Ouvimos e ambas as nossas cabeas viraram

para o lado para ver um guerreiro pintado vindo em nossa direo.

1
No Geoffrey, Circe. O Rei ordena, entendeu?
2
Voc e eu. Ouro e tinta. Rei e Rainha. Tigre e Tigresa. Seu ouro est sobre o meu corpo agora. Minha
pintura estar no seu corpo esta noite, minha Circe.

187
 Meus olhos se moveram para os degraus e vi um outro
guerreiro subindo, os olhos sobre ns.

Lahn comeou a comunicar suas ordens antes de se levantar,

as duas mos na minha bunda, me segurando contra ele e minhas
mos foram para os ombros dele para me equilibrar, assim no
cairia para trs e bateria a cabea em um lance de degraus de
pedra assassinos. Continuou falando enquanto seus dedos
apertavam minha bunda, ento me afastou ligeiramente, indicando
que devia abaixar minhas pernas. Eu o fiz, ele me colocou de p e
ouvi o nome Geoffrey no que quer que estava falando antes que
terminasse de falar.

O guerreiro assentiu com a cabea e seus olhos desviaram

para mim. Em seguida, seu brao apontou para os degraus.

Cham, kah Circe Lahn falou suavemente, sua mo

novamente no meu pescoo, me deu um aperto, meus olhos foram
para o rosto dele, que, em seguida, inclinou a cabea para o
guerreiro.

Outro guarda de honra. Balancei a cabea, ganhei outro

aperto, Lahn me soltou e seus olhos voltaram para o espao aberto.

Segui o guerreiro, o outro atrs de mim, me escoltaram at a

tenda e, uma vez que verificaram que a tenda estava segura, as
abas se fecharam atrs deles.

Minha pele devia estar parecendo to ruim quanto eu me

sentia, e quando as meninas entraram e Teetru e Jacanda deram
uma olhada em mim, Jacanda correu para fora e comeou a dar
ordens Teetru. Jacanda e Beetus prepararam um banho frio com
algum tipo de aditivo, e poderia t-las beijado por isso, pois acabou

188
com o ardor da queimadura. Ento Packa e Gaal chegaram com
enormes pedaos de aloe vera.

Shahsha, minhas lindas senhoras sussurrei quando vi a

aloe vera. Shahsha.

Elas olharam uma para a outra, vrias sobrancelhas

levantadas ou com o cenho franzido, mas o fizeram junto com
sorrisos e ento se mantiveram ocupadas.

Uma vez que estava fora do banho, todas as cinco e eu

esprememos a polpa da aloe vera e a aplicaram com cuidado sobre
as partes queimadas da minha pele.

Deus. Paraso.

Ento coloquei uma camisola leve e curta, feita de cetim azul

cu. Teetru e Jacanda derramaram gua nos jarros sobre a mesa
junto com panos macios; Teetru fez gestos para me comunicar que
devia usar as jarras se precisasse de compressas frias.

Sorri para ela, apertei a mo contra a boca e, em seguida, a

estendi para ela, para Jacanda e Packa, Beetus e Gaal, de p em
frente as abas da tenda.

Obrigada sussurrei, elas assentiram com a cabea e

Beetus, mesmo hesitante, repetiu o meu gesto.

Foi to bonitinho que pisquei para ela. Ela, sendo Beetus, riu
e piscou de volta.

Ghost pulou na cama, estremeci quando ela se aproximou e

sua pata raspou na minha pele antes da Teetru rapidamente
avanar, confiscar o filhote e dizer palavras reconfortantes para mim
(e para Ghost, que estava levando com ela) ao sair.

189
 No minuto em que as abas se fecharam atrs delas, desabei
no lenol de seda e olhei para o teto da barraca.

Mais um dia se foi. Amanh, esperava que acordasse em

casa e essa queimadura de sol seria uma memria do coma que,
de uma maneira doentia, esperava estar.

Se no, lutaria no dia seguinte, de novo, um passo de cada

vez.

Acordei quando minhas coxas foram gentilmente separadas,

meus olhos se abriram, meu corpo despertou e ento senti a boca
do Lahn no meio das minhas pernas.

Oh, Deus, ele no tinha feito isso antes.

Lahn sussurrei, deslizando at ficar longe dele, mas

suas grandes mos se enfiaram debaixo da minha bunda, seus
longos dedos se enroscaram em volta dos meus quadris e me
puxaram para ele. Lahn falei, mas ele no fez nenhum
barulho, apenas continuou trabalhando.

Girei meu quadril, mas ele o segurou e, ento, o que ele

estava fazendo penetrou em mim.

Deus. No queria que fizesse me sentir bem, mas, caralho,

190
ele no era bom nisso; ele era timo.

Deus, Lahn sussurrei enquanto meu corpo derretia e

fazia isso contra a minha vontade.

Ergueu meus quadris e chupou meu clitris com fora e

qualquer vontade que tinha contra o que ele estava fazendo
evaporou. Meus quadris estremeceram. Ento comearam a
esfregar contra sua boca, no conseguiria impedi-lo, nem tentei. Era
to bom, to bom; no queria que ele parasse. No, queria mais.
Ento esfreguei mais forte, mais exigente e minhas mos foram at
seu cabelo grosso, longo e macio, para segur-lo contra mim.

Mas ele no estava indo a lugar nenhum e chupou mais forte,

no parou, sua boca me sugou at que conseguiu aquilo pelo qual
estava trabalhando, me deu fogos de artifcio.

Lahn! Gritei quando me fez gozar contra a sua boca e

ainda estava gozando quando ele subiu em mim, puxando a
camisola com ele, passando-a sobre a minha cabea e, ento,
sumiu; um segundo depois, Lahn estava dentro de mim, me
preenchendo e, maldio, eu adorava receber o seu pnis.

Meus olhos se abriram depois que gozei e vi que ele tinha as

duas mos na cama, ao meu lado, nenhum peso sobre mim,
apenas os quadris se movimentando, lenta, constante e
deliciosamente entre as minhas pernas. Sua cabea estava
inclinada e seus olhos encaravam os meus.

Olhei para o guerreiro pintado que estava me fodendo e

quando o fiz, pensei que ele era a coisa mais linda que j vi.
Fascinada pelas suas pinturas, levantei a mo e a deslizei para
baixo, pela pintura no centro do seu peito, pelo seu abdmen e para

191
o cabelo entre as suas pernas.

Kah quaxi, nahna quaxi3 ele grunhiu, os quadris

ondulando enquanto deslizavam para trs e meu pescoo arqueou
enquanto meus olhos fechavam.

Uau, seja l o que foi que fez com os quadris, foi muito bom.

Kah quaxi, Lahnahsahna Circe, nahna quaxi grunhiu, os

quadris girando para o outro lado, o que me fez sentir melhor ainda
e ele continuou me penetrando, lenta e docemente.

Meus olhos se abriram e minha mo deslizou de volta pela

barriga dele, at o seu peito, enquanto eu sussurrava. Baby.

Deve ter sido o que estava procurando, porque abaixou seu

corpo contra o meu e tomei o seu calor na minha pele febril e
queimada e no liguei. Simplesmente envolvi meus membros em
torno dele, puxando-o para mais perto.

Ruhnoo kah quaxi, Circe, ruhnoo kah xac4.

Sim sussurrei enquanto seus quadris giravam

novamente e suas investidas se tornavam definitivamente mais
rpidas. Mayoo, Lahn.

Me ele negou. Ruhnoo kah quaxi.

Ok sussurrei enquanto o calor ia crescendo.

Ruhnoo kah xac, kah Lahnahsahna ele grunhiu.

Sim repeti, levantando meus quadris para receber tudo

dele, o que ele me deu, lento, lento, em seguida, cada vez mais
rpido at que ns dois estvamos respirando pesadamente, sabia
3
Minha pintura, sua pintura.
4
Tome minha pintura, Circe, tome meu pnis.

192
que estava perto de gozar novamente e todo o tempo os olhos
pintados de preto nunca deixaram os meus.

Lahn Sussurrei quando o orgasmo se aproximou,

minhas coxas o apertando mais, minhas mos, que haviam estado
acariciando suas costas, sua bunda, os ombros, os braos,
apertando-o contra mim.

Ruhnoo kay grunhiu, colocando fora por trs dos seus

impulsos, meu corpo empurrando contra ele e foi isso. Meu corpo
se arqueou, das minhas costas minha cabea, pressionando o
dele enquanto um orgasmo to lento e doce como seu ato de amor
me atravessou.

Ento continuei tomando-o, o rosto dele agora no meu

pescoo, seu pnis me estocando, empurrando a cada impulso,
seus grunhidos soando contra a minha pele at que diminuiu o
ritmo, os quadris girando a cada impulso, de novo, e de novo, e de
novo, enquanto ele gemia contra o meu pescoo.

Ainda permaneceu imvel por longos momentos antes de

deslizar para fora, a pele lisa deslizando contra a minha.

Ento, estava de lado, a cabea apoiada na mo, o cotovelo

no travesseiro, uma perna dobrada com o p apoiado na cama, a
outra perna esticada ao lado da minha (muito mais longa). Me
observou sob a luz das velas enquanto sua mo deslizava atravs
da tinta preta que tinha transferido para mim, sobre o meu peito,
entre os meus seios, para baixo, mais para baixo, entre as minhas
pernas, ento seu dedo esfregou o meu clitris, fazendo meus
quadris estremecerem levemente e um gemido escapou da minha
garganta.

193
 Seus olhos sexys e saciados vieram at os meus e sua mo
se moveu para cima, agora arrastando nossa umidade combinada
atravs da pintura na minha pele, para repousar suavemente na
minha barriga.

Kah quaxi, nahna quaxi sussurrou e no tinha ideia do

que isso significava, mas o que quer que fosse, era importante para
ele.

Ok disse baixinho.

No sussurrou em resposta e se inclinou alguns

centmetros para mim. Bom.

Desejava que ele no fosse assim, por exemplo, maravilhoso

na cama e, s vezes, to malditamente doce.

Certo murmurei bom.

Ele sorriu para mim, abaixou a cabea e passou a lngua ao

longo do meu ombro. Em seguida, se acomodou do seu lado, mas
no contra mim como nas ltimas duas noites, apenas do meu lado.
Agarrou a minha mo, puxou o meu brao e o segurou contra o
peito dele, mas foi s isso.

Ele estava tomando cuidando com a queimadura.

Merda, merda, ele podia ser doce.

Maldio.

Ento, mais uma vez, lembrei a mim mesma que no teria

uma queimadura se no fosse por ele.

Virei a cabea para olhar para ele.

Trahyoo, kah fauna sussurrou, sua mo apertando a

194
minha contra o peito.

L estava de novo, kah fauna. Sua cora. Agora, j tinha

ouvido trs vezes. No sabendo o que significava, achava legal.
Sabendo o que significava, me fazia sentir incrivelmente bem.

Droga.

Tudo bem, Lahn sussurrei como resposta, ele inclinou o

queixo para trs e fechou os olhos.

Olhei para o teto e fechei os olhos.

E decidi que um dos meus passos, se acordasse aqui

amanh, seria evitar o meu rei. E continuaria nesse caminho at
que descobrisse uma forma de voltar para casa.

Porque se no o fizesse, sabia que tudo estaria perdido.

195
 Captulo Dez
Insolao

Meu corpo, tremendo incontrolavelmente, me acordou e cerca

de um segundo mais tarde, acordou o Lahn.

Circe? Chamou, se apoiando sobre um cotovelo na

cama e olhando para mim, sua mo ainda segurando a minha
contra o peito dele.

Insolao. Minha pele estava fria ao mesmo tempo que estava

queimando, estava repuxando e doa como o inferno.

Virei a cabea para olhar para ele e vi seu rosto repleto de

preocupao.

Meu corpo tremia tanto que a cama que estava balanando

junto com ele e me senti uma merda, mas nada diminua o fato de
que esse olhar o deixava mais lindo do que nunca.

Insolao, baby sussurrei.

Insolao? Perguntou e, srio, me senti uma merda por

precisar explicar por que no era um bom momento de no ser
capaz de me comunicar.

Olhei para as abas da barraca e vi a luz fraca do sol atravs

delas. Estava quase amanhecendo.

196
 Ento olhei novamente para o Lahn. Diandra sussurrei
enquanto o tremor virou uma tremedeira completa e meus dentes
comearam a bater.

Ele notou, suas sobrancelhas se uniram sob os olhos estreitos

e grunhiu: Circe.

Apertei sua mo. Insolao, apenas insolao, Lahn.

Preciso de gua. Olhou para mim sem compreender. Merda!
Gritei com frustrao enquanto os tremores que deslizavam
sobre a minha pele no eram agradveis. Baby, traga a Diandra
at mim para que ela possa traduzir.

Ele olhou para o meu corpo, murmurou algo, soltou a minha

mo e, em seguida, puxou rapidamente o lenol de seda que estava
embaixo de mim. Ento o jogou sobre mim e sua frieza pareceu
suave e envolvente ao mesmo tempo.

Ele rolou para fora da cama do outro lado e eu falei: Aaa...

gua para ele.

Ele no foi at os jarros. Foi para as abas da tenda, as abriu

com um safano e trovejou: Teetru!

Lahn! gua, querido, por favor implorei enquanto ele

caminhava para a pilha de peles, jogava os travesseiros de lado
com tanta fora que voaram atravs da tenda, em seguida, pegou a
pele que estava em cima e caminhou at mim.

Estava segurando a parte superior do lenol e balanando a

cabea enquanto ele se aproximava e cuidadosamente envolvia
meu corpo com ela.

197
 No, muito pesada, muito quente sussurrei, mas sua
cabea se virou para as abas da barraca quando Teetru enfiou a
cabea e ele no prestou mais ateno em mim.

Berrou ordens para ela, seus olhos vieram at mim, em

seguida, ela correu para fora da tenda, na qual no tinha nem
entrado totalmente.

Felizmente, em suas ordens ouvi o nome do marido da

Diandra.

Ele se virou e fez uma careta para mim. Movi um brao para
fora e estava tentando libert-lo.

Muito pesado, baby, muito quente repeti, mas ele

passou os dedos em torno do meu pulso, empurrou meu brao
novamente sob as peles e meus olhos voaram para ele. No,
Lahn.

Sim, Circe grunhiu.

Ok, desistiria disso.

Ouvi as abas da tenda sendo abertas e Jacanda, Beetus e

Packa entraram, com olhares preocupados.

gua falei, apontando com a cabea para os jarros,

Jacanda entendeu e correu para a gua. Sim sussurrei e
continuei tremendo.

Jacanda serviu a gua e correu para mim, mas no conseguiu

chegar perto. Lahn pegou o copo da sua mo, se sentou na cama
ao meu lado, colocou a outra mo em volta do meu pescoo me
levantando gentilmente e levou o copo aos meus lbios.

198
 Bebi.

Bela hidratao.

Continuou segurando-o contra meus lbios at que meus

olhos se levantaram at os dele, indicando que havia terminado e
ele o afastou, me recostando novamente nos travesseiros.

Em seguida, grunhiu alguma coisa para mim e a nica palavra

que entendi foi o meu nome no final.

Vou ficar bem assegurei.

No tudo bem disparou de volta e manteve a carranca.

Mordi os lbios, abaixei os olhos e percebi que ele estava

totalmente nu.

Lahn, falei enquanto meus olhos voltavam aos dele,

negros, que ainda estavam pintados coloque uma cala.

Ele comeou a prxima frase com Lahnahsahna Circe...

mas o resto dela eu no tinha a mnima pista, exceto que tinha a
cadncia exata quando lhe dizia que no entendia o que ele estava
falando.

Dei um sorriso trmulo para ele, puxei o brao de debaixo das

peles e corri os dedos pela sua coxa nua at o quadril, tambm nu.

Cala, couro, voc precisa colocar alguma coisa disse

baixinho.

Manteve-se carrancudo, em seguida se ergueu, caminhou at

a mesa, bateu o copo sobre ela, ento foi at o calo e o colocou.

Ok, assim estava melhor.

199
 As abas da barraca se abriram, Gaal se apressou a
atravess-las, seguida por uma mulher pequena e rolia com um
abundante cabelo escuro mesclado com cinza que carregava um
pequeno ba. Parecia que havia se divertido naquela noite e tinha
sido interrompida no seu sono. Imaginei isto porque suas feies
estavam plidas e estava usando o que eu presumi ser um
camisolo estilo Korwahk, curto, de gaze branca, sem alas,
amarrotado, preso sobre os seus seios com um cordo amarrado
apertado na frente.

Humm... essa no era a Diandra.

Lahn vociferou algumas palavras para ela; ela assentiu com a

cabea e correu para mim.

Ei cumprimentei depois que ela se curvou, colocou o

ba no cho, ao lado da cama, e se virou para mim.

Kah rahna Dahksahna hahla murmurou, seus olhos se

movendo sobre o meu rosto e os meus ombros, levantou
cuidadosamente a coberta de pele e o lenol, olhou debaixo deles,
em seguida, to cuidadosamente quanto os levantou, os deixou
cair, se virou para o Lahn e comeou a falar.

Estava parado com os braos cruzados sobre o peito, os ps

afastados, seus olhos a encarando com ferocidade e tudo o que ela
estava falando fez sua carranca ficar mais sombria ainda.

Ela continuou falando e ele continuou carrancudo.

Em seguida, as abas da tenda se abriram e uma Diandra

apressada as atravessou, seguida por um guerreiro enorme e mais

200
velho que, assim como o Lahn, tinha que se curvar para entrar.
Teetru os seguia.

Dahksahna Circe! Diandra gritou ao me ver tremendo.

O que houve?

Muito sol, Diandra, insolao. No nada. S preciso de

gua e vou ficar bem. Diga ao Lahn. Informei a ela; ela balanou
a cabea, se virou e falou com o Lahn.

Ele respondeu com a voz entrecortada, ela balanou a cabea

e olhou para mim.

Ele nunca ouviu falar sobre isto, minha querida.

Balancei a cabea. Bem, no ouviria. Todos vocs vivem

no sol. De onde venho, ns no vivemos assim. Minha pele no
est acostumada a esse tipo de sol. Meu organismo inteiro no est
acostumado a isso. Tentei dizer a ele, mas-

Ela me interrompeu se virando para o Lahn e falando.

Sua carranca ficou ainda mais sombria.

Ento vociferou alguma coisa para a mulher em p ao lado da

cama, ela disse algo em troca e a Diandra falou comigo.

Ele disse curandeira para curar voc. Ela vai lhe dar algo
que vai aliviar a dor e ajud-la a dormir. Ela sabe o que e diz que
no h nada para curar isso, apenas o tempo.

Lahn ainda estava grunhindo para a curandeira e ela estava

respondendo.

201
 Ela est certa disse Diandra, mas Diandra ergueu a
mo para mim e fiquei quieta, ela estava ouvindo.

Ento, ela olhou do Lahn para mim e comeou a falar e eu

podia afirmar que estava resumindo para o Lahn, e a curandeira
disse muito mais palavras do que ela traduziu. Ele quer voc
curada, ela diz que no possvel. O Dax no est feliz, minha
rainha.

Bem, qualquer um podia ver isto.

Diga a ele que vai ficar tudo bem. J tive isso antes. Peguei
muito sol durante um perodo de frias no Mxico e s preciso
descansar e ficar fora do sol por alguns dias.

Suas sobrancelhas se ergueram diante das minhas palavras,

mas balanou a cabea, se virou para o Lahn e falou. Ele
respondeu e, em seguida, grunhiu algo para a curandeira que,
imediatamente, se inclinou para o seu ba.

O qu? Perguntei para a Diandra e ela olhou para mim.

Encolheu os ombros. Ele quer voc curada.

Eu vou ficar... com o tempo. Respondi. Por favor,

explique isso para ele.

Ele no se importa, minha rainha respondeu.

Mas-

Ela deu um passo para a frente. Dahksahna Circe, o Dax

causou isso em voc. Ele sabe. Ele se sente culpado. Este no
um sentimento que ele entende ou com o qual sabe lidar. Pode at
no entender o que . Deixe a curandeira coloc-la para dormir. O

202
tremor vai parar; ele vai pensar que est bem. Basta deix-lo
pensar que encontrou uma cura para voc.

Olhei para ela. Ento, sussurrei: Oh, tudo bem.

A curandeira estava na frente da mesa, servindo gua e

colocando um pouco de p branco nela, tirado de um pedao de
papel dobrado. Ento o colocou de lado, pegou uma garrafa
redonda e achatada e colocou algum outro p no copo. Em seguida,
girou o copo em sua mo enquanto o trazia at mim.

Mais uma vez no chegou a faz-lo. Lahn estava l, pegando

o clice, mais gentilmente desta vez, sentando ao meu lado,
levando a mo ao meu pescoo, levantando-o de novo e segurando
o copo contra os meus lbios, afastando-o em intervalos para eu
poder engolir, ento novamente e outra vez, at que bebi tudo. O
lquido era amargo e no tinha um gosto bom, absolutamente, mas
me forcei a engolir.

Shahsha, Lahn. Sussurrei quando afastou o clice e me

recostou contra os travesseiros novamente.

Nahrahka, kah Lahnahsahna Lahn sussurrou em

resposta e meus olhos deslizaram para a Diandra.

O que ela me deu? Perguntei.

Um sonfero misturado com algo para aliviar a dor.

natural, minha querida, no bruxaria. J tomei isso antes. Ele age
rpido e seguro. Prometo.

Balancei a cabea e apertei as peles em torno de mim, em um

esforo para controlar o tremor.

203
 Lahn entregou o copo para a curandeira e gritou mais ordens.
O homem com a Diandra, que estava presumindo que era seu
marido, Seerim, colocou o brao ao redor dela e a guiou para longe,
aps ela e eu trocarmos acenos. Minhas meninas saram depois
que lhes dei sorrisos reconfortantes. A curandeira disse algumas
palavras para o Lahn, deixou a garrafa verde com fundo achatado,
fechada com uma rolha preenchida com o p branco sobre a mesa,
pegou seu ba e saiu correndo.

Lahn tirou o calo e deslizou sob o lenol, no outro lado da

cama. Movendo-se na minha direo, me virou para ele e envolveu
meu corpo ainda trmulo em seus braos.

Apoiei minhas mos contra o peito dele e sussurrei: Vou

ficar bem, Lahn. Vou ficar bem.

Sim, tudo bem, Circe concordou com um leve aperto.

Balancei a cabea contra os travesseiros. Sim, querido,

tudo bem.

Querido repetiu com outro aperto.

Suspirei.

Ok, Lahn podia ser um babaca, um dos grandes, mas quando

voc estava doente, ele no gostava disso e iria foder tudo em volta
tentando encontrar uma maneira de deix-la melhor.

Merda.

Cerca de cinco minutos depois, minhas plpebras ficaram

pesadas e os tremores intensos se tornaram mais leves.

204
 Ok, Circe, bom Lahn murmurou, me puxando para mais
perto.

Forcei meus olhos a se abrirem, inclinei a cabea para trs, vi

o queixo barbudo inclinado para baixo e os olhos pintados estavam
no meu rosto.

Sim, baby, bom murmurei de volta e adormeci nos

braos fortes de um rei guerreiro.

205
 Captulo Onze
Doce

Kah Circe ouvi o Lahn chamar suavemente, meus olhos

se abriram e o vi debruado sobre mim, um brao sobre o meu
corpo, a mo apoiada na cama, seu torso prximo, seus olhos nos
meus.

Ei sussurrei e um lado da sua boca se levantou.

Ei respondeu, em seguida, se endireitou, a mo que

estava apoiada na cama deslizou em volta do meu pescoo e me
levantou enquanto a outra mo vinha na minha direo, segurando
um copo. Ele o aproximou dos meus lbios e ordenou baixinho:
Gingoo, Lahnahsahna.

Bebi o lquido amargo e soube que ele havia preparado uma

nova dose de medicamento.

Oh, merda, sim. Ele podia ser doce.

Quando terminei, ele afastou o clice, o colocou no cho ao

lado da cama e se virou para mim. Seus olhos percorreram meu
rosto e sua mo empurrou meu cabelo para trs, seus dedos o
penteando enquanto fazia isso. Era bom, e ele fazendo isso era
realmente agradvel.

Oh, merda, sim. Ele podia ser doce.

206
 E isso fodia tudo.

Voc sabe o que uma merda? Sussurrei para ele,

fazendo isso porque sabia que ele no tinha a mnima ideia a
respeito da palavra que eu estava dizendo. uma merda voc
poder ser doce e, quando doce, realmente doce. Isso uma
merda.

Ele no parou de acariciar carinhosamente o meu cabelo

enquanto eu falava, mas seus olhos desceram para a minha boca e
quando acabei, voltaram aos meus.

Ento meu corao se apertou quando ele sussurrou em

resposta: No entendo voc, baby.

L estava, novamente. Doce.

Levantei uma mo e a coloquei no seu peito. Ele olhou para

ela, mas seus olhos voltaram para os meus quando falei.

L fora, o Rei Lahn um guerreiro feroz, mas aqui, meu

Lahn ... kah Lahn doce.

Seu olhar se transformou, aumentou a intensidade quando

murmurou: Guerreiro feroz, doce.

Sorri para ele. Voc mais ou menos isso.

Guerreiro feroz, doce murmurou novamente.

Sim respondi e a mo dele foi at a minha, que estava

no seu peito, os longos dedos se curvando, envolvendo os meus
quando o fizeram e ento os segurou firme, mantendo nossas mos
contra o seu peito.

207
 Anla na neesoo, anka ta linay na lapay sahka. Suh Tunak
me tunoo et kah Circe me sahka5 declarou e ri baixinho.

Ento falei to baixinho quanto sorri: Eu no entendo voc,

baby.

Ele balanou a cabea, seus lbios se curvaram para cima,

em seguida, se inclinou para mim. Neesoo, kah Lahnahsahna.

Neesoo? Perguntei e ele no recuou, mas a mo que

acariciava o meu cabelo se moveu para o meu rosto, onde tocou
suavemente cada plpebra com a ponta dos dedos, meus olhos
piscando diante de cada toque, em seguida, as pontas dos dedos
deslizaram para baixo, sobre a minha bochecha.

Neesoo repetiu suavemente.

Descansar? Presumi.

Quieta respondeu, em seguida, se aproximou mais e

ordenou com firmeza: Loot neesoo.

Ok, grandalho, vou neesoo murmurei.

Isso me fez ganhar uma risada suave, algo que nunca tinha
ouvido dele, outra coisa sobre ele que era atraente.

Seus dedos percorreram meus cabelos, do meio at a minha

orelha direita. Ento seus olhos se fixaram nos meus antes de
inclinar o queixo, suas mos se afastarem, levantar da cama e
caminhar para fora da tenda.

Neesoo sussurrei para o teto da barraca.

5
Hoje voc descansa, amanh vamos ver se est curada. A Horda no vai viajar se a minha Circe no
estiver bem.

208
 Ento fechei os olhos e neesooei.

J era final da manh e eu estava sentada na minha cama,

rindo com as minhas meninas. Gaal e Packa estavam recostadas
na cama comigo e at mesmo Teetru, que parecia desconfortvel,
mas foi se soltando, tinha se sentado na borda. Jacanda e Beetus
estavam correndo ao redor da tenda pegando coisas ou apontando
para elas e me dizendo como eram chamadas em Korwahk. Ento
eu repetia o que disseram, dizia a elas como se chamavam em
ingls e elas repetiam o que eu disse. Em seguida, davam uma
risadinha, como se o ingls fosse uma lngua insana, que no fazia
sentido e fosse uma bobagem alm da crena (como se Korwahk
no fosse).

Estava me sentindo bem. Tinha tomado um banho frio, as

meninas tinham trazido mais talos de aloe vera e passamos a seiva
nas minhas queimaduras. Eu tinha uma queimadura feia e estranha,
cruzando meus ps, os lados dos meus braos onde o ouro no me
cobriu, rosada na barriga, uma trelia no meu peito e s Deus sabia
como estava o meu rosto, uma vez que usei a coroa de penas o dia
inteiro. Provavelmente parecia uma idiota, mas o banho e a aloe

209
vera ajudaram um pouco. No podia dizer que me sentia muito
bem, mas no me sentia uma merda.

Estava usando uma camisola muito parecida com a que a

curandeira estava usando ontem noite, mas a minha no era de
gaze. A minha era da mais fina seda, macia, da cor de uma ma
verde, ia at os meus tornozelos e tinha fendas at os quadris.
Tambm usava calcinhas de seda amarelo-plido. Ghost estava
alheia ao nosso jogo e estava tirando uma soneca de beb tigre
com a cabea no meu colo.

E eu estava tirando uma folga de toda a merda que rondava a

minha cabea sobre o meu mundo e sobre o Lahn. Deus sabia que
precisava de um tempo e estava me dando um.

Poyah! Ouvimos e todos os nossos olhos foram para as

abas da entrada da tenda, vendo a Diandra entrar.

Teetru se lanou para fora da cama como se estivesse

fazendo algo errado e o restante das meninas tambm ficaram
tensas mas falei: Poyah, Diandra! E ela nem sequer olhou
para as meninas enquanto caminhava at os ps da cama.

Como est a minha rainha hoje? Perguntou.

Muito melhor disse com um sorriso. Desculpe cham-

la to cedo-

Parei de falar quando ela ergueu a mo na frente do rosto.

No h de que, Dahksahna Circe. uma honra. Seerim est
encantado por eu estar prestando servio para a nossa nova rainha,
ele se sente muito importante. Seus olhos se iluminaram e

210
continuou: O que me leva ao porqu de estar aqui. Tenho
novidades!

Sorri para ela e dei um tapinha na cama. No hesitou, mas se

moveu para sentar nela enquanto dizia algo para as meninas que
as fez sair correndo.

As observei sair, ergui as sobrancelhas, mas meus olhos

voltaram para a Diandra quando comeou a falar.

Voc nunca vai adivinhar declarou.

Adivinhar o qu? Perguntei.

O que o Dax perguntou ao meu Seerim esta manh

respondeu, e no falei nada, apenas olhei para ela, esperando. Ela
se aproximou mais de mim e apoiou a mo na cama. Ele
perguntou se Seerim sabia a nossa lngua.

Oh, Deus.

No tinha certeza se isso era bom.

Ele perguntou? Sussurrei e ela balanou a cabea.

Oh, sim, minha querida, ele perguntou. Seerim sabe

algumas coisas, mas no muito. Ela sorriu largamente. E ele
no sabia o que o Dax lhe perguntou, ento veio nossa tenda e
me perguntou. Era de grande importncia e o Dax esperava
respostas rpidas.

O que... Engoli em seco. O que ele perguntou?

211
 Um enorme sorriso iluminou seu rosto. Ele queria saber o
que as palavras baby, doura, grandalho, guerreiro feroz e
doce significavam.

Oh.

Meu Deus.

O que disse a ele? Sussurrei e ela recuou, inclinando a

cabea para o lado.

Bem, disse a ele o que elas querem dizer, claro.

Oh, Deus.

No tinha certeza do que Lahn acharia de ser chamado de

baby, quando soube o que significava. Ou doura, de qualquer
forma. E no tinha certeza de que gostaria de doce, tambm.

Maldio.

Humm... Diandra comecei.

Ela balanou a cabea. No se preocupe, minha rainha.

Expliquei que na sua terra, estas so palavras carinhosas, como
fauna kah. O que, presumo, elas sejam?

Balancei a cabea.

Sua cabea se inclinou ainda mais para o lado. "Grandalho

um agrado?

Humm... essencialmente murmurei.

Extraordinrio ela murmurou em resposta.

212
 Ser que, uh... Seerim explicou isso para o Lahn?
Perguntei e ela ficou com aquele olhar perverso e sabido nos olhos.

Ele explicou, de fato, minha querida. Foi direto para ele e

explicou. Ento voltou para mim.

Parecia que a Diandra teve uma manh movimentada.

Quando ela no disse mais nada, solicitei: E?

Seus olhos brilharam novamente. Seerim me disse que

nunca viu o Dax rir com tanta vontade ou por tanto tempo. Nosso rei
achou tudo isso muito divertido.

Ainda bem!

Eu estava muito certa.

Para ocultar minha dor, olhei para Ghost, deslizei os dedos

sobre o seu pelo e sussurrei: Bem, a maneira como falamos de
onde eu venho e no legal tirar sarro da forma como as pessoas
falam.

Dahksahna Circe, linas, por favor Diandra falou

suavemente e olhei para ela. Ele decidiu que gosta mais do
significado de doura, mas prefere o modo como voc fala quando
o chama de baby. Ele , obviamente, grandalho e simplesmente
acha divertido voc apontar isso. Havia vrios guerreiros com ele
quando Seerim explicou tudo isso e Seerim me relatou que todos
acharam suas palavras divertidas, mas no de uma maneira ruim.
Ele no est tirando sarro. bom que o seu marido ache isso
divertido. Rir importante para qualquer relacionamento, mas
especialmente importante em um casamento. No?

213
 Tive que admitir, ela estava certa.

O que...? Hesitei. O que ele achou de eu o chamar

de doce?

Ela sorriu novamente. Acredito que ele preferia que voc

pensasse nele como um guerreiro feroz, mas no se ofendeu com
voc o chamando de doce e, um palpite meu, no se ofendeu com
isso porque voc o chamou de seu Lahn antes de fazer isso.

Senti meus olhos revirarem. Ele lembrou disso?

L fora, o rei Lahn um guerreiro feroz, mas aqui, meu

Lahn... kah Lahn doce ela recitou. Foi isso que voc disse?

Foi e, se a memria no falhasse, foi palavra por palavra.

Puta que pariu!

Sim sussurrei.

Ento ela disse suavemente, estendendo a mo e

tocando meu joelho acho que o meu palpite est correto e ele
no tomou como uma ofensa, minha rainha.

Meu estmago afundou e ento se aqueceu.

Oh, cara. Aqui vamos ns outra vez.

Agora! Exclamou ela e meu corpo estremeceu. Tenho

mais notcias.

No sabia se podia aguentar mais notcias, mas como era

uma idiota, ainda perguntei: Quais so as notcias?

Bem, Seerim encontrou sua Narinda.

214
 Sorri e bati as mos na minha frente, ento Ghost ergueu a
cabea e piscou para mim com uma irritao de filhote de tigre
antes de se acomodar novamente.

Ele encontrou? Perguntei.

Encontrou, de fato, minha rainha. Ela a noiva do Feetak.

Me inclinei para ela. Ela est bem?

Diandra sorriu gentilmente. Est. Feetak um guerreiro

forte. Confivel. Seerim o respeita. E, ele me disse, Feetak est
apaixonado por sua noiva. por isso que ela no tem sado de
casa e ele no foi para os jogos. Ele tem passado muito tempo com
ela.

Esperava que essa fosse uma boa notcia.

Diandra continuou, provando que era. Alguns guerreiros

fazem isso. Acontece aps o fato consumado, claro, mas o que
nas nossas terras seria considerado cortejar. Ele no permitiu que
ela participasse da seleo, embora ele participasse j que
obrigatrio, e isto provavelmente porque, assim como voc, ela ia
achar angustiante. Mas Seerim disse que ele foi visto na festa com
ela, ontem noite. Embora ele a tenha levado de volta para sua
tenda cedo, antes das coisas ficarem, humm... fora de mo.

Sim, fora de mo. Ela podia dizer isso de novo.

Diandra continuou falando. "Mas ela est bem e sei onde sua
tenda fica, assim, quando voc estiver melhor e quando Seerim
disser que adequado se aproximar, em outras palavras, quando
Feetak consentir, vou lev-la at ela ou convid-la para visitar voc.

215
 Oh, graas a Deus.

Isso seria legal, Diandra, obrigada.

Legal disse ela com um sorriso. Voc tem que me

falar sobre a sua terra um dia, Dahksahna Circe. Ns
compartilhamos a mesma lngua e, ainda assim, no a conheo.

Aposto que seria uma conversa interessante.

Sorri para ela enquanto mudava de assunto. E a outra

notcia?

Ela inspirou com fora, em seguida, seu rosto se iluminou de

novo e ela declarou: O Dax ordenou e ns no vamos cavalgar.

Pisquei.

O qu?

O Dax ordenou e ns no vamos cavalgar repetiu.

No ent-

Ela se inclinou. "Ns viajamos, sempre. Um dia aps a

seleo, comeando na madrugada, o acampamento desmontado
e, no instante em que est tudo pronto, seja de manh cedo, tarde
ou noite, ns partimos. Mas, voc est indisposta, teve uma
reviravolta na noite passada, seu rei est preocupado e decretou
que at que esteja satisfeito com a sua sade, A Horda no vai
viajar.

Deus, por que que cada vez que me convencia que no

gostava desse cara ele fazia algo para me fazer gostar dele?

Isso foi... Comecei a falar baixinho.

216
 Doce da parte dele Diandra finalizou por mim, com um
dos seus sorrisos maliciosos.

Certo sussurrei, sentindo meu rosto em chamas e no

por causa da queimadura.

Estendeu a mo, tocou meu joelho e o fez enquanto ria.

Eu, por outro lado, suspirei.

Ela s se inclinou para trs quando as abas da tenda bateram,

se abrindo, e meus olhos foram at elas e viram o Lahn se
curvando para entrar.

E, novamente, l vamos ns.

Me preparei para ele ser rude, ordenar coisas e me ignorar.

Mas no fez isso.

Seus olhos vieram direto para mim e ele o fez. Bem na frente
de todos, me virou cuidadosamente (e Ghost, que soltou um miado
fofinho e olhou para ele) em direo ao lado da cama e, em
seguida, se inclinou para mim, com os punhos em ambos os meus
lados, o corpo curvado para baixo na altura da cintura, ficando
muito prximo.

Ento falou baixinho.

Humm... Diandra sussurrou seu rei pergunta como

voc est.

Ele no tirou os olhos dos meus enquanto a Diandra traduzia

e no consegui desviar os meus.

217
 Estou bem falei baixinho e Diandra traduziu, falando
uma s palavra.

Lahn falou algo mais e Diandra traduziu. Voc fez o que lhe
foi dito e descansou?

Uh... sim respondi.

Meena disse Diandra.

Bom Lahn retumbou, em seguida disse mais algumas

palavras.

Quando terminou, Diandra falou. Quando voc almoar, ele

quer que voc tome mais medicamento. Entendeu?

Balancei a cabea.

Bom repetiu com outro estrondo e ento falou mais.

Havia terminado de falar e Diandra demorou alguns segundos

para traduzir, em seguida, disse pausadamente e com humor na
sua voz: Seu rei quer estar entre as suas pernas esta noite,
Dahksahna Circe. Ele manda voc ficar melhor, a fim de que possa
ser assim.

Meus olhos se arregalaram, meu rosto queimou novamente e

retruquei: Lahn!

Ele sorriu para mim, totalmente impertinente.

Mudei de ideia, voc no doce aqui nesta tenda

declarei, irada, Diandra traduziu e a mo do Lahn se moveu
rapidamente, indo para a parte de trs do meu pescoo, apertando
com fora enquanto jogava a cabea para trs e dava uma

218
gargalhada. Eu no estava querendo ser engraada. Informei
a ele, Diandra traduziu e a risada dele, que diminua, terminou
instantaneamente.

Bruto!

Estava olhando para ele quando seus olhos vieram at os

meus. Ele deu uma olhada e o sorriso permanecia no seu rosto.
Ento falou.

Diandra traduziu. Est claro que a minha tigresa se sente

bem ou, pelo menos, suficientemente bem para mostrar suas
garras.

Malditamente certo. Falei, Lahn sorriu e a Diandra

perguntou, parecendo perplexa: Perdo, minha rainha?

Ele est absolutamente certo! Vociferei novamente,

Diandra traduziu e Lahn riu.

Ento seu rosto ficou srio e sussurrou: Neesoo, kah rahna

fauna.

Descanse, minha cora dourada Diandra sussurrou,

inspirei profundamente e, mesmo tentando manter o olhar, sabia
que minha expresso havia suavizado.

Meus olhos desviaram dos dele e sussurrei: Certo.

Lahn gentilmente me puxou em direo a ele e senti seus

lbios no meu ouvido quando murmurou: Descanse, baby.

Fechei os olhos e estremeci, ento estremeci novamente

quando senti sua lngua molhada sobre a pele quente do meu
pescoo. Ele se afastou, olhou profundamente nos meus olhos por

219
um momento, se endireitou e caminhou para fora da tenda sem
outra palavra ou olhar para mais ningum.

Houve silncio na tenda, em seguida, Teetru se aproximou e

colocou um prato de peras e uvas cortadas na cama, entre a
Diandra e eu, assim como Packa, que nos entregou copos com
gua fria. Sorri para ela, tomei um longo gole e deixei meu copo no
cho antes de pegar uma fatia de pera e coloc-la na minha boca.
Ento olhei para a Diandra quando ela comeou a falar.

Ele sempre me assustou at a morte, desde quando eu era

jovem. To intenso. To feroz. Diandra observou, ainda olhando
para as abas da tenda, em seguida, sua cabea se virou para mim.
Mas estou comeando a gostar dele. Ento deu aquele sorriso
malicioso. Estou achando que ele doce.

Tinha que colocar um fim nisso, logo, principalmente pelo fato

de como o meu corao se sentia diante disso.

Ele no foi doce quando me fez sentar sob o sol abrasante

e perto das fogueiras ardentes por nove horas ontem, sem dizer
nenhuma palavra para mim e nem mesmo permitindo que eu me
alimentasse. Lembrei a ela, principalmente, para lembrar a mim
mesma.

Seu rosto suavizou assim como sua voz quando disse:

Entendo que isso possa ser perturbador para voc, mas o seu
lugar, sentar ao lado dele. assim em todos os momentos, mas
especialmente durante uma cerimnia e uma celebrao. Seu povo
passa o dia todo trabalhando no sol, andando sob o sol. Ele no
tinha ideia que voc ia ficar doente. verdade, existem outras
mulheres de outras terras que so esposas de guerreiros, mas so

220
poucas e o Rei Lahn no teve, certamente, nenhuma experincia
pessoal de qualquer uma delas.

Era uma merda, mas era verdade.

Diandra continuou falando. "E, claramente, minha cara, no

pode ter deixado de perceber na noite passada... ou apenas
agora... que sua doena e a responsabilidade dele sobre ela, o
perturbaram profundamente. Seerim e eu fomos arrancados da
nossa cama, a curandeira tambm, a Horda no cavalgou e ele a
visitou durante o dia, quando normalmente atende seus guerreiros.

Era uma merda, mas era verdade tambm.

Ok, vou dar esse desconto para ele concedi e os lbios

dela se curvaram. Mas ontem ele no falou comigo durante
horas e-

Voc passou fome? Diandra me cortou, perguntando.

No respondi prontamente.

Ficou com sede?

Desviei o olhar e murmurei: No.

Minha rainha, por favor, olhe para mim ela falou e eu

olhei. Voc estava correta no que disse a ele. Aqui, ele o seu
Lahn. Mas, l fora, ele o Dax e o Dax o mais poderoso de todos
os guerreiros.

Mas... Comecei a protestar e ela levantou uma mo.

Haver momentos, l fora, que ir mostrar bondade,

carinho. Mas haver momentos em que no ir. Lamento que isto

221
aflija voc, minha querida, e vou ensinar agora para que, no futuro,
quando isso acontecer, voc entenda. Um guerreiro no deve
nunca mostrar fraqueza e, mesmo que sinta que certo ou errado,
esses sentimentos suaves so considerados uma fraqueza.
Portanto, na maioria das vezes fora desta tenda, ele vai ser quem
ele e, se voc tiver sorte, o que claro que tem, nesta tenda ele
vai ser quem voc precisa que ele seja. Seu papel como sua rainha,
mas tambm simplesmente como sua noiva entender isso e
encontrar uma maneira de viver com isso.

No respondi porque no tinha nada a falar. O que ela estava

falando fazia sentido e isso tambm era uma merda.

Ela prosseguiu, claramente pensando que ainda no tinha

conseguido entender. J houve guerreiros que foram vtimas dos
encantos das suas esposas e mostraram isso l fora apontou
para as abas da tenda de maneiras que um guerreiro no s no
respeita, mas zomba. Ela se inclinou ligeiramente para mim e
sussurrou: Isso, tenho certeza que voc pode imaginar, no
bem recebido.

Aposto que no era.

Diandra continuou. Existem at mesmo guerreiros que

param de tomar suas prprias decises e agem s para realizar um
mero capricho da sua esposa. Isto ainda menos bem recebido.

Podia imaginar.

Ela prosseguiu. Mas isso no acontece muitas vezes.

extremamente raro e extremamente raro pelo fato de como
recebido e do que recai sobre o guerreiro que sucumbe aos

222
encantos da sua noiva. Mas h uma outra razo e essa
simplesmente porque esses homens so guerreiros, isso no
acontece muitas vezes porque so quem eles so e so treinados
para serem assim a partir da idade de cinco anos. Eles no sabem
como ser de outra maneira.

Porra, isso fazia sentido tambm.

Dahksahna Circe Diandra continuou peo que oua e

entenda isso. Vai tornar o seu ajuste a Korwahk e seu novo marido
muito mais rpido e vai fazer voc muito mais feliz.

Mordi o lbio.

Ento assenti.

Ela sorriu com aprovao.

Ento inspirei instavelmente e decidi que, j que estava aqui,

isso estava acontecendo e eu no estava partindo, precisava
encontrar uma maneira de lidar com isso at que partisse, assim eu
poderia muito bem saber mais coisas.

Ok, Diandra, posso lhe pedir para explicar mais algumas

coisas? Perguntei e ela assentiu enquanto inclinava a cabea.

Certamente, vai ser uma honra para mim explicar tudo para
voc, porque voc a minha rainha seus olhos se tornaram
calorosos e vai ser um prazer porque voc minha amiga e
quero que voc seja feliz.

Sim, era oficial. Definitivamente, gostava da Diandra.

223
 Obrigada sussurrei em seguida, estendi uma mo
trmula. E obrigada por tudo. Voc tem sido muito gentil e no
sei o que teria feito se-

Ela acenou com a mo e interrompeu. No vamos falar

sobre isso. S sei que isso, tambm, foi um prazer.

Sorri para ela, estendi a mo e peguei a dela para dar um

aperto.

Ela apertou a minha em retribuio.

Ento a soltei, me inclinei para trs e ela perguntou: Voc

queria que eu explicasse alguma coisa?

Balancei a cabea. ", humm ontem noite, tarde na

festa Parei, ela ergueu o queixo me encorajando e continuei.
Havia mulheres l, humm... danando e, uh... tal com os
guerreiros, e elas no eram-

Parei de falar quando o rosto da Diandra mudou. Seu rosto

era expressivo, mas o olhar que estava me dando eu no conseguia
interpretar.

Xacto disse a palavra como se preferisse no a dizer.

Xacto? Perguntei e ela balanou a cabea.

Xacto ela repetiu.

Humm comecei.

Escravas dos guerreiros declarou e eu pisquei.

Escravas dos guerreiros? Repeti e ela balanou a

cabea. "O que-? Comecei e ela suspirou.

224
 Suh Tunak, ou a Horda, como um coletivo, possui
escravos. Eles no so propriedade de um s guerreiro e no tm
obrigaes com ningum, apenas com os guerreiros, como uma
Horda. So sempre jovens e atraentes e quando perdem essas
caractersticas, so vendidas para famlias que podem utilizar os
seus servios de formas diferentes.

No queria perguntar porque j sabia. Mas perguntei.

E quais so as suas funes?

Ela respondeu rapidamente como se quisesse acabar logo

com aquilo. Elas banham os guerreiros, lavam seus cabelos e o
tranam ou arrumam como o guerreiro quiser. Elas os pintam para a
batalha ou cerimnias. Elas os massageiam depois de batalhas,
campanhas ou treinamentos extenuantes. Elas tambm esto
disponveis, a qualquer hora, para receber as atenes dos
guerreiros que sentirem necessidade.

Olhei para ela.

Ela continuou com a mesma rapidez. Elas tambm tm

deveres para com os jovens guerreiros. Elas, humm ... lhes
ensinam coisas que... humm... eventualmente, no futuro, beneficiam
grandemente suas esposas se os jovens guerreiros forem bons
alunos.

Oh, meu Deus. Lahn era bom na nossa cama, porque aquelas
mulheres ensinaram a ele como ser assim.

Isso no uma coisa ruim, no , minha rainha?

Perguntou Diandra, esclarecendo em seguida: A, humm... ltima
parte, quero dizer.

225
 No respondi porque o meu corao comeou a disparar
enquanto minha mente buscava memrias do Lahn molhado com
gua, mas no tinha lavado o cabelo, nunca estava sujo ou
gorduroso e arrumado em vrios estilos. E tinham pinturas nele
ontem, at nas suas costas que, de maneira nenhuma ele podia ter
feito. E, agora mesmo, quando entrou, no tinha mais pinturas e
seu cabelo no estava mais solto e fluindo. Estava puxado para
trs, em um rabo de cavalo que comeava na base do seu pescoo,
e seu cabelo estava preso em intervalos, descendo pelas costas,
com faixas elsticas de ouro.

Lahn-? Comecei.

Sem dvida, minha querida respondeu rapidamente.

Me sentei em linha reta e Ghost levantou a cabea, mas nem

notei.

Uma daquelas mulheres estava lavando o cabelo do meu

marido?

Oh, no, no queria pensar nisso.

Dahksahna Circe, seria melhor-

Meus olhos cortaram para ela. Voc acha que o Lahn

est est que ele est? Ele fode elas?

Ela balanou a cabea, franziu os olhos at se fecharem, em

seguida, os abriu e perguntou: Fode elas?

Ser que dormiu com elas, teve relaes com elas, teve
relaes sexuais, relaes! Gritei.

226
 Seu rosto suavizou com a compreenso. Oh, minha rainha,
vejo que isso te incomoda, mas sim, mais uma vez, me desculpe
dizer, a maneira deles.

Era sua maneira.

Era sua maneira.

Ontem noite, estavam agindo sua maneira bem no meio

da pista de dana. E sabia que alguns deles, que agiram sua
maneira com as Xacto, deviam ter esposas em casa, em suas
tendas.

Eu o deixei na noite passada. Lahn ficou l, pelo menos, uma

hora a mais do que eu, provavelmente mais.

Eu o deixei ontem noite!

Ento, ele veio para a nossa barraca e fodeu comigo! Talvez

depois de ter seu divertimento com elas!

Agora? Gritei, Ghost miou e estremeceu com surpresa,

em seguida, leu o meu humor e pulou da cama.

Agora? Perguntou Diandra, seu corpo enrijecendo.

Ele est transando com elas agora? Quer dizer, desde que
nos casamos?

Ela balanou a cabea, se inclinou e agarrou a minha mo.

Eu no sei disse baixinho.

Ela no sabia. O que podia ser sim ou podia ser no. O que
podia significar sim.

Puxei minha mo da dela e desviei o olhar.

227
 Minha rainha comeou.

Se voc disser que a maneira deles, juro, Diandra, eu

juro... vou gritar. Bati na parede da tenda.

Ela ficou em silncio.

Inspirei profundamente.

Ento, tomei uma deciso e olhei para ela.

Tenho que lhe pedir um favor importante e vou avis-la que

pode ser um que voc no vai querer conceder. Sou sua rainha,
entendo isso, mas vou lhe dizer que voc tem todo o direito de
recusar o que eu vou pedir e no haver ressentimentos
declarei.

Humm... tudo bem murmurou, hesitante.

Eu quero voc aqui, hoje noite, para traduzir o que eu

tenho a dizer quando o meu marido chegar em casa.

Ela instantaneamente sussurrou: Oh, cus.

Oh, cus, mesmo!

Voc pode dizer no lembrei a ela, que encarou meu

olhar.

Ento se inclinou para frente e agarrou a minha mo.

Aconselho voc como sua amiga, Circe-

Balancei a cabea e apertei sua mo com fora. Entendi

isso, Diandra, entendi. Confie em mim, eu entendi. Agora, voc
estar aqui hoje noite, quando o Lahn chegar em casa?

228
 Ela me observou. Ento apertou minha mo e disse baixinho:
Sim, como sua amiga, sempre vou estar ao seu lado quando
precisar de mim.

Lgrimas encheram meus olhos e, instantaneamente, uma

transbordou antes que eu desviasse o olhar.

Eu a soltei e esfreguei a lgrima com a palma da minha mo

antes de sussurrar para a parede: Obrigada.

Diandra no respondeu.

Ento respirei profundamente pelo nariz, olhei para ela,

mostrei um sorriso falso e sugeri: Por que no vamos almoar?

229
 Captulo Doze
Deveres de Esposa

A noite j tinha cado; eu estava andando pela tenda enquanto

a Diandra estava sentada mesa bebendo seu terceiro clice de
vinho.

Estava tomando coragem lquida.

Eu no precisava de coragem lquida; estava sustentada pela

adrenalina alta e pela emoo.

No me permiti considerar por que a possibilidade do Lahn

estar fazendo sexo com outras mulheres e permitir que elas o
banhassem e fazer a porra do cabelo dele me chateava muito.

Apenas chateava.

Muito.

Muito, demais.

E como quando via algo que queria muito, ficava irracional e

emocional quando estava muito chateada. A diferena era, quando
ficava chateada, ficava extremamente irracional e emocional e isso,
infelizmente, muitas vezes, se misturava com um monte de
estupidez.

Ento, no questionei isso neste mundo, como nunca

questionei no meu prprio.

230
 Apenas deixei a onda me varrer para onde quer que eu fosse
varrida.

Que era o que eu ia fazer no minuto em que o Lahn chegasse

em casa.

Estava usando minha camisola verde ma e meu cabelo

comprido foi puxado para cima em um coque bagunado, envolvido
com um pedao de fita que amarrei nele. Estava muito tensa para
t-lo no meu rosto e os meus ombros queimados estavam me
deixando louca, ento o prendi.

Gostaria que voc se sentasse, minha rainha, voc est

me deixando nervosa. Diandra resmungou e depois sugou mais
vinho novamente.

Parei, me virei para ela e comecei a balbuciar. Eu no

posso sentar. Estou tensa. E, a propsito, eu gostaria que voc
parasse de me chamar de sua rainha. Sei que sou isso para as
pessoas l fora, mas voc minha amiga. Ningum alm de ns
sabe o que isso significa, de qualquer maneira, todos os meus
amigos l de casa me chamam de Circe, principalmente porque
esse o meu nome e no sou uma rainha l, mas, mesmo se
fosse no que isso pudesse acontecer, mas ainda assim no
os deixaria fazer isso. E voc minha amiga. Ento, gostaria que
passasse a me chamar de Circe.

Ela me deu um sorriso torto que parecia alarmantemente

embriagado e me perguntei, com alguma preocupao, se a
Diandra era fraca para bebida.

Eu adoraria Circe. Ento ela riu.

231
 Oh, merda.

As abas da tenda se abriram, me virei para elas e, em

seguida, parei de respirar quando Lahn se abaixou e entrou.

L vamos ns.

Seus olhos passaram atravs da Diandra, do outro lado da

cama e me alcanaram de p, na extremidade da mesma. Em
seguida, sua expresso suavizou. Em seguida, deu um passo na
minha direo.

Levantei a mo rapidamente e disse: Pare.

Diandra traduziu.

Lahn parou e suas sobrancelhas se uniram de uma maneira

que parecia que no se soltariam por nada, seu olhar retornou para
a Diandra, em seguida, voltou para mim.

Ns precisamos conversar disse em voz baixa.

importante. Pedi Diandra para traduzir para ns. Por favor, Lahn,
voc pode conversar comigo?

Diandra traduziu e Lahn olhou para mim com aquele olhar

assustador por algum tempo, em seguida, empurrou o queixo para
cima, cruzou os braos sobre o peito e limpou a expresso.

Acho que isso significa que sim, Circe. Diandra traduziu

seu olhar.

Acho que entendi, querida disse a ela, as sobrancelhas

do Lahn se ergueram novamente e ele olhou para a Diandra.

232
 Lahn chamei e seus olhos voltaram para mim. Voc
teve relaes sexuais com uma das Xacto na noite passada?

Seu rosto se anuviou ameaadoramente quando eu disse a

palavra Xacto e anuviou mais ameaadoramente ainda quando
Diandra traduziu o que eu disse.

Prendi a respirao.

Ele fez uma cara feia para mim.

Senti meu corao comear a se contrair.

Continuou mostrando a cara feia para mim.

Meu corao se apertou.

Me finalmente resmungou.

No Diandra traduziu uma palavra que eu j sabia e

senti meu peito aliviar.

Ok, baby sussurrei para o Lahn, observei seus olhos

incendiarem brevemente quando o fiz, mas a carranca no mudou.
Agora continuei com cuidado e baixinho sei que estou
vivendo no seu mundo, entendo isso. Mas quero explicar algo sobre
o meu mundo, algo que quero que voc saiba e quero que entenda
o que isso significa para mim. Voc vai me ouvir?

Diandra traduziu. Quando terminou, Lahn continuou

carrancudo, mas apontou o queixo para cima.

Shahsha sussurrei, no recebendo mais nada alm do

contnuo calor dos seus olhos e, ento, segui em frente. No meu
mundo, os homens so fiis s suas esposas. Eles no as

233
enganam, eles no tm sexo com outras mulheres ou fazem
qualquer outra coisa com elas, sexual ou no. Eles no permitem
que outras mulheres os toquem, os banhem, humm etc.

Diandra traduziu e sua traduo se tornou hesitante enquanto

a energia crua e brutal que o Lahn normalmente exalava,
aumentava at a zona de perigo.

Entendo o que voc faz aqui, quero dizer, os guerreiros

fazem, e tudo isso falei rapidamente, Diandra traduzindo comigo,
mas no meu mundo no o fazemos. Tanto no fazemos, que se
um homem faz isso com sua esposa, ela tem o direito de deix-lo.

Isto foi um erro. Um muito ruim.

Soube disso quando seu corpo enrijeceu to ferozmente, que

parecia ter crescido e expandido e ouvi o grunhido escapar da sua
garganta.

Sem palavras, apenas um grunhido.

Circe, minha querida, eu no sabia... voc no devia...

esposas de guerreiros nunca, jamais Diandra comeou, mas
Lahn falou sobre ela e suas palavras eram entrecortadas e ele
estava seriamente chateado, pra caralho.

Quando terminou de falar, Diandra traduziu.

Voc no vai embora.

Eu no estava dizendo que ia, apenas-

Diandra falou comigo e Lahn falou sobre ela, ento ela

traduziu, mas no precisava. Ele simplesmente repetiu suas
palavras, irritado.

234
 Voc no vai embora.

Eu no estava-

Ele continuou falando e Diandra traduzindo.

Voc no vai chamar a esposa de Seerim como chama a

mim.

Pisquei para esta sbita mudana de assunto, bem como para

as suas palavras, que no entendi.

O qu?

Diandra traduziu, Lahn falou e, em seguida, ela falou de novo.

Voc no vai chamar a mulher de Seerim de querida. Isso

para mim.

Oh, Deus.

um agrado expliquei. No meu mundo, dizemos

isso-

meu. Voc no vai us-lo com ningum alm de mim.

O observei e decidi que no estava indo muito bem.

Ento decidi concordar, a fim de tentar acalm-lo para a parte

mais difcil.

Ok sussurrei.

Ok ele vociferou em resposta.

Ento comeamos a conversar com a Diandra traduzindo.

Precisamos falar sobre as Xacto disse a ele.

235
 Eu no vou discutir as Xacto com minha esposa me
disse.

Humm... isso importante para mim expliquei.

No importa. Eu no vou discutir isso.

Oh, cara. Agora eu estava ficando irritada.

Mas Lahn, estou lhe dizendo que isso importante para

mim! Gritei.

No problema seu respondeu.

Eu sou sua mulher! Respondi, minha voz subindo.

E, como minha esposa, esse no o seu lugar

devolveu.

Isso loucura! Gritei.

No retrucou.

No importa para voc que isso seja importante para mim?

Perguntei.

No disparou de volta, dizendo isso na minha lngua.

Oh, sim. Agora eu estava chateada.

Eu imploro para voc mudar de ideia, grandalho

retruquei. E vou lhe dizer aqui mesmo, agora mesmo, nesta
tenda. Apontei para os meus ps, em seguida, para ele voc
no vai deix-las tocar em voc. Apontei o dedo para ele
novamente. Voc no vai deix-las banharem voc. Mais uma
vez apontei o dedo. Voc no vai deix-las massagearem voc,

236
tocar o seu cabelo lindo pra caralho, a porra do seu corpo fantstico
ou nada que tenha a ver com voc, porque isto, baby o varri da
cabea aos ps com um movimento da minha mo para cima e
para baixo, em seguida, apontei o polegar para mim e me inclinei
tudo meu.

Vayoo ansha ordenou, descruzando os braos e

plantando as mos nos quadris, e retruquei antes da Diandra poder
traduzir, porque sabia o que aquilo significava.

Eu no irei a at que voc me prometa que no vai ter

nada a ver com as Xacto. Voc quer algum para lhe dar banho
apontei o polegar para mim novamente sua esposa ir faz-lo.
Se voc precisar de algum para tranar seu cabelo outro
empurro do polegar eu irei faz-lo. Se voc precisar de algum
para massagear os msculos do seu corpo desta vez apontei
para a minha cabea adivinhou, grandalho, esta serei eu
tambm. E se voc precisar de algum para te foder, chupar seu
pnis e faz-lo gozar outro cutuco do meu polegar serei eu
tambm, e somente eu. Me entendeu?

Diandra parou de falar e no instante em que ela parou, Lahn

ordenou: Vayoo ansha.

Imediatamente respondi: No, Lahn, no vou at a at que

saiba que voc me entendeu.

Diandra traduziu e Lahn repetiu: Vayoo ansha.

Voc me entendeu? Gritei.

Ele respondeu e Diandra disse: Lahnahsahna, guarde suas

garras e venha at o seu marido. Agora.

237
 No! Rebati.

Ele falou, em seguida, Diandra disse: Pela ltima vez,

Circe, ou voc vem aqui, ou eu vou buscar voc. Voc quer isso?

Olhei nos seus olhos escuros. Ento, percebi que no queria

aquilo. Na verdade, o olhar nos seus olhos, eu realmente no o
queria.

Droga.

Caminhei at ele batendo os ps, tentando parecer o mais

irritada possvel, um esforo que tenho certeza que teve sucesso.

Estava quatro passos distante quando ele se inclinou para a

frente, estendeu a mo com seus longos braos e me puxou para
ele, assim fiquei grudada no seu corpo e seus braos estavam
super apertados ao meu redor.

Humm. Oh, oh.

Lahn sussurrei, pressionando as mos contra o peito

dele.

Ele falou e quando o fez, foi suave e suas sobrancelhas se

ergueram.

Diandra traduziu. Minha esposa vai me dar banho?

Humm. Oh, oh!

Merda. O que eu tinha feito agora?

Humm... Merda! Deus, no havia nada a fazer sobre

isso. Sim confirmei.

238
 Mais palavras do Lahn, mais palavras da Diandra.

Tranar o meu cabelo?

Eu e minha boca grande.

Sim.

Vai me pintar?

Mordi o lbio porque gostei da ideia de fazer isto, em seguida,

sussurrei: Sim.

Ele sorriu.

Ento inclinou o rosto para mais perto e seus olhos ficaram

em chamas antes de falar.

Quando a Diandra traduziu, percebi que realmente tinha que

aprender a lngua Korwahk, e rpido. Ela estava, agora, segurando
vela e se no fosse embaraoso para ela, era para mim.

Minha esposa vai tomar o meu pnis entre as suas pernas

e na sua boca?

S... sim gaguejei.

Na sua boca? Ele reiterou.

Oh, cara, senti um formigamento entre as minhas pernas,

ento as movi.

Ele sentiu, sabia o que tinha causado isso e seus olhos

ficaram mais calorosos.

Sim sussurrei.

Ento ele falou e a Diandra traduziu.

239
 O seu rei conceder este pedido. Nada mais de Xacto,
Lahnahsahna, somente a minha rainha dourada.

Olhei para ele.

Oh, meu Deus.

Ele cedeu.

Ele cedeu!

Meu rei guerreiro cedeu.

Senti minha barriga aquecer. Ento, sussurrei: Shahsha,

querido.

Lahn sorriu.

Ento relaxei nos seus braos, encarei seu olhar e lambi os

lbios.

Ele me observou fazer isso, ento resmungou: Veeyoo e

a Diandra no traduziu.

Ela se levantou e se dirigiu imediatamente para as abas na

entrada da tenda.

Parou na frente delas, olhei em volta do Lahn para ela, minha

boca gesticulou obrigada e, em troca, ela piscou antes de
murmurar: Muito bem em seguida, fechou as abas atrs dela
e se foi.

No minuto em que ela saiu, um dos braos do Lahn me

envolveu, sua mo segurou a minha mandbula e moveu o meu
rosto para olhar para ele, o tempo todo me arrastando de volta para
a cama.

240
 Sua cabea chegou mais perto da minha, ento seus lbios
estavam to prximos que podia sentir sua respirao.

Kah Circe wahloo boh murmurou, e podia dizer pelo

calor nos seus olhos e as palavras que compreendi nessa frase,
que significava que eu ia comear agora.

Oh, Deus.

Nos girou, em seguida se sentou na cama, me posicionando

para ficar de joelhos na frente dele.

Sim, eu estava comeando agora.

Exatamente agora.

Suas longas pernas estavam uma de cada lado meu, os

joelhos dobrados. Pegou as minhas mos e as guiou para os lados
do seu calo, onde ambos os nossos dedos puxaram os laos.
Uma vez que tinha desfeito os dois conjuntos, deixou minhas mos
onde estavam, colocou as dele na cama, atrs dele, e minha
cabea se inclinou para alcanar os seus olhos.

Quando vi o olhar neles, minha respirao ficou presa na

garganta. No houve necessidade de traduzir seu olhar. Aquele
olhar dizia tudo.

Podia-se dizer que o meu rei gostava da sua rainha de

joelhos, entre as suas pernas.

Humm.

Kah Circe wahloo boh murmurou, sua voz rouca.

241
 Mordi o lbio. Ento estendi uma mo hesitante e a apoiei
contra sua virilha.

Ele estava, como sempre, pronto para mim. Meus olhos

desceram e tive a prova visual.

Humm.

Senti uma onda de calor entre as minhas pernas e

automaticamente meus olhos se entrecerraram.

Tive um pressentimento de que apreciaria isto, ento decidi

que poderia muito bem fazer o que meu rei mandou, e comear
agora mesmo.

Empurrei o calo para trs e meu presente foi revelado

instantaneamente.

Oh, sim sussurrei, envolvi o punho em torno da base, o

movi e meus olhos se ergueram para o meu marido, para ver seu
rosto quando comecei a realizar meus deveres de esposa.

Eu tinha razo, apreciei isso.

Mas sabia, com certeza, que o meu marido apreciou muito

mais.

242
 A tenda estava cheia de velas e eu estava nua, na cama com
o Lahn, o lenol na altura das nossas cinturas, seus braos em volta
de mim, nossos olhos grudados um no outro.

Minha mo escorregou para o peito dele.

Peito sussurrei.

Ele inclinou o rosto para a frente, at sua testa estar

descansando contra a minha.

Fantstico sussurrou em resposta, pisquei, ento

lembrei que chamei o seu corpo de fantstico quando estava
gritando e fiquei surpresa e impressionada por ele ouvir a palavra e
lembrar dela atravs da traduo.

Jesus, ele era bom.

Sim, baby, fantstico respondi baixinho e deslizei a mo

do peito dele para o seu rosto. Bochecha disse a ele enquanto
minha mo repousava contra ele, a movi e toquei suas plpebras
com meus dedos, ambos fechados, e continuei. Olho em
seguida, desci, seus olhos se abriram e, em seguida, sussurrei:
Lbios quando os meus dedos tocaram l.

Aqueles lbios sorriam, ento minha mo foi novamente para

o cabelo dele, que eu havia soltado anteriormente.

Cabelo falei baixinho.

Ele sorriu. Lindo.

L estava, novamente.

243
 Sorri em resposta. Sim, definitivamente lindo concordei,
meus dedos deslizaram para baixo, atravs da massa espessa e a
mo dele se moveu da minha cintura, por cima do meu quadril, para
baixo da minha coxa, que ele levantou e enganchou sobre o seu
quadril.

Em seguida, a deslizou pela minha coxa at o meu quadril e

foi at meu peito, onde o segurou, deu um aperto suave e
pressionou levemente sua testa contra a minha.

Entendi o que ele queria. Seios disse a ele em um

sussurro.

Fantstico sussurrou de volta e minha barriga se

contraiu.

Seu polegar deslizou suavemente sobre o meu mamilo e

apertei os lbios com a sensao que causou, em seguida, suspirei.
Mamilo.

Vi suas plpebras se fecharem ligeiramente e, maldio, isso

era sexy.

Esplndido ele murmurou e minha barriga aqueceu.

Sua mo soltou o meu seio e deslizou para baixo, seus dedos

se curvando enquanto acariciava minha barriga, e fez isso usando
as costas dela.

Barriga falei suavemente.

Humm murmurou, e esse som spero deslizou atravs

de mim como um toque suave.

244
 Sua mo desceu para o meio das minhas pernas e me
penetrou com um dedo.

No disse nenhuma palavra porque no consegui. Meus

lbios se separaram e inspirei suavemente quando meus quadris se
contraram.

Doce sussurrou e meu corpo derreteu contra o dele.

Shahsha, kah Lahn sussurrei.

Seu dedo deslizou para fora e girou duramente sobre o meu

clitris. Engasguei suavemente, novamente, ento ele o deslizou
para baixo e me penetrou.

Minha Circe doce disse para mim e a minha mo

deslizou pelas suas costas para envolver a lateral do pescoo dele.

Lahn sussurrei e seu polegar foi at o meu clitris

enquanto seu dedo se movia para dentro e para fora. Sim
sussurrei.

Oh, sim, baby ele corrigiu, o polegar pressionando com

mais fora, e vagamente percebi que meu rei realmente prestava
ateno, mas estava concentrada principalmente no que os dedos
dele estavam fazendo e o fato de que meus quadris estavam se
contorcendo.

Oh, sim concordei, abaixei minha cabea e aninhei meu

rosto na garganta dele enquanto meus quadris se moviam para
montar sua mo.

Ele acrescentou outro dedo e inclinei a cabea para trs para

passar minha lngua ao longo da garganta dele.

245
 Ele prosseguiu e continuei cavalgando seus dedos at que, de
repente, me virou, assim minhas costas ficaram contra a frente dele,
moveu meus quadris com as mos grandes, em seguida, dirigiu seu
pnis para dentro. Seus braos se moveram em torno de mim, um
dedo indo at o meu clitris, a outra mo segurando o meu peito e
puxando um mamilo enquanto me penetrava profundamente.

Minha cabea recuou e meu corpo estremeceu.

Oh, sim, baby, assim melhor murmurei.

Sim ele grunhiu melhor, kah Circe.

Me foda, Lahn implorei e imaginei que isso era meio que

universal, porque acrescentou dureza profundidade. Sim.

Eu o senti enfiar o rosto no meu pescoo e sua lngua tocou

aquele lugar enquanto seus impulsos se tornavam ainda mais
profundos e comeou a golpear com mais rapidez.

Ento cobri as mos dele com a minha, meu pescoo

arqueado para trs, pressionando o seu ombro, meus lbios se
separados e gemi baixinho quando gozei, um orgasmo
incrivelmente longo e maravilhoso.

Poucos minutos depois, o forte e spero gemido do Lahn no

estava nem perto de ser silencioso.

Ele continuou plantado profundamente por um longo tempo,

suas mos me envolvendo em dois lugares, minhas mos cobrindo
as dele e minha respirao se acalmando enquanto o ouvia fazer o
mesmo.

246
 Ento, deslizou suavemente para fora, mas no minuto em que
senti falta do seu membro, seu longo dedo deslizou para dentro e
sua boca veio ao meu ouvido.

Minha Circe doce rosnou, em seguida, seus dentes

beliscaram minha orelha.

Sorri sob a luz das velas.

Sua cabea repousou nos travesseiros e pressionei minhas

costas contra ele to profundamente quanto podia, minhas mos
ainda sobre as dele, onde me reivindicaram.

E, cerca de dois segundos depois, adormeci na mesma

posio, reivindicada, em mais de uma maneira, pelo meu rei.

247
 Captulo Treze
No Nos Demos To Mal Assim

Passei o grande pano absorvente em torno dos quadris do

Lahn depois de t-lo secado. Prendi-o, ento, com as minhas mos
nos quadris dele e olhei nos seus olhos.

Voc est pronto, baby sussurrei.

Tinha usado baldes de gua morna e sabo que as meninas

tinham providenciado para banhar o Lahn enquanto ele estava na
nossa barraca. Ele era uma montanha de homem, por isso havia
um monte dele um monte de pele, um monte de msculos, um
monte de tudo e isso era bom, mas era ainda melhor molhado, liso
e ensaboado. Os tapetes no cho ficaram molhados, encharcados,
bagunados e com sabo. Mas o banho foi uma verdadeira
diverso.

Seus olhos caram sobre o meu peito e uma das suas mos
foi at a minha cintura enquanto a outra mo segurava o meu seio,
ento olhei para baixo e vi minha camisola verde ma toda
molhada, meus mamilos duros, nada deixado para a imaginao.

No est pronto ele grunhiu, minha cabea inclinou para

trs exatamente quando seu polegar deslizou sobre o mamilo, meus
joelhos dobraram e era bom que o Lahn fosse to rpido quanto
grande, porque suas mos me pegaram pela cintura antes de

248
minhas pernas poderem se mover, ele me levantou, as envolveu em
torno dos seus quadris, meus braos em torno dos seus ombros e
deu dois passos largos at a cama, onde deitou ambos.

Ento sua mo deslizou para baixo de novo, dentro da minha

camisola, enquanto seus lbios criavam uma trilha pelo meu
pescoo.

Oh, sim, a hora do banho era divertida.

Era fim de tarde e Diandra e eu estvamos indo para a tenda

da Narinda. Seerim tinha deixado tudo pronto para a visita e estava
ansiosa para v-la e verificar como ela estava.

Mas tinha algo na cabea.

Humm, Diandra. Chamei; ela acariciou minha mo na

dobra do seu brao e olhou para mim.

Sim, Circe?

Ser que, um o Seerim, humm te beija?

Suas sobrancelhas se ergueram. Me beija?

Vocs no tm essa palavra? Uh-

249
 Temos essa palavra, claro que temos, minha querida. E
sim, claro que o Seerim me beija.

Desviei o olhar e senti meu estmago se apertar.

Lahn ainda tinha que me beijar. Era estranho e tinha

demorado tanto tempo que agora eu estava com medo de beijar
ele.

Ah... Diandra murmurou, dando um aperto na minha

mo.

Olhei para ela e vi que estava sorrindo. O qu?

As Xacto comeou, me preparei quando ouvi essa

palavra e ela continuou fazem muitas coisas para os nossos
guerreiros. Elas ensinam muito aos jovens. Mas no esto
autorizadas a tocar boca a boca.

O qu? Perguntei e ela virou os olhos para mim.

Elas no esto autorizadas a beijar os guerreiros.

Senti minhas sobrancelhas se elevarem. Por que no?

Ela se aproximou de mim e sua voz baixou. Porque suas

bocas estiveram em vrios lugares, minha querida.

Uh... nojento.

Olhei para a frente novamente e murmurei: Outras partes

delas tambm e, pelo que me consta, eles no as evitam.

Ela riu, ento, explicou. Sim, isso verdade, e esses

lugares so privados e especiais para aqueles de ns com sorte o
suficiente para mant-los assim. Mas a boca est perto dos olhos e

250
os Korwahk acreditam que os olhos so portais para o esprito que
h dentro deles. Acreditam que, se voc abrir estes portais para as
pessoas erradas, podem roubar o seu esprito, aleijar voc, torn-lo
intil, um coxo. Um guerreiro no quer isto.

Portais para o esprito. Janelas para a alma. J tinha ouvido

isso antes e percebi que queriam dizer a mesma coisa, de outra
maneira.

Continuou falando. Eles no desejam tal coisa como as

Xacto estarem to perto do esprito guerreiro. Isso, minha querida
Circe, mantido a salvo e dado apenas para aqueles em quem
confiam... aqueles que amam.

Mordi o lbio.

Diandra adivinhou. O Dax no beijou voc.

No murmurei.

Pode ser, minha cara, que no saiba como.

Era uma ideia to bizarra que meus passos vacilaram e minha

cabea girou para olh-la. O qu?

Sua cabea se virou para mim e declarou: No me

surpreenderia.

Isso ... bem, isso louco disse a ela.

Entendo. Ela deu aquele seu sorriso malicioso. Ele

lhe agrada muito em sua tenda.

Ele certamente agradava.

251
 Senti minhas bochechas arderem, ela viu e, em seguida, riu
abertamente.

Ento, parou, nos virou de frente e vi que seus olhos no

eram maliciosos e sbios, mas gentis e compreensivos.

Envolveu a mo no meu bceps e apertou. Minha linda

Circe, o seu rei um guerreiro feroz. Acredita que o seu esprito o
guia para a batalha. Ele o protege. O mantm forte. No permitiria
que qualquer um se aproximasse dele. Faria qualquer coisa para
proteg-lo e mant-lo seguro, assim como faria qualquer coisa para
proteger sua carne e seus ossos, seu corao, suas entranhas.
Nunca permitiria que uma Xacto, uma prostituta, ou uma menina
que tomou durante uma pilhagem chegasse perto disso.

Menina que tomou durante a pilhagem?

Antes que pudesse perguntar, ela recomeou a andar e

aconselhou: E agora, talvez, ele nem sequer pense nisso. Se
no faz parte das... ela fez uma pausa e disse com um sorriso
em sua voz festividades, sugeriria, que voc o apresentasse s...
a mo dela deu um aperto na minha festividades.

Talvez ele no me queira perto do seu esprito

murmurei, ela riu e apertou minha mo novamente.

Oh, minha cara, pelo que vi, acho que voc no precisa se
preocupar com isso.

Humm.

Circe! Ouvi, ergui a cabea e vi a Narinda saindo de

uma tenda, sua cabea virada para ns.

252
 Narinda! Gritei, soltei a Diandra e corri para a minha
amiga.

Quando a alcancei, atirei os braos em torno dela, ela jogou

os braos em volta de mim e ns nos embalamos para trs e para
frente como gmeas idnticas cruelmente separadas por uma
madrasta malvada e reunidas depois de dcadas.

Por outro lado, compartilhar os horrores do desfile, da Caada

e do rito do casamento fazia isso com uma garota.

Os nossos corpos se separaram mas mantivemos os braos

em torno de ns e sorrimos uma para a outra.

Eu no sei, minha rainha, devia estar tocando voc ou me

curvando em uma reverncia profunda? Ela brincou.

Se voc fizer uma reverncia, vou ter sua cabea cortada,

Provoquei em retribuio.

Sorrimos uma para a outra, depois ficamos srias. Meus olhos

se moveram sobre o seu rosto e vi que ela parecia saudvel,
alimentada, satisfeita, seus olhos no tinham mais a resignao que
tinha visto naquela noite e parecia que podia, at mesmo, ser feliz.

Puxei-a de volta para os meus braos e sussurrei no ouvido

dela: Voc est bem?

Senti seu aceno de cabea. Est?

Aguentando firme.

Os braos dela enrijeceram. Ele me trata bem, Circe, eu

acho eu acho fez uma pausa e seus lbios foram at a
minha orelha, onde sussurrou: Eu acho que ele gosta de mim.

253
 Ri e afastei meu tronco para trs, mas mantive os braos em
volta dela. H rumores sobre isso, se a manteve na sua tenda,
ele gosta muito de voc.

Observei um belo rubor aparecer no seu rosto, ela se

aprumou, em seguida, me soltou e olhou por cima do ombro para o
guerreiro alto e bonito que vi com ela naquela noite. Ele estava de
p, do lado de fora da tenda, parecendo ameaador, os braos
cruzados sobre o peito.

Feetak, Rainha Circe, uh Circe, meu marido, Feetak

apresentou, sua mo se movendo para trs e para a frente entre
mim e o seu marido, de uma maneira tmida que era bonita.

Ele inclinou a cabea para mim. Kah rahna Dahksahna

hahla ele retumbou adicionando um soco no seu peito, em
seguida, seus olhos se voltaram para a Narinda. Eu os vi aquecer e
ele se moveu at sua esposa. Disse algumas coisas para ela
suavemente e terminou com: Narinda sahna.

Ela olhou para ele e balanou a cabea, mas sabia pelo olhar
meio perplexo no rosto dela (um olhar que tinha certeza que mostrei
em mais de uma ocasio nos ltimos dias) que no entendeu
metade do que ele disse.

Dohno ele falou em voz baixa, se aproximou, levou a

mo at sua cintura, inclinou a cabea e tocou a boca na dela. Suas
bochechas ficaram mais rosadas ainda, ele acenou com o queixo
para mim e, em seguida, se afastou.

254
 Ele disse Vou deix-la com suas amigas, aproveite o seu
tempo, bela Narinda, Diandra traduziu e Narinda olhou para ela, os
olhos arregalados.

isso que significa sahna? Perguntou ela, com a voz

entrecortada.

De fato, minha querida Diandra respondeu com um

sorriso.

Os olhos da Narinda assumiram um olhar distante quando

olhou na direo onde seu guerreiro desapareceu e sussurrou:
Golly, ele diz isso o tempo todo.

Apertei os lbios e encontrei os olhos da Diandra, que

estavam danando.

Bem, no precisava ser um doutor do amor de ver que as

coisas estavam indo bem entre a Narinda e seu bruto selvagem.

Narinda pareceu se sacudir para tirar isso da cabea, se

concentrou na Diandra e seus dedos foram at o rosto. Oh! Eu
sinto muito! Ns no nos apresentamos. Sou Narinda.

Diandra Diandra falou, movendo-se para tocar as

bochechas uma da outra.

Quando se separaram, Narinda perguntou: Voc de

Hawkvale?

Eu sou Korwahk, mas h muitos anos, sim, eu era de Vale.

Narinda sorriu para a Diandra, depois para mim. Bem, isso

no maravilhoso? Agora eu tenho trs pessoas com as quais
posso falar e realmente entender.

255
 Sim, maravilhoso demais respondi.

Ela deu um pulo e gritou: Oh, minha Deusa! O que estou

pensando? Entre, entrem. Vou pedir a uma das minhas... humm, s
pessoas para nos trazer algumas bebidas. Vamos sair deste sol.

Sorri para a Diandra enquanto Narinda nos empurrava para a

sua tenda, pensando que sua mudana foi notvel. Naquela noite,
que parecia ter acontecido anos atrs, Narinda podia no ter sido
legal, mas era calma. Agora estava agindo como uma estudante
diante da sua primeira paixo.

Minha salvadora na minha primeira noite neste mundo estava

bem e eu estava feliz com isso. Era bom ter uma preocupao a
menos na minha cabea.

Entramos na sua tenda e vi imediatamente que no era como

a minha. No era to grande, por exemplo. E no havia tantos bas.
Nem arcas. Nem castiais. A moblia era legal, mas no
pesadamente esculpida. O lenol sobre as peles na cama (que era
menor) era de gaze, uma bonita gaze, mas no de seda. E no
havia muitas almofadas, apenas algumas delas eram cobertas com
seda ou brocado, o resto era coberta de algodo.

Embora, tinha que dizer, sua roupa era de arrasar, mas no

era feita com prata ou ouro. O sarongue era vermelho, o cinto era
tranado de vermelho, roxo e azul e o top era roxo. Usava brincos e
algumas pulseiras, mas nada perto da minha elegncia.

Ok, talvez fosse bom ser rainha.

Nos acomodamos na sua cama, sua menina nos trouxe suco

de frutas e um prato com fatias de queijo e uvas e ns tagarelamos.

256
Ela nos disse que tinha aprendido algumas palavras enquanto foi
levada para Korwahk e presa antes da Caa, mas no estava nem
perto de ser fluente e obviamente no teve sorte de ter um
intrprete quase desde o incio, como eu. E estava claro que Feetak
no estava falando com palavras. No entanto, tambm estava claro
que estava dizendo coisas que Narinda gostava.

Depois de ter verificado que estava adaptada, ela assumiu a

conversa, os olhos em mim. Tenho estado to preocupada com
voc. Tentei perguntar s minhas meninas e ao Feetak sobre voc,
mas no sabem o que estou dizendo ou, quando respondem, no
sei o que elas esto dizendo. O rei balanou a cabea e
estremeceu ele era assustador. Como voc est lidando com
tudo?

Demorou um pouco e tive a sorte de ter a ajuda da

Diandra, mas estou me ajustando.

Ela se inclinou para mim e sussurrou: tudo muito

estranho, voc no acha?

Sorri para ela. Voc pode dizer isso, no fim das contas.

Retribuiu meu sorriso e se inclinou para trs. Mas, estou

pensando, no um ruim estranho, apenas estranho. Embora,
tambm esteja achando que vai levar algum tempo para me
acostumar com isso.

E eu estava pensando que ela no estava errada sobre isso.

Ela se virou para a Diandra. Quanto tempo demorou para

voc?

257
 Eu, como voc e a nossa rainha, tive a sorte de ser
reivindicada por um guerreiro que veio a se importar comigo, muito
profundamente, muito rapidamente. Ento, estou feliz em dizer, no
demorou no fim das contas.

Os olhos da Narinda vieram at mim e estavam arregalados.

Aquele homem enorme, temvel, j se importa com voc?

Humm-

Profundamente Diandra falou com firmeza, Narinda

olhou para ela e depois para mim.

Ento gritou: No adorvel? Oh, Circe, talvez isso no v

ser to ruim assim. Mordi o lbio, mas ela no reparou nisso
quando sua cabea se virou para a Diandra e perguntou: Quanto
tempo voc levou para aprender a lngua deles?

Assim, Narinda comeou perguntando Diandra

aproximadamente sete mil cento e vinte e trs questionamentos
sobre todas as coisas em Korwahk, Diandra respondeu a estas
perguntas com grande detalhamento e, em seguida, Diandra
ofereceu trechos suculentos da minha vida na semana passada.

Oh, meu Narinda suspirou quo maravilhoso ele foi

por estar to preocupado com voc quando estava doente.
quase, no posso acreditar que vou dizer isso, mas romntico.

Diandra sorriu.

O bruto me fez ficar no sol por nove horas resmunguei,

a luz que brilhava no rosto da Diandra se extinguiu e estreitou o
olhar para mim.

258
 Oh, eu te vi disse a Narinda. Tentei chamar sua
ateno, mas voc no me viu e no consegui fazer o Feetak me
entender quando disse que queria ir v-la. A noite j tinha cado e,
por alguma razo, ele no me queria perto do estrado.

Feetak estava parecendo melhor e melhor a cada momento.

Narinda continuou. Voc parecia um pouco aborrecida,

mas muito linda. Toda dourada. Sua roupa era incrvel. E suas joias!
Feetak me deu um ba cheio delas, mas voc estava usando mais
durante aquela celebrao do que tenho em todo o meu ba.

Sim, l estava. A prova de que era bom ser rainha.

Nosso Dax derrama grande recompensa em sua rainha

dourada Diandra anunciou.

Posso ver! Narinda exclamou, os olhos esquadrinhando

minha roupa e minhas joias, que eram novamente, tinha que
admitir, um show espetacular, em seguida, estendeu a mo e
agarrou a minha mo. Mas sinto muito por voc ter estado
doente, Circe. Estou feliz que esteja melhor agora.

Obrigada, Narinda falei suavemente.

A rainha dourada Narinda respondeu muito suavemente.

o que eles dizem respondi sem me comprometer.

Ela deu um sorriso e me lembrei dele, de uma forma que

sabia que ia lembrar at o dia da minha morte. Era pequeno, era
estranho, anexado a no to boas lembranas, mas ainda era um
tesouro.

259
 Foi horrvel sussurrou seu eufemismo. Mas, talvez,
no nos demos to mal assim.

Recitei algumas palavras, as quais tambm me lembraria at

o dia da minha morte, mas tinha esquecido at pouco tempo. O
que aconteceu j passou, mas o que vai acontecer como ns
lidamos com isso.

Seus olhos ficaram midos e ela apertou minha mo, apertei a

dela de volta, ao mesmo tempo senti algo se acomodar em meu
corao.

O futuro que vir o que eu vou fazer com ele.

Precisava me lembrar disso.

Houve uma comoo sbita l fora, todas as nossas cabeas

viraram para as abas da tenda e quando o barulho soou urgente,
todas saltamos juntas e corremos para fora da tenda.

As pessoas corriam em direo uma tenda um pouco para

baixo e escutamos gritos.

O que est acontecendo? Perguntei para a Diandra, que

podia ver estava escutando os gritos.

Uma criana em perigo respondeu, ns trs nos

entreolhamos, em seguida, todas corremos para a tenda. Uma vez
no exterior do grupo que a rodeava, as pessoas comearam a me
notar e recuar, abrindo caminho para a sua rainha. Puxei as minhas
meninas para a frente e quando chegamos tenda, do lado de fora,
havia uma criana, talvez de dois ou trs anos, com o rosto roxo e
claramente no estava respirando. Sua me a estava balanando,
temor tomando o seu rosto.

260
 Meu Deus sussurrei ao testemunhar sua angstia, ento
notei uma grande tbua com carne seca no cho. Merda, essa
criana est sufocando! Gritei e sem pensar corri para a frente.

Custou algum esforo, mas puxei a criana da sua me,

houve gritos e mais gritos diante das minhas aes e ela me
agarrou para peg-la de volta, mas a ignorei, virei suas costas para
a minha frente e fiz a manobra de Heimlich que tinha aprendido
durante as aulas de sade e segurana que fiz todos os
funcionrios do meu pai frequentarem. Demorou quatro cautelosas
(considerando sua idade e tamanho) prensadas, mas a carne
finalmente voou para fora de sua boca e engasgou
instantaneamente com o ar.

Quando inspirou novamente sua prxima golfada de ar, a

devolvi para os braos da sua me e seus braos debilmente
envolveram o pescoo dela. Ela caiu de bunda, afundou o rosto no
seu pescoo pequenino e desatou a chorar.

Shoo. Bem, graas a Deus pelas aulas de sade e segurana.

Finalmente valeu a pena todos aqueles rapazes reclamando e me
obrigando a for-los a aprender.

Sorri para a me e a criana, tocando seu cabelo, em seguida

tocando o dela, ento me virei e vi um mar de rostos todos me
observando em silncio.

Oh, cara.

Todos os olhos se mantiveram em mim e nenhum som foi

emitido.

Maldio, agora o que eu fiz?

261
 Ento, de repente, algum gritou: Kah rahna Dahksahna
hahla!

Kah rahna Dahksahna hahla! Outro grito rasgou o ar.

Em seguida, outro. E outro. Em seguida, um cntico. Ento,

comearam a bater as mos.

Eita. Foi apenas a manobra de Heimlich.

Olhei para a Diandra que estava radiante de orelha a orelha, e

para a Narinda que estava olhando para mim de maneira
engraada, mas ainda sorrindo enormemente. Ento revirei os
olhos para a Diandra, o que a fez romper em gargalhadas.

Ento me virei para a multido, levantei as mos e virei as

palmas das mos para baixo para faz-los parar de cantar.
Demorou um par de vezes fazendo isso, mas eu era sua rainha,
meu marido podia chutar o traseiro de algum para que acabassem
muito rapidamente.

Comecei a me afastar, mas minha mo foi agarrada e olhei

para baixo, para a me que ainda estava agarrada com fora ao
seu filho, mas estava beijando minha mo.

Shahsha, shahsha, shahsha, kah rahna Dahksahna, hahla.

Shahsha sussurrou contra a minha mo, me abaixei sobre um
joelho ao lado dela, suavemente retirei minha mo da mo dela e
encostei meus dedos nos seus lbios.

No foi nada, todo mundo sabe como fazer isso de onde eu

venho falei e ouvi a Diandra perto, traduzindo. E foi um prazer
acrescentei, Diandra traduziu, ento sorriu e terminou com um
sussurro. Nahrahka.

262
 Ela acenou para mim, os olhos arregalados e gratos. Levantei
a cabea, fiquei de p, acenei para as, humm pessoas, em
seguida, Diandra, Narinda e eu voltamos para a tenda da Narinda.

263
 Captulo Quatorze
O Ponto de Ruptura

Era noite e falava com a Diandra enquanto caminhvamos

atravs das tendas porque estava muito agradvel aqui fora, no ar
fresco, as tochas fincadas na terra a cada trs ou quatro metros, o
que iluminava os caminhos entre as tendas, lanando um brilho
aconchegante e precisava esticar as pernas.

Tinha sido um dia bom. Mais um dia com os Korwahk, outro

dia acordando neste mundo, outro indcio de que esta podia vir a
ser minha vida, minha antiga vida podia estar perdida para mim
para sempre e, a menos que pudesse fazer o impossvel, descobrir
o que tinha acontecido e reverter isso, tinha que me acostumar com
isso.

E nessa vida, agora, eu j tinha Narinda e Nahka. Passamos

mais algum tempo na tenda da Narinda, onde fez mais perguntas
Diandra, elas foram respondidas e, em seguida, Diandra nos deu
algumas aulas de Korwahk. Em seguida, ouvimos um poyah do
lado de fora da tenda e Nahka, a me da criana que tinha ficado
asfixiada, entrou e nos convidou para jantar.

Aceitamos porque a Diandra conhecia Nahka e nos informou

que era amvel; porque era seriamente duvidoso que Narinda ia se
deixar levar por este mundo em seus sonhos, e seria bom para ela
conhecer seus vizinhos; e porque estava comeando a nascer em

264
mim a ideia que esta podia ser a minha vida e esse era o meu povo,
assim precisava conhec-los.

Mesmo com a barreira da lngua e a Diandra tendo que

traduzir, jantar com a Nahka foi o que um jantar entre garotas
sempre era. Muita comida, muito vinho, muita conversa sobre os
homens em nossas vidas (Nahka tambm era mulher de um
guerreiro, o nome do seu marido era Bohtan), Nahka falou do seu
filho e da filha recm-nascida, Narinda e eu falamos das nossas
terras e, por ltimo, houve muitas risadas.

Partimos com promessas de jantarmos novamente em breve,

Narinda me abraou e Diandra, depois retornou sua tenda e
convenci a Diandra a dar um passeio. Ela concordou, ento fomos
caminhando atravs da luz das tochas em nossa maneira habitual,
os corpos prximos, minha mo enfiada no brao dela, sua outra
mo cobrindo a minha.

Humm... Diandra? Falei.

Sim, minha querida respondeu.

Todos os Korwahk acham que tm um esprito ou apenas

os guerreiros?

Todos os Korwahk acreditam que tm um esprito

respondeu.

Ento... humm, eles so espiritualistas?

Sua mo apertou a minha e ela foi direto ao ponto. O que

voc est realmente perguntando, Circe?

265
 Sorri para uma mulher que estava diante de uma fogueira, do
lado de fora de uma barraca, e respondi: Eles acreditam em
Deus?

Deus?

Sim, Deus. Um ser superior, um poder onipotente, um

criador divino, esse tipo de coisa expliquei.

S um? Ela perguntou e olhei para ela.

Desculpe?

Ela olhou para mim tambm, e seu rosto estava confuso.

Na sua terra, voc tem apenas um deus?

Olhei novamente para o nosso caminho e balancei a cabea.

Sim e no. Diferentes pessoas acreditam em coisas diferentes e
alguns deles tm mais de um Deus, para os quais rezam, mas eu
acredito em um s.

Extraordinrio ela murmurou.

Levantei a mo, coloquei-a sobre a dela, que estava sobre a

minha, e a pressionei. Ento? Os Korwahk acreditam em um
deus ou deuses?

Eles acreditam, minha querida. Tm muitos e cada pessoa

escolhe qual Deus ser o seu, humm... ser superior. H o Deus
Leo, o Deus Serpente, o Deus Cavalo, o Deus Chacal, o Deus
Tigre e a Verdadeira Me. A maioria das mulheres reza para a
Verdadeira Me. Suspeito sua mo deu um tapinha na minha
que o seu rei reza para o Deus Tigre.

Eu suspeitava, tambm.

266
 Ela continuou falando. Eles no tm santurios, no tm
altares, no tm igrejas. No tm homens ou mulheres sagradas e
no carregam talisms. No investem qualquer significado espiritual
em uma pessoa, lugar ou objeto. O esprito est dentro deles,
oraes so feitas em silncio, a adorao individual e pessoal.
Adultos no discutem isso com adultos. So os pais que passam
para frente os ensinamentos dos deuses e espritos interiores e
permitem que seus filhos adotem sua prpria forma de devoo.

Interessante. E meio que legal.

Ento, se so espiritualistas, huum ... parei.

Sim? Diandra perguntou.

Merda.

L vamos ns.

Bem, voc disse uma coisa mais cedo que no consegui

tirar da minha cabea. Algo que no, humm parece correto, se os
Korwahk so espiritualistas. Voc mencionou algo sobre Lahn
tomar uma mulher em um saque-

Parei de falar quando ela parou abruptamente, se virou para

mim, mas no soltou a minha mo.

Oh, cara. Sabia que isso significava que algo no ia bem.

Olhei em seus olhos e ela falou.

A Horda reverenciada falou baixinho mais do que

qualquer outro deus. Isso porque eles protegem a nao Korwahk e
porque derramam riquezas sobre ela. E fazem isso saqueando.

267
 Ops, isso no era bom.

Saqueando? Sussurrei.

Assentiu com a cabea. Korwahk uma nao guerreira,

assim como Maroo, Keenhak e outras naes vizinhas, prximas e
distantes. Mas Korwahk tem riquezas que os outros no tm. Rios
de ouro e prata. Uma vasta riqueza de diamantes na terra. Minas de
esmeraldas e rubis. Essas outras naes cobiam estas coisas e,
muitas vezes, a guerra, a fim de tom-las para si prprias. A Horda
cavalga contra esses exrcitos que invadem nossas terras, matam
o povo Korwahk, estupram nossas mulheres. E a Horda nunca
falha, Circe, nunca, na conduo desses exrcitos e em trazer a
paz terra. Os Korwahk tm grandes dvidas com o sangue dos
guerreiros.

Posso ver isso disse suavemente.

Ela suspirou, depois continuou: No h nenhum governo,

nenhuma lei, mas o certo e o errado so conhecidos por todos e o
errado punido severamente, quer pelo Dax, junto com a Horda e
aqueles que viajam com ela e a servem, como por altos
conselheiros nos assentamentos. Alm disso, sem nenhum
governo, nenhum tesouro destinado a coisas como estradas,
construo e afins, o Dax no tributa seu povo e a Horda Korwahk
cavalga em naes vizinhas a fim de adquirir novas riquezas para
si.

Ok, estava presumindo que esta era a parte ruim.

V em frente insisti hesitantemente, com necessidade

de saber, mas ao mesmo tempo no querendo saber.

268
 Ela nos virou e comeou a andar de novo. selvagem,
concordo disse baixinho. Mas se a Horda cavalga e uma
aldeia sabe que esto chegando, se forem inteligentes, fazem
oferendas para a Horda no saquear sua aldeia. A Horda vai aceitar
a oferta e seguir em frente. Se a aldeia no for inteligente e no
fizer nenhuma oferta ou se a oferta for considerada pelo Dax, como
mnima, vo cavalgar contra a aldeia e tirar dela o que acharem que
lhes devido.

Pigarreei para limpar a garganta e andei, mas no disse uma

palavra.

Diandra apertou minha mo e continuou falando baixinho.

E eles saqueiam, minha querida, e saqueiam como seria de se
esperar que uma tribo brutal e guerreira saqueie. Sei que voc no
gosta quando digo isso, mas esta maneira deles, sempre foi.
Ela ficou em silncio por um momento, em seguida, sua voz ficou
ainda mais baixa quando continuou. E conhecendo voc, posso
imaginar que sua mente est girando.

Devia ser dito, ela no estava errada sobre isso.

Mas vou compartilhar com voc que o acordo do seu rei

para desistir das Xacto me surpreendeu muito. Isto, tambm, a
maneira deles e tem sido assim desde que algum consegue
lembrar. Esta uma concesso notvel, minha querida, e voc
deve valoriz-la, manter essa preciosidade e cuidar para que o Dax
nunca lamente o que fez. Mas, vou lhe dizer, se voc falar contra as
tradies do povo dele, que deve compreender que agora seu
povo, temo que no tenha um resultado to positivo.

269
 No dei nenhuma resposta, principalmente porque temia o
mesmo.

Diandra suspirou, ento continuou a explicar. Eles trazem

essas riquezas, moedas, escravos, tudo isso. Os escravos so
vendidos e constroem tendas, trabalham em minas, servem as
famlias, proporcionam uma vida melhor para os Korwahk. Moedas
e outras trocas so utilizadas e comercializadas, entregues s suas
mulheres que, por sua vez, fornecem clientela aos comerciantes
que, em retorno, compram coisas dos agricultores e artesos.
Essas atividades so a base da vida dos Korwahk. Quanto mais a
Horda derrama essas riquezas sobre o seu povo, melhor os
Korwahks vivem, mais reverenciam a Horda. o seu ciclo, as suas
tradies, o seu jeito.

Ok falei e minha voz tremeu mas, estuprar mulheres

e meninas, e matar pessoas para roubar sua propriedade?

o seu modo de vida disse ela simplesmente.

Violando mulheres e meninas? Perguntei em voz baixa,

balancei a cabea e admiti: O Lahn fazer isso, Diandra, tenho
que dizer, revira o meu estmago.

Ento o impea de faz-lo.

Parei de andar, ento a Diandra parou tambm e se virou

para mim.

Perdo? Perguntei.

Ela deu um pequeno sorriso antes de dizer: Voc no vai

conseguir falar com ele e convenc-lo a mudar o jeito da Horda.
Mesmo se voc fosse capaz de convenc-lo, se tentasse governar

270
seus guerreiros e lhes dizer que no podem fazer como bem
entenderem, enquanto esto guerreando e saqueando, eles vo
encarar isso como uma fraqueza. Apesar do certo e do errado
serem conhecidos, estes so conceitos bsicos e a maioria dos
Korwahk faz o que quer. No sei como isso funciona e aqueles do
outro lado do Mar Verde e do Mar de Marhac acham isso selvagem,
e talvez seja, mas para os Korwahk, funciona. A nao tem paz,
riqueza e segurana. Se algum exrcito invadir, a Horda se move e
coloca um fim nisso em pouco tempo. assim. semelhante ao
Dortak e sua noiva. Os outros guerreiros sabem que ele est
abusando dela e muitos, posso assegurar, acham isso desprezvel,
mas ele um guerreiro, derramou sangue no treinamento, despejou
uma chuva de riquezas sobre sua nao. O que ele faz em sua
tenda e pelo que faz para ajudar a Horda na aquisio, no vo
fazer nenhum julgamento. No da conta deles e nunca iro agir
contra ele enquanto prestar servio para a Horda.

Ok, ento como posso impedir o Lahn-

Ela sorriu e levou a mo at o meu rosto, inclinando o rosto

dela para perto do meu. Eu tambm encontrei grande dificuldade
em compreender este modo de vida. Isso, especialmente isso, no
encaixou muito bem comigo e foi a nica coisa que demorou muito
tempo para chegar a um entendimento. Eu no gostava de como a
Horda fazia isso, mas, especialmente, no gostava de saber que o
meu marido fez isso e ele fez, minha querida Circe, ele fez, mesmo
depois que nos casamos.

Fechei os olhos.

271
 Diandra continuou falando. Ento, encontrei uma maneira
de impedir que ele fizesse isso.

Abri os olhos.

Como? Sussurrei.

Ela abaixou a mo. Seerim sempre me contava quando

haveria uma campanha. Na maioria dos casos, as esposas ficam
com os guerreiros. As esposas geralmente so mantidas por perto.
Ento, na noite anterior e na manh em que ela acontecia, me
assegurava que ele tivesse o que precisava, tudo o que precisava,
tantas vezes quantas precisasse daquilo que necessitava de mim,
para que no sentisse necessidade de tomar outra pessoa.

Entendi o que ela estava dizendo.

Em outras palavras, voc fodeu at explodir seus miolos

respondi com um sorriso.

... ela murmurou, em seguida, sorriu se entendi o

seu significado, ento, sim, minha cara amiga, fodi at explodir seus
miolos.

No pude evitar, o assunto era uma merda mas Diandra

dizendo isso me fez rir.

Ento parei de rir e sussurrei: Muito bem.

Seu riso se transformou em um sorriso e respondeu: De

fato. E a minha ttica funcionou. Ele no fala sobre isso, mas
passou a voltar de uma campanha com cheiro de sujeira, de suor,
de sangue, mas nunca mais de uma mulher. Ela assentiu com

272
inteligncia. H maneiras de extrair o que voc precisa do seu
guerreiro. Voc s tem que ser inteligente e encontr-las.

Meu futuro depende do que eu fizer dele.

Certo sussurrei, ela olhou nos meus olhos por um

momento antes de balanar a cabea de forma inteligente
novamente e, em seguida, se virou para retomar a caminhada.

Podia dizer, a partir das cercanias familiares, que estvamos

voltando para minha tenda e imaginei, quando viajssemos, se teria
que aprender outro layout ou se o Eunuco sempre organizava a
Daxshee da mesma forma.

Ento especulei sobre o Seerim e sua idade.

Seerim cavalga com a Horda ainda? Perguntei

Diandra.

s vezes, durante os ataques, se assim o desejar, mas tem

a responsabilidade da formao dos jovens guerreiros, que toma a
maioria da sua concentrao. Durante a seleo, recebeu dez
meninos novos que precisa fortalecer, bem como acompanhar os
outros vinte rapazes com os quais estava trabalhando. Ele fica
bastante ocupado com isso e um papel importante. Apenas
guerreiros honrados, medida que envelhecem, so encarregados
da formao dos jovens. Isso porque suas habilidades so
consideradas desejveis pelo Dax e ele quer que esses guerreiros
passem para frente seus conhecimentos. um cargo elevado.

Ela falou com orgulho e apertei a sua mo quando minha

tenda ficou vista. Muito bem, Seerim. Falei suavemente.

273
 De fato respondeu distraidamente, olhei para ela e
depois segui seu olhar.

Foi quando percebi o que no tinha notado antes. Havia dois

guerreiros do lado de fora da minha tenda. Feetak e um outro com o
qual o Lahn falou na noite dos jogos.

Ele no estava sorrindo agora, estava carrancudo, assim

como o Feetak e, no instante em que colocaram os olhos em ns,
se viraram para a minha tenda, se inclinaram e entraram.

Est acontecendo alguma coisa? Perguntei para a

Diandra e cheguei mais perto.

No sei respondeu suavemente. Mas o que sei, que

logo saberemos.

Chegamos na tenda e entrei primeiro. No havia velas acesas

e o espao estava preenchido por guerreiros. Feetak, aquele
sorridente, um outro que tinha visto de passagem muitas vezes
falando com o Lahn, Seerim e Lahn.

Meus olhos voaram para o Lahn, que no parecia estar de

bom humor. Comecei a sorrir, hesitante, e sussurrei: Ei.

Foi ento que ele instigou o ponto de ruptura.

Ele deu dois passos rpidos e furiosos para mim, o brao

abaixando e cruzando seu corpo, e antes que soubesse qual era
sua inteno, balanou-o para fora e golpeou, com as costas da
mo, a minha bochecha.

Fez isso com toda sua fora substancial e, em consequncia,

minha viso explodiu em um flash de luzes brancas, a dor

274
agonizante irradiando da ma do rosto, atravessou meu olho, meu
rosto e meu crebro chacoalhou contra o interior do meu crnio,
voei para o lado e ca sobre as peles.

Estava piscando e me concentrando em conseguir que a dor

excruciante diminusse quando ouvi a Diandra comear a falar:
Circe, voc est? E virei a cabea para ver o Lahn empurr-la
para trs com tanta fora, que saiu voando na direo do seu
marido. Seerim a pegou, fechando os dedos nos seus bceps
enquanto a segurava com firmeza, mas no com ternura. Ele,
tambm notei vagamente quando a dor diminuiu, mas no por muito
tempo, parecia seriamente chateado.

Lahn gritou algumas palavras, meus olhos se moveram at

ele e vi que estava olhando para mim parecendo enfurecido. Minha
mo subiu at a bochecha e olhei novamente para ele, aturdida.

Ele... ele quer que eu... traduza disse a Diandra,

hesitante, ento falou uma enxurrada de palavras rpidas em
Korwahk.

Eu no disse nada, apenas olhei para o meu marido.

Os olhos enfurecidos do Lahn no deixaram os meus quando

grunhiu mais algumas palavras e a Diandra comeou a falar.

Ele... o Dax... ele diz que no sabia onde voc estava. Ele
diz que esto procurando por voc. Diz que voc nunca deve deixar
a tenda sem a sua guarda. Ela parou e Lahn continuou
vociferando, ento continuou. Ele diz que voc rainha e que
deve entender isso e seus possveis perigos e no deve nunca,

275
nunca, deixar a tenda sem a sua guarda. Ela parou, em seguida
disse: Circe, sinto muito, eu no-

Afastei a mo do meu rosto, virei a palma para cima e ela

parou de falar.

Lahn tinha parado de falar, mas seus olhos escuros estavam

cheios de ira e estavam queimando na minha direo, to
ferozmente que pude realmente sentir seu fogo.

E malditamente no me importei.

Me levantei e virei o corpo de frente para ele.

Ento falei e quando o fiz, Diandra traduziu.

Meu pai amava a minha me. Ele a amava profundamente.

Ele diz que eles eram o casal perfeito. Quando eu tinha dez anos e
ela foi assassinada Diandra parou de falar e ouvi um suspiro
suave, mas, em seguida, continuou, porque no parei. Ele nunca
superou isso. Nunca superou ficar sem ela. Nunca. E me deu todo o
amor que teria, normalmente, me dado e o amor que teria dado a
ela. Achava que eu era preciosa e me tratava dessa maneira. Isto
porque era sua filha, mas tambm porque eu era a coisa mais
importante que minha me deu a ele e era tudo o que havia restado
dela. Engoli em seco e assisti minhas palavras comearem a
penetrar a fria do Lahn, mas no me importei com isso e continuei
a falar. E prometi a mim mesma, jurei, que encontraria um
homem como o meu pai, que me amasse profundamente e me
valorizasse mais do que qualquer coisa no mundo.

Parei de falar quando vi o Lahn enrijecer o corpo.

Ento continuei.

276
 Voc me estuprou sussurrei e Diandra falou baixinho
e, de alguma forma, encontrei em mim foras para te perdoar. Voc
me deixou l fora queimando no sol, mesmo quando disse a voc o
dano que causaria a mim e perdoei voc. Este o seu mundo, este
o seu jeito e tenho lutado com isso, mas aceitei. Inspirei e
continuei: Mas o que voc fez agora, despejando a sua raiva
sobre mim quando fiz algo com toda a inocncia, no posso e no
vou perdoar. Voc no conhece a sua prpria fora, mas
formidvel, to formidvel que intimida os homens, mas eu no sou
um homem. Sou uma mulher, sua mulher e voc a usou toda
violentamente contra mim e isso, kah Dax, imperdovel.

Ele segurou meu olhar ao mesmo tempo que manteve o corpo

completamente imvel.

Terminei e fiz isso serenamente. Meu pai era um homem

honrado e desejaria que eu fosse estimada. Se estivesse aqui, ele e
todos os seus homens cairiam contra a espada da Horda, a fim de
me proteger do mal que voc infligiu a mim. Eles fariam isso e antes
de faz-lo... eles nem... piscariam. E por causa disso, porque sei
disso no fundo da minha alma e por causa de tudo o que ele me
deu, todo o amor que me mostrou, em troca, eu o amava mais do
que tudo neste mundo. Eu o respeitava. Eu o honrava alm de
qualquer homem que j conheci. Mas ele est perdido para mim.
Ele se foi e, portanto, no pode estar aqui para me proteger, mas
voc deve saber isso, meu rei... se o conhecesse, ele no gostaria
de voc.

Quando parei de falar, percebi que meu peito estava subindo

e descendo rapidamente e segurei seu olhar enquanto o dele
queimava o meu.

277
 Em seguida, grunhiu as palavras: Tahkoo tan6! E no
instante em que o fez, senti a barraca esvaziar, mas no desviei
meus olhos do Lahn.

Olhamos um para o outro por longos momentos depois de

ficarmos sozinhos, Lahn ainda imvel como uma esttua, eu
respirando pesadamente antes dele dizer com uma voz tranquila:
Vayoo ansha.

Balancei a cabea e sussurrei: Nunca. Para sempre e todo

o sempre, voc me perdeu. Na me lapay kah Lahn7. No mais.

Eu o vi vacilar, mas no me preocupei com isso tambm.

Quando se recuperou, sua voz era suave quando disse:

Vayoo ansha, kah rahna fauna.

Balancei a cabea novamente e me movi. Desviando dele, fui

at os bas, fiquei de joelhos para abrir um deles e pegar uma
camisola, pensando que no tinha escapatria. No tinha para onde
ir. Nem sequer tinha uma outra porra de quarto onde pudesse me
esconder e deixar verter as lgrimas que ardiam na minha garganta.

Eu o senti vindo at mim antes de se aproximar, em seguida,

seus braos me envolveram por trs, me segurando com firmeza na
frente e me colocou de p. Me segurou perto e se inclinou na altura
da cintura para que seu rosto ficasse junto ao meu pescoo. L,
falou palavras mais suaves e me puxou com fora contra ele, me
enjaulando nos seus braos, mas, como de costume, no havia
outra opo.

6
Nos deixe a ss.
7
Voc no o meu Lahn.

278
 A queimao na minha garganta ficou to intensa que
rivalizava com a dor que ainda sentia na minha bochecha e senti a
dor adicional das lgrimas sobre os meus seios.

Deixe-me ir sussurrei, tentando soltar meus braos.

Ele falou mais palavras suaves e me debati novamente. Ento

me soltou, comecei a me afastar, mas antes que percebesse,
estava no ar, nos seus braos, mas eles eram como bandas de ao,
me prendendo muito perto. Tentei arquear as costas e me soltar,
mas no tive sucesso. Ele se virou e deu dois passos largos na
direo da cama, se sentou, em seguida, caiu sobre o lado dele,
com as costas na cama, meus quadris no seu colo, minhas coxas
sobre as dele, e no consegui engolir o soluo que saiu da minha
garganta, enchendo a tenda com um som de tristeza.

Kah Lahnahsahna Circe sussurrou, sua mo puxando a

minha cabea, apoiando-a no seu peito enquanto o outro brao me
mantinha no lugar.

Deixe-me ir. Solucei contra o seu peito, minhas mos

abertas contra o peito dele em ambos os lados do meu rosto,
empurrando, mas ele no se mexeu. Desisti e sussurrei: Deixe-
me ir.

Ele no me soltou, manteve o meu rosto no seu peito e o

brao apertado minha volta enquanto eu chorava, chorava, e
chorava, colocando tudo para fora. Tudo. Tudo o que estava
sentindo. Tudo que assombrava minha cabea h dias. Estar neste
mundo e no saber por qu. Ser caada e estuprada. Estar confusa
e ferida. Ver um homem morrer enquanto sua corrente estava presa
a mim. Perder meu mundo, meu pai, meu trabalho, meus amigos,

279
minha cultura e tudo o que conhecia. Encontrar amigos e construir
amizades, ao mesmo tempo, sem saber se seriam destrudas. E
lutar para no comear a me apaixonar por um homem que no
entendia, cujas maneiras me assustavam e sentia repulsa, mas era
atrada para ele, por algo que no podia negar porque era apenas
isso forte.

E ento, com um movimento do brao poderoso, despenquei

para fora do amor e aterrissei com um estrondo to brutal, que me
quebrou.

Em outras palavras, chorei um monte de lgrimas fodidas.

Tantas, que fiquei exausta. Tantas emoes, no conseguia

me livrar de tudo, era impossvel, o esforo parecia que ia me matar
e meu corpo teve que parar, s para sobreviver.

Assim, adormeci embalada pelos braos do Lahn enquanto as

lgrimas continuavam a cair.

Acordei no meio da noite ainda nos braos do Lahn e no

hesitei em me afastar, rolando e me levantando da cama.

A luz das velas ainda bruxuleava, como sempre, nunca se

extinguindo no meio da noite, e caminhei at os bas. Abri um

280
deles, escolhi uma camisola, puxei-a, tirei minhas roupas e joias,
soltando-as displicentemente sobre os tapetes aos meus ps e
ento vesti a camisola.

Em seguida, me movi para a borda da cama coberta com

peles e deitei a cabea nas almofadas, de costas para o Lahn, na
cama.

Nem bem me acomodei, fui erguida, os braos dele minha

volta, me segurando contra o peito de novo e estava de volta na
cama. Ele tirou os lenis debaixo de ns dois, nos cobriu e ento
me puxou para junto do seu corpo, as pernas pesadas enroscando
nas minhas, o brao quase inteiramente em torno de mim, seu peso
me prendendo na cama.

Como sempre, no havia escapatria.

Ento, escapei da nica maneira que podia.

Girei o pescoo e virei o rosto.

Mas eu estava com o Lahn, e Lahn sendo Lahn, nem mesmo

isso permitiu.

Sua mo enorme segurou minha mandbula e virou a minha

cabea, ento estava de frente para ele, em seguida, seus dedos
empurraram meu cabelo para o lado, seu polegar contra a minha
bochecha, forando meu rosto contra sua garganta e o mantendo
l.

Senti a queimao na garganta e inspirei profundamente, o

que foi interrompido no meio, em alto e bom, mostrando a minha
luta contra as lgrimas.

281
 Os dedos do Lahn enrijeceram contra o meu couro cabeludo,
mas, fora isso, sua mo no se moveu.

Custou muito esforo, tudo o que tinha sobrado, mas consegui

impedi-las de cair.

Quando minha respirao nivelou, comunicando que ganhei a

batalha, o pescoo do Lahn se curvou e senti seus lbios no meu
cabelo enquanto seus dedos acariciavam suavemente meu couro
cabeludo.

Ento ele sussurrou: Na lapay kah rahna Dahksahna. Na

lapay kah Lahnahsahna. Na lapay kah Circe. Fahzah, Circe.
Fahzah. Farzah kay markan nahna rah ruhnee zo kay. Farzah.
Kuvoo sah, Circe, loot farzah danhay8.

No podia dizer que tinha aprendido a lngua dos Korwahk,

nem mesmo perto, mas sabia o suficiente para entender o que
estava dizendo. E do jeito que ele falou, soube que realmente falou
srio.

E, l estava, eu no tinha escolha, no tinha escapatria, no

tinha nada.

Ento fechei os olhos, forcei meu corpo a relaxar e tentei

encontrar o sono.

Demorou algum tempo antes de conseguir e sua mo nunca

deixou a minha cabea at que eu me fechei, e quando me fechava
em mim mesma, realmente me fechava.

8
Voc a minha rainha dourada. Voc minha tigresa. Voc minha Circe. Sempre, Circe. Sempre.
Nunca vou permitir que o seu ouro seja tirado de mim. Nunca. Entenda isso, Circe, e nunca esquea.

282
 Ento, nem mesmo senti a mo do Lahn baixando para
segurar o meu pescoo, nem senti a ponta do polegar empurrar
com ternura a minha mandbula para cima, para expor o meu rosto
para ele.

E, por ltimo, no pude sentir seus lbios roarem os meus

antes do seu brao se curvar em torno de mim, me puxar para mais
perto dele e, em seguida, adormecer.

283
 Captulo Quinze
Os Presentes

Os rudos da Daxshee sendo desmontada e embalada

estavam minha volta, mas no os vi nem ouvi.

Estava completamente fechada dentro da minha cabea.

Estar naquele mundo no era um bom lugar para estar, e

estar alienada a tudo, no era muito melhor.

Ainda assim era melhor, ento era onde eu ia ficar.

Era incio da tarde do dia seguinte depois que o Lahn me

bateu e soube pelos rudos que invadiram a tenda e me acordaram
(sozinha em nossa cama, posso acrescentar) que a arrumao j
tinha comeado.

No minuto em que levantei da cama, minhas meninas

entraram em ao, me alimentaram, me banharam, me vestiram
como a rainha que eu era e, ento, rapidamente passei a ajudar a
embalar nossos pertences para a cavalgada.

Agora, estava sentada do lado de fora em um grande sof

macio com algumas almofadas sob um pedao de gaze que tinha
sido esticado para me proteger do sol. Tinha um prato de comida
intocado na minha frente, um jarro de gua, um copo e Ghost
estava rolando e brincando com algum brinquedo que uma das

284
minhas meninas tinha feito para ela (em outras palavras, rasgando
a coisa em pedaos).

A atividade era intensa, muita agitao ao redor e observei,

distrada, seis jovens que tinham provavelmente em torno de
quatorze ou quinze anos, claramente guerreiros da Horda em
formao, considerando que todos eram altos, em boa forma e
musculosos, desmontando a minha tenda e do Lahn.

Eram bons nisso. Eram fortes, rpidos e claramente tinham

alguma prtica.

Ento o senti antes de v-lo em volta da tenda. Aquela

energia crua, brutal.

Lahn estava vindo.

Olhei em volta e ento o vi se mover na minha direo

vestindo nada alm do calo, suas botas, o cabelo ainda preso na
trana que fiz nele no dia anterior.

Ele se movia bem, notei. Tinha sido treinado desde que era
um garotinho para saber o que o seu corpo podia fazer e comandar
cada centmetro dele e foi exatamente assim que pareceu quando
se moveu.

Todo aquele poder estava sob seu completo controle.

E agora sabia, de uma maneira que nunca quis saber, quanto

poder ele detinha.

Seus olhos focaram em mim no segundo que entrei na sua

linha de viso e, no mesmo instante, peguei sua expresso
vacilante.

285
 Ele me deixou marcada. Eu sabia. No tinha um espelho, mas
no precisava ver sua reao ao ficar ciente disso. A pele na minha
bochecha estava machucada a tal ponto que at mesmo o mais
leve toque causava uma dor significativa e estava to inchada que
sentia a pele esticada, ao ponto de se romper. Mas, mesmo que
no conseguisse sentir, vi nos olhos das minhas meninas no minuto
em que me viram naquela manh e, em seguida, durante todo o dia,
nos olhos daqueles que se movimentavam em torno de mim. Ou,
mais alm, aqueles olhos em rostos que no sorriam para mim,
nem cumprimentando com a cabea, mas evitando o meu olhar e,
depois de ver a marca do meu marido, desviando rapidamente o
olhar.

Notei que, mesmo hesitante, o seu andar no fraquejou

quando caminhou at mim. E inclinei a cabea para trs para
observar quando ele no hesitou em se curvar, a mo dele
procurando a minha, segurando-a e, sem dizer uma palavra, me
puxou gentilmente para ficar de p.

Comeou a nos guiar, com a mo segurando a minha e ainda

sem dizer nada, mas gritou; Teetru, Ghost e, com duas
palavras curtas deu a ordem para a escrava ocupada parar suas
tarefas importantes para cuidar do meu animal de estimao.

Ele caminhou em torno da nossa tenda, agora desmontada, e

com a mudana, vi que a rea estava se tornando rapidamente uma
clareira e corri para acompanh-lo. Desta vez, sem nenhum
protesto. Desta vez, sem falar uma palavra.

Mas soube que girou a cabea porque senti seus olhos em

mim, em seguida, sua mo apertou a minha e sua marcha

286
desacelerou, assim eu no tinha meio que correr para acompanha-
lo.

Nem mesmo olhei para ele. Diminu o passo e mantive os

olhos nas minhas sandlias.

Entramos em uma rea onde no havia tendas ou pertences

para arrumar, mas a atividade parecia mais extrema, ento olhei
para cima e vi que estvamos nos limites da Daxshee, que
desaparecia. Havia fileiras de carroas sendo carregadas e tambm
uma fileira de cavalos espera.

Imediatamente vi o do Lahn em primeiro lugar, porque era,

pelo menos, um tanto mais alto do que todo o resto, uma besta
visivelmente poderosa, grande, rgia, absolutamente perfeita para
ele. Em segundo lugar, vi o corcel do Lahn, porque ao lado dele
estava um cavalo branco de ofuscante beleza como nunca vi na
minha vida e passei algum tempo perto de cavalos.

Meu pai tinha economizado e guardado dinheiro para me dar

lies de montaria desde quando eu tinha onze anos at os
quatorze. Fez isso porque me amava e fez isso porque tinha uma
filha que perdeu a me e queria que ela tivesse o que mais queria
no mundo. Eu queria minha me de volta, mas j que era
totalmente impossvel, aulas de equitao teriam que ser
suficientes. Quando percebi o quanto estava custando ao meu pai,
e quo pouco ele podia dispender, pedi a ele para parar de pagar
por aquilo. Mas reservei algumas horas de passeio em um cavalo
todo fim de semana pelos prximos dois anos e o comprei em troca
de remover o esterco de seis baias de cavalo, a fim de obt-lo.

287
 E, por ltimo, sabia que o cavalo era do Lahn porque Diandra
e Seerim estavam de p na frente dele.

Procurei no rosto dela e no seu corpo por sugestes que

Seerim tinha batido nela tambm, pela raiva que aparentou na
ltima noite, mas no tinha nenhuma. No entanto, no minuto que
seus olhos puderam ver meu rosto claramente, sua face suavizou,
seus ombros caram um pouco e, mesmo nesta distncia, vi seus
olhos ficarem midos.

Sim, definitivamente, absoluta e verdadeiramente, gostava da

Diandra e se alguma vez casse fora deste mundo esquecido por
Deus, ia sentir falta dela.

Lahn nos guiou at a Diandra e Seerim, ento parou.

Largando minha mo, colocou o brao em volta dos meus ombros e
me virou, para que a minha frente estivesse voltada para o seu
lado. Estando vista do seu povo e sem escolha, deslizei os braos
ao redor da sua cintura e olhei para a Diandra, cujos olhos estavam
em mim quando Lahn falou.

Em seguida, Diandra traduziu. Ele me pediu para vir at

aqui para traduzir para ele.

Mandou, voc quer dizer respondi e ela apertou os

lbios.

Em seguida, sussurrou: Sim, Dahksahna Circe.

Ela me chamou pelo meu ttulo, como se agora no fosse

apenas minha amiga, mas estava na presena do seu rei.

Balancei a cabea; ela acenou para mim, em seguida, olhou

para o Lahn.

288
 Me virou em direo ao cavalo branco e estendeu um longo
brao para pegar a rdea do cavalo, fazendo isso sem me soltar.
Ele virou o reluzente focinho branco do cavalo, um focinho que era
to branco que parecia que uma aura do mais incrvel azul gelo
brilhava a partir dele, para perto de ns e falou.

Este o meu presente para a minha tigresa Diandra

falou e meus olhos voaram para o Lahn, que ainda estava falando.
Quando a Horda cavalga, sua rainha cavalga.

Olhei para ele sem dizer uma palavra. Ento, lentamente,

meus olhos se moveram para a bela besta na minha frente.

Lahn falou e assim o fez Diandra. Ela no tem nome, Circe.

Balancei a cabea, meus olhos ainda no cavalo, e levantei a

mo cautelosamente para o seu focinho. Ela permitiu o toque, ento
eu a acariciei.

Ei, menina disse suavemente.

Ela ergueu a cabea ligeiramente, o movimento controlado

pela mo do Lahn ainda no freio, mas minha mo voou para longe,
em seguida, ela voltou e roou minha mo com seu focinho, ento
sorri para ela e a acariciei novamente.

Voc linda sussurrei, me aproximando, o brao do

Lahn me soltou, ele largou a rdea e ela rocou o lado da minha
cabea suavemente. Sabe, no h nenhum nome que consiga
expressar sua beleza, ento por que no tentamos nomear seu pelo
disse a ela. Como voc se sente sobre Zephyr9?

9
Brisa leve.

289
 Ela levantou a cabea de novo, balanou-a brevemente, em
seguida, consegui trs movimentos para baixo e para cima.

Aprovao.

Sorri para ela, segurei o focinho com uma mo de cada lado e

o abaixei, para ficar olho a olho.

Ser Zephyr ento falei, ela bufou o que esperava ser

sua aprovao (infelizmente, no conseguia entender esta besta
neste mundo) e meu sorriso se alargou.

Lahnahsahna Lahn chamou e fechei os olhos, dei um

ltimo tapinha na Zephyr, em seguida, a soltei e me virei para o
meu marido, inclinando a cabea para ver seu olhar.

Ele no hesitou em me puxar delicadamente para os seus

braos. Coloquei minhas mos levemente sobre a pele quente do
seu peito, em seguida, ele falou e a Diandra tambm.

Ela agrada voc?

Meena respondi em sua lngua.

Bom respondeu baixinho na minha lngua e senti meu

corao contrair.

Ento seus olhos se moveram sobre meu rosto e segurou a

minha bochecha. Ele a estudou por longos momentos antes de
novamente olhar nos meus olhos e falou baixinho.

Diandra traduziu. Eu no gosto quando minha tigresa

chora.

290
 Ento no devia t-la feito chorar, pensei, mas no dei
nenhuma resposta verbal.

Ele esperou por ela, mas no a dei. Ele era um homem que
podia ter tudo o que quisesse e, se no, era um homem forte o
suficiente para aguentar isso.

Exceto uma coisa.

Eu.

Ele suspirou. Ento levou a mo at a minha mandbula e seu

polegar varreu a pele sobre a contuso em um toque suave como
um sussurro, que ainda causou uma pontada de dor, o que levou
minhas sobrancelhas a se erguerem em protesto. Pegou o
movimento e sua mandbula enrijeceu.

Em seguida, falou de novo e a Diandra traduziu. No gosto

que a minha rainha leve a minha marca.

Ento no devia t-la marcado, pensei, mas permaneci em

silncio.

Ele esperou. No lhe dei nada alm do meu olhar.

Em seguida, falou de novo, desta vez um murmrio, como se

falasse para si mesmo, mas Diandra ainda assim traduziu. Ela
mantm at mesmo suas garras escondidas de mim.

Certo pra caralho, pensei, mas no emiti um som.

Seus olhos me focaram atentamente e ento falou mais um

pouco. No tenho nenhuma dvida que vou ganhar muito em
breve suas garras novamente, minha tigresa.

291
 No prenda sua respirao, silenciosamente aconselhei.

Ele esperou e eu tambm.

Em seguida, falou de novo e a Diandra disse: Muito bem,

minha Circe, vou lhe permitir um tempo para se retrair e lamber
suas feridas.

Bem, muito obrigada, imbecil, pensei sarcasticamente.

Ele observou meu rosto, puxou uma respirao e a soltou

lentamente. Ento, me puxou para mais perto, seus braos ficando
mais apertados, se inclinou, cochichou alguma coisa no meu ouvido
que no entendi e a Diandra no ouviu.

Ento, de repente, seu corpo ficou tenso, ergueu a cabea e

olhou por cima do ombro. Em seguida, abaixou um brao e se virou
para o meu lado.

Foi quando vi a Nahka, carregando a beb amarrada a ela no

peito, sua mo segurando o pequeno menino. Ele tambm tinha
uma mo segura pela Narinda, que estava vindo com a Nahka, o
menino entre elas. Pareciam estar correndo, mas no era fcil com
o menino as atrasando.

Na frente deles, h pelo menos cinco passos, havia um

guerreiro com uma expresso grave, carregando uma caixa longa e
achatada, feita de madeira brilhante, seus olhos estavam em mim e
parecia estar vindo na nossa direo.

O que era isso?

Meus olhos se voltaram para a Narinda, que estava sorrindo

para mim, e soube no minuto que viu a minha marca porque seus

292
lbios se entreabriram, seus passos vacilaram, em seguida, olhou
de relance para o Lahn e suas feies ficaram cheias de medo.

Mas Nahka continuou arrastando seu menino e Narinda no

teve escolha a no ser continuar caminhando.

O homem parou na frente do Lahn com algo obviamente em

mente, no esperou para falar e Diandra imediatamente comeou a
traduzir.

Dax Lahn, vou ter uma conversa com sua esposa

afirmou.

Voc vai ter uma palavra comigo primeiro Lahn

respondeu, seu significado claro.

Ento voc no ouviu nada o homem declarou.

Ouvi o qu? Perguntou Lahn.

Ontem, na frente da minha esposa e de muitas outras

testemunhas, a nossa verdadeira rainha dourada salvou a vida do
meu filho.

O brao do Lahn no meio das minhas costas enrijeceu. Em

seguida, Diandra traduziu o seu: O qu?

Ele no estava respirando. Ela executou uma manobra que

disse que aprendeu na sua terra e expulsou um pedao de carne
com o qual estava engasgado. Se ela no tivesse feito isso, meu
filho no teria vivido para servir a sua Horda explicou o homem e
senti os olhos do Lahn sobre mim.

Isso verdade? Perguntou e olhei para ele.

293
 No foi nada disse baixinho e Diandra traduziu, em
seguida, continuou fazendo isso enquanto palavras voavam da
boca do guerreiro.

Eu no concordo, minha rainha, que no foi nada, pois o

meu filho vive hoje, em vez de ser preparado para sua pira o
homem declarou e olhei do Lahn para ele.

Humm... murmurei.

Diandra no traduziu meu murmrio mas traduziu as palavras

dele.

Eu sirvo meu rei, sirvo minha Horda e, antes de ontem,

como era meu dever, servia minha nova rainha. Agora, minha dvida
com voc nunca vai ser paga. Minha famlia continua forte. Minha
esposa no espreita debaixo do vu do luto. Temos nosso tempo
com ele antes que ele nos deixe para tomar a pintura. Os deuses o
abenoaram, ele vai viver para reunir a sua prpria recompensa e
derramar a semente dele em sua esposa para garantir o futuro da
Horda, como tenho feito e meu pai fez antes de mim. Isso no
nada, isso tudo, minha rainha, e quando voc deve tudo, uma
dvida que no pode ser reembolsada.

Hum... sussurrei tudo bem.

Mas, mesmo assim, com o consentimento do Dax Lahn, lhe

ofereo um presente afirmou, em seguida, abriu a caixa e pisquei
enquanto o sol brilhava na prata reluzente e nas pedras preciosas.

Ento a encarei com a boca aberta.

Era uma adaga feita com perfeio, de prata reluzente com o

punho inteiramente coberto de pedras preciosas. Elas no eram

294
lapidadas rudemente, mas, perfeitamente trabalhadas, por isso seu
brilho refletia em todos os lugares. Havia esmeraldas e safiras em
abundncia, mas tambm havia diamantes e no uma pequena
quantidade deles. No era pequena, no era grande, mas somente
o nmero e o tamanho das pedras a tornavam obviamente valiosa e
sua perfeio, mesmo para algum como eu, que nada sabia sobre
isso, no podia ser negada. No meu mundo, essa coisa teria o valor
de dezenas de milhares de dlares. Talvez centenas de milhares.

Caralho!

Olhei para ele e comecei: No posso mas ele (e a

Diandra, por consequncia) me interromperam.

A prata e joias foram retiradas das entranhas de Korwahk,

mas o arteso que a criou vem da sua terra. Valeariana e
simboliza a nossa rainha, uma vez que de Vale, agora Korwahk,
unidos para sempre para criar beleza.

Isso foi to bonito (embora falso) que as lgrimas brotaram

dos meus olhos e sussurrei: Foi apenas uma manobra de
Heimlich. Srio. Um monte de pessoas da minha, uh... terra sabem
como faz-la.

No qualquer coisa, minha verdadeira rainha dourada

ele respondeu.

Lahn falou baixinho com um aperto nas minhas costas e

Diandra traduziu. Aquiete seus protestos, minha cora, e aceite o
punhal. Voc desonra o Bohtan ao hesitar.

Rapidamente, minhas mos se ergueram, Bohtan colocou a

caixa nelas e pisquei por causa das lgrimas quando olhei para ele.

295
 Eu... eu no sei o que dizer sussurrei, Diandra traduziu
minhas palavras e a resposta dele.

No diga nada, minha rainha, exceto que dar sua graa

em nossa tenda, no futuro, fazendo minha esposa rir e fazendo-o
casualmente, como o fez mesmo apenas algumas horas depois que
salvou a vida do nosso filho.

Eu, humm... ok respondi, suas feies srias se

desfazendo quando sorriu para mim.

Retribu o sorriso.

Ento olhou para o Lahn, ergueu o queixo falando Kah Dax

se virou e se afastou. Eu o vi se aproximar da Nahka, que tinha
parado h alguns metros de distncia, pegou o filho nos braos
musculosos, o empoleirou no seu quadril, jogou o outro brao em
volta da Nahka e a levou embora. Ela olhou para trs e acenou,
assim como seu filho. Acenei de volta.

Narinda permaneceu presa ao cho, olhando para mim e

estava prestes a dizer alguma coisa para ela antes de ouvir o Lahn
vociferar e meu corpo enrijeceu. Comecei a prestar ateno
minha volta e vi que o Eunuco estava perto e, claramente, tinha
estado h algum tempo, tinha algo a dizer tambm, e estava
ganhando tempo para falar.

Mas seus olhos correram para mim duas vezes no breve

tempo que o meu repousou sobre ele e algo sobre isso me pareceu
errado.

296
 Antes que pudesse comear a analisar isso, ele falou e
Diandra traduziu. A Daxshee est quase pronta, Rei Lahn,
partimos em uma hora.

Dohno Lahn murmurou com um levantar do queixo, o

Eunuco inclinou a cabea e seus olhos dispararam para mim, mais
uma vez, antes de se virar e se mover rapidamente para longe.
Perdi-o de vista quando Lahn me virou para ele de novo, ambos os
braos minha volta e olhei para ele enquanto falava e a Diandra
traduzia. Ns montaremos em breve sob um sol que ainda
mantm calor. Vai ficar bem na Zephyr ou precisa ir coberta?

Zephyr respondi de imediato, ignorando o fato que

estava sendo solcito e, portanto, doce.

Lahn prosseguiu depois de um aperto dos seus braos.

Minha tigresa, o rosado em sua pele se transformou em mel, mas o
sol vai arder por quatro ou cinco horas ainda antes de perder sua
fora. No desejo que se queime outra vez.

Vou ficar bem assegurei a ele e o faria. O sol do final da

tarde era muito diferente do que ficar sentada sob ele o dia todo, j
tinha um bronzeado bsico na pele e, de qualquer maneira, tinha
que fazer alguma coisa sobre aquelas linhas de bronzeado no meu
rosto. No tinha visto eu mesma, mas devia estar parecendo uma
aberrao.

Promete? Insistiu e encarei os olhos dele.

Prometo, meu rei, vou ficar bem. Disse e a mandbula

dele se contraiu.

Em seguida, murmurou: Nahna Dax.

297
 O seu rei. No apenas Lahn.

Ele no gostou disso, podia afirmar.

Tanto faz.

Mantive o seu olhar enquanto esperava. Ele encarou meu

olhar enquanto alguma coisa atravessava o dele.

Ento me deu um aperto e murmurou: Ok, Circe. Veeyoo...

em seguida, mais um monte de coisas que Diandra traduziu
como vejo voc quando montarmos.

Balancei a cabea, ele me deu outro aperto com outro

suspiro, olhou por cima do meu ombro e acenou com o queixo, olhei
alm para ver um guerreiro acenar com a cabea e seguir em nosso
caminho.

Meu guarda.

Ento ele me soltou.

Me afastei rapidamente, fechando a caixa e colocando-a

debaixo do brao, ento Diandra veio instantaneamente para o meu
lado.

Antes que pudesse dizer uma palavra, eu falei.

Voc est bem? Perguntei e ela piscou.

Perdo, minha querida?

O seu marido te bateu na noite passada? Esclareci.

No! Exclamou ela. Claro que no.

Ele estava furioso lembrei.

298
 Estava, Circe, mas s gritou comigo, eu gritei tambm,
porque, voc estava certa, nenhuma de ns sabia que estvamos
fazendo nada de errado. Foi tudo inocente. Levou algum tempo
para acalm-lo, faz-lo me ouvir, mas consegui e ele percebeu que
foi um erro inocente e tudo ficou bem.

Ento ele no bateu em voc? Perguntei e ela me olhou.

Em seguida, respondeu tranquilamente: No mais, minha

querida em seguida, rapidamente e j faz algum tempo.

Certo murmurei.

Minha Deusa! Ouvimos e ambas as nossas cabeas

viraram para a Narinda, que estava parada na nossa frente e
teramos passado por ela se no parssemos. Ela levantou a mo
trmula em direo minha ma do rosto, em seguida, a abaixou,
segurou a minha mo e me puxou para perto. Oh, Circe
sussurrou. Que diabos aconteceu?

Eu desagradei meu marido ontem noite disse a ela

rapidamente, Narinda recuou em choque, o rosto empalidecendo
instantaneamente e Diandra prendeu a respirao.

Virei para ela, que tinha aberto a boca para falar.

E sabia que estava por vir, ento perdi a calma.

No sussurrei em um tom cortante balanando a cabea

ao mesmo tempo que lgrimas brotavam em meus olhos... No
faa isso. No me diga mais sobre como este lugar, como essas
pessoas trabalham, o que fazem, quais so as suas tradies. Sem
mais explicaes sobre quem so e por que se comportam da
maneira que se comportam. Ela piscou com mgoa bvia, me

299
soltei da Narinda, me virei completamente para a Diandra e agarrei
a mo dela, apertando forte. Eu adoro voc, minha amiga, voc
j possui um pedao do meu corao, mas voc e eu sabemos que
no h desculpa para o que ele fez na noite passada, no h
explicao Korwahk que alivie as maneiras dele e do seu povo, que
justifique desencadear sua fria em mim do jeito que ele fez. Voc
no pode olhar para o meu rosto, ver a sua marca, conhecer a
mulher que eu sou e achar que eu poderia aceitar, no importa o
quo errado ele ache, qualquer coisa para faz-lo bater em mim da
forma como me bateu, e que isso seria aceitvel, de qualquer
maneira. Voc sabe disso, Diandra apertei sua mo e apertei
com fora. Voc sabe.

Circe sussurrou, apertando a minha mo de volta por

favor, me escute. H coisas que voc no sabe. Coisas que voc
ainda tem que aprender. Coisas que o Lahn sabe, e Seerim me
disse ontem noite que ele estava louco de preocupao-

Sacudi a cabea com fora, a soltei e dei um passo para trs.

No. No, eu no vou ouvi-la agora. Talvez mais tarde, quando
no sentir a dor das costas da mo dele esmagando meu rosto,
mas no agora.

Em seguida, o mais rpido que pude, antes que ela pudesse

dizer outra palavra e sem olhar para nenhuma das duas, corri de
volta para onde a minha tenda costumava estar.

Meu guarda me seguiu.

300
 Olhei para as estrelas l em cima e havia um monte delas.
Elas cobriam o cu escuro em um piscar de luzes que era de tirar o
flego. Nunca tinha visto nada parecido. No na minha vida.

Em seguida, movi as pernas e meu corpo inteiro protestou.

Cavalgamos desde a tarde at a noite. Fazia anos desde que

tinha estado em um cavalo e meu corpo no estava acostumado a
isso. Esqueci o quanto montar esgotava fisicamente. Agora me
lembrava.

No montamos acampamento. Uma vez que paramos,

desmontei da Zephyr, um menino robusto veio imediatamente para
lev-la embora e depois Teetru estava l, segurando minha mo.
Minhas meninas me deram gua para lavar as mos e o rosto, me
serviram uma refeio simples de carne seca, queijo, po srio e
frutas secos com um copo de gua e um clice de vinho. Comi tudo
e fui levada, com as roupas que usei naquele dia, para uma pilha de
peles que presumi ser a minha cama. Estavam ao ar livre, assim
como a de todos os outros que estavam se deitando, embora um
pouco afastada das demais.

No era f de acampar, embora fosse uma campista

experiente. Era a nica filha de um homem que, como um homem,
gostava de pesca, caminhadas e essas merdas. Ento, me levava
com ele. Mas nunca tinha dormido sob as estrelas e no sabia se
queria. No estava em Roma, mas em Korwahk e, portanto, tinha
que fazer o que os Korwahks faziam. Assim, seria a cama sob as
estrelas mesmo.

Tirei minhas sandlias e deslizei sob a coberta de cima.

Foram arrumadas em um pedao de pedra lisa, mas havia um

301
monte delas (me dando uma compreenso do por que Lahn tinha
uma enorme pilha em sua tenda), por isso, embora no fosse a
cama mais macia na qual j tinha estado, no era dura como pedra
tambm, e meu corpo dolorido estava feliz em descansar.

As meninas tinham dobrado algumas peles na parte superior

para fazer as vezes de travesseiros e eu deitei de costas e olhei
para as estrelas.

J tinha visto o Lahn naquele dia, vrias vezes. Ele andava

principalmente na parte da frente da fileira de centenas de cavalos
que era seguida por pelo menos o dobro da quantidade de
carroas, mas costumava voltar para cavalgar ao lado dos
guerreiros e falar com eles. Peguei seus olhos em mim duas vezes,
mas nenhuma vez chegou perto de mim.

Eu cavalgava com as mulheres, que seguiam atrs dos

homens. Fiz isso, mas o fiz evitando a Diandra em sua montaria
porque me sentia mal pelo meu desabafo. No que as minhas
palavras estivessem erradas, s que devia ter pensado antes de
atir-las em uma mulher que tinha sido mais nada alm de gentil
comigo.

Perdi o Lahn de vista no minuto em que paramos e no o

tinha visto desde ento.

As estrelas foram ficando fora de vista porque minhas

plpebras estavam se fechando quando ouvi as botas do Lahn se
aproximando. Me virei para o meu lado, longe do lado dele nas
cobertas ouvindo, uma aps a outra, as botas batendo na pedra.
Em seguida, a coberta de cima sendo mexida. Nem um segundo

302
mais tarde, fui arrastada sob as peles e meu corpo foi puxado para
a curva de um corpo grande, quente e duro, s minhas costas.

Ele falou em voz baixa na parte de trs do meu cabelo

enquanto sua mo deslizava para o topo do meu seio e parava.
Continuou falando e esperei que ele fosse fazer alguma coisa. Seria
bem tpico dele tentar ter relaes sexuais comigo com centenas de
pessoas acampando h apenas alguns metros de distncia.

Mas o polegar no deslizou at o meu mamilo, sua mo me

segurou carinhosamente enquanto continuava a falar palavras, a
maioria das quais eu no entendi.

Ento parou de falar, sua cabea se moveu, senti a barba

contra a pele do meu pescoo enquanto ele usava o queixo para
afastar meu cabelo e ento senti sua lngua degustando a parte de
trs da minha orelha, descendo pelo comprimento do meu pescoo
e ainda mais para baixo, at o meu ombro.

Ao longo da sua jornada, me preparei contra o arrepio e

felizmente consegui evit-lo.

Na altura do meu ombro, esfregou os cabelos longos com o

queixo barbudo para frente e para trs, o que pareceu doce e
agradvel e fez meu nariz arder com lgrimas que, desta vez,
segurei com muita fora de vontade.

Ele fez isso por um longo tempo como se estivesse olhando

para a escurido em profunda contemplao, ao mesmo tempo me
dedicando uma carcia cautelosa, que ainda era, no entanto, uma
carcia.

303
 Em seguida, o brao que estava minha volta me puxou para
mais perto dele, que se acomodou nas peles, inclinou o corpo
grande ligeiramente sobre o meu, at que ouvi sua respirao se
acalmando.

S ento permiti que os meus olhos se fechassem e meu

corpo adormecesse.

304
 Captulo Dezesseis
Ficando Atenta

Cinco dias mais tarde

Estava cavalgando entre as carroas, aquelas que

transportavam as tendas, os pertences e os escravos, que tambm
eram pertences, claro, um fato que achei repugnante e mais uma
outra coisa sobre a qual no podia fazer nada, pois era o jeito do
meu povo.

Esta era a minha nova ttica. No que realmente precisasse

de uma. No tinha falado com o Lahn desde o dia em que me deu a
Zephyr. Claramente tinha negcios de Dax a resolver e tinha sado
das nossas peles de manh, antes que eu acordasse, e em trs das
quatro noites aps a primeira sob as estrelas, estava to exausta da
viagem que acabava dormindo e nem sequer o sentia deslizar ao
meu lado. S sabia que estava l quando acordava no meio da
noite, sentia seu brao em volta de mim, seu corpo quente curvado
contra o meu e ento voltava a dormir. Outra noite eu estava
acordada, ainda era tarde e ele no tentou conversar, nem falar
palavras suaves ou esfregar a barba suavemente contra mim,
apenas me aconchegou contra ele e estava dormindo dentro de
segundos e, pouco depois, eu tambm.

305
 Mas agora, dias mais tarde, j fazia tempo que vinha evitando
a Diandra, e tambm a Narinda, que viajavam com as mulheres que
estavam nas carroas e tinham estado afastadas desde que tinha
falado com qualquer uma das duas, era um tempo muito longo.

Ferrei tudo. Tinha sido extremamente emotiva, em seguida,

fiquei fechada em mim mesma por vrios dias e estava passando
do ponto de ser rude, no me desculpando e passando tempo com
minhas amigas. Eu era sua rainha, podia ser que no pudessem se
aproximar de mim e, certamente a Narinda no podia, j que no
tinha uma montaria. Mas eu podia fazer o que queria (mais ou
menos) e no tinha me aproximado delas.

Ento agora eu estava evitando a ambas, e ao Lahn,

cavalgando na parte de trs como uma mocinha.

Meu pai teria ficado puto. Odiava mariquinhas, no era f de

grosserias e sempre me disse que procrastinao era obra do
diabo, especialmente quando voc a pratica depois de reconhecer
que errou.

Maldio.

Pensando nisso, reparei que parecia haver uma comoo

entre os escravos, ento olhei para as carroas ao meu lado e
depois na direo que eles estavam olhando, que era para a frente.
Foi quando vi o guerreiro galopando em nossa direo. Estava bem
distante do espao dos guerreiros; todos eles iam frente com o
seu Dax. Tambm era o guerreiro que vi na tenda, na noite que o
Lahn me bateu.

Merda.

306
 Ele passou direto por mim, mas quando me virei na sela para
ver aonde ia, eu o vi fazer um crculo, retornando rapidamente, em
seguida, se aproximar do meu lado esquerdo. Antes que
percebesse o que estava fazendo fui arrancada da minha sela (sim,
direto para fora da minha sela, enquanto ambos os nossos cavalos
estavam se movendo) e colocada na frente dele. Puxou as rdeas
da Zephyr das minhas mos, ela relinchou com irritao e, em
seguida, tocou os calcanhares na sua montaria, fez um som de
clique com a lngua e samos a galope, Zephyr correndo ao nosso
lado.

Humm. Parecia que a rainha no cavalgava com os escravos.

Assim observei.

Prosseguimos e ele abrandou o galope quando estvamos do

lado do cavalo da Diandra.

Merda!

Em seguida, com ambos os cavalos ainda se movendo, me

colocou novamente nas costas da Zephyr. Antes que eu sofresse
um acidente de cavalo que podia incluir um pescoo quebrado,
rapidamente segurei a beirada da sela (elas no possuam globos
para se segurar) girei a perna e os dois ps encontraram os
estribos. Ele jogou as rdeas para mim, tocou os calcanhares na
sua montaria e partiu em direo aos guerreiros.

Fantstico.

Esses caras. Podiam ter simplesmente agarrado as rdeas e

puxado Zephyr e eu para a frente, mas no. Ele tinha que me tratar
com rudeza.

307
 Eu o observei se afastar, depois, estupidamente, olhei para
alm dos guerreiros, para o lder do bando. Como eu suspeitava, o
lder do bando estava virado na sela. Estava distante, mas
conseguia v-lo e sabia que os olhos do Lahn estavam em mim
porque no podia me perder, o pelo da Zephyr brilhava ao sol como
um farol, sem mencionar que eu era a nica loira no grupo.

Fantstico novamente.

Eu o vi virar o rosto para frente e prendi a respirao.

Ento, sem nenhum motivo para continuar evitando isso e

porque o meu pai me deu educao, desenterrei a cabea da bunda
e virei para a Diandra, cujos olhos estavam em mim.

Ento, disse: Humm... ei.

Ela comeou a rir.

Olhei para ela e, quando o riso diminuiu, seus olhos

encontraram os meus. Nosso rei est ficando impaciente com
sua rainha, posso ver comentou.

Humm... o qu?

Humm... murmurei.

Ela olhou para a frente e anunciou: Levou anos antes do

Seerim ver os erros dos seus caminhos, colocando as mos em
mim com raiva. No fez isso muitas vezes, mas quando sentiu
necessidade, no hesitou em faz-lo. Foi s depois que me bateu
to forte que meu nariz sangrou que ele parou. Algo sobre derramar
o meu sangue afetou alguma coisa nele e nunca mais fez isso de
novo. Nem uma vez. Na verdade, quando ele ficava com raiva, tudo

308
o que eu tinha a fazer era recuar, pensando que poderia me bater e
sua raiva desaparecia ela levantou a mo e estalou os dedos
apenas assim. Parece, minha querida, que nosso rei est
aprendendo essa lio muito mais rpido que o meu Seerim.

Eu no estou tentando lhe dar uma lio falei

suavemente e com toda sinceridade.

Bem, talvez no, mas est fazendo isso, de qualquer

maneira respondeu ela.

Inspirei profundamente. Diandra Comecei enquanto

expirava, querendo pedir desculpas, mas mais do que isso,
querendo dar a ela uma desculpa, e seus olhos bondosos vieram
at mim.

No fale sobre isso ela sussurrou. Eu me lembro,

minha linda Circe, foi h muito tempo, mas me lembro do tumulto na
minha mente quando fui trazida para c, reivindicada e forada a
uma vida que no entendia. Estou h vinte e dois anos com essas
pessoas, constru uma vida com o meu marido, vim a am-lo
profundamente, construmos uma famlia e me tornei uma Korwahk.
Mas tive muito tempo para me adaptar. Eu era como voc, h
muitos anos atrs, e me lembro porque algo que no se esquece.
Voc est indo muito melhor do que eu e estou muito orgulhosa de
voc, mas nossas emoes tiram o melhor de ns de vez em
quando e, se voc no puder se permitir fazer isso com as pessoas
que se preocupam com voc, est em apuros.

Senti meus olhos se encherem de lgrimas Diandra-

309
 Embora me interrompeu com um brilho nos olhos eu
no tivesse uma excelente intrprete para guiar o meu caminho,
como voc tem. Assim, alm de estar orgulhosa de voc, tambm
estou bastante orgulhosa de mim, porque tanto quanto posso
afirmar, estou fazendo um excelente trabalho.

Ento ela sorriu largamente e, com isso, fui eu quem deu uma
gargalhada.

Quando meu riso se transformou em uma risadinha eu a vi

sorrindo, olhando para frente, e ela notou. Voltaremos a acampar
esta noite, tenho certeza disso.

Perdo? Perguntei.

Voc tem uma risada muito atraente, minha querida,

como uma cano que toca o prprio ar, viajando para longe,
suspeito, considerando que ao mesmo tempo que voc fez isso,
seu marido se voltou em sua montaria e a observou. Estou ficando
velha, mas a minha viso muito boa e, por sua carranca, acho que
no ouve seu riso h algum tempo e sente falta, o quer para ele
mesmo e, portanto, sendo da Horda, quando quer alguma coisa, vai
fazer algo sobre isso. Ento, acamparemos esta noite. Tenho
certeza.

Custou muito esforo da minha parte, mas meus olhos no se

moveram para o Lahn enquanto repetia: Perdo?

Ela olhou para mim. Voc recebeu suas atenes desde o

nosso desagradvel... humm, incidente?

Humm... no murmurei.

Acho que ele sente falta disso tambm afirmou.

310
 Senti meu estmago revirar.

Diandra, eu acho que... bem, na verdade, no acho que j

ri com o Lahn e ele pode ter a ateno que quiser de vrias Xacto
que seguem na parte de trs deste comboio.

Voc no tem que ter algo para querer ou precisar, mas

quando tem algo que gosta... muito... e isso levado embora, e
voc quer isso de volta, pode se tornar uma fome. Seu marido est
com fome, Circe. Os guerreiros no permanecem muito tempo com
fome antes de encontrar maneiras de ameniz-la, ento ele vai
precisar da tenda porque voc vai precisar da sua tenda para o que
ele pretende fazer, ento acamparemos hoje noite ela repetiu.
Tenho certeza disso.

Prendi a respirao e olhei para a frente.

Esta no foi uma grande notcia.

Agora, minha querida, antes de encarar o que vai enfrentar

hoje noite, voc deve se preparar afirmou, e eu sabia o que
estava por vir.

Diandra, no tenho certeza se estou pronta-

Pronta ou no, Circe, voc no tem escolha. Voc rainha

e deve saber disso como rainha, mas voc casada com o rei e
deve entender o que o impulsiona, e deve entender tudo isso pelo
seu casamento, para o seu marido, para o seu povo e para voc.

Suspirei. Ento murmurei: Tudo bem, minha amiga, vamos

acabar com isso.

Circe, estou tentando mant-la viva.

311
 Pisquei, ento girei minha cabea na direo dela.

Ento, inspirei. O qu?

Ela estava olhando para mim, viu que tinha a minha total
ateno, portanto, balanou a cabea antes de seguir em frente
novamente. J expliquei bastante sobre Korwahk e seu povo.
Eles so selvagens, primitivos at, em alguns aspectos. No tm
nenhum governo, mas tm riquezas, tm terras e tm um rei. Esse
rei no tem nenhum tribunal, mas isso no significa que no h
intrigas na corte e na poltica.

Olhei para a frente tambm, e disse: Diandra, querida, no

estou entendendo.

Aquele homem, Geoffrey, voc lembra dele?

Olhei para ela de novo e quando olhou para mim, assenti.

Ela olhou para a frente e o fiz tambm quando continuou.

Ele de Middleland. Middleland governada pelo rei Baldur. Ele
assumiu o reino muito jovem e governou antes de eu deixar o Vale,
mas o Seerim tambm me fala sobre como ele conhecido agora,
porque um homem ganancioso, mau e at mesmo cruel. Pouco se
importa com o seu povo, mas faz tudo por uma grande quantidade
de ouro. E terras. E quaisquer tipos de riquezas nas quais pode
colocar as mos. Os tipos de riquezas que Korwahk tem em
abundncia.

Oh, merda.

Como era tpico dela, Diandra prosseguiu. J tinha visto

esse Geoffrey, no com frequncia, mas o vi mais de uma vez.
Agora, h muitos homens que vm de longe para assistir a Caa

312
Esposa. So desprezveis; vm por motivos srdidos e no tm
honra. O Dax no se preocupa com eles. Seu foco A Horda e eles
trazem moeda que usam com seus comerciantes, ento ele permite
isso.

Havia notado aqueles homens. E qualquer homem que

observa uma Caa Esposa como um espectador de esportes,
definitivamente, no tem honra.

Diandra prosseguiu. Alm disso, h outros homens que

vm at aqui para estudar a Horda, suas prticas e o povo
Korwahk. Geralmente por razes acadmicas, mas essas razes
tambm podem ser nefastas. Estes homens, o Dax considera com
cuidado antes que lhes permita observar, mas no compartilha
nada abertamente com eles. cauteloso sobre o que aprendem e
tudo o que aprendem, ele controla. No seria bom o treinamento e
as tticas serem revelados. A Horda um sucesso porque ningum
conhece a totalidade do que forma um guerreiro e como guerreiam.
Na verdade, voc provavelmente no reparou, mas no havia
estranhos na seleo de guerreiros ou no que se seguiu
celebrao e nunca h. proibido. Outro motivo da visita do
Geoffrey para voc no ter sido recebida positivamente e, se voc
no tivesse sido escolhida a nova rainha dos Korwahk antes da sua
reivindicao, tendo sido recentemente reivindicada em um rito que
lhe afligiu, altamente provvel que ficaria alarmada com qualquer
tipo de violncia perto da sua pessoa, e tambm altamente
provvel que a sua guarda de honra teria lidado com ele de forma
diferente e rapidamente. Ns no o vimos desde ento, e no
preciso me esforar muito para adivinhar o porqu.

313
 Oh, Deus. Tinha a sensao que o Geoffrey foi apagado. Que
idiota.

Ento continuou h homens que vm como

embaixadores de outras terras. O Dax lida com eles, tambm.

Uau. Havia muito mais neste negcio de Dax do que percebi.

Diandra prosseguiu. Tenho poucas dvidas que a notcia

que o Dax instalou sua Dahksahna ao seu lado uma notcia que
viajou para muito longe. J fazem duas semanas, mas cavalos
foram selados e barcos foram enviados com mensagens e
mensageiros. A notcia vai viajar por esta terra em poucos meses e
muitos ficaro chocados no momento que for relatada. E esta
notcia vai ser aquela que a nossa nova rainha a rainha dourada
da lenda. Isso faz de voc uma mercadoria valiosa, minha querida.

Senti o gelo deslizar por minhas veias enquanto olhava para

ela novamente. Uma mercadoria?

O que o povo de Korwahk e a Horda iriam negociar se sua

rainha dourada fosse sequestrada e mantida refm em troca de um
resgate? Perguntou e pisquei.

Oh, meu Deus sussurrei.

Presa e torturada, partes suas negociadas pelas riquezas

naturais na esperana de t-la de volta viva, se no intacta?

Olhei para a frente novamente e engoli.

As riquezas no seriam negociadas, Circe, voc deve

entender isso. A Horda cavalgaria e sangue seria derramado. Uma

314
grande quantidade. Guerreiros cairiam, vivas surgiriam, crianas
perderiam os pais.

Ok eu ainda estava sussurrando. Estou entendendo.

No, no est, nem a metade de tudo isso Diandra

respondeu, fechei os olhos e os abri quando continuou falando.
Esse Geoffrey achava que voc era de Middleland e estava tendo
problemas para se adaptar, fervilhando com a sua reivindicao,
odiando seu rei. Ele disse que era seu amigo, mas queria ganhar a
sua confiana, mesmo que no fosse digno de confiana, a fim de
vir-la contra o seu povo, para sussurrar no ouvido dele seus
segredos, lhe fornecer as informaes que precisa para dar ao
Baldur para tomar estas terras e suas riquezas, e faz-lo
exterminando a Horda.

Ok repeti com voz trmula: Compreendo.

No, sinto muito, Circe, voc no compreende disse

baixinho. Ele um de muitos. Homens de qualquer lugar e de
toda a parte vo enviar agentes para fazer o mesmo. At mesmo
entre os cavaleiros desta caravana h aqueles que conspiram
contra o Dax e, para eles tambm, voc vai ser um instrumento
para sua queda. Eles vo observar voc, minha cara, e vo
aproveitar qualquer insinuao que voc deixar transparecer que
pode conspirar contra o nosso rei. E, para fazer isso, existem olhos
e espies em toda parte, observando cada movimento seu.
Inclusive agora.

Isso me fez pensar imediatamente no Eunuco, mas meus

pensamentos foram desviados quando a Diandra continuou a falar.

315
 Nosso Dax o nosso Dax, porque forte, porque ningum
pode derrot-lo em uma batalha, mas tambm excepcionalmente
brilhante. Nunca permaneceria sendo o Dax se no continuasse
mantendo a paz, mantendo sua nao rica, e lidando com essas
influncias externas com astcia. Se no o fizesse, e houve aqueles
que no conseguiram, os desafios seriam to grandes que iria
enfrentar um outro choque de espadas antes mesmo do ltimo
guerreiro cair, at que estivesse to exausto, que sua cabea teria
sumido antes que pudesse levantar a arma.

Caramba!

Diandra prosseguiu. O Dax Lahn no teme que voc se

torne uma traidora, teme que voc seja raptada. Voc no sabia e
eu no sabia at que meu marido e eu quase derrubamos nossa
tenda de tanto gritar, mas Seerim informou ao Dax que estvamos
indo para o mercado e o Dax enviou um guarda para nos seguir.
Teetru mandou dizer que estvamos com a inteno de caminhar
pelo acampamento e, novamente, um guarda nos seguiu. A nossa
deciso de ir visitar sua amiga Narinda no foi ouvida pela Teetru,
nem por nenhuma das meninas estavam ao redor, de modo que,
quando samos, elas no nos viram e no sabiam onde estvamos
indo. Quando Teetru nos viu saindo, enviou uma mensagem para o
Dax. Mais tarde, muito mais tarde, ele soube pelo Feetak que voc
estava com Narinda, mas quando Feetak foi at a tenda dela, j
estvamos com a Nahka e ele no fazia ideia de onde estvamos.
No momento em que isto foi descoberto, voc e eu estvamos
caminhando pela Daxshee e, por azar, de alguma forma, desviamos
dos guerreiros que tinham sido enviados para nos encontrar. Este
foi um conjunto extremamente infeliz de circunstncias que,

316
conforme os minutos passavam, especialmente desde que viu o
Geoffrey fazer contato e conhece os caminhos do Rei Baldur, que
geralmente so insidiosos, mas ningum iria critic-lo por ser
violento, deixou seu rei muito ansioso. Ento, no momento em que
chegamos na tenda, suas emoes levaram a melhor sobre ele.

Senti minha boca se contrair e falei atravs dos lbios

apertados: Isso ainda no desculpa.

Sim, minha querida, na sua terra, com o pai que voc

descreveu que teve a sorte de ter, posso ver que acredita nisso,
mas, novamente, lembro-a com alguma hesitao quando sei que
no gosta disto, de estar casada com um guerreiro Korwahk da
Horda.

Me virei para olhar para ela e quando se virou para mim,

fechei os olhos. Isso ainda no desculpa repeti baixinho, ela
segurou meu olhar, ento deu um suspiro antes de concordar.

Olhou para a frente novamente e assim tambm o fiz.

Ento, observei: Voc s est concordando, a fim de

concordar que discordamos, no ?

Parece sensato neste momento respondeu e eu sorri.

Ento, no pude evitar, minha amiga era engraada e depois

de ter compartilhado algumas informaes no to divertidas (para
dizer o mnimo), precisava liberar alguma emoo e decidi que iria
faz-lo de uma maneira melhor desta vez. Ento, comecei a rir de
novo.

Diandra riu junto comigo.

317
 Quando me acalmei, antes que pudesse det-los, meus olhos
foram at o Lahn e vi que estava, novamente, virando a montaria na
minha direo.

Oh, Deus.

Ele chamou algum e desviei o olhar.

Diandra no reparou nisso, podia afirmar, quando pediu

gentilmente: Tenha cautela, minha bela amiga, o que digo.

Balancei a cabea, me virei para ela e a vi tranquila tambm,

muito calma e muito sria.

E ento falei: No concordo com a forma como estas

pessoas, agora minhas pessoas, vivem suas vidas, mas prometo a
voc, Diandra, juro que no faria nada que causasse danos a eles.
Sorri para ela. Ento, sussurrei: Eles so o meu povo, voc
sabe.

Ela retribuiu meu sorriso, em seguida, sussurrou em resposta:

Tenha cuidado, seja atenta e fique segura, minha rainha.

Balancei a cabea, em seguida, ouvi o galope de cascos e

olhei para a frente a tempo de ver o guerreiro de mais cedo voltar.

E agora? Murmurei quando passou por mim, fez a volta

e, novamente, desta vez com um pequeno grito (proveniente de
mim) me arrancou da Zephyr, agarrou as rdeas, ela soltou um
relincho realmente irritado, ele cravou o olhar na Diandra e gritou.
Vayoo!

Ento partimos novamente a galope, mas estvamos indo

direto para a frente da linha.

318
 Direto para o Lahn.

Oh, merda.

O guerreiro desacelerou para um trote, se aproximou do Lahn

e, em seguida, ele me arrancou do cavalo do guerreiro e me
acomodou na frente dele. E, antes que me acomodasse, seu brao
me envolveu com fora, minha bunda deslizou at sua virilha, ele
olhou para o lado e disse alguma coisa.

Olhei para onde estava olhando, vi a Diandra prxima a ns e

o guerreiro se foi, Zephyr cavalgando com ele.

Sim. Oh, isso era uma merda.

Ele deseja que eu traduza para vocs dois, Dahksahna

Circe, Diandra me disse.

timo. Simplesmente timo.

Oh, bem, mais uma vez, no tinha escolha.

Ok, Diandra. Falei suavemente e apontei os olhos para

a frente.

Lahn falou e assim comeou nossa conversa com a Diandra

traduzindo.

Voc vem comigo at acamparmos Lahn ordenou.

L estava. Ns amos montar o acampamento.

Maldio.

319
 Ok, ok respondi com tom irreverente (Diandra no
traduziu e isso me conseguiu um aperto do brao do Lahn quando
falei, provavelmente, porque falei de forma irreverente).

Lahn falou. Enquanto cavalgamos, gostaria de saber um

pouco mais sobre a sua me.

Toda a irreverncia desapareceu, minhas costas ficaram retas

e meus olhos foram at a Diandra. Ela inclinou a cabea para o lado
em um gesto de sinto muito e me virei para olhar para a frente
novamente.

O brao do Lahn me apertou novamente e ele grunhiu.

Circe.

Cedi porque no tinha qualquer outra escolha.

Ok, o que voc quer saber? Perguntei.

Ela foi morta afirmou, mas balancei a cabea.

No, ela no foi morta. Voc pode ser morto em um

acidente. Ela no sofreu um acidente. Ela foi assassinada.

Por quem?

Um assaltante, um ladro. Ela entrou enquanto ele estava

no meio de um roubo; ele virou a arma para ela e a matou.

Foi durante uma guerra? Perguntou.

Nenhuma guerra, ningum mais morreu naquele dia, ele

era apenas um ladro. Foi apenas um dia normal, azar, a mame
estava no lugar errado na hora errada e, em seguida, se foi.

320
 Lahn ficou em silncio por longos momentos. Ento: Voc
tinha sentimentos por ela.

Ela era minha me respondi.

Voc tinha sentimentos por ela repetiu.

Sim. Merda, sim. Tinha sentimentos por ela.

Prendi a respirao, em seguida, falei suavemente. Eu a

amava mais do que tudo nesta terra, exceto o meu pai. Ela era uma
boa me. No, uma tima me. Teve uma morte intil nas mos de
um homem estpido e irresponsvel e vivi com esse conhecimento
por toda a minha vida ou o resto dela quando no a tive mais.

Mais uma vez, ele ficou em silncio por algum tempo. Ento:
E quem tirou a vida do seu pai?

Fechei os olhos.

Um sonho sussurrei.

O qu?

Inspirei profundamente e abri os olhos.

Ele morreu em seu sono falei uma mentira que me

atravessou rapidamente. No sei como.

Ele comandava os homens?

Dei um sorriso triste. Sim, comandava os homens.

Ele era um rei?

Meu sorriso ficou mais triste. Sim, de um pequeno reino.

Ento voc era uma princesa.

321
 Apertei os lbios para reprimir as lgrimas. Ento balancei a
cabea e sussurrei: Sim, eu definitivamente era uma princesa.

E agora voc rainha.

Sim, agora sou rainha.

Seu pai iria querer isso para voc, no verdade? Ele

perguntou e pisquei.

Rapaz, ele orquestrou aquilo muito bem, bastardo inteligente.

Kah Dax comecei, mas parei quando seu brao me

apertou e tirou minha respirao.

Senti seus lbios nos meus ouvidos e ele grunhiu: Lahn.

Lahn ofeguei, o brao dele afrouxou, mas no falei mais

nada.

Isso me rendeu um: Eu lhe fiz uma pergunta, Circe.

No respondi. No, ele no se importaria se eu fosse

rainha. Ficaria feliz se me casasse com um campons, contanto
que me fizesse feliz. Ficaria feliz at mesmo se eu fosse uma
escrava, contanto que passasse meus dias fazendo algo que me
deixasse feliz.

Nenhum rei iria querer isso afirmou Lahn.

Ficaria, se amasse suas filhas.

Voc est errada me informou.

Definitivamente, no estou falei para ele.

322
 Voc est, minha tigresa. Um homem ia querer sua filha
regada com riquezas. Ia querer um exrcito para estar ao seu
servio, para mant-la a salvo de danos. Ia querer que ela tivesse a
adulao de uma nao de pessoas. Ia querer que fosse a consorte
de um lder de homens. E se no pudesse encontrar isso para ela,
ia querer que estivesse na cama de um homem livre, um homem
forte, um homem corajoso, aquele que a proveria e aquele que
tivesse o respeito dos seus irmos. Sou um homem, podemos ter
filhas e isso que gostaria para elas.

Pisquei para a paisagem.

Oh, meu Deus, meu Deus, Deus.

Ser que eu podia?

Oh, meu Deus, Deus, Deus.

Como pude me esquecer do controle de natalidade?

Meu Deus!

Circe? Falou com outro aperto do brao.

O qu? Sussurrei.

Voc ouviu o que eu disse?

Sim. Ainda estava sussurrando.

Voc no tem nenhuma resposta?

No, humm voc est certo. Regada com riquezas, um

exrcito ao seu servio, adulao, associada a um lder. Isso tudo
parece bom. Papai iria lidar com tudo isso.

323
 Lidar? Perguntou Diandra e virei os olhos distrados
para ela.

Gostar. Ele iria gostar disso expliquei, Diandra assentiu

e traduziu.

Olhei para a frente.

Ela est brincando murmurou Lahn (mas Diandra ainda

traduziu).

No disse suavemente e balancei a cabea uma vez.

No, no estou brincando. Mas, a verdade , papai no ia gostar
disso. O que ele gostaria, que um homem quisesse dar isso sua
filha, e que esse homem quisesse o mesmo para suas filhas.

Diandra mal terminou de traduzir quando a mo do Lahn

subiu, deixando seu brao inclinado sobre o meu peito para que
seus dedos pudessem se curvar em volta do meu pescoo e
pudesse me puxar para que minhas costas ficassem apertadas
contra o peito dele.

Faremos guerreiros me disse baixinho, sua voz mais

profunda do que o normal.

Oh, Deus.

Certo sussurrei.

Mas vamos fazer filhas tambm, para que eu possa

encontrar para elas reis que desejam lhe entregar seus reinos.

Oh, Deus. Caralho.

Certo repeti em outro sussurro.

324
 Voc tem uma rara beleza, como nunca tinha visto, mas vai
ficar mais bonita ainda carregando a minha semente afirmou
suavemente.

Diante das suas palavras, meus seios incharam e minha

cabea ficou leve, ao mesmo tempo. A combinao era uma
sensao incomum, que no gostei.

Oh, Deus, se ele no calasse a boca, eu ia desmaiar.

Realmente preciso aprender a lngua Korwahk para que a

Diandra no tenha que traduzir conversas como essa.
Resmunguei, Lahn riu, em seguida, seus lbios foram at o meu
ouvido.

Ento, murmurou no meu idioma: Sim, minha Circe, voc

precisa.

Pisquei.

Eita, ele era algum erudito em lnguas ou o qu? Estava

aprendendo Ingls muito mais rpido do que eu estava aprendendo
Korwahk e s tinha eu e a Diandra para ouvir.

Voc est me assustando pra caralho sussurrei.

Desculpe, minha cara, no entendi isso Diandra falou e

nem sequer tive que olhar para ela para saber que estava lutando
contra o riso. E perdendo.

Ele est me assustando, humm me chocando, me

surpreendendo, mas no de uma forma boa. Est aprendendo a
nossa lngua muito rapidamente e isso no normal.

325
 No surpreendente que ele pegue as coisas
rapidamente. Ele se encontra muitas vezes com embaixadores,
dignitrios e estrangeiros de vrias terras. importante para ele
ouvir e entend-los, portanto, amplamente conhecido que nosso
Dax fala sete lnguas fluentemente, minha querida. Diandra falou,
me virei to rpido que o Lahn teve que empurrar a cabea para
trs e olhei para ele.

Voc fala sete lnguas? Murmurei, Diandra traduziu e ele

acenou com a cabea, ento me reclinei e prendi a respirao.
Sete?

Seus olhos percorreram meu rosto e um lado dos seus lbios

se curvou antes de voltar a dizer em Ingls: Sim, Circe, sete.

Ento por que voc no sabe ingls? Gritei. Quero

dizer, Valeariano ou o que seja!

Ele esperou pela traduo e, em seguida, Diandra traduziu

sua resposta. Porque ele falado em Hawkvale e Lunwyn, que
so naes pacficas que no atravessam o Mar Verde para
guerrear ou criar problemas. E tambm falado em Middleland, que
governado por um tirano, o qual no honraria aprendendo a lngua
dele.

Merda, isso fazia sentido. Ainda assim, era irritante.

Bem, azar para voc que sua mulher fala a nica lngua
neste mundo que, provavelmente, voc no fala.

No ele respondeu h muitas terras bastante

distantes para empreender uma guerra em Korwahk, cujas lnguas

326
no sei. Nenhuma delas fala Valeariano, o que me traz questo
de que pequeno reino voc .

Oh, oh.

Me virei para a frente, mais para ganhar tempo.

Circe chamou, ento Diandra traduziu o resto olhe

para mim.

Mordi o lbio e me virei para ele.

Suas sobrancelhas se ergueram enquanto perguntava. De

que reino voc ?

Humm... Merda. Bem, l vai. Seattle.

Suas sobrancelhas abaixaram, mas o vinco em sua testa

aumentou. Seattle?

Sim, um reino muito pequeno disse a ele.

Como Bellebryn? Perguntou.

Inferno, nem mesmo sabia o que era Bellebryn.

Bem, tinha cinquenta por cento de chance de acertar.

Sim.

Ele assentiu.

Caramba.

Onde fica? Continuou.

Merda.

Humm... alm do Mar Verde? Fiz uma outra suposio.

327
 Voc est me perguntando onde fica, minha tigresa, ou me
dizendo? Perguntou.

Deus, por que era to astuto, inteligente, majestoso e nunca

perdia uma artimanha? Que idiota.

Dizendo a voc respondi. Mas, humm... realmente

no posso dizer exatamente onde porque no sou muito boa em
geografia. Nunca fui.

Pelo menos isso era verdade.

Seus olhos se apertaram novamente. Tigresa Circe, voc

estava em um navio que foi abordado, saqueado por piratas e
quando ancorou foi tomada por olheiros Korwahk quando estavam
levando voc para a praia. Como pode ter vindo de uma terra
distante e no saber para onde tinham viajado quando chegaram?

Uh... o qu?

O qu? Sussurrei.

Voc no lembra quando foi capturada por um olheiro

Korwahk?

No, na verdade, no lembrava. E realmente nunca pensei

sobre isso.

Merda.

Circe Lahn advertiu, me foquei nisso e pensei rpido.

Bem, humm, quando estvamos, voc sabe viajando e

uh navegando, humm na maioria das vezes estava enjoada
com o balano do mar e o resto do tempo estava lendo um livro,

328
ento no prestei muita ateno e, uh... os piratas no eram muito
falantes.

Ele olhou para mim. Em seguida, olhou por cima da minha

cabea.

Em seguida, murmurou: Nunca ouvi falar desta Seattle.

Ela minscula disse para ele, seus olhos voltaram

para mim ento levantei o polegar e o indicador, com cerca de meio
centmetro de espao, olhei atravs dele para ver nos olhos dele e
enfatizei. Pequenininho, pequenininho. Abaixei a mo. No
nem mesmo como um reino, tal como, mais como uma... cidade.

Ele olhou para mim. Ento olhou novamente por sobre a

minha cabea e murmurou: Bellebryn.

Tanto faz.

Precisava seguir em frente.

Minha me parecia comigo disse a ele, me esforando

para mudar de assunto, seus olhos voltaram para mim, ento
continuei. estranho, humm estranho. Meu pai era moreno,
uh como voc. Ele tinha a pele cor de oliva. Mas ela era loira,
muito loira. Normalmente, a pele escura um trao dominante, mas
eu no tenho nada do pai. Tenho o cabelo da minha me, seus
olhos, sua pele-

Ele me interrompeu para perguntar: Os olhos dela?

Assenti e ento, de repente, ele aproximou o rosto do meu e

sua mo foi at a minha mandbula.

329
 Me preparei para estes movimentos rpidos e foi bom que
tivesse feito isso, quando ele falou.

Se voc tiver a oportunidade de olhar profundo o suficiente,

voc pode ver o esprito de uma pessoa em seus olhos, mas
geralmente, esto protegidos, mantidos em segurana. Mas voc,
minha tigresa, na noite da sua reivindicao, mesmo sob a luz do
luar, eu pude ver seu esprito brilhando atravs dos seus olhos.
Voc mantm seu esprito perto da superfcie para que todos
possam ver e a coisa mais linda que j vi.

Oh.

Meu.

Deus.

Infelizmente, ele continuou falando. Ento, se ela lhe deu

seus olhos, minha cora dourada, posso ver seu pai de luto por sua
me, muito tempo depois da sua morte. Se voc compartilha seu
esprito com algum, o domnio dele sobre voc nunca
desaparecer.

Pare de falar sussurrei e senti as lgrimas brotando,

prontas para cair.

Lahn reparou e sua mo deslizou at minha bochecha, o

polegar deslizando bem abaixo do meu olho, liberando a lgrima
suspensa e capturando-a contra sua pele.

Minha tigresa chora murmurou.

Meus olhos deslizaram para longe.

330
 Ele voltou a falar. Voc j teve o bastante, minha Circe,
vamos em frente e cavalgue com o seu marido em silncio.
Montaremos o acampamento em breve.

Grande, outra coisa para esperar.

Balancei a cabea e me virei. Lahn disse algo para a Diandra

e olhei em sua direo para v-la sorrindo para mim, os olhos
brilhantes, e considerando que ela era minha amiga Korwahk, louca
e romntica, apenas me impedi de revirar os olhos. Em seguida, o
cavalo desapareceu no meio dos guerreiros.

Olhei para a frente e tentei me concentrar na paisagem, no

meu prximo trauma e qualquer outra coisa que entrasse no meu
crebro que no fossem as palavras que meu marido acabou de me
dizer.

Mas foi difcil quando o brao dele se inclinou sobre o meu

peito novamente, os dedos envolvendo o meu pescoo, a fim de me
manter prxima, o polegar deslizando para cima e para baixo na
minha garganta em uma carcia preguiosa que tentei no achar
doce, mas era.

Ento, de fato, no era difcil.

Era impossvel.

331
 Captulo Dezessete
O Desafio

Fui virada e movida, ento levantada, e me encontrei nos

braos do Lahn.

Abri os olhos e vi que a Daxshee havia sido levantada em

torno de ns, tochas brilhando por todo lugar.

Paramos perto de um pequeno riacho onde havia abundncia

de grama e salgueiros delgados e arqueados, seu verde to verde
contra o pano de fundo creme da pedra, da terra e da areia da
paisagem to austera, que era impressionante.

Tornou-se claro para mim, em pouco tempo, que a

Dahksahna no ajudava seus escravos na armao da tenda. Ficou
claro quando peles e almofadas foram providenciados, uma
pequena jarra de vinho, outra de gua, um prato de comida e Ghost
(meu pobre beb), que tinha ficado enjaulada por quase seis dias,
foi solta para que pudessem aliment-la e cuidar dela enquanto
minhas meninas trabalhavam e os jovens erguiam nossa barraca. E
ficou claro porque Teetru deixou claro com muitos acenos da
cabea e das mos, abaixando-as no ar para me dizer que eu devia
descansar enquanto trabalhavam pra cacete.

No me sentia bem com isto, mas, mais uma vez, no tinha

escolha. E, verdade seja dita, estava exausta da viagem. E estava

332
exausta das minhas conversas com Diandra e Lahn. E depois que
tomei trs copos de vinho enquanto comia, observei com uma
quantidade no pequena de fascinao o que s poderia ser
descrito como uma dana praticada enquanto a Daxshee ia sendo
erguida (eles no perdiam tempo, claramente fizeram isso muitas
vezes, eram rpidos e tambm estranhamente graciosos) e brinquei
com Ghost, ento no foi surpresa que, quando Ghost ficou
sonolenta, tambm fiquei sonolenta junto com ela, a ajeitei na
minha frente, me acomodei nas peles e nas almofadas e adormeci.

Agora estava meio acordada nos braos do Lahn caminhando

para a nossa tenda que estava brilhando sob a luz das velas que
danava l dentro.

Virei a cabea, sussurrei Ghost e ganhei um aperto dos

braos do Lahn enquanto meus olhos encontravam os do meu
animal de estimao que estava sendo pega pela Gaal e levada
embora.

Bem, imaginei que isso significava que Ghost ia dormir em

outro lugar naquela noite. No era incomum. Lahn tinha permitido
que eu ficasse com o filhote, mas ainda tinha que permitir sua
presena na nossa cama.

Se curvou comigo em seus braos, entrou na tenda e a

observei, sonolenta.

Parecia exatamente a mesma e tudo foi recriado, tudo. Em

algumas poucas horas tudo estava pronto.

Eita, essas pessoas sabiam o que estavam fazendo.

333
 Lahn me ps de p ao lado da cama, se afastou e Jacanda e
Beetus estavam l, imediatamente. Tentei afastar para longe a
exausto que embaava a minha mente e a dor surda da fadiga que
deixava meu corpo pesado e as ajudei a me despir. Packa se
aproximou com um pano molhado com gua quente, o deslizou
sobre meus membros e me senti no cu. Exceto por essa lavagem
rpida, eu no tinha um banho h cinco dias e estava usando as
mesmas roupas desde que samos. Quando empacotaram os
nossos pertences, permaneceram embalados enquanto
cavalgvamos e somente as necessidades bsicas eram
providenciadas, para comer, beber e dormir.

Jacanda passou uma camisola estilo Korwahkian sobre a

minha cabea, de um lils to plido que era quase creme. Amarrou
o cordo sobre os meus seios, em seguida, olhou para mim e me
deu um sorriso cansado. Levantei a mo para tocar seu rosto e sorri
para ela.

Shahsha, kah Jacanda, boh na trahyay, kah fauna10

sussurrei e estava cansada demais para ver o flash de surpresa que
aqueceu seus olhos.

S me virei, puxei a seda para baixo, desabei na cama, puxei

os lenis e fechei os olhos. Estava fora do ar em segundos.

E estava de volta no que parecia ser no mais que um minuto.

E estava de volta porque a seda foi puxada para fora de mim e
tinham mos enormes nos meus quadris me virando de costas.
Meus olhos se abriram quando aquelas mos afastaram as minhas
pernas e meu cansao desapareceu quando meus olhos focaram o

10
Obrigada, minha Jacanda, agora v dormir, minha cora.

334
Lahn se acomodando entre elas, suas mos puxando a seda da
camisola at os meus quadris.

O que voc est fazendo? Perguntei, meio ofegante,

mas ele no respondeu. Seu peso me atingiu, mas estava apoiando
a maior parte dele com um antebrao na cama, uma das suas mos
subiu, rapidamente, seus dedos puxaram o cordo acima dos meus
seios e o lao se desfez.

Segurei o pulso firme e o afastei repetindo: O que est

fazendo?

Seus olhos vieram at os meus e estavam ardendo.

Oh, merda. J sabia muito bem o que ele estava fazendo,

mas agora realmente me toquei disso.

Sua cabea comeou a abaixar, pisquei porque estava

fazendo isso de uma maneira que parecia ter a inteno de me
beijar e virei a cabea rapidamente para o lado no ltimo minuto.
Tambm coloquei as mos nos seus ombros e empurrei ao mesmo
tempo que me remexia, mas o enorme peso do seu corpo firme no
se moveu.

No falei com firmeza quando seus lbios tocaram o

meu pescoo isso no est acontecendo. Estou cansada, kah
Dax, e preciso dormir.

A cabea dele levantou bruscamente e sua mo segurou o

meu queixo, virando minha cabea e me forando a olhar para ele.

Kah Lahn grunhiu.

335
 Ah, no. No, no. No ia fazer isso e no ia me dizer o que
ele era para mim. No... ele... no... ia.

Kah Dax Vociferei.

Seu rosto se aproximou do meu, ento seus olhos eram tudo

o que eu podia ver e quando sua boca se moveu, quase podia
senti-la contra os meus lbios.

Kah Lahn Grunhiu novamente.

Olhei nos olhos dele e sussurrei furiosamente: Nunca.

Oh, no, Circe, no nunca. Boh respondeu

tranquilamente com a cabea inclinada e, juro por Deus, tinha a
inteno de me beijar.

Antes que os lbios dele pudessem tocar os meus, minhas

mos pressionaram os seus ombros e empurrei, deslizando sobre
as almofadas.

O que foi um erro. Minha camisola se soltou e deslizou para

baixo, expondo meus seios e meu movimento tinha transformado
essa rea em um alvo da sua boca.

E sendo Lahn, no perdeu a oportunidade. A mo dele soltou

minha mandbula, se curvou sob o meu peito, o levantou enquanto
seu outro brao deslizou debaixo de mim, me segurando, e ento
sua boca se fechou sobre o meu mamilo, onde imediatamente
sugou com fora.

Automaticamente, minhas costas arquearam.

336
 Oh, homem, isso era muito bom. Fogo me atravessou e antes
que soubesse o que estava fazendo, os dedos de ambas as mos
seguraram a cabea dele.

Maldio, no, no, ele no ia conseguir.

Meus dedos agarraram o cabelo solto e o puxei.

No sussurrei, ele parou de sugar, mas apenas para

que sua lngua pudesse rodear o mamilo e era discutvel, mas
estava achando que isso era melhor ainda. Ento queria saber o
que diabos eu estava pensando. No! Gritei, ele comeou a
chupar novamente e senti uma onda de emoo na barriga e um
surto de umidade entre as pernas.

Merda!

Enquanto ele continuava a lamber meu mamilo (e

alternadamente chupar) me contorcia sob ele e sua mo deixou
meu peito, seguiu pelas minhas costelas, minha barriga e, em
seguida, senti o dedo dele me penetrar.

Oh, Deus, gostava disso. Merda, mas gostava disso.

Sua boca envolveu meu mamilo, o brao minha volta me

puxou para baixo dele, mas o dedo continuou no lugar e o polegar
acariciou meu clitris.

Meus quadris balanaram.

Minha Circe disse ele, em voz baixa e rouca

molhada.

Estava achando que no era bom que ele pudesse aprender

idiomas to facilmente. Estava achando um saco.

337
 Me mantive lutando e vociferei: Voc no entendeu isso
direito, kah Dax.

Entendi respondeu, meus olhos se estreitaram e, com

toda fora que tinha, dobrei as pernas, plantado os ps na cama,
empurrei os quadris para cima e seus ombros tambm,
conseguindo resistir a ele, deixando-o de costas e ento estava
montando ele, me inclinando, olhando para baixo, para o seu
irritantemente belo rosto que estava cercado pelo incrivelmente
fantstico cabelo.

Voc no entendeu! Gritei, ele moveu o torso

abruptamente e o brao ainda estava me segurando.

Oh, oh. evidente que no tinha pensado na minha estratgia

completamente.

Olhou nos meus olhos e os vi queimando, mas havia uma luz

neles, era brilhante e se a entendi direito, era permeada tanto com
humor quanto com triunfo.

Ela descobre as garras murmurou e soube que ele

estava gostando.

Sim, humor e triunfo.

Argh! Gritei, fazendo outro movimento para escapar,

mas no havia para onde fugir.

No. Nenhum.

E a minha batalha estava prestes a ficar muito mais difcil.

Soube disso quando a mo que ainda estava entre as minhas
pernas se moveu para envolver o pnis e o brao que me segurava

338
me moveu, para que pudesse deslizar a ponta do mesmo na
umidade entre as minhas pernas.

Mordi o lbio. Isso era bom e sabia que me sentiria muito

melhor quando o seu membro estivesse dentro de mim.

E eu queria isso.

Kah Lahn. Suas palavras eram uma ordem para eu

repetir, sua voz ficando cada vez mais profunda, ficando mais
rouca.

Ele queria me penetrar.

Oh Deus, queria isso tambm.

No neguei e a ponta do pnis deslizou sobre o meu

clitris.

Meus quadris estremeceram novamente.

Lahn sorriu.

Deus! Ele era to irritante!

Kah Lahn, Circe ordenou novamente e quando no

respondi o pnis duro deslizou sobre o meu clitris novamente.
Kah Lahn repetiu, a voz spera agora.

No sussurrei.

Kah Lahn ele grunhiu.

No!

Ele me empurrou um pouco para baixo e comeou a esfregar

a ponta do pnis rgido contra o meu clitris, de uma forma que me

339
fez sentir to bem, que meus ossos derreteram e minhas mos se
moveram para os lados do pescoo dele para me segurar e no
derreter em uma poa.

Meus lbios se abriram, minha cabea inclinou levemente

para trs e meus olhos se entrecerraram.

Seu brao no precisava me segurar junto a ele, no mais. Eu

estava firme, movendo os quadris para me esfregar contra o
membro dele, ento sua a mo deslizou at o meu cabelo,
inclinando minha cabea para encar-lo e meus olhos focaram os
dele com assombro.

Lahnahsahna, kah Lahn ordenou, sua voz agora rouca.

Oh, bem, foda-se. Eram apenas palavras. Certo?

Kah Lahn sussurrei, sua mo moveu instantaneamente

o pnis para que a ponta estivesse dentro de mim, em seguida, a
afastou, o brao envolvendo meus quadris, e me puxou para baixo,
me penetrando.

Minha cabea voou para trs e movi os quadris para baixo,

para tom-lo mais profundamente.

Sim sussurrei, meus dedos pressionando os msculos

do pescoo dele.

O brao em volta do meu quadril enrijeceu, me levantou, em

seguida, me empurrou para baixo e comecei a me mover,
lentamente, a cabea inclinada para a frente de novo para que
pudesse olhar nos olhos dele.

Triunfo, desejo, satisfao - Deus isso era quente.

340
 A mo dele deslizou da minha cabea, sobre o meu ombro, o
meu brao, para segurar o meu pulso, em seguida, colocou nossas
mos entre ns dois, pressionando meu dedo no clitris e
esfregando. Meus quadris tremeram e eu gemi, mas entendi sua
dica, assumi o controle, deslizando para cima e para baixo, lenta e
suavemente, enquanto meu dedo deslizava. Ambas as mos dele
deslizaram pelo meu corpo para descansar as palmas nas minhas
bochechas, os dedos entrelaados nos cabelos, nos lados da minha
cabea.

Em seguida, a inclinou na direo da sua, levantando-a e,

outra vez, achei que ia me beijar.

Tinha seu pnis dentro de mim e gostava, no, eu amava isto,

porra! Tinha que reconhecer isso e, ao faz-lo, me renderia a ele.

Mas ele no podia ter tudo de mim.

Movi a cabea no ltimo segundo, deslizando os lbios pela

mandbula dele at o pescoo, enterrando o rosto l, deslizando
minha mo por baixo do brao dele e envolvi suas costas.

E o montei mais rpido, me movendo com mais fora,

tomando-o profundamente enquanto esfregava meu clitris com o
dedo e gemia contra sua pele.

Suas mos deslizaram para baixo, os braos se curvaram em

torno de mim, os dedos deslizando enquanto os meus apertavam os
msculos das suas costas e eu acelerava.

Kah bahsah lapay rah. Zah xaxsah lapay hahnee rah.

Sahna11. Lahn sussurrou no meu ouvido, o som das palavras

11
Minha esposa ouro. Seu sexo ouro lquido. Bela.

341
deslizou ao longo da minha pele, sobre os meus seios, para o meio
das minhas pernas e aconteceu, minhas costas arquearam e eu
gozei.

No estava nem perto de terminar quando o Lahn me virou,

levantou os meus joelhos e golpeou com fora e profundamente.
Sua mo segurou o meu queixo, o polegar em um lado, os dedos
contra minha bochecha e segurou meu rosto com firmeza enquanto
inclinava o dele.

Estava olhando para o seu olhar aquecido, minhas plpebras

se fecharam, meu orgasmo tomou seu doce, doce tempo para
acabar, minhas coxas apertaram fortemente os seus lados, minhas
mos abaixaram, os dedos envolvendo os msculos firmes da sua
bunda, enquanto me penetrava com fora e profundamente, e
nossa respirao se misturava.

Me foda, baby sussurrei e ele golpeou com mais fora.

Sim, kah Lahnahsahna sussurrou.

Deus sussurrei em resposta, minhas unhas cravando a

pele dele, minhas coxas pressionando com mais fora, Amo
sentir voc dentro de mim.

Ele fechou os olhos, os dedos enrijecendo contra o meu rosto

e sua cabea inclinou para trs, os msculos do pescoo se
contraindo, as veias saltando, enquanto me penetrava profunda e
intensamente, e grunhiu seu clmax to alto que o som preencheu a
tenda.

Tinha que admitir, gostava disso tambm.

342
 Quando terminou, abaixou a cabea, a mo no meu queixo
inclinou minha cabea para o lado e senti sua respirao pesada
contra o pescoo. Meus braos se moveram para abra-lo e ele
ergueu a cabea, inclinou meu rosto para afast-lo, seus olhos
encontraram os meus, sua respirao ainda rpida, e ele se
preparou novamente para me beijar.

Lutei contra o seu abrao que, instantaneamente, ficou mais

apertado, mas sua boca parou de se mover na direo da minha.

Nossos olhos se encontraram e soube que ele tinha cincia

que estava me escondendo dele e minha respirao ficou presa
porque sabia que um guerreiro Korwahk no gostaria disso, no
mesmo.

Em seguida, grunhiu: Voc meu ouro, nahna xaxsah

meu hahnee rah. Kay jahnan nahna lisa, na uvan tee luh kay. Ana
kay jahnan nahna pahnsahna, Circe. Kay nayeesan tee. Fahzah12.

Ok, no podia dizer que entendi tudo que o Lahn disse, mas
entendi o suficiente para saber que tinha conseguido estabelecer
um desafio, ele era um guerreiro que tinha sido treinado desde que
era menino para enfrentar qualquer desafio e, melhor que isso,
apenas me prometeu que ganharia.

Merda, tive a sensao que estava ferrada.

Mas, sendo eu, no cedi.

12
Voc meu ouro, seu gozo meu ouro lquido. Eu vou ter sua boca, voc vai entreg-la para mim.
Ento, terei seu esprito, Circe. Vou possu-lo. Para sempre.

343
 Voc teve sorte esta noite, grandalho sussurrei mas
eu tambm. Agora, estou realmente cansada, ento vai sair de cima
de mim para que eu possa trahyay?

Ele mostrou uma carranca para mim por um segundo, sua

mo ainda segurando o meu rosto. Ento seus olhos se moveram,
deslizando, e pegaram a contuso que ainda marcava a minha
bochecha. Ento vi o olhar furioso lentamente desvanecer enquanto
o olhar suavizava. Sua mo abaixou o meu queixo e me manteve
parada enquanto os lbios deslizavam sobre a contuso.

Fechei os olhos.

Merda, eu realmente odiava pra caralho quando ele era doce.

Senti sua testa na minha e meus olhos abriram.

Sim, minha Circe, durma falou baixinho, em seguida,

moveu a cabea, soltou meu queixo, esfregou o nariz ao longo do
lado onde o polegar tinha me segurado, suavemente se afastou e
deslizou o corpo para baixo e parcialmente do meu lado, me
acomodando embaixo dele, entrelaando as pernas nas minhas.

Suspirei, e estava to exausta e satisfeita que no pude

evitar, s deixei o seu calor me relaxar.

Meus olhos se fecharam.

Eles se abriram rapidamente quando me abraou com um

aperto carinhoso e sussurrou no meu ouvido: Anka, ta linay tera
leenyahso na lapay13, garras contra ao.

13
Amanh vamos ver quo talentosa voc .

344
 Ele parecia cansado, satisfeito e tambm parecia ansioso pelo
amanh. Assim, muito.

Srio, Lahn aprender ingls to rpido era foda.

E, ainda mais srio, sabia que estava ferrada.

345
 Captulo Dezoito
A Horda

Minhas plpebras piscaram quando ouvi o barulho das abas

da tenda sendo abertas e observei a luz do sol brilhante sobre as
paredes da tenda.

Devia ser final da manh.

Arqueei as costas ligeiramente sob um trecho de luz, inclinei o

queixo para baixo sobre as almofadas e vi que uma das minhas
meninas tinha entrado.

Pisquei quando vi um par de pernas musculosas cobertas por

couro vindo na minha direo.

Meus olhos voaram para cima e o Lahn estava olhando para

mim com um olhar seriamente sexy e satisfeito no rosto.

Sentou a bunda na cama enquanto eu rolava de costas e foi

quando me toquei que a camisola tinha enrolado na minha cintura,
expondo minha parte superior e a inferior. Ele no tinha puxado os
lenis sobre ns ontem noite, afastando o frio com seu corpo.

Minha mo voou para a camisola, mas no chegou nem perto.

Foi capturada em um aperto firme, empurrada para trs e
pressionada contra a cama. Meus olhos foram at ele enquanto
tentava com a outra mo, que foi capturada tambm. Em seguida,

346
minhas mos foram puxadas para cima da minha cabea e presas
com uma das dele, enquanto seus olhos seguiam a outra mo que
deslizava sobre o meu peito, entre os meus seios, minha barriga,
mais para baixo, sobre a seda da camisola, em seguida, entre as
minhas pernas.

Merda.

Seus olhos voltaram para os meus e o cravei com um olhar

enviesado.

Voc ama o meu toque sussurrou e desviei meu olhar

enquanto piscava.

O... o qu? Sussurrei a resposta.

Seu dedo deslizou para dentro e me fez sentir to

incrivelmente bem, juntamente com aquele olhar em seu rosto, que
meus lbios se separaram e um redemoinho de prazer espiralou na
minha barriga.

Ele se inclinou um pouco mais e repetiu: Minha tigresa ama

o meu toque.

Seu dedo se moveu.

Merda.

Lahn sussurrei enquanto ele me tocava. Eu disse isso

para ele ontem noite e, esta manh, ele tinha procurado descobrir
o que significava. Voc andou conversando com o Seerim.

Ele sorriu e, maldio, era sexy.

Sim, tinha falado com o Seerim.

347
 Primeiro lugar na minha agenda da manh, encontrar a
Diandra e mat-la.

Seu dedo se moveu, deslizando para fora e para dentro.

Sah me lapay a parte de mim que voc ama gahn tee jahkal14
murmurou.

Ok, no, primeiro o Lahn ia brincar comigo, me dar um

orgasmo e ento eu ia encontrar a Diandra e mat-la, a louca
casamenteira Korwahkiana.

E estava certa sobre a agenda da manh, com uma mo

segurando meus pulsos sobre a minha cabea, a outra mo
trabalhou entre as minhas pernas at minhas costas arquearem,
meus quadris se contorcerem contra os dedos dele e gritar quando
me fez gozar verdadeira e incrivelmente forte.

O orgasmo ainda estava me percorrendo inteira quando soltou

meus pulsos, me puxou suavemente para o seu colo, passou os
braos ao redor de mim, enterrou o rosto no meu pescoo e me
embalou.

As garras da minha Circe no so to afiadas sussurrou.

Meu corpo ficou tenso.

Srio, ele era irritante.

Levantei as mos at o peito dele e empurrei com fora

suficiente para que ele recuasse um pouco enquanto falava com
firmeza: V embora, Lahn, preciso de um banho.

14
Esta no a parte de mim que voc ama, mas tem que ser feito.

348
 Ergueu a cabea e seus olhos, rindo silenciosamente,
encararam os meus. Sim, kah Dahksahna, eu tambm.

Oh, merda.

Ele continuou. Kah bahsah banha zah Lahn, kay banha kah
bahsah.

Ele disse: Minha esposa banha seu Lahn, eu banho minha

esposa.

Oh, merda!

Lahn- comecei, ele sorriu, em seguida, virou a cabea e

gritou: Teetru!

As abas da tenda se abriram instantaneamente e pressionei

meu peito contra o dele, meus braos o envolvendo para esconder
minha nudez (no que eu precisasse, minhas meninas j tinham me
visto nua muitas vezes, mas era um hbito) enquanto virava a
cabea e via todas as minhas cinco meninas perambulando com
baldes de gua quente, panos e discos cremosos de sabo. Elas
arrumaram tudo em uma nova rea, que no tinha notado na noite
passada, que era de pedra e grama e no havia tapetes.

A baguna que fizemos com o banho do Lahn no era para

ser repetida, eu diria. Tnhamos agora uma rea para banho.

Porcaria.

Em seguida, elas saram sem olhar para ns.

Lahn- Comecei, mas parei porque ele se levantou e me

carregou. Lahn!

349
 Quieta ordenou.

Lahn! Repeti, ele me colocou de p sobre a pedra e a

camisola imediatamente deslizou para baixo, at os meus
tornozelos. Antes que pudesse decidir entre puxar a camisola ou
simplesmente correr e escapar, o calo de couro estava aos seus
ps. Se livrou dele, se curvou para pegar a ala de um balde, me
preparei para correr, mas ele me pegou pela cintura, me puxou para
ele, meu corpo bateu contra o seu e nem um segundo mais tarde
derramou um balde inteiro de gua morna sobre as nossas
cabeas.

Em seguida, o balde caiu no cho enquanto o brao do Lahn

se apertava minha volta e os dedos da outra mo deslizavam at
a volta do meu pescoo e sobre o meu cabelo molhado, enquanto
eu balbuciava.

Uma vez que pisquei para tirar a gua dos olhos vi seu rosto
muito prximo e senti o corpo quente e escorregadio deslizando
contra o meu.

No precisava dizer que era bom.

Kah bahsah banha zah Lahn, eu banho minha

Lahnahsahna disse em voz baixa.

Ento nos inclinou para o lado quando estendeu a mo para o

sabo.

Oh, bem, que seja. Eu precisava de um banho e ele, sem

dvida, tambm.

Que seja murmurei, peguei o sabo da sua mo e o

apertei contra a magnfica pele morena do peito enorme e

350
fantstico, e no demorou muito (aproximadamente um segundo)
antes que eu percebesse de verdade o que estava fazendo.

Cerca de um segundo depois, os dois braos se fecharam em

torno de mim e ele comeou a rir.

Ele sabia que eu estava absorvida pelo que estava fazendo.

Sim, ele era definitivamente irritante.

Quando ele parou de rir, inclinei a cabea para trs e fiz uma
careta, em um esforo para lhe mostrar exatamente o quo irritante
eu achava que era.

Seus olhos escuros observaram minha careta, seus lbios me

deram um sorriso e os braos me deram um aperto.

Mais uma vez, que seja.

Me concentrei na tarefa que tinha nas mos. Em seguida, ele

se concentrou na sua tarefa.

Preciso dizer que isso adicionou uma nuance e a hora do

banho com o Lahn se tornou ainda mais divertida.

Sim, eu estava, definitivamente, ferrada.

351
 Oh, Circe, minha querida, sinto muito. Caramba, no posso
nem imaginar o meu Feetak me espancando Narinda suspirou.

Seu Feetak.

Sim, seu querido Feetak estava l e em mais de uma maneira.

Mas isso no durou muito.

Estou bem assegurei a ela, estendi a mo e apertei a

dela; me deu seu pequeno sorriso estranho e apertou a minha de
volta.

Ento, observei a Daxshee.

Narinda e eu estvamos recostadas em peles e almofadas do

lado de fora da minha tenda e do Lahn, enquanto mantinha o olho
em Ghost, que estava se movendo ao redor, sendo fofinha,
atacando as coisas e, em geral, irritando os transeuntes, pelo que
eu dizia Kay tingay que significa Sinto muito, e conseguia em
troca sorrisos enquanto se afastavam.

Nossa tenda tinha sido erguida um pouco afastada das outras,

perto do riacho em uma ligeira elevao, para que pudssemos ver
a maior parte da Daxshee se espalhando mais abaixo (isso mostrou
que o eunuco no montava a Daxshee da mesma forma, todas as
vezes).

Era fim de tarde, Narinda tinha chegado mais cedo, tnhamos

almoado e agora estvamos tomando suco de frutas, conversando
e observando a atividade na Daxshee. Havia uma longa e larga
gaze inclinada que fornecia sombra para que pudssemos
descansar debaixo dela. Era bem-vinda, mas desnecessria. Quase

352
todo o meu corpo estava de uma cor de mel dourado, por andar
vrios dias sob o sol. Mas era bom ter uma pausa.

Tinha acabado de contar Narinda a histria da contuso,

que ela me informou parecer muito melhor.

Mas no havia esquecido.

E no podia me permitir esquec-la, no importa o quo doce

e sexy meu marido estava sendo.

Ele podia ser um tigre e um guerreiro que prosperou diante de

um desafio, mas eu era uma tigresa criada pelo carinhoso e
amoroso rei de um pequeno e amado reino e sabia o que eu
merecia, e no foi o que o Lahn me forneceu uma semana atrs.
Ento, ele tinha uma batalha nas suas mos, que eu estava
determinada a vencer.

Oh, olhe! L, Diandra! Poyah, Diandra! Narinda

exclamou, acenando freneticamente e segui seu olhar.

Ento os meu se estreitaram.

Diandra sorriu descaradamente diante do meu olhar, se

aproximou e deu um Poyah Narinda, enquanto se jogava sobre
a pilha de peles, pegava uma grande almofada, a colocava sob o
seu lado e, em seguida, se servia de suco de frutas.

Ento os olhos brilhantes vieram at mim. Como voc est,

minha rainha?

Agora, ela estava apenas tentando ser irritante, me chamando

de sua rainha.

353
 Eu no estou falando com voc informei a ela, que
comeou a rir.

O que foi? Narinda perguntou.

Oh, nada Diandra respondeu enquanto eu olhava para

ela a menos que voc esteja falando do gemido de gratificao
do nosso Dax que metade da Daxshee ouviu saindo da sua tenda
noite passada. Seerim e eu no estamos to prximos, mas ainda
assim nos acordou.

Os olhos arregalados da Narinda voaram para mim e um

sorriso vacilante tomou seus lbios.

Mantive o seu olhar, mas tentei intensific-lo tanto quanto

possvel.

Diandra me ignorou e, sendo a Diandra, continuou a

matraquear.

Palavras irritadas foram ouvidas, vindas da nossa rainha,

mas tenho uma informao privilegiada que ela disse ao nosso rei
que amava o toque dele, ento suspeito que as coisas
eventualmente correram bem para ela ontem noite, tambm.

Narinda soltou uma risadinha que eu podia dizer que tentou

suprimir E falhou.

Virei o rosto.

A voz da Narinda chegou at mim. Voc j o perdoou,

Circe?

No vociferei.

354
 Sua cabea ainda no, mas outras partes suas, j
Diandra entrou na conversa e meus olhos a perfuraram.

Voc est tentando me irritar? Rebati.

Sim, ela respondeu voc adorvel quando est com

raiva. Ela olhou para a Narinda. Nosso rei a chama de sua
tigresa expondo as garras. Meu marido me diz que ele fala
abertamente e, muitas vezes, sobre isso, tanto quanto se gaba
sobre isso. Ele, tambm, claramente, gosta disso ainda mais do
que eu.

Voc podia calar a boca? A interrompi, ela jogou a

cabea para trs e riu.

Em seguida, se virou para mim, ainda sorrindo. A Daxshee

est alvoroada, como de costume e, como de costume nos ltimos
tempos, tudo sobre seu Dax e a dourada Dahksahna. O Dax
emerge banhado da sua tenda e no visita as Xacto. Sua risada
ouvida saindo da sua tenda, entre outras coisas. Ele retarda a
viagem at que esteja contente com a sua sade. Cavalga na frente
dos seus guerreiros com sua esposa aconchegada a ele. Ele lhe d
um cavalo-

Eu a interrompi. Voc tem um cavalo.

Suas risadas morreram, seus olhos ficaram srios e sabia que

era sabedoria Korwahk chegando, mesmo antes dela responder
calmamente: Tenho, minha querida. Meu Seerim me deu um
cavalo dois anos depois de ter sido reivindicada. Ela olhou para a
Narinda. Veja, os guerreiros vo para a guerra, o que significa
que podem morrer. A Horda tudo, eles formam amizades, no

355
campo de batalha vo agir para proteger seus irmos de armas,
mas se mantm distantes. H muitas oportunidades de perder
pessoas que esto em seu corao. Isso castiga o esprito, o
enfraquece. Mas o cavalo de um guerreiro, agora, essa uma
histria diferente explicou. Guerreiro e cavalo cavalgam para a
batalha conectados. O cavalo de um guerreiro parte dele. Eles
realmente consideram seus corcis uma extenso dos seus
prprios membros. Ouvi o Seerim me contar histrias de batalha de
guerreiros que receberam feridas que no os atingiriam se no
tivessem se mexido para proteger seu cavalo do ao.

Nossa Narinda sussurrou.

De fato Diandra afirmou. por isso, minhas queridas,

que no esperado que uma esposa recentemente reivindicada
monte o corcel do seu marido. semelhante a mont-lo, mas
tambm uma oferta cerimonial do guerreiro ao cavalo, na noite em
que um guerreiro deixa entrar o novo ser mais importante na sua
vida, assim, enquanto monta seu cavalo, sua nova esposa vai
continuar o seu legado o que, acho que ambas j compreenderam,
vital para qualquer guerreiro. Portanto, acham que uma oferta
extremamente digna para uma criatura que sentem que os mantm
seguros, os torna fortes e uma extenso de si mesmos.

Sim, qualquer homem, neste mundo ou no meu prprio, pensa

que esse tipo de oferta extremamente digna.

Caramba.

Franzi o nariz para a Narinda, que franziu o dela em resposta.

356
 Diandra ignorou nossos olhares e continuou falando.
Ento, obviamente, os cavalos, como um todo, so muito
reverenciados pela Horda. Seria uma suposio, uma das boas,
que uma grande quantidade de guerreiros ora a Deus pelo seu
cavalo. E, portanto, possuir uma montaria considerado um
privilgio. Devem merecer sua prpria montaria. Jovens guerreiros
no obtm sua prpria montaria at que so escolhidos para efetuar
sua primeira morte, o que significa que vo ter treinado por mais de
uma dcada antes de adquirir um corcel. Dito isto, no nenhuma
surpresa que o marido no confira tal honra sua esposa, at que
sinta que ela merea. Por exemplo, depois que ela lhe deu, com
sucesso, seu primeiro filho ou passou muito tempo sendo a boa
esposa de um guerreiro, provendo suas necessidades. Portanto, o
Dax dar uma montaria de tal beleza para sua nova noiva motivo
de muita fofoca. Fofoca seus olhos vieram at mim que era na
maior parte especulao at que, claro, seu grito foi ouvido na noite
passada e sua alegria ouvida esta manh. Suas feies se
tornaram maliciosas quando olhou novamente para a Narinda.
Parece, doce Narinda, que a nova esposa do nosso Dax est
provendo muito bem as suas necessidades.

Olhei para ela, muito chocada ao saber que o Lahn tinha me

dado um cavalo muito antes do que a maioria das esposas ganhava
um, ficando irritada com a provocao.

Isso uma contradio murmurou Narinda e meus olhos

deslizaram para ela, para v-la olhando sem prestar ateno na
Daxshee. Pelo que Circe me contou sobre sua marca, no
desejaria gostar dele e toda vez que o vejo, ele me assusta. No

357
entanto, muito do que voc diz mostra que h uma grande
quantidade de ternura sob aquela dureza.

No estou certa, doce Narinda, que seja da ternura que a

nossa rainha gosta... ela fez uma pausa e terminou com nfase
mas da dureza.

Diandra! Exclamei, mas ela riu enquanto outra risada

escapava da Narinda.

Em seguida, o objeto da nossa conversa caminhou em torno

da tenda. No estava perto, mas no estava longe e, ainda assim,
sua energia crua invadiu toda nossa volta.

Prendi a respirao quando parou para conversar com dois

guerreiros que o seguiam. Ento permiti que meus olhos se
movessem sobre o meu marido.

Ok, bem, no admitiria isso em voz alta, mas tive que admitir
para mim mesma que, definitivamente, gostava da dureza.

Oh, o que isso? Diandra murmurou, desviei os olhos

do Lahn, olhei para a minha direita e vi um menino novo, esguio,
talvez onze, doze anos de idade e, definitivamente, no tinha o tipo
de um guerreiro. Isto, provavelmente, por que no estava l fora em
formao em algum lugar, mas, em vez disso, na minha tenda,
carregando um grande negcio parecido com uma guitarra e soava
como uma, e quando meus olhos o atingiram, ele engoliu em seco,
olhou para cima, para uma mulher que estava em p ao lado dele e,
em seguida, comeou a dedilh-la e, em seguida, com insegurana,
a cantar.

358
 A mulher se adiantou e colocou, cuidadosamente, uma flor
sobre as peles, bem longe de mim ou das minhas meninas, e ento
recuou, seus olhos relanceando na direo do Lahn e voltando para
mim enquanto o menino cantava.

Ele parecia nervoso, continuava a errar os acordes e no era

o maior cantor do mundo, deve ser dito, mas no era to ruim e era,
definitivamente, doce. Mas sua me olhou para ele como se raios
de sol brotassem da sua boca com a voz e podia afirmar que no o
achava to ruim e isso, provavelmente, por que ela o levou para sua
rainha para doar o que achava que era um dom precioso.

Sorri encorajadoramente para ele quando se perdeu, se

encontrou e prosseguiu, ento balancei a cabea continuamente
para mant-lo cantando.

Ento vi um movimento com o canto do olho, olhei naquela

direo e fiquei tensa. Soube que Diandra e Narinda viram tambm,
porque as senti enrijecer.

Dortak estava caminhando atravs das tendas com um tecido

grosseiro, de aparncia suja, enrolado na cintura, os cortes no peito
e no rosto no tinham sido costurados, mas estavam brilhando com
uma gosma e claramente no estavam curando muito bem. Mas
estavam curando.

Sua noiva, limpa, mas machucada nos braos, ao redor do

pescoo e com um lbio cortado, tropeou atrs dele.

Estava usando o colar de reivindicao com uma corrente de

reivindicao em torno da cintura, presa ao colar, e ele a segurava

359
com o punho fechado e a estava puxando enquanto a arrastava
atrs de si.

Jesus, srio, esse cara era o rei dos babacas.

Parou perto de um guerreiro que estava cerca de um metro e

meio do Lahn, comeou a falar com ele e quando o fez, a colocou
de joelhos ao lado dele, a mo agarrada no cabelo dela para mant-
la no lugar. No que precisasse, ela no ia a lugar nenhum. No
sem a sua permisso.

Meus olhos se moveram sobre ela e meu corao apertou

quando o fiz, se contraindo cada vez mais quanto mais eu a
observava.

Seja qual for a menina que ela uma vez foi, agora tinha
sumido. Tudo tinha sumido. Sua expresso estava neutra, com os
olhos distantes. Estava to imersa dentro da sua cabea que
provavelmente nem sabia onde estava.

Olhei rapidamente para o Lahn e vi que ele e os dois

guerreiros com o qual estava conversando, observavam o casal
com as feies tensas.

Mas no fizeram nada, nem disseram uma palavra. Lahn

simplesmente virou as costas para o Dortak e retomou a conversa.

Sem pensar, me virei para o menino cantor, fiquei de joelhos e

estendi a mo para seu instrumento, mexendo os dedos e sorrindo
para ele. Seu dedilhado falhou assim como o seu canto. Olhou para
sua me, ela apontou o queixo para mim, ele parou de tocar e
entregou a coisa parecida com uma guitarra para mim.

360
 Um dos meus ex amores era louco por guitarras, tinha quatro
delas, duas acsticas, duas eltricas, e me ensinou a tocar. Ento
se transformou em um idiota quando o alcancei e, rapidamente,
fiquei melhor do que ele (uma das razes, no estou brincando,
pelas quais estava convencida que ele terminou comigo, mas
quando joguei na sua cara, jurou que no era, mas eu sabia que
sim). Quando me deixou, comprei minha prpria guitarra e sempre,
a cada semana, duas, trs vezes, s vezes, todos os dias,
encontrava tempo para tocar.

E no podia dar nada para a esposa do Dortak, sendo rainha

ou no, exceto o que aquele garoto me deu.

Ento me sentei sobre os meus tornozelos enquanto testava

as cordas e os acordes, pegando o jeito e, em seguida, comeava a
cantar Over the Rainbow/Wonderful World, de Israel
Kamakawiwoole15, mas com uma guitarra e no um ukulele.

No podia dizer que minha voz era muito melhor que a do

menino, mas no tinha que ser. Mesmo se no conseguisse
entender as palavras, a msica no podia ser qualquer coisa alm
de bonita. Mantive meus olhos colados nela enquanto ela olhava
para o cho e esperava que, em algum lugar dentro da sua cabea,
as palavras esperanosas e doces se juntassem em uma bela e
colorida cano que penetrasse o mundo de trevas no qual estava
vivendo, com todas as vibraes coloridas de um arco-ris.

Ento, lentamente, a cabea dela se ergueu, os olhos

encontraram os meus e fiz o que achei que qualquer boa rainha
faria e que era tudo o que podia fazer para fornecer o que podia
15
Tambm conhecido como Bruddah IZ, foi um cantor e compositor havaiano.
https://www.youtube.com/watch?v=Z26BvHOD_sg

361
para o seu povo (mesmo que no fosse muito e ela fosse apenas
uma dessas pessoas).

E soube exatamente quando a msica a alcanou. Seus olhos

lentamente se fecharam, suas feies suavizaram e esperei, por
que tudo o que era mais sagrado, que naquele momento ela
estivesse sob um arco-ris em um mundo maravilhoso.

Quando parei de tocar, seus olhos se abriram e sorri para ela.

Dortak puxou a corrente que quase arrancou o pescoo dela e o
olhar suave desapareceu instantaneamente do seu rosto enquanto
um flash de dor o substitua.

No momento em que fez isso, ouvi uma profunda voz

masculina falando laconicamente e essa voz soava realmente
irritada.

E no era a voz do Lahn.

Olhei para a minha esquerda e vi que era do Bohtan. Tambm

vi que tinha reunido uma multido. E vi tambm os olhos escuros do
Lahn fixos em mim, de uma forma que nunca olhou para mim antes,
mas aquilo fez a minha barriga revirar e meu corao se sentir leve.

Voc desrespeitou sua rainha Diandra sussurrou, ento

dei um pulo e olhei para ela, observando seus olhos sobre o que
estava acontecendo na nossa frente e percebi que ela estava
traduzindo.

Segui o olhar dela e vi que o Bohtan estava caminhando

direto na direo do Dortak e palavras estavam sendo trocadas.

Diandra traduziu.

362
 No dou a mnima para mulheres cantando. Esse foi
Dortak.

Voc no d a mnima para mulheres. Esse foi o Bohtan

acenando com a cabea para a mulher do Dortak.

Cuidado, Bohtan um outro guerreiro disse.

Sim, cuidado, Bohtan. Minha mulher no problema seu

Dortak advertiu.

Voc est certo. Sua esposa no problema meu. Mas

no estou falando da sua esposa. Estou falando sobre o seu co.
Voc transformou sua esposa em seu animal de estimao. Voc
gosta de enfiar seu pnis em animais, Dortak? Bohtan respondeu
e apertei os lbios porque eram palavras desafiadoras no meu
mundo, ento estava presumindo que entre a Horda eram
verdadeiras palavras desafiadoras.

Bohtan prosseguiu. No responda a isso, sei que voc

gosta. No se pode deixar de notar, considerando que raramente
perde uma oportunidade para mostrar que o guerreiro que voc ,
enfiando seu pnis em qualquer buraco disponvel do seu animal.

Minha noiva no problema seu! Dortak gritou, puxando

a corrente novamente.

Mas ela no sua noiva! Bohtan rebateu, e depois de

ter falado isso para o Dortak, se inclinou perigosamente. Ela
nada mais que um animal que voc traz nos seus calcanhares.
Voc mancha a Horda com suas aes, empurrando o rosto dela
em seu pnis durante os jogos, desafiando o nosso Dax estando
armado, desrespeitando nossa rainha na frente do nosso rei.

363
 Diandra engasgou quando Dortak respondeu e soube, no s
pelo seu suspiro, mas pelo fato de que senti no ar que algo muito,
muito ruim tinha acontecido.

Um olhar me mostrou que ela tinha ficado plida e sussurrei

com urgncia: O qu?

Ela no tirou os olhos do que estava acontecendo enquanto

sussurrava: Dortak disse Eu no dou a mnima para a nossa
rainha ou para um rei cuja nova esposa ganha uma montaria logo
aps ser reivindicada. A amarela teve seu pnis por duas semanas
e j est dominando ele. Nosso rei o nico que anda no calcanhar
dela. Seus olhos deslizaram para o Lahn e finalizou. Isso
um desafio.

Oh, merda.

Meus olhos tambm se moveram para o Lahn. Ele estava

observando a cena com os braos cruzados sobre o peito e uma
expresso no rosto que declarava claramente que achava, no
mnimo, interessante. Mas, apenas levemente.

Voc desafiou o Dax? Diandra interpretou o que um

guerreiro ao lado Lahn falou para Dortak.

Que Dax? Dortak vociferou as palavras, em seguida,

cuspiu no cho, na direo do Lahn. No vejo nenhum Dax.

Finalmente, Lahn falou e o fez tranquilamente.

Aconselho que voc pare de usar os punhos e o pau na

sua noiva, Dortak, para que voc possa se curar. Quero que esteja
em forma antes de coloc-lo de joelhos e arrancar sua cabea.

364
 Reivindico o Dax Dortak rebateu e a primeira coisa
que vou fazer enfiar meu pau naquela amarela e derramar a
minha semente at que vaze por todos os orifcios do corpo dela.

Prendi a respirao, mas Lahn sorriu e observei sua reao

em estado de choque.

Em seguida, Diandra engasgou novamente, mas traduziu as

palavras do Lahn rapidamente. Voc arranca a minha cabea e
os deuses vo chorar porque o mundo est caindo do cu. Voc
chega perto da minha tigresa, ela vai afundar as garras em voc, e
voc vai estar olhando suas entranhas se derramando antes do
ltimo suspiro escapar do seu corpo. Diandra olhou para mim.
um grave insulto para qualquer guerreiro, minha cara, sugerir que
uma mulher pode ser melhor que ele.

Seria um grave insulto a qualquer um. Ainda assim, foi uma

resposta muito impressionante.

Diandra comeou a traduzir novamente enquanto Dortak

bradava: A amarela dona do seu pau!

Diante disso, Lahn respondeu: Voc fala a verdade e estou

contente por isso, ela sabe o que fazer com ele e aprecia o que
sabe fazer. Enquanto estava tomando-a na noite passada, minha
rainha sussurrou que amava o meu pau, bem antes de plantar
minha semente no ventre dela, uma semente que pode ter criado
um guerreiro, uma semente que j mais guerreira do que voc.

Caraca sussurrei. Essa foi uma boa resposta tambm,

talvez um pouco ntima demais, mas boa.

365
 Nem sei o que isso significa e j vou dizer que voc deve
falar isso de novo Narinda sussurrou.

Diandra traduziu o que Dortak gritou: Vou arrancar sua

cabea amanh!

Ao que Lahn respondeu: No, quero voc curado, antes de

atirar o seu cadver decapitado na pira. Voc tem duas semanas,
Dortak. Em seguida, nossas espadas se enfrentaro.

Dortak encarou o Lahn por um segundo antes de mudar o

olhar para Bohtan, que ainda estava prximo.

Diandra traduziu. Antes de reivindicar o Dax, voc,

apontou o dedo para o Bohtan cuide-se e mantenha sua mente
longe da minha noiva.

Voc, Bohtan rebateu trate-a como uma noiva e eu

fao isso. Continue a trat-la como um cachorro e vou ser obrigado
a mat-la para livr-la dessa misria.

Respirei fundo diante das palavras do Bohtan (palavras que

eu esperava que ele no tivesse falado a srio) quando o rosto do
Dortak ficou to vermelho que pensei que sua cabea fosse
explodir, ento Lahn entrou na conversa.

Bohtan, j chega, sua opinio j est clara.

O rei falou, ento Bohtan deu um passo para trs, mas seus
olhos no desviaram do Dortak.

Em seguida, Diandra traduziu o que Bohtan estava dizendo:

Aps o Dax cortar a cauda da sua cabea sem vida e ela cair da

366
sua sela, eu serei o primeiro a agarr-la e ofert-la sua noiva
como meu presente de casamento.

Ento se virou e se afastou, seus olhos vindos at mim

brevemente, antes de abaixar a cabea por um segundo e, em
seguida, saiu de vista.

O que uma cauda? Narinda perguntou baixinho

enquanto eu tentava recuperar o flego, mas em vez disso,
encontrei o olhar do meu marido.

o seu cabelo. Ouvi a resposta da Diandra. Depois

de um desafio, o vencedor amarra a cabea do vencido na sela e
passeia atravs da Daxshee. Quando termina a comemorao, dure
o tempo que durar, ele libera a cabea da sela cortando-a pelo
cabelo. Depois disso, a cabea est merc de quem agarr-la,
podem fazer o que quiserem com ela e o corpo do guerreiro
queimado sem cabea em uma pira. importante que qualquer um
tenha sua pira, assim suas cinzas podem ir para o cu, unindo
corpo e esprito. Os Korwahk, Maroo, qualquer pessoa das
Southlands tem essa mesma crena e quando algum corpo no
queimado, imaginam que vagueia neste reino como um fantasma
potente, invisvel e inaudvel. No queimar a cabea uma
indignidade final para a derrota de um guerreiro, pois vai vagar sem
cabea pela eternidade, um lembrete da sua humilhao.

Estava ouvindo, mas tambm estava, estranhamente, me

comunicando com o meu marido. Enquanto a Diandra falava, seus
olhos se fixaram nos meus, ento inclinou o queixo para cima,
ligeiramente, uma vez. Sabia que isso significava que estava

367
perguntando se eu estava bem, ento assenti. Uma vez que o fiz,
ele se virou.

E foi ento que me lembrei que estava com o instrumento do

menino, meu corpo estremeceu e, em seguida, me virei para ele e
sorri, oferecendo-o para ele e dizendo: Shahsha. O menino e
a me ficaram, ambos, claramente abalados pelos acontecimentos
que tiveram lugar e ele rapidamente o tomou de volta enquanto
pedia a Diandra para lhe dizer para vir me ver novamente, com seu
instrumento, para que pudssemos tocar e cantar juntos. A face da
me ficou sorridente, mas o menino parecia que queria fazer isso
tanto quanto queria ser forado a correr nu pela Daxshee com o
cabelo em chamas. Ento decidi que quando viesse, iria tocar e ele
podia sair e se divertir com os amigos.

Eles caminhavam para longe quando Narinda perguntou:

Ser que estes... humm, confrontos entre guerreiros acontecem
muitas vezes?

No, doce Narinda, acontecem, eles so homens, por isso

est vinculado. Mas no so frequentes. Embora Dortak no seja
um dos favoritos de qualquer um e j vi guerreiros ficarem
impacientes com ele, ou ele diz coisas que os obriga a falarem
essas palavras. Bohtan um bom homem, um bom pai, Seerim diz
que ele um bom guerreiro. Ele e Nahka no deixaram sua tenda
por quase duas semanas depois da sua reivindicao; ele se
apaixonou por ela. A Horda viajou aps a seleo, deixando-os para
trs. Ele um bom marido e cuida da sua esposa. Diandra sorriu
gentilmente para Narinda, um sorriso que falou muito sobre o
guerreiro que a tinha reclamado. H alguns homens, no importa

368
qual sangue flui em suas veias ou quais ensinamentos perfuraram
em suas cabeas, que so apenas bons homens.

Narinda retribuiu o sorriso e no havia nada de pequeno ou

estranho nele.

Gaal se aproximou e depositou um prato de frutas

cristalizadas sobre as peles. Sorri para ela, ela sorriu de volta e se
afastou.

Eu a observei sair, achando que Teetru estava um poco

distante porque era mais velha, parecia levar muito a srio os seus
deveres e descobri, ontem, que parte dos seus deveres era manter
um olho em mim. Mas Jacanda, Beetus e Packa eram mais jovens,
mais amigveis e mais faladoras. medida que os dias passavam,
at mesmo Packa estava saindo da sua timidez e se tornando mais
extrovertida. Nossa conversa parou, mas, at mesmo com Teetru,
senti como se estivssemos todas formando uma ligao.

Mas Gaal permanecia distante e vigilante e, depois do que a

Diandra me disse ontem, odiava faz-lo, mas ficava pensando
sobre isso.

Merda, ia ter que manter um olho sobre as minhas meninas,

especialmente na Gaal.

Ento ouvi um barulho, como o de um trovo distante. Era

familiar e ainda assim parecia estranho. Percebi que era a hora em
que o horizonte era preenchido por cavalos. Era o som dos cascos
de um vasto nmero de cavalos batendo na terra. Tinha ouvido falar
disso durante os ltimos seis dias, mas isso era diferente e era

369
diferente porque os cavalos que vinham na nossa direo no
estavam na casa das centenas.

Observei enquanto mais e mais visveis ficavam.

Puta merda! Devia haver milhares deles!

Fiquei tensa e meu primeiro pensamento foi correr para o

Lahn, quando Diandra disse calmamente: Ah, olha, a Horda
chegando.

Minha cabea se voltou para ela e falei: A Horda?

Ela estava pegando algumas frutas cristalizadas; jogou um

pouco na boca e olhou para mim enquanto mastigava. Engoliu, em
seguida, falou: A Horda.

Mas pisquei. Pensei que ns estvamos com a

Horda.

Estamos minha querida, com alguns deles. Guerreiros que

participaram da Caada, outros cujos filhos foram para a seleo,
treinadores que so necessrios para cuidar dos novos guerreiros,
outros que gostam, ou sua esposa gosta das celebraes. Mas o
resto est em patrulhamento ou em campanha.

Olhei para os cavalos se movendo na nossa direo e para as

carroas, um grande nmero delas, que podiam, agora, ser vistas
na retaguarda.

O resto? Sussurrei.

Circe, minha bela amiga, umas poucas centenas de

guerreiros no podem manter uma nao inteira segura. Os

370
nmeros da Horda chegavam a pouco mais de setenta e cinco mil,
da ltima vez que ouvi. Podem ser mais.

Meu queixo caiu e olhei para ela.

Meu marido comandava um exrcito de setenta e cinco mil

homens?

Meu Deus!

No so nem mesmo todos eles Diandra apontou com a

cabea para a procisso que se aproximava. Nem a metade.
Apenas os guerreiros que cavalgam com o Dax. Enquanto estava
presidindo as cerimnias, eles estavam cuidando dos negcios.
Eles sempre se juntam ao Dax quando ele termina os assuntos
oficiais. Alm disso, existem outros grandes esquadres em
patrulha por toda Korwahk ou executando campanhas que o Dax
ordenou. Por que voc acha que ele atende seus guerreiros durante
todo o dia e at tarde da noite? Sendo um Dax, h muito o que
fazer.

Olhei para o Lahn, que agora tinha cinco guerreiros junto a

ele, as mos plantadas nos quadris, os olhos no horizonte,
observando seus guerreiros se aproximando. Os homens estavam
conversando com ele e vi que ele estava olhando e ouvindo quando
balanou a cabea uma vez para algo que um deles estava
dizendo. Ento cruzou os braos sobre o peito, desviou o olhar do
panorama e voltou sua ateno para o homem que estava falando
com ele.

Eu no tinha ideia. Nenhuma. Na verdade, uma horda

selvagem e primitiva de apenas algumas centenas, parecia

371
suficiente para uma horda selvagem e primitiva, de fato, bastante.
No tinha absolutamente nenhuma ideia de que ele comandava tal
legio.

Circe? Narinda chamou, balancei a cabea, desviei o

olhar do meu marido e o apontei para minha amiga. Voc est
bem? Perguntou.

Sim, sim falei distraidamente, em seguida, olhei para os

cavalos, que estavam ficando cada vez mais prximos. Estou
bem.

Vejo que, agora, voc est percebendo Diandra falou

suavemente e meus olhos aturdidos se voltaram para ela, vendo os
dela, no aturdidos, mas compreensivos. Vivia dizendo a voc,
minha querida, voc uma rainha. Vejo, agora, que voc entende
que uma rainha. A rainha de um vasto nmero de homens, suas
mulheres, seus filhos e de uma nao de pessoas as quais eles
protegem fez uma pausa todos eles servem a voc.

Sim, Diandra sussurrei estou percebendo.

Ela se inclinou para mim. Voc salvou a vida de uma

criana e seu povo testemunhou; voc cantou uma linda cano
para uma mulher cujo esprito tem sido pisado at a morte dentro
dela, lhe dando um breve momento de harmonia e seu povo
testemunhou. Voc faz seu marido rir, algo nunca ouvido antes por
aqueles que no so seus irmos, assim como os sons do prazer
que saem da sua tenda e seu povo ouve. Digo a voc, h boatos e
cochichos que esto aumentando, Circe, com uma velocidade que
iro surpreend-la. Voc no sabe, mas suas aes j construram
fortes laos de lealdade nos coraes de pessoas que voc nem

372
conheceu e voc nossa Dahksahna h duas semanas. Seu rei
constri a lealdade providenciando riquezas, segurana e astcia;
voc, minha linda Circe, est construindo a sua, e,
consequentemente a dele, por meio dos assuntos do corao. Isso
a torna forte e a torna fraca. Haver aqueles que procuraro
canalizar essas fraquezas. Tenha cuidado, seja vigilante e se
mantenha em segurana.

Engoli em seco e ela acenou com a cabea, meus olhos

esvoaando at a Narinda que estava observando, seus prprios
olhos arregalados e a face um pouco plida.

Ento me virei para a procisso que avanava e observei

parte do gigante exrcito do meu marido chegar.

Linas, rah ele sussurrou antes dos seus lbios se

moverem sobre os meus olhos.

Estava em apuros.

Meu rei tinha acabado de fazer amor comigo sim, fazer

amor comigo, de maneira lenta, doce, gentil, suave. Foi, no h
outra palavra para descrever, lindo. E eu gostei, muito. Tantas

373
coisas, acho que nunca esqueceria, nenhum toque, nenhum gosto,
nenhuma penetrao, nenhum segundo, nada disso.

E agora ele estava deitado em cima de mim, seu peso

apoiado no antebrao sobre a cama, ao meu lado, a outra mo em
volta do meu pescoo, o polegar acariciando delicadamente minha
mandbula e estava sussurrando para mim.

Homem, ele era bom.

Sim, acho que voc pode dizer isso, mas na verdade, meus
olhos so mais um castanho bem claro murmurei para tentar
quebrar o clima.

Ele inclinou o queixo para baixo, os olhos presos nos meus e,

ao ver seu olhar, minha barriga aqueceu.

Ok, mensagem recebida, Lahn no queria quebrar o clima.

Olhos, rah sussurrou, em seguida, sua mo deslizou

sobre a minha bochecha, os dedos afastaram meu cabelo para o
lado e para baixo, antes dele juntar uma mecha contra o meu
pescoo. Lipa, rah murmurou, o dedo voltando a acariciar meu
queixo.

No meu mundo, ns no o chamamos de dourado,

chamamos de loiro sussurrei, seus olhos encontraram os meus,
aquele olhar doce, morno e satisfeito ainda estava nas suas
profundezas e meu corao pulou.

Em seguida, a cabea mergulhou, me preparei e os lbios

molharam a pele do meu rosto. Leeka, rah retumbou no meu
ouvido.

374
 No ia discutir isso. Isso era verdade, com todo o sol que
estava pegando, minha pele estava dourada.

A cabea dele se voltou enquanto o polegar varria meus

lbios, os dedos se movendo para que sua mo pudesse segurar
minha mandbula. Lapay nahna lisa rahna, kah Lahnahsahna?

Sabia o que ele estava perguntando. Sua boca de ouro,

minha tigresa?

Meu corao pulou mais uma vez.

Merda.

Lahn sussurrei, ento fechei os lbios enquanto sua

cabea mergulhava novamente e roava suavemente os lbios dele
contra os meus.

Ok, ele podia no ter beijado uma mulher antes, mas ele
beijava bem pra caralho.

Humm, kah rahna fauna? Perguntou baixinho, sua boca

se movendo contra os meus lbios.

Oh, sim, ele era bom.

S fiquei olhando nos seus olhos, que eram tudo o que eu

podia ver e me esforcei para manter a boca fechada.

O que eu queria fazer era beij-lo.

E queria isso, muito.

Ele me olhou de volta.

Lapay tee? Sussurrou, isso?

375
 Balancei a cabea e observei com ateno enquanto seus
olhos sorriam ao mesmo tempo que senti seus lbios fazerem o
mesmo.

Ento, sem seus olhos deixaram os meus, sua lngua traou

meus lbios.

Eu tremi e meus membros, todos os quatro que estavam em

torno dele, enrijeceram.

Oh, merda, sim, ele no era bom. Ele era bom.

Sim, , Circe sussurrou contra os meus lbios, sua

lngua deslizou novamente e, em seguida, murmurou: doce
rahna.

Ok, tinha recebido alguns elogios agradveis na minha vida.

Um, tinha que admitir, foi o Lahn me dizendo que eu tinha uma rara
beleza, como ele nunca tinha visto. Outro foi, claro, ele me
dizendo que o esprito que brilhava em meus olhos foi a coisa mais
linda que j tinha visto.

Mas o seu elogio, dizendo que a minha boca era uma doura
dourada foi direto para o topo da lista.

Sahnahsoo kay neenkah sussurrou.

Tambm sabia o significado disso. Deixe-me entrar.

Meu estmago afundou, meu corao disparou e a rea entre

as minhas pernas formigou.

Merda!

376
 Balancei a cabea novamente e ganhei outro toque da sua
lngua.

Oh, Deus.

Sahnahsoo nahna Dax neenkah, kah Dahksahna

murmurou.

Deixe seu Rei entrar, minha Rainha.

Oh, Deus!

Tinha que parar com isso, tipo, agora.

Uma das minhas mos deslizou pelas suas costas, debaixo

do brao, pelo peito, sobre o pescoo e segurei o lado da sua
mandbula, deslizando o polegar entre os nossos lbios.

No, Lahn, kah lisa lapay Kahna16 sussurrei.

Seus olhos sorriram de novo, um sorriso astuto, portanto, um

sorriso assustador.

No, querida, a sua boca minha. Ele sussurrou em

resposta, em seguida, o polegar deslizou sobre meu rosto, meus
lbios, tomando meu polegar com ele e, quando teve acesso,
abaixou a cabea e tocou a boca na minha novamente.

Segurei minha respirao, mas ele s levantou a cabea e

sussurrou: Ok, minha Circe, anah na vatay. Anka, ta junay
tooka17.

No entendi coisa alguma, mas senti um alvio misturado com

uma extrema decepo quase devastadora quando ele deslizou
16
No, Lahn, a minha boca minha.
17
Ok, minha Circe, esta noite voc ganhou. Amanh, jogaremos mais.

377
para o meu lado, mas me aconchegou perto dele, entrelaando
suas pernas com as minhas e murmurou: Trahyoo.

Eu queria trahyoo, eu precisava trahyoo.

Mas tudo que conseguia fazer era sentir o espectro dos lbios
dele contra os meus e o gosto da sua lngua.

Ento, ele me segurou por algum tempo.

Ento, me enrosquei ao meu rei guerreiro, e trahyooei.

378
 Captulo Dezenove
O Julgamento

Seis dias mais tarde...

Poyah, kah rahna Dahksahna! Ouvi, virei a cabea e vi

Keenim, o menino que cantou para mim dias atrs, em um espao
aberto. Estava com um grupo de outros meninos chutando o que
parecia uma bola. Era maior do que uma bola de futebol americano,
mas com o mesmo formato sem as extremidades pontiagudas.

Poyah, Keenim! Respondi, acenei, ele acenou de volta e

todos os seus amigos me encararam em choque, seus olhos
virando lentamente para o amigo, mais chocados ainda porque a
rainha sabia o seu nome e acenou para ele. Claramente, no tinha
dito a eles que tinha ido minha tenda duas vezes desde a sua
visita inicial (onde toquei seu violo e ele brincou com Ghost), ou
no acreditaram nele.

Isso me fez sorrir, at que fiz meu caminho de volta para o

mar de tendas, ento meu sorriso desapareceu e meus
pensamentos vagaram.

Eu estava caminhando, pensando e, mais importante, sendo

vista. Com o retorno da Horda, havia mais milhares de guerreiros,
suas mulheres, suas crianas, seus escravos e outras cabanas

379
adiante. O barulho da Daxshee tinha aumentado, assim como sua
expanso.

A boa notcia sobre isso foi que o retorno do exrcito do Lahn

mantinha o meu marido ocupado.

E a m notcia sobre isso foi que o retorno do seu exrcito

mantinha o meu marido ocupado.

Portanto, nas ltimas seis manhs, ele me acordou com as

mos, em seguida, no perdeu tempo me excitando antes de me
foder rpida, dura e brilhantemente. Ele sempre forava o meu
orgasmo antes de se deixar levar. Era suado, era enrgico, era
quente, era bom pra caralho, mas nunca durava muito tempo. Em
seguida, exigia minha boca, eu recusava, ele sorria aquele sorriso
compreensivo, aquele sorriso assustador que me dizia, claramente,
que estava esperando o seu tempo. Ento me arrastava para fora
da cama para que eu pudesse lhe dar um banho rpido e tranar ou
arrumar seu cabelo como instrua. Ento me puxava para ele com
um brao, envolvia a outra mo em volta do meu queixo para
posicionar meu rosto para que eu no pudesse escapar, tocava
minha boca com a sua e, em seguida, ia embora.

Assim, sumia. Eu no o via o dia inteiro e, mesmo que

tentasse ficar acordada noite (embora, no admitisse este fato
para mim mesma), nunca fui acordada quando ele deslizava na
cama ao meu lado.

A boa notcia sobre isto que era mais fcil resistir sua
doura, seu calor e todas as outras coisas sobre o Lahn.

380
 A m notcia sobre isso era que sentia falta dele. Era duro
admitir, mas estava l.

Sentia falta do meu marido assustador, selvagem, brutal e rei

de uma horda de saqueadores de outro universo.

Quo fodido era isso?

A outra m notcia sobre isso era que me dava bastante

tempo para mim mesma.

Diandra tinha um marido, uma filha e um homem poderoso

para cuidar e eu no era sua nica amiga, por isso, embora
passasse um tempo com ela todos os dias, como o passar dos dias,
abri meus olhos e percebi que parecia que eu ia ficar neste mundo
e em uma base permanente. Isto significava que eu realmente tinha
que encontrar alguma maneira de me habituar a este mundo e no
podia ter a Diandra ao meu lado a cada segundo.

O mesmo acontecia com a Narinda, que tinha um selvagem

muito atencioso em suas mos e ele no tinha uma legio para
comandar. Ento, ela ficava amarrada muito tempo (espero que no
literalmente, ou, talvez, se ele fosse doce sobre isso, espero que
literalmente).

Com a Nahka, a mesma coisa, com uma tenda, marido e dois

filhos.

E minhas meninas pareciam estar sempre ocupadas batendo

tapetes, preparando banhos, limpando meus sarongues, polindo
candelabros, cozinhando o po achatado no forno de barro,
assando carne no espeto sobre o fogo e assim por diante. Tentei
ajudar (mais de uma vez), mas Teetru teve um ataque quando me

381
viu rir com a Jacanda e a Beetus enquanto pegava meus tops e
sarongues de um varal e ela ficou doida (na sua maneira tranquila e
solcita de Teetru) quando me pegou enxaguando os pratos do caf
da manh no riacho com a Packa, ento parei de fazer isso.

Eu era uma rainha. Precisava fazer coisas de rainha. E as

coisas de rainha claramente no incluam lavar pratos.

O problema era, eu sabia que no havia outras rainhas de

hordas primitivas e selvagens para me dizer que coisas de rainha
eu deveria estar fazendo e, embora a Diandra fosse uma grande
conselheira, nunca tinha sido rainha. Meu marido no estava por
perto para me aconselhar, no tinha certeza de que isso seria bom
para ele e seu conselho podia ser assustador.

Ento decidi que a melhor coisa de rainha que podia fazer era
estar entre o meu povo, sorrir, acenar, conversar (o melhor que
pudesse), conhec-los e deix-los me ver. Portanto, todos os dias
eu andava atravs da Daxshee seguida por quem quer que
estivesse me acompanhando naquele dia.

Hoje era Bain, ou o guerreiro sorridente, que era amigvel, ao

contrrio de Zahnin, o outro guerreiro que me vigiava (e aquele que
tinha me arrancado do cavalo duas vezes naquele dia em que
estvamos cavalgando). Bain andava ao meu lado e falava comigo
enquanto caminhvamos entre o povo e as tendas. Zahnin andava
dois passos atrs e nunca olhava para mim. No entanto, ele
realmente parecia estar de mau humor perptuo. Na primeira vez
que estava comigo, tentei conversar com ele. Isso foi to bem-
sucedido, que no tentei novamente.

382
 E conversar com Bain era divertido. Ele no entendia o que eu
falava em ingls, ento fui forada a testar o meu Korwahk com ele.
Isso o fazia rir (muito, meu Korwahk era realmente ruim), mas
depois que ele parava de rir, era um professor paciente. Me corrigia
e, enquanto caminhvamos, apontava as coisas e me dizia como
eram chamadas (por exemplo, fogueira, pahkah, tocha, pahkan e
apenas fogo, pahk). Tambm intervinha quando eu conversava com
o meu povo, muitas vezes fazendo mmica para traduzir o que eles
estavam dizendo, o que fazia eu rir.

Mas, hoje, eu estava introspectiva e Bain sentiu isso, ento,

embora andasse perto de mim e algumas vezes falasse baixinho
comigo, estava me deixando com os meus pensamentos.

Ao fazer isso, Bain me fazia pensar que, talvez em algum

lugar, sua nova noiva estivesse sorrindo tambm.

Estava introspectiva, principalmente, porque o dia parecia

estranho. No podia apontar o porqu, mas estava estranho.
Acordei sentindo isso no ar e ainda no tinha ido embora.

Mas tambm estava pensando sobre o que o Lahn falou sobre

como me tornei uma possesso de um olheiro Korwahk. Ele sabia,
portanto, obviamente, devia ter perguntado como isso aconteceu.
Isso no era surpreendente; curiosidade sobre a sua nova
companheira, e isso no me incomodava. O que me perturbava era
que havia uma histria para contar. Achava que tinha acordado em
um curral cheio de mulheres.

Como eu podia ter estado em um navio pirata?

383
 Isso no fazia nenhum sentido em uma situao que no fazia
sentido. Eu estava aqui, j estava aqui h quase trs semanas e
parecia que no ia voltar para casa.

Mas, como vim parar aqui?

E quem era a Circe (ou quem quer que seja) que estava em
um navio pirata?

Precisava de respostas, mas no sabia o que fazer para

encontr-las e no tinha certeza que eu as queria. O conhecimento
pode ser mais assustador do que a realidade.

Dito isto, a Diandra tinha falado uma coisa a qual no tinha

dado ateno na poca porque me sentia mal, tremia
incontrolavelmente e o Lahn estava extremamente chateado, ento
tinha outras coisas na cabea, mas quando tive insolao, ela me
disse que o medicamento era natural, no feitiaria.

Se voc podia ouvir os animais neste mundo (e Ghost falava

comigo, ela era um filhote, no sabia um monte de palavras e todas
eram em Korwahk ento no sabia o que ela estava dizendo na
maior parte, mas, mesmo assim, entendia os miados, os
ronronados e rosnados como linguagem humana), se os cavalos
podiam ser to brancos que pareciam azul gelo, se mulheres
inocentes podiam ir para a cama em Seattle e serem transportadas
para um universo alternativo, ento podia haver magia.

E talvez algum a praticasse, aqui.

E talvez algum que soubesse o que diabos estava

acontecendo comigo.

384
 E, se soubesse o que era, ento talvez pudesse descobrir o
que eu deveria fazer.

Dahksahna Circe Bain murmurou e tardiamente percebi

que ele tinha ficado tenso ao meu lado.

Voltei a mim, olhei para ele, em seguida, olhei para onde seus
olhos estavam direcionados.

O eunuco estava vindo na nossa direo e seus olhos

estavam sobre mim.

Tee lapay lee Xacme18 Bain disse baixinho para mim.

Olhei novamente para o Bain e, antes de reorganizar suas

feies, vi desgosto nelas.

Oh, Deus.

Kah Dahksahna. O Eunuco murmurou, abaixando a

cabea quando parou na minha frente.

Humm. Ele me chamou de Kah Dahksahna. A maioria das

pessoas me chamava de rahna Dahksahna, rahna Dahksahna
hahla ou Dahksahna Circe se me conhecessem muito bem.

Ningum me chamava simplesmente de sua rainha.

Que estranho.

Poyah o cumprimentei e sua cabea se ergueu, com as

feies dissimuladas.

Oh, Deus.

18
o Eunuco.

385
 Eu sou o Eunuco ele afirmou e eu pisquei.

Voc sabe ing... quero dizer, Valeariano? Perguntei.

Eu falo a linguagem do Vale respondeu, levantando um

pouco o queixo.

Ele falava ingls. Muito esquisito. Por que o Lahn no utilizava

esse cara como intrprete?

Bem, humm... legal, uh, isso timo, quero dizer. Adorvel,

uh... finalmente conhec-lo gaguejei. Humm, qual o seu
nome?

Ele olhou para mim. Em seguida, repetiu: Eu sou o Eunuco.

Humm... bem, eu, huum... ouvi falar sobre isso, mas...

Caramba! Eu estava perguntando seu nome.

Meu nome? Perguntou em resposta.

Sim, aquele que lhe foi dado no nascimento disse a ele.

Suas feies, ainda dissimuladas, se fecharam.

Esse nome foi tomado com a minha masculinidade, kah

Dahksahna me informou com frieza.

Ok, existiam um sem nmero de conversas desconfortveis

que uma pessoa podia ter em sua vida. Quando terminavam o
relacionamento com algum, por exemplo. Quando fodiam tudo e
tinham que admitir que estavam errados, por outro. Mas conversar
com um cara que teve suas bolas cortadas, sobre suas bolas serem
cortadas vencia de todas.

386
 Mantive seu olhar. Ento falei baixinho: Certo, mas voc
ainda aquele homem, no importa qual atrocidade aconteceu com
voc, assim... eu gostaria de saber o seu nome.

Neste ponto, Bain disse algo que soou como se estivesse

perguntando O que a sua rainha exige de ti?, mas eu no tinha
certeza.

Kah trooyha meu nome, o Eunuco respondeu (l estava,

eu estava certa sobre a pergunta do Bain).

Uvoo tee luh zah. D a ela, Bain ordenou com firmeza e

impacincia.

O Eunuco olhou com firmeza para o Bain por um breve

segundo, em seguida, se virou para mim. Karrim, minha rainha
respondeu com outro leve abaixar da cabea.

Shahsha Falei baixinho.

Ele me encarou por um segundo e ento disse: Me perdoe;

tinha muitas coisas para fazer. A Caada, a seleo, a viagem,
estive muito ocupado para me apresentar minha rainha. Lhe
ofereo minhas desculpas.

No h necessidade, eu entendo. Levantei um brao

para apontar para a atarefada Daxshee, ao mesmo tempo que lhe
dava um sorriso. Suas responsabilidades so vastas. Qualquer
um pode ver isso.

Outro aceno de cabea obsequioso e murmurou: Shahsha.

Seus olhos deslizaram para o Bain e novamente para mim, to
rpido que foi quase como se eu estivesse vendo coisas, antes de

387
prosseguir. Gostaria de saber se voc est se dando bem com
tahna Dax.

Inclinei a cabea para o lado. Perdo?

Seus olhos foram, incisivamente, at as minhas bochechas,

agora, suspeito, sem nenhuma colorao e depois voltaram para os
meus. Voc e tahna Dax, espero que tudo esteja bem em sua
tenda.

Um formigamento atravessou a minha espinha antes de eu

dizer: Est tudo bem. Ento, porque queria o Bain nessa
conversa, falei em Korwahk, esperando que estivesse falando
direito. Jak lapay yahka. Est tudo bem.

Jak lapay yahka? Zut tela? Perguntou Bain e olhei para

ele.

Kay loot kah Dax respondi sua pergunta para Est

tudo bem? Com o qu? Ento olhei para o Eunuco. Kah Lahn
lapay, humm... Lahn, est ocupado, hum, lidando bem, humm, ta
lapay yahka. Fahnah-san19.

Uma reverncia obsequiosa do Eunuco novamente, em

seguida: Dohno, kah Dahksahna, muito dohno ele estava,
obviamente, evitando os olhos do Bain e, talvez, a vibrao
descontente que o Bain emanava, e ficou claro que queria evitar
isso a qualquer custo, e soube disso quando disse com outra
inclinao da cabea. Vou deixar voc com seus... pensamentos.

19
Eu e o meu rei... Meu Lahn est ocupado, mas estamos, humm, indo bem, humm, estamos bem.
Felizes.

388
Goyah, kah Dahksahna uma reverncia sem qualquer contato
visual com o Bain e murmurou: Goyah, Tunakan20.

Em seguida, partiu apressado.

Podia dizer que no gostei de como tudo ocorreu e quando

Bain tocou no meu brao para prosseguirmos soube, por continuar
com aquela vibrao ruim, que ele tambm no gostou.

Em seguida, falou em Korwahk e usou palavras fceis para

que eu pudesse entender. Eu no gosto desse homem.

Oh, oh.

Em seguida, prosseguiu, me advertindo: Seja cuidadosa,

Dahksahna Circe.

Eu entendi muito bem.

Ok sussurrei.

Nesse momento, um grito agudo perfurou o ar, to horrendo

que enviou fragmentos de gelo atravs das minhas veias.

Imediatamente, um dos braos do Bain se ergueu, sua mo

foi para trs do pescoo, onde, sem nenhum problema e
rapidamente, desembainhou a espada enquanto passava o outro
brao em volta da minha cintura e me puxava contra ele, recuando
mesmo enquanto as pessoas ao redor estavam correndo at trs
tendas abaixo.

Bain gritou uma pergunta para algum que estava correndo

na outra direo, obteve uma resposta, e o homem falou to rpido

20
Adeus (at mais tarde), Tunakan: Guerreiro de Suh Tunak ou da Horda Korwahk.

389
que as nicas palavras que pude entender foi Dortak e zak
bahsah, sua esposa.

Oh, merda.

Em seguida, outro grito cortou o ar.

Oh, merda!

Bain enrijeceu o corpo diante da resposta e, em seguida,

tentou me puxar para trs, mas firmei os ps e virei o pescoo para
olhar para ele.

Em Korwahk, me esforcei para gritar: Precisamos ir at ela!

Me, kah rahna Dahksahna negou.

Bain! Precisamos ir at ela! Ele continuou me puxando

para trs, ento gritei: Nahna Dahksahna tahnoo tee! Sua
Rainha ordena!

Ele me olhou nos olhos por um instante, viu alguma coisa

claramente, ento murmurou: Tooyay kay.

Diandra tinha me dito o que tooyo significava, porm no

havia uma traduo literal, mas pela descrio soava como se
significasse caralho, o que queria dizer que Bain tinha acabado de
murmurar caralho, o que teria sido engraado em qualquer outro
momento, mas, obviamente, no agora.

Ento ele me soltou, mas segurou minha mo, manteve a

espada desembainhada e correu para a tenda. Gritou ordens para
as pessoas que a rodeavam, elas se viraram, me viram, abriram
caminho e, em seguida, chegamos na frente da tenda e presenciei
um pesadelo.

390
 Dortak tinha sua esposa de joelhos na frente dele, a mo
fechada em seu cabelo, inclinado sobre ela, a lmina de uma faca
na sua garganta e sangue escorrendo de uma enorme ferida aberta
no ombro dele. Seu rosto estava vermelho e retorcido com raiva, ela
tinha, claramente, sido espancada recentemente no rosto e no
estvamos falando de alguns tapas, o que j seria bastante ruim,
mas socos, as bochechas dela estavam encharcadas por um rio de
lgrimas e sabia que ele estava prestes a cortar sua garganta.

Assim, sem um nico pensamento, me virei, agarrei o punho

de uma das facas no cinto do Bain, a puxei para fora da bainha, me
virei novamente e avancei imediatamente at que tinha a ponta da
faca na jugular do Dortak.

Pare ordenei em Korwahk.

Ele olhou com dio para mim, em seguida, a lmina cortou a

carne dela, sangue escorrendo do ferimento superficial, mas ela
gritou seu terror de uma maneira que arrepiou toda a minha pele.

Apertei a ponta da minha lmina no pescoo dele. Pare!

Kah rahna Dahksahna Bain falou baixinho; ele estava

perto.

Sua rainha ordena! Gritei em Korwahk para o Dortak,

ignorando Bain, meus olhos colados aos escuros e cruis do
monstro.

Ele deslizou a lmina mais profundamente, outro grito rasgou

o ar, ela se retorceu nos braos dele (no era a coisa mais
inteligente a fazer, pensei vagamente, considerando que a lmina
dele tinha aberto sua pele) e as lgrimas caram at seu queixo.

391
 Sua rainha ordena! Gritei, empurrando a minha mais
profundamente e uma gota de sangue cercou a ponta.

Ele ficou imvel e olhou para mim, e eu mantive o seu olhar.

Estvamos nos encarando fixamente. Eu estava respirando
pesadamente, meu peito subindo e descendo com tanta fora que
podia sentir cada respirao.

Sua rainha ordena, Dortak, solte a sua espada disse

Bain em Korwahk atrs de mim e os olhos do Dortak deslizaram at
ele.

Sua rainha ordena, solte... sua... espada. Outra voz veio

de um pouco mais longe, uma que era familiar, mas estava muito
concentrada em no empurrar minha lmina na garganta dele e/ou
desmaiar, ento no consegui perceber de quem era.

O olhar do Dortak voltou para mim e o encarei.

Solte sua espada! Bain trovejou.

Os olhos do Dortak se moveram sobre meu ombro e, em

seguida, olharam alm de mim para observar alguma coisa, em
seguida, seus lbios se curvaram em um sorriso de escrnio e
abaixou a espada, mas empurrou sua esposa, para que ela casse
de cara no cho, na frente da tenda.

Comecei a me mover para ela, mas nem sequer consegui dar

um passo. A mo do Bain envolveu a minha e ele partiu, me
arrastando com ele. Enquanto me puxava atravs da multido,
peguei um vislumbre de vrios guerreiros, incluindo Zahnin, de
quem era a voz que no consegui perceber antes (principalmente

392
porque ele nunca falava muito comigo, a maior parte das palavras
que dizia era monossilbica e todas em grunhidos.

Eu estava surpresa por ele cuidar da minha retaguarda.

Tambm estava correndo atravs da Daxshee para

acompanhar os passos rpidos, determinados e urgentes do Bain, e
estava tremendo como uma folha.

Quando chegamos na minha tenda, me empurrou para dentro,

pegou sua faca da minha mo, a embainhou, colocou um dedo na
minha cara e rosnou em Korwahk: No saia.

Seu rosto era assustador, mas havia outra coisa l tambm.

Preocupao.

Oh, merda. Eu ferrei tudo.

Quando saiu, gritou algo para Teetru que estava bem ao lado
das abas da tenda. Seus olhos se arregalaram, mas ela balanou a
cabea, ele correu para fora, ela chamou as meninas e todas
vieram correndo. Ento todas escutaram a Teetru falar. Em
seguida, todas balanaram a cabea e ficaram imveis junto
entrada.

Olhei para as minhas meninas alinhadas nas abas da entrada.

Acho que no ia a lugar algum.

E tive o pressentimento que no tinha ferrado tudo, eu tinha

fodido tudo.

393
 O que possuiu voc? Diandra gritou.

Eu tinha razo. E no tinha ferrado. Eu tinha fodido tudo.

Eu no eu eu no nem sei por onde comear! Ela

gritou.

Eram pelo menos duas horas mais tarde, mas pareciam dois
anos. Minhas meninas no estavam mais na entrada. No, elas
desapareceram. Em seu lugar estavam dois enormes e
assustadores guerreiros posicionados do lado de dentro das abas
da tenda.

Eu definitivamente no ia a lugar algum.

Diandra havia chegado h quinze minutos, j sabendo o que

tinha acontecido, principalmente porque isso estava se espalhando
atravs da Daxshee como um incndio.

Ela estava caminhando para l e para c.

Eu estava sentada de pernas cruzadas sobre a cama, em um

pnico silencioso.

Eu no disse que o que acontece na tenda de um guerreiro

no da conta de ningum? Ela gritou.

394
 Eles estavam fora da tenda, Diandra falei baixinho, ela
parou no meio do caminho e se virou para mim.

Isso no engraado, minha querida, nada sobre isso

engraado sussurrou, embora eu no estivesse tentando ser
engraada, apenas informativa, mas no compartilhei isso, quando
ela deu dois passos rpidos at mim, se abaixou e retrucou:
Voc apontou uma arma para um guerreiro.

Sim, mas-

Voc uma mulher e apontou uma arma para um guerreiro

da Horda Korwahk! Ela gritou.

Diandra-

No importa que voc seja a rainha, voc uma mulher e

ele um guerreiro! Ela me interrompeu.

Levantei a mo. Querida, sussurrei por favor.

Ele no estava tentando violent-la. Ele no estava

saqueando sua tenda. Ele no estava maltratando seus escravos
sem a sua autorizao e se recusando a parar diante do seu
pedido. Ele estava com a esposa dele! Ela vociferou.

Mas ele estava- Tentei de novo, abaixando a mo.

O que ele estava ou o que ele no estava fazendo, no

problema seu! Ela gritou.

Ele ia mat-la! Exclamei.

E se ele matasse, enfrentaria o Dax por isso, no voc.

No voc, Circe. O Dax.

395
 Dois membros da Horda me apoiaram disse em voz
baixa.

Ela ficou imvel e retrucou: O qu?

Tanto Bain quanto Zahnin me deram cobertura, me

apoiaram expliquei.

Sim, soube disso tambm. E voc deve esperar que o Dax,

que nunca, em todos os anos que o conheo como Dax, foi
tolerante, hoje se sinta tolerante, pois ele pode arrancar suas
cabeas por ficarem contra um irmo.

Prendi a respirao, senti a garganta estreitar e meus olhos

se arregalaram, tudo ao mesmo tempo.

Ela viu o meu olhar e acenou com a cabea uma vez. Ento
falou baixinho, com uma tranquilidade forada e mais do que um
pouco de medo: Sim, ele pode fazer isso, Circe. Fez uma
pausa antes de finalizar. E pode pedir a sua.

Oh, meu Deus sussurrei.

Essa uma boa ideia, minha amiga, ora ao teu Deus.

Temo que voc vai precisar Dele, agora mesmo ela sussurrou
em resposta e vi que o medo tinha dominado seu olhar e suas mos
tremiam.

Sim, eu fodi tudo de verdade.

As abas da barraca se abriram com um estalo, meus olhos

foram naquela direo e vi os guerreiros ficarem tensos, em
seguida, se afastarem e ento o Lahn se inclinou e entrou.

Prendi a respirao.

396
 Bain, Zahnin e Seerim o seguiram, mas eu s tinha olhos para
o Lahn.

Eu o observei, tentando ler seu humor, mas sua face estava

em branco enquanto dava quatro passos na minha direo, parava
e cruzava os braos sobre o peito. Estava me observando o tempo
todo, sem deixar transparecer nada.

Quando parou de se mover, continuou me olhando.

No sei se devia me curvar diante dele, perguntar se eu podia

explicar, implorar pela minha vida (e a do Bain e a do Zahnin) ou
explodir em lgrimas aterrorizadas que ameaavam chamuscar
minha garganta.

Ento, s fiquei parada l, olhando para ele.

Isso durou algum tempo.

Em seguida, virou a cabea e acenou com o queixo para a

Diandra, o que eu no sabia o que significava, at que
imediatamente se virou para mim e comeou a falar.

Diandra, pegando a deixa, traduziu.

Minha tigresa, ao que parece, desembainhou ainda mais as

suas garras.

Oh, merda. No acho que foi um bom comeo.

Senti que seria prudente ficar em silncio.

Lahn falou. Voc tirou sangue de um guerreiro, minha

rainha.

Apertei os lbios e continuei quieta.

397
 Voc foi a segunda mulher, hoje, a tirar o seu sangue. Ele
experimentou o ao da sua esposa antes do seu.

O ferimento no ombro. Ela lutou contra ele.

Havia algo tragicamente belo sobre isso.

No compartilhei isso com o Lahn. Mantive a boca fechada.

Ele olhou para mim. Resisti e mantive a calma.

Ento falou baixinho com a Diandra traduzindo: Vejo isso,

mesmo daqui, brilhando nos seus olhos.

Inspirei profundamente, o que eu precisava e muito, e me

atrevi com suavidade. Linay tela? V o qu?

Seu esprito, minha rainha guerreira respondeu muito

suavemente usando a minha lngua.

Ok, isso era bom?

Continuou falando suavemente, mas em Korwahk com a

Diandra traduzindo.

Eu fiz meu julgamento, minha tigresa, e no vai ser uma

deciso que voc v gostar. Mas sou seu rei e minha deciso, por
isso vai ser cumprida.

Qu... qual a sua deciso? Sussurrei quando ele no

prosseguiu.

Meus guerreiros ficaram do lado da sua rainha; eles no

devem ser punidos. Foram encarregados da sua guarda pessoal e
estavam fazendo o que eu havia ordenado. Eles se comprometeram
a pegar em uma espada se fosse necessrio, a fim de salvar sua

398
vida. A situao na qual os colocou foi grave, a inteno do Dortak
era acabar com a vida da sua esposa e sua interveno significou
que, uma vez que tivesse usado a espada nela, teria usado o ao
em voc. A fim de mant-la segura, eles agiram segundo os votos
que fizeram para mim. Fizeram o que era esperado que fizessem,
portanto, no vo sentir a minha censura.

Bem, isso foi bom.

Oh... ok. Sussurrei.

Voc, minha Circe, no deveria t-los colocado na posio

de ter que escolher entre sua rainha e seu irmo. No foram eles,
mas voc, que tomou uma m deciso.

Oh, merda.

Ele me encarou novamente. Minha boca ficou seca.

Em seguida, enquanto seu olhar permanecia trancado no

meu, vi alguma coisa que no consegui entender brilhar nos olhos
dele, antes de murmurar: Kah teenkah rahna tunakanahsa.

Diandra sussurrou: Minha pequena guerreira dourada.

Ok, no sabia. Isso era bom?

Lahn ficou em silncio. Engoli em seco.

Ento ele falou com a Diandra traduzindo. Eu pergunto, no

futuro, minha tigresa, se pretende ser um guerreiro, voc tem que
pensar como um guerreiro e isso significa que, antes de desnudar
suas garras ou desembainhar sua espada, voc... na verdade...
deve pensar.

399
 Ok, ele disse no futuro, o que insinuava que eu teria um.

Lahn sussurrei.

Ele falou, me cortando (assim como a Diandra). Eu devo

tomar a vida dela, Circe.

Pisquei.

Ento, perguntei: O qu?

Ela usou a espada contra o marido, isto proibido. Eu devo

tomar a vida dela.

Meus pulmes se contraram.

Ento repeti, mais suavemente, desta vez. O qu?

Este o meu veredito declarou.

Ele no podia realmente estar falando srio.

Voc sabe como ele a trata sussurrei.

Sei.

Ela no tinha outra escolha expliquei.

Lahn assentiu. Ela no tinha ele concordou. E agora,

eu tambm no.

Mas voc o rei disse baixinho.

Ele deu um passo na minha direo e usei as mos para

recuar sobre a cama. Seus olhos desceram pelo meu corpo, ele
parou, em seguida vieram at os meus.

400
 Eu sou o rei disse baixinho. E, em uma semana,
enfrento o desafio da lmina do Dortak. Mas hoje, enfrento a
responsabilidade de libertar sua esposa da priso na qual ele
transformou sua tenda. Dortak vai cair. Ela s tinha que esperar
uma semana pela libertao. Ela decidiu no esperar essa semana.
Ela Korwahk. Sabia exatamente o que estava fazendo quando
usou a espada contra ele. Sabia que se ele no acabasse com a
sua vida, eu o faria. Estava pedindo o presente resultado, Circe.
Est pedindo por esta libertao. Ela sabe, eu sei, e voc, minha
tigresa, sabe que o tratamento dispensado nas mos dele quebrou
seu esprito. Est morto dentro dela. Se foi para outro reino. Ela
deseja se reunir a ele. E voc vai se sentar no seu trono ao meu
lado enquanto eu fizer este julgamento e a sentena for executada.
Voc estar l como minha rainha, como seu dever para comigo e
o seu povo. Mas voc tambm estar l para apoi-la. So seus
olhos que ela deseja ver antes que se mova para o prximo reino.
o seu esprito, to perto da superfcie, que ir gui-la. Tinha
meus olhos colados nele e estava ofegante quando ele terminou
com voz suave. Esta a minha deciso, minha cora dourada.
Prepare-se para o seu trono.

Em seguida, imediatamente se virou e saiu da tenda, todos os

guerreiros o seguindo.

Olhei para as abas da tenda por longos momentos depois que

eles foram embora e at mesmo depois das minhas meninas vierem
se movimentando para dentro.

Ento meus olhos deslizaram lentamente para a Diandra.

401
 Ele acabou de dizer que vou participar da execuo
daquela mulher? Sussurrei, mas ela j estava perto da cama,
estendendo a mo para mim, suas maneiras apressadas.

Ele o fez, minha querida, e no devemos nos atrasar. Para

o bem daquela pobre menina, precisamos acabar com o seu
sofrimento rapidamente. Portanto, precisamos fazer com que voc
esteja preparada. Agarrou a minha mo, me puxou para ficar de
joelhos e, automaticamente, me arrastei para fora da cama.

E ento, sem uma palavra, presa em uma nvoa de horror,

permiti que minhas meninas e a Diandra me preparassem para
ocupar o meu trono e testemunhar uma execuo.

402
 Captulo Vinte
A Execuo

Rainhas Korwahk tinham um vesturio prprio para a

execuo.

Descobri isso quando minhas roupas foram retiradas e novas

foram colocadas. Um grande pedao quadrado de seda preta,
dobrado e amarrado em volta dos meus seios, as pontas descendo
at o meu umbigo, onde dois discos de ouro foram costurados, um
em cada ponta, e mais dois me acertando, frios e pesados, a partir
do lao em minhas costas. Um sarongue preto com tiras douradas.
Uma faixa preta feita de couro entrelaada com correntes de ouro.
Uma gargantilha feita com finas correntes de ouro que cobriam o
meu pescoo, da base at o queixo. Meus braceletes de ouro foram
empurrados at os bceps, argolas de ouro, grandes e grossas
fixadas nos lbulos das minhas orelhas. Sandlias pretas de couro
foram colocadas nos meus ps.

Minha maquiagem nesse dia era suave, mas foi rapidamente

lavada e lpis negro foi aplicado em torno de meus olhos, sombra
cinza carvo, uma camada de p de ouro ao longo das minhas
bochechas e tmporas e meus lbios foram pintados de vermelho
framboesa profundo.

Meu cabelo foi deixado como estava, caindo em ondas e

cachos, mas as presilhas e os grampos que adornavam foram

403
removidos e Teetru deslizou os dedos por ele, sacudindo-o e
espalhando-o levemente para que ele ficasse com mais volume.

A faixa de penas douradas foi atada ao meu cabelo e

amarrada em volta da minha cabea.

No minuto em que a Diandra nos acompanhou atravs das

abas da barraca, vi os guerreiros. No um, dois ou quatro..., mas
dez. Enquanto a Diandra me guiava em direo ao mar de tendas,
eles se posicionaram, quatro na frente, um de cada lado e quatro na
parte de trs.

A Daxshee estava estranhamente silenciosa e, enquanto

caminhvamos, no vimos uma nica alma. A noite j tinha cado e
tochas iluminavam o vasto espao. Podia ver o espao aberto na
elevao, quase na extremidade oposta da Daxshee iluminada pelo
fogo e, mesmo distncia, vi pessoas se reunindo l, e isso porque
havia um monte delas.

E sabia que era para onde estvamos indo.

A atmosfera tinha algo de errado, como tinha sentido quando

acordei aquela manh e durante todo o dia, mas, agora, era pior.
Pressionava. Parecia mais intensa.

Mal podia respirar.

O Dax foi tolerante, minha querida Diandra sussurrou

para mim enquanto caminhvamos. Ela tinha, como de costume,
curvado a minha mo em torno do interior do seu cotovelo, me
puxado para perto e colocado a outra mo sobre a minha. uma
bno continuou ela. No a punir ou aos seus guerreiros,

404
tirar um tempo para explicar a deciso dele para voc; fez isso
gentilmente, bela Circe. Estou pasma. uma bno.

Mantive os olhos virados para a frente enquanto sussurrava a

resposta. Adoro voc, minha doce amiga, mas agora preciso me
preparar para o que vai acontecer, ento posso pedir que, por favor,
fique quieta?

Ela tirou minha mo do seu brao, mas deslizou o dela ao

longo da minha cintura e me puxou ainda mais perto enquanto
murmurava. Claro, minha querida.

Deslizei meu brao em volta da cintura dela e caminhamos

atravs da silenciosa e vazia Daxshee. Foi uma longa caminhada,
mas no longa o suficiente para me preparar para testemunhar a
execuo de uma mulher cujo nico crime foi ser bonita o bastante
para chamar a ateno de um olheiro Korwahk.

Finalmente, na nossa frente, atravs dos guardas guerreiros,

vi uma parede de pessoas, ombro a ombro. Elas nos viram e se
separaram lentamente para que pudssemos passar. Quando isso
aconteceu, segurei a Diandra mais apertado, olhei para a frente e
evitei todos os olhares. Eles pensavam que eu tinha cometido um
erro, muitos deles provavelmente pensavam que devia ser punida,
mas no foi por isso evitei seus olhos. No acho que conseguiria
enfrentar isto e precisava manter o pouco que tinha, para no me
perder, no agora, no to cedo. O que quer que me trouxe aqui, eu
era sua rainha. Precisava agir como uma.

Em seguida, entramos em uma clareira iluminada por tochas

por todo o lado, fogueiras queimando em uma elevao e meu
olhos foram imediatamente para o que estava junto a elas.

405
 Dortak, imvel, os ps afastados, braos cruzados sobre o
peito, uma atadura em torno do seu ombro, de costas para ns,
mas seu pescoo estava virado para que pudesse nos ver chegar.

Mal o olhei enquanto meus olhos desciam para o cho, para

ver sua noiva aos ps dele. Estava de joelhos, totalmente inclinada
para a frente, a testa apoiada nas mos que estavam descansando
na pedra.

Pelo que pude ver, estava usando um austero sarongue de

gaze branca.

Meus olhos foram at a elevao onde pude ver o Lahn

parado sobre uma plataforma, nossos tronos lado a lado, fogueiras
prximas a eles, tochas em torno deles.

Ele estava pintado.

Senti alguma coisa ao meu lado, olhei para l e vi Seerim ao

lado da Diandra. Estava com a mo sobre ela, mas, de repente,
olhou para a subida, segui os olhos dele e vi o Lahn sacudir a
cabea uma vez. Olhei novamente para o Seerim que balanou a
cabea em concordncia. Ele abaixou a mo que estava segurando
sua esposa e, at mesmo no meio da noite iluminada pelas
chamas, vi o aperto firme antes de se afastar e desaparecer.

Eu ia ter o apoio da minha amiga.

Graas a Deus.

Minha amiga ia ter um lugar na primeira fila para ver a

execuo.

406
 Ela caminhou at o alto e seu passo no vacilou, nem saiu do
meu lado.

Como prometido.

Porra, eu lhe devia muito.

Olhei novamente para a elevao e notei que Bain e Zahnin

estavam, ambos, de p atrs do meu trono. Quando nos
aproximamos, Lahn sentou no dele. Estava no modo rei, soube
disso no minuto que os olhos pintados, sem expresso, me
deixaram e se acomodou no trono.

No me demorei. O guarda avanou, caminhamos direto para

o meu trono e me sentei, Diandra de p ao meu lado.

Os tambores comearam a bater, os menores, mas o barulho

soou como um martelo gigante na noite.

Minhas mos foram at os braos do meu trono, curvando

meus dedos em torno deles e apertando.

Ento, subitamente, os tambores pararam e no instante em

que pararam, Lahn falou alto e Diandra se inclinou at o meu ouvido
para traduzir.

Estamos aqui porque a nova noiva do Dortak usou uma

espada contra o seu marido!

Ningum disse uma palavra. A luz das tochas danava, as

fogueiras estalavam. Meus dedos enrijeceram nos braos do trono.

Lahn falou. Agora, ela deve enfrentar o meu julgamento!

407
 Engoli em seco e meus olhos desceram at a mulher que
ainda estava curvada diante do seu rei.

Em seguida, um sussurro permeou o ar, olhei para cima e vi

um guerreiro atravessando a multido. Caminhou at a pequena
clareira, que estava longe de ter o vasto espao da clareira
cerimonial do outro acampamento, e parou.

Era Bohtan.

Ele gritou e Diandra traduziu. Eu gostaria de falar, meu rei!

Voc vai ser ouvido! Lahn gritou em resposta.

Bohtan no demorou. Nossa rainha guerreira dourada tem

defendido a noiva do Dortak. Ela tem um vnculo com a esposa do
Dortak e tem um vnculo com a minha esposa, Nahka. Minha
esposa Nahka tem sentido este vnculo se fortificar, ligando-a com a
nossa verdadeira rainha dourada e a noiva do Dortak e, se o seu
comando for poupar a vida dela, pretende ajudar nossa rainha a
ressuscitar o esprito da noiva do Dortak.

Meus pulmes se contraram e meu corpo enrijeceu, junto

com eles.

Outro sussurro permeou o ar enquanto Lahn permanecia em

silncio.

A garota, h dois metros da base dos nossos tronos no se

mexeu, mas o rosto do Dortak se retorceu com nojo.

Em seguida, outro guerreiro irrompeu na clareira. Meus olhos

foram at ele e vi que era o Feetak.

Eu gostaria de falar, meu rei! Gritou.

408
 Voc vai ser ouvido! Lahn respondeu.

Feetak no demorou a falar. Minha noiva, Narinda, tambm

compartilha um vnculo com a nossa rainha. Ela me disse que
tambm pretende contribuir com a nossa rainha em ressuscitar o
esprito da esposa do Dortak.

Senti a mo da Diandra apertar o meu ombro, indicando que

estava seriamente surpresa com o processo, e eu tambm,
especialmente considerando que a Narinda no tinha, nem perto, o
suficiente conhecimento da lngua Korwahk para informar o Feetak
disto, mas de alguma forma ela conseguiu, ou ele presumiu por ela,
ou simplesmente porque era um bom homem, tomou a iniciativa.

Segurei firme no trono enquanto observava e tentava controlar

minha respirao rpida.

Outro guerreiro foi para a frente. Eu gostaria de falar, meu

rei!

E outro. Eu gostaria de falar, meu rei!

Um arrepio deslizou sobre a minha pele.

Oh, meu Deus!

Os dedos da Diandra me apertaram com tanta fora, que

causaram dor.

E, ento, veio outro. Eu gostaria de falar, meu rei!

E outro. Eu gostaria de falar, meu rei!

Mais trs vieram simultaneamente, de trs lados diferentes.

Eu gostaria de falar, meu rei!

409
 Os braos do Dortak caram, ele deu um passo para trs e
sua cabea se virou para observar seus irmos, seu rosto agora
distorcido pela raiva.

Sua noiva no se mexeu.

Mais guerreiros vieram para a frente e gritaram as mesmas

palavras.

Chega! Lahn trovejou, olhei para ele e vi que estava com

a mo para cima.

Ele no olhou para mim.

Me virei para a clareira para v-la, agora, quase toda

preenchida com guerreiros, Dortak e sua noiva de branco, curvada.

O ar ficou pesado, enquanto eu e a multido silenciosa

prendemos a respirao.

Finalmente, Lahn falou. Noiva do Dortak, mostre ao seu rei

os seus olhos.

Ela no hesitou em se erguer, se sentar sobre os calcanhares

e levantar seus olhos para o Lahn. Estava usando uma larga faixa
de gaze em torno dos seios e outra fina foi colocada em torno do
corte na sua garganta. Seu rosto tinha sido limpo, mas o olho
esquerdo estava quase fechado de to inchado, roxo e com
hematomas.

Engoli em seco novamente.

Os guerreiros da Suh Tunak falaram por voc Lahn

disse.

410
 Ela ergueu o queixo.

As esposas deles falaram por voc Lahn continuou.

Ela ergueu o queixo novamente.

seu desejo que a minha rainha e suas mulheres

ressuscitem seu esprito? Lahn perguntou e me agarrei no trono
enquanto os dedos da Diandra apertavam meu ombro.

Ele estava dando a ela uma sada!

Ela balanou a cabea.

No!

Fiquei tensa, quase saltando da minha cadeira, mas a mo da

Diandra me segurou.

Voc entende que o julgamento j aconteceu? Lahn

perguntou.

Ela ergueu o queixo.

E voc aceita esse julgamento. Lahn afirmou.

Ela ergueu o queixo novamente.

No!

Senti meus lbios tremerem enquanto meu corpo estremecia

diante do esforo para ficar sentada e imvel.

Queria alcanar o Lahn. Queria que ele dissesse a ela que

essa era a sua deciso e que devia permitir que eu e as esposas de
Suh Tunak ressuscitassem seu esprito. Enviei este pensamento
atravs da noite e esperei que encontrasse a mente dele.

411
 No encontrou.

Soube disso quando ele falou suavemente. Muito bem,

minha irm.

Minha cabea girou abruptamente para o lado e vi a cabea

dele se virar e tambm estava acenando com o queixo para alguma
coisa. Meus olhos voaram para l e vi o Eunuco avanar com uma
espada longa e fina.

Lahn se virou para a mulher e eu tambm, observando-a

sentada sobre os calcanhares, aparentemente calma. Olhei para
Dortak e o vi sorrindo.

Deus, Deus, Deus, eu odiava aquele homem pra caralho.

Meus dedos apertaram os chifres com tanta fora que temi

que quebrassem quando o Eunuco se posicionou atrs dela, se
inclinou para a frente, segurou sob o queixo dela com o que
pareceu, estranhamente, ser ternura e encostou a lmina em sua
garganta.

Ento ergueu os olhos para o seu rei.

Quer dizer alguma palavra, irm? Lahn perguntou

suavemente.

A mulher de branco olhou para ele. Ento, lentamente, seus

olhos deslizaram para mim.

Em seguida, um pequeno sorriso triste curvou sua boca e ela

disse uma palavra.

Arco-ris.

412
 E, em seguida, to rpido que foi quase como se eu no
tivesse visto, suas mos se ergueram, pegou a faca, tirando-a do
Eunuco, que gritou com surpresa. Ela a segurou pelo punho,
apontou para a barriga, a empurrou e enterrou-a.

Sangue jorrou do ferimento, suspiros altos, gritos e

exclamaes puderam ser ouvidos ao redor, mas fiquei de p, com
os braos abaixados, a cabea inclinada para trs e gritei para o
cu.

No!

No exato momento em que gritei, um relmpago rasgou o cu,

um trovo encheu o ar, o cu se abriu e a chuva caiu.

Acabe com o sofrimento dela! Lahn gritou.

De alguma forma, sabia que ele estava de p, agora, mas no

olhei. Minha cabea se inclinou para baixo e vi que ela tinha cado
para a frente.

O Eunuco no tardou a cair de joelhos, suas mos foram at a

noiva do Dortak, colocou-a sentada novamente e puxou a lmina da
sua barriga. Os olhos dela, cheios de dor, capturaram os meus e os
encarei enquanto ele passava rapidamente a lmina em sua
garganta, o sangue jorrou, molhou a pedra e vi, meus olhos presos
aos dela, os terrveis e breves segundos que levaram para drenar a
vida dos seus olhos.

A chuva caa em lenis, j lavando o sangue dela em um rio

escuro do outro lado da pedra clara.

413
 No sussurrei enquanto lgrimas enchiam os meus
olhos, a chuva batia contra a minha pele, meu cabelo, minhas
roupas, tudo encharcado em segundos.

Dortak gritou em triunfo, meus olhos foram at ele, que bateu

um punho no peito, em seguida, deu um soco no ar, se virou e abriu
caminho pela multido.

Ento, vi o movimento com o canto do olho. Dois homens e

quatro mulheres. Os homens estavam carregando alguma coisa e
uma das mulheres tinha um enorme chumao de pano branco nas
mos. Caminharam at a mulher cada e as mulheres esticaram o
tecido sobre a pedra molhada enquanto os homens a levantaram
com cuidado e, em seguida, a colocaram em uma das
extremidades. Eles se afastaram enquanto as mulheres rolavam
suavemente seu corpo sem vida, envolvendo-a com fora em seu
manto molhado de gaze branca; o sangue que ainda escorria dos
seus ferimentos o manchava de vermelho.

Uma vez que estava enrolada, os homens vieram para a

frente, a colocaram sobre uma maca e, rapidamente, todos saram
da clareira.

Kah Lahnahsahna Lahn chamou.

Embaada como se estivesse em um sonho, minha cabea

lentamente se virou para ele e vi sua pintura escorrer pelo corpo
enquanto a chuva batia nele.

Seu brao estava estendido para mim.

Olhei para ele.

414
 V com o seu rei Diandra sussurrou no meu ouvido,
suas mos na minha cintura, empurrando. Agora, minha querida.

Me movi para o meu rei, ele pegou minha mo, me puxou

para perto, entrelaou nossos braos e segurou minha mo perto
do seu peito, eu ao seu lado, samos da plataforma, descemos a
elevao e atravessamos a multido ainda de p, em silncio e
imvel (exceto para nos deixar passar) sob a chuva.

Mantive a cabea levantada, os olhos em linha reta, mas isso

no significava que no chorei todo o caminho at em casa.

Minhas meninas estavam na tenda quando chegamos e

entraram em ao.

Minhas roupas e joias foram tiradas, mas, antes da Packa

poder colocar um pano sobre mim para secar a pele molhada, Lahn
murmurou: Tahkoo tan e elas se apressaram a sair da tenda.

Lahn, tambm ainda molhado, a pintura preta escorrendo,

mas, agora, escondendo menos seus olhos. Veio at mim e
delicadamente me puxou para a cama, no s sob o lenol de seda,
mas tambm sob a primeira camada de peles.

415
 Ento, me puxou para os seus braos, face a face, a mo
segurando a parte de trs da minha cabea, pressionando meu
rosto em sua garganta.

Escutei a chuva batendo no topo da tenda e quis saber como

o material no encharcava e a gua no vazava.

Enquanto me perguntava isso, Lahn me segurou mais perto.

Ento, sussurrei. Sua Caada fez isso com ela.

Rayloo, kah rahna fauna Lahn falou baixinho, me

apertando com fora.

Ele entendeu minhas palavras, embora tivesse falado na

minha lngua, soube disso.

A sua Caada a levou a isso. Ainda estava sussurrando.

Rayloo, Circe.

Ela era linda. Continuei a sussurrar.

Lahn no respondeu.

Ele matou a beleza dela e abateu sua alma.

Lahn no disse nada por um momento, em seguida,

perguntou em voz baixa. Alma?

A palavra do meu povo para pahnsahna, o esprito dela

disse baixinho.

Isso me concedeu outro aperto.

Ento, sua mo deslizou da minha nuca para segurar minha

mandbula, onde seu polegar pressionou delicadamente sob o meu

416
queixo para inclinar minha cabea para trs. Estava olhando para
mim, seus olhos, pude ver, suaves sob a luz das velas.

Os cus choraram disse ele em Korwahk.

Eu sabia que o ambiente parecia estar diferente durante todo

o dia por causa da tempestade iminente, mas ainda respondi em
ingls. Isso acontece quando inocentes so punidos.

Inocentes? Sussurrou.

Aqueles que no fizeram nada de errado respondi em

Korwahk.

Sua cabea se inclinou de modo que a testa dele pudesse

descansar contra a minha.

Fechei os olhos.

Ento os abri e sussurrei em Korwahk: Voc estava certo,

ela desejava aquilo.

Eu sei, minha tigresa ele sussurrou a resposta em

ingls.

Continuei a sussurrar enquanto dizia em Korwahk:

Obrigada por no me punir.

Seu queixo recuou ligeiramente e a testa se afastou da minha

antes de responder: Eu no iria puni-la por ser o que .

Pisquei, ento perguntei em voz baixa. O qu?

Kah Circe, voc kah Lahnahsahna, voc minha rainha

guerreira. quem voc . No como se algum a tivesse feito
assim. Isso brilha nos seus olhos. o que vejo nos meninos que

417
seleciono para servir Suh Tunak. por isso que escolhi voc. por
isso que combinamos. por isso que, juntos, comearemos a
Dinastia Dourada da lenda. Seu polegar comeou a acariciar
meu queixo enquanto prosseguia. No posso dizer que no
queria que voc tivesse pensado antes de agir, hoje. Se Dortak
tivesse tirado a vida dela, teria terminado seu tormento mais cedo e
a salvo do que suportou esta noite. Mas, reconheo que quem
voc . Olhei para ele, o corao na garganta. Estava falando
em Korwahk, mas estava falando devagar e entendi a maior parte
do que ele disse e o que ele disse, tinha que admitir, me comoveu.
Ento, vi o canto da sua boca levantar, antes de terminar.
Embora eu a advirta, pelo menos, para tentar se controlar, no
futuro. No gosto da minha rainha usando preto.

Minhas roupas eram de arrebentar, aqui, era verdade. Mas,

concordava com ele e esperava que nunca tivesse que usar aquela
roupa preta de novo, na minha vida.

Ok sussurrei e seus lbios se curvaram enquanto o

polegar deslizava sobre os meus.

Ok repetiu.

Tinha mais a dizer, ento falei. Lahn?

Humm? Ele murmurou com outra carcia no meu queixo.

Ok, merda, tinha que dizer, havia alguns momentos em que

realmente gostava do meu marido. Agora era um deles.

Obrigada, tambm, por no punir os homens falei, e seu

riso se transformou em um amplo sorriso.

418
 Minha Circe, ele comeou na sua reivindicao, voc
roubou minha lmina. Ningum, nenhum outro homem, nenhum
outro guerreiro, jamais tomou a minha arma. Nenhuma vez. Sei que
quando o seu pequeno guerreiro brilha, voc no para por nada.
No poderia punir Bain pelo fato da sua arma ser apreendida
quando voc tinha em mente se aproveitar disso e fez o mesmo
comigo. No podia control-la, ento ele e o Zahnin procuraram
controlar a situao. Isso no motivo para punio.

Mais uma vez, estava falando em Korwahk, assim no entendi

tudo, mas peguei a essncia.

E a essncia me fez arregalar os olhos.

Ento, quando no recebeu nenhuma resposta, Lahn falou em

voz baixa: Gosto da minha pintura em voc, minha cora
dourada, porque gosto da maneira como a coloco em voc. Mas,
gosto mais, porque o seu esprito guerreiro merece essa pintura.

Continuei o encarando. Ento, perguntei em Korwahk:

Ningum, jamais, tomou a sua arma?

Ele assentiu.

Uau! Sussurrei e ele sorriu de novo.

No sei o que isso significa, minha tigresa, mas do jeito

que voc diz e o olhar no seu rosto, no preciso perguntar.

Senti meu rosto suavizar. Ento inclinei a cabea at minha

testa descansar no queixo dele. Diante disso, inclinou a dele at
seus lbios descansarem na minha testa.

419
 Ento, murmurou: Os cus choraram sob o comando da
minha esposa.

Minha garganta se contraiu e inclinei a cabea para trs para

perguntar o que ele quis dizer, mas, antes que pudesse dizer uma
palavra, do lado de fora da tenda ouvi um grito masculino. Kah
Dax!

A cabea do Lahn se virou e, em seguida, para minha

surpresa e horror (devo acrescentar) ele gritou entre em Korwahk
e se ergueu para sentar na cama, me levando com ele. As peles
caram quando me puxou para a frente dele, ento fiquei de frente
para as abas na entrada da tenda, o brao sobre os meus seios
cobrindo um pouco da minha nudez dos trs guerreiros que se
inclinaram e entraram na nossa tenda.

No precisava me proteger. Eles s tinham olhos para o seu

rei.

Palavras em Korwahk, rpidas como fogo foram

pronunciadas, mas peguei isso:

Voc necessrio, meu rei um dos guerreiros disse.

Estou cuidando da minha noiva Lahn falou (o que eu

achei doce).

importante, meu rei outro guerreiro.

Para deixar minha esposa na nossa cama, melhor que

seja Lahn falou.

Voc tem a minha palavra, o segundo guerreiro que

falou, se pronunciou novamente.

420
 Lahn hesitou antes de suspirar. Em seguida, me virou nos
seus braos, sua mo subiu para segurar a parte de baixo da minha
mandbula e mergulhou o rosto em direo ao meu.

Descanse e tente dormir, minha tigresa. Vou voltar disse

ele, em ingls.

Balancei a cabea, ele segurou meu rosto com firmeza e

encostou seus lbios nos meus.

Em seguida, me deitou na cama, jogou as peles por cima de

mim, saiu pela lateral, foi at os bas, abriu um, ento pegou um
outro calo e deixou a tenda ainda o amarrando nos quadris.

Os guerreiros o seguiram.

A chuva caa.

E eu estava deitada na cama, na tenda, ouvindo as gotas

carem e tentei fazer o que meu marido pediu - descansar e dormir.

Mas tudo o que preencheu minha mente foi a bela e trgica

noiva de um monstro dizendo uma palavra que ela no conhecia,
mas uma palavra que eu conhecia em minha alma, que ela
conseguiu entender. Arco-ris.

E esperava que ela estivesse sobre ele, seu esprito agora

habitando um mundo maravilhoso.

421
 Acordei quando os braos do Lahn me puxaram contra o seu
corpo.

Sonolenta, levantei o rosto para ele e meus olhos se abriram.

Est tudo bem? Sussurrei.

Sim, minha cora dourada, agora durma.

Balancei a cabea, mas mantive o rosto inclinado para o dele,

enquanto se aproximava do meu.

E ento, quando os seus lbios pressionaram os meus,

grogue e sem pensar, os meus se separaram.

E no instante em que o fiz, sua lngua invadiu.

Parecia maravilhoso e seu sabor era ainda melhor.

Meu corpo se aconchegou ainda mais contra ele enquanto,

sonolenta, ofereci a boca para o meu marido, ele aceitou, os braos
minha volta me apertaram e ele sorveu profundamente.

Quando terminou o beijo, senti seus lbios se moverem contra

os meus enquanto ouvia as palavras roucas sussurradas: Mel
dourado.

422
 Murmurei. Humm abaixando o queixo e aninhando meu
rosto na garganta do Lahn.

Ento ca adormecida em seus braos fortes e firmes.

423
 Captulo Vinte e Um
A Deusa Dourada

Acorde, minha rainha ouvi a voz do Lahn, meus olhos se

abriram, mas antes que estivesse totalmente acordada, ele me
puxou para fora da cama, plantou minha bunda em seu colo, os
joelhos dobrados, um brao circulando minhas panturrilhas e a
cintura, a outra mo afastando o meu cabelo do pescoo.

Me concentrei, sonolenta, no belo rosto e sussurrei: Ei.

Ento vi seus olhos sorridentes enquanto sussurrava a

resposta: Ei.

Tinha certeza que meus olhos tambm estavam sorridentes,

principalmente, porque sabia que minha boca tambm sorria. Ento,
seu olhar caiu sobre a minha boca, seus olhos se tornaram
calorosos e ele abaixou a cabea.

Fui entender o calor em seus olhos quando murmurou contra

os meus lbios. Seu rei quer seu mel dourado.

Uma vaga lembrana da noite anterior flutuou no meu crebro

e no hesitei antes de separ-los em um convite e imediatamente
senti a lngua do Lahn deslizar l dentro.

No. No foi um sonho que tive ontem noite. Meu marido

sabia beijar.

424
 Meus braos deslizaram ao redor dos seus ombros enquanto
ele caa para trs, em seguida, se virou, minhas costas bateram na
cama e o corpo do Lahn cobriu o meu; durante todo o tempo ns
nos beijamos, nossas lnguas danando. Ele se moveu e eu sabia o
que significava esse movimento, minhas pernas se abriram, seus
quadris se encaixaram entre elas, e a mo dele foi at o lao na
lateral do calo.

Segundos mais tarde, sua lngua ainda saqueando minha

boca, seu pnis lentamente me invadiu.

Gemi em sua boca.

Oh, isso era bom.

Ele comeou a se mover, lentamente, os golpes suaves sem

pressa, sua boca nunca deixando a minha.

No, isto era bom.

Seus lbios finalmente se moveram, traando um caminho

pelo meu rosto at a minha orelha enquanto levantava meus joelhos
e movia minhas coxas para os lados, para tom-lo mais
profundamente e o segurei firme com meus braos.

Minha rainha dourada comanda os cus sussurrou no

meu ouvido, virei a cabea para perguntar sobre o que estava
falando, mas ele virou a cabea tambm, sua boca veio at a minha
e minha pergunta evaporou, assim como todo o meu pensamento
se direcionou para sua boca, seu peso, seu calor, seu pau ele.

Seus olhos estavam abertos quando a lngua deslizou

novamente na minha boca e senti minha barriga se retorcer, meus
membros enrijecerem, meus pulmes queimarem enquanto via

425
aquilo, eu vi aquilo, dourado, cintilante, brilhante, brutal e
profundo Deus, to profundo em seus olhos.

Mas vi.

Minha mo agarrou o cabelo dele para manter sua cabea

virada para mim, assim, no ia perder isso enquanto ele me beijava,
fazia amor comigo e me mostrava o seu esprito.

Nunca tinha visto nada parecido e era lindo.

Com nada alm de beijos, golpes leves, doces, lentos e

profundos, Lahn construiu o fogo at que tive que deixar seu
esprito ir para poder fechar os olhos com meu clmax, meu gemido
afogado em sua boca.

Poucos segundos depois, ainda no totalmente recuperada do

meu prprio orgasmo, minha boca recebeu o presente do seu
gemido.

Uma vez que se recuperou, os lbios deslizaram pelo meu

rosto, meus olhos, em seguida, seu rosto mergulhou no meu
pescoo.

Eu o segurei com fora e olhei para o teto da tenda, sem

conseguir evitar de me sentir tocada por ter me mostrado o seu
esprito, algo to precioso para ele, algo que mantinha em
segurana, algo que no compartilhava, e sem conseguir mais me
impedir de ficar deslumbrada com a exibio.

Merda.

Respirei fundo, virei a cabea, aproximei a boca do seu

ouvido e sussurrei: Voc natural neste negcio de beijar.

426
 Ele ergueu a cabea e seus olhos vieram at os meus, o
brilho tinha desaparecido, mas o olhar era caloroso.

Natural?

Minha mo deslizou para a mandbula dele. Voc j beijou

uma mulher, meu rei? Perguntei baixinho, em Korwahk.

Seus olhos encararam os meus de uma forma que parecia

que estava tentando me ler antes que grunhisse sua admisso
claramente cautelosa: Me.

Eu fui seu primeiro beijo.

No havia dado isto a ningum mais. Tinha entregue s para

mim.

Merda. Gostei disso.

Sorri para ele. Bem, voc bom no que faz disse

baixinho em ingls. Natural. Ele olhou para mim, ento
levantei um pouco a cabea, meus lbios exalando junto aos dele,
onde sussurrei: Kay anhay tee. Fiz uma pausa, em seguida,
finalizei com nfase. Chah.

Eu gostei muito.

Observei novamente enquanto seus olhos sorriam.

Em seguida, ficaram intensos e sussurrou em resposta:

Kah rahna tunakanahsa Pahnsahnalla.

Pisquei.

Isso era novo. Ele me chamou de minha deusa guerreira

dourada.

427
 O qu? Perguntei, em seguida, em Korwahk. Tela?

Em vez de responder, se afastou, girou e se sentou, me

levando com ele, ento estava montada nele. A mo dele mantinha
minha cabea inclinada para baixo, o brao em volta da minha
cintura, apertado.

Em seguida, falou em Korwahk (a maior parte consegui pegar,

alguma coisa, adivinhar. Sinto muito, minha tigresa, mas voc
tem uma escolha difcil esta manh. Ou voc comparece pira ou
no. A escolha sua, mas peo a voc para presenciar as cinzas
da noiva do Dortak subindo para os cus.

Todos os pensamentos sobre o que o Lahn me chamou

voaram da minha cabea.

Na ltima noite, assisti a um suicdio/execuo. Esta manh,

um funeral.

Fantstico.

Tinha que ser dito, s vezes, este negcio de rainha era foda.

Meus olhos deslizaram at o ouvido dele e sussurrei em

Korwahk: Eu irei.

Lahnahsahna me chamou e olhei para ele. Esta no

a escolha fcil me disse, em seguida, me deu um aperto.
Mas o caminho certo.

Foi muito legal que ele entendeu, ainda mais legal que
pareceu orgulhoso de mim.

No lhe disse isso. Em vez disso, suspirei, ento assenti.

428
 Ento, perguntei em Korwahk. Qual era o nome dela?

Instantaneamente, ele respondeu: No sei.

Pisquei novamente, ento o encarei. Ento, perguntei:

Voc no sabe?

Ele balanou a cabea. No.

Ele era louco?

Me afastei mais um centmetro e senti meus olhos se

estreitarem. Voc ordenou a morte de uma mulher cujo nome
no sabe?

Seu brao ficou tenso, me puxou de volta e as sobrancelhas

se ergueram enquanto me estudava. Ela a esposa de um
guerreiro. claro que no sei o nome dela.

Claro que ele no sabe o nome dela?

Ele era louco.

Em seguida, me ocorreu que ele nunca, nem uma vez em

todas as vezes que ela traduziu para ns, chamou Diandra pelo seu
nome. Se ele se referia a ela de alguma forma, chamava Diandra de
esposa do Seerim ou mulher do Seerim.

Sabe informei a ele. As mulheres so esposas de

guerreiros, mas, tambm so um monte de outras coisas. Eles so
mes. So amigas. So curandeiras. Elas so

Circe me interrompeu com um leve aperto, falando com

pacincia. Elas tambm so as mulheres mais bonitas da terra.

429
Por essa razo, no existem para Suh Tunak como outra coisa
seno a esposa de um guerreiro. No pode. proibido.

Agora eu o olhava com confuso e curiosidade. proibido?

Lahn assentiu. Devo dizer que, com a sua beleza, que

excede em muito a de qualquer mulher que j vi, h momentos em
que me arrependo de voc ser minha Dahksahna. Isso significa que
as pessoas sabem quem voc , voc est em exibio, voc se
senta ao meu lado e os olhos dos homens podem observar voc, e
eles o fazem. Vejo isso, vejo que tm grande prazer em observ-la
e, muitas vezes, isso dura muito tempo. Outro aperto. Isso
eu no gosto, mas o meu fardo como Dax.

Oh, oh. Me senti aquecer por dentro.

Lahn continuou falando. um crime muito grave a esposa

de um guerreiro dividir a cama com um guerreiro que no o seu
marido. Se isso vier a acontecer, ambos so punidos severamente.
Nos tempos antigos, isso acontecia com frequncia. Guerreiros so
homens e as esposas so lindas. Para manter a distncia
necessria, para os guerreiros, todas as mulheres so conhecidas
apenas como esposa ou noiva de um guerreiro. O contato mnimo
e as relaes pessoais entre os guerreiros e outras esposas so
muito raras e ocorrem somente quando a permisso concedida
pelo marido e, geralmente, sempre so supervisionadas pelo
marido. Outro fardo que devo carregar enquanto voc forma uma
conexo com sua guarda pessoal e caminha pela Daxshee, entre o
seu povo.

Ele sabia sobre isso?

430
 Voc sabe sobre isso?

Bain e Zahnin relatam suas atividades diariamente, minha

rainha.

Oh. Certo. Isso no era surpreendente. Incmodo, mas no

surpreendente.

A boa notcia era que este fato no era sobre posse ou tirar
das mulheres suas identidades, mas sim, evitar infidelidade.

E, pela primeira vez, no h realmente nenhuma m notcia,

exceto a parte do punidos severamente, a qual no quero saber,
ento no vou perguntar.

Olhei nos seus olhos e vi que ele havia se preparado para a

minha resposta, ento quando disse ok seu queixo levantou um
centmetro antes dele sorrir e me dar outro aperto.

Em seguida, repetiu. Ok.

Por que eu achava ele to doce quando dizia essa palavra?

Precisava me mexer.

Comecei a me afastar, murmurando: Acho que devia ir

tomar banho quando parei e o observei atentamente.

Na noite passada, ele tinha rios de tinta em seu corpo. Agora,

no tinha, mas eu sim, a pintura foi transferida para mim quando me
segurou, aps o julgamento.

Ontem noite, seus cabelos estavam tranados (que eu tinha

feito ontem de manh). Agora, seu cabelo estava solto.

E, por ltimo, ontem noite, ele estava pintado.

431
 Meu corpo congelou.

Ele tinha sido pintado! E no foi por mim.

Lahn. Falei e sua mo no meu cabelo deslizou para

descansar entre os meus ombros enquanto ele sorria.

Em seguida, murmurou em uma voz mais profunda do que o

normal: Minha tigresa, voc est montada em mim, vazando
minha semente no meu colo, no tem que me chamar pelo meu
nome.

Ok, isso era meio quente, mas eu no estava com humor para
ele ser quente.

Coloquei minhas mos nos ombros dele e perguntei: Quem

pintou voc ontem noite?

Ele olhou para mim e vi as pestanas cobrirem seus olhos.

No era um bom sinal.

E continuei quem banhou voc, esta manh?

Seus braos se apertaram minha volta de mim e ele soltou

um suave: Circe-

Oh no, no podia ser.

Voc visitou as Xacto? Perguntei com um tom de voz

perigoso e seus braos me apertaram ainda mais.

Kah Lahnahsahna murmurou.

Isso significava sim.

Oh, no, no podia ser.

432
 Voc prometeu! Exclamei, voltando para o ingls,
empurrando com fora os seus ombros e ele girou, mas me levou
com ele, e ento eu estava deitada de costas, ele em cima de mim
novamente. Fique longe de mim! Gritei, ainda o empurrando.
Voc prometeu!

Quieta, Circe. Ordenou suavemente.

Eu no vou ficar quieta! Gritei.

Seu brao se moveu da minha cintura para que a mo

pudesse segurar meu rosto, o polegar vindo at os meus lbios e
pressionando-os levemente.

Quieta, minha rainha falou em ingls, em seguida, voltou

para o Korwahk e, a maior parte, felizmente, entendi. Voc no
estava em condies de me pintar ontem noite e, por causa da
tradio, em uma cerimnia onde eu revelaria o meu julgamento,
precisava estar pintado. No tive escolha e, embora tenha
prometido, voc deve entender que a quebrei pensando no seu
estado de esprito. Esta manh, eu nadei no riacho para me livrar
da pintura, de modo a no quebrar ainda mais minha promessa a
voc.

Oh. Bem, ento. Isso era compreensvel. At mesmo doce.

Merda.

Bem sussurrei contra o polegar. Ok, ento.

Ele olhou nos meus olhos por um instante, em seguida, jogou

a cabea para trs e riu. Antes que eu percebesse, seu polegar
deixou meus lbios, sua boca ainda rindo o substituiu, sua lngua
deslizou na minha boca e me beijou com fora e profundamente.

433
 Com completa naturalidade.

Correspondi ao beijo e rolei, ento eu estava por cima, as

mos dele se movendo para segurar o meu cabelo.

Quando interrompeu o nosso beijo, vi de perto que seus olhos

ainda mantinham a alegria.

Fui saber a razo disso quando afirmou, no sem uma

pequena quantidade de arrogncia. Minha tigresa teimosa e
suas garras so afiadas, mas eu sabia que ganharia sua boca.

Ele estava exultante.

E tambm no estava errado.

Ento, revirei os olhos e murmurei: Tanto faz.

Isso o fez rir e me fez revirar os olhos de novo.

Ento parou de rir e falou: Circe. Quando meus olhos se

voltaram para ele, tirou a mo do meu cabelo e seus braos
voltaram a me envolver. No estarei na pira com voc. Tenho
muito a fazer. Voc ser escoltada por uma guarda de honra.
Ordeno que voc no saia da vista deles e seus braos me
apertaram ainda mais se o Dortak tiver a insolncia de participar
da pira da noiva a qual fez tirar a prpria vida, voc no vai
demonstrar nada. Vou lidar com ele em menos de uma semana e,
ento, para voc e para Suh Tunak ser apenas uma lembrana
ruim.

Mais uma vez estava falando em Korwahk, ento no entendi

tudo o que disse, mas assenti. Ainda assim, me prendi ao conceito
de que o Dortak estar l era to de mau gosto, definitivamente, de

434
to mau gosto, que o meu rei queria que eu no agarrasse a lmina
mais prxima e a atirasse nele.

Circe Lahn chamou novamente e me concentrei nele,

que perguntou em ingls: Ok?

Eu o encarei. Soltei um suspiro. E ento me forcei a falar.

Ok.

Ele sorriu, levantou a cabea e sussurrou no meu ouvido.

Kah teenkah tunakanahsa me dizendo que sabia que era difcil
eu aceitar seu comando, mas estava satisfeito porque o fiz.

Ento beijou a pele do meu pescoo, me virou de costas,

sorriu para mim por um segundo enquanto eu tentava me recuperar
de quo sexy ele parecia, sorrindo para mim com o cabelo caindo
sobre os ombros, peito e costas, em seguida, se inclinou para a
frente, encostou a boca na minha testa e saiu da cama.

Virei de lado e o observei amarrar os laos do calo

enquanto gritava. Teetru! Em seguida, sem olhar para trs,
abriu as abas da tenda e se foi.

Virei de costas novamente, puxei o lenol sobre o meu corpo

nu e esperei que no usassem preto nos funerais em Korwahk.

Ento escutei minhas meninas falando poyah para mim,

enquanto corriam para dentro da tenda arrastando a tina e ouvi
talheres tilintando, o que significava que logo seria servida,
enquanto o resto desta manh tomava conta de mim: a boca do
Lahn na minha; meu marido compartilhando seu bem mais precioso
comigo; me dizendo que eu era bonita e que no gostava de outros
homens me observando; seu pensamento em mim quando precisou

435
ser pintado e ainda estar pensando em mim quando se banhou,
fazendo-o sem quebrar sua promessa; e o quanto eu gostava do
seu cabelo solto e, mais ainda, o quanto gostava de ouvi-lo rir.

Merda, merda, merda.

Eu estava em apuros.

Muito mais tarde percebi que esqueci de perguntar a ele por

que ficava dizendo que eu comandava os cus e por que me
chamava de um novo nome - sua deusa.

Usava azul gelo para o funeral e nada do meu ouro

tradicional: um sarongue azul gelo entremeado com fios de prata,
um cinto largo de camura azul gelo (que era to suave ao toque
que fiquei chocada e ca de amores por ele instantaneamente) outra
faixa de seda dobrada para cobrir meus seios, tambm azul gelo,
com pesadas peas ovais de prata, penduradas nas extremidades.
Minhas joias eram mnimas, brincos pingente de prata e as
pulseiras de prolas que comprei no mercado. Minha maquiagem
era perolada e, pela primeira vez, Teetru arrumou meu cabelo em
cachos e ondas, puxado para trs na parte superior e nos lados por
presilhas invisveis que encaixou nele e solto na parte de trs.

436
 Ouvi os cavalos antes de sair da tenda, mas, fiquei surpresa
ao ver quantos eram. Quatro cavalos carregavam guerreiros que
no tinha visto antes. Diandra estava em seu cavalo, Seerim ao
lado dela em uma montaria preta. Feetak e Narinda na frente dele,
em um castanho. Uma cinza malhada trazia Bain com sua nova
noiva, Oahsee, sentada atrs dele, os braos na sua cintura.
Zahnin, sozinho, mas de p, a mo segurando o freio de um cavalo
baio. Bohtan com Nahka em um palomino. E Zephyr estava l, para
mim.

Todas as mulheres carregavam flores e, quando me aproximei

do Zephyr, Jacanda me entregou uma bela flor cor de laranja,
vibrante, que parecia um lrio de tigre, exceto que tinha o dobro de
ptalas.

Notei imediatamente que ningum estava em suas melhores

roupas, mesmo que nunca fossem to boas quanto as minhas.
Comparecer pira, claramente, no era um motivo de
comemorao, uma oportunidade de se mostrar ou um desfile de
moda. Era o que era, uma ocasio triste que marcava o fim de uma
vida (este, mais trgico do que a maioria, e aquela morte carregava
uma tragdia, assim estava dizendo alguma coisa).

Zahnin avanou para me auxiliar enquanto eu montava, em

seguida, caminhou imediatamente para o seu corcel, montou e l
fomos ns, dois guerreiros na frente seguidos pelo Feetak e a
Narinda, ao lado do Bohtan e da Nahka. Eu, com o alazo da
Diandra ao meu lado. Seerim atrs de ns, ao lado do Bain e da
Oahsee, Zahnin, e por ltimo, os dois outros guerreiros.

437
 A pira longe, minha querida Diandra falou para mim,
ento ergueu o queixo para o ar. O vento terminou, como uma
explicao.

Ela estava certa, estava ventando. Felizmente, a chuva tinha

molhado a poeira, ento no nos aoitavam. No que o vento fosse
forte, mas no era uma brisa, tampouco. Era bom a pira ser
distante; ns no precisvamos que uma fasca voasse e a
Daxshee queimasse at o cho. J tivemos desgosto suficiente
para algum tempo.

Voc est bem? Perguntei a ela.

Ela virou a cabea e me deu um pequeno sorriso. Isso o

que eu ia lhe perguntar. Retribu seu pequeno sorriso, estendi a
mo, agarrei-a e lhe dei um aperto. Ento, soltamos as mos e ela
respondeu: Estou triste se virou para a frente e disse com
tristeza foi muito triste.

Ela podia dizer isso de novo.

E voc? Perguntou.

Lahn cuidou de mim na noite passada respondi e senti

os olhos dela em mim, ento soube que tinha virado a cabea na
minha direo. Suspirei, pensando na minha luntica e romntica
amiga Korwahkian e como aceitaria esta notcia. Ento,
honestamente, admiti: verdade. Ele foi adorvel.

Senti seus olhos me deixarem enquanto murmurava,

novamente, com sentimento. Estou encantada.

E estava, muito.

438
 Droga.

Cavalgamos atravs das tendas em um passo tranquilo por

algum tempo, em silncio.

Em seguida, Diandra falou e fiquei surpresa ao ouvir que a

voz dela tinha uma ponta de mgoa. Por que voc no me disse
que possua magia?

Pisquei e olhei para dela. O qu?

Ela no respondeu minha pergunta. Em vez disso, falou:

Eu entendo, minha amiga, por que voc escondeu isso. Devo
admitir, h muito tempo desisti de acreditar em muitas das crenas
que cresciam no Vale, mas, as que eu desisti no incluem o meu
desprezo pela magia. Assim, crescendo nessa parte do mundo,
posso ver que deseja esconder essa informao, talvez pensando
que seja da mesma maneira, aqui. Mas voc tem que saber
olhou para mim que os Korwahk no possuem tal desdm com
aqueles que tm magia. Eles so poucos e so reverenciados.

Continuei olhando para ela. Ento, repeti: O qu?

Mais uma vez ignorou minha pergunta e disse: Mas queria

que voc tivesse confiado em mim o suficiente para me contar. Foi
uma surpresa alarmante ver voc comandar os cus.

L estava, novamente.

Diandra, eu no comandei os cus disse a ela, que

olhou para mim.

Como expliquei, voc no precisa esconder isso. Na

verdade, gostaria de ter sabido mais cedo. Olhou para a frente

439
novamente. Voc minha amiga e, mesmo que compartilhasse
seu segredo comigo, no mudaria o que sinto por voc. bvio,
considerando sua personalidade, que carrega uma magia
imponente.

Diandra, querida, eu no possuo magia, imponente ou de

qualquer outro tipo afirmei e seus olhos vieram at mim
novamente.

Circe, eu estava l. Ela respondeu. Vi voc gritar seu

lamento para os cus e no instante em que o fez, ele chorou.

Eu no fiz isso. Aquela tempestade estava se formando o

dia inteiro apontei.

Isso verdade, mas voc a invocou a cair retrucou.

Balancei a cabea e sussurrei gentilmente. Isso loucura.

Ser? No vejo por que voc acha isso, considerando que

eu e milhares de Korwahks testemunhamos o mesmo.

Balancei a cabea novamente e comecei. Eu mas ela

me interrompeu.

Tambm foi sussurrado atravs da noite. Muitas tendas

permaneceram iluminadas, maridos e esposas juntando as
cabeas, vizinhos se reunindo com vizinhos. Ela olhou para a
frente. Sua tempestade, juntamente, com os atos sem
precedentes dos guerreiros em nome da noiva do Dortak Ela
assentiu com a cabea uma vez e terminou. Se havia algum
descrente, no h nenhum agora.

Pisquei, em seguida, perguntei de novo: O qu?

440
 Ela se virou para mim. A rainha dourada da lenda, seu rei
selvagem, a Dinastia Dourada, h muitas histrias e, com o passar
dos anos, estas histrias, como tm tendncia a fazer, crescem e
se multiplicam, at que se tornam mticas e fantsticas.

E qual a histria fantstica da Dinastia Dourada?

Perguntei, embora estivesse incerta se queria saber.

Claro que a Diandra me contou. O que eu sempre achei

que fosse um voo da fantasia, era a que afirmava que o poderoso
rei e sua rainha dourada eram deuses. Ele tinha uma fora que era
inigualvel, uma astcia alm de qualquer comparao e sua rainha
possua magia. Era impossvel mat-lo e ela comandava a lua e as
estrelas, o sol, os rios e os mares, os cus e a terra.

Olhei para ela.

Ela continuou falando. A histria diz que eles nunca

envelhecem, vivem na juventude at que seu primeiro filho suceda
o Dax. Em seguida, voam em um cavalo alado para os cus.

Isso um absurdo falei baixinho.

Ela olhou para mim de perto. Circe, ontem noite, pude

sentir seu desespero. Pude sentir sua frustrao diante da sua
impotncia. Brilhou para fora de voc como uma aura. E quando se
levantou e gritou seu lamento, sua nica palavra pareceu que
perfurava a minha pele. E foi a sua palavra que fez isso, minha
querida, no troves e relmpagos que, devo lembr-la, no veem
de uma s vez enquanto os cus esto abertos, ao mesmo tempo
que derramam suas lgrimas. Comeam distncia e um segue o
outro, oferecendo um aviso. No aparecem, um em cima do outro

441
junto com a chuva. J vivi muitos anos nessa terra e no tinha visto
isso uma s vez, at que voc a convocou bem em cima de ns, na
noite passada.

Ok, tinha que admitir, vivi muitos anos na terra, minha terra,
mas, ainda assim, nunca soube que isso acontecia e eu morava em
Seattle, onde chovia muito.

Oh, Jesus.

Mesmo assim, no podia ser verdade. Tinha que ser um

acaso.

Diandra, minha doce amiga, estou lhe dizendo, eu no

possuo magia sussurrei, e ela me observou atentamente.

Ento respondeu em voz baixa: Talvez voc possua e no

soubesse que possua at ontem noite e isso transbordou para
fora de voc quando suas emoes ficaram fora de controle. Mas,
no importa, agora seu povo acredita que voc possui, acredita que
voc tem grande poder, acredita que o seu rei no pode morrer,
acredita que vocs nunca vo envelhecer e acredita, sinceramente
e nas profundezas do seu esprito, que a Dinastia Dourada est
sobre ns.

Visualizei o futuro pensando, puta merda, agora o que eu fao

com isto?

H mais nisto do que apenas o que houve ontem noite,

minha querida continuou. Voc se encaixa perfeitamente na
descrio da Deusa Dourada. Cabelo dourado, olhos dourados e,
agora, com o seu tempo sob o sol, a pele dourada. Voc canta
como os serafins e seu corao to dourado quanto os seus

442
olhos. Mas voc a rainha de uma nao guerreira porque voc
uma guerreira, feroz de esprito, um desafio para o seu rei
formidvel desde o incio, na noite da sua reivindicao. Os
guerreiros a respeitam como nenhuma outra mulher, voc ganhou
grande lealdade em um curto perodo de tempo como evidenciado
na noite passada, quando tantos se adiantaram para intervir, uma
ocorrncia to extraordinria que ainda tenho dificuldade em
acreditar. O mesmo vale para o poderoso Dax. Seerim me diz, h
vrios anos, que nunca viu um guerreiro como o seu rei Lahn,
mesmo quando era mais jovem no havia comparao. Ele nunca
foi derrubado do cavalo, nunca foi desarmado, cavalgou para
executar sua primeira morte com a idade de quatorze anos pois
seus treinadores no tinham mais nada a lhe ensinar, e tambm se
destacou nos estudos.

Oh, Deus srio? Quatorze? Caralho.

Ela continuou falando. Eu o vi enfrentar desafios e sua

fora e velocidade so surpreendentes. So sobre humanas e,
agora, ao que parece, porque no um ser humano, mas, como
voc, um deus.

Diandra, eu no sou... Comecei, mas ela levantou a mo

e parei.

Conversaremos mais tarde, no agora, minha querida, pois

nos aproximamos da pira.

Considerando a nossa conversa bizarra e assustadora, no

tinha notado isso, mas, agora percebi. Tnhamos nos distanciado
das tendas e subido um pequeno morro, que estvamos descendo
agora. Outros, a p e em montarias, se moviam na direo da alta

443
pira de madeira sobre a qual um corpo envolto em gaze branca
descansava. Havia muitos se aproximando ainda, como ns, mas
parecia haver milhares j reunidos e esperando, silenciosos e
respeitosos.

Enquanto a nossa procisso se aproximava, a vasta multido

se abria sob as ordens dos guardas da frente e, j que eu era a
rainha, prosseguimos em linha reta at a pira.

V? Algumas vezes no era bom ser rainha.

Paramos perto da pira e vi a pilha de madeira que levava at

o topo e se misturava com vrias flores, centenas delas, de todas
as cores, formas e tamanhos, at mesmo o corpo tinha flores
descansando sobre ele, lanadas por quem tinha conseguido atirar
suas flores at o alto.

O cavalo do Zahnin trotou para frente, ele desmontou e me

observou enquanto eu desmontava suavemente da minha montaria.

Ento, minhas mulheres e eu nos aproximamos da pira, cada

uma de ns se perdeu em um momento de reflexo antes, cada
uma ao seu tempo, de colocarmos as nossas flores na madeira.

Em seguida, nos afastamos e ficamos de p, esperando, to

silenciosas quanto o resto da multido, enquanto a trilha de cavalos
e pessoas se juntava a ns e depositavam suas flores se as
tivessem.

Enquanto estava perto da pira, senti os olhares, muitos deles.

Isso no era incomum, mas, depois da conversa com a Diandra,
meus sentidos foram aumentados, ao ponto de sentir estes olhares
fisicamente.

444
 Afastei isto da minha mente e observei que os nossos
nmeros no estavam aumentando, no entanto no olhei muito ao
redor. Fiz isso no porque no queria encontrar pessoas que
pensavam que eu era uma deusa (loucura!), mas porque no queria
ver o Dortak entre eles. Fiz uma promessa para o Lahn e precisava
mant-la. E para fazer isso, precisava admitir que a ignorncia
uma estratgia abenoada.

Tambm observei que nenhum momento foi desperdiado

pela curandeira de cabelos grisalhos que cuidou de mim quando
tive insolao, e estava parada, segurando uma tocha apagada que
outra mulher ia acender.

Interessante, mulheres acendiam a pira.

Ento respirei fundo quando a tocha foi acesa e seus olhos

vieram at mim antes que comeasse a se mover na minha direo.

Oh, merda. No. Esse era um dever da rainha?

Ela continuou se aproximando.

Oh, Deus, parecia que esse era um dever da rainha.

Grande, grande pra caralho.

Ela parou na minha frente e falou. Minha rainha dourada,

assisti quando voc manteve o olhar dela enquanto seu esprito se
movia para o prximo reino. uma honra lhe oferecer a tocha que
enviar as cinzas dela aos cus, para que seu corpo possa se
juntar ao seu esprito.

Ento me ofereceu a tocha.

Porcaria.

445
 Bem, no havia como evitar isso, ento aceitei a tocha e olhei
para a pira. Ento olhei para a curandeira e perguntei: Sabe o
nome dela?

Ela examinou meu rosto por um segundo antes dos seus

olhos se tornarem calorosos e os lbios se curvarem com um
pequeno sorriso.

O nome dela era Mahyah, minha verdadeira rainha de

ouro.

Balancei a cabea. Ento inspirei profundamente e caminhei

at a pira.

Ento olhei para o corpo l no alto, que no conseguia ver

muito bem, exceto que tinham trocado a gaze, no havia nenhum
sangue vista e seu rosto tambm tinha sido coberto.

Ento pensei na jovem mulher Korwahk que, possivelmente,

atravessou o desfile e olhou para os guerreiros na avenida
enquanto imaginava qual seria o seu, talvez animada sobre sua
vida como esposa de um guerreiro, e em trs semanas tinha sido
degradada, contaminada, espancada e abusada.

Ento olhei ao redor e chamei a Diandra.

Rapidamente, veio at mim.

Quando chegou, sussurrei: Pode traduzir?

Ela concordou com um aceno da cabea.

Voc pode dizer no, se estiver Comecei, mas ela

balanou a cabea e tocou o meu brao.

446
 Vou traduzir suas palavras, minha rainha.

Sorri para ela.

Ento, sem perder tempo para no ficar nervosa, me virei

para a multido e falei em voz alta, em Korwahk, fazendo o melhor
que podia fazer e esperando no estragar tudo.

Sou, h pouco tempo, uma Korwahk e sou novata na sua

lngua. Ainda no aprendi o suficiente para honrar a jovem Mahyah
em sua pira, antes de enviar suas cinzas aos cus. Ento, minha
amiga Diandra traduzir para vocs as palavras de uma cano que
cantei para Mahyah, h alguns dias, na esperana de alcanar o
seu esprito e lhe dar alguns momentos de paz. Antes da sua morte,
ela me disse que a terra sobre a qual eu cantava era a terra para
onde queria ir. Agora, vou cantar a cano para vocs, assim
podem saber onde est a Mahyah e ela est feliz.

Ento olhei para a Diandra, que acenou para mim.

Ento cantei sem acompanhamento. No foi maravilhoso,

mas no estraguei tudo. Certamente no soei como um serafim,
embora eu no soubesse como parecia. A boa notcia foi, uma vez
que fechei os olhos e coloquei a msica na minha mente, me
lembrei de todas as palavras. E estava to absorta, que nem sequer
ouvi a Diandra traduzir as palavras enquanto eu cantava.

Quando terminei, abri os olhos e vi um mar de rostos, havia

algumas mulheres chorando, os olhos molhados, as mos na boca,
mas todos os olhos estavam sobre mim.

447
 Eu no sei o que gotas de limo so, Circe, e eles no tm
chamins, mas fiz o meu melhor. Diandra sussurrou para mim,
virei a cabea para ela e sorri.

Ento peguei a mo dela, a apertei e sussurrei: Tenho

certeza que foi perfeito.

Ela sorriu e tambm apertou a minha mo.

Ento me virei para a pira e olhei para o corpo envolto em

gaze.

E sussurrei: Espero, bela Mahyah, que voc esteja sobre o

arco-ris.

Ento joguei a tocha na madeira permeada de flores e

imediatamente fui puxada para trs pelo Zahnin, enquanto Seerim
puxava a Diandra para ficar na frente da multido, h alguns metros
de distncia do inferno que chegava rapidamente, as chamas
soltando rapidamente o enorme calor atravs do vento.

As lgrimas entupiram meu nariz enquanto as chamas

lambiam o corpo da Mahyah, ento congelei quando meus olhos
captaram alguma coisa, os levantei para o cu e minha respirao
ficou presa na garganta quando ouvi suspiros por toda parte, senti a
agitao atnita dos corpos e a mo da Diandra veio at a minha e
segurou com firmeza.

Isso porque, enquanto as chamas danavam, altas, se

arqueando atravs do cu, sobre a pira, havia um arco-ris brilhante
e perfeito.

Olhei para o arco-ris de boca aberta.

448
Oh.

Merda.

449
 Captulo Vinte e Dois
O Favor

Ok, no podia ser negado. Evidncias estavam sugerindo que

eu possua magia.

Merda.

Nossa cavalgada para casa era silenciosa, todos mergulhados

em seus prprios pensamentos. Tambm era tensa. Isso porque,
por absolutamente nenhuma razo, j que a chuva tinha parado no
meio da noite e o vento e o sol rapidamente secaram a gua, de
maneira nenhuma o arco perfeito de um arco-ris deveria enfeitar o
cu.

A menos que eu o evocasse.

Merda!

Talvez eu realmente tivesse magia, to completamente insano

quanto isso parecia. Talvez eu tivesse comandado os cus
acidentalmente na noite passada. Talvez tivesse preenchido o cu
com um arco-ris, assim as cinzas da Mahyah puderam encontrar
sua alma.

E, talvez, essa magia tivesse me trazido a este mundo, em

primeiro lugar.

Talvez tenha sido eu a responsvel por me trazer at aqui.

450
 O que significaria que eu tinha a capacidade de me enviar de
volta (de alguma maneira).

No meu mundo, pensamentos como este teriam me levado

direto para o meu carro, onde eu dirigiria at a ala psiquitrica mais
prxima e voluntariamente faria o check-in.

Mas neste mundo, aparentemente no era assim.

E a questo era, eu estava neste mundo o que significava que

no estava louca, mas em vez disso, ferrada.

Enquanto seguamos de volta para a Daxshee, os cavalos que

transportavam meus amigos se dispersaram em uma variedade de
trilhas sinuosas atravs das tendas, despedidas tranquilas e suaves
sendo as nicas coisas que perfuraram o nosso silncio. Quando
Seerim levantou o queixo para sua esposa, antes do seu cavalo o
levar para outro caminho e ficssemos s a Diandra e eu, decidi
que era hora de ter uma conversa com minha amiga.

No tive essa chance. Zahnin gritou uma ordem, os quatro

guerreiros acenaram com o queixo, se afastaram e o cavalo do
Zahnin trotou at mim.

Olhei para ele e o vi olhando para mim, seu olhar se voltou

para a Diandra, depois retornou para mim e ento observei sua
mandbula endurecer como rocha.

Oh, Deus. Estava achando que isso no era bom.

Talvez ele no gostasse de arco-ris. Ou feiticeiras. At

mesmo daqueles que detinham magia nobre e no sabia que eram
feiticeiros.

451
 Me preparei antes de perguntar: Est tudo bem, Zahnin?

Seu olhar virou uma carranca. Em seguida, um msculo

pulsou na sua bochecha.

Em seguida, ele resmungou: Me.

Senti meu corpo enrijecer enquanto olhava alm dele, para os

caminhos sinuosos que levavam atravs das tendas, me questionei
se nem tudo estava bem, por que descartou a guarda.

Humm... comecei.

Ele me interrompeu, forando as palavras entre os dentes.

Peo um favor minha rainha dourada.

Voc podia afirmar que ele no desejava solicitar este favor,

tipo, realmente no desejava solicitar este favor. Ou talvez,
qualquer favor.

Meu olhar deslizou at a Diandra, que estava olhando para o

Zahnin. Ela sentiu os meus olhos sobre ela; olhou para mim e
encolheu os ombros. Ento me virei novamente para o Zahnin.

Qual favor voc deseja solicitar? Perguntei.

Ele fez uma careta para mim e um msculo saltou na sua

bochecha.

Em seguida, resmungou: A minha nova esposa.

Estas no eram as palavras que eu esperava, e no entendi

por que as estava dizendo, ento pisquei para ele e quando no
disse mais nada, solicitei: A sua nova noiva...

452
 Seu cavalo baio, acompanhando a vibrao do guerreiro,
danou com agitao sob ele e Zahnin apertou mais as rdeas para
que o cavalo ficasse parado.

Ento, to rapidamente que tomou toda a minha concentrao

para no perder nada, explicou: Minha noiva como voc. Ela
tem grande beleza. No desfile, sabia que era apenas ela para mim.
Lutei com quatro irmos para reivindic-la. Ela tambm no de
Korwahk, como voc. Ela no fala a nossa lngua. Ela no fala...
ele hesitou e seus olhos se estreitaram absolutamente nada.

Oh, Deus. Essa no era uma boa notcia.

Mordi o lbio.

Zahnin continuou, laconicamente. Ao contrrio de voc, ela

no se ajustou minha tenda e sua nova vida. O favor que peo
minha verdadeira rainha que fale com ela e a ajude a se adaptar
sua nova vida como minha esposa, como voc fez com o meu rei.

Estava sentindo (com razo) que era por isso que o Zahnin
estava com um humor to ruim.

Tambm estava sentindo (mais uma vez, com razo) que o

guerreiro orgulhoso diante de mim no solicitava favores muitas
vezes, tipo nunca.

Por isso, falei: Nos leve at ela.

Ele olhou para mim, em seguida, sem olhar para a Diandra,

disse: A esposa do Seerim-

453
 Eu o interrompi. Ela vai me acompanhar. Ela a razo de
eu ter me adaptado minha vida em Suh Tunak. Ela ser de
grande ajuda com a sua noiva.

Ele mostrou a carranca por mais algum tempo, sua mandbula

ainda dura, aquele msculo saltou, em seguida, levantou o queixo,
puxou as rdeas e a Diandra e eu viramos nossos cavalos e o
seguimos novamente atravs das tendas. Enquanto fazamos isso,
os olhos dela vieram at mim e estavam brilhando. Apertei os lbios
e tentei no rir.

Zahnin parou na frente de uma tenda que era maior do que a

maioria, no to grande como a do Lahn e a minha, e uma menina
correu para frente enquanto ele desmontava. Jogou as rdeas para
ela sem dizer uma palavra e contornou seu cavalo para me ajudar
enquanto eu desmontava da Zephyr e ento, quando meus ps
estavam no cho, fez o mesmo com a Diandra, que j estava
desmontando. Uma vez que a menina tinha as rdeas dos trs
cavalos, Zahnin foi em direo s abas da tenda e as abriu,
entrando.

Diandra e eu o seguimos.

Quando estvamos l dentro e meus olhos se ajustaram a

estar fora do sol, notei imediatamente que a tenda do Zahnin no
era como a do Feetak e da Narinda, nem a do Bohtan e da Nahka
(que era um pouco maior do que a da Narinda). Era mais parecida
com a do Lahn e a minha. Uma cama grande (mas no to grande).
Seda sobre a cama e nos travesseiros. Mais bas (no tantos
quanto Lahn e eu tnhamos). Belos mveis. Muitos castiais e
candelabros altos. E tambm havia o cheiro de incenso, o perfume

454
de almscar e bergamota. Tinha um aroma adorvel e decidi
instantaneamente que precisava falar com Teetru sobre incenso.

Pensei nisso enquanto observava uma menina pular com

algum alarme para fora da cama. To alarmada que perdeu o
equilbrio perto da cabeceira da cama e aterrissou de bunda. Em
seguida, correu e, rapidamente, se afastou, os olhos grudados no
Zahnin com medo, seu corpo tremendo.

Eu a estudei.

Sim, por isso, Zahnin estava com um humor to ruim. Trs

semanas e ela ainda estava assim? Nada bom.

Olhei para o Zahnin, que estava observando sua noiva e no

parecia feliz. To infeliz que parecia extremamente irritado, e essa
aparncia em um enorme e selvagem guerreiro Korwahk era
temvel.

Ok, ficou claro que o Zahnin necessitaria de algumas lies de

romance, mas precisava me concentrar primeiro na menina.

Olhei para ela e vi que no tinha afastado os olhos

assustados do seu marido. Tambm a reconheci como uma das
mulheres no curral que achei que era como eu. Tinha estado
visivelmente aterrorizada naquela poca e no parecia menos
aterrorizada agora.

Era, no entanto, como Zahnin tinha descrito, muito bonita.

Cabelo castanho claro, olhos verdes, um lindo rosto de duende e
bem pequena. Sua bunda e os seios no eram nada de
extraordinrio, mas a pele era cor de pssego e macia, e havia
alguma coisa delicada nela, algo gracioso, mesmo quando ainda

455
estava de p. Algo pelo qual muitos homens, no o Zahnin (teria
pensado assim antes daquele momento), ficariam atrados, de uma
forma protetora.

Mas, claramente, estava errada sobre o Zahnin.

No entanto, isso no ajudaria o Zahnin. No era to alto

quanto o Lahn, mas ainda era alto e extremamente musculoso.
Lahn me intimidava e eu tinha uma altura mediana. Esta menina era
pequena e Zahnin devia parecer um gigante para ela.

Dei um passo para a frente e os olhos dela deslizaram para

mim, antes de voltarem para o Zahnin.

Ol disse baixinho em ingls e o olhar dela se moveu

rapidamente para mim. Sou Circe, a rainha de Korwahk.

Ficou olhando fixamente para mim.

Dei mais um passo cauteloso para frente e continuei, em voz

baixa. Ns estamos aqui para ajudar; voc est segura.

Eu a observei engolir em seco, em seguida passar a lngua

nos lbios, mas no falou.

Outro passo para a frente e ento disse: Voc pode me

dizer o seu nome?

Ela piscou para mim, mordeu o lbio inferior e, em seguida,

rapidamente, disse algo em uma lngua que reconheci, uma das
palavras sendo Valearian.

Ela falava francs.

Merda.

456
 Tive aulas de francs na escola durante dois anos, mas isso
foi no ensino mdio. Fazia muito tempo. Eu reconheci o idioma, mas
de maneira nenhuma conseguiria falar.

Ela de Fleuridian, minha querida Diandra sussurrou

para mim. Essa lngua eu no sei.

timo, eles no chamavam a Frana de Frana e a Diandra

no falava Fleuridiano (ou o que quer que seja).

Merda de novo!

Uh... comecei, extraindo todo o meu conhecimento das

aulas de francs. Bonjour experimentei. Je m'appelle Circe.

Os olhos dela se arregalaram, ento ficaram molhados, as

mos cruzadas vieram para a frente dela e lanou rapidamente as
palavras em francs para mim, o tempo todo os olhos deslizando
para trs e para frente, entre mim e o Zahnin.

No entendi um pingo do que ela disse.

Merda, merda, merda!

Sorri para ela, levantei a mo, ela parou de falar e virei a

cabea ligeiramente para a Diandra. Existe algum na Daxshee
que fala a lngua dela?

Sim, Circe, vrias, e sei de algum que ficar feliz em

ajudar. Ela, como eu, tem estado aqui h muitos anos respondeu
a Diandra, se virou para o Zahnin e falou em Korwahk. Mande
um dos seus escravos encontrar Claudine, a esposa do Veenuk.

Zahnin fez uma careta para ela, mas ergueu o queixo, em

seguida, deixou a tenda.

457
 Quando ele se foi, vi a garota relaxar.

Isso no era bom.

Dei mais um passo na direo dela e perguntei em voz baixa:

Comment t'appelles tu? E ela olhou para mim, os olhos
tranquilos, sua aparncia aliviada.

Sabine sussurrou.

Ok, Sabine, ma... humm, Fleuridian no c'est bon, uh...

mas vamos ter ajuda.

Ela piscou para mim, em seguida, balanou a cabea, de

modo que soube que entendeu o que disse na lngua dela, mas no
a do meu prprio pas.

Rapaz, esperava que a Claudine morasse perto.

Zahnin entrou abruptamente na barraca, grunhiu alguma coisa

para a Diandra e Sabine ficou instantaneamente tensa.

Me aproximei do Zahnin, seus olhos vieram at mim, ainda

parecia irritado, seu olhar ainda era assustador, mas fiquei firme,
parei perto dele e sussurrei em Korwahk: O nome da sua esposa
Sabine, voc sabia disso?

Sua cabea se inclinou to levemente que podia ter me

convencido que no vi, mesmo com o brilho que apareceu nos seus
olhos. Mas no perdi o olhar irritado desaparecendo, aos poucos,
do seu rosto quando a cabea dele se virou para sua noiva e
murmurou Sabine em sua voz profunda e spera, tornando o
nome bonito ainda mais bonito.

458
 Ele no sabia o nome da sua esposa, mas estava claramente
feliz em descobrir.

Inspirei com tranquilidade.

Podia lidar com isso.

Me virei para a Sabine, que tinha olhos cautelosos sobre o

seu marido. Esperei at que viessem para mim e sorri. Meu sorriso
no aliviou o medo que obscurecia todo o seu corpo e soube que
era porque o Zahnin estava presente.

Em seguida, me ocorreu que, com toda probabilidade, Zahnin

estava fazendo a mesma coisa com a sua esposa que o Lahn havia
feito comigo. Ou seja, ele a estuprou durante a Caada, ela no
tinha nem ideia do que estava acontecendo (minha suposio, ela
tambm tinha sido protegida, ou sabia sobre isso e o odiava). Ela
tomou aquele golpe e continuou sendo golpeada, ento manteve
essa postura enquanto ele continuava usando o seu corpo nas
ltimas trs semanas, como qualquer guerreiro sentiria ser seu
direito sobre a esposa.

Eu a observei. Ela estava limpa e, obviamente, alimentada.

No havia sinais de abuso visvel, nada de cortes, hematomas ou
inchao. Seu sarongue, o top, o cinto e as joias eram muito bonitos.
Estava usando um pouco de prata. Seu cabelo foi arrumado para o
alto e a maquiagem habilmente aplicada, o que significava que tinha
uma menina ou meninas que estavam tomando conta dela. O
conjunto todo mostrava que o seu marido estava fazendo o que
sabia fazer para manter sua esposa.

459
 Ele s no estava dando a ela o que uma mulher precisa
receber.

E no entendia isso, mas a estava forando a viver um

pesadelo nessas trs semanas.

Ok, talvez eu no pudesse lidar com isso.

No, evidentemente, sem reforos.

Me virei para o Zahnin e sussurrei: Preciso do meu rei.

Voc pode enviar um mensageiro para ele e, se ele no estiver
muito ocupado para me ajudar agora, pode perguntar se ele pode
vir? No urgente, mas eu veria de forma favorvel se ele
concedesse o meu pedido.

Zahnin me examinou, claramente incerto sobre como se

sentia sobre o Lahn ser envolvido em nossa situao atual.

Em seguida, grunhiu e se apressou a sair da tenda.

Encarei isso como um sim.

Tambm tomei isso como um sinal de que o Zahnin queria

que sua esposa se ajustasse sua nova vida com ele.

Ento me virei novamente para a mulher e vi que a Diandra

havia se aproximado e estava falando baixinho com ela.

Ento suspirei, esperei pela Claudine e, esperanosamente,

pelo Lahn.

460
 Parada com o meu marido do lado de fora da tenda do
Zahnin, vi as sobrancelhas se erguerem ameaadoramente e seus
olhos estreitarem perigosamente antes dele sussurrar, com raiva,
em Korwahk: Minha tigresa quer que eu faa o qu?

Me movi para perto dele (ou mais perto ainda, j estava muito
perto), coloquei a mo levemente no peito dele (um peito sobre o
qual tinha os braos cruzados), fiquei na ponta dos ps e inclinei a
cabea para trs, para responder, em um sussurro, o melhor que
pude, em Korwahk e, essencialmente, repeti com mais detalhes:
Voc precisa falar com o Zahnin. Ele pediu esse favor para mim,
mas ele precisa fazer a parte dele. Ele tem que parar de tom-la
contra a vontade dela. Ele precisa recuar, comear a cortej-la,
fazer refeies com ela, dar presentes para ela, flores, doces, joias.
Precisa tentar conversar com ela, ensinar a ela a lngua Korwahk.
Precisa lev-la para passear e lhe mostrar o seu novo pas. Precisa
falar suavemente com ela, olhar para ela suavemente, toc-la
suavemente. E, quando tentar alguma coisa com ela, precisa faz-
lo como voc fez comigo e procurar lhe dar prazer antes de tomar o
seu prprio. E eu no posso dizer nada disso para ele, Lahn, voc
precisa dizer a ele.

Lahn alinhou o nariz com o meu. Ento perguntou: Minha

rainha me chamou, me afastando dos meus guerreiros, para me
pedir para dizer a outro dos meus guerreiros para no foder sua
nova esposa (l estava, sabia que tooyo significava foda), mas em
vez disso trazer doces para ele e lev-la em passeios a cavalo?
Ser que eu tenho esse direito, Circe?

No achava que isso estava indo muito bem.

461
 Humm... sim? Perguntei, agora no to certa sobre a
minha estratgia.

Lahn continuou me olhando. Ento olhou sobre a minha

cabea. Depois suspirou. Em seguida, sem olhar para mim mais
uma vez, girou sobre os calcanhares e se afastou.

Estava interpretando isso como um no.

Maravilha.

Voltei para a tenda do Zahnin e vi que a Diandra e a Claudine

(que era mais velha que a Diandra, mas ainda possua grande
beleza, talvez fosse algo na gua ou apenas os olheiros Korwahk
que tinham bons olhos) se sentaram uma de cada lado da Sabine,
sobre a cama, Claudine murmurando para ela. Isso acontecia sob o
olhar ameaador do Zahnin, de onde ele estava parado, h alguns
metros dentro das abas da barraca, as pernas afastadas, os braos
cruzados e olhos fixos na esposa e nas duas mulheres.

Se continuasse olhando para ela desse jeito, ela nunca iria se

acalmar e deix-lo se aproximar.

Cheguei perto dele, toquei no seu brao, apontei a cabea

para as abas da barraca e, em seguida, sem olhar para ver se me
seguia, caminhei para fora.

Ele me seguiu.

Quando o fez, me aproximei, olhei nos olhos escuros e vi que

ele era assustador, mas ainda assim era bonito. Tinha uma cicatriz
que atravessava sua sobrancelha, o que s servia para transformar
um cara quente, em um mais quente ainda. Se no usasse

462
constantemente uma expresso que fazia com que parecesse que
queria arrancar a cabea de algum, ia ser super quente.

Prendi a respirao, esperando que ele realmente desejasse

tranquilidade em sua tenda e, em seguida, em Korwahk, disse a ele
exatamente o que disse para o Lahn. Vacilei no meio quando o
olhar ameaador pareceu que estava faiscando com raiva (foi em
torno do momento em que disse que precisava parar de tomar sua
esposa contra a vontade dela), mas segui em frente.

Terminei com: Zahnin, meu protetor, sei que voc no quer

ouvir nada disso. Mas se quer paz em sua tenda, se quer ouvir
gritos de prazer e sons de alegria, dela e me inclinei os seus
prprios, em vez do som de lgrimas e a sensao de medo, ento
deve prestar ateno ao que digo.

Seu olhar irritado vacilou um pouco, ento continuei.

Farei o meu melhor, com a Diandra e a Claudine, para

ensinar a ela a sua lngua e as tradies do seu povo, para ajud-la
a entender sua nova vida e ser capaz de se comunicar com voc e
voc com ela, mas isso tudo o que podemos fazer. Voc deve
fazer o resto.

Ele continuou a olhar para mim com raiva.

Merda. No havia outro jeito diante disso.

Prossegui. Seu rei no conseguiu nada comigo at que seu

toque parou de tomar e comeou a dar e at que, na nossa tenda,
me tratou com bondade. Ele o mais poderoso de toda Suh Tunak,
reconheceu a batalha que tinha nas mos, a analisou, criou sua
estratgia e, em seguida, foi ganhar a batalha usando todos os

463
meios necessrios. E, Zahnin, me aproximei e, graas a esse
homem que prometeu me proteger, mesmo que isso significasse
perder sua vida, que me apoiou contra o Dortak e que queria
claramente que sua esposa se ajustasse sua nova vida com ele e
em sua tenda, admiti para ele, ao mesmo tempo que admiti para
mim mesma meu Lahn ganhou a batalha. Agora, fico acordada
noite esperando ele voltar. Quando ele demora, adormeo ansiosa
pela manh, quando vai me acordar com as mos. Ele meu rei,
ele meu guerreiro, ele meu marido e tenho orgulho de dizer,
acima de tudo ele meu.

Zahnin no disse uma palavra, s continuou me olhando.

Retribu o olhar, agora sem mais ideias.

Em seguida, ele resmungou e ergueu o queixo.

Entendi isto como um sim.

Sorri para ele, esperanosa. Ele me viu sorrir, balanou a

cabea, a carranca deixou seu rosto e vi seus lbios se curvarem.

Sim, definitivamente quente. Se Sabine conseguisse superar,

havia indcios de que, em breve, ela acharia que no se deu to mal
assim.

Ento, espero, Zahnin compartilharia com ela o seu maior

dom e ela seria tocada e amada.

Como eu me senti naquela manh.

Boa notcia para Sabine e Zahnin, notcias confusas e

preocupantes para mim.

Merda.

464
 Minha esposa cria arco-ris Lahn murmurou para o teto
da nossa tenda.

Era tarde. Tnhamos fodido com fora e intensamente, to

forte e to intensamente que gozei trs vezes (sim, trs). Estava
saciada, sonolenta e verdadeiramente de bom humor,
principalmente porque o meu marido tinha chegado em casa antes
de eu adormecer, mas devo dizer que tambm foi porque tinha me
dado trs orgasmos. O meu estado de esprito era bom demais para
deixar que tudo o que estava pesando na minha mente pesasse
sobre ela, assim deixei para l.

Estava enrolada contra ele, minhas pernas entrelaadas nas

dele, meu brao descansando no abdmen dele, meu rosto no seu
ombro. Lahn estava deitado de costas, um brao debaixo de mim,
curvado minha volta, as pontas dos dedos traando desenhos
aleatrios na pele do meu quadril.

Lahn sussurrei contra o seu peito.

Ela tambm louca continuou resmungando, me apoiei

em um antebrao e olhei para ele.

Louca? Perguntei.

465
 Seus olhos encontraram os meus e usou uma palavra para
explicar. Zahnin.

Apertei os lbios.

Lahn continuou falando. No me pea para fazer algo

assim novamente, Circe. Entendo que o seu corao a orienta em
muitos assuntos. Mas sou um guerreiro, ele um guerreiro e esta
uma linha que nunca se cruza. Estou entendido?

Mantive os lbios apertados e assenti.

Seus olhos desceram para a minha boca, em seguida,

apertou o brao minha volta, me puxando para cima do seu corpo.
A outra mo se ergueu para mover o meu cabelo para um lado do
meu rosto e segur-lo atrs do meu pescoo.

Ento murmurou. Eu no gosto quando minha rainha

aperta os lbios.

Relaxei os lbios e ele deu um leve aceno de satisfao, em

seguida, manteve os olhos presos nos meus e, quando voltou a
falar, sua voz era suave e at mesmo, foda-me, carinhosa.

E eu gostei.

Significa muito para mim que voc deixe o seu corao te

guiar. Ele o guiou de volta para mim depois que te marquei e forcei
voc a escond-lo de mim.

Oh, Deus. Estava sendo doce novamente.

Continuou falando. Mas isso, receio, ir lhe causar danos

pessoais, minha cora. E quero que voc tome cuidado quando
abrir o corao. Zahnin meu tenente mais prximo e sei muito

466
sobre ele. Ele no veio para o treinamento direto do cuidado dos
pais. Seu pai foi um guerreiro que morreu antes dele nascer. A
doena levou a sua me no muito tempo depois. Sua famlia o
recebeu, mas no demonstraram muita bondade no pouco tempo
que tinham com ele. Isso me levou a crer que ele no sabe como
fornecer isso sua esposa. Muito tempo se passou desde a
Caada, ento voc no deve ter grandes esperanas dele a
conquistar, se voc fizer isso e ele no tiver xito, sei que vai ficar
desapontada. Isso pode acontecer e acontece. H guerreiros que
no conquistam suas esposas. Se isso no acontecer, eles podem,
em seguida, deix-las de lado e participar de outra Caa. a
recompensa deles, como um guerreiro da Suh Tunak, ser provido
de uma beldade para aquecer sua cama, fazer isso por vontade
prpria, atender seus desejos e lhe dar filhos. E um direito dele
continuar buscando at que seja encontrada.

Minha cabea se inclinou e sussurrei: Deixar de lado?

Ele assentiu. Aquelas que so deixadas de lado so

cuidadas, recebem uma tenda e, at mesmo, uma escrava. Mas
elas no vivem a vida de graa que a esposa de um guerreiro vive.
Embora os conceitos bsicos sejam fornecidos, muitas delas tm
que aprender uma profisso para viver uma vida decente. s vezes,
encontram um homem livre que vai querer tom-las como noiva, e
conseguem, mas isso raro. A esposa de um guerreiro que
deixada de lado tem a reputao de que inapta ou incapaz de
satisfazer as necessidades de um homem e, embora bonita,
evitada.

Bem, isso era uma merda.

467
 Ser que... humm, Sabine, a esposa do Zahnin, se,
humm... isso acontecer, uma vez que ela no de Korwahk, vai ser
devolvida sua terra natal? Perguntei.

Os olhos dele brilharam e declarou com firmeza:

Absolutamente no.

Humm.

Por qu?

Ela reivindicada, ela Korwahk Lahn afirmou com a

mesma firmeza.

Humm.

Hora de mudar de assunto porque este ia me irritar e no

estava a fim de ficar irritada.

Voc, uh... voc, humm... cresceu sob os cuidados dos

seus pais, antes do treinamento?

Foi a primeira pergunta pessoal que fiz a ele.

E no hesitou em responder. Cresci, minha tigresa. Meu

pai era o Dax e minha me era Korwahk, uma grande beleza. Havia
ternura na tenda deles, mesmo que a minha me s tenha podido
lhe dar um filho, um parto difcil que a impossibilitou de lhe fornecer
mais filhos. Ele estava feliz com o guerreiro que ela lhe concedeu e
era feliz com ela. Sua mo agarrou o meu cabelo quando sua
voz diminuiu enquanto ele compartilhou: E vi meu pai morrer
durante um desafio. Eu era um guerreiro, ento, presenciei. Como
Dahksahna e como era seu dever, minha me assistiu tambm. Seu
fim a marcou, como aconteceu comigo, e ela se importava

468
profundamente com ele. Teria vivido uma vida agradvel como uma
Dahksahna deposta, o povo Korwahk e eu cuidando dela, mas
escolheu no viver sem ele. Tirou a prpria vida no dia seguinte que
o corpo dele queimou na pira.

Oh, meu Deus. Isso era horrvel.

Me senti comovida enquanto erguia minha mo at sua

mandbula e sussurrava: Lahn.

Seus olhos encararam os meus. Lamento que ela no

tenha vivido para ver o seu filho vencer o Dax que venceu o seu rei.
Ele era um homem difcil de respeitar, e no simplesmente porque
tirou a cabea do meu pai. Foi um triunfo, de vrias maneiras, mais
do que vingar o meu pai e tomar o seu lugar.

Querido suspirei e a mo dele se moveu para o lado do

meu pescoo, o polegar comeou a acariciar meu queixo enquanto
observava seus olhos ficarem calorosos.

Gostaria que voc estivesse na minha cama, anos atrs,

Circe sussurrou, olhando no fundo dos meus olhos
compartilhando comigo, como est fazendo agora, o seu esprito
dourado para aliviar o meu. Prendi a respirao enquanto a
suavidade das suas palavras deslizava atravs de mim, em
seguida, ele sorriu. E tambm para celebrar o meu triunfo
quando tomei a minha vingana.

Deus, ele era um baita homem.

No pude evitar, retribu o seu sorriso.

Suponho que teria sido... Fiz uma pausa, procurando a

palavra em Korwahk e esperando que a encontrasse enrgico.

469
 Seu polegar parou de me acariciar e seus dedos se
entrelaaram no meu cabelo, colocando presso sobre ele e, assim,
meus lbios tocarem os dele.

Ento, sussurrou em ingls: Oh, sim.

Encontrei a palavra certa ou uma palavra certa.

Sorri contra sua boca.

Seus olhos se aqueceram e ele grunhiu contra a minha.

Ento sua cabea se inclinou, seus dedos pressionaram ainda

mais, esmagou meus lbios contra os dele, que se abriram e a
lngua dele invadiu, instantaneamente. Soltei um gemido profundo e
ele me virou de costas.

Em seguida, demonstrou quo energtico teria sido depois

que derrotou o Dax. Isto foi anos mais tarde, mas claramente a
glria no se desvaneceu e soube disso, principalmente porque,
mesmo depois de uma sesso j intensa e forte, foi... fenomenal.

Tanto foi assim, que meus gemidos altos, grunhidos e gritos

foram notados pelos transeuntes, por aqueles que moravam perto
da nossa tenda e pelos espies que prestavam ateno, enquanto
os gemidos dele, seus grunhidos e seu grito final diante do clmax
soavam.

E, depois que terminou comigo, acabou completamente

comigo, ca em um sono exausto sem pensar em possuir magia.
Sem pensar em convocar os cus para faz-los chorar, em enviar
um arco-ris atravs do cu. Sem pensar que podia ter a magia para
voltar para casa. E sem pensar no Zahnin e na sua esposa,
esperando que tudo estivesse bem na tenda deles, em breve.

470
 No, no pensei em nada disso.

Em vez disso, nos segundos antes do corpo quente, duro e

grande do meu marido se acomodar ao meu lado e parcialmente
sobre o meu, o brao dele ao meu redor, nossas pernas
entrelaadas, no pensei em nada.

471
 Captulo Vinte e Trs
O Desafio

Sete dias mais tarde

Mergulhei os dedos no pote de tinta preta e vi que estavam

tremendo.

Tinha que manter o controle sobre mim mesma.

Mas em breve, muito em breve, de fato, estaria arrumada e

pronta para sair em minha vestimenta dourada, e assim que
terminasse de pintar o meu marido, estaramos fora da nossa tenda
e a caminho do Lahn enfrentar o Dortak no desafio.

Eu tinha certeza de uma coisa, Lahn ia venc-lo.

Sabia uma outra coisa, tanto quanto odiava o Dortak e quo

pouco isso significava para mim, no me importava nada com o fato
de que sua vida terminaria em breve, mas ainda no estava ansiosa
para ver o meu marido cortar sua cabea.

E sabia de uma ltima coisa, Dortak no hesitaria em

trapacear e no queria que o Lahn se machucasse quando ele
fizesse isso.

E no queria muito, e sabia disso porque simplesmente no

queria que outro homem, um agressor e trapaceiro, machucasse
um homem que lutaria com honra. E sabia que no queria isso, no

472
porque o Lahn tinha me alimentado, protegido e me regado de joias
e roupas maravilhosas.

No queria porque me importava com o meu marido e este

sentimento era profundo.

E por causa disso, estava to apavorada que estava quase

fora de mim.

Os ltimos sete dias tinham sido bons, muito bons, bons

demais.

Tinha continuado minhas andanas com o Bain e o Zahnin,

mas agora o Zahnin estava conversando comigo. No tnhamos
conversas profundas onde ele abria sua alma, mas falava. No
pediu conselhos ou compartilhou como as coisas estavam indo na
sua tenda, mas falou mais do que o grunhido ininteligvel sobre as
observaes que eu fiz, corrigiu meu Korwahk e muitas vezes
entrava na conversa para tentar explicar quando eu estava falando
com o meu povo e estava dizendo besteira (mais e mais raras
ocasies).

Diariamente, no entanto, eu ia sua tenda para conversar

com a Sabine. A meu pedido, Diandra e Claudine tinham procurado

473
e encontrado a outra menina que no era de Korwahk e que foi
caada com a gente. Ela era de Fleuridian, o seu nome era
Anastasie e, embora seu guerreiro tivesse sido mais gentil com ela,
sem a assistncia que eu tive ou a que a Sabine estava recebendo,
ainda estava perdida em uma cultura que no entendia e mais do
que um pouco alarmada com ele (ela no tinha sido, por exemplo,
protegida da seleo ou da celebrao, depois. Com a Narinda, a
Diandra e a Claudine dando lies de Korwahk para ns, em vrias
ocasies, a Nahka tinha vindo tambm, s vezes trazendo suas
amigas, as lies foram se tornando um momento s de meninas,
com a Diandra e a Claudine traduzindo. Com isso, no demorou
muito para o riso brotar da barraca da Sabine.

E esse riso estava brotando mais uma vez quando as abas se

abriram e o Zahnin entrou repentinamente.

Sabine no correu para longe, mas seus olhos se agarraram a

ele. Manteve o corpo tenso, mas no rgido nem aterrorizado,
apenas cauteloso.

Contei isso como um progresso.

Ele observou a cena, em seguida, seus olhos foram at a sua

noiva e perguntou: Est tudo bem, mulher?

Claudine traduziu e depois de um momento de hesitao, ela

balanou a cabea.

Ento Zahnin acenou com o queixo para ela, caminhou para a

frente e executou um movimento suave bem na frente de todas as
suas novas amigas.

474
 Correu as costas dos dedos suavemente pelo seu rosto,
mesmo quando ela, visivelmente, no conseguiu evitar um leve
estremecimento.

Ele, sabiamente, ignorou isso e sussurrou: Isso me deixa

feliz.

Ento, sem outra palavra ou olhar para algum, se virou e

saiu.

Bom. Muito bom.

Sabine olhou para as abas da barraca em choque e de boca

aberta.

Diandra, Claudine, e at mesmo Nahka, Narinda e eu

trocamos olhares sbios e divertidos.

Durante o nosso tempo com ela, Sabine no compartilhava

como as coisas estavam indo e no perguntvamos. Mas o
movimento do Zahnin me fez manter a esperana que, mesmo que
no tenha sido criado com bondade, era o tipo de homem que
nasceu com isso.

Tinha ouvido e processado as advertncias do Lahn, mas

ainda assim, no podia evitar.

Estava esperanosa.

475
 Tornou-se claro na noite do dia que apareceu o arco-ris, que
o Lahn tinha acomodado sua horda e, portanto, chegou em casa
muito mais cedo. Isso significava fazer mais amor. Tambm
proporcionava mais conversas, algumas delas intensas (por
exemplo, quando lhe contei histrias sobre o meu pai, dos seus
homens, das aulas de equitao e como gostei delas), algumas
delas informativas (Lahn explicava coisas sobre Korwahk, como ele
passava os dias, como eu passava o meu, contando como aprendi
a tocar guitarra - embora, a meno de outro homem na minha vida
no foi vista favoravelmente, por isso fiz uma nota mental para no
fazer isso de novo), algumas das conversas divertidas, e percebi
que meu marido tinha um humor sagaz.

Tambm percebi que ele me achava hilria de um jeito

resignado e, mesmo que tivesse de se acostumar, achava atraente.
Achava que eu era muito louca, eu sabia, diante de todas as
merdas que fiz e falei, a forma como o meu corao me guiava, o
jeito fcil com que meu temperamento esquentava, mas achava
atraente e no escondia.

Gostei disso.

At mesmo, uma vez, chegou a tempo de jantar comigo na

tenda e quando o fez, percebi que nunca tinha visto ele comer.
Tambm percebi que comia muito. Ele era um cara grande e tinha
um grande apetite. Da maneira como comia, como mantinha em
forma esse corpo enorme era uma incgnita. Mas gostava que
tivesse prazer com a comida e ele no escondia isso.

Tambm foi gentil comigo de muitas maneiras e dedicou

algum tempo a ajudar, pacientemente, a Diandra em seus

476
ensinamentos sobre Korwahk e a Horda. Ele era o rei, podia fazer o
que quisesse e esperar faz-lo sem ser questionado, e seu povo
tinha vivido nesse modo de vida h eras, mas gostava que ele
tirasse um tempo para explicar as coisas para mim.

Verdade seja dita, estava comeando a gostar de tudo sobre

o Lahn.

E, estpida que sou, no fiz absolutamente nada para evitar

isso.

Muitas vezes passei algum tempo com Diandra, Nahka e

Narinda mas no abordei o assunto sobre a minha magia e meu
possvel status de deusa com qualquer uma delas, e elas tambm
no.

No sei porque elas no abordaram o assunto, mas eu no o

fazia porque era idiota.

E no o fazia porque tambm queria que o Zahnin

conquistasse sua esposa e que Sabine, que era muito doce, se
adaptasse e encontrasse contentamento e felicidade, mesmo
depois do que tinha sofrido. Queria que ela tivesse o que a Mahyah

477
nunca encontrou. E queria muito isso. E queria fazer o que no
pude fazer pela Mahyah, e que era ajud-la a ter tudo isso.

E tambm no abordava esse assunto porque gostava de

caminhar pela Daxshee conversando com o meu povo, tagarelando
com o Bain, trocando comentrios com o Zahnin, aprendendo
Korwahk, chegando a reconhecer rostos e comeando a
compartilhar da vida do meu povo, sabendo quem estava doente,
quem estava grvida, o filho de quem estava prestes a ficar diante
do meu marido na prxima seleo e coisas assim.

E tambm no o fazia porque gostava das minhas noites com

o Lahn, nossas conversas, nosso amor. E gostava das nossas
manhs, os banhos, por vezes, meus banhos com ele, as
conversas fiadas que tnhamos enquanto se sentava de pernas
cruzadas na minha frente, enquanto eu sentava sobre a pilha de
peles e tranava ou arrumava o seu cabelo e humm, fazer amor
(que era bom o suficiente para repetir).

Diandra estava certa e eu tambm. Aps o Lahn me bater, ele

ouviu o que eu disse a ele e, inadvertidamente, eu havia ensinado
uma lio a ele, ao mesmo tempo que percebeu que tinha uma
batalha nas mos e se dedicou a venc-la. Ele tinha mudado,
compartilhado comigo o seu tempo, sua inteligncia, sua doura e
sua pacincia, bem como o seu corpo e, fazendo isso, ele
conseguiu.

E ele estava desfrutando dos despojos, pois soube com

apenas uma olhada em mim no desfile, que eu era o que ele estava
esperando h anos (me disse isso durante uma das suas conversas

478
sinceras). E agora que me tinha, no estava apenas contente,
estava abertamente feliz.

E gostei que estivesse, ainda mais por ser eu a estar

proporcionando isso a ele.

Portanto, no estava abordando o tema da magia, porque

estava realmente desfrutando estar com os Korwahk, com meu
marido, com meus amigos.

Isto no significava que eu no mataria por um burrito ou um

telefone celular onde pudesse ligar para a Diandra ou a Narinda, em
vez de percorrer todo o caminho at suas tendas com um dos meus
guardas, na esperana de que estivessem em casa quando queria
companhia, mas medida que os dias passavam, estes anseios
diminuam, minhas memrias de casa desvaneciam e Korwahk se
tornava a minha realidade.

Quando me permiti pensar sobre isso, disse a mim mesma

que iria, e em breve, descobrir o que estava acontecendo e, em
seguida, decidir o que faria.

Mas, por enquanto, ia me permitir isso.

Porque gostava.

V? Idiota.

Eu devia, na verdade, ter resolvido isso tudo antes do Lahn

enfrentar Dortak na luta pelo Dax, algo que talvez o deixasse ferido,
algo que teria que assistir ou, Deus me livre, os deuses deste
mundo iriam chorar porque os cus estavam desabando, se Dortak
arrancasse a bela cabea do meu marido, ento ele se virou para
mim.

479
 V?

Completamente.

Estpida.

Deixei o pote em cima da mesa e me virei para o Lahn. Sem

olhar nos seus olhos, parti do vo da sua clavcula e desenhei uma
linha grossa at o peito, comeando a desenhar a pintura que no
tinha percebido, at ento, que tinha memorizado.

Humm... Murmurei, a fim de tirar a minha mente dos

acontecimentos do dia e distrair o Lahn do fato que eu ainda no
tinha controlado o tremor da minha mo. Vocs s se vestem de
preto. O que as outras cores que os guerreiros usam significam?

No olhei para ele quando fiz a pergunta, mas sabia que ele
tinha inclinado a cabea para baixo, para olhar para mim enquanto
respondia.

Branco para um guerreiro que no participou de batalhas,

novo na matana. Vermelho indica aqueles que sairo em
campanha. Azul, aqueles que vo para a guerra ou patrulham
Korwahk. Todas as cores, aqueles que so experientes, que
passaram por ataques, e so bem experientes na guerra e,

480
portanto, provaram seu valor. Eles podem optar por invadir,
guerrear ou ambos. Verde, uma cor que voc pode no ter visto,
so os guerreiros que, agora, utilizam seu tempo treinando. Aqueles
que usam apenas preto so meus tenentes, guerreiros que tm a
minha ateno, que lideram as tropas em misso ou que pertencem
Horda que viaja com a Daxshee, em outras palavras, eles
tambm provaram seu valor no campo de batalha; so nossos
melhores guerreiros e, portanto, tm uma alta posio.

Humm murmurei, ouvindo, mas no escutando, ento,

me virei, alcancei o pote, peguei mais tinta e me voltei para ele,
levantando a mo para comear a desenhar os arcos no seu peito.

No cheguei a tocar na pele dele. Isto porque seus dedos

envolveram o meu pulso.

Em seguida, falou suavemente, em ingls: Me mostre seus

olhos dourados, Circe.

Mordi o lbio, em seguida levantei os olhos at os dele. Sabia

que no estava escondendo nada quando o seu olhar suavizou e
sua mo apertou o meu pulso.

Ele no vai me vencer sussurrou, novamente em ingls.

Certo sussurrei em resposta, mas a palavra saiu

trmula.

Suas sobrancelhas se ergueram ligeiramente. Voc no

tem f no seu rei?

Balancei a cabea. No, eu tenho. Ento, ainda

sussurrando, minha voz ainda trmula quando disse: Ele
trapaceia.

481
 Eu sei disso Lahn respondeu e quando no falei nada,
sua outra mo envolveu o meu pescoo, me segurando
calorosamente. Porque eu sei disso, voc acha que no me
planejei?

Huum... na verdade, no. Esse pensamento no tinha me

ocorrido.

Humm comecei, em seguida, admiti: No. No achei.

Estive muito ocupada pirando loucamente.

Considerando que, quando eu estava entre os Korwahk quase

sempre falava Korwahk, quando Lahn estava na nossa barraca,
exigia que conversssemos em ingls. Aprendeu rapidamente,
provando que, talvez, ele, na verdade, fosse um deus ou, pelo
menos, super inteligente. Alm disso, ajudava a amolecer meu
corao porque gostava que ele quisesse aprender a minha lngua
e a compartilhar comigo.

Ento agora ele perguntou: Pirando? Voc usa esta

expresso de vrias maneiras diferentes.

Bem, desta vez, quero dizer preocupada, chateada e um

monte de ambos expliquei e seus olhos percorreram o meu
rosto.

Ento, a mo que estava no meu pescoo me puxou para

perto e para cima enquanto ele se inclinava para os seus lbios
tocarem os meus.

Se afastou um centmetro antes de sussurrar: Ele no vai

me vencer, Circe.

482
 Apertei os lbios, os olhos dele flamejaram, eu rapidamente
desviei deles e sussurrei em resposta: Ok, Lahn.

Sua mo me apertou e ele repetiu: Ele no vai me vencer.

Ento me deu outro aperto, mas desta vez, sua mo me segurou
com firmeza. Esta a minha promessa para voc. Enfrento este
desafio para defender meu ttulo como Dax, mas tambm enfrento
esse desafio sabendo que se ele conseguisse arrancar minha
cabea, eu morreria e passaria meu tempo no outro reino sabendo
que ele iria machucar voc e faria pior do que fez com a sua noiva.
Eu no iria permitir que isso acontecesse e no estou prestes a cair
e deixar isso acontecer. Sou seu marido, vou mant-la segura e vou
fazer isso mantendo meus ps na terra, respirando o ar e estando
ao seu lado para mant-la segura. Voc entende isso?

Ok. Ok.

Merda. Ok.

L estava. Eu realmente gostava do meu marido.

E depois da sua declarao, a nica coisa que pude fazer foi

sussurrar. Sim.

Ok? Perguntou ele, apertando mais uma vez o meu

pescoo.

Sim, Lahn, estou bem.

Ok respondeu, em seguida soltou o meu pescoo e

recuou ligeiramente, ordenando: Faa-a pesada, minha rainha.
Em menos de duas horas, quero que haja o suficiente em mim para
cobrir o seu corpo nu com o meu preto.

483
 Isso fez com que um formigamento invadisse o meu corpo
todo.

Humm... ok sussurrei, e essa palavra no saiu trmula,

ento ele sorriu.

Ok respondeu e soltou o meu pulso.

Abaixei a cabea e comecei a pintar no peito fantstico do

meu marido, nos seus braos, nas costas e no rosto, faixas
imponentes e assassinas.

Lahn e eu caminhamos juntos pela Daxshee at a clareira

onde estava a plataforma na qual a Mahyah tinha (essencialmente)
tirado sua prpria vida.

Lahn no me tocava, mas andava ao meu lado atravs do mar

de pessoas que se afastavam e que tinham vindo assistir. Usava o
cinto com as facas embainhadas e a espada amarrada s costas,
as nicas armas que eram permitidas durante um desafio, no
entanto, me foi dito pelo Lahn, isso era feito em um sistema
honrado. Como nas lutas dos jogos, no havia rbitro. Durante um
desafio, valia tudo e ningum fiscalizava para se certificar que
algum no tinha a inteno de lutar de maneira justa.

484
 Quando chegamos na clareira, vi que Dortak j estava l,
pintado com faixas pretas e vermelhas, seus ferimentos expostos e
curando, mas no curados totalmente. Ele estava sorrindo e, Deus,
ficaria feliz quando aquele sorriso fosse congelado em seu rosto
diante da sua morte.

Afastei meus olhos dele enquanto caminhava com o Lahn at

a plataforma. Quando levantamos uma perna para subir, os
tambores comearam. Ouvindo-os, levou um esforo sobre-humano
para no comear a tremer novamente. No porque eu no
acreditava no Lahn, era s porque odiava aqueles malditos
tambores. Era uma reao automtica e consegui (com muito
orgulho, devo acrescentar) me conter.

Lahn me guiou para o meu trono, um trono no qual,

novamente, Bain e Zahnin ficaram atrs.

Estava olhando para eles, ento no vi o que Lahn fez para

que ambos acenassem com o queixo para ele, mas no gostei
disso. Mostrava que o Lahn estava se planejando para uma
eventualidade que era diferente do que jurou que faria para mim.
Era doce e tudo isso, estava se garantindo e o fazendo isso para se
certificar que eu estaria segura, pois sabia que, com aqueles
acenos dos queixos, Bain e Zahnin tinham prometido que ficariam
contra o Dortak se levasse a melhor sobre o Lahn e viesse contra
mim.

Ainda assim.

Combati o medo que tambm veio surgindo atravs do meu

organismo, me virando calmamente e sentando no meu trono.

485
 Diandra no me atendia mais porque j no tinha o que fazer.
Meu Korwahk ainda no era fluente, mas tinha sido exposta a ele
por tempo suficiente para que soubesse mais do que apenas me
localizar neste lugar.

Ia sentir falta dela.

Olhei para o Lahn e o vi parado na borda da plataforma, as

costas pintadas voltadas para mim, as mos nos quadris, os olhos
sobre Dortak.

O rufar dos tambores parou.

Graas a Deus.

Lahn no se moveu e a multido ficou em silncio.

Ento Dortak gritou: Quando eu arrancar a sua cabea, seu

corpo no vai ser jogado na pira ergueu a mo e apontou para
uma pira j arrumada h alguma distncia no topo da subida onde
fomos, para chegar da Mahyah. Vou jog-lo no rio. Ento vou
fixar sua cabea do lado de fora da minha tenda e a manterei l
para que, a cada vez que a sua amarela entrar e sair da minha
tenda, possa v-la enquanto a carne apodrece no crnio.

Cerrei os dentes e forcei minhas mos a ficarem relaxadas no

meu colo.

Lahn no se moveu ou falou.

Dortak no gostou disso e, sendo Dortak, o provocou ainda

mais. Antes disso, deixarei a sua amarela nua e andarei com ela
atravs da Daxshee enquanto a foro a segurar sua cabea. Ento
vou arrancar a coroa de penas da sua amarela, enfi-la na sua

486
boceta e tomarei a sua bunda. Nos meses seguintes, enquanto eu a
estiver usando, at que no seja mais til para mim, os gemidos
que sairo da minha tenda sero muito diferentes daqueles que ela
emite na sua.

Sim. Uma coisa eu podia dizer que era oficial. Eu no perderia

uma grande quantidade de sono quando o Lahn tomasse a cabea
dele.

Diante disso, o Lahn se moveu, e o que fez quando se moveu

me fez prender a respirao e me manter assim.

Ele tirou o cinto, se virou para mim e me entregou suas facas.

Meus olhos correram para ele e minhas mos, automaticamente
levantaram para aceit-las. Em seguida, soltou a cinta do peito e
tirou sua espada. Depois que fez isso, a colocou atravessada no
meu trono e descansando nos braos.

Ento, ainda inclinado para que o seu rosto estivesse no nvel

do meu, os olhos pintados vieram at os meus e vi eu vi seu
esprito dourado, brilhante, selvagem, estava brilhando perto da
superfcie e vamos apenas dizer que ele estava irritado.

Oh, oh. Dortak estava em apuros.

A respirao inundou meus pulmes, a tenso evaporou do

meu corpo e sorri para ele.

D o inferno a ele, tigre sussurrei.

Ele manteve o meu olhar um segundo antes de piscar, e seu

esprito estava escondido, sua fria desapareceu.

Ento, juro por Deus, ele piscou para mim.

487
 Sem brincadeira! Piscou!

Sufoquei uma risadinha.

Ento meu marido se virou e caminhou para fora da

plataforma.

Dortak gargalhou quando levantou o brao e desembainhou a

espada.

Ento seus olhos se estreitaram e ele cuspiu no Lahn, ainda

avanando. Tolo.

Eu arrancarei sua cabea com a sua prpria espada

Lahn disse a ele casualmente.

R! Gritou Dortak. Nunca fui desarmado.

Ento, hoje ser a sua primeira e a sua ltima vez Lahn

respondeu, ainda se movendo para ele, cada vez mais perto, os
braos relaxados e balanando ao seu lado, o passo firme, e Dortak
finalmente sendo inteligente, percebeu que, mesmo desarmado,
uma ameaa estava se aproximando.

Foi quando tomou sua posio e, sem hesitao e com um

poderoso rugido, enfrentou o Lahn.

E Dortak no demorou para ser apenas o que Dortak era.

Um imbecil, um idiota, o rei dos babacas e, por ltimo, a porra

de um pequeno e sujo trapaceiro.

Pois durante o seu avano, levantou a mo esquerda e a

girou para fora, deixando um rastro de poeira amarela. Ele se virou
para evitar que entrasse nos seus olhos, avanando atravs dela de

488
costas e meu palpite era, que fosse o que fosse, cegaria o seu
adversrio.

Um silncio chocado baixou instantaneamente sobre a

multido j quieta.

Prendi a respirao novamente, mas, como o Lahn prometeu,

no precisei ficar preocupada. Estava preparado. Soube disso
quando caiu instantaneamente, abaixando o corpo, aterrissando em
um ombro, rolando, ento girou e rolou novamente para o lado
vrias vezes, aterrissando de costas bem longe da poeira. Ento,
sem demora, fez um daqueles levantamentos de joelho
impressionantes onde, usando o poder das suas pernas e a fora
do seu abdmen, ficou de p sem usar as mos.

Ah, sim, o meu marido era fodo.

Foi ento que prendi a respirao mais uma vez, mas no de

medo.

De admirao.

Tinha ouvido falar muito sobre o guerreiro feroz que o meu rei
era, quo forte, quo rpido, quo inteligente. Conhecia sua fora
pessoalmente.

Mas no tinha nem ideia.

Nenhuma pista.

Dortak renovou o ataque na ntegra. E, em seguida,

novamente. E de novo. E mais uma vez. E cada vez que o fazia, o
corpo do Lahn se movia ou balanava graciosamente, cada balano
ou golpe que o Dortak dava, Lahn desviava, e no apenas de

489
raspo, mas por um quilmetro. Era como se o Lahn estivesse na
mente dele e soubesse exatamente o movimento que faria. Ele se
esquivava girando rapidamente, a trana que eu tinha feito no seu
cabelo voando quando a espada do Dortak assobiou pelo ar, uns
quinze centmetros acima dele. Inclinou o torso para trs e o ao do
Dortak passou zunindo por ele. Dortak tentaria acert-lo, Lanh faria
um crculo completo e Dortak no acertaria nada alm do ar.

Aps isto ocorrer por um longo tempo, de repente, Lahn se

aproximou dele, desviou da sua espada, segurou o brao dele e,
com aparente facilidade, girou o guerreiro e a espada, Dortak
aterrissando de costas na pedra. Sem hesitar, Lahn o chutou na
boca que cuspiu sangue quando sua cabea girou totalmente.

Lahn recuou um passo, declarando: Primeiro sangue.

Isto devia ter algum significado para a multido, que

observava em silncio at aquele momento, ficando frentica
enquanto uma ovao preenchia o ar.

E continuaram a torcer enquanto Dortak ficava de p e,

enfurecido, atacava mais uma vez, seus giros e estocadas no mais
to calculadas como eram, mas, claramente, mesmo para algum
como eu que no sabia nada deste tipo de coisa, no mais de forma
estratgica, mas com raiva explcita.

Lahn tambm mudou de ttica. J no balanava, virava e se

abaixava. A cada balano ou golpe que evitava, terminava seu
movimento, desferindo golpe aps golpe no Dortak; um poderoso
golpe nas costelas que fez Dortak grunhir; um soco na mandbula
que fez mais sangue jorrar da sua boca; um chute na parte de trs

490
do seu joelho, que fez o Dortak cair duramente sobre o mesmo
joelho, e assim por diante.

Novamente, isso demorou bastante tempo, tanto tempo, que

Lahn tinha aberto um corte na ma do rosto do Dortak, o sangue
jorrava atravs da sua boca por causa dos dentes perdidos e dois
cortes em seus lbios, alm disso havia enormes verges
vermelhos por todo o torso do Dortak e ao redor, onde os punhos
do Lahn o tinham atingido e tambm reabriu a ferida que a Mahyah
tinha feito no seu ombro. O sangue estava jorrando e a raiva do
Dortak tinha se transformado em ira, seus grunhidos de dor e
esforo enchendo o ar, seu suor misturado com o sangue, ento
seus movimentos se tornaram lentos e descoordenados diante da
surra que estava tomando, do esforo que estava desprendendo e
da emoo que devia ter contido.

Ento, to rpido que foi difcil acreditar que tinha visto isso, a
mo do Lahn deslizou, roubou a faca no cinto do Dortak e a plantou
no ombro dele. Em seguida, sem hesitar, enquanto Dortak gritava
com surpresa, dor e frustrao, a mo do Lahn disparou
novamente, roubou outra faca do Dortak e a plantou na antiga, que
agora sangrava de novo, ferida que a Mahyah lhe infligira.

Dortak recuou alguns passos, o tempo todo gritando de raiva.

A multido, no entanto, foi loucura, com pura alegria.

Algum l na frente gritou: Puntay zan, kah Dax! Acabe

com ele, meu rei!

E esta mensagem virou um canto, Puntay zan! Puntay zan!

Puntay zan!

491
 Mas Lahn no tinha terminado de lutar e quando o Dortak
puxou as lminas da sua carne, uma por uma, as jogou de lado e
correu para o Lahn com a espada erguida, Lahn se abaixou para
evitar a lmina, mas levantou um brao. Agarrando a espada da
mo do Dortak e a mantendo erguida, Lahn lhe deu um soco no
estmago, avanando para o Dortak, em seguida, deu um golpe
nos rins, na parte de trs, ento girou, levantou uma perna e
plantou uma bota nas costas do Dortak ao mesmo tempo que puxou
para baixo o brao do Dortak to violentamente, que pude ouvir o
osso quebrando, embora eu estivesse, pelo menos, a dez metros
de distncia.

A torcida gritou diante do som, assim como Dortak, mas, seu

grito era de dor. Ele caiu de cara no cho e deixou cair a espada,
no sendo capaz de segurar a arma pesada na mo, com um brao
ligado a um ombro fraturado.

Lahn recuou alguns passos, enquanto Dortak lutava com sua

saudvel (zssima) mo e conseguiu ficar de joelhos.

Mais uma vez, meu irmo, gostaria de ouvi-lo. O que voc

pretende fazer com a minha tigresa? Lahn falou e Dortak,
apoiado em uma mo e sobre os joelhos, virou a cabea para olhar
por cima do ombro at o Lahn. Seu rosto estava vermelho, suado,
sangrando e retorcido, no apenas com dio, mas com uma grande
quantidade de dor. Minha deusa dourada abriu os cus e
convocou suas lgrimas quando sua noiva deixou esta terra. Ela
desenhou um arco-ris no cu para guiar suas cinzas at o prximo
reino. Quando voc cair, os cus no vo chorar e ela no vai
gastar a sua magia em um arco-ris. Quando seu sangue derramar
na pedra, isso vai ser o mais prximo que vai chegar dos cus.

492
Minha noiva dourada no precisar desperdiar nenhuma energia
para guiar seu esprito at a agonia eterna. Seu esprito vai saber
exatamente aonde est destinado a ir.

Com esforo visvel, Dortak se levantou, grunhiu de dor

enquanto se inclinava para recuperar a espada com a mo
esquerda, no-dominante, e a levantou desajeitadamente na
direo do Lahn.

Lahn olhou para ele. Depois, simplesmente, virou a cabea

para mim.

Voc j est entediada? Perguntou.

Eu meio que no estava. Era horrvel, mas tambm tinha que

admitir, meio legal.

Mas tive a sensao de que meu marido havia terminado,

assim gritei alto: Meena, kah Dax. Na weykun kay nahna quaxi.
Ta Jahnay boonahn keeta jahko. Kay zookay juno. Sim, meu rei.
Voc me prometeu sua pintura. Ns temos coisas melhores a fazer.
Eu quero jogar.

Diante das minhas palavras a multido, mais uma vez, foi

loucura.

Lahn sorriu.

Eu retribu seu sorriso.

Ento, com um rugido poderoso que provavelmente levou

toda a energia que lhe restava, Dortak atacou, a cabea do Lahn se
virou, ento parei de pensar que isso era de alguma forma legal e

493
olhei com horror. Esperava que tivesse escondido isso enquanto
meu rei terminava o desafio.

Com facilidade, se esquivou do ataque e desarmou o Dortak

da mesma maneira. Dortak correu, passando pelo Lahn, mas Lahn
no tardou. Depois que o Dortak parou constrangedoramente e
girou desajeitadamente para enfrentar seu desafiante, Lahn j havia
girado a espada do Dortak em um arco amplo e imediatamente
executou um movimento circular poderoso, baixo e suave, cortando
o Dortak na altura dos joelhos.

Literalmente.

Com um grito de agonia que feriu os ouvidos, mesmo vindo de

um monstro, Dortak, sem pernas, caiu de novo de com a cara no
cho.

A multido, claramente encantada alm do limite com o

desmembramento terrvel, ficou enlouquecida, seu gritos, torcida e
aplausos enchendo o ar.

Mas Lahn no havia terminado. Se curvou e usou o cabelo do

Dortak para arrastar o guerreiro ainda vivo, mas definitivamente
cado, h trs metros do meu trono, deixando suas pernas para
trs. Ento Lahn ergueu o corpo sem pernas do Dortak no ar,
levantando-o com uma fora descomunal. Forcei meus olhos a
permanecerem abertos enquanto olhava para o odiado e sangrento
rosto, agora plido e agonizante, de um homem que se podia
afirmar, estava tendo o que merecia merecia realmente antes
do Lahn soltar seu cabelo, e quando o corpo comeou sua cada
at o cho, rpido como um relmpago, Lahn pegou a espada do
Dortak com as duas mos e fez um arco para baixo, cortando-o

494
atravs do pescoo, o corpo do Dortak caindo direto no cho, a
cabea voando em um jorro enjoativo de sangue.

No pude evitar, aquilo foi estupidamente bruto, estremeci.

Felizmente, acho que ningum percebeu, nem mesmo o Lahn.

Estava olhando para corpo do Dortak, sem cabea, sem pernas,
muito, muito, muito morto e a multido estava enlouquecida.

Assim, estava entendendo isso, de acordo com a sua

tradio, os Korwahk no demoraram a iniciar as festividades.
Homens correram para frente, um agarrou ambas as pernas
decepadas, dois agarraram um brao de cada do corpo do Dortak, o
arrastaram e levaram os pedaos da sua carcaa para fora da
clareira, se movendo em direo pira. Outro homem correu para
frente com Lahkan, o cavalo do Lahn, o prprio Lahn se movendo
at a cabea, que pegou pelo cabelo.

Enquanto caminhava para sua montaria, jogou a espada

ensanguentada do Dortak na plataforma, que ricocheteou na
madeira e seus olhos foram alm de mim, para o Bain e/ou o
Zahnin.

Unahyoo see grunhiu, queime isso. Ento seus olhos

vieram at mim e voltou para o ingls. Voc j teve o suficiente e
no vai cavalgar comigo. Beba e se divirta com o seu povo, vou
voltar e vamos comemorar.

Concordei.

Ele acenou com o queixo, amarrou a cabea do Dortak pelo

cabelo no estribo do Lahkan (algo que o vi comeando a fazer,
ento desviei os olhos, porque, srio, era grotesco), em seguida,

495
sem demora, se acomodou na sela, puxou as rdeas, Lahkan girou
e Lahn fincou as esporas no seu corcel. Imediatamente, Lahkan
disparou em um galope. A multido tinha se movido e a clareira no
era mais uma clareira, j haviam presenciado esses desafios vezes
suficiente, ento rapidamente saram do caminho do Lahn, mas
fizeram isso gritando, batendo palmas, socando os punhos no ar,
batendo-os contra o peito e em geral, sendo violentos e
extremamente turbulentos. Um fluxo de homens, mulheres e at de
crianas, correu atrs do Lahn montado no Lahkan, provavelmente
na esperana de estar perto quando Lahn cortasse os cabelos do
Dortak para que pudessem reivindicar sua cabea.

Lahn desapareceu de vista, barris foram trazidos, jarros

saram do nada e copos cheios, forrados com couro, foram
repassados.

Era hora de festejar.

Bain e Zahnin se moveram para flanquear a minha cadeira

nas laterais, em vez de na parte de trs.

Uma mulher se aproximou e me entregou um clice dourado,

forrado de resina, e uma fungada dentro dele me mostrou estar
cheio de zakah.

Se tivesse escolha, teria preferido vinho. O vinho Korwahk era

excelente.

Mas zakah foi oferecido, assim zakah seria.

Olhei para o Bain, levantei o copo quando ele abaixou os

olhos para mim e, em seguida, virei a cabea para o Zahnin, que j
estava olhando para mim.

496
 Suh Dax! Gritei, ao Dax! E, ento, inclinei a cabea e
virei o clice.

Antes de endireitar a cabea, ouvi os dois guerreiros rirem.

Sim, at mesmo o Zahnin.

Oh, sim. Sim, sim, sim.

Mais forte, baby implorei, to perto do clmax, muito

perto e, maldio, ia ser enorme.

Tinha tinta em mim, ainda tinha sangue de outro homem em

mim e tambm tinha minhas mos em um guerreiro selvagem que
superou um desafio pelo trono e tirou a vida de um homem no apto
a andar nesta terra, e estava com humor para comemorar.

Estava de quatro na frente dele, Lahn estava me penetrando,

profundamente e com fora. J tinha estado sobre mim, no me
deixando gozar; me deixou mont-lo enquanto ele roava meu
clitris com o dedo, no me deixando gozar; me deixou tom-lo na
boca enquanto me tocava, novamente, no me deixando gozar, e
agora estava me fodendo com fora. Estava pronta. To pronta
como nunca tinha estado.

497
 Quando gozasse, aquilo ia fazer com que eu explodisse.

Lahn se inclinou sobre mim, um brao minha volta, os dedos

puxando no muito suavemente o meu mamilo, mas nunca de
forma to eficaz, a outra mo estava enrolada no meu queixo,
mantendo minha cabea erguida, assim como na primeira vez que
me fodeu de uma maneira que gostei, mas muito melhor.

Melhor pra caralho.

Suas mos me soltaram e uma delas foi at as minhas costas,

me empurrando para baixo.

Atoo luh nahna Dax, kah Dahksahna, uvoo zan nahna

xaxsah ele grunhiu atravs dos impulsos, curve-se ao seu rei,
minha rainha, d-lhe a sua boceta.

Fiz o que pediu, arqueando meu peito na cama, pressionando

o rosto contra o colcho, meus braos em linha reta na minha frente
e empinei a bunda para trs para retribuir seus golpes.

As mos grandes passaram sobre as minhas costelas e me

puxou para trs com fora, me proporcionando estremecimentos
violentos.

See lapay tee, kah rahna Dahksahna grunhiu uvoo

kay nahna rahna xaxsah. isso a, minha rainha dourada, me d
a sua boceta de ouro.

Sim, meu rei sussurrei, me aproximando kah rahna

xaxsah lapay nahna. Minha boceta de ouro sua.

Kahna ele grunhiu, minha.

Nahna engasguei, sua.

498
 Jak kahna murmurou, me penetrando profundamente,
tudo meu, e me perdi, minha cabea se lanando para trs, meu
cabelo voando, minhas mos apertando as peles e os meus quadris
batendo de volta nos dele, me sobrepujou, me fazendo gritar em
xtase, sem brincadeira, xtase, me arrebatando enquanto eu
disparava em outro mini orgasmo, enquanto a pura fora me
atravessava. Mas no perdi o poderoso grito do meu rei diante do
seu orgasmo, enquanto enterrava seu pnis profundamente, me
puxando para ele uma ltima vez, as mos apertando ferozmente
minhas costelas.

Eu no estava nem perto de me recuperar quando puxou meu

corpo para cima, mais ou menos como tinha feito naquela vez que
eu gostava de considerar a nossa (verdadeira) primeira vez, assim
eu estava praticamente suspensa, empalada pelo seu pnis. Suas
mos se moveram das minhas costelas para cobrir os meus seios e
sua respirao no meu ouvido ainda era rpida quando falou, sua
voz grossa e rouca.

Kahna grunhiu, apertando meus seios.

Nahna concordei, virando a cabea e pressionando

minha testa no pescoo dele.

Um dos seus braos me envolveu na altura do meu umbigo, a

mo em concha sobre os nossos sexos conectados.

Kahna grunhiu novamente, beliscando meu clitris,

meus quadris estremeceram e gemi antes de sussurrar: Nahna.

Ento, sua mo deslizou pelo meu corpo, pela minha garganta

e forou o polegar entre os meus lbios. Aceitei prontamente e

499
imediatamente suguei mais profundo. Desta vez, os quadris dele
estremeceram e ouvi o rosnado baixo que emanou da sua garganta.

Kahna grunhiu mais uma vez, a minha lngua rodeou o

polegar, ele o deslizou para fora e ao longo do meu lbio inferior
enquanto eu sussurrava: Nahna.

Uvoo nahna lisa luh kay. Me d a sua boca.

Inclinei a cabea para trs e ele tomou a minha boca at que

gemi na sua garganta.

Ele interrompeu o contato da sua boca com a minha, ento

abri os olhos e os dele capturaram os meus enquanto sua mo ia
at a minha barriga e falava em ingls.

Hoje noite, plantei minha semente no seu ventre, minha

Circe. Hoje noite, ns fizemos um guerreiro. Hoje noite, o seu
ouro e a minha pintura se misturaram e criamos o maior guerreiro
que este mundo ir ver.

Ok, humm... isso me aterrorizou. Estava firmemente

ignorando o fato de que estava fazendo sexo desprotegido,
repetidamente, com um homem muito viril cuja semente era,
provavelmente, to viril quanto ele. Estava lidando com isso de uma
maneira Vou lidar com isso se acontecer, o se nessa frase, com
o passar dos dias, verdadeiramente sendo mais como um quando.
Em outras palavras, estava ignorando isso e estupidamente
esperando que fosse o que tinha de ser.

Mas, honestamente, mesmo que fosse ameaada de morte,

no conseguiria estragar o meu humor.

500
 Isso impossvel, meu Lahn sussurrei, levantando a
mo e envolvendo o seu pescoo o maior guerreiro que este
mundo viu j caminha nesta terra e agora est dentro de mim.

Vi seus olhos flamejarem, expondo o esprito dourado

brilhando dentro dele, antes de grunhir e tomar a minha boca
novamente, saqueando-a at que eu estivesse gemendo, em
seguida, a liberou.

Quando o fez, a mo que no estava no pescoo dele,

deslizou at o meio das minhas pernas, indo at o fundo, at que
estava pegando no seu pau.

Kahna sussurrei e vi seu esprito dourado brilhar mais

ainda.

Nahna sussurrou em resposta.

Sim, meu.

Meus dedos apertaram o pescoo dele e repeti: Kahna.

Sem hesitar, ele concordou. Nahna.

Olhei para os olhos calorosos e brilhantes e falei baixinho:

Kah Dax, kah tunakan, kah Lahn. Meu rei, meu guerreiro, meu
Lahn.

Seus lbios vieram at os meus e ele sussurrou: Meena,

minha Circe, jak nahna. Sim, minha Circe, todo seu.

Meus lbios se curvaram em um sorriso segundos antes da

sua lngua deslizar entre eles, a ponta da minha encontrar a sua
para um doce toque antes que ele quebrasse a conexo, me
puxasse para fora do seu pnis, me virasse e me colocasse de

501
costas na cama. Puxou minhas pernas, veio para cima de mim, em
seguida, as colocou em volta dele enquanto eu envolvia seus
ombros largos com os braos. Ento sua mo percorreu meu corpo,
toda a pele que pudesse tocar que no estava sendo tocada pelo
seu corpo enquanto o outro brao descansava na cama, apoiando a
maior parte do seu peso.

Todas as vezes em que fez isso, seus belos olhos escuros e

pintados de preto permaneciam bloqueados nos meus.

Eventualmente, meus membros lhe deram um aperto e

sussurrei: Gosto da nossa pintura, querido, mas no gosto de
Dortak em mim. Podemos tomar um banho?

Ele abaixou a cabea e encostou a boca na minha enquanto

sua mo se aproximava e segurava a lateral do meu pescoo.

Ento falou baixinho e sabia que ele tinha falado srio, porque
no se incomodou com o ingls, falou o Korwahk. Compreendo
que este no o seu mundo, minha Circe, mas ele compartilha
nossa cama hoje noite.

Oh, no, no gostei de como isso soou, absolutamente.

Lahn continuou falando. O corpo dele foi queimado na pira,

sua cabea se tornou um brinquedo ou um trofu, os Korwahk
comemoraram sua morte com gritos e cantos, bebida e dana. Ele
foi humilhado, espancado, desarmado e imobilizado antes da sua
derrota, cortado pela sua prpria espada. Mas no terminei com ele.
Seu sangue compartilha nossa cama enquanto a tomo com a minha
boca, com o meu pau, com os dedos, a sua boca me suga
profundamente e vou fazer voc implorar, ofegar e gritar. E ele vai

502
compartilhar isso, enquanto voc dorme debaixo de mim, minha
semente vazando entre as suas pernas. Amanh, vou banh-lo
para longe de voc, hoje noite, se houver qualquer parte do seu
esprito ainda neste reino, ele saber a beleza que compartilhamos
em nossa tenda e, uma vez que ameaou contaminar minha rainha,
esta a minha maneira de mandar isso direto na bunda dele.

Tudo bem, podia entender onde queria chegar, sabia que meu
homem estava irritado depois do que Dortak disse. Mas agora que a
paixo foi aplacada e os afagos tinham comeado, no queria ir
dormir com o sangue de um cara em mim.

E comecei a dizer isto ao Lahn. Lahn-

Ele balanou a cabea e o seu polegar se moveu para os

meus lbios. No, Circe. Ser assim. Seu rei ordena.

Quando tirou o polegar dos meus lbios, sussurrei: Mas,

baby, isso nojento.

Ele piscou. Nojento?

Balancei a cabea. Grosseiro. Eca. Urgh. Desagradvel.

Nojento.

Ele sorriu. Ento, me lembrou: Voc no achou que foi

nojento quando me dava a nahna xaxsah enquanto eu carregava
o sangue dele e a minha pintura.

Mas-

Ou quando implorou pelo meu pau duro.

Mas, La-

503
 Ou quando empurrou seus quadris contra o meu pau to
violentamente-

Meu brao deslizou dos seus ombros e meus dedos cobriram

sua boca. Ok, ok, entendi. Voc est certo. Se isso significa algo
para voc, ento tudo bem Tirei a mo da sua boca, suspirei e
cedi. Vou dormir com esse sangue nojento em mim.

Peguei o sorriso antes do seu rosto desaparecer no meu

pescoo, onde murmurou: Shahsha, kah rahna Dahksahna.

Nahrahka murmurei, deslizando minha mo para trs do

seu pescoo e, em seguida, para baixo, entre as omoplatas,
pensando, Jesus, as coisas que fao pelo meu rei.

Kah teenkah tunakanahsa foi muito corajosa hoje disse

no meu ouvido e levantou a cabea, o polegar se movendo para
acariciar minha bochecha. Eu sei que custou um grande esforo,
Circe, para assistir aquilo. Fiquei muito orgulhoso de voc.

Senti minha irritao desaparecer quando sua doura me

invadiu.

Obrigada, querido sussurrei.

Seus olhos se moveram sobre o meu rosto e sussurrou em

resposta: Eu no posso imaginar algum melhor que voc.

Meu Deus.

Oh meu Deus.

Ele acabou de dizer isso?

Olhei nos olhos calorosos.

504
 Ele acabou de dizer isso.

E foi to doce, to inesperado, mas to bem-vindo, que minha

respirao parou e tudo o que pude fazer foi continuar olhando para
ele.

Ele no havia terminado. A melhor esposa, a melhor

rainha. Nem mesmo em um sonho eu poderia imaginar algo melhor
que voc.

Pare com isso sussurrei, porque no podia ouvir mais

nada e no conseguia aguentar mais, porque a felicidade que
florescia dentro de mim, ameaava me oprimir.

Curvou ligeiramente os lbios, mas seus olhos ficaram ainda

mais calorosos. Ok, kah Lahnahsahna, vou parar com isso.

Respirei pelo nariz para controlar o formigamento e ento

levantei a cabea e enfiei o rosto no pescoo dele, segurando-o
com firmeza com todos os meus membros.

Lahn falou no meu ouvido. Minha rainha, no fique

sonolenta. No terminei de foder voc.

Ok, talvez no devesse ter ensinado a ele a palavra com f.

Claro, quando expliquei para ele, ele riu alto, ento me pegou, me
jogou na cama e experimentou o seu significado.

Mas sua boca dizendo isso era quente, muito quente.

Minha cabea caiu de volta na cama e olhei para ele,

incrdula.

Voc no terminou?

505
 No. Nem cheguei perto disso.

Senti minhas sobrancelhas se erguerem. Nem perto?

No.

Uau sussurrei. Talvez voc seja um deus.

Ele comeou a rir e fez isso por muito tempo, seu corpo
macio tremendo com ele, movendo o meu enquanto o fazia de
uma forma que eu no gostei, eu amei.

Ento, ainda rindo, encostou a testa na minha e sussurrou:

Kay lapay el Pahnsahnak, kah Pahnsahnalla. Eu sou um deus,
minha deusa. E vou provar isso para voc.

Ento sua boca tomou a minha e provou isso para mim.

Menino, fez mais do que provar isso para mim.

Achava que meu homem arrebentava em um campo de

batalha, ele o fazia, e eu estava admirada.

Mas, estava admirando muito mais o que podia fazer na

nossa tenda.

Muito, muito mais.

506
 Captulo Vinte e Quatro
A Deciso

Um ms depois

Circe, oh, Circe, eu no posso Diandra suspirou

enquanto olhava para o pesado bracelete de ouro incrustado
profusamente com granadas e ametistas que estava examinando
com anseio bvio, mas, sendo to substancial em ouro e pedras
preciosas, provavelmente no podia pagar - um bracelete que eu
apenas coloquei no pulso dela.

Pode, minha amiga, e voc vai sussurrei, sua cabea se

inclinou novamente para estudar a sua nova pulseira, vi o brilho
molhado cintilando nos seus olhos e conclu, ainda sussurrando:
Como me prometeu, ficou do meu lado e sei, minha doce amiga, eu
sei balancei o pulso dela uma vez para dar nfase e acrescentei
que houve momentos em que no foi fcil. Mas quero que saiba
que haver momentos em que estar ao meu lado, ir lhe fornecer a
recompensa que merece, porque voc gentil, paciente e
generosa. Quero que fique com este presente, do Lahn e meu,
como um smbolo da nossa gratido por tudo o que nos
proporcionou.

Vi uma lgrima deslizar pela bochecha dela, enquanto a mo

no capturada pela minha se ergueu para segurar a minha
bochecha.

507
 Voc tornou cada minuto, mesmo os mais difceis, um
prazer, minha verdadeira rainha de ouro ela sussurrou em
resposta, senti as lgrimas encherem os meus prprios olhos e sorri
para ela.

Ento, para aliviar o clima antes de comear a chorar de

modo no apropriada para uma rainha, brinquei. Mesmo agora,
voc est sendo generosa. Sei que posso ser um p no saco.

Ela me encarou por um segundo, provavelmente sem saber o

que um p no saco significava, mas definitivamente entendeu.
Ento comeou a rir, retirou o pulso da minha mo e me puxou para
os seus braos, me dando um abrao apertado.

Retribu o seu abrao com todo o meu sentimento.

Quando nos afastamos, agarrei a mo dela, dando um ltimo

aperto e sorrindo para os olhos brilhantes. Ento a soltei e sorri
para a Teetru.

D ao homem algumas moedas, querida disse em

Korwahk, Teetru se sacudiu como se tivesse sido tirada de um
transe, mesmo que seus olhos estivessem na Diandra e em mim.
Ela assentiu com a cabea e se virou na direo do comerciante,
abrindo a bolsa de couro com cordo que carregava, cheia com as
moedas do Lahn.

Segurei o cotovelo da Diandra e a virei para longe da barraca,

olhando para trs e sorrindo para a minha comitiva.

Na noite anterior, um grande grupo de mercadores nmades

se aproximou e, durante a noite, se estabeleceu na periferia da

508
Daxshee. Esta manh, o povo da Daxshee caiu sobre ele como se
fosse uma liquidao de Natal.

Ento, claro, fiz minhas meninas chamarem Diandra,

Narinda, Sheena, Nahka, Oahsee, Claudine, Sabine, Anastasie e
duas melhores amigas da Nahka, que tinham sido adotadas no
grupo, Char e Vuntus, e fomos s compras.

Sendo rainha, e seguida pelo Bain, que carregava armas, era

enorme e musculoso e gritava ordens, eu ou as minhas meninas
tnhamos que ir para a frente de qualquer tenda que atrasse o
nosso desejo.

Foi incrvel, estava tendo um grande momento, a vibrao no

ar era animada e eu estava feliz. Fiquei feliz porque estava com
minhas amigas. Fiquei feliz porque estava fazendo compras, algo
que gostava de fazer. E estava feliz porque elas estavam felizes,
rindo, conversando e comprando.

Mas estava feliz, principalmente, porque o Lahn estaria em

casa amanh.

No necessrio dizer que tomei minha deciso.

509
 Mgica ou no. Tendo o poder em mim ou no. Nao
selvagem ou no.

Ia ficar.

Isso porque, aqui, eu era a rainha.

Isso porque, aqui, eu tinha roupas incrveis.

Isso porque, aqui, eu possua uma bela magia.

Isso porque, aqui, tinha grandes amigas cuja amizade havia

sido testada alm do que eu jamais poderia imaginar, e se manteve
forte e verdadeira.

E isso porque, aqui, eu estava apaixonada.

Talvez no com o homem dos meus sonhos, mas com um

homem que era mais homem do que qualquer um que j conheci.
Ele era selvagem, nenhuma dvida sobre isso. Mas, para mim, era
incrivelmente doce.

E achava que eu era uma mulher alm dos seus sonhos.

E isso bastava para mim.

510
 Sabia muito bem que tinha negado a atrao pelo louco
mundo Korwahk por algum tempo.

E tinha negado, tambm, a estranha ligao que se mantinha

forte como o ao entre o Lahn e eu, ao longo das semanas em que
estivemos juntos, os dramas e as mgoas.

Mas depois que derrotou o Dortak e comemorou comigo, eu

soube.

Soube que estava apaixonada.

O que aconteceu no dia seguinte, s provava isso

irrefutavelmente.

Ele havia me acordado com um suave Acorde, minha Circe,

sussurrado no meu ouvido.

Quando meus olhos se abriram e virei a cabea para observ-

lo, vi algo no seu rosto que j havia visto uma vez antes - quando
estava olhando para mim depois que cantei para a Mahyah.

Deus, aquele olhar era lindo.

O qu? Sussurrei em resposta.

511
 Voc vai ver respondeu calmamente, em seguida se
inclinou, ouvi gua espirrando e voltou para mim com um pano
molhado. Vamos tomar banho corretamente mais tarde. Mas
voc tem que ver agora e o Dortak no deve compartilhar isso com
a gente.

Em seguida, continuou limpando ternamente o sangue da

minha pele e vi que j tinha feito em si mesmo.

Me apoiei nos cotovelos e comecei: Lahn-

Seus olhos deslizaram sobre o meu peito at os meus olhos.

Minha cora dourada, quieta.

Seu tom estranho e aquele lindo olhar que no tinha

desvanecido no rosto dele, me deixou tranquila. Ele no retirou toda
a pintura, mas se assegurou de lavar todo o sangue. Em seguida,
largou o pano em um balde ao lado da cama, me segurou e me
colocou de p. Se virou para pegar o meu roupo, que estava
pendurado nas costas de uma cadeira. Ele j estava com seu
calo. Ele o estendeu para mim; deslizei meus braos atravs dele
e o amarrei em volta da minha cintura.

Em seguida, ele pegou minha mo e me guiou atravs das

abas da tenda.

Vi que ainda estava amanhecendo; a Daxshee ainda estava,

na sua maioria, dormindo.

Com a mo na minha, me levou ao redor da tenda at a parte

de trs onde o riacho flua.

Mas vi isso antes que chegasse l e no pude acreditar no

que estava vendo.

512
 Por toda a extenso das margens do riacho havia uma
profuso de flores como as que eu tinha colocado na pira da
Mahyah. J existiam l, antes, mas no tantas como agora e a
maioria delas tinha sido cortada pelos Korwahk para oferecer
Mahyah. Agora, aquelas flores cortadas tinham sido substitudas
durante a noite, e seu nmero mais do que triplicou.

E no eram apenas do laranja vibrante da flor que ofereci

Mahyah, mas tambm havia brancas, amarelas e escarlates, tanto
quanto os olhos podiam ver, se arrastando ao longo das margens
do riacho. Dos salgueiros espalhados ao longo das laterais pendiam
os ramos curvados, as extremidades mergulhando no fluxo suave
da gua.

Era incrivelmente bonito.

Lahn me parou no morro atrs da nossa tenda, logo acima do

riacho, e puxou minhas costas contra a sua frente, uma mo na
minha barriga, o outro brao cruzado sobre no meu peito, a mo
segurando o meu pescoo, da mesma forma que tinha me segurado
em seu cavalo quando estvamos cavalgando.

Vagamente percebi que havia pessoas por ali, no muitas,

aqui e ali no nosso lado do riacho, e do lado oposto, todos em
silncio, todos admirando o espetculo.

Ento Lahn se inclinou para que sua boca se aproximasse do

meu ouvido e falou calmamente, enquanto pressionava minha
barriga levemente.

Vejo que no fizemos um guerreiro na noite passada.

Minha deusa dourada, acho, no criaria uma profuso de flores se

513
minha semente tivesse produzido um guerreiro. Sua voz
diminuiu, sua mo pressionou com mais fora e seu brao ficou
tenso. Fizemos uma filha.

Um calafrio deslizou pela minha pele diante das suas

palavras, um outro quando me dei conta que no estava
desapontado com o pensamento de uma menina de modo algum.

Encostou a boca na pele do meu pescoo, em seguida, sua

cabea se ergueu, descansou o queixo no topo do meu cabelo e me
segurou enquanto olhava para o que ele achava que eu tinha
criado.

Ento, algo incrivelmente legal aconteceu.

Sem pensar nelas, memrias penetraram na minha cabea.

Lahn cedendo quando eu queria a Ghost.

Lahn me carregando nas costas para me levar at os jogos.

Lahn sorrindo para mim na primeira vez que bebi o zakah.

Lahn me embalando enquanto eu tremia por causa da

insolao.

Lahn preparando o remdio para mim e segurando o copo

contra os meus lbios para eu poder beber.

Lahn checando se eu estava bem o dia inteiro, depois que

fiquei doente.

Lahn me dando a Zephyr.

Lahn me segurando sobre o seu cavalo, me perguntando

sobre a minha me, o meu pai, me dizendo que eu era bonita, me

514
explicando como a minha reivindicao, algo que foi medonho para
mim, tinha sido, para ele, um presente que guardava como algo
precioso.

Os olhos do Lahn fitando os meus, perguntando sem palavras

se eu estava bem depois que o Dortak lanou seu desafio.

Lahn cuidando de mim depois da morte da Mahyah.

Lahn me oferecendo o maior presente que j recebi, mais de

uma vez, o seu esprito.

Lahn me dizendo que estava satisfeito pelo meu corao ter

me guiado de volta para ele.

E Lahn me dizendo, ontem noite, que no podia ter sonhado

com algum melhor que eu.

E enquanto cada memria brilhava no meu crebro, assisti em

um silncio atordoado quando uma nova flor brotou do nada e
floresceu em um claro de cor em algum lugar ao longo da margem.

Exceto pelas memrias do Lahn me entregando seu esprito

e, por ltimo, me dizendo que eu era melhor do que um sonho,
ambas as quais causaram uma exploso de dezenas de flores e
agraciaram as margens com uma vibrao surpreendente.

Puta merda. Eu possua magia.

E no era apenas majestosa.

Era incrvel e linda pra cacete.

Os olhos daqueles que compartilharam isso se viraram para

mim com admirao e os braos de Lahn me apertaram enquanto

515
murmurava sobre a minha cabea: Minha esposa tem
pensamentos felizes.

Sim. Estava certo, eu tinha.

Felizes pra caralho!

E isso porque estava apaixonada por um rei selvagem e

guerreiro, e sabia, no fundo da minha alma, que ele me amava.

Meus braos se cruzaram sobre a mo dele na minha barriga

e observei a beleza que criei.

Isso me fez muito feliz.

E sorri quando uma flor desabrochou para a vida diante desse

pensamento.

Lahn sorriu.

Ele tambm estava feliz.

Outra flor se abriu.

Incrivelmente legal!

Loolah ouvi o miado cansado e virei a cabea para olhar

ao redor do Lahn e o meu corpo tambm, para ver Ghost emergindo
da tenda que dividia com todas as meninas, caminhando na nossa
direo, ainda piscando os belos olhos azuis sonolentos e notei,
com o passar das semanas, que meu filhote estava se tornando
menos filhote e virando uma tigresa.

Poyah, kah teenkah lahnahsahna falei para ela, que se

aproximou de ns, bateu a cabea contra as minhas pernas e as do

516
Lahn, em seguida, abaixou a bunda e se sentou, se apoiando nas
patas.

Os braos do Lahn me apertaram novamente e soube que

outra flor tinha desabrochado, mas estava olhando para a Ghost e
no percebi.

Uma das minhas mos se moveu para que eu pudesse

envolver os dedos ao redor dos dele, na minha barriga.

Ento, sussurrei: Eu te amo, meu Lahn e ouvi o assobio

rpido da sua respirao.

Em seguida, enterrou o rosto no meu pescoo e sussurrou em

resposta: Loot kay hansahnalay na, minha Circe. E eu te
amo, minha Circe.

Diante das suas palavras, as margens do riacho irromperam

em uma profuso de flores, tantas, que nenhuma margem podia ser
vista, enquanto uma flor se amontoava sobre a outra.

E foi a que soube, eu amava meu pai, amava meus amigos,

tive uma boa vida em casa, em Seattle, e fui feliz l.

Mas nem de longe fui to feliz como estava sendo aqui.

E nunca ia voltar.

517
 A vida prosseguiu normalmente nas duas semanas seguintes.
Eu vagava entre o meu povo com Bain e Zahnin. Desfrutava dos
momentos com as minhas meninas. Meu Korwahk melhorou ao
ponto que lies j no eram necessrias. Minhas manhs eram
gastas com o meu marido na cama, em seguida, na banheira,
minhas noites com ele mesa, depois de volta para a nossa cama.

E no estava contente, estava gloriosamente feliz.

Momentos sombrios flutuaram atravs de mim enquanto

considerava explorar minha magia, talvez descobrir se podia ir para
casa e explicar as coisas para o pai, me despedir dele, dos seus
meninos, dos meus amigos e voltar, talvez at mesmo planejar
viagens para l e para c, mas haveria tempo para isso, decidi. E
saberia quando chegasse a hora; ento, decidi falar com o Lahn e a
Diandra e planejar isso. Mas a minha preocupao era, se eu fosse
para casa, para Seattle, poderia no voltar para o Lahn.

E, no momento, estava feliz apenas por existir em um sonho

louco que havia se tornado uma bela realidade.

Depois de duas semanas, quando Lahn e eu estvamos

jantando juntos, ele me disse que desmontaria a Daxshee no dia
seguinte e viajaramos.

518
 E ns o fizemos por oito dias, at que, em um penhasco
sombrio sem muito mato, mas com um monte de pedras, terra e
areia, acampamos novamente. Era um lugar estranho e no muito
atraente, especialmente em comparao com o nosso lugar perto
do riacho, mas o que eu sabia? Eu no era o Dax.

Na manh seguinte Daxshee ser montada, Lahn me disse

que sairia no dia seguinte para liderar um ataque e s voltaria
dentro de cinco dias.

E no ia me levar.

No queria que ele fosse, porque no o queria afastado de

mim, mas era mais do que isso.

Isso me assustava.

Diandra tinha me dito que os guerreiros mantinham suas

esposas prximas enquanto estavam fora, em uma pilhagem. E se
o Lahn estivesse fora em uma pilhagem, eu precisava estar
prxima.

E quando disse ao Lahn, com firmeza, que queria ir com ele,

tivemos a nossa primeira briga tempestuosa e turbulenta. Ele se
recusou e me recusei a permitir que ele recusasse. Gritei e ele
trovejou. Durou um longo tempo e ficou mais acalorada. Ele estava
com raiva, realmente furioso, no s por eu estar questionando sua
deciso como Dax, que eu no era, mas porque queria ir, at
mesmo considerando que ele achava tal viagem perigosa para mim,
ao entrar em um pas vizinho. Mesmo em sua fria, porm, nem
uma vez perdeu o controle sobre si mesmo a levantou a mo com a
inteno de me atacar.

519
 Isso foi bom.

O que foi ruim foi, finalmente, compartilhar com ele o que

estava na minha mente.

Se voc estiver fora saqueando, ento no posso cuidar de

voc antes de sair! Respondi e ele piscou, surpreso diante das
minhas palavras, que claramente o confundiram.

O qu? Respondeu.

Coloquei as mos nos quadris e percorri seu corpo com meus

olhos. No se esquea, querido, isso meu, tudo meu. Voc
mesmo j disse. E no vou compartilhar voc com ningum. Sei
como voc fica quando est comemorando, garoto, eu sei muito
bem, e voc, com certeza, no vai estar l fora saqueando e
pilhando aldeias sem mim, sendo a nica com a qual pode
comemorar, antes e depois.

Eu no podia acreditar que estava dizendo essa merda, mas

l estava, eu disse.

Ele olhou para mim e no sei se estava olhando para mim em

estado de choque, se no sabia o que dizer ou se estava
controlando sua ira para no dizer nada do que pudesse se
arrepender.

Indo longe demais, estupidamente continuei. Em outras

palavras, Lahn, no sou uma grande f de invadir e saquear. Sei
que a sua tradio, no gosto, mas no vou falar nada contra
isso. Mas voc no vai adicionar estupro no seu saque. De maneira
nenhuma, porra. Voc no vai tomar nenhuma outra mulher alm
de mim.

520
 Sabia que a luz havia sumido do seu rosto quando suas
feies voltaram a ficar duras como granito e ele ficou em silncio
por vrios batimentos cardacos antes de perguntar baixinho:
Estou de p na minha tenda, com a minha esposa me dizendo o
que posso e o que no posso fazer?

Seu tom era perigoso, to perigoso quanto o olhar de pedra

no seu rosto e, para minha sorte, fui inteligente o suficiente para ver
isso, ento deixei meu silncio ser a minha resposta.

Lahn continuou. Um marido e a sua mulher, Circe, no

falam sobre isso. Fez uma pausa, em seguida, finalizou.
Nunca.

Ns no somos apenas um marido e sua mulher

respondi.

Isso certo, aceitei seus pensamentos de muitas

maneiras. No aceito isso. Isto no deve ser uma preocupao sua
e nunca mais vamos falar sobre isso novamente, minha rainha.
Nunca. Est entendido?

Oh, no. Inferno, no.

Minha voz se acalmou quando respondi: Voc volta com o

cheiro de outra coisa que no seja sujeira, suor ou sangue, se eu
tiver sequer uma maldita pista que voc tomou uma mulher que no
seja eu, ns estaremos acabados, Lahn, e no estou brincando.
Vou deixar voc. Seus olhos brilharam e seu corpo ficou tenso,
mas no parei de falar. Se voc me encontrar e me trouxer de
volta, vou deixar voc de novo. E vou continuar, at que consiga
desaparecer. E, enquanto isso, voc nunca, nunca, me ter de boa

521
vontade, novamente. Eu te digo, no meu mundo, importante que o
marido permanea fiel sua esposa, voc deve entender que
muito importante. crucial saber que posso confiar que voc no
usar o seu corpo com ningum alm de mim. Quando digo que voc
meu, quero dizer que, alm de compartilhar o seu esprito comigo,
foi o dom mais precioso que j me deu. Eu valorizo isso. Tenho
adorao por isto. E vai me rasgar por dentro pensar que voc
maculou isso, se impondo a outra mulher.

Estava respirando pesadamente quando terminei de falar e

Lahn encarou meu olhar, mas manteve o silncio enquanto seu
corpo continuava a exalar uma crua, intensa e brutal energia.

Em seguida, percebi que se ele continuasse a praticar

estupros enquanto saqueava (o que j era bastante ruim), eu no
estava mentindo. Ele mataria o que tnhamos e eu amava o que
tnhamos. Ele no sabia, mas tinha desistido de tudo para manter o
que tnhamos. E, olhando para o meu marido naquele momento,
sabia que ele no ia desistir. Isto era quem ele era e o que ele fazia,
e seria o nosso fim.

E foi por isso que lgrimas encheram meus olhos e senti

meus lbios tremerem enquanto as lgrimas escorriam pelo meu
rosto, mas encarei seu olhar irritado at que meus olhos ficaram
embaados por causa das lgrimas.

Ento olhei para o lado e sussurrei: Voc vai me destruir.

Voc vai fazer isso; e vai fazer sabendo que vai me destruir.
Inspirei profundamente, limpei as lgrimas com as costas da mo e,
quando minha viso clareou, endireitei os ombros e olhei para ele.

522
 Mas voc o Dax e voc um guerreiro, ento, obviamente,
livre para fazer o que quiser.

Foi quando ele grunhiu: Voc no vai me deixar.

No respondi.

Voc nunca vai me deixar.

Me mantive em silncio, mantive o seu olhar e entramos em

um concurso de encarar.

Ele o interrompeu, afirmando: Voc nunca vai me deixar,

Circe, no existe nenhuma maneira de voc poder me deixar.

Eu no sabia o que isso significava exatamente, mas no

perguntei, nem tive essa chance, porque ele continuou falando.

Para me assegurar disso, nunca vou tomar outra mulher

alm de voc.

Suspirei de forma esperanosa enquanto sentia meus olhos

se arregalarem diante das suas palavras, mas ele no havia
terminado e quando falou, sua voz era muito mais grave do que o
normal e retumbou atravs da tenda.

Voc teve o seu aviso, no vou repeti-lo e gostaria de

salientar que, nenhuma vez lhe pedi para alterar qualquer parte de
quem voc . Nenhuma vez. Voc no do meu povo e se
comporta de maneiras que so estranhas para mim, mas parece
no entender que isso verdade. Mas nunca te pedi para mudar
quem voc .

523
 Estremeci, porque isto era verdade. Ele esperava que eu
aceitasse o seu modo de vida, mas nunca me pediu para mudar
quem eu era.

Ele continuou. Esta a ltima concesso que farei a voc.

Sou quem eu sou, sou Korwahk, sou guerreiro, sou o Dax e voc
deve me aceitar como eu sou. Posso ter forado o meu corpo no
seu, mas no forcei o seu amor, voc o deu para mim sabendo
quem eu sou. Como vivemos nossas vidas, voc no pode decidir
discordar com partes dela, em seguida, decidir tirar o seu amor,
Circe. No vou viver assim. Portanto, precisa refletir sobre isso, ficar
em paz com isso e nunca, minha rainha dourada, nunca solicite
outra concesso de mim.

Meus lbios se separaram para responder, mas ele no me

deu chance. Caminhou at as abas da tenda, as abriu com um
golpe e se foi.

Ele no retornou at que fosse muito tarde, mas eu estava

acordada quando o fez. Fiquei imvel na nossa cama at que ele se
juntou a mim e soube que ainda estava com raiva quando no se
aconchegou em mim ou me puxou para ele, mas se deitou de
costas sem me tocar.

Ento sussurrei, hesitante, dentro da tenda: Obrigada por...

Parei, ento: Foi muito importante para mim, obrigada.

Lahn no respondeu.

Segui em frente. Eu vou... huum, processar essas coisas e

ficar em paz com a minha vida com voc, e os Korwahk.

Nada do Lahn.

524
 Continuei. Eu no vou, uh... pedir outra concesso de
novo, prometo.

Para isso recebi um grunhido: Prometa que nunca vai me

deixar.

Fechei os olhos com fora, me virei, fui at ele, me apoiei

sobre um cotovelo, mas descansei minha outra mo no seu peito.

Quando meus olhos encontraram os dele, sussurrei: Eu

prometo nunca deixar voc, baby.

E falei srio. E, nesse momento, ele no sabia que eu

realmente tinha desistido de um mundo por ele. Mas o peso das
minhas palavras transmitiu isso.

Ele olhou para mim, ento seus braos me envolveram, me

puxaram para perto dele, seus lbios capturaram os meus e, em
seguida, me virou de costas.

Na manh seguinte, ele partiu.

E amanh estaria em casa.

Sei que parece loucura, mas mal podia esperar.

Sentia falta do meu rei.

525
 Oh, Circe! Nahka falou atravs da multido que estava
em torno da tenda de tecidos, enquanto segurava um pedao de
seda dourada que brilhava ao sol. Voc tem que comprar isso!
Foi feita para nossa rainha dourada!

Estava sorrindo para mim mais brilhantemente do que a seda

dourada que tinha na mo.

Retribu seu sorriso e virei a cabea para a Teetru, que estava

parada bem atrs de mim. Voc poderia comprar um pouco
daquela seda para fazer um sarongue para mim? Ela assentiu
com a cabea, ento continuei. E escolha algo que voc gosta e
peas para a Jacanda, Packa, Gaal e Beetus. Minhas meninas
precisam de algo bonito. Para sarongues e tops tambm.

Ela piscou para mim, em choque, e ficou imvel.

Ento sorri para ela, peguei sua mo, a apertei e a incentivei

com um aceno da minha cabea na direo da tenda. V.

Seu corpo estremeceu visivelmente antes de balanar a

cabea, em seguida, seguir em frente, apressada.

Senti uma mo segurar o meu cotovelo e olhei para o lado.

Era a Sabine.

Posso falar com voc? Perguntou em Korwahk.

Ela havia aprendido a lngua e estava ficando muito boa nela.

No to boa quanto eu, claro. Estava, tinha o prazer de dizer,
quase fluente. No tinha tanta prtica, mas era melhor nisso que a
Anastasie, que ainda estava lutando. Claudine ainda estava lhe
dando aulas dirias.

526
 Tambm no tinha compartilhado o que estava acontecendo
entre ela e o Zahnin e nenhuma das minhas meninas bisbilhotou.
Dito isto, tinha estado na sua tenda, quando ele entrou, duas vezes.
A primeira vez foi h algumas semanas e ela tinha ficado
imediatamente tensa, mas no com medo, ainda simplesmente
aguardando. A segunda vez foi h dois dias e ela tinha mordido os
lbios antes de lhe oferecer um sorriso hesitante. Em nenhum
momento ele repetiu as palavras suaves ou o toque suave, como
tinha feito semanas atrs, mas em ambas as vezes seus olhos se
tornaram calorosos e sua boca relaxou quando a viu.

Minha esperana era que ele estivesse conseguindo romper a

barreira dela.

Naquele momento, quando ela nos puxou ligeiramente para

trs e para longe da multido, Bain se moveu conosco e descobri
que ele, definitivamente, conseguiu.

Ela olhou timidamente para o Bain e soube que ela no queria

que ele ouvisse.

Olhei para ele e perguntei: Podemos, a Sabine e eu, ter um

momento de privacidade?

Seus olhos passaram de mim at a Sabine de novo. Ento

sua boca se curvou. Em seguida, se afastou at no poder nos
ouvir.

Sabine no demorou. Foi direto ao assunto. Posso ser

sincera?

Balancei a cabea.

527
 Ela me estudou, em seguida, disse: Quero dizer, realmente
franca.

Abafei uma risada e acenei com a cabea novamente.

Eu, humm... preciso dos seus conselhos afirmou.

Sobre o que, querida? Perguntei.

Sobre seus olhos deslizaram para longe, mordeu o lbio

e, em seguida, voltaram para mim ... Zahnin, meu, humm
marido.

Me virei para encar-la, colocando minha mo sobre a dela,

ainda ao meu lado e sussurrei: Vou fazer o meu melhor. Me diga
o que voc precisa.

Estava olhando para mim de novo e vi um rubor tingir suas

bochechas.

Ento falou rapidamente em um Korwahk meio falho. Ele

no ele foi por algum tempo, ele tem estado diferente.
Primeira, ele foi, foi no bom. Eu no tinha, voc sabe, j lhe
disse, eu no tinha ideia do que estava acontecendo. Mas, cheguei
ao ponto em que, no sei, decidi uh, uma vez que continuava
acontecendo, sabia que no ia parar. Ento, humm, a qualquer hora
que ele me tocava, eu s (seu rosto enrubesceu com um rosado
intenso e sussurrou) ficava de joelhos, puxava minha camisola e
colocava minha cara na cama, como ele sempre me tomou para
que ele apenas acabasse com isso.

Oh, Deus. Que hediondo.

528
 Soltei sua mo que estava no meu cotovelo, agarrei a outra, a
segurei contra o meu peito e sussurrei: Sinto muito, minha doce
menina.

Ela assentiu com a cabea e mordeu o lbio. Obrigada

sussurrou em resposta, em seguida, inspirou pelo nariz e continuou
sussurrando: Ele foi o meu primeiro.

Oh, Deus. Ela era virgem.

Apertei sua mo. Oh, Sabine, eu sinto tanto.

Eu... no gostei ela compartilhou o que eu sabia ser um

eufemismo extremo.

Voc no podia gostar disse a ela. Claro que no.

Entendo isso.

Ela assentiu com a cabea novamente e, em seguida, se

aproximou ainda mais. Mas, ele no faz mais isso comigo. H
semanas.

Era a minha vez de acenar, mas fiquei quieta.

Sabine continuou falando. E ele tem estado, como disse,

diferente. Humm grandemente mudado. Sua voz ficou suave e,
durante algum tempo, exceto por acariciar o meu rosto ou afastar
meu cabelo do ombro, ele no me tocou, absolutamente. Nem
mesmo na cama. Balancei a cabea novamente, quando ela
parou de falar, a instando a prosseguir e ela respirou fundo e
continuou. Ento ele, uh... comeou a conversar comigo. No
entendia muito o que estava dizendo, mas vinha para nossa barraca
noite e conversava comigo suavemente. Ento, uma noite,
quando ele saiu humm, ele comeou a sair, me dando tempo

529
para me preparar para a cama ela explicou, em seguida,
continuou ele, humm... beijou a minha testa antes de sair e achei
ela fechou os olhos com fora, em seguida, os abriu e sussurrou
agradvel.

Parou de novo. Apertei sua mo e pedi: Continue.

Bem isso deu incio humm, comeou a ento ele

comeou a mudar novamente, mas no voltou a ser como antes.
Ele s meio que, huum me beijava. No a minha boca, nem nada.
Meus olhos, minha testa ou quando tirava o cabelo do meu ombro,
ele se abaixava, voc sabe ela fez uma pausa e seus clios
tremularam um pouco, de uma maneira muito bonita, antes de
sussurrar: ele muito alto.

Eu sei que ele muito alto, Sabine sussurrei em

resposta quando ela no prosseguiu.

Bem, ele se abaixava para beijar humm... o meu

pescoo. E, ento ento, uma noite me puxou para os seus
braos quando ficou na cama comigo e fiquei apavorada que ele
fosse voc sabe.

Balancei a cabea novamente e segurei sua mo com fora.

Eu sei.

Ela se inclinou ainda mais para mim. Mas ele no fez.

Apenas me segurou. E eu eu dormi com ele desse jeito. Os
olhos dela se arregalaram. Como um beb.

Eu sorri. Isso bom.

Eu... ? Perguntou ela, hesitante.

530
 Sim respondi, sem nenhuma hesitao. Ele continuou
a?

Ela assentiu com a cabea. Sim, todas as noites, ele me

puxa para ele e me segura. Mas humm na outra noite uh
seus olhos deslizaram para longe e ficou em silncio.

Sabine, pode me falar sussurrei e os olhos dela voltaram

para mim, o rosto em chamas agora.

Ele me tocou sussurrou reverentemente, seus olhos

aqueceram, se inclinou e falou rapidamente. Ele estava me
segurando, em seguida, me virou de costas para ele e suas mos
se moveram sobre mim, e fizeram isso por algum tempo,
suavemente, ento relaxei, porque pareceu... bom e ento comeou
a us-las de umas maneiras de um jeito desviou o olhar para
longe e um pequeno sorriso brincou em seus lbios enquanto
sussurrava: daquele jeito.

Bem, bom para a Zahnin. Muito bem, guerreiro!

Apertei sua mo e seu foco voltou para mim, ento falei:

Foi bom.

Seus olhos ficaram enormes. No, Circe, foi lindo.

Tudo bem! Zahnin era, definitivamente, o cara!

Ento isto definitivamente bom informei a ela e seu

rosto se anuviou. Senti minhas sobrancelhas se erguerem e
perguntei cuidadosamente: No bom?

Balanou a cabea, olhou para o lado e disse suavemente:

Ele me machucou.

531
 Oh, Deus.

Sim, machucou confirmei suavemente em resposta e os

seus voltaram para mim.

Mas eu quero aquilo de novo sussurrou sua admisso,

eu pisquei, mas ela continuou. Ele simplesmente no tem feito
isso de novo e no sei como humm pedir para ele.

Sufoquei uma risada, soltei as mos dela, levantei as minhas

at o seu queixo e aproximei meu rosto do dela.

Ok, ento, minha doce menina, lhe darei o meu conselho.

Se voc quer aquilo, se voc sabe no fundo do seu corao que
quer esta mudana, ento meu conselho , seu marido lhe deu uma
dica da beleza que ele deseja lhe dar. Agora que fez isso, est
esperando que voc lhe d um sinal que gostou e deseja isso, para
ele lhe dar mais. Realmente senti o calor do seu rosto em minhas
mos, mas continuei falando. Ento, da prxima vez que ele
beijar sua testa, incline a cabea para trs para que ele, ao invs
disso, beije seus lbios. A observei de perto, enquanto seus
olhos se arregalavam de novo e continuei. Ou, se voc tiver
coragem, toque-o como ele a tocou quando estavam na cama. Tudo
que tem a fazer deslizar sua mo sobre o peito dele ou levantar o
seu corpo e mov-lo sobre o dele. Ele entender sua sugesto e,
em seguida, a sua parte estar terminada e ele vai liderar o
caminho.

Ela olhou para mim e sussurrou: Eu Circe, no sei se

consigo fazer isso.

532
 Sorri para ela. Voc consegue, Sabine, se quiser o que ele
pode lhe dar e prometo a voc, minhas mos apertaram a
mandbula dela tem a minha palavra que, uma vez que ele sabe
como lhe dar o presente que j lhe deu, ele conhece outras
maneiras, maneiras melhores de dar isso a voc, novamente. E se
gostou do que j foi compartilhado, prometo, voc vai gostar ainda
mais das recompensas que ainda tem a oferecer.

Srio? Suspirou, claramente espantada, mas gostando

da ideia.

Oh, sim sussurrei.

Ela me observou com ateno e sussurrou em resposta:

Claudine diz que voc gosta, humm... disso, hum muito e,
humm frequentemente, com o Dax.

Oh, sim repeti, abaixando minhas mos, porm,

segurando as dela. Ento falei: Voc sabe que o que aconteceu
com voc a tradio dos Korwahk e eu no tolero isso. Isso no
acontece na minha terra, tambm. Suportei o mesmo que voc e
no gostei disso, mais do que voc. No suportei por muito tempo,
mas suportei. O que eu sei que o seu marido um guerreiro
orgulhoso e quis sua felicidade, o suficiente para colocar o orgulho
de lado e pedir o meu auxlio, para ajudar voc a se habituar sua
nova vida, com ele, na sua tenda. No foi uma coisa fcil para ele
fazer, mas o fez. Apertei suas mos. Por voc. Ela apertou
os lbios e eu terminei. Fez o que fez porque no conhece outro
jeito. No uma desculpa, simplesmente a verdade. Ele faz o que
est fazendo agora, e o que tem feito nas ltimas semanas desde
que me levou e Diandra at voc, porque se importa com voc e

533
quer a sua felicidade. Gostaria que tentasse se concentrar nisso,
em vez do caminho que a fez para chegar at aqui e minha
esperana , minha amiga, que ele vai continuar a demonstrar
ternura e batalhar pela sua felicidade. E gosto de voc o suficiente
para desejar isso para voc em sua vida com ele, e lhe dizer isso
como a verdade, que acredito que seja, e no mentir para voc na
esperana de que vai simplesmente encontrar uma maneira de
tolerar uma vida cruel que foi imposta a voc.

Os olhos dela se encheram de lgrimas, seus dentes

morderam o lbio e balanou a cabea antes de dizer suavemente:
Acredito em voc, Circe.

Inclinei a cabea para trs e dei outro aperto nas suas mos.

Ento compartilhei uma ltima coisa, para ela e para o Zahnin.

Zahnin me disse que quando te viu no desfile, soube que voc
era a nica para ele. Assisti seu rosto se suavizar quando o
elogio surpreendente a penetrou e continuei a partilhar. Lahn me
disse que quando me reivindicou, mesmo sob a luz do luar, viu o
meu esprito brilhando nos meus olhos, e foi a coisa mais linda que
j tinha visto. Para mim, ele estava me estuprando. Para ele, estava
recebendo um presente que guardaria para sempre como um
tesouro. uma contradio com a qual difcil chegar a um acordo,
e apesar de no curar a dor que senti, uma memria gravada em
nossos crebros, o terror que vivemos, no posso dizer que no
fornece um blsamo, apenas o suficiente para me deixar conviver
com isso.

Ela passou a lngua nos lbios, acenou com a cabea e

apertou as minhas mos.

534
 Ento conclu. Encontre uma maneira de perdo-lo, doce
Sabine, e ele vai recompens-la. Prometo.

Espero que sim sussurrou.

Eu tambm concordei.

Sorriu para mim, hesitante, mas ainda esperanosa. Retribu o

seu sorriso.

Ento me virei para as bancas alinhadas nossa frente,

passei o meu brao em volta da cintura dela e ela da minha, e
dessa maneira, caminhamos para as minhas meninas.

Procurei pela Teetru e a encontrei segurando vrios tecidos

dobrados, o meu, dourado, brilhando grandiosamente contra os
cinco outros tecidos em cores diferentes que eram belos, mas longe
de serem to luxuosos. Ela estava parada ao lado de uma barraca
que tinha uma mesa que continha nada alm de uma torre de
pulseiras. Soltei a Sabine e me movi, vendo seu dedo estendido,
timidamente tocando uma pulseira de prata com pedras azuis
entrelaadas que brilhavam.

Eu a alcancei, peguei a pulseira e ela pulou, virando a cabea

para mim.

Sinto muito, minha rainha dourada comeou a dizer,

mas olhei para o comerciante.

Vou levar isso para a minha Teetru. Olhei para as

pulseiras e rapidamente selecionei mais quatro para agraciar
minhas meninas e estas. As estendi para o comerciante, ele
me disse o preo e me virei para a Teetru, tirei a bolsa da sua mo
paralisada, cavei l dentro e peguei as moedas.

535
 Ento percebi que no tinha ideia do valor que possuam e,
portanto, seguiu-se um vai e volta com a Nahka se adiantando para
ter certeza que eu no seria enganada no valor que paguei pelos
presentes. Uma vez que o pagamento foi feito, Nahka se afastou
novamente, segurei o antebrao da Teetru e deslizei o bracelete no
seu pulso.

Lindo falei, meus olhos se movendo para os dela, para

ver sua cabea inclinada para a pulseira.

Em seguida, a inclinou para mim e vi algo que no consegui

decifrar brilhando nos olhos dela.

Voc no pode... ela comeou.

Engraado, a interrompi com um sorriso acabei de

fazer isso.

Ento, antes que pudesse dizer outra palavra, deslizei o brao

em volta da cintura dela e a puxei para longe da mesa. Ento a
soltei, coloquei as outras pulseiras na bolsa e a entreguei para ela.

Quando voltarmos para casa, pode dar as outras para as

meninas. A verde para a Jacanda, a amarela, da Gaal, a rosa,
para a Beetus e a vermelho, da Packa. Sim?

Sim, minha rainha dourada ela sussurrou, sorri, levantei

a mo e apertei seu brao, ento olhei para as minhas garotas que
estavam todas amontoadas admirando uma pea de tecido cor de
violeta com tiras de cobre, que a Narinda estava segurando.

Vamos almoar! Falei, e quando a rainha falava, todo

mundo ouvia.

536
 Por isso, fomos almoar.

Mas, mesmo sendo rainha, j estvamos nas compras h

horas e sabia que minhas meninas deviam estar com fome.

537
 Captulo Vinte e Cinco
O Ataque

No final daquela tarde, quando Bain me escoltou de volta at

a minha tenda, soube que haveria a troca da guarda, porque vi o
Zahnin parado do lado de fora.

Sorri para ele, que acenou com o queixo para mim, mas por
alguma razo estranha estava observando tudo atentamente, sua
cabea se virando quando Teetru passou por ele e entrou na tenda.

Ento se virou e falou em voz alta para o Bain: No v

muito longe.

Congelei diante dessas palavras, mas o meu pescoo girou

para eu poder olhar para trs, para o Bain, que estava estudando o
Zahnin atentamente. Deu um aceno de queixo para o Zahnin, ento
se afastou. Eu o vi desaparecer em uma tenda e me virei para o
Zahnin. Em seguida, caminhei at ele.

Alguma coisa errada? Perguntei.

No sei ele respondeu. Mas sou um guerreiro. Fui

treinado desde os cinco anos para confiar nos meus instintos, e os
meus instintos me dizem que algo no est certo.

Oh, merda.

O qu? Perguntei.

538
 Mais uma vez, minha rainha dourada, no sei. Vamos s
esperar que meus instintos estejam errados.

Eles esto sempre errados?

Ele segurou o meu olhar. Em seguida, resmungou: Me.

Maravilha.

Voc est segura afirmou e foquei nele. Nada vai

prejudic-la. Jamais.

A boa notcia era que ele parecia firme sobre isso. Muito firme.

Decidi deixar isso para l diante das boas notcias sem

enfocar a parte ruim, porque ele parecia firme, mas, principalmente,
porque no parecia com vontade de continuar com essa conversa,
em particular. E quando o Zahnin no estava com vontade de falar,
rainha ou no, ns no conversamos.

Ento decidi mudar o assunto para algo sobre o qual ele ia

gostar de falar.

Me aproximei dele e falei baixinho: Tudo bem, meu

protetor, isso vai contra todas as regras do clube das garotas, mas
por causa dela e por voc, vou compartilhar.

Apontou o nariz para mim e cruzou os braos sobre o peito.

Pela minha experincia com o Zahnin, sabia que isso significava
que tinha a sua ateno, mesmo que provavelmente no tivesse
ideia do que eu estava falando agora.

Tive uma conversa com a Sabine hoje Informei a ele, vi

um flash nos seus olhos, mas isso foi tudo o que me deu antes de
eu continuar. Ou melhor, ela veio conversar comigo.

539
 Parei de falar e esperei por sua resposta.

Ele s ficou olhando para mim.

Srio, a Sabine disse que ele conversava com ela, mas no

conseguia acreditar. Sabia que ele conhecia as palavras, s no
usava muitas delas.

Ento despejei para ele: Voc est dentro, Zahnin.

Isso causou uma reao. Ele piscou, confuso.

Eu estou ... dentro? Perguntou.

Sorri. Dentro. Dentro. Dentro respondi. O que quer

que voc esteja fazendo e tudo o que voc fez h algumas noites
atrs, vi seu corpo estremecer ligeiramente com surpresa por eu
saber sobre isso, porm, mais uma vez, isso foi tudo o que me
concedeu, e assim continuei a falar. Ela gosta disso. Tipo, muito.

Ele olhou para mim, mas no disse uma palavra.

Suspirei. O que estou dizendo que voc foi o primeiro, o

que no foi to bom para, humm ela, portanto no tem ideia do
que est fazendo, mas ela quer me inclinei mais. Ela s no
sabe como pedir.

L estava. Seus olhos se tornaram calorosos e sua boca se

curvou um pouco nos lados. Ele ganhou a minha ateno e pude
ver que ele era quente. Muito quente. Se eu no tivesse um cara
super quente ao meu redor, acharia que era ultra quente.

Rapaz, a Sabine tinha sorte.

540
 Ento, a aconselhei a fazer um movimento e voc vai ter
que esperar por ele compartilhei. Pode ser tmido, suave,
talvez um pouco estranho e vai certamente demandar um pouco de
coragem da parte dela fazer isso, mas vai fazer uma tentativa, voc
vai precisar receb-la e tomar a liderana... suavemente.

Certo resmungou.

No preciso enfatizar que ela ainda est com um pouco de

medo de voc e dos sentimentos dela. Ela no experiente. Voc
vai ter que ensin-la.

A curvatura dos lbios ficou maior e ele disse baixinho:

Posso ser seu professor.

Aposto que podia. E parecia que estava aguardando

ansiosamente por isso.

Ainda assim, adverti: Um professor paciente.

Seus lbios tremeram e se abriram em um sorriso.

Posso ser um professor paciente me assegurou.

Oh, sim. Estava ansioso por isso tambm.

Sabine, definitivamente, tinha sorte.

Sorri para ele. Ento, sussurrei: Divirta-se, meu protetor.

Me movi para desviar dele, mas ele segurou meu bceps

ento inclinei a cabea para trs, para olhar para ele.

Largou meu brao enquanto observei o sorriso desvanecer,

mas a intensidade aprofundar nos seus olhos.

541
 Shahsha, kah rahna Dahksahna hahla murmurou.

Lapay fahnahsan Lapay, kah jahnjee. Seja feliz, meu

protetor, murmurei em resposta.

Ele ergueu o queixo.

Desviei dele e entrei na minha tenda. Quando entrei, Teetru

se apressou a sair. Sorri para ela, mas ela inclinou a cabea
ligeiramente para o lado, de uma maneira estranha, sem retribuir o
meu sorriso, parecia apressada e nervosa, e saiu da tenda com
uma certa pressa.

Olhei para as abas da tenda enquanto balanavam atrs dela.

Ok, agora os meus instintos, instintos que no conhecia at

ento, estavam me dizendo que algo no estava certo.

Senti meu corpo enrijecer enquanto olhava ao redor da tenda.

O tecido dourado que comprei naquele dia estava dobrado sobre
um dos bas. Meus olhos se moveram e observaram tudo enquanto
fazia isso, mas nada parecia diferente.

At que olhei para a mesa.

E quando o fiz, olhei fixamente para ela.

Ento, desajeitadamente, andei at ela.

Sobre a mesa estava a caixa de madeira reluzente que o

Bohtan tinha me dado, aberta, o punhal brilhando mesmo sob luz
bruxuleante da tenda. Ao seu lado, uma faixa de tecido azul e em
cima dela, a pulseira azul que dei a Teetru. A bolsa e o dinheiro no
estavam l, nem qualquer um dos outros pedaos de tecido ou as
pulseiras que havia comprado para as outras meninas. Teetru,

542
percebi, devia ter levado o tecido l para fora. Ela no carregava a
bolsa, mas calculei que devia t-la trancado em um ba.

Olhei para a mesa e o que estava sobre ela, como um sinal,

deslizou pela minha espinha.

Ento, sem pensar, estiquei a mo, agarrei a adaga e gritei:

Zahnin!

Mas j era tarde demais.

De todos os lados, ouvi sons de tecido rasgando, olhei para a

lateral da tenda e vi que um punhal tinha sido enfiado nela e a
estava rasgando.

Me virei e observei.

Havia adagas por todo lado!

Merda! Estava cercada!

Estiquei o brao e agarrei um castial pesado com a mo

esquerda quando ouvi o choque de ao contra ao na frente da
tenda. A vela tombou da minha mo quando homens grandes com
a da mesma cor da Teetru entraram atravs dos rasgos na tenda.

No! Gritei quando eles correram para mim.

Ento, do nada, algo aconteceu comigo e o que quer que

fosse, estava vindo de dentro de mim. De um jeito estranho eu
olhava, mas no via. De uma forma estranha meu corpo no estava
sob o meu comando. Acabou por se mover por vontade prpria.

Usei o castial e o girei com toda a minha fora, acertando o

primeiro homem que conseguiu chegar perto de mim, na lateral da

543
sua cabea. Seus olhos reviraram e se inclinou para o lado,
fechando os braos minha volta, me pegando por trs.

Chutei com toda a minha fora enquanto girava a adaga na

mo e tentava golpear a cabea atrs da minha com o castial, mas
errei. Porm, a minha ttica funcionou, ele estava tendo problemas
para se defender e, ao mesmo tempo, me segurar.

Ento chutei de novo enquanto mergulhava a adaga

novamente e enfiava a lmina na carne da sua lateral. Ele gritou,
abaixou os braos e comeou a cair aos meus ps. Meu punho
ainda segurava o cabo, arranquei o punhal, me virei e, mesmo
sentindo outras mos comearem a se fechar na minha cintura,
rapidamente, antes que a mo pudesse chegar faca no seu cinto,
afundei a lmina no seu peito, mirando o seu corao, em seguida,
a puxei.

Meu punhal foi certeiro.

O sangue jorrou e ele caiu como uma pedra, mas um outro

me pegou.

Por um segundo.

Ento ouvi um grunhido feroz que nunca tinha ouvido antes na

vida e, de repente, eu estava livre.

Isto porque minha pequena e doce tigresa saiu do nada e

pulou sobre ele. Surpreso com o ataque, ele tropeou para o lado e
os dentes (no mais de filhote) do tigre foram direto para a sua
jugular.

No tinha tempo para assistir, fui novamente capturada por

trs e, desta vez, de forma inteligente. A lmina estava prxima da

544
minha garganta antes de levantar meu punhal, girar o cabo e
novamente empurr-la para trs, encontrando a carne. Ao mesmo
tempo, joguei a cabea para trs e colidi com o seu queixo. Ele
recuou e novamente girei a adaga na mo, me virei e golpeei,
abrindo a pele do seu peito.

Senti a presena de mais corpos na tenda, ouvi o choque das

espadas e o som de homens grunhindo, e meu palpite era que
Zahnin e/ou Bain tinham entrado na tenda. No olhei enquanto
cortava outro pedao do peito do meu agressor. Na terceira
tentativa, ele pegou meu pulso e o torceu, e a dor que disparou pelo
meu brao foi to forte, que me deixou de joelhos. Seu outro brao
voltou para a minha garganta, com a faca, mas me movi
rapidamente. Descartando o castial, agarrei seu pulso, o empurrei
com todas as minhas foras e me inclinei para frente, usando a
nica arma que tinha sob o meu comando. Meus dentes.

Mordi com fora, to forte que sangue jorrou na minha boca e

ele gritou. Ento me soltou, me virei rapidamente sobre os joelhos e
mergulhei minha lmina na sua barriga, minha outra mo cobriu a
que estava no cabo, empurrando-o, rasgando a carne, o sangue
jorrando e descendo.

Ele cambaleou para trs e caiu de joelhos.

Me levantei e o chutei to forte quanto possvel no rosto.

Quando ele caiu para o lado, fui empurrado para fora do caminho e
depois assisti Bain levantar a espada em um arco, separando a
cabea do corpo, o sangue jorrando quando o corpo caiu nos
tapetes, sua cabea voou para longe, caiu e rolou para trs da
cama.

545
 O brao do Bain me enganchou pela cintura e segurou minhas
costas firmemente na sua frente enquanto gritava: Fechem a
Daxshee! Todos os guerreiros em alerta! Grupos de busca, saiam e
vejam se h mais Maroos!

Meus olhos levantaram para as abas da barraca e vi um

guerreiro que no conhecia, acenar e em seguida, sair
imediatamente.

Ento meus olhos se moveram em torno da tenda, em busca

de novas ameaas, e contando automaticamente os corpos no cho
ou, repugnantemente, partes de corpos, que pareciam preencher
todo o espao disponvel. Um, dois, trs, quatro, cinco... contei o
que parecia equivaler (se juntasse as partes novamente) a dez,
observando o sangue que foi espalhado em toda tenda do Lahn e
minha, antes de congelar.

Zahnin estava na parte de trs da tenda, seu corpo arfando

com as respiraes profundas que estava sugando e senti o Bain
me puxar contra ele. Zahnin segurava a espada ensanguentada na
mo, apontada para baixo, uma faca ensanguentada, igualmente
mortal, na outra. Ghost estava sentada aos seus ps, as
mandbulas ensanguentadas, a lngua para fora, piscando, como se
estivesse entediada e pronta para uma sesta.

E vi tambm um corte irregular na carne do Zhanin, marcando

o seu peito e atravessando seu abdmen.

No sussurrei enquanto observava o sangue escorrer

pelo seu calo. No! Gritei e o aperto do Bain minha volta
aumentou.

546
 Ele est bem, ele est bem, minha rainha dourada, s
uma ferida na carne sussurrou Bain.

Esses malditos caras, selvagens, ferozes e brutais.

Uma ferida na carne!

Seu sangue estava gotejando e escorrendo pelo calo.

Com um supeto, me afastei do Bain, que ainda me segurava

e corri atravs da tenda em uma rota direta para o meu protetor.
Isso para no dizer, corri por cima da cama. Ghost saltou sobre as
quatro patas e rastejou de volta, lendo claramente o humor da sua
Loolah e no querendo ter nada a ver com isso.

Quando o alcancei, coloquei a mo suavemente sobre ele e

inclinei a cabea para trs para olh-lo.

Precisamos deit-lo. Precisamos limpar isto. Precisamos-

Ele me interrompeu com um grunhido. Rainha Circe, estou

bem.

Dei um passo para trs e gritei: Voc no est bem!

Ento me virei para as abas da barraca e gritei: Jacanda! Venha
aqui!

Minha rainha dourada Zahnin comeou, mas chicoteei

minha cabea de volta para ele, levantei o cabo do meu prprio
punhal ensanguentado na direo do rosto dele e sua boca se
fechou quando seus olhos foram at a minha arma.

Quieto, Zahnin, voc vai me permitir cuidar do seu

ferimento. Sua rainha ordena! Vociferei.

547
 O olhar dele se moveu da minha lmina para o meu rosto,
seus lbios se retorceram e, em seguida, seus olhos deslizaram
para o Bain.

Nosso rei nos falou sobre isso comentou secamente.

De fato, nossa rainha tem alguma coisa em sua cabea...

Bain parou, parecendo se divertir sim, se divertir enquanto
concordava com seu irmo, atrs de mim.

Me virei para olhar, com os olhos apertados, para o Bain

ento lancei meu olhar de volta para o Zahnin e gritei: Sem mais
brincadeiras. Voc! Apontei minha adaga para o Zahnin.
Deite-se. Apontei a lmina para a cama. Vou cuidar do seu
ferimento.

Como quiser, rainha guerreira murmurou, parecendo se

divertir profundamente, tambm, meu olhar se estreitou e o fulminou
e Jacanda correu para dentro, o rosto plido, os olhos arregalados,
o medo visvel em cada centmetro do seu rosto.

Me virei para ela. Ferva gua. Preciso de sabo, panos

limpos e ataduras limpas. Vou precisar de uma agulha e linha...
humm... parei, porque no sabia a palavra Korwahk para
esterilizado, em seguida, disse: limpa. Quando ela pareceu
confusa, expliquei: Ferva os dois... por bastante tempo. Ela
assentiu, embora agora parecesse estar com menos medo e mais
perplexa. A ignorei e continuei. Traga a curandeira at mim. E
envie algum para pegar zakah. Muito zakah.

Eu apreciaria um pouco de zakah Zahnin murmurou e

me virei para ele.

548
 Voc no vai beb-lo. Vou us-lo para limpar sua ferida.

Ele me encarou com surpresa indisfarvel.

No me questione ordenei. Fazem isso na minha

terra. uma boa coisa a se fazer.

desperdcio de um bom zakah Bain comentou

baixinho do outro lado da tenda, mas o escutei e me virei para ele.

Voc no tem uma Daxshee para bloquear ou possveis

inimigos para recolher ou alguma outra coisa? Perguntei.

Ele apertou os lbios, soube que era para suprimir um sorriso

e olhei para ele.

Sim, minha verdadeira rainha dourada murmurou, os

olhos divertidos deslizaram para o Zahnin, ento saiu da tenda e
notei que a Jacanda ainda estava ali.

V, querida, agora. Insisti, ela balanou a cabea e saiu

correndo.

Me virei para o Zahnin e observei: Voc no est deitado.

Certo murmurou, caminhei at a cama e puxei o lenol

ensanguentado e tambm quaisquer peles que tinham sangue
sobre elas. Ento empurrei para o cho todos os travesseiros que
estavam ensanguentados.

O que no fiz foi olhar para qualquer um dos corpos cortados

ou nos pedaos de corpo que bagunavam a minha tenda ou
pensar no fato de que eu, eu mesma, tinha acabado com pelo
menos uma, possivelmente, uma vida e meia (podia ter ferido um
gravemente, mas foi o Bain que, definitivamente, terminou de mata-

549
lo, assim eu estava contando uma vida e meia). Nem me permiti
pensar sobre a notcia bvia que a minha Teetru tinha me trado
com o seu povo.

Ela me traiu, ainda que tivesse pego a minha adaga, a

expondo abertamente, tanto para me avisar e me dar uma chance
de lutar, como para me fornecer a nica arma que ela, ou eu,
tnhamos nossa disposio.

E, por ltimo, no pensei sobre o porqu ela faria qualquer

uma dessas coisas, me trair primeiro, em seguida, me avisar.

Posso ter a permisso da minha rainha para encontrar um

guerreiro e lhe pedir para reunir outros guerreiros para recolher
estes corpos? Zahnin perguntou, solcito, atrs de mim, um
Zahnin muito mais solcito do que jamais falou comigo
(principalmente porque nunca falou de maneira solcita comigo),
ouvi o humor na sua voz e alguma coisa sobre isso fez a adrenalina
fluir atravs do meu organismo e, subsequentemente, evaporar o
meu temperamento.

Me endireitei ao lado da cabeceira da cama, e me virei para

ele.

Eu vou fazer isso disse baixinho voc pode, por favor,

por mim, se deitar?

Ele sentiu a mudana no meu tom de voz, sua expresso

suavizou, a diverso desapareceu e calor preencheu seus olhos.

Estou bem, minha rainha dourada, juro.

550
 Voc sangra por mim, sussurrei por favor, por favor,
sei que voc no precisa disso, mas eu preciso cuidar de voc. Por
favor.

Ele me observou. Ento, acenou com a cabea. Depois se

deitou.

Corri para as abas da tenda, coloquei a cabea para fora e vi

dois guerreiros de ambos os lados.

Precisamos limpar aqui dentro, se voc no se importa

disse para um minha esquerda.

Ele acenou, mas no se moveu. Em vez disso, berrou minhas

ordens para um guerreiro parado, h cerca de cinco metros de
distncia. Aquele guerreiro acenou com a cabea, se virou e gritou
minha ordem para algum.

No fiquei por perto para ver o resto. Vi a Packa correndo na

minha direo com os grandes panos de banho que o Lahn e eu
usvamos e voltei para dentro da tenda.

No necessrio dizer, todo mundo estava um pouco

surpreso, e veja s isso, enojado, com a medicina que expliquei ser
praticada livremente na minha terra.

551
 Eles no costuravam a carne, Bain me informou com os lbios
franzidos, os olhos cheios de desgosto.

Sim, isso de um homem que cortou um monte de inimigos e

estava fazendo comparaes com a minha maldita casa. E depois,
ficou de gracinhas com o seu companheiro no meio da carnificina.

Alm disso, eles no tinham uma palavra para germes,

porque no sabiam o que eram germes, por isso a minha
explicao do porqu eu desperdiaria um bom zakah na limpeza
da ferida do Zahnin caiu em ouvidos surdos.

Felizmente, eu era a rainha, ento no tinham escolha a no

ser obedecer minhas ordens e assim o fizeram.

Embora Bain e Zahnin fizessem isso, obviamente, para me

agradar.

No entanto, quando comandei a uma Gaal claramente

enjoada (Jacanda me disse que ela era uma costureira muito
talentosa, quando exigi que ela encontrasse a melhor na Daxshee)
que costurasse as bordas da ferida do Zahnin, a curandeira, parada
e observando, viu a sabedoria disso.

Muito inteligente ela murmurou, enquanto Gaal,

engolindo o nervoso e a averso, mas ainda cooperando, comeou
a usar a agulha que eu tambm esterilizei na chama de uma vela e
a linha que Jacanda ferveu em uma panela no fogo e eu embebi em
zakah para costurar a ferida do Zahnin.

Gaal parecia que estava prestes a desmaiar um par de vezes

(e eu estava ali com ela, falando sobre a coisa nojenta), mas ela
aguentou firme, principalmente porque fiquei por perto para lhe dar

552
apoio moral. Seus olhos continuavam se erguendo para mim,
acenei para incentiv-la e, eventualmente, ela perdeu o nojo por
isso e fez, a partir da minha experincia extremamente limitada, o
que parecia ser um trabalho muito bom.

Da parte do Zahnin, ele nem sequer estremeceu, continuou

deitado na minha cama com almofadas que eu tinha empurrado sob
a cabea dele, um brao dobrado, a mo atrs da cabea,
conversando amigavelmente durante a coisa toda com o Bain, que
estava diante da cama, os braos cruzados sobre o peito e um
tornozelo cruzado sobre o outro em uma pose ocasional de
guerreiro, que no se encaixava com o que havia se tornado um
procedimento mdico pequeno em uma sala de exame primitiva.

Uma vez fechada, limpei novamente a ferida com zakah e

quando Gaal se afastou, a curandeira colocou nela alguma pomada,
que prometeu auxiliar a cura (depois de ter lavado as mos com
sabo e as enxaguado com zakah) e, em seguida, se sentou para
poder enfaixar uma longa atadura na frente dele, em seguida,
passar uma gaze limpa bem firme ao redor do seu torso,
amarrando-a habilmente no final.

Os corpos, a propsito, tinham sido removidos por jovens

guerreiros em treinamento e Packa e Beetus, com os rostos plidos,
tinham pego os lenis e os travesseiros, e puxado os tapetes
enquanto a Jacanda passava a trabalhar, limpando os mveis e os
bas.

Rapaz, eu precisava voltar ao mercado e comprar mais

presentes para as minhas meninas. Elas iam alm do dever e no
recebiam nada em troca, exceto alimentos, tenda e roupas

553
mnimas. Limpar o sangue era to alm do dever, e no era nada
divertido.

Ghost, por sinal, estava deitada de lado, aos ps da cama,

dormindo a sono solto, morta para o mundo, e sabia disso porque
mesmo com todas as pessoas e atividades ao redor, ela nem
sequer se contorceu.

Quando coloquei presso sobre o ombro do Zahnin para

mant-lo deitado, ele no reclamou, mas olhou para mim quando
estava totalmente reclinado.

Posso tomar um pouco de zakah agora?

Eu o observei. No estava plido. Em nenhum momento tinha

mostrado estar fraco. E seus olhos no demostravam nenhuma dor.
Nenhuma mesmo. Na verdade, ele parecia totalmente normal.

Rapaz, eles treinavam esses meninos at quase a morte.

Literalmente.

Inspirei profundamente e respondi baixinho: Sim, meu

protetor, voc pode-

Parei de falar quando as abas da tenda se abriram

abruptamente e estava me virando na direo delas, quando ouvi
um suspiro suave e feminino.

Sabine estava parada dentro da minha tenda e a Diandra e a

Claudine estavam entrando atrs dela. E Sabine estava olhando
para o seu marido e o curativo, os olhos arregalados, o rosto plido,
a boca aberta. Vi aqueles olhos se movendo do peito dele at seu

554
rosto, em seguida, vi como ficaram brilhantes com lgrimas no
derramadas.

Eles deslizaram at mim. Circe? Sussurrou.

Ele est bem, querida, ns cuidamos dele assegurei a

ela.

Ela encarou o meu olhar por vrios momentos, antes de

balanar a cabea. Seus olhos voltaram para o Zahnin, que notei
que no tinha se movido e estava olhando para ela
silenciosamente. Em seguida, rapidamente voltaram para mim.

Me dei conta de que ela no sabia o que fazer.

Estava sentada de joelhos no meio da cama ao lado do seu

marido e estendi o brao para ela.

Est tudo bem, voc pode vir at ele. Ele est bem e voc
no vai machuc-lo falei baixinho, seu corpo estremeceu um
pouco, em seguida, ela mordeu o lbio.

Prendi a respirao.

Ento, lentamente, p ante p, caminhou at a cama. Quando

chegou nos ps, colocou um joelho sobre ela e se arrastou de
quatro at mim.

Zahnin a observava sem dizer uma palavra.

Me afastei e ela parou quando tomou o meu lugar, sentada

com a bunda sobre as panturrilhas, os joelhos a um centmetro do
quadril dele.

555
 Meus ps tocaram o cho ao lado da cama quando ouvi seu
sussurro: Est tudo bem, marido?

Meena Zahnin respondeu instantaneamente.

Uma pausa da Sabine. Voc est com dor?

Me Zahnin respondeu, mais uma vez, instantaneamente.

Ouvi o suspiro suave e soltei minha prpria respirao quando

ela levantou a mo timidamente, ento a apoiou levemente no
curativo em seu estmago enquanto sussurrava: Dohno.

Diante da sua palavra e do seu toque, com o olhar quente na

sua esposa, sua expresso suavizou, Zahnin ergueu a mo e seu
corpo no se moveu, nem mesmo enrijeceu, quando ela permitiu
que seu marido a tocasse no rosto.

Ento fez algo que provou que eu estava certa sobre quo
doce a Sabine era.

Lenta e cuidadosamente, deitou graciosamente de lado e se

aninhou contra ele, a cabea no seu ombro, a mo apoiada
levemente no curativo. Enquanto ela se acomodava, os dedos do
Zahnin deslizaram pelo seu cabelo, assim quando ela estava
deitada, segurou a parte de trs da sua cabea.

Meus olhos foram at os dele, ento vi que estavam fixos em

mim.

E estavam se comunicando.

Balancei a cabea, recebendo a mensagem alta e clara.

Seus dedos comearam a acariciar o cabelo da sua esposa.

556
 Todo mundo para fora pedi baixinho e no precisei pedir
duas vezes.

Jacanda parou de limpar, agarrou o balde e correu. A

curandeira e o Bain se moveram para a entrada da tenda, da qual
Claudine tinha sado e atravs da qual Diandra estava, atualmente,
se deslocando. Gaal j tinha sado.

Queria olhar para trs, mas no o fiz, isso no era certo, mas
eu realmente, de verdade, queria.

No precisei fazer isso.

Ouvi o Zahnin murmurar: Obrigado por ter vindo at mim,

minha bela.

Antes de deixar as abas carem atrs de mim, ouvi a Sabine

suspirar suavemente.

E, com as abas j fechadas, ouvi a Sabine perguntar com

surpresa: Oh meu, Zahnin, isso um tigre?

Isto foi seguido por uma risada viril e tranquila.

Humm. Parecia que nunca tinha falado sobre Ghost com a

Sabine e me ocorreu que nunca a tinha convidado para a minha
tenda.

Caminhei na direo da Diandra e da Claudine, pensando que

ia ter que fazer isso. Almocei ou jantei em todas as tendas do meu
grupo. Havia passado muito da minha vez.

Estes pensamentos foram eliminados do meu crebro quando

os olhos da Diandra vieram at mim, depois me percorreram toda.

557
 Em seguida, se encheram de lgrimas.

Oh, minha Circe ela suspirou, eu parei de me mover,

olhei para baixo e vi que tinha sangue em cima de mim.

Eu no tinha nem notado.

Olhei para cima para garantir a ela que estava bem quando,
de repente, o ar mudou e ouvi o trovejar de cascos de cavalos.

Minha cabea se virou para a esquerda bem a tempo de ver o

Lahn, montado no Lahkan, passar pela tenda mais prxima a ns.
No tive tempo para experimentar o choque do seu retorno precoce,
ou me deliciar com isso. No o fiz porque estava vindo a galope e
no estava diminuindo o ritmo.

Registrei vagamente que era seguido por uma srie de outros

cavalos, mas no prestei muita ateno porque, de repente, o seu
corpo estava descendo do cavalo enquanto Lahkan mantinha o
galope!

Lahn! Gritei, ficando congelada e em pnico quando

seus ps bateram solidamente no cho e Lahkan chegou to perto
de mim, que senti a brisa do movimento e um sussurro do toque da
sua cauda, mas no consegui me concentrar em nenhuma outra
coisa.

Lahn estava em mim.

Ou, suas mos estavam. Viajando ao longo das minhas

pernas, meus ombros, meus seios, minha barriga, minha cintura,
deriva, sobre o sangue seco, me virou de costas e fez o mesmo.

558
 Finalmente, me dei conta do que estava fazendo e tentei me
virar, dizendo: Lahn, eu estou bem.

No me virei. Ele me sacudiu de volta e meu corpo balanou

diante da sua fora, e s permaneci de p porque suas mos
apertaram ambos os lados da minha mandbula.

Ento olhou nos meus olhos e prendi a respirao, porque o

seu esprito estava ali, bem ali, bem na superfcie, queimando,
dourado, brilhante e brutal, mais do que jamais esteve, mesmo
depois que o Dortak fez suas ameaas.

Ele no estava chateado. No estava zangado.

Seu esprito estava cheio de ira.

Oh, merda.

Eu estou bem, querido sussurrei, levantando as mos

para envolver os seus pulsos e os dedos prensados to firmemente
que causavam dor. Honestamente, eu estou-

Nem terminei porque ele me soltou, jogou a cabea para trs

e grunhiu com raiva. Sem palavras, apenas uma mensagem
primitiva que trovejou aos cus, que veio direto das suas entranhas
e era preenchida com uma fria sem igual. Dei um passo para trs,
em choque e surpresa diante dessa demonstrao desinibida e
selvagem, quando ele abaixou o queixo e grunhiu novamente,
batendo o punho no peito e girando o corpo macio em direo
falange de guerreiros em seus cavalos, que estavam parados, coxa
a coxa, no espao limitado.

Ele bateu com o punho no peito novamente e grunhiu: Ns

vamos para Maroo!

559
 Oh, merda!

Os guerreiros sobre os cavalos, os que estavam ao redor,

outros que estavam de sentinela e todos aqueles que guardavam
nossa tenda gritaram em resposta, socando os punhos no ar ou
batendo nos seus prprios peitos.

O sangue do nosso inimigo mancha o ouro da minha

rainha! Lahn continuou gritando, batendo no peito quando falou a
palavra minha, em seguida, balanando o brao poderoso ao
redor e apontando para mim. Eles a atacaram na minha tenda
outro baque destruindo a segurana que eu forneci a ela outro
baque e derramando o sangue do nosso irmo! Ele bateu no
peito com ambos os punhos. Em troca, criaremos rios de sangue
Maroo. A nossa terra vai chorar diante disso e teremos vingana!
Em resposta, outro baque e outro rugido dos seus guerreiros, e
agora seus nmeros estavam crescendo, medida que mais deles
estavam se aproximando.

Senti a Diandra e a Claudine se aproximarem das minhas

laterais, a mo da Diandra achando a minha enquanto o Lahn
virava, mas no olhava para mim.

Olhou alm de mim e ordenou: Lave o sangue da sua pele

dourada. Retire os nossos pertences e queime esta tenda, agora.
Encomende uma nova, quero-a protegendo minha noiva dourada
em uma semana. Fez uma pausa, se inclinou para frente, virei a
cabea e vi Gaal e Beetus olhando para ele, congeladas, e ele
gritou, Mexam-se!

Elas se moveram e fizeram isso rpido.

560
 Lahn novamente no olhou para mim quando se virou para os
seus guerreiros e continuou trovejando: Minha semente foi
plantada no seu ventre e ela carrega o meu filho. Atacaram a minha
tigresa e a sua rainha guerreira dourada. Eles atacaram tudo o que
belo de Suh Tunak e o meu filho no nascido. Eles vo conhecer
uma vingana que seus netos vo entender e conhecer, atravs dos
tempos que viro, eles ainda iro tremer em suas camas!

Ok, ele no estava se acalmando, tipo... absolutamente.

Lahn sussurrei, por algum motivo minha voz no foi

capaz de emitir um tom mais alto, mas a Diandra apertou a minha
mo.

No, Circe, agora no. Nem tente isso ela murmurou no

meu ouvido. At mesmo a esposa de um guerreiro normal est
fora dos limites, e o inimigo sabe disso. A Daxshee nunca
invadida, jamais. Em tempos distantes, no passado, isso aconteceu,
e no passado, Suh Tunak foi invadida exatamente como o nosso
Dax agora descreve e a brutalidade da sua vingana no foi
esquecida at agora. Olhei para ela e ela terminou
rapidamente. Invadir uma tenda semelhante a tomarem voc
fora. simblico. a segurana que ele lhe oferece como seu
marido, e que foi violada. Ele vai provar a vingana e os Maroo vo
sangrar por isso.

Oh, Deus.

Meus olhos foram at o Lahn quando o ouvi perguntar: Ela

foi tomada?

Vi que estava encarando um guerreiro que ergueu o queixo.

561
 Em seguida, Lahn ordenou: Traga-me o traidor.

Oh, no. No.

No.

Meu corpo enrijeceu.

Ele queria a Teetru.

Ainda assim, minha amiga, ainda assim. Seja forte. Ele ter
sua vingana Diandra murmurou, seu brao envolvendo o meu
ombro, e a Claudine, no meu outro lado, fez o mesmo.

Fiquei feliz por isso porque comecei, de repente, a tremer e

no apenas um pouco.

Envie mensageiros, meu irmo Lahn gritou para outro

guerreiro. Eles viajam esta noite. A Suh Tunak vai se unir.

Aquele guerreiro acenou com a cabea, se virou e caminhou

atravs dos seus irmos, desaparecendo rapidamente.

Lahn se virou abruptamente e novamente olhou para alm de

mim. Olhei por cima do ombro e vi o Zahnin fora da tenda, com o
brao em torno da sua esposa, que parecia minscula ao lado dele
e estava tremendo visivelmente ao seu lado. Ele a virou, a frente
dela virada para o seu lado, e a manteve perto com o brao em
torno do ombro dela, mas os olhos dele estavam no seu rei.

Ela havia visto, ouvido e entendido e estava apertando os

lbios, provavelmente, em um esforo para no choramingar.

Essa era a minha menina.

562
 Seus olhos voaram para mim e sorri para ela. Sabia que foi
um sorriso trmulo. Ela tambm tremia muito quando retribuiu o
sorriso.

Sim, essa era a minha menina.

Ns no ramos de Korwahk, mas com certeza estvamos

aprendendo a ser.

Rapidamente.

Ento Lahn falou e me virei para ele. Seu sangue ser

vingado.

Atrs de mim, Zahnin respondeu: Sim, meu rei.

Ele sacudiu a cabea na minha direo. Tambm vai ser

recompensado.

Sim, meu rei Zahnin repetiu e o olhar do Lahn foi at

Bain, que estava parado h vrios passos dele.

As manchas na sua espada sero recompensadas Lahn

afirmou.

Bain ergueu o queixo.

Em seguida, os cavalos se afastaram, um caminho foi

demarcado e prendi a respirao.

Diandra e Claudine me seguraram com firmeza.

Pensando rapidamente, sabendo no fundo do meu corao o

que aconteceria, me virei e peguei o olhar do Zahnin.

563
 Esconda seus olhos falei, ele resmungou alguma coisa
ininteligvel, mas levantou a mo enorme, cobrindo os olhos da
Sabine quando a virou para sua frente, escondendo o rosto dela no
peito enfaixado.

Se inclinou para ela e disse baixinho: Cubra seus ouvidos,

feche os olhos. Vou lhe dizer quando tiver terminado.

Me virei quando ouvi um grito de dor e, em seguida, fiz uma

careta quando vi que Teetru havia sido atirada no cho de pedra.

Ela tambm tinha sido agredida, gravemente. No usava

nenhuma roupa, contuses j haviam se formado em torno dos
seus braos, pulsos, quadris, joelhos, pescoo e havia uma
substncia, seca e branca, liberalmente salpicada em todos os
lugares do seu corpo, incluindo o rosto, e eu sabia o que era.

Meus joelhos cederam, mas Diandra e Claudine se

aproximaram, me segurando at que forcei minhas pernas a ficarem
firmes novamente, debaixo de mim.

O corpo da Teetru estava de lado, mas cado, apenas sua

cabea levantada e os olhos dela vieram at mim, em seguida,
viajaram atravs do sangue no meu corpo.

Estavam cheios de dor, mas, para minha surpresa, no

apenas da dor que sentia no seu corpo. Misturado com ela, havia
um tipo diferente de dor.

Ento ouvi seu sussurro: Voc no devia ter sido boa

comigo.

Meu corpo estremeceu e lgrimas encheram os meus olhos.

564
 Prepare-a Lahn grunhiu.

Seu olhar continuou preso ao meu quando Bain caminhou

para frente e puxou o cabelo dela, fazendo-a gritar, ainda assim
sem quebrar a conexo comigo, ele a colocou de joelhos.

As lgrimas escorriam pelo meu rosto e dor queimava minha

garganta.

Com um silvo do ao, Lahn desembainhou sua espada.

Gostaria que voc no tivesse sido gentil comigo.

Essas foram suas ltimas palavras, antes do Bain a soltar e

Lahn cortar a cabea do seu corpo, com um balano vicioso da sua
espada.

Me voltei para os braos da Diandra e enfiei o rosto no

pescoo dela, ento perdi o claro do relmpago que preencheu o
cu, se arrastando para baixo do penhasco, uns duzentos metros
atrs de mim.

Jogue o corpo no penhasco. Envie sua cabea para o rei

Maroo, com um dos seus guerreiros capturados. Castre-o antes de
libert-lo. A cabea dela e as bolas dele, meu presente para o seu
rei antes de batermos as espadas Lahn ordenou.

Sufoquei um soluo doloroso engolindo-o, e isso doeu ainda

mais.

Lavem a minha noiva, porra! Lahn berrou, senti a

Diandra acenar com a cabea e, em seguida, ela e Claudine
gentilmente me guiaram em direo tenda das minhas meninas e

565
ouvi o Zahnin falar baixinho: Ajude sua rainha enquanto eu
saa.

Mas no ouvi mais nada, no senti mais nada, porque me

fechei na minha cabea para resolver o problema.

Eu era Korwahk, rainha de Korwahk, e estvamos em guerra.

Eu era Korwahk, repeti para mim mesma, rainha de Korwahk

e estvamos em guerra.

Tinha que encontrar uma maneira de colocar minha cabea

em ordem.

De qualquer jeito.

Voc precisa comer, minha rainha dourada.

Me virei e olhei para a Jacanda.

Estava na tenda dela. Sejam qual forem os pertences que ela

e as meninas tinham, se foram, com paradeiro desconhecido (para
mim). Nossa cama, com um lenol de seda limpo, tinha sido levada
para dentro, nossos bas esfregados e nossos mveis, limpos. A
tenda era menor, o material amontoado no espao.

566
 Estava banhada, meu cabelo lavado e a pele atrs das
orelhas e nos meus pulsos tinha sido ungida com leo perfumado.
Estava usando meu roupo azul.

O incenso que Teetru havia adquirido semanas atrs, a meu

pedido, queimava, exalando cheiro de frutas.

Packa o colocou para queimar porque sabia que eu gostava

dele e provavelmente pensou que iria me acalmar. Mas gostaria de
encontrar um esconderijo e me livrar dele mais tarde, quando elas
no estivessem por perto. Ele me lembrava da Teetru, cujas aes
poderiam ter me matado ou me ferido, fizeram mal ao Zahnin, mas
ao mesmo tempo, fez o que podia para me salvar. Um paradoxo
que nunca entenderia porque ela j no estava mais respirando
para eu poder perguntar.

Voc vai dormir com as meninas da Diandra hoje noite?

Perguntei e Jacanda assentiu.

Sim, minha verdadeira rainha. Mas estaremos aqui antes

do amanhecer, no caso de voc precisar de ns.

Durma, minha linda, hoje foi um dia ocupado. Voc e as

minhas meninas precisam descansar. Vou ficar bem assegurei a
ela.

Ns vamos estar aqui respondeu com firmeza.

Eu vou-

Ela me cortou. O rei vai esperar por isso.

Parei de falar e acenei com a cabea, porque isso era

verdade, isso seria de se esperar do Lahn.

567
 Ento levantei as duas mos e segurei suas bochechas,
inclinando meu rosto para o dela.

Sinto muito sobre a Teetru sussurrei, e observei com

surpresa quando seus olhos endureceram.

Ela uma traidora ela sussurrou, se afastou, virou a

cabea para o lado e, em seguida, fez um som de cuspir com a
boca, embora nenhum cuspe tivesse sado, antes de se virar para
mim. Eu nasci escrava. Tive a sorte de ter bons mestres, como
Beetus. Packa e Gaal no tiveram. Isso faz com que Packa seja
tmida e Gaal, resguardada. Ns conversamos, vrias noites, sobre
voc, nossa rainha dourada, que ri com a gente, fala gentilmente,
nos toca amavelmente, cujo guerreiro nos fornece com abundante
comida, a melhor que j tive. Voc a nossa verdadeira rainha
dourada e ela era de Maroo, mas conhecia o ouro do seu toque,
assim como todas ns. Escravos so normalmente comandados,
no questionados e no includos; ns no existimos, embora,
ainda sirvamos. Ns existimos para voc. Parece bom existir. Ela
quase mandou voc para longe de ns. Isso imperdovel e isto
no ser perdoado, no pelo guerreiro, no pela noiva do guerreiro,
no pelos homens ou mulheres livres, no pelos escravos, no por
qualquer Korwahk e, mais especialmente, no pelo que voc nos
chama, suas meninas. Ela teve a honra de estar entre ns e agora
seu corpo apodrece sem cabea no fundo de um penhasco, um
corpo que nunca vai se juntar ao seu esprito no prximo reino. Ns
no vamos sentir falta dela, nenhuma de ns. Seu Dax era bom
demais para ela. Ele devia t-la entregue para os guerreiros, para
fazer o que esto proibidos de fazer at com as Xacto, em vez de
arrancar sua cabea.

568
 Ok, nota mental, no fique no lado mau da Jacanda.

Isso foi o que pensei. O que disse, foi um sussurro: Tudo

bem, querida.

Ela assentiu com a cabea e se moveu para as abas da

tenda, mas parou e se virou.

Queimei a pea de tecido dela com a sua tenda, bem como

os seus outros pertences, e Beetus jogou a pulseira sobre o
penhasco. Ela no existe mais.

Balancei a cabea. Recebi a mensagem. Eu no devia falar

sobre ela novamente.

Ela assentiu com a cabea, em resposta.

Boa noite, Jacanda sussurrei.

Coma alguma coisa inclinou a cabea para a mesa onde

havia colocado a comida. Ento, durma bem, minha rainha
dourada sussurrou, em seguida, saiu da tenda.

Prendi a respirao. Ento levantei as mos at as minhas

bochechas e apertei.

Ento senti as lgrimas e a tremedeira voltando, e lutei para

mant-las sob controle.

Tinha ganho essa batalha quando as abas da barraca se

abriram, meus olhos voaram para l e vi meu marido se curvando e
entrando, acompanhado pela Ghost.

Olhei para ele enquanto dava um passo e parava. Ghost no

parou. Caminhou para mim, ento inclinei meu peito at os joelhos

569
e ela prosseguiu, at que estava com a sua cabea nas minhas
mos. Quando a segurei, comecei a acariciar atrs das orelhas
dela.

O animal saltou em seu auxlio Lahn declarou e continuei

acariciando-a enquanto inclinava minha cabea para trs, para
olhar para ele. De agora em diante, ela dorme com a gente.

Balancei a cabea e observei seu rosto.

Ele ainda parecia chateado.

Mordi o lbio.

Isso fez com que parecesse ficar mais chateado.

Parei de morder o lbio.

Seus olhos foram at Ghost e pareceu ainda mais irritado.

O que, diabos, estava acontecendo?

Ele olhou para mim e ordenou laconicamente: Levante,

esposa, e venha at mim.

No queria, principalmente porque ele parecia chateado, mas

o fiz. Dei mais uma acariciada na cabea da Ghost, me endireitei e
caminhei at ele.

Parei a alguns centmetros de distncia.

Coloque suas mos em mim ordenou e senti que seria

prudente, em face da sua ira recorrente, me manter a calma e fazer
o que disse, assim, levantei as mos e as apoiei no peito dele.

570
 No minuto em que o toquei, suas mos levantaram e, como
fizeram anteriormente, seguraram ambos os lados da minha
mandbula, mas desta vez me puxou rudemente para perto e para
cima, ento eu estava na ponta dos ps, quando ele se inclinou
para mim.

Ningum ele grunhiu, seus olhos a um centmetro dos

meus ningum toca a minha rainha.

Ok, baby sussurrei.

Ningum a ameaa com espadas. Continuou falando as

palavras entre os dentes.

Minhas mos deslizaram at o pescoo dele. Tudo bem

falei baixinho.

Ningum a trai continuou. Ningum, e no

especialmente algum a quem ela tem mostrado generosidade e
bondade, que sentiu o seu toque dourado.

Balancei a cabea o melhor que pude diante das suas mos

ainda me segurando. Sim, querido.

Fez uma careta diante do meu rosto. Ento perguntou:

Voc no tem palavras para a traidora?

Eu... comecei, balancei a cabea, novamente, o melhor

que pude com as mos dele em mim, ento continuei. Querido,
prometi a voc, antes de partir, que no voltaria a questionar quem
voc e o que voc faz, e estou mantendo a promessa. Seus
olhos ardentes no deixaram os meus e continuei. difcil,
claro, porque voc me conhece, tenho algo a dizer sobre cada-

571
 No acabei. Suas mos soltaram o meu queixo, seus braos
me envolveram, uma mo na parte de trs da minha cabea,
inclinou-a para o lado, inclinou a sua para o outro lado, e sua boca
esmagou a minha.

Segurei o pescoo dele enquanto sua boca e sua lngua me

preenchiam e, em seguida, afastou os lbios dos meus. Ento,
empurrou meu rosto contra o seu peito, eu o virei para que a minha
bochecha fosse pressionada l, deslizei minhas mos por baixo dos
seus braos e o abracei.

Voc veio para casa mais cedo afirmei (um pouco sem
flego), a fim de levar nossa conversa para outro lado.

Zahnin disse que voc derrubou um Maroo Lahn

respondeu, sem, obviamente, vontade de mudar de assunto.

Tee... Hesitei, em seguida, falei com cautela ela sabia

que o ataque era iminente e deixou o punhal que o Bohtan me deu,
vista. Tive um momento para me preparar.

Aquela kut21 no salvou a sua vida, Circe; Zahnin, Bain,

Ghost e voc, o fizeram ele grunhiu me apertando em seus
braos.

No quero ouvir nenhuma conversa sobre ela lhe dar um

momento para se preparar.

Humm... bem sussurrei.

Outra nota mental, no falar sobre a Teetru perto do Lahn

tambm.

21
Cadela.

572
 Ele ficou em silncio. E ficou assim por algum tempo.

Em seguida, falou baixinho: Dou graas ao meu Deus por

voc ser uma guerreira.

Balancei a cabea. Agradeci ao meu tambm, em vrias

ocasies, nas ltimas horas. No tinha ideia que tinha isso em mim,
mas, com certeza, estava contente por ter.

Em seguida, ele prosseguiu. E dou mais graas ainda por

voc possuir magia. Enquanto voc estava lutando, relmpagos
encheram o cu. Os guerreiros e todos na Daxshee sabiam que a
tempestade de relmpagos no era natural, mas que tinha algo a
ver com a sua rainha. Isso nos deu o aviso e acabou que a traidora
no escapou e os outros guerreiros Maroo que estavam espreita,
aguardando o retorno dos seus irmos, tambm foram capturados.

Uau.

Uau.

Eu no sabia disso. Nadinha.

Sim, ter magia bom concordei, a presso que ele

exercia sobre a minha cabea relaxou e a inclinei para trs para
olhar para ele. Ento, mudei de assunto. Por que voc chegou
mais cedo em casa?

No incio desta manh, recebemos uma mensagem de

Keenhak. Espies Keenhak, prximos ao rei de Maroo, ouviram
falar do plano e vieram at mim. Esta deciso foi inteligente. Eles
construram alianas, enquanto Maroo busca acabar com a Dinastia
Dourada. Keenhak ser recompensado por este ato. Concordei e

573
ele concluiu. Ns cavalgamos arduamente para voltar
Daxshee, mas chegamos demasiado tarde.

Estou bem falei baixinho.

Durante todo o dia, cavalguei cegamente, a nica coisa

que vi foram vises da minha rainha dourada coberta de sangue.

Oh, Deus. Isso era uma merda.

Estou bem repeti.

E eu chego na Daxshee, s para v-la coberta de sangue.

Meus braos lhe deram um aperto. Querido, estou ok.

Posso ver e sentir isso, minha cora, mas no me importo.

Vingana-

Tirei um brao que o estava enlaando e levantei a mo para

colocar os dedos em sua boca.

Eu sei, Lahn. Rios de sangue. Eu sei. Isso me assusta e

me apavora, muito, e no quero que voc ou algum se machuque,
mas entendo. Isto o que voc deve fazer. Ento vai fazer isso,
mas agora posso pedir para voc ficar quieto apenas tempo
suficiente para que eu possa lhe dar um beijo de boas-vindas e
adicionar ao seu beijo, obrigada, Deus, minha rainha dourada est
bem? Depois, voc pode falar o quanto quiser sobre vingana.

Ele olhou para mim. Ento falou contra os meus dedos:

Remova os dedos, Circe, dificilmente voc vai conseguir me beijar
com a mo sobre a minha boca.

574
 Sorri para ele enquanto meu corpo relaxava nos seus braos
e movi minha mo. Ento fiquei na ponta dos ps, ele inclinou o
pescoo e dei ao meu marido um beijo de boas-vindas que foi,
estava presumindo, danado de bom. Imaginei isso porque ele me
levantou durante o beijo, colocou minhas pernas ao redor dos seus
quadris, caminhou at a cama e me deitou, ficando em cima de
mim.

Ghost grunhiu com irritao e pulou da cama.

Eventualmente, a boca do Lahn deixou a minha e enterrou o

rosto no meu pescoo, enquanto minhas pernas se apertavam ao
redor dele.

L estava. Muito grande. To forte. Meu marido. L, comigo.

Na nossa cama.

Ento, tudo me atingiu novamente, no pude me conter e a

minha respirao falhou.

Ele ergueu a cabea e seus olhos encontraram os meus.

Quando o fizeram, estavam clidos.

Baby ele sussurrou e a minha respirao falhou

novamente.

Matei um homem e meio, hoje sussurrei, uma lgrima

deslizando pela lateral do meu olho.

Sua cabea recuou e ele perguntou: Meio?

Bain cortou sua cabea, mas eu j tinha cortado suas

entranhas, uma ferida a qual ele sobreviveu, mas no ia continuar
vivo por muito tempo.

575
 Vi a mandbula do Lahn enrijecer e no sabia se era por
reprimir o riso ou um esgar de fria.

Em seguida, me informou calmamente (e assustadoramente).

Estou feliz por voc ter feito isso, pois, se no tivesse feito, eles
a teriam matado. O plano era capturar voc, tir-la da Daxshee,
assassin-la e deixar o seu corpo para encontrarmos. Em vez disso,
encontraram uma rainha guerreira, seu animal de estimao
extraordinrio e guardas com bons instintos. Como as coisas no
saram como haviam planejado, precisaram alterar seu plano da
melhor forma possvel e, em vez disso, assassinado voc na nossa
tenda.

Sabia que isso era verdade. O primeiro homem tinha me

agarrado e fez isso sem armas, provavelmente me subestimando. O
ltimo no tinha feito o mesmo e veio para mim com uma faca.

Me assustou pra caralho, mas me contive o melhor que pude

e assenti.

Em seguida, outra lgrima deslizou do meu olho esquerdo,

seguida por uma do meu direito e senti meu nariz tremer.

Ela me traiu sussurrei e as feies do Lahn suavizaram,

sua mo foi at o lado da minha cabea, seu polegar se movendo
atravs da umidade na minha tmpora. Por que ela fez isso?

No sei Lahn respondeu, tambm sussurrando.

Suspirei, soluando por duas vezes. E uma vez que o fez,

por que deixou minha adaga vista... me avisando?

No sei o porqu disso tambm, minha cora dourada.

576
 Eu tambm no.

Pensei no rosto da Teetru olhando para o meu, depois que lhe

dei a pulseira.

Ela era uma das minhas meninas falei em voz to baixa

que era quase inaudvel, minha respirao ficou presa e minha
viso embaou quando meu corpo comeou a tremer com os
soluos.

Minha Circe Lahn murmurou, saindo de cima de mim,

mas me puxando contra ele e me embalando enquanto eu chorava
contra o seu peito.

Lahn nem teve a chance de continuar seu discurso sobre

vingana. Podia-se dizer que tive um dia difcil, ento praticamente
desmaiei no meio da choradeira. Nem imagino o que ele fez.

Mas, depois, acordei sentindo o seu peso e calor, o lenol na

altura das nossas cinturas e Ghost dormindo no p da cama.

Por enquanto eu estava segura, meu marido estava em casa

e tudo estava bem.

Ento mergulhei novamente nos meus sonhos.

577
 Captulo Vinte e Seis
Korwahn

Seis semanas mais tarde

Era oficial.

Eu estava, definitivamente, grvida.

Cuspi no penico, em seguida respirei fundo esperando que o

vmito no viesse mais at a minha garganta e sasse pela minha
boca.

Srio, eu odiava vomitar. E fazer isso em um penico tornava

uma atividade nem um pouco prazerosa, bem menos prazerosa.

Quando a nusea diminuiu e parecia que estava tudo limpo,

fui at a bacia, derramei um pouco da gua de um jarro em um
pano, limpei a boca, enxaguei o pano, limpei o rosto e o enxaguei
novamente. Ento enchi a boca com gua e peguei o galho fino e
bifurcado que a Jacanda tinha me dado para escovar os dentes e a
lngua. Eu o usei, enxaguei a boca novamente, peguei o pano e o
dobrei enquanto saa do banheiro, tipo, humm quarto.

Lahn estava deitado de lado, o lenol de seda na altura da

cintura, o cotovelo apoiado na almofada, os olhos sobre mim.

578
 Minha pequena tigresa, na verdade, no to pequena, estava
recostada em uma almofada grande, macia, forrada com pele, em
um canto, a lngua rosada lambendo um osso.

Meu estmago revirou quando a nusea voltou e meus olhos

se moveram novamente para o Lahn.

Mesmo enjoada, no deixei de perceber que o meu marido

parecia sexy.

Mas, diante do enjoo matinal, no estava com disposio para

fazer coisa alguma sobre isso.

Fui at a cama, afastei o lenol, levantei uma perna e ca de

costas, a cabea nos travesseiros. Puxei o lenol e joguei o pano
dobrado e frio sobre os olhos.

Senti o calor do Lahn contra o meu lado, ento senti a mo

enorme na minha barriga.

Talvez eu esteja errado murmurou. Se voc

carregasse uma filha dourada no seu ventre, ela no seria to dura
com voc. Eu o senti chegar mais perto e soube que estava certa
quando a voz suave alcanou o meu ouvido e ele pressionou a mo
suavemente na minha barriga antes de sussurrar. Creio que
fizemos um guerreiro, minha cora.

No me importo com o que seja, contanto que voc fique

feliz com isso porque a nica coisa que vai conseguir, garoto
murmurei em resposta e o ouvi rir contra o meu ouvido, mas senti
sua boca deixar essa rea depois de roar a minha pele.

579
 Bela jogada, e eu adorava ouvir o Lahn se divertindo.

Mas eu no estava querendo ser engraada.

Levantei um lado do pano para poder olhar para ele, vi que

ainda estava sorrindo e informei: No estou brincando. Eu no
gosto de vomitar, realmente no gosto disso.

Observei as sobrancelhas se erguerem em uma face que

ainda estava sorrindo. Vomitar?

Expelir, chamar o Raul, regurgitar, mandar para fora, ficar

enjoada, vomitar.

Ele riu novamente.

No achei nada engraado.

Soltei o pano e anunciei: Depois disso, haver controle de

natalidade do comeo ao fim.

Em meio a outra risada ouvi o Lahn perguntar: Natalidade o

qu?

Controle de natalidade. Depois do pequeno Lahn ou da

pequena Lahnahsahna fazer sua entrada neste mundo, voc vai
embainhar sua espada, grandalho.

Uma resposta divertida, mas confusa: Embainhar minha

espada?

580
 Levantei o pano novamente, olhei para ele, ento abaixei o
olhar at a rea que estava sendo discutida, e s para ter certeza
que ele entendeu, dei um aceno naquela direo.

Ele entendeu. Soube disso quando caiu na gargalhada.

Mais uma vez, no achei nem um pouco engraado.

Soltei o pano e tentei evitar que o grande corpo que

balanava a cama fizesse com que eu vomitasse.

Finalmente, a gargalhada diminuiu, mas ele observou: Ouvi

falar dessa prtica nas Terras do Norte. Ns no praticamos o
mesmo nas Terras do Sul, minha rainha.

Bem, voc vai ser o lanador da tendncia. Respondi

em um murmrio.

Lanador da tendncia?

Definir a moda, ser o primeiro.

A mo que ainda estava na minha barriga deslizou para cima,

envolveu o meu seio e a voz estava meio divertida e meio grave,
quando falou. No vai haver nada entre mim e a minha rainha
dourada.

Abri a boca para dizer alguma coisa sagaz, mas ele continuou
falando enquanto sua mo deslizava at a minha barriga
novamente.

E ns vamos ter muitas crianas, muitos guerreiros para

servir Suh Tunak e muitas princesas douradas, assim o pai delas

581
pode contemplar sua beleza em mais lugares do que no seu rosto,
apenas.

Isso foi doce, realmente doce, mas eu no pensava assim,

absolutamente.

Isso foi doce, Lahn, mas estou falando srio.

Ento vou falar srio tambm e dizer para voc que no

vou usar aquelas coisas.

Ento voc vai tirar antes das festividades terminarem. No

infalvel, mas j vai ser alguma coisa. Murmurei.

De repente, o pano tinha sumido e o rosto do Lahn estava na

frente do meu, o corpo enorme pairando sobre mim e notei,
imediatamente, que ele j no estava achando nada engraado
tambm.

No vou desperdiar minha semente na sua pele.

Oh, oh.

Observei o rosto dele e soube que disse algo muito, muito

errado.

Lahn

A semente de um guerreiro a sua essncia; o futuro da

Suh Tunak. No desperdiada, a menos que seja utilizada como o
pior insulto que se pode dar, ou libertado no corpo de uma Xacto.
Traidores, guerreiros inimigos e fracos o suficiente para serem
capturados vivos, espies tolos o suficiente para serem detectados,

582
eles recebem sementes desperdiadas. E um guerreiro no planta
sua semente nas Xacto e voc, minha rainha dourada, no uma
Xacto.

Ok, era seguro dizer que essa conversa tinha tomado um

rumo drstico para um caminho que eu no queria ir. Ento tive que
pegar um desvio, imediatamente.

Ok sussurrei.

Ele olhou para mim. Ento, concordou. Ok.

Eu, humm no sabia falei baixinho.

Agora voc sabe.

Tenho certeza.

Ergui a mo at a mandbula barbada e sussurrei: Sinto

muito, querido. No vou falar sobre isso novamente. Eu realmente
no gosto de ficar enjoada.

Eu tambm no gosto. Isso significa que no posso tomar

a sua xaxsah de manh. Eu gosto de tomar sua xaxsah de manh.
O que eu no gosto de ter que esperar at a noite.

Humm. Claramente, o meu pedido de desculpas no o tinha

feito se sentir melhor.

Ento procurei melhorar seu humor e sugeri baixinho: Que

tal voc tentar tomar minha xaxsah com a sua lngua e vamos ver
para onde isso vai.

583
 No desejo cortejar voc enjoada, com a minha boca entre
as suas pernas, Circe.

Ok, bem, isso no funcionou.

Me virei para ele, lutando contra a nusea enquanto deslizava

a mo no seu peito e, em seguida, o brao ao redor das suas
costas, sussurrando: Lahn

De repente, ele inspirou pelo nariz e o fez com tanta fora,

que me calei.

Quando expirou, seus olhos encararam os meus e ele

sussurrou: Cavalgaremos para Maroo em dois dias.

Fechei os olhos e inclinei a cabea para a frente.

Eu sabia disso e no queria falar sobre esse assunto. Nem

agora, nem nunca. Iria enfrentar isso em breve.

Um segundo depois, senti os lbios dele na minha testa, meus

olhos se abriram e viram a linda linha da sua garganta.

Contra a minha pele, ele disse: Ns poderemos ficar em

campanha por meses ou poderemos ficar em campanha por um
ano. E voc vai estar aqui e eu no.

Tudo bem, ele no estava chateado com a discusso sobre

controle de natalidade, estava preocupado. Isso era bom. O que era
ruim era que, para o meu marido, eu precisava falar sobre isso, mas
no queria.

Vou ficar bem falei baixinho.

584
 Sei que voc vai ficar bem. Sua mo pressionou
novamente a minha barriga e senti sua boca se afastar da minha
testa, ento inclinei a cabea para trs para olhar nos olhos dele.
Mas, a cada dia, ele ou ela vai crescer dentro de voc e no vou
ver. Voc vai ficar pesada e no estarei aqui para ver a sua beleza
florescer e ficar ainda mais bela. E ele ou ela podem chegar e no
vou estar aqui para cortar sua ligao e ser o primeiro que eles vo
ver e, assim, conhecerem o seu pai.

Eles sabem quem voc , querido, mesmo se no estiver

aqui. Eles vo saber.

Ele olhou para mim com uma leve afronta, as sobrancelhas

unidas. Tenho que estar presente no seu nascimento. Tem que
ser eu a pux-lo do seu ventre. A primeira pessoa que uma criana
deve ver, Circe, o pai dela. O primeiro toque que deve sentir o
toque do seu pai. Sua conexo com a me foi estabelecida h
meses, o pai deve fazer isso para estabelecer a dele.

Uau, isso foi lindo. Mas, mesmo to bonito, estava esperando

por algum como uma parteira que o puxaria do meu ventre.
Mesmo a parteira sendo uma selvagem de uma horda primitiva.
Meu palpite era que meu marido no tinha presenciado, ou at
mesmo ajudado, em muitos nascimentos (tipo, nenhum) e ela,
provavelmente, tinha a experincia que eu poderia precisar.

Voc sabe, apenas para o caso.

Decidi que era prudente no compartilhar isso.

Em vez disso, suspirei. Ento o apertei.

585
 Ento falei: Bem, melhor chutar alguns traseiros Maroo,
baby, e ento voltar para sua casa e para mim Fiz uma pausa,
em seguida, sussurrei. A salvo.

Seus olhos percorreram meu rosto por longos momentos

antes dos lbios se curvarem.

Este o plano murmurou.

Sorri para ele.

Ele retribuiu o sorriso.

Em seguida, o sorriso desapareceu e ele sussurrou: Tenho

que ir.

Balancei a cabea e esperei. Ento ele se aproximou, a mo

no meu queixo, o polegar acariciando a minha bochecha e os olhos
vagando pelo meu rosto com tal intensidade que era como se
estivesse tentando gravar a viso dele no seu crebro.

Isso acontecia todas as manhs, logo antes dele me deixar,

desde o dia posterior ao ataque. Isso, imaginei (mas, no perguntei)
era uma indicao do abalo psicolgico que sofreu enquanto
cavalgava arduamente para chegar at mim, depois de descobrir
uma conspirao para me assassinar que inclua uma traidora em
sua prpria tenda. Ento, chegar em casa e ter sua primeira viso
de mim coberta de sangue. Ficou claro que isso o tinha marcado
profundamente. E, embora fosse uma coisa bonita de se pensar,
que a prpria ideia da minha perda podia feri-lo to severamente,
odiava que essa ferida estivesse l.

586
 S no sabia o que fazer sobre isso.

Ento fiz a nica coisa que sabia fazer. Me pressionei contra

ele e sorri brilhantemente.

Ento sugeri: Que tal isso, eu tomo seu xac na minha lisa
quando voc chegar em casa, hoje noite.

A intensidade no seu olhar mudou, em seguida, desapareceu,

ento retornou de uma maneira diferente, depois seu brao me
envolveu e ele me puxou para mais perto.

Voc acabou de me fazer uma promessa, kah bahsah

grunhiu.

Me arrastei ligeiramente para cima e, contra a sua boca,

sussurrei: No vou voltar atrs, kah bahsan.

Os olhos dele seguraram os meus durante uma batida de

corao antes de inclinar a cabea e me dar um beijo profundo e
molhado, e eu fiquei realmente feliz por ter usado aquele galho para
lavar minha boca.

Quando meus dedos estavam contrados e meus mamilos

duros, percebi que no sentia vontade nenhuma de vomitar em sua
boca, ele soltou meus lbios, se levantou, beijou a minha testa e,
em seguida, manobrou o corpo enorme sobre o meu e saiu da
cama. Ento observei, por cima do ombro, enquanto seu corpo
fabuloso com a bunda maravilhosamente bem constituda
caminhava para o aposento tipo banheiro.

Ento virei de costas e examinei o estado do meu estmago.

587
 Eu estava bem.

Estava prestes a chamar e informar o Lahn sobre isto, quando

uma onda de nusea deslizou por mim.

Ok, ento eu no estava bem. Portanto, no chamei o Lahn.

Mas o ouvi e observei enquanto se movia em torno dos outros

aposentos e do nosso quarto. E, enquanto ouvia e observava,
guardei o que ouvi e vi na memria.

E relembrei as ltimas seis semanas e fiz isto me esforando

para no pensar no que as prximas seis semanas (e mais) trariam.

Tnhamos permanecido no acampamento por duas semanas

depois do ataque. Lahn tinha desaparecido na maior parte desse
tempo enquanto planejava a batalha, o que obviamente demandava
tempo. Mas, todos os dias, me acordava para desejar uma tima
manh, em seguida, saa e no voltava a v-lo at o meu prximo
bom dia.

Como ordenou, uma nova tenda substituiu a antiga e estava

me abrigando em uma semana (na verdade, mais para cinco dias).
Era feita com tecido mais escuro, mais grosso e tinha uma

588
variedade de novos postes de sustentao. Onde a outra tinha
apenas aqueles que sustentavam o telhado, esta tinha quatro em
forma de estrela entre cada suporte, de modo que, mesmo que uma
lmina pudesse atravessar o tecido, no havia espao suficiente
para que pudessem se espremer atravs do rasgo, a menos que
abrissem caminho atravs dos suportes de madeira.

Lahn, obviamente, no queria correr nenhum risco. Isso era

bom. Mas, cada vez que via esses postes, me deixava triste. Sentia
falta da nossa antiga tenda e sentia falta da minha Teetru como ela
costumava ser (no, obviamente, no que ela acabou se tornando).

No me alonguei muito na tristeza.

Nossa tenda tambm era maior, talvez um metro maior, mas

um metro adicionado circunferncia de uma tenda era bastante.
Parecia cavernosa em comparao antiga.

Gostaria de entender essa adio quando nossa mesa, longa

e estreita, no foi devolvida e uma to longa quanto ela, mas trs
vezes mais larga foi colocada no seu lugar com quatro cadeiras em
torno dela, em vez de apenas duas nas extremidades. Alm disso,
outra cadeira com um pequeno pufe foi introduzida na nossa
decorao (sim, uma cadeira mais moderna). A cadeira era de
madeira pesada, mas a parte das costas e o assento eram
almofadados e cobertos com veludo cor de rosa, com um desenho
recortado sobre ele.

Eram despojos de invases.

589
 Nem pensei nisso. Pensei, em vez disso, que meu novo
mobilirio era perfeito para a noite das meninas e o usei para esse
fim. Copiosamente.

Tambm tinha uma nova escrava (mais despojos de

invases). O nome dela era Quixa, era mais velha que a Jacanda e
a Beetus, porm mais jovem que Gaal e Packa, e era Korwahk.

Jacanda, que se tornou naturalmente a lder das meninas

depois da perda de Teetru (uma surpresa, eu teria imaginado Gaal
ou talvez a Packa, mas Jacanda era realmente boa no que fazia, as
meninas a obedeciam e se estabeleceu muito rapidamente), tomou
Quixa sob sua superviso e ficou encantada com a adio.

E me disse que a Quixa ficou encantada tambm. E explicou

o porqu.

Quixa nasceu escrava e seus mestres eram amveis. Mas

quando estavam viajando atravs de Keenhak, seu pequeno grupo
foi atacado por Maroos e seus mestres foram mortos. Ela foi levada
pelos Maroo e todos sabem que eles tratam os escravos Maroo de
uma maneira e tratam todos os escravos de outras naes de outra,
e no so boas maneiras. Est feliz por estar a servio de uma
Dahksahna e muito feliz por estar em casa. Estes ltimos trs anos
ela balanou a cabea no foram bons para Quixa.

Ok, bem, tive que admitir que aquilo me fez sentir melhor
sobre o Lahn a roubar de outra pessoa enquanto estava l fora
saqueando. No era muito melhor, mas j era alguma coisa.

590
 Para mim, as coisas estavam caminhando como sempre,
apesar do Lahn estar ausente a maior parte do tempo e o fato da
minha guarda pessoal ter aumentado de dois para seis guardas.
Lahn acrescentou Bohtan, Feetak e os maridos de Char e Vuntus,
Tark e Yoonan (respectivamente), s suas fileiras. Isto foi explicado
certa manh, quando perguntei sobre as suas escolhas e Lahn teve
tempo para responder.

Voc compartilha um vnculo com as esposas deles. Por

causa disso, esto ligados a voc mais do que pelo simples fato de
ser sua rainha guerreira dourada. Isso intensifica sua lealdade. As
esposas deles no querem que nenhum dano a atinja, porque
amiga delas. E estes guerreiros tm sentimentos profundos por
suas esposas, ento vo se assegurar disto.

Achei que era uma boa maneira de encarar isto.

Foi mais doce ainda quando continuou.

E todos vieram at mim separadamente, sabendo que

buscaria mais proteo para a minha Dahksahna, e se ofereceram
para este servio.

Definitivamente, mais doce.

Nunca ia a lugar algum sem pelo menos dois guardas, mas,

normalmente haviam quatro comigo e, depois do que aconteceu, a
presena deles era definitivamente bem-vinda.

Durante estas duas semanas, vi trs daqueles grupos que a

Diandra me disse serem invasores ou batedores, em outras
palavras, grupos da Horda que saam para saquear. Cavalgaram ao

591
longo do horizonte para aumentar nossas fileiras. Em cada grupo
havia cerca de uma centena de cavalos, todos juntos (guerreiros e
esposas), mais o comboio de carroas. Tambm vi uma patrulha
(mais uma vez, esta informao veio da Diandra), que era uma
tropa da Horda que patrulhava Korwahk para manter os civis a
salvo de saqueadores de outros pases ou para estar atentos a
alguma invaso. Os prprios Korwahk faziam isso, mas no
toleravam que outros o fizessem. Dito isto, aconteceu, em mais de
uma rara ocasio, desses grupos encontrarem ao. A patrulha
tinha o que parecia algumas centenas de cavalos (alm das
carroas).

Lahn me explicou que estes guerreiros que retornavam eram

dos grupos que estavam mais prximos Daxshee e cavalgariam
com a gente. Estvamos esperando a sua chegada e, no dia
seguinte ao que a patrulha se juntou a ns, Lahn anunciou que
desmontaria a Daxshee e encontraria o resto da Suh Tunak em
Korwahn.

Korwahn, por sinal, era a maior cidade dos Korwahk, onde

todos os membros da Horda mantinham residncias permanentes,
mesmo que no passassem muito tempo nelas.

Era uma viagem de quatro dias at Korwahn e, na manh do

dia em que estvamos para chegar, minhas meninas me
informaram da deciso. Eu no iria, Jacanda me informou, entrar
cavalgando em Korwahn pela primeira vez como Suh Rahna
Tunakanahsa Dahksahna Hahla usando qualquer coisa, mas
parecendo uma rainha da cabea aos ps.

592
 Bati o p sobre usar p de ouro no cabelo e sobre a coroa de
penas (em outras palavras, no tinha a inteno de usar nenhum
deles). A Horda Korwahk cavalgava unida e eu no ia brilhar como
um farol enquanto todo o povo tinha quatro dias de poeira sobre ele.

Porm, usaria um sarongue dourado feito de seda pura, o

cinto feito de discos de ouro, um pedao de seda dourada amarrado
em volta dos meus seios, brincos pendentes bem longos feitos de
correntes finas de ouro com uma bola dourada na ponta, e uma
gargantilha combinando com um grupo das mesmas correntes com
bolas intermitentes adornando-as. Tinha blush cor de pssego nas
minhas bochechas, gloss cor de pssego nos lbios, sombra nos
olhos no mesmo tom perolado e permiti que elas passassem o p
de ouro em torno das minhas tmporas e nos olhos (porque toda
garota sabe, um pouco de brilho sempre cai bem, mesmo se fosse
para cavalgar por uma trilha empoeirada). Tambm permiti que
prendessem o cabelo ondulado e tranado, que caa sobre as
costas com uma pesada presilha de ouro.

Isso era tudo, mas achei que era mais do que suficiente.

Devia ter escutado a Jacanda.

Quando Korwahn estava vista, o cavalo do Bain veio at o

meu, me arrancou da Zephyr, galopou at o Lahn, Lahn me pegou
do Bain, me acomodou na frente dele e Bain e Zephyr se afastaram.

Aparentemente, cavalgaria para Korwahn na liderana, com o

meu Dax.

593
 Lahn confirmou isso com um aperto do brao e um murmrio
no meu ouvido.

No fiz nenhum comentrio; estava muito ocupada olhando

para os dois enormes e austeros pilares de pedra cor de creme
saltando para o cu azul na minha frente. Estavam em um ngulo
de quarenta e cinco graus, um de frente para o outro, um deles um
pouco mais alto que o outro, o menor se sobressaindo ainda mais.
E havia o que parecia ser uma enorme e confusa edificao feita de
barro claro e vigas escuras que rodeavam as suas faces, e se
alastrava por toda a paisagem.

Era fenomenal.

E isso, de longe.

Era ainda melhor de perto.

A Horda do Dax tinha sido vista e, portanto, as pessoas

tiveram tempo para se preparar. Fomos recebidos ruidosamente por
homens, mulheres e crianas que correram para fora da cidade
para faz-lo. Portanto, quando chegamos no que o Lahn sussurrou
no meu ouvido ser chamada de Avenida dos Deuses, os pdios das
enormes esttuas que se alinhavam estavam lotados de pessoas,
todas jogando ptalas sobre o Lahn e eu, gritando nossos ttulos e
nos aplaudindo.

Mesmo que as ptalas coloridas no voassem deriva no ar,

a Avenida dos Deuses que levava Korwahn j seria de tirar o
flego.

594
 Comeando na extremidade de uma linha de esttuas que se
curvava sobre um estreito, haviam dois pilares de pedra cor de
creme, pelo menos da altura de um homem, e em cada um havia
uma esttua de uma mulher (da altura de pelo menos trs homens,
e estamos falando de homens Korwahk), idnticas, esculpidas em
uma pedra que parecia ser de mrmore cor de marfim. A mulher
estava grvida, a grande e protuberante barriga sobre o sarongue,
os seios grandes cobertos por um tomara-que-caia. Um dos braos
estava curvado sob o ventre, o outro levantado, a mo sobre os
olhos, como se estivesse bloqueando o sol ou olhando para longe,
procurando alguma coisa (e era o ltimo caso, Lahn me disse, os
olhos da Me Verdadeira estavam cuidando do retorno do seu
guerreiro. Seu cabelo era longo e caa em cachos e ondas no
mrmore esculpido, e era decorado com presilhas de ouro, que
pareciam ser feitas de ouro de verdade e reluziam ao sol brilhante
(e Lahn confirmou que eram, de fato, feitas de ouro). Havia ouro no
seu pescoo, nas orelhas, nos pulsos e nos bceps, tambm.

A esttua seguinte era uma cobra enrolada, parte do corpo

longo e fino levantado, como se estivesse pronta para atacar. Sua
boca estava aberta, as presas e a lngua saliente, fina e bifurcada,
feitas de ouro. As marcas em forma de diamante nas costas e no
comprimento do corpo enrolado como uma mola tambm eram de
ouro.

A prxima era um chacal em posio de alerta, as manchas

em suas costas e a ponta da cauda espessa, ambas em ouro.

Ento, havia um grande e imponente leo deitado, toda a sua

juba feita de ouro.

595
 Em seguida um cavalo, de p sobre as patas traseiras, ambas
as patas dianteiras golpeando o ar. Cada casco, a crina e a cauda,
todos de ouro.

E finalmente o tigre esculpido, espreita, suas listras feitas de

ouro.

Eram alm da conta de incrveis. Cada. Uma. Delas.

E disse isso ao Lahn (depois de haver tirado uma ptala que

aterrissou na minha boca).

No podia ficar melhor do que isto, mas, ainda assim, era

tremendamente legal, enquanto Lahn e eu cavalgvamos um
tranquilo Lahkan e entrvamos na cidade.

E que cidade.

Era uma multido agitada; estavam em todos os lugares

(assim como os gritos e as ptalas atiradas). E no estava errada
sobre isso, nem de longe. Para onde quer que voc olhasse, havia
janelas cobertas com barras de ferro forjado e havia toneladas de
portas. Havia uma estrada larga atravessando a cidade, algumas
menos largas saindo dela, mas, havia um monte de caminhos
estreitos e sinuosos ou ngremes e escadarias de pedra que
atravessavam os edifcios. A maioria, porm, era um monte de
edificaes, claramente construdas sem um planejamento da
cidade em mente. Levantando-se um, dois, trs, at seis andares
para cima, vigas de madeira escura visveis que se projetavam para
o cu ou para fora dos lados do telhado. Tudo isso feito do que
parecia ser tijolo cor de creme.

596
 Tudo, na verdade, era bege. A sujeira e as pedras das
estradas - no pavimentadas, apenas ao natural as passarelas, os
degraus ngremes e os prdios, tudo isso.

Mas havia cor. A linha de varais que ia de um prdio ao outro

em cima das ruas ou caminhos estreitos nas quais tops e
sarongues de cores vibrantes estavam pendurados. Havia
jardineiras e panelas coloridas em pequenas varandas e nas
laterais das portas preenchidas com flores vivas e folhagens verdes
(devo dizer, no havia muitas delas, os Korwahk claramente no
tinham folhagens verdes em abundncia - mas era o suficiente para
quebrar o bege, adicionar um toque de cor e dar aos seus olhos
uma bela surpresa). As grandes praas que se abriam para a
estrada principal estavam cheias de barracas de mercado, que
tinham tendas coloridas sobre as mesas ou toldos listrados sobre as
barracas. E, embora a maioria das portas fossem de madeira crua,
algumas eram pintadas de verde, algumas de vermelho, algumas
de azul, algumas brancas, algumas pretas com listras azuis,
brancas e vermelhas, e algumas pretas (estas eram as casas dos
guerreiros, Lahn sussurrou no meu ouvido enquanto cavalgvamos,
as portas pintadas para combinar com a pintura que usavam em
seus corpos).

E ao p de cada porta havia uma pequena pilha de flores,

boas-vindas ao lar (novamente, Lahn sussurrou) dos cidados
agradecidos de Korwahn.

E enquanto cavalgvamos com as ptalas deriva, a Horda

que seguia se separou quando chegaram em casa ou precisaram
virar uma rua para que pudessem chegar em casa, portanto haviam

597
muito poucos no topo do plat onde o Lahn parou Lahkan, diante de
uma porta dupla em arco que era pintada de preto com uma listra
de ouro brilhante pintada em ambas. Era a nica com essas marcas
que vi em Korwahn.

Casa.

Diante do meu ouro e do preto do Lahn na nossa porta, meu

corao aqueceu e minha barriga vibrou. Estava nervosa e
animada. Mal podia esperar para passar por essas portas e, por
algum motivo estranho, estava morrendo de medo ao mesmo
tempo.

No tive a chance de resolver o quebra-cabea que eram

estas emoes. Lahn desmontou, me puxou para baixo e, em
seguida, me levou para dentro.

Era fresco l dentro; esta foi a primeira coisa que notei. A

segunda coisa que notei foi que havia um ptio no centro, a cu
aberto, e nele, com uma bela base feita com um mosaico de
azulejos, havia uma pequena e borbulhante fonte. Ao redor de toda
a fonte e do ptio havia vasos coloridos preenchidos com plantas
verdes ornamentais ou trepadeiras. Havia dois andares e cada
porta se abria para uma varanda que dava ou tinha vista para o
ptio.

A segunda coisa que notei foi que havia uma mulher baixinha,
gordinha, mais velha e ligeiramente curvada se aproximando de
ns. Tinha abundncia de fios prateados no cabelo escuro, muitas
rugas no rosto e uma maneira agitada, mas parcimoniosa.

598
 Soube que essa tinha que ser Twinka, a escrava da casa
sobre a qual Lahn me falou, que cuidava da residncia enquanto ele
estava fora.

E ela no gostava de mim, soube disso imediatamente, e no

tinha certeza se era muito carinhosa com Lahn, pois me deu um
aceno de cabea, ao Lahn uma ligeira reverncia, em seguida,
passou direito por ns sem dizer uma palavra, parando na frente
das portas, colocando as mos nos quadris e fazendo uma cara feia
na direo dos vages que estavam vindo at a parte traseira.

Ela estava com a minha me e o meu pai, esta era a sua

casa tambm. Tem chamado essa de casa sua h mais tempo que
eu e passou mais tempo aqui do que eu. Pensa nela como a sua
prpria casa. Lahn me lembrou de algo que tinha me dito na
noite anterior enquanto estvamos deitados sob as estrelas em
nossa pele.

Humm murmurei, olhando para trs, direto para Twinka.

Se ela fizer qualquer coisa que voc no gostar, vou

chicote-la eu mesmo Lahn murmurou em resposta, em Korwahk,
meus olhos indo dele para Twinka, cujo estado de idosa,
obviamente, no afetou seus ouvidos, pois pigarreou alto.

Ignorei o pigarrear e sussurrei para Lahn, em ingls: Voc

no vai fazer isso.

Meena Lahn disse para mim, ento seus olhos se

voltaram para Twinka e terminou com firmeza kay jahkan22.

22
Sim, eu vou.

599
 Pressionei os lbios.

Os olhos do Lahn se voltaram para mim e encararam os meus

lbios.

Eu os relaxei.

O olhar brilhante do Lahn se aqueceu e ele sorriu.

Revirei os olhos.

Em seguida, Lahn se virou para Twinka. Uvoo kah

Dahksahna el cuun, boh. Lee aka lapan ansha bel fahkah yo na
geenheeso23.

Meena, kah Dax ela murmurou, se virando na nossa

direo kay pahnsay yo nahna tahnhan24.

No pude evitar diante do seu murmrio, sussurrando as

palavras insubordinadas, e apertei os lbios enquanto meus olhos
se arregalavam.

Lahn continuou sorrindo para mim.

Se voc a chicotear, falei em ingls no vou falar com

voc por uma semana.

O sorriso do Lahn desapareceu, antes de responder em

ingls: Se ela fizer algo para merecer a ponta do meu chicote,
voc no pode fazer nada.

23
Mostre os arredores para a minha rainha, agora. Os outros vo estar aqui logo para voc dar as
ordens.
24
Sim, meu rei, eu vivo para o seu comando.

600
 Tudo bem. Esqueci.

Certo, sussurrei esqueci.

Lahn olhou para mim por um segundo, ento olhou para o

teto, provavelmente pedindo por salvao. Twinka fez um barulho
impaciente.

Comecei o meu tour.

Mesmo que houvesse bastante para ver, no havia muito, de

qualquer forma. Muitos aposentos, mas pouca moblia. No que
pudesse observar muito, Twinka estava praticamente correndo,
apontando para as coisas, murmurando palavras que mal captei,
claramente pensando que tinha coisas melhores a fazer do que dar
nova rainha um tour, e queria acabar logo com isso para que
pudesse dar ordens para as meninas quando chegassem.

Percebi que realmente no usavam muito mobilirio em

Korwahn. Na sua maioria, um monte de almofadas e tapetes
grossos sobre o piso frio. Mesmo o cmodo mesclado de quarto
com sala de jantar tinha uma mesa longa e bem baixa com doze
almofadas grandes colocadas no cho em torno dela. No havia
nenhum cmodo com uma mesa que pudesse chamar de
escritrio. Havia seis quartos e cada um tinha um tipo de casa de
banho, com um penico atrs de um biombo e uma bacia com um
jarro de gua, e o principal (estava supondo que era o principal)
tinha outra sala com um armrio grande de madeira entalhada e
uma espreguiadeira de verdade. Cada quarto tinha duas camas do
tipo majestosas, o que seria dizer que a plataforma tinha meio
metro acima do cho, o colcho era duas vezes mais grosso que o

601
da nossa tenda, havia o dobro de almofadas na parte de cima e
estava coberto por lenis de seda (sem peles) e colchas de seda
com bordados intrincados. Mas no havia cabeceira ou p.

O melhor de tudo na casa era o quarto de banho fora da sute

mster, que era realmente parecido com uma casa de banho, com
suaves mosaicos de azulejos azuis e verdes e almofadas azuis e
verdes nas bordas. A banheira era grande o suficiente para nadar e
tinha uma grande janela que se abria para uma varanda que dava
para Korwahn e para a vista alm dela. Diante da minha ingesto
de ar, encantada, Twinka deslizou, a contragosto, uma pesada
porta de madeira e um jorro de vapor de gua fluiu para a banheira.
Vi que o fundo da banheira tinha uma ligeira inclinao e havia
quatro peas estreitas de alguma substncia grudenta que obstrua
os drenos na extremidade oposta gua.

Ns temos afirmou com arrogncia em Korwahk um

suplemento direto de gua das fontes quentes. Ns somos,
continuou ela com altivez uma das nicas sete casas em toda
Korwahn que tem essa bno.

Balancei a cabea pensando que bno era a palavra para

aquilo. A gua que jorrava para dentro (antes dela deslizar a porta
para baixo de novo) era cristalina, lmpida e fumegante, e mal podia
esperar para tomar banho.

Twinka se apressou a sair, eu a segui e continuamos nosso

passeio. Notei que havia nas paredes interessantes pinturas em
folhas de cobre ou prata com desenhos martelados no metal e at
mesmo espelhos pesados, esculpidos e emoldurados (e, me vendo
pela primeira vez em meses, tinha que dizer, o sol Korwahk, a face

602
pintada pela Jacanda, o amor e gravidez combinavam comigo at
eu mesma tive que admitir que parecia incrivelmente maravilhosa).

Tudo estava reluzentemente limpo e claramente bem cuidado

pela Twinka, que parecia que podia desmaiar a qualquer minuto,
mas se movia como se tivesse vinte e trs anos.

Tudo era muito bonito, exceto pelo telhado quadrado (com a

abertura no ptio) que era absoluta e malditamente incrvel. Tinha
um monte de vasos coloridos, de enormes at muito pequenos,
cheios de plantas verdes pendentes e flores vibrantes. Tambm
tinha uma rea com o que pareciam ser espreguiadeiras para
descansar e pegar sol, com almofadas grossas sobre elas. Outra
rea com uma mesa redonda de ferro ornamentada com arabescos
e quatro cadeiras combinando. E na ltima rea havia uma
abundncia de tapetes grossos e enormes almofadas de seda de
cores vivas.

Osis total. O melhor lugar da casa, sem dvida.

Alm da cobertura havia uma descida e Twinka me apressou

atravs de uma cozinha na parte de trs, que tinha o que parecia
um forno com lenha queimando, assim como um fogo rudimentar e
uma mesa comprida e desgastada. Do lado de fora da porta
traseira, do outro lado de um ptio pequeno e arrumado (com mais
vasos de plantas) estavam os aposentos dos escravos, quatro
quartos pequenos, dois na parte superior, dois na parte inferior,
cada quarto com dois colches de palha idnticos no cho, dois
armrios de madeira com gavetas ao lado de cada colcho, com um
msero castial em cada cmoda.

603
 Humm. Eu ia ter que fazer alguma coisa sobre isso.

Packa, eu tinha sabido atravs da Jacanda, servia o Lahn hr

mais tempo e havia cuidado da sua comida e das suas
necessidades na tenda, antes da minha chegada. Ele havia
comprado o resto deles em um leilo, dois dias antes da Caada
(onde muitos futuros maridos cuidavam das necessidades das suas
futuras esposas).

Com Oahsee (que perguntou ao Bain, que respondeu)

descobri que Lahn havia comprado escravos antes para a outra
Caada que participou, mas, no participou como Dax, em seguida,
os vendeu imediatamente aps, quando ningum preencheu suas
expectativas.

Portanto, Packa era a nica que havia estado l.

E, no momento em que chegamos de volta na rea do ptio,

Lahn j tinha ido embora, mas minhas meninas estavam l com os
aspirantes a guerreiros tirando nossas coisas da carroa do lado de
fora e as meninas estavam olhando em volta com admirao.

No minuto que Twinka as viu, abriu a boca para falar.

E no minuto em que ela o fez, falei em primeiro lugar.

Veja, percebi que este era o seu lugar, entendia isso, mas,
estas eram as minhas meninas.

E ningum mandava nelas.

Em Korwahk, rapidamente apresentei minhas meninas para

Twinka, Twinka para as minhas meninas e depois anunciei:

604
Essas coisas podem ficar aqui, por enquanto. Twinka, por favor, d
s minhas meninas um tour pela casa, em seguida, elas vo
precisar de algum tempo para se banhar, vestir roupas limpas,
descansar um pouco depois dessa cavalgada e comer um pouco.
Depois disso, estas coisas podem ser desembaladas.

Twinka olhou para mim com a boca to apertada que triplicou

as rugas que a rodeavam.

Ento ela murmurou: Gay na tahnay25 olhou para as

minhas meninas, em seguida, saiu correndo.

Todas me olharam enquanto corriam atrs dela.

Inspirei profundamente e deixei para l.

Ento fui em busca do Lahn e o encontrei saindo da casa de

banho e entrando na sute master.

Ei falei com um grande sorriso. Gosto da sua casa. A

cobertura tremendamente incrvel.

Dohno murmurou passava por mim e ia at a porta.

Imediatamente desanimei e nem mesmo sabia que estava

animada.

Ento me virei, um pouco desanimada, para segui-lo com os

olhos. Imaginei que tinha a Horda e as coisas da guerra na cabea
e estava no modo rei, ento estava saindo para fazer as coisas de
rei.

25
s suas ordens.

605
 Mas, tudo bem, tudo certo, ele s morava aqui por dois meses
no ano, de modo que, provavelmente, no era um lugar importante
para ele e com certeza, no podia saber que no meu mundo, um
marido levar a esposa para casa pela primeira vez era uma coisa
importante.

Mas, ainda assim

Na porta, em vez de sair por ela, ele a segurou e fechou.

Ento se virou para mim.

Ento vi o olhar em seu rosto.

Ento dei outro grande sorriso enquanto ele caminhava na

minha direo. Ento deixei escapar uma risada alta quando ele me
alcanou e me pegou nos braos fortes.

Testamos a cama primeiro.

Era enorme, macia e era robusta.

Testamos a piscina da casa de banho ao lado.

Era divina.

606
 Vamos apenas dizer que Twinka no gostava da Ghost.

Assim, de jeito nenhum.

E vamos tambm dizer que no gostava da familiaridade,

considerao, carinho e descontrao com a qual eu tratava as
minhas meninas e se recusava a me deixar fazer o mesmo com ela.

Mas no me importei.

Eu era uma rainha, caralho.

Aguentei uma Caada. Tinha assistido a um

suicdio/execuo. Assisti um desafio ao Dax. Tinha sobrevivido a
um ataque sangrento na minha tenda. Tinha auxiliado em um
procedimento mdico pequeno somente com os mais primitivos
instrumentos nossa disposio. Tinha visto uma das minhas
meninas ser decapitada. Tinha feito tardiamente uma combinao
infernal entre uma menina Fleuridian, pequena, doce, bonita e
tmida e um sombrio, taciturno e orgulhoso guerreiro da Horda.

Podia criar troves, relmpagos, chuva, flores e arco-ris.

E tinha feito um selvagem brutal se apaixonar por mim em um

ms.

Inferno, pelas minhas contas, isso era praticamente primeira

vista.

Ento ela no se meteria comigo.

Portanto a ignorei e assim o fizeram as minhas meninas.

607
 Funcionou maravilhosamente bem.

Uma vez instalada em Korwahn, a vida continuou

normalmente. Passei um tempo com as minhas posses (na minha
sala de jantar, nas suas salas de jantar, no meu ptio, nos seus
ptios, voc pegou a ideia. Andei pela cidade com meus protetores.
Conheci meu povo. Fiz compras no mercado.

Lahn veio jantar em casa duas vezes, e antes de eu ir dormir,

trs vezes. Fora isso, meu homem estava ocupado.

Era uma merda.

Mas eu era a rainha, ento aguentei.

608
 Quando o enjoo matinal apareceu, abri mo do vinho
Korwahk. Lahn questionou isso quando o impedi de me servir um
clice no jantar e expliquei que no meu mundo as mulheres
grvidas no bebem bebidas alcolicas, pois tinham notado que
isso afetava o crescimento da criana no tero.

Suas sobrancelhas se uniram diante disso, mas no me

questionou mais e no me serviu vinho.

A propsito, a chegada do enjoo matinal adicionada

confirmao que eu estava carregando sua criana, foi levada na
esportiva por Lahn. Estava surpreso, mas feliz. J sabia, em seu
pahnsahna, que eu estava carregando seu filho.

Ainda assim, o fiz comemorar.

E da maneira que escolhi para comemorar, Lahn no pareceu

se importar.

Estvamos em Korwahn porque a Suh Tunak estava se

reunindo ali antes de cavalgarem para Maroo.

Tambm estvamos em Korwahn porque Lahn tinha enviado

outra mensagem aos seus irmos, e essa era que estava

609
construindo um esquadro de elite para ser deixado para trs em
Korwahn para proteger sua rainha dourada (um esquadro de elite,
o quo legal era isso?). Qualquer guerreiro que desejasse se
colocar frente desta equipe teria de competir por isso e tiveram
que marcar at uma data.

Eu no tinha permisso para ir na competio, apenas os

guerreiros. Isto era, Seerim disse a Diandra, porque podia revirar o
meu estmago e Lahn sabia em primeiro lugar que eu j havia tido
o suficiente do meu estmago sendo revirado e, em segundo lugar,
meu estmago estava sendo revirado todas as manhs.

Ento, estava feliz por no ter permisso para ir. Embora no

gostasse muito da palavra permitido no compartilhei isso com o
Lahn.

Lahn me disse que minha guarda alcanaria o nmero de

quinhentos homens.

E tambm me disse que quinze mil competiram por essas

posies.

Sim. Quinze mil.

Fiquei espantada e tocada com isso.

Ento, novamente, quem no ficaria?

610
 Precisei participar da Cerimnia da Pintura onde as rainhas
dos guerreiros pintavam uns aos outros com as suas novas faixas
(as Xacto, tenho certeza, no estavam l por minha causa e pelas
outras esposas que compareceram).

Me sentei no meu trono de chifres na clareira enorme no topo

do planalto que era destinada para celebraes oficiais e vi quando
os guerreiros foram pintados com trs tiras finas e pretas que
partiam de um ponto do ombro, iam at o outro ombro e terminavam
em um ponto no peito. Mais trs foram pintadas a partir desse ponto
e na frente do seu brao. E uma tira grossa e dourada foi pintada no
meio das tiras que envolviam o seu ombro.

Eles no usavam esta pintura s para cerimnias. Eles a

usavam todos os dias.

Lahn me disse que faziam isso com orgulho.

Fiquei espantada e tocada com isso tambm.

Tanto, que comecei a chorar.

Lahn me segurou at que coloquei tudo para fora.

Quando terminei, expliquei que eram os hormnios. Ento

expliquei o que eram os hormnios.

Ele olhou para mim como se eu fosse louca.

Ento, sabiamente, deixou para l.

Zahnin era o seu comandante. Bain, Feetak, Bohtan, Tark e

Yoonan, seus tenentes.

611
 Narinda me disse que Feetak, um jovem guerreiro que s
cometeu seu primeiro assassinato h nove anos (o que significava
que fez isso aos 16 anos de idade, um eca!), estava muito
satisfeito com este enorme salto na sua posio.

Isso significava mais sarongues para ela, pois Lahn estava

pagando todos eles com sua prpria moeda e era mais do que eles
ganhavam invadindo ou guerreando (srio, meu homem era
exagerado quero dizer, quinhentos guerreiros?).

Ele tambm a fazia feliz.

Ento, eu estava feliz tambm.

Sim. Eu estava feliz. Korwahn era boa. A vida era boa. A

nica coisa que no era boa era o enjoo matinal, mas s durava at
por volta das dez.

Todo o resto era bom.

E seria por mais um dia.

Ento meu marido ia para a guerra.

612
 Kah Lahnahsahna, kah lipa. Lahn murmurou, pisquei e
olhei para ele.

Estava na hora de arrumar o seu cabelo.

Se sentou na cama, ao meu lado, e apoiou a mo sobre ela

no meu outro lado.

Voc est bem o suficiente para arrum-lo? Perguntou

com os olhos no meu (provavelmente plido) rosto.

Estava, mas, provavelmente, no estaria uma vez que me

sentasse.

Mas, de maneira nenhuma ia desistir de colocar os meus

dedos no belo cabelo. No agora. No, quando depois de amanh
trariam Lahkan nossa porta, Lahn subiria nas costas do Lahkan e
meu rei cavalgaria para a guerra, para vingar um mal feito a mim.

Sim sussurrei inspirando, me levantei e caminhei at o

pequeno ba que continha suas faixas douradas. Como voc
quer?

613
 Todo preso afirmou, balancei a cabea, peguei o que
precisava e voltei para a cama.

Ele se moveu para se sentar de pernas cruzadas no cho ao

lado da cama. Me sentei na cama com as pernas cruzadas atrs
dele, juntei o seu cabelo e memorizei essa sensao enquanto o
arrumava.

Quando coloquei a ltima faixa, envolvi os ombros dele com

os braos e apoiei o queixo em um deles.

Voc sabe que eu te amo sussurrei no seu ouvido.

Sei sussurrou em resposta, se virou, afastei meus

braos e ele ficou de joelhos diante de mim, as mos emoldurando
o meu rosto.

Olhei nos olhos escuros.

Sabe o quanto? Continuei a sussurrar.

Quanto, baby? Lahn continuou a sussurrar tambm.

Encostei a testa na dele e lhe disse a verdade. Mais do que

o meu mundo.

Vi seus olhos sorrirem. Ento senti seus dedos pressionarem

o meu couro cabeludo. Ento senti o toque dos seus lbios.

Em seguida, se levantou e foi embora.

614
 Captulo Vinte e Sete
Assuntos de Estado

Estava recostada sobre as esteiras e as almofadas com a

Sabine e a Narinda assistindo o sol se pr sobre Korwahn. Ghost
estava deitada nas esteiras aos meus ps, as pernas dianteiras
esticadas na frente dela, a cabea levantada, piscando e farejando
o ar.

Do meu ponto de vista, podia ver os raios de sol

enfraquecendo para um impressionante rosa profundo, ouro e
vermelho atravs do cu, os ltimos raios acertando o ouro das
esttuas na Avenida dos Deuses.

Meus olhos se moveram da vista de tirar o flego para

deslizar atravs do ptio onde vi minhas meninas se reunindo em
torno da mesa, no canto oposto. Vi o sol refletindo nas pulseiras em
seus pulsos e nos seus brincos.

Gaal estava ajoelhada em uma pea de tecido perto dos

quadris da Quixa. Faixas vibrantes de diferentes tamanhos de
tecido colorido estavam espalhadas em todos os lugares ao redor
da mesa, pedaos de tecido que comprei para as minhas meninas
no mercado naquele dia.

Tinha decidido, algumas semanas atrs, que as meninas de

uma rainha no passeavam em montonos e esfarrapados

615
sarongues e faixas na cabea, mas, usariam joias, maquiagem,
roupas coloridas, brilhantes e na moda. Para seu deleite, cada uma
delas tinha recebido quatro pedaos de tecido desde o primeiro que
comprei tantas semanas atrs, e uma nova pea hoje, bem como
suas joias e potes de maquiagem para seu uso prprio. Elas
tambm tinham mais de um castial para suas camas e cada uma
tinha espelhos em seus quartos, assim como pequenas peas de
arte e colchas coloridas em suas camas para quebrar a monotonia
do bege em seus aposentos.

Um movimento chamou minha ateno, olhei para a escada

de ferro forjado, preta e em espiral, que levava para o telhado e vi
que Twinka estava chegando.

Twinka desaprovava que eu vestisse minhas meninas e

deixou isso bem claro, no verbalmente, mas como estava fazendo
agora, com um olhar lacnico na direo delas.

Eu o ignorei e assim o fizeram minhas meninas, mas vi

quando caminhou at mim.

Parou a um metro dos nossos tapetes.

Ser que minha rainha realmente precisa de um escravo

para fazer alguma coisa? Perguntou.

Ns j tnhamos jantado e olhei para o prato com gotas de

alfarroba, frutas cristalizadas, amndoas aucaradas, o jarro com
vinho, o jarro com suco de manga e Sabine, Narinda e os clices de
prata que estavam esparramados nas esteiras, os quais minhas
meninas haviam trazido at ns, antes de se ocuparem com seus
tecidos.

616
 Ento olhei para Twinka e respondi: Me.

Seus lbios ficaram ainda mais apertados e inclinou a cabea.

Ento se virou e se afastou alguns metros.

Foi quando a chamei. Twinka?

Ela suspirou de forma visvel, audvel e com fora e se virou

em seguida, levantando as sobrancelhas.

Comprei trs rolos de tecido para voc hoje. Gaal vai fazer
vestidos para voc disse a ela pois no usava sarongues em
torno dos quadris e faixas ou tops para cobrir os seios, mas um
tecido longo que a envolvia e cruzava sob o pescoo e amarrava na
parte de trs.

Ela tinha um. Sempre estava limpo, mas tambm desgastado.

Sua bondade extraordinria, minha rainha claramente

mentiu sobre sua opinio mas minha roupa est bem.

Eu discordo rebati.

A antiga Dahksahna me deu este tecido informou.

Bem, a nova Dahksahna est lhe dando mais respondi,

ela abriu a boca para responder, mas falei antes dela. Tudo bem,
se voc quiser usar isso em casa, a sua escolha. Saindo desta
casa, voc representa o seu Dax e a sua Dahksahna e usa seus
novos sarongues.

Ela olhou para mim. Em seguida, inclinou a cabea. Ento se

virou e se moveu rapidamente para fora.

617
 Minhas meninas a observaram e esperaram antes de emitir os
seus risinhos baixos, isso s depois que ela estava bem fora da
vista.

Sorri enquanto me inclinava sobre os tapetes, pegava meu

clice de suco e tomava um gole.

Voc muito dura com ela Narinda murmurou, baixei o

meu clice e olhei para ela com surpresa.

Perdo? Perguntei e seus olhos foram do topo das

escadas para mim.

Ela velha e teimosa, acostumada ao seu jeito. Tem

cuidado da casa por meses e vive sozinha, claramente gostando
desse jeito. Narinda respondeu. Ela uma escrava e esta
legalmente a sua casa com seu marido, mas voc deve entender a
forma como ela se sente.

No dei nenhuma resposta pois isso era verdade.

Narinda continuou. E meu pai me ensinou que a melhor

maneira de lidar com algum que obstinado deix-lo ser teimoso
e viver com suas decises. Se ela deseja usar sarongues gastos,
ento nega a si mesma bondade e beleza. Essa a escolha dela,
Circe, e errada, mas no vai ferir voc lhe permitir viver com isso.

Ainda no dei nenhuma resposta pois isso era verdade

tambm.

Voc no pode forar bondade, minha querida Narinda

disse suavemente.

E isso era verdade tambm.

618
 Tudo bem, doce Narinda respondi. Vou pedir Gaal
para faz-los e vou dizer a Twinka que a escolha dela, se deseja
ou no us-los.

Narinda sorriu para mim. Retribu o sorriso pensando que era

bom ter amigas sbias.

Ento, disse baixinho: Seu pai era muito sbio.

Ela concordou com um aceno da cabea e tomou um gole do

seu prprio clice antes que seus olhos se afastassem e disse
baixinho em resposta: De fato, ele era.

Estava sorrindo seu pequeno sorriso estranho, ento a deixei

com seus pensamentos e olhei para a vista. O rosa estava
desaparecendo, o ouro tinha ido embora e listras de vermelho
intenso e azul escuro cortavam o cu enquanto as estrelas
comeavam a sair. Ouvi uma das minhas meninas se movendo e,
com o ptio se iluminando, soube que estava acendendo as tochas
que estavam presas em suportes em torno da borda.

Senti um golpe na minha perna, olhei para baixo e vi que a

Narinda tinha me dado uma cutucada leve com a ponta do p. Olhei
para ela e vi que no estava com seu pequeno e estranho sorriso,
mas com um sbio e divertido. Seus olhos estavam na Sabine, que
notei tardiamente que tinha ficado completamente silenciosa, pelo
menos nos ltimos dez minutos.

Olhei para a minha amiga que estava recostada na parte de

cima das esteiras da Narinda e ergui a cabea para ver que estava
olhando para a vista tambm, o rosto suave, os lbios inclinados
para cima, seu olhar, porm, era caloroso.

619
 Algum estava tendo bons pensamentos.

Pressionei os lbios e fixei meu olhar na Narinda.

Ela abriu um sorriso, inclinou a cabea para trs e falou em

Korwahk: Sabine? Minha linda, voc est com a gente?

Sabine ergueu a cabea e olhou para ns. Desculpe,

desculpe, eu estava a quilmetros de distncia respondeu em
Korwahk.

No, voc no estava, estava na cama com seu bruto

selvagem provoquei, vi seu rosto corar, em seguida, seus olhos
clarearem, ento trouxe suas almofadas mais para perto de ns e
perguntou: Posso ser sincera?

Isto era familiar, e, portanto, era provvel que fosse bom,

ento Narinda e eu nos aproximamos, e tanto Sabine quanto
Narinda responderam: O que voc pode fazer, minha linda, no
perguntar se pode ser sincera cada vez que quiser ser sincera.
Acho que pode aceitar como certo e pode ser direta.

Sufoquei uma risadinha pois isso era verdade. Sabine sempre

perguntava se podia ser franca antes de falar sobre algo que
aconteceu com o Zahnin. E depois de quebrar o gelo sobre isso no
dia em que fui atacada, falou muito sobre isso. Ns nunca
hesitvamos, ento tinha que saber que podia ser franca.

Sabine acenou ento se aproximou mais de ns e sussurrou:

Voc... fez humm, voc sabe voc sabia que pode... fazer
aquilo em cima?

Em cima? Perguntou Narinda com falsa inocncia e eu

cutuquei sua canela com o p enquanto reprimia uma risada.

620
 Os olhos da Sabine danaram e seu corpo deu um leve salto
animado. Oh, sim, Narinda, em cima. Veja, voc sabe quando
antes, bem, eu lhe disse como, aps o Zahnin se machucar, eu
estava hesitante em... voc sabe as coisas avanarem para
antes, humm... quando ns... huum... quando ele... bem, parecia
que com todos os grunhidos e gemidos custou um grande esforo.
Eu no queria que ele agravasse a sua ferida.

Sim, querida, ns sabemos, voc nos disse. Murmurei

sem ser capaz de esconder a diverso na minha voz.

Sabine assentiu com a cabea novamente e continuou.

Ento, como disse a voc, eu no humm deixei as coisas
avanarem. Mas ele, huum continuou a usar as mos do jeito que
eu gosto.

Sabemos disso tambm Narinda murmurou e sabamos,

ela nos disse, s vezes com alguns detalhes e no eram apenas as
mos, mas a boca que ele usava da forma que Sabine gostava.

Sabine continuou falando. Mas, eu estava bem, alguma

coisa estava, eu no sei. Gostei, voc sabe, um pouco. Humm
muito, de verdade. Mas alguma coisa estava faltando.

Sabia o que estava faltando. A espada do Zahnin, bruta e

selvagem, estava faltando.

Narinda e eu ficamos caladas.

Sabine continuou falando. Eu no sabia o que era, mas, foi

bom quero dizer, bonito, mas eu queria mais.

Sim? Narinda incentivou.

621
 Mas no sabia o que era Sabine repetiu.

Cheguei mais perto para dizer o que ela queria, mas ela
continuou antes que que eu conseguisse.

Ento, perguntei ao Zahnin.

Pisquei.

Uma coisa podia ser dita, as coisas estavam progredindo...

lentamente... entre Zahnin e Sabine. Quando ele disse que podia
ser um professor paciente, no mentiu. Tinha sido muito solcito
com ela e isso inclua fazer coisas com a boca e as mos que ela
gostava muito, mas que ele devia achar muito frustrante, j que ela
no retribua o favor.

Havia uma justia potica nisso, senti, pois Zahnin gastou

duas vezes a quantidade de tempo dando e no recebendo, depois
que tomou e no deu. Sem mencionar o ms de namoro.

Mas estava comeando a sentir pena do Zahnin e talvez

estivesse na hora de intervir. A meu pedido, a curandeira, h muito
tempo, tinha visitado sua casa para retirar os pontos, e mesmo
antes disso ele no estava mais usando as ataduras. O corte ainda
estava rosado, mas na maior parte estava curado. Mas era um
guerreiro; podia sobreviver a tal coisinha. Mas semanas se
passaram e estava dando, muito, mas no estava recebendo nada.

E Sabine ainda era tmida com ele. Estava chocada que

tivesse perguntado a ele.

Voc perguntou a ele? Sussurrei, a voz carregada com

o choque que senti e ela balanou a cabea novamente.

622
 Sim, ns, eu estava humm, perto. Mas eu o fiz parar e
disse a ele o que eu sentia e que estava preocupada que pudesse
machuc-lo e ento ento ento Os olhos dela se
arregalaram e Narinda e eu nos inclinamos ento ele rolou de
costas, me segurando enquanto fazia isso e me colocou montada
sobre ele. Seus olhos ficaram distantes e antes que pudesse
levantar a mo e segurar seu rosto para recuperar a ateno dela,
j que definitivamente estava na sexolndia seu corpo estremeceu
e se virou para ns. Ele disse que, dessa forma, eu podia fazer
todo o trabalho e ele no ia se machucar.

Ele no estava errado.

Sufoquei outra risada e Narinda cutucou minha perna com a

ponta do p novamente enquanto a ouvia engolir um bufo.

Mas... Sabine continuou, totalmente ausente de tudo

isto. Eu no... humm, fiz todo o trabalho. No meio de tudo, ele se
sentou e usou os braos e as mos em mim para me fazer gozar,
humm mais rpido e uhh voc sabe, mais forte. Ento, eu
voc sabe gozei. Ento apertou os lbios antes de terminar
com: Depois de tudo o que ele tinha feito antes e o modo como o
sentia dentro de mim, eu no consegui parar!

Aposto que ela no podia.

Sabine comecei, mas ela me cortou.

E foi fantstico foi foi incrvel. E acho que ele gostou

muito.

Tinha certeza que ele tinha gostado.

Sabine tentei novamente, mas ela continuou falando.

623
 Mas, eu no sei estou preocupada. E se eu o feri? Ele
parece forte e saudvel, mas no quero

Tentei e consegui no explodir em uma risada diante do

pensamento da minscula e doce Sabine ferindo o grande e forte
Zahnin e decidi que estava na hora de ser ouvida.

Sabine chamei, estendendo a mo para pegar a dela.

Volte para o ptio e para fora do seu quarto, minha doce amiga.

Seus olhos se focaram em mim.

Apertei sua mo. Ele est bem. Absolutamente

maravilhoso. No se preocupe com ele. Voc est cuidando dele
agora do jeito que ele precisa. Foi treinado desde os cinco anos
para saber o que o seu corpo pode e no pode fazer. Deixe que ele
decida o que pode aguentar e s uh sorri aproveite a
cavalgada.

Seus olhos se arregalaram, seu rosto ficou to vermelho que

podia v-lo luz das tochas e, em seguida, ela riu diante disso, e
quando o fez, pensei que era seguro rir com ela e a Narinda se
juntou a ns.

Depois de um outro aperto, soltei a mo dela, que olhou

novamente para o cu, que j estava na maior parte azul escuro, e
para as estrelas cintilantes com traos nebulosos de rosa.

Meu marido guerreiro gentil e paciente ela sussurrou

para o cu noturno. Eu nunca, nunca teria imaginado... parou
e seus olhos se voltaram para ns. Tudo comeou como um
pesadelo, mas agora parece o mais doce dos sonhos. Sua

624
cabea se inclinou para o lado e um pequeno e confuso sorriso
surgiu nos seus lbios quando sussurrou: Como isso possvel?

No sei, querida, mas de alguma forma esses caras

conseguem ser assim respondi com emoo.

Com certeza, conseguem Narinda concordou, todas

olhamos umas para as outras e, em seguida, todas rimos de novo.

Foi quando ouvi um rosnado baixo, de aviso, vindo da Ghost.

Virei a cabea para ela e vi sua cabea voltada para o topo das
escadas. Ento, se levantou graciosamente, mas de maneira
vigilante e protetora, que fez com que me encolhesse, e olhei para
as escadas.

Bohtan e Bain as subiam. Comecei a sorrir, mas captei os

olhares nos rostos deles, senti sua vibrao, ouvi Ghost rosnar de
novo e percebi que algo estava errado.

Soube disso com certeza quando Bain ordenou s minhas

meninas: Preparem sua rainha para ocupar o trono. Negcios
oficiais. Faam isso rapidamente, no podemos demorar. Seus
olhos vieram at mim. Esperamos por voc na frente com a
Zephyr.

No disse mais nada antes de se virar e ambos os guerreiros

desapareceram pelas escadas.

O que houve?

O que est acontecendo, Circe? Sabine perguntou em

voz baixa, preocupada, enquanto eu observava todas as minhas
cinco meninas correrem para mim, deixando seus tecidos onde
estavam.

625
 Eu no sabia.

O que eu sabia era que, muito em breve, ia descobrir.

E eu era a rainha, ento precisava colocar a minha bunda em

movimento.

Ento me levantei e sussurrei: Tudo est bem, tenho

certeza, mas devo me apressar.

E sem olhar para trs, me apressei.

A besta permanece aqui Bain ordenou e olhei para

Ghost que estava parada ao meu lado, montada na Zephyr, na
frente da casa.

Eu comecei.

Pea para ela entrar na casa ordenou Bain, estaquei

diante do seu tom, que nunca tinha usado comigo. Ento balancei a
cabea e olhei para a Ghost.

Ghost, entre em casa, meu beb.

Ela rosnou de forma assustadora que entendi como me ou

no, mas no se moveu.

626
 Casa, agora, Ghost exigi, ela rosnou sua negao
novamente e ainda assim no se mexeu.

Ns no temos tempo para isso, irmo Bohtan

murmurou.

Muito bem murmurou Bain em resposta, acenou com o

queixo para o Bohtan ento puxou as rdeas e virou seu cavalo. Ele
disparou. Movi Zephyr atrs dele, Ghost correndo ao meu lado.
Bohtan ficou na retaguarda.

Bain, voc pode falei.

Sem conversa, minha rainha dourada ordenou e mordi o

lbio.

Alguma coisa estava errada. Bain no era assim. No comigo.

Merda.

Cavalguei at o topo do planalto com meus guardas e minha

tigresa em silncio. Estava usando um sarongue dourado com
toques de branco, um top branco, faixas de ouro nos bceps e
antebraos, brincos de argola de ouro, ouro em p nas mas do
rosto e ao redor das minhas tmporas e a coroa dourada de penas.

Definitivamente, como sempre, a Rainha Dourada.

Ao cruzar o topo do planalto, no entanto, inspirei de uma

maneira no muito majestosa.

Isto porque eu podia ver de longe, bem alm do planalto cuja

elevao conduzia alm de Korwahn, que havia um enorme mar de
cavaleiros, tantos que de maneira nenhuma conseguiria contar,
talvez milhares, dezenas de milhares. Estava completamente

627
escuro, mas ainda os enxergava, j que carregavam tochas e uma
grande quantidade de tochas haviam sido acesas no cho. No
pude distingui-los, mas sabia que no eram Korwahk pois havia
muitas bandeirolas tremulando, fluindo na brisa leve que agitava o
ar da noite.

Guerreiros Korwahk no se preocupavam com bandeirolas ou,

ao menos, nunca tinha visto nenhuma.

E em cima do vasto planalto, na clareira oficial, havia uma

multido de guerreiros Korwahk, talvez duzentos, nenhum deles
pintado, exceto aqueles que estavam na minha guarda.

Estavam todos parados, no que s podia ser descrito como

com a ateno concentrada e completamente armados.

Enquanto cavalgvamos ao longo da lateral do planalto, vi o

Lahn sentado no seu trono na plataforma esculpida em pedra, na
fenda saliente do planalto, uma plataforma que tinha cinco degraus
extensos at em cima. O Eunuco estava ao seu lado, meu trono
branco de chifres, no outro. E quando chegamos na frente, respirei
fundo novamente quando vi que havia uma grande cadeira
localizada cerca de um metro do ltimo degrau da plataforma.

Nela havia um homem usando uma armadura de ao com um

drago preto e vermelho pintado. Havia um capacete ao lado da
sua bota, que tinha uma gama de penas pretas e vermelhas
espetadas no topo. Mas usava calas e botas e, na cabea, uma
coroa baixa, quase na sua testa, feita de ouro trabalhado, com
diamantes e rubis.

628
 Era grisalho e tinha um queixo proeminente com faces
rosadas e olhos mdios e redondos. Tinha uma grande barriga, o
que significava que a armadura teve que ser feita para cont-la e o
fazia parecer ridculo.

No ri, nem mesmo sorri.

Isso porque os olhos redondos estavam em mim e brilhavam.

Ao lado dele, meu corao falhou ao v-lo, estava Geoffrey,

parecendo muito mais magro, muito mais plido, mas muito mais
limpo.

Seus olhos estavam em mim e tambm brilhavam.

Estava imaginando que o que quer que fosse, algo que j

sentia no ser bom, era, na verdade, ainda pior.

Por ltimo, havia oito homens, altos e armados, usando

armadura completa, alinhados atrs do homem com coroa na
cadeira.

Bohtan cavalgava ao meu lado e murmurou: No

desmonte. Vire sua perna para montar de lado. Zahnin vai lhe
entregar ao nosso rei.

Dei uma ligeira inclinao da minha cabea e fiz como foi

instrudo quando paramos diante do Lahn, que no me viu
desmontar pois seu olhar nunca deixou o homem sentado sua
frente.

Como Bohtan me disse, Zahnin veio at a frente e me puxou

da Zephyr. Ele me acompanhou, com Ghost rondando ao meu lado,

629
at o meu trono e vagamente percebi todos os seus tenentes em
formao atrs de ns enquanto caminhvamos.

Lahn no olhou para mim enquanto me movia na frente dele

nem o fez quando me sentei e meus guardas se moveram para
flanquear as costas dos nossos tronos, Zahnin parado ao meu lado
prximo Ghost que se acomodou sobre a barriga, a cabea
erguida, os olhos sobre o homem na cadeira, a atitude vigilante.

Voc no se curva ao seu rei? O homem na cadeira

disse e meus olhos deslizaram para ele. Minha Circe ficou
pretensiosa.

Pisquei e percebi vrias coisas ao mesmo tempo. Uma delas,

Xacme estava traduzindo para o Lahn, o que achei estranho, j que
Lahn era fluente em ingls. Duas, este homem na minha frente
pensava que me conhecia e no achava que isso era bom. E trs,
percebi quando uma vibrao perigosa deslizou atravs do ar, que
o Lahn no tinha gostado deste homem me chamando de sua
Circe.

Quando ningum disse nada, me aventurei em ingls.

Conheo voc, senhor?

Senti aquela vibrao proveniente do Lahn mudar, apenas

para ficar mais ntida, mais alerta, mas no menos perigosa.

Diante das minhas palavras, o homem minha frente retribui

meu olhar.

Voc me conhece? Perguntou.

Sim, eu conheo voc? Rebati.

630
 Espero que sim, minha pomba, j que voc vem
aquecendo a minha cama desde que tinha quatorze anos de idade
respondeu e no pude conter um suspiro afiado, nem consegui
esconder o desgosto que havia nele.

Ento, sussurrei. O qu?

Seus olhos se estreitaram. Boa pergunta, doce Circe, mas

o que gostaria de saber o que voc espera ganhar ao jogar este
jogo?

Jogo? Perguntei baixinho, minha mente vacilando,

tentando organizar o pensamento.

Voc sabe que voc minha. Voc tem sido minha desde
que tinha seis anos. Voc se tornou realmente minha se inclinou
para frente sugestivamente quando tinha quatorze anos.

Isso um absurdo respondi sem pensar e no inclu as

palavras e revoltante, porque, srio, quatorze anos? Sem
mencionar que nunca deixaria este homem me tocar. Era velho, por
um lado, era bruto, por outro.

Suas sobrancelhas se ergueram e ele se inclinou para trs.

Absurdo?

Completamente. Nunca vi voc na minha vida respondi.

Ele me encarou. Geoffrey se moveu ao lado dele. Tentei

impedir que a minha respirao acelerasse.

Ento os olhos dele se moveram para o Lahn. Estou

cansado disto. Voc sabe por que estamos aqui.

631
 Xacme traduziu (desnecessariamente) e Lahn grunhiu.
Meena.

Sim. Xacme falou.

Ento, vou colocar meus termos. Voc vai ver na sua

frente, na clareira, que trouxe comigo trinta mil soldados de
Middleland. Sei, claro, que seus selvagens vo atac-los com
todo o mpeto. Sei tambm que, antes de conseguirem isso, eles
vo entrar em Korwahn e provavelmente no tero cuidado com
quem as suas espadas cortam... mulheres, esposas, futuros
guerreiros.

Prendi a respirao novamente diante da ameaa hedionda,

mas ele continuou.

Sem mencionar os seus guerreiros que iro ser arrasados

no processo, na vspera da invaso Maroo. Isto , presumo, o
que voc no gostaria que acontecesse exatamente antes de iniciar
sua campanha.

Suspeitava disso tambm.

Ele continuou falando. Em pagamento por voc ter se

apossado da minha feiticeira e para nos impedir de lutar em
Korwahn, vou aceitar quatro bas de ouro Korwahk, quatro de
prata, quatro de diamantes, o mesmo dos seus rubis, esmeraldas e
safiras e ... fez uma pausa e olhou para o Geoffrey, ento
novamente para o Lahn um outro ba de ouro como pagamento
pelo que voc fez a um dos meus embaixadores mais confiveis.

Meus olhos voaram para o Geoffrey que estava olhando para

mim com dio indisfarvel. Ento se inclinou para frente e abriu a

632
boca. Me inclinei para trs instantaneamente, pois mesmo luz das
tochas e fogueiras, vi que no tinha lngua.

Oh, Deus. Lahn o tinha capturado e cortado a sua lngua por

falar comigo no dia da seleo.

No era de admirar que estivesse to magro e plido.

Oh, Deus.

Desviei os olhos do Geoffrey e olhei para o homem de coroa.

Lahn no respondeu.

Ento, o homem o fez. Voc adiou o que inevitvel. Deve

saber que posso facilmente sinalizar para minhas tropas
cavalgarem. Tenho certeza que seus homens foram alertados e
esto preparando sua defesa. No vou tolerar nenhum atraso.

Lahn falou em seguida, em Korwahk, o Eunuco traduzindo.

Voc est em terra Korwahk, rei Baldur, tenha cuidado como fala.
Voc no governa aqui.

Portanto, este era o Rei Baldur. Uau.

Ele era um idiota.

Seu peito estufou. E vou lembr-lo, voc no o nico rei

no recinto.

Sou o nico que importa Lahn respondeu em Korwahk,

ento o Eunuco traduziu e ao ouvi-lo, o rei Baldur instantaneamente
perdeu a cabea e bateu o punho carnudo no brao da cadeira.

Que ousadia! Rei Baldur gritou. Voc no respeita a

coroa que uso; tortura meu emissrio e rouba minha feiticeira. Voc

633
no tem honra. Sei que voc brbaro, mas no pode se comportar
assim com assuntos de Estado, sem esperar retaliao.

As ameaas de intimidao, as exigncias absurdas e a

arrogncia podem ser a maneira como voc conduz os negcios
nas Northlands, mas voc h muito no est nas Northlands.
Lahn respondeu (novamente, em Korwahk).

O rei Baldur se remexeu com raiva na cadeira antes de gritar.

Isso ultrajante! A mulher que est sentada ao seu lado
pertence a mim!

Enrijeci, mas o Lahn se inclinou para frente, apoiando o

antebrao no joelho, no agressivamente, apenas casualmente, e
respondeu: Minha rainha dourada no conhece voc, como pode
pertencer a voc?

Ela mente! O rei Baldur gritou, apontou uma mo na

minha direo e Ghost rosnou, se levantando sobre as patas
dianteiras, os olhos azuis no se desviando do rei.

Tenha cuidado, gordo, disse o Lahn em voz baixa e o

rosto do rei Baldur ficou vermelho de raiva quando as palavras
foram traduzidas no insulte a minha rainha. Ele abriu a boca
para responder, mas Lahn continuou falando. Este homem ao
seu lado no um emissrio. Ele um espio. Nas terras do Sul,
estas atividades so tratadas com dureza. Esteve entre ns por
muitos anos. Conhece nossas maneiras. Suas aes foram tolas e
sua punio rpida. Se foi correndo at voc chorando como uma
menina, ento no deveria ter embarcado no navio que cruzaria o
mar Marhac, que o traria ao p e a pedra de Korwahk.

634
 Ok, cortar a lngua de algum era duro, mas Lahn no estava
errado. Voc conhece as regras, voc joga o jogo, voc perde, voc
paga o preo.

Mesmo assim. Caramba!

Suas aes so brbaras, incluindo se aproveitar das

mulheres e for-las a serem escravas dos seus paus, uma dessas
mulheres sendo minha e ela se senta ao seu lado. Se voc deseja
mant-la ao seu lado, terei uma restituio! Rei Baldur gritou.

Voc est ameaando roubar a minha rainha? Lahn

perguntou.

Se voc no pagar, ento deve estar preparado para o que

acontecer, para tudo o que vai acontecer, quando os meus
soldados marcharem. Rei Baldur rebateu, os homens armados
s suas costas se posicionaram, atentos, e o Lahn se recostou.

O que ele no fez foi falar.

Este silncio durou um longo tempo e foi claramente mais do

que o rei Baldur podia suportar, pois seus olhos se voltaram para
mim.

Circe, venha at o seu rei neste instante! Ordenou.

Voc serve a mim.

Estou dizendo a voc, senhor, eu no conheo voc

respondi, ele pulou do seu assento e no instante em que o fez,
Ghost se levantou sobre as quatro patas e comeou a rosnar.

No minta, sua puta estpida! Gritou. Venha at o

seu rei!

635
 Sente-se Lahn ordenou em Ingls e o olhar do rei Baldur
disparou para ele com raiva e surpresa evidente diante do uso da
lngua de Baldur.

No, seu animal fedorento e selvagem, ouse comandar a

mim! O rei Baldur vociferou.

Ou voc se senta, ou vou for-lo a se sentar, cortando

suas pernas na altura dos joelhos. Lahn falou em ingls
novamente e fiquei tensa, porque sabia que ele podia fazer isso e
faria. Ele no estava armado, mas suspeitava que poderia estar, se
quisesse, em menos de um segundo.

O insolente! Rei Baldur gritou. Voc no pode atacar

um rei durante uma visita de Estado!

Voc est nas Southlands, gordo, e posso fazer o que

quiser. Agora sente esse traseiro gordo ou sua nao vai perder o
seu rei. Seu filho, que fraco e prefere ter seu pnis acariciado
enquanto aceita o seu amante atravs da sua bunda, ter acesso
ao seu trono. O que significa que, uma vez que fraco, seu amante
vai governar sua nao.

Rei Baldur fechou a boca abruptamente, um indcio claro que

isso era verdade. O arregalar dos seus olhos demonstrou a verdade
de ter ficado surpreso pelo Lahn ter essa informao.

lamentvel Lahn continuou como h muitos

homens que preferem isto, que o seu filho no seja forte. Mas voc
sabe, gordo, que ele no , e seu amante ganancioso,
manipulador e tolo. Se o seu filho se sentar no seu trono e permitir
que seu amante puxe as cordas, o seu prprio povo vai se revoltar

636
para se reunir com seus irmos de Lunwyn ou Fleuridia, ou at
mesmo Hawkvale, assim como o prncipe Noctorno vai cavalgar
para Middleland, para buscar vingana para os seus anos de
loucuras e tero sucesso. Middleland deixar de existir enquanto a
cortam em pedaos, assim como a sua glria.

O rei Baldur olhou para ele, em seguida, proclamou:

Acabamos. Vamos lutar e comeou a levantar a mo, mas Lahn
o advertiu: Eu no faria isso.

Diante do tom baixo, retumbante e severo do Lahn, a mo

meio levantada do rei Baldur parou no ar e ele continuou a encarar
o Lahn.

Quando o fez, Lahn compartilhou: Voc sabe dos nossos

planos para invadir Maroo. Voc sabe quando pretendemos
cavalgar para Maroo. Espero que no seja tolo o suficiente para
achar que voc e os seus soldados cruzaram a minha terra sem o
meu conhecimento, ento tambm sabe que eu estaria preparado
para lutar contra voc para defender Korwahn.

O rei Baldur no disse uma palavra, ento presumi que Lahn

estava certo, ele cavalgou atravs de Korwahk tendo total
conhecimento que Lahn sabia que ele estava vindo, o que era uma
coisa estranha a se fazer.

Lahn prosseguiu. O que eu sei que, para ter seu acesso

de raiva e tentar colocar sua mo em nosso tesouro, pois no
pense por um segundo, gordo, que no suspeito que voc deseja
mais ter sua feiticeira de volta, mas em vez disso deseja retornar ao
seu trono com bas cheios das nossas riquezas. Sua jogada se
concentra em aumentar a riqueza do seu trono, e no a do seu

637
pas. Seu trono. Ento voc acha que, se eu fosse recusar suas
demandas, enquanto estou ocupado em defender a minha cidade,
voc vai executar um plano para sequestrar a minha rainha. Isto
significa que voc sacrificaria trinta mil dos seus soldados para o
ao dos meus guerreiros por um acesso de raiva e pela ganncia.
No entanto, voc, sem dvida, tem um plano de fuga, assim,
quando os seus guerreiros carem, voc pode retornar com
segurana sua terra natal e continuar a sua tirania, ao mesmo
tempo pedindo resgate em troca da minha noiva dourada.

Ele fez uma pausa, o rei Baldur no emitiu nenhum som ou

fez qualquer movimento e Lahn continuou.

O que voc no sabe que nos aliamos aos Keenhak. Eles

enviaram quarenta mil dos seus guerreiros para ajudar na nossa
campanha contra Maroo. E como se gabou antes para mim,
sentindo-se seguro no conhecimento de que seus soldados esto
alinhados atrs de voc, guerreiros Keenhak esto em formao
atrs deles. Voc levanta a mo, eu levanto a minha e os seus
soldados seriam cortados antes que tomassem o primeiro sopro de
ar de Korwahn e nem eu, gordo, nem os meus irmos, teramos que
levantar uma espada, exceto para aniquilar os homens de armadura
atrs de voc.

A mo do rei Baldur permaneceu meio levantada, seus lbios

comearam a se curvar e Lahn finalizou.

E, voc deve saber, os seus arqueiros que tomaram suas

posies uma hora atrs, foram despachados antes da minha
rainha chegar ao Arco Majestoso de Korwahn. Nenhum deles vive.

638
 Geoffrey deu um passo para trs. O rosto do rei Baldur
empalideceu e sua mo caiu. Tentei arduamente no sorrir. Ghost
se sentou.

Agora Lahn continuou voc vai sair sem nenhum dos

bas cheios de generosidade de Korwahk em suas mos
gananciosas e gordas. Com o que voc vai sair a sua vida e o
conhecimento de que se levar adiante uma trama que ameace a
minha rainha dourada, vai morrer engasgado com suas prprias
bolas e vai morrer enquanto olha nos meus olhos.

Rei Baldur engoliu em seco visivelmente. Geoffrey deu mais

um passo para trs.

Lahn ficou impaciente. Sou um selvagem, ento deve

reconhecer que estou sendo generoso com esta oferta. Portanto,
tambm deve saber que a continuidade da sua presena est me
deixando impaciente.

Geoffrey se virou rapidamente, se perdendo no mar de

guerreiros Korwahk atrs dele.

Rei Baldur deu ao Lahn um ltimo e longo olhar, em seguida,

moveu seu volume substancial e gritou para os homens atrs dele.
Tragam a minha montaria!

E eu me sentei em silncio ao lado de um Lahn tambm

silencioso enquanto a montaria era levada at ele e vimos quando
precisou de duas tentativas para elevar o peso substancial at a
sela, enquanto seus soldados, de armadura, montaram habilmente
seus prprios corcis e, em seguida, com alguma pressa, partiram.

639
 Quando os perdi de vista, me virei para o Lahn, vi sua cabea
inclinada para trs e seus olhos estavam no Zahnin.

Leve-a para os nossos aposentos. Tranque-a. No ser

atendida por nenhum escravo e nenhuma esposa e mantenha o
animal afastado dela. Faa-o agora ordenou Lahn, se levantou e
desceu os degraus enquanto eu piscava depois que ele saiu.

Venha, minha rainha dourada, agora Zahnin ordenou

com firmeza e, lentamente, aturdida, minha cabea se virou para
ele.

Seu brao estava estendido para mim.

Olhei novamente para onde o Lahn tinha desaparecido e senti

meu peito subir e descer com minhas rpidas e profundas
respiraes.

O que quer que estivesse errado no tinha acabado ainda. E

tive a ntida sensao que, mesmo que fosse to ruim o que
aconteceu, o pior ainda estava por vir.

Ento me levantei sem o auxlio do Zahnin, endireitei os

ombros, mantive a cabea erguida e caminhei at a Zephyr.

640
 Captulo Vinte e Oito
A Revelao

Fiquei pensando no Lahn enquanto caminhava pelo quarto,

meu sarongue esvoaando atrs de mim e fiz isso por um longo
tempo. Podia ter sido uma hora ou cinco delas.

Parecia mais cinco.

Nem mesmo tinha Ghost comigo e enquanto o tempo

passava, minha adrenalina subia, assim como minha agitao.
Estava to em pnico, presa em meus pensamentos, que nem
limpei o rosto ou at mesmo tirei a coroa de penas.

S andei pra l e pra c ou caminhei at uma das quatro

janelas e tentei ver o que podia nas ruas iluminadas pelas tochas.

No consegui ver nada.

Ento caminhava mais.

Lahn tinha me trancado no nosso quarto.

Me trancado no nosso quarto.

Ele no olhou para mim, no falou comigo, de fato, embora

tenha dito que acreditava em mim e fez ameaas para me defender;
no olhou ou falou comigo, absolutamente, durante o confronto com
o rei Baldur.

641
 Ele podia fazer isso, j tinha feito antes, quando estava no
modo rei, mas sabendo onde eu estava agora, soube que isso era
outra coisa. Algo no ia bem. Na verdade, isso no era bom, era
ruim.

E aquele rei Baldur me conhecia. Disse que me conhecia

desde que eu tinha seis anos.

Sobre o que era isto tudo?

Mas tinha a sensao que eu sabia. Sabia sobre navios

piratas e reis. Tudo estava comeando a fazer sentido.

Eu estava em um universo paralelo e havia outra Circe aqui,

algum que se parecia comigo, algum que no estava aqui, agora.

E o rei Baldur a tinha chamado de sua feiticeira.

Ento, talvez ela possusse magia, sabia que possua, podia

manipul-la e talvez tenha sido ela que tinha transportado a si
mesma para fora deste mundo e para o meu, me enviando para c.

Se soubesse como, depois de ser apreendida pelos piratas e,

em seguida, pelos olheiros Korwahk, ela o faria. Se soubesse das
prticas em Korwahk e o que a esperava enquanto estivesse
naquele curral, ela faria isso. Eu sabia.

Me enviando para c.

Bom Deus.

E sabendo disso, ela nunca mais iria querer voltar. Ela podia
no ter nenhum indcio que Lahn seria quem e como ele era. S
pensaria que tinha escapado de um pesadelo.

642
 O que significava que, j que a minha magia no estava sob o
meu comando, mas sob os caprichos das minhas emoes, eu no
poderia voltar para explicar as coisas para o meu pai, para os meus
amigos, para dizer adeus e, certamente, no haveria visitas para l
e para c.

Estava presa aqui para sempre e agora no estava certa de

que isso era bom.

A porta se abriu e o Lahn entrou. Ele a fechou atrs de si e

ouvi a tranca girar, assim como ouvi quando um Zahnin silencioso
tinha me acompanhado para dentro; assim como ouvi quando as
portas para a sala de banho tinham sido trancadas segundos
depois. No havia portas que davam para a varanda ao redor do
ptio, no nosso quarto, meio closet, meio banheiro, tambm.

Estava presa.

Lahn comecei, caminhando na direo dele.

Parei quando ele ergueu uma mo, a palma virada para fora e
rosnou: No chegue perto de mim, minha rainha.

Oh-oh.

Meu corao apertou, meu estmago se contraiu e ambos

doeram... tipo, muito.

Lahn sussurrei.

Vou lhe colocar par das partes que voc no

acompanhou afirmou o Lahn, cruzando os braos sobre o peito
largo e firmando os ps afastados. Depois da minha punio ser
entregue naquele Geoffrey por sua insolncia em assistir a uma

643
seleo e conversar com minha rainha sem a minha permisso, ele
voltou com pressa para o seu rei. Uma vez l, informou que o Dax
tinha instalado sua Dahksahna dourada ao seu lado, anunciando a
ascenso da dinastia Dourada.

Balancei a cabea quando ele parou, ento continuou.

Ao ouvir a descrio da minha rainha, o rei Baldur a

reconheceu como sua prpria feiticeira pessoal. Uma mulher que
tinha nascido exibindo grandes poderes, portanto, mesmo sendo
uma criana, foi apreendida por Baldur para que pudesse estar sob
o comando dele. Uma criana que cresceu e se transformou em
uma grande beleza. Portanto, ele usou a magia e o corpo dela ao
seu capricho.

Oh, Deus. Pobre da outra Circe, agora no meu mundo.

Lahn prosseguiu, interrompendo meus pensamentos.

Claramente, sua feiticeira no desfrutou das atenes dele ou do
servio forado. Algum tempo atrs, escapou. Procurou colocar a
maior distncia entre ela e o seu rei, mas seu navio foi atacado por
piratas no Mar Verde e ela foi, posteriormente, capturada por
olheiros Korwahk. No entanto, quando Baldur soube que voc
estava aqui, no demorou um segundo em juntar seus soldados e
cavalgar para Korwahk.

Ele a estava chamando de ela, o que significava que sabia

que ela no era eu.

Lahn comecei.

Quieta sussurrou.

Mas

644
 Quieta! Trovejou ele, se inclinando para mim, sua
energia crua enchendo a sala e tive dificuldade para respirar
instantaneamente.

Tambm fiquei quieta.

Ele olhou para mim e mantive o seu olhar. Eu o fiz lutando

contra os tremores que ameaavam consumir meu corpo, mas o fiz.

Finalmente, ele falou e o fez em voz baixa. Voc no ela.

Demorei um segundo para ganhar coragem para sacudir a

minha cabea, mas o fiz.

Ele olhou para mim novamente. Em seguida, sussurrou:

No sei o que voc .

Prendi a respirao enquanto a dor me atravessava, porque

ele disse isso como se no s no soubesse o que eu era,
questionasse o que quer que fosse e suspeitava que iria aborrec-lo
quando descobrisse.

No ouvi, meu foco estava na sala, mas l fora uma leve

chuva comeou a cair.

Quando ele falou de novo, a dor voltou, dez vezes mais

intensa.

O que sei que voc muito mais poderosa do que eu

suspeitava. Voc me enfeitiou com a sua beleza. Voc me
manipulou por meses com enganos. Voc me enganou com sua
boca e o corpo hbeis para procriar uma criana em voc, voc,
uma criatura desconhecida. Uma mutao.

645
 Isso doeu tanto que no pude evitar de sussurrar: Lahn,
baby, por favor, me escute.

Ele levantou o queixo. Voc ser ouvida, mas vou te avisar,

Circe, esta ser a sua nica oportunidade de ser ouvida ento
melhor se certificar que o que quer que voc diga, seja convincente.
Olhei para ele quando terminou ordenando: E voc no vai
falar seus nomes fofinhos para mim enquanto fizer isso.

Engoli em seco quando recebi esse golpe e minha mente

vacilou.

Ele era o rei de uma horda selvagem e primitiva e o que eu

tinha a dizer para ele no ia muito alm, sabia disso. Eu sabia.
Inferno, se contasse a algum no meu mundo o que estava
acontecendo eles achariam que eu era louca e estariam justificados
em sua crena.

Mas no tinha escolha. E soube, ao olhar para ele, que devia

ter contado a ele bem antes de agora, por minha prpria vontade, e
no ao seu comando. No sei se isso teria sido absorvido melhor,
mas devia ter tentado.

Eu no sou deste mundo sussurrei minha admisso.

Estou ciente disso, Circe respondeu rapidamente, em

seguida, perguntou: Voc usa esta forma no outro? Quando
pisquei diante da sua pergunta, ele esclareceu: Qual a sua
verdadeira forma?

Balancei a cabea e estendi as mos. Eu no tomo esta

forma. Esta sou eu. Tenho sido assim desde sempre.

Sua mandbula endureceu e seu olhar comeou a brilhar.

646
 Ele no acreditou em mim.

Prossegui. Eu eu acordei no curral com as outras

mulheres para a Caada. Fui dormir em casa, em Seattle-

Seattle uma nao que no existe, minha rainha Lahn

rebateu. Voc no pensou, quando me disse que essa era a sua
ptria, que eu no iria conversar com aqueles que j tinham viajado
amplamente? Nenhum deles ouviu falar desta Seattle.

Ela existe no meu mundo respondi.

Nisso ele vociferou eu vou acreditar.

Lahn-

Vamos logo com isso, Circe pediu ele, impaciente.

Eu... bem balancei a cabea. Meu mundo diferente.

Muito diferente. Isto-

Tem coisas chamadas hormnios ele me interrompeu

para falar e germes. E fazem o que voc fez com o filho do
Bohtan para impedirem as pessoas de se asfixiarem. No permitem
que suas mulheres bebam vinho quando esto grvidas. Costuram
a carne das feridas unindo-as, antes e aps banh-las com bebida.
Tm um lugar chamado Mxico. Falam surtando para explicar
praticamente qualquer emoo quando vem com choque ou medo.
Tratam os escravos como famlia. Suas rainhas andam livremente
entre o seu povo; no se mantm distantes como todas as rainhas.

Uau. Ele realmente prestou ateno.

Lahn continuou falando. Voc me deu muitas indicaes de

que no deste mundo e tenho estado to embriagado por sua

647
xaxsah, de tal maneira enfeitiado pelo esprito brilhante nos seus
olhos, que ignorei cada uma delas.

No foi dessa maneira falei baixinho.

No? Perguntou ele, franzindo a testa.

No balancei a cabea e levantei a mo. Lahn... eu...

este lugar muito estranho para mim tambm, mas... bem, eu
aguentei, o observei, me adaptei e eu... hesitei, engoli em seco e
sussurrei: Eu me apaixonei por voc.

A energia no quarto se tornou brutal, to brutal que bateu

contra a minha carne.

Nunca mais fale essas palavras para mim novamente, a

menos que deseje sentir o peso da minha mo grunhiu.

Olhei para a ira que ardia nos seus olhos.

Ele falou srio.

Oh, Deus.

Isto estava acontecendo?

Continuei olhando para o furioso, endurecido e belo rosto.

Estava acontecendo.

Estava acontecendo.

E diante desse pensamento me ocorreu que, mais uma vez,

eu no era culpada. Era inocente. A nica coisa que fiz foi cair no
sono. E suportei incontveis pesadelos desde aquele momento,
voltando de cada um deles cada vez mais forte. Tinha sido uma boa

648
rainha. Tinha sido uma boa esposa. Tinha sido uma boa amante.
Tinha lhe dado tudo. Meu corpo, meu mundo, meu amor e estava
carregando nosso filho.

Foda-se tudo... isso!

Abaixei a minha mo, ergui os ombros e cravei os olhos no

meu marido enquanto l fora, bem em cima da nossa casa, sem
que nenhum de ns visse, um raio rasgou o ar.

Sei que isso soa inacreditvel falei porque

inacreditvel. Fantstico. Extraordinrio. Bizarro. Mas ... ... Me
inclinei para a frente verdade!

Ele abriu a boca, mas antes que pudesse falar, continuei.

Bem aqui, agora, o que voc est sentindo, eu senti

tambm, e foi provavelmente uma centena de vezes pior do que o
que voc est sentindo agora, Lahn, porque no meu mundo, eles
no caam mulheres e as estupram. No meu mundo, se voc fizer
isso, vai para a cadeia por um longo, longo tempo. Tudo, tudo
levantei as mos diferente. Suas roupas. Seu idioma. A
paisagem. Suas casas, seus alimentos, seus mveis, as lojas. E
no quero dizer um pouco diferente, como aqui os guerreiros
vestem peles e no Norte usam armaduras, eu quero dizer, muito
diferente. No meu mundo, ns no andamos a cavalo, ns dirigimos
carros. No meu mundo, no temos penicos, temos banheiros. No
temos escravos. Isso foi proibido, anos atrs. A maioria dos pases
no tem sequer reis ou rainhas! Estava gritando agora,
relmpagos golpeando, rpidos e furiosos do lado de fora das
nossas janelas. E, se existem, no detm o poder, mas so
apenas figurativos.

649
 Ele olhou para mim, era assustador, mas no liguei. Estava
alm disso. Apenas continuei falando.

Eu estava aterrorizada quando cheguei aqui. Eu nem sei

como consegui respirar, muito menos me mover ou falar. Isso no
acontece no meu mundo, esta mudana de seres, eu tomando o
lugar dela, ela tomando o meu. Mas suspeito que a poderosa
feiticeira Circe tenha suportado o suficiente nas mos dos homens,
seu rei, aqueles piratas, os seus olheiros, e sabia o que estava para
acontecer a ela durante sua maldita Caada enquanto estava
naquele curral ou descobriu e, portanto, deu o fora! E quando ela
deixou seu mundo, trocou de lugar comigo. Eu no tinha nenhum
controle e vou te dizer, Lahn, muitas vezes nos ltimos meses eu
quis, porra, rezei para voltar para casa porque voc, o seu povo e
suas prticas me assustavam e me enojavam.

lamentvel para voc, Circe, que sejam s palavras, no

posso saber se isso verdade afirmou.

Sim, sussurrei mesmo. E adivinhe, grandalho,

nem mesmo eu sei se verdade. A nica coisa que sei que estou
aqui e ela no est. Isso tudo o que sei. Estou apenas supondo.

E eu estou supondo, porque mesmo enquanto estamos

aqui, voc comanda os cus, que voc possui um poder
extraordinrio. Voc no o escondeu, est sob o seu comando e
uma vez que est, s posso imaginar que outro poder tem exercido
para alcanar outros resultados.

No est sob o meu comando, Lahn gritei e apontei um

brao em direo s janelas, que agora flamejavam enquanto
relmpagos e troves rugiam enquanto a chuva despencava.

650
Isso est acontecendo e tudo o que aconteceu por causa do que
eu estou sentindo. E voc, apontei um dedo para ele sabe
disso, caralho.

Tambm sei que voc diz que estava enojada com as

prticas do meu povo, mas no demorou muito para eu te ganhar,
no mesmo, mulher? Trs dias se passaram antes que estivesse
se esfregando contra a minha mo e se erguendo sobre o meu pau
ele, infelizmente, declarou uma honesta verdade de Deus com
isso. Levou meses para a esposa do Zahnin ceder aos seus
esforos para conquist-la. Mas no voc apontou um brao na
minha direo antes de cruz-lo novamente sobre o seu peito.
No, no a minha noiva dourada, no s ela estava montando meu
pnis, gemendo enquanto eu o enfiava nela, ela estava se
oferecendo para tom-lo em sua boca se eu desistisse das Xacto,
fazendo tudo o que podia para me manter embriagado pelos seus
encantos enquanto me manipulava para fazer os seus caprichos.

Isso insano! Gritei diante disso, acompanhada pelo

som de um trovo.

Eu no tomei nenhuma mulher livre, nem nenhuma escrava

quando saqueei, Circe, porque voc exigiu! Gritou em resposta.

Porque era importante para mim! Gritei to alto quanto

ele.

Sim, me manter enfeitiado , de fato, por qualquer que

seja o motivo, importante para voc. Isto, pelo menos, acredito que
seja verdade.

Balancei a cabea e fiquei em silncio.

651
 No podia acreditar nisso.

Era inacreditvel.

Tambm partiu meu corao.

No, estava errada sobre isso.

Minha alma foi destruda.

Eu respirava com dificuldade pelo nariz e olhava para longe,

tentando me acalmar enquanto os troves e os relmpagos
paravam, mas a chuva continuava a despencar.

Ento inspirei profundamente e olhei para o meu marido

novamente.

E quando falei, fiz isso suavemente. Desisti de um mundo

por voc.

Ele olhou para mim, sem indicar nada.

Prossegui. Pensei que, talvez, quando soube que tinha

poderes, poderia ser capaz de us-los para ir para casa, os olhos
dele brilharam, mas isso foi tudo o que demonstrou, ento continuei
mas no para sempre. Meu pai no est morto. Outro flash.
Ele est vivo e em casa, e vivendo talvez com uma Circe falsa. Ele
vai notar a diferena, porm, eu sei. Deve estar louco de
preocupao, sei disso tambm. Est se perguntando onde estou,
se estou bem e como me trazer de volta. Tambm sei disso. Sei
disso e sei que a minha vida era boa. Amava a minha vida. Amava
a minha casa. Amava o meu trabalho. Eu tinha um monte de
pessoas que me amavam que eu tambm amava. Suguei o ar e,
em seguida, sussurrei: Mas, tanto quanto o seu mundo me

652
assustava, tanto quanto suas prticas me davam repulsa, ainda
escolhi voc.

Seu torso estremeceu, foi quase imperceptvel, mas percebi.

Me mantive olhando para ele. Desisti do meu mundo por

voc, Lahn. Me sentei ao seu lado e passei por coisas que as
pessoas no meu mundo achariam repugnantes e fiz isso com a
cabea erguida. Senti at mesmo orgulho do que eu podia suportar,
que podia ser uma boa rainha para voc. No sabia como ser uma
rainha, mas todos os dias andei entre o seu povo, lhes dando o meu
tempo, meu ouvido e minha ateno, esperando que fosse o que eu
devia fazer. Tudo o que fiz nessa porra de lugar, mesmo antes de
me apaixonar por voc, foi por merda voc.

Depois disso, estava respirando pesadamente e ele no disse

uma palavra, apenas continuou a olhar para mim, impassvel em
sua fria.

No estava me deixando intimidar. Nem mesmo um pouco.

Nem mesmo um pouco.

A chuva l fora parou de cair torrencialmente e comeou a

cair mais lenta, mais suave, mais silenciosa, com o conhecimento
do que se estabelecia em minha alma.

Eu desisti do meu mundo por voc sussurrei e se

voc no vier at mim agora, colocar seus braos minha volta e
dizer que acredita em mim, no vou parar por nada at encontrar o
meu caminho de volta.

Sua resposta foi imediata. Eu no vou at voc, Circe. A

partir de agora, est sendo sequestrada, vigiada por guardas, com

653
nossas bruxas mais poderosas te guardando para que no se
prejudique. Voc vai ficar presa, sozinha, nesta casa, sem
escravos, amigos ou o seu animal de estimao, at que a gravidez
termine e vermos que criatura voc vai me dar. Fui informado por
aqueles do nosso povo que tm magia, que voc no ser capaz de
escond-lo durante o parto e que no ter poder para proteger sua
verdadeira forma durante o nascimento.

Oh, meu Deus.

Foi quando ele desferiu o golpe mortal.

S ento virei at voc para entregar o meu julgamento ou

permitir que volte para a minha cama.

Era isso.

Estava acabado.

Assim como fez com a corrente de reivindicao que o Dortak

tinha enganchado em mim, com essas palavras, Lahn cortou nossa
conexo apenas... assim.

Eu vou deixar voc sussurrei e sacudi a cabea.

O qu?

Estou bem aqui, mas prometo a voc, mesmo que seja

apenas na minha mente, deixei voc. Vou embora. Voc me perdeu
para sempre.

Ele colocou as mos nos quadris. Voc d luz a um

guerreiro ou uma menina dourada, ento veremos.

654
 Balancei a cabea. No engoli as lgrimas. No.
isso. Voc foi longe demais. Ns estamos acabados. Vou embora.
Voc nunca vai me ter de volta, Lahn. Nunca.

Se o que voc diz verdade, j te ganhei antes, Circe. E

se voc o que voc diz que , vou ganh-la novamente.

Olhei nos olhos escuros e amados enquanto os meus, cheios

de gua e sem que eu soubesse, o brilho dourado do meu esprito,
que sempre esteve to perto da superfcie para o Lahn ver, brilhou,
resplandecente, ento se extinguiu completamente.

Ento, sussurrei: No. No vai.

Ento virei de costas para ele, perdendo o rpido lampejo de

alarme que atravessou suas feies.

Caminhei at as janelas e olhei para fora, meus braos

cruzados protetoramente sobre a minha barriga, os farrapos do meu
corao pingando sangue, meus pulmes se sentindo vazios
enquanto lgrimas silenciosas deslizavam pelo meu rosto.

Circe Lahn chamou, mas no olhei. No podia olhar. E

sabia que mesmo que o enxergasse, nunca iria v-lo da mesma
forma.

Sabia que era doido, tudo o que eu disse, mas tambm sabia
que eu era eu. E estava sendo apenas eu, h meses.

E ele se apaixonou por mim.

Mas precisava acreditar em mim nos bons e nos maus

momentos.

655
 Como fiz com ele. s vezes, era uma luta. Mas, porra, eu fiz
isso.

E ele no.

E tive o suficiente. Inferno, tive mais do que suficiente.

Cansei.

Circe, olhe para mim ordenou.

Olhei para a chuva e fiz isso por um longo tempo antes dele
falar novamente.

Vai ser relatado para mim se voc no cuidar de si mesma

e da criatura que voc carrega.

A criatura que carrego.

Adorvel.

Quando no recebeu nenhuma resposta, continuou. E

Circe, se este for o caso, tm ordens para se assegurar que voc
est cuidando de si mesma e do que est no seu ventre.

Eu no vou... jamais, sussurrei ferozmente para a chuva

fazer qualquer coisa para prejudicar o meu filho.

Lahn ficou em silncio.

Mantive meus olhos na chuva suave, enquanto lgrimas

correspondentes deslizavam pelo meu rosto.

Ento, sua voz veio at mim de novo, desta vez, mais suave,
quase doce, quase, mas no completamente, o meu Lahn.

Circe-

656
 Eu o interrompi, minha voz neutra, morta e nem um pouca
parecida com qualquer coisa que ele j me ouviu falar.

Adeus, Lahn.

No ouvi nada por algum tempo antes de ouvir a batida do

punho na porta, a tranca girar, a porta abrir, ento fechar e o
ferrolho ser colocado novamente para me trancar.

Fechei os olhos e lgrimas frescas caram pelo meu rosto.

Ento esperei e quando senti que sua energia de fato saiu da

sala, olhei para trs.

Eu estava sozinha.

Arranquei minha coroa de penas, rasguei-a ao meio, depois

rasguei em mais trs partes, rasguei at que no restou nada alm
de pedaos.

Joguei seus restos mortais longe de mim e afundei a bunda

no cho de azulejos, os joelhos junto ao peito, o rosto nos joelhos,
os braos apertados em torno das minhas pernas e meus soluos
perfuraram o quarto enquanto a chuva l fora no vinha tranquila,
mas atingiu a cidade em cntaros implacveis.

E eu balanava para frente e para trs, sussurrando palavras

entrecortadas entre as minhas coxas. Me leve para casa, me
leve para casa, me leve para casa, eu preciso ir para casa. Por
favor, por favor, qualquer que seja a magia l fora para mim, deixe-
a estar sob o meu comando e me leve para casa.

Eu no fui para casa.

657
 No, adormeci enrolada sobre o azulejo, exausta com as
minhas lgrimas, a chuva ainda desabando incessantemente l
fora.

Em seguida, ela parou e quando o fez, foi de forma abrupta.

A chuva parou to abruptamente, que Dax Lahn percebeu.

Durante toda a noite, ouvindo a tristeza da sua rainha

trazendo a chuva para a cidade, sentindo essa chuva como se
estivesse batendo contra sua pele, causando emoes que no
compreendia, uma guerra em suas entranhas, emoes que no
conhecia at que tardiamente percebeu que era dvida e culpa, e
no dormindo ou tendo dormido, levantou da cama, se precipitou
pelo corredor e ignorou Bohtan e Feetak que estavam do lado de
fora da porta trancada da Circe.

Puxou o ferrolho, abriu a porta e viu a sala vazia.

Depois de averiguar, cada aposento estava vazio, no apenas

aqueles que compartilhou com sua esposa, mas toda a sua casa.

Nada restou dela, exceto os farrapos das penas da sua coroa

de rainha jogados no cho de azulejos.

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 As barras de ferro do lado de fora das janelas estavam no
lugar, no haviam sido adulteradas e Lahn sabia que at a sua
pequena Circe no podia passar atravs do espao que uma
criana pequena no conseguia passar.

E mesmo que pudesse, a casa estava ao lado do planalto,

no havia nada para segur-la, teria de saltar e a queda era to
profunda, que iria mat-la.

Mesmo assim, Dax Lahn ordenou aos guerreiros para

examinar o fundo do planalto.

Eles retornaram sem avistar Circe, viva ou morta, nem mesmo

uma pegada, se a sua magia a tivesse salvado para que pudesse
fugir.

Sua esposa tinha ido embora.

Eu desisti do meu mundo por voc.

Quando esta notcia foi processada pelo seu sistema, Dax

Lahn, o comandante da Suh Tunak, o Rei de toda Korwahk jogou a
cabea para trs e rugiu.

659
 Captulo Vinte e Nove
Casa

Ouvi o meu nome sendo chamado e, estranhamente, parecia

que era eu quem o estava chamando.

Meus olhos se abriram e olhei em um espelho.

Voc est bem, minha querida irm gmea meu reflexo,

que parecia estar se inclinando para mim em uma cama, me disse e
senti minha mo ser apertada com fora. No se assuste com a
fadiga. A magia leva tudo de voc. Vai demorar alguns dias. Ns
vamos cuidar de voc. Descanse, minha querida.

Minhas plpebras se fecharam porque estava certa sobre o

que eu me disse, estava cansada, to cansada que era
inacreditvel. Nunca tinha sentido esse cansao da porra em toda a
minha vida.

Mas os forcei a se abrirem novamente e me vi ainda me

inclinando para mim.

Sorri para mim mesma, mas no era eu sorrindo.

Ento sussurrei (mas no era eu sussurrando): Voc est

segura, doce Circe, voc est em casa.

Ento meus olhos voltaram a se fechar.

E aqueles, na verdade, eram meus.

660
 Ela vai ficar assim por um dia, Harold, talvez dois.

Tentei forar meus olhos a se abrirem diante das palavras

com a minha voz, mas no ditas pelos meus lbios, sendo
sussurradas de perto.

Harold.

Meu pai.

Ela est bem?

Oh, Deus. Sim. Meu pai!

Tentei abrir meus olhos e me virar na direo da sua voz, uma

voz que nunca pensei que ouviria novamente, mas simplesmente
no conseguia lutar contra o sono.

Ela est ... uma hesitao bem.

Circe, querida, se ainda no percebeu, no consegue

esconder nada de mim... o aviso do pai foi sumindo e ouvi um
suspiro.

Sinto muito, meu amado pai, eles esto fracos, mas meus
sentidos me dizem que ela est grvida.

661
 Ouvi meu pai inspirar forte e asperamente.

Ento, eu apaguei.

Voc est comigo, meu amor?

Meus olhos lentamente se abriram e vi a minha cama e, em

seguida, alm disso, o meu quarto.

Em Seattle.

Caralho!

Me virei de costas e olhei para o lado da cama. Sentada em

uma das minhas cadeiras da mesa da sala de jantar estava eu.

Ou... a outra eu.

Circe? Sussurrei e ela sorriu.

Sente-se, minha irm gmea sussurrou em resposta, se

levantou da cadeira, se curvou na minha direo, me ajudou a
levantar e arrumou os travesseiros nas minhas costas.

Olhei para ela em estado de choque.

Totalmente eu. Usando minhas roupas, mas tendo cortado o

cabelo nos ltimos meses.

662
 Ela se sentou e se inclinou um pouco para a frente, pegando a
minha mo.

Voc sabe que no sou voc? Ela perguntou.

Balancei a cabea.

Voc sabe quem eu sou? Continuou.

Balancei a cabea novamente e ela sorriu.

Voc descobriu o que aconteceu sussurrou.

Balancei a cabea mais uma vez e ela acenou de volta.

Como voc est? Perguntou.

Surtada, era assim que eu estava. Totalmente.

Humm...

Ainda cansada? Prosseguiu.

Balancei a cabea.

Voc est com sede, com fome?

Balancei a cabea pois estava. Com ambos.

Como...? Comecei e ela balanou a cabea desta vez.

Eu no sei. Embora voc, claramente, ter poderes, como

eu. Dito isto, Harold me disse que voc nunca os usou e, na
verdade, me disse que ningum neste mundo usa. Mas ele est
errado; aqueles que possuem poder aqui so mais espertos do que
ns, em casa. Eles o mantem guardado, o segredo mais bem
guardado. Isto sbio. No entanto, evidente a partir do seu
esgotamento extremo que descobriu como levar seu esprito para

663
fora daquele mundo at o seu lar. Senti o mesmo quando eu...
ela hesitou, o rosto suave ainda cauteloso mesma transportei
meu esprito.

Eu sabia. Ela se libertou completamente.

Bom para ela. Pssimo para mim.

Ns estivemos procurando ela continuou encontrar

uma maneira de traz-la para casa. Minha magia est esgotada. Eu
no sabia, embora tivesse sido avisada, mas preciso muita
energia para se mover entre os mundos, uma grande quantidade.
Eu a sinto crescendo dentro de mim, mas est frgil e pode levar
anos, at dcadas, para se restabelecer. Mas localizamos uma
bruxa neste mundo que achamos que podia ajudar. Antes que
pudssemos tentar, voc voltou. Ela deu um pequeno sorriso.
Isto bom e causou ao nosso pai um grande alvio.

Nosso pai? Sussurrei, e ela deu um pequeno e

cauteloso levantar de ombros, ainda sorrindo.

Ele me perdoou pelo que fiz a voc, especialmente, desde

que tenho trabalhado to duro para localizar essa bruxa, ao mesmo
tempo tentando encontrar maneiras de restabelecer meus prprios
poderes para traz-la para casa. Meu pai foi assassinado pelo meu
rei quando eu era muito jovem para que pudesse humm... bem ...
Ela parou, em seguida, continuou. Tenho conversado muito com
o seu pai. J expliquei as coisas e temos nos aproximado. Os
olhos dela se tornaram calorosos. Ele um homem bom e tem
um grande corao. Ele diz que, j que o meu pai parecia
exatamente como ele, mas, claro, atravs da memria, muito mais
jovem, ento ele realmente o meu pai de qualquer maneira, de

664
qualquer jeito. Ela sorriu novamente. Mas eu ainda o chamo
de Harold.

Olhei para ela. Ou, mais exatamente, para mim.

Seu sorriso desapareceu e seu olhar se intensificou.

Em seguida, sussurrou: Agora tenho que pedir o mesmo a

voc, se puder encontr-lo em seu corao para me dar.

O mesmo o qu? Sussurrei de volta.

Perdo.

Eu a encarei de novo e ela se inclinou ainda mais, apertando

a minha mo.

Eu sabia, sabia que voc existia ela falou baixinho,

fechou os olhos com fora e os abriu antes de continuar. Eu
sabia que o que eu... o que estava fazendo com voc em um
esforo para me proteger, mas... mas... ela apertou os lbios e
os abriu antes de falar to baixinho que me esforcei para ouvi-la.
Eu no aguentava mais.

Eu sabia. Eu sabia. Merda, sabia disso.

Circe sussurrei.

Durante anos sussurrou de volta meu rei...

balanou a cabea ento aqueles piratas se revezando. Em
seguida, os olheiros me sequestrando. Sabia sobre Korwahk. Sabia
sobre a Caada. Sinto muito, minha doce gmea sua mo
apertou a minha com fora enquanto lgrimas enchiam seus olhos
castanhos claros que pareciam, notei isso pela primeira vez nela,
mas nunca percebi em mim, dourados. No podia suportar mais.

665
Sabia do feitio, tinha ouvido falar dele, tendo o considerado muitas
vezes. Mas o nico feitio que sabia era o de troca de lugares, no
para se mover entre os mundos eu mesma, mas para trocar com
voc, e no poderia viver comigo mesma se fizesse isso com uma
desconhecida. Mas estando naquele curral, tendo sido preparada
para a Caa, no tinha mais foras para fazer a coisa honrosa e,
em vez disso, fiz a coisa egosta. Ento mudei de lugar com voc e
sei por que fiz isso. Sei o porqu. Mas aprender sobre voc,
vivendo sua vida, estar com aqueles que voc ama, deve saber que
me arrependo.

Apertei sua mo em resposta. No.

Ela piscou para mim com surpresa. O qu?

Conheci Baldur seus olhos se arregalaram e balancei a

cabea, continuando. Ouvi sobre os piratas. Juntei todas as
peas e sei porque fez isso falei suavemente. Entendi.
Menina... Sorri o melhor que pude para ela como entendi.

Ela assentiu com a cabea e os olhos dela se moveram para

minha barriga, em seguida, de volta para mim. Sei que voc
entendeu. Oh Circe, os horrores que deve ter sofrido por minha
causa.

No faa isso. Apertei a mo dela novamente.

Acabou.

Ela assentiu com a cabea. isso.

Sim, acabou mesmo.

666
 O que passou, passou sussurrei e o que vai vir...
Parei, meus olhos se encheram de lgrimas e, ao contrrio da outra
eu, no consegui segur-las.

Oh, minha irm gmea sussurrou, me puxou para os

seus braos, se sentou na cama ao lado do meu quadril e me
abraou enquanto eu chorava. Meus braos a envolveram, coloquei
meu rosto no pescoo dela e chorei.

E chorei pela perda do meu reino. Pela perda da minha Ghost.

Pela perda da Diandra, da Narinda, das minhas meninas e do meu
povo. Pela perda da minha guarda.

E pela perda do meu rei.

Isto significava que chorei intensamente e o fiz por um longo

tempo.

E, quando parei, minha irm gmea me acomodou na cama,

me trouxe uma caixa de lenos de papel, em seguida, afastou meu
cabelo do meu rosto enquanto limpava meus olhos, minhas
bochechas e o meu nariz.

Ento, ela disse: Vou lhe trazer caf e alguma coisa para
comer. Sim?

Balancei a cabea.

E vou telefonar para o seu pai.

Balancei a cabea e dei um sorriso trmulo.

Ela balanou a cabea em resposta, murmurando: Vou

fazer a segunda coisa, primeiro. Ento pegou minha mo e deu
um ltimo aperto antes de solt-la e saiu do quarto.

667
 Olhei para as costas dela.

Sim, estava usando minhas roupas. Era bom ver que no

estava to errada quando as comprei; o jeans parecia timo em
mim.

Ento imaginei se sentiria falta dos meus sarongues.

Ou do sol.

Ou da poeira, da areia e da pedra.

Sabia que no sentiria falta dos penicos.

Do resto, foda-se, eu ia sentir falta.

Me deitei novamente na cama, enrolada como uma bola e

respirando profundamente.

No ia mais chorar.

Estava acabado.

Agora, tinha que aguentar.

Estava em casa.

668
 Captulo Trinta
De Volta

Cinco meses depois ...

As luzes sobre a frota (frota, assim, quatro deles) de

caminhes em movimento na garagem se apagaram, painel por
painel, a nica a ficar iluminada sendo a da porta da frente e soube
que o pai estava encerrando a noite.

No meu escritrio, na parte dos fundos, enfiei a ltima fatura

em um envelope, verifiquei que o endereo podia ser visto na parte
transparente e o fechei.

O pai entrou pela porta e sorri para ele.

S preciso carimbar isso, ento vou para casa para me

trocar. Vou encontrar vocs na festa.

A outra Circe estava indo embora e ns estvamos fazendo

uma festa de despedida. Ela estava levando o dinheiro que o pai
deu a ela, que eu tinha dado, os meninos tinham juntado (com um
pouco de treinamento, ela assumiu o escritrio por mim enquanto
eu estava fora, era boa nisso e o local no estava a baguna que
tinha me preocupado que estaria) e estava indo para Nova Orleans.
Estava indo para l porque tinha lido sobre ela, queria conhec-la e,
de fato, quando no estava procura de maneiras de me trazer de
volta para casa e trabalhando no escritrio, ela leu bastante sobre

669
seu novo mundo e queria explorar o mximo possvel do que
poderia ver. E New Orleans era uma boa escolha, visto que veria
bastante do pas dirigindo at l, desde Seattle (papai, a propsito,
lhe ensinou a dirigir).

E tambm estava indo para l porque um velho amigo do pai

tinha uma vaga de emprego no escritrio da sua empresa de
caminhes de reboque. Papai a recomendou (ou melhor, a mim) e
pediu o favor de contrat-la.

Infelizmente, encontrei este velho amigo do pai algumas

vezes quando era jovem, ento ele ia ter uma surpresa quando eu
entrasse (mas no entrasse) e o encontrasse pela primeira vez e
conheceria uma Circe que no era Circe.

O pai disse que ia explicar as coisas depois que isso

acontecesse e o seu amigo Buster ter conhecido a Circe. Ele
achava que isso era sbio. Minha gmea concordou. No me
incomodei em discutir. Aqueles dois eram duas ervilhas da mesma
vagem e me encurralavam com frequncia e, francamente, no
tinha mais nimo em mim para qualquer discusso. Eles queriam
dar ao Buster um ataque cardaco? No iria det-los.

Coloquei o selo no envelope, peguei os outros quatro que

havia feito e os coloquei na caixa de sada de correspondncia, que
no era realmente uma caixa, como tal, uma vez que seria a minha
(agora) bunda gorda que gingaria para fora da garagem e os
colocaria na caixa do correio no final do quarteiro, amanh. Ainda
assim, gostava da minha caixa de sada, mesmo que fosse eu
quem lidava com a sada, assim como a entrada.

670
 Comecei a desligar o computador, mas vi que o pai tinha se
acomodado em uma das duas cadeiras de vinil rachado na minha
frente.

Querida, temos que conversar declarou.

Oh, merda.

No queria fazer isso. Na verdade, tinha evitado com sucesso

fazer isso, por cinco meses. Estava esperando evitar por mais cinco
meses ou, talvez, cinquenta anos.

No agora, vamos nos atrasar disse a ele, apertando o

boto do meu mouse para desligar meu computador.

Agora, Circe, humm... a outra Circe vai entender.

Srio, era estranho que houvesse duas de mim.

Olhei para ele. Ento reconheci aquele olhar. Era o seu olhar
determinado.

Ento eu determinei que no amos conversar, nem agora,

nem nunca.

Pai-

Da mesma maneira desde que eu era criana, a determinao

do pai quando tinha algo a me dizer e ouvir o que eu tinha a dizer,
tinha muito mais determinao do que eu.

Circe, querida, o que h? Ele se inclinou para mim.

Voc no est bem.

Desliguei o monitor e declarei. Eu estou bem.

671
 Comecei a levantar da cadeira quando as palavras do pai me
imobilizaram.

Menina, voc no acha que reconheo um corao partido

quando o vejo? Maldio, querida, tenho visto isso todos os dias da
minha vida h vinte e cinco anos, me encarando de volta no
espelho.

A minha bunda (agora) gorda caiu de volta na cadeira e olhei

para o pai.

E agora, continuou vejo isso toda vez que olho para

voc. Ergueu a mo e bateu os dedos na minha mesa antes de
recostar e exigir. Ento, sem mais baboseiras. O que... h?

Pai sussurrei.

Circe o pai disse com firmeza.

Pai! Rebati.

Circe! O pai respondeu.

Merda!

Olhei para ele. Ele encarou o meu olhar e levantou uma

sobrancelha.

Ento balancei a cabea. Eu no-

O pai me interrompeu. Voc ama aquele idiota.

Pisquei. Ento a dor me esfaqueou. Ento desviei o olhar.

Depois de um momento, papai murmurou: Meeeerda. Voc

ama. Voc ama aquele idiota.

672
 Olhei para ele.

Ele sabia. Sim, ele sabia.

Ns nunca tnhamos falado sobre isso. A outra Circe tinha me

contado sua histria toda (e era pior do que eu imaginava e eu
imaginava que fosse ruim). Eu no tinha compartilhado a minha. Ela
no se intrometeu. Mas ela conhecia Korwahk e suas prticas, e me
observava como um falco, assim como o meu pai, desde que
percebi que ela tinha contado a ele (sem mencionar que eu tinha
desaparecido por meses, ento ele havia ficado tmido). Mas ela
no se intrometeu. Tinha visto os dois com as cabeas juntas,
algumas vezes no incio, quando chegava em casa, mas foi se
tornando mais e mais frequente ultimamente.

Eles orquestraram isto. Era uma maravilha que ela no

estivesse l me intimidando, bem ao lado do pai.

Por falar nisso, a outra eu podia ser irritante. Ela era doce e
engraada, mas tambm era seriamente irritante.

Circe, comece a falar ou vou falar por voc. Papai

advertiu.

? Perguntei bruscamente. Voc e a Circe, ambos

acham que descobriram tudo, no ?

O que descobri, criana, que a primeira vez que a vejo

cuspindo fogo para mim em cinco malditos meses. E a minha Circe
podia cuspir fogo quando estava com amigdalite. Podia cuspir fogo
no Larry, que tinha quase dois metros e pesava cento e cinquenta
quilos e tinha um punho maior do que a sua cabea. Ela podia lidar
com a minha equipe de doze homens sem eles saberem que

673
estavam sendo manipulados. Esse fogo, menina, foi embora e Circe
e eu, sua amiga Marlene, ns achamos que porque... parou,
sua mandbula enrijeceu diante da ideia de eu ser violada, em
seguida, comeou novamente mas no . No isso. No vejo a
dor nos seus olhos por memrias que so torturantes. Vejo um tipo
diferente de dor, querida, uma que reconheo, uma que conheo
porque vive em mim.

Podemos no falar sobre isso? Perguntei em voz baixa.

No, ns no falamos sobre isso h cinco meses e voc

no vai ocult-lo. Agora me diga, garota, voc se apaixonou por
ele?

Passei a lngua nos lbios. Ento fechei os olhos.

Ento os abri e sussurrei: Sim.

Ele inclinou a cabea para olhar para o teto, murmurando.

Meeerda. Circe me avisou que essa porcaria aconteceu.

Pai comecei, mas ele inclinou a cabea para mim

novamente.

Ento por que diabos voc voltou para casa?

Pisquei. O qu?

Voc foi ao mdico, havia tempo. Voc podia ter retirado

essa criana que est carregando... Sabia que meus olhos
brilharam simples meno do aborto quando ele apontou direto
para mim. Isso. Isso a. Voc quer essa criana. Aquele idiota
no forou essa criana em voc; voc a est carregando por ele.
Voc fez esse beb e gostou de fazer isso. Estou errado?

674
 Oh, Deus. Srio. Com o meu pai, no queria chegar l.

Pai-

Me responda, estou errado?

No grunhi.

Eu tinha certeza disso, caralho cortou.

Pai-

Ele me interrompeu novamente. Ento, por que voltou?

No importa o porqu respondi rapidamente.

claro que importa, diabos, porque voc, Circe, menina,

voc... voc o produto da sua me e eu. Eu no a amei at a
morte e todo esse tempo depois por razes tolas. Fiz isso porque
quando se tem um amor como esse, ele no morre. E estou te
dizendo, querida, se tivesse recebido a bala em vez dela, ela olharia
para voc com o mesmo olhar morto com que estou olhando para
voc agora. O mesmo olhar morto que est nos seus olhos quando
est olhando para mim. Ns, os Quinn, no nos apaixonamos
simplesmente. Ns amamos incondicionalmente. E voc, garota,
est apaixonada, ento o que eu quero saber , por que diabos
usou todo o seu poder mgico, o p de pirlimpimpim e essa merda
toda, e voltou para casa quando tinha o seu beb dentro de voc e
no podia saber se jamais voltaria?

No podia lutar contra as palavras dele, ento no lutei. S

contei a ele para poder acabar logo com isso.

Ele descobriu que eu no era do seu mundo.

675
 Ento?

Ele achou que eu era... errada. Uma mutante. Pensou que

eu o enfeiticei. Eles so diferentes, primitivos. Mas, mesmo aqui...
s porque voc voc e voc meu pai e ama do jeito que ama,
que conseguiu compreender a Circe e o que aconteceu comigo.
Com qualquer outro homem, a Circe que veio para c estaria
ferrada. Voc no. Ela teve sorte. Eu... Respirei fundo e conclu
no tive tanta sorte.

Ento ele no a escutou?

Ele ouviu, simplesmente no acreditou em mim.

Ento voc contou a ele e, em seguida, o qu? Papai

perguntou.

Eu... bem, acho que transportei meu esprito para c.

Direto assim? Papai insistiu e pisquei novamente.

No, humm... talvez algumas horas mais tarde.

Ele balanou a cabea. Certo, bem, tenho que dizer,

menina, tanto quanto no quero dar nenhuma desculpa para aquele
idiota, isto eu posso ver. Esta merda... uma maldita loucura.
Levou alguns dias para encaixar na minha cabea, quando a Circe
me contou o que estava acontecendo. Pensei que voc tinha pirado
de vez. Voc pensou, por um segundo, em dar a esse babaca um
dia ou dois para chegar a um acordo com esta merda, antes de
transportar sua... gravidez e, devo acrescentar, sua bunda de l?

Eu o encarei e fiz isso porque no, no, eu no tinha pensado.

676
 Balanou a cabea, mas seus olhos no deixaram os meus.
No, voc no pensou. No a minha Circe. Olhou para o teto
e disse meeerda novamente, antes do seu olhar voltar para mim.
Voc nunca vai mudar. Sempre se deixando levar pelo corao,
deixando suas emoes levarem a melhor sobre voc e sem pensar
com a cabea.

J tinha ouvido isto antes.

Pai-

Ele se inclinou para a frente novamente. Menina, agora

oua o seu pai.

Oh, merda. Ele era pior do que a Diandra quando tinha algo a
dizer.

Manteve o olhar firme em mim. Eu no quero perder voc.

Vou te dizer isso nesse exato momento, voc vai voltar e isso vai
partir o meu corao. Mas voc vai voltar, sei que vai, e o meu neto
vai ter o seu pai e voc... voc vai t-lo tambm. E posso ver, pelo
seu olhar morto, que se voltar vai ter o que eu tinha, que tenho
mantido como precioso por todos estes anos, o que tinha com a sua
me antes que a perdssemos. E sei disso, querida, se tivesse que
ir para um outro mundo, porra, onde vivessem povos primitivos e
tivesse que mijar nas rvores e cagar em um rio, no me importaria,
merda. Sua me estaria l, este lugar era onde eu tinha que estar,
maldio.

Meus olhos se encheram de lgrimas e sussurrei: Pai.

E vou continuar a lhe dizer isto, vai ser uma viagem dura, a
mais difcil da minha vida, mas se voc quiser faz-la, vou lev-la

677
at aquela bruxa e vou abra-la bastante antes de ir, mas voc vai
sabendo que mesmo que v sentir sua falta, vou estar feliz por
voc, sabendo que tem o que eu perdi.

Fechei os olhos e desviei o olhar.

Ento falei, olhando a parede. Voc no entendeu. Ele...

era... a coisa toda era difcil, estar com ele, me adaptar ao seu
mundo, mas fiquei com ele. Olhei para o pai. Fiquei com ele
mesmo diante de todas as provaes que foram atiradas em mim e,
quando eu digo isso, pai, quero dizer, vi mulheres mergulharem
facas nos seus estmagos e homens terem as pernas cortadas e as
cabeas arrancadas dos seus corpos. Os olhos do pai se
arregalaram, mas continuei. E tomei a vida de um homem... bem,
um homem e meio, na verdade, mas... o que seja. Fiquei com ele.
Me mantive ao lado do Lahn. Mesmo com tudo o que o mundo e ele
jogaram em mim. Ele teve uma chance, pai, uma, e no teve que
testemunhar algo que fez seu estmago revirar, no tirou sua
primeira vida, no foi trado por algum com quem se preocupava e
quase perdeu a vida por causa disso. Ele s tinha que acreditar em
mim. Simples. Apenas acreditar em mim. Mas, no. Ele matou o
que eu sentia por ele. Matou, est morto. Eu no tenho o poder de
voltar e nem Circe tem o poder de me enviar. E no vou at essa
bruxa, pai. Nunca mais vou voltar. Vou sentir falta dele, fiz amigos,
tinha uma tigresa como animal de estimao que podia falar comigo
e eu era uma rainha foda, pelo amor de Deus. A vida era estranha e
era louca, mas tambm era boa. Mas no vou voltar. Nunca. Se o
que ele matou em mim nunca voltar vida novamente, que assim
seja. Vou ter o que voc teve e vou seguir em frente. Vou ter um

678
filho dele e, assim como voc, isso vai ser bom o suficiente para
mim.

Papai olhou para mim e encarei o seu olhar.

Ento chegou concluso que havia chegado muitas vezes

na minha vida, e que era o fato de que, quando me decidia sobre
algo, quando meu corao me levava para o caminho que estava
determinada a tomar, ele no ia ser capaz de me fazer mudar de
ideia.

Soube disso quando perguntou: Voc era uma rainha?

Fechei os olhos, prendi a respirao, em seguida, os abri.

Sim, a verdadeira rainha guerreira dourada da nao Korwahk.

Ele piscou, ento murmurou: Puta merda!

Com certeza murmurei em resposta e, foda-se, fiz isso

com orgulho.

Ele ficou me olhando. Ento perguntou: Menina, como voc

mata metade de um homem? Eles tinham meio-homens l?

Relaxei. Ento sorri.

Em seguida, falei: Me d uma carona para a festa da Circe,

vou lhe contar histrias no caminho para l.

Balanou a cabea enquanto se levantava, murmurando.

No tenho certeza se quero saber.

Isto era, provavelmente, sbio.

Seus olhos vieram at mim.

679
 Mas vou ouvi-las disse baixinho.

Sim, esse era o meu pai. Ele sempre ouvia.

Ento vou te contar disse baixinho em resposta.

Ele assentiu. Ento: O nome dele era Lahn?

Cerrei os dentes para combater a dor. Quando a tinha

dominado, assenti. Dax Lahn, rei de Korwahk e o guerreiro mais
poderoso da Horda Korwahk.

Seus lbios tremeram. Em seguida, observou: Garota, voc

apostou alto. Estou orgulhoso de voc, chamando a ateno de um
rei.

Revirei os olhos.

O pai se moveu para a porta e abri a gaveta na qual estava a

minha bolsa. Quando me levantei, notei que ele no tinha se
movido do lugar ento parei e olhei para ele.

Voc tem certeza, querida? Sussurrou.

Balancei a cabea. Tinha certeza. Muita certeza. Doa, cada

dia, todos os dias.

Mas tinha certeza.

Ele acenou de volta. Venho busc-la em uma hora

murmurou e se afastou.

Sa atrs dele.

Verdade seja dita, eu no estava to gorda. Estava fazendo

ioga e caminhadas todos os dias e comendo direito, porque podia

680
ter um guerreiro de dois metros (no futuro) crescendo dentro de
mim e ele precisava dos nutrientes adequados.

Assim como uma menina dourada necessitaria.

Ento, cuidava de mim mesma.

No tinha conhecimento do sexo, me recusei a saber, no

tinha sequer olhado para o ultrassom e me recusei terminantemente
a ouvir qualquer notcia, exceto para saber se o beb estava
crescendo saudvel ou no - ele ou ela.

No admitia para mim mesma o porqu, mas sabia que fazia

isso porque, se ainda estivesse em Korwahk, Lahn e eu no
saberamos at o momento importante.

Ento aqui eu no queria saber tambm.

Me movi para a porta, apaguei as luzes do meu escritrio e

encontrei meu pai na porta da frente, que estava segurando aberta
para mim.

Ento fui para casa colocar o meu vestido novo de grvida e

dizer adeus minha outra eu, enquanto ela comeava sua vida em
seu novo mundo.

681
 Olhei atravs da janela para a chuva enquanto a minha
melhor amiga, Marlene, respirava profundamente na minha frente.

No est brincando? Perguntou.

Meus olhos foram at ela e balancei a cabea.

Tinha acabado de contar para ela o que disse ao pai sobre

amar o Lahn e por que o deixei, de qualquer maneira. Isto incluiu as
histrias que tinha compartilhado com ele na viagem at l (e
durante as suas trs primeiras cervejas na festa), histrias sobre
Ghost, Diandra, Narinda, Zahnin e Sabine, os desafios ao Dax e
lutas sangrentas em uma tenda.

Entre outras coisas.

Ela estava surtando e consumindo lcool excessivamente.

Tinha decidido que a minha ttica de falar sobre isso no me

fazia me sentir melhor e tambm decidi que eu era a sua carona
para casa (assim como do pai, de quem j havia confiscado as
chaves, as quais estavam na minha bolsa).

Uau Marlene suspirou. Ento... ele era sexy?

Olhei para fora da janela. Muito sexy.

E ele era bom em comeou.

A interrompi, sem olhar para ela. Muito.

Menina falou lentamente cada slaba, de modo que

demorou para terminar a palavra.

Suspirei.

682
 Sua mo tocou o meu brao, senti ela se aproximar, ento
olhei para ela e vi seu rosto suavizar.

Deus, eu amava a Marlene.

Querida, voc tem certeza que no quer ir at essa bruxa?

Perguntou em voz baixa.

Exceto, agora mesmo, no a amava tanto.

J disse a voc, no.

Circe, realmente, no sei. Voc tem um beb a caminho.

Eu sei e ainda no.

Suas sobrancelhas se ergueram. Mas talvez ele esteja l

ansiando por voc, chutando a si mesmo por ter estragado as
coisas, querendo voc em casa. Talvez esteja preocupado com
voc, onde voc est, onde seu beb est, imaginando se vocs
dois esto bem. O que pensa sobre isso?

No, eu no pensava. Embora o Lahn estar ansiando por mim

fosse uma piada. Ele provavelmente estava estuprando, saqueando
e cortando pessoas com sua espada.

E ele tinha as Xacto a quem recorrer.

No me importo respondi. Mas, no, na verdade, no

tenho pensado nisso, mas Lahn no o tipo de homem que se
consome. Ele pode obter o que precisa de uma variedade de
mulheres e pode ter outra esposa em menos de um ano e meio. E a
maioria das mulheres que poderia escolher ficariam maravilhadas
por t-lo. Ele vai ficar bem.

683
 Cir-

Puxei o meu brao do dela, mas agarrei sua mo e a apertei.

Realmente, honestamente, querida, como eu disse no. Ele
vai ficar bem, eu vou ficar bem e meu beb vai ficar bem. Nada de
bruxa. No h volta. E quero outro ch de beb depois que eu tiver
essa criana e nesse sorri voc vai servir lcool.

Ela olhou para mim. Ento sorriu de volta.

Marlene estava encantada por planejar o meu ch de beb.

Ela o tinha planejando desde que descobriu que estava carregando
um beb, que foi no primeiro dia que me viu de volta e descobriu
que eu estava grvida. Metade de Seattle ia participar. Ela chamou
meus amigos, os amigos dela, amigos dos seus amigos e,
provavelmente, tinha colocado um anncio no jornal com um
convite aberto (contanto que trouxessem presentes). Quando fui
registrar minha lista na loja de bebs, ela tirou a coisa digitalizada
da minha mo, viu minhas escolhas e podia jurar que a saliva
escorrer do seu lbio uma vez, ela parecia fantica. Era maluca por
bebs. Mal podia esperar para eu ter essa criana.

Ok, eu estava amando a Marlene novamente.

Portanto, soltei sua mo, a puxei para os meus braos e a

abracei.

Amo voc, baby sussurrei no seu ouvido, ela me deu um

aperto e sussurrou as mesmas palavras em resposta.

Me afastei e virei a cabea quando ouvi meu pai gritar:

Hora da porra do bolo! E o vi sair da cozinha do Ernie (Ernie era
um dos melhores amigos do pai, o pai e os seus meninos

684
almoavam a comida gordurosa do Ernie praticamente todos os
dias se estavam um pouco prximos dele e, portanto, a festa de
despedida da Circe era no Ernie).

Ele tinha um bolo enorme e retangular nas mos, o tipo com

cobertura branca e espessa em torno das bordas e enormes flores
em cima, estas amarelas. Seu rosto estava brilhantemente
iluminado pelas velas acesas em cima do bolo e seus olhos
estavam iluminados com o pensamento de que logo estaria
comendo bolo de aniversrio.

Srio, meu pai era louco por bolo de aniversrio. Ele serviria
bolo de aniversrio com velas quando um novo dia amanhecia, se
pudesse.

Caminhou em direo Circe e estava, por algum motivo,

iniciando um coro de Ela uma boa companheira.

Olhei para Circe, que estava radiante.

Ela estava feliz, no havia nenhuma dvida sobre isso. Estava

segura neste mundo, meus amigos e a minha famlia a tinham
aceitado (e a nossa histria, estranhamente) sem dvidas (bem,
pelo menos, que eu tenha percebido).

Ela no era mais o brinquedo de um tirano ou o brinquedo de

um navio cheio de piratas.

Era livre.

Isso era bom.

Muito bom.

685
 Duas coisas boas saram disto. Circe estava sorrindo, seus
olhos brilhando e eu tinha uma vida que sabia ser preciosa, no
momento, chutando a minha barriga.

Sorri.

Circe? Marlene chamou e me virei para olhar para ela.

Ela parecia alarmada.

Circe! Gritou e abri a boca para falar, mas no pude

dizer duas palavras, e tudo, Marlene, o restaurante atrs dela, as
mesas, tudo estava... estava...

Estava derretendo!

Oh, merda!

Minha cabea se virou para o meu pai.

Pai! Gritei, mas nada saiu, nem mesmo quando vi sua

imagem ondulada largar o bolo no cho e comear a correr na
minha direo.

Ele no conseguiu.

Tudo tinha ficado preto.

Em seguida ficou brilhante, com flashes de ouro puro.

Ento eu estava de p no meio de uma tenda, um fogo

queimando atrs de mim e uma mulher com cabelo selvagem e
maltratado, usando um sarongue de tecido spero e desgastado
amarrado em volta do pescoo caiu desmaiada na pedra, aos meus
ps.

686
 Vi um movimento nas sombras.

Vinha na minha direo.

Olhei para cima enquanto a imagem se formava em um corpo

de homem e quando o fiz, olhei nos olhos escuros do Lahn.

No sussurrei enquanto ele continuava vindo at mim.

Levantei uma mo trmula, a palma virada na direo dele

enquanto meus olhos pousavam na mulher aos meus ps. Ela
estava apagada, como uma lmpada.

Havia esgotado sua magia me trazendo de volta.

Meus olhos voltaram para o Lahn e vi que estava em cima de

mim, o msculo duro do seu peito contra a palma da minha mo.
Dei um passo para trs, ele se moveu rpido como um flash e fui
erguida em seus braos.

Arqueei as costas e gritei: No!

Rayloo, kah rahna fauna sussurrou, seus braos ficando

mais apertados e fortes como o ferro.

Fechei os olhos com fora e meu corpo afrouxou nos seus

braos.

No sussurrei.

Ento estvamos fora da tenda, minha bunda estava sobre

um cavalo e senti o Lahn montar imediatamente atrs de mim.

Abri meus olhos e vi a Avenida dos Deuses minha frente e

senti Lahkan debaixo de mim.

687
 Lahn envolveu o brao com fora ao redor das minhas
costelas salientes, se inclinou sobre as costas do Lahkan, enterrou
os calcanhares no seu corcel e cavalgamos pela avenida em
direo a Korwahn.

Caralho.

688
 Captulo Trinta e Um
A Busca

Seis semanas mais tarde...

A tigresa ronronou.

Sabia disso porque a minha tigresa, agora completamente

crescida, estava deitada de lado na cama comigo, tinha a minha
grande barriga pressionada contra as costas dela, minha mo
acariciando o pelo macio e grosso e ela estava ronronando.

Estava feliz porque sua Loolah estava em casa. Sabia disso

no s por causa do ronronar, mas porque ela me disse.

De repente, sua cabea se ergueu bruscamente e se virou

rapidamente de barriga para baixo, olhando para a porta, o ronronar
sendo substitudo por um rosnado baixo, que vinha do fundo da sua
garganta.

Fechei os olhos.

Lahn estava l.

Fora, besta ordenou, ela rosnou um pouco mais e ele

repetiu: Fora.

Ela soltou outro rosnado, virou a cabea para olhar para mim,
sorri para ela que piscou os olhos azuis e s ento se levantou e
saltou graciosamente da cama.

689
 Fechei os olhos e esperei por ele.

No esperei muito tempo. Nunca esperava.

Lahn se juntou a mim na cama, ento me puxou para o seu

lado, enfiando o brao debaixo de mim e me segurando bem perto
enquanto se reclinava sobre as almofadas.

Eu no tinha escolha, a no ser descansar minha cabea no

seu ombro, ento o fiz. Mantive os olhos fechados. Ento os abri
porque seus dedos estavam fazendo desenhos aleatrios no meu
quadril sobre a seda da camisola e isso parecia melhor com os
olhos fechados.

O problema era que podia ver seu peito quando meus olhos
estavam abertos.

Ento, estava ferrada de qualquer maneira.

Kah Lahnahsahna, nahna rahna linas, shalah ele

murmurou, minha tigresa, seus olhos dourados, por favor.

Suspirei baixinho, me apoiei sobre o cotovelo e olhei para ele.

Deus, ele era lindo e eu odiava intensamente isso.

Olhou nos meus olhos e no disse uma palavra. Ento seu

olhar se moveu sobre o meu rosto. Em seguida, olhou nos meus
olhos novamente.

A mesma rotina. Toda manh. A cada manh, todos os dias,

h seis malditas semanas.

Ela se mantm fechada para mim murmurou e eu

pisquei.

690
 Humm. Isso era novo.

E tambm foi surpreendente quando entendi. Finalmente

entendi o que ele estava fazendo.

Estava procurando o meu esprito.

Bem, ele tinha ido embora. Ele o quebrou.

Desviei o olhar.

Sua mo se aproximou e segurou o meu queixo, movendo

suavemente o meu rosto, assim voltei a olhar para ele.

Perdi os seus olhos por cinco meses, minha cora, e senti

falta deles. Mesmo tendo-os de volta sem o seu esprito brilhando
neles, no gosto deles virados para outro lado.

Sim, a mesma ladainha. Ele estava sendo doce.

Mantive o seu olhar. No demonstrei espanto. No demonstrei

raiva. S esperei que isso terminasse.

s vezes, levava mais tempo do que outras. Hoje, tinha a

sensao seria um longo caminho.

Ento fez algo totalmente novo. Me virou de costas e pairou

sobre mim, ainda prximo, e sua mo se moveu para a minha
barriga, grande e inchada, seu calor penetrando a seda.

Ele chega em breve murmurou.

Isto era verdade. Estava chegando. Qualquer dia, agora.

E o Lahn, eu tambm sabia, tinha cedido da sua menina

dourada. Soube disso porque me disse uma vez, na calada da

691
noite, quando meu filho me chutou to forte que me acordou. E o
Lahn, que estava com a mo na minha barriga, tambm acordou.
Era um saco, mas tinha que admitir, quando vi seus olhos sob a luz
da lua brilhando com admirao, seu esprito exposto para eu ver,
seu prazer em sentir o movimento do filho pela primeira vez sem
nem mesmo querendo disfarar, gostei. De tudo. Foi a coisa mais
linda que j vi.

E ele murmurou, apertando a mo suavemente na minha

barriga: Esse um guerreiro, minha cora dourada.

Imaginei que no estava errado. O garoto podia dar um

senhor pontap e era agitado. Era como se estivesse nadando l
dentro, saltando, nadando de peito, essa coisa toda. E estava
irritado por no ter mais espao para se movimentar e me dizia isso
com bastante frequncia, chutando pra caralho.

Lahn me tirou dos meus pensamentos quando informou:

Sei que voc no deseja isso, mas vou estar na banheira com voc
e a curandeira.

Suspirei de novo.

Imaginei isso.

Lahn tinha, alis, em algum momento dos ltimos cinco

meses, decidido acreditar em mim. Estava animado com esta
criana novamente e dormia com a mo na minha barriga ou,
sempre que estava de p atrs de mim, envolvia os braos minha
volta e colocava as duas mos sobre ela, se isto fosse uma
indicao.

692
 A boa notcia que ia ter a curandeira comigo. A m notcia,
ia dar luz na banheira da casa de banho. Estava imaginando que
isso seria bom, normalmente, mas a gua vinha de uma fonte de
gua quente e no estava ansiosa para o meu filho ser cozido vivo
antes de dar sua primeira respirao.

Mas no disse uma palavra.

E de qualquer maneira, talvez estivesse sendo dramtica

sobre a gua. No era to quente. Eu me banhava nela.

No respondi ao comentrio do Lahn e foi a vez dele suspirar.

Suas amigas, segundo me disseram, vm diariamente para

ver voc, Circe me disse calmamente e meus olhos deslizaram
para longe. Linas, Shalah sussurrou e meus olhos voltaram
para ele.

Estava evitando as meninas. No tinha visto nenhuma delas

desde que voltei. Nem mesmo a Diandra. Isso era rude, mas eu
estava mal. No queria estar aqui e no tinha a inteno de ficar
aqui, portanto, no queria continuar as nossas amizades porque
tinha sentido bastante falta delas na primeira vez.

Ia voltar para casa.

Como faria isso, no sei, porque agora realmente no tinha

como chegar em casa, a menos que pudesse escapar do controle
do Lahn e, de alguma forma, encontrar outra bruxa que no se
importasse de ficar fora do ar por um dia ou dois, perder toda a sua
energia por uma dcada e me mandar para casa.

No acho que este tipo de pesquisa podia se revelar til.

693
 Mas tinha esperana. Todos os dias, esperava que o meu pai
estivesse trabalhando com aquela bruxa, Korwahn derreteria e
estaria novamente em casa. Ento acharia um feitio de proteo
para me enraizar l. No me importava se isso significasse que teria
que tatuar coisas estranhas em cada centmetro do meu corpo. Eu
nunca mais partiria.

Elas esto sentindo falta de voc, minha rainha Lahn

continuou falando e me concentrei novamente nele. Elas esto
preocupadas com voc e com a criana que voc carrega. Elas
querem ver voc.

Eu no quero v-las falei em voz baixa.

Seu olhar se tornou suave. Circe-

Balancei a cabea. No posso construir laos fortes aqui.

Meu pai sabe sobre uma bruxa, l em casa, que pode me levar de
volta. Tenho certeza de que ela est se preparando. Vou partir em
breve.

Coisa errada a dizer. Seu rosto ficou duro e sua mo desceu

pela minha barriga at o meu lado e, em seguida, contraiu o brao,
bloqueando meu outro lado sua frente, enquanto seu rosto se
aproximava.

Voc no vai embora de novo grunhiu.

Receio que voc no tenha nenhuma escolha sobre isso,

Lahn.

Sei que nesse momento vai incomod-la, kah

Lahnahsahna, mas tenho que fazer isso. Voc no acha que, j que
eu esmaguei o seu esprito que, quando a trouxesse de volta, no

694
saberia que voc voltaria a tentar partir? O feitio lanado para
gui-la at a sua verdadeira casa, tambm a prendeu neste mundo,
Circe, nosso mundo. Voc nunca mais vai voltar.

Olhei para ele.

No estava falando srio.

Estava?

Continuou falando. Ele tambm ancora voc a mim, assim,

mesmo que voc tentasse escapar de mim neste mundo, eu sentiria
voc e poderia procur-la. Voc no pode se esconder. Sempre
estaria de alguma forma visvel para mim.

Continuei olhando para ele.

Srio, ele no podia estar falando srio, caralho!

Voc no fez isso sussurrei.

Fiz respondeu.

Voc no fez isso repeti em um sussurro e seu rosto se

aproximou mais ainda.

Eu... fiz... grunhiu. Voc prometeu nunca me deixar e

me deixou. Cuidei para que essa merda no pudesse acontecer
novamente.

Sabia que meus lbios se abriram e senti a picada das

lgrimas no meu nariz.

Ento sussurrei: No posso acreditar que fez isso.

695
 Voc se entregou a mim por livre e espontnea vontade,
voc minha. E eu me entreguei a voc, sou seu. Farei qualquer
coisa para mant-la, minha rainha, acredite nisto.

Isso parece... a perseguio de um psicopata. Ainda

estava sussurrando.

No tenho ideia do que isso significa e no me importo.

assim que . E Circe seu rosto chegou mais perto, sua mo
deslizou para cima, pelo meu lado, sobre o meu peito, at o meu
pescoo e para minha mandbula, onde o polegar deslizou sobre a
minha bochecha enquanto finalizava baixinho: Vou ressuscitar
seu esprito dentro de voc. Vou fazer de tudo para conseguir isso.
Ele vai brilhar para mim novamente. Pode acreditar nisso tambm.

Antes que pudesse det-lo, seu polegar deslizou sobre os

meus lbios, envolveu o meu queixo e segurou minha cabea com
firmeza enquanto a dele abaixava e seus lbios tocavam os meus.

Minha barriga se contraiu.

Ento, ele levantou a cabea e olhou profundamente nos

meus olhos antes do polegar roar os meus lbios, se levantar,
beijar minha testa, em seguida, rolar para fora da cama e caminhar
atravs do quarto.

Me apoiei sobre os cotovelos para v-lo abrir a porta e vi

Twinka segurando algumas roupas de banho.

Se as esposas dos guerreiros a visitarem, voc no vai

mand-las embora. Vai deix-las entrar. Se no o fizerem, voc vai
enviar uma das suas meninas para ir busc-las. Este um
comando do seu rei e se uma delas desobedecer, qualquer uma

696
delas, esposa ou escrava, vo responder a mim. Fui claro? Lahn
perguntou com firmeza.

Twinka olhou para mim e deu um sorriso enorme.

Meena, kah Dax murmurou, como eu sabia que faria,

porque sabia que isso ia me irritar e/ou me perturbar e faria tudo
para isso acontecer.

Dohno Lahn murmurou e ento se foi.

Ca de volta na cama e olhei para o teto.

Twinka cantarolava feliz enquanto recolhia as toalhas da casa

de banho.

Me sentei em uma espreguiadeira no ptio da cobertura,

olhei para o sol que refletia o ouro na Avenida dos Deuses e puxei o
intrincado xale feito de tecidos leves mais para perto de mim
enquanto imaginava se havia alguma tropa de escravos que saam
todos os dias e poliam o ouro. Ele sempre brilhava, mesmo rodeado
na sua maior parte por areia e poeira.

Ento descobri que havia.

697
 Ghost, como sempre desde que voltei para casa, estava ao
meu lado, agora deitada de frente, a mandbula apoiada nas patas.

Eu a acariciava distraidamente e, infelizmente, meus

pensamentos foram dos escravos e as esttuas para outros
assuntos nos quais no queria pensar, mas no consegui evitar.

Enquanto eu estava fora, Lahn havia tido cinco meses

movimentados. Embora no tivesse visto minhas amigas, no podia
evitar minhas meninas e elas haviam me dito tudo o que sabiam.

Em primeiro lugar, Lahn, a Suh Tunak e os guerreiros

Keenhak tinham cavalgado para Maroo como o planejado. Maroo
tinha recebido a mensagem sobre a terrvel vingana que seria
aplicada pelo Dax, ento haviam se preparado para a invaso, mas
no tinham ideia de que tambm enfrentariam o desafio adicional
da vizinha Keenhak.

Gaal, com os olhos brilhantes e assustadoramente excitados

em contar seus contos macabros, me informou que Suh Tunak e
Keenhak haviam trucidado Maroo e, ao me contar isso,
infelizmente, entrou em detalhes. A vingana foi buscada e
encontrada, e Maroo no esqueceria to cedo a lio que aprendeu.

No Gaal se inclinou para frente, os olhos arregalados e

alegres por geraes.

Se as suas histrias eram um indcio, acreditava que isso

fosse verdade. A srio.

Aparentemente, Lahn e os seus caras no hesitavam quando

exigiam vingana.

Caramba.

698
 Demorou cerca de trs meses e Suh Tunak cavalgou de volta
para Korwahn trazendo uma porrada de escravos Maroo e saques.

O povo de Korwahn se regozijou. Quando essas riquezas

choveram sobre eles, sentiram que era uma prova irrefutvel de que
a Dinastia Dourada tinha comeado.

Lahn e a Suh Tunak haviam desfrutado uma semana de

celebraes por sua vitria e ento estavam na estrada, em suas
atividades para causar estragos ou em patrulha, incluindo a
Daxshee ser desmontada e seguirem seu caminho.

Meu desaparecimento e o fato de eu no viajar com a

Daxshee tinham sido explicados pela tempestade feroz que havia
atingido a cidade antes de eu voltar para casa. Jacanda me contou
que disseram que a tempestade foi o resultado de eu ter passado
muito mal durante a evoluo da minha gravidez naquela noite, o
que significava que tinha que ficar na cama at o final dela.

Isso foi aceito prontamente.

Mas as minhas meninas e as minhas amigas sabiam que eu

tinha desaparecido porque minhas meninas tinham sido
convocadas a me procurar pela casa no dia em que desapareci e
minhas amigas tinham recebido a notcia pelos seus maridos. Eles
haviam jurado silncio sobre esta informao (ameaas de lnguas
serem cortadas funcionavam com qualquer um). Mas Beetus
explicou que, individualmente, em pares, em trios ou, s vezes,
todas as minhas amigas me visitavam todos os dias antes da
Daxshee partir e irem junto com ela, e faziam isso a fim de verificar
se haviam notcias.

699
 Isso era legal.

Alm disso, o povo de Korwahn ou os viajantes que tinham

ouvido a notcia do meu descanso forado e estavam passando por
Korwahn, colocavam flores na nossa porta na esperana de eu
entregar com segurana o herdeiro da Dinastia Dourada.

Isso era legal tambm.

A Daxshee viajou at a hora de voltar para Korwahn e se

acomodar para o inverno e para o Dax estar perto da sua
Dahksahna na ocasio do nascimento.

Tinha decidido que era provvel que Korwahk ficasse ao sul

do Equador neste mundo porque o inverno para eles era vero em
Seattle. Seus invernos eram to diferentes como tudo o mais no
meu mundo. Os dias amanheciam mais tarde e o entardecer vinha
mais cedo, mas apenas um pouco. E havia alguns dias cinzentos e
a chuva que caa ocasionalmente, o que no acontecia devido aos
meus humores (ou eu no pensava assim), no muita, talvez uma
vez por semana. O ar estava um pouco mais frio, mais ainda nos
dias cinzentos. E as noites eram definitivamente mais frias. Lahn e
eu j tnhamos um cobertor de l, macio, felpudo, brilhantemente
colorido que cobria a colcha de seda da nossa cama e fazia
maravilhas em manter o calor, e com corpo quente do Lahn
prximo, nunca peguei um resfriado.

Quando o Lahn decidiu acreditar em mim eu no sabia e,

obviamente, minhas meninas no podiam saber. Dito isto, sua ida
para a guerra e, em seguida, a viagem com a Daxshee,
praticamente, disse tudo.

700
 Em outras palavras, os negcios continuavam normalmente
para o Dax Lahn, rainha desaparecida ou no.

Mas Jacanda tinha confidenciado que a cada dia, durante

todo o dia e toda a noite, enquanto eu estava longe, uma das
meninas era designada a ficar no meu quarto, no caso de eu voltar
para l (apenas Packa foi com o Lahn e a Daxshee) e havia quatro
homens da minha guarda designados para ficar na casa em todos
os momentos. Uma bruxa tambm havia se mudado para l. Assim,
as meninas poderiam alertar os guardas e, se eu voltasse, eles
iriam me deter fisicamente, a bruxa me deteria com magia e ordens
foram dadas para que o Lahn fosse imediatamente informado (ou
to imediatamente quanto um mensageiro pudesse cavalgar aonde
quer que ele estivesse).

Se o Lahn fez isto porque no queria arriscar, especialmente

quando eu poderia estar carregando seu verdadeiro filho e no um
monstro ou porque acreditou em mim e me queria de volta, no
tinha ideia.

E no me importava.

Estava de volta necessidade de encontrar uma maneira de

viver em um mundo do qual no queria fazer parte. E estava
novamente com o Lahn sem me dar nenhuma escolha sobre a
minha prpria vida.

O que eu estava fazendo era no dar a mnima para tudo

aquilo.

Toda a vontade de lutar tinha me deixado e no tinha energia

para encontr-la.

701
 Ento, o que aconteceu era passado e o que estava por vir
era o que eu faria dele.

S precisava descobrir o que ia fazer com isso.

Senti uma dor estranha apertar a minha barriga e minhas

sobrancelhas se uniram enquanto minha mo ia para l.

Isso era novo.

Olhei para o meu estmago. Eu vestia, agora, sarongues

enrolados em torno do meu corpo e amarrados na parte de trs do
pescoo, assim como Twinka. Jacanda me disse que isso era
incomum para uma grvida em Korwahk, elas usavam seus
sarongues e tops normais, as barrigas salientes sobre os cintos. Eu
podia entender isso nos Korwahk. Eles eram Korwahk; faziam
merdas muito loucas o tempo todo. Mas de maneira nenhuma eu ia
andar com aquela barriga gigante exposta. Tinha conseguido perder
um monte de peso extra que tinha adquirido, mas a minha barriga
estava enorme. O garoto tinha que ser enorme.

O que voc est fazendo agora, kah teenkah tunakan?

Sussurrei enquanto deslizava a mo para segurar a parte de baixo
da enorme ondulao e mant-la apertada.

Ghost ergueu a cabea e olhou para o alto da escada. Segui

seu olhar e ento prendi a respirao quando vi a Diandra aparecer
no topo. Ento a soltei abruptamente quando vi que o Eunuco a
seguia.

Meu olhar voltou rapidamente para a Diandra e mantive

silncio. Seus olhos eram amistosos enquanto viajavam por mim,
mas seu rosto estava inexpressivo.

702
 Entendi.

Eu tinha sido rude, insuportavelmente, imperdoavelmente

rude com uma boa amiga que tinha ficado ao meu lado em algumas
situaes muito grosseiras e outras embaraosas. Eu ia ter que
encontrar palavras para explicar a ela e o que era bom, e me fez
sentir culpa ao mesmo tempo, era que eu sabia que ela ia entender
e me perdoar.

Algo que no tinha certeza se merecia.

Mas, agora, a presena do Eunuco com a Diandra, entre

todas as pessoas, me fez manter o silncio, me deixando em
guarda e atenta.

Os olhos dele deslizaram sobre o meu rosto, em seguida,

caminhou at a mesa e as cadeiras. Agarrando duas, ele as
levantou, chegou mais perto e as colocou ao p da minha
espreguiadeira. Segurou a parte das costas para a Diandra at
que ela se sentou e arrumou as duas camadas do sarongue sobre
as pernas (boa ideia essa, dois sarongues combinando para afastar
o frio, tinha que me lembrar disso) e puxou seu prprio xale mais
para cima, em torno da parte superior do seu corpo que no estava
coberta por um tecido ou top curto, mas pelo que parecia ser uma
camiseta de mangas curtas, apertada, feita de l macia, que cobria
sua barriga.

Apenas quando a Diandra tinha se acomodado, o Eunuco se

sentou de frente para mim.

Os olhos de ambos estavam sobre mim.

No disse uma palavra.

703
 Finalmente, o Eunuco falou em Korwahk. Posso confiar
que voc est bem, minha verdadeira rainha dourada?

Pisquei.

Sua voz era baixa, havia um fio de preocupao nela e ele me

chamou de sua verdadeira rainha dourada. No apenas sua rainha.

Humm.

Estou bem respondi.

Ele acenou com a cabea uma vez e me informou: Nosso

rei fala a verdade. Sua beleza floresceu magnificamente e tem
crescido com seu filho.

Realmente, desejava que o Lahn deixasse de ser doce, no

s comigo, mas agora, ouvindo que estava me elogiando para os
outros. Estava me dando nos nervos.

Shahsha murmurei, meus olhos deslizaram para a

Diandra e vi sua cabea ligeiramente inclinada para o lado, a
preocupao que ela no era muito hbil em esconder, agora em
suas feies.

Merda.

Chegou ao meu conhecimento que voc no permite que

suas mulheres a atendam o Eunuco declarou e olhei para ele.

No tenho sido... eu mesma h algum tempo respondi.

Ele inclinou a cabea.

Ento, disse baixinho: Voc lamenta o seu mundo perdido.

704
 Pisquei para ele.

Ele sabia.

Isso era uma surpresa.

Bem, o que quer que seja. Se Lahn foi estpido o suficiente

para confiar nesse cara, que assim fosse. No era da minha conta.

Decidi no responder.

H apenas uma pessoa em Korwahk que me chama de

Karrim afirmou bizarramente, mudando de assunto, eu no disse
uma palavra, mas no tirei os olhos dele. Meu rei terminou
tranquilamente e me preparei novamente.

Ghost se deslocou para que o seu volume elegante

descansasse contra a minha poltrona, uma demonstrao de apoio.

Minha mo foi da minha barriga para a sua pele e eu a

acariciei.

O que eu no fiz foi falar.

Depois do... ele fez uma pausa antes de continuar do

que me aconteceu, no foi apenas minha masculinidade que perdi.
Ele esperou e quando no respondi (embora tenha que dizer que
fiquei muito surpresa com esta notcia) ele continuou. Foi a
Horda. Desde que consigo lembrar, meu pai me falava sobre o meu
futuro como guerreiro e desde que consegui andar, ele comeou a
me treinar para ser um guerreiro. Ele era um guerreiro. Estava no
seu sangue, transmitido para mim. No houve dia mais lindo para
mim do que quando o Dax apontou a palma da mo para a terra e,

705
aos cinco anos de idade, fiquei de joelhos pela primeira vez, a
servio da Horda.

Uau. Interessante.

Ele continuou falando. Portanto, no houve dia pior para

mim do que quando fui expulso dela.

Sinto muito sussurrei, porque realmente precisava ser

cautelosa com esse cara, mas senti que tinha que dizer alguma
coisa, principalmente porque sua voz tremia com uma emoo que
no podia acreditar ser falsa.

Ele inclinou a cabea novamente. Ento, espero que voc

possa imaginar minha alegria quando o novo Dax me procurou e
solicitou o meu servio novamente para os meus irmos. Eu no
conseguia lutar, minha fora no era mais a mesma. Mas podia
estar ao seu servio usando outras habilidades. Este novo Dax era
o mais poderoso que j vi, porm mais poderoso porque usou mais
do que os seus msculos no comando. Ele sabia que a fora de
qualquer guerreiro no estava em sua espada, mas em outros
lugares. E me permitiu usar isso, um poder que eu podia empunhar,
que ainda estava sob o meu comando e forte como sempre, para
fornecer um servio minha nao. Me pediu, no s para prestar
servio na Caa, nas Selees e na Daxshee, mas para ser seus
olhos e ouvidos e para agir no seu nome em matrias de
importncia crucial. E isso eu fui, eu sou, eu fiz e fao, servi a minha
Horda orgulhosamente, mas, alm disso, servindo o poderoso Dax
que comea a Dinastia Dourada.

Balancei a cabea, quando ele parou de falar, ento

continuou.

706
 meu dever saber tudo e ver tudo. meu dever proteger
Suh Tunak, o meu Dax e, fazendo isso, minha Korwahk. E,
portanto, depois que foi reivindicada, era meu dever observar e, em
seguida, procurar a minha rainha, uma estrangeira, e coloc-la
prova. Fez uma pausa, em seguida, deu um pequeno sorriso.
Ela me perguntou o meu nome, um nome pelo qual somente o
marido me chama e, embora os nossos caminhos fossem estranhos
para ela, se manteve firme e fiel ao seu marido. Seus olhos
buscaram os meus e ele sussurrou: Ela passou no teste.

Pisquei para ele.

Meu Deus!

Karrim no me deu tempo para surtar, continuou falando.

E, portanto, agora tenho srias preocupaes diante da notcia que
ela, a rainha guerreira, a dourada, teve seu esprito quebrado.
Esconde sua glria do seu marido. Embainha suas garras que ele
gosta de desafiar com o seu ao.

Oh, Deus.

Me mantive tranquila e com os olhos colados nele, mesmo

quando a Diandra se moveu.

Sabia o que significava o movimento. Significava que as

minhas meninas estavam falando, Diandra estava escutando e
agora estava se intrometendo.

Merda.

Seu rugido de dor foi ouvido longe em Korwahn naquele

dia que voc desapareceu Karrim falou suavemente e senti meu
corpo ficar completamente imvel. Diante da violncia da

707
tempestade, sua parada abrupta, todos sabiam que voc a
convocou e muitos pensaram que ele havia perdido o filho, e pelo
som to torturado, talvez at voc. Todos ficaram satisfeitos em
ouvir que voc teve um pequeno problema e estava bem, mas
descansando.

Apertei os lbios para negar as palavras que saltavam ao

redor e dentro da minha cabea. Boas palavras. timas palavras.

Palavras perigosas. Perigosas para a paz da minha mente e

do meu corao.

E naquele dia fui convocado Karrim insistiu. A Horda

foi para a guerra e costumo assistir meu rei, assegurar que suas
mensagens e comandos foram enviados e recebidos de e para os
guerreiros que lutavam em diferentes frentes. Mas ordenou que eu
no fosse cavalgar com a Horda quando cavalgou para Maroo. Ele
me disse, sob estrita confiana, que havia um outro mundo, e voc,
sua deusa, tinha vindo dele e naquela noite ele a tinha perdido
quando voc retornou para ele. E ento me mandou vasculhar a
terra e encontrar uma bruxa que pudesse traz-la para casa e
prend-la aqui. Ordenou que nenhuma despesa fosse poupada. Se
tivesse que vasculhar as profundezas geladas de Lunwyn, queria
que eu o fizesse. Se tivesse que atravessar a totalidade do Mar
Verde para procurar em terras distantes, gostaria que o fizesse. Eu
no devia parar at que encontrasse a magia para traz-la de volta
para casa e mant-la aqui. Ele acenou com a cabea mais uma
vez. E eu o fiz.

Eu j estava respirando pesadamente.

708
 Lahn tinha feito isso no dia em que desapareci. Lahn tinha
ordenado isto instantaneamente. Lahn no decidiu acreditar em
mim em algum momento dos ltimos cinco meses e Lahn no tinha
partido a negcios.

Lahn tinha planejado imediatamente as aes para me trazer

de volta.

Oh, Deus.

Felizmente, fui capaz de fornecer este servio ao meu rei.

Cavalguei arduamente, montei muitos cavalos, troquei muitas
riquezas. E no s encontrei a bruxa que a trouxe de volta, mas
tambm encontrei uma princesa com cabelos da cor da geada do
Norte que agracia o navio do marido Raider, onde a descobri, um
navio que habita quando no est utilizando uma das suas casas de
inverno em Lunwyn e me confidenciou que ela, tambm, vem do
seu mundo.

Caralho!

Srio? Sussurrei, me inclinando para a frente.

Ele balanou a cabea novamente e sorriu. Srio. Ela e o

marido esto muito interessados em voc pois nunca ouviram falar
de outra como ela. No solicitaram nenhum pagamento para as
longas conversas que tiveram comigo, me contando sobre o seu
mundo, perguntando sobre voc. Eles s pediram que eu enviasse
um mensageiro para inform-los quando voc voltasse. Eles viajam
muito e no tenho ideia de quando a minha mensagem ser
recebida, mas quando for, ela tem a inteno de visit-la, minha
rainha dourada.

709
 Uau. Uau. Uau.

Uau. Respirei fundo, meu sorriso se alargou e ouvi a

Diandra segurar uma risada, ento olhei para ela. Esquecendo que
tinha sido uma cadela completa, sorri para ela e perguntei:
Diandra, querida, isso no legal?

Sua boca relaxou, seus olhos ficaram brilhantes e sussurrou:

De fato , minha querida, muito... legal.

Sustentei o olhar e senti meus olhos ficarem brilhantes

tambm.

Ento senti outra dor contraindo a minha barriga, minhas

sobrancelhas se franziram e olhei para ele, mas Karrim novamente
falou.

Lhe digo tudo isto, minha verdadeira rainha dourada,

porque no consigo descobrir o que aconteceu com voc e o nosso
Dax e entender por que isso continua. Mas gostaria que voc
soubesse-

Ele parou de falar diante do meu gemido, quando a dor voltou,

mais forte, mais profunda e me inclinei para a frente reflexivamente,
afastando a mo da Ghost e envolvendo-a sobre o meu estmago
inchado.

Circe? Diandra falou e parei de cerrar os dentes quando

a dor desapareceu.

Inspirei profundamente e expirei atravs dos lbios que

formaram um apertado O.

710
 Ento olhei para a minha amiga. Estou bem, apenas
uma-

Parei de falar e Karrim levantou abruptamente da sua cadeira,

Ghost se ergueu sobre as quatro patas e Diandra correu na minha
direo.

Tudo isto porque a minha bolsa rompeu.

Oh, Jesus.

Olhei para a Diandra e conclu. Estou bem; s vou ter um

beb.

Ela sorriu diante do meu rosto.

Karrim correu para as escadas e gritou: Chame o Dax

imediatamente! Seu filho chega!

timo.

Karrim tinha uma boca grande.

Diandra me levantou cuidadosamente da espreguiadeira,

murmurando: Vamos ajudar voc a descer as escadas enquanto
ainda podemos.

Isso, pensei, era uma boa ideia. Ento a segui depois que
fiquei de p e Karrim correu de volta para ns. Me acompanharam
at as escadas, um de cada lado, segurando meus braos
firmemente como se eu fosse uma invlida, e no apenas uma
grvida.

Ignorei isso e me virei para a Diandra. Precisamos

conversar.

711
 Sim, minha querida, balanou a cabea mas talvez
no agora.

Alcanamos o topo das escadas. Preciso explicar.

Tenho certeza que precisa me soltou, deu um passo

para a frente, em seguida, se virou e agarrou a minha mo,
comeando a me guiar para baixo enquanto o Karrim me ajudava
atrs porm, mais tarde.

Houve uma razo para que eu fosse comecei, ela parou

no meio da escada e apertou a minha mo com fora.

Circe, por favor, pode se concentrar em conseguir descer

as escadas com xito e entregar o guerreiro que vai suceder o Dax
e ento vamos conversar sobre por que voc se isolou para lamber
suas feridas, lamentar o seu mundo perdido, considerar o seu
futuro tudo o que eu, e todas as suas amigas, j compreendemos.
Ser que isso parece bom para voc?

Sorri. Sim, querida, isso parece bom para mim.

Ela assentiu com inteligncia, murmurou Dohno. E ela e

o Karrim terminaram de me ajudar a descer as escadas onde todas
as minhas meninas, menos a Twinka, estavam esperando, dando
pulinhos com excitao mal disfarada.

Merda.

712
 Captulo Trinta e Dois
O Deus e a Deusa

Empurre, minha rainha dourada a curandeira, que

estava atrs de mim na piscina da casa de banho apoiando meu
tronco com os braos envoltos sob as minhas axilas, as mos
curvadas em volta dos meus ombros, exortou no meu ouvido.

Meus olhos ficaram bloqueados no Lahn quando sussurrei.

Certo.

Era oficial. Eu nunca ia ter outro filho. E no era por causa

dessa merda que doa como uma filha da me.

Eu no estava animada sobre a forma como os Korwahk

faziam o parto dos bebs. Isso era, eu com uma camisola de estilo
Korwahk dentro da piscina, a curandeira me segurando atrs de
mim, uma das suas trs (como se eu precisasse dessa companhia
toda, caralho!) assistentes me segurando de um lado, outra do
outro, a terceira fora da piscina por algum motivo que no entendi e,
o melhor de tudo, meus tornozelos que descansavam nos ombros
largos de Lahn. Este, alis, um Lahn que estava com o seu calo,
ajoelhado na piscina, pronto para pegar o garoto assim que ele se
dignasse a fazer sua apario.

713
 Aparentemente, eu estava errada. Kah teenkah tunakan no
estava irritado por no ter espao suficiente para se mover. Ele
gostava de l e estava acomodado.

Meu corpo estava pronto e ele continuava l.

O problema era que, mesmo to duro quanto tentei, to forte

quanto empurrei, no consegui trazer o garoto para fora.

E isso vinha acontecendo h bastante tempo. Muito mesmo.

Estava completamente desgastada, caralho.

Empurrei com todas as foras que eu tinha, o que realmente

no era muito, em seguida desisti, minha cabea caiu no ombro da
curandeira porque no conseguia mais segur-la, meus olhos
perderam o contato com o Lahn pela primeira vez desde que essa
merda comeou (exceto, claro, quando os fechei para empurrar).

Circe, minha querida, por favor, por favor, empurre.

Diandra incentivava.

Ela estava andando ao lado da piscina de banho com Ghost

rondando ao seu lado, observando, torcendo as mos e enquanto
os minutos passavam, se movendo visivelmente com excitao, de
um surto pequeno a um grande surto, e agora no estava
conseguindo esconder o pnico.

No consigo sussurrei, a dor me atravessando, no

conseguia empurrar e lutar contra a dor ao mesmo tempo. Isso no
estava acontecendo.

Eu tenho que cortar, meu Dax a curandeira disse

calmamente.

714
 Me Lahn grunhiu ferozmente.

Ele no est saindo a curandeira falou e prosseguiu em

silncio, afirmando o bvio.

Me! Lahn gritou e seus braos me envolveram.

Minha rainha, por favor, voc tem que empurrar.

Sussurrou no meu ouvido.

Balancei a cabea fracamente, levantei a cabea e tentei

novamente. Pouco me restava e dei tudo que pude, fechando os
olhos com fora e cravando meus calcanhares nos ombros do Lahn,
mas nada aconteceu.

Ca de volta nos braos que me apoiavam.

Meu Dax a curandeira sussurrou com urgncia eu

tenho que cortar.

Voc corta, eu perco a minha rainha Lahn rosnou e

apertei os olhos j fechados fortemente.

Talvez eu possa costurar tudo junto, como ela fez com o

guerreiro a curandeira sugeriu.

Oh, Deus. Cirurgia experimental primitiva.

Caralho.

Voc no vai cortar Lahn grunhiu novamente e senti

seus dedos apertarem com fora os meus tornozelos. Minha
cora chamou, a voz suave olhe para mim.

Lutei contra a dor respirando fundo e, com esforo, levantei a

cabea.

715
 Ento o encarei e vi. Meu olhar estava enevoado, mas vi.

Sim, definitivamente vi. Clara e visivelmente.

Lahn estava com medo.

Minha tigresa no admite a derrota me disse, apertando

os dedos em torno dos meus tornozelos. Minha guerreira
dourada no admite a derrota. Meus olhos se fecharam
lentamente e seus dedos me deram um aperto assim que eu os
abri. Empurre, querida sussurrou.

Ele segurou meu olhar e exatamente como naquele dia na

nossa tenda, algo veio at mim, algo que eu no sabia que possua
surgiu atravs de mim, assumindo o controle e cerrei os dentes,
balancei a cabea, fechei os olhos, cravei os calcanhares nos
ombros do meu marido e empurrei.

Com fora.

Ento, mais uma vez.

E de novo.

E de novo, caralho.

Est coroando uma assistente sussurrou.

Louvada seja a Verdadeira Me a curandeira sussurrou.

Ento empurrei novamente.

E de novo.

isso a, minha Circe incentivou Lahn, seus dedos no

mais apertando os meus tornozelos, mas acariciando

716
profundamente a carne no interior das minhas coxas, seus braos
em torno delas.

Ento empurrei novamente e as mos do Lahn se moveram

das minhas coxas para o meio das minhas pernas enquanto o
sentia vir.

Oh, Circe! Diandra gritou com alegria.

A espada do rei! A curandeira ordenou rapidamente.

Ca nos braos que estavam me apoiando quando a gua

espirrou minha volta.

Aleluia. Ele estava fora!

Passei a lngua nos lbios e virei a cabea sobre o ombro da

curandeira para ver que a ltima assistente j estava na gua e
tambm trabalhava com o Lahn entre as minhas pernas.

Ento ouvi a voz dele, agora rouca e profunda chamando.

Minha Circe e virei a cabea novamente para v-lo segurando
um perfeito e minsculo beb com cabelo preto.

E ele era perfeito. Absolutamente. Do alto da cabea com

penugem at as pontas dos dedos do seu pezinho de beb.

Ele tambm estava chorando pra cacete.

Perdi o meu beb de vista quando as lgrimas encheram

meus olhos.

Ento meu corpo estremeceu e meu grito perfurou o ar

quando uma nova dor atravessou a minha barriga.

717
 Leve a criana! Gritou a curandeira e meu corpo
contraiu, ento convulsionou enquanto a dor vinha de novo, gua
espirrava em torno de mim, pessoas trocavam de lugar e Lahn
gritou: O que est acontecendo?

Depois de alguns momentos, quando minha barriga foi

cutucada assim como entre as minhas pernas, a curandeira
respondeu alegremente: L vem outro. Empurre minha rainha,
empurre.

Outro?

Virei a cabea para olhar para ela enquanto se posicionava

novamente atrs de mim.

Outro? Outro o qu?

Voc carrega gmeos me disse empurre, minha

verdadeira rainha dourada.

Gmeos?

Meus olhos dispararam para o Lahn e retruquei: Voc tem

gmeos na sua famlia?

Ele olhou para mim e ordenou: Circe, empurre.

Me fale! Gritei.

Sim! Cortou. Meu pai nasceu antes da sua irm, com

a qual compartilhou o ventre.

Oh. Meu. Deus!

E voc no pensou em me dizer? Gritei.

718
 Circe, meu amor, empurre! Diandra gritou.

Olhei para o Lahn.

Ento cerrei os dentes, fechei os olhos, cravei os calcanhares

nos ombros do meu rei (com fora) e empurrei.

Minha filha saiu facilmente.

Ela tinha uma penugem dourada na cabea.

Senti a cama se mexer e meus olhos se abriram no momento

que o Lahn resolveu deitar ao meu lado. Vi que sua cabea estava
erguida e estava acenando para algum, ento virei a cabea e vi a
Diandra e a curandeira ao lado da cama, cada uma segurando uma
trouxinha enrolada.

Diandra se abaixou primeiro com meu filho com penugem

escura e o deitou no meu peito. A curandeira veio logo em seguida,
colocando a minha filha com penugem dourada ao lado do seu
irmo. Ao mesmo tempo, o brao do Lahn se fechou em volta dos
filhos recm-nascidos, assim como em mim, e os meus braos se
moveram para envolver os meus bebs.

719
 Diandra e a curandeira se afastaram silenciosamente,
fechando a porta atrs delas.

Meus olhos foram at o Lahn quando senti seus lbios

roarem minha testa, em seguida, se moveu sobre a cama,
trocando de posio, e vi quando tocou os lbios em cada cabea
com penugem.

E, alis, a cada toque dos seus lbios, meu corao se

derretia.

Ergueu a cabea e aproximou o rosto do meu.

Em seguida, declarou em voz baixa e doce: Eu o nomeio

como Tunahn, o cavalo. Como meu pai me chamou de deus tigre,
orgulhoso, feroz e astuto, eu nomeio o nosso guerreiro como o deus
cavalo, forte, inteligente e leal.

L estava, esse era o Dax Lahn, nomeando o nosso filho sem

mesmo perguntar o que eu pensava.

Embora, meio que gostei de Tunahn e definitivamente gostei

das razes pelas quais o escolheu.

Agora, kah teenkah tunakanahsa sussurrou. Como

voc nomeia a nossa filha?

Oh. Ns amos revezar.

Ok, podia aceitar isso.

Isis falei, por razes desconhecidas para mim. Tinha

acabado de surgir.

720
 Isis sussurrou, os olhos desviando para a cabea
dourada e do jeito que disse essas duas slabas, decidi que era
isso. Minha menina era Isis. Ento seus olhos vieram at mim.
Por que voc nomeia a nossa princesa de ouro assim?

Inclinei a cabea um pouco quando percebi pela primeira vez

que o meu marido e eu dividimos algo estranho, legal e muito
incrvel.

Ento respondi calmamente: Seus pais o nomearam por

causa de um deus e meus pais me deram o nome de uma deusa.
Circe era a deusa da magia. Isis, tambm, uma deusa. Ela a
deusa da maternidade e da magia.

Lahn sorriu de uma forma que gostei muito.

Em seguida, sussurrou: Isso me agrada.

Isso me agradou muito tambm, e foda-se tudo, me agradou

que isso o agradava.

Olhei nos seus olhos e sussurrei em resposta: Dohno.

O brao longo e forte abraou a sua famlia e seus olhos

desceram para a minha boca. Meu corao se aqueceu mais ainda
enquanto minha respirao ficava presa e meus olhos desceram
para a dele. Estava vindo na minha direo. E quando nossos
lbios se tocaram, os dele se abriram e os meus no hesitaram em
fazer o mesmo, nem a ponta da minha lngua hesitou em avanar
para tocar a doura da sua e diante desse toque, calor correu
atravs de mim, forte e incrivelmente doce.

721
 Ele levantou a cabea e eu soube, com apenas um olhar para
os olhos dele, que sentia o mesmo.

Estou muito orgulhoso de voc, minha cora dourada

sussurrou.

Shahsha sussurrei em resposta.

Embora seus lbios tremeram ache que na ltima vez

que voc cravou os calcanhares nos meus ombros foi menos um
esforo para trazer a nossa filha ao mundo do que por outra coisa.

Ele no estava errado sobre isso.

Meus olhos deslizaram para longe.

Circe me chamou e meus olhos deslizaram novamente

para ele. Em seguida, compartilhou gentilmente: Houve apenas
um momento na minha vida no qual fui mais feliz do que sou agora
e foi compartilhar a beleza que a sua magia criou quando disse que
me amava. O brao dele nos apertou novamente. Obrigado,
querida.

Mordi o lbio enquanto aquilo deslizava atravs de mim,

quente e doce tambm.

Ok, eu estava em apuros. Eu no conseguiria lutar contra este

tipo de doura.

Ainda assim, o momento justificava isso, ento no pude

evitar e sussurrei: De nada, Lahn.

722
 Seus olhos ficaram ainda mais calorosos, em seguida,
abaixou a cabea para poder deslizar os lbios contra a minha
testa, minha face e ento nos meus lbios.

Em seguida, se acomodou ao meu lado e pediu baixinho no

meu ouvido: Descanse, minha cora. Vou manter voc e a nossa
famlia segura enquanto dormem.

Ok, merda. Merda, merda, merda.

Isto foi alm de doce. Foi belo.

Ok sussurrei, meu brao apertou os pequenos

embrulhos que dormiam sobre o meu peito, inspirei suavemente,
exalei com um leve suspiro e fechei os olhos.

Poucos minutos depois, eu e a minha famlia dormamos,

seguros, nos braos fortes do meu marido.

Ouvi o seu rugido, no estava exatamente perto, mas no

muito longe e meus olhos se abriram.

A luz suave de velas iluminava nosso quarto a partir dos

quatro postes de ferro altos ao redor da cabeceira da nossa cama.
O resto do quarto estava escuro, mas quando as palavras gritadas

723
vieram at mim, meus olhos foram at os dois bebs enrolados
descansando na cama, escondidos perto da curva do meu corpo e
inclinei a cabea sobre as almofadas.

Olhando atravs do nosso quarto e das portas abertas da sala

de banho, vi o meu marido na varanda, iluminado pelas luzes
brilhantes de muitas tochas que vinham da rua.

Sua rainha guerreira dourada prova mais uma vez minha

afirmao que sua beleza anuncia a Dinastia Dourada! Lahn
estava gritando. Ela lutou poderosamente e se recusou a
amargar a derrota quando o fruto da nossa unio, o futuro do nosso
imprio a desafiou. Como minha rainha dourada sempre faz, ela
triunfou, trazendo no um, mas dois herdeiros plantados a partir da
minha semente em seu ventre dourado!

Um clamor alto e animado vibrou atravs da multido, mas

Lahn falou por cima dele.

Um prncipe guerreiro forte que ser o seu futuro Dax e

uma bela princesa dourada que vai derramar beleza e generosidade
por toda Korwahk!

Outra chuva de exclamaes, mas novamente o Lahn

continuou falando.

O prncipe Tunahn e princesa Isis dormem na teia de

segurana tecida com a magia da minha rainha dourada e a minha
fora, eles vo crescer e florescer at que levem adiante a nossa
Dinastia para todo o nosso povo!

Outros gritos de alegria e mais uma vez Lahn falou sobre eles.

724
 Salve o prncipe Tunahn! Salve a princesa Isis! E salve sua
Rainha Dourada Circe!

Aplausos ecoaram, saudando os meus filhos e a mim, mas eu

soube que Lahn havia terminado. Como de costume, no
aproveitou o frenesi que criou. Se virou e caminhou para mim.

Eu o vi se mover pensando que flertar com ele seria um pouco

difcil, mas no podia evitar, ainda mais com ele.

Senti meus preciosos embrulhos se mexerem e desviei os

olhos do Lahn para ver meus dois bebs acordados e se movendo
em suas bandagens apertadas. Os movimentos do Tunahn
pareciam agitados, at mesmo exigentes. Isis parecia explorar,
seus olhos piscando; ela estava acordada, mas aparentemente
contente.

O peso do Lahn afundou a cama, mesmo enquanto os

aplausos continuavam a vibrar l fora e ele sussurrou: Eles
querem mamar, kah rahna fauna.

Oh, Deus.

Balancei a cabea pensando que teria que me acostumar com

isso, ento podia muito bem comear nesse instante e,
estremecendo, me movi para ficar sentada.

Lahn pegou cuidadosamente a Isis e a entregou para mim

depois que puxei o lao para expor meus seios.

Nossa princesa primeiro murmurou enquanto eu

cautelosamente a segurava.

725
 Estava acomodando-a, me sentindo um pouco estranha e
bastante envergonhada enquanto oferecia o mamilo para a minha
filha e Lahn pegava o agitado Tunahn.

Ento, com o Tunahn acomodado na curva do brao do Lahn,

ele esticou o outro, envolveu minha cintura, gentilmente me virou de
costas e puxou Isis e eu, ento estvamos descansando contra o
slido peitoral.

Ento, instantaneamente Isis abocanhou o mamilo e comeou

a sugar.

Fechei os olhos enquanto meu leite flua, alimentando minha

filha, com a fora do meu marido me apoiando e tudo isso deslizou
atravs de mim como seda.

Relaxei e aconcheguei minha filha junto a mim. Os dedos do

Lahn acariciaram minha lateral suavemente. Tunahn continuava a
se agitar.

O nosso filho vai ser ganancioso Lahn murmurou e sorri.

Tal pai, tal filho.

Talvez, no futuro, Tunahn deva mamar primeiro. Isis

parecia contente em esperar sugeri.

Me Lahn respondeu. Ele tomou mais do seu ventre e

saiu primeiro. Agora deve aprender a ter pacincia e partilhar.

Isto era verdade, ele exigiu mais esforo do meu tero para
sair. Tunahn era um pestinha saudvel. Isis era delicada, em
comparao com o irmo.

726
 Ok, Lahn. Falei baixinho. Voc sabe como educar um
guerreiro.

Humm, murmurou e isso deslizou atravs de mim como

seda, tambm e estou ansioso para aprender a mimar uma
princesa.

Deus, oh, Deus.

Oh, Deus.

Eu no podia evitar e no tentei; descansei a cabea no seu

ombro e a virei para poder pressionar a testa contra o pescoo dele.
Diante disso, Lahn me segurou mais forte.

Quando Isis terminou, foi o Lahn que executou a manobra

impossvel de troca de bebs e segurou Isis e eu novamente
enquanto Tunahn se alimentava; ele abocanhou imediatamente o
mamilo e sugou com fora (definitivamente guloso e sabendo o que
queria), portanto, definitivamente filho do seu pai.

Adormeci no meio disso tudo, a testa aninhada no pescoo do

meu marido, meu filho nos braos e acordei mais tarde no quarto
escuro, a camisola amarrada sobre os meus seios, meu corpo
protegido contra o frio sob a forte segurana do meu rei.

Durma, minha Circe murmurou, o brao minha volta

me apertando. Voc precisa recuperar as foras.

Onde esto as crianas? Perguntei com voz sonolenta,

minhas plpebras deriva, subindo e descendo, querendo aderir ao
seu comando, mas ao mesmo tempo querendo uma resposta.

727
 Em suas camas, onde vo sempre dormir. Esta a nossa
cama, minha rainha dourada Lahn respondeu, meus olhos se
fecharam, mas antes de afundar no sono, o ouvi concluir uma
reflexo tardia murmurando: A menos que a minha dourada Isis
esteja doente. Ento, ela vai ter o seu pai.

Flutuei para longe pensando, oh, Deus.

728
 Captulo Trinta e Trs
A Ressurreio

Seis semanas mais tarde

Circe! Eu no sei mais o que fazer com voc! Diandra

gritou, olhando para mim com franca impacincia e levantei a mo
at o topo do cabelo escuro na parte superior do corpo minsculo
que dormia amarrado ao meu peito.

Diandra! Sussurrei. Shhh! Meus olhos deslizaram

de um lado para o outro em torno do mercado movimentado atravs
do qual eu e minhas amigas estvamos caminhando. Voc vai
acordar o Tunahn e as pessoas podem ouvir.

Ouvi um leve riso e meus olhos se moveram para a Sabine,

que estava muito perto do Zahnin e tambm da Narinda que levava
Isis amarrada ao seu peito, sobre sua prpria pequena bolsa de
beb. Ento, meu olhar se moveu atravs da Claudine, Nahka,
Anastasie, Oahsee, Char e Vuntus que rapidamente desviaram o
olhar, pressionando os lbios, desviando os olhos sorridentes e
fingindo interesse vido em uma tenda que tinha uma infinidade de
tiras de couro que os homens podiam usar sobre o peito.

Diandra se aproximou de mim e colocou a mo sobre a

minha, que estava sobre a cabea do Tunahn, e sussurrou em

729
resposta: No quero perturbar o seu pequeno guerreiro, mas no
me importo se as pessoas ouvirem! Isto no pode continuar.

Diante do no to gentil questionamento da Diandra, estava

hesitante em compartilhar com ela (e com as minhas amigas) o
porqu de, mesmo aps as cenas tocantes depois das nossas
crianas nascerem, as coisas no haverem mudado entre o Lahn e
eu.

Se devia principalmente ao fato de estar ocupada sendo, de

repente, me de dois filhos em um mundo primitivo e decidir,
mesmo que tivesse escravas que mal podiam esperar para colocar
suas mos nos meus bebs, isso podia esperar.

Sem mencionar, considerando que estava amamentando

ambos e Tunahn parecia querer se alimentar continuamente, eu
no tinha outra escolha para isso, a no ser aguardar.

Portanto, vivia exausta, correndo constantemente e tinha uma

ou duas crianas nos meus braos (ou ligadas ao meu corpo) quase
o tempo todo. At no meio da noite. E quando isso no estava
acontecendo, estava tentando pegar no sono ou engolir os
alimentos, porque dar de mamar te deixa voraz.

Ento, no via muito o meu marido, em parte porque estava

ocupada, e em parte porque estava fazendo de tudo para evit-lo
(tipo assim, caminhando no mercado com as minhas amigas e em
muitas caminhadas que gostava de fazer com os meus filhos, para
estar entre o meu povo e tirar o peso extra da gravidez, porque
quando ele estava com os nossos filhos, especialmente com a Isis,
era louco por ela (por ambos, na verdade, mas sinais de alerta

730
precoces mostravam que a princesa Isis ia ser a menininha do
papai), enviava aquela doura calorosa atravs de mim com tanta
fora, que s vezes me perguntava como me mantinha de p.

E isto sem levar em conta a maneira como ele me adorava.

Dax Lahn estava orgulhoso da sua famlia e no fazia segredo

disso. Como ficou mais ainda porque cravei meus calcanhares nos
seus ombros como vingana, no calor do momento. Havia
esquecido que a me da minha me havia tido um irmo gmeo e
tinha pesquisado isso h sculos para descobrir o que podia
significar para o meu futuro e achei que era uma mulher
geneticamente predisposta a engravidar de gmeos.

Por isso, era minha culpa tambm, ou, mais precisamente,

minha beno.

No compartilhei essa informao com ningum e, portanto,

todo mundo estava falando que o seu Dax era no s o mais
poderoso, mas tambm o mais viril, visto que sua outra espada
poderosa gerou dois filhos em mim. No tinham ideia que que eu
tinha essa predisposio e lancei dois ovos para que os seus
guerreiros nadadores pudessem fertiliz-los. No compreenderiam,
mesmo se eu tentasse explicar e, devo dizer, o prprio Lahn parecia
to loucamente satisfeito com os resultados da nossa unio que
no tive coragem de explicar.

Isso era tudo, eu no ia admitir para mim mesma, entretanto,

o mecanismo de defesa contra um marido que tinha me ferido
profundamente, mas cuja doura implacvel estava curando uma

731
ferida que tinha teimosamente me recusado a permitir que
cicatrizasse.

Mas, agora, j o tinha perdoado e s no sabia como dizer

isso a ele. E o tempo estava passando. Quanto mais eu adiava,
estava se tornando menos uma questo de dizer a ele que o
perdoei e mais de precisar ser perdoada pela minha demora em
deixar meu bruto selvagem fora do jogo.

Por que eu sempre fazia isso?

Deus, eu era incrivelmente burra!

E agora, porque era burra, cerca de trs semanas atrs a

doura do Lahn passou a conter uma ponta de impacincia, essa
ponta foi at a borda, transbordou, aumentou e ficou afiada, e agora
estava longa e muito forte, como o lado da sua espada.

Sim. Assim. Incrivelmente. Burra.

O Dax est de mau humor Diandra retrucou, desviando

os meus pensamentos sobre ser burra de volta para ela, apontando
os resultados da minha burrice e este mau humor pode voltar
para casa com ele, mas tambm se espalha e, sendo o Dax,
quando se espalha, vai longe e se espalha amplamente. Posso lhe
assegurar que, se ele compartilha sua frustrao com voc em
casa, pode aumentar isto cem vezes para a maneira como
compartilha com seus guerreiros e qualquer um perto o suficiente
para receber o chicotear da sua lngua. Ela se inclinou para mim.
Posso lhe assegurar isso porque o Seerim me disse que o rei
Lahn est cercado por uma aura negra e todos, sejam eles

732
guerreiros, aspirantes, homens livres ou escravos, querem dar a ele
e sua aura, uma grande distncia.

Oh, Deus.

Sendo a Diandra, continuou. E, eu diria, que o Dax sendo o

Dax Lahn h uma boa possibilidade que a sua lngua possa mudar
para a ponta de um chicote ou a borda do ao se voc continuar
mantendo por muito mais tempo o seu rancor e retendo seus
encantos. O homem est praticamente implorando por um desafio
ou algum motivo para desencadear um pouco da sua impacincia
em algum e a nica coisa que sei que esse algum no vai ser
voc.

Oh, Deus!

Antes que eu pudesse abrir a boca, ela prosseguiu. O que

eu gostaria de saber : voc est disposta a ser responsvel por um
dos aspirantes a guerreiro no polir a sela at ter um brilho bastante
profundo e ter as costas abertas por seu erro ser percebido?

No. Podia-se dizer que eu no queria isso, tipo, no mesmo.

Embora ficasse surpresa com o fato do Lahn ter a sua sela

polida. No achava que um selvagem brutal se preocuparia com
algo parecido.

No, Diandra sussurrei e minha mo segurou com mais

fora a cabea do meu filho, porque, realmente, eu era to
estpida... pra caralho!

Sua mo me soltou, mas ela no se afastou de mim.

733
 Entendo, minha querida, depois que me contou como ele
reagiu a voc ser quem voc , e de onde voc as palavras que
disse, como isso ia marc-la. Palavras causam marcas mais
profundas do que punhos; duram mais e, s vezes, nunca vo
embora. Mas o Eunuco lhe disse que o Dax Lahn no parou por
nada para traz-la para casa e, quando chegasse aqui, para mant-
la ao seu lado. E vi o medo seus olhos se estreitaram diante
do meu rosto quando os meus se arregalaram oh, sim, querida,
no perdi isso enquanto estava tentando entregar seus filhos para
ele e ele achou que voc estaria perdida para ele de uma maneira
que nenhuma mgica poderia traz-la de volta. Ela respirou
fundo, ento continuou. Amo voc, minha bela amiga, minha
rainha dourada, sabe que te amo muito, mas isso j foi longe
demais. Sei, diante das situaes que voc e eu compartilhamos,
que acha difcil falar com aqueles que ama quando sente que fez
algo que os prejudicou Jesus, aquilo me assustou, ela
realmente me conhecia. Mas tambm sei que voc a nossa
rainha guerreira, seu corao to feroz quanto aconchegante, e
pode fazer surgir a fora para encontrar as palavras certas para
reparar feridas e encontrar o perdo.

Sua mo voltou at a minha, na cabea do Tunahn, e seus

olhos encararam profundamente os meus.

Encontre as palavras, Circe pediu suavemente.

Emende as feridas no seu casamento, perdoe o seu marido e deixe
que ele pea perdo a voc. Faa isso por voc, por ele, pelos seus
pequeninos e, pelos deuses, por todos ns.

Mordi o lbio.

734
 Ento olhei para as minhas amigas.

Ento meus olhos se levantaram e, um por um, peguei o olhar

do Zahnin e do Bain.

Zahnin atirou o queixo para cima. Tinha ouvido. Concordava

com Diandra.

No havia nenhuma surpresa nisso.

Bain sorriu. Tambm ouviu. Seus pensamentos j estavam

alm da parte mais difcil e indo para as coisas boas.

E uma coisa que podia dizer definitivamente, era que sentia

falta das coisas boas.

Ento, nenhuma surpresa com o Bain tambm.

Acenei com a cabea para o Bain ento a abaixei e Diandra

retirou a mo dela enquanto eu descansava meus lbios contra a
cabea cheia de penugens do meu filho.

Ento ouvi uma enxurrada de movimentos, ergui a cabea e

minha mo esquerda foi at a cabea do Tunahn para envolver um
brao protetor em torno dele enquanto via o Zahnin deter um
menino com a mo grande apertando o ombro dele.

O Dax exige receber a ateno da sua rainha dourada.

urgente. Ela no pode demorar o menino, sem flego por causa
da corrida, se apressou a dizer as palavras.

Oh, merda.

735
 Meus olhos foram at o Zahnin e o vi acenar com o queixo
para mim, em seguida, se moveu como ordenado, ou seja, sem
demora. Minhas amigas se reuniram e Zahnin assumiu a liderana,
Bain ficou atrs enquanto nos apressvamos atravs do mercado e
pelas ruas de Korwahn at o Lahn e a minha casa.

Mal tnhamos acabado de cruzar a porta quando parei,

chocada, ao ver o Lahn parado, os braos cruzados, as pernas
separadas, o rosto imvel como granito, no ptio. Ao lado dele
estava uma mulher que tinha que ser mais velha do que o tempo.
Seu cabelo era completamente cinza, longo e havia um monte dele
em todos os lugares ao redor da sua cabea, descendo pelos
ombros e o peito. Era ainda mais encurvada e enrugada do que a
Twinka, que estava logo atrs dela e Jacanda atrs da Twinka.

Levem as crianas, agora Lahn vociferou, meu corpo

enrijeceu diante do tom da sua voz e Twinka e Jacanda pularam
para a frente (Twinka, a propsito, ainda no gostava de mim e no
escondia isso, mas definitivamente adorava os meus filhos, tanto
que tinha que manter um olho sobre ela, porque juro, a escrava
louca os levaria embora secretamente no meio da noite, se eu no
o fizesse.

Twinka foi at a Narinda e Jacanda veio at mim, ambas se

movendo para desatar nossos embrulhos e pegarem as crianas
enquanto o Lahn continuou emitindo suas ordens.

O resto, saia. Agora. No quero que ningum oua.

Seus olhos foram at Twinka. As crianas vo ser atendidas nos
seus aposentos, no entram nesta casa at que voc tenha a minha
licena balanou a cabea para Twinka que assentiu com a

736
cabea e saiu correndo com a Isis, a Jacanda com o Tunahn, em
seus calcanhares. Zahnin Lahn finalizou voc fica para
escoltar a bruxa quando ela tiver terminado.

Pisquei para a mulher com o cabelo bagunado e vi que ela

estava me estudando e tinha a mesma cor de pele e,
provavelmente, costumava ter o cabelo de uma Korwahk, mas seus
olhos eram de um azul brilhante.

Estranho.

E era uma bruxa.

Mais estranho ainda.

No sabia o que fazer diante disso. O que eu sabia era que o

que quer que ela estivesse fazendo aqui, Lahn no gostava.

E no acho que isso era bom.

Minhas amigas saram. Zahnin tomou seu lugar no interior das

portas da frente. E Jacanda e Twinka estavam muito longe com
Tunahn e Isis quando Lahn abaixou os braos e caminhou para um
dos aposentos no andar inferior, que era uma espcie de sala e
quarto, mas, novamente, todos eram assim, visto que todos tinham
tapetes, e na sua maioria tinham apenas almofadas, exceto pelo
aposento que tinha uma mesa de jantar.

Quando a bruxa e eu o seguimos, ele bateu a porta depois

que entramos no quarto e no perdeu tempo em se virar, afastar as
pernas, cruzar os braos e grunhir: Entregue a sua mensagem
para a minha rainha.

737
 Levantei a cabea abruptamente e olhei do meu marido para
a bruxa.

Voc Circe Kaye Quinn? Perguntou a mulher em

Korwahk.

Abri a boca para responder, mas Lahn falou antes de eu

poder responder. Ela Dahksahna Circe, a verdadeira rainha
guerreira dourada de Korwahk.

A bruxa acenou para o Lahn, um pequeno sorriso curvou seus

lbios e seus olhos voltaram para mim.

Em seguida, levantou a mo, alcanou uma dobra no seu

sarongue e pegou um pedao dobrado de um spero e amassado
pergaminho amarelo acastanhado.

Ento, meu corao saltou e minha cabea clareou quando

ela anunciou: Uma semana atrs, ca em um transe e uma
mensagem foi entregue a mim pelo seu pai.

Oh, meu Deus sussurrei, minhas mos se juntando e

indo at o meu peito enquanto meus olhos ficavam colados aos
dela.

Est em uma lngua que eu no entendo. Eu a escrevi

como a ouvi e vou compartilhar com voc do mesmo jeito. Ele
espera uma resposta e tive que me mover rapidamente atravs de
Korwahk para entregar esta mensagem pois o seu feitio me
prendeu e no controlo a minha prpria vontade at que lhe fornea
a resposta.

738
 O que ele disse? Perguntei, ela balanou a cabea,
abriu o pergaminho e comeou a falar em ingls.

Circe, garota, aqui o seu pai. Acho que j percebeu que

estou te deixando a para o seu prprio bem e para o bem do meu
neto. Se aquele babaca no estiver te tratando direito, diga isso a
quem lhe entregar esta mensagem e vamos mover cus e terra
para encontrar uma maneira de traz-la para casa. Se ele estiver te
tratando bem, diga isso a ela tambm, e quero saber o nome do
meu neto. E se no estiver, diga a ele que vou encontrar uma
maneira mgica para chutar a bunda guerreira dele. Mas tenho toda
a esperana do mundo que voc est feliz, querida. Eu te amo,
Circe, minha menina, e sempre amarei.

Cerrei os dentes e engoli em seco enquanto fechava os olhos.

Posso adivinhar que sei o que babaca significa Lahn

observou laconicamente e meus olhos se abriram.

Ele ouviu a mensagem antes, havia entendido e era por isso

que estava chateado.

Merda!

Abri a boca para dizer algo, mas Lahn o fez antes de mim,
vociferando para a bruxa: Saia, agora. Minha esposa vai lhe dar
a sua resposta amanh. Volte depois que o sol comear a descer.

Ela assentiu com a cabea, percebendo o estado de esprito

dele (que era difcil no perceber) e deu o fora de l.

A porta mal se fechou atrs dela quando comecei: Lahn-

739
 Mas nem acabei. Isso porque se lanou na minha direo,
pegou a minha mo em um aperto forte e me arrastou para fora do
aposento.

Estava correndo para acompanhar seus longos passos

irritados e ele j estava nas escadas antes que me refizesse o
suficiente para gritar: Lahn! Que diabos?

Quieta grunhiu.

Oh, oh.

Talvez a Diandra estivesse errada. Talvez o Lahn no fosse

encontrar algum para receber a borda afiada da sua impacincia.
Talvez esse algum fosse ser eu.

Ele foi direto para o nosso quarto e me puxou com tanta fora
que andei dei uns cinco passos quando me soltou. Veio atrs de
mim e bateu a porta atrs dele.

Oh, oh, novamente.

Levantei a mo e comecei a recuar quando ele comeou a

avanar.

Lahn. Sussurrei.

Oito meses gritou e eu pisquei.

O... o qu? Gaguejei enquanto continuava a recuar e o

Lahn continuava a avanar.

H oito meses, minha rainha, eu no tomo uma mulher.

Oh, meu Deus!

740
 Pisquei novamente e no milsimo de segundo que demorei
para piscar, essa notcia me atingiu como um tiro.

Oh meu Deus!

Meus olhos ficaram cravados nele enquanto meu corao

comeava a bater rpido.

Bati na cama, a contornei e continuei a recuar.

Ento, sussurrei: Srio? E ele empurrou o queixo para

cima.

Em seguida, grunhiu: Srio.

Oh, Jesus.

Humm... Murmurei, gostando disso, odiando isto

(principalmente porque no estava dando para ele como deveria,
como sua esposa e a mulher que o amava), ficando emocionada
com isso e sentindo uma culpa enorme, ao mesmo tempo.

Bati na parede e deslizei para o lado, batendo no canto e

deslizando por uma nova parede quando ele parou e lentamente
virou o corpo enorme na minha direo.

Minha Circe me disse que era importante para ela... se

inclinou e seus olhos se estreitaram crucial sussurrou que
no usasse o meu corpo em mais ningum alm dela. Ento no
tenho usado o meu corpo em mais ningum alm dela.

Oh... Deus.

741
 Meu corao parou de bater rpido e comeou a bater mais
rpido.

Lahn. Sussurrei.

Mas ela se mantm afastada de mim.

Oh, merda.

Enquanto desviava dele, me afastei da parede e comecei a

recuar em direo porta.

Lahn veio at mim novamente. Ela retm sua xaxsah. Ela

retm seu mel dourado. Ela retm suas garras. Ela retm seu
esprito. E, desde que deu luz aos meus filhos, retm at mesmo
o seu tempo.

Huum... murmurei novamente.

Alcancei a porta e nem mesmo cheguei perto de conseguir

encontrar a maaneta. Lahn se moveu rapidamente, fui levantada,
carregada atravs do quarto, deitada de costas na cama, Lahn em
cima de mim. Estava sem flego, o rosto dele diante do meu rosto e
ele estava alm de furioso, estava seriamente irritado, ele e o brutal
esprito dourado que estava brilhando nos seus olhos.

E havia uma outra coisa. Uma coisa que no consegui

decifrar. Algo que no conseguia ler. Algo que no pertencia aos
olhos dele. Havia algo errado l.

Cataclsmicamente errado.

No vou tom-la fora, pois, sei que voc vai usar isso
tambm como razo para nunca mais me perdoar, e agora sei que

742
 verdade, pelo nome que o seu pai me chamou, que voc nunca
vai fazer isso.

Lahn. Sussurrei novamente enquanto o que eu via nos

seus olhos, mantido pelo seu esprito, comeava a despontar.

Ele falou antes de mim. Mas voc deve saber, antes de eu

deixar voc ser minha rainha apenas para o nosso povo, minha
esposa apenas para ser me para o Tunahn e a Isis e soltar voc,
que sofri pelo meu erro, sofri muito por isso quando percebi que
voc me deixou.

Meu corao bateu mais forte, assim como minhas entranhas

se aqueceram.

Sim, sabia o que havia no seu olhar.

Derrota.

Oh, Deus.

Tinha que acabar com isso. Agora.

Baby. Comecei falando baixinho, usando uma palavra

carinhosa que ele gostava, enquanto gentilmente estendia minhas
mos para ele, mas no consegui interromp-lo.

Passei cinco meses agonizando porque tinha perdido voc

para sempre, assombrado no sono e acordado diante da viso do
seu esprito esmorecendo at o fim nos seus olhos, sabendo que eu
o tinha esmagado at a morte e eu tinha obrigado voc a me deixar.
Eu, seu rei, seu guerreiro, seu Lahn, seu, no fim, no sendo melhor
do que Dortak.

743
 Oh, Deus.

Lahn. Comecei enquanto meu corpo relaxava sob o dele

e os meus braos o envolviam.

E sabendo, a cada dia que passava, quando voc no

voltou para mim, que voc nunca encontraria o caminho de volta
para mim. E me desesperando a cada dia que passava para o
prximo sem nenhuma palavra do Karrim, que eu no encontraria
uma maneira de trazer voc para casa.

Deslizei minhas mos para a frente at envolver levemente o

pescoo dele. Querido, oua-

Minha cora dourada desapareceu. Minha criana junto

com ela. Nunca poder v-la pesada, carregando a minha semente,
nunca mais olhar para o meu guerreiro ou filha dourada, nunca mais
sentir seu corpo em repouso na nossa cama, ao meu lado.

Lahn, srio, querido, por favor, oua-

Ento Karrim encontra uma bruxa para traz-la para casa

para mim, damos a ela bas de ouro unicamente para voc voltar
quebrada.

Deus! Ele precisava calar a boca para que eu pudesse falar,

caralho!

Lahn! Rebati com urgncia, cravando os dedos no seu

pescoo, mas ainda assim no consegui interromp-lo.

E eu fiz isso, eu quebrei voc e a nica pista com a qual

voc me presenteou com a possibilidade que a minha deusa

744
dourada vive em algum lugar dentro de voc foi quando encontrou a
fora para me entregar os nossos filhos.

Jesus, quando o meu homem agia de modo diferente, no

havia meios de fechar sua boca!

Lahn, caramba! Gritei na cara dele, mas foi como se no

tivesse fizesse nenhum barulho pois continuou falando.

Mas ainda assim, voc permanece perdida, para nunca

mais voltar para mim.

E foi isso. Tive o suficiente.

E para comunicar isso, com uma poderosa arqueada do

corpo, finquei os ps na cama, arqueei as costas e empurrei seus
ombros, empurrando-o sobre as suas costas, mas indo junto, assim
estava montando seus quadris, meus dedos segurando os ombros
dele, meu tronco pressionado contra o seu e meu rosto h um
centmetro de distncia.

Voc poderia... calar a boca? Gritei, ele fechou a boca e

deu uma careta para mim. Jesus! Gritei, olhando sobre a sua
cabea antes de olhar para ele. Que drama. Deus!

Circe grunhiu, mas o interrompi. Quieto, Lahn, estou

falando agora.

Ele fechou a boca e fez uma careta de novo.

Eu o encarei.

Ento falei. Voc me chateou, quebrou meu corao, tudo

bem, acho que entendeu isso. Est vindo em alto e bom som,

745
grandalho. Voc me machucou. Mas, falando srio, quero dizer, a
merda que estava dizendo a voc, se esgotou. Totalmente
inacreditvel. Ento, entendi isso tambm. Mas eu sou uma idiota,
ajo com o meu corao e fao coisas estpidas o tempo todo. E
fiquei to chateada porque te amei tanto e porque doeu muito o que
voc disse, que fiz isso de novo. Agi antes de pensar. Segui meu
corao, que doa, e fiz algo realmente e inacreditavelmente
estpido. Ento, ok, papai chamou voc de babaca, porque sabe
que as coisas no comearam muito bem, mas... entenda, Lahn.
Ele me deixou aqui. Sabe que eu te amo e quer que eu seja feliz.
! Me sentei, inclinei a cabea para trs e olhei para o teto.
Para algum to incrivelmente intel-

No terminei, porque de repente estava de costas e meu

corpo foi sacudido violentamente porque meu sarongue foi
arrancado de uma vez.

Oh, Deus.

Me concentrei nos olhos calorosos apenas o tempo para ver

minha calcinha ser arrancada sim, arrancada, meu corpo
sacudindo novamente quando ela se foi.

Oh, Deus.

Lahn sussurrei enquanto ele deslizava em cima de mim,

estava excitada s porque, de repente, me vi nua sob o fantstico
corpo pesado e quente do meu rei, e pelo olhar sexy nos seus
olhos.

746
 Suas mos enormes deslizaram rapidamente para baixo,
atrs das minhas coxas, ento as puxou para cima. Voc me
perdoou grunhiu.

Humm... sim, h algum tempo atrs. Eu sou apenas uma-

No terminei porque sua boca tomou a minha em um beijo

ardente, molhado, profundo, longo e muito, muito quente.

Oh, sim.

Sim, sim, sim.

Ele afastou a boca da minha e terminei minha frase com um

atordoado e sem flego: Idiota.

No sei o que isso, minha cora, mas no me importo

sussurrou contra os meus lbios enquanto seus dedos deslizavam
atravs da umidade que se amontoava entre as minhas pernas e
ento deslizou os lbios at o meu ouvido. Vou tentar ser gentil,
mas desde a minha primeira vez, com doze anos, nunca esperei
tanto tempo. Nem perto disso. No acho que consigo.

Pressionando contra a sua mo, puxei os laos do seu calo,

virei a cabea e sussurrei no seu ouvido: No se preocupe em
ser gentil, querido, s quero sentir voc de novo.

Ele no esperou para ser convidado duas vezes e l estava

ele.

Oh, sim.

Deus, eu amava sentir o meu marido dentro de mim.

747
 Sim sussurrei e isso foi tudo o que pude dizer, sua boca
voltou para a minha, os quadris golpeando com fora, rpidos, sem
controle, minhas coxas pressionadas firmemente nos seus lados,
um brao segurando firme as costas musculosas e o outro puxando
a sua trana e deslizando os dedos atravs do cabelo maravilhoso.

Sabia que ele lutava para se controlar, senti isso, mas o meu
Lahn, como sempre, se segurou at que o orgasmo me atingiu,
quente, forte e profundo, e gritei em sua boca, meus membros o
apertando, em seguida, ele se soltou, seu grunhido de libertao se
juntando ao meu.

Oh, sim.

Eu estava bem ali, exatamente onde precisava estar.

Estava em casa.

Depois que nos recuperamos, Lahn continuou plantado

profundamente enquanto sua boca deslizava at o meu ouvido.

Voc me ama sussurrou e meus membros o apertaram.

Sim sussurrei em resposta.

Diga grunhiu, ento fechei os olhos e virei a cabea para

os meus lbios ficarem perto do seu ouvido.

Eu te amo, baby.

Mal tinha colocado as palavras para fora antes dele erguer a

cabea e a sua boca descer sobre a minha. Esse beijo foi lento,
suave e doce, assim como mido e profundo.

748
 Quando interrompeu a conexo das nossas bocas, descansou
a testa na minha e a minha mo deslizou do seu cabelo para
segurar o queixo barbado.

Sinto muito, querido falei baixinho e ele fechou os olhos,

as pontas dos meus dedos apertaram o seu rosto e ele e os abriu
de novo. Deixei passar muito tempo e quanto mais tempo deixei,
mais difcil-

Ok, minha Circe me cortou, afastou o queixo para tocar

sua boca na minha, virou de costas, ento eu estava em cima e os
seus braos estavam apertados em torno de mim. Ok
sussurrou no meu ouvido.

Ok.

Cara, eu adorava quando ele dizia isso.

Sim, eu era uma idiota.

Mas no podia deixar para l. Ele era o meu Lahn e merecia

mais ento levantei a cabea e uma das mos dele se ergueu para
puxar o meu cabelo para trs e junt-lo na minha nuca.

Estou feliz por voc achar que est tudo bem, querido, mas
preciso saber que voc entende que eu sinto muito disse
suavemente.

Eu entendo Lahn respondeu, sua voz to gentil como o

belo rosto.

Passei a lngua nos lbios e confessei: Senti sua falta

fechei os olhos, inclinei a cabea e a abaixei, assim minha testa

749
estava contra a dele, ento os abri, vi a suavidade calorosa nos
olhos escuros e continuei. Senti sua falta quando fui embora e
senti saudades de voc quando me trouxe de volta.

Lahn no respondeu, mas o brao minha volta me apertou.

Com a mo ainda na sua mandbula, deslizei o polegar sobre

os lindos lbios enquanto dizia em voz baixa: No quero estar
em nenhum outro lugar, apenas aqui.

Seus olhos se fecharam lentamente e a mo que estava no

meu cabelo empurrou meu rosto para que eu encostasse a minha
boca contra a dele, ento me soltou e levantei a cabea, apenas um
centmetro.

Ns estamos bem? Sussurrei.

Sim, Circe, bem sussurrou em resposta.

Meu polegar acariciou os lbios novamente e, em seguida,

retornaram para sua bochecha enquanto meus olhos o observavam.

Linas, kah Lahnahsahna Lahn exigiu silncio e meu

olhar voltou para o dele. Seus olhos eram calorosos, a boca
relaxada e a voz suave quando a mo no meu cabelo deslizou em
torno do meu rosto e o polegar pressionou levemente embaixo do
meu olho. L est ela.

Senti meu sorriso oscilar enquanto meus pulmes se

contraam e meus olhos ficavam molhados.

Ser que o meu Lahn a ressuscitou? Perguntei baixinho

e a mo dele deslizou novamente para o meu cabelo, me puxando

750
para baixo para um outro toque dos lbios antes de me afastar
ligeiramente.

Foi quando vi o seu brutal e feroz esprito dourado ardendo

nos seus olhos para mim e soube a resposta antes que ele me
desse.

Sim, minha Circe, ela queima, brilhando de novo para mim.

Dohno sussurrei, em seguida, prossegui sussurrando:

Agora sei o que suspeitava ser verdade. Meu marido um deus.
Ele pode fazer qualquer coisa.

Vi o seu sorriso antes que ele me virasse de costas.

Em seguida, murmurou no meu ouvido: Vamos ver se isso

verdade.

Ok concordei prontamente e ouvi a sua risada enquanto

ela retumbava contra a minha pele.

Oh, sim.

Eu estava em casa.

751
 Observei o Lahn caminhar de volta para o nosso quarto
depois de colocar o Tunahn no bero, o qual eu havia acabado de
alimentar.

A noite j tinha cado, mas a luz das velas iluminava o quarto

suavemente. Se eu tivesse sorte e adormecesse rapidamente,
poderia, talvez, ter quatro horas de sono.

Lahn entrou debaixo das cobertas, se acomodou ao meu lado,

enfiou um brao debaixo de mim e me aninhou ao seu lado, quente,
longo e duro.

Ok, foda-se. De jeito nenhum eu ia dormir.

Me apoiei em um cotovelo, descansei a mo no seu peito e

olhei nos olhos escuros e amados.

Voc faz aspirantes a guerreiros lustrarem a sua sela?

Perguntei e ele piscou.

O qu?

Os guerreiros jovens. Voc os manda lustrar sua sela?

Sua boca se curvou. Guerreiros em formao aprendem e

fazem muitas coisas, kah Lahnahsahna. Polimento de selas no
uma delas.

Meus olhos se moveram para o seu ombro e murmurei: Oh.

Algo que eles certamente aprendem ele prosseguiu, e

meus olhos voltaram para os dele no desperdiar tempo
realizando aes que no valem a pena realizar. Como polimento
de selas.

752
 Comecei a rir. O brao do Lahn me deu um aperto enquanto
seus lbios se curvavam em um sorriso.

Descansei o peito no dele, meu brao se curvando ao redor

dele, aproximando o meu rosto.

Voc realmente perdeu a virgindade quando tinha doze

anos? Sussurrei e os seus olhos imediatamente se fecharam,
assim balancei o seu corpo com o meu brao. Lahn.

Meena disse ele rapidamente.

Sem brincadeira? Perguntei com os olhos arregalados

de surpresa, ele me estudou, em seguida balanou a cabea.

Sem brincadeira.

Uau sussurrei. Meio jovem, no ?

Ele continuou me observando. Em seguida, declarou: O

treinador de um guerreiro decidir quando um guerreiro est pronto
para avanar atravs de todas as facetas da sua formao. Meu
treinador decidiu que eu estava pronto para tomar uma mulher.
Ento eu tomei uma Xacto aos doze.

Senti seu olhar se aguar sobre o meu rosto quando disse a

palavra Xacto ento falei rapidamente: Baby, sei que voc no
vai me trair. Se um cara como voc, que precisa disso tanto quanto
voc e da maneira como o faz, pode esperar oito meses por mim,
no me preocupo em voc ir at as Xacto.

No, minha Circe, no precisa se preocupar comigo indo

at as Xacto falou baixinho.

753
 Sorri para ele.

Lahn retribuiu meu sorriso.

Ento perguntou: O que um... idiota?

Sorri novamente. Ento, expliquei: Um tipo de pessoa, no

sei, difcil de explicar. Uma pessoa que faz coisas estpidas, meio
desajeitadas, meio malucas, meio tolas, no o bastante de
nenhuma dessas coisas para ser realmente estpida ou prejudicar
ningum, apenas, no sei, uma idiota ou... inclinei a cabea para
o lado e sorri. Eu.

Lahn no estava sorrindo. Minha rainha dourada no

uma idiota declarou.

Deslizei para mais perto e falei, ainda sorrindo:

Grandalho, perdi a cabea e transportei minha bunda para casa,
grvida de cinco meses, deixando-o para trs quando prometi no
deixar voc, nunca. Ento o meu pai me deu um grande sermo
sobre deixar o homem pelo qual eu estava apaixonada, eu voltei, te
perdoei semanas antes de lhe dizer que o fiz, que foi no momento
em que o Karrim me disse que nunca desistiu de mim, ento me
apanhei postergando, que, por sinal, o pai tambm costumava me
dar sermes sobre isso o tempo todo, por isso, ficou cada vez mais
difcil falar com voc sobre isso at o ponto onde eu o chateei e fiz
voc desistir de mim. Me chamar de idiota ser agradvel. Eu fui
muito alm de ser uma idiota.

Isso verdade concordou com tanta rapidez que

pisquei.

754
 Ento olhei para ele.

Ento comecei a rir.

E no parei quando fui puxada para cima pelo meu marido,

que me virou de costas, cobriu meu corpo com o dele, enfiou o
rosto no meu pescoo e ouvi seu profundo e estrondoso riso contra
a minha pele enquanto sentia meu corpo tremer.

E transeuntes, espies e aqueles que estavam apenas se

escondendo na plancie e prestando ateno na nossa casa
ouviram a alegria ruidosa do poderoso Dax e da sua Rahna
Dahksahna, e cerca de quarenta e cinco minutos mais tarde,
ouviram algo totalmente diferente.

E tudo o que ouviram estava por toda Korwahn na manh

seguinte.

O sol estava tocando o cu quando algo me acordou. Me senti

desconcertada antes de perceber.

Eu no estava dormindo sob o corpo quente do Lahn. Estava

pressionada no lado dele, seu brao em volta de mim, meu rosto no
seu ombro, meu brao em torno do seu abdmen.

755
 Meus olhos se abriram e olhei para minha filha, o rosto rosado
e gordinho pressionado no peito bronzeado e musculoso do seu pai,
os olhos fechados, os lbios rosados franzidos em um biquinho fofo
e bonitinho, o pequeno punho descansando levemente na pele
macia e bronzeada.

Senti meus lbios se curvarem e retirei o brao de cima do

estmago do meu marido para poder descansar minha mo no
traseiro gordo da minha filha.

Em seguida, com cuidado, inclinei a cabea para trs, para

ver o perfil do meu belo marido dormindo.

Eu no a tinha ouvido e isso significava que ela

provavelmente tinha acordado e, como Isis se contentava em fazer,
levava as coisas calmamente.

Mas meu marido sentiu que ela acordou e foi buscar a filha.

Isso fez com que o sorriso aumentasse nos meus lbios.

Ele sentiu o leve movimento da minha boca ou sentiu meus

olhos sobre ele, abriu os seus e sua cabea se virou para mim.
Quando olhei nas profundezas escuras vi que estava sonolento e
sexy, e todo o amor que sentia por mim era quente, doce e
abertamente lido nas profundezas deles.

Sim, sim, sim, eu estava em casa.

Me pressionei contra o bumbum da Isis.

Ns vamos ter que falar sobre isso sussurrei.

Observei com fascnio quando ele sorriu.

756
 Deixei isso fluir atravs de mim quando retribu seu sorriso.

Ento suspirei.

Em seguida, abaixei o queixo e fechei os olhos, decidindo que

iramos falar sobre isso mais tarde.

Tunahn estaria com fome em breve. Eu precisava obter meu

descanso.

Harold Quinn ouvia enquanto observava a mulher adulta em

um transe, sua voz dizendo as palavras da sua filha, seu corao se
partindo um pouco e remendando um pouco mais.

Ei, pai. Pegue isto! Voc tem dois netos. Gmeos! Voc
pode acreditar nisso? Tunahn o nosso menino e seu nome
significa cavalo. Eles tm um monte de deuses diferentes aqui e o
deus cavalo um deles. O nome do Lahn significa tigre e ele um
deus tambm. Ele nomeou Tunahn pelo deus cavalo porque os
cavalos so fortes, inteligentes e leais. Nosso outro beb uma
menina. Ela tem o cabelo liso e dourado, que tenho certeza vai ser
como o da me e o meu. Tunahn, esqueci de te dizer, tem o cabelo
preto como o seu pai. O nome dela Isis. Dei esse nome a ela
assim como voc e a mame me nomearam. Tunahn j forte

757
como um touro, no brincadeira. Ele tambm berra muito, mas
isso porque um monstrinho vido e no consigo ter leite
suficiente. Mas ele no tem que gritar muito tempo. No posso
manter minhas mos longe dele. Ele o meu pequeno guerreiro.
Est crescendo aos trancos e barrancos. Isis o meu beb
dourado; ela raramente chora e super doce. Seu pai louco por
ela. Se o Tunahn acorda no meio da noite, Lahn legal comigo, se
levanta e o traz para eu aliment-lo, mas firme sobre o Tunahn
voltar para sua cama. Se a Isis faz isso, Lahn sempre a deixa
dormir com a gente. No se preocupe, vou cortar isto pela raiz.
Bem, mais ou menos.

A bruxa prendeu a respirao e, em seguida, continuou a

falar, assim como sua Circe podia fazer.

Voc estava certo, como de costume. Acho que uma

porcaria eu ter aprendido isso agora, quando voc est a um mundo
de distncia. A bruxa diz que podemos tentar enviar essas
mensagens, mas ela no pode ter a certeza que cheguem ao seu
destino. Embora espero que ns possamos, mesmo que seja
apenas aleatoriamente. Prometo continuar tentando e espero que
voc tambm. Mas, como disse, voc estava certo. Lahn e eu
resolvemos as coisas. Ele trabalhou duro para isso e talvez eu o
tenha feito trabalhar duro demais, mas o amo, eu o perdoei e agora
estou feliz. Voc no precisa se preocupar. tudo de bom. Ele me
ama muito, pai, e me mostra isso. Estou feliz, honestamente, muito
feliz. Ele um cara bom e se voc o conhecesse, isso pode levar
algum tempo, mas voc ia gostar dele. Uma pausa, ento: Ah,
a propsito, se voc puder me fazer um favor e no o chamar de

758
babaca em sua prxima mensagem isso seria legal. Eu lhe ensinei
ingls e ele descobriu o que significava e no gostou muito disso.

Harold Quinn sorriu.

A bruxa continuou. Se eu no tiver notcias de voc, ou

voc no tiver notcias minhas, quero que saiba que sinto a sua
falta, te amo e sempre amarei. Sempre, pai. Voc o melhor pai
que uma menina poderia ter. O absolutamente melhor.

Oh, sim. L estava. Essa era a sua menina.

A bruxa continuou falando. Diga aos caras que mandei um

oi, d um abrao na Marlene por mim e diga a Circe que estou bem.

Outra sugada de ar, em seguida, a bruxa continuou.

E prometo que estou bem, pai. Juro. Estou bem, papai, o

que posso dizer? Estou em casa.

Os ombros da mulher abaixaram, sua cabea se abaixou logo

em seguida, ento se ergueram de repente e ela piscou, os olhos
cegos sem focar em nada, mas j no tonta pelo seu transe.

Funcionou? Perguntou ela, o rosto em chamas.

Quando Harold Quinn respondeu, sua voz estava rouca.

Sim.

A velha fez uma pausa, como se tentando sentir seu estado

de esprito, o brilho em seu rosto desapareceu quando teve
sucesso, em seguida, balanou a cabea.

Ento, calmamente, falou: Temos sorte que isso funcionou.

759
 Ele acenou em resposta, embora ela no pudesse v-lo. Ele
tinha conseguido ouvir. A comunicao com aquele mundo era
difcil. Mensagens eram recebidas apenas aleatoriamente,
mensagens enviadas podiam no ser recebidas.

Tunahn, Isis e a sua Circe estavam felizes com o seu rei.

Sim, ele teve sorte, funcionou.

Voc quer tentar de novo... ela parou, ele acenou com a

cabea novamente e, mesmo que no pudesse v-lo, de alguma
forma, soube que ela sentiu isso tambm.

Harold estava certo, ento ela sorriu um sorriso gentil.

Em seguida, estendeu a mo cegamente, tocou seu brao e

sussurrou: Eu nunca vou estar longe, pai da Circe dourada.

Ento se virou e caminhou tranquilamente para fora de sua

garagem, clicando a bengala no cho enquanto partia.

Harold observou a porta se fechar atrs dela antes de entrar

no escritrio da filha e se acomodar na cadeira atrs da sua mesa,
depois de pegar a carteira. Ele a abriu, puxou a foto frequentemente
tocada para fora com suavidade e olhou para um par de familiares
olhos dourados.

Ela est feliz, Andie sussurrou para sua esposa.

Andromeda Quinn fez o que sempre fazia.

Retribuiu seu sorriso, os belos olhos iluminados com uma

brilhante luz dourada que Harold Quinn amava pra caralho.

760
Fim

761