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Resistência Ao Cisalhamento Dos Solos

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RESISTNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS

Como visto na unidade 04, um carregamento externo aplicado na superfcie, ou a prpria


geometria da superfcie da massa de solo, contribui para o desenvolvimento de tenses
tangenciais ou de cisalhamento, que podem chegar a valores prximos a mxima tenso
cisalhante que o solo suporte sem haver ruptura do material. Esta a tenso cisalhante de
resistncia do solo, a ser estudada nesta unidade do curso.

A figura abaixo ilustra o aspecto da distribuio de tenses e a intensidade destas tenses,


como exemplo, seja a componente vertical, seja a cisalhante mxima que ocorrem no subsolo
de um terreno (mostrada a meia seo), que tem aplicado na superfcie um carregamento
externo de 100kPa. Observa-se que os maiores valores ocorrem nas proximidades do
carregamento, regio em que se tem as maiores deformaes e que h a possibilidade de
haver ruptura, dependendo da resistncia ao cisalhamento do solo

Como visto, as tenses principais nos interessam particularmente para o estudo de resistncia
ao cisalhamento dos solos, uma vez que obtidos estes valores poderemos calcular as mximas
tenses cisalhantes que iro atuar no projeto em estudo.

Para ilustrar, mostrada na figura 5. 02, o estado de tenses atuantes em um ponto no interior
da massa de solo, e tambm os valores e a direo em que atuam as tenses principais maior e
menor, como estudado. Neste exemplo ilustrativo foi usado um software de anlise de tenses,
desenvolvido aplicando a tcnica numrica do Mtodo dos Elementos Finitos (M. E. F.). O
ponto destacado (de no 760) situa-se 2,0m de profundidade (cota 18) e 1,5m de distncia
do eixo da carga de 6,0m aplicada, ou seja, o meio da faixa de 3,0m apresentada.

Como pode ser observado no traado do crculo de Mohr, assim como se verifica o valor na
figura 5. 01, a mxima tenso de cisalhamento atuante no ponto da ordem de 32 kPa,
correspondente a um 1 de 76,76 kPa e 3 de 10, 81 kPa. A questo que se coloca nesta
anlise : Este nvel de tenso de cisalhamento est aqum do valor correspondente da
resistncia do material? Este ltimo valor, a ser obtido a partir do traado da sua envoltria de
resistncia que ser estudado nesta unidade.

O problema da determinao da resistncia aos esforos cortantes nos solos constitui um dos
pontos fundamentais de toda a mecnica dos solos. Uma avaliao correta deste conceito um
passo indispensvel para qualquer anlise da estabilidade das obras civis.
Consideraes preliminares sobre resistncia ao cisalhamento

A capacidade dos solos em suportar cargas, depende de sua resistncia ao cisalhamento, isto ,
da tenso que a mxima tenso que pode atuar no solo sem que haja ruptura.

Terzaghi (conhecido como o pai da Mecnica dos Solos) conseguiu conceituar essa
resistncia como consequncia imediata da presso normal ao plano de ruptura
correspondente a presso gro a gro ou presso efetiva. Isto , anteriormente considerava-se
a presso total o que no correspondia ao real fenmeno de desenvolvimento de resistncia
interna, mas, na nova conceituao, amplamente constatada, conclui-se que somente as
presses efetivas mobilizam resistncia ao cisalhamento, (por atrito de contato gro a gro)
donde escrevemos:

r = c + tg = c + ( ) u tg

Hvorslev, ao analisar argilas saturadas, concluiu que nessa situao a coeso (representada na
equao por c) funo essencial do teor de umidade donde se escreve:

c f = (h)

Logo temos para a mxima tenso de cisalhamento (poder ser representado simplesmente
por r) :

' r = f ( ) h + ( u)tg

Em outras palavras, a expresso acima traduz a situao j afirmada de que os parmetros c e


no so caractersticas simples dos materiais, mas, dependem, essencialmente, das
condies de ocorrncia/utilizao dos materiais. Como as condies de utilizao so
variveis, partiu-se para se sofisticar os ensaios de laboratrio na tentativa de criar as situaes
de ocorrncia/utilizao, procurando considerar o fato da amostra ter sido retirada do todo e,
logicamente perdendo algumas caractersticas originais de comportamento ao natural.

Da expresso matemtica temos:

c f = = ( ) h itg tenso interna de resistncia por atrito fictcio ou proveniente do


entrosamento de suas partculas traduzida pela fora de coeso (que pode ser verdadeira e/ou
aparente - em areias). Depende da ocorrncia de gua nos vazios e suas condies de
arrumao estrutural. Em engenharia, s consideramos vlida a coeso verdadeira.

u) tg tenso interna de resistncia por atrito de contato gro a gro. Dependente da


arrumao estrutural (maior ou menor contato gro a gro) e da ocorrncia da presso neutra
que refletir diretamente no valor de .

Os parmetros c e , definidores da resistncia interna ao cisalhamento dos solos tero que ser
determinados, na maioria dos casos, em laboratrio nas condies mais desfavorveis previstas
para o perodo de utilizao de cada projeto especfico. Os ensaios buscaro representar o
rompimento de uma seo em relao a uma outra contgua, medindo as tenses de ruptura
capazes de identificar, nas condies do projeto, sua resistncia ao corte.

Ensaios de resistncia ao cisalhamento


Ensaios de Campo

Como a retirada de amostras indeformadas implica, apesar de todos os cuidados e expedientes


sofisticados, numa possvel deformao da amostra, procura-se, mais modernamente, executar
ensaios in situ capazes de traduzir as reais caractersticas de resistncias das camadas.
Dentre os ensaios in situ mais empregados no Brasil para determinao de parmetros de
resistncia ao cisalhamento e de deformabilidade no campo destacam-se:

Ensaio de palheta ou "Vane Shear Test";


Ensaio de penetrao esttica do cone (CPT) ou "Deepsoundering";
Ensaio pressiomtrico (cmara de presso no furo de sondagem).

Alm desses, no caso de fundaes so executadas para provas de carga que, traduziro,
especificamente, as resistncias do solo frente s caractersticas do elemento estrutural na
transmisso de carga.

O ensaio de CPT e Vane test tm por objetivo a determinao da resistncia ao cisalhamento


do solo, enquanto o ensaio pressiomtrico visa estabelecer uma espcie de curva de tenso-
deformao para o solo investigado, conforme pode ser visto na tabela a seguir. A seguir ser
detalhado cada um desses ensaios.

Ensaio de penetrao esttica do cone CPT.

O ensaio de penetrao esttica do cone, tambm conhecido como deepsounding, foi


desenvolvido na Holanda com o propsito de simular a cravao de estacas e est normalizado
pela ABNT atravs da norma NBR 3406.

Ensaios Disponveis x Parmetros obtidos


O ensaio de CPT permite medidas quase contnuas da resistncia de ponta e lateral devido
cravao de um penetrmetro no solo, as quais por relaes, permitem identificar o tipo de
solo, destacando a uniformidade e continuidade das camadas. Permite, tambm, determinar
os parmetros de resistncia ao cisalhamento e a capacidade de carga dos materiais
investigados. um ensaio de custo relativamente baixo, rpido de ser executado, sendo
portanto, indicado para a prospeco de grandes reas. Apresenta como desvantagens a no
obteno de amostras para inspeo visual, a no penetrao em camadas muito densas e com
a presena de pedregulhos e mataces, as quais podem tornar os resultados extremamente
variveis e causar problemas operacionais como deflexo das hastes e estragos na ponteira.

O equipamento para execuo do ensaio CPT consta de um cone de ao, mvel, com um
ngulo no vrtice de 600 e rea transversal de 10 cm2 .

O ensaio consiste em cravar o cone solidrio a uma haste e medir o esforo necessrio
penetrao. So feitas medidas de resistncia de ponta e total.

Os dados permitem obter, ainda, boas indicaes das propriedades do solo, ngulo de atrito
interno de areias, e coeso e consistncia das argilas.

Ensaio de palheta Vane test.

O Vane test foi desenvolvido na Sucia, com o objetivo de medir a resistncia ao


cisalhamento no drenada de solos coesivos moles saturados. Hoje o ensaio normalizado no
Brasil pela ABNT (NBR 10905).

O equipamento para realizao do ensaio constitudo de uma palheta de ao, formada por
quatro aletas finas retangulares, hastes, tubos de revestimentos, mesa, dispositivo de aplicao
do momento toror e acessrios para medida do momento e das deformaes. O equipamento
est apresentado na figura 5. 04. O dimetro e a altura da palheta devem manter uma relao
constante 1:2 e, sendo os dimetros mais usuais de 55, 65, e 88mm. A medida do momento
feito atravs de anis dinamomtricos e vrios tipos de instrumentos com molas, capazes de
registrar o momento mximo aplicado.

O ensaio consiste em cravar a palheta e em medir o torque necessrio para cisalhar o solo,
segundo uma superfcie cilndrica de ruptura, que se desenvolve no entorno da palheta,
quando se aplica ao aparelho um movimento de rotao. A instalao da palheta na cota de
ensaio pode ser feita ou por cravao esttica ou utilizando furos abertos a trado e/ou por
circulao de gua. No caso de cravao esttica, necessrio que no haja camadas
resistentes sobrejacentes argila a ser ensaiada a que a palheta seja munida de uma sapata de
proteo durante a cravao. Tanto o processo de cravao da sapata, quanto o de perfurao
devem ser paralisados a 50cm acima da cota de ensaio, a fim de evitar o amolgamento do
terreno a ser ensaiado. A partir da, desce apenas a palheta de realizao do ensaio. Com a
palheta na posio desejada, deve-se girar a manivela a uma velocidade constante de 6/min,
fazendo-se as leituras da deformao no anel dinamomtrico de meio em meio minuto, at
rapidamente, com um mnimo de 10 rotaes a fim de amolgar a argila e com isto, determinar
a sensibilidade da argila (resistncia da argila indeformada/ resistncia da argila amolgada).

Para o clculo da resistncia no drenada da argila deve-se adotar as seguintes hipteses:

Drenagem impedida: ensaio rpido;


Ausncia de amolgamento do solo, em virtude do processo de cravao da palheta;
Coincidncia de superfcie de ruptura com a geratriz do cilindro, formado pela rotao
da palheta;
Uniformidade da distribuio de tenses, ao longo de toda a superfcie de ruptura,
quando o torque atingir o seu valor mximo;
Solo isotrpico.
No instante da ruptura o torque mximo (T) aplicado se iguala resistncia ao cisalhamento da
argila, representadas pelos momentos resistentes do topo e da base do cilindro de ruptura e
pelo momento resistente desenvolvido, ao longo de sua superfcie lateral, dado pela expresso:

T = ML + 2MB

Onde: T = torque mximo aplicado palheta; ML=momento resistente desenvolvido ao longo


da superfcie lateral de ruptura; MB=momento resistente desenvolvido no topo e na base do
cilindro de ruptura, dados por:

Onde: D = dimetro do cilindro de ruptura; H = altura do cilindro de ruptura; Cu = resistncia


no drenada da argila. Substituindo as duas ltimas equaes na anterior e fazendo-se H = 2D,
tem-se o valor da coeso no drenada da argila, expresso pela frmula:

Ensaio pressiomtrico

Este ensaio usado para determinao in situ principalmente do mdulo de elasticidade (e


da resistncia ao cisalhamento de solos e rochas), sendo desenvolvido na Frana por Menard.

O ensaio pressiomtrico consiste em efetuar uma prova de carga horizontal no terreno, graas
a uma sonda que se introduz por um furo de sondagem de mesmo dimetro e realizado
previamente com grande cuidado para no modificar-se as caractersticas do solo.
O equipamento destinado a execuo do ensaio, chamado pressiomtrico, constitudo por
trs partes: sonda, unidade de controle de medida presso-volume e tubulaes de conexo. A
sonda pressiomtrica constituda por uma clula central ou de medida e duas clulas
extremas, chamadas de clulas guardas, cuja finalidade estabelecer um campo de tenses
radiais em torno da clula de medida.

Aps a instalao da sonda na posio de ensaio, as clulas guardas so infladas com gs


carbnico, a uma presso igual a da clula central. Na clula central injetada gua sob
presso, com o objetivo de produzir uma presso radial nas paredes do furo. Em seguida, so
feitas medidas de variao de volume em tempos padronizados, 15, 30 e 60 segundos aps a
aplicao da presso do estgio. O ensaio finalizado quando o volume de gua injetada
atingir 700 a 750 cm.

Com as interpretaes dos resultados de pares de valores (presso x volume) obtidos no


ensaio, se determina o mdulo pressiomtrico entre outros valores de presso.

Ensaios de laboratrio

So diversos os tipos de ensaios de laboratrio que buscam, com maior grau de sofisticao,
representar as condies, com fidelidade e exatido, possveis de ocorrncias, dentre as
principais temos:

Ensaio de Compresso Simples;


Ensaio de Cisalhamento Direto;
Ensaio de Compresso Triaxial;

Dependendo da importncia da obra a realizar, das caractersticas dos solos e das condies de
ocorrncia justifica a realizao de ensaios com a finalidade especfica de obter os parmetros
de resistncia ao cisalhamento ( c e )

Faremos nos itens seguintes (itens 5. 4, 5.5 e 5. 6) uma descrio conceitual dos ensaios, e uma
anlise referente a determinao de c e , deixando o detalhamento dos mesmos para as aulas
prticas especficas. As descries sero genricas e sucintas.

Ensaio de compresso simples

se tem condio de aplicar a presso axial , uma vez que, sendo a prensa aberta no h
condio de aplicar presses laterais, isto , 0. Tem-se assim um s crculo e =0. Logo s
aplicvel a solos puramente coesivos. 1 3 =

Os valores desses ensaios so extremamente limitados na sua interpretao e utilizao prtica


em geotecnia.aplicados para identificar as consistncias das argilas e, quando ensaiadas em
amostras naturais e amolgadas nos do condio de determinar a sensibilidade das argilas.

A foto da figura 5.5 abaixo ilustra o ensaio aps sua execuo, onde se v a prensa de
compresso simples em que temos um corpo de prova que mesmo aps o cisalhamento
(quando resultou em tenso cisalhante mxima) foi levado a uma deformao excessiva.
Anlise do ensaio de compresso simples com o corpo de prova rompido

Como no ensaio temos um s crculo, precisamos, de uma direo para traar a linha de rutura.
Logo, conclui-se que a condio exigvel que se tenha a direo horizontal, isto , o ensaio s
aplicvel em solos puramente coesivos, onde = 0.

Em funo de seus resultados temos uma classificao vlida para qualquer ocorrncia de
estrutura de argila (ligante) onde o valor Rc dado como resistncia compresso simples.
Ensaio de cisalhamento direto

O ensaio de cisalhamento direto o mais antigo procedimento para a determinao da


resistncia ao cisalhamento e se baseia diretamente no critrio de Mohr-Coulomb. Aplica-se
uma tenso normal num plano e verifica-se a tenso cisalhante que provoca a ruptura.

Para o ensaio, um corpo de prova do solo colocado parcialmente numa caixa de


cisalhamento, ficando com sua metade superior dentro de um anel, como se mostra
esquematicamente na figura 5. 7a, publicada por PINTO (2000).

Aplica-se inicialmente uma fora vertical N. Uma fora tangencial T aplicada ao anel que
contm a parte superior do corpo de prova, provocando seu deslocamento, ou um
deslocamento provocado, medindo-se a fora suportada pelo solo. As foras T e N, divididas
pela rea da seo transversal do corpo de prova, indicam as tenses e que nele esto
ocorrendo. A tenso pode ser representada em funo do deslocamento no sentido do
cisalhamento, como se mostra na Figura 5. 7b, onde se identificam a tenso de ruptura, max,
e a tenso residual, que o corpo de prova ainda sustenta, aps ultrapassada a situao de
ruptura, res. O deslocamento vertical durante o ensaio tambm e registrado, indicando se
houve diminuio ou aumento de volume durante o cisalhamento.

Realizando-se ensaios com diversas tenses normais, obtm-se a envoltria de resistncia,


como apresentado na Unidade 04.

O ensaio muito prtico, porm o ensaio no permite a determinao de parmetros de


deformabilidade do solo e o controle de condies de drenagem difcil, pois no h como
impedi-la, assim no permite a obteno dos valores da presso neutra.
Ensaios em areias so feitos sempre de forma a que as presses neutras se dissipem, e os
resultados so considerados em termos de tenses efetivas. No caso de argilas, pode-se
realizar ensaios drenados, que so lentos, ou no drenados. Neste caso, os carregamentos
devem ser muito rpidos, para impossibilitar a sada de gua.

Pelas restries acima, o ensaio de cisalhamento direto considerado menos interessante que
o ensaio de compresso triaxial. Entretanto, pela sua simplicidade, ele muito til quando se
deseja medir simplesmente a resistncia, e, principalmente, quando se deseja conhecer a
resistncia residual.

O sentido do deslocamento da parte superior do corpo de prova pode se inverter at que a


tenso cisalhante se estabilize num valor aproximadamente constante (residual). Neste ensaio
consegue-se provocar um deslocamento relativo de uma parte do solo sobre a outra muito
maior do que se pode atingir em ensaios de compresso triaxial.

Durante muitos anos o ensaio de cisalhamento direto foi, praticamente o nico para
determinao da resistncia dos solos devido a sua simplicidade. A necessidade de maiores
sofisticaes para representar as ocorrncias de campo, tem sido, em muitos casos,
substitudos pelos ensaios de compresso triaxial.

O ensaio de cisalhamento direto

Como abordado, o ensaio consiste, em uma caixa bi-partida onde colocamos a amostra,
fixamos a parte inferior e movimentamos a superior no sentido de se fazer o corte da amostra,
medindo o esforo necessrio para tal. A tampa da parte superior falsa, isto , sobre ela
pode-se aplicar a carga vertical P distribuda em sua rea A.

Na Figura 5. 8 vemos o esquema completo com a amostra em condio de ensaio, onde se


nota que pode-se executa-lo com drenagem, pelas pedras porosas, ou sem drenagem (com a
ressalva de que impossvel impermeabilizar totalmente o sistema). As sadas de drenagens
so para melhorar o processo da garantia desse expediente e no para medir a presso neutra,
pois, isso no ser possvel.
Curvas tenso x deformao

As curvas de ruptura (tenso x deformao) obtidas nos ensaios de resistncia tm uma das
formas mostrada na Figura 5. 9. Na rutura frgil depois de atingir a R, a resistncia cai
acentuadamente ao se aumentar a deformao. Na rutura plstica o esforo mximo
mantido com a continuidade da deformao. Pode-se obter assim a chamada resistncia
residual.

A ruptura Frgil tpica de ocorrncia em argilas rijas e duras ou areias compactas enquanto
que a ruptura Plstica tpica de ocorrncia em argilas moles ou mdias ou areias fofas ou
pouco compactas.

A figura 5. 10 ao lado, apresenta, como exemplo, as curvas de um ensaio de cisalhamento


direto (parte da planilha de ensaio do CP01, abaixo). Observa-se que se trata de uma amostra
de argila, e de baixa consistncia (mole ou mdia) tendo em vista o aspecto das curvas
apresentadas. Nota-se que o valor da resistncia (valor mximo) no pronunciada.

Os dados obtidos a partir dos grficos da figura 5. 10, por exemplo, correspondentes s tenses
no plano de rutura, que somados a vrias outras amostras ensaiadas da mesma estrutura, nos
daro vrios outros pares de tenso que, possibilitam o traado da envoltria de resistncia do
solo e a obteno dos parmetros c e (figura 5.11).
O ensaio de cisalhamento direto s d valores confiveis para o caso de rutura plstica, pois, no
outro caso a curva estar defasada do real. No caso da rutura plstica os esforos so iguais em
toda seo de rompimento, enquanto na outra h diferenciao entre a periferia e o centro da
amostra).

Observa-se que nesse ensaio a rea da seo crtica varia durante a aplicao do esforo
tangencial. Portanto, para sua real determinao deveramos ter um processo continuado de
correo.
Os ensaios de Cisalhamento Direto podero ser referidos como:

Observaes sobre pr-adensamento

Como visto, adensamento a diminuio de volume do solo sob ao de uma presso. Sua
ocorrncia maior nos solos argilosos, pois so compressveis, e em menor escala nos solos
arenosos quando fofos. A condio de pr-adensamento a situao em que a camada
compressvel tenha, em pocas geolgicas anteriores, sofrido presses muito maiores do que
as que suportam atualmente, isto , a natureza adensou a camada.

Uma estrutura de solo pr-adensado, implica em problemas na determinao de sua


resistncia, pois, quando em processo de cisalhamento, este solo tende a se expandir e, assim,
est sujeita a absoro de gua que estar gerando uma presso neutra (u), e logicamente,
diminuindo a presso efetiva () e o valor da determinao de r. Se, por acaso no houver
possibilidade de absoro de gua quando solicitada ao cisalhamento, sua tendncia de
expandir acarretar aumento da resistncia do solo. Assim, nas argilas pr-adensadas, havendo
possibilidade de drenagem, sua resistncia ser maior do que na situao em que no seja
possvel esse expediente.

Nas argilas normalmente adensadas, passa-se exatamente o contrrio, ou seja:

Diminuem o volume quando solicitadas ao cisalhamento;


Apresentam presso neutra positiva. Teremos, como decorrncia, aumento de (presso efetiva)
quando drenada, uma vez que ocorrer a dissipao da presso neutra u .

Fatores que influenciam os resultados dos ensaios

A anlise do estado de tenses durante o carregamento, entretanto, bastante complexa. O


plano horizontal, antes da aplicao das tenses cisalhantes, o plano principal maior. Com a
aplicao das foras T, ocorre rotao dos planos principais.

Uma das desvantagens do ensaio de cisalhamento direto a impossibilidade de se conhecer os


esforos que atuam em planos diferentes daquele de rutura, com um nico ensaio. Somente
depois de traada a envoltria ser possvel determinar o crculo de Morh referente condio
de equilbrio incipiente e determinar as tenses principais associada, uma vez que o crculo
tangencia a linha de rutura nesse ponto determinado, cujos valores das tenses principais
obtm-se pelo processo abaixo, conforme exemplo da figura 5. 14.

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