São Rafael Arnáiz Barón
São Rafael Arnáiz Barón
São Rafael Arnáiz Barón
“Faz somente uma hora que teu filho não é somente Rafael,
mas Frei Maria Rafael. Não está contente? Sei que sim.
Queridíssima mãe, estou muito contente; hoje me deram o hábito(…)
estou todo de branco, ao menos por fora.
Agora me esforçarei a estar também por dentro.”
carta de 18/02/1934 dirigida a D. Mercedes
Rafael Arnaiz Barón nasceu aos 9 de abril de 1911 em Burgos, Espanha. Também foi
batizado e crismado nesta cidade aonde também estudou no colégio dos Jesuítas, onde recebeu a
Primeira Eucaristia em 1919. Era o primeiro de quatro irmãos, filhos de D. Rafael Arnáiz Sánchez
de la Campa e D. Mercedes Barón Torres.
Era dotado de uma inteligência precoce. Desde a primeira infância se inclinava para as
coisas de Deus. Também na infância teve a enfermidade que foi sua companheira e sua sina, uma
pleurite (inflamação nos pulmões) que o fez interromper os estudos.
Seu pai, ao ver que o filho Rafael havia recuperado a saúde, considerou que havia sido a
intervenção da Virgem Maria e o levou a Zaragoza, aonde o consagrou à Virgem do Pilar.
Com a mudança da família para a cidade de Olviedo em 1922, continuou seu Ensino
Médio no Colégio de Santo Inácio, onde ingressou na Congregação Mariana de alunos, sendo um
de seus diretores. Matriculou-se depois na Escola Superior de Arquitetura de Madri. Talvez
influência do seu pai, um engenheiro civil.
Com brilhante inteligencia, Rafael estava dotado de qualidades para a amizade. Quanto
mais crescia na idade, mais desenvolvia sua personalidade e também sua experiência pessoal de
vida cristã. Era determinado, com um poder de palavra e convencimento impressionantes, sem
nunca faltar com a caridade. Tinha porém um ponto fraco: o desapego total do dinheiro. Era capaz
de dar a um pobre tudo o que tivesse no bolso.
Quis Deus suscitar a vocação monástica em seu coração bem disposto. Ao fazer os
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Exercícios Espirituais de Santo Inácio, regra nas Congregações Marianas, viu um grupo de monges
trapistas. Havia decidido o que fazer. Encontrou seu lugar no mosteiro cisterciense de São Isidro,
em Duenas. Ingressou na Trapa em 15 de janeiro de 1934.
Sobre o irmão Rafael diz-se: “Era um homem de humor contagioso, realmente enorme;
tinha um grande sentido de ironia: em primeiro lugar ria de si mesmo e de sua sombra. Ria de tudo
que fosse risível.”
Contudo, sua antiga amiga, a diabetes, lhe obrigou a deixar por três vezes o mosteiro, ao
qual voltava outras tantas vezes por acreditar ser esta a vontade de Deus para si.
Santificado pela fidelidade alegre á vida monástica e na aceitação plena dos desígnios de
Deus, entregou sua vida na madrugada de 26 de abril de 1938, com um sorriso nos lábios. Mal
havia completado seus 27 anos. O cemitério do mosteiro recebeu seus restos mortais.
Sua fama de santidade suplantou os muros do mosteiro. O odor de santidade de sua vida e
seus numerosos escritos espirituais continuam difundindo-se com grande aceitação e para o bem de
tantas almas.
O papa João Paulo II, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude em Santiago de
Compostela, aos 20 de agosto de 1989, propôs o congregado mariano Rafael Arnaiz como modelo
de santidade para os jovens. Em 27 de setembro de 1992 o declarou Bemaventurado.
Foi canonizado em 26 de abril de 2009, data de seu ingresso no Paraíso, pelo papa Bento
XVI.
Bibliografia
Neira, Fr. Mª Damián Yánez, Vida Anedóctica del Hermano Rafael, Monasterio de Oseira, Espana.