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SEMI Leitura e Producao de Texto 02

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Leitura e Produção de Texto

Autoria: Kate Mamhy Oliveira Kumada

Tema 02
Texto e Contexto
Tema 02
Texto e Contexto

seções
Como citar este material:
KUMADA, Kate Mamhy Oliveira. Leitura e
Produção de Texto: Texto e Contexto. Caderno de
Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional,
2014.
S e ç õ e s
Tema 02
Texto e Contexto
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Ler e compreender: os sentidos
do texto, das autoras Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias, editora Contexto, Livro-
Texto 225, 2013.

Roteiro de Estudo:

Leitura e Produção Kate Mamhy Oliveira


de Texto Kumada

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• A interferência do cotexto e do contexto na compreensão de textos.

• A concepção de contexto a partir do viés sociocognitivo.

• A contextualização na escrita.

5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Qual a influência do contexto sociocognitivo para a leitura e produção de textos?

• Quais as diferenças entre cotexto e contexto?

• Quais os elementos contextuais que colaboram para a compreensão de textos ou a


dificultam?

• Como considerar o contexto de uso no momento da produção de um texto?

LEITURAOBRIGATÓRIA
Texto e Contexto
Certamente você já deve ter ouvido a expressão “depende muito do contexto”,
frequentemente utilizada para indicar que o seu entendimento pode ser alterado conforme
o lugar ou a situação. Pois então, o contexto é realmente um conceito determinante, não
apenas na oralidade, mas também no processo de leitura e de produção de textos.

Em concordância com Koch e Elias (2013, p. 58) “a tão propalada explicitude do texto escrito
em contraposição à implicitude do texto falado não passa de um mito”, pois, conforme
as autoras, tanto na fala como na escrita podem ser utilizados recursos contextuais que
ultrapassam a compreensão estritamente textual.

O contexto pode ser muito útil, por exemplo, na leitura de determinados gêneros textuais,
como é o caso das tirinhas e charges, geralmente criadas com intuito de provocar o efeito
de humor e crítica a um fato real/atual.

Exatamente pelo caráter atual das tirinhas e charges, a leitura de alguns textos desse gênero
pode se tornar obsoleta rapidamente.

6
LEITURAOBRIGATÓRIA
Segundo Vereza (2000), a leitura de textos pode exigir mais ou menos compreensão do
contexto (o não verbal, que está implícito no texto e para tanto exige que o leitor ative seus
conhecimentos prévios) e do cotexto (o contexto linguístico, ou seja, das revelações que
emergem do próprio texto). Em consonância com a relação de contexto como o implícito e de
cotexto como o que está explícito no texto, Koch e Elias (2013, p. 59) defendem a metáfora
do iceberg para representar a noção de contexto. Segundo as autoras, o iceberg “tem uma
pequena superfície à flor da água (o explícito) e uma imensa superfície subjacente, que
fundamenta a interpretação (o implícito)”.

2.1 Imagem de um iceberg.

A imagem demonstra a figura do iceberg, no intuito de ilustrar a analogia estabelecida entre


o iceberg e os conceitos de cotexto e contexto.

7
LEITURAOBRIGATÓRIA
Quando você visualiza o iceberg, enxerga apenas a sua superfície menor, pois a parte
maior está submersa na água. É assim também que Fiorin e Savioli (2006, p. 12) definem
o contexto como uma ideia mais ampla do texto, por exemplo, da mesma forma como a
frase se encaixa no contexto do parágrafo, o parágrafo se encaixa no contexto do capítulo
e o capítulo se encaixa no contexto da obra. Desse modo, o texto não é um produto
independente, ele está sempre inserido em um contexto, e para que você possa realizar
uma leitura eficiente, é preciso estar alerta aos aspectos conceituais imbricados nele.

Por estar implícito no texto, o contexto pressupõe a participação ativa dos sujeitos na interação
com o texto e, para isso, Koch e Elias (2013) justificam a necessidade de se considerar outro
tipo de contexto, seja na escrita ou na leitura de textos: o contexto sociocognitivo. De acordo
com as autoras (2013, p. 61) “para que duas ou mais pessoas possam compreender-se
mutuamente é preciso que seus contextos sociocognitivos sejam, pelo menos, parcialmente
semelhantes”. Isso significa que autor e leitor devem ter o mínimo de compatibilidade de
conhecimentos linguístico, enciclopédico (ou de mundo) e interacional, o que certamente
justifica textos claramente destinados a um determinado público-alvo.

No caso de não se considerar o contexto sociocognitivo dos interlocutores, o resultado pode


ser desastroso, conforme ilustra o texto retratado na Imagem 2.2.

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LEITURAOBRIGATÓRIA

2.2 Imagem do texto Conversa de mãe e filha.

Fonte: BRAS, T.Y.; BRAS, L. (apud KOCH; ELIAS, 2013, p. 62).

9
LEITURAOBRIGATÓRIA
Essa imagem retrata as possíveis implicações da incompatibilidade de contextos
sociocognitivos partilhados por dois sujeitos em um texto, no caso, entre a mãe e a filha.
Nesse texto, mãe e filha possuem diferentes bagagens cognitivas que são observadas na
reação da mãe ao compreender que a filha de 10 anos participará de um casamento real,
enquanto a filha se refere a um casamento de quadrilha de festa junina. É muito provável
que, enquanto leitor ativo, você também tenha, inicialmente, se baseado no mesmo modelo
de casamento socialmente construído pela mãe. Contudo, no decorrer da leitura, diante dos
novos elementos que surgem (pipoca, bolo de aipim, fogueira, quentão), você certamente
conseguiu se recontextualizar no modelo de casamento proposto a partir do contexto
sociocognitivo da criança.
Para Koch e Elias (2013), o contexto sociocognitivo dos interlocutores é responsável por
reunir todos os tipos de conhecimentos arquivados na memória dos sujeitos. A partir desse
contexto, o leitor é capaz de construir uma cadeia de suposições, necessárias para tecer os
sentidos implícitos (e também explícitos) no texto.
Dito isso, você pode facilmente notar que a contextualização do texto está incorporada à
prática de leitura e produção de textos, favorecendo ou dificultando sua interpretação. Em
outras palavras, para ler bem é necessário compreender o contexto maior no qual o texto
está inserido.
Fiorin e Savioli (2006, p. 113) explicam que o contexto é tão eficaz que é capaz de
neutralizar os problemas de compreensão que a polissemia poderia causar, pois “uma
vez inserida no contexto, a palavra perde o seu caráter polissêmico, isto é, deixa de admitir
vários significados e ganha um significado específico no contexto”. É isso que ocorre, por
exemplo, com a palavra “linha” nos enunciados a seguir:

a) A costureira de tão velha, não conseguia mais enfiar a linha na agulha (linha
= material para costurar).

b) O técnico deslocou o jogador da linha para a defesa (linha = conjunto de


atacantes de um time de futebol).

c) As linhas do bonde foram cobertas pelo asfalto (linha = trilho).

d) O conferencista, apesar da agressividade da plateia, não perdeu a linha


(linha = postura). (FIORIN; SAVIOLI, 2006, p. 113)

Em discursos literários é comum explorar diferentes significados para uma mesma palavra.
Essa dica pode lhe auxiliar durante a leitura de textos, pois exige que você deposite atenção

10
LEITURAOBRIGATÓRIA
redobrada ao contexto. Do mesmo modo, no momento da escrita, quando quiser explorar
outros sentidos de uma mesma palavra, não se esqueça de ter clareza de que as palavras
devem apresentar coerência com o texto.
Nesse sentido, assim como o contexto constitui uma ferramenta útil para desvelar
ambiguidades no texto, ele também permite o preenchimento de lacunas em um texto,
através daquilo que Koch e Elias (2013, p. 66) chamam de “inferências-ponte”, conforme o
exemplo a seguir:

O empregado alimentou os pássaros. Os grãos de alpiste foram logo devorados.

Uma simples leitura do enunciado lhe permite associar os “grãos de alpiste” ao alimento
fornecido pelo empregado aos pássaros, sem que fosse necessário complementar a frase
explicitando que os grãos de alpiste foram devorados pelos pássaros. Isso porque o contexto
lhe permitiu relacionar as informações, atribuindo maior sentido à mensagem.
Ademais, os fatores contextuais também podem alterar o sentido do texto. É assim que
Koch e Elias (2013, p. 67) explicam como expressões linguísticas podem adquirir diferentes
significados conforme a situação, como quando uma mãe se depara com as traquinagens
do filho e exclama “Que bonito!”. O sentido do enunciado é, na verdade, uma crítica à
traquinagem do filho, e não um elogio, como estamos habitualmente acostumados a utilizar
tal palavra. Na oralidade, as expressões faciais e corporais, assim como a entonação,
podem auxiliar o interlocutor a compreender se o que é dito tem o sentido alterado ou não.
No texto escrito, essas características podem, por exemplo, ser identificadas na análise
do gênero textual (função da escrita). Uma tirinha, uma charge ou uma piada são gêneros
com grande propensão ao jogo de palavras e as mudanças de sentidos no texto, visando
provocar o efeito de humor esperado no leitor.
Outro fator contextual que deve ser atentado é a forma como o contexto pode justificar um
texto. Suponha, por exemplo, o anúncio “sua morte é nossa alegria”. Isolado, o anúncio
pode causar estranhamento ao leitor, afinal a morte é, em geral, um motivo de tristeza. Mas
se o anúncio estiver acompanhado de uma imagem do estabelecimento e de seu nome
“Funerária Santa Maria: sua morte é nossa alegria”, inserido, por exemplo, em uma charge
ou tirinha (gêneros textuais que têm como função despertar o efeito de humor, causado
pela ruptura em relação ao que é esperado pelos modelos socialmente construídos), então
o texto começa a fazer sentido. Facilmente, você resgatará que a morte é uma tristeza para
muitos, mas para uma funerária que presta serviços a partir da morte de pessoas não há

11
LEITURAOBRIGATÓRIA
a mesma representação. É claro que o texto continua sem sentido, pois nutre uma ideia
“insensível” da morte por parte da funerária, porém, se inserido em uma piada, trote, charge
ou tirinha que tem por função textual explorar aspectos cotidianos de forma bem-humorada,
logo a análise do contexto explica o texto. Com isso, cabe ainda enfatizar que, um texto é
sempre inserido em um contexto que, frequentemente, pode justificá-lo ou explicá-lo.
Quer conhecer uma forma bem humorada de lidar com o texto “sua morte é nossa alegria”?
Escute o anúncio Funerária sua morte é nossa alegria, disponível em: <http://www.youtube.
com/watch?v=gcw2lg7uu-Y>. Acesso em: 23 out. 2013.
Pensando na importância do contexto, vale também resgatar as implicações de considerar
o contexto de produção e o contexto de uso dos textos, ou seja, as circunstâncias da escrita
e de leitura de textos.
Apesar disso, Koch e Elias (2013, p. 71) salientam que, quando se trata da produção escrita
de textos, a preocupação maior deve estar centrada no contexto de uso, mais do que no
contexto de produção. Em outras palavras, o autor deve sempre levar em consideração
o contexto para o qual destina seu texto, pois conforme você estudou até aqui, muitas
informações estão implícitas no texto. Para garantir a inteligibilidade do texto, aquele que
escreve deve então considerar o contexto sociocognitivo de seu público-alvo, procedendo
ao “balanceamento” do que deve estar explícito em seu texto e do que pode permanecer
implícito, “supondo que o interlocutor poderá recuperar essa informação por meio de
inferências” (2013, p. 71). Isso é o que ocorre, por exemplo, no texto a seguir:

A secretária da escola atende o telefone.


- Alô.
- Meu filho está muito gripado e não vai poder ir à escola hoje.
- Quem está falando?
- Quem tá falando é o meu pai.

Fonte: Koch e Elias, 2013, p.72.

12
LEITURAOBRIGATÓRIA
O “balanceamento” de informações elaborado pelo autor possibilita ao leitor inferir que se
trata de um telefonema feito pelo aluno, tentando se passar pelo próprio pai para não ir
à aula. Assim, o texto desperta no leitor a produção de inferências e o efeito de humor
pretendido pelo autor.
Tal estratégia de “balanceamento” é vista por Koch e Elias (2013, p. 72) como “o grande
segredo do locutor competente”. Com isso, as autoras defendem o ponto de equilíbrio no
uso da escrita, pressupondo a aproximação do contexto sociocognitivo e a participação
dialógica do leitor. Na mesma direção, Fiorin e Savioli (2006, p. 113) destacam que durante
a escrita o autor deve valorizar ao máximo a coerência textual, evitando, assim, que haja
mal-entendidos no contexto de uso do texto.

LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia o artigo Contextualizando o léxico como objeto de estudo: considerações sobre sinonímia
e referência, de Solange Coelho Vereza. Revista Delta, v. 15 n.1, São Paulo, 2000. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502000000100004>.
Acesso em: 4 out. 2013. O artigo aborda o uso do cotexto e do contexto, sendo muito útil
para a distinção de suas influências no texto.

Acesse e explore os artigos disponíveis nos anais do Congresso de Leitura do Brasil. Dis-
ponível em: <http://alb.com.br/publicacoes/anais-cole>. Acesso em: 4 out. 2013. O site dis-
ponibiliza os anais do evento, apresentando os trabalhos e pesquisas realizados na área de
leitura em forma de artigos. No site também é possível conferir como participar do evento
ou como se associar a Associação de Leitura do Brasil (ALB).

13
LINKSIMPORTANTES
Acesse o site Gramatiquice: português para concursos. Disponível em: <http://www.grama-
tiquice.com.br/search/label/Interpreta%C3%A7%C3%A3o%20de%20texto>. Acesso em: 4
out. 2013. O site contempla diversas questões de interpretação de textos que foram utiliza-
das em concursos públicos. Como a interpretação de textos está diretamente relacionada
ao reconhecimento do cotexto e do contexto, o site é ideal para quem quer treinar os novos
saberes adquiridos sobre a leitura e produção de textos.

Confira a reportagem O contexto limita a clareza, de Sírio Possenti. Revista Língua Portu-
guesa, Dez. 2011. Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br/textos/65/artigo249061-1.
asp>. Acesso em: 4 out. 2013. A reportagem, feita pelo renomado linguista e professor da
Unicamp, demonstra como o contexto é importante para a leitura e produção de textos.
Também são apresentados alguns conflitos que podem emergir diante da ausência de co-
nhecimentos prévios exigidos para se fazer a devida contextualização da leitura de um
texto.

Vídeos
Texto, contexto, intertexto. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=XMyeHYfHzm8>. Acesso em: 4 out. 2013. O vídeo apresenta uma aula sobre
texto, contexto e intertexto com exemplos práticos sobre diversos enunciados em contexto,
resgatando o uso do texto, reforçando a importância do contexto e ainda introduzindo o
conteúdo que envolve a intertextualidade.

14
AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1: contexto. Em seguida, apresente pelo me-


nos dois exemplos, justificando seus possí-
A língua, seja na modalidade oral ou na
veis contextos de uso.
modalidade escrita, depende diretamente
do contexto para produção de sentidos. Em
alguns casos, somente diante do contexto Questão 2:
é possível compreender o que é dito ou es-
Leia o enunciado:
crito. É o que ocorre, por exemplo, ao se
dizer “é uma pena”. A expressão “é uma
pena” dita em uma situação triste pode sig- Ao chegar à cidade, a jovem dirigiu-se a
nificar “é uma lástima” ou “que triste”; já um banco.
diante de um objeto (travesseiro, brinco, Fonte: KOCH; ELIAS, 2013, p. 66.
caneta, etc.) feito de pena de ave, a frase
pode remeter a pluma que reveste o corpo
Considerando a ambiguidade da mensa-
das aves.
gem, analise as afirmações a seguir.
Assim como ocorre na frase “é uma pena”, I. A jovem precisava pagar um boleto.
considere suas vivências e relembre outras II. A jovem desejava se sentar para des-
situações em que o sentido é alterado pelo cansar.

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AGORAÉASUAVEZ
III. A jovem desejava esquecer as mágo- ( ) Os conhecimentos enciclopédicos ou
as. de mundo seriam fundamentais para que
Buscando interpretar o enunciado, é pos- Joaquim interpretasse corretamente o
sível aceitar os contextos descritos nas convite.
afirmações:
( ) O texto demonstra que a língua, seja
a) I e II. na modalidade oral ou escrita, é explícita.
b) I e III. ( ) A leitura da piada exige a analise
c) II e III. do cotexto e do contexto para que seja
atribuído o humor esperado.
d) apenas I.
( ) A expressão “de quinze anos” pode ser
e) apenas II. considerada ambígua.

a) V, V, F, V, F.
Questão 3:
b) F, F, V, V, F.
Na piada sobre o português, Manoel convi-
da Joaquim para a festa de 15 anos de sua c) V, F, F, F, V.
filha. Diante do convite Joaquim elabora a
d) F, V, V, F, F.
seguinte resposta “Obrigada, porém, infe-
lizmente, só poderei ficar dois anos”. e) F, V, F, V, V.

Fonte: POSSENTI, S. O contexto limita


a clareza. Revista Língua Portuguesa. Questão 4:
Dez. 2011. Disponível em: <http://
Analise o texto a seguir:
revistalingua.uol.com.br/textos/65/
artigo249061-1.asp>. Acesso em: 4 out. Um, dois, feijão com arroz,
2013.
Três, quatro, feijão no prato,
Com base na leitura do texto acima, analise
as alternativas a seguir e indique se são (V) Cinco, seis, feijão inglês,
Verdadeiras ou (F) Falsas:
Sete, oito, comer biscoitos,
( ) Os contextos sociocognitivos dos
Nove, dez, comer pastéis.
interlocutores Joaquim e Manoel são
semelhantes.

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AGORAÉASUAVEZ
Considerando que este texto é uma vai derramando pingos brancos
parlenda, gênero textual bastante
pelo caminho.
conhecido, especialmente pelo público
infantil, assinale a alternativa correta: Fonte: RICARDO, Cassiano. Poesias
Completas. Rio de Janeiro. J. Olympio, 1957,
a) O texto é ambíguo, mas o contexto
p. 135 apud FIORIN; SAVIOLI, 2006.
permite fazer uma interpretação unívoca.
No poema citado, o autor se vale do recur-
b) O texto apresenta lacunas que não são so da metáfora para retratar, de maneira
respondidas no contexto. diferente, a noite de lua cheia. Para isso,
c) Os fatores contextuais, no caso o ele utiliza a noção de “boião de leite” (vaso
reconhecimento do gênero parlenda, bojudo), baseado em sua forma arredon-
permitem ao leitor alterar o sentido do dada e cor branca, para representar a “lua
texto. cheia”. Outra metáfora pode ser observada
quando o autor descreve “vai derramando
d) O contexto explica, pois a característica pingos brancos” para se referir às “estrelas
da parlenda consiste em rimas infantis que vão surgindo no céu” (pingos brancos
sem o compromisso com a lógica. = estrelas).

e) O contexto é irrelevante para a Considerando a estratégia do poeta, assi-


construção de sentidos na leitura da nale a alternativa correta:
parlenda.
a) A metáfora é um elemento cotextual
que atua no texto de forma independente
Questão 5: do contexto.
Leia o poema a seguir: b) O gênero textual “poema” se constitui
Lua cheia como um fator contextual que permite ao
autor alterar o sentido das palavras.
Boião de leite
c) O autor se aproveita da polissemia, ou
que a noite leva
seja, de palavras ambíguas para construir
com mãos de treva. significados a partir do contexto.
pra não sei quem beber. d) O texto revela o que não se deve fazer
E, que embora levado durante a produção escrita, ou seja, um
texto sem coerência.
muito devagarinho

17
AGORAÉASUAVEZ
e) Em poemas não é necessário que o Os olhos da (11) _______ brilharam.
autor se preocupe com o contexto de uso
- Mas nós estamos (12) _______ para
do texto.
Miami, respondeu ela.

- Ah! - disse o terrorista. (13) _______


Questão 6: sentou-se novamente.
Você aprendeu que o contexto permite ao Fonte: LEFFA, Vilson J. Aspectos da
leitor preencher lacunas do texto por meio leitura. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzat-
de inferências realizadas a partir de pistas to, 1996, p. 70.
apresentadas no próprio texto. Com base
na técnica de cloze, que consiste em lacu-
nar um texto após uma breve introdução de
Questão 7:
três ou quatro linhas, leia o texto a seguir
e, considerando o contexto, identifique as Refletindo sobre a importância da contex-
palavras que podem preencher adequada- tualização da escrita e da interação autor-
mente as lacunas. texto-leitor, descreva o que um autor deve
considerar no momento de produção de
O avião voava serenamente a dez mil
um texto.
metros de altura sobre o Oceano Atlân-
tico. Os passageiros tinham almoçado,
as bandejas já tinham sido recolhidas Questão 8:
e os atendentes de voo preparavam-se
para descansar um pouco. (1) _______ Considerando a importância do cotexto e do
engano. Foi exatamente neste (2) contexto na leitura e compreensão de textos,
_______ que um passageiro, na primei- descreva a diferença entre o cotexto e o
ra fila, (3)__________, foi até o corredor contexto.
(4) ________ uma metralhadora na mão
(5)_______ e uma granada na mão es-
querda, e gritou:
Questão 9:

- (6) _______ se mexa. Leia o enunciado a seguir:

- Você - continuou o (7) _______ falando O navio aproximava-se do porto. Os


agora para (8) _______ aeromoça, trê- marinheiros preparavam-se para lançar
mula na sua (9)_________ - diga para o as âncoras.
piloto que (10)
Fonte: KOCH; ELIAS, 2013, p. 67.
_______ o avião para Miami.

18
AGORAÉASUAVEZ
Com base em sua leitura, descreva quais vezes na mesma noite. Esqueceu-se de
são as lacunas do texto que podem ser que São Pedro, naquele episódio, disse
preenchidas por meio de inferências feitas talvez a única mentira de sua vida. (Ano
pelo autor a partir da análise do contexto. 20, 22:91).

Como se pode notar a defesa do secre-


tário foi infeliz e desastrosa, produzin-
Questão 10:
do efeito contrário ao que ele tinha em
Leia o fragmento de texto a seguir: mente.

A citação, no caso, ao invés de inocen-


“A revista Veja de 1o de junho de 1998, tá-lo, acabou por comprometê-lo.”
em matéria publicada nas páginas 90 e
91, traz uma reportagem sobre um caso Fonte: FIORIN; SAVIOLI, 2006, p. 11.
de corrupção que envolvia, como sus- A partir da leitura do excerto anterior e con-
peitos, membros ligados à administra- siderando seu aprendizado sobre contex-
ção do governo do Estado de São Paulo tos, responda por que o ex-secretário da
e dois cidadãos portugueses dispostos Indústria e Comércio Otávio Ceccato se
a lançar um novo tipo de jogo lotérico, comprometeu de forma negativa ao se de-
designado pelo nome de “Raspadinha”. fender dizendo: “Como São Pedro, nego,
Entre os suspeitos figurava o nome de nego, nego”. Afinal, a ênfase de uma pa-
Otávio Ceccato, que, no momento, ocu- lavra é, geralmente, utilizada para reforçar
pava o cargo de secretário da Indústria sua convicção, e não o contrário. Justifique
e Comércio e que negava sua participa- sua resposta.
ção na negociata.

O fragmento que vem a seguir, extraído


da parte final da referida reportagem, re-
lata a resposta de Ceccato aos jornalis-
tas nos seguintes termos:

Na sua posse com secretário de Indús-


tria e Comércio, Ceccato nervoso, foi
infeliz ao rebater as denúncias. “Como
São Pedro, nego, nego, nego”, disse a
um grupo de repórteres, referindo-se à
conhecida passagem em que São Pe-
dro negou conhecer Jesus Cristo três
19
FINALIZANDO
Neste tema você aprendeu que a prática da leitura e produção de textos exige mais que o
domínio de conhecimentos linguísticos. Isso porque o texto por si só é insuficiente para a
produção de sentidos, pois pode conter lacunas e ambiguidades sanadas apenas com o
reconhecimento do contexto. E para a compreensão de textos, você acompanhou que os
contextos sociocognitivos do autor e do leitor precisam ser, ao menos em parte, semelhantes.
Isso pressupõe que quanto maior o contato com textos, mais amplo será seu contexto
sociocognitivo, e assim, melhor será sua compreensão de textos e contextos.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

20
REFERÊNCIAS
FIORIN, J.L.; SAVIOLI, F.P. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Áti-
ca, 2006.

KOCH, I.V.; ELIAS, V.M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,
2013.

VEREZA, Solange Coelho. Contextualizando o léxico como objeto de estudo: considerações


sobre sinonímia e referência. Rev. DELTA. São Paulo, v. 16, n. 1, 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502000000100004&lng=
en&nrm=iso>. Acesso em: 4 out. 2013.

GLOSSÁRIO
Ambiguidade: refere-se àquilo que possui um ou mais sentidos, podendo inclusive ser
contraditório.

Cotexto: diferente do contexto, o cotexto envolve o caráter linguístico do texto, ou seja, o


que está claramente apresentado no texto, sem exigir do leitor a ativação de conhecimentos
prévios e partilhados.

Explícito: que está claramente declarado.

Implícito: trata-se daquilo que está subentendido.

Itens lexicais: são as palavras ou grupo de palavras que compõem uma língua.

Polissemia: é quando um mesmo termo dentro de uma língua recebe diferentes significados,
manifestando diferentes sentidos.

21
GABARITO
Questão 1

Resposta: A questão ativa conhecimentos prévios do aluno que deve, por sua vez, atender
a proposta elencando alguns exemplos de enunciados em que seja, evidentemente,
necessário conhecer o contexto para entender o enunciado. Nesse sentido, é possível citar
uma infinidade de expressões, palavras ou enunciados, por exemplo, “é fogo” (utilizado em
um incêndio no sentido de “combustão” e em uma prova como “é difícil”), “deu zebra” (para
indicar animal ou algo inesperado), “uma xícara de chá” (para indicar uma xícara com chá
dentro ou para indicar a medida em uma receita), etc.

Questão 2

Resposta: Alternativa A

Questão 3

Resposta: Alternativa E

Questão 4

Resposta: Alternativa D

Questão 5

Resposta: Alternativa B

Questão 6

Resposta: A questão incentiva o aluno a realizar uma leitura buscando preencher lacunas
do texto a partir do contexto, estabelecendo elos entre as orações. Para isso o aluno deverá
analisar de forma conjunta o cotexto e o contexto e identificar a seguinte sequência de
palavras: 1) Por; 2) momento; 3) se levantou; 4) com; 5) direita; 6) Não; 6) passageiro,
terrorista ou homem; 8) a; 9) posição ou cabine; 10) desvie, direcione ou encaminhe; 11)
aeromoça; 12) voando ou indo; 13) E.

22
GABARITO
É necessário estar atento, pois algumas lacunas podem apresentar diferentes formas de
serem preenchidas, sem que isso altere significativamente o entendimento do texto e/ou
fuja do contexto. Nesse caso, a resposta poderá ser considerada correta. Por exemplo,
na lacuna 2 o aluno poderá indicar que “Foi exatamente neste [momento] ou [instante] ou
[minuto]” ou outros que indiquem um marcador de tempo, desde que não altere o sentido
do texto.

Questão 7

Resposta: A questão incentiva o aluno a refletir sobre o que um autor deve ponderar no
momento da produção escrita. Isso é de grande valia para sua própria formação enquanto
sujeito que precisa, com frequência, ler e escrever textos. Nessa questão, o aluno deve
resgatar a importância de realizar um texto com coerência, a partir de um balanceamento
entre os elementos que devem ser explícitos e os que podem permanecer implícitos no
texto. Para isso, ao escrever o autor deve priorizar sua atenção no contexto de uso do texto,
ou seja, ter em mente quem é seu público-alvo e quais conhecimentos enciclopédicos,
linguísticos, interacionais ele possui, buscando assim adequar sua produção escrita.

Questão 8

Resposta: A questão problematiza uma das habilidades previstas para o tema 2, ou seja,
a compreensão da diferença entre cotexto e contexto. É importante que o aluno reconheça
que a prática de leitura exige a identificação dos elementos cotextuais e contextuais. O
contexto se refere ao não verbal, ao que está implícito no texto e, para tanto, exige que
o leitor ative seus conhecimentos prévios sobre o assunto, ou seja, que amplie seu olhar
para além dos elementos textuais. Já o cotexto se refere ao que está explícito no texto, ou
seja, ao contexto linguístico propriamente dito. Para a leitura fluente e crítica de um texto é
necessário que o aluno articule o cotexto e o contexto.

Questão 9

Resposta: A questão evidencia o papel do contexto no preenchimento de lacunas durante


a leitura de textos, demonstrando ao aluno como utilizar o contexto para deixar implícitas
algumas informações em seu texto. No caso, a palavra “navio” ativa no leitor a relação com
“marinheiros” e “âncoras”, inferindo assim que os marinheiros e as âncoras pertencem ao
referido navio.

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GABARITO
Questão 10

Resposta: A questão exercita no aluno o reconhecimento da importância de se considerar o


contexto de uso e o contexto de produção de um texto. Durante a defesa de Ceccato, o então
secretário extrai um recorte do texto bíblico e o utiliza fora do contexto. Ao desconsiderar
o contexto de origem de seu texto, Ceccato se compromete, visto que a expressão “nego,
nego, nego” dita por São Pedro era uma mentira. Assim, ao se apropriar do texto de forma
acrítica, Ceccato implicitamente supôs que sua defesa também era uma mentira. Isso
comprova que a ligação entre texto e contexto é intrínseca, e ao tentar separar uma frase
de seu contexto de origem o autor poderá gerar conflitos e mal-entendidos, prejudicando a
coerência do texto.

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