Desenho Técnico
Desenho Técnico
Desenho Técnico
Razão e importância
1. Descrição Verbal
Não é o bastante para transmitir as idéias de forma e dimensões de uma
peça, mesmo que ela não seja muito complicada. Se experimentarmos
descrever, um objeto somente usando o recurso da palavra, de maneira que
outra pessoa o execute, concluiremos que isto é praticamente impossível.
2. Fotografia
Transmite relativamente bem a idéia da parte exterior da peça, mas não
mostra seus detalhes internos e nem suas dimensões. Logo, a fotografia também
não resolve o nosso problema.
3. Modelo
Resolve, até certo ponto, alguns problemas. Nem todos, porém. Por
exemplo, se tivéssemos que transportar uma peça de grande tamanho, para
reproduzi-la pelo modelo, não séria possível se a mesma estivesse sendo
projetada, pois não existiria o modelo.
4, Desenho Técnico
Pode transmitir, com clareza, precisão e de maneira simples, todas as
idéias de forma e dimensões de uma peça. Além disso, há uma série de outras
informações necessárias que somente o desenho pode dar, tais como: o material
de que é feita a peça, os acabamentos de sua superfície, as tolerâncias de suas
dimensões etc.
Portanto, o conhecimento de Desenho Técnico é indispensável a todos
aqueles que necessitam executar tarefas que sejam manutenção de máquinas,
ajustagem, tornearia, marcenaria, eletricidade, etc.
Sistema de medidas
Sistema Métrico
O sistema métrico foi implantado no Brasil pela Lei Imperial nº 1137, no dia
26 de junho de 1862.
A unidade de medida utilizada normalmente no sistema métrico é o metro,
e o sistema é decimal.
Atualmente, o padrão do metro em vigor no Brasil é uma recomendação do
INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com decisão da 17ª
conferência Geral dos Pesos e Medidas de 1983. O INMETRO definiu o metro
como o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo
de tempo de 1/299.792.458 de segundo.
A tabela a seguir é baseada no Sistema Internacional de Medidas, SI, onde
representamos os múltiplos e submúltiplos do metro.
Sistema inglês
A unidade de medida do sistema inglês é a polegada, que equivale a 25,4
mm.
Como grande parte do maquinário das industrias brasileira é procedente de
países que usam este sistema de medidas, muitos componentes e peças
produzidas são bitolados em polegadas, o que tornou seu uso corrente.
O sistema é duodecimal, ou seja:
12 polegadas (inches) = 1 pé (Foot-plural: feet) = 304,8mm
12” = 1’
Os submúltiplos da polegada são expressos em frações, com a barra
inclinada, seguida de aspas.
Exemplo: 3/4", 5/8"
Conversões - As conversões devem ser feitas toda vez que a medida estiver em
polegada fracionária por 24,5
b) 19,8mm
19,8mm = (19,8/25,4 . 128)/128 = 99,77/128 100/128 = 25/32"
A polegada milesimal é convertida em polegada fracionária na forma usual.
Exemplo:
DESENHO TÉCNICO 5
3/8" = 0,375"
5/16" = 0,3125"
Exemplo:
Exemplo:
5,08mm/25,4 = 0,200"
18mm/25,4 = 0,7086" 0,709"
DESENHO TÉCNICO 6
Escala
Escala é a razão existente entre as medidas no papel de desenho e as
medidas reais do objeto. A palavra “ESCALA” pode ser abreviada na forma “ESC.”
Quando for usada mais de uma escala na folha de desenho, além da escala
geral, estas devem estar indicadas junto à identificação do detalhe ou a vista a
que se referem; na legenda, deve constar a escala geral.
Na escala 1:50, a fração duas vezes maior que 1:100, um metro real é
representado por 2cm.
Instrumentos
Régua
Existem diversos tipos de réguas, sendo as mais empregadas: a régua
graduada e a régua ”T”.
Régua graduada
Consiste numa peça reta (plana), tendo graduações em uma ou ambas as
arestas, para a marcação de medidas. Existem réguas graduadas em milímetros
ou em polegadas e algumas possuem as duas graduações em arestas opostas.
Para medir ou marcar medidas com a régua, deve-se fixá-la sobre o local
que se quer medir ou marcar.
Para evitar erros, deve-se marcar a medida a partir do traço zero da régua.
Régua ”T”
Consiste em uma haste reta e plana, tendo numa das extremidades, uma
travessa (Cabeça) perpendicular à haste.
DESENHO TÉCNICO 8
Esquadros
Compassos
A ponta da grafita deve estar sempre um pouco mais curta que a outra e
deve ser chanfrada, para maior perfeição dos traçados.
Linhas
(1) Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma
opção.
Nota: Se forem usadas linhas diferentes, os seus significados devem ser explicadas no
respectivo desenho ou por meio de referência às normas específicas
correspondentes.
DESENHO TÉCNICO 12
DESENHO TÉCNICO 13
DESENHO TÉCNICO 14
Lápis
1 2 3
Borracha
Tipos
(A)Para efeito visual, a distância entre dois caracteres pode ser reduzida
pela metade, como por exemplo: LA, TV, ou LT, neste caso a distância correspode
à largura da linha “d”.
Exemplos:
Símbolos:
Números:
Frações:
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Normas complementares
Formato de papel
Formato Especial
Sendo necessário formato fora dos padrões estabelecidos, recomenda-se a
escolha dos formatos de tal que largura ou o comprimento corresponda ao
múltiplo ou submúltiplo do formato padrão.
Dobramento da folha
Sendo necessário o dobramento de folhas, o formato final deve ser o A4, de
modo a deixar visível o quadro destinado à legenda e facilitar o arquivamento em
pastas.
Legenda
A posição da legenda deve estar dentro do quadro para desenho de tal
forma que contenha a identificação do desenho (número de registro, título,
origem, etc.); deve estar situado no canto inferior direito, tanto nas folhas
posicionadas horizontalmente como na vertical.
horizontal Vertical
Margem e quadro
Margens são limitadas pelo contorno externo da folha e o quadro. O quadro
limita o espaço para o desenho.
As margens esquerda e direita, bem como as larguras das linhas, devem ter
as dimensões constantes na tabela abaixo em mm.
Marcas de centro
Nas folhas de formatos de série “A” devem ser executadas quatro marcas
de centros. Estas marcas devem ser localizadas no final das linhas de simetria
(horizontal e vertical) da folha.
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Marcas de corte
Estas marcas de corte servem para guiar o corte da folha de cópias e são
executados em forma de um triângulo retângulo isósceles com 10mm de lado, ou
com dois pequenos traços de 2mm de largura em cada canto.
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Projeções
Projeções ortogonais
Primeiro diedro
Terceiro diedro
Vistas principais
com linha grossa contínua. As arestas e contornos que não podem ser vistos da
posição ocupada pelo observador são representados por linhas médias tracejadas
(linhas invisíveis). Os eixos de simetria e centros são desenhados com linha fina
com traços e pontos. (vide capítulo convenções gráficas)
Vistas auxiliares
Quando isto ocorre, lança-se mão das chamadas vistas auxiliares, que são
projeções em verdadeira grandeza, obtidas por meio de planos auxiliares de
projeção. Se a superfície inclinada se projeta numa das vistas principais, segundo
uma linha, isto significa que ela é perpendicular ao plano da vista.
Exemplo
Exemplo
No exemplo da figura abaixo, usou-se, para esta operação, a reta (A) (B),
cuja projeção vertical é paralela à linha de terra.
DESENHO TÉCNICO 31
Seqüência
Cotagem
linhas de cota;
linhas de extensão;
valor numérico da cota.
Linhas auxiliares e cota, sempre que possível, não devem cruzar com
outras linhas.
A linha de cota não deve ser interrompida, mesmo que o elemento o seja.
DESENHO TÉCNICO 35
Cotas em ângulos.
DESENHO TÉCNICO 37
O raio, cujo centro encontra-se fora dos limites do desenho, é indicado por
meio de linha de cota quebrada.
Disposição
A disposição da cota no desenho deve indicar claramente a finalidade do
uso. Geralmente é resultado da combinação de várias finalidades.
Cotagem em cadeia
X=0
Y = 100
Cotagem combinada
Indicações Especiais
Quando o centro do arco cair fora dos limites do espaço disponível, a linha
de cota do raio deve ser quebrada ou interrompida, conforme a necessidade de
localizar ou não o centro do arco.
Quando o tamanho do raio for definido por outras cotas, ele deve ser
indicado pela linha de cota do raio com o símbolo R sem cota como no desenho
do rasco de chaveta.
Elementos eqüidistantes
Elementos repetidos
Chanfros e escareados
Chanfros devem ser cotados como mostra a primeira figura. Nos chanfros
de 45 a cotagem pode se simplificada, como ilustram as demais figuras.
O
Outras indicações
Funcional
Não funcional
Auxiliar
Elemento
Produto acabado
Quando a aplicação:
Corte
Planos de corte
Tipos de corte
O plano de corte não necessita ser contínuo. Quando ele muda de direção,
o corte é chamado de corte com desvio. As mudanças de direção são
interpretadas na vista onde o plano incide ortogonalmente e as arestas dos
desvios não são representadas na vista em corte.
DESENHO TÉCNICO 51
Corte longitudinal
Corte horizontal
Corte transversal
A parte selecionada nos cortes dos desenhos foi representada pela parte
sombreada ou pela parte hachurada.
DESENHO TÉCNICO 53
A representação dos detalhes internos e feita apenas nesta parte que foi
delimitada, permanecendo as linhas de contorno e arestas não-visíveis nas parte
não-atingidas pelo corte parcial.
DESENHO TÉCNICO 54
Convenções complementares
Hachura padronizada – Hachura são linhas paralelas (que
nas projeções ortogonais em cortes são indicadas por linhas inclinadas a
45°) empregadas para representar as partes cortadas.
Nos cortes mostrados até agora, foi usada a hachura que indica qualquer
material metálico, conforme estabelece a norma NBR 12.298/1991, das ABNT.
Metais
Elastômeros, vidros,
cerâmicas e rochas
Terrenos
Concreto
Madeira
Líquido
DESENHO TÉCNICO 55
Ruptura
Em objetos trapezoidais
Em objetos cilíndricos
a) Em eixos e barras redondas
b) Em tubos
Em objetos cônicos
DESENHO TÉCNICO 60
Perspectiva bimétrica
Nesta perspectiva, os três eixos fazem, entre si, dois ângulos iguais e
um diferente.
Perspectiva isométrica
Perspectiva cavaleira
Desenho de conjunto
Desenho de detalhes
Motores trifásicos
Posiçã Quant Denominação Posiçã Quant Denominação
o . o .
200 1 Conjunto rotor completo 640 4 Haste
300 1 Conjunto estator completo 671 1 Chaveta
330 1 Carcaça 704 4 Rebite
360 1 Tampa da caixa de ligação 751 1 Rolamento dianteiro
400 1 Tampa dianteira 752 1 Rolamento traseiro
410 1 Tampa traseiro 755 1 Arruela de pressão
500 1 Ventilador 911 1 Placa de identificação
603 8 Porca hexagonal
611 2 Parafuso de fixação da
tampa da caixa de ligação
DESENHO TÉCNICO 71
Elementos de máquinas
Roscas
Rosca é um conjunto de filetes dispostos helicoidalmente em torno de
uma superfície cilíndrica.
DESENHO TÉCNICO 73
Roscas externas;
Roscas internas.
Rosca externa em
Rosca interna em corte Furo não vasado com rosca
corte
DESENHO TÉCNICO 75
Parafusos
Parafusos com cabeças especiais – São aquelas que, por terem cabeças
diferenciadas, são representados de acordo com as normas da ABNT.
Parafuso sextavado
parafuso sextavado
com rosca total
Parafuso auto
Parafuso sextavado com
atarrachante de cabeça
porca
sextavada
Parafuso de cabeça
cilíndrica com sextavado
interno
Parafuso de cabeça
quadrada
Parafuso de cabeça
recartilhada
Parafuso borboleta
DESENHO TÉCNICO 78
Porca
É um dispositivo com formato quadrado ou hexagonal, geralmente
metálico, dotado de rosca interna, com o propósito de, juntamente com o
parafuso de rosca externa semelhante, fixar vários componentes.
Chavetas
Chavetas são elementos de máquina empregados na fixação temporária
de polias, rodas dentadas, aos seus respectivos eixos. Sua forma, em geral, é
retangular ou semicircular.
Chavetas de cunha – As chavetas com esse nome têm uma de suas faces
inclinada com formato de cunha para facilitar a união das peças.
Nervuras
Chanfros
Rebaixos
Símbolo básico
Condições específicas
Característica da rugosidade Ra
Classe de Desvio médio
rugosidade aritmético (Ra) m
N 12 50
N 11 25
N 10 12,5
N9 6,3
N8 3,2
N7 1,6
N6 0,8
N5 0,4
N4 0,2
N3 0,1
N2 0,05
N1 0,025
Se for necessário definir a direção das estrias, isto deve ser feito por um
símbolo adicional ao símbolo do estado de superfície (Figura 11).
Símbolo Interpretação
Perpendicular ao plano de
projeção da vista sobre o qual
o símbolo é aplicado.
Muitas direções.
Aproximadamente central em
relação ao ponto médio da
superfície ao qual o símbolo é
referido.
Aproximadamente radial em
relação ao ponto médio da
superfície ao qual o símbolo é
referido.
DESENHO TÉCNICO 87
Notas: a) Se for necessário definir uma direção das estrias que não esteja
claramente definida por um destes símbolos, ela deve estar descrita no
desenho por uma nota adicional.
b) A direção das estrias é a direção predominante das irregularidades da
superfície, geralmente resultantes do processo de fabricação utilizado.
Onde:
a = valor da rugosidade Ra, em m, ou classe de rugosidade de N1 até N12
b = método de fabricação, tratamento ou revestimento.
c = comprimento de amostra, em mm
d = direção de estrias
e = sobremetal para usinagem, em mm
f = outros parâmetros de rugosidade (entre parênteses)
Observação importante
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