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Guia Lab Medidas 1

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

DE MINAS GERAIS
IPUC - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Guia de Aulas do Laboratório de


Medidas Elétricas

Material didático utilizado nas aulas práticas do


Laboratório de Medidas Elétricas da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.

Elaborado por: Prof. Délio Fernandes e Prof. Celso Fagioli


Rev. por: Prof. Fernando Villamarim

Fevereiro 2018
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO, PROCEDIMENTOS E AVALIAÇÕES......................................................................... 3

2. MEDIÇÕES INICIAIS E CARACTERÍSTICAS DE INSTRUMENTOS..................................................... 5

3. MEDIÇÕES DE TENSÃO E CORRENTE E O EFEITO DE CARGA DE INSTRUMENTOS................... 8

4. COMPORTAMENTO DE RESISTORES LINEARES E NÃO LINERARES..............................................

5. MEDIÇÃO DE IMPEDÂNCIA COM PONTE LCR......................................................................................

6. CURVAS DE CORREÇÃO DE AMPERÍMETROS E VOLTÍMETROS.....................................................

7. CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO DE GERADORES DE SINAIS E OSCILOSCÓPIOS.................

8. ESTUDO DE ONDAS E SUAS RELAÇÕES DE AMPLITUDE.................................................................

9. ISOLAÇÃO ELÉTRICA E MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO......................................

10. APLICAÇÃO DE TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS......................................................

11. MEDIÇÃO DE POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA ATIVA ..................................................................

12. MEDIÇÃO DE POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA REATIVA..............................................................

13. UTILIZAÇÃO DE PONTES DE CORRENTE CONTÍNUA.......................................................................

14. UTILIZAÇÃO DE PONTES DE CORRENTE ALTERNADA....................................................................

15. RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO: NATUREZA, CARACTERÍSTICAS E MEDIÇÃO.................,..

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1. APRESENTAÇÃO, PROCEDIMENTOS E AVALIAÇÕES

OBJETIVO

O objetivo das aulas do laboratório é o de preparar os alunos para serem bons usuários
de instrumentos de medida, através do emprego de técnicas e métodos modernos de
medição usados na engenharia elétrica. Ao final do curso, os alunos deverão ser capazes
de:

- Utilizar os equipamentos e métodos de medição mais adequados a uma dada situação;

- Montar, conferir, testar circuitos e realizar medições de suas grandezas elétricas, bem
como proceder à pesquisa de defeitos em circuitos simples;

- Entender as informações constantes nos catálogos, dados de placa e manuais de


instruções, para a correta e segura utilização de instrumentos;

- Utilizar terminologia adequada e conceitos fundamentais da Metrologia.

O Laboratório de Medidas Elétricas complementa, com aplicações, os estudos


realizados na disciplina Medidas Elétricas. O laboratório é parte do núcleo de
Instrumentação e Controle do Departamento de Engenharia Elétrica da PUC Minas.

Em todas as atividades do laboratório é obrigatório utilizar o SI-Sistema Internacional


de Unidades.

PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS DE SEGURANÇA

1) Ao executar qualquer montagem, deve-se fazer uma avaliação prévia dos valores
das grandezas elétricas esperadas nos circuitos para então selecionar os
instrumentos observando os seus dados característicos (campo de medição, natureza
da corrente, classe de exatidão, eficiência e polaridades em função da montagem de
teste. A não observação destas recomendações é a principal causa de danificação de
instrumentos e equipamentos, assim como de acidentes pessoais.

2) Seja organizado. O uso de cabos de teste, fios, instrumentos e ferramentas de modo


desorganizado origina dúvidas, erros de montagem e, muitas vezes, curto-circuito,
choques elétricos e acidentes. Deixe sobre a bancada somente o essencial à
realização da prática. Nenhum instrumento não especificado para a prática a ser
realizada poderá ser utilizado.

3) Para segurança de pessoas e equipamentos, não é permitido se alimentar ou usar


líquidos de qualquer tipo dentro do laboratório.

4) Procure desenvolver bons métodos de trabalho, sendo organizado e executando


suas tarefas com zelo. Aprenda a utilizar corretamente os componentes e aparelhos
antes de colocá-los em operação.

5) Ao executar qualquer montagem, coloque os instrumentos e componentes elétricos


sobre a bancada de acordo com o diagrama de montagem, fazendo inicialmente as

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conexões do circuito de corrente e depois o de potencial. Use cabos vermelhos para
interligar circuitos com potencial positivo ou mais elevado (os circuitos “vivos”) e
cabos pretos para circuitos de potencial negativo, ou mais baixo, de retorno de
corrente ou de “terra”.

6) Como trabalharemos em grupo, é importante que todos do mesmo grupo participem


da seleção dos componentes, equipamentos, instrumentos e cabos, assim como da
montagem, conferência, anotação de resultados e das conclusões.

7) Antes de energizar circuitos, solicite uma revisão das montagens e autorização para
energização por parte do professor.

8) Anote os valores medidos e analise imediatamente se os resultados não são


compatíveis com o esperado. Lembre-se de que a engenharia abrange a análise,
solução e entendimento de problemas. Esta abordagem é uma ótima oportunidade
para aprendizado. Se for o caso, tenha paciência e persistência para localizar
defeitos e corrigi-los. Não seja precipitado na análise de problemas e suas soluções.

9) Após a aula prática, guarde os instrumentos e cabos de conexão em seus devidos


lugares.

AVALIAÇÕES

A avaliação do desempenho dos alunos consta de trabalhos ou relatórios, prova e


participação nas atividades de laboratório, sendo que a distribuição dos pontos será
definida pelo Plano de Ensino da disciplina.

Os resultados das aulas práticas devem ser registrados no Guia de Aulas e apresentados
na forma de relatórios, onde constarão as respostas para os questionários de cada aula
prática. Os relatórios deverão ser entregues na semana posterior a realização das aulas.

RELATÓRIOS PARA TRABALHOS TÉCNICO–CIENTÍFICOS

Relatórios de projetos deverão seguir o padrão PUC Minas para a elaboração de textos
técnicos, disponível no site da biblioteca da universidade. Como fonte de consulta
adicional, recomenda-se o livro Manual para Normalização de Publicações Técnico-
Científicas, por Júnia Lessa, da editora UFMG.

De acordo com a ABNT, um relatório técnico é um documento que relata formalmente


os resultados ou progressos obtidos em trabalhos de pesquisa e desenvolvimento, ou que
descreve a situação de uma questão técnica ou científica.

Um relatório técnico-científico apresenta, sistematicamente, informações suficientes e


recomendações para que um leitor qualificado possa reproduzir o trabalho, se for o caso,
e obter suas conclusões. É estabelecido em função e sob a responsabilidade de um
organismo ou de uma pessoa a quem será submetido. É importante ter em mente que um
trabalho técnico-científico sem indicação de bibliografia não tem valor.

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2. MEDIÇÕES INICIAIS E CARACTERÍSTICAS DE INSTRUMENTOS

1) Identifique o painel de controle e proteção da bancada. Localize o QDC do


laboratório para identificar seus componentes e funções.

2) Localize as tomadas monofásicas e trifásicas da bancada. Use um multímetro digital


para realizar as seguintes medições, anotando os resultados obtidos:

Atenção: Para realizar as medições, selecione antes as escalas do multímetro


criteriosamente, para não causar sobrecarga nos instrumentos. Observe com cuidado
a montagem e as polaridades das pontas de prova dos instrumentos. Escolha com
atenção as faixas das escalas de medições para obter leituras no display do medidor
com número adequado de algarismos significativos, ou seja, com a maior resolução
possível.

Tomadas Monofásicas

Vfase-neutro = _______ Vfase-terra = ________ Vneutro-terra = ________

3) Faça abaixo um desenho mostrando as conexões das tomadas monofásicas da


bancada:

4) Identifique as tomadas trifásicas da bancada. Realize e anote os resultados das


seguintes medições:

Obs.: A CEMIG e a ABNT usam nomenclaturas diferentes para as fases do SEP –


Sistema Elétrico de Potência. A CEMIG segue o padrão americano, ao passo que a
ABNT segue a IEC – Comissão Eletrotécnica Internacional, conforme a seguinte
tabela:

CEMIG ABNT

A R
B S
C T

Saídas Trifásicas

VAB = _______ VBC = ________ VCA = ________

VAN = _______ VBN = ________ VCN = ________

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5) Existe erros na medições? Se afirmativo, quais seriam eles? Você pode quantificá-los
e identificar suas prováveis causas?

6) Quantos dígitos significativos possui o display do instrumento usado para realizar as


medições solicitadas acima?

7) Admitindo que a tensão medida é de fato senoidal, que tipo de leitura é realizada
pelo medidor (valor médio, máximo, de pico ou eficaz)? Justifique.

8) Pode existir alguma aplicação onde um medidor analógico é mais adequado do que
um medidor com display digital?

9) Qual é a nomenclatura usada em seu livro-texto de medidas elétricas, americana ou


ABNT? E no seu livro-texto de circuitos elétricos?

10) Faça um diagrama de blocos de um voltímetro digital básico:

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10) Usando um multímetro digital e um wattímetro analógico do laboratório, identificar
e conceituar os parâmetros de desempenho dos instrumentos, relacionados a seguir.
Consultar os dados de placa e os manuais dos instrumentos, se necessário.
Descrever a importância e o significado das características listadas, para ilustrar as
suas considerações:

Característica Medidor Digital Medidor Analógico


Tipo de Medidor
Fabricante
Princípio
de
Funcionamento

Escalas
de
Medição

Alcance das Faixas


de Cada Escala

Natureza da
Medição (CA ou
CC)
Tipo de Medição
(valores médios,
RMS, pico, etc.)
Classe de Exatidão
Resolução
Eficiência
Sensibilidade
Posição de Uso
Medição com 2, 3
ou 4 fios
Impedância de
Entrada
Tensão de Prova
Blindagem
Magnética
Blindagem
Eletrostática
Tipo de
Alimentação
Consumo
Grau de Proteção IP
Outras
Características
Significativas

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3. MEDIÇÕES DE TENSÃO E CORRENTE E O EFEITO DE CARGA DE
INSTRUMENTOS

INTRODUÇÃO AOS AMPERÍMETROS

Amperímetros são instrumentos utilizados para medir corrente em um circuito elétrico.


Eles podem ser do tipo analógico ou digital. Há amperímetros analógicos específicos
para medições em CC e outros modelos para uso em CA. Existem também modelos que
podem ser usados tanto em CC quanto em CA. Geralmente a capacidade de um
instrumento analógico para trabalhar em CC e em CA está indicada no próprio
indicador do medidor. No caso de medidores digitais, a seguinte simbologia é usada nas
escalas de corrente para CC ou CA:
CC CA

Para que seja efetuada uma medição de intensidade de corrente, um amperímetro deve
ser ligado em série com o componente ou circuito que estiver sendo testado. Analisemos
os circuitos representados nos diagramas das Figuras 3.1 e 3.2 abaixo:

Fig. 3.1 Fig. 3.2

Segundo a lei de Ohm, a intensidade da corrente no circuito da Fig. 3.1 é dada por:
V
I= (A)
R
Este é o valor esperado ao se medir a intensidade da corrente no circuito usando-se um
amperímetro ideal, sem erros. Porém, quando inserimos o amperímetro no circuito,
conforme a Fig.3.2, cuja resistência interna é dada por RA, a corrente medida passará a
ser:
V
IM = (A)
R + RA
Para que a interferência, ou a carga, representada pela inserção do amperímetro no
circuito original seja a mínima possível, é desejável que sua resistência interna seja
muito menor que a resistência R do circuito, ou seja, RA << R. Em um amperímetro
ideal, teríamos RA = 0 Ω. Levando-se em conta o valor de RA de um amperímetro
prático, o valor da corrente IM calculada para o circuito deve ser o mais próximo
possível da corrente medida.

Podemos então esperar que o efeito de carga do amperímetro introduza um erro que
contribui para o erro total da medição.

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INTRODUÇÃO AOS VOLTÍMETROS

O voltímetro é um instrumento utilizado para medir tensão ou diferença de potencial


entre dois pontos de um circuito elétrico. Há instrumentos destinados às medições de
CC ou CA, e ainda alguns que podem ser utilizados tanto em CC quanto em CA. Tal
como no caso de amperímetros, um multímetro digital inclui escalas de tensão de CC e
de CA, representadas da seguinte forma:

CC CA

Um voltímetro deve ser ligado entre os dois pontos através dos quais se quer determinar
a diferença de potencial, ou seja, em paralelo com o circuito ou carga onde a tensão
deverá ser medida. Analisemos os circuitos representados nas Figuras 3.3 e 3.4, a seguir:

Fig. 3.3 Fig. 3.4

A tensão esperada, através de R2 é dada por:


R2
V =E (V)
R1 + R2
Com o voltímetro ligado em paralelo com R2, conforme a Figura 3.4, a tensão medida
será influenciada pela resistência interna do aparelho, podendo ser calculada usando:

(R2 // RV )
Vmedido = E (V)
R1 + (R2 // RV )

Se a resistência interna do aparelho for conhecida, o valor da tensão medida se


aproximará mais do valor que pode ser previsto. Sabendo qual é a tensão sem a
introdução do voltímetro, o erro introduzido por ele na medição poderá ser avaliado.
Podemos então esperar que o efeito de carga do voltímetro introduza um erro que
contribui para o erro total da medição.

POLARIDADE DOS INSTRUMENTOS DE CC

Amperímetros e voltímetros de CC possuem polaridades nos seus terminais, sendo elas


geralmente indicadas por (+) e (-). No lugar do polo (-) usa-se também a nomenclatura
COM. Ao se usar os instrumentos, é muito importante observar se as pontas estão
inseridas nas entradas adequadas dos instrumentos e se polaridades das mesmas estão
corretas conforme forem as polaridades do circuito sob teste. A primeira ponta que deve
ser ligada no circuito é a (-) ou COM. A primeira ponta a ser removida deve ser a (+).

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MONTAGENS, MEDIÇÕES E QUESTIONÁRIOS

1) Avalie e comente sobre o intervalo de valores ou erros presumíveis que irão ocorrer
nas medições de corrente e de tensão nos circuitos acima, considerando instrumentos
com resistências internas ideais e práticas.

2) Monte o circuito da Figura 3.5 usando um varivolt para medir a corrente I nos dois
pontos indicados. Notar que se trata de um circuito CA. Compare os valores medidos
com os valores previstos para a corrente I.

Fig. 3.5
3) Monte o circuito da Figura 3.6 usando um varivolt. Meça os valores das correntes
indicadas. Calcule todas as correntes e compare as medidas realizadas com os valores
previstos teoricamente. Avalie a influência da tolerância dos resistores R1 e R2 nas
correntes I1 e I2.

Fig. 3.6

4) No circuito da Figura 3.7, use uma bobina de 0,2H no lugar de R2. Calcule os valores
de I, I1, I2. Em seguida, monte o circuito e meça as correntes indicadas. Compare os
valores calculados com os valores medidos.

Fig. 3.7

5) O que acontece se um amperímetro for ligado em paralelo como um circuito? Fazer


um esquema equivalente de um amperímetro prático. Qual deveria ser o valor ideal
de sua resistência interna?

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6) O que acontece se um voltímetro for ligado em série com um circuito? Fazer um
esquema equivalente de um voltímetro prático. Qual deveria ser o valor ideal de sua
resistência interna?

7) Um multímetro digital com resistência interna de 1MΩ foi usado para medir a tensão
desenvolvida sobre um resistor de 500kΩ onde está circulando uma corrente de
100µA. Fazer esquemas equivalentes do circuito com e sem a introdução do
voltímetro. Comentar sobre as tensões desenvolvidas e o efeito de carga do aparelho
na medição realizada.

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