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Relatorio 2 - Equilibrio Quimico

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AEV-ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DE VITÓRIA

ISE-INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO


LICENCIATURA E BACHARELADO EM QUÍMICA

Jaqueline Z. Soares
José Soares F. Junior
Leonardo C. Belard
Maria Angélica
Sandra Gaspar Gouveia
Tatiane J. Morais

Relatório N° 2
Deslocamento de equilíbrio

Profº Rodrigo Perdigão

2010
Jaqueline Z. Soares
José Soares Ferreira Junior
Leonardo C. Belard
Maria Angélica
Sandra Gaspar Gouveia
Tatiane J. Morais

Deslocamento do Equilíbrio

Relatório da 2ª aula da disciplina de Química Analítica


Qualitativa ministrada pelo professor Rodrigo Perdigão
como parte integrante da nota semestral para a
obtenção do título de Licenciado e Bacharelado em
Química.

Vitória, 01.09.2010.
1. OBJETIVO:

Verificar a influência da temperatura e da concentração no deslocamento de um equilíbrio


químico. Demonstrar a reversibilidade das reações químicas e observar a aplicação do Princípio
de Le Chatelier.

2. INTRODUÇÃO

2.1. Deslocamento do Equilíbrio

O deslocamento do equilíbrio químico é um artifício largamente utilizado nos processos industriais


para melhorar a obtenção de determinadas substâncias.

Exemplo: Síntese de Haber–Bosch – É a produção da amônia à altíssima temperatura de 500°C,


altíssima pressão de 200atm e na presença de ferro como catalisador.

Princípio regedor do deslocamento do equilíbrio químico: Princípio de Le Chatelier (Fugante a


força)

Henri Louis Le Chatelier químico e eng° metalúrgico francês, estudando o comportamento de


sistemas em equilíbrio químico observou variações num sistema, que eram provocados por forças
como temperatura, pressão e concentração. Entre os anos de 1850 a 1936 enunciou em 1884 o
principio de Le Chatelier ou princípio de fuga. Esse princípio acontece quando um sistema esta
em equilíbrio, e o mesmo é submetido a qualquer perturbação exterior. Devido à existência das
forças permanentes no sistema, em 1888 Henri Louis Le Chatelier enunciou que: “Quando um
sistema em equilíbrio sofre a ação de forças externas, o sistema tende a se deslocar no sentido
de minimizar a ação da força aplicada, procurando uma nova situação de equilíbrio”.

Deslocar um equilíbrio químico significa fazer com que a velocidade da reação direta fique
diferente da velocidade da reação inversa (v1 ≠ v2).
2.2 Velocidade das Reações Químicas

Durante uma reação química, as concentrações das espécies envolvidas variam com o tempo. Na
figura 1 mostra-se como varia a concentração de um dado reagente R com o tempo, no decurso
de uma reação química. A velocidade da reação varia ao longo do tempo. A velocidade em cada
instante, ou seja, a velocidade instantânea, v, é dada por:

Figura 1. Variação da concentração de um reagente R no


decurso de uma reação química. A velocidade da reação pode
ser medida pela tangente à curva em cada instante.

A velocidade instantânea é a derivada da concentração dos reagentes ou produtos da reação, X,


em ordem ao tempo, t. Na equação anterior, o sinal (-) aplica-se aos reagentes e o sinal (+) aos
produtos (uma vez que se convenciona que as velocidades são sempre positivas). A velocidade
de uma reação pode ser definida relativamente a qualquer reagente ou produto da reação, tendo
em atenção a estequiometria da reação. Para uma reação genérica:

aA+bBÆcC+dD

A velocidade da reação pode escrever-se:


2.2.1 Ordem das Reações

As velocidades de reação variam com a concentração inicial dos reagentes. Quando uma reação
apresenta uma variação do tipo:

v=k×c

Onde c é a concentração, diz-se que a reação é de 1ª ordem. Quando v = k × c2 ou v= k × c1 × c2


diz-se que é de 2ª ordem. Conhecem-se ainda reações de 3 ª ordem, como a seguinte:

Em que a velocidade de reação é dada por:

v = k × [NO]2 ×[Cl2]

A expressão que relaciona a velocidade de reação com as concentrações é designada por lei de
velocidade da reação e a constante k é designada por constante de velocidade.

2.2.2 Fatores que Afetam a Velocidade de uma Reação

A velocidade de uma reação química depende de muitos fatores, como sejam a natureza dos
reagentes, concentração, pressão, temperatura, meio onde decorre a reação e utilização de
catalisadores. Observemos alguns exemplos. A reação seguinte,

É uma reação muito lenta, enquanto a reação seguinte é extremamente rápida:

Em fase gasosa, a reação,


É muito lenta.
De um modo geral, as reações que envolvem a quebra e formação de muitas ligações químicas
tendem a ser lentas à temperatura ambiente. Um dos fatores com maior influência é precisamente
a temperatura.

2.3 Fatores Capazes de Deslocar o Equilíbrio:

1. Temperatura (Van’t Hoff);


2. Concentração (Guldberg–Wage);
3. Pressão (Robin).
Observação – O catalisador não desloca um equilíbrio químico, pois aumenta igual e
simultaneamente ambas as velocidades v1 e v2, porém faz com que o equilíbrio seja atingido
mais rapidamente.

2.3.1 Influência da Temperatura no Equilíbrio Químico.

A temperatura favorece tanto a velocidade da reação endotérmica quanto a velocidade da reação


exotérmica, porém favorece muito mais a velocidade da reação endotérmica. Assim, ao
aumentarmos a temperatura de um sistema em equilíbrio, o equilíbrio desloca-se no sentido da
reação endotérmica porque é a reação mais favorecida com o aumento da temperatura. Já a
diminuição da temperatura de um sistema em equilíbrio faz que o equilíbrio se desloque no
sentido da reação exotérmica, porque é a reação menos prejudicada com a diminuição da
temperatura.

Observações:

1. Quando o H for fornecido, sempre faz referência à reação direta;

2. Alterando-se a temperatura de um sistema em equilíbrio, o equilíbrio desloca-se, e seu estado


de equilíbrio altera-se surgindo uma nova constante de equilíbrio, pois a temperatura é o único
fator capaz de alterar a constante de equilíbrio;

3. Lei de Van’t Hoof: “A cada aumento de 10°C na temperatura de uma reação química, a
velocidade da reação duplica ou até mesmo triplica”.
[]
N2

H2

NH3

Equilíbrio Adaptação á Novo Tempo


Inicial Perturbação Perturbação Equilíbrio

2.3.2 Influência da Concentração no Equilíbrio Químico:

O aumento da concentração de uma substância presente no equilíbrio faz com que o equilíbrio se
desloque no sentido de consumir a substância adicionada, isto é, o equilíbrio se desloca para o
lado contrário ao aumento. Já a diminuição de uma substância presente no equilíbrio faz com que
o equilíbrio se desloque no sentido de repor a substância retirada, isto é, o equilíbrio se desloca
para o mesmo lado da diminuição.

Observações:

1. Substância sólida não desloca um equilíbrio químico, pois a concentração de um sólido em


termos de velocidade é considerada constante, porque a reação se dá na superfície do sólido;

2. Substância líquida em excesso não desloca o equilíbrio químico quando alterada a sua
concentração, pois a concentração de um líquido em excesso em termos de velocidade é
considerada constante, porque o líquido em excesso não é fator limitante da reação;

3. Pulverizando uma substância sólida, o equilíbrio desloca-se para o lado contrário a


pulverização, pois aumenta a superfície de contato, aumenta o número de colisões efetivas e,
consequentemente, aumenta a velocidade da reação;

4. Alterando-se a concentração de uma substância presente no equilíbrio, o equilíbrio desloca-se,


porém sua constante de equilíbrio permanece inalterada (a constante permanece constante).
Resumo:
O equilíbrio desloca-se para o lado contrário ao aumento.
O equilíbrio desloca-se para o mesmo lado da diminuição.

Exemplificando

• Ao aumentarmos a concentração molar de H2(g) = [H2(g)] = V1 = desloca para direita;


• Ao diminuirmos a concentração molar de H2(g) = [H2(g)] = V1 = desloca para esquerda;
• Ao aumentarmos a concentração molar de H2O(g) = [H2O(g)] = V2 = desloca para esquerda;
• Ao diminuirmos a concentração molar de H2O(g) = [H2O(g)] = V2 = desloca para direita.

2.3.3- Influência da Pressão no Equilíbrio Químico

Quando aumentamos a pressão sobre um equilíbrio gasoso, à temperatura constante, ele se


desloca no sentido da reação capaz de diminuir esse aumento da pressão e vice e versa. A fim de
verificarmos os efeitos da variação de pressão em um equilíbrio, vamos considerar o equilíbrio
seguinte, a uma temperatura constante:

2 SO2(g) + O2(g) 2 SO3(g)


2 mol 1 mol 2 mol
3 mol 2 mol

Se aumentarmos a pressão, o equilíbrio se desloca para a direita, favorecendo a formação do


SO3(g), porque nesse sentido há uma diminuição do número de mol de gás e, conseqüentemente,
uma diminuição da pressão. Outra maneira, mais simples, de analisarmos o efeito produzido pela
variação de pressão em um equilíbrio é associar o número de mol ao volume. Assim, nas mesmas
condições, temos:

1 mol = 1 volume (1 V) • 2 mol = 2 volumes (2 V)

Logo:

• Aumento de pressão → provoca contração de volume → o equilíbrio se desloca para o


lado de menor volume (menor nº de mol);
• Diminuição de pressão → provoca expansão de volume → o equilíbrio se desloca para o
lado de maior volume (maior nº de mol).
No exemplo dado, temos:

2 SO2(g) + O2(g) → 2 SO3(g)


2 mol 1 mol 2 mol
2V 1V 2V
3V 2V

• Pressão: desloca o equilíbrio para a direita (menor volume).


• Pressão: desloca o equilíbrio para a esquerda (maior volume).

Observações:

1. Para ser possível analisar a influência da variação da pressão sobre um equilíbrio, pelo menos
um dos seus constituintes deve ser um gás.

2. Em equilíbrios do tipo:
1 H2(g) + 1 I2(g) 2 HI(g) temos volumes iguais (2 V = 2 V), os quais não são afetados por
variações de pressão.

3. Se adicionarmos a um sistema em equilíbrio um gás inerte, ou seja, um gás que não reage,
ocorre um aumento da pressão total do sistema. No entanto, como não há variação da
concentração nem das pressões parciais de cada gás componente do equilíbrio, a adição do gás
inerte não desloca o equilíbrio.

2.4- Efeito dos Catalisadores Sobre o Equilíbrio

Catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade das reações químicas pela diminuição
da energia de ativação. Numa situação de equilíbrio, a diminuição da energia de ativação,
produzida pelo catalisador, tem o mesmo valor para a reação direta e para a inversa.

Como o aumento de velocidade da reação produzido pelo catalisador é o mesmo, tanto para a
reação direta como para a inversa, ele não altera o equilíbrio. Catalisadores não deslocam
equilíbrio. Se o catalisador aumenta a velocidade das reações direta e inversa, o único efeito que
ele provoca num equilíbrio é a diminuição do tempo necessário para que esse equilíbrio seja
atingido.
3. MATERIAIS E REAGENTES

Materiais

 1 Estante de tubo de ensaio;


 1 Pipeta volumétrica de 1 mL;
 1 Tripé;
 1 tela de amianto;
 1 Proveta de 50 mL;
 1 Espátula;
 1 Bico de bunsen;
 1 Bacia plástica para banho de gelo;
 2 pipeta graduada de 5 mL;
 4 Tubos de ensaio;

Reagentes:

 Solução de FeCℓ3;
 Solução de NH4SCN;
 Cianeto de amônio (NH4SCN(s)) P.A;
 NH4Cℓ (s) P.A.;
 Solução de K2Cr2O7;
 Soluçãode HCℓ;
 Solução de hidróxido de sódio;
 Solução de K2CrO4;
 Solução de CoCℓ2;
 HCℓ concentrado P.A.;
 Gelo.
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1° Parte do Experimento

1 Adicionou-se 2 ml de solução de FeCℓ3 e 2 mL de solução de NH4SCN em uma proveta de 50 ml.


Acrescentou-se água destilada até um volume de 40 mL na proveta. Agitou-se e observou-se a
coloração laranja;

2. Separou-se a solução obtida em quatro tubos de ensaio de 10 mL e adicionou-se 5 mL da


solução;

3. Separou-se um tubo para fazer o branco;

4. No segundo tubo Adicionou-se NH4SCN(s), agitou-se, e observou-se a mudança de coloração


para vermelho;

5. No terceiro tubo adicionou-se 4 mL (80 gotas) de solução de FeCℓ 3 (0,05M) agitou-se e


observou-se uma coloração laranja escuro;

6. No quarto tubo adicionou-se NH4Cℓ(s) na solução. Agitou-se e observou-se que a solução


apresentou-se caráter heterogêneo, ou seja, imiscível, na parte mais densa a coloração
apresentava-se laranja-claro e na parte menos densa apresentava-se coloração laranja-escuro.

2° Parte do Experimento

7. Adicionou-se 2 mL de solução de K2CrO4 em um tubo de ensaio e gotejou-se cinco gotas de


solução de HCℓ agitou-se a solução e observou-se que não houve alteração da cor amarela;

8. Adicionou-se 2 mL de solução de K2CrO7 em um tubo de ensaio. Comparou-se com um tubo


anterior e gotejou-se 5 gotas de solução de NaOH. Agitou-se e observou-se que não houve
alteração de cor.

3°Parte do Experimento

9. Adicionou-se 2ml de solução de CoCℓ2 em um tubo de ensaio. Logo após, levou-se a solução
de maneira cuidadosamente a chama no bico de bunsen e observou-se a mudança na coloração,
de rosa claro para rosa escuro;
10. Deixou-se a solução anterior resfriar por um minuto na estante de tubo de ensaio em seguida,
submeteu-se a solução em um banho de gelo e observou-se que não houve mudança de
coloração.

4° Parte do Experimento

11. Adicionou-se 2 mL de solução de CoCℓ2 em um tubo de ensaio em seguida, adicionou-se


cuidadosamente, 2 mL de HCℓ concentrado e observou-se que a coloração ficou azul escuro.

5. Resultados e Discussão

Para a primeira parte do experimento foram obtidos os resultados que são apresentados na tabela
5.1. E a tabela 5.2 apresenta os resultados para a segunda parte do experimento.

Tabela 5.1 – Resultados do Experimento 1


Frasco Solução + Reagentes Resultados
Frasco 1 NH4SCN A cor inicial da solução era alaranjada.
Frasco 2 NH4SCN + NH4SCN A cor ficou vermelha (cor de sangue)
Frasco 3 NH4SCN + FeCℓ3 A cor ficou um pouco mais escura
O sódio dissolveu-se aos poucos no fundo do
Frasco 4 NH4SCN + NH4Cℓ tubo e a cor ficou um pouco mais clara

Tabela 5.2 – Resultados do Experimento 1


Frasco Solução + Reagentes Resultados
Frasco 6 K2Cr2O7 + NaOH A solução ficou com a cor alaranjada
A solução era de cor rosa clara, ao levar ao fogo
ficou um rosa mais escuro, o liquido evaporou e
a quantidade de liquido diminuiu, em seguida
Frasco 7
esperou-se de 1 minuto para esfriar e colocou
dentro de uma bacia com gelo, a solução ficou
com uma coloração rosa clara.
Frasco 8 A cor ficou um azul escuro
6. Conclusão

Através da prática realizada observou-se que as forças do princio de Le Chatelier sao importantes
para explicar os tipos de equilíbrios químicos. Entre as substâncias formadas foi observado
diferentes compostos como covalentes ou molecular, iônicas, homogeneas e heterogeneas.
Ao final, obteve-se o esperado. Além de conhecer o Princípio de Le Chatelier no processo de
reversibilidade das reações químicas das soluções o experimento foi de suma importância, para
observar-se a cor das substancias formadas no deslocamento por fatores externos.
7. BIBLIOGRAFIA

FONSECA,MARTHA REIS MARQUES DA.Química Integral.VOL.UNICO SÃO


PAULO.FTD,1993.503p.
Politri,Elie.Química: Curso completo.ed.2а.São Paulo.Moderna,1992.
P.406 á 408
Russel,Jonh Blair.Química Geral.ed. 2а. São Paulo.Pearson Makron Books,1994.P.478 á 479
Usberco,Jão,Salvador,Edgar.Química.ed.4 а São Paulo..Saraiva.,1999.p.370

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