Redes Elétricas - Net
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http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/redes-de-energia-eletrica
Desde a descoberta da eletricidade até os dias de hoje, ainda não foi possível transmitir a energia
elétrica pelo ar, ao menos não de forma economicamente viável. Desse modo, há a necessidade
de encaminhar a energia gerada nas usinas, sejam elas térmicas, hidráulicas, termo-nucleares,
eólicas, solares, etc., até os centros urbanos - onde, em sua maioria, a energia elétrica será
consumida. É, portanto, a partir desse ponto que surge a necessidade de construção das redes
de energia elétrica – do contrário, não haveria como a energia gerada chegar ao seu destino
final.
Ao sair das usinas e seus geradores, a eletricidade é transportada através de cabos aéreos, ou
seja, cabos visíveis por não estarem enterrados, sendo revestidos por camadas isolantes e
fixados em grandes (e altas) torres de metal. Chamamos a todo esse conjunto de cabos e torres,
portanto, de rede de transmissão de energia elétrica. As Transmissoras de energia costumam
administrar as Linhas de Transmissão com as maiores voltagens; contudo, há também redes de
menor voltagem dentro das próprias distribuidoras de energia elétrica, isso para permitir que as
distribuidoras possam levar a energia de voltagens menores e mais seguras aos clientes de sua
área de concessão.
Outros elementos importantes das redes de transmissão são os isolantes de vidro ou porcelana,
os circundam e sustentam os cabos, impedindo descargas elétricas durante o trajeto e, com isso,
prevenindo acidentes e minimizando custos de perdas/ manutenção.
Além das linhas de transmissão propriamente ditas, as redes de transmissão de energia elétrica
também são compostas por subestações de transformação, dotadas de transformadores e
equipamentos de proteção e controle. A seguir, descreveremos esses componentes em maiores
detalhes.
As linhas de transmissão são basicamente constituídas por fios condutores metálicos suspensos
em torres, também metálicas, por meio de isoladores cerâmicos ou de outros materiais altamente
isolantes. Como os sistemas de potência são trifásicos, geralmente existem três conjuntos de
cabos de cada lado das torres, acompanhados por um cabo mais alto, no topo, que é o cabo
para-raios, ou também chamado de cabo guarda.
No Brasil, as linhas de transmissão são classificadas de acordo com o nível de tensão de sua
operação, mensurado em Kilo Volt (kV - milhares de Volts). Para cada faixa de tensão, existe um
código que representa todo um conjunto de linhas de transmissão de mesma classe. São eles:
As classes A2 e A3, quando não são de propriedade das transmissoras, representam as redes
denominadas de sub-transmissão, que, ao contrário das redes de transmissão propriamente
ditas, são administradas pelas empresas de distribuição.
Subestações de transmissão
As subestações de transmissão são aquelas localizadas nas pontos de conexão com geradores,
consumidores e empresas distribuidoras. Nos pontos de conexão com geradores, a função das
subestações é elevar o nível de tensão da energia elétrica gerada para centenas de milhares de
Volts. Já nos pontos de conexão com consumidores ou distribuidoras, a função das subestações
de transmissão é rebaixar os níveis de tensão para dezenas de milhares de Volts.
A elevação da tensão reduz a corrente elétrica que circula nas linhas de transmissão, reduzindo
assim, consideravelmente, as perdas elétricas inerentes ao transporte da energia. Dentro da
subestação de transmissão, o equipamento responsável tanto pela elevação como pela redução
da tensão elétrica é chamado de transformador.
Por fim, a título de curiosidade, diferentemente do reajuste tarifário das empresas de distribuição,
o reajuste de preços da transmissão visa apenas à atualização monetária da RAP. Dependendo
do contrato de concessão das empresas transmissoras, as receitas são corrigidas pela variação
do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) ou do Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA).
O sistema de distribuição de energia é aquela rede de energia elétrica que se confunde com a
própria topografia das cidades, ramificado ao longo de ruas e avenidas para conectar fisicamente
o sistema de transmissão (ou mesmo unidades geradoras de médio e pequeno porte, aos
consumidores finais), que são majoritariamente os consumidores residenciais.
Assim como ocorre com o sistema de transmissão, a rede de energia elétrica da distribuição é
também composta por fios condutores, transformadores e equipamentos diversos de medição,
controle e proteção das redes elétricas. Todavia, de forma bastante distinta do sistema de
transmissão, o de distribuição é muito mais extenso e ramificado, pois deve chegar aos domicílios
e endereços de todos os seus consumidores.
As redes de distribuição
As redes de distribuição são compostas por linhas de alta, média e baixa tensão. Como vimos
acima, as linhas de transmissão com tensão igual ou superior a 230 kV constituem a chamada
rede básica. Apesar de algumas transmissoras também possuírem linhas com tensão abaixo de
230 kV, as chamadas Demais Instalações da Transmissão (DIT), grande parte das linhas de
transmissão com tensão entre 69 kV e 138 kV são de responsabilidade das empresas
distribuidoras. Essas linhas são também conhecidas no setor como linhas de subtransmissão.
Além das redes de subtransmissão, as distribuidoras operam linhas de média e baixa tensão,
também chamadas de redes primária e secundária, respectivamente. As linhas de média tensão
são aquelas com tensão elétrica entre 2,3 kV e 44 kV, e são muito fáceis de serem vistas em
ruas e avenidas das grandes cidades, frequentemente compostas por três fios condutores aéreos
sustentados por cruzetas de madeira em postes de concreto.
As redes de baixa tensão, com tensão elétrica que pode variar entre 110 e 440 V, são aquelas
que, também afixadas nos mesmos postes de concreto que sustentam as redes de média tensão,
localizam-se a uma altura inferior. As redes de baixa tensão levam energia elétrica até as
residências e pequenos comércios/indústrias por meio dos chamados ramais de ligação. Os
supermercados, comércios e indústrias de médio porte adquirem energia elétrica diretamente
das redes de média tensão, devendo transformá-la internamente para níveis de tensão menores,
sob sua responsabilidade.
Nas redes de distribuição de média tensão também são, frequentemente, encontrados
equipamentos auxiliares, tais como capacitores e reguladores de tensão. Ambos são,
frequentemente, utilizados para corrigir anomalias na rede, as quais podem prejudicar a própria
rede elétrica ou mesmo os equipamentos dos consumidores.
• Rede de Distribuição Aérea Convencional: É o tipo de rede elétrica mais encontrado no Brasil,
na qual os condutores são nus (sem isolamento). Exatamente por isso, essas redes são mais
susceptíveis à ocorrência de defeitos (curto-circuitos), principalmente quando há contato de
galhos de árvores com os condutores elétricos.
• Rede de Distribuição Aérea Isolada: Esse tipo de rede é bastante protegida, pois os
condutores são encapados com isolação suficiente para serem trançados. Geralmente mais
cara, essa rede é utilizada em condições especiais.
• Rede de Distribuição Subterrânea: A rede subterrânea é aquela que proporciona o maior nível
de confiabilidade e também o melhor resultado estético, dado que as redes ficam enterradas. No
entanto, as redes subterrâneas são bem mais caras que as demais soluções, sendo comuns
apenas em regiões muito densas ou onde há restrições para a instalação das redes aéreas.
Com relação às redes de iluminação pública (IP), que também podem ser do tipo aéreo ou
subterrâneo, são redes que derivam das redes de distribuição das concessionárias. Apesar
disso, a operação e a manutenção das redes de IP são de responsabilidade das prefeituras
municipais.
Subestação de distribuição
Transformador de distribuição
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