Okanran
Okanran
Okanran
Odu Òkànràn
Okanran meji
Òkànràn nasceu para o rei (também chamado Òkànràn) de Itile, por uma mulher que
tinha sido vendido como escravo, como punição por se envolver com dois
assassinatos.Òkànràn é conhecido por sua sabedoria. Òkànràn tem um tabu contra o
comer pangila, aka, obe e rato olose.
Este Odù significa problemas, casos tribunais, sofrimentos e más vibrações. Filhos desse
Odù, irão sempre acertar em cheio por fazerem ou dizerem o que é exatamente certo.
As pessoas pensam freqüentemente que os filhos desse Odù são agressivos e
mandonas devido a eles tentarem prevalecer apesar de todos as probabilidades. Em
muitas situações eles irão se rebelar contra as convenções da sociedade e
consequentemente criam problemas para eles mesmos. Propensos a infecções, os filhos
desse Odù devem tomar cuidado com sua saúde de forma a não se tornarem doenças
crônicas.
Okanran Meji é um Odu composto pelos Elementos Terra sobre Água, com predominância
do primeiro, o que indica a sensação de sufoco, vácuo, saturação e estreitamento.
Suas cores são o vermelho, o negro, o branco e o azul. É um Odu feminino, representado
esotericamente por dois perfis humanos enquadrados num retângulo, numa referência
inequívoca ao culto dos orixás Gêmeos (Ibeji).
Okanran Meji é o chefe dos gêmeos e simboliza o mistério que envolve a sua existência.
Segundo os ensinamentos de Orunmila, todos os gêmeos são gerados neste signo e
dependem dele e de sua influência.
A fala humana foi introduzida por este Odu e com ela todos os idiomas existentes. Por
este motivo, Okanran Meji é considerado o protetor da oratória.
As pessoas nascidas sob este signo não recebem qualquer reconhecimento por parte de
seus semelhantes, por mais que lhes façam o bem. Assegura invulnerabilidade contra
feitiços e bruxarias.
Prenuncia morte súbita, riscos de cirurgias no ventre e no aparelho urinário, briga em
família, independência, incapacidade de realizar o que se queira.
Os filhos deste Odu são desconfiados, esquivos, medrosos e tristes.
Okanran Meji indica situações de perigo diante das quais, a pessoa está indefesa e sem
possibilidades de ser socorrida.
Indica depressão física e moral, má nutrição celular, hipotensão, todos os tipos de
enfermidades causadas por insuficiências e deficiências, diminuição da força vital.
Demonstra fanatismo religioso, impossibilitando a capacidade de um raciocínio lógico e
filosófico.
É um Odu de prenúncios quase sempre negativos, como a noite que chega, a tempestade
que se aproxima.
São pessoas más, que trazem um forte carga negativa, são medrosas, inseguras
e tímidas, devem sempre se manterem longe das sujeiras, não se aconselha inicia-las,
apenas tratar de Ori mais se iniciar deve ser em Oya, Xango ou Exu.
Itan:
Era um pobre peregrino que vivia migrando. Permanecia em diversos lugares, mas,
depois de fazer as plantações, mandavam embora, ficando os donos das terras com tudo
o que ele tinha feito.
Por conselho de alguém, esse homem foi um dia a casa de um oluô, que lhe indicou um
ebó (oferenda). tendo tudo preparado, partiu o homem para a grande mata fronteiriça e,
lá chegando deu início ao serviço.
Mais tarde, ouvindo um barulho naquele lugar tão impenetrável, assustou-se. Era ogum,
o dono dessa mata misteriosa. Chegando perto, ficou ogum espreitando o estranho, até
que este, muito amedrontado, implorou misericórdia, perguntando a ogum se queria se
servir de alguma coisa servida no ebó. Que falasse sem cerimônia, pois estava tudo a sua
disposição.
Ogum aceitou tudo o que havia ali e ficou satisfeito. Perguntou, então, quem era tão
perverso a ponto de mandar o peregrino para aquela paisagem impenetrável. O homem
contou todos os percalços de sua vida.
Então, ogum, transfigurado, aterrorizante, bradou que ele pegasse o mariô e fosse
marcar as casas dos seus amigos, pois ele, ogum, iria aquela cidade à noite destruir tudo
o que lá se achasse. Iria arrasar todos os haveres lá existentes, até o solo.
Dito e feito...
Ogum acabou com tudo, exceto as casas e os lugares que tenha sido demarcados pelo
homem com a colocação de mariô em cima das portas. Tudo o que havia de riqueza ali
ogum deu para ele, tudo mesmo, conforme tinha prometido.
Versos: Mo daa pere o se pere consultou Ifá para Olu-igbo (rei da floresta).
Mo daa pere o se pere consultou Ifá para Olu-odan
quando eles iam seduzir Ewu, a esposa de Iná (fogo) .
Foi orientado à eles que sacrificassem um feixe de giesta e folhas de Ifá (esmagar folhas
renren na água), uma galinha e um tecido preto .
Olu-odan se recusou a fazer o sacrifício.
Ele disse: não na presença de seu Esusu oni’gba-ofon, Wariwa oni’gba, e Iyore
onigba-itere (bastão mágico).
Olu-igbo foi o único que realizou o sacrifício.
Um dia, Ewu, esposa de Iná, deixou a casa de seu esposo para ir na casa de Olu-odan.
Iná se preparou e foi para a casa de Olu-odan para resgatar sua esposa.
Quando chegou lá, ele gritou alto o nome de sua esposa: Ewu, Ewu, Ewu.
Iná queimou Esusu oni’gba-ofon, Wariwa oni’gba-ida, e Iyore oni’gba-itere.
Ewu então correu para Olu-igbo, que tinha realizado o sacrifício.
Iná foi até lá e gritou: Ewu, Ewu, Ewu.
Olu-igbo então aspergiu o remédio de Ifá sobre Iná tal como instruído pelo Babalawo.
Ele recitou três vezes: Mo daa pere o se pere.
O fogo (Iná) se extinguiu, de forma que Ewu estava disponível para Olu-igbo.
Olu-igbo, a floresta densa, ainda hoje retém a escuridão que ele sacrificou.